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A TENDÊNCIA VALORATIVA DA INVESTIGAÇÃO SOCIAL Prof.: Isaac Epstein Apresentação: Heloiza Dias 26/04/2006

A TendêNcia Valorativa Da InvestigaçãO Social Simplificada Final

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A TENDÊNCIA VALORATIVA DA INVESTIGAÇÃO SOCIAL

Prof.: Isaac EpsteinApresentação: Heloiza Dias

26/04/2006

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A TENDÊNCIA VALORATIVA DA INVESTIGAÇÃO SOCIAL

Ref.: NAGEL, E. “Problemas metodológicos das Ciências Sociais”in Cap XIII La Estrutucra de la Ciência, Paídos

BA., p.47-67.

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A TESE

• As ciências sociais enfrentam dificuldades em obter conclusões objetivas (ou seja, neutras, imparciais) porque os valores sociais aderidos pelos investigadores influenciam o conteúdo de suas descobertas e controlam a avaliação dos elementos de juízo, sobre os quais esses estudiosos baseiam suas conclusões.

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O TEXTO

• Nagel analisa os argumentos utilizados por algumas linhas de pensamento e demonstra (mesmo que de forma não definitiva) que em linhas gerais as razões alegadas não sustentam a tese em questão

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A ANÁLISE

• O papel dos juízos de valor na:

2. seleção de problemas; 3. determinação do conteúdo das

conclusões; 4. identificação dos fatos; 5. avaliação dos elementos de juízo.

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1. O PAPEL DOS JUÍZOS DE VALOR NA SELEÇÃO DE PROBLEMAS

•As razões citadas:

• os objetos que um cientista social elege para seu estudo estão determinados por sua concepção sobre quais valores são socialmente importantes

• os investigadores sociais, como os de qualquer outro ramo da ciência, não investigam tudo mas dirigem sua atenção a certas partes selecionadas do conteúdo da realidade concreta.

• o estudioso de questões humanas só examina materiais aos que atribui “significação cultural”, de modo que na sua própria escolha do material de investigação está implícita uma “orientação valorativa”.

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• Ponderações de Nagel

• O cientista social, de fato se dirige exclusivamente para as questões que considera importantes devido a sua presumida atinência com os valores culturais que sustenta.

• O fato de um investigador selecionar os materiais que estuda à luz de problemas que lhe interessam e considera relacionados a questões que julga importantes também ocorre nas ciências naturais, pois os cientistas são, antes de tudo, seres humanos e seres culturais.

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•Síntese

Não há diferença alguma entre as ciências, com respeito ao fato de que os interesses do cientista determinem os objetos que escolhe para investigar. Porém este fato não constitui, por si só, obstáculo para o êxito de investigações objetivamente controladas, em qualquer disciplina (p. 49).

Investigação controlada consiste na busca deliberada de situações diferentes nas quais um fenômeno se manifeste uniformemente (de forma idêntica ou diferente) ou se manifeste em alguns casos mas não em outros

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2. O PAPEL DOS JUÍZOS DE VALOR NA DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DAS CONCLUSÕES

• Razão citada

•o cientista social se acha afetado por considerações acerca do correto e do incorreto, portanto, suas noções daquilo que constitui uma ordem social satisfatória, e suas próprias normas de justiça social e pessoal, intervêm em suas análises dos fenômenos sociais.

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• Ponderações de Nagel

a) os cientistas sociais, de fato, frequentemente transferem seus próprios valores às suas análises dos fenômenos sociais.

“Até mesmo aqueles que defendem a neutralidade ética nos estudos dos fenômenos humanos ou se orgulham da ausência de juízos de valor em suas próprias análises dos fenômenos sociais, na realidade, às vezes, omitem tais juízos em suas investigações”.

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• Ponderações de Nagel

b) os estudiosos de questões humanas com freqüência aderem a valores antagônicos, os quais são fontes de desentendimentos problemas fáticos.

c) As dificuldades que surgem devido às diferenças na orientações valorativas dos cientistas sociais são dificuldades práticas, não necessariamente insuperáveis, pois:

é possível distinguir entre fatos e valores, tomar medidas para identificar uma proposição valorativa quando aparece, e reduzir ao mínimo, senão eliminar completamente, seus efeitos perturbadores. (p. 51-52).

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• Ponderações de Nagel

d) Mesmo que os juízos de valor sejam suscetíveis de serem submetidos à prova ou à refutação por elementos de juízos objetivos, algumas das diferenças entre os cientistas sociais concernentes à juízos de valor não se resolvem mediante os procedimentos de investigação controlada.

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• Ponderações de Nagel

e) na maioria dos domínios da investigação não é fácil impedir que os gostos, as aversões, esperanças e temores dos investigadores influenciem em suas conclusões:

foram necessários séculos de esforços para desenvolver hábitos e técnicas de investigação que protejam as pesquisas das ciências naturais, contra a intrusão de fatores pessoais estranhos;

e mesmo nestas disciplinas a proteção que oferecem esses procedimentos não é infalível nem completo (p.51).

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• Ponderações de Nagel

f) o problema é:

mais agudo no estudo das questões humanas:

coloca dificuldades para aquisição de um conhecimento confiável nas ciências sociais

e só é inteligível se se supor que exista uma distinção relativamente clara entre juízos fáticos e juízos de valor.

“É possível decidir se determinado enunciado tem ou não um conteúdo puramente fático, embora algumas vezes tomar tal decisão possa ser difícil”

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• Ponderações de Nagel

g) Uma das contramedidas freqüentemente recomendadas para a não valoração do conteúdo das investigações sociais é a que os cientistas sociais tornem plenamente explícitas suas preferências valorativas. Mas isto, na prática se torna difícil de ser aplicada já que “geralmente somos inconscientes de muitas suposições que estão implícitas em nossas análises e ações, de modo que, apesar dos resolutos esforços por trazer à luz nossos preconceitos, alguns deles podem existir sem que isso nos ocorra”.

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• Ponderações de Nagel

h) as dificuldades impostas à investigação científica pelas preferências inconscientes e as orientações valorativas tácitas, raramente podem ser superadas em sua totalidade pelas resoluções de eliminar a parcialidade, mas apenas de forma gradual, por meio de mecanismos autocorretivos da ciência, como a crítica de idéias.

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• Síntese

O fato de a investigação social ter com freqüência um a orientação valorativa não impede o desenvolvimento de um conhecimento confiável de questões humanas.

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3. O PAPEL DOS JUÍZOS DE VALOR NA IDENTIFICAÇÃO DOS FATOS

• As razões citadas:• A distinção entre fatos e valores nas

investigações sociais é insustentável quando se analisa a conduta humana intencional: os juízos de valor se misturam intricadamente com aqueles que parecem ser os enunciados “puramente descritivos”(ou fáticos)

Em consequência, uma ciência social eticamente neutra é impossível de se conseguir.

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• As razões citadas:

• Os investigadores dão valor unicamente aos fins que buscam e não aos meios para alcançar seus objetivos.

• O caráter dos meios usados para alcançar um objetivo afeta a natureza do resultado total e a escolha que os homens fazem entre meios alternativos, dependendo dos valores que se atribuem a essas alternativas.

Em conseqüência, a adesão a valorações específicas está presente ainda, nos que parecem ser enunciados puramente fáticos acerca de relações entre meios e fins.

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• Ponderações de Nagel

1. Um grande número de caracterizações consideradas, às vezes, como descrições puramente fáticas de fenômenos sociais, na realidade formulam algum tipo de juízo de valor;

2. Frequentemente é difícil e habitualmente incômodo distinguir na prática os conteúdos “estimativos”de muitos termos empregados nas ciências sociais;

3. Os investigadores comumente não apenas assinalam valores aos fins, como também aos meios. No entanto, os enunciados a cerca das relações entre meios e fins estão isentos de valoração

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• Ponderações de Nagel4. Não há argumentos que levem à conclusão de que fatos e valores se achem fundidos de uma maneira que seja exclusiva do estudo da conduta humana intencional e que impeça a sua distinção.

5. A afirmação que é impossível uma ciência social isenta de valores confunde dois sentidos muito diferentes do termo “juízo de valor”:

a) aquele em que um juízo de valor expressa aprovação ou desaprovação de algum ideal moral (ou social) ou de alguma ação (ou instituição) devido a uma atitude tomada à frente a tal ideal;

b) aquele em que um juízo de valor expressa uma estimação do grau no qual algum tipo de ação,

objeto ou instituição comumente admitido (e mais ou menos claramente definido) está implicado em um caso determinado

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• Ponderações de Nagel

6. Existem dois tipos de juízos de valor, com base em que um investigador elabora suas conclusões:

juízos de valor caracterizadores, termo que o autor definiu para as avaliações dos elementos de juízo que afirmam a presença (ou ausência), em um certo grau, de uma característica determinada em um caso dado

juízos de valor apreciativos, que são as avaliações segundo as quais um estado de coisas imaginado ou real, é digno de aprovação ou desaprovação.

Exemplo de elementos de juízo(p. 55): contagem de glóbulos vermelhos

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• Ponderações de Nagel

7. Não há qualquer boa razão para pensar que seja intrinsecamente impossível distinguir os juízos caracterizadores dos apreciativos implícitos em muitos enunciados, sejam estes afirmados por estudiosos das questões humanas ou por cientistas naturais.8. nem sempre é fácil tornar explícita esta distinção nas ciências sociais, em parte porque a linguagem empregada neles é bastante vaga (atitude mercenária ou não mercenária), em parte porque tendemos a “passar por alto”os juízos apreciativos que podem estar implícitos em um enunciado, quando são juízos aos quais aderimos inconscientemente.

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• Ponderações de Nagel

9. Muitos enunciados, porém, que contêm implicitamente avaliações caracterizadoras e apreciativas, às vezes, são suficientemente claros, não necessitando reformulações

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• Síntese

As dificuldades apresentadas não acrescentam nenhuma razão em favor da tese segundo a qual é impossível chegar a uma ciência social eticamente neutra.

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4. O PAPEL DOS JUÍZOS DE VALOR NA AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS DE JUÍZO

Nagel analisa três variantes da tese de que é impossível criar uma ciência social sem valorações porque estas intervêm na própria estimativa dos elementos de juízo dos cientistas sociais e não simplesmente no conteúdo das conclusões que propõe (p.59)

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• As razões citadas - primeira variante• As condições sustentadas por um cientista

social a respeito de quais sejam os elementos de juízo convincentes, ou de que constitui uma elaboração intelectual correta, são produto de sua educação e de sua colação na sociedade, pelo que refletem os valores sociais que lhe foram transmitidos através de sua aprendizagem e são associados a sua posição social

• Consequentemente, os valores aos quais o cientista social adere determinam sua aceitação de certos enunciados como conclusões bem fundadas acerca de questões humanas.

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• Ponderações de Nagel• em muitos casos, se dispõe, de fato, de

tais elementos de juízo e as diferenças entre os cientistas sociais com respeito ao que aceitam como crível podem ser atribuídas, às vezes, à influência de preferências nacionais, religiosas, econômicas e de outros tipos.

• contudo esta variante da tese não exclui a possibilidade de reconhecer as avaliações dos elementos de juízo distorcidas por adesões valorativas especiais nem a possibilidade de corrigir tais distorções. Portanto, não coloca nenhum problema novo.

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• As razões citadas – segunda variante

• Baseia-se no trabalho realizado pela estatística teórica vinculada à avaliação de elementos de juízo relativos às chamadas “hipóteses estatísticas”, ou seja, hipóteses concernentes à probabilidades de acontecimentos aleatórios (p.60).

• Segundo este argumento, a teoria estatística (daquela época) oferece ao investigador uma regra que o auxilia a decidir, de forma razoável (e não arbitrária) que hipótese, entre aquelas resultantes de seus experimentos, responde mais adequadamente ao seu problema de pesquisa.

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• Ponderações de Nagel• A estatística teórica não esclarece se os

compromissos valorativos especiais intervêm na avaliação dos elementos de juízo nas ciências naturais ou nas ciências sociais. Esta questão, só pode ser respondida, examinando investigações concretas nas diversas disciplinas científicas.

• Além disso, o raciocínio estatístico não depende do tema particular em discussão quando se tem que tomar uma decisão entre hipóteses estatísticas alternativas. Pois o raciocínio é completamente geral.

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•As razões citadas – terceira variante

•Existe uma conexão lógica necessária, e não meramente contingente ou causal, entre a “perspectiva social”de um cientista social e suas normas acerca da investigação adequada; em conseqüência, a influência dos valores especiais aos quais adere devido a sua própria situação social não é eliminável (p.65).

•Uma vez que as instituições sociais e seus produtos culturais se acham em constante modificação, o equipamento intelectual necessário para compreende-los também deve mudar, e toda idéia utilizada com este propósito só é adequada, portanto, para uma etapa particular do desenvolvimento do mundo humano

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• As razões citadas – terceira variante• Consequentemente, nem os conceitos

substantivos adotados para classificar e interpretar fenômenos sociais, nem os cânones lógicos utilizados para estimar o valor de tais conceitos, têm uma validez intemporal.

• Não há nenhuma análise dos fenômenos sociais que não seja a expressão de um ponto de vista social especial ou que não reflita os interesses e os valores dominantes em determinada etapa da história.

• Não é possível fazer uma distinção correta entre a origem das concepções de uma pessoa e sua validez fática.

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•As razões citadas – terceira variante•Em uma outra abordagem da tese, afirma-se

que:•ainda que um conhecimento

absolutamente objetivo de questões humanas, seja inalcançável, pode-se conseguir uma forma “relacional” de objetividade: relacionismo

•um cientista social pode descobrir qual é a sua pespectiva social e formular as conclusões de sua investigação “relacionalmente” para indicar que suas descobertas se ajustam aos preceitos de validez implíciticos em sua perspectiva. Assim, suas conclusões terão conseguido uma objetividade relacional.

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• Ponderações de Nagel

• Inexistem elementos de juízo adequados que demonstrem que os princípios utilizados na investigação social para avaliar os produtos intelectuais estejam necessariamente determinados pela perspectiva social do investigador.

• Pelo contrário, os fatos habitualmente citados em apoio desta afirmação só demonstram uma relação causal contingente entre os condicionamentos sociais de uma pessoa e seus cânones de validez cognitiva.

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• Ponderações de Nagel

• Os representantes extremos da sociologia do conhecimento, admitem que a maioria das conclusões afirmadas na matemática e nas ciências naturais são neutras com respeito às diferenças na perspectiva social daqueles que as afirmam, de modo que a gênese dessas proposições é alheia a sua validez.

• Assim, não há motivo para as proposições a respeito de questões humanas não poderem manifestar a mesma neutralidade, pelo menos em alguns casos.

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Exemplo

Se é verdade que o enunciado que dois cavalos podem, em egeral, arrastar uma carroça maior que um só cavalo é independente do status social do indivíduo que o afirma, por que não haveria tal independência no enunciado análogo sobre as realcões humanas segundo o qual dois trabalhadores podem, em geral, cavar uma fossa de determinadas dimensões dadas mais rapidamente do que um só deles?

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• Conclusão do Capítulo (Nagel)

As diversas razões examinadas relativas a impossibilidade intrínseca de se chegar a conclusões objetivas ( ou seja, isentas de valores e parcialidades) nas ciências sociais não demonstram o que pretendem demonstrar, ainda que em alguns casos dirigem a atenção para as dificuldades práticas indubitavelmente importantes que se encontram com freqüência nestas disciplinas (p.67).