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ESTUDOS DE DOSAGENS DE CONCRETO COMPACTADO A ROLO PARA A UHE XINGO Francisco Gladston Holanda (1) Oscar Machado Bandeira (2) Jose Edson Furtado de Mendonca (3) Lucas Suassuna Filho (3) (1) Promon Engenharia Ltda. (2) Hidroservice Engenharia Ltda. (3) CHESF - Cia. Hidro ElOtrica do Sao Francisco RESUMO Este trabalho apresenta o estudo de dosagens de concreto compactado a rolo da obra de Xingo, com destaque a duas etapas distintas de conducao dos estudos de definicao dos tragos de CCR. - Faso inicial em que os estudos foram elaborados no sentido do investigacao dos materials da obra quanto a use em mistura de CCR; - Numa segunda fase, ja executiva da obra, com base em uma pratica do CCR mais abrangente e em procedimentos do dosagens desenvolvidas com tecnologia brasileira. 1. INTRODUcAO 0 trabalho apresenta os estudos de dosagens de Con- creto Compactado a Rglo, para utilizadao em estruturas do Aproveitamento Hidreletrico de Xingo, desenvolvido nos Iaborat6rios da CHESF, desde 1985. A investigagao inicial constou de estudos experimentais no Laborat6rio da CHESF, em Itaparica, independente da alternativa que viesse a ser adotada para a Barragem de Xingo, pois se previa eventual utilizadao em algumas estruturas da Obra, ou mesmo em obras futuras da CHESF. Um programa experimental, com materials da regiao Xing6 - P. Afonso - Itaparica, deu inicio aos primeiros ensaios em laboratorio, independente da definicao dos materiais a serem utilizados na sua construgao, e tambom para conhecimento da tecnolo- gia pelo pessoal de laboratorio. Para tanto, optou-se, na ocasiao, pelo estudo de CCR corn alto teor de finos (cimento, pozolana e materials pulverulentos inertes). Com o inicio da construcao, o interesse pelo use do Concreto Compactado a Rolo em algumas estruturas do empreendimento foi determinante, tendo sido desen- volvido estudos no Laboratorio da CHESF na obra, ja com os materiais disponiveis para sua construCao. A partir de 1990, fase construtiva, com os materiais ja definidos para a construcao da hidrel6trica de Xing6, utilizando os agregados para o concreto convencional, foram iniciados os estudos em laboratorio, com a primeira aplicacao de CCR em uma pista experimental e, posteriormente, no macico galgavel a Jusante da Barragem de Enrocamento e nas Calhas direita e esquerda do Vertedouro. 0 volume de concreto Compactado a Rolo aplicado nas estruturas da UHE de Xingo, totaliza aproximadamente 100.000 m3. 2. FASE EXPERIMENTAL Essa fase se caracterizou pelos primeiros estudos de CCR em laboratorio da CHESF, e os primeiros contatos do pessoal envolvido em laboratorio com a nova tecno- logia. Nos estudos, optou-se pelo CCR com alto teor de finos, tendo sido dividido o programa de estudos nas seguin- tes fases: Etapa 01 Verificagao do desempenho das resistencias a com- pressao axial e diametral, de argamassas preparadas com aglomerantes compostos por cimento Portland comum a pozolona, com substituiCao de parte da pozolona por finos inertes. Etapa 02 Determinagao do calor de hidratacao do aglomerante composto por diferentes misturas de cimento Portland e pozolana. Etapa 03 Estudos de dosagens de CCR com determinagao de algumas propriedades. XX Seminario National de Grandes Barragens 261

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ESTUDOS DE DOSAGENS DE CONCRETO COMPACTADO

A ROLO PARA A UHE XINGO

Francisco Gladston Holanda (1)Oscar Machado Bandeira (2)

Jose Edson Furtado de Mendonca (3)Lucas Suassuna Filho (3)

(1) Promon Engenharia Ltda.(2) Hidroservice Engenharia Ltda.

(3) CHESF - Cia. Hidro ElOtrica do Sao Francisco

RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo de dosagens de concreto compactado a rolo da obra de Xingo,com destaque a duas etapas distintas de conducao dos estudos de definicao dos tragos de CCR.- Faso inicial em que os estudos foram elaborados no sentido do investigacao dos materials daobra quanto a use em mistura de CCR;- Numa segunda fase, ja executiva da obra, com base em uma pratica do CCR mais abrangente

e em procedimentos do dosagens desenvolvidas com tecnologia brasileira.

1. INTRODUcAO

0 trabalho apresenta os estudos de dosagens de Con-

creto Compactado a Rglo, para utilizadao em estruturas

do Aproveitamento Hidreletrico de Xingo, desenvolvidonos Iaborat6rios da CHESF, desde 1985.

A investigagao inicial constou de estudos experimentaisno Laborat6rio da CHESF, em Itaparica, independente

da alternativa que viesse a ser adotada para a Barragem

de Xingo, pois se previa eventual utilizadao em algumas

estruturas da Obra, ou mesmo em obras futuras da

CHESF. Um programa experimental, com materials da

regiao Xing6 - P. Afonso - Itaparica, deu inicio aos

primeiros ensaios em laboratorio, independente dadefinicao dos materiais a serem utilizados na sua

construgao, e tambom para conhecimento da tecnolo-

gia pelo pessoal de laboratorio.

Para tanto, optou-se, na ocasiao, pelo estudo de CCRcorn alto teor de finos (cimento, pozolana e materials

pulverulentos inertes).

Com o inicio da construcao, o interesse pelo use doConcreto Compactado a Rolo em algumas estruturasdo empreendimento foi determinante, tendo sido desen-volvido estudos no Laboratorio da CHESF na obra, jacom os materiais disponiveis para sua construCao.

A partir de 1990, fase construtiva, com os materiais jadefinidos para a construcao da hidrel6trica de Xing6,

utilizando os agregados para o concreto convencional,

foram iniciados os estudos em laboratorio, com a

primeira aplicacao de CCR em uma pista experimental

e, posteriormente, no macico galgavel a Jusante da

Barragem de Enrocamento e nas Calhas direita eesquerda do Vertedouro.

0 volume de concreto Compactado a Rolo aplicado nasestruturas da UHE de Xingo, totaliza aproximadamente100.000 m3.

2. FASE EXPERIMENTAL

Essa fase se caracterizou pelos primeiros estudos deCCR em laboratorio da CHESF, e os primeiros contatosdo pessoal envolvido em laboratorio com a nova tecno-logia.

Nos estudos, optou-se pelo CCR com alto teor de finos,tendo sido dividido o programa de estudos nas seguin-tes fases:

Etapa 01

Verificagao do desempenho das resistencias a com-

pressao axial e diametral, de argamassas preparadascom aglomerantes compostos por cimento Portland

comum a pozolona, com substituiCao de parte dapozolona por finos inertes.

Etapa 02

Determinagao do calor de hidratacao do aglomerantecomposto por diferentes misturas de cimento Portland

e pozolana.

Etapa 03

Estudos de dosagens de CCR com determinagao de

algumas propriedades.

XX Seminario National de Grandes Barragens 261

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2.1 Verificagao do Desempenho da ResistenciaA Comprenssao Axial em Argamassas

Estes ensaios permitem verificar a atividade Pozolona-- Cimento, em argamassas de tracos em peso de 1:3

(cimento + pozolona + finos inertes : areia), com relacaoAgua : finos total = 0,48. Na tabela 02 e Grafico 01,registram-se os valores da evolucao da resistencia acompreenssao axial ate a idade de 180 dias.

Pelos resultados obtidos, ate a idade de 28 dias,

qualquer quantidade de pozolona substituida por mate-

rial fino inerte, acarreta queda de resistencia da ar-gamassa. No entanto, os rendimentos dos diversos

aglomerantes sao constantes desde a relacao decimento: pozolona de 64:36 ate 36:64, sendo que aproporg&o de 30:70 o rendimento decresce apbs aidade de 28 dias.

As proporcoes de cimento: pozolona para cada teor,foram as seguintes:

POZOLONA %INERTE CIM .: POZOL

0 70 100:0

17,5 52,5 64:3635 35 50:50

52,5 17,5 36:6470 0 30 70

2.2 Determinagao do calor de hidratagao doaglomerante

A fim de avaliar a eficiencia da pozolona, em cadamistura, foi determinado o calor de hidratagAo variando

o percentual de pozolona em volume sblido de 0 a 80%,conforme Tabela 1, obtendo-se os valores constantesdo Grafico 02,

TABELA 1 - CALOR DE HIDRATACAO DOSAGLOMERANTES

AGLOME-RANTE

AGLOMERANTEEM VOLUME (%)

CALOR HIDRATACAO calg

Cim. Poz . 03 dias 07 dias 28 dias

01 100 0 87 91 100

02 80 20 75 85 88

03 60 40 63 68 76

04 40 60 44 58 73

05 30 70 30 43 57

06 20 80 18 30 52

2.3.1 Materiais Empregados

A) CimentoEmpregou-se nos ensaios cimento Portland CP-32,

proveniente de partida recebida do Canteiro de Obrasde Itaparica, no ano de 1986, tendo sido obtidos osresultados contidos na Tabela 03.

TABELA 03 - ENSAIOS FISICOS DO CIMENTO

PROPRIEDADE RESULTADO

Massa Especifica 3,13 g/cm3Finura na Peneira n° 325 6.8%Finura Blaine 376 m2/KgAgua de consistencia da pasta 26,8 %Tempo de inicio de pega 02:43 h

B) Pozolana

TABELA 04 - ENSAIOS FISICOS DA POZOLANA

PROPRIEDADE RESULTADO

Massa Especifica 2,67 g/cm3Finura na Peneira n4 325 11,6%Finura Blaine 980m m2/KgAgua de consistencia da pastacom 20% de pozolona 28,3%Agua requerida 106%Umidade da amostra 0,2%

C) Agregado MiOdo

Inicialmente, previu-se o emprego de areia do leito dorio Sao Francisco, colhida entre os eixos de Xingb e Paode Acucar. Como nao foi possivel, na epoca, a extracaodessa areia, foi utilizada mistura das areias das areas..J" e "L" de Itaparica, de forma a enquadrar -se na faixagranulometrica correspondente.

Foram testadas misturas nas proporcoes (70% areia "L"+ 30% areia "J"), (50% areia "L" + 50% areia "J") e (30%areia "L" + 70% areia "J") obtendo-se curvasgranulometricas que constam dos Graficos 03 e 04.

No referido grafico, apresenta- se a granulometria daareia presente nas proximidades de Pao-de-Acucar(areia padrao).

Na Tabela 05, registram-se os modulos de finura das

areias estudadas e na Tabela 06, as caracteristicas da

areia adotada para ensaio.

TABELA 2 - EVOLUCAO DA RESISTENCIA A COMPRESSAO

MISTURA COMP DE FINOS (% EM PESO ) RESISTENCIA A COMPRESSAO (Mpa)

NQCIM. POZOL F. INERTES 03 D 07 D . 14 D. 28 D . 90 D. 180 D.

01 30 - 70 0,85 1,0 2,1 3,2 6,0 8,0

02 30 17,5 52,5 1,6 3,2 5,0 5,9 10,1 11,1

03 30 35 35 3,0 4,2 6,7 7,4 12,5 14,9

04 0 52,5 17,5 3,7 6,4 8,7 10,7 16,3 19,2

05 30 70,5 - 4,3 6,4 10,2 13,3 15,0 17,4

262 XX Seminario National de Grandes Barragens

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20

Is.

0

W

IL 12X50

.a 4

^3

2z

w 4

_2

03 7 14 26 90 I60

IDADE (DIA S) -LOG

GRAFICO 1 - EVOLUCAO DA RESISTENCIA A COMPRESSAO AXIAL

100

so

AGLOM 1(%C)

AGLOM 3 (60%C • 40 %P)

70

0 AGLOM 4 (40%C+60%N)0

0•a 60

Q

AGLOM.0(30%C4 70%F)

0O

x 50

W0

a AGLOM 6(20%C^80°{rP),0- 40a

30

20

i )I26 IDADE

(DIAS)

GRAFICO 2 - CALOR DE HIDRATAQAO DOS AGLOMERANTES

XX Seminerio Nacional de GrandesBarrens 263

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TABELA 05 - MODULO DE FINURA DAS AREAS

AREIA MODULO DE FINURA

Areia L 3,04Areia J 2,41Areia 70% L + 30% J 2,83Areia 50% L + 50% J 2,79Areia 30% L + 70% J 2,60

2,90 max.

Areia padrfio 2 ,45 med.

2,00 min.

TABELA 06 - CARACTERISTICAS DA AREIAADOTADA PARA ENSA10

PROPRIEDADES RESULTADOS

• Peso Unitario Sotto 1,60 g/cm3Massa Especifica 2,65 g/cm3Absorcao 0,2%

- Modulo de finura 2,41

D) AGREGADO GRAUDO

A brita empregada de diametro maximo = 38mm, deorigem granito - gnaissica, teve sua granulometria com-posta de duas fracoes . As demais propriedades cons-tam da tabela 7.

TABELA 07 - CARACTERISTICAS DA BRITAADOTADA PARA ENSA10

PROPRIEDADESRESULTADOS

BRITA 19mm BRITA 38MM

Massa especifica 2,62 2,65Absorrao 0,50 0,30Abrasao"Los Angeles" % 13,90 13,70Modulo de finura 6,53 7,80

0100

L - 10 90 AR EIA "J" /

20

- 304 70

N 402

/""

AEU PAUMVJAREIA L

50 W

50

60 40

70 30 -- --

20 so

- / - 90 10

100 0

0p75 0,1 0,15 0,3 046 1,01,2 2 ,4 4,6 10

10

4- - 20oo

30

ARIA PA 70 L ♦3O J

4050%L+50 J

50_

30 Lt70 J60

.70

s0

90I e^ LLd10

0,075 0,1 0.15 0,3 0,

GRAFICO 3GRANULOMETRIADAS AREIAS "L"

e "J" DEITAPARICA

GRAFICO 4GRANULOMETRIA

DAS AREIASCOMPOSTAS

264 XX SeminArio Nacional de Grandes Barragens

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100

i BRITA 1 1

(ESPECIFICADA 30 TO

60 40 BRITA 1 BRITA

50 -(EMPREGAOA ) ZSPECIFIC1DA

F) 50

40 -

T60

RITA 2

-

/

(EMPREGADA)70 30

20 80

90 10 -

0 100 0,3 0,6 1,0 1,2 2,4 4,8 9,51 12¢ 19 25 38 100

2.3.2 Dosagem dos agregados

A dosagem dos agregados foi feita atraves do maximopeso unitario compactado do agregado em mesa vibra-t6ria. 0 ensaio foi realizado em duas etapas, na primeirao agregado graudo otimizando a mistura entre as britas1 e 2.

A partir da proporrao de maximo peso unitario compac-tado, inclusive a areia, dosando-se a composicao totaldos agregados.

2.3.2.1 Dosagem do agregado graudo

A composicao do agregado graudo - melhor mistura deBrita 1 e Brita 2 - foi determinada em um recipientecilindrico de 30,0 litros, posicionado em uma mesavibrat6ria de 2.900 r.p.m., durante 1 minuto, preenchidoem tras camadas de alturas aproximadamente iguais.

2,15 -

2,10-

1,85 -

1,80-

1,75-

1,65

1,70

GRAFICO 5GRANULOMETRIADAS BRITAS 1 E 2.

Os resultados obtidos constam da tabela 8 abaixoTABELA 08 - PESO UNITARIO COMPACTADO

DO AGREGADO GRAUDO

MISTURABRIITA 1 BRIITA 2

PESO UNITARIO (g/cm)

01 - 100 1,57302 35 65 1,62303 40 60 1,62904 45 55 1,62605 50 50 1,65206 55 45 1,66907 60 40 1,65608 65 35 1,64609 100 - 1,573

O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

I TEOR EM MASSA DE ARE IA (%)

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 O

TEOR EM MASSA DE BRITA ( 55%bl+45 % b2) (%)

GRAFICO 6 - DOSAGEM DO AGREGADO MIUDO

XX SeminArio Nacional de Grandes Barragans 265

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Adotando-se o mesmo procedimento de ensaio do

agregado graudo, com relacao 55:45 (Brita 1 : Brita 2),determina-se a quantidade do areia qua maximizasse opeso unitario compactado total, conforme Tabela 9 egrafico 6.

TABELA 09 - PESO UNITARIO COMPACTADO DOAGREGADO TOTAL

MISTURA % AREIA % BRITA 1 % BRITA 2PESO

UNITARIO(glcm)

00 - 55 45 1,66901 35 35,75 29,25 2,08902 37 34,65 28,35 2,09603 40 33 27 2,10304 42 31,9 26,1 2,09305 45 30,3 24,75 2,07306 47 29,15 23,85 2,083

07 50 27,5 22,5 2,03308 55 24,75 20,25 2,04309 100 - 1,831

0 major peso unitario compactado obtido foi 2,103g/cm3, e com base nestes resultados, adotou-se, parao trago basico do CCR, a proporg5o de agregados4,0:3,3:2,7 (areia : Brita 1 : Brita 2).

2.3.3. Dosagem de CCR

Adotando-se o trago basico de agregados 4,0 : 3,3 : 2,7,procedeu-se a definicao dos tracos A, B e C, conforme

Tabela 10.

Os estudos incluiram a moldagem e a ruptura de corposde prova com tres diferentet tragos de concreto roladode alto consurno de pozolana.

TABELA 10 - COMPOSIQAO DOS TRAqOSESTUDADOS

MATERIALCONSUMO ( Kg/m3)

TRAC;O A TRA90 B TRACrO C

- Cimento 46 62 78

- Pozolona 119 158 197

- Areia 887 835 783

- Brita 1 683 683 683

- Brita 2 563 563 563

-Agua 124 124 124

2.3.4 moldagem dos corpos

Com cada um dos tragos, foram moldados 27 corpos de

prova cilindricos de 15 x 30 cm, 2 corpos da prova para

ensaio de aderencia de junta.

Os corpos de prova foram submetidos aos ensaios

mecanicos nas idades de 07, 28, 90 e 180 dias, a

compressao axial, tracao por compressao diametral e

modulo do elasticidade.

A moldagem dos corpos de prova cilindricos, obedeceu

aos seguintes procedimentos:

• Atraves de um prolongador metalico, aumentou-sea altura do molds em 6 cm:

• Preencheu-se o molde ate a altura de 20 cm, coma

mesa vibratoria ligada;

• Sobre a superficie de concreto, posicionou-se umpeso cilindrico de 12 cm de diametro a 30 Kg demassa, durante 90 segundos com a mesa vibratoriaacionada;

• Retirou-se o prolongador do molde, procedendo-seao acabamento da superficie.

Para os corpos de prova prismaticos, o preenchimentofoi feito em 3 camadas de 8 cm de altura, adensando

na mesa vibratoria por 90 segundos, colocando-se um

peso de 60 Kg sobre tabuas.

2.3.5 Caracteristicas dos tragos estudados

TABELA 11 - RELAQOES PRINCIPALS DOSTRAQOSESTUDADOS

EM PESOPROPRIEDADES

TRA9O A TRA9O B TRA9O C

Teor de pozolona 72 72 72no aglomerante %

Relacao agua/ci- 0,75 0,56 0,45mania + pozolonaTeor de pasta % 11,9 14,2 16,4

Relacao pasta/ 0,25 0 , 29 0,34

argamassa

Consumo deaglomerante

165Kg/m3

220Kg /m3

275Kg/m3

2.3.6 Densidade

Calculou-se o grau de compactag5o, pela expressao:

GC=

Peso do molde-taxaVolume do molde

Densidade teorica

A densidade foi determinada, para cada trago, em 3corpos de prova de 15 x 30 cm, conforme quadro abaixo:

TRAC,ODENSIDADE

TEORICA ( t/m)

DENSID. PELOCORPO DE PROVA

GC%

(T/m3

A 2,44 2,29 94,0

B 2,45 2,40 98,0

C 2,45 2,44 99,5

2.3.7 Resistancia a compressao axial e diametral

A tabela 12 apresenta os resultados de ruptura a

compressao axial e a tracao por compressao diametraldos corpos de prova moldados com os tracos A, B e C.

266 XX Seminerio Nacional de Grandes Barragens

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TABELA 12 - RESISTENCIA A COMPRESSAO AXIAL E A TRACAO POR COMPRESSAO DIAMETRAL.

PARAMETROS IDADE

(dias )TRA9O A

( MPa)

TRA90 B

(MPa)

TRA9O C

(MPa)

ii te07 5,7 10,4 16,2

Res nc as

a28 7,5 13,6 21,7

Compres-

a i l90 10,1 16,3 23,0

o Axs a180 11,5 17,2 26,2

Resistencia 07 0,75 1,08 1,4

a Trapao por 28 0,81 1,16 2,5

Compressao 90 1,10 1,74 2,5

Diametral 180 1,37 1,83 2,7

3. FASE CONSTRUTIVA

Os primeiros estudos desenvolvidos para o ConcretoCompactado a Rolo, na fase experimental, foramdirigidos para o concreto com caracteristicas de alto teorde materiais cimentfcios.

No entanto, como se sabe, as pozolonas no Nordestetern o seu prego posto na obra praticamente igual aoprego do cimento, tornando-se um material pouco com-petitivo, por conseguinte a procura por outros materiaisalternativos se torna preponderante.

Na fase construtiva, ora em andamento, procurou-seempregar os materiais disponiveis para seremutilizados nos concretos convencionais da obra, dirigin-do o estudo para concretos pobres em aglomerantes.

3.1 Materiais Utilizados

Perda ao Fogo % 3,5

Residuo Insoluvel - % 1,4

Si 02 22,0

Fe03 1,63

A1203 4,40

CaO 63,0

MgO 0,60

SO3 1.70

Na2O 0.03

K20 0,61

Equivalente Alcalino 0,43

C3S 53,0

C2S 23,0

C3A 9,1

C4AF 5,1

3.1.1 Aglomerantes

Como aglomerantes, foram utilizados Cimento Atol dotipo CP-32 e Pozolona Poly, de Argila Calcinada,materiais esses normalmente empregados nos outrosconcretos da Obra.

As principais caracteristicas media dos aglomerantessao:

CIMENTO ATOL

Porcentagem retida na # 200 2,84

Finura Blaine - cm2/g 3.070

Massa Especifica - g/cm3 - 3,12

Tempo de Inicio de Pega - min. 144

Resistencia a Compressao (MPa)

Aos 03 dias 20,1

Aos 07 dias 26,4Aos 28 dias 37,1

Calor de Hidratacao - cal/g

Aos 03 dias 65,0Aos 07 dias 76.0

POZOLONA POTY

Finura Blaine - cm2/g 10.000

Massa especifica - g/cm3 2,65Teor de Agua Requerida - % 106

Atividade Pozolanica com cal-MPa 10,0

Atividade Pozolanica com cimento-% 100,4

Reducao da Expansao 82,0

Perda ao fogo % 7,5

SiO2 52,0

Fe203 5,00

MgO 2,3

SO3 1,4

3.1.2 Agregados graudo e miudo

Como agregado miudo, foram utilizadas areias natural

do riacho Corituba, artificial - produzida pelo sistema de

britagern da Obra, e areia fina de ocorrencia na area da

futura subestacao e ao longo das margens do rio Sao

Francisco.

XX Seminerio National de Grandes Barragens _ 267

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TABELA 13 - GRANULOMETRIA DOS AGREGADOSPENEIRA

(mn)

BRITA 3

(64 nm)

BRITA 2

(38mn )

BRITA 1

( 19nm)

AREIA NAT .

(CURITUBA )

AREIA ART.

( BRITAGEM )

AREIA FINA

( SUBESTA^AO)

64 100

50 76 -

38 31 100 - - - -

25 0 62 -

19 - 25 100 - - -

12,5 - 0 63 - -

9,5 - I - 37 - - -

4.8 - - 4 99 99 -

2,4 - - - 93 74 -

1,2 - I - - 73 51 -

0,6 - - - 32 29 97

0,3 - - - 10 14 84

0,15 - - - 2 4 37

0,075 - - - 0 0 12

MODULO - - - -

DE FINU-

RA 8,69 7,75 6,59 2,91 3,29 0,82

Os agregados graudos foram obtidos na central debritagem da Obra, e sendo compostos de britas 1, 2, 3,diametros maximos iguais a 19 mm, 38 mm e 64 mm,respectivamente.

A Tabela 13 mostra a granulometria dos materials

empregados nesta fase de dosagens.

3.2 Determinacao do Traco Piloto de CCR

Foram efetuadas misturas experimentais com os mate-

riais disponiveis, fixando o consumo de aglomerante,em torno de 100 Kg/m3 de CCR.

Algumas misturas nao apresentaram remoldagem,mesmo com o aumento do teor da agua unitaria, prin-cipalmente corn a utilizacao de areias grossas em suacomposigao.

Com a introducao de areia fina , com modulo de finura=0,82, o comportamento do concreto melhorou sen-sivelmente passando a apresentar remoldagem VEBE,ou seja, areias grossas para CC R devern ser misturadascom materiais finos de modo a assegurar uma boatrabalhabilidade e com reduzido indice de vazios.

O grafico 07 e a tabela 14. apresentam as primeirasmisturas de CCR.

GRAFICO 7 - UMIDADE X TEMPO

VEBE DAS MISTURAS

268 XX Seminerio Naciona/ de Grandee Barragens

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TABELA 14 - MISTURAS DE CCR ESTUDADOS

TRACO COMP DE FINDS (% EM PESO ) RESISTENCIA A COMPRESSAO (MPa) Pt Pp ht hp VESE

M d

GO

CIM. POZOL . AREIA

CURITUBA

AREIA

SUBESTAC

BRITA 1 BRITA 2 BRITA 3 AGUA ( kg/m) (Kg/m) (X) (X)

o .

(seg) (X)

A 80 25 590 252 580 400 356 150 2433 2350 8,9 11,1 3 96,6

B 80 25 596 255 585 405 361 140 2448 2371 8,3 8,3 6 96,6

C 80 25 605 259 594 412 364 130 2469 2450 7,7 7,5 11 99,2

0 80 25 612 261----

601

-------

416

--------

370

----

120

-------

2485 2400 7.1 7,3 13 96,6

E 80 25 620 264 608 420 375 110 2502 2447 6,4 6,0 60 97,8

3.3 Segunda Etapa de Ensaios• Venticacao de misturas de CCR corn composicao de

Nesta segunda etapa, os principais objetivos foram: areias naturais do Corituba e da area da futura

• Caracterizacao de misturas com indice de traba- subestacao, a base de 50% (em peso) de cada.

Ihabilidade VeB6 na faixa de 15 a 30 seg.; Os resultados de ensaios constam da Tabela 15.

TABELA 15 - COMPOSICAO DAS MISTURAS DE CCR

3

MATERIALS - ( kg/m ) t^IPt

` J̀J

Pp ht hp VEBE

M d

GO

CIM. POZOL . AREIA

CURITUBA

AREIA

SUBESTAt

BRITA 1 BRITA 2 BRITA 3 AGUA

3

(kg/m)

3

Kg/m (X) (X)

o .

(seg) (X)

F 80 25 . 601 258 593 411 365 123 2456 - - - 20 -

N 80 25 607 260 593 411 365 115 2456 - - - 60 -

80 25 700 300 530 366 325 130 2456 2398 7 ,4 7,1 17 97.6

J 80 25 500 500 530 366 325 130 2456 2402 7.4 7,9 26 93,5

L 80 25 430 430 590 408 362 130 2456 2445 7,7 7,9 15 99,6

1 80 25 605 259 592 410 362 130 2469 2450 7,7 7,5 11 99,2

II 80 25 430 430 592 410 362 130 2456 2445 7,7 7,9 15 99,6

111 50 15 500 500 547 379 334 130 2456 2383 7,5 7,8 21 97.3

IV 100 30 420 420 592 410 362 130 2456 2418 7.7 8,1 11 98.7

onde ; YPT= densidade te6rica

pp= densidade pratica

ht= unidade te6rica

hp= unidade pratica

GC= grau do compactacao

XX Seminario Nacional de Grandes Barrag ene 269

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3.3.1 Interpretagao dos resultados obtidos

a) Agua de amassamento x indice VeBe modificado

GRAFICO 8 - INDICE VEBE MODIFICADO (SEG)

10 20 00

i

GRAFICO 9 - UMIDADE PRATICA (%)

00

a

10 10

No grafico 8, estao representados todos os pares deagua de amassamento (Kg/m3) e fndice de traba-Ihabilidade VeBe (seg.) para as misturas constantes dasTabelas 15.

Para o fndice VeBe referencial de 15 seg., a agua obma

de mistura resulta igual a 128 +/- 3 Kg/m3.

Na pratica corn a acao de compactacao do rolo, o fndiceVeBe ideal foi ajustado para um valor seguro, fora da

zona de "borrachudo" da camada.

b) Grau de compactacao x umidade pratica

Observa-se que em torno do valor de 8% da umidadepratica (hp), concentram-se os valores mais elevadosdo grau de compactacao (GC), conforme mostra oGrafico 09.

De modo geral, todos os resultados de GC, resultaramsuperiores ao minimo de 96%, conforme especificado.

is

00

8 9

C) UMIDADE TEbRICA (ht) X UMIDADE PRATICA(hp)

Esta representarao grafica, indica a existencia de umaotma correlacao entre a umidade teorica (ht) obtidaanaliticamente e a umidade pratica (hp), esta Gltimadeterminada sob a forma de umidade do material quepassa na malha de 19mm

4. AGRADECIMENTOS

A Companhia Hidro Eletrica do Sao Francisco - CHESF,

Promon Engenharia Ltda. e Hidroservice EngenhariaLtda pela autorizacao da publicacao deste trabalho e a

todos os profissionais envolvidos nos estudos.

GRAFICO 10 - UMIDADE PRATICA (h)

270 XX Seminario Nacional de Grandes Barragens