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DANIELE PRISCILA VENDRAMINI BRUTOMESSO DOS SANTOS A RESISTÊNCIA A MUDANÇAS COMO FATOR RESTRITIVO AO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UM COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS Assis/SP 2016

A RESISTÊNCIA A MUDANÇAS COMO FATOR RESTRITIVO AO ... · Sem vocês eu não seria metade do que sou hoje. Agradeço à todos meus amigos pela força para eu não desistir no meio

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DANIELE PRISCILA VENDRAMINI BRUTOMESSO DOS SANTOS

A RESISTÊNCIA A MUDANÇAS COMO FATOR RESTRITIVO AO

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UM

COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Assis/SP 2016

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DANIELE PRISCILA VENDRAMINI BRUTOMESSO DOS SANTOS

A RESISTÊNCIA A MUDANÇAS COMO FATOR RESTRITIVO AO

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UM

COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA e a Fundação Educacional do município de Assis – FEMA, como requisito parcial à obtenção do Certificado de Conclusão. Orientanda: Daniele Priscila Vendramini Brutomesso dos Santos. Orientadora: Profa. Danielle Cristina Ferrarezi Barboza.

Assis/SP 2016

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FICHA CATALOGRÁFICA

S237r SANTOS, Daniele Priscila Vendramini Brutomesso dos.

A resistência a mudanças como fator restritivo ao desenvolvimento organizacional: Estudo de caso em um comércio de produtos alimentícios / Daniele Priscila Vendramini Brutomesso dos Santos. Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA -- Assis, 2016. 59 p.

Trabalho de Conclusão de Curso – Fundação Educacional do Município

de Assis - FEMA

Orientadora: Danielle Cristina Ferrarezi Barboza. 1. Resistência à Mudança. 2. Mudança Organizacional.

CDD: 658.4 Biblioteca da Fema

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A RESISTÊNCIA A MUDANÇAS COMO FATOR RESTRITIVO AO

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UM

COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

DANIELE PRISCILA VENDRAMINI BRUTOMESSO DOS SANTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA e a Fundação Educacional do município de Assis – FEMA, como requisito ao Curso de Graduação, analisado pela seguinte comissão examinadora:

Orientadora: Profa. Danielle Cristina Ferrarezi Barboza

Analisadora: Profa. Daniele Camargo

Assis 2016

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, que

me apoiou nas mais difíceis escolhas, e

para todos aqueles que já tiveram um

momento de fraqueza na vida. Não vai

doer para sempre, então não deixe que

isso afete o que há de melhor em você.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, e por não ter permitido que eu

perdesse a fé nos momentos difíceis.

Agradeço à minha família por todo o apoio sempre, à minha mãe Luce, meus irmãos

Danilo e Diógenes, pela paciência, compreensão e amor que nunca me negaram.

Sem vocês eu não seria metade do que sou hoje.

Agradeço à todos meus amigos pela força para eu não desistir no meio da

caminhada, e pelo auxílio para superar o meu trauma.

Agradeço à Professora e minha incrível Orientadora Danielle Ferrarezi, por todo o

estímulo, carinho, paciência e confiança no meu potencial. Sem a sua parceria, este

trabalho não teria sentido.

Agradeço as Professoras Dra. Elizete Mello e Profa Daniele Camargo pela atenção,

correções, incentivos e carinho sobre o meu trabalho.

Agradeço à todos que contribuíram direta ou indiretamente na execução deste

trabalho.

Agradeço principalmente à todos os meus momentos de fraqueza, foi através deles

que descobri o quanto posso ser forte e capaz.

À todos, o meu muito obrigada!

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As pessoas tem medo das mudanças.

Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.

Chico Buarque

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RESUMO

O presente trabalho disserta sobre mudança organizacional e apresenta uma

pesquisa realizada na empresa Botter Comércio de Produtos Alimentícios. O

principal objetivo foi identificar as causas que a resistência a mudanças pode gerar

em um ambiente organizacional. O estudo de caso analisou o processo de mudança

enfrentado pela empresa através de métodos como entrevista, questionário e

observação no ambiente escolhido, com a finalidade de conhecer e descrever o

problema apresentado. No desenvolvimento do trabalho, foi abordado conceitos de

Desenvolvimento Organizacional, Mudança Organizacional e Resistência a

Mudanças para melhor conhecer o tema proposto e conhecer as possíveis causas

da resistência a mudanças. No estudo proposto, percebeu-se que as principais

causas de resistência a mudanças ocorre devido ao receio de métodos novos, que

não contribui para o desenvolvimento organizacional, restringindo seu crescimento.

Palavras-Chave: Mudança organizacional; Desenvolvimento organizacional;

Resistência a mudanças;

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ABSTRACT

The present study analyzes the organizational change and show a reserch of the

company Botter Trade Food Products. The main objective was to identify the causes

that resistance to change can generate in an organizational setting. The study

analyzed the process of change faced by the company through methods such as

interviews, questionnaires and observation of the chosen environment, to discover

and describe the problem of the company. In development work, we were

approached concepts of Organizational Development, Organizational Change and

Resistance to Change to better understand the theme and know the possible causes

of resistance to change. In the proposed study, it was noted that the main causes of

resistance to change is the fear of new methods, which does not contribute to

organizational development, restricting their growth.

Keywords: Organizational change; Organizational development; Resistance to

change;

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Setor de artigos para festas ............................................................... 29

Figura 2 – Setor de doces e bebidas ................................................................... 29

Figura 3 – Setor de salgadinhos e petiscos ......................................................... 30

Figura 4 – Setores ............................................................................................... 31

Figura 5 – Setor de drops e chicles ..................................................................... 32

Figura 6 – Setor de bomboniere .......................................................................... 33

Figura 7 – Setor de chocolates ............................................................................ 34

Figura 8 – Sala de cursos .................................................................................... 35

Figura 9 – Gênero colaboradores ........................................................................ 37

Figura 10 – Idade colaboradores ......................................................................... 37

Figura 11 – Questão 1 ......................................................................................... 38

Figura 12 – Questão 2 ......................................................................................... 39

Figura 13 – Questão 3 ......................................................................................... 39

Figura 14 – Questão 4 ......................................................................................... 40

Figura 15 – Questão 5 ......................................................................................... 40

Figura 16 – Questão 6 ......................................................................................... 41

Figura 17 – Questão 7 ......................................................................................... 41

Figura 18 – Gênero clientes ................................................................................ 42

Figura 19 – Idade clientes ................................................................................... 43

Figura 20 – Cliente desde ................................................................................... 43

Figura 21 – Questão 1 ......................................................................................... 44

Figura 22 – Questão 2 ......................................................................................... 44

Figura 23 – Questão 3 ......................................................................................... 45

Figura 24 – Questão 4 ......................................................................................... 45

Figura 25 – Questão 5 ......................................................................................... 46

Figura 26 – Questão 6 ......................................................................................... 46

Figura 27 – Questão 7 ......................................................................................... 47

Figura 28 – Questão 8 ......................................................................................... 47

Figura 29 – Questão 9 ......................................................................................... 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL .......................................................... 15

3 MUDANÇA ORGANIZACIONAL ........................................................................... 18

3.1 RESISTÊNCIA A MUDANÇAS ........................................................................ 19

3.2 OS AGENTES DE MUDANÇA NO PROCESSO DE RESISTÊNCIA .............. 21

4 ESTUDO DE CASO EM UM COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ........ 23

4.1 SOBRE A EMPRESA ...................................................................................... 24

4.2 A EMPRESA E O PROCESSO DE MUDANÇAS ............................................ 25

4.3 A MUDANÇA NA VISÃO DOS COLABORADORES E CLIENTES ................. 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53

APÊNDICE A - ENTREVISTA .................................................................................. 55

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO COLABORADORES ........................................... 56

APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO CLIENTES ........................................................... 57

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO COLETA DE DADOS ........................ 58

ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO ............................................................ 59

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1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia cada vez mais acelerado, as organizações

empresariais possuem a necessidade de acompanhar toda a evolução para alcançar

melhores resultados em suas empresas. As empresas que estão atentas às

renovações, estão aptas a atender melhor o seu público e garantir seu lugar no

mercado.

Porém, grande parte da realidade, conta com empresas e colaboradores que

resistem ao processo de mudanças, prejudicando o desenvolvimento organizacional.

Infelizmente, o processo de resistência a mudanças é muito comum no cenário atual,

concordando com o velho ditado popular, toda ação causa uma reação, e nem

sempre as reações são benéficas para o desenvolvimento empresarial.

O presente trabalho aborda o tema resistência a mudanças no setor organizacional,

visando estudar um ambiente que tenha passado por um recente processo de

mudanças, identificando a reação dos membros da empresa em relação a essas

modificações. Para melhor entender esse progresso é necessário conhecer os

processos pelos quais a resistência a mudanças está relacionada, por isso o

trabalho aborda conceitos específicos como desenvolvimento organizacional,

mudança organizacional e por fim a própria resistência a mudanças, relacionando

conceitos de alguns autores.

O objetivo deste trabalho foi identificar as principais causas que a resistência a

mudanças podem gerar em um ambiente organizacional, e para melhor

compreensão desses efeitos no setor empresarial, foi realizada uma pesquisa de

campo em uma empresa do setor alimentício. Os métodos utilizados foram:

entrevistas, questionários e observação no ambiente escolhido, destacando a

importância de conhecer relatos de como a empresa era antes do processo de

desenvolvimento e mudanças, e conhecer o efeito pós-mudança.

A pesquisa elaborada teve por finalidade auxiliar os diversos estudos sobre o tema,

contribuindo para a compreensão do relacionamento e comportamento humano

diante de situações modificadoras.

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Diante da rápida evolução tecnológica, considerando o espaço mundial, os mais

diversos setores de empresas almejam evoluir sua eficiência, a fim de acompanhar o

mercado de trabalho e garantir o seu lugar na preferência de produtos e prestação

de serviços.

Considerando o avanço tecnológico como algo fantástico, é notável que os

consumidores passaram a exigir mais qualidade e durabilidade dos produtos e

serviços. Para Handy (1990 apud WOOD JR, 1994, p. 106), as mudanças estão

diferentes das do passado, portanto, o mundo está mudando de modo que o nosso

próprio conceito deve mudar, com o propósito de acompanhar as evoluções.

As organizações que optam por melhorias, estão caminhando para almejar o

sucesso, porém no processo de mudanças, ainda é comum encontrar barreiras às

quais podem prejudicar o desenvolvimento das empresas. Essas barreiras podem

ser identificadas de diversas formas, porém, a resistência a mudanças é um assunto

muito comum ao qual instiga o interesse em conhecer o motivo de tanto receio a

coisas novas.

Com o objetivo de contribuir com o estudo sobre a resistência a mudanças, faz-se a

seguinte pergunta de pesquisa: Quais os impactos e efeitos gerados em

organizações que possui problemas de resistência a mudanças e evolução

tecnológica?

Devido a experiências e observações diárias, é válido salientar que as hipóteses

cabíveis ao problema levantado, reúne a dificuldade de desenvolvimento tanto da

empresa como do próprio colaborador, prejudicando sua evolução profissional. Os

colaboradores que insistem em resistir às transformações nas empresas, de certo

modo agem com egoísmo de acordo ao seu interesse pessoal, outros fatores

relacionados são: a satisfação no ambiente de trabalho, a falta de ambição, o receio

do futuro, má compreensão das novas medidas, falta de autoconfiança, não ver

necessidade de mudar, entre outros fatores que as pessoas acreditam ser a melhor

opção ao invés de buscar caminhos inovadores.

A inovação é uma necessidade e não uma opção. As empresas que querem se

adequar ao mercado de trabalho, vão em busca de novos processos para aprimorar

seus setores e satisfazer o consumidor.

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Infelizmente para muitos colaboradores, mudança é sinônimo de insegurança e

desconfiança. Porém, resistir a processos novos, é um fator que atrasa o

desenvolvimento da empresa e também do funcionário. Em alguns casos, a

resistência a mudanças por parte dos funcionários, é visto por falta de motivação,

porém é necessário atentar-se que o mesmo não contamine o ambiente com a falta

de interesse a novos projetos. Outras situações de resistência podem partir da

própria empresa, por exemplo, não fornecer informações suficientes sobre as

mudanças aos colaboradores, provocando uma grande inércia por parte da

elaboração de novos caminhos.

A escolha pelo tema surgiu em um momento de crise no país, onde a taxa de

desemprego aumenta a cada mês, levando em consideração que perfis proativos e

ousados ganham destaque no mercado de trabalho. Mudar requer flexibilidade e

segurança para melhorar ainda mais o que já estava bom e obter resultados

surpreendentes.

Nos capítulos a seguir, será dissertado sobre temas como o desenvolvimento

organizacional, que envolve as organizações como um todo, visando melhorar o

crescimento da empresa a longo prazo. O desenvolvimento organizacional está

envolvido com as mudanças e a capacidade de adaptação sobre as mudanças na

empresa. O trabalho apresenta também o termo mudança organizacional, o qual diz

respeito a qualquer desenvolvimento relacionado à eficiência e eficácia

organizacional, visando a superação quanto a concorrência e satisfação total de

seus clientes. Diante dos contextos desenvolvimento organizacional e mudança

organizacional, encontra-se o capítulo sobre o vício da resistência a mudanças, o

qual prejudica as organizações quanto ao seu desenvolvimento, e trata-se sobre a

barreira que as pessoas utilizam para não desapegar de costumes rotineiros, sem se

dar conta do quanto essa atitude pode ser prejudicial. Na sequência dos capítulos, é

retratado o estudo de caso na empresa Botter Comércio de Produtos Alimentícios,

situada na cidade de Marília - SP, a qual passou por um recente processo de

mudanças e enfrenta dificuldades com a adaptação dos colaboradores quanto aos

novos processos.

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2 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

Assim como as tecnologias e as pessoas estão em constantes modificações, as

organizações estão em busca de desenvolvimento para saciar a necessidade do

mercado e evoluir cada vez mais. Novos objetivos são estabelecidos e as mudanças

ocorrem por força das oportunidades que surgem ou projetadas antecipadamente.

“O termo desenvolvimento é aplicado quando a mudança é intencional e projetada

com antecipação” (CHIAVENATO, 2000, p. 529).

A área do desenvolvimento organizacional é bem recente e visualiza as

organizações como um todo e não por setores individuais. O desenvolvimento

organizacional visa melhorar a eficácia da organização a longo prazo, intervindo de

modo construtivo nos processos e estrutura das organizações, segundo Chiavenato

(2000, p. 529). O desenvolvimento organizacional está relacionado às mudanças e a

capacidade de adaptação da organização sobre mudanças.

Sabe-se que para uma organização caminhar de modo saudável com o seu

desenvolvimento, é necessário o ambiente e a organização estar em situação

harmônica, como também o indivíduo e a empresa, pois grande parte do

crescimento empresarial surge da produtividade de seus colaboradores. Portanto,

French; Bell e Cecil (1973, p. 15) defendem Desenvolvimento Organizacional como:

um programa educacional de longo prazo, orientado no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação de uma organização, mediante uma administração mais colaborativa e efetiva da cultura desta organização com assistência de um agente de mudança ou catalisador, e com o uso de teoria e da tecnologia de ciência do comportamento organizacional.

Desse modo, fica claro que para o desenvolvimento organizacional ser realizado

com sucesso, é necessário contar com a motivação, realização e desenvolvimento

pessoal dos colaboradores das empresas.

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Considerando que tanto o ambiente como o clima organizacional precisa estar

harmônicos para um desenvolvimento eficaz, Adizes (1991, p. 203) afirma que a

harmonia que envolve o exercício organizacional, parte quando os colaboradores

aceitam a realidade da empresa. A realidade aceita e compreendida torna o

momento propício para dar início a mudanças e inovações.

O Desenvolvimento organizacional é um processo que engloba o esforço dos

membros da organização como um todo. Uma vez os esforços reunidos, a

organização possui uma grande chance de caminhar ao desenvolvimento de

maneira saudável, sem grandes turbulências. Já que esse objetivo depende da força

dos colaboradores, a organização tem o papel de contribuir com o incentivo dos

mesmos, trabalhando para que a cultura organizacional seja propícia a um clima e

ambiente de valores.

Para Pacheco et al (2005 apud LEITE; LOTT, 2013, p. 7), o Desenvolvimento

Organizacional é uma linha de crescimento com várias etapas, onde os indivíduos

envolvidos concluem uma operação e podem prosseguir para outro desafio,

contribuindo com seu próprio crescimento individual. As organizações que possuem

membros que realizam suas funções por apreço, alcançam resultados positivos com

mais agilidade, do mesmo modo que as organizações que contribuem com

treinamentos eficazes.

É correto afirmar que um clima harmonioso no ambiente de trabalho é de

fundamental importância. Um ambiente saudável favorece o relacionamento, diminui

conflitos, beneficia o desenvolvimento organizacional e favorece a organização a

manter seu lugar no mercado.

Ainda Segundo Chiavenato (2008, p. 420), as principais técnicas de

Desenvolvimento Organizacional são: treinamento da sensitividade, análise

transacional, desenvolvimento de equipes, consultoria de procedimentos, reunião de

confrontação e Retroação de dados.

O Treinamento da Sensitividade, a qual se destina à reunião de grupos de

treinamento que, orientados por um líder, exploram suas habilidades e dificuldades

de relacionamento interpessoal. Deste modo, visa desenvolver mais criatividade,

menor hostilidade perante aos outros e maior sensitividade e flexibilidade do

comportamento pessoal e no trabalho. O treinamento de Sensitividade é a técnica

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mais antiga e ampla do Desenvolvimento Organizacional, sendo normalmente

aplicada nas organizações começando da cúpula organizacional até chegar aos

níveis mais baixos. Esta técnica também pode ser conhecida como treinamento da

sensibilidade.

A Análise Transacional (AT) é a técnica direcionada para ao indivíduo, não ao grupo.

O intuito dos treinamentos é melhorar a comunicação interpessoal dentro da

empresa de maneira a diminuir os chamados jogos, onde o significado da

mensagem fica obscuro. Prevê uma melhora no relacionamento interpessoal de

forma gradativa.

O Desenvolvimento de Equipes é a técnica que promove a integração entre pessoas

de diversos níveis da organização com o intuito de eliminar as diferenças

hierárquicas bem como os interesses específicos de cada departamento. Desta

forma proporciona interação com intensão de estimular a criatividade e inovações

para a empresa.

A Consultoria de Procedimentos é a técnica com foco na interação interpessoal em

equipe, pois busca desenvolver nos participantes a capacidade de identificar e

resolver problemas, fortalecer o senso de unidade entre os grupos e melhorar o

cumprimento de tarefas e aumentar sua eficácia. A equipe é coordenada por um

consultor que permite intervenções para tornar o grupo mais sensível à processos

internos, metas e objetivos, tomada de decisões e criatividade.

A Reunião de Confrontação é uma técnica com o intuito de confrontar dois grupos

diferentes em conflito para que se auto avaliem e posteriormente expor o resultado

da análise, provocando assim, discussões coordenadas por um consultor.

Caracteriza-se como uma estratégia a fim de aumentar a comunicação e relação

entre equipes e departamentos diferentes, bem como planejar ações corretivas e

inovadoras.

A Retroação de dados é a técnica destinada a promover feedback ao indivíduo

sobre si mesmo, dos outros, dos processos grupais ou mesmo de toda a

organização, partindo do princípio de que quanto maior a quantidade de dados

recebidas, maior será a possibilidade de processar esses dados e agir de modo

criativo. Age de modo que eles próprios possam se conscientizar das mudanças,

explorando assim as oportunidades que se escondem dentro das empresas.

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3 MUDANÇA ORGANIZACIONAL

O ambiente organizacional encontra-se em constante processo de mudanças. A

causa desse fenômeno é a busca pelo reconhecimento no mercado, eficiência em

seus serviços e produtos, e o destaque entre os concorrentes.

Bertero (1976, p. 30) define Mudança Organizacional como todo o resultado de

alterações, tanto na estrutura, comportamento e atitudes organizacionais, que visam

um melhor desempenho de tarefas para a organização. Tal definição esclarece que

não é apenas a alteração de estrutura que gera a mudança organizacional. A

mudança estrutural e a comportamental são complementares, e a aplicação de

apenas uma delas na organização, gera uma deficiência em melhores resultados.

Atualmente, o cenário econômico encontra-se em um momento de crise, e as

empresas não buscam mudanças apenas no contexto de inovação. O processo de

mudança organizacional entra em ação como uma atitude mantenedora da

organização no mercado. Porém, Soto (2002, p. 248), denomina mudança como um

caminho eterno e sem retorno possível, onde somente os que aprendem a provocá-

la ou aproveitá-la poderão ser seus aliados para viver de maneira criativa.

O conceito mais antigo de mudança organizacional considera a tradicional definição

de que mudança nada mais é a não ser a alteração do organograma, funções e

cargos das empresas (WOOD Jr, 1994, p. 110).

Conforme Chiavenato (2005, p. 145), essas mudanças ocorrem de maneira

conjunta, ou seja, ocorre de forma sistêmica, afetam-se mutuamente resultando em

um poderoso campo de forças multiplicadoras.

Ainda segundo o autor acima referido, existem quatro tipos de mudanças

Organizacionais, as quais são caracterizadas por Mudanças na estrutura

organizacional, Mudanças na tecnologia, Mudanças nos produtos e Mudanças nas

pessoas.

A Mudança na estrutura organizacional afeta a estrutura da organização. Esta

estrutura pode ser caracterizada como divisões, departamentos, seções que podem

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ser excluídas, unidas ou terceirizadas, redes de informações internas e externas e

níveis hierárquicos.

A Mudança na tecnologia representa a forma como a organização produz e executa

seus serviços e produtos, afetando os equipamentos, instalações, máquinas, e

processos.

A Mudança nos produtos e serviços afeta o resultado da organização e por este

motivo são as mais visíveis e percebidas.

A Mudança nas pessoas e na cultura da organização é vinculada na mudança de

pessoas no que diz respeito às atitudes, aspirações, necessidades, conhecimentos e

habilidades e comportamentos que afetam a desenvoltura da organização.

Devido a todo histórico da evolução tecnológica, a mudança organizacional passa a

ser um planejamento e ações que envolvem a ação e reação das pessoas,

envolvendo todos os membros das empresas, conforme Motta (2001, p. 15). O

envolvimento humano diante das mudanças organizacionais resulta em uma grande

barreira diante dos novos caminhos. A resistência ao aprendizado e a criatividade é

tão grande, que as pessoas não percebem que tais atitudes são restritivas ao

desenvolvimento organizacional.

3.1 RESISTÊNCIA À MUDANÇAS

Toda mudança, independentemente no âmbito organizacional, social, econômico ou

no nosso dia a dia, propõe coisas novas. Toda novidade, mesmo que com a

bagagem cheia de vantagens e melhorias, causa o receio nas pessoas, porque as

mesmas insistem em carregar bagagens de costumes anteriores e tem uma grande

dificuldade em se adaptar ao novo.

Segundo Lewin (1947, 1951 apud CALDAS; HERNANDEZ, 2001, p. 33), a

Resistência a Mudança seria o retorno da insistência de um grupo ou um indivíduo

em confrontar forças que objetivam a organização a um novo equilíbrio. A resistência

age nas organizações como uma rejeição ao processo de eficiência, sendo em

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muitos momentos, uma atitude inconsciente e rotineira dos membros da

organização. Toda mudança exige do indivíduo um grande esforço em adaptar-se à

nova situação.

Watson (1971, p. 745) define resistência a mudanças como "todas as forças que

contribuem para a estabilidade nos sistemas da personalidade ou social”. O autor

relata essa definição salientando que a resistência a mudanças é por muitas vezes

mal interpretada, na realidade, todos anseiam por melhorias e mudanças.

Normalmente um grupo tende a resistir a mudanças, passando a ser defensor de

seu estilo de vida, assumindo o papel de defensor. Acredita-se que algo que no

passado tem mostrado resultado, assim deve continuar futuramente. Apesar de as

empresas estarem fundadas em estruturas e organogramas explícitos, elas também

estão ligadas às convenções cultura e costumes (NEWSTRON, 2011, p. 281).

O medo é um dos principais fatores que resultam na resistência a mudanças, além

de outros fatores, Lobos (1979 apud SOARES, 2007, p. 50), classifica a resistência

em dois níveis: a resistência em nível individual e em nível de grupo. A resistência

em nível individual na organização está relacionada ao costume do comportamento

do indivíduo. As pessoas estão enraizadas em suas atitudes e hábitos que formam

um tipo de dependência de toda aquela rotina costumeira. O indivíduo possui a

segurança do superego, envolto de sua própria prioridade sem notar as

necessidades da empresa. O nível de resistência individual torna-se um ato de

regressão, pelo fato de estar acostumado com o velho e temer o novo. A resistência

em nível de grupo ou organizacional está relacionada ao costume e receio de seguir

normas administrativas, como se a resistência fosse uma forma de proteção contra o

desconhecido.

Já Chiavenato (2005, p. 151) classifica a resistência à mudança em três tipos, os

Aspectos Lógicos, objeções racionais e lógicas; Aspectos psicológicos, atitudes

emocionais e psicológicas e Aspectos sociológicos, interesses de grupos e fatores

sociológicos.

Os Aspectos Lógicos, objeções racionais e lógicas, engloba o medo e dúvidas

quanto a viabilidade da mudança, o quanto custará pessoalmente a mudança em

questão, qual será o tempo requerido para ajustar-se a elas, o esforço extra

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despendido para aprender as coisas inerentes às mudanças bem como os

interesses pessoais e o medo de perder regalias perante diversas situações.

Os Aspectos psicológicos, atitudes emocionais e psicológicas, são os aspectos

focados na insegurança pessoal, como a dificuldade de compreensão e baixa

tolerância à mudança, desconfianças de outras pessoas, necessidade de segurança

e medo do desconhecido.

E os Aspectos sociológicos, interesses de grupos e fatores sociológicos, são

aspectos focados no coletivo como o desejo de manter colegas atuais ou mesmo

interesses ocultos, valores sociais opostos a mudanças ou acordos políticos e visão

estreita.

3.2 OS AGENTES DE MUDANÇA NO PROCESSO DE RESISTÊNCIA

Os líderes organizacionais são responsáveis por fazer acontecer e apoiar os

processos de mudanças nas empresas, e cuidar para que os mesmos sejam

executados corretamente e não tenham dúvidas sobre as alterações efetuadas.

Liderança é ajudar as pessoas por meio de estratégias, a realizar sonhos com

velocidade; é mobilizar um grupo e ir de encontro a um futuro melhor, coloca Kotter1.

Torna-se fundamental a habilidade de liderança aplicada no intuito de diminuir as

resistências a mudanças organizacionais. É uma variável fundamental para o

sucesso ou problema nesta etapa. No processo de mudança organizacional, a

liderança pode contribuir no entendimento do papel do trabalhador onde como

próprio sujeito de transformação, além da reconstrução de sua identidade conforme

Sá e Trindade (2003 apud CHAMON, 2008, p. 90).

Toda organização que se arrisca em mudanças e almeja o desenvolvimento

organizacional, está propício a passar por turbulências no processo de modificações.

1 Nota fornecida pela Revista Pequenas Empresas & Grandes negócios. Disponível no link:

<http://revistapegn.globo.com/Dia-a-dia/noticia/2014/12/7-citacoes-dos-melhores-livros-de-lideranca-de-2014.html>.

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A melhor maneira de evitar o processo de resistência a mudanças é a mudança

planejada, e ainda assim, os membros da organização resistem bruscamente aos

processos de melhorias.

A atitude positiva da administração em relação às mudanças provavelmente seja

uma poderosa ferramenta e agente para reduzir as resistências inerentes ao

processo. A administração deve incentivar e por meio de atitudes enfáticas e

abertas, demonstrar à organização, desde o nível institucional ao nível operacional,

de que a mudança é fundamental para que a empresa alcance o sucesso.

(CHIAVENATO, 2005, p. 152).

Cabe à liderança e outros agentes de mudança informar com antecedência sobre

possíveis alterações no âmbito organizacional. Do mesmo modo, é necessário

fornecer suporte e acompanhar todas as dúvidas e resistência que houver. Os

membros da organização se sentem mais seguros quando os objetivos da mudança

são compartilhados, e todos os benefícios e possíveis erros das modificações são

expostos.

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4 ESTUDO DE CASO EM UM COMÉRCIO DE PRODUTOS

ALIMENTÍCIOS

Este capítulo apresentará o estudo de caso realizado em uma empresa que está

passando por um processo de mudança e ocorre a resistência dos colaboradores

envolvidos neste processo. Por se tratar de uma empresa real e ativa no mercado, o

nome fantasia da empresa e de seus colaboradores foi mantido em anonimato para

preservar a opinião dos participantes, sendo permitido revelar a razão social. A

empresa Botter Comércio de Produtos Alimentícios é a organização a qual foi

realizada o estudo de caso proposto neste trabalho.

O método de pesquisa utilizado, estudo de caso, é um estudo baseado nas

experiências em fenômenos ocorridos no mundo real, conforme Yin (2015, p. 17). O

método permite a análise do comportamento e das reações das pessoas quanto a

resistência a mudanças, possibilitando explorar o fenômeno, descrevê-lo, explicar

sobre a empresa, as mudanças ocorridas e os devidos problemas que houve

durante o processo de transição.

As ferramentas utilizadas para o aprofundamento da pesquisa baseiam-se na

aplicação de questionários e entrevistas com os colaboradores e a gerência do

estabelecimento, como também a observação do ambiente estudado. O instrumento

de pesquisa observação, segundo Gil (2008, p.100), consiste em utilizar o sentido da

visão para observar o ambiente escolhido para o estudo, a vantagem da observação

é que os resultados são adquiridos pelo próprio observador sem a manipulação dos

dados por outras pessoas.

Durante a entrevista com o Sócio Diretor da empresa, foi possível constatar que a

mesma está em processo de mudanças devido à necessidade de inovação que o

mercado exige atualmente. A organização atendia apenas um setor alimentício, e

conforme a demanda de variação de produtos aumentava, os sócios perceberam a

necessidade de explorar novos caminhos e buscar estratégias inovadoras,

fenômeno que será explorado nos itens a seguir conforme informações fornecidas

pelo Sócio Diretor da empresa.

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4.1 SOBRE A EMPRESA

As informações desse e do próximo subcapítulos foram fornecidas em entrevista

com o Sócio Diretor da empresa em seu próprio estabelecimento, durante uma

conversa com a finalidade de conhecer mais sobre a organização, conforme roteiro

no apêndice A.

A empresa selecionada para a realização da pesquisa nasceu na cidade de Marília –

SP em Agosto de 1992. No início, tratava-se de uma pequena empresa onde

trabalhavam apenas com vendas em pronta entrega de doces para pequenos

estabelecimentos comerciais, num raio de no máximo 30 km. Dispunham de apenas

dois veículos Kombi (ano 1972) e um estoque que mal enchia aqueles carros.

Em janeiro de 1993, sentiram a necessidade de alugar um salão para guardar as

mercadorias, localizado até hoje no mesmo endereço. Era o início de um longo

processo de crescimento e conquistas. Naquele salão começaram a buscar

parcerias com indústrias e alguns meses depois fecharam contrato com a Fábrica de

balas São João (atual Riclan), posteriormente, iniciou-se a venda no sistema pré

venda e introduziram o atendimento no balcão, surgindo então a Botter Comércio de

Produtos Alimentícios.

Após todos esses anos, a empresa vêm crescendo cada vez mais e atualmente se

divide em duas lojas e uma Distribuidora. A Distribuidora representa algumas

marcas, num raio de 250 Km, fazendo um trabalho focado em distribuição e

prestação de serviços. Botter Comércio de Produtos Alimentícios e Modelo Comércio

de Produtos Alimentícios juntas, realizam um alto serviço especializado de atacado e

varejo em doces, embalagens e artigos para festas.

A empresa possui como principal objetivo causar a Satisfação Total de todos os

clientes, tendo qualidade no atendimento, oferecendo uma grande variedade de

produtos de qualidade e preço justo.

A organização preza como valor prioridade especial com os clientes e

colaboradores; Ótimo atendimento; Inovação em seus produtos e serviços; Um bom

trabalho em equipe e a Disciplina.

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A empresa tem a visão de encontrar o ponto ideal no trabalho para caminhar sempre

juntos, colaboradores e clientes, com saúde e bem estar, para ser uma organização

com crescimento automático, inteligente e sustentável.

4.2 A EMPRESA E O PROCESSO DE MUDANÇAS

Devido a grande crise econômica brasileira, tanto o setor alimentício como os

demais ramos de empresas, encontram-se em grande competitividade, sendo

obrigados a rever seus objetivos, foco, ações, planejamentos e execução de

mudanças para se destacar no mercado. Essa realidade não é diferente para a

empresa analisada. Com o interesse de manter a empresa como líder de mercado,

os sócios trabalham diversas estratégias inovadoras com a finalidade de manter e

melhorar a qualidade dos produtos e serviços prestados e por consequência

aumentar a lucratividade da organização.

A necessidade de inovações no atual mundo globalizado tornou-se uma estratégia

fundamental, sendo a empresa obrigada a explorar novos segmentos para alavancar

as vendas de seu principal setor que são os doces. Os novos segmentos de vendas

englobam embalagens, artigos para festas, food service, salgados, petiscos, locação

e sazonal para festas.

O setor de vendas de embalagens compreende recipientes e envolturas que

armazenam temporariamente produtos com a finalidade de viabilizar sua distribuição

com proteção e atendendo a diversos gostos quanto a formatos e cores dos clientes.

O setor conta com embalagens como cestas, envoltórios para balas, doces e

bebidas, embalagens para bolos, cup cakes, formas, bandejas e demais recipientes.

As embalagens são essenciais para otimizar o aproveitamento dos alimentos,

insumos e outros produtos, com a finalidade de reduzir o desperdício global.

Os artigos para festas destacam produtos sobre um mundo de cores, pois

disponibiliza os mais diversos temas da atualidade para levar alegria a qualquer

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festividade. São disponibilizados artigos como painéis, toalhas, fantasias, apetrechos

e demais artigos que completam a decoração de diversos tipos de festas.

O Food Service é a área que envolve a distribuição de matéria prima para

estabelecimentos que preparam e fornecem produtos prontos ao consumidor final.

Dentro desse setor, a empresa atende a demanda de confeitarias, sorveterias,

panificadoras, chocolaterias e demais estabelecimentos que produzem alimentos.

O setor de vendas de salgados e petiscos é enriquecido com produtos como

amendoins, salgadinhos, barras de cereais, bolinhos, snacks e petiscos. Esses

produtos atrai muitos consumidores por ser conhecidos como alimentos de pequena

porção, muito utilizados como acompanhamentos em festas, pequenas reuniões e

confraternizações.

A locação e Sazonal para festas compreende a locação de painéis, decorações, e

enfeites temáticos para festas e diversas confraternizações, atendendo também o

seguimento de artigos para festas sazonais, que ocorrem em determinadas épocas

do ano, como carnaval, páscoa, dia das crianças, natal e demais datas festivas.

Outra estratégia inovadora que a empresa adquiriu foi a implementação de

apresentação de aula show, a qual ensina receitas práticas ao público que entra na

loja para sua compra rotineira. A vantagem da aula show é a apresentação ao

público sobre novos produtos e seus resultados, despertando o interesse de compra

pelo mesmo e a conquista de novos desejos do consumidor.

Também constando no quadro de inovações, encontra-se o salto de mix de produtos

de 4 mil para 15 mil itens, sendo necessário utilizar ferramentas de adaptação como

a Capacitação pessoal e profissional dos colaboradores, aquisição de novas

tecnologias para a administração e controle da organização, bem como a

necessidade de implantar o Departamento de RH (Recursos Humanos) que

anteriormente era coordenado pelos próprios sócios da empresa e atualmente o

setor é terceirizado e conta com a parceria com uma Instituição de Ensino Superior.

O treinamento aplicado aos colaboradores após as mudanças na empresa se

baseou no treinamento básico de atendimento ao cliente, distribuição de tarefas,

trabalho em grupo e atendimento dos novos setores.

Diante de novos setores, visando a melhoria na organização e atendimento, se fez

necessário colaboradores para facilitar a comunicação com os superiores sobre a

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demanda dos produtos, problemas, reposição e melhor atendimento ao cliente. No

quadro de novas funções, se fez necessário o cargo de encarregado de loja, o qual

supervisiona e fornece orientações aos demais colaboradores que dependem de um

supervisor. O encarregado é o responsável por transitar informações entre os

superiores e os demais cargos. Dentre as novidades nos setores, se fez necessário

vendedores no interior da organização, para facilitar o acesso do cliente aos

produtos procurados e valores, bem como também conhecer a necessidade de cada

visitante e fornecer produtos novos, realizando assim novas vendas.

Para a empresa, as estratégias inovadoras representam um grande passo para

alcançar seu devido objetivo, porém para chegar a devida eficácia do foco

delimitado, a organização não deve caminhar sozinha ou apenas com o apoio dos

líderes. Para o sucesso, é necessário o apoio de todos os níveis hierárquicos da

empresa, e nesse estudo de caso, ocorre a persistência dos colaboradores à rotinas

cotidianas; hábitos e comportamentos que impedem o desenvolvimento das

mudanças inovadoras da organização.

A empresa estudada vem passando pela situação de resistência dos colaboradores

em situações como a mudança do Software, recusando-se a compreender a nova

ferramenta de trabalho e privando a aprendizagem de um novo sistema de

tecnologia. A organização teve a necessidade de migrar suas informações para um

banco de dados mais confiável, o qual permite menor índice de perda de

informações e mais estabilidade ao trabalhar com os terminais PDV (Pontos de

Venda) da loja. O que o sistema de software anterior limitava e deixava a desejar, o

atual permite mais recursos, além de permitir um programa o qual não depende

totalmente do servidor para funcionar, por exemplo, se surgir uma situação onde o

server trava, o PDV continua funcionando, não corrompendo o atendimento. O atual

banco de dados fornece eficiência, disponibilidade, desempenho e segurança.

Devido ao receio de acesso à tecnologia, há colaboradores que se recusam em

aprender e deixam acumular a função para outro colaborador. Desse modo, há

colaboradores que preferem realizar uma função manual que não dependa de

sistemas, ao invés de aderir a tecnologia e realizar procedimentos tecnológicos.

Outro fator de resistência delatado pelo gerencial da empresa é a disponibilidade de

treinamentos e reuniões durante o próprio horário de trabalho ou disponibilidade de

banco de horas e hora extra aos colaboradores e os mesmos reclamam, se

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ausentam ou reagem negativamente ao apoio de treinamento que a organização

fornece. Dentre os treinamentos e novos procedimentos, foi fornecido informações

de como abordar os clientes, facilidades e funcionalidades do sistema, organização

de loja, estabelecimento de rotinas e disciplina interna da organização. Infelizmente

o que para muitas pessoas é visto como uma oportunidade de crescimento, outros

agem com obrigatoriedade e não se dão conta que além de retardar a evolução da

organização, estão atrasando o seu próprio reconhecimento profissional e pessoal.

Toda mudança representa modificações nas relações de trabalho e as pessoas

insistem em ver essas mudanças como algo difícil ou incompreensível, resistindo e

privando grandes feitos na empresa devido ao receio de deixar de fazer o comum

para fazer o novo e extraordinário. O medo de abandonar velhos costumes priva as

pessoas de experimentar novos métodos que pode facilitar um trabalho complexo,

ou até mesmo diminuir a carga horária podendo realizar novos projetos e melhorias.

A observação na empresa foi feita nas modificações físicas, como o espaço físico,

tipo e colocação das gôndolas, indicações de corredores, espaço para aula show e

sala de cursos.

Como não foi possível acompanhar o processo de transição do espaço físico, foi

permitido descrever as mudanças através de imagens, as quais poderão ilustrar o

processo.

As figuras 1, 2 e 3, são ilustrações reais dos tipos de gôndolas e espaçamentos

entre os corredores, o qual não era distribuído de maneira uniforme, apresentando a

aparência de má distribuição do espaço físico.

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Figura 1 – Setor de artigos para festas. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

Como é possível observar, o espaço não era bem aproveitado, com má distribuição

das gôndolas. Segundo Tapajós2, a distribuição física é vital, e a má distribuição do

espaço pode gerar transtornos logísticos para a empresa inibindo o crescimento e

lucro da organização.

Figura 2 – Setor de doces e bebidas. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

2 Nota fornecida por Olavo Tapajós em Centro Gestor de Inovação Moveleiro. Disponível em

<http://www.cgimoveis.com.br/logistica/a-importancia-da-distribuicao-fisica-no-processo-logistico>.

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A imagem do setor de doces e bebidas é outra representação da má distribuição do

espaço físico da empresa. Não há indicações de setores e especificações de

produtos, do mesmo modo, nota-se o acúmulo de caixas na parte superior das

gôndolas.

Figura 3 – Setor de salgadinhos e petiscos. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

No setor de salgadinhos e petiscos, havia a diferença entre as gôndolas, porém a

padronização dos móveis não parece ser um fator muito relevante quanto a má

distribuição do espaço físico. No reflexo deste móvel, é notável o acúmulo de caixas

nas demais gôndolas, como citado na figura anterior.

Percebe-se que o visual de uma empresa é uma das primeiras visualizações dos

clientes, pois são aspectos que chamam a atenção quanto a distribuição de espaço,

organização e ambiente agradável.

Com a necessidade de mudanças inovadoras, os sócios sentiram a precisão de

repaginar o layout da empresa contribuindo com a necessidade do consumidor, ou

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seja, não apenas o ambiente precisava de melhorias, como também era necessário

a localização e organização dos produtos expostos para venda.

De acordo com a observação das imagens anteriores em comparação ao novo

layout da empresa, houve grandes melhorias apresentadas, conforme as figuras 4, 5

e 6.

Figura 4 - Setores. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

A figura 4 representa o novo layout de loja adquirido pelos empresários. Nota-se a

padronização de gôndolas, espaçamento adequado e informativos de setores em

cada corredor. Percebe-se também que não há mais existência de caixas na parte

superior das gôndolas, apenas os produtos expostos para vendas.

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Figura 5 – Setor de drops e chicles. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

A padronização quanto ao design das gôndolas e as sinalizações de setores são

recursos visuais que auxiliam os consumidores na localização de serviços e

produtos. É como um senso de localização aos clientes. Desse modo:

As decisões layout, apresentação e atmosfera devem motivar os consumidores a passar mais tempo possível na loja, estimulando-os a visitar os vários departamentos. As decisões sobre a apresentação dos produtos, planogramas, comunicação visual e sinalização devem despertar interesse do consumidor e incentivá-lo a percorrer vários estágios do processo de compra (PARENTE, 2000, p.293).

Parente (2000) afirma que a boa estratégia de comunicação visual em uma

empresa, possibilita o contato prolongado entre clientes e produtos, permitindo o

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cliente adquirir mais produtos do que o planejado, além de transmitir o conhecimento

de quais produtos o estabelecimento fornece.

Figura 6 – Setor de bomboniere. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

Observando as imagens de como o ambiente selecionado era apresentado

anteriormente e as imagens atuais, é evidente que a mudança trouxe um novo

contexto de empresa, demonstrando mais organização tanto no espaço físico, como

nos produtos expostos, facilitando aos clientes o acesso aos produtos, além de

apresentar um ambiente propício e agradável.

Dentre as mudanças organizacionais ocorridas na empresa, surgiu a possibilidade

de realização de aulas show e mini cursos que acontecem em parceria com marcas

vendidas na loja. Ao observar tais inovações, nota-se que o investimento trás

resultados positivos por expor aos clientes a qualidade e vantagens dos produtos

vendidos, além da distribuição de conhecimento para atrair novos clientes e manter

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os atuais. As figuras 7 e 8 representam a observação referente aos ambientes de

aula show e cursos.

Figura 7 – Setor de chocolates. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

As aulas show, como pode-se notar na imagem, são mini cursos disponíveis aos

clientes, sem divulgação prévia, horário marcado ou vaga garantida. São pequenos

cursos ofertados nos próprios corredores do estabelecimento, para divulgar novos

produtos, e ensinar pequenos truques e receitas aos clientes que ali estão presentes

e optarem por participar.

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Figura 8 – Sala de cursos. Fonte: Banco de dados da Botter Comércio de Produtos Alimentícios.

A implementação da aula show e sala para cursos culinários parece ser uma grande

ferramenta de inovação na empresa. Percebe-se que a oportunidade de conhecer as

características dos produtos e suas produções, aguça nos clientes o interesse de

compra das mercadorias e demais componentes que produzem tais receitas. Os

novos detalhes e oportunidades da empresa tem o intuito de agregar valor aos

produtos e serviços da mesma, permitindo a realização de novas parcerias, o acesso

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a novos mercados, novos conhecimentos e o aumento da procura das marcas

trabalhadas.

Tais observações realizadas no ambiente estudado e nas imagens fornecidas,

salientam a importância de investir em ideias inovadoras nas empresas. Ao abrir

espaço para inovações, a empresa estará investindo para o crescimento de seu

desenvolvimento, permitindo abrir um espaço para novidades futuras e crescimento

de seu quadro de colaboradores, gerando mais oportunidades de emprego e

destaque no mercado atuante.

4.3 A MUDANÇA NA VISÃO DOS COLABORADORES E CLIENTES

A metodologia aplicada neste trabalho foi a pesquisa qualitativa descritiva, a respeito

da qual Gil (2002, p. 42) descreve o seu “objetivo primordial é a descrição das

características de determinada população ou fenômeno”. A coleta dos dados foi feita

usando a técnica do questionário. O questionário são questões propostas por escrito

ao público de pesquisa. Gil (2008, p. 121), afirma que os dados do questionário é a

descrição das características da população pesquisada.

Antes da aplicação do questionário aos colaboradores e clientes da empresa, foi

alertado aos mesmos a finalidade da visita, o objetivo da pesquisa e a importância

da colaboração de cada entrevistado, como também foi esclarecido que a entrevista

possui caráter estritamente confidencial e que as informações prestadas

permanecerão em anonimato. Foi entregue as pessoas participantes um termo de

consentimento, o qual encontra-se no Anexo A.

No questionário foi feito perguntas com o intuito de captar a relação dos indivíduos

entrevistados com o tema proposto. O questionário aplicado aos colaboradores

encontra-se no Apêndice B e o aplicado aos clientes do estabelecimento encontra-

se no Apêndice C.

Na pesquisa feita com os colaboradores da empresa, a população da pesquisa

engloba todos os colaboradores, e a amostra é restrita as 6 funções básicas e as

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quais participaram do recente processo de mudanças na empresa Botter Comércio

de Produtos Alimentícios.

As figuras a seguir mostrarão os resultados apurados das respostas dos

questionários.

Figura 9 – Gênero colaboradores. Fonte: Questionário colaboradores.

A figura 9 apresenta que 83% dos colaboradores da empresa são do gênero

feminino e 17% masculino, informando que atualmente há mais colaboradores

mulheres na organização.

Figura 10 – Idade colaboradores. Fonte: Questionário colaboradores.

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A figura 10 relata que 100% dos colaboradores atuais da empresa possuem idade

entre 18 a 39 anos, concluindo que a empresa atualmente trabalha com funcionários

mais novos.

Figura 11 – Questão 1. Fonte: Questionário colaboradores.

Seguindo a ordem de questionamentos no instrumento de pesquisa, a figura 11

pergunta sobre a facilidade de se adaptar à mudanças, 67% dos colaboradores

responderam que se adaptam com facilidade à mudanças, 16,5% se adaptam com

toda certeza e outros 16,5% preferem não opinar sobre. Portanto com esse

resultado percebe-se que a ideia que algumas pessoas costumam ter sobre

mudanças, é de algo arriscado e devido à essa insegurança, as pessoas encaram

mudanças como um movimento aterrorizante.

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Figura 12 – Questão 2. Fonte: Questionário colaboradores.

A figura 12 apresenta que 67% dos colaboradores afirmam que o processo de

mudanças ocorreu como o esperado, porém 33% estão neutros à situação e

preferem não dizer nada sobre. Ao anunciar o processo de mudanças, inúmeras

situações surgem na mente das pessoas, e o planejamento estratégico é o trajeto

para o que poderá ocorrer futuramente. Portanto segundo os colaboradores, o

processo de mudanças ocorreu conforme o planejamento da organização.

Figura 13 – Questão 3. Fonte: Questionário colaboradores.

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A figura 13 diz respeito quanto às expectativas dos colaboradores, houve uma

divisão de 50% de afirmantes que as mudanças na organização corresponderam as

suas expectativas e 50% não tem nada a dizer.

Figura 14 – Questão 4. Fonte: Questionário colaboradores.

A figura 14 apresenta os resultados sobre a pergunta se os colaboradores

conseguem visualizar melhorias após as modificações na organização, e 100% dos

questionados concordam em ver pontos positivos após o processo de mudanças.

Figura 15 – Questão 5. Fonte: Questionário colaboradores.

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No questionamento se os mesmo se adaptaram com facilidade ao processo de

mudanças que houve na empresa, a figura 15 traz as respostas de que 84% afirmam

que sim e 16% preferem não opinar.

Figura 16 – Questão 6. Fonte: Questionário colaboradores.

Igualando aos resultados da questão anterior, do mesmo modo, a figura 16 também

traz os resultados de que 84% dos colaboradores afirmaram que foi difícil se adaptar

as mudanças que ocorreram, os outros 16% não tem nada a dizer sobre.

Figura 17 – Questão 7. Fonte: Questionário colaboradores.

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A figura 17 retrata as respostas sobre os treinamentos e orientações ofertados

durante o processo de mudanças, 50% dos colaboradores concordam que os

métodos foram suficientes, e os outros 50% preferem não opinar.

Ao final das perguntas, foi proposto a oportunidade de compartilhar sobre as

possíveis dificuldades com o processo de mudanças na organização, e aos que se

manifestaram, foi evidente que as maiores dificuldades se encontram no trabalho em

grupo, onde um colaborador necessita do outro para melhor eficácia de seu trabalho.

Devido ao quadro de funcionários ser pequeno, alguns colaboradores não aceitam o

que é proposto e encaram as parcerias como possíveis distribuições hierárquicas

entre eles, havendo resistência à distribuição de funções.

Dando continuidade a apresentação dos resultados, as figuras a seguir seguem os

questionamentos realizados aos clientes da empresa Botter Comércio de Produtos

Alimentícios.

A população de pesquisa do questionário de clientes engloba os diversificados

clientes da empresa estudada, e a amostragem é de 23 pessoas.

Figura 18 – Gênero clientes. Fonte: Questionário clientes.

A figura 18 relata que 61% dos clientes entrevistados são do gênero feminino e 39%

masculino, revelando a maioria dos entrevistados foram mulheres.

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Figura 19 – Idade clientes. Fonte: Questionário clientes.

A figura 19 resulta em um gráfico apresentando 48% dos clientes entrevistados com

idades entre 18 a 39 anos, 35% com idades entre 40 a 50 anos e 17% acima de 50

anos.

Figura 20 – Cliente desde. Fonte: Questionário clientes.

Dos clientes pesquisados, a figura 20 mostra que 57% são clientes mais recentes,

30% são clientes a cerca de 14 anos e 13% frequentam a loja por volta de 7 anos.

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Figura 21 – Questão 1. Fonte: Questionário clientes.

Seguindo o roteiro do questionário de clientes, a figura 21 apresenta que 52%

afirmam se adaptar facilmente a mudanças e 48% afirmam se adaptar com total

certeza a situações modificadoras.

Figura 22 – Questão 2. Fonte: Questionário clientes.

Desse modo, ao perguntar se as mudanças internas da organização foram positivas,

a figura 22 retrata que 70% dos clientes concordaram e 30% concordaram

totalmente que as mudanças trouxeram aspectos positivo para a organização.

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Figura 23 – Questão 3. Fonte: Questionário clientes.

A figura 23 apresenta as respostas sobre o novo layout da loja, onde, 87% dos

clientes concordaram plenamente que o visual está mais agradável ao anterior, os

outros 13% apenas concordaram com a nova decoração.

Figura 24 – Questão 4. Fonte: Questionário clientes.

A figura 24 relata que dos pesquisados, 100% concordaram que o aumento do mix

de produtos melhorou a diversificação, 65% concordaram totalmente e 35% apenas

concordaram com a expansão de mercadorias para revenda.

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Figura 25 – Questão 5. Fonte: Questionário clientes.

Ao questionar se os colaboradores conseguem sanar as dúvidas dos clientes, a

figura 25 demonstra que houve uma divisão entre 48% dos entrevistados que

preferem não opinar, 39% afirmam ter suas dúvidas solucionadas e 13% delatam

não ter suas dúvidas resolvidas.

Figura 26 – Questão 6. Fonte: Questionário clientes.

A figura 26 trata as respostas sobre a dificuldade em localizar produtos na loja, 52%

dizem não ter nada a falar sobre a questão, 39% afirmam não ter dificuldades e

apenas 9% ainda enfrentam problemas de localização.

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Figura 27 – Questão 7. Fonte: Questionário clientes.

Com a pergunta se o atendimento ao cliente obteve melhora, a figura 27 relata os

resultados de que 65% dos clientes afirmam ter um atendimento melhor após as

mudanças, 30% preferem não opinar e 5% acreditam que o atendimento não sofreu

alterações.

Figura 28 – Questão 8. Fonte: Questionário clientes.

Quanto as expectativas dos clientes após o processo de mudanças, a figura 28

representa que 70% afirmaram ter superado totalmente suas expectativas, 25%

apenas afirmação que sim e 5% não relataram sobre.

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Figura 29 – Questão 9. Fonte: Questionário clientes.

A figura 29 apresenta dados sobre a qualidade dos produtos e serviços prestados e

100% dos clientes pesquisados afirmaram a melhoria, contando que 83%

concordaram totalmente e 17% simplesmente concordaram.

No questionamento em aberto relacionado a sugestões sobre as recentes mudanças

na empresa, houve retornos positivos parabenizando a iniciativa da empresa, como

também críticas construtivas como solicitar mais atenção na distribuição de preços

dos produtos, devido a dificuldade em localizá-los.

Ao analisar a tabulação das respostas dos colaboradores da organização, a maioria

afirmou se adaptar facilmente a processos de mudanças, e as inovações ocorridas

na empresa aconteceram conforme o esperado, correspondendo as possíveis

expectativas. Porém metade dos respondentes preferem não opinar se realmente as

mudanças corresponderam suas expectativas, sendo um resultado neutro. Adizes

(1995 apud SANTOS, 2014, p.39) afirma que as pessoas são a chave do processo,

sendo necessário as empresas recrutar pessoas que estimule a mudança visando

atingir seus benefícios.

Dentre as respostas maioritárias, os colaboradores afirmam enxergar melhorias na

empresa após os processos de inovação, confirmando a adaptação a esses

processos, apesar de que muitos confessam a dificuldade ao se adaptar. Desse

modo:

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A mudança deve ser encarada como um processo permanente, contínuo, uma necessidade de atualização que gera atualização. A reprodução de modelos passados representa a contradição de uma cultura a ser sustentada pela inovação e, portanto, voltada para o futuro. (VIEIRA; VIEIRA, 2003, s/n)

O autor afirma a necessidade de dar continuidade aos processos de mudanças,

portanto, se há essa continuidade de atualizações nas empresas, a dificuldade de

adaptação dos colaboradores pode ser diminuída, pois esse processo pode ser

rotineiro, adaptando-se a rotina dos colaboradores.

Metade dos entrevistados afirma que os treinamentos e orientações para a

adaptação a mudanças foram suficientes, e metade prefere não se manifestar sobre.

Conforme Chiavenato (2004, p.334), o treinamento de colaboradores nas

organizações precisa ser uma ação constante, pois mesmo que as orientações

apresentam resultados extraordinários é necessário continuar incentivando as

pessoas a lidar com situações inovadoras, maximizando sua capacidade e potencial.

A resistência delatada no questionamento em aberto é sobre a dificuldade do

trabalho em grupo, onde um colaborador precisa do outro para a realização com

sucesso de suas funções. Finalizando a conclusão sobre o que pensam os

colaboradores, os mesmos demonstram interesse pelas modificações inovadoras na

organização, mas sentem receio e algumas dificuldades nas adaptações.

Na organização dos dados coletados dos clientes da empresa, nota-se que a

maioria dos entrevistados são clientes recentes, mantendo fidelidade há cerca de 2

anos com a loja. Os clientes questionados afirmam se adaptar facilmente a

mudanças e apontam as mudanças internas da loja como positivas. Em quase sua

totalidade, as pessoas aprovaram o novo layout da empresa e também o aumento

do mix de produtos, o qual melhorou muito. Armstrong e Kotler (2007 apud CONTO

et al, 2015, p.01) afirma que há vários tipos de consumidores e cada um tem um jeito

de pensar diferente, desse modo a colocação dos produtos expostos pode interferir

no momento da compra. Portanto, ambientes organizados também é um fator que

atrai mais vendas, clientes satisfeitos e controle da empresa, conforme Chiavenato

(2004 apud CONTO et al, 2015, p.02), organização é indispensável nas empresas,

para que tenha tanto eficiência como eficácia no processo de controle.

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Ao tratar sobre o atendimento dos colaboradores, os clientes em sua maioria

preferiram não opinar sobre o fato de os colaboradores estarem sanando suas

dúvidas, porém a segunda resposta mais votada foi a de os colaboradores os

orientam nas dificuldades ao perguntar algo. O mesmo acontece na questão sobre

encontrar os produtos com facilidade na empresa, os clientes não concordam que

encontram e nem discordam, seguida da resposta que não há dificuldades. Quanto

as demais melhorias da organização, os clientes corresponderam positivamente as

modificações, tanto o atendimento como a qualidade dos produtos e serviços

prestados favoreceram muito a empresa, e as suas expectativas como clientes sobre

as mudanças da loja foram correspondidas em sua totalidade.

Na questão em aberto, houve clientes que salientaram como dificuldades o fato da

difícil localização dos preços de produtos e serviços, opinando a empresa a tratar um

pouco mais a organização. Já dizia Chiavenato (2005, p. 209):

No negócio, o atendimento ao cliente é um dos aspectos mais importante, sendo que o cliente é o principal objetivo do negócio, que todo negócio deve ser voltado ao cliente, sendo que só permanecerá se o cliente estiver disposto a continuar comprando o produto / serviço.

Pode-se assim concluir, que a resistência existente entre os colaboradores quanto

ao trabalho em grupo, pode resultar na falha da organização quanto a colocação de

preços nos produtos, como também em outros aspectos não destacados pelos

clientes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa proposta alcançou resultados concretos sobre a resistência a mudanças

na empresa estudada. É notável que ao passar por mudanças em busca de novos

resultados positivos no mercado, e para o retorno ser completamente benéfico foi

extrema importância a participação de todos os envolvidos na empresa.

Ao pesquisar o grupo de colaboradores, revelou-se uma grande resistência sobre o

trabalho em grupo destinado aos novos setores, pois um colaborador depende do

trabalho do outro para assim caminharem juntos no bom atendimento ao cliente.

Placas de sinalização e informativos pela loja auxiliam muito no bom atendimento ao

cliente, enfatizando que o bom atendimento será completo contando com a atenção

dos colaboradores, portanto o cliente necessita do bom atendimento pessoal para

melhor localizar suas compras e se sentir satisfeito com o que a organização tem a

oferecer. Muitos colaboradores, incluindo líderes e outras funções hierárquicas mais

elevadas, visam desenvolvimento organizacional apenas como mudanças físicas, e

não se dão conta que a resistência a pequenos processos pode desencadear

problemas futuros para a empresa. Durante a aplicação da pesquisa, pôde-se notar

que a falta de instrução escolar/acadêmica também pode ser considerado um fator

para a resistência a mudanças, porém esta observação poderá ser desenvolvida em

trabalhos futuros. Outro fator muito importante que também poderá ser apontado, é a

falta de um feedback quanto aos treinamentos e aperfeiçoamento dos

colaboradores, o acompanhamento dos líderes em cada passo das mudanças é

fundamental para o desenvolvimento organizacional.

O presente estudo propôs estudar os impactos gerados em uma organização com

problemas de resistência a mudanças e evolução tecnológica. Ao focar nesse

contexto, após apresentar o desenvolvimento organizacional voltado para a

necessidade de melhorias no espaço físico, como também voltado ao bom

atendimento ao cliente, a pesquisa aponta como fatores impactantes e restritivos o

declínio de vendas, perda de clientes e prejuízos, resultantes do mau atendimento e

falta de sincronia entre as equipes e líderes da empresa. Portanto é sempre

necessário buscar medidas transformadoras para melhorar nosso ambiente de

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trabalho, relacionamento com as pessoas e vida diária. Mudanças acontecem

porque vivemos eternamente em aprendizagem, o que ontem era bom para nós,

amanhã pode não ser mais necessário.

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REFERÊNCIAS

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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Ed Atlas, 2002. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Ed Atlas, 2008. LEITE, Paula A. R. L., LOTTI, Tereza Cristina C. Treinamento e desenvolvimento organizacional, uma ferramenta nas empresas atuais. Revista Científica Semana Acadêmica, Fortaleza, ano MMXIII, n 000042, p. 7, 01/11/2013. MOTTA, Paulo R. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. NEWSTRON, Jonh W. Comportamento Organizacional: O comportamento Humano no Trabalho. Porto Alegre: Bookman, 2011. PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. SANTOS, Marcel de Souza e Silva. Gestão da mudança organizacional: uma revisão teórica. 2014. 106 p. Dissertação (Mestrado) – Administração – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, RJ, Rio de Janeiro, 2014. SOARES, Helena T. M. Mudança organizacional e seus impactos no comportamento dos indivíduos em uma organização do terceiro setor. 2007. 168 p. Dissertação (Mestrado) – Administração – Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, MG, Pedro Leopoldo, 2007.

SOTO, Eduardo. Comportamento organizacional: o impacto das emoções. São Paulo: Thomson, 2002.

WATSON, G. Resistance to change. In: BENNIS, W. G. et al. The planning of change. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1969.

VIEIRA, E. F.; VIEIRA, M. M. F. Estrutura Organizacional e Gestão do Desempenho nas Universidades Federais Brasileiras. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 37, n.4, p. 899-920, 2003.

WOOD JR, Thomaz. Mudança organizacional e transformação da função recursos humanos. Revista da ESPM, v 1, n 2, Nov, 1994.

YIN, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

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APÊNDICE A – ENTREVISTA

- Por que a decisão de iniciar um processo de mudanças na empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Qual o histórico de fundação da organização?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Qual o objetivo da empresa atualmente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Quais os valores que norteiam as decisões da organização e o comportamento dos

colaboradores?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Quais foram as estratégias de inovação utilizadas na empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Qual a visão de futuro da empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Foi destinado treinamentos para a adaptação às mudanças?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

- Como os colaboradores enxergaram o processo de mudanças?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO COLABORADORES

Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade: ( ) 18 a 39 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) Acima de 50 anos

Setor: ___________________________________

A empresa passou por um recente processo de mudanças quanto ao software

utilizado e novos segmentos de vendas, aumentando o mix de produtos ofertados,

alterando o layout da loja. Perante essa informação:

Responda as questões abaixo considerando que:

1 = Discordo Totalmente 4 = Concordo

2 = Discordo 5 = Concordo Totalmente

3 = Nem concordo, nem discordo

1 2 3 4 5

Você se adapta facilmente à mudança?

O processo de mudança na organização ocorreu como planejado?

O processo de mudança correspondeu as suas expectativas?

Você consegue visualizar melhorias após o processo de mudança?

Você se adaptou ao processo de mudança?

Foi difícil se adaptar ao processo de mudança?

Os treinamentos e orientações realizados no período de mudanças

foram adequados e suficientes para as mudanças?

Se não se adaptou ao processo de mudanças, justifique resumidamente o motivo:

___________________________________________________________________

Se possui dificuldades com as mudanças na organização, justifique resumidamente:

___________________________________________________________________

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO CLIENTES

Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade: ( ) 18 a 39 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) Acima de 50 anos

Cliente desde: ___________________________________

A empresa passou por um recente processo de mudanças quanto ao aumento do

mix de produtos ofertados aderindo a novos segmentos de vendas, desse modo,

alterando o layout da loja. Perante essa informação:

Responda as questões abaixo considerando que:

1 = Discordo Totalmente 4 = Concordo

2 = Discordo 5 = Concordo Totalmente

3 = Nem concordo, nem discordo

1 2 3 4 5

Você se adapta facilmente à mudança?

As mudanças internas da loja foram positivas?

O novo layout da loja ficou melhor do que era?

O aumento de mix de produtos disponíveis na loja foi para melhor?

Os colaboradores responsáveis pelos setores conseguem corresponder às

suas dúvidas?

Há dificuldades em encontrar os produtos na loja?

Após as mudanças, o atendimento melhorou?

O processo de mudanças da loja correspondeu às suas expectativas?

A qualidade dos produtos e serviços da loja foi para melhor?

Sugestões sobre as recentes mudanças aplicadas na empresa:

___________________________________________________________________

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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO COLETA DE DADOS

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ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) participante:

Sou estudante do curso de Administração de Empresas da Fundação

Educacional do Município de Assis - FEMA. Estou realizando uma pesquisa sob

supervisão da professora orientadora Danielle Cristina Ferrarezi Barboza, cujo

objetivo é conhecer uma empresa com recente processo de mudança

organizacional.

Sua participação envolve responder a um questionário. Essa pesquisa não

oferece riscos e nem custos aos pesquisados e ficam preservados os direitos ao

sigilo quanto a sua identidade. Essa investigação tem propósitos acadêmicos e

científicos. Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será

mantida no mais rigoroso sigilo.

A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou

quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-

lo. Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará

contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de

conhecimento.

Atenciosamente,

______________________________

Daniele Vendramini Brutomesso

Pesquisadora

____________________________

Danielle Cristina Ferrarezi Barboza

Orientadora

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido todas as orientações

necessárias do conteúdo.

Data: _____/ _______. 2016.

Nome do participante Assinatura