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Brasília, 04 de junho de 2013
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
A seca no Nordeste
Pedro Carlos Gama da SilvaEmbrapa Semiárido
Zoneamento Agroecológico do Nordeste - ZANE
• Grande diversidade agroecológica e socioeconômica.(172 unidades geoambientais).
• Grande diversidade de sistemas agrários e agrícolas.
• Clima: árido, semiárido, subúmido, úmido.
• 28% da população do país.
• 13,6% do PIB nacional;
• 45% da PEA agrícola nacional para 14% do valor da produção;
• 49% dos estabelecimentos de pequeno porte;
• Baixa escolaridade da PEA (6 anos de estudo contra 8,5 no SE e 7,6 no BR);
• 29 milhões de pobres e extremamente pobres (56% da população).
Nordeste Brasileiro
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Mapa da seca no Nordeste
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
SemiSemiáárido brasileirorido brasileiro
• 110 das 172 unidades geoambientais do NE;
• Sistemas agrícolas de baixa eficiência;
• Piores indicadores sociais do país;
• 20 milhões de ha em degradação (22% da área);
• Degradação dos recursos hídricos;
• Declínio das atividades econômicas;
• “Uma economia sem produção”
Gustavo Maia Gomes (2001);
Tipos de vegetação
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Climatologia da precipitação anual da região Nordeste do Brasil.
Fonte: Moura et al., (2007)
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Mapas da região com informações sobre a umidade relativa do ar (em %) e a evaporação.
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UNIDADES/ REGIÃO
NORDESTE SEMIÁRIDO NORDESTINO
ÁREA TOTAL (km2) MUNICÍPIOS ÁREA TOTAL (km2) % MUNICÍPIOS %
AL 27.779,343 102 12.579,185 45,28 38 37,25
BA 564.830,538 417 391.485,078 69,31 266 63,79
CE 148.920,538 184 129.178,379 86,74 150 81,52
MA 331.935,500 217 --- --- --- ---
MG 586.520,368 853 102.567,248 17,49 85 9,96
PB 56.469,466 223 48.676,947 86,20 170 76,23
PE 98.146,315 185 85.979,387 87,60 122 65,95
PI 251.576,644 224 149.463,382 59,41 128 57,14
RN 52.810,699 167 49.097,482 92,97 147 88,02
SE 21.918,354 75 11.105.591 50,67 29 38,67
NORDESTE 1.554.387,725 1.794 871.565,831 56,46 1.050 58,53
BRASIL 8.502.728,263 5.565 980.133,079 11,53 1.135 20,40
Nordeste: área do semiárido por estado e número de municípios (2010)
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REGIÃO
PIB (R$ milhões) PIB per capita (R$)
Valor Total Brasil (%) Valor Total Brasil (%)
NE Semiárido 73.954 3,44 3.579,17 30,70
NE sem o Semiárido 206.551 9,62 6.804,08 58,36
NORDESTE 280.504 13,06 5.498,03 47,16
BRASIL 2.147.239 11.658,10
Fonte: ARAÚJO e LIMA (2009)
PIB. Nordeste Semiárido, Nordeste e Brasil, em 2005.
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Pessoal ocupado 1996 2006 Variação (%)
Brasil 17.930.890 16.567.544 - 7,60
Nordeste 8.210.809 7.698.631 - 6,24
Semiárido 6.630.180 6.354.934 - 4,15
Pessoal ocupado em atividades agropecuárias no Brasil, no Nordeste e no Semiárido (1996 e 2006).
Fonte: IBGE (2006).
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Características dos estabelecimentos rurais por grande regiões (2006)
Fonte: Buianain e Garcia (2013)
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1990 1999 2003 2009
Pobres 28.558.579 27.729.719 29.937.040 20.975.867
Extremamente pobres 17.162.918 14.182.705 15.437.233 8.215.239
Nordeste. Perfil da população (1990-2009)
Fonte: IPEA (2013)
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ESTADOS DOMICÍLIOS PREVIDÊNCIA BOLSA FAMÍLIA
Maranhão 1.653.701 922.049 951.611
Piauí 848.263 554.664 455.182
Ceará 2.365.276 1.328.587 1.107.009
Rio G. do Norte 899.513 509.601 364.751
Paraíba 1.080.672 651.152 506.234
Pernambuco 2.546.872 1.383.385 1.151.313
Alagoas 842.884 468.397 436.270
Sergipe 591.315 292.555 268.330
Bahia 4.094.405 2.142.909 1.808.346
Nordeste 14.922.901 8.253.299 7.041.046
Fonte: IBGE, MDS e INSS (2013)
Nordeste. Rede de proteção social (2012)
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Década Século
XVI XVII XVIII XIX XX XXI
00 1603 1707 1804 1900 2001
1608 1808/1809 1903 2003
10 1614 1710/1711 1814 1915 2011/2013
1919
20 1721/1722 1824/1825
1723/1724 1829
1725/1726
1727
30 1730 1830 1932
1736/1737 1833
40 1645 1744/1745 1844/1845 1942
1746/1747
50 1652 1751 1951/1952
1754 1953
1958
60 1760 1962
1766 1966
70 1771/1772 1870 1970
1777/1778 1877/1878 1976
1879 1979
80 1583 1783/1784 1888/1889 1980/1981
1587 1982/1983
90 1692 1791/1792 1898 1990/1991
1793 1992/1993
1998/1999
Fonte: Adaptado de Oliveira e Vianna (2005); Marengo (2006); Rebouças et al. (2006).
Cronologia da ocorrência de secas no Nordeste do Brasil entre os séculos XVI e XXI.
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Classificação das secas
• Hidrológicas (baixa precipitação)
• Agrícolas (seca verde)
• Efetivas� 1700� 1877 (transposição)� 1888 (armazenamento de água, irrigação)� 1897 (Guerra de Canudos)� 1915 (O Quinze, de Rachel de Queiroz)� 1931-32 (Industria da seca)� 1951-52 (Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga) � 1992-95 (Crise energética, CPI) � 2012-13
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Situação da seca 2012-13 no Nordeste, em 12 de março de 2013
Mapa da seca no Nordeste
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Convivência com Semiárido e Enfrentamento da Seca
Enfrentamento da seca:
•Mais do que se convencionou chamar de convivência com o semiárido;
•Diversidade de situações no espaço geográfico afetado pela seca;
•Identificação das alternativas passíveis de mobilização;
•Convivência com semiárido e com as secas.
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Ações governamentais de políticas públicas e subvenções sociais: colchão amortecedor
• Garantia Safra;
• Pronaf's;
• Água para todos;
• Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);
• Bolsa família;
• Aposentadorias;
• Outras.
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Ações governamentais de emergência�Comitês de Enfrentamento à Estiagem;
�Operação “carros-pipa”;
�Milho da CONAB (Programa Venda em Balcão);
�Auxílio Emergencial (Bolsa Estiagem);
�Chapéu de Palha Estiagem (Governo do estado de PE);
�Operação seca assistência aos rebanhos: pulmões verdes;
�Operações de crédito (Operações de Crédito Emergencial - BNB);
�Distribuição de alimentos;
�PAA Especial Caprinos e Ovinos;
�Infraestrutura hídrica:
o Dessalinizadores, perfuração e recuperação de poços;
o Construção e recuperação de açudes e barragens.
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
Situação dos agricultores:•Impotência dos agricultores diante da morosidade das ações
governamentais (carros-pipa, adutoras, milho da Conab, crédito
emergencial);
•Apoio concentrado nas bacias de produção;
•Fragmentação das ações governamentais de apoio;
•Altos preços dos alimentos:
• Corrói todas as contribuições das ações de subvenção social;
• Revela a importância da agricultura de sequeiro.
•Intenso processo de descapitalização dos agricultores;
•Comitês de Enfrentamento à Estiagem são “Chapa Branca”.
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Tecnologias para convivência para seca :
•Culturas tolerantes ao déficit hídrico (sorgo x milho);
•Armazenamento de forragens;
•Manejo solo-água-planta (captação in situ, barragens subterrâneas, barreiros de salvação);
•Aproveitamento das espécies da biodiversidade (umbu, maracujá do mato);
•Palma forrageira (reserva estratégica)
Tecnologias para enfrentamento (emergencial) da seca:
•Valorização da vegetação nativa (caatinga):
oPráticas de manejo da pastagem nativa (rebaixamento);
oUtilização das cactáceas e outras espécies da caatinga (fenação);
oColheita e valorização das frutas nativas (extrativismo).
•Aproveitamento de água de poços (amazonas, cacimbas, semi-artesiano);
•Aproveitamento da umidade dos fundos de vales e baixios.
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Desafios para pesquisa (Embrapa):•Agricultura biosalina para utilização dos poços;
•Resgate, manutenção e apoio aos Banco de Sementes Tradicionais (Seleção
dos Agricultores de “geração a geração”: manipeba branca, mandioca engana
ladrão, feijão pitiúba);
•Disponibilização de sementes indicadas pela pesquisa, principalmente, para
espécies tolerantes a déficit hídricos (guandu, gergelim, sorgo);
•Aprofundamento de estudo sobre o manejo da caatinga;
•Estudos sobre a produtividade da água (irrigação e sequeiro);
•Participar dos comitês de enfrentamento das estiagens;
•Valorizar e apoiar os CDRS;
•Conversar com os agricultores e envolver-se com a dinâmica social.
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Convivência com o SemiConvivência com o Semiááridorido1.Ordenamento e manejo dos recursos:1.Ordenamento e manejo dos recursos:
•• SeguranSegurançça ha híídrica e sadrica e saúúde das populade das populaçções. Encontrar soluões. Encontrar soluçções de alta garantia ões de alta garantia quantitativa e qualitativa; quantitativa e qualitativa;
2. 2. Indicadores de desenvolvimento sustentIndicadores de desenvolvimento sustentáável:vel:•• IdentificaIdentificaçção, descrião, descriçção e avaliaão e avaliaçção de experiências de convivência;ão de experiências de convivência;•• ConstruConstruçção de indicadores de sustentabilidade (ambiental, social, econômão de indicadores de sustentabilidade (ambiental, social, econômico) ico) para avaliar os diversos sistemas em diferentes situapara avaliar os diversos sistemas em diferentes situaçções;ões;•• Impactos da agricultura de base ecolImpactos da agricultura de base ecolóógica para convivência, como polgica para convivência, como políítica tica institucional.institucional.
3. Sistemas de produ3. Sistemas de produçção e diversificaão e diversificaçção das atividades:ão das atividades:•• AgregaAgregaçção de valor aos produtos da biodiversidade;ão de valor aos produtos da biodiversidade;•• Turismo alternativo (ecolTurismo alternativo (ecolóógico, cultural, etc.);gico, cultural, etc.);•• DiversificaDiversificaçção das atividades e consolidaão das atividades e consolidaçção dos sistemas de atividades;ão dos sistemas de atividades;•• Pagamentos para serviPagamentos para serviçços ambientais.os ambientais.
Desafios de convivência com as secas diante as Mudanças Climáticas e Desertificação no Semiárido
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
4. 4. Dispositivos de pesquisaDispositivos de pesquisa--desenvolvimento e fortalecimento da educadesenvolvimento e fortalecimento da educaçção ão contextualizada:contextualizada:
• Desenvolvimento de sistema de alerta para as secas;
• Fortalecimento do elo entre as instituições de pesquisa e a comunidade;
• Adaptação da ATER: metodologias, dispositivos de articulação entre a
demanda e a pesquisa científica;
• Educação contextualizada (popular, cidadã): na escola e comunidade;
• Dispositivos de construção e transmissão de saberes técnico e do
agricultor;
• Resgate e valorização da cultura.
Convivência com o SemiConvivência com o Semiááridorido
Desafios de convivência com as secas diante das Mudanças Climáticas e Desertificação no Semiárido
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
5. Biodiversidade, potencialidades e dinâmicas sociais do bioma caatinga:• Utilização da biodiversidade por comunidades tradicionais ;• Prospecção genética das espécies da caatinga para melhoramento e utilização (visando a tolerância a déficit hídrico e altas temperaturas);
• Estudos de plantas medicinais, madeireiras e frutíferas nativas;• Manejo e conservação de forragens (produtividade e qualidade);• Exploração e incentivo à criação de abelhas nativas;• Produção de sementes adaptadas;• Identificação e plano de recuperação de áreas degradadas e salinizadas;• Cenários de utilização da água;•Pesquisa hidrológica: avaliação da proposta de integração das bacias hidrográficas (açudes e rios);
• Modelos de áreas de conservação mais adequadas para o NE;• Estudos sobre a sustentabilidade e eficiência de formas de armazenamento de água, para diversos usos.
Desafios de convivência com as secas diante das Mudanças Climáticas e Desertificação no Semiárido
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho de 2013
1. Políticas públicas para fortalecimento da educação contextualizada;2. Ações de educação contextualizada utilizando materiais didáticos adequados;3. Inclusão dos materiais didáticos de educação contextualizada em políticas
públicas de educação;4. Contemplar a educação contextualizada nos diversos níveis de ensino;5. Construção e implementação dos planos estaduais de educação com interface
com os PAN e demais planos para o Semiárido.6. Construção de infraestruturas hídricas (barragens subterrâneas, adutoras,
barreiros...);7. Unidades de conservação no Semiárido, enfatizar as RPPNs;8. Mobilização das políticas públicas envolvendo a Sociedade Civil;9. Responsabilidade socioambiental das empresas no uso dos recursos naturais no
Semiárido (cuidado com o financiamento público dessas atividades);10.Projeto Áridas – resgatar o acervo, novas diretrizes, instrumento para o
planejamento do desenvolvimento sustentável em níveis local e regional;
Políticas Públicas
Desafios de convivência com as secas diante das Mudanças Climáticas e Desertificação no Semiárido
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Águas pluviais e produção de alimentos
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Caatinga
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
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Cer
eus
jam
acar
u P
. D
C
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
Alimentação animal
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MMéédia de Capacidade de Suporte Animal de 65 Unidades Produtivas dia de Capacidade de Suporte Animal de 65 Unidades Produtivas da da ÁÁrea de Sequeirorea de Sequeiro
Ano agrícola ano 2000/2001 - Petrolina-PE
1,7 0,5
4,88
7,09
15,42
-8,33
-10
-5
0
5
10
15
20
CAPACIDADE DE SUPORTE (média em Unidade Animal)
CAATINGA RESTOS DE CULTURAS FORRAGEIRASSUPORTE TOTAL REBANHO DEFICT
UN
IDA
DE
A
NIM
AL
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Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
Potencialidades (agregação de valor)
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
Identificação, caracterização e classificação de experiência produtivas intermunicipais em execução.
Território do Sertão do São Francisco
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
Pequena Irrigação
Reunião da Comissão Executiva do COEP Brasília-DF, 4 a 6 de Junho
BR 428, km 152, Zona Rural, Cx. Postal 23BR 428, km 152, Zona Rural, Cx. Postal 23CEP: 56302CEP: 56302--970 Petrolina970 Petrolina--PE PE
Fone: 0 ** 87 3866Fone: 0 ** 87 3866--36623662EE--mail: mail: [email protected]@embrapa.br
Pedro Carlos Gama da SilvaPedro Carlos Gama da Silva
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