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A um poeta, de Antero de Quental. Tatiane Arantes – IFSP/SPO.

A Um Poeta, de Antero de Quental

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Algumas características do poema 'A Um Poeta', de Antero de Quental.

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Page 1: A Um Poeta, de Antero de Quental

A um poeta, de Antero de Quental.

Tatiane Arantes – IFSP/SPO.

Page 2: A Um Poeta, de Antero de Quental

OuCrítica a um idealismo romântico?Ou Poeta específico? (Castilho?)

(TEMÁTICAS CANSATIVAS)

OuNova estética poética? (realista)

QUENTAL: revolucionário-filosófico;Sonetos Completos (1886)

* Surge et ambula! = Levanta-te e anda(Cura de um coxo)At 3,1-10 (Ressurreição de Lázaro) Jo 11, 1-44

A UM P O E T A

Surge et ambula! *

Tu, que dormes, espírito sereno,Posto à sombra dos cedros seculares,Como um levita à sombra dos altares,

Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! é tempo! O Sol, já alto e pleno,Afugentou as larvas tumulares…Para surgir do seio desses mares,

Um mundo novo espera só um aceno…

Escuta! é a grande voz das multidões.

São teus irmãos que se erguem! são canções…Mas de guerra… e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,E dos raios de luz do sonho puro,

Sonhador, faze espada de combate

Page 3: A Um Poeta, de Antero de Quental

Compreensão da Construção de sentidos do

poema

A UM P O E T A Surge et ambula! * Tu, que dormes, espírito sereno,Posto à sombra dos cedros seculares,Como um levita à sombra dos altares,Longe da luta e do fragor terreno, Acorda! é tempo! O Sol, já alto e pleno,Afugentou as larvas tumulares…Para surgir do seio desses mares,Um mundo novo espera só um aceno…

Escuta! é a grande voz das multidões.São teus irmãos que se erguem! são canções…Mas de guerra… e são vozes de rebate! Ergue-te, pois, soldado do Futuro,E dos raios de luz do sonho puro,Sonhador, faze espada de combate! Antero de Quental

Nível narrativoCrítica do Eu-lírico aos costumes de TU . (espírito sereno);

caráter altamente persuasivo do enunciador; Um apelo gradativo no discorrer das estrofes ; (imagens - percepção de sentidos: visão, audição, tato).

Nível estrutural Soneto (decassílabo); Verbos no imperativo; (entusiasmar)ABBA/ABBA/CCD/EED; Assonâncias;As estrofes sintetizam a estrutura interna de uma epopeia;(proposição, invocação, narração e dedicatória);

dois polos

Page 4: A Um Poeta, de Antero de Quental

Referências bibliográficasABDALA JR., Benjamin et PASCHOALIN, Maria Aparecida. História Social da Literatura Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 1985. p. 96-107.

AMORA, André Luiz Caldas. Antero de Quental: a voz da revolução, 2009. Rio de Janeiro. Anais do XIII CNLF, 2010.

ANDRADE, Fernando Teixeira de. “Realismo”. In:_______________Português - Literatura Portuguesa. São Paulo: CERDED, p.160-200.

BÍBLIA. Atos dos Apóstolos. Português. A Bíblia Sagrada. Tradução: Centro Bíblico Católico. 96. ed rev. São Paulo: Ave Maria, 1995. Edição Clarentina. p. 1.416.

BÍBLIA. João. Português. A Bíblia Sagrada. Tradução: Centro Bíblico Católico. 96. ed rev. São Paulo: Ave Maria, 1995. Edição Clarentina. p. 1.401.

GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons e ritmos. São Paulo: Ática, 1999.

MARTINS, Nilce Sant’Anna. Introdução à Estilística. 4. ed. rev., 2. reimpr. São Paulo: EDUSP, 2012.

MOISÉS, Massaud (1990). A literatura portuguesa. Capítulo VIII. O Realismo: a poesia metafísica de Antero de Quental. 25ª edição. São Paulo: Cultrix, p. 179-186. Primeira edição: 1960.