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A S S E M B L E I A M U N I C I P A L D E G O U V E I A
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ATA N.º 5/2011
------- Aos vinte e dois dias do mês de dezembro do ano de dois mil e onze,
nesta cidade de Gouveia, edifício dos Paços do Concelho e Salão Nobre, pelas
dezoito horas, reuniu em 5.ª Sessão Ordinária a Assembleia Municipal de
Gouveia, com o objetivo de dar cumprimento à respetiva Ordem de
Trabalhos. --------------------------------------------------------------------------------
I – PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA”
a) Apreciação e votação da Ata da 4.ª Reunião da Assembleia Municipal
de 29 de setembro de 2011.
b) Informações e leitura resumida do Expediente.
c) Inscrição de membros da Assembleia que pretendam intervir.
d) Direito de resposta do Presidente da Câmara ou de quem o substitua.
II – PERÍODO DE “ORDEM DO DIA”
Ponto 1 - Discussão e Votação da Proposta de Delegação de
Competências nas Juntas de Freguesia, ao abrigo do n.º 2 do
artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro,
no âmbito de “Conservação e limpeza de valetas, bermas, ruas
e passeios (alínea a) e b) do n.º 2 do art.º 66.º)”;
Ponto 2 - Discussão e Votação da Proposta de Delegação de
Competências nas Juntas de Freguesia, ao abrigo do n.º 2 do
artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro,
no âmbito de “Aquecimento, conservação e reparação de
Estabelecimentos de Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e da
Educação Pré-escolar (alínea g) do n.º 2 do art.º 66.º);
Ponto 3 - Discussão e Votação da Proposta de Contratação do Revisor
Oficial de Contas do Município de Gouveia;
Ponto 4 - Discussão e Votação da Proposta de Contrato Programa a
celebrar entre o Município de Gouveia e a DLCG - Desporto,
Lazer e Cultura de Gouveia, EEM, para o ano de 2012;
Ponto 5 - Discussão e Votação da Proposta de Alteração à Tabela de
Taxas, Tarifas e demais Receitas do Município de Gouveia
para o ano de 2012;
Ponto 6 - Discussão e Votação da Proposta de Contratação de um
Empréstimo de Curto Prazo de valor até 831.131,00 Euros;
Ponto 7 - Discussão e Votação da Alteração à Proposta de 13 de junho de
2011 de Contratação de um Empréstimo de Médio e Longo
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III - PERÍODO DE INTERVENÇÃO DO PÚBLICO
------- Procedeu-se à chamada dos Membros da Assembleia Municipal, tendo-
se verificado as seguintes presenças: Rogério Marques de Figueiredo
(PPD/PSD), Isabel Maria Ribeiro Saraiva Valente (PS), Ricardo Humberto
Cruz de Jesus Correia (PPD/PSD), Raquel Santos e Silva (PS), Ângela Maria
Abreu Mendes da Silva (PPD/PSD), Pedro Jorge Cardoso de Carvalho (PS),
Álvaro Cabral Prata Belo (PPD/PSD), Joana Mota da Silva (PS), Arminda
Isabel Carvalho do Nascimento Rebelo (PPD/PSD), António José Ferreira
Machado (PPD/PSD), Pedro Nuno Dias da Costa Simões (PS), Luís Filipe
Almeida Gonçalves (PPD/PSD), José António Rodrigues Manta (PS),
Anabela Machado Marcelino Almeida (PPD/PSD), Pedro Filipe Martins
Duarte (PS), João Tiago Tenreiro Costa Ferrão (PPD/PSD), Fernanda Maria
Silva Bernardo (CDU), Jorge Abrantes Cardoso Ferreira (PPD/PSD), Pedro
José Maltez Amaral (PS), Ana Raquel Pereira Salvador (PPD/PSD), Armindo
Correia Bezerra (PS), Ana Isabel Oliveira Martins Cardoso (PPD/PSD), Ana
Cristina Dias Oliveira (PS) e os Senhores Presidentes das Freguesias de
Aldeias, Arcozelo da Serra, Cativelos, Figueiró da Serra, Folgosinho, Freixo
da Serra, Lagarinhos, Mangualde da Serra, Melo, Moimenta da Serra, Nabais,
Nespereira, Paços da Serra, Ribamondego, Rio Torto, São Julião, São Paio,
São Pedro, Vila Cortês da Serra, Vila Franca da Serra, Vila Nova de Tazem e
Vinhó. -------------------------------------------------------------------------------------
------- Solicitaram os membros da Assembleia, Ruben Lopes Figueiredo (PS),
Joana Catarina Garrido Ferreira (PS) e Fernando António Brito Gonçalves
(PPD/PSD), ao abrigo do n.º 1 do artigo 78.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com a redação introduzida pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro,
as respetivas substituições, cabendo as mesmas a Pedro Filipe Martins Duarte
(PS), Pedro Nuno Dias da Costa Simões (PS) e Luís Filipe Almeida
Gonçalves (PPD/PSD). -----------------------------------------------------------------
I – PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA”
Prazo, no valor de 389.042,00 Euros, no sentido da
Modificação do Mutuante (IFDR);
Ponto 8 - Discussão e Votação da Proposta de Orçamento e Grandes
Opções do Plano da Câmara Municipal de Gouveia para o ano
de 2012;
Ponto 9 - Discussão e Votação da Moção “Aumento das Taxas
Moderadoras”, apresentada pela Bancada Municipal da CDU;
Ponto 10 - Informações das Atividades do Senhor Presidente e Situação
Financeira a 15/12/2011.
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------- Considerando que a Assembleia reunia o número legal suficiente para
deliberar, o Senhor Presidente da Mesa declarou aberta a sessão aproveitando
para desejar um feliz Natal e um bom ano a todos os presentes.------------------
a) Apreciação e votação da Ata da 4.ª Reunião da Assembleia
Municipal de 29 de setembro de 2011
------- O Senhor Presidente da Mesa colocou à consideração a Ata n.º 4/2011
de 29 de setembro que, depois de introduzida a intervenção da Senhora
Deputada Isabel Valente (PS), que por lapso não foi transcrita, foi a mesma
aprovada, por maioria, com as abstenções dos membros da Assembleia,
Ricardo Humberto Cruz de Jesus Correia (PPD/PSD) e Pedro Nuno Dias da
Costa Simões (PS) por não terem estado presentes na respetiva reunião. -----
b) Informações e leitura resumida do Expediente
------- O 1.º Secretário da Mesa, Anabela Machado Marcelino Almeida
(PPD/PSD), deu conta da correspondência recebida, desde a efetivação da
última reunião da Assembleia Municipal e que a seguir se discrimina: ------
i) Fernando Brito:- Justificação de Falta à sessão de 29/06/2011 e
pedido de substituição;
ii) Município de Seia:- Envio de Moção sobre os IC’s 6, 7 e 37
aprovada por unanimidade na sessão de 26/09/2011;
iii) Município de Oliveira do Hospital:- Envio de Moção sobre os
IC’s 6, 7 e 37 aprovada por unanimidade na sessão de 30/09/2011;
iv) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Envio de
convocatória para a reunião do Conselho Municipal de Educação, que
se realizou no dia 2 de novembro de 2011;
v) Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro:- Nos termos
regimentais, apresenta um Requerimento para a entrega de
documentação relativa à Escola do 1.º CEB de São Pedro e ao seu
anunciado encerramento;
vi) STAL:- Envio de Petição sobre “Não à redução de Autarquias e de
trabalhadores”;
vii) Associação Nacional de Municípios Portugueses:-Informa acerca
da aprovação da Resolução sobre a Proposta de Lei do Orçamento de
Estado para 2012;
viii) Presidência do Conselho de Ministros:- Carta relativa à
reorganização administrativa do Território português – Livro Verde Da
Administração Local;
ix) Sociedade Musical Gouveense Pedro Amaral Botto Machado:-
Envio de convite para estar presente no convívio do Centenário desta
Coletividade;
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x) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Envio da ordem
de trabalhos para a reunião do Conselho Municipal de Educação, que se
realizou no dia 2 de novembro de 2011;
xi) Associação Nacional de Municípios Portugueses:-Informa que se
encontram disponibilizados os documentos aprovado pelo Conselho
Geral da ANMP relativos à Proposta de Lei do Orçamento de Estado
para 2012;
xii) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Solicita a
apresentação de proposta de inscrição de dotações no Orçamento
Municipal, referente ao pagamento das senhas de presença, ajudas de
custo e subsídios de transporte dos membros da assembleia, bem como
para a aquisição dos bens e serviços correntes necessários ao seu
funcionamento e representação;
xiii) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Envio de
documentação relativa ao Requerimento efetuado pelo Senhor
Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro;
xiv) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Envio de
documentação relativa ao Requerimento efetuado pela Senhora
Deputada Municipal Ana Cristina Oliveira;
xv) Ruben Lopes Figueiredo:- Justificação de Falta e pedido de
substituição;
xvi) Joana Catarina Garrido Ferreira:- Justificação de Falta e pedido
de substituição;
xvii) Pedro Filipe Martins Duarte:- Confirma a sua disponibilidade
para fazer a substituição do membro da Assembleia Joana Catarina
Garrido Ferreira na próxima sessão;
xviii) IGAL:- Informa que foi remetido ao Presidente da Câmara
Municipal de Gouveia o resultado da ação inspetiva ao Município de
Gouveia;
xix) Presidente da Câmara Municipal de Gouveia:- Apresenta as
propostas para a ordem de trabalhos da próxima sessão da Assembleia
Municipal;
c) Inscrição de membros da Assembleia que pretendam intervir
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de
Nespereira referindo que, depois de uma intervenção que teve, numa
Assembleia, pediu uma reunião ao Senhor Presidente da Câmara. Na última
Assembleia não interveio, visto que tinha tido essa reunião com o Senhor
Presidente e achava que teria já colocado todos os problemas de Nespereira,
pelo que considerou que não seria oportuno. Mas, depois de todos os
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assuntos, que a Junta de Freguesia apresentou ao Senhor Presidente da
Câmara, há um assunto que foi obrigado a oficiar à Câmara Municipal de
Gouveia, relacionado com o Poço do Senhor dos Aflitos.-------------------------
É verdade que, há muitos anos, em Nespereira, a água começou a dar prejuízo
e foi entregue à Câmara Municipal de Gouveia, para ser esta a geri-la.----------
É verdade que, depois dessa entrega à Câmara Municipal de Gouveia, em
pouco tempo, os preços da água, em Nespereira, quadruplicaram, pelo que,
assim é muito fácil dar lucro. A Junta de Freguesia de Nespereira, naquela
altura, cedeu, sem escritura, a gestão do Poço do Senhor dos Aflitos, para a
Câmara. Como entramos na empresa Águas do Zêzere e Côa e como o Poço
está desativado, a população achou por bem pedir à Junta de Freguesia a sua
utilização, visto que se realizam lá as Festas do Senhor dos Aflitos e havia
necessidade de um pequeno bar. A Junta, por sua vez, solicitou à Câmara
Municipal, para lhes dar o Poço do Senhor dos Aflitos. Como tinha falado
com o Senhor Presidente e nada lhe tinha sido dito a respeito, escreveu uma
carta à Câmara Municipal de Gouveia a perguntar em que ponto se estava em
relação a esse assunto. Para surpresa da Junta de Freguesia a Câmara
respondeu a dizer que não podia ceder o Poço para a administração da Junta
de Freguesia, uma vez que o bem era de utilidade pública, a partir de 1973.
Pergunta se o bem passou para a Câmara, em 1990, como é que em 1973 já
era de utilidade pública. Era da Câmara Municipal quando a água era gerida
pela Junta de Freguesia de Nespereira e agora passa a bem de utilidade
pública. Nenhuma indemnização foi dada à Junta, mas agora a Câmara
Municipal nega-lhes a gestão do bem.------------------------------------------------
É claro que, não se iria destruir aquela infraestrutura, pois iria lá ficar na
mesma, mas tão só, para uma eventualidade, no futuro, se a água faltasse,
pudesse haver alternativas e água a circular nas torneiras.-------------------------
É também verdade que a Câmara Municipal de Gouveia já deixou que o bem
entrasse em degradação completa, nunca pensando que aquilo poderia vir a
ser entregue à Junta que faz a limpeza todos os anos ao recinto. A Câmara
nunca lá fez rigorosamente nada, deixou que o Poço estivesse quase a cair.
Daí a nossa surpresa, porquanto afinal aquilo pertence à Câmara Municipal de
Gouveia. ----------------------------------------------------------------------------------
O Senhor Presidente da Câmara dizia numa das sessões anteriores que “não é
com vinagre que se caçam as moscas”, mas a verdade é que também não é
com mel, porque nós, Junta de Freguesia, achamos e muito bem vir reunir
com o Presidente da Câmara, para falar de certas e determinadas obras nunca
foram feitas em Nespereira, inclusive o Poço do Senhor dos Aflitos e, de entre
treze ou catorze pontos, nenhum deles foi respondido. O único que o foi e
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passados seis meses - foi preciso que a Junta de Freguesia insistisse na
resposta - foi a questão do Poço, em que o Senhor Presidente disse que se
fosse por vontade dele, o Poço transitaria para a Junta, mas que tinha que
perguntar aos técnicos, pelo que não decidiria nada, naquela altura. ------------
É verdade que, mais uma vez, não sabe o que se passa com Nespereira,
porque em assunto algum nos conseguimos entender. Também falou nessa
reunião em relação à Estrada S.Paio/Nespereira, que está uma vergonha. A
Junta de Freguesia tem deitado várias vezes “rasulho” para tapar os buracos,
mas isso não se aguenta mais do que duas a três semanas. Os buracos são cada
vez mais, pelo que seria melhor a Câmara Municipal de Gouveia pôr uma
placa a sinalizar os buracos, ou será que só tomará medidas quando houver
um acidente, porque muitos condutores ao desviarem-se dos buracos passam
para a mão contrária, para não cair neles e depois quem é o responsável? A
Junta de Freguesia? A Câmara Municipal? Não sabe. ----------------------------
Lendo a Revista Municipal e como com a idade se começa a ver pior, leu e
releu esta Revista e disse assim “afinal de contas o Presidente da Junta de
Freguesia de Nespereira até tem razão, as obras para Nespereira são zero.”
Ao menos podiam lá colocar “os fiscais da Câmara Municipal deslocaram-se
a Nespereira”. Pronto, era uma notícia, sobre Nespereira. Agora,
rigorosamente nada, pois é verdade que, nestes últimos três anos, nem obras
mistas, nem outras obras, nada foi feito em Nespereira. Daí que, como atrás
disse, não é só com vinagre que se caçam as moscas, porque afinal de contas
o mel também não serve para nada.---------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro que colocou uma questão dirigida à Mesa. Como se sabe, neste
momento, estamos a viver o período de discussão pública do denominado
documento Livro Verde – Reforma da Administração Local. Contava que,
para esta reunião, na ordem de trabalhos, por iniciativa do Presidente da
Mesa, aparecesse um ponto que proporcionasse a todos, enquanto autarcas,
discutir esse documento para o qual todos são chamados a dar o seu
contributo e para o qual o próprio documento prevê que haja esse parecer, ou
seja, a pronuncia por parte dos Órgãos, quer das Assembleias de Freguesia,
quer das Assembleias Municipais. Não sabe se a intenção obedece a alguma
estratégia de, deliberadamente, não colocar esse documento a discussão,
assim como não sabe se se fará alguma sessão extraordinária em janeiro,
porque o período de discussão pública termina no final do próximo mês. Em
fevereiro haverá uma sessão ordinária, mas não está a ver essa inclusão, pelo
que pedia esse esclarecimento à Mesa. -----------------------------------------------
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------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Julião referindo que vários munícipes lhe deram os parabéns e por isso os
quer retribuir à Câmara, relativamente ao novo trajeto e horários do transporte
urbano “Estrelinhas”, porquanto estão bastante satisfeitos, pois pelos vistos,
servem muita gente, tendo sido uma decisão acertada. ----------------------------
Também na zona da Rua Casimiro de Andrade e envolvente do Centro de
Saúde de Gouveia, queria congratular-se com as obras que, relativamente à
segurança, foi necessário levar a efeito, porquanto todos os peões que
circulam naquela zona e que são cada vez mais, estarão mais seguros com a
colocação dos gradeamentos o que obriga as pessoas e passarem,
efetivamente, nas passadeiras o que não se verificava e, com a colocação de
semáforos, veio alertar mais os motoristas que transitam naquela via e que
andavam um bocado distraídos. -------------------------------------------------------
Relativamente ao início das obras da nova Zona Industrial, apesar dos
investimentos andarem um pouco afastados do País acha que é uma iniciativa
interessante que nos deve orgulhar a todos, devido à expetativa que ela
encerra, na possível abertura de mais algumas empresas, em Gouveia, que
bem precisamos. -------------------------------------------------------------------------
Para terminar, queira desejar a todos um bom natal e um bom ano de 2012. ---
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS)
referindo que iria centrar a sua intervenção em duas questões que preocupam
ou deveriam preocupar a todos. Como sabe, já o disse, acompanha o Senhor
Presidente, quando diz que a causa do interior deveria ser considerada uma
causa de desígnio nacional. E, para ser consequente com esta posição, não
deixa de o indignar, profundamente, o facto do Governo não pensar assim,
mas pelo contrário, porquanto está a contribuir, com as suas políticas, para
agravar ainda mais a situação destas regiões. Aliás, diria mesmo, que nos
arriscamos a ouvir o Senhor Primeiro Ministro, com a habitual candura e
simplicidade que nos tem habituado, depois de ter convidado os jovens a
emigrar, os professores a fazerem o mesmo, a dizer o mesmo às pessoas do
Interior. -----------------------------------------------------------------------------------
Como sabemos e a história mostra-nos isso, as crises têm sempre efeitos
assimétricos, afetam sempre, em maior grau, os mais frágeis, não afetam de
igual forma toda a gente. Mas este Governo parece não perceber isto. A
política seguida por este Governo tem sido cortar a direito e os mais frágeis
começam a sentir este desvario. -------------------------------------------------------
E, quando falo em mais frágeis, falo precisamente nas populações e nas
regiões do interior mais desfavorecidas. ---------------------------------------------
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Quanto a ele, o interior está a ser atacado. Como se não bastasse acabar com
todos os benefícios fiscais em relação à interioridade e veja-se a proposta que
acompanha este Orçamento de Estado para 2012, agora servem-nos, de
bandeja dourada, como uma espécie de mais uma prenda de Natal antecipada,
o pagamento de elevadas portagens na A25. ----------------------------------------
Pergunta até se a bancada do PSD não pretende agora apresentar uma Moção
ou declaração política contra o pagamento de portagens nas SCUT’s, pois não
passou assim tanto tempo e não venham com o argumento falso de que a
culpa é do Governo anterior. O PSD, recorda, fez depender, em parte, da
aprovação do orçamento para 2012, da introdução de portagens em todas as
SCUT’s, nas sete SCUT’s. -------------------------------------------------------------
Como sabem e recorda mais uma vez ao Senhor Presidente, pelos vistos não
está recordado, o PS defendia o princípio de introdução progressiva de
portagens, colocando a salvo, nesta fase, regiões como a nossa. Quem ainda
na vigência do Governo anterior impôs o princípio da universalidade, isto é,
que fosse introduzida a imediata cobrança de portagens nas sete SCUT’s, foi
o PSD. Temos que agradecer, portanto, ao PSD, o facto de estarmos a pagar já
portagens na A25. Defender o Interior, na perspetiva de estimular a economia,
era e é a sua posição pessoal, porquanto defende intransigentemente o
princípio de não cobrança em áreas como a nossa, em áreas com rendimentos
inferiores à média nacional. ------------------------------------------------------------
É este o princípio que, claramente, defende. Aliás, as receitas das portagens,
serão com certeza bem inferiores aos enormes prejuízos causados às
economias regionais. E não venham com a defesa do princípio da
universalidade que todos têm de pagar ou, como ontem disse o Senhor
Secretário de Estado dos Transportes, que a introdução de portagens repôs a
justiça e equidade, porque justiça, equidade e universalidade não se invocam
quando o que está em causa é o investimento público distribuído de forma
desigual pelo País. Não temos visto, nos últimos anos, uma distribuição
equitativa do investimento público e daí também os problemas das regiões
que, como a nossa, têm. Pelo menos, esta Assembleia devia fazer sentir ao
Governo de que deveria rever urgentemente a forma como foram calculados
os preços das portagens na A25 pois, como sabemos, os valores cobrados são
manifestamente superiores em alguns troços aos praticados em outras Auto-
Estradas do País. A A25 tem custos que chegam a ser 60% superiores aos da
A5, a estrada que liga Lisboa e Cascais.----------------------------------------------
Quanto a si é uma afronta e como membro desta Assembleia não contem com
um silêncio conivente. ------------------------------------------------------------------
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Portanto, estas taxas são desproporcionais e injustas, face ao preço praticado
em territórios com níveis de rendimento superiores, onde as taxas são
inferiores. ---------------------------------------------------------------------------------
Interveio o Senhor Presidente da Assembleia Municipal, alertando o Senhor
Deputado para que fosse breve pois o seu tempo estava a terminar. -------------
E como se não bastasse – continuou o Senhor Deputado Pedro Carvalho –
para castigar mais ainda o Interior, ou pelo menos, para não minimizar os seus
problemas, temos pela frente a proposta do Governo para a Reforma da
Administração Local, revelada pelo chamado Livro Verde, proposta esta
criticada até por muitos autarcas do PSD. A proposta que este Livro Verde
apresenta, mostra desde logo, que o Governo acaba por tratar, de forma igual,
o que é diferente, não distingue o Litoral do Interior, não distingue alta
densidade populacional de baixa densidade populacional ou, pelo menos, a
distinção não é aquela que deveria ser e não são devidamente aplicados os
princípios de descriminação positiva. ------------------------------------------------
E, desde já, é sobre esta proposta que está em consulta e em debate público
que nos devemos pronunciar e não sobre “o que diz que disse” ou “que já não
é bem assim”.-----------------------------------------------------------------------------
Esta reforma da administração local exige, Senhor Presidente da Assembleia
Municipal, debate. As Assembleias Municipais precisam de se pronunciar
como já aqui foi dito. As Assembleias de Freguesia, as populações também
devem pronunciar-se e ser ouvidas, no início do próximo ano. Gouveia
precisa de apresentar uma proposta de reorganização em função dos critérios
estipulados por Lei mas, para tal, é necessário que a informação clara circule,
que as dúvidas se dissipem. ------------------------------------------------------------
E reitera a pergunta, já colocada pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia
de São Pedro, sobre o que está a ser feito a este nível, o que pensa ser feito
para esclarecer as populações para que estas emitam um parecer informado. --
Da sua parte, fez uma análise do documento e ficou seriamente preocupado
em relação ao caso de Gouveia pois, caso fossem aplicados os critérios
estabelecidos nesse documento, seriam várias as Juntas de Freguesia do nosso
concelho que deixariam de o ser, umas por terem menos de 300 habitantes,
outras por estarem a menos de 10 Km da sede do Município. --------------------
Espera, como se diz por aí, que critérios como a distância linear que destorce
claramente a realidade, colocando, por exemplo, Figueiró da Serra a 10 km
quando, manifestamente, não está e, ainda, por cima é servida por estradas de
serra e más, venham a ser alterados. --------------------------------------------------
Interveio novamente o Senhor Presidente da Assembleia pedindo ao Senhor
Deputado que terminasse, tendo o Senhor Deputado Pedro Carvalho
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retorquido dizendo que é, de alguma forma, para compensar também o facto
de, na última Assembleia, não lhe ter dado o uso da palavra quando tinha uma
clara justificação para o facto de ter chegado atrasado. Aliás aproveitou para
dizer que, nesse dia, se sentiu duplamente penalizado não só por ter estado,
quase uma hora, retido no IP3, como pelo não uso da palavra.--------------------
Respondeu o Senhor Presidente da Assembleia dizendo que isso já foi na
última Assembleia. Agora, o Presidente da Assembleia Municipal, é que tem
a culpa, de o Senhor Deputado ter estado retido. Hoje, um Senhor Deputado
do PSD, também lhe pediu a palavra e não lha deu, pelo mesmo motivo.
Agora invocar que foi duplamente prejudicado porque ficou retido, por amor
de Deus. ----------------------------------------------------------------------------------
Retomou a palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho referindo que
iria terminar com o seguinte. Para além de não se poupar nada de substantivo
sob o ponto de vista financeiro, acha que o que se deve questionar são,
sobretudo, as perdas de natureza social. As Juntas e os Presidentes de Junta,
ainda fazem mais sentido, neste território esquecido pelo poder central, com
populações abandonadas e isoladas. Aqui ao nível das freguesias não é
necessário ganhar escala. Aqui é necessário ganhar proximidade. ---------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernanda Bernardo (CDU)
desejando a todos boas festas neste ano que termina e no outro que se inicia.
Começa por se referir à Central de Camionagem de Gouveia. De algum tempo
para cá, tem-se verificado que a Central de Camionagem existente nesta
cidade, se encontra regularmente fechada, na chegada dos expressos e, por
regra, nos horários da noite, sendo que nos meses de Verão, fecha diariamente
a partir das 17 horas. --------------------------------------------------------------------
Por essa razão, os serviços e valências da Central de Camionagem, como
casas de banho, sala de espera, telefone público, telefone da central, entre
outros, não tem estado disponíveis para os diversos utentes, passageiros,
familiares e motoristas dos mesmos expressos, tendo já acontecido, algumas
vezes, que a Central, não abriu às 06:30 horas como indica o horário fixado
no local, o que fez com que passageiros não tenham podido comprar o bilhete
de expresso. Perante tal situação, tem-nos chegado inúmeras queixas e
reclamações por parte dos passageiros que, com frequência, utilizam aquele
espaço, pelo facto de não poderem usufruiu dos serviços que a Central
dispõe.-------------------------------------------------------------------------------------
Sendo a Central de Camionagem propriedade da Câmara Municipal de
Gouveia, solicita-se ao Senhor Presidente que clarifique esta Assembleia e a
população em geral, sobre o horário e respetivo funcionamento da Central de
Camionagem.-----------------------------------------------------------------------------
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Em relação ao tema da educação vimos, recentemente, ser confirmado
pelo Diretor do Mega Agrupamento de Escola de Gouveia que a cantina de
Vila Nova de Tazem, foi entregue a uma empresa de “catering” e também que
está a decorrer o concurso para a entrega a uma empresa externa dos serviços
da cantina da Escola Secundária de Gouveia. Sublinhamos que estas medidas
promovidas pelo Governo PSD/CDS-PP que visam privatizar os serviços de
cantina das escolas públicas do concelho, tem como consequência imediata a
perda de qualidade dos serviços e a deslocação dos trabalhadores e
trabalhadoras afetas a este serviço, para outras funções. É também importante
assinalar a aparente apatia e até complacência manifestada, em todo este
processo, pela Direção dos Mega Agrupamentos de Escolas de Gouveia,
entidade responsável pela gestão dos estabelecimentos de ensino em questão
ao aceitar paulatinamente tudo o que o Ministério da Educação lhes impõe,
estando em causa a qualidade do ensino ministrado com os nossos jovens. ----
Posto isto, é importante perceber qual a posição da Câmara Municipal de
Gouveia, perante este eminente processo de privatização dos serviços de
cantinas escolares no concelho. -------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia António Machado
(PPD/PSD) referindo o seguinte: ------------------------------------------------------
“No Natal lembramo-nos muito das crianças, mas em janeiro muitos dos
menores em risco continuarão entregues apenas a si mesmos, à mercê da
violência doméstica e vítimas de um abandono generalizado por parte da
Sociedade. --------------------------------------------------------------------------------
Isto porque o sistema português de apoio à infância é débil e inoperante. As
Comissões de Proteção de Crianças de Jovens fazem muito, mas estão muito
longe de fazer tudo o que é preciso. --------------------------------------------------
A questão é que a Lei que as institui garante que jamais funcionarão. As
Comissões têm gente a mais, organização a menos e meios ridiculamente
escassos. Os seus principais responsáveis são técnicos das Câmaras da
Educação ou da segurança Social cujo horário é o do expediente, obviamente
inadequado para lidar com os problemas sociais e familiares. ------------------
Nestas Comissões, co-existem membros voluntários sem a formação
necessária a par de funcionarem remunerados mas com disponibilidade
muito limitada, só mesmo graças a um esforço e dedicação de alguns se vão
conseguindo fazer pequenos milagres, para apoiar as crianças em risco eu
achava importante que esta Assembleia fizesse chegar à Assembleia da
República, que é necessário, que é urgente, aprovar uma nova legislação que
deve tornar o modelo mais eficaz e revestir as suas intervenções do caráter
de urgência que todos estes casos exigem. Penso que é também aqui que
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reside uma emergência nacional e a minha experiencia como professor faz-
me trazer este tema à Assembleia. ----------------------------------------------------
A Organização Administrativa do Território que é hoje Portugal tem uma
história já longínqua que atravessa o período de ocupação romana com a 1.ª
Revisão Administrativa conhecida e vai até aos nossos dias. Em quase 200
anos o número de freguesias que temos não se alterou. O que temos hoje é
praticamente o que nos deixou Mouzinho da Silveira. O modelo existente
carece de atualização dada a evolução que o País sofreu e à constatação que
Portugal é um País desigual, é um País assimétrico. ------------------------------
Por isso penso que ninguém duvida que é preciso uma verdadeira reforma da
administração local que sirva os interesses do País e das populações que seja
uma oportunidade para equilibrar o desenvolvimento do País e vencer as
assimetrias existentes entre o interior e o litoral, que discuta um modelo de
organização administrativa, que promova a coesão do território nacional em
função do turbilhão de mudanças sociais que operaram desde a criação da
atual revisão administrativa.-----------------------------------------------------------
Neste contexto, temos de aplaudir a coragem do Governo em lançar a
discussão pública sobre a reforma da administração local, consubstanciada
no designado Livro Verde. -------------------------------------------------------------
Não devemos ficar na crítica pela crítica, mas apresentar propostas
alternativas, complementares ao conjunto de intenções que estão descritas no
referido Livro Verde. Estamos perante um documento em aberto. ---------------
Em relação ao 1.º Eixo – Redução do Setor Empresarial Local (Empresas
Municipais), concordo em reduzir-se apenas isto, reduzir o número de
empresas municipais, otimizando os recursos financeiros, materiais e
humanos existentes a cargo do Município. ------------------------------------------
Em relação ao 2.º Eixo - a organização do território - sem a extinção de
freguesias que estipulam um conjunto de critérios que se baseiam no número
de habitantes por quilómetro quadrado, no número de habitantes por
freguesia e na distância dos mesmos até à sede do concelho e a estes deviam
ser introduzidos outros critérios como a demografia, a geografia e outros que
as Assembleia Municipais achassem convenientes. --------------------------------
Defendo a agregação mas sem perda de identidade das freguesias. ------------
Todavia considero que há um conjunto de freguesias que são pequenas e que
devem manter por uma questão de coesão territorial e de coesão social e até
de fazerem chegar a determinados serviços do Estado, das Autarquias e até
do privado a essas populações, isso implica obrigatoriamente que essas
freguesias mesmo pequenas se mantenham tal como existem atualmente. E
referencio aqui o caso das freguesias do nosso concelho. ------------------------
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Entendo ainda que as freguesias da sede do concelho deveriam ser
agregadas.--------------------------------------------------------------------------------
Em relação ao 3.º Eixo – gestão municipal e intermunicipal e financiamento
– devia ir mais além do que definir a possibilidade de ao nível da gestão
autárquica serem constituídas Associações de Municípios, será que essas
Associações vão ter as mesmas competências que são normalmente
atribuídas às Áreas Metropolitanas? Ainda não se deslumbra no documento.
4.º Eixo – Democracia Local e Lei Eleitoral Autárquica que onde existam um
Parlamento Municipal e depois naturalmente um Executivo em que o
Presidente tenha maioria nesse Executivo.-------------------------------------------
Penso que este Eixo é pacífico na medida em que tanto quanto sei já há
acordo entre três partidos no parlamento, PSD, PS e CDS.-----------------------
Finalmente a Reforma da Administração Local pode ser feita devagar porque
o que comanda aqui a reforma não é exatamente o problema do deficit, nem
da divida na medida em que o contributo, o custo para o orçamento de
Estado é de 0.108.-----------------------------------------------------------------------
Para terminar o que está aqui em causa é um problema de organização e
eficácia e penso que a reforma propriamente das autarquias podia ser feita
num ritmo diferente não é que todavia não se deve deixar para as calendas
que depois é regra em Portugal não se fazer. ---------------------------------------
Por isso eu defendo que esta reforma não deve ser feita de uma forma
abrupta e em relação à Lei Autárquica ela requer uma aprovação antes das
novas eleições autárquicas.”-----------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Maltez (PS)
começando por saudar e desejar umas boas festas.----------------------------------
No que concerne à fatura de consumo de água, sugeriu que fosse estudada a
possibilidade de enviar a mesma a cada consumidor por correio eletrónico.
Torna-se, assim, possível, receber a fatura em formato digital, de uma forma
mais cómoda e ecológica, evitando possíveis extravios dos CTT, com a
impressão e envio da mesma. Sugeriu, também, que se verifique a
possibilidade das faturas virem com a referência multibanco de forma a
facilitar o seu pagamento. --------------------------------------------------------------
De seguida o Senhor Deputado referiu ainda o seguinte:---------------------------
“Vivemos num concelho cada vez mais envelhecido. Urge então a
importância de o tornar acessível quebrando algumas barreiras
arquitetónicas. ---------------------------------------------------------------------------
Desta forma, poderá ser também uma oportunidade no que concerne ao
turismo. Um conceito de turismo acessível que engloba todos os tipos de
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turismo que permitem o acesso autónomo das pessoas, dos produtos, bens e
serviços turísticos.-----------------------------------------------------------------------
Assegurar um turismo que se credibiliza pela autonomia, pelo conforto, pelo
acolhimento dos turistas durante a viagem, estadia e acesso a todos os
serviços. Este deverá entender-se a todo o universo populacional incluindo
aqueles com mobilidade reduzida.-----------------------------------------------------
A implementação de medidas pró-ativas de acessibilidade, de caráter cultural
e social e domínio do território que assegurem a todos os indivíduos o acesso
universal, inclusive a espaços públicos e a serviços terão impacto humano e
económico significativo, pois visam contribuir para o incremento da
qualidade de vida dos cidadãos residentes assim como para a qualidade de
satisfação de turistas, nomeadamente, das suas faculdades e alguma
mobilidade.-------------------------------------------------------------------------------
É importante então haver uma consciência cívica e política para re-dimensão
e alcance do conceito universal, realçar que vivemos num meio onde a
população está em franco envelhecimento necessitando cada vez mais de
facilidades e apoios para a sua mobilidade de forma autónoma.-----------------
Urge assim estruturar um plano de acessibilidade e delinear as medidas a
desenvolver para responder a este desafio que terá um impacto positivo a
médio e longo prazo na atividade turística e económica do território dando o
seu contributo com o impulsar da imagem e do marketing territorial face a
destinos concorrentes muito próximos.-----------------------------------------------
Este nicho de mercado assume assim uma dimensão bastante considerável no
total de população e turistas nacionais e estrangeiros constituindo uma
porção no mercado com expressão que não deve ser negligenciada e todavia
e enquanto consumidores de produtos, serviços de recreio e lazer este grupo
tem vindo a ser esquecido com todas as consequências humanas, cívicas e
económicas negativas que daí são decorrentes.-------------------------------------
Considero importante que o nosso Município onde a população residente
necessita cada vez mais de apoio de cariz acessível deveria fazer uma aposta
efetiva neste tipo de turismo e encarando a acessibilidade como oportunidade
para desenvolver a atividade turística promovendo este nicho de mercado
específico e aproveitando as sinergias locais e melhorando significativamente
a qualidade de vida da população do nosso concelho.”---------------------------
Por último e relativamente ao Centro Cultural de Vila Nova de Tazem o
Senhor Deputado, uma vez mais, relembrou que aquele espaço não está a ser
devidamente dinamizado. Para além da piscina que não funciona há dois anos,
para além dos acabamentos que não foram feitos, pode constatar que já tem
sinais de degradação, os pilares exteriores estão a cair aos bocados, podendo
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comprovar com fotografias que tirou. É, pois, importante tomar medidas
rápidas e urgentes, pelo que pretende saber o que a Câmara pensa fazer
relativamente a esta situação. ----------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ricardo Correia (PPD/PSD)
saudando todos os presentes e desejando boas festas a todos os presentes.
Reforçou a intervenção do Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Julião, quanto à instalação dos semáforos na zona do Centro de Saúde que foi
uma das obras que veio resolver um dos problemas que foi muito falado nas
sessões da Assembleia Municipal. Pensa, consequentemente, que esse
problema estará para já resolvido, não sabendo se haverá, ou não, no futuro,
correções a fazer-se, mas para já está resolvido. ------------------------------------
Gostaria também de falar daquelas que considera que são obras discretas, são
pequenas obras que pouca gente dá conta delas e que o Senhor Deputado
Pedro Maltez acabou de falar e que tem a ver com o facto de trabalhadores do
Município terem cerrado vários passeios pela cidade e daí que são pequenas
obras, discretas feitas por gente da casa e que, no seu ver, acabam por ser
grandes passos, pois são facilitadores da mobilidade e da segurança daqueles
que hoje têm mais dificuldade motora, por uma ou outra razão. Não tinha
pensado falar de SCUT’s e das portagens, mas não pode deixar de responder a
uma pequena “provocação” do Senhor Deputado Pedro Carvalho.---------------
Gostava de dizer o seguinte, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Em fevereiro, se bem se lembram, estava um Senhor que, mesmo com o País
já a rebentar de dívidas pelas costuras, nos convencia de que vivíamos ainda
uma fase difícil, mas tínhamos uma saída para o progresso. A verdade não era
essa mas, nessa altura, a bancada do PSD, trouxe a esta Assembleia uma
proposta para ser discutida e votada onde se manifestava contra a cobrança de
portagens na A25, na A24, na A23 sendo que, a bancada do Partido
Socialista, impediu que essa proposta fosse discutida. -----------------------------
Gostaria pois de relembrar esse facto. Hoje vivemos uma situação diferente, o
País está no estado que todos sabemos. Felizmente, temos alguém que não
nos engana, que nos mostra a realidade e introduziu a cobrança de portagens
nas autoestradas que referiu, porque não há outra solução. -----------------------
Gostava de relembrar, já o disse noutras sedes que, pessoalmente, é contra o
princípio do “pagador não utilizador”, isto é, quem não usa paga com os seus
impostos as autoestradas que beneficiam quem as usa. Não lhe parece uma
visão correta das coisas, mas é uma opinião pessoal. Não é a posição da
bancada. ----------------------------------------------------------------------------------
Gostaria também de lembrar que ainda hoje o PSD, o CDS e a maioria dos
Senhores Deputados do Partido Socialista, reprovaram uma resolução do PCP
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para a revogação do Decreto do Governo que cobra portagens nas auto-
estradas. Gostaria de lembrar, também, um Senhor que foi aquele que nos
prometeu que faria IC’s para nos servirem, as estradas que não tem e que até
gostaria de ter e pagar por elas, com portagens. Mas, esse Senhor que
prometeu as estradas que não tem, chama-se Paulo Campos, foi Secretário de
Estado das Obras Públicas. Anunciou também a apresentação de uma
declaração de voto e votou favoravelmente a introdução de portagens.
Gostaria apenas de lembrar que falou de portagens, apresentou os seus
argumentos mas esqueceu um que para ele é importante. Fazemos parte de
uma NUT III, como sabem e, por esse facto, podemos beneficiar da
descriminação positiva, qualquer um de nós tem acesso a ela e, neste
momento, aquilo que foi instituído, as pessoas ficariam isentas nas primeiras
dez passagens e nas seguintes poderiam beneficiar de um desconto de 15%.
Hoje, ouviu também, de que já se pensa numa descriminação positiva mais
acentuada para as empresas e para as empresas de transporte com a
possibilidade de, em determinados períodos e horários do dia, beneficiarem de
um desconto ainda superior. -----------------------------------------------------------
Acredita que, no futuro, a breve prazo, com essas pequenas revisões, com as
realidades e com os protestos que vão sendo apresentados, possam ainda ser
corrigidos.---------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ana Cristina Oliveira (PS)
desejando um feliz Natal e um Ano Novo cheio de muita saúde e paz para
todos.--------------------------------------------------------------------------------------
Referiu que, na sua última intervenção, entregou ao Senhor Presidente da
Assembleia Municipal, um requerimento a pedir as contas relativo às Festas
do Senhor do Calvário de 2010 e 2011.-----------------------------------------------
De uma forma muito sucinta e fora do prazo legal, recebeu a documentação e
confirmou o que há muito suspeitava. Gastaram-se fortunas, em empresas de
eventos, para realizar as festas e, já sem falar no emblemático palco, que para
além dos elevados custos, são os transtornos que causam e que, por capricho
do Senhor Presidente, insiste em colocar todos os anos em frente à Câmara.
Entretanto, o nosso concelho não tem um único anfiteatro/jardim.---------------
Os eleitos pelo Partido Socialista sempre defenderam a requalificação do
espaço da Cerca. O Senhor Presidente nunca aceitou a nossa proposta. A
requalificação daquele espaço de lazer e ao ar livre, é capaz de acolher
acontecimentos urbanos, nomeadamente de caráter lúdico, promoção de
recreio e convívio da população, porque a natureza e a configuração e
envolvência do terreno assim o permite. ---------------------------------------------
Dói a alma ver a degradação em que se encontra aquele espaço.-----------------
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Senhor Presidente, penitencie-se sobre o erro que cometeu na gestão das
apostas que tem feito ao longo destes dez anos. Dinheiro que todos nós
contribuímos e que o Senhor Presidente investiu em políticas descartáveis que
em nada beneficiam o nosso concelho e a prova, infelizmente, está à vista de
todos, a imagem do nosso concelho dita a gestão da Autarquia dos últimos
anos.---------------------------------------------------------------------------------------
Pretendia ainda ser esclarecida sobre se o Senhor Presidente tem
conhecimento, através do Gabinete de Proteção Civil, de algum plano de
proteção contra os incêndios, para o ano de 2012, porque não é só na altura de
Verão que se procura a comunicação social, como já é apanágio, a dizer que a
Câmara faz, é preciso é que a Câmara faça e antecipadamente e que nos
comunique. -------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Isabel Nascimento
(PPD/PSD) desejando a todos as boas festas, um bom Natal e um ano de 2012
cheio de coisas boas para todos os presentes. ---------------------------------------
Fez referência às sessões que foram feitas por iniciativa da CPCJ aos
domingos durante os meses de novembro e dezembro, quinzenalmente, que
foram um verdadeiro sucesso, pelo menos aquelas a que assistiu, com
bastante gente. Tiveram, de facto, um impacto muito positivo, foi uma
iniciativa louvável promovida pela CPCJ. -------------------------------------------
Referiu também o que pensa ter sido um sucesso apesar de ter ficado aquém
do que se espera na área do voluntariado. Referiu que, no sábado passado, foi
efetuado um dia de recolha de alimentos para a Loja Social de Gouveia,
alimentos estes para serem distribuídos pelas famílias carenciadas do
concelho. Uma iniciativa louvável por parte da Vereação da Câmara, através
da Loja Social, pena é que, mais pessoas, não se tenham inscrito para o
voluntariado. Pena que o voluntariado se fique apenas por aqui, porque pensa
que, de facto, se está a perspetivar um ano de 2012, muito complicado. Por
isso, todos nós devemos dar o nosso melhor, como cidadãos e sobretudo
como pessoas, para tentar dar as mãos aos outros, sobretudo não só com
aquilo que podemos dar financeiramente, mas com a nossa ajuda pessoal,
cada um dando o seu contributo com aquilo que se sabe e pode fazer. Sugere
aqui, portanto, que o voluntariado se alargue, que vá para além da recolha de
alimentos, que vá para uma ajuda mais concretizada, mais pessoal, mais
próxima de todos aqueles que necessitam. Por aquilo que ouviu, através dos
dados recolhidos pela PSP de Gouveia, há cerca de 90 idosos sozinhos na
cidade e, portanto, há muito por fazer, há muita gente que, com certeza, terá
tempo disponível para o fazer. Há muita gente com saber para ajudar e,
portanto, um apelo para que este voluntariado se desenvolva e mais gente
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participe, colaborando assim para o bem-estar dos outros, porque, de facto,
não é ficando quietos mas sim ajudando, colaborando, que as coisas se
concretizam e se dinamizam.-----------------------------------------------------------
De seguida destacou uma Resolução do Conselho de Ministros n.º 56/2011
que se intitula “Portugal sou eu”. É uma iniciativa que pretende,
precisamente, dinamizar as empresas portuguesas e a sua competitividade, a
sua produção e, sobretudo, os produtos portugueses para que, desta forma,
todos colaboremos, todos demos uma ajuda à economia nacional.---------------
De facto esta iniciativa que se intitula “Portugal sou eu” é uma Resolução
aprovada pela Câmara Municipal de Gouveia que visa a valorização da oferta
nacional e que tem quatro vetores de iniciativa:-------------------------------------
- Apoiar a competitividade das empresas nacionais;--------------------------------
- Fomentar a produção de bens e serviços com acrescida incorporação de
valor;--------------------------------------------------------------------------------------
- Estimular a mudança de atitude dos consumidores e das empresas, no
sentido de reconhecerem a qualidade intrínseca dos produtos e dos serviços
nacionais;----------------------------------------------------------------------------------
- Dinamizar a procura dos produtos e dos serviços que mais contribuem para a
criação de valor em Portugal.----------------------------------------------------------
Esta iniciativa “Portugal sou eu”, tem como objetivo central, o de atingir um
consenso nacional, quanto à prioridade de reagir com determinação e eficácia
à crise económica e social, implicando, assim, o envolvimento de toda a
sociedade civil, em particular das empresas, dos consumidores e das
estruturas associativas que os representam.------------------------------------------
Com isto, pretende dizer que a crise e as dificuldades estão instaladas, mas
apenas lamentar não chega, é preciso que todos levantem os braços e façam
alguma coisa quer a nível pessoal, quer a nível institucional, quer a nível
político como nós o podemos fazer aqui na Assembleia. --------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS),
começando por saudar todos os presentes, desejando umas boas festas
extensivas também aos habitantes do concelho, do País e do Mundo, porque a
globalização a isso nos vai obrigar, no futuro.---------------------------------------
Pretendia abordar três temas muito rápidos. O primeiro tem que ver com o
espírito de Natal. Teve conhecimento da distribuição de prendas de Natal nas
escolas e jardins de infância, aos meninos e meninas, deste concelho. Não
sabe qual foi o critério de quem organizou esta distribuição, porque as
educadoras e auxiliares não receberam nada, mas por uma questão pedagógica
deveriam ter recebido, porque dizem aos meninos e meninas “portem-se bem
que o Pai Natal vos vai dar um presente”. Depois os meninos vêm que as
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educadoras não recebem nada e perguntam se o Pai Natal não lhes deu uma
prenda porque se portaram mal. Estes pormenores são importantes e em nada
contribuem para o culto do belo.-------------------------------------------------------
Relativamente aos panfletos publicitários organizados pela Câmara
Municipal, por acaso viu diversos programas de atividades, no concelho, na
Câmara Municipal, no Posto de Turismo, mas para seu espanto não os viu nos
locais mais apropriados que seriam nos grandes centros. Numa Assembleia,
há uns tempos atrás a Senhora Deputada Joana Garrido levantou este
problema da deficiente distribuição deste tipo de divulgação, tendo falado na
criação de lugares de estilo que o Senhor Presidente concordou. Isto também
não contribui para o culto do belo. ----------------------------------------------------
Acha, que todo o tipo de informação, devia chegar a casa dos munícipes, às
associações e às Juntas de Freguesia, via distribuição postal ou qualquer outra
forma.--------------------------------------------------------------------------------------
No que diz respeito à revista municipal considera que esta publicação deve
terminar. É uma revista de cultos, de boa qualidade e uma tiragem de 8.000
exemplares, que só promove a Câmara Municipal e o seu Executivo. Fazer a
divulgação, nesta revista, de um buraco que se tapou aqui ou acolá é, no
mínimo, de pouco gosto, para não dizer, ridículo. Deve o Município sim fazer
um boletim informativo municipal que até pode chamar de “nova estrela” ou
“nossa estrela”, mais uma, com tiragem trimestral, tratando e divulgando
assuntos importantes para o nosso concelho. Esta mudança permite manter o
grupo de trabalho da atual revista municipal e para formato de boletim
municipal, sugeria a do vizinho concelho de Seia. ---------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Raquel Salvador (PPD/PSD)
felicitando o jovem gouveense Ricardo Morgado pela sua eleição como
Presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra,
Instituição com uma longa e rica história e de grande reconhecimento
nacional. ----------------------------------------------------------------------------------
A sua dedicação e vontade fez com que encarasse a defesa dos interesses da
Academia que o elegeu com acrescida responsabilidade. -------------------------
Neste projeto consta ainda o nome de outro gouveense Pedro Pacheco que
gostaria também de felicitar. Através deste dois jovens, vemos assim o nome
de Gouveia a ser elevado a Instituições de enorme visibilidade nacional.
Resta-me desejar, a ambos, as maiores felicidades, neste novo projeto que
abraçaram. --------------------------------------------------------------------------------
b) Direito de resposta do Senhor Presidente da Câmara ou de quem o
substitua
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------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
autorizando o Senhor Presidente da Câmara a exercer o seu direito de
resposta. ----------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara cumprimentando todos
os presentes e associando-se a todos nos desejos de boas festas. Lembrou a
todos os Presidentes de Junta, uma louvável iniciativa da Senhora Vereadora,
da decoração da escadaria interior de acesso ao piso de cima dos Paços do
Concelho, com árvores vivas e que depois, no fim da festa natalícia, cada uma
delas será oferecida à respetiva Junta para plantar na freguesia. Como árvore
de Natal deve ser uma esperança para o ano de 2012.------------------------------
Nestas respostas, hoje, compreenderão todos, não pela questão de sermos
solidários com o pedido do Senhor Presidente da Assembleia, mas por uma
questão até porventura de mudança, introduzirmos algo que pensa ser
importante. É importante que todos os Senhores Deputados e os Senhores
Presidentes de Junta, apresentam as suas queixas, declarações, sugestões.
Toma tudo em boa nota, mas não vai responder. Toma conta das queixas do
Senhor Presidente de Junta de Freguesia de Nespereira, toma em boa nota os
problemas da Senhora Deputada Ana Cristina Oliveira, do Senhor Deputado
António Machado, como qual está de acordo, em particular com as crianças e
jovens em risco, assim como da Senhora Deputada Isabel Nascimento,
especialmente com o aumento do voluntariado, coisas que já também
contemplamos. Toma em boa nota, em suma, as sugestões com as quais
concorda e, como é seu dever, as sugestões de que discorda, as queixas com
razão e as queixas infundadas. ---------------------------------------------------------
Toma em boa nota a sugestão de que a revista devia acabar, não acabará,
dirigindo-se ao Senhor Deputado Armindo Bezerra.--------------------------------
Quanto à questão do Livro Verde colocada pelo Senhor Presidente da Junta de
Freguesia de São Pedro e como foi um tema que os Senhores Deputados
Pedro Carvalho (PS) e Ricardo Correia (PPD/PSD) também abordaram,
entendeu falar sobre o assunto. --------------------------------------------------------
É conhecida a sua posição sobre a matéria. Teve a oportunidade, por isso, de
promover um debate onde ele próprio deu conta de qual era a sua ideia. E
deve dizer que, na sua modesta opinião, ao contrário do que referiu o Senhor
Deputado Pedro Carvalho (PS) acha que este Governo, teve uma enorme
coragem, para não andarmos a discutir em abstrato. Não. Apresentou critérios
e essa é que é uma dificuldade na democracia. Louva por isso. No seu modo
de ver o Governo teve a coragem de apresentar critérios, com os quais é
transversal, em todos os partidos, com grande responsabilidade. Daí que,
tivemos cá um deputado, pena é que não pudéssemos ter mais, acrescentando
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que recebeu, hoje mesmo, uma carta do Senhor Presidente da Comissão
Parlamentar do Poder Local a penitenciar-se pelo facto, de um Presidente de
Câmara endereçar ao Presidente da Comissão, a convidar um Deputado de
cada partido, para vir a Gouveia e só tenha vindo de um partido. Hoje mesmo
mandaram uma carta a pedir desculpa e a dizer ter comunicado aos Grupos
Parlamentares para indicarem um representante, mas ninguém o fez. Já agora,
também leu no jornal, que o Partido Comunista “barafustou”, por isso pede à
Senhora Deputada Fernanda Bernardo que diga por lá que é injusta a crítica,
porque a pessoa do Partido Comunista que se apresentou em representação do
Partido até se sentou ao seu lado e usou da palavra o tempo que quis, por
condescendência, sejamos sinceros e por enriquecer a democracia, porque
quem foi convidado foram os deputados da Assembleia da República e não,
respeitosamente, qualquer cidadão que não tenha lá assento.----------------------
Aí, podia falar, como falaram todos os que quiseram. -----------------------------
Por isso, o Livro Verde, teve a coragem e tem, naturalmente, na sua opinião,
de permitir a existência de debates francos e sinceros. A partir daí o Governo
assume a responsabilidade de apresentar a Lei, na Assembleia, quando houver
Lei.-----------------------------------------------------------------------------------------
O Presidente da Câmara não causa nenhum “stress” no seu Concelho com
base num Livro Verde. Se tivermos que ter algum “stress” concordando ou
discordando, vamos tê-lo com base numa Lei, que há-de resultar de uma
saudável discussão do Livro Verde. --------------------------------------------------
Naturalmente que regista também aquilo que disse o Senhor Presidente da
Junta de Freguesia de São Julião. -----------------------------------------------------
Ao Senhor Deputado Pedro Carvalho (PS) disse que o acompanha quando
diz, há muito tempo, que o interior devia ser encarado como uma causa
nacional e, infelizmente, neste 36 anos de democracia, não tem sido. E dito
isto que é para não haver dúvidas sobre os culpados das coisas, seremos todos
da direita, da esquerda, todos que por lá já passamos, direta ou indiretamente.
De maneira que, dito isto, também não esperava outra coisa do Senhor
Deputado, nem politicamente, nem intelectualmente, senão acompanhá-lo
nisso que há muito tempo combate, deve reconhecer, sem grande sucesso.
Agora Senhor Deputado, legitimamente sentado nessa bancada e muito bem,
na sua perspetiva, levantou já o “pau” contra o Governo, que só lá estão há
seis meses e se fizerem mais maldades ou não fizeram nada que sob o ponto
de vista político tenda a infletir, um pouco, a trajetória, cá estará, associando-
se ao Senhor Deputado Pedro Carvalho, onde quer que estejam, para lhe
dizer, este Governo também se portou mal, nessa matéria. Agora, não é em
seis meses, que vamos dar e muito menos pelas razões que aponta. -------------
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Em relação às portagens revê-se muito no que disse o Senhor Deputado
Ricardo Correia, mas a política autárquica impõe-nos, em consciência, que a
gente possa discutir, em termos autárquicos, de postura como autarca, sem ser
necessariamente a olhar apenas para o umbigo. É contra este valor das
portagens, mas não foi este Governo, que iniciou e aprovou os modelos, mas
tão só que os implementou. De resto, foi há dois meses atrás falar com o
Senhor Secretário de Estado dos Transportes e ele teve a oportunidade de
explicar que tentaram estudar um outro modelo, mas não havia tempo. Só lá
estão há seis meses, com uma “troika em cima”. Mas se cavalgarem essa onda
que o Governo, o anterior, o anterior e o anterior fizeram de cavarem o fosso
entre os mais ricos e os mais pobres, cá estaremos para os criticar ou se não
fizerem algo para alterar a trajetória, cá estaremos para os criticar. Todavia, o
Senhor Secretário de Estado o que fez, a única coisa que alterou daquilo que o
Governo do Partido Socialista tinha feito na introdução de portagens, foi
apenas este pequeno benefício que, para nós não conta, mas por exemplo para
Seia, beneficia destas pequenas isenções, por NUT. Ora Seia não beneficiava,
mas como nós estamos “encostados” à A25, Seia é da NUT beneficia. ---------
Aliás deve até dizê-lo, com meridiana clareza, que houve tempo para estudar
outros modelos. Se isto foi aprovado, se isto foi assinado pelo Governo
anterior e não é bonito, Senhor Deputado Pedro Carvalho e a si em particular,
pelo reconhecimento que lhe faz da sua capacidade intelectual, não é bonito
dizer isto que disse, “o Governo do Partido Socialista queria gradualismo,
mas o PSD na oposição é que obrigou o Governo a ser universal.” Grande
oposição que obrigou um Governo a fazer isso.-------------------------------------
Conhece o processo e o Senhor sabe que o Governo do PS quis fazer uma
coisa e quando o PSD defendeu a universalidade e defendeu-a na campanha
eleitoral onde o atual 1.º Ministro disse o que iria fazer. Agora o que espera e
deseja é que, na revisão do processo, possa haver a discriminação em relação
ao pagamento de portagens. Isto é que é verdade. Acha que, por mais forte
que seja a oposição neste País, o Governo vai fazer nesta matéria o que a
oposição quer? Não. O Governo fez porque sabia perfeitamente que esse é
que era o caminho a percorrer e depois suspendeu porque foram marcadas
eleições. O Governo do PS tomou uma decisão de construir os pórticos, o
Governo do PSD sempre disse que era a favor e, como são a favor,
naturalmente que esperam para depois das eleições. É defensor, há vários
anos do utilizador/pagador como disse o Senhor Deputado Ricardo Correia,
mas não concorda que pague quem não utiliza, mas, com base em duas
questões muito importantes: quanto custou cada quilómetro de cada uma das
autoestradas, primeiro e o nível de desenvolvimento das populações onde elas
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se situam, depois. Ainda ontem lhe disseram que o sistema está tão mau, que
Fornos de Algodres, no sistema, tem a A23, a A24 e a A25 e segundo os
critérios, não tinha. Tem a esperança de que o novo sistema de portagens
traga algumas alterações e se não fizeram é um erro total mas, com isto, não
quer estar a justificar nada. -------------------------------------------------------------
Discorda do fim da baixa das taxas de IRC e defende um Governo que tenha a
coragem de dar aqui algum benefício, não por solidariedade político-
partidária, mas como é possível a um Governo que chegou há seis meses e
tem uma troika em cima tem um acordo assinado com a concordância dos
partidos do chamado arco do poder e dá-lhe aqui algum benefício da dúvida.
Agora espera, sinceramente, que tenham em conta que ou há alguns fatores de
discriminação positiva ou então é o cavar do fosso de uma maneira inexorável
e nessa luta estaremos todos.-----------------------------------------------------------
Em relação à intervenção do membro da Assembleia Pedro Maltez regista as
sugestões e o espírito de Natal do Senhor Deputado Armindo Bezerra, pois de
facto só demos prendas aos alunos, pois esse é que é o espírito de Natal. ------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal sobre a
questão colocada do Livro Verde referindo que não há obrigação do
Presidente da Mesa ter que agendar. --------------------------------------------------
O Livro Verde não é Lei e entende também que não iria tomar nenhuma
deliberação, porque não tem que o fazer. Também não viu quem quer que
fosse fazer chegar ao Presidente da Assembleia e perguntar se seria agendado
ou não. ------------------------------------------------------------------------------------
Por outro lado, o Município por iniciativa da Câmara Municipal, que achava a
melhor forma de esclarecimento, promoveu um debate que acha que foi muito
importante para quem esteve presente e acha que se houvesse mais
participação de todos os partidos políticos, aí sim poderia ter havido muito
mais informação. Aquilo que a Assembleia terá que se pronunciar é noutro
momento e cumprirá exatamente a Lei, neste caso, não há obrigatoriedade,
nem tem que emitir parecer.------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS)
achando que se não discutirmos ou se não nos pronunciarmos acerca dos
critérios, a Lei depois é um facto consumado e ficamos amarrados à Lei. É
bom que tenhamos isso em consideração e, da nossa parte, acha que houve
aqui manifesta vontade que esta questão, pela importância que tem, para o
concelho, particularmente, até para algumas freguesias, devia ser
aprofundadamente discutida neste órgão. --------------------------------------------
------- Respondeu o Senhor Presidente dizendo que não tem obrigatoriedade e
nem tem Lei. -----------------------------------------------------------------------------
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------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro, referindo que, de facto, não há nenhum imperativo de ordem legal que
obrigue a que a Mesa agende. Mas o documento em si é muito explícito em
relação ao cronograma que apresenta no que diz respeito à discussão pública.
E diz no documento em relação à organização do território, Discussão
Pública: Assembleia de Freguesia e Assembleias Municipais – 90 dias; início
de novembro/dezembro/janeiro, nestes três meses é o período de discussão
pública. -----------------------------------------------------------------------------------
O facto de ser um documento profundamente divulgado, discutido naquela
sessão pública promovida pelo Município, dava a entender, a qualquer um de
nós que, obrigatoriamente, a Assembleia agendaria o assunto.--------------------
Independentemente de, na Assembleia de Freguesia de São Pedro, no dia 29
de dezembro, ser um dos pontos da ordem de trabalhos, mas é a tomada de
posição da Assembleia de Freguesia em relação ao Documento Verde. Pensa
que não se teria perdido nada, neste caso, até seria preferível pecar por
excesso do que por defeito. O facto de isto vir expresso no programa do
Documento Verde inibiu-nos de, com tempo, apresentarmos uma Moção, o
que tornaria demasiado redutora a discussão de uma Moção apresentada por
um Presidente de Junta ou um grupo de Presidentes de Junta ou por qualquer
membro da Assembleia, pois podia enviesar, à partida, este tipo de discussão
que se quer o mais alargada e o mais consensual possível daquilo que deve ser
a posição dos órgãos do Município de Gouveia, em relação ao documento.----
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia referindo que,
neste momento não tem que tomar posição. ----------------------------------------
------- Interveio novamente o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro referindo que devíamos tomar posição se concordamos ou discordamos,
se temos alternativas ou se não temos alternativas. Tudo isso é que está em
causa, seja em relação ao eixo da organização do território ou dos restantes
três eixos que fala o Documento Verde. Agora permita-lhe que diga uma
coisa. Não está mandatado pela população que o elegeu para passar qualquer
certidão de óbito nem à sua freguesia, nem a qualquer outra, daquelas que,
segundo o documento, são para agregar. Defende, já o disse em vários fóruns,
que a ter que se pronunciar sobre esta temática, usará os referendos locais que
estão devidamente expressos na legislação em vigor e permitem que sejam as
populações a pronunciarem-se, sobre esta matéria. Já temos aqui duas
sugestões. Outras, com certeza, haverá. A Assembleia Municipal não quis
tomar a iniciativa de agendar, mas fará chegar à Assembleia da República,
mais propriamente à Comissão do Poder Local, aquilo que for a posição
estrita da Assembleia de Freguesia de São Pedro. Os seus colegas Presidentes
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de Junta farão como entenderem. Se o Senhor Presidente quiser ainda
proporcionar essa discussão ampla, no mês de janeiro, está a tempo de
convocar uma sessão extraordinária, embora reconheça que, havendo uma
sessão em Fevereiro, estamos a perder recursos, tempo e algum dinheiro. Mas
fica ao livre critério do Senhor Presidente da Mesa, mas achava importante
que a discussão se fizesse, neste plenário, sob pena de passarmos um cheque
em branco, do género “os Senhores agora decidam, Gouveia não tomou
posição, tomem a decisão que quiserem”.--------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara, a fim de fazer uma
pequena correção ao Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro.
Independentemente, como é óbvio, da posição da Assembleia de Freguesia de
São Pedro ou de todas as Assembleias de Freguesia ou a que poderia ser da
Assembleia Municipal, concorda com o Senhor Presidente da Junta, pois era o
que mais faltava que agora alguém estivesse mandatado para passar a certidão
de óbito, usando a sua expressão. Nisso, está de acordo e, por essa razão acha
que cada freguesia, deveria de livre e espontânea vontade agregarem-se e há
freguesias que já decidiram agregar-se. Nada, nem ninguém proíbe, no
concelho de Gouveia, que as freguesias A, B e C, conversem e achem que se
devam agregar. Não há problema algum, ninguém proíbe, nem impõe nada,
nem no Livro Verde. Por isso, é que discutir, tomar posição, concordar ou
discordar, acha que isso alimenta a discussão a transmitir a quem de direito.
Pessoalmente acha muito bem que se faça, razão porque a Câmara promoveu
esse debate. Acha, muito sinceramente que, em termos daquilo que é apenas e
só responsabilidade do Município, devemos ter alguma prudência, porque
olhando para os critérios que estão lá, se fossem aqueles e nós já temos a
garantia que não são e por isso achamos que não devemos alimentar o "stress”
pois, por aqueles critérios já saberíamos quais as freguesias do concelho que
iriam ser agregadas. Se os Presidentes dessas Juntas concordarem com os
critérios, vamos agregar, sem embargo do debate. ---------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal dizendo
que tomou a devida nota.---------------------------------------------------------------
-------Interveio ainda o membro da Assembleia Ana Cristina Oliveira (PS)
referindo relativamente à sua intervenção, em relação à primeira parte não
quer que o Senhor Presidente da Câmara lhe responda porque esta é a sua
opinião e a visão que está a olho nu. Mas, relativamente ao assunto da
proteção civil e do plano de prevenção de incêndios, perguntou se a sua
questão não merece uma resposta.-----------------------------------------------------
------- Respondeu logo de seguida o Senhor Presidente da Câmara dizendo
“um dia merecerá”.---------------------------------------------------------------------
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------- Usou ainda da palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS)
dizendo que o Senhor Presidente da Câmara tinha garantias que os critérios
não serão assim aplicados, pelo que perguntou que garantias são essas, ao que
o Senhor Presidente respondeu que bastaria ter estado no debate. É essa a sua
garantia. -----------------------------------------------------------------------------------
I – PERÍODO DE “ORDEM DO DIA”
Ponto 1 - Discussão e Votação da Proposta de Delegação de
Competências nas Juntas de Freguesia, ao abrigo do n.º 2 do
artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro,
no âmbito de “Conservação e limpeza de valetas, bermas, ruas e
passeios (alínea a) e b) do n.º 2 do art.º 66.º)”
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
autorizando o Senhor Presidente da Câmara a apresentar o ponto de ordem de
trabalhos. ---------------------------------------------------------------------------------
------- Interveio o Senhor Presidente da Câmara referindo que este projeto de
delegação de competências é “mutatis mutandis”, aquele que todos os anos
vem à Assembleia Municipal, nestes dois vetores de ação autárquica
municipal. Continuamos, portanto, a defender que é o princípio que estamos
aqui a apresentar e consideramos que é importante que possa ser exercida,
esta função ou ação, pelas Juntas de Freguesia, se as mesmas concordarem
quando lhes apresentarmos o respetivo projeto de protocolo onde se
quantificará qual é a respetiva “mochila financeira”. Agora só estamos a
discutir o princípio, se a Assembleia Municipal estiver de acordo, a seu tempo
apresentaremos às Juntas de Freguesia a respetiva “mochila financeira” de
cada um e a partir daí os Senhores Presidentes de Junta, livremente, decidirão
se aceitam ou não.------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal que
declarou abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que
pretendessem intervir. ------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro proferindo o seguinte:-----------------------------------------------------------
“Votarei favoravelmente já que concordo com o princípio da Delegação de
Competências, como por diversas vezes aqui expressei.---------------------------
Considero, inclusivamente, que – cingindo-nos à conservação e limpeza de
bermas, ruas e passeios e à conservação e aquecimento das escolas do 1.º
ciclo e do pré-escolar – ficamos muito aquém daquela que deveria ser uma
verdadeira política de delegação de competências que proporcionasse uma
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maior abrangência e cobertura em vários setores da vida municipal em geral,
e das Freguesias em particular, nos mais diversos domínios de intervenção.
Constato igualmente, com muita preocupação, que mesmo as poucas
competências que se pretendem delegar, não são acompanhadas por uma
sólida contrapartida financeira; pelo contrário, todos os anos as verbas vêm
sendo reduzidas, tornando-se cada vez mais penosa, para as Freguesias, a
aceitação desses encargos. ------------------------------------------------------------
Finalmente, porque já se tornou recorrente constatar que no caso concreto
de S.Pedro e S.Julião a Câmara Municipal continua a não querer delegar as
responsabilidades que propõe para a generalidade das Freguesias, bem
como não se vislumbra uma mudança de paradigma no quadro das “obras
mistas” ou “obras protocoladas”, não posso deixar de expressar a minha
discordância pela atitude e consequente protesto.”--------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernanda Bernardo (CDU)
que pretendia ser informada se a delegação de competências abrange todas as
freguesias do concelho.-----------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara referindo que já teve a
oportunidade de explicar que só estão a discutir o princípio. A Assembleia
Municipal ou discorda ou concorda com ele, sendo que, a sua aplicação, já
compete ao Executivo e à Junta de Freguesia. Assim, se o princípio da
delegação for aprovado, será apresentado a cada uma das Juntas de Freguesia
o protocolo, que tem todo o direito de dizer se aceita, ou não. --------------------
------- Depois das explicações do Senhor Presidente da Câmara e as
intervenções dos Senhores Deputados, o Senhor Presidente da Assembleia
Municipal colocou à consideração do Órgão Deliberativo a Proposta de
Delegação de Competências nas Juntas de Freguesia, ao abrigo do n.º 2 do
artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações
introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, no âmbito de
“Conservação e limpeza de valetas, bermas, ruas e passeios (alínea a) e b)
do n.º 2 do art.º 66”, tendo sido a mesma aprovada, por maioria, com trinta e
quatro (34) votos a favor e onze (11) abstenções.”----------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS) para
em nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Declaração de Voto
Abstivemo-nos na proposta de protocolo a celebrar com as Juntas de
Freguesia na delegação de competências para tratar dos caminhos, valetas,
bermas, ruas e passeios porque consideramos que as verbas inscritas no
Orçamento são muito escassas para as tarefas a desenvolver. O Senhor
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Presidente, uma vez mais e, sem explicação, as Juntas de Freguesia da
cidade estão excluídas de celebrar estes protocolos.”-----------------------------
Ponto 2 - Discussão e Votação da Proposta de Delegação de
Competências nas Juntas de Freguesia, ao abrigo do n.º 2
do artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro, no âmbito de “Aquecimento, conservação e
reparação de Estabelecimentos de Ensino do 1.º Ciclo do
Ensino Básico e da Educação Pré-escolar (alínea g) do n.º 2
do art.º 66.º)
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
autorizando o Senhor Presidente da Câmara a apresentar o ponto da ordem de
trabalhos. ---------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara referindo que, o que
foi dito no ponto anterior, se aplica também a este ponto. Consequentemente,
não tem mais nada a explicar, mas já agora que fique claro porque presume
que vá haver situação idêntica, os assuntos são completamente distintos. Sabe
que é difícil desapegarem-se disso, “mas há alguma coisa na proposta que
diga que não é para as Juntas urbanas e quanto é? Está alguma coisa na
proposta que diga que são excluídas as Juntas A, B ou C?” – Perguntou o
Senhor Presidente. Não está cá nada. Isto é uma regra de gestão que compete
ao Executivo. Se o Executivo decidir que não é para as Junta de Figueiró, ela
pode chegar cá perguntar porquê e ser-lhe-ão dadas as explicações ou de São
Pedro ou a de São Julião. Os Senhores estão a votar um princípio e a sua
aplicação é da responsabilidade do Executivo, se o executar mal os Senhores
criticam, se os executar bem apoiam. Agora é o princípio. ------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal que
declarou abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que
pretendessem intervir. ------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro referindo que, na sequência do que referiu anteriormente, votará a
favor, mas continua a manifestar o seu desagrado e o seu protesto em relação
àquilo que indicou.-----------------------------------------------------------------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Mesa colocou à consideração da
Assembleia Municipal a Proposta de Delegação de Competências nas Juntas
de Freguesia, ao abrigo do n.º 2 do artigo 66.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro, no âmbito de “Aquecimento, conservação e reparação de
Estabelecimentos de Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e da Educação
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Pré-escolar (alínea g) do n.º 2 do art.º 66.º), tendo sido a mesma aprovada,
por maioria, com trinta e quatro (34) votos a favor e onze (11) abstenções.-----
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS) para
em nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Declaração de Voto
Abstivemo-nos na proposta de protocolo a celebrar com as Juntas de
Freguesia na delegação de competências para com as Escolas, porque
consideramos que as verbas inscritas no Orçamento são exorbitantemente
pequenas para as tarefas a desenvolver. O Senhor Presidente, uma vez mais
e, inexplicavelmente, as Juntas de Freguesia da cidade estão excluídas de
celebrar estes protocolos. É uma repetição, mas é a nossa posição.”-----------
Ponto 3 - Discussão e Votação da Proposta de Contratação do Revisor
Oficial de Contas do Município de Gouveia
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
autorizando o Senhor Presidente da Câmara a apresentar o ponto da ordem de
trabalhos.----------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara referindo que se tratou
de um concurso que teve que ser aberto porque, segundo a Lei, o Revisor
Oficial de Contas que estava ao serviço da Câmara, há três anos, para poder
contratualizar um novo período tinha que sofrer uma redução de 10%,
relativamente aos honorários anteriores. Porém, aberto que foi o
procedimento na plataforma da contratação pública, em vez de baixar 10%,
aumentou 40%. Assim, tivemos necessidade de abrir um novo concurso, onde
ganhou esta empresa - BDO & Associados, SROC Lda, pelo valor ainda mais
baixo que os 10%.------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal que
declarou abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que
pretendessem intervir. ------------------------------------------------------------------
------- Não se verificando nenhuma intervenção por parte dos Senhores
Deputados, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal colocou à votação
a “Proposta de Contratação do Revisor Oficial de Contas do Município de
Gouveia”, tendo sido a mesma aprovada, por maioria, com trinta e dois (32)
votos a favor e treze (13) abstenções.”------------------------------------------------
Ponto 4 – Discussão e Votação da Proposta de Contrato Programa a
celebrar entre o Município de Gouveia e a DLCG - Desporto,
Lazer e Cultura de Gouveia, EEM, para o ano de 2012
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------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
autorizando o Senhor Presidente da Câmara a apresentar o ponto da ordem de
trabalhos. ---------------------------------------------------------------------------------
------- Em relação a este assunto o Senhor Presidente solicitou ao Senhor
Presidente da Assembleia Municipal que a proposta fosse retirada da ordem
de trabalhos porque, segundo informação obtida hoje, o assunto não é, de
todo, necessário ser presente à Assembleia Municipal.-----------------------------
Ponto 5 – Discussão e Votação da Proposta de Alteração à Tabela de
Taxas, Tarifas e demais Receitas do Município de Gouveia para
o ano de 2012
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
concedendo a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para apresentar este
ponto da ordem de trabalhos.-----------------------------------------------------------
------- No uso da palavra o Senhor Presidente começou por referir que
mantivemos, praticamente inalteráveis, para 2012, por razões que se prendem
com a situação critica que vivemos, este modelo de fundamentação
económica e financeira, das taxas que usámos em 2011, pois não quisemos
onerar mais. A única exceção, prende-se com as taxas de disponibilidade e,
por isso, trazemos esta proposta. Trata-se de um custo real, para além do
cumprimento das regulamentações do ERSAR. Porém, ainda, não seguimos
as diretrizes, na sua totalidade, porque se o fizéssemos, quer nas taxas, quer
nas tarifas, então teríamos que provocar aumentos brutais.------------------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Assembleia Municipal declarou
abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que pretendessem
intervir. -----------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernanda Bernardo (CDU),
referindo que entendemos que os valores propostos para as taxas e tarifas, a
aplicar em 2012, poderiam ter sido alvo de redução, em relação aos valores
praticados no ano anterior. Tal diminuição não aconteceu. Sendo que o
Senhor Presidente referiu que a taxa de disponibilidade da água e
disponibilidade da rede de saneamento e disponibilidade de serviços de
resíduos sólidos, sofrem um grande aumento, 7%, 11% e 79%,
respetivamente.---------------------------------------------------------------------------
São valores que cêntimo, a cêntimo, vão agravar a fatura mensal de serviços
essenciais e que afeta a esmagadora maioria dos gouveenses.---------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ricardo Correia (PPD/PSD)
referindo que, esta proposta, foi feita com base no parecer técnico apresentado
à Câmara, emitido pela entidade responsável pelo estudo de fundamentação
económica e financeira, do valor real das taxas cobradas pelo Município.------
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Considerando que as taxas agora propostas para o ano de 2012, não acarretam
prejuízos para o Município; considerando, também, que a realidade
económica e social adversa que o País vive e que todos sentem, populações,
empresas, etc, resta-lhe afirmar que a proposta de manutenção das taxas para
2012, nos mesmos valores de 2011, é uma medida reveladora do bom senso
que todos espectavam por parte da Autarquia e da preocupação com os dias
ainda mais difíceis que se avizinham. Assim, votará favoravelmente esta
proposta.-----------------------------------------------------------------------------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Assembleia Municipal colocou à
votação a “Proposta de Alteração à Tabela de Taxas, Tarifas e demais
Receitas do Município de Gouveia para o ano de 2012”, tendo sido o
documento aprovado, por maioria, com vinte e cinco (25) votos a favor e
dezassete (17) votos contra, nos termos da alínea e), do n.º 2 do art.º 53.º da
Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º
5-A/2002, de 11 de Janeiro.------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Maltez (PS) para em
nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Relativamente à proposta de alteração à Tabela de Taxas, Tarifas e outras
Receitas do Município para 2012 votamos contra.---------------------------------
É de salientar que a Câmara sempre aplicou a taxa máxima, sendo que as
taxas de águas e esgotos, artigo 32.º, disponibilidade de rede de saneamento
por mês, disponibilidade dos serviços de resíduos sólidos por mês, são receita
própria da Câmara, não se entende qual o motivo para um aumento tão
significativo.”----------------------------------------------------------------------------
Ponto 6 - Discussão e Votação da Proposta de Contratação de um
Empréstimo de Curto Prazo de valor até 831.131,00 Euros
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
concedendo a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para apresentar este
ponto da ordem de trabalhos.-----------------------------------------------------------
------- No uso da palavra o Senhor Presidente da Câmara referiu que se
quisesse refletir nesta proposta alguma boa performance, em termos de gestão
financeira, diria que, do ano passado para este ano, apresentámos uma
proposta idêntica de 822.174,00 Euros e agora 831.131,00 euros, o que
significa que tivemos essa capacidade de aumentar não se sabe bem, por
quanto mais tempo, mas tivemo-las, questão que não quer deixar de realçar.
E, como sabem, é também uma regra de gestão e mais nada. Nos últimos dois
anos fizemos o pedido e não o utilizamos. Desta vez estamos a propor esta
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operação de tesouraria, mas espera não ter de a utilizar, não tendo, contudo,
garantias que assim aconteça, pois só Deus sabe o que vem por aí.--------------
Esta proposta, destina-se a obter, genericamente, a autorização da Assembleia
Municipal para, caso seja necessário, nós possamos obter este empréstimo.
Tratando-se de uma operação de tesouraria e se a ele tivermos que chegar, é
para acudir a problemas financeiros, no imediato, sendo que o montante
arrecadado terá que ser pago no ano económico em que é contraído.------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Assembleia Municipal declarou
abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que pretendessem
intervir não se verificando nenhuma intervenção.-----------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal que,
após as explicações do Senhor Presidente da Câmara, colocou à votação a
“Proposta de Contratação de um Empréstimo de Curto Prazo de valor até
831.131,00 Euros”, tendo sido o documento aprovado, por maioria, com
vinte e cinco (25) votos a favor, onze (11) votos contra e cinco (5) abstenções,
nos termos da alínea d) do n.º 2 do art.º 53.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro.------------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS) para
em nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Votamos contra porque consideramos que o recurso ao crédito deve ser
criterioso e destinado a obras relevantes que promovam o desenvolvimento
do concelho, gerando riqueza e postos de trabalho de que o nosso concelho
tanto precisa e nada se faz.”-----------------------------------------------------------
Ponto 7 - Discussão e Votação da Alteração à Proposta de 13 de junho de
2011 de Contratação de um Empréstimo de Médio e Longo
Prazo, no valor de 389.042,00 Euros, no sentido da Modificação
do Mutuante (IFDR)
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
concedendo a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para apresentar este
ponto da ordem de trabalhos.-----------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara referindo que este
empréstimo, como estarão lembrados, foi aqui aprovado, na sessão de 21 de
junho de 2011, para um conjunto de obras devidamente especificadas.
Anteriormente, o valor de 734.000,00 euros, era um financiamento que se
pretendia obter através do IFDR, para um Empréstimo-Quadro junto do BEI –
Banco Europeu de Investimentos, por via de uma linha de crédito favorável,
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com um spread relativamente baixo, mas com um standard muito bom, mas
naturalmente com uma afluência muito grande. ------------------------------------
Não deixa de registar, com alguma satisfação, que vimos pré-aprovados três,
no valor de 400.000,00 euros. Ou seja, o empréstimo já foi autorizado pela
Assembleia Municipal em junho, agora é apenas para cumprir um aspeto legal
de alterar o mutuante. Aquele era de 735.231,00 euros no BEI, agora é
389.042,00 euros na banca comercial. É apenas alterar o mutuante, não são
mais empréstimos. ----------------------------------------------------------------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Assembleia Municipal declarou
abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que pretendessem
intervir não se verificando nenhuma intervenção.-----------------------------------
------- Não se verificando nenhuma intervenção por parte dos Senhores
Deputados, o Senhor Presidente da Mesa colocou à consideração da
Assembleia Municipal a “Alteração à Proposta de 13 de junho de 2011 de
Contratação de um Empréstimo de Médio e Longo Prazo, no valor de
389.042,00 Euros, no sentido da Modificação do Mutuante (IFDR)” que a
seguir se transcreve:---------------------------------------------------------------------
PROPOSTA
EMPRÉSTIMO DE MÉDIO E LONGO PRAZO, NO MONTANTE ATÉ
389.042,00 EUROS
Considerando que:-----------------------------------------------------------------------
1 - A Câmara Municipal de Gouveia pretende contrair, um empréstimo de
médio e longo prazo no montante de 389.042,00 Euros, ao abrigo do rateio
efetuado pela DGAL;-------------------------------------------------------------------
2 - O mesmo se destina a fazer face às despesas provenientes da componente
nacional de obras, consignadas no Plano Plurianual de Investimento para
2012;-----------------------------------------------------------------------------------------
3 - O montante deste empréstimo, se enquadra dentro da capacidade de
endividamento rateada, face à evolução positiva registada em 2010, na
situação financeira do Município de Gouveia;--------------------------------------
4 – Que este empréstimo já foi objeto de aprovação pelo Órgãos Executivo e
Deliberativo em 13 e 21 de junho último, respetivamente;------------------------
5 – Que essa autorização foi dada tendo em atenção que o mutuante seria o
IFDR, Instituto Financeiro de Desenvolvimento Regional, I.P;-------------------
6 – Que esta entidade está a escolher criteriosa e minuciosamente as
candidaturas aos Empréstimos-Quadros;--------------------------------------------
7 – Que essa seleção está a deixar de fora projetos como o Loteamento
Industrial das Amarantes, a Requalificação Ambiental do Paixotão, a
Drenagem Pública e Tratamento de Águas Residuais de Ribamondego, a
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Requalificação da Zona Envolvente à EB 23 e a Melhoria das Acessibilidades
Intra-Concelhias.------------------------------------------------------------------------
Propomos:--------------------------------------------------------------------------------
a) Que o Órgão Deliberativo, nos termos do n.º 4 do artigo 540 da Lei n
.º
169/99, do 18 do Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei no. 5-
A/2002, de 16 de Janeiro, conceda a necessária autorização para a
contração do um empréstimo de médio e longo prazo, montante até
389.042,00 Euros, junto do Crédito Agrícola, de Gouveia, sem prejuízo deste
valor vir a reduzir, caso o IFDR, reveja a sua posição, quanto a alguns
projetos;-----------------------------------------------------------------------------------
b) Que o produto do empréstimo se destine à liquidação de parte da despesa
proveniente da componente nacional das obras consignados:--------------------
> Drenagem Pública e Tratamento de Águas Residuais de Ribamondego: €
95.553,00;-----------------------------------------------------------------------------------
> Loteamento Industrial das Amarantes: € 112.521,00;---------------------------
> Requalificação Ambiental do Paixotão: € 41.930,00;---------------------------
> Requalificação da Zona Envolvente à EB 23: € 44.190.00;---------------------
> Melhoria das Acessibilidades Intra-Concelhias: € 84.919,00;-----------------
> Expo-Serra: € 8.929,00.”------------------------------------------------------------
------- Feita a votação, foi a presente proposta aprovada, por maioria, com
vinte e cinco (25) votos a favor, treze (13) votos contra e três (3) abstenções.
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS) para
em nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Votamos contra porque consideramos que o recurso ao crédito deve ser
criterioso destinado a obras relevantes que promovam o desenvolvimento do
concelho, gerando riqueza e postos de trabalho a que o nosso concelho tanto
precisa e nada se faz.”------------------------------------------------------------------
Ponto 8 - Discussão e Votação da Proposta de Orçamento e Grandes
Opções do Plano da Câmara Municipal de Gouveia para o
ano de 2012
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia autorizando o
Senhor Presidente da Câmara a apresentar este ponto da ordem de trabalhos. -
------- O Senhor Presidente, no uso da palavra, começou por dizer que podia
apresentar o Orçamento, tal como fez em reunião de Câmara lendo o texto
que capeia o documento. Aí, está descrito, aquilo que se fez refletir neste
Orçamento, de 4,19% de aumento, em relação ao ano anterior e pode estar aí
a primeira surpresa, pois se estamos num ano de dificuldades financeiras e de
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redução de valores transferidos para o Município, então como se aumenta este
Documento Previsional para 2012?!--------------------------------------------------
A questão coloca-se, de facto. Embora sem sabermos o que temos reservado
para o próximo ano, pretendemos manter o histórico, em termos de rigor, pois
sempre tivemos uma preocupação que foi, ao longo dos anos, chegar ao final
do ano e ter um bom grau de execução. Este facto tem sido, de resto, um
motivo de orgulho político e pessoal e espera fazer tudo para levar até ao fim
esse grau de execução orçamental, sempre na casa dos 80%, o que é de facto,
bastante bom. ----------------------------------------------------------------------------
Assim, tendo em conta este pressuposto das dificuldades financeiras, o
orçamento poderia baixar. Acontece que esse acréscimo, resulta do facto de
podermos, com alguma audácia, pois vamos estar perante um ano de tanta
dificuldade, fazer novas candidaturas.------------------------------------------------
Aparentemente, é um paradoxo, mais do que em termos académicos, parece.
No entanto, preparamos ou trabalhamos para chegar à altura, em que foi
possível a apresentação das candidaturas, da sua discussão, da sua aprovação.
Como sabem o “balcão” nem sempre está aberto, nem sempre é possível
candidatar para além de todo um conjunto de questões que todos
compreenderão, mas vimos aprovadas candidaturas de investimentos que nós
consideramos importantes e entendemos que, ou aproveitamos esta
oportunidade, ou jamais ela voltará a existir. E o jamais pode ser muito denso,
mas atreve-se a dizer que se não jamais, muito dificilmente se pode fazer um
investimento de 2,4 milhões de euros, onde se tem 85% garantido a fundo
perdido e 75% dos outros 15% garantidos no BEI. Nunca mais haverá isto. A
opção é, por isso, clara e nós vamos aproveitar o momento. Tal como
aconteceu com o Loteamento Industrial, com as estradas que o QREN não
admitia mais e nós temos as cinco aprovadas, tal como se verificou com a
requalificação em plano B ou em plano C de alguns espaços dos Bellinos.-----
Podemos estar, por isso, num ano de contenção, daí a nossa audácia
orçamental, mas com a prudência que, naturalmente, irá requerer a sua
execução, chegaremos a “bom porto”.------------------------------------------------
Por isso, um primeiro eixo muito importante, o investimento público, direto e
apoio ao investimento privado. --------------------------------------------------------
Depois aparece-nos um segundo eixo, mesmo nas dificuldades que estão aqui
consubstanciadas neste orçamento, que é o apoio ao empreendedorismo e o
apoio à empregabilidade. Uma nota nova, ao programa novo, de apoio aos
agentes empregadores para podermos financiar uma parte. Assim, vamos
definir aquilo que cada empregador necessita face aos programas nacionais de
estímulo ao emprego. Esperamos que sejam implementados pois, caso
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contrário, será errado por parte do Governo e da União Europeia. Ontem,
vimos o Senhor Presidente da Comissão, dizer que haverá uma Cimeira, em
janeiro, só dedicada ao estímulo ao emprego, na Europa e, por isso, que de
todos os Estados Membros, possa haver esse estímulo ao emprego, há-de
haver uma componente da entidade empregadora, não sabemos se de 30% ou
20%.---------------------------------------------------------------------------------------
Terceiro eixo e muito importante diria até, infelizmente, demasiado relevante
e todos compreendem que se fale assim porque é sempre necessário, que é o
eixo de solidariedade social, em que vamos ter que fazer das “tripas coração”
para podermos ainda ser mais solidários.---------------------------------------------
Destacou apenas um caso, que está previsto e agora irá apresentar, que se
prende com o programa de melhoria das condições de habitabilidade, não para
construirmos casas, mas para melhorarmos as condições de habitabilidade de
famílias carenciadas. Não pode dizer aqui e agora se são 50, 20 e muito
menos onde são, só sabe que aloucamos, neste orçamento, uma verba de
50.000,00 euros para as questões de melhoria das condições de habitabilidade
apenas e só uma das componentes de um vasto programa a que chamámos
“Gouveia mais Solidária”. Além de mantermos um conjunto de programas,
conhecidos de todos vós, vamos acrescentar ainda alguns de apoio às famílias.
Como sabem se colocássemos 50.000,00 euros, para a contrapartida
autárquica em investimentos financiados no QREN, podíamos estar a fazer
um investimento avultado e estes 50.000,00 euros são de fundos autárquicos
que não têm apoio em lado nenhum. São opções. Podíamos aloucar 50.000,00
Euros, num investimentos público com financiamento assegurado no QREN e
este não tem. Achamos que, face às circunstâncias, vale a pena fazerem esta
afetação à componente social.----------------------------------------------------------
Estes são, em traços muito gerais, os três eixos que consideramos muito
importantes e um outro que agora não sendo caracterizado nestes três eixos,
mas tem a recuperação, também neste orçamento, de um conceito que
instituirmos das chamadas obras protocoladas e aparecem três obras
protocoladas nas freguesias de Figueiró da Serra, Lagarinhos e Vila Nova de
Tazem. ------------------------------------------------------------------------------------
Pois bem, aparecem estas três, que foi uma opção em relação a duas obras que
têm financiamento assegurado em programas a que as Juntas se candidataram.
Estamos a falar de Figueiró da Serra e Vila Nova de Tazem em que achamos
que, reconhecidamente, o aspeto dinâmico como se aplicaram nesse tipo de
candidaturas, merecem ter protocolo. A exceção porque se trata de um
compromisso e que nós vamos cumpri-lo através de obra protocolada porque
acreditamos que pode ser feito por um preço mais baixo, é a construção da
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Casa Mortuária de Lagarinhos, um velho compromisso do Senhor Presidente
da Junta e de nós próprios, que também assumimos. -------------------------------
Mas repete, a execução deste orçamento vai ser com a prudência que a
natureza das coisas e os tempos que vivemos, exige. Por isso, quer aqui deixar
realçado que espera que tudo quanto aqui disse, a audácia revela-se hoje, a
prudência revelar-se-á amanhã, não seja inibidora de prosseguir algumas das
situações que, orçamentalmente, estão previstas e estão “abrigadas”
financeiramente. -------------------------------------------------------------------------
------- De seguida o Senhor Presidente da Assembleia Municipal declarou
abertas as inscrições para os Membros da Assembleia que pretendessem
intervir.------------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro referindo que, obviamente, não iria perder muito tempo com a
contestação, crítica ou qualquer tipo de comentário que as opções orçamentais
do Município expressam e espelham nesta proposta de Orçamento e Plano
Plurianual de Investimentos. Obviamente que “cada cabeça sua sentença”.
Está convencido que, qualquer um, teria opções diferentes, diversas e portanto
não se vai esticar muito por esse caminho. Apenas quer dizer, à partida, que
não se revê, na generalidade, nas grandes opções do Município para o
próximo ano. Contudo, alguns pormenores, suscitam-lhe dúvidas,
nomeadamente, naquilo que diz respeito às freguesias, pedindo desculpa por
não avançar muito por terrenos que dizem mais respeito à globalidade do
investimento municipal, mas sobretudo todo este segmento das freguesias
interessa-lhe de alguma maneira. -----------------------------------------------------
Assim, no capítulo 01 – pagamento de despesas com pessoal – aparece o
capítulo 01.02.12 – indemnizações por cessação de funções. Deste modo,
pretendia ser elucidado sobre esta rubrica orçamental, nomeadamente saber
que tipo de situação é que a mesma pretende acomodar.---------------------------
No que diz respeito às transferências para as freguesias, referiu na declaração
de voto, aquando a discussão da delegação de competências, que tem algumas
dúvidas pois, ou ouviu mal e se penitencia se porventura o lapso for seu, na
constatação dos números ou se, eventualmente, há aqui algum lapso dos
serviços ou erro na transcrição dos montantes para o orçamento.------------
Assim, no quadro das despesas, no que diz respeito ao Orçamento e fala
apenas em três capítulos orgânicos: no capítulo orgânico 03 – Departamento
Sócio Educativo, Cultural e Desportivo, aparece uma verba de transferência
de capital para as Juntas de Freguesia de 22.355,00 Euros; No capítulo
orgânico 04 – Ação 08.05.01.02, Departamento de Planeamento e Gestão
Urbanística, uma transferência de capital para as Juntas de Freguesia, no valor
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de 30.000,00 Euros; No capítulo orgânico 05 - Departamento de
Infraestruturas e Ambiente, com uma transferência de capital de 88.182,00
Euros.--------------------------------------------------------------------------------------
Disse não ter grandes dúvidas que, no capítulo 03, no que diz respeito aos
22.355,00 Euros, será para acomodar a delegação de competências no tocante
à conservação e aquecimento das escolas do 1.º CEB e pré-escolar. -------------
Também terá quase a certeza de dizer que estes 88.182,00 Euros, serão
destinados à delegação de competências nas Juntas no que diz respeito à
limpeza de bermas, ruas, passeios. Porém, não consegue é discernir para que
inscreveram os 30.000,00 Euros no Departamento de Planeamento e Gestão
Urbanística. Depois quando pegamos nestes valores que somados dão
140.537,00 Euros: 03 - 22.355,00 Euros; 04 - 30.000,00 Euros; 05 - 88.182,00
Euros, vemos os valores que são transcritos depois para o Plano Plurianual de
Investimentos, no quadro das ações mais relevantes, no que diz respeito à
limpeza de bermas, ruas e passeios, capítulo orgânico 05, Ação 38/2012,
aparecem 22.000,00 Euros e não os 22.355,00 euros. Aliás, nessa ação
38/2012, diz limpeza de bermas e não diz que é para as freguesias.--------------
Na delegação de competências relativa à limpeza de bermas, valetas, passeios,
no capítulo orgânico 05, ação 2012/5021, temos 68.182,00 Euros e não os tais
88.182,00 euros que constatamos no orçamento, na parte de despesas. Há
aqui, pois, um desvio de 20.000,00 euros. -------------------------------------------
Finalmente no capítulo orgânico 03, a ação orgânica 2012/5007 - Delegação
no âmbito das Escolas, 22.355,00 Euros, esta bate certo com aquela que
estava orçamentada na despesa.--------------------------------------------------------
Ora, somadas estas parcelas, pelas ações mais relevantes no PPI, temos
22.000,00 Euros, mais 68.182,00 Euros, mais 22.355,00 Euros, temos no total
112.537,00 Euros, uma diferença portanto significativa em relação aos
140.537,00 euros que contamos no capítulo das despesas. ------------------------
Portanto, ou terá visto mal ou então há aqui alguma coisa que não bate certo e
gostaria de ser elucidado.---------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernanda Bernardo (CDU)
dizendo, relativamente ao documento, que entendem que é diminuto o
investimento na promoção e apoio à criação de emprego. Há uma nova
rubrica de apoio a estágios em Instituições, cujo valor, parece-lhe a si, ter
saído de rubrica de apoio ao empreendedorismo que tinha 15.000,00 Euros e
agora aparece com cerca de 10.000,00 Euros e o apoio à criação de emprego
com a mesma verba de 1.500,00 Euros.----------------------------------------------
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Relativamente às questões sociais, algumas rubricas que desaparecem, por
exemplo, habitações sociais, obras de conservação mas que aparentemente
transitam para a rubrica habitação.----------------------------------------------------
Constatou que desaparece também a rubrica “Luta contra a Pobreza”, mas
pensa que é reforçado nas AMR, para 2012.-----------------------------------------
As funções sociais são, de facto, reforçadas e está pela primeira vez incluída,
pelo menos que tenha conhecimento – uma verba destinada à Comissão de
Proteção de Crianças e Jovens, pelo menos dos Orçamentos que tem
conhecimento, assim lhe parece e fez essa comparação.---------------------------
Na sua generalidade, eram estas as considerações que tinham a fazer. Há,
aparentemente, um reforço de todas essas atividades mas, para nós, continua a
ser insuficiente para dar resposta às dificuldades económicas que referiu de
início, que todas aquelas verbas que estão destinadas ao apoio ao emprego,
para nós, continua a ser manifestamente insuficiente para dar resposta às
dificuldades económicas e sociais do concelho.-------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS)
referindo que o Senhor Presidente da Câmara há alguns meses atrás, a
propósito do projeto dos Bellinos, fez questão de nos recordar que ganhou as
eleições e, por isso mesmo, era o seu projeto que seguiria em frente. Mas
acrescentou então que, em breve, no decurso deste ano, apresentaria o projeto.
Ora, não só não apresentou ainda o projeto, como constata agora que não há
qualquer referência a ele no orçamento.----------------------------------------------
Perguntou se uma das suas promessas eleitorais, num projeto que considerou
estruturante para a cidade e para o concelho terá sido abandonado ou foi
largado pelo seu Executivo, pois deixou de figurar entre as suas opções
estratégicas de financiamento. ---------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ricardo Correia (PPD/PSD)
referindo que, em relação ao documento do Orçamento, quem leu a Nota
Introdutória ao Orçamento, que hoje analisam, ficou com toda a certeza
esclarecido, quanto aos princípios que nortearam a sua elaboração. No
contexto atual de dificuldades em que o País se encontra, a que os Municípios
não são alheios, exige-se uma clara definição de prioridades e de áreas de
intervenção onde não há e nem pode haver lugar a megalomanias ou
desperdícios. -----------------------------------------------------------------------------
Em duas palavras exige-se rigor, rigor nas opções, rigor nas metas
estabelecidas e, naturalmente, rigor na sua execução. Ainda assim, mesmo
com todo o rigor a que estamos obrigados, estamos perante um orçamento que
aproveita as oportunidades de investimento do momento e que, a breve prazo,
deixaremos de ter. -----------------------------------------------------------------------
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Retoma a figura de obras protocoladas com as Juntas de Freguesia, com todas
as vantagens conhecidas no desenvolvimento dessas mesmas obras, não
esquece o investimento público, visa o maior apoio à criação de emprego e
preconiza um claro auxílio aos mais carenciados através da manutenção de
programas já existentes e criando novas ajudas para novas situações. É
exemplo disso o projeto “Gouveia Reabilita”, um novo programa apresentado
neste Orçamento. ------------------------------------------------------------------------
Atendendo a estes três vetores, tendo em conta a situação económica e social
que o País atravessa e, o investimento público, a componente social e o apoio
às empresas e empreendedorismo, que votará, naturalmente, favoravelmente
este orçamento. --------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS)
referindo que, depois de ter analisado este documento, gostava de ser
informado sobre o valor da dívida do Município em contencioso, isto é, o
valor considerado pelo Município e não o valor reclamado dos credores.-------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Isabel Nascimento
(PPD/PSD) para dizer que, de facto, quanto a esta nota introdutória de 2012,
tal como disse o membro da Assembleia, Ricardo Correia (PPD/PSD),
concorda na íntegra com o que nela está consubstanciado, considerando que
se trata de um orçamento realista que vai aproveitar todas as últimas
oportunidades que ainda são dadas para irmos buscar algumas receitas e dar-
lhes utilidade, torná-las benéficas para o Município.-------------------------------
Quer dizer que esta nota introdutória ao Orçamento está perfeitamente
integrada na Resolução que referiu “Portugal sou eu”. Referiu que aqui são
valorizadas as empresas, a competitividade das empresas, a capacidade
empresarial das mesmas, o empreendedorismo e, sobretudo e sem nunca
esquecer, a parte social que aqui é dada e é destacada em todo este orçamento
e, portanto, além do aspeto económico, dá um aspeto humanista e social a este
orçamento, tornando-o profundamente realista. -------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ana Cristina Oliveira (PS)
proferindo o seguinte:-------------------------------------------------------------------
“É um facto que nos tempos difíceis que atravessamos, requerem dos
decisores políticos, um verdadeiro empenho e dedicação à causa pública e
com o verdadeiro espírito de missão.-------------------------------------------------
Considero que neste Orçamento não há nenhuma proposta de redução nos
vencimentos quer nos cargos políticos, quer no Gabinete de Apoio à
Presidência, muito pelo contrário, há um aumento bastante significativo em
relação ao ano anterior.----------------------------------------------------------------
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Como estamos em tempo de contenção, porque não pensar na redução destas
despesas e aumentar a verba do apoio ao emprego que é uma verba ridícula,
no mínimo, de 15.000,00 euros.--------------------------------------------------------
Um concelho que está a perder população, ano após ano, as perspetivas de
emprego são cada vez mais remotas, os jovens são obrigados a emigrar ou a
procurar emprego nos concelhos vizinhos.-------------------------------------------
É esta a atual gestão do Executivo Camarário.-------------------------------------
Deixo apenas uma última frase para reflexão de alguns políticos locais: Não
podemos continuar a pactuar com as lógicas tradicionais da política
partidária que coloca muitas vezes o interesse particular partidário à frente
do interesse do munícipe.”-------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Maltez (PS) referindo
que o Senhor Presidente da Câmara, na sessão de 28/04/2011, referiu que haja
ou não apoio comunitário, a Câmara Municipal iria, até ao final do mandato,
construir uma infraestrutura desportiva em Vila Nova de Tazem, no valor de
250.000,00 Euros. Analisando o Orçamento de 2012, não verificou a
existência desta rubrica. Assim pretendia saber o que é que vai ser feito, o que
é que vai ser construído.----------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Câmara, esclarecendo esta
questão do Senhor Deputado Pedro Maltez (PS), fazendo desde logo uma
pequena retificação, pois não disse 250.000,00 euros, mas até 250.000,00
euros. Uma pequena diferença. Ainda assim a pergunta justifica-se, pese
embora ter dito até 2013. Este orçamento é para 2012. Adianta-lhe que
poderíamos até ter colocado uma pequena dotação para 2012, pelo menos ao
nível da audácia orçamental, como há pouco referiu. Mas há circunstâncias
que nos impedem de ser audaciosos a tal ponto, mas termos realismo e aquilo
que, neste momento, procuramos - de resto a Junta de Freguesia de Vila Nova
de Tazem sabe – é de podermos satisfazer este objetivo que dissemos e em
vez de o Município gastar 249.000,00 euros ou 200.000,00 euros, ou o que
quer que seja, gastar 20.000,00 euros apenas. Estamos à procura e vamos no
bom caminho, temos que ter prudência nas palavras no sentido de podermos
vir a apresentar uma candidatura que está a ser formatada, estudada, projetada
mas que, no momento, as gavetas estão fechadas, ou pelo menos, naquela
tipologia de onde a gente a quer inscrever.-------------------------------------------
Em resposta ao membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS), as dívidas que
o Município assume, independentemente daquilo que os credores acham, não
tem, neste momento, os valores, por isso não os pode fornecer. ------------------
À intervenção do membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS), o Senhor
Presidente fez uma pequena retificação que é uma questão de nome porque,
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como há pouco referiu na questão dos Bellinos, não deixa de considerar o
projeto que, há três anos desenhamos, como sendo um projeto muito
importante. Deve dizer que, depois disso, como é o normal da vida, fomos
evoluindo para um outro projeto que considera até talvez, ainda que com
outra vertente, mais importante. Teve alguma pena de abandonar uma parte de
um dos projetos, no POVT, de 900.000,00 Euros para o financiamento de
uma componente desportiva, o chamado pavilhão multiusos. Mas, depois de
novos estudos e ponderações, entendeu-se que era possível fazer uma nova
recuperação em relação ao grande pavilhão que lá está. Acontece, porém, que
esse projeto, estava inserido naquilo que agora se diabolizou, por várias
razões, nas chamadas “Parcerias Público Privadas”.--------------------------------
Só que a empresa que ganhou o concurso tinha que ter o seu parceiro
financeiro e esses secaram. Tão simples quanto isto. Ou seja, não há
financiamento, hoje em dia, no mercado financeiro e, por isso, a nossa
Parceria parou, até ver. E estamos nesta dialética. Muito sinceramente
também gostaria, para não arriscar em termos de prazos, de chegar ao final do
ano - e lutou para isso com toda a sinceridade – e dizer aqui “meus Senhores
o projeto da Parceria que tinha isto e aquilo que é conhecido não vai ter isto,
vai ter aquilo, não é de 15 milhões é de 9 milhões, não é de 9 é de 6, não é de
6 é de 3, é de 2, é de 1”. Luta, por isso, à exaustão, para ver qual é o valor já
minimizado da Parceria Público Privada que, por razões que são fáceis de
descortinar, nem sequer metade desse projeto inicial, irá existir. A
recuperação daquele espaço dos Bellinos, que renegociamos com o QREN,
com o PO Centro, uma nova Zona de Requalificação, fora da Parceria Público
Privada. Como sabem a candidatura que vimos aprovada e que, na altura, no
chamado Plano A “colocava” àquilo que era a Parceria Público Privada, para
dar, desculpem o termo, “a bota com a perdigota”, uma parte era financiada
na Parceria Público Privada, outra parte tínhamos obtido financiamento no PO
Centro. Se não há Parceria Pública Privada não fazia sentido executar essa
Regeneração Urbana naquele espaço, porque senão teríamos uma pequena
ilha porventura bonita, mas completamente deslocada.----------------------------
Daí, que tenhamos ido ao PO Centro, renegociar e fomos a correr - e apesar
de tudo, ainda a tempo – e por isso ele cá aparece no Orçamento, não como
Requalificação do Espaço dos Bellinos, mas como “Requalificação do Espaço
da Antiga Fábrica das Bobines com Áreas Públicas envolventes e
Requalificação da Praça do Município”, que contempla também a
requalificação da Praça em frente aos Paços do Concelho. É esta obra que está
em concurso, audiência prévia, para poder ser adjudicada. -----------------------
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Como começou por dizer e fê-lo com meridiana clareza, tem uma certa
audácia em termos orçamentais do total investimento público que é, de facto
elogiado, mas também tivemos alguma prudência. Deve confessar que,
mesmo em termos de adjudicação de obras, ele próprio pode assinar a
escritura com a empresa que ganhe, mas dizer-lhe olhos nos olhos que vamos
ver como é, porque também não sabe como se vai desenrolar o financiamento.
Por exemplo, hoje, acabou de enviar um mail para o Senhor Presidente da
CCDRC, onde começa mesmo assim “(…) recebi hoje o mail de V.Ex.ª e
manifesto a minha estupefação.” Foi isto que escreveu. Vejam o que é, numa
obra, o Parque Industrial das Amarantes, com financiamento aprovado,
contrato assinado, Visto do Tribunal de Contas, início da obra, hoje mesmo
receber uma comunicação do PO Centro a dizer que “entendemos que, no
Programa de Concurso, foi considerado o item “não sei quantos” e acham que
esse item não está certo “e, por isso, iremos descontar 5% ao volume da
despesa elegível”, ou seja, menos 35.000,00 Euros.--------------------------------
Recebeu hoje o mail e manifestou a sua estupefação e vai protestar, pois não
pode aceitar que uma entidade do Estado que, aprova uma candidatura com
uma determinada despesa elegível, após ter ido ao Tribunal de Contas e, no
primeiro pagamento dizem que no caderno de encargos havia o plano de obra
e descontamos 5%. É só para percebermos que, neste mundo de incertezas, há
que ter alguma prudência. Por isso, é que não está cá no Orçamento, a
Regeneração Urbana, do Espaço dos Bellinos, porque o tal Plano A evoluiu
para o Plano B, uma outra componente importante da zona dos Bellinos onde
se associam outras vertentes, nomeadamente, esta que citou de um milhão e
trezentos mil euros que é o valor que está concursado e orçamentado.-----------
Fundamentalmente, estas alterações, têm a ver com a tal outra obra da
Parceria Público Privada que, manifesta e objetivamente, não se irá fazer.
Aquela obra, daquela envergadura, só era possível, justamente, porque tinha
um mecanismo de financiamento a longo prazo e naquela perspetiva.---------
A perspetiva morreu. Como morreram as perspetivas diabolizadas das
Parcerias. Estamos, por isso, em diálogo que já queria ver terminado, vamos
retomá-lo agora sob a umbrela do próprio PO Centro, no dia 29 de dezembro.
Quer ver se ainda conseguimos, antes do final do ano, o que nos irá obrigar a
negociações algo complexas, no sentido de uma parte da Parceria, mesmo de
projetos que estão feitos, mas que não serão executados e que têm que ser
pagos e mesmo aquela parte do pavilhão que queria ver concluído porque,
caso contrário, não serve para nada, mas para o fazer irá custar quase 900 mil
euros. De maneira que é toda esta negociação que quer ver apadrinhada no
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QREN para ver se conseguimos algum abrigo o que o impede de colocar,
aqui, qualquer verba em termos orçamentais.----------------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Vereador Joaquim Lourenço, a fim de prestar
o devido esclarecimento ao senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro que, tecnicamente, colocou algumas dúvidas, as quais se apressa
também, de uma forma clara, a responder. ------------------------------------------
No que concerne ao capítulo 01.01.12 – Indeminização por cessação de
funções é porque, porventura, o Município prevê que haja contratos a termo
que vão cessar durante o próximo ano, cujos trabalhadores têm direito à
respetiva indemnização, a não ser que a legislação venha a ser alterada. -------
Relativamente às outras contas que fez, os 30.000,00 Euros são de duas obras
protocoladas, na área do Ordenamento do Território - capítulo 04 -
precisamente em Figueiró da Serra e em Vila Nova de Tazem, 20.000,00
Euros mais 10.000,00 Euros, dá 30.000,00 Euros. Os 88.182,00 Euros que
vemos orçamentalmente no capítulo 05, refletem os 68.182,00 Euros da
delegação de competência nas Juntas para a Limpeza de Bermas e 20.000,00
Euros para a Junta de Freguesia de Lagarinhos, para uma Casa Mortuária,
através de uma obra protocolada.------------------------------------------------------
Quanto à Ação 38/2011, no valor de 22.000,00 Euros, que se reflete
orçamentalmente no capítulo orgânico 05, destina-se à limpeza de bermas e
valetas, pois não são só as Juntas de Freguesia a fazê-lo, mas a Câmara, por
meio de contratação de serviços, também o faz. Daí também ter esta verba
inscrita. -----------------------------------------------------------------------------------
Portanto, tudo o que está previsto nas Atividades Mais Relevantes e no PPI, o
programa faz refletir automaticamente no orçamento sem qualquer outra
operação contabilística. -----------------------------------------------------------------
------- De seguida usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia
Municipal, colocando à votação a “Proposta de Orçamento e Grandes
Opções do Plano da Câmara Municipal de Gouveia para o ano de 2012”,
tendo sido o documento aprovado, por maioria, com vinte e seis (26) votos a
favor, doze (12) votos contra e quatro (4) abstenções, nos termos da alínea b),
do n.º 2, do art.º 53.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações
introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro.-----------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Armindo Bezerra (PS) para
em nome da Bancada Municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto, não sei antes dizer que, em virtude da resposta
do Senhor Presidente, voltará à questão na próxima sessão, tendo o Senhor
Presidente da Assembleia interrompido dizendo que depois da votação é a
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declaração de voto senão temos que ver qual a definição de “declaração de
voto”:--------------------------------------------------------------------------------------
“Orçamento e Plano
Declaração de Voto
Os documentos que nos são apresentados vêm na linha dos anteriores e que
resultam numa década a andar para trás. Dez anos de desemprego, dez anos
de desertificação acentuada e emigração, dez anos de fome e pobreza no
concelho, dez anos de injusta subida de impostos municipais e numa dívida
que se vai tornar incompatível para o Município, sem que tenha sido traçada
uma estratégia de desenvolvimento para o concelho.------------------------------
É necessário saber se as despesas orçamentadas são efetuadas de modo a
alcáçar o máximo rendimento e utilidade, as despesas a efetuar devem ser
devidamente justificadas quanto à sua necessidade, utilidade e oportunidade
tendo como visão o investimento sustentado no nosso concelho. -----------------
Na Câmara de Gouveia procede-se ao contrário: consideram-se as receitas
para as aplicar no Maxxis Cup, no Meeting de Orientação, na Exposerra ou
no Caminho Natural.--------------------------------------------------------------------
Na atual conjuntura económica os gouveenses jamais compreenderão um
investimento de mais de dois milhões e meio de euros na construção do
Caminho Natural. Trata-se de uma obra muito cara, não prioritária,
desproporcionada, inoportuna e de duvidosa justificação. -----------------------
Contudo investimentos prioritários e estruturantes como a construção do
Centro Escolar de Moimenta da Serra, a Requalificação do Mercado
Municipal de Gouveia, a Ampliação e Requalificação do Parque Biológico, a
Promoção de Emprego ou a Ajuda ao Comércio Local foram simplesmente
ignoradas. --------------------------------------------------------------------------------
O desenvolvimento sustentado do concelho que devia assentar nos recursos
endógenos, no que nos distingue dos outros lugares é relegado para o caixote
do lixo. ------------------------------------------------------------------------------------
As Juntas de Freguesia são, uma vez mais, o parente mais pobre e mais
afastado da mesa do Orçamento. Restam-lhe umas migalhas para os serviços
que prestam aos seus concidadãos.---------------------------------------------------
Por outro lado este Orçamento consagra um conjunto de obras já concluídas
mas não pagas e que se arrastam de orçamento em orçamento e que são
exemplo a Estrada Gouveia/Paços da Serra, o Ringue de Paços da Serra.
Porque não recorreu o Município ao empréstimo bancário autorizado para
liquidar estas dívidas? As empresas não podem servir de instituições
financiadoras da atividade municipal. -----------------------------------------------
A Empresa Municipal, que agora nos surge com uma nova roupagem nas
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suas atividades, mas também na obtenção de receitas, continua a ser o maior
sorvedouro dos dinheiros do Orçamento da Câmara. Uma Empresa que
pouco mais faz que gerir as piscinas e o cinema, que não gera 50% das suas
receitas, como afirmou o antigo Ministro das Finanças Eduardo Catroga,
deveria ser extinta. Todos os Gouveenses continuam a pagar os custos das
piscinas e do cinema, sem saber nadar e sem ver filmes. --------------------------
As receitas correntes no valor de 5.843.274,00 Euros, cerca de 90% são
receitas diretas do Estado e dos impostos diretos e indiretos dos Gouveenses.
Do total das receitas correntes, cerca de 50% são para encargos de pessoal
e, se adicionarmos a estes os custos com o pessoal da DLCG, este valor
ascende a mais de 60%, isto só para pagar ordenados a funcionários e
políticos.-----------------------------------------------------------------------------------
As despesas de capital são para pagar juros e amortizações para pagar obras
há muito concluídas, para pagar obras em fase de acabamento, para
esbanjar no denominado Caminho Natural e para continuar a apostar nos
eventos que não atraem visitantes nem fixam pessoas ao concelho, são
apenas mais e mais despesas. ---------------------------------------------------------
O apoio ao empreendedorismo com uma verba de 10.000,00 euros e o apoio
ao emprego com uma dotação residual de 1.500,00 euros, são espelho desta
política espetáculo, mas de degradação do concelho a que o PSD nos
conduziu desde que chegou à Câmara de Gouveia. --------------------------------
Quem gosta de Gouveia, quem escolheu esta terra para viver, quem luta pela
criação de postos de trabalho, quem luta pelo investimento sustentado, quem
aposta no apoio às famílias e aos empresários do concelho, não pode apoiar
esta política desastrosa nem podia votar favoravelmente este Orçamento e
Plano Plurianual de Investimentos para 2012.--------------------------------------
Votamos contra porque não queremos que o nosso concelho desapareça do
mapa.”-------------------------------------------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernando Bernardo (CDU)
para em nome da bancada municipal da CDU, proceder à leitura da seguinte
declaração de voto:----------------------------------------------------------------------
“A nossa abstenção na votação do Orçamento para 2012, no PPI e nas
GOP’s que o Município tem para 2012, estamos a dar o benefício da dúvida
ao Executivo Municipal no que à concretização do proposto diz respeito. -----
No entanto, vamos acompanhar permanentemente a execução orçamental e
no momento próprio cá estaremos para fazer a análise dessa mesma
execução.”--------------------------------------------------------------------------------
Ponto 9 - Discussão e Votação da Moção “Aumento das Taxas
Moderadoras”, apresentada pela Bancada Municipal da
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CDU
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Fernando Bernardo (CDU)
solicitando ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal para fazer uma
pequena correção à data de 21 de dezembro para 22 de dezembro.---------------
Pensa que não há necessidade de estar a ler a Moção, uma vez que a mesma é
muito clara, sucinta e pertinente.-------------------------------------------------------
O aumento das taxas moderadoras é um claro esvaziamento do conceito do
que deve ser o Serviço Nacional de Saúde e que está inscrito na constituição.
Deve ser um Serviço Nacional tendencialmente gratuito e com a escalada que
estamos a ver nas propostas e nos anúncios que têm vindo a público será de
facto devastador e esvaziará completamente o conteúdo, essa definição de
Serviço tendencialmente gratuito. Há aqui uma tentativa de tornar a saúde
num serviço pago, com o pagamento e penso que esta Assembleia deve
manifestar-se sobre esse tema, que é um tema que, particularmente, a quem
vive no interior afeta muito.------------------------------------------------------------
Sabemos que devido às dificuldades que temos e sentimos diariamente em
todas as áreas da vida, o facto de residirmos no Interior já nos afasta
consideravelmente de muitos aspetos e benefícios relativamente à saúde e
nesse considerando as taxas moderadoras será mais um fator penalizante para
nós, não só para nós mas também para todo o País mas, especialmente, para o
Interior. -----------------------------------------------------------------------------------
Portanto, peço à Assembleia que se pronuncie e que de facto se imponha
contra esta situação do aumento das taxas moderadoras e que vai afetar
seguramente as famílias de todos o País, é um ano de cortes, é um ano de
cortes nos salários e um ano de cortes nisto é um ano de cortes naquilo. Estes
aumentos, acho que são totalmente despropositados. ------------------------------
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro referindo que votaria favoravelmente esta Moção da CDU no que diz
respeito ao aumento exponencial das taxas moderadoras.--------------------------
Esta questão, das taxas moderadoras, para quem recorre ao Centro de Saúde e
Hospitais, tem um pouco a ver também com aquele assunto das SCUT’s do
princípio do utilizador/pagador. Para já, tem que haver a diferenciação
positiva, em determinado tipo de matérias. Por outro lado, nós já pagamos
isso por via dos impostos, a montante quando nos descontam, em sede de
IRS, os nossos impostos. No fundo são bens que nós temos e que, para os
portugueses, são essenciais, como a saúde, a educação. No caso das SCUT’s,
é a circulação. Quando se fala em descriminação positiva, considera que o
SNS poderia moderar, porque dispõe de mecanismos para isso - à semelhança
daquilo que disse o Senhor Secretário de Estado dos Transportes no que diz
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respeito ao pagamento das SCUT´s - este tipo de pagamento. Se,
constitucionalmente, a saúde é tendencialmente gratuita, então quem ganha
mais, até podia pagar uma taxa diferenciada e é fácil, pois o SNS tem o cartão
de utente, banda magnética, sabe-se que aquele cidadão, os rendimentos que
tem, a que escalão pertence e até haver diferenciação da forma como se
pagam estas taxas moderadoras. Se todos pagarmos aquilo que seja
correspondente às nossas possibilidades, tudo muito bem, mas assim,
universalizando a medida, “comendo” todos por “medida grossa” é que está
errado.-------------------------------------------------------------------------------------
No acesso aos cuidados de saúde acha que é uma medida altamente gravosa
para os portugueses, sobretudo para aqueles mais desfavorecidos, mais
vulneráveis para aqueles que necessitam recorrer mais amiúde ao SNS.
Portanto subscreve favoravelmente a Moção da CDU. ----------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Pedro Carvalho (PS)
dizendo que considerava que há diversas maneiras de encerrar os Centros de
Saúde que não passa apenas pelo fechar de portas, espera que não cheguemos
aí, mas teme que estes critérios economicistas apontem também nesse sentido.
E, uma das formas de encerrar os Centros de Saúde, é dificultar o acesso aos
cuidados de saúde que prestam, com o aumento das taxas moderadoras, que
passam, de certa forma, a ser entendidas como co-pagamentos. Este Governo
está, de algum modo, a fechar o SNS, aos cuidados de saúde principalmente
àqueles que são doentes crónicos e não têm médico de família. De facto,
considerar como aceitável, triplicar os valores de atendimento nas consultas
de urgência que vão ser pagas no Centro de Saúde, de 3,80 euros para 10
euros, é manifestamente exagerado, sobretudo nesta época de crise. ------------
Considerar como devendo ser pagos os cuidados de enfermagem, também lhe
parece manifestamente exagerado. De facto, alguns poderão argumentar que
há isenções e de facto há, mas considerar também que quem ganha 620,00
euros e 630,00 euros, já é suficientemente endinheirado para poder pagar,
neste período de crise, esses cuidados de saúde, revelam mais uma vez a
insensibilidade social deste Governo.-------------------------------------------------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Ricardo Correia (PPD/PSD)
referindo que gostaria de lhes contar um caso que se passou com ele e não
está também com isto à espera que lhe desejem as melhoras, porque já se
sente melhor. Há duas semanas atrás teve uma indisposição, dirigiu-se às
urgências do Centro de Saúde de Gouveia, onde foi atendido por um
administrativo, em seguida uma enfermeira fez-lhe a triagem, depois há um
médico que lhe fez a consulta e ao ver o estado em que iria, decidiu
administrar – lhe um soro e uma injeção intravenosa. Ocupou uma cama do
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Centro de Saúde de Gouveia, durante uma manhã inteira, foi novamente
consultado pelo médico e aquilo que pagou foram 3,70 euros. Assim pergunta
o seguinte: se considera justo que ele, felizmente, ainda tem um bom
ordenado, por enquanto, não sei até quando, pague 3,70 euros por este
atendimento que considera de luxo. Acha que 3,70 euros pagam os atos
médicos e todos os atos administrativos de que beneficiou?-----------------------
Não sei quanto custa uma garrafa de soro, mas de certeza que não custa 3,70
euros, custa muito mais. É justo que pague o mesmo que a pessoa que ganha
metade daquilo que ele ganha? Ou que pague o mesmo que a pessoa que
ganha o dobro? Porque razão, nesta Moção, não fala a Senhora, no aumento
ou alargamento do número de pessoas que beneficiam das isenções? É que,
com as modalidades que foram criadas, de atribuição de isenções, prevê-se
que, no próximo ano, beneficiarão de isenções, cerca de 7 milhões de
atendimentos. Parece que é importante falar disto também, porque há um
claro alargamento dessas isenções. ---------------------------------------------------
------- Retomou a palavra o membro da Assembleia Fernanda Bernardo
(CDU) referindo, quanto às considerações que fez o membro da Assembleia
Ricardo Correia, numa situação pessoal, envolve-se o que se envolve, também
ela já sofreu cirurgias e não lhe pediram dinheiro algum e ainda bem porque
também se tivessem pedido se calhar não a teria feito e se calhar não estava
aqui hoje. ---------------------------------------------------------------------------------
Pensa que a saúde é o que é, a saúde não tem hora, não tem momento, não
tem nada. O Senhor Deputado hoje pode ter uma boa situação financeira, não
sabe amanhã qual será e pensa que a saúde não deve ser sinónimo de andar
com a declaração de rendimentos atrás. Saúde está tendencialmente tida como
gratuita, saúde é um serviço à população e deve ser assim considerado, não
deve ser encaminhada com o pagamento, é que antes de se considerar seja
qual for a situação de saúde da pessoa se anda a considerar a situação
financeira, não devemos andar a fazer aqui uma escala entre o rico e o pobre.
Pensa que isso não é justo, deve-se fazer uma diferenciação de casos como
aquelas situações que vêm na Lei de pessoas que estão isentas, a questão aqui
é o exagero das subidas, é o aumento das taxas moderadoras em si, é o custo
de um serviço, tendencialmente, gratuito e passa a ser pura e simplesmente
co-pago, ou seja, tem dinheiro pode ter saúde, não tem, paciência. Será assim.
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São
Pedro referindo que o que está inerente e subjacente à taxa moderadora não é
o pagamento de qualquer ato médico. A taxa moderadora não serve para
pagar o bom atendimento que se tem. ------------------------------------------------
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Também já contou uma situação pessoal em que fraturou um dedo e
prescindiu de ir de ambulância para a Guarda e dar esse prejuízo ao SNS, pois
foi pelos seus próprios meios. ---------------------------------------------------------
As taxas moderadoras, os 3,70 euros que pagamos, quando vamos a uma
consulta de urgência, não é para pagar nenhum ato médico, pois a filosofia, a
génese do SNS, é para ser gratuito, nós já o pagamos com os nossos impostos.
Então, por maioria da razão, cabe aqui dizer que já discutimos o tema das
SCUT’s, antes eramos contra as SCUT’s, contra o pagamento das SCUT’s,
agora já somos pelo utilizador/pagador, quando se sabe que o investimento foi
feito também a montante e foi pago também com os nossos impostos e através
até da PPP.--------------------------------------------------------------------------------
Ou então, em desespero de causa, perguntou quem é que paga as entradas do
teatro-cine que são deficitárias, quem é que paga os custos de manutenção das
piscinas municipais coberta e descoberta que são deficitárias. Então qual é a
filosofia? Dizemos à Câmara que suba para 10 ou 20 euros, uma entrada na
piscina ou cinema, para termos a mesma bitola do utilizador/pagador. Não
pode ser. Há coisas que têm que ser subsidiadas, há coisas que nós já estamos
a pagar pelos impostos que pagamos. ------------------------------------------------
------- Concluído o debate, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal
colocou à votação a Moção apresentada pela Bancada Municipal da CDU que
a seguir se transcreve:-------------------------------------------------------------------
“Moção
Aumento das Taxas Moderadoras
Foram recentemente anunciados, pelo Ministro da Saúde, os novos aumentos
dos custos de algumas das cerca de 300 “taxas moderadoras” existentes.
Entre elas encontram-se, nomeadamente, as referentes às consultas nos
Centros de Saúde (que o Governo pretende aumentar de 2,25 para 5 euros) e
às urgências polivalentes nos hospitais (que passariam de 9,60 para 20
euros). Mas podem vir a ser mais, designadamente sobre os meios
complementares de diagnóstico.-------------------------------------------------------
O argumento avançado pelo Ministro continua a ser o da suposta
necessidade de moderar o acesso aos cuidados de Saúde, particularmente às
urgências hospitalares. O mesmo argumento, aliás, utilizado em 1989 pelo
Governo de então, para justificar a alteração ao texto constitucional, que
consagrava no seu artigo 64.º a existência de um Serviço Nacional de Saúde
“gratuito” que garante agora que este é “tendencialmente gratuito”. ---------
Mas a realidade é que este serviço tem vindo a ser tendencialmente pago
pelos utentes, através das chamadas “taxas moderadas”, que têm vindo a
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assumir crescentemente o carácter de co-pagamento, o que é
inconstitucional, como afirma o Observatório dos Sistemas de Saúde. ---------
Os portugueses já são dos que mais pagam pela Saúde, diretamente dos seus
bolsos, no conjunto dos países da OCDE e são, em simultâneo, dos que mais
têm sido privados dos meios de acesso aos cuidados de saúde primários,
particularmente nas regiões do interior do país. -----------------------------------
Ao contrário daquilo que o Ministro da Saúde argumenta para promover este
aumento das Taxas Moderadoras, a principal causa da sobrecarga do acesso
às urgências está no facto de um milhão e 200 mil portugueses não terem
médico de família e de terem sido encerrados nos últimos anos dezenas de
serviços de proximidade. ---------------------------------------------------------------
Tendo em conta a complexidade e importância social deste processo para a
vida das populações, a Assembleia Municipal de Gouveia reunida em
22/12/2011, delibera pela aprovação da seguinte Moção a enviar ao
Governo:----------------------------------------------------------------------------------
1 – A Assembleia Municipal condena os aumentos dos custos de algumas
Taxas Moderadoras, nomeadamente as referentes às consultas nos Centros
de Saúde (que o Governo pretende aumentar de 2,25 para 5 euros) e às
urgências polivalentes nos hospitais (que passariam de 9,60 para 20 euros);
2 – A Assembleia Municipal propõe que o Governo revogue o Decreto-Lei
113/2011 de 29 de Novembro, que estabelece as novas regras de pagamento
das taxas moderadoras, o que a acontecer, permitirá que a portaria ainda em
construção, que estabelecerá os novos valores a pagar por cada um dos atos
médicos prestados, fique sem efeito.”-------------------------------------------------
------- Feita a votação, foi a presente Moção aprovada, por maioria, com vinte
e dois (22) votos a favor, oito (8) votos contra e onze (11) abstenções.----------
------- Usou da palavra o membro da Assembleia Joana Mota (PS) para em
nome da bancada municipal do Partido Socialista proceder à leitura da
seguinte declaração de voto:------------------------------------------------------------
“Declaração de Voto
As taxas moderadoras são um instrumento financeiro cujo principal objetivo
é a racionalização da procura dos cuidados de saúde. ----------------------------
Têm também um papel importante na seleção do serviço a utilizar por parte
dos utentes, bem como na sua sensibilização para os elevados custos dos
cuidados de saúde.-----------------------------------------------------------------------
No entanto, nos últimos anos as taxas moderadoras têm sofrido sucessivos
aumentos e um alargamento aos diferentes setores da saúde e, com este
Governo, atingem agora valores inaceitáveis. --------------------------------------
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O atual Governo defende que esta opção política garante que os que mais
necessitam, os que preenchem os critérios da insuficiência económica vão
continuar a ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde de uma forma isenta.
Mas parece-nos que esta opção pretende de criar um sistema mais injusto e
que afasta dos portugueses uma das suas maiores conquitas, um Serviço
Nacional de Saúde público e para todos. --------------------------------------------
No momento de crise como este que estamos a viver em Portugal onde a taxa
de desemprego não para de aumentar, não podemos pactuar com este tipo de
política. -----------------------------------------------------------------------------------
Numa altura em que a carga fiscal dos portugueses é elevada e o rendimento
disponível é baixo, não nos podemos esquecer que a taxa moderadora
representa um segundo pagamento dos cuidados, uma vez que já foram pagos
por vias dos impostos.-------------------------------------------------------------------
Consideramos existirem vias alternativas para reduzir a despesa no sistema
de saúde que não passam pelo aumento das taxas moderadoras.-----------------
Votamos por isso favoravelmente a Moção apresentada pela CDU.”-----------
Ponto 10 - Informações das Atividades do Senhor Presidente e Situação
Financeira a 15/12/2011
------- Usou da palavra o Senhor Presidente da Assembleia autorizando o
Senhor Presidente da Câmara a apresentar este ponto da Ordem do Dia. -------
------- No uso da palavra o Senhor Presidente referiu que nada mais tinha a
acrescentar para além do que se encontrava na informação enviada. ------------
------- O Senhor Presidente da Assembleia Municipal declarou abertas as
inscrições para os Membros da Assembleia que pretendessem intervir não se
verificando nenhuma intervenção.-----------------------------------------------------
III - INTERVENÇÃO DO PÚBLICO
------- Não se verificou a presença de público.---------------------------------------
------- Nos termos do n.º 3 do art.º 57.º do Regimento da Assembleia
Municipal, conjugado com o n.º 3 do art.º 92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de
Janeiro, foi deliberado, por unanimidade, aprovar em minuta as deliberações
referentes aos Pontos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8 e 9 da presente “Ordem do Dia”, de
modo a produzirem efeitos imediatos. ------------------------------------------------
------- Nada mais havendo a tratar, pelo Senhor Presidente da Mesa foi
declarada encerrada a reunião pelas vinte e uma horas e trinta minutos, da
qual e para constar se lavrou a presente ata que, depois de lida e aprovada,
será assinada pelo Senhor Presidente da Mesa e pelo seu 1.º Secretário. --------
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O Presidente da Assembleia Municipal
(Dr. Rogério Marques de Figueiredo)
O 1.º Secretário da Assembleia Municipal
(Dra. Anabela Machado Marcelino Almeida)
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