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== .. . "-'(; .- ," '- ' :K;' . Ciências da Terrã ." o f'" . . ..:. _ - A sedimentação e a gliptogénese no registo cenozóico continental do Minho (NW Portugal) M. I. Caeta no Alves & D. Iosua Pereira Centro de:Ciências do Ambiente/CT; Departamento de Ciências da Terra, Univ. Minho. 4710-057 Braga, Portugal. E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] RESUMO Palavras-chave: Pliocénico; Quaternário; NW Portugal (Minho); drenage m exorreica; fluvial. Este trabalho pretende identificar e sumariamente descrever os principais episódios de sed ime ntação e gltptog énese cenozõica da região do Minho. Os vestígios mais antigos de sedimentação cenozóica estão relacionados com redes de drenagem exonetcas e ocorrem na dependência desses vales. Admite-se que este enchimento tenha decorrido no Placenciano e que tenha sido ravinado pelo primeiro episód io de glip logénesc: quaternária {ante Plistocénico médio). Identificaram-se mais três ciclos de gliptogénese/ sedi mentação quate rnários responsáveis pelo encaixe acentuado dos rios minhotos. A erosão regressi va desencadeada, originou a captura do rio Homem para a bacia do Cávado e, também por captura, o desvio da foz do rio Neiva para a posição actual. Estas capturas pennitiram a conservação dos depósitos de Alvarães. Acomposição sedimentar da cclmàtação do último ciclo é distinta da dos anteriores; inclui algumas partlculas de rochas e minerais alteráveis e/ou com menor grau de alteração, maior teor de ilite e de interestrariftcados. Este último escavamentc dos vales minhotos ocorreu durante o úllimo perlodo glaciário. Existiram ainda outros episódios de menor amplitude, que modelaram patamares embutidos nos ciclos maiores, origina dos principalmente por oscilações climáticas ; os indícios de movimentações tectónicas, foram observados somente no vale do rio Minho. ABS TRA CT Key w ords: Piiocene; Quatemary; NW Portugal (Minho); excrheic nerwork; fluvial. This study identifíes and describes lhe major Cenczoíc glyptogenesis and sedimentation episcdes in lhe Minho regicn (NW Portugal). The fluvial processes ofexorheic network were mainly lhe builders ofCenozoie landscape. This paperpresents a chrono- logica l sequence of the major fluvial events based on geomorpho logy and sedimentarycharacteristies obtained in fonner studies and new ones. The oldest Cenczoíc sedimentation (p lacencian) remains 011 local depress ions. and was gencrated by fluvial and fluvío- lacustrinc: processes. Quatcmary glyptogenesis begins probably with a major European coo ling (Gunz'?). Se , lhe Placencian infilling was eroded and a new episode of sedimcntation was accumu lated in the: sarne: early paleovalley. There were three more cyclc:s of queremery glyptogc:nesis and sedimentatio n. The last glyptogenesis episode records the last glacia l pc:ri od. The:post-glacial alluvion conta ins clests of granites , schlsts, feldspars, and other alterablc: lithologies and minerais; on clay d imensio ns there are abundan t illite and interstratified minerals . Th is compos ition diff ers from lhe older ones, more sihciclastíc and kaclinitic. Other minor erosic n episodes were identified, contrclled mamly by eustasy; evidences oftectonic movements were cbserved only in rio Minho valley. INTRODUÇÃO Os ep isódi os de sed imentação cenoz óica que se observam na região Minho, fora m gerados na de pendência de siste mas fluviais exorreícos que drenavam esta região . A maioria des tes afl oramentos situam-se nas bacias de drenagem dos principais rios minhotos. São testemunhos prin ci pais desta evolução fluvial : os d ep ósitos sedimentares relativos aos três rios pri ncip ais ( Minho, L ima e Cávado) e respectivos afluentes; os de pósitos de Alvarâes, si tuados entre o rio Lima e o rio N eiva; e os de pósi tos de Prado, na marge m direita do rio Cávado (Fig. 1) . Nes te traba lho pretend e-se, int e grando os d ados di sp oní veis pro ve n ient es de es tu dos que t êm si do 99

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Ciências da Terrã~f . "o f'" . ~ . ~ ..:._-

A sedimentação e a gliptogénese no registo cenozóicocontinental do Minho (NW Portugal)

M. I. Caetano Alves & D. Iosua Pereira

Centro de:Ciências do Ambien te/CT; Departamento de Ciências da Terra, Univ. Minho. 4710-057 Braga, Portugal.E-mai l: [email protected] E-mail: [email protected] t

RESUMO

Pal avr a s-chave: Pliocénico ; Qua ternário; NW Portugal (Minho); dre nage m exorreica; fluv ial.

Este trabalho pretende identificar e sumariamente descrever os principais episódios de sed imentação e gltptog énese cenozõicada região do Minho. Os vestígios mais anti gos de sed imentação cenozóica es tão relacionados com redes de drenagem exonetcaseocorrem na dependência desses vales . Admite-se que este ench imento tenha deco rrid o no Placenciano e que tenha sido ravinadopelo primeiro episód io de glip logénesc: quaternária {ante Plistocénico médio). Identificaram-se mais três ciclos de gliptogénese/

sedi mentação quaternários responsáveis pelo encaixe acentuado dos rios minhotos. A erosão regressi va desencadeada, originou acaptura do rio Homem para a bacia do Cávado e, também por captura, o desvio da foz do rio Neiva para a posição actual. Estascapturas pennitiram a conservação dos depósitos de Alvarães. Acomposição sedimentar da cclmàtação do último ciclo é distinta dados anteriores; inclui algumas partlcu las de rochas e minerais alteráveis e/ou com menor grau de alteração, maior teor de ilite e deinterestrariftcados. Este último escavamentc dos vales minhotos ocorreu durante o úllimo perlodo glaciário. Existiram ainda outrosepisódios de menor amplitude, que modelaram patamares embutidos nos ciclos maiores, origina dos principalmente por oscilaçõesclimáticas ; os indícios de movimentações tectónicas, foram observados somente no vale do rio Minho.

ABSTRACT

Key words: Piiocene; Quatemary; NW Portugal (Minho); excrheic nerwork; fluvial.

This study identifíes and describes lhe major Cenczoíc glyptogenesis and sedimentatio n episcdes in lhe Minho regicn (NWPortugal). The fluvial processes ofexorheic network were mainly lhe builders ofCenozoie landscape. Th is paperpresents a chro no­logica l sequence ofthe major fluvial events based on geomorpho logy and sedimentarycharacteristies obtained in fonner studies andnew ones. The oldest Cenczoíc sedimentation (p lacencian) remains 011 local depress ions. and was gencrated by fluvial and fluvío­lacustrinc: processes. Quatcmary glyptogenesis begins probably witha major European coo ling (Gunz'?). Se , lhe Placencian infillingwas eroded and a new episode of sedimcntation was accumu lated in the: sarne: early paleovalley. There were three more cyclc:s ofqueremery glyptogc:nesis and sedimentatio n.The last glyptogenesis episode records the last glacia l pc:riod. The:post-glacial alluvionconta ins clests of granites , schlsts, feldspars, and other alterablc: lithologies and minerais; on clay d imensio ns there are abundan tillite and interstratified minerals . Th is compos ition differs from lhe older ones, more sihciclastíc and kaclinitic. Other minor erosic nepisodes were identified, contrclled mamly by eustasy; evidences oftectonic movements were cbserved only in rio Minho valley.

INTRODUÇÃO

O s episód ios de sedimentação cenozóica que se

observam na região Minho, fora m gerados na de pendência

de sistemas fl uvia is exorreícos que drenavam esta região.

A maioria destes afl oramentos situam-se nas bac ias de

drenagem dos principais rios minhotos. São testemunhos

princi pais desta evolução fluvial : os dep ós ito s

sedimentares rel ativos aos três r ios principais (Minho,Lima e Cávado) e respec tivos afluentes; os de pósitos de

Alvarâes, situados entre o rio Lima e o r io Neiva; e os

de pósitos de Prado, na margem direita do rio Cávado (Fig.

1) . Neste trabalho pre tende-se , integrando os d ados

d isponíve is pro ven ientes de estudos que têm sido

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1° Congressosobre o Cenozóico de Portugal

realizados sobre estes depósi tos, reconhecer e interpretaro s epi sódios de sed imentação e gliptogénese comrepresentação regional .

DEPÓSITOS DA BACI A DO RIO MINHO

Naparteportuguesa dorio Minhoos depósitos situam­se a partir de Melgaço (Fig . 2) e ocorrem com maiorespessura e continuidade lateral nas regiões de Monção ede Valença-S. Pedro da Torre (pereira, 1989, 199I ;Alves& Pereira, 1999).

A co mposição sedime nta r dos de pósitos épredominantemente conglomerática, com calhaus muitorolados de quartzíto e algwn quartzo (Fig. 3); os calhausde quartzito apresentam uma alteração imposta após adeposição e que é progressivamente menor no sentido dosdepósitos mais recentes (pereira, 1989, 1991; Pereira &Alves, 1993). Os fe1dspatossão muito raros nos depósitosmais antigos (Fig. 3), onde se encontram argilificados, eum pouco mais frequentes (até 10-A) e menos alteradosnos mais recentes . A matr iz é predominantemen tecaulinítica nos enchimentos mais antigos e ilítica nos mais

Fig. I - Loca lização da área estudada.

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Fig. 2 • Depósitos de terraço fluviais da bacia do rio Minho. Nos perfis representa-se a sucessão dos ciclos de gliptogénese esedim entaçãu , O perfil A corresponde aos depósitos entre Monção e Melgaço e o perfi l B aos depósitos entre S. Pedro da Torre e

Valença . A espessura dos depósi tos não está represen tada à escala.

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recentes (Pereira, 1989, 1991). Os níveis argilosos escurosfossilifcro s também são cauliní tic os, rea lçando-se aausência de minerais expansivos.

Em S . Pedro da Torre (Va lença) os de pósi tospreenchem um paleorelcvo modelado a colas superiores a50 metros . Junto ao soc o, observam -se litofácie sconglomeráticas, de enchimento de canais e barras, aosquais se seguem depósitos lutíticos, por vezes espessos eocasionalmente fossilíferos (Fig. 4). Sobre estes lutitcsocorrem até ao topo vá rios níveis de conglomeradossemelhantes aos da base. Nesta região foi observada umafalha inversa no contac to entre os depósitos e o soco, comdirecção aproximada N-S e inclinando 600W (Carvalho,198 1; Pereira, 1989, 1991 ; Cabral , 1995). Neste paleovaleincluem-se os vestígios de depósitos que se observam paramontante a cotas crescentes , frequentemente sobre osubstrato alterado (Fig. 2). Na margem esquerda, em Por­tugal, os vestígios mais elevados são os conglomeradosde Prado (Melgaço), que ocorrem sobre granito alteradoentre +95m e + 100m, e os de Salvaticrra, na margemdireita. aflorando a + 120m (Lautensach, 1945; Teixeira.1952; Zbyscw ski, 1958; Teixeira & Gonçalves. 1980).Admite-se agora que a sedimentação neste episódio possater ultrapassado quarenta metros de espessura.

Nos lutitos da Formação de Barrocas (S. Pedro daTorre) foram recolhidos fósseis vegetais entre os quais sedestacam a espécie Taxodi um hantkey Grcgor e o géneroEngelhardtia (Pais, 1989; Pais et aI., em publicação). Esteselementos termófilos são indicadore s de condiçõessubtropicais, que dificilmente poderiam ter sobrevivido aum gra nde ar refec imen to. sendo desconhecida a suapresença nas associações floris ticas da Europa após oPlistocénico inferior (Pais, informação oral). No conteúdoflortstico da jazida de Corgos identificado por Andrade(1945), foram descritos: pólens de Pínus (com dimensõese morfologia de syívestris}, Quercus. Castan ea, Saiu,Betula, Polen vesti bu lum, Gramincee, Schiza ceae ,Polipodiaceae e Cyatheaceae . As caracterís ticas maistemperadas desta flora. estão de acordo com a hipótese deter ocorr ido um episódio de encaixe que não tenha atingidoo soco. ou seja, de um primeiro embutimento quaternáriona colmatacão anterior (Alves & Pereira, 1999).

Posteriormente, um novo ciclo de encaixe fluvialescavou o soco, aprofundando o talvegue até uma cotaaproximada de 30 metros. A acu mulação sedimentarseguinte atingiu cerca de vinte metros de espessura, ondemais tarde foram modelados dois patamares eros ivos.

Sucede-se um novo rebaixamento do talveg ue paraaltitude inferior a 15 metros. No enchimento posteriorestão definidos dois patamares. A composição destasedimentação difere das anteriores pelo maior teor de ilite,intc restratificados ilite-vermiculitc e de feldspatos (emmédia 8%) e menor alteração destes e dos clastos dequartzito (Perei ra, 1989. 1991) . Na margem direita estãobem desc rit os os " te rr aç os baixos" co mo sendoconstituídos por raros quartzitos alterados e gresosos,fcldspatos bastante frescos , predomínio de ilite, c lorite einterestratiflcados, contrastan do com a com posiçãoobservada nos "terraços médios" e "altos" (Ncnn, 1967).

Ciências da Terra (UNL). 14

Por último, ocorreu o escavamemo do vale holocénico,com vinte e seis metros de profundidade na ponte deValença-Tui (Lautensach, 1945). preenchido por areiasfcldsp áticas e lutitos predominantemente ilíticos (Pereira,1989).

Na margem espanhola, cm frente a S. Pedro da Torre,a distribuição do s terraços é semel hante. No perfilesquemático dos terraços da zona de Curras (SW de Tui).apresentado por Hurtado et al. ( 1985), reconhece-se omesmo número de ep isód ios de cncaixe/colmatacão,difer indo ligeiramente nas cotas dos ravinamentos.

DEPÓSITOS DA BACIA DO RIO LIM A

Os terraços do rio Lima situam-se para oeste de Refoiosdo Lima. Comparativamente aos da bacia do rio Minhotêm menor ex tensão e espess ura e as li tofáciesconglomeráticas são mais finas (predominam seixos de16 a 32mm). As litofácies dom inantes varia m deconglomerados com matr iz areno-lutítiea a arenitoslutiticos, sendo raras as camadas lutiticas (Alves, 1995a,1995b,1996).

Neste sector da bacia os depósitos mais elevados sãoobservados próximo de Refoios do Lima. assentes sobregranito a cerca 70m de altitude (Fig. 5). Na região de Pontede Lima, os depósitos ocorrem a cerca de +50m sobremetassedimentos silúricos. Nas propostas anteriormenteapresentadas por Alves ( 1995a, 1995b, 1996) estes foramconsiderados como dois níveis de terraço. mas a escassezde afloramentos não permite assegurar a presença dc umou do is níveis. É cla ra a sua ligação com terraços deafluentes da margem direita do rio Lima, situados emFaldej ãcs (a norte de Ponte de Lima), Lanheses , Meixedo,Vila Mou e Torre. Nestes depósito s são frequentes osendurecimen tos gocthíticos, quer no interior do depósitoque r no con tacto co m os micaxistos caulinizados(Alves , 1989).

O nível de terraço do rio Lima melhor conservadositua-se entre Corrcl hã (Ponte de Lima) e Darque (Vianado Castelo) . Este te rraço corresponde ao pa1eovaleescavado entre +50m e +20m de altitude (Fig. 5). Existemoutros vestígios deste episódio, relacionados com afluentesda margem direi ta (Estorãos, Torre e Meadela ) e damargem esquerda (Correlhã , do rio Trove la , e deDeocriste). A composição sedimentar deste enchimento ésemelhante à do anterior, com clastos síticíosos e matrizdominantemente cauliní tica. Esta semelhança resulta querda exumação do soco alterado. sob condições propícias àmeteoriação química, quer da herança de partículas dosdepósi tos mais antigos . A alteraçã o pós deposicional éresponsável pela diminuição de cristalinidade da caulinite,aparecimento de gibsite, vermiculitc e interestratificadosirregul ares do t ipo (1 0- 14 v) (A lves, 199 1, 1995a,1995b, 1996).

Post e r iormente oc orreu out ro encaixe cujopaleotalvegue ravina o soco entre aproximadamente +20me +10m. Os sedimentos que preenchem este paleo valeapresentam algumas di ferenças composic ionai srel at ivamen te aos an te rio res . Além do qua rtzo são

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1° Cong resso sobre o Cenozóico de Portugal

Fig. 3 • Pormenor das litofãcies conglomeráticas típicas do enchímento mais antigo do paleovale do rio Minho em S. Pedro daTorre (Valença).

Fig. 4 - Paleocanal com preenchimento argiloso e jazida com macrorrestos vegetais, talhado em conglomerados do episódio maisantigo preservado em S. Pedro da Torre (Valença), na bacia do rio Minho (Portagem da AJ ).

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Ciências da Terra(UNL), 14

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Fig. 5 - Depósitos de terraço fluviais e marinho (tramaa ponteado grosso)da baciado rio Lima. Esboço cartográfico e perfillongitudinal representando a sucessãodos clclosde gliptogénese e sedimentação (baseado emAlves, 1995a). A espessura dos

depósitos não está representada à escala. .

freq ue ntes clastos de g ranitos, metassedimentos efe ldspatos ; na mat riz ocorre caulini te de baixacristalinidade, vermiculite, interestratificados (10-14v) egrande quantidade de g ibsite. Os ve stíg ios dest eenchimento observam-se em Santa Comba (Ponte deLima) e nos terraços de afluentes localizados em Arcoze1o­Faldejães (do rio Labruja), Pontão e Lamas (Lanheses)(Alves, 199 1, 1995a, 1995b, 1996).O actual rio Lima segue um trajec to sobre aluviões decomposição muito variada, que ocupam o último valeescavado, com a profundidade de trin ta e quatro metrosna foz (Viana d o Caste lo). As are ias sã o q ua rtzo ­feldspáticas e os cascalhos são de granito, quartzo,feld spato e, menos frequentemente, xisto, quartzito egnaisse (Alves, 1996). Nos níveis de inundação, algunshistóricos. predominam ili te, in terestratificados ili te­vermiculite e vermicul ite sobre a gibsite e a caulinite(Alves & Alves, 1993).

DEPÓSITOS DE ALVARÃES

Os depósitos de Alvarães situam-se a sul do rio Limae têm aetua lmenteuma altitude máxima de +76m (v. g. deSião). Alguns vestígios ge omorfológicos indicamq ue este e nchimento pod e te r at ing ido na lg unslocais +100m .

A Formação de Alvarães apresenta cerca de quarentametros de espessura, visíveis em Chasquei ra (Alvarães),e é constitu ída por dois membro s: o inferior, Membro deChasque ira, dominantem ente lut itico, fo rmado numd o mí nio flüv io-Iac ustre , e o Me mbro de Teodoro ,ravinando o ante rio r, result ante dum sis tema flu vial

organizado, do tipo entrançado arenoso e cíclico (Alves,1991, 1995a, 1995b, 1996, 1997, 1999). A composiçãosedime ntar é carac terizada pelo predomínio de partículassllícíosas, mai ori ta ria mente de quartzo, com matrizargilosa caulinítica, de elevado grau de cris talinidade. Aslitofâcies são mais finas que as dos depósitos de terraçodo rio Lima; as camadas lutíticas são mais frequentes eespessas e os conglomerados mais finos.

Em lutito s do me mbro inferior fora m co lhi dosfósseis de:

• lignito de Junlperaxyíon pachyderma atribuída aoPliocénico (Teixeira et al., 1969; Teixe ira, 1979;Teixeira & Gonç alves, 1980);

- sementes de Ceratophyllum, Eurya, Sparganium eMneme (7), provavelmente do Pliocénico superior aPlistocénico inferior (Gr egor ín Alves, 1995a).

A co mposição predominan te mente silici osa ecaulinitica, a ca ulinização pre sente no subs trato e oconteúdo florístico encontrado no Membro de Chasqueira,suportam a atribuição da Formação de Alvarães à unidadealos tratigráfica SLD I3 definida po r Cunha (1992) ea idade p la cenc ia na propost a para es ta fo rm aç ã o(Alves, 1999).

Os sedimentos fossilizam um paleo vale escavadoirregularmente no substrato granitico e metassedímentar,ca ulinizado por efei to supergénico (Serrano, 19 73 ;Barbosa, 1983 ; Alves, 1989), com traçado condicionadopela fracturaç ão e re levos residuais adjacentes . Osdepósitos de Alvarães formaram-se na depe nd ência dumsis tema fluvial exorreíco, com foz na região de Anha ,instalado entre as bacias de drenagem do rio Lima e do rioCâvado (Fig. 6). A espessura de sed imentos acu mulados

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[O Congresso sobre o Ccnozóico de Portugal

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Fig. 6 - Resumo das litofácies típicas dos membros da Formação de Alva rãcs c orientação das paleocorrcntes (baseado em Alves,I995a, 1999).

e o desgaste dos clastos de quartzo justificam a propos taapresentada por Alves (1995a, 1995b, 1996, 1997) defen­dendo a génese destes depósi tos na dependência dum riocom área de bacia e comprimento maiores que o actualrio Neiva, possive lmente um paleo Homem-Neiva comtrajecto por Alvarães.

O encaixe resultante da gliptogénese qua ternáriaprovocou a captura do rio Homem para a bacia do Cávadoe, também por captura, o desvi o da foz do rio Neiva paraa posição actua l, a sul dos depósitos de Alvarães.

DEPÓSITOS DA BACIA DO RIO CÁVADO

Dep ósitos de Prado (Vila Ver de)

Os depósitos de Prado situam-se na margem direita dorio Cávado, na região de Prado, conce lho de Vila Verde(Fig. 7). Distinguem-se duas unidades (Fig. 8). A unidadeinferior é constituída por uma sucessão de leitos areno ­lutít icos com teor variável de argila, sendo este materialalvo de exploração para a indústria cerâmica. Nas areiasocorrem alguns felds patos e na fracção argilosa, além daca ulin ite domina nte, está presente a esmectite . Oenchi mento sed imentar ating ia vinte e sete metros deesp essura na zona mais central , ade lgaçando para abo rda dura no sentido E-W. Nesta unidade foramencontrados macrorrcstos vegetais de lignito, Osmundacf parschlugiana (UNG .), Lygodium gaudini H EER,Pop ulus , pólens de P ínus, Populus, polipodiáceas (Ribeiroet at., 1943; Teixeira, 1944; Teixeira & Pais, 1976; Teixeira& Gonçalves, 1980)e deEngelhardtia (Braga, 1988). Esteconteúdo florístico é cl imaticamente equivalente aos deBarrocas e de Alvarães (Ribeiro et ai., 1943; Teixeira,1944, 1979; Teixeira & Gonçalves, 1980 ; Gregor citado

104

em Alves, 1995a), tendo sido atrib uído ao Pliccénicosuperior (Teixeira, 1944, 1979; Teixeira & Gonçalves,1980; Braga, 1988). As litofâcies desta unidade inferiorde Prado sugerem que este local tenha inicialmente perma­necido sob condições mais marginais relativamente ao eixode drenag em, sendo frequentemente invadido por canaissecundários. A cor cinzento escuro a esverdeado, e "osfragmentos de madeira lignitizada que contém misturadospesados nódulos de pirite" recolhidos nesta unidade, comodesc revera m Ribeiro et ai. (1943) e Teixeira (1944),indiciam a manutenção de drenagem deficiente deste local.A unidade superior de Prado ravina a unidade inferior etem características mais grosseiras (Fig. 8). Apresentaestrut uras canalizadas franca mente fl uvia is, com.preenchimento arenoso terminando geralmente em lutitos.Ocorrem seixos de quartzo rolados, feldspatos argilificadose é predominantemente caulinitica. Este enchimento, comce rca de oito me tros de espess ura, culmina à co taaproximada de +30m.

Depós itos de terraço

Na margem dire ita do rio Cávado, entre Prado e Ucha ,afloram vários depósitos de terraço entre as cotas +50m e+ 100m (Fig. 7). Resultam quer de trajectos anterio res dorio Cávado (depósitos de Cruto) que r de afluentes damargem direita (depósitos de Quebrosas-Bspinheira e deCervães-Ucha).

Os depósitos de Cruto sã o pred ominante menteare nosos co m algu ns nív eis co nglome rático s, cujaslito fácies são típicas de sis tema fluvial entrançado,relacionado já com uma drenagem exorreica desta bacia.A arquitectura deposicional e a composição sed imentar ésemelhante à observada nos depósitos de Alvarães (Alves

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Fig. 7 - Depósitos de terraçofluviaisda baciado rio Cávado. Os ciclosde gliptogénese e sedimentação estãorepresentados emperfistransversais, nasjanelas relativasa três locaistipo, bemcomo no perfillongitudinal ao longo da margemdireita do rio Cávado entre

Amares e Barcelos. Aespessura dos depósitos não está representada à escala.

& Pereira, 1999).Aeste episódio de sedimentação, que podeter ultrapassado quarenta metros de espess ura, pertencemas manchas de depósitos cartografados desde Vila Verde atéBarcelos. A montante, a sul de Vila Verde na região deLago, Barreiros e Adaúfe, encontram-se sed imentos fos­silizando o paleovale até +97m de cota (Teixeira etaI., 1973).

Perp end icular mente ao eixo re prese ntado pelosdepósitos de Cruto, ocorrem, cm Quebrosas-Espinheira(Fig. 9) e em Cervães-Ucha, depósitos gerados por doisimportantes afluentes contemporâneos do episódio deenchimento de Cruto (Fig. 7). Caracter iza m-se pel asob repos ição de sequênc ias básicas positivas, constituídaspor litofácies conglome ráticas clasto-suportadas, com ousem estratificação, e termina ndo em lutitos cauliniticoslaminados, ravinad os pel as sequências seguintes . Osconglomerados são polimiticos, constituídos por calhaussubangulosos de quartzo (até 30cm), granito e xístoalterad os (Alves & Pereira, 1999) . As areias ferruginosassituadas a este do monte Faro, na parte terminal da bacia,relacionam-se com out ro afluente do Cávado ainda nesteepisódio (Fig. 7). Nesta altura o trajecto do rio Cávado

incluía os depósitos de Gemezes, sendo a foz deslocadapara norte da actual, junto ao Monte de Faro.

Observaram -se mais dois ci clos de encaixe queatingiram o soco. Admite-se a inclusão, no primeiro destesciclos, da unidade superior de Prado, cuja composiçãosedimentar ainda reflec te condições climáticas favoráveisà me teorização química . Ao últ imo, corres ponde oescavamcnto do vale na posição actual, preenchido poraluviões de composição semelhante aos do rio Lima. Aeste último episódio de enchimento pertenciam as areiasfc1dspáticas exploradas na Penida (Areias de Vilar). Nestessedimentos Carvalho (1982,1983,1993) observou gelis­truturas e colheu carvões rolados cujas datações por radio­carbono forneceram idades de 1010±80 e 1140±45 BP.

Em sínte~e, na bacia do rio Cávad o a unidade inferiorde Prado é o testemunho mais antigo de sedimentaçãocenozóica. Seguem-se os depósi tos de Cruto, de Quebro­sas-Bspínhcira e de Cervães-Ucha, que colmatam ainda opaleovale inicial. Posteriormente ocorreram mais dois ciclosde gliptogéneseJsedimentogénese, sendo o último relativo

ao escavamento do vale do rio Cávado na posição actual.

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Fig. 8 - Depósitos de Prado (Vila Verde) na bacia do rio Cávado . Lutitos da unidade inferior ravinados pela unidadesupe rior, constituída por litofácies arenosas preenchendo estrutu ras fluviais canalizadas. Escala: régua de 2 metros.

Fig. 9 - Depósitos de Espinheira (Vila Verde). Sequência positiva, cong lomerados polimiticos a lutitos, sobre o topolutitico de uma sequência inferior. Escala: régua de 2 metros .

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Interpret ação

Os sedimentos fluviais cenozóicos mais antigos daregião M inho ficara m conservados e m pequen asdepressões dos vales e foram gerados já na dependênciade sistemas fluviais exorreicos.

As características sedimentares dos depósitos e aspa íeoalterações do substrato ind icam que o episódio maisan tigo decorreu num período em que as condiçõesclimáticas, anteriores e contemporâneas, favorecera m osprocessos de meteo rização quí mica. Os conteúdospaleontológicos encontrados na Formação de Barrocas,FormaçãodeAlvarães e na unidade inferior de Prado foramint erpretados como climaticamente eq ui valentes eind icadores de clima quente e húmido. Recentemente,Alves ( I999) propôs a idade Placenciano para a Formaçãode Alvarães e atribuiu-a à unidade alostratigráfica SLD13(C un ha , 1992). A da tação des t e s se di mentos éproblemática, dada a raridade de fósseis, também escassosnas restan tes bacias do NW peninsular (Martin-Serranoet ai., 1996). Os fósseis encontrados na Formação deBarr ocas, Formação de Alvarães e depósitos de Pradoforam atri buídos ao Pliocénico superior a Plistocénicoinferior (Ri beiro etal.; 1943; Teixeira, 1944, 1979;Teixeiraet al., 1969;Teixeira & Pais, 1976;Teixeira & Gonçalves,1980; Braga, 1988; Pais, 1989; Gregor tn Alves, 1995a;Pais et ai., em publicação; Pais, informação ora l). Em facedo interva lo temporal refe rido, admite-se que possa existiralgum escalonamento entre estas formações.

Os fósseis da Formação de Barrocas foram situa dos"na base do Quaternário. senão nofi nal do Pliocéníco"epossuem características bastante diferentes dos conjuntosf1orísticos conhecidos para o Quaternár io português (Pa is,1989). Por outro lado, numa das primeiras referências aosfósseis co lhidos em Prado, Teixeira (194 4) descreve que"os caracteres do lignito das argilas dos Carvalhínhos,pela sua incarbonização acentuada, indicam antiguidadee diferem em absoluto dos l ígnitos das formaçõesansropoz õtcas como os dos terraços do Minho". Estasin fo rmações, e nq ua d radas no conhecimentogeomorfoJógico, sugerem que podem estar conservadosdiferen tes registos de todo um extenso episódio antigo quepreencheu os paleovales. O paleovale inicial pode conter,além deste enchimento, outro embutido, de característicassedimentares semelhantes ao anterior. A colmataçãc totalé assim espessa, tendo ultrapassado quarenta metros nosvales dos rios Minho, Cávado e poss ivelmen te Lima, eem Alvarães. Este embutimento deve ter sido provocadope lo arrefecimento q ue atingiu a Eur opa antes doPlistocénico médio, e materializa o primeiro episódio degliptogénese quaternária (Alves & Pereira, 1999).

O cicl o de gli ptogénese/sedimentogénese segui nteainda decorre sob condições favoráveis à meteorizaçãoquímica e está identificado nas bacias dos rios Minho,Lima e Cávado.

A sedimentação no ter ce iro c iclo q ua ternáriocaracteriza-se pela presença de alguns clas tos de rochas e

Ciênciasda Terra (UNL) , 14

minerais quimicamente alteráveis elou com menor graude alteração. Este ciclo é reconhecido em depósitos do rioMinho e do rio Lima.

No último ciclo , o encaixe dos vales minhotos foiprovocado pelo arrefeci mento climático do último períodoglaciário. Os aluviões que preenchem estes vales indicama manutenção de condições climáticas menos propícias àmeteorização química.

Na Galiza, a escassez de dados pa leo nto lógicos,frequentemente confusos, tem imposto correlaçõesforçadas, desaj ust and o-se de ou tras informações(mineralogia, petrologia, geomorfologi a e tectónica)(Martin-Serrano et aI. , 1996).Aí podem estar conservadossedimentos mais antigos que os do Minho, pois para alémdo Quaternário têm sido referidas idades do Eocénico aoPlioc énico (Martí n-Serrano, 1982; Sa ntanach, 1994;Martin-Serrano et aI., 1996).

CO NCLUSÕ ES

Na região Minho foram identific ados importan tesepisódios de gliptogénese fluvial, dos quais resultaramquatro novos paleovales traçados no substrato.

A sedimentação mais antiga é fluvial ou flúvic-lacustre,já re lacionada com a rede de drenagem exorreica .A composição mineralógica e o conteúdo pale onto­lógico, mesmo escasso, indicam que esta sedimentaçãodeve corres ponder a episódio ou episódios deposicionaissituados entre o Placenciano e o Plistocénico inferior.O paleovale inicia l parece comportar outro ep isódioerosivo, relacionado com um período de arrefecimentoimporta nte na Europa (Gü nz?) c seguido de novacol ma tação de características semelhan tes (Alves &Pereira, 1999).

Os três ciclos seguintes decorreram no Quaternário,acentuaram o encaixe dos vales minhotos e provocaram acaptura do rio Homem para a bacia do Cávado (Fig. 1 eFig. 7) e, também por captura, o desv io da foz do rio Neivapara a pos ição actual (Fig. 1 e Fig. 6).

O último ciclo relacionou-se com o último períodoglaciário, que permitiu a manutenção de vestígios de váriasglaciações nas serras da Peneda e do Gerês (Romaní etal. , 1999).Além destes episódios de glíptogénese de impo rtânc iaregional, ocorreram outros episódios de menor amplitude ,na dependência quer de oscilações climá ticas quer demovimentações tectónicas, como se reco nhece no vale dorio Minho.

AGRAD ECIMENTOS

Este trabalho desenvolveu-se no âmbito dum projectode investigação do Centro de Ciências do Ambiente, oqual bene ficia de financiamento plurianual fCT.

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