A Semana Que o Rio Ignorou_Leandro Garcia

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  • 7/24/2019 A Semana Que o Rio Ignorou_Leandro Garcia

    1/1

    ,

    ts)

    t

    zq,i?,

    I

    U-A^*14

    yq^^uyJ

    A revista

    afirma

    um equivoco:

    que

    foi

    de

    GragaAranha

    a

    iniciativa

    da

    Semana, este

    participou

    apenas

    com

    uma conferdncia.

    Nem

    os

    paulistas

    entenderam

    direito

    aSe

    mana,

    como

    demonstrado

    no liwo

    "22por

    22:

    ASernana

    de Arte

    Modernavista

    pelos

    seus contempordneos",

    de Maria Eugdnia

    Boaventura.

    Neste

    estudo,

    a

    autora

    pes-

    quisou

    a imprensa

    paulista

    durante

    a

    Se

    mana,

    e

    o que

    se

    v

    foi

    o

    efeito

    provocado

    pelo

    escdndalo,

    do desconhecido.

    Iniciei

    uma

    pesquisa

    em

    acervos

    parti-

    culares

    e

    pfblicos para

    rastrear

    como

    a

    imprensa

    do

    Rio

    nalrou

    a

    Semana. Fiquei

    frustrado

    quando

    encontrei

    apenas

    o

    arti-

    go

    da

    "Para

    Todos".

    Conclui

    que

    jornalis

    tas

    da

    capital federal

    fizeram

    uma certa

    "conspiragio

    do silncio"

    em relagio

    d Se

    mana

    Futurista.

    Despeito?

    Falta

    de

    infor-

    magio?

    Dificil

    compreender

    tal

    hiato.

    A

    nog6o

    de

    modernidade

    para

    os

    cario

    cas era

    diferente,

    n6o

    centrada

    na

    propos-

    ta

    de

    vanguqda.

    O Modernismo paulista

    estava

    ligado'i nogio

    de

    desenvoMmen-

    to i Ia

    Matarazzo,

    na forga

    do

    Capitalismo

    e

    sua consequente

    transformagio

    urbana

    e

    via

    pr6dios,

    fdbricas.

    O Rio

    assumiu

    a

    sua Belle

    Epoque

    e ser

    moderno

    passava

    pela

    Confeitaria

    Colombo,

    pela

    cultura

    do

    carnaval,

    na semdntica

    da rua,

    do morro,

    ou

    seia,

    num

    processo'forq

    da l6gica

    do

    mercado.

    Talvez por

    ai consigamos

    en-

    tender

    o

    ufanismo

    da imprensa

    paulista

    quando

    da

    Semana

    e

    o desd6m

    do Rio.

    LEAI{DRO

    GARCIA

    d

    professor

    do

    Departamento

    de

    Letras

    da PUC-Rio.

    A

    Semane

    que

    o

    Rio

    Ign'orou

    LEANDRO

    GARCI,A

    assaram-se

    nove

    d6cadas

    da Sema-

    na de

    Arte

    Moderna.

    Uma

    questio

    pouco

    exploradadiz

    respeito

    dpar-

    I

    ticipagdo

    do

    Rio de Janeiro,

    entdo

    capital

    federal,

    no bateboca

    modernista.

    Podemos

    dizer

    que

    o

    Rio

    ignorou

    a

    Sema-

    na Futurista.

    Falemos

    dos

    clichs sobre

    a rivalidade.

    entre

    Rio e Sio

    Paulo.

    Foi

    o

    movimento

    Ver-

    deAmarelo,

    brago

    conservador

    do moder-

    nismo

    p6s

    Semana

    de

    22,

    que

    desqualificou

    o

    Rio.

    Atrav6s

    de artigos

    e

    entrevistas

    dos

    principais

    mentores

    -Menotti

    del Picchia,

    Cassiano

    Ricardo

    e Plinio

    Salgado

    -

    temas

    como

    amalandragem

    ea

    "aus6nciade

    seri'

    edade"

    do

    Rio

    foram

    sempre

    lembrados'

    Em

    contrapartida,

    alguns

    cariocas

    viam

    no

    paulista

    a

    imagem

    da

    seriedade,

    da fal-

    ta

    de

    humor

    na expressio

    da

    arte.

    Naque

    le momento,

    impossivel

    desconectar

    a

    nog6o

    de

    modernidade

    da

    ideia

    de

    Nagio,

    incluindo

    o

    Brasil "no

    concerto

    geral

    das

    Nag6es",

    nas

    palawas

    de

    M6rio de

    Andra-

    de. Sem

    alimentar

    revanchismos,

    o

    fato 6

    que

    esta

    disputa

    colaborou

    no

    silncio

    do

    Rio

    perante

    i

    Semana

    de

    22.

    A imprensa

    do

    Rio dos

    anos

    20

    contava

    com

    grandes

    iornais:

    "O

    Paiz",

    "Gazeta

    de

    Noticias'|,

    "Jornal

    do

    Brasil",

    lJornal

    do

    Comm6rcio ',

    "Correio

    da Manh6",

    "O

    Jor-

    nal",

    "O

    Imparcial",

    "AManh6"

    e

    outros.

    As

    revistas:

    "O

    Malho",

    "Mercilrio",

    "Revista

    Ilustrada",

    "Fon-Fon",

    "Dom

    Quixote',

    "Pa-

    ra

    Todos",

    "Careta",'A lanterna",

    "Tagate

    la".

    Apenas

    a

    revista

    l'Para

    Todos"

    Pgbli-

    cou um

    pequeno

    artigo

    na

    edigio

    166,

    de

    1810211922:

    "Teve

    inicio,

    em

    Sio

    Paulo,

    a

    Semana

    de

    Arte

    Moderna,

    bela

    ideia

    de

    Graga

    fuanha,

    que

    encontrou

    para

    realiz6-

    la

    o

    patrocinio

    dos

    nomes

    eminentes

    da

    cnltura do

    Esf

    adq@pE

    :=_

    -

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