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7/28/2019 A Umbanda Como Ela e Pags Iniciais
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MOIZÉS MONTALVÃO
LUIZ CARLOS PEREIRA
EDSON CALIXTO MARTINS
A UMBANDACOMO ELA É!
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A UMBANDACOMO ELA É!
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Título dos autores em nosso catálogo:
A umbanda como ela é!
homepage / e-mail dos autores:
www.booklink.com.br/luizcarlospereira www.booklink.com.br/edsoncalixtomartins
[email protected]@ig.com.br
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LUIZ CARLOS PEREIRAEDSON CALIXTO MARTINS
A UMBANDACOMO ELA É!
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Copyright © 2006 Luiz Carlos Pereira e Edson Calixto Martins
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizadaou reproduzida, em qualquer meio ou forma,
seja digital, fotocópia, gravação etc., nemapropriada ou estocada em banco de dados,
sem a autorização dos autores.
Arte-final da capaDemanda Editorial
EditorGlauco de Oliveira
Direitos exclusivos desta edição:Booklink Publicações Ltda.
Caixa Postal 3301422440 970 Rio RJ
Fone 21 2265 0748
P436
Pereira, Luiz Carlos, 1961-
A umbanda como ela é! / Luiz Carlos Pereira, Edson Calixto Martins.–
Rio de Janeiro : Booklink, 2006.
144p. ; 21cm.
ISBN: 85-7729-005-0
1. Religião. 2. Umbanda. I. Martins, Edson Calixto. II. Título.
CDD 299.6
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Agradecimentos
A todos os filhos e freqüentadores de nossa casa,pela motivação que nos encorajou.
À querida amiga, Helen Martinez Pereira, pelas
horas dedicadas à correção de nosso texto.
Às Sete linhas da Umbanda.
A todos nossos guias e orixás.
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Sumário
Prólogo ......................................................................................................... 9
Origem ........................................................................................................ 11
Orixás .......................................................................................................... 14
Elementos................................................................................................... 16
Sincretismos ............................................................................................... 18
O terreiro.................................................................................................... 20 As 7 linhas................................................................................................... 25
Oxalá ........................................................................................................... 32
Iemanjá ........................................................................................................ 42
Ogum .......................................................................................................... 51
Oxóssi ......................................................................................................... 57
Xangô .......................................................................................................... 63
Preto velho ................................................................................................. 67
Ibeji .............................................................................................................. 70
Iansã ............................................................................................................. 74
Oxum .......................................................................................................... 81
Nanã Buruquê............................................................................................ 87
Omulu ......................................................................................................... 90
Ossãe ........................................................................................................... 94
Exu .............................................................................................................. 98
Falanges auxiliares ...................................................................................104
Apetrechos ...............................................................................................114
Rituais ........................................................................................................ 119
Locais sagrados .......................................................................................128
Mediunidade ............................................................................................ 130
Incorporação ...........................................................................................135
Evolução mediúnica ...............................................................................139
Considerações finais ...............................................................................142
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Atualmente tem-se falado muito da Umbanda, mas infeliz-mente, na maioria das vezes, de modo grosseiro e impessoal.Por isso nem sempre conseguimos entender a magia simples, abeleza e o sentimento de fé que essa “religião” nos proporcio-
na. As aspas entram por minha conta, já que essa lei não éconsiderada religião, e sim, “seita”. Não é minha intenção, nestelivro, entrar nessa discussão. Ele está sendo escrito pela abso-luta necessidade de dividir com os médiuns adeptos e simpati-zantes um pouco do que aprendi em vinte e cinco anos de dedi-cação a essa que considero a “minha religião”.
Tenham certeza, aqueles que porventura vierem a ler estaslinhas, que a Umbanda é muito maior que qualquer debate pro-
movido por pseudo-umbandistas e que por mais que se estudenunca chegaremos a uma conclusão única, pois ela é uma reli-gião que muda a cada dia, refletindo as alterações do mundoastral que, por sua vez, adaptam-se ao mundo material.
Partiremos da premissa que a lei de pai Oxalá não admitecríticas destrutivas, as construtivas devem ser feitas com edu-cação e respeito àqueles que se dedicam por anos à missão de
construir um mundo melhor, esquecendo-se às vezes de suaprópria vida para aliviar a dor de seus irmãos.Conheço médiuns, Babás e Iaôs altamente devotados, mas
o contrário também se dá, ou seja, pessoas que se dizendoumbandistas cometem erros crassos e, quase sempre, movidosunicamente pelo interesse financeiro ou por segundas inten-ções. Claro que isso não vem ao caso neste livro que me foicobrado pelos orixás que guiam minha coroa. Quero com ele,
apenas, demonstrar que a Umbanda permite uma gama enor-
Prólogo
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me de tradições e formas de trabalho que por mais que pare-çam errados estão sendo acompanhados por uma miríade deespíritos bons que estão sempre a nos guiar para o caminho do
bem universal. Portanto, ninguém erra quando seus trabalhossão guiados pelo coração. O que interessa na realidade é a cer-teza da dedicação total que sempre nos leva a um bom resulta-do final.
Gostaria de lembrar que a Umbanda é uma religião sem pre-conceitos que abre os braços a todos que nela quiserem ingres-sar. Não existem diferenças de raça, credo, sexo ou qualquer
tipo de restrição que se queira fazer para discriminar alguém.Em nossos congás não temos isso. Venham todos e serão con-fortados. Unamo-nos todos para fazer de nossos trabalhos umalição a ser seguida por todos os povos.
Espero que gostem da maneira como vou tratar, de formasimples e direta, os diversos preceitos que aprendi em todosesses anos.
Para trabalhar comigo neste livro chamei um amigo, filho de
santo e irmão, Edson Calixto Martins que apesar da pouca ida-de é um defensor e estudioso das tradições umbandistas e foiquem sempre me ajudou nas pesquisas e no burilar das idéias.
Axé, Edson. Obrigado.
Saravá, Oxalá.
Saravá, Jesuíno Gota D’Água.
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Uma das versões mais conhecidas que se tem do início daUmbanda, conta a respeito da incorporação do Caboclo das 7Encruzilhadas, no início do século XX, pelo médium ZélioFernandino de Moraes, na época, com dezessete anos.
O rapaz após apresentar diversos sintomas de desvio de per-sonalidade foi levado por seus pais a um centro espírita. Láchegando, encaminhado para um passe energético, foi tomadopor um espírito que se dizia de um índio e pedia licença paratrabalhar e cumprir sua missão. Foi severamente admoestadopelo presidente do centro por não ser iluminado o suficientepara trabalhar na mesa.
O índio disse que assim como ele, diversos espíritos espera-
vam sequiosos para dividir seus conhecimentos e suas leis e sea casa espírita não os aceitava, ele iria fundar uma casa ondeatenderia todos os enfermos e quem precisasse de ajuda, dan-do ainda oportunidade a muitos espíritos que como ele precisa- va trabalhar e evoluir. Convidou a todos os presentes para queestivessem no dia seguinte na casa do médium que lhe serviade aparelho, pois lá iria fundar uma nova religião. Perguntado
sobre seu nome ele respondeu: “Já que vocês têm a necessida-de de um nome, chamem-me Caboclo das Sete Encruzilhadas,pois sou aquele que veio abrir os caminhos para uma nova for-ma de trabalho na espiritualidade”.
Nesse ponto, esclarecemos que, nessa época, as manifesta-ções espíritas conhecidas eram somente dos centros de mesabranca e dos candomblés. O primeiro apenas recebia espíritosde luz ou aqueles que, sem luz, precisavam ser doutrinados. Já
os candomblés trabalhavam somente com os santos africanos.
Origem
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Qualquer outra manifestação incorporada era considerada“egum”, ou seja, espíritos de mortos que não atingiram grau deevolução suficiente para tornarem-se trabalhadores espirituais.
Portanto, era impossível para um caboclo ou um preto-velho, verdadeiros baluartes da Umbanda, conseguirem um local paraexercerem sua santa missão.
No dia seguinte, a casa do rapaz estava cheia. Na horamarcada deu-se novamente a incorporação do Caboclo queelucidou a todos sobre sua missão e dos outros espíritos que oacompanhavam. Falou ainda de sua forma de trabalho e deter-
minou as primeiras regras da nova religião chamada Umbanda. A partir daí, Zélio fundou a Tenda Espírita Nossa Senhora daPiedade que por muitos anos serviu aos guias de Umbanda e atodos que por ela procuraram.
Fizemos apenas um pequeno resumo da história, pensandonaqueles que, porventura, nunca souberam desses fatos, porestarem em início de desenvolvimento ou simplesmente porterem contato com a Umbanda somente agora. Pedimos per-
dão aos puristas que exigem um número maior de exatidão einformação, mas não pretendemos ser históricos ou por demaisdidáticos. Queremos apenas simplificar e facilitar a vida dosque tem curiosidade e só acham livros enfadonhos e cheios deminúcias que, às vezes, somente interessam aos umbandistasantigos e já com um grande cabedal de conhecimentos e que osbuscam para aprimoramento, deixando os iniciandos sem op-
ções. A explicação para isso está lá no início da história umban-dista. Nossa religião, por muitos anos, foi totalmente oralizada,ou seja, passada de pai para filhos de santo que eram, na suamaioria, pessoas incultas e até analfabetas, o que as fazia guar-dar as informações de memória ou quando muito, anotadas emrascunhos que com o tempo eram perdidos. Aos poucos a novareligião passou a ser difundida em todas as classes sociais cha-
mando a atenção de estudiosos e escritores que iam aos terrei-
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ros para estudar o culto e assim escrever sobre ele em livros ejornais. No início foi penosa para eles a busca de informações,pois os antigos pais de santo, assim que se viam diante de uma
pergunta um pouco mais profunda, respondiam: “Segredo demironga quem sabe é congá!” – e davam a entrevista por encer-rada.
Devagar esse tabu foi caindo e vários pais de santo passa-ram a escrever seus próprios livros ensinando e mostrando os vários caminhos dos orixás, mas, e aí está o problema, muitosdesses livros falam da Umbanda como uma experiência quase
pessoal, o que os deixa cheios das minúcias que falamos acima.Parecem ser escritos para pessoas que já sabem muito e preci-sam apenas aprofundar-se no assunto.
Com este livro queremos mostrar a beleza e a força dessareligião de uma forma clara e direta, esquecendo um poucodaqueles que já conhecem bastante e tentando mostrar aos quepouco sabem os caminhos básicos da lei. Isso para que todosentendam que a grandeza da Umbanda está justamente na
sua humildade, em sua forma de seguir os ensinamentos domestre que diz: “Dai de graça, o que de graça recebestes!”
Todo o fundamento da Umbanda que muitos insistem emenfeitar está, na realidade, embutida nessa pequena frase.Bendito o umbandista que conseguir se guiar por ela e fizerdela sua missão e sacerdócio.
Bem, vamos enfim dar início a essa viagem. Aproveitem,
imbuam-se de fé e coragem (sim, um bom médium precisamuito das duas) e aprendam um pouquinho do que é essadivina lei. Que Oxalá esteja conosco!
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Antes de começarmos, precisamos explicar o significado dapalavra orixá:
ORI - Alto (Cabeça, destino, senhor)
XÁ - Força (Da natureza por excelência)
A língua africana é rica em dialetos e isso fez com que atradução ganhasse várias interpretações, tais como: Senhor danatureza, Força que vem do alto, Cabeça da natureza e muitasoutras, todas praticamente com o mesmo significado.
Temos a convicção que os orixás são as forças vivas da na-tureza em todas as suas nuances: as matas, cachoeiras, os rios,
o mar, o vento, a chuva e toda a energia que move e constitui ouniverso. Os representantes dessas forças são os santos louva-dos nos cultos afro-brasileiros, os orixás.
Sabemos que as entidades que trabalham na Umbanda nãosão orixás no sentido exato da palavra, e sim, guias ou mento-res. Porém, de alguns anos pra cá, o nome se popularizou de-mais em nosso meio e em muitos terreiros esses trabalhadores
também são chamados orixás. Acreditamos que essa populari-dade adveio da beleza e magia da palavra e da dificuldade emconseguir transmitir aos médiuns e freqüentadores a diferençaentre guia (colar) e guia (entidade).
Ao escrever este livro, pretendemos mostrar de forma clarae verdadeira, como é a Umbanda praticada hoje. Por isso utili-zaremos o nome citado tanto para os santos como para as enti-dades, já que não acreditamos estar incorrendo em erro ao uti-lizá-lo, haja vista que a maioria de nós o usa em suas casas.
Orixás
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Para muitos pode parecer bobagem essa explicação, mas sa-bemos muito bem que seremos criticados por essa e por muitasoutras coisas que falaremos no transcorrer deste livro. Porém,
sendo nossa idéia transcrever fielmente o que temos observa-do, não poderíamos deixar de lado essa e outras mudanças que vêm ocorrendo em nossa religião nos últimos anos e estamostotalmente preparados para os julgamentos e críticas que fatal-mente virão.