14
A Trajetória Social de Miguel Rodrigues Ribas na Curitiba Setecentista Joacir Navarro Borges UNESPAR Campus de Paranaguá Resumo: Miguel Rodrigues Ribas foi um dos habitantes mais notáveis da vila de Curitiba no século XVIII. Nascido em Portugal em fins do século XVII, casou-se em 1720 com Maria Rodrigues de Andrade, filha de uma das mais tradicionais famílias de Curitiba. Na pequena vila da América Portuguesa destacou-se como homem de negócio e exerceu os mais importantes cargos camarários. Seus descendentes herdaram a influência e prestígio da família continuando a se destacar no panorama político, econômico e social curitibano ainda no século XIX. Palavras chave: Miguel Rodrigues Ribas; vila de Curitiba; século XVIII. É pouco provável ao historiador que se debruce sobre as fontes do setecentos curitibano não topar seguidas vezes com o nome de Miguel Rodrigues Ribas e dos membros de sua família. A rede de parentesco, amizade, interesses políticos e econômicos que se estendia a partir dele era imensa, estendendo-se até o Reino. Nesse sentido, pretendemos problematizar a compreensão dessa família histórica curitibana, tomando-se como fio condutor a vida pública de Miguel Rodrigues Ribas no contexto da estruturação da economia tropeira a partir da abertura do caminho do Viamão no início da década de 1730. A abordagem micro-histórica parece apropriada para tratar o tema, especialmente a orientação proposta por Carlo Ginzburg no texto “O nome e o como”, que propõe acompanhar o indivíduo pela documentação pelo que elas têm de único e irrrepetível: o nome, tornando possível reconstituir e compreender as estratégias sociais desenvolvidas por indivíduos ou famílias no interior da sociedade. Mas se o âmbito da investigação for suficientemente circunscrito, as séries documentais podem sobrepor-se no tempo e no espaço de modo a permitir- nos encontrar o mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos em contextos sociais diversos. A análise micro-histórica é, portanto, bifronte. Por um lado movendo-se numa escala reduzida, permite em muitos casos uma reconstituição do vivido impensável noutros tipos de historiografia. Por outro lado, propõe indagar as estruturas invisíveis dentro das quais aquele vivido se articula. 1 Assim, é possível observar nas fontes compulsadas, tanto seus percursos 1 GINZBURG, Carlo. O nome e o como Troca desigual e mercado historiográfico. In: A micro-história e outros ensaios. Lisboa: DIFEL, 1989, pp. 174-177.

A Trajetória Social de Miguel Rodrigues Ribas na Curitiba … · Nascido em Portugal em fins do século XVII, casou-se em 1720 com Maria Rodrigues de Andrade, filha de uma das mais

Embed Size (px)

Citation preview

A Trajetória Social de Miguel Rodrigues Ribas na Curitiba Setecentista

Joacir Navarro Borges

UNESPAR – Campus de Paranaguá

Resumo: Miguel Rodrigues Ribas foi um dos habitantes mais notáveis da vila de Curitiba no século XVIII. Nascido em Portugal em fins do século XVII, casou-se em 1720 com Maria Rodrigues de Andrade, filha de uma das mais tradicionais famílias de Curitiba. Na pequena vila da América Portuguesa destacou-se como homem de negócio e exerceu os mais importantes cargos camarários. Seus descendentes herdaram a influência e prestígio da família continuando a se destacar no panorama político, econômico e social curitibano ainda no século XIX. Palavras chave: Miguel Rodrigues Ribas; vila de Curitiba; século XVIII.

É pouco provável ao historiador que se debruce sobre as fontes do

setecentos curitibano não topar seguidas vezes com o nome de Miguel Rodrigues

Ribas e dos membros de sua família. A rede de parentesco, amizade, interesses

políticos e econômicos que se estendia a partir dele era imensa, estendendo-se até

o Reino. Nesse sentido, pretendemos problematizar a compreensão dessa família

histórica curitibana, tomando-se como fio condutor a vida pública de Miguel

Rodrigues Ribas no contexto da estruturação da economia tropeira a partir da

abertura do caminho do Viamão no início da década de 1730.

A abordagem micro-histórica parece apropriada para tratar o tema,

especialmente a orientação proposta por Carlo Ginzburg no texto “O nome e o

como”, que propõe acompanhar o indivíduo pela documentação pelo que elas têm

de único e irrrepetível: o nome, tornando possível reconstituir e compreender as

estratégias sociais desenvolvidas por indivíduos ou famílias no interior da sociedade.

Mas se o âmbito da investigação for suficientemente circunscrito, as séries documentais podem sobrepor-se no tempo e no espaço de modo a permitir-nos encontrar o mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos em contextos sociais diversos. A análise micro-histórica é, portanto, bifronte. Por um lado movendo-se numa escala reduzida, permite em muitos casos uma reconstituição do vivido impensável noutros tipos de historiografia. Por outro lado, propõe indagar as estruturas invisíveis dentro das quais aquele vivido se articula.1

Assim, é possível observar nas fontes compulsadas, tanto seus percursos

1 GINZBURG, Carlo. O nome e o como – Troca desigual e mercado historiográfico. In: A micro-história e outros ensaios. Lisboa: DIFEL, 1989, pp. 174-177.

familiares como suas estratégias sociais, políticas e econômicas ao longo do tempo.

O entendimento desse personagem e seu percurso histórico pode ser

auxiliado pela utilização do conceito de rede social. Esse conceito tem sido usado

para elucidar diversas questões presentes nas sociedades do Antigo Regime, tais

como os processos sócio-históricos envolvidos na composição de redes de

parentesco, redes sociopolíticas, redes governativas, redes mercantis, redes de

crédito e endividamento, redes de procuradores, redes de biografias e trajetórias

sociais, etc. A crescente historiografia social, política e institucional que lança mão

desse recurso metodológico, permite “ultrapassar o conhecimento estático dos

diversos grupos sociais – a sua composição, dimensão e atributos – em prol de

abordagens que captam a estrutura social e suas articulações com os poderes a

partir dos laços e conexões interpessoais.”2. O conceito de rede aplicado à história

leva em conta as características específicas das temporalidades, dos espaços, das

instituições e das culturas no interior dos quais redes sociais específicas se formam.

As redes são aqui percebidas como networks de relacionamentos, constituídos a partir das ações e das relações vivenciadas entre diversos indivíduos com acesso a informações e recursos diferenciados entre si. Essas diferenças potencializavam a possibilidade de sua imbricação, tirando-se assim partido das fraturas que cotidianamente eram identificadas nos diversos cenários sociais que compunham o Império Português.3

O conceito de rede social define e dá forma à noção de um império constituído

por pessoas que transitavam por seus múltiplos espaços, formando e dando sentido

à dinâmica imperial portuguesa no Antigo Regime. “Indivíduos que integravam

sociedades de modo dialético e dinâmico, conectando as partes que formavam esse

conjunto imperial.”4

As redes sociais se enunciam a partir das relações interpessoais desenvolvidas

pelos indivíduos. Tais relações podem se fundamentar tanto em características

compartilhadas por grupos de indivíduos como as redes de amizade ou redes de

2 CUNHA, Mafalda Soares da. Redes sociais e decisão política no recrutamento dos governantes das conquistas, 1580-1640. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs). Na Trama das redes – Política e negócios no Império Português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 119. 3 FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima. Desenhando perspectivas e ampliando abordagens – De O Antigo Regime nos trópicos a Na trama das redes. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs). Na Trama das redes. Op. Cit. p. 23. 4 Ibidem.

procuradores, quanto estar vinculadas às mais diversas instituições sociais, quer

seja uma instituição tão básica e geral como a família – redes de parentesco natural

ou espiritual –, quer sejam instituições formais constituintes do aparelho de poder

político-administrativo como as câmaras municipais, as ouvidorias, os governos das

capitanias, os tribunais, os conselhos régios, etc. Ou seja, numa concepção aberta e

expandida de instituição, todos aqueles órgãos pequenos e grandes, superiores e

inferiores, centrais e periféricos, que se relacionavam em um permanente processo

de autoridade negociada no interior da sociedade corporativa do Antigo Regime.

Para que essas relações interpessoais configurassem uma rede é preciso

determinar “se esses laços e conexões eram acionados com vista a atingir certos

objetivos. Exige, por isso, um estudo dos fenômenos assente na dimensão relacional

dos atores sociais”5

O Capitão Miguel Rodrigues Ribas nasceu em vila Franca, bispado de

Braga em 1694. Em 1720 casou-se em Curitiba com Maria Rodrigues de Andrade,

filha de Lourenço de Andrade, patriarca de uma das mais importantes famílias

locais.6 Miguel Rodrigues Ribas deve ter sido um partido cobiçado, pois esse enlace

matrimonial seguiu a disposição, verificada desde o século XVII, de importantes

famílias da área paulista casarem suas filhas com reinóis.7 De fato, essa estratégia

matrimonial já estava sendo seguida com sucesso pela família desde o século XVII,

pois seu sogro, Lourenço de Andrade também era reinol e casou-se com a

curitibana Isabel Rodrigues. Esta, por sua vez, era filha de Maria Maciel Barbosa

nascida em Cananéia e do também reinol João Rodrigues Seixas que foi escrivão da

Câmara de Curitiba desde sua fundação em 1693 até sua morte em 1700.8

Embora muitos jovens reinóis como Miguel Rodrigues Ribas chegassem à

América Portuguesa sem grande riqueza ou nobreza, eles invariavelmente traziam

consigo, além do conhecimento das letras e da pretensa pureza de sangue, algo

5 CUNHA. Op. Cit. p. 119. 6 LEÃO, Ermelino de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná. Curitiba : Empresa Ghraphica Paranaense, 1926. vol. III. P. 1169. 7 NAZZARI, Muriel. O desaparecimento do dote – Mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 70. 8 INSSA, Maria Helena Cordeiro; CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da. A elite vai ao reino. In:

Curitiba e seus homens-bons. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba,2011. p. 105

valioso para a negociação do casamento: a possibilidade de aumentar a distinção da

linhagem e de estender cada vez mais as redes de parentesco, amizade e influência

das famílias enlaçadas aos dois lados do Atlântico. Embora muitos jovens

portugueses como Miguel Rodrigues Ribas chegassem à América Portuguesa sem

riqueza ou nobreza, eles invariavelmente traziam consigo, além do conhecimento

das letras e da pretensa pureza de sangue, algo valioso para a negociação do

casamento: a possibilidade de estender cada vez mais as redes de parentesco,

amizade e influência das famílias enlaçadas aos dois lados do Atlântico.

Ao tornar-se genro de Lourenço de Andrade, Miguel Rodrigues Ribas

tornou-se também um dos mais destacados membros da nobreza da terra

curitibana, desenvolvendo grande experiência no exercício dos cargos camarários.

Ele já “aparece no ato de recebimento dos provimentos do Ouvidor Pardinho, em

1721, integrando o grupo dos homens-bons da vila.”9 Desempenhou a função de

almotacé seguidas vezes em 1732, 1734, 1736 e 1737, sendo que, em 1736, por

três vezes, e, em 1737, por duas vezes consecutivas. A documentação se refere a

ele como alguém que zelava pelo “bem comum”. Foi juiz árbitro em 1748 e juiz

ordinário por cinco vezes, em 1729, 1741, 1747, 1749 e 1755. Está entre os que

desempenharam essa função por mais vezes no período.10 Em treze de junho de

1730, os oficiais da Câmara o nomearam como tesoureiro do cofre dos órfãos, pois

era “morador nesta vila, homem de negócio, boa consciência e sobretudo

abonado”.11

Em dois de janeiro de 1744, seu nome saiu no pelouro para exercer o

cargo de tesoureiro do cofre dos órfãos no triênio 1744 – 1746. O acesso ao

patrimônio dos órfãos dava vantagens no mercado de crédito, pois esses bens eram

uma das fontes de crédito na localidade. Entre 1736 e 1751 o cofre dos órfãos

contribuiu com 1:814$202 de todo o montante emprestado nas escrituras públicas

do tabelionato local.12 Em 1749, Rodrigues Ribas exerceu dupla função, como juiz

9 Idem, p. 106 10 BORGES. Das justiças e dos litígios: a ação judiciária da Câmara de Curitiba no século XVIII. Curitiba, 2009. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013. p. 282 11 Boletim do Archivo Municipal de Curitiba – Documentos para a História do Paraná. - vol. XI. Curitiba: Impressora Paranaense. 1924. Doravante citado como BAMC. Vol. XI, p. 75. 12 BORGES. Op. Cit. P. 283

ordinário mais velho e como juiz de órfãos interino, pois o juiz de órfãos eleito

Gonçalo Soares Pais ficou doente e posteriormente veio a falecer.13 A última

audiência do juiz de órfãos Gonçalo Soares Pais aconteceu em 18 de outubro de

1748, as audiências somente recomeçaram em 23 de março de 1749 já presididas

por Miguel Rodrigues Ribas.14 Em 1753 e 1754 ele foi juiz de órfãos e novamente

juiz ordinário em 1755.

Além de sua assídua atuação política e administrativa, Miguel Rodrigues

Ribas foi notório homem de negócio da vila, tido e havido com detentor de grande

fortuna e cabedal. As escrituras públicas de dívida mostram que emprestava

dinheiro e vendia fazendas a prazo em sua loja. Em 26 de dezembro de 1733 ele

emprestou 217$000 “em dinheiro de contado moeda corrente” a juros da lei ao

capitão Antônio Bueno da Vega. Em 11 de junho de 1734 fez escritura de dívida e

obrigação na qual consta o adiantamento de 30$000 em fazendas de sua loja a

Joseph do Souto. Em 13 de janeiro de 1735, foi feita uma escritura de dívida, pela

qual o capitão Joseph Martins Leme reconhecia dever-lhe 451$780 de dinheiro que

lhe havia emprestado a juros da lei. O devedor deu como garantia sua fazenda do

Boqueirão dos Campos Gerais com suas criações e escravos. Em 26 de setembro

de 1735 vendeu fiado 212$740 de fazenda a João de Siqueira que ficou de lhe

pagar dentro de um ano com os juros da lei. Em 16 de fevereiro de 1736 vendeu

fazenda de sua loja fiada e emprestou dinheiro, tudo no valor de 115$430 a Antonio

de Freitas Capello que lhe deu como garantia 11 cavalos mansos, 3 bravos e 7

calções da mesma fazenda que lhe comprou. Em 16 de março de 1736 voltou a

emprestar 200$000 em moeda de contado ao capitão Antônio da Veiga Bueno, que

lhe deu dois negros como garantia.15 Todas as escrituras que indicam sua atuação

como prestamista no mercado local se situam entre 1733 e 1739. Mesmo três

escrituras feitas em 1742, indicam que as dívidas eram derivadas de vendas de

peça de pano de algodão e fazenda em sua loja em 1733 e 1736 respectivamente.16

13 BAMC, vol. XIX, p. 49 e 66. 14 Biblioteca da Câmara Municipal de Curitiba, Livro do Juiz dos Órfãos, 1749 – 1753. 15 Primeiro Tabelionato de Curitiba (Giovanetti). Doravante citado como PTC. Livro de notas, vol. 6. f. 15v / f. 68 / f. 95v / f. 114v /f. 151v / f. 158v. Doravante citado como PTC. 16 Primeiro Tabelionato de Curitiba (Giovanetti). Livro de notas, vol. 10. f. 15-16-17v. Doravante citado como PTC.

Na primeira metade da década de 1730 ele também atuou em negócios de

lavras de ouro. Em 29 de outubro de 1730, “apresentou Miguel Rodrigues Ribas

homem mercador de fazendas secas, 81 oitavas e meia de ouro em pó que tanto lhe

pagaram os mineiros do Arraial Grande de fazendas que lhe compraram”.17 Entre

1730 e 1735 foi quem mais vezes e maiores quantidades de ouro registrou para ser

quintado na casa de fundição de Paranaguá, pois das 9.526 oitavas de ouro

registradas no período, nada menos que 4.469 (47%) eram dele.18 Apenas essas

oitavas de ouro representavam 5:362$800, o que o coloca entre os homens mais

ricos, senão o mais rico da vila de Curitiba. Em 10 de dezembro de 1723, foram

arroladas as cinquenta pessoas que deram esmolas para comprar um sino para a

Igreja Matriz, destas, apenas dez doaram dinheiro e a maior quantia (4$000), ficou

por conta de Miguel Rodrigues Ribas.19 Em seis de fevereiro de 1736, o Concelho da

vila depositou em suas mãos os 100$000 destinados à reforma da igreja matriz.20

Miguel Rodrigues Ribas foi autor em quarenta processos junto ao Juízo

Ordinário local, dos quais trinta relativos à cobrança de dívidas, cujo montante total

declarado foi de 1:001$270, embora esse montante seja seguramente maior, pois

dos trinta processos por dívidas identificados, apenas vinte revelaram o valor da

dívida cobrada. Cerca de 62% daquele montante (625$280) é representado por

apenas 15% das dívidas valoradas (três dívidas de valores acima de 100$000). As

restantes dívidas, cujos valores variaram entre 2$800 e 99$860, somam juntas os

restantes 375$990. Isso indica que a concentração de riqueza também tende a se

reproduzir em relação aos prestamistas e seus devedores, pois a análise do padrão

de cobrança de outros prestamistas apontou no mesmo sentido.

Envolveu-se, também, em quatro processos referentes à penhora de terras

dos herdeiros de Izabel Luis Tigre (possivelmente para quitação de dívidas

contraídas pela falecida ou por seu marido antes dela) e um processo cujo réu era

João Simões da Costa, seu sócio em umas lavras. É digno de nota, ainda, que 65%

das cobranças (22 dívidas) se concentraram nos anos de 1739 e 1740, anos em que

17 BAMC. Vol. X, p. 86. 18 Biblioteca da Câmara Municipal de Curitiba. Livros de registro do ouro do Juiz Ordinário 1730 – 1735. 19 PTC. Livro de notas, vol. 4. f. 6-6v. 20 BAMC. Vol. XIII, p. 63.

Miguel Rodrigues Ribas não exerceu nenhum cargo camarário. Os outros 35%

ficaram espalhados entre 1733-1737 e 1741-1750, anos de maior militância

camarária. Sua vacância camarária e seu período de maior atuação com demandas

creditícias coincidiram com o início do governo de Dom Luis de Mascarenhas na

Capitania de São Paulo. Tal característica de sua atuação nas cobranças junto ao

Juízo Ordinário sugere que, diante da reconfiguração política, representada pela

ascensão de Dom Luis ao governo da Capitania, ele tenha se sentido

momentaneamente desfavorecido no jogo de poder local, correndo a tomar de volta

aquilo que tinha emprestado. É possível também que sua vacância camarária tenha

lhe dado melhores condições para dedicar-se aos seus interesses pessoais.

Miguel Rodrigues Ribas mantinha relações comerciais diretas com outras

partes da colônia. Sua rede de influência era bastante extensa. Em 14 de junho de

1733 ele nomeou diversos procuradores para cuidarem de seus interesses em

Curitiba, Paranaguá, Santos, São Paulo, Itu, Rio de Janeiro, Cidade da Bahia,

Pernambuco e Lisboa.21 Onze anos depois, em 1744, ele nomeou procuradores em

Curitiba, Sorocaba, Itú, Jundiaí, São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.22 Em 8 de

novembro de 1748, fez nova procuração nomeando procuradores em Curitiba,

Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Cidade da Bahia, Pernambuco, Goiás, na Corte

e cidade de Lisboa e em vila Franca.23 As procurações repetem o linguajar de praxe

dando poderes para:

procurar, e alegar e defender e mostrar todo o seu direito e justiça em todas

as suas causas e demandas movidas e por mover em que seja autor ou réu

e poderão arrecadar sua fazenda a dinheiro, ouro, prata, açúcar, escravos,

encomendas, carregações e suas procedidas dividas que lhe devam

dinheiro de cofre dos ausentes e dos almoxarifados e finalmente tudo o

mais que se achar lhe é pertencente por qualquer via, título, razão e de

documento que seja pedindo e tomando contas a quem lhas deva dar

ajustando-as e liquidando-as e fazendo-as, e seu líquido receberem e de

tudo quanto arrecadarem e receberem dar quitações públicas ou rasas de

maneira que pedidas lhe forem, e a seus devedores citar e de mandar

perante todas e quaisquer justiças (...)24

21 PTC. Livro de notas, vol. 5. f. 66v. 22 PTC. Livro de notas, vol. 11. f. 19v-20 23 PTC. Livro de notas, vol. 13. f. 85-85v 24 PTC. Livro de notas, vol. 5. f. 67.

A maior parte das procurações documentadas para o período entre as

décadas de 1730 e 1750 nomeia procuradores em Curitiba e Paranaguá, outras

ampliam seus procuradores para outras localidades como São Paulo, Santos,

Sorocaba, Itu, Rio de Janeiro, Rio Grande de São Pedro, Viamão, Laguna, Ilha de

Santa Catarina, Rio de São Francisco, Cananéia, Jundiaí, Pindamonhangaba,

Taubaté, Paranapanema, Goiás, Minas Gerais e Rio das Mortes, mas poucas

nomearam procuradores na Bahia, Pernambuco e no Reino. As procurações de

Miguel Rodrigues Ribas foram as mais abrangentes de todas e, assim, podemos

inferir que, a partir de Curitiba, ele estava envolvido em uma ampla rede de relações

sociais, políticas e econômicas que alcançava as principais praças mercantis da

colônia e até a capital do Império Português.

É digno de nota que, em 1733, seus procuradores na Bahia (José

Rodrigues Ribas e Antonio Rodrigues Ribas), em Pernambuco (Simão Ribeiro

Ribas) e em Lisboa (Miguel Ribeiro Ribas) têm nomes que parecem guardar

parentesco com o potentado curitibano. Este último tem o mesmo nome de seu filho

nascido em 1723 que, na data da procuração, contava a idade de apenas dez anos.

Na procuração de 1748 o número de “Ribeiros” e Ribas” nomeados cresceu

substancialmente. Em Curitiba foram nomeados seus dois filhos, o Doutor Lourenço

Ribeiro de Andrade e Miguel Ribeiro Ribas, em Santos foi Antonio Gonçalves Ribas,

no Rio de Janeiro foram Manoel Ribeiro Manso, Carlos Ribeiro Ribas e João da Cruz

Borges, na cidade da Bahia foi Lourenço Ribeiro Ribas, em Pernambuco foi o

Coronel Simão Ribeiro Ribas, em Goiases foi o sargento-mor José Ribeiro Ribas, em

vila Franca (sua terra natal) a viúva Maria Ribeiro Ribas e, finalmente, na Corte e

cidade de Lisboa, o homônimo de seu filho, o juiz conservador Miguel Ribeiro Ribas.

É bastante possível que esta procuração esteja revelando uma extensa rede de

parentela e, se de fato forem aparentados, é plausível que Miguel Rodrigues Ribas

fosse o representante local de uma família de negociantes do Império Português.

Miguel Rodrigues Ribas parece ter seguido um itinerário parecido ao de

tantos outros filhos de famílias minhotas. Em sua pesquisa sobre os homens de

negócio de Lisboa, Jorge Pedreira notou que a pressão demográfica associada à

adoção de regimes de sucessão não igualitários privava muitos membros daquelas

famílias da posse da terra e da exploração agrícola. Disso resultava um fluxo

migratório desses filhos despossuídos para outras regiões, onde eles desenvolviam

suas atividades econômicas, em geral diferentes daquelas de seus pais.

A explicação reside numa configuração social que conjuga as estruturas econômico-sociais da região de origem – que impulsionam a emigração de forma permanente – e os dispositivos de recepção, em Lisboa, dos que iam chegando. O caráter estrutural da imigração minhota e as redes que se teciam com base em laços de parentesco, em relações de amizade e de vizinhança ou nos próprios contratos do negócio propiciava a reprodução do movimento migratório e até dos itinerários pessoais. (...). A preferência entre herdeiros, que afastava vários elementos que cada geração, conferia um âmbito intergeracional às redes sociais e familiares que permitiu a colocação em Lisboa dos minhotos que aqui procuravam o caminho da prosperidade. Por isso era tão frequente que o auxílio aos recém-chegados ficasse a cargo dos tios, que tinham percorrido o mesmo itinerário na geração anterior. (...) Uma vez instaladas, estas redes, que não tinham um suporte exclusivamente familiar, pois mobilizavam também compadres, amigos e outros conhecimentos (...). De resto, a separação não implicava numa interrupção das relações com às famílias.25

Além de continuarem ligados às suas famílias, esses imigrantes minhotos

estavam integrados em uma ampla rede de relações de diversos tipos. Tal aspecto

parece estar bastante presente nas escrituras de Miguel Rodrigues Ribas, que

nomeia vários Ribeiros e Ribas em localidades diversas. Nesse sentido, os negócios

e os contatos de Miguel Rodrigues Ribas parecem apontar para a sua participação -

mesmo que de forma minoritária e como um representante local - naquilo que João

Fragoso chamou de negociantes e fortunas imperiais.

Por certo, estas rotas ultramarinas criaram – além dos oficiais agraciados

com mercês do tipo liberdades da Índia – os seus próprios personagens, no

caso, os negociantes com grande cabedal e capazes de estabelecer redes

de contato: sócios, parceiros circunstanciais, caixeiros etc., nas diferentes

partes do ultramar. Por conseguinte, o império luso seria também o espaço

para a existência de um grupo de empresários, cujos empreendimentos e

fortunas se fizeram, literalmente, nos vários mares onde os portugueses, em

diferentes graus, estavam presentes.26

Miguel Rodrigues Ribas foi um exemplo muito bem acabado do

25 PEDREIRA, Jorge Miguel de Melo Viana. Os Homens de Negócio da Praça de Lisboa – de

Pombal ao Vintismo (1755-1822): diferenciação, reprodução e identificação de um grupo social.

Lisboa: Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas: 1995. [tese de

doutoramento]. p. 207-208. Apud. HAMEISTER, Martha Daisson. O continente do Rio Grande de

São Pedro:os homens, suas redes de relações e suas mercadorias semoventes (c.1727-

c.1763). Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2002. p. 122.

26 FRAGOSO, João. Mercadores e negociantes imperiais: um ensaio sobre a economia do Império Português (séculos XVI e XIX). In: História Questões e Debates – Império Português: ciência, poder e sociedade. Ano 19, número 36, janeiro-junho de 2002. Curitiba : Editora UFPR, 2002. p. 110-111.

proeminente homem colonial que reunia em si cabedal e governo, ou seja, fortuna e

autoridade. Ele exerceu um papel central na vida política e econômica da vila entre

as décadas de 1730 e 1750. Ele foi um dos entroncamentos da rede de crédito e

endividamento que permeava a economia da vila. Seus percursos como homem

público e homem de negócio parecem entrecruzar-se. Seu papel na disponibilização

de crédito pode ter influenciado no apoio recebido da elite local, assim como sua

militância camarária certamente deu-lhe vantagens no processo de consolidação de

sua posição de “homem de negócio, boa consciência e sobretudo abonado” da vila

de Curitiba.

Os dois documentos citados acima, datados de junho e outubro de 1730,

referem-se ao capitão Miguel Rodrigues Ribas como “homem de negócio” e “homem

mercador de fazendas secas” respectivamente. Sabemos que no Rio de Janeiro, na

mesma época, “homem de negócio” se referia aos grandes comerciantes com forte

capacidade de acumulação e investimento, que se dedicavam principalmente ao

caro, lucrativo e arriscado comércio ultramarino e às arrematações dos contratos dos

diversos impostos cobrados na capitania. A designação “mercador”, por sua vez,

estava mais ligada aos que se dedicavam ao comércio interno, de curta distância e

aos donos de lojas. Em outras palavras, os que tinham menor capacidade de

investimento e de acumulação.27 A diversificação dos negócios de Miguel Rodrigues

Riba pode ter levado a uma atuação tanto grossista quanto retalhista, pois mesmo

os grandes homens de negócio também participavam de aventuras menores, mas

estas representavam parcelas ínfimas de seus tratos.

Já ficou claro que Miguel Rodrigues Ribas era dos homens mais ricos,

poderosos e respeitados da vila de Curitiba em seu tempo. Ele mantinha contatos

sociais, políticos e econômicos amplos e variados que lhe davam possibilidades de

escolha os menos afortunados não tinham. Um detalhe que chama a atenção é o

fato de suas procurações, apesar de serem as mais abrangentes, jamais nomearam

procuradores para as parte mais ao sul de Curitiba (Laguna, Viamão, etc), de onde

vinham as tropas de muares que abasteciam São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Ele

27 SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Na encruzilhada do Império – hierarquias sociais e conjunturas econômicas no Rio de Janeiro (c.1650-c.1750). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional. 2003. p. 235 -238.

nomeou procuradores para as partes mais ao norte, ligadas ao consumo,

comercialização e redistribuição dos animais que iam de Curitiba (Sorocaba, Itu,

Jundiaí, São Paulo e Rio de Janeiro), pois era comerciante de cavalos. Em 1736,

pediu autorização à Câmara de Curitiba para levar duzentos cavalos para São

Paulo.28 Em 30 de novembro de 1739 ele vendeu 33 cavalos pelo preço de 462$000

a José Pereira da Silveira para pagar em um ano com os juros da lei.29 Em 1743, ele

foi multado em 6$000 réis pela Câmara porque seus animais causaram prejuízo nas

casas de alguns moradores por agir “como pouco cuidado a mandar retirar umas

éguas suas vindas do Rio Grande”.30 Esse documento pode indicar que ele era

criador de cavalares na região de Curitiba. Ele também nomeou procuradores nas

principais praças mercantis ligadas ao grande comércio ultramarino do Império (Rio

de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Lisboa). O padrão de atuação de Miguel

Rodrigues Ribas parece indicar que os indivíduos se moviam no interior de

complexas estratégias e redes familiares, sociais, políticas e econômicas, que

constituíam boa parte da trama histórica do Império Português no Antigo Regime.

Miguel Rodrigues Ribas morreu em 1774 com cerca de 80 anos de idade.

Seu poder, prestígio e fortuna foram herdados por seu filho Lourenço Ribeiro de

Andrade, que foi o único membro da Câmara de Curitiba até o início da década de

1750 a ostentar o título de doutor pela universidade de Coimbra. Lourenço Ribeiro

de Andrade desempenhou o papel de juiz ordinário em 1750 e de tornou Capitão-

Mor da vila na segunda metade do século XVIII. Uma lista nominativa feita em 1776

refere que ele tinha três filhos e três filhas, vivia de suas lavouras, possuía 24

escravos e 300 animais (entre gado e cavalgaduras).31 Seu irmão, Miguel Ribeiro

Ribas, foi juiz ordinário em 1751. Em primeiro de abril de 1752 fez uma petição aos

oficiais da Câmara de Curitiba. Trata-se de um documento importante por mostrar

como ele próprio avaliava sua atuação como membro da governança local,

especialmente como juiz ordinário perante seus pares.

Senhores do nobre Senado Diz Miguel Ribeiro Ribas capitão da ordenança desta vila de Curitiba que

28 Biblioteca da Câmara Municipal de Curitiba. Livro de Avulsos, vol. 2. fl. 10 29 PTC. Livro de notas, vol. 8. f. 12. 30 BAMC. Vol. XVI, p. 51. 31 Lista nominativa de habitantes “Villa de Curityba 1776” - 1ª Companhia de Ordenança. Documento transcrito em suporte digital pertencente ao CEDOPE – DEHIS - UFPR. p. 5.

servindo ele suplicante várias vezes como almotacé e sendo vereador do Concelho e no ano passado juiz ordinário serviu as ditas ocupações com todo o zelo da justiça e segundo sua inteligência obrava em tudo sem ofensa a justiça nem das partes e como tal não houve pessoa alguma que dele se queixasse nas devassas de janeiro nem nas correições dos doutores corregedores, mas antes sendo alguns autos sentenciados por ele apelados e agravados foram suas sentenças confirmadas sem que fosse nenhuma reformada e outrossim que abundando esta terra em malfeitores e matadores os quais se temor algum nem receio das justiças mas antes como levantados contra ela viviam pelos redores desta vila e muitas vezes vindo a ela multiplicar insultos e sendo o suplicante juiz fez prender a vários e também procurou prender fazendo para isso várias diligências de noite pelos sítios indo a elas o suplicante pessoalmente32

O documento continua ainda por várias folhas sempre exaltando os feitos

de Miguel Ribeiro Ribas e pede que os oficiais da Câmara reconheçam tais feitos

como verdadeiros. É possível que tenha recorrido a tal expediente como uma forma

de autoafirmação perante seu irmão letrado, o doutor Lourenço Ribeiro de Andrade.

Os filhos de Miguel Rodrigues Ribas deram continuidade à tradição familiar tendo,

ambos, atuação importante na localidade durante toda a segunda metade do século

XVIII como homens de negócio e governo, perpetuando, assim, a influência política,

econômica e social da família. Seu neto, Antônio Ribeiro de Andrade, filho de

Lourenço Ribeiro de Andrade, substituiu o pai como capitão-mor da vila. O bisneto

de Miguel Rodrigues Ribas, Lourenço Pinto de Sá Ribas continuou a tradição

familiar e, na década de 1830, tornou-se deputado na Assembleia da Província

como representante da Quinta Comarca. Ele desempenhou importante papel no

movimento que levou à elevação da Comarca à condição de província do Império.33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES. Joacir Navarro. Das justiças e dos litígios: a ação judiciária da Câmara de Curitiba no século XVIII. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2009. (Tese de doutoramento). CUNHA, Mafalda Soares da. Redes sociais e decisão política no recrutamento dos governantes das conquistas, 1580-1640. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs). Na Trama das redes – Política e negócios no Império Português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. FRAGOSO, João. Mercadores e negociantes imperiais: um ensaio sobre a economia

32 PTC. Livro de notas. Vol. 15. f. 106-107 33 INSSA; CRUZ. Op. Cit. P. 114

do Império Português (séculos XVI e XIX). In: História Questões e Debates – Império Português: ciência, poder e sociedade. Ano 19, número 36, janeiro-junho de 2002. Curitiba : Editora UFPR, 2002. p. 110-11. GINZBURG, Carlo. O nome e o como – Troca desigual e mercado historiográfico. In: A micro-história e outros ensaios. Lisboa: DIFEL, 1989. HAMEISTER, Martha Daisson. O continente do Rio Grande de São Pedro:os homens, suas redes de relações e suas mercadorias semoventes (c.1727-c.1763). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2002. (Dissertação de mestrado)

INSSA, Maria Helena Cordeiro; CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da. A elite vai ao reino. In: Curitiba e seus homens-bons. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2011.

LEÃO, Ermelino de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná - vol. III. Curitiba: Empresa Ghraphica Paranaense, 1926.

NAZZARI, Muriel. O desaparecimento do dote – Mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. NEGRÃO, Francisco. Genealogia Paranaense. Imprensa Oficial do Paraná, Curitiba,1928. OLIVEIRA, Ricardo Costa de. O silêncio dos vencedores – genealogia, classe dominante e Estado do Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001. PEDREIRA, Jorge Miguel de Melo Viana. Os Homens de Negócio da Praça de Lisboa – de Pombal ao Vintismo (1755-1822): diferenciação, reprodução e identificação de um grupo social. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas: 1995. (tese de doutoramento).

SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Na encruzilhada do Império – hierarquias sociais e conjunturas econômicas no Rio de Janeiro (c.1650-c.1750). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional. 2003. p. 235 -238. REFERÊNCIAS DE FONTES HISTÓRICAS IMPRESSAS BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. VIII. Curitiba: Impressora Paranaense, 1924. BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. X. Curitiba: Livraria Mundial, 1924. BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A

HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. XI. Curitiba: Impressora Paranaense, 1924. BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. XIII. Curitiba: Impressora Paranaense, 1925. BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. XVI. Curitiba: Impressora Paranaense, 1925. BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITYBA – DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PARANÁ. - vol. XIX. Curitiba: Impressora Paranaense, 1926. REFERÊNCIAS DE FONTES HISTÓRICAS MANUSCRITAS BIBLIOTECA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA. Livros de registro do ouro do Juiz Ordinário 1730 – 1735. BIBLIOTECA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA. Livro de Audiências dos Juízes dos Orfãos, 1749-1753. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 4. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 5. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 6. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 8. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 10. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 11. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 13. PRIMEIRO TABELIONATO DE CURITIBA – GIOVANETTI. Livro de notas, vol. 15. REFERÊNCIA DE FONTE HISTÓRICA TRANSCRITA EM SUPORTE DIGITAL CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA DOS DOMÍNIOS PORTUGUEGUES – UFPR. Lista nominativa de habitantes “Villa de Curityba 1776” - 1ª Companhia de Ordenança. Documento transcrito em suporte digital.