205
BISPO CÉSAR SANTOS

A Unção dos Príncipes

  • Upload
    nelson

  • View
    222

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 1/204

BISPO CÉSAR SANTOS

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 2/204

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 3/204

A UNÇÃO DOSPRÍNCIPES

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 4/204

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 5/204

Santos, José César dos S237 A Unção dos Príncipes/ José César dos Santos. 

Belo Horizonte: Editora Atos, 2006.

208 p.ISBN 85-7607- 080-4

1. Cristianismo. 2. Palavra de Deus.3. Transformação espiritual I. Título.

CDU: 231.11 CDD: 232.2

índices para catálogo sistemático:1. Cristianismo: Transformação espiritual 269.2

Copyright ©2006 por Editora Atos Todos os direitos reservados

Capa  Cláudio Souto

Primeira edição  Setembro de 2006

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida

por qualquer meio —eletrônico, mecânico, fotocópias, etc. - sema devidapermissão dos editores, podendo ser usada apenas para citações breves.

Publicado com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela EDITORA ATOS LTDA.

Caixa Postal 40230161-970 Belo Horizonte MG

 Telefone: (11) 3312-3330www.editoraatos.com.br

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 6/204

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7

1. Em Cristo ou em crise?........................................................................ 11

2.  Príncipes ou mendigos? ..................................................................... 29

3. Multidão ou discípulos? ..................................................................... 49

4. De volta à Jerusalém ............................................................................. 65

5. A unção dos príncipes.......................................................................... 83

6. Síndrome de gafanhoto I ............................................................... 103

7. Síndrome de gafanhoto I I ............................................................ 121

8. Uma coroa de honra e glória ........................................................ 137

9.  O mistério das vidas trocadas........................................................ 153

10.  Graça maravilhosa.............................................................................. 171

11.  O poder de uma escolha.................................................................. 187

12.  Do deserto para o palácio................................................................ 197

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 7/204

INTRODUÇÃO

Há alguns anos ganhei um livreto que continha um comentário interessante sobre um biólogo que utilizou uma águia para fazer uma

pesquisa. Segundo o escritor, o pesquisador a levou para um campo e amar

rou um dos seus pés no tronco de uma árvore, de modo que ela não pudesse escapar.

Ele queria estudar o comportamento e as reações daquela ave diante daimpossibilidade de voar. O autor diz que ela tentou, de todas as maneiras,cortar a corda com o seu bico afiado, mas não teve êxito algum. Na ânsiade ficar livre do cativeiro, cortou o próprio pé, bateu suas enormes asas edesapareceu nas alturas.

Verdadeira ou não, essa história me faz lembrar de uma verdade a nosso respeito descrita nas Sagradas Escrituras. Deus nos criou para a liberdade e para reinarmos sobre a terra como príncipes. No sexto dia da criação,Ele disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine ele sobre toda a terrd ’ (Gn 1.26 —destaque do autor).

Nabíblia V iva  está escrito que Ele criou os céus para si mesmo, mas a

terra entregou aos homens (SI 115.16). Esta é uma realidade gloriosa! Desde o início, o propósito original do Pai era que dominássemos sobre aterra, estabelecêssemos nela o seu reino e a sua glória e guardássemos aquilo que Ele havia colocado em nossas mãos e sobre as nossas cabeças. Odiabo é ladrão e sempre esteve disposto a tomar as nossas coroas e o cetrode autoridade que Deus nos entregou.

7

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 8/204

A UNÇÃC DOS PRÍNCIPES

É verdade que por um tempo ele conseguiu escravizar o homem através do pecado e impedi-lo de reitar (Rm 3.23). O homem ficou separadoda vida e da glória de Deus até qu: Jesus Cristo se manifestou para destruir

as suas obras malignas. Cumprk-se a profecia de Isaías; “E acontecerá,naquele dia, que a sua carga será irada do teu ombro, e o seu jugo do teupescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção” (Is 10.27).

Em Cristo a nossa vitória foi selada e as portas do inferno não prevalecerão contra nós. Creia que chegou o tempo de Deus “virar o seu cativeiro” (Jó 42.10). Assim como Ele mudou a sorte de Jó, nestes dias você serárestituído com porção dobrada de tudo aquilo que foi consumido pelo

gafanhoto. O Senhor irá tocar o seu coração e a sua mente com a unçãodos príncipes e você viverá à altuia do propósito para o qual existe. Tomeposse!

Nós somos fruto do sonho de Deus! Fomos criados para um propósito excelente e como herdeiros desta terra não podemos nos intimidar diante dos gigantes. Levante-se e tome uma posição, pois a vida é feita deescolhas! O fato de sermos príncipes por si só não garantirá um reinado de

vitórias. Deus abre as portas, mas cabe a nós atravessá-las.Mude a sua maneira de pensir e tudo irá mudar em sua vida. Você

precisa ter visão de águia, não de gafanhoto. Precisa manter uma atitudemental diante dos conflitos e não deixar que o diabo cirande os seus pensamentos a ponto de fazer a sua íiente cativa e oprimida. Lembre-se quenão há cativeiro para um povo herdeiro!

Como aquela águia, não aceite as amarras que limitam a sua vida e para

lisam os seus pés. Há uma terra a ser pisada e uma herança a ser conquistada. Canaã é o nosso destino! Como Josué, estou lhe convocando: “Eia,subamos e possuamos a terra que por herança o Senhor nos confiou”(Nm 13.30 —paráfrase do autor).

Se você não tomar posse do seu lugar entre os príncipes desta terra enão usar a autoridade que Deus he deu, o diabo vai se assentar no lugarque é seu e governar a sua vida e tudo o que está a sua volta. Esta é a

realidade do mundo espiritual: quem não domina é dominado. Não házona neutra.

Você é cabeça ou é cauda, es:á em cima ou embaixo. Embora aindaexistam pessoas oprimidas pelo diibo, desde que a semente (palavra profética) foi lançada no espírito do homem é inata a sua vontade de ser livre ereinar.

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 9/204

INTRODUÇÃO

Ainda que seja inconscientemente, todo homem aspira por libertação eliberdade, porque esta é a vontade de Deus para toda a humanidade. Entretanto, somente Jesus Cristo pode realizar esta obra completa. Ele mesmo

declarou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, oFilho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.32,36).

Em Cristo vocêpode tudoI  Aquilo que Adão não desfrutou, Jesus Cristoviveu plenamente. Ele andou debaixo do domínio do Pai e foi governadopor Ele; humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte decruz. Permita que o Espírito Santo abra os seus olhos e amplie a visão arespeito daquilo que Jesus conquistou para você no Calvário. O segredo da

vida e da liberdade está na revelação do Filho de Deus.Quanto mais de Cristo você conhecer, mais de si mesmo saberá, por

que você foi criado a imagem e a semelhança dele. Você está disposto areceber de Deus uma nova revelação de sua identidade divina e de seudestino profético?

Leia este livro orando em todo tempo no Espírito e deixe Deus levá-loa um lugar de cura, restauração e vida abundante.

9

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 10/204

Capítulo 

1

Z ^ Z

EM CRISTO OU EM CRISE?

Eu estava em Atlanta participando de um seminário sobre graça, quando o pastor que me hospedava em sua casa me mostrou uma fotogra

fia interessantíssima. No início, pensei que fosse uma montagem muitabem feita, mas ele me assegurou que a foto era verdadeira.

Sobre um jardim gramado havia uma pequena casa de cachorro. Oanimalzinho de estimação que estava dentro dela tinha um olhar dócil emuito tranqüilo. Percebia-se que era domesticado, pois a presença do fotógrafo parecia não incomodá-lo. Pelo contrário, tive a impressão de queaquela cabeça fora da casinha era quase uma pose para a fotografia.

A foto em si não teria chamado tanto a minha atenção, não fosse apersonagem principal ser uma cabra e não um cachorro. O meu amigopercebeu a minha estranheza e logo se pôs a explicar a situação.

Ele me contou que um membro de sua igreja possuía vários animais emsua casa e, entre eles, alguns cães de estimação. Sabendo desta sua afeiçãopor animais, um amigo resolveu lhe dar um presente nada convencional:um filhote de cabra. Por não ter um local adequado para criá-la, ela passou

a conviver com os outros filhotes no quintal da casa.Curiosamente, o convívio com os cães começou a modificar o comportamento da cabrita que passou a comportar-se como se fosse um deles.

 Todos os dias ela insistia em entrar nas casinhas dos cachorros e era intimidada e agredida violentamente. Para aliviar a tensão entre eles foi necessário comprar uma casa para a cabra que pensava ser cachorro e, para sersincero, ela me pareceu bastante satisfeita com a idéia.

11

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 11/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Foi nesta situação inusitada que a foto foi tirada, me explicou o pastor.Como bom observador que sou, não pude deixar de ver que sobre » portada casinha havia uma placa com o nome do animal: “Rabbit" (que em

inglês significa coelho).Confesso que fiquei intrigado com aquela cena. Por um instante, fiquei

a pensar: “Como deve ser a cabeça de uma cabra que pensaser umcachorro e ainda por cima se chama ‘Coelho’? No mínimo, deve huver uma enorme confusão mental e uma terrível crise de identidade", K O fito ifft exatamente esse: a “infeliz” não sabia quem era!

Estava limitada a uma realidade que não era sua, vivfBdo fltU gttrras do

engano. Ela não fazia parte daquele cenário e aquele não i f i 0 (tu p#pel nahistória. Estava fora do seu lugar, desarmonizada com %mmexistência,vivendo uma falsa identidade, limitada, oprimida e impotente diante deseus opressores.

Por incrível que pareça, Deus usou aquela situação para falar comigo. Apartir daquele momento comecei a pensar na triste realidade de milharesde pessoas que estão vivendo neste mundo numa crise semelhante: não sabem quem são epor isso não conseguem viver àaltura do propósito partt o qnal foram  criadas por Deus.

São como águias, mas não voam porque são escravas tias suas limitações e medos. Isso é terrível porque a excelência da águia está no seu vôo,e o privilégio de nascer águia está em alcançar as maiores alturas. Enquantonão aprender a voar não descobrirá o propósito da sua existência e viveráaquém dos privilégios que foram dados a ela desde a sua criação. Seria o

mesmo que nascer príncipe e não reinar! Ser potencialmente capaz e poralgum motivo não conseguir realizar.

 Talvez seja esse o seu dilema; por isso quero ser bastante sincero comvocê, pois creio que este livro não está em suas mãos por acaso. Aquilo queo mundo vê como simples coincidência, a fé enxerga como providência.Abra o seu coração e receba esta verdade:

Em Deus vocêêcapa  de viver o propósito para o qual ex iste! Ele tinha algo maravilhoso em mente no momento em que o criou, por

isso colocou em você uma capacidade divina para que a sua existênciafosse cheia de significado.

 Tenha coragem de aventurar-se com Deus através da sua fé e Elemaximizará este potencial através de sua infinita graça. Para facilitar sua

12

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 12/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

compreensão, vou chamar este potencial divino de “a unção dos príncipes”. Ela nos capacita a viver os sonhos de Deus.

Como águias, nascemos para ocupar os lugares altos da excelência e

viver uma vida de triunfo! Mesmo sabendo que a emoção de voar começacom o medo de cair, disponha-se a viver como príncipe nesta geração porque este é o desejo de Deus.

Você nasceu para estar no lugar onde as águias voam! Curiosamente,elas utilizam ramos com espinhos para tecerem o fundo dos seus ninhos.Depois de cobri-los com as suas próprias penas, depositam os ovos e aguardam o nascimento dos filhotes. Enquanto eles são pequenos, o ninho pa

rece o lugar mais seguro e confortável do mundo, mas se tornará insuportável quando crescerem e os espinhos, que foram postos propositalmentepela mãe-águia, começarem a espetá-los.

É o aviso de que chegou o tempo de aprender a voar. Se resistirem, elaos lançará montanha abaixo, mas não permitirá que permaneçam ali, poiso destino de uma águia é o céu! Entenda que fora do seu lugar não haveráharmonia nem sentido em sua vida.

Sua história em Deus êúnica!  Portanto, não queira viver um papel que nãoseja o seu, pois a sua vida seria semelhante à daquela cabra, ou seja, umconflito permanente de identidade. Ela teve a sua mente condicionada eoprimida pelas circunstâncias e por aqueles que estavam ao seu redor, epassou a viver num cerco de dor, escravidão e sofrimentos.

Quebre este jugo! Agora é o momento de rompermos o domínio daslimitações que foram impostas sobre nós e aprendermos a dominar, pois arealidade do mundo espiritual é esta: você domina ou é dominado, governaou então é governado.

Desde a nossa criação, o propósito de Deus era que exercêssemos essegoverno sobre todas as coisas, por isso Ele disse: “Façamos o homem ànossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre toda a terra  ’(Gn 1.26 —destaque do autor).

Por um tempo, o homem perdeu esse lugar de domínio e foi escraviza1do por seus opressores. Mas este é o momento de reavermos o “nosso

 jardim”, de tomarmos posse da terra prometida e, como príncipes, assumirmos o controle de todas as coisas, regendo a nossa história através daunção e do Espírito de Deus. Você está disposto a reencontrar o seu lugar?

Creio que ninguém poderá levá-lo além do lugar onde já esteve. Porém,há alguns anos vivi uma experiência maravilhosa com o Senhor e posso

13

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 13/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

garantir-lhe que existe um lugar de glória e poder, de paz e descanso paratodos aqueles que estão em Cristo Jesus.

Neste “lugar”, somos completamente livres para viver o propósito de

Deus. Por isso estou lhe convidando a ir comigo além das fronteiras dohumano, do possível e do natural, rumo ao sobrenatural de Deus. Vamossoltar as amarras do barco e sair da beira da praia.

Quem conhece apenas o raso não sente falta do profundo, mas quemconhece a profundidade de Deus não se satisfaz com a superficialidade deum relacionamento com Ele. Minha oração é que durante esta leitura vocêconsiga ver além daquilo que vou lhe mostrar e ouvir além do que voucompartilhar.

Peço a Deus que se revele a você de uma maneira nova, como vocênunca o viu.

Experiências co m Deus

Palavras humanas não podem produzir experiências com Deus! Sc vocêdeseja vivê-las, terá que buscá-lo com fé e de todo o coração, até encontrá-

lo. Ele disse: “Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando àsminhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada. Porqueo que me achar, achará a vida, e alcançará o favor do Senhor” (Pv 8.34,35).Se você está disposto, siga em frente. Deus nunca provoca em nós umafome ou sede que Ele mesmo não esteja disposto a satisfazer.

Entretanto, todas as vezes que nos encontramos com o Senhor noscolocamos num ponto de mudança, para melhor ou para pior, porque nin

guém entra na presença dele e fica da mesma maneira: ou melhora ou piorade vez. Isso dependerá da decisão que tomarmos ou da atitude que tivermos diante daquilo que Ele nos disser durante o encontro.

Veja o exemplo do jovem rico descrito no Evangelho de Marcos. Elebuscava desesperadamente uma resposta para o seu coração. EnquantoNicodemos foi ao encontro de Jesus de madrugada, provavelmente paranão ser visto porque era um homem importante e de grande reputação,

aquele jovem ajoelhou-se diante de lesus em plena luz do dia e disse: “BomMestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus, olhando para ele, oamou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-oaos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitaspropriedades” (Mc 10.17,21,22 —veja Jo 3.1-3).

14

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 14/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

Neste caso, ele saiu do encontro pior do que estava porque teve a atitude errada.

Embora fosse totalmente amado por Jesus, a recíproca não era verda

deira. Aquele jovem rico não amava o Senhor suficientemente para escolher entre Ele e aquele último ídolo que estava escondido em seu coração.Era a última coisa, mas não estava disposto a abrir mão do seu tesouro.

O rapaz desejava a posição e a condição de herdeiro da vida eterna, masnão queria ser tratado e transformado para ficar livre da morte que o dominava. Ele ouviu a palavra de Cristo, mas a rejeitou. No fundo, queria serabençoado sem ser transformado. Estava no ponto de mudança, mas não

queria mudar de verdade.Como ele, muitas pessoas falam em mudanças, mas no fundo não estão

dispostas a tomar uma atitude responsável diante de Deus de abandonar asvelhas práticas do pecado, renunciar sua vontade própria e viver da maneira como Ele deseja. Elas tentam impor suas vontades e fazer as coisassegundo as suas “próprias cabeças”, quando a Bíblia é clara em dizer: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio

entendimento” (Pv 3.5). Se você quer ver mudanças reais em sua vida queo levem a viver o propósito de Deus, terá que tomar a decisão certa deacordo com a sua Palavra e vontade.

N ada muda atéque vocêmude!  Entretanto, querer mudar não é mudar,pensar em mudança não é mudar, desejar mudar também não é mudar.Mudar é mudar mesmo! Depende de decisão e escolha. As mudanças estãoligadas ao nosso livre-arbítrio (ou ao nosso direito de livre-escolha). Este é

o lugar mais profundo de nossas almas e é exatamente onde podemosdecidir a história do mundo. Adão não fez isso?

Existem coisas que você como ser humano jamais conseguirá mudar,como por exemplo, a atitude de uma outra pessoa. Entretanto, existe algoque somente você é capaz de mudar: a sua própria atitude.

Se ela estiver errada nem Deus poderá ajudá-lo. Ele não irá manipular oseu livre-arbítrio, mas também não agirá em seu favor se você decidir andar

na contra-mão da vontade dele, porque tem um compromisso fidedignocom a sua própria palavra (Jr 1.12). Se o poder de decisão está em sua alma,o segredo de mudar está na sua maneira de pensar. Mente renovada significa  vida transformada. Tanto é verdade que é o ponto de partida para a salvaçãodo homem é o arrependimento (que no texto bíblico original significamudança de pensamento).

15

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 15/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Dentre eles, a grande maioria questiona: “Quem sou, de onde vim epara onde vou?”, e procura respostas para estas questões nas filosofias ereligiões, nos deuses, em si mesnias, etc. Por mais realizados que aparen

tem ser, todos são incompletos interiormente porque há um vazio no coração do homem que somente Deus pode preencher.

Imagine se colocássemos uma peça quadrada num espaço redondo. Elapode ocupá-lo, enchê-lo, mas jamais irá completá-lo ou preenchê-lo totalmente. Assim é o coração dos incrédulos: cheio de tudo, mas incompleto einsatisfeito, sem Deus.

Na ânsia de preencher este vazio, muitos conheceram a Jesus e g§ tor

naram crentes. Ele “entrou e toniou” todo o espaço que havia nog geuscorações (espíritos), satisfazendo- >splenamente. Essa experiência gloriosade salvação satisfaz definitivamente a necessidade do homem de estarconectado a sua fonte de vida e tftn o seu efeito na eternidade.

Mas, infelizmente, o conhecirrento que muitos crentes possuem de Jesus Cristo é limitado. Eles o conhecem, mas não o suficiente para creremnele independente de qualquer si:uação. Embora tenham vida e paz, nãodesfrutam abundantemente por filta de profundidade no relacionamentocom Deus.

Diante das adversidades e desafios da vida, entram em crise, se abalam,sofrem, se deixam dominar e, às \ezes, até duvidam do seu amor, presençae poder. A insatisfação da alma, n-ste caso, é por causa da superficialidadee não da incredulidade.

Muitos já passaram por estas cises e saíram vitoriosos, porque aproveitaram as provações e cresceram n* fé, mas ainda há uma parcela significativa que continua vivendo numa escravidão emocional. Neste aspecto, oproblema que aflige a vida de todos os incrédulos e muitos crentes é omesmo, só que em esferas difereJtes:falta de fée revelação de Cristo.  Isso érealmente sério, pois resulta numt espécie de cegueira espiritual. No casodos incrédulos, a cegueira está no espírito [coração] que ainda permanece

em trevas e sob o domínio do peado, enquanto a de muitos crentes estáem sua alma [mente],Eles viram a luz de Deus atravts da Palavra e, pela fé, foram iluminados

e salvos, mas ainda existem “somkas” em seus pensamentos, sentimentose vontades, ofuscando a glória de Deus em suas vidas e impedindo-os de“ver” além das circunstâncias e limtações.

18

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 16/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

Embora a manifestação da doença seja diferente, o remédio para tratá-la é o mesmo: Jesus Cristo. Há quem pense que o espírito e a alma sejamiguais, mas a Bíblia afirma que eles são distintos entre si. “Porque a palavrade Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de doisgumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas,e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).Precisamos, portanto, trazer à luz tudo aquilo que está em trevas ou não foiiluminado completamente pela Palavra de Deus para que haja verdadeiralibertação.

Assim concluímos que para o incrédulo a revelação de Cristo produziráa transformação do coração, a libertação espiritual e a salvação. O crenteem Jesus já experimentou esta graça! Ele precisa de uma nova unção quetraga uma revelação mais profunda de Cristo para a transformação ou renovação de sua mente, para a sua libertação emocional e a cura de suaalma. A única forma de fazermos isso é “olhando” para Jesus e recebendodele revelação (iluminação) pessoal. O salmista diz:

Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos (SI 34.5).

Considerando a importância desta revelação, peça ao Espírito Santoque abra os olhos do seu coração e da sua mente [olhos do entendimento]para que você seja livre e possa viver à altura do nosso chamado e existência. Seja você um incrédulo ou um crente, saia desta crise em nome de

 Jesus. Ele disse: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardescom todo o vosso coração” (Jr 29.13).Além de nos dar a promessa, Ele nos concede o poder para que seja

mos capazes de crer e receber aquilo que foi prometido. Só depende devocê! Permita que as vendas dos seus olhos sejam tiradas e o seu rosto sejadescoberto a partir de agora. A medida que a Luz entrar as trevas serãodissipadas.

LUZ PARA OS PERDIDOS

Sabemos, através da Bíblia, que o “deus deste século [o diabo] cegou osentendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4). O propósitoclaro nesta dominação espiritual é impedir que o propósito divino se cumpra na vida do homem e na terra. Para que isso não aconteça, é necessário

19

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 17/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPKS

que todos os homens permaneçam cegos e escravizados pelo pecado, afastados da verdade de Deus e mortos espiritualmente.

Desta forma, o domínio das trevas sobre o espírito humano se estende

rá além da sua natureza caída e afetará todas as áreas de suas vidas —casamento, família, relacionamentos, finanças, sonhos pessoais, chamado divino, etc. —colocando-o numa condição de derrota e fracasso diante de Deuse dos homens. É verdade que os ímpios também prosperam, contudo overdadeiro sucesso só pode ser medido na perspectiva da eternidade, porque a nossa riqueza ou pobreza será avaliada na hora de partirmos deste

mundo.Leia a parábola descrita em Lucas 12.16-21. Jesus afirmou que o verda

deiro sucesso, realização e prosperidade estão em Deus e que as trevasespirituais impedem os descrentes de verem a vida na ótica divina e de oconhecerem como Salvador e Senhor. Exatamente por isso, uma parcelasignificativa da humanidade não vive, apenas existe. Por maior que seja asua riqueza ou conquista na terra, João foi enfático ao afirmar: “Quem tem

o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (ljo5.12).

Somente o Espírito Santo pode abrir os olhos do incrédulo para que elereconheça Jesus Cristo como a salvação de Deus, seja perdoado de seuspecados, fique livre da escravidão maligna e viva uma vida cheia de significado e propósito. Este milagre é possível porque a graça de Deus capacitao homem a crer. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não

vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8). Aleluia!Ele nos amou primeiro e nos ofereceu graça e misericórdia para que os

nossos olhos fossem abertos e pudéssemos “ver” e crer em Jesus. Eledisse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, masterá a luz da vida” (Jo 8.12). Você já está seguindo a Jesus?

Se a resposta for negativa, não espere nem mais um minuto. Ele é

o único Caminho! Entregue sua vida a Ele e receba-o como seu salvador pessoal. A mesma verdade dita por Paulo aos romanos aplica-se avocê: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teucoração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”(Rm 10.9). Sua oração pode ser simples, mas precisa ser sincera e cheiade fé:

20

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 18/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

“Senhor Deus, reconheço diante de ti a minha condição de pecador e confesso que o pecado faz separação entre eu e o Senhor. Reconheço que Jesusé o único caminho que pode me levar à comunhão contigo, por isso declaro através da minha fé que Ele é o meu Senhor e Salvador. Creio no poderdo teu sacrifício e no sangue que foi derramado na cruz por mim. Ele metorna puro diante dos teus olhos. Escreve o meu nome no livro da vida,

porque decidi amar-te, seguir-te e servir-te todos os dias da minha vida,para todo o sempre. Amém.”

Estou certo de que a partir da sua decisão por Jesus, o Espírito Santo

testificará em seu coração a sua nova filiação e a sua herança em Cristo(Rm 8.16). Se você fez esta oração, deixou de ser um incrédulo e tornou-se um crente em Jesus e um filho de Deus, porque “a todos quantos oreceberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêemno seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12,13). Aleluia!

V ocênasceu de novo! D eus é o seu Pai e você é filho do Rei. Ele lhe deu um

novo coração (Ez 36.26). Os olhos do seu espírito já estão abertos e iluminados para as boas-novas do Reino de Deus (ICo 2.9,10). Teologicamente,chamamos esta experiência divina de justi ficação. Paulo disse que “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor

 Jesus Cristo” (Rm 5.1). Esta é a sua nova realidade em Cristo!A partir do novo nascimento, o desejo do Espírito Santo é abrir pro

gressivamente os olhos do entendimento do crente , para que ele reconheça a sua

verdadeira posição em Cristo e se aposse, com fé e ousadia, do seu lugar dehonra entre os príncipes de Deus. Mas para isso será necessário uma mudança radical de pensamento.

Paulo comparou-a à metamorfose que transforma uma lagarta em borboleta. A esta obra chamamos desantificação. E diferente do que aconteceuem seu coração. A justificação é para o espírito, enquanto a santificação épara a alma (pensamentos, sentimentos e vontade).

A unção está em você e a promessa bíblica é de que reinaremos comCristo, ainda nesta vida, em autoridade e poder, desfrutando de vitória eabundância em todos os sentidos (Rm 5.17). Bem, teoricamente, é assimque deveria ser. Mas, na prática, encontraremos muitos crentes em Jesusvivendo aquém desta realidade. Por isso eles precisam ser levados a umlugar de revelação e cura para que suas mentes sejam iluminadas.

21

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 19/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

I l uminação  para o s sal vos

Existe uma espécie de cegueira ligada à vida espiritual qut\ tnlcli/ .mente,afeta grande parte daqueles que já experimentaram a graça salvudofA de

 Jesus Cristo. Ela os impede de caminhar livremente. Embora sejam livresno espírito, eles permanecem aprisionados mentalmente ou emocionalmente.

Apesar de terem recebido a libertação do caliveim, ainda não estãocompletamente livres porque trouxeram para a nova vida os mesmosvelhos pensamentos do passado. Os seus corações estão na luz, mas assuas mentes não estão completamente iluminadas. Por isso vivem distan

tes, não de Deus, mas da posição de governo e autoridade para a qualforam criados.

Eles já conheceram a “verdade que liberta”, mas precisam conhecer umpouco mais do Filho, para que sejam “verdadeiramente livres”  (Jo 8.32,36).São crentes almáticos (que vivem na esfera da alma e não do espírito).Normalmente, esta resistência em suas mentes gera uma falta de profundidade no relacionamento com Deus.

Paulo referiu-se a estes bloqueios da mente como fortalezas e sofismasque se levantam contra o conhecimento de Deus (2Co 10.5). Por causadisso, ao invés de viverem como cabeça, estes crentes vivem como caudase passam a maior parte de sua existência “embaixo”, subjugados e dominados por pessoas, situações e forças espirituais. Só que deveriam estar “emcima” reinando em autoridade sotre todas estas coisas. A batalha no campo da mente os mantém distantes da condição de vida abundante que Jesus Cristo oferece a partir do novo nascimento. O rei Salomão disse:

Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vague

ando longe do seu lugar (Pv 27.8),

É possível que você, querido leitor, já tenha nascido de novo há muitosanos, freqüente uma igreja regularmente e até esteja envolvido com a obrado Senhor. Isso tudo é muito bom e necessário, mas por si mesmas estas

coisas não produzirão excelência em sua vida nem tão pouco um relacionamento com Deus.

O fato de alguém freqüentar uma igreja regularmente não faz dele umcrente [de fato] em Jesus, assim como o fato de freqüentarmos diariamenteum estábulo não nos transformar; em um cavalo. O que estou afirmandoé que o lugar, por si só, não faz o homem.

22

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 20/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

O Éden era maravilhoso e o homem pôs tudo a perder. O relacionamento pode produzir o serviço, mas o serviço por si mesmo não produziráum relacionamento com Deus. Estar com o povo de Deus é diferente de

estar com o Deus do povo. É o tipo de relacionamento que mantém como Senhor que determina a qualidade de vida que você vive. Se é superficiale se Emita à multidão dos que desejam apenas as suas bênçãos, você nãodescobrirá o prazer de viver na excelência de Deus.

1Vocêprecisa ser um verdadeiro discípulo de Cristo. Ele disse: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito

conhecer” (Jo 15.15). Assim como Abraão foi chamado de “amigo de Deus”,nós somos chamados de “amigos de Cristo”.

O Senhor revelou a Abraão o desejo de abençoar todas as famílias daterra através de sua vida. O pai da fé aceitou o desafio de caminhar comEle e de cumprir a sua vontade, possuindo a terra que por herança lhehavia sido confiada. Da mesma forma, o Senhor tem compartilhado conoscoa vontade de que reinemos com Ele sobre a terra, influenciando e abenço

ando aqueles que estão vivendo na nossa geração.A ssuma  o  seu  l ug ar

Este é o momento dos filhos do Rei reaverem o seu lugar de autoridadeporque o domínio desta terra nos pertence. Se abdicarmos do nosso direito de reinar, satanás assumirá o controle. Se não tomarmos posse daquiloque nos pertence, o diabo fará isso por nós.

Se você não exercer o governo divino neste lugar onde Deus oposicionou, o maligno ocupará a sua cadeira e controlará a sua vida, família, ministério e tudo o que estiver ao alcance. Ele usará as situações, pessoas e até mesmo a sua alma para impedir que você possua a terra que Deuslhe deu por herança.

A terra, num sentido profético, pode ser todo o lugar onde colocarmosa planta dos nossos pés. Mas quando me refiro a “Canaã”, a terra prometida, ela representa o propósito para o qual nascemos, a perfeita vontade

de Deus para nós, uma vida vitoriosa e abundante.E nela que devemos nos posicionar e nos mover como príncipes de

Deus. O diabo sabe que em Cristo temos a unção de conquista. Por issotentará nos paralisar, atrasar, confundir è impedir de “pisar a terra” e deassumirmos a nossa verdadeira posição de autoridade no mundo físico eespiritual.

23

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 21/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Ele sabe que quando estes dois elementos se encontram - o homtm ea terra —a glória de Deus é manifesta. Não foi assim com Josué, CalclM e anova geração de hebreus nascidos no deserto? Ouça a voz do EapÉitD e

atenda ao seu chamado! Deus sabe onde você deve estar para podef «al tá-lo. Abra as suas asas e deixe o vento do Espírito Santo conduzi-lo, t Elequem cria as oportunidades e alarga as fronteiras para que causemog maiorimpacto em favor do seu reino na terra. Este reinado nunca terá fim!

O Senhor disse a Abrão: “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casade teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação;abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção” (Gn12.1,2). O propósito de Deus ao fazer esta promessa a Abrão era trazer

 Jesus Cristo ao mundo e através dele restaurar o domínio e a autoridadeque o homem havia perdido no Éden.

Em Abrão teve início a obra de salvação e redenção de toda a humanidade. Ele foi ao encontro da promessa e alcançou a terra dos seus sonhos.Esta conexão entre o homem e a terra pode ser observada em toda a Bí

blia. Do Éden, onde o Senhor entii'g«>» " domínio a ele, até o “novo céu ea nova terra”, onde este domínio será excrcido plenamente, veremos Deusmovendo-se para que os seus príncipes assumam o lugar de honra e glóriaque lhes é devido. Ele exalta o pod“r dos seus ungidos e os faz “muito maisque vencedores”. 0 nosso destino éo trono porque nascemos para reinar com Cristo  Jesus! 

O inimigo fará o que puder pita nos afastar deste lugar de governo e

autoridade porque sabe que onde nós pusermos os nossos pés o Senhornos dará a terra por herança.V ocêestáem Cristo ou em crise?  E$te é o momento de pisar a sua Canaã!Os doze espias viram a terra prometida e confirmaram para o povo

hebreu que havia nela leite, mel e abundância, assim como Deus haviaprometido. Entretanto, não tiverari fé suficiente nem coragem para se apossarem da promessa. Suas almas eíavam doentes e resistiram ao tratamen

to divino. As conseqüências vieraíi em forma de sofrimento e morte.Como os hebreus, servos e seiras de Deus estão multiplicando os seus

dias no deserto, atormentados dúvidas, conflitos e opressões. Estaconfusão mental tem roubado d<les o prazer e o sentido de viver. Masuma decisão pode ser o ponto ce partida para uma grande mudança e

transformação.

24

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 22/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

A sua decisão definirá o seu lugar, tanto nos céus, em relação a Deus e àeternidade, como na terra, em relação ao seu lugar de honra e autoridade

entre os homens. Embora esta posição seja espiritual, a sua repercussãoserá tanto nos céus como na terra. “Porque não temos que lutar contra acarne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais damaldade, nos lugares celestiais”, disse Paulo (Ef 6.12).

Observe que estamos falando de uma guerra entre príncipes! Sendoassim, as batalhas espirituais que são vencidas nas regiões celestiais se transformam em vitórias aqui na terra. Segundo a vontade e propósito de Deus,a partir da nossa decisão por Cristo, todos nós deveríamos reinar e prevalecer em autoridade sobre os nossos inimigos.

O problema é que muitas pessoas sinceras, que já entregaram suas vidas a Jesus, ainda não conhecem suas verdadeiras posições espirituais e porisso não exercem fé nesta verdade divina. Como disse o profeta Oséiaspelo Espírito Santo: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6).

O poder de Deus está em nós porque temos umaposição em Cristo, maspara que ele se manifeste através de nós é preciso haver umadisposição defé. O apóstolo João disse: “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”(ljo 5.4). Então, exerça uma fé positiva, saia do cativeiro e reine com ospríncipes de Deus.

Há uma herança gloriosa e uma condição de vida abundante que podeser desfrutada por todos os filhos, tanto no espírito quanto na alma ou nocorpo. Mas enquanto não tomarmos posse de tudo aquilo que Jesus conquistou na cruz, o diabo tentará manter escravizados até mesmo aquelesque já foram libertos. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, paraoutra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, peloqual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espíritoque somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de

Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8.15-17).Isso é realmente maravilhoso! O novo espírito que vive em nós, unido

ao Espírito Santo, não clama: Dinheiro! Posição! Bens! Cargos, etc.! Todasessas coisas são conseqüências ou acréscimos (Mt 6.33). O espírito clama:A ba!  (que na língua hebraica significaPai). Ele deseja e busca um relacionamento de amor e intimidade com o Eterno.

 T empo  de decisão

25

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 23/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

É nesta amizade profunda que está o poder de uma vida abundante evitoriosa. Tome posse da sua mais rica e preciosa herança: a intimidadecom Deus. Somos os herdeiros de um reino que, segundo o apóstolo Paulo, “não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no EspíritoSanto” (Rm 14.17).

N ós temos tudo aquilo que a Palavra de Deus di  que temos. Então, não podemos aceitar que a acusação, o medo, a rejeição, a tristeza ou qualquer outropensamento ou sentimento nos afaste do nosso lugar em Cristo e roube denós a posição de excelência que nos foi dada.

Como filhos amados e livres fomos tirados do reino das trevas e transportados para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). Neste novo reinosomos co-herdeiros de Cristo, ou seja, herdeiros com o mesmo direito deposse. Esta é a nossa herança em Deus através de Jesus: um reinado deautoridade e poder. Esta unção está presente em sua nova vida desde quevocê renasceu em Cristo, por isso não precisa mais viver debaixo do jugodo inimigo:

“E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e oseu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção” (Is

10.27).

Aleluia! Essa canga de escravidão e opressão já foi quebrada. Não hámais o que temer! Esta é a unção que libera o reinado dos príncipes. Eladeve ser desfrutada em sua plenitude, não apenas no espírito, mas em todoo processo de conversão da mente (ou da alma) que acontecerá ao longo

de nossas vidas aqui na terra. Este é o propósito de Deus.E anormal que um filho do Rei viva numa condição de impotência e

fracasso e não consiga desfrutar do poder e da paz perfeita que Ele deixou.O propósito de sua vinda é claro: “Eu vim para que tenham vida, e atenham com abundância” (Jo 10.10).

Esta obra está completa desde a sua vitória na cruz. Através de suaencarnação, morte e ressurreição, Ele consumou o plano glorioso da re

denção humana e criou todos os meios e condições para que esta qualidade de vida abundante deixasse de ser uma promessa e se tornasse umaexperiência prática e acessível a todos os que crêem em seu nome.

As palavras de Paulo são realmente empolgantes:

“... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão emvida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17).

26

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 24/204

EM CRISTO OU EM CRISE?

E ste éo nosso destino em Cristo: reinar em vida!  Paulo disse que “a fé é peloouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). É preciso ouvir e ouvir.Por isso vou enfatizar e repetir esta palavra profética em sua vida. V ocê 

nasceu para reinar! 

Somos como águias e o nosso destino é o céu. Suba além das nuvens!Embora esta seja a verdade de Deus para mim, para você e para todos osfilhos do Rei, muitos continuam coxeando entre dois pensamentos e nãosabem se são príncipes ou mendigos, santos ou pecadores, salvos ou perdidos, cabeças ou caudas, vencedores ou perdedores.

Na prática, alguns dirão: “Eu sei que sou príncipe, mas não me sinto

nem vivo como tal. A propósito, quem você é? Não se apresse para responder. Observe primeiro se existe uma distância entre ‘aquilo que vocêdiz ser’ e ‘o que de fato é a sua realidade’”.

Aquilo que você confessa é aquilo que desfruta? Esta pergunta podeser aplicada em todas as áreas de sua vida. Uma das principais evidênciasde que há uma crise de identidade e de autoridade é o comprometimentoda paz interior ou a falta dela. Quando há restauração, tanto da identidade

quanto da posição espiritual de autoridade, o resultado será descanso, paze alegria em todos os sentidos. O evangelho de Jesus Cristo é prático efunciona! N ós podemos declarar vitória e viver de fato em vitória.

Não fique constrangido se a sua mente tem estado oprimida, confusa, evocê tem até questionado o amor e o poder de Deus diante do que estávivendo. Até os heróis da fé passaram por momentos como estes. Para darcontinuidade “a nossa conversa” e exemplificar o que estou compartilhan

do a respeito das crises entre os crentes, da falta de paz e das posiçõesinvertidas de autoridade e domínio, separei o exemplo bíblico de um homem precioso e amado por Deus, para quem Ele tinha um propósito maravilhoso.

Seu nome é Gideão e a sua história está descrita em Juizes 6-8. Conforme o plano divino, através de Gideão, Deus libertaria sua família e todo oseu povo das mãos dos inimigos e restauraria a paz e a dignidade de seus

filhos. Mas a visão que aquele homem tinha de si mesmo e da situação eratotalmente diferente. Ele se sentia impotente, incapaz, abandonado, humilhado e até revoltado com o Senhor. Para Gideão, Deus era responsávelpelo que ele e todo o seu povo estavam vivendo.

Aos seus olhos, o problema era maior do que a promessa; e insolu-cionável.

27

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 25/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Este homem cheio de inseguranças e medos é um exemplo típico doque estou compartilhando com você desde o início. Ele era um grandeguerreiro e não sabia porque a sua alma estava cheia de angústias e sofri

mentos, prisioneira de uma terrível crise de identidade.Embora fosse um príncipe herdeiro, sua mente oprimida por pensamentos destrutivos o impedia de reinar. Enquanto murmurava e lamentava sua sorte, o anjo do Senhor o observava, da mesma maneira como creioque está observando você agora. Assim como aconteceu com ele, acreditoque algo tremendo está para acontecer em sua vida!

28

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 26/204

Capítulo

2

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

A história de Gideão começa com o triste relato de uma tragédia nacional.

A fome e a miséria imperavam em todos os cantos. As crianças choravam

a falta de leite e pão porque não havia sobrado uma espiga de milho ouramo de trigo que o inimigo não houvesse levado, bem como vacas, ovelhas e todo o rebanho do povo hebreu.

As panelas e botijas permaneciam vazias a maior parte do tempo e opouco que podiam guardar e usar para o seu sustento era o que havia sidoescondido dos ladrões e saqueadores. Como nuvens de gafanhotos, elespassavam pelos campos e plantações devorando não apenas as suas pos

ses, mas o ânimo, a alegria e a honra daquele povo que via os seus melhoresesforços sendo arruinados pelos invasores sem ter o que fazer para impedi-los. Posso até imaginar a triste realidade em que viviam.

As mulheres choravam quando os trabalhadores retornavam envergonhados para os seus lares, de mãos vazias, sem ter o que oferecer às suasfamílias. Eles trabalhavam, mas não desfrutavam do resultado de seus esforços. Na época da colheita eram surpreendidos pelos devoradores e, pa

ralisados diante da sua força, viam toda a sua provisão ser arrancada elevada para longe.

 Junto com todos os mantimentos que eram levados, iam também aesperança, os sonhos de prosperidade e a paz de seus corações. Eles viviam com medo e aterrorizados porque sabiam que a qualquer momentoos exércitos inimigos poderiam voltar e levar tudo novamente. Sem cora

29

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 27/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

gem para lutar, aqueles homens se tornaram reféns do medo e do desespero, enquanto a calamidade tomava conta de suas casas.

Eram anos de vergonha, necessidades, humilhações e sofrimentos. En

tretanto, não era sem causa que aquela maldição estava sobre eles. O povohebreu, que saíra do Egito pela mão forte de Jeová, havia pecado contraEle servindo a deuses estranhos e, por isso, estava sendo afligido por seusinimigos durante aqueles sete longos anos.

Suas plantações, bem como seus animais, eram devastados pelosmidianitas e outros povos vizinhos porque os pecados da nação haviamaberto as portas para que todas aquelas aflições viessem sobre eles. “Como

o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a maldiçãosem causa não encontra pouso” (Pv 26.2).

Segundo o relato de Juizes 6, embora houvesse nas montanhas fortificações, covas e cavernas, os inimigos subiam arregimentados e levavamtoda a colheita, assim como ovelhas, bois e animais de carga. Não sobravanada daquele ataque fulminante.

Portanto, os hebreus estavam vivendo em fraqueza e miséria, debaixo

do domínio do povo de Midiã e de seus vizinhos por causa das conseqüências dos seus atos e escolhas.

Eles sabiam disso. O pecado rouba as bênçãos tia conduta e tira dohomem a posição de domínio e autoridade. Moisés havia proclamado tanto as bênçãos quanto as maldições contidas na lei e eles estavam conscientes da condição divina para que permanecessem abençoados. “E oSenhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não

debaixo, se obedeceres  aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje teordeno, para os guardar e cumprir. E não te desviarás  de todas as palavrasque hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, andando apósoutros deuses, para os servires” (Dt 28.13,14 —destaque do autor).

Os israelitas sabiam que dentre as muitas bênçãos profetizadas sobreeles, esta especificamente dependia da obediência à lei divina e que haveriauma inversão de posições, caso insistissem em desobedecer ao Senhor. Alei era muito clara para eles, de forma que não estavam desavisados quantoàs conseqüências que o pecado iria trazer sobre as suas vidas.

Eles abandonaram as bênçãos e provisões da obediência para colheremos frutos amargos da desobediência e da rebelião. Abriram mão da farturae da abundância para viverem escravos da miséria e da pobreza, deixando o

30

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 28/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

lugar de honra e domínio que pertencia a eles para serem humilhados edominados pelo inimigo.

Cuidado! A vereda tortuosa do pecado e da desobediência não mudou

o seu destino. Ela desemboca no mesmo lugar de dores e sofrimentos atéos dias de hoje. O rei Salomão escreveu: “Confia no Senhor de todo o teucoração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o emIodos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3.5,6). Ouçaeste conselho e não caia no mesmo erro dos hebreus, porque Deus nosresponsabilizará por todas as nossas escolhas e decisões.

Qualquer cobrança ou acusação contra Ele por parte dos israelitas era

injusta porque eles haviam dado as costas para o Senhor, corrompendo-sena adoração dos deuses dos amorreus. Quando a situação ficou insustentável, voltaram-se para Ele pedindo socorro. Deus ouviu e enviou um profeta para lembrá-los de como haviam sido libertos do Egito e do motivopelo qual estavam sofrendo humilhação, vergonha e miséria. Ele nunca seesquece dos seus pactos e alianças.

Por isso, guarde bem em sua memória: o lugar da obediência garante a posi- 

ção de domínio e autoridade. Permaneça nele, porque o pecado dá legalidade aoinimigo para trocar de lugar conosco. Ao invés de estar debaixo dos nossos pés, ele quer nos colocar debaixo dos seus pés e assumir o domínio dasnossas vidas para saquear-nos em tudo o que puder. Se possível, de príncipe ele nos fará mendigos, assim como fez com o povo de Israel que estavavivendo em extrema pobreza e desolação.

A maldição sem causa não virá, mas se houver brechas ela se esta

belecerá até que haja confissão, arrependimento, perdão e remissão dospecados.

A visit ação  de D eus

Passado algum tempo, o Anjo do Senhor fez uma visita a uma daquelasfazendas saqueadas pelos inimigos. Conforme está descrito em Juizes 6,Ele sentou-se debaixo de um carvalho e ficou observando Gideão, filho de

 Joás, dono daquelas terras, enquanto ele malhava o trigo num lagar (localonde as uvas eram espremidas para a fabricação do vinho). O local erainapropriado para aquele serviço, mas era necessário que o trabalho fossefeito naquele esconderijo para que o trigo não fosse roubado.

Embora a visão de Gideão não fosse muito clara a respeito das realidades espirituais que o envolviam, naquele aspecto ele se mostrou um ho-

31

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 29/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

mem engenhoso e convicto do que queria. Mesmo sob pressões e ameaças, estava disposto a preservar o sustento de sua família. Embora estives

se escondido dos olhos inimigos, não havia paz em seu coração dentrodaquela cova. O medo dominava a sua alma, pois sabia que a qualquermomento poderia ser surpreendido, roubado e até morto pelos invasores.

Veja como a desobediência e o pecado trazem sérias conseqüências àvida de uma pessoa, fazendo-a esconder-se, envergonhada e humilhada.Normalmente, elas se referem a este lugar como “o fundo do poço”. MasDeus conhece profundamente a situação de cada homem e sempre sabe

onde está escondido e como está o seu coração. Mesmo sabendo das resistências que encontrará, E le vai ao seu encontro com uma palavra reveladorae o faz participante dos seus planos e propósitos. Ele é maravilhoso esurpreendente!

No caso de Gideão, ele realmente seria surpreendido naquele dia, masnão pelo inimigo. A Bíblia diz que o Anjo do Senhor apareceu diante delee disse:

O Senhor é contigo, homem valoroso (Jz 6.12).

Gideão pertencia ao povo de Deus e, certamente, conhecia o Senhor deouvir falar (este conhecimento era transmitido de pai para filho entre oshebreus). Contudo, ser parte do povo escolhido e saber sobre Deus não ofez um homem sadio espiritualmente. Sua resposta à saudação do Anjodemonstrou que a sua alma estava doente e que o Espírito Santo teria detocá-lo com seu poder antes de usá-lo em seu propósito divino. Ele respondeu queixoso:

Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo nos sobreveio? E

onde estão todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizen

do: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Agora, porém, o Senhor nosdesamparou, e nos entregou na mão de Midiã (v. 13).

Para um ouvinte desinformado, as lamentações e indagações de Gideãopareciam justas, já que os inimigos estavam realmente afligindo a todos e arealidade deles era desesperadora. Contudo, aquele lamento não era totalmente verdadeiro. O que ele conseguiu com aquela confissão foi demonstrar o quanto era incrédulo, murmurador, imaturo e, até certo ponto, irresponsável.

32

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 30/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

“Por que isso aconteceu ou está acontecendo comigo?” É normal ouvirmos as pessoas fazendo este tipo de pergunta a Deus. Não se esqueça,

porém, que a vida é feita de escolhas. Ele nos deu livre-arbítrio para tomarmos as nossas próprias decisões. O Senhor disse: “O céu e a terra tomohoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte,a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tuadescendência, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e teapegando a ele; pois ele é a tua vida” (Dt 30.19,20).

Ele aponta o caminho e nos mostra a direção certa, mas nós decidimos

se ouviremos e obedeceremos a sua voz. A escolha êsempre nossa!  Por isso,não podemos culpar Deus pelas más escolhas que fizermos. Tiago disseque “se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dáliberalmente” (Tg 1.5). E mais fácil culpar alguém pelas nossas dores esofrimentos do que assumir a responsabilidade pelos nossos erros e escolhas mal feitas. Gideão preferiu transferir a culpa e as responsabilidadespara Deus.

“Onde estão as tuas maravilhas?”, perguntou ele. A atitude de Gideão étípica de pessoas que buscam a Deus por causa dos seus milagres, mas nãoquerem compromisso com Ele. Além de desobedientes, elas são ingratas econsideram importante apenas aquele momento de lutas e tribulações queestão vivendo, e se esquecem de tudo o que o Senhor já fez em suas vidas.

No caso dos hebreus, eles semearam os ventos e estavam colhendo astempestades. E verdade que aquele vento contrário já estava soprando hásete anos e que o vendaval inimigo passava e levava tudo consigo. Mesmoassim, a conseqüência trágica do pecado não poderia anular nem apagaraquilo que Deus já havia feito por eles ao longo da história.

A ingratidão é fruto da dureza, incredulidade e rebeldia dos corações.Leia o Pentateuco e você verá quantas vezes o povo que saiu do Egitohavia pecado, chorado e se arrependido e Deus o havia perdoado e restaurado com graça e misericórdia. Não foi assim comigo e com você também? Por isso, “em tudo dai graças!” (lTs 5.18).

Siga o exemplo do salmista e diga: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor,e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. E ele quem perdoa todasas tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades, quem redime atua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia, quem tesupre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a daáguia” (SI 103.2-5). Aleluia!

33

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 31/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Ele nunca desamparou nem desamparará os seus filhos. Mesmo assim,ao invés de assumir a responsabilidade por seus atos e dizer a Deus: “Nóspecamos, perdoa-nos!”, Gideão transferiu a sua culpa, bem como a de

todo o povo, para Deus. Isso é próprio de alguém que é imaturo e está emcrise.

O Anjo do Senhor não se interessou por suas lamúrias e acusações edisse logo à que veio:

Vai nesta tua força, e livra a Israel da mão de Midiã; porventura não teenvio eu? (v. 14).

Gideão deve ter ficado pasmo com aquilo que acabara de ouvir. Enquanto culpava a Deus por sua irresponsabilidade em ajudar e cuidar doseu povo, o Anjo o surpreendeu com uma resposta inesperada, porque éassim que o Senhor age na vida dos seus servos. Todas as vezes que orarmos, Deus responderá o clamor, incluindo-nos na resposta da nossa própria oração. Este era o propósito divino para a vida de Gideão: “Vá e livreo meu povo das mãos do inimigo”.

O impacto do charnado de Deus em sua vida dependerá da condiçãodo seu espírito e também da sua alma. Jesus disse: “O espírito está pronto,mas a carne é fraca” (Mt 26.41). No caso de Gideão, a sua alma estava emcrise e ele estava dominado por um sentimento de inferioridade, baixa auto-estima, impotência e miséria (se bem que a miséria era maior por dentro doque por fora).

Replicou-lhe Gideão:

“Ai, senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a maispobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai” (v. 15).

Veja como a crise de identidade inverte as posições e gera indisposições. Deus o via como “cabeça” entre o seu povo, mas ele sentia-se “cauda”. O Eterno o via como um príncipe, mas ele se via como um mendigo(ser príncipe entre os hebreus era o mesmo que ser cabeça ou líder —cf.Nm 10.4).

Gideão declarou de si mesmo: “Sou o menor, dentre os maispobres”. Estamosdiante de uma crise crônica de identidade e autoridade. Deus estava lhedando uma posição de honra, domínio e autoridade para que o jugo doinimigo fosse quebrado e desfeito, mas ele mantinha os olhos em si mesmo, quando deveria crer e agir a partir da palavra que o Senhor estava lheentregando: “Vai porque eu te envio”.

34

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 32/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

Aprendemos com isso uma lição preciosa. Ofato de termos uma coroa sobre  a cabeça não significa que temos os pensamentos certos dentro dela. E se chegamos

até aqui - graças a Deus —é porque Ele nunca desistiu de nós.O Anjo do Senhor não se deu por vencido e insistiu mais uma vez comGideão:

Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como a um sóhomem (v. 16).

Em outras palavras, Deus estava dizendo a Gideão que Ele mesmoferiria o inimigo através de sua vida porque a graça e o favor do Senhorestavam sobre ele. De fato, não havia forças nele para que aquela situaçãofosse modificada, mas Deus desejava apenas a sua rendição e não a suaforça para operar aquela obra poderosa de livramento e libertação no meiodo seu povo.

Embora o Senhor possa fazer tudo sozinho, nos deu o privilégio detrabalharmos com Ele em sociedade, ü segredo, porém, não está em es-forçar-se, mas em render-se a Deus e mover-se em harmonia com Ele.

E exatamente isso que o diabo não quer. Ele é o pai dos extremos.Imagine que o propósito de Deus em sua vida fosse que você montasse emum cavalo. Primeiro, o diabo tentaria segurar o seu pé para que você nãosubisse e, se conseguisse, o empurraria para que caísse do outro lado. Aúnica coisa que não lhe interessaria, de forma alguma, é que permanecesseno lugar onde Deus o quisesse.

Na prática, ele tentará convencê-lo de que é possível vencer sozinho,

separado de Deus. Se não conseguir, ajudará você a acreditar que a responsabilidade é toda de Deus. Para ele tanto faz a forma errada com que vocêpensa, desde que continue pensando assim.

Deus estava lutando com Gideão para convencê-lo a lutar ao lado dele.Desconfiado, disse ao Anjo:

Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tuque falas comigo! (v. 17).

Esta atitude é própria de alguém que ainda não tem a fé firme para agirconfiando apenas naquilo que o Senhor disse (sua Palavra), mas que aindaprecisa de algo visível que testemunhe e confirme aquilo que Ele falou(sinais e prodígios). Ele queria ver para crer e o Anjo do Senhor se dispôsa dar-lhe o sinal, assim como Jesus depois de sua ressurreição satisfez acuriosidade de Tomé.

35

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 33/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Não há problema algum em desejarmos os milagres, mas temos queaprender a ir além deles. Aqueles que crêem sem ver desfrutam antecipada

mente da alegria que os “Tomés” só conseguem experimentar depois dereceberem os sinais 0o 20.29). Acima das obras das mãos de Deus está aglória de sua face.

Portanto, busque Deus por D eus mesmo!  As bênçãos nunca serão problemapara os cristãos se crerem em sua Palavra independente do que estiveremsentindo, vendo ou vivendo. Ele sabe dar boas-dádivas aos seus filhos, porisso os “sinais seguirão os que crerem...” (Mc 16.17).

Posso garantir-lhe que as dádivas são preciosas, mas o Doador é incomparável. Conforme o pedido de Gideão, o sinal se manifestou, mas oque ele viu foi muito mais que um milagre. Ele colocou um pedaço decarne e bolos asmos sobre uma pedra, de acordo com o pedido do Enviado do Senhor (Jz 6.20.21), mas algo maravilhoso aconteceu quando o Anjotocou-os com a ponta do seu cajado. A oferta foi consumida por um fogoabrasador e o seu coração se encheu de temor pela presença do Senhor.

Gideão exclamou: “Ai de mim, Senhor Deus! Pois eu vi o anjo do Senhor face a face” (v. 22). Esta declaração me faz lembrar a confissão deIsaías no dia em os seus olhos foram abertos numa visão e ele viu a santidade de Deus. Ele disse: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou umhomem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos!” (Is 6.5).

Imediatamente um dos serafins que estava ao redor do trono de Deus

retirou uma brasa viva do altar e tocou os lábios do profeta. “Eis que istotocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado”(Is 6.7). Logo após o perdão e a purificação, veio o chamado: “A quemenviarei e quem há de ir por nós”. Curado, Isaías respondeu: “Eis-me aqui,envia-me a mim” (Is 6.8).

É assim que Deus trata com uma alma doente e contaminada. Ele revela a sua natureza santa e poderosa através do fogo refinador do seu Espíri

to e ordena a unção que despedaça o jugo e confere poder e autoridade aoque crê (Is 10.17). Embora o Espírito Santo já tivesse se apoderado deGideão a fim de levantá-lo como príncipe no meio do seu povo (Jz 6.34),ele ainda queria provas de que o Senhor estava realmente agindo nele e emseu favor.

Às vezes me pergunto porque gastamos mais tempo pedindo a Deusprovas do que fazendo o que Ele disse. Duas vezes Gideão colocou um

36

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 34/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

novelo de lã diante do Senhor e pediu um sinal através do orvalho que caíasobre a terra. Na primeira vez o novelo amanheceu cheio de água, mas a

terra permaneceu seca ao seu redor. Na segunda, permaneceu seco, mas aterra ficou toda molhada conforme o seu pedido.Aquele sinal era profético, pois o novelo representava o próprio Gideão.

Ele compreendeu que o poder do Espírito Santo realmente estava sobreele (porque o novelo ficou encharcado) e que se manifestaria através dele esobre os seus irmãos para livrar aquela terra (porque ela também ficoumolhada).

Começou o trabalho de libertação e restauração a partir da casa de seupai e, em seguida, convocou dentre o seu povo milhares de homens parasaírem com ele para o campo de batalha. O choro havia durado uma noite,mas alegria estava confirmada naquele amanhecer. Gideão deve ter se alegrado ao ver a resposta imediata àquela convocação, mas Deus ensinariaalgo para ele que determinaria a vitória naquela peleja.

So l d a d o s em crise

Soldados em crise não prevalecem em batalhas. Foi o que Deus ensinou aGideão quando separou todos os medrosos, dentre os trinta e dois milsoldados que compunham o seu exército. Vinte e dois mil foram desclassificados. Em seguida, mais nove mil e setecentos foram dispensados porbeberem água ajoelhados, prova de que eram desatentos e irresponsáveis(leia o capítulo 7 de Juizes).

Depois das eliminatórias, ficaram apenas trezentos. Mas Deus tinha

um propósito específico em limitar o número de guerreiros naquela batalha. Conhecendo o coração dos seus filhos e sabendo do orgulho que estava escondido lá dentro, especialmente no de Gideão, o Senhor reduziu aquantidade de soldados para que não dissessem depois de vencer os seusinimigos: “Foi a minha própria mão que me livrou” (Jz 7.2).

O orgulho é abominável aos olhos de Deus e é um dos males que precisa ser arrancado do coração humano para que a graça possa conduzi-lo

em vitória. Ele faz com que os olhos dos homens estejam voltados para simesmos e confiem na sua própria força.Limitando o exército a um grupo tão pequeno, Deus estava tratando

com Gideão, ensinado-o a confiar nele e não em si mesmo. Este é o segredo da fé vitoriosa que Paulo pregava: “Não mais eu, mas Cristo” (G1 2.20).() rei Salomão disse que “antes da ruína eleva-se o coração do homem; eadiante da honra vai a humildade” (Pv 18.12).

37

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 35/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Assim, se desejarmos ser exaltados pelo Senhor, devemos aprender ahumilhar-nos diante dele e debaixo da sua poderosa mão. Um coraçãotõIaTmente despojatío e vazio de si mesmo será cheio da vida de Deus,põrgue ‘o galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honrae jd a” (Pv 22.4). ...................... .....  ........................

É isso que Deus tem preparado para todos os seus filhos. Conhecendoa personalidade e o caráter de seu guerreiro, todo incentivo seria importante naquela hora decisiva. Por isso o Senhor deu a Gideão instruções paraque descesse ao acampamento do inimigo e buscasse uma confirmação de

sua missão (mais um sinal do favor divino). Ele obedeceu, desceu com seumoço e ouviu um soldado inimigo contando um sonho que o animou asubir e a guerrear (Jz 7.9-15).

Esteja atento para discernir e receber novas revelações e confirmaçõesproféticas em sua vida, porque Deus pode usar a quem desejar para confirmar o seu propósito e chamado!

Gideão seguiu à risca a instrução divina e usou cântaros, tochas de fogo,

buzinas e brados de vitória para confundir os seus inimigos, que acabaramferindo a si mesmos. “Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o Senhortornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial (...) Assimforam abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel, e nunca mais levantaram a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão”(Jz 7.22; 8.28).

Deus concedeu vitória e livramento ao seu povo porque ele respondeu

ao seu chamado com fé. O escritor aos Hebreus citou Gideão entre osheróis da fé e afirmou que eles venceram reinos e alcançaram promessas(Hb 11.33). Assim será conosco!

Entretanto, os vasos precisam ser quebrados para que a luz da glória deDeus possa resplandecer em nossas vidas. Eles representam a naturezahumana em toda a sua fragilidade' enquanto as tochas de fogo üimhülizamo poder do Espírito Santo que habita dentro de nós.

O apóstolo Paulo confirmou esta verdade dizendo que “temos, porém,este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja deDeus, e não de nós” (2Co 4.7). A humildade é a marca que distingue osverdadeiros campeões. Davi foi um homem experimentado na batalha,porém confessou: “É melhor confiar no Senhor do que confiar nos príncipes” (SI 118.9).

38

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 36/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

O povo hebreu tinha dificuldades para compreender esta verdade euma disposição permanente para afastar-se de Deus e colocar os seus olhosnos homens. Dos inimigos que Gideão perseguiu junto com os seus valentes, todos foram vencidos e mortos no combate. Mas depois da gloriosavitória, o orpoilho que não havia sido tratado completamente em seu coração tornou-se um laço para ele e sua família (Jz 8.27). Ele não aceitou serrei sobre o seu povo, mas fez para si uma estola de ouro como um monumento ã sua vitória, e os hebreus, infiéis a Deus, passaram a adorar aquelafaixa, __ 

O mesmo orgulho que o dominava controlava a mente_e.,tijoração_

de todo o povo, por isso a paz provisória permaneceu durante quarentaanos enquanto Gideão viveu. Depois da sua morte, o povo tornou a adoraros baalins, esquecendo-se do que Deus havia feito por eles, livrando-osdas mãos de seus inimigos. Até mesmo dele e de sua família eles se esqueceram.

Bem falou o apóstolo Pedro: “Porque toda a carne é como a erva, etoda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua

flor. Mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (lPe 1.24,25).

A CONFIANÇA NA PALAVRA

Vai nesta tua força (...) porquanto eu hei de ser contigo” (Jz 6.14,16). Quandorecebemos a Palavra de Deus e cremos, a própria promessa gera poder emnossas vidas em meio às batalhas. Mesmo que um exército esteja diante denós, a confiança que temos em Deus nos sustentará na posição da vitória.“Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem emvós, pedi o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7).

Este é o segredo da paz permanente! Através da fé na Palavra de Deuspodemos manter o fluxo constante e crescente da provisão divina em nossas vidas e famílias. Esta palavra da fé que está no coração deve estar também na nossa boca todo o tempo (Rm 10.8).

Ela é profética e tem o poder de transformar-nos, bem como as situações ao nosso redor. Libere a sua fé, profetizando a Palavra. Diante dequalquer situação, favorável ou não, libere o rio de Deus que está em seuinterior e a terra seca será restaurada.

Dê uma resposta à afronta dos seus inimigos! Paulo disse que não devemos permanecer passivos diante das suas ameaças. “Que diremos, pois, a  estas coisas?  Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31 —destaquedo autor). Ainda que a morte, a fome, o perigo, a nudez ou a espada, os

39

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 37/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

demônios ou qualquer outra criatura queiram nos separar do eterno amorde Deus, devemos manter a nossa posição, sabendo que “Aquele que nemmesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como

nos não dará também com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). “Como nãonos dará?”, indagou o apóstolo.

O que ele estava afirmando é que não há possibilidade de Deus falhar.Se E le fe% a promessa criaráos meios para cumprila. Ele é fiel e verdadeiro emtudo o que diz, mas por não conhecer o seu caráter santo e fidedignomuitos crentes não desfrutam do descanso da fé. “Porque nós, os quetemos crido, é que entramos no descanso”, disse o escritor aos Hebreus

(Hb 4.3). E ste lugar de descanso éo lugar dos príncipes de Deus. Não lutamos pela  vitória  porque ela já foi conquistada por Jesus Cristo na cruz. Simplesmen-te,permanecemos na posição  da vitória onde Ele nos colocou, por isso “emtodas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou”(Rm 8.37). Afirme juntamente com Paulo: “Graças a Deus que nos dá avitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (ICo 15.57).

O desejo do Pai, através de Cristo, é que todos os seus filhos desfrutem

deste descanso. Por isso o convite é estendido a todos: “Vinde a mim,todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobrevós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração;e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).

O fardo de Cristo é leve. Se o qu você está levando é pesado certamente não é de Cristo, mas do diabo. Tenho uma opinião a respeito disso:

se o fardo é do diabo, ele que o carregue! Devolva-o agora mesmo.Vocênão nasceu para viver escravizado, subjugado ou oprimido.

Lembre-se que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta éa vitória que vence o mundo, a nossa f i ’   (ljo 5.4 —destaque do autor).Porém, existem dois aspectos distintos da fé que podem definir a sua realidade neste momento: o positivo e o negativo.

A fé positiva é aquela que está apoiada exclusivamente na verdade de

Deus (a sua Palavra). A fé negativa é aquela que está firmada em “outrasverdades”, que são na realidade falsos conceitos ou idéias a respeito deDeus, de si mesmo, das pessoas e da vida. Essas “verdades” normalmentesão plantadas namiente do ser humano desde a sua infãncíã'lítfãves~dehomens, do mundo, de demônios e aré das circunstâncias utilizadas poreles.

40

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 38/204

Infelizmente, as mentes de muitos crentes estão impregnadas das mentiras do diabo, de princípios mundanos e até doutrinas de homens, e esses

pensamentos tortuosos afetam diretamente a fé e a vida destas pessoas.Salomão disse: “Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é” (Pv23.7). Em outras palavras: a fé negativa é aquela que se desenvolve a partirda mentira ou do engano alojados nos pensamentos humanos.

Quando a mente está contaminada, o coração se predispõe a crer na-quilo que não é verdadeiro. Por isso Salomão disse: “Sobre tudo o que sedeve guardar, guarda o teu coração, porque, ddc procedem as fontes da

vida” (Pv 4.23). Neste caso, a palavra “coração” não se refere ao espíritohumano, mas a mente subconsciente.

Assim, as fontes da vida representam_as_nossas_ motivações. Elas es:_tão diretamente ligadas à alma suas_vontades, desejos, hábitos, tendências, etc., que podem ser bom jou maus, puros ou impuros, dependendodos padrões e conceitos que estão gravados na mente humana como in-formações-padrão.

Quando estas informações não são divinas, os crentes reagem dianteda vida de uma forma negativa. Ao invés de buscarem conhecer a Deus e asi mesmos através da Bíblia, a confiarem nele e na sua Palavra mesmodiante das adversidades, vêem Deus, eles mesmos e as situações com umavisão completamente distorcida e dizem: “Deus se esqueceu de mim!”;“Eu não sou capaz, não consigo!”; “As coisas não dão certo para mim”;“Tenho medo de que o pior aconteça!”.

Quem nunca ouviu frases como estas, até mesmo de cristãos? Muitospensam, mas não falam, outros confessam seus medos, limitações e incredulidade sem nenhum temor. Jó era um homem temente, elogiado pelopróprio Deus, mas havia um aspecto negativo em sua fé.

Conheço algumas pessoas que vêem nele um exemplo de perfeição enão gostam de me ouvir falar a respeito disso, mas preste atenção naquiloque ele disse: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me

aconteceu. Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veiosobre mim a perturbação” (Jó 3.25,26).Veja que ele mesmo confessou que tudo aquilo que temia aconteceu.

Cria que o pior poderia acontecer e aconteceu, porque a nossa vida é decorrente da fé que temos. Isso é fé negativa.

Como ele, muitos outros personagens bíblicos tiveram seus erros e acertos, virtudes e defeitos. Perdoem-me os “jólatras”, mas ele era homem

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

41

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 39/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

como todos nós. Depois de viver uma experiência profunda com Deus,declarou: “Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os

meus olhos” (Jó 42.5).Note que ele mesmo afirmou que a revelação abriu seus olhos para averdade de Deus! O que Jó sabia e cria a respeito dele era o que haviaouvido falar. Mas quando conheceu o Senhor profundamente, conheceu-ode fato como Ele é, e se alegrou, dizendo: “Bem sei eu que tudo podes, eque nenhum dos teus propósitos pode ser impedido” (Jó 42.2).

Os olhos do seu entendimento foram abertos e iluminados e ele foi

restituído com o dobro do que havia perdido. Portanto, mude a sua maneira de pensar “e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardaráos vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).Mentes renovadas, vidas transformadas.

Mas nem sempre é assim. Existem pessoas que crêem que Deus asabandonou e vivem como abandonadas. E mentira que as tenham abandonado, mas para elas é verdade. Outras crêem que tudo o que vivem é a

vontade de Deus e aceitam até aquilo que não vem dele (e que as vezes vemdo diabo). Há quem creia que nunca será capaz fazer determinadas coisas,vivendo prisioneiro das próprias limitações, pois a vida do justo é decorrente da sua fé (Hb 10.38).

Essas pessoas até declaram: “Tudo posso naquele que me fortalece”,mas na prática, se sentem fracas e incapazes diante das tentações, provações, pecados e hábitos persistentes.

Perceba que este é o momento de rompermos este cativeiro de alma emanifestarmos uma fé simples, mas positiva, que simplesmente aceita aPalavra de Deus como verdadeira. V ocêéo que ela diz que vocêée possui aquilo  que ela di% que possui. Assuma a sua posição em Cristo. Você não é um mendigo, mas um príncipe de Deus. Pare de mendigar aquilo que já é a suaherança.

Quando um mendigo bate à porta de alguém, não sabe o que receberá

e se receberá alguma coisa. Não é o nosso caso! Nós somos filhos e temosas chaves do Reino. Para nós, a porta da casa do Pai está sempre aberta, porisso temos livre acesso a sua presença. O Senhor diz: “Eis que tenho postodiante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar” (Ap 3.8). Esta é aporta da provisão absoluta por onde passam os príncipes de Deus.

 Jesus declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á,e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9). Vamos, entre! Somos her

42

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 40/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

deiros legítimos e tudo o que o Pai tem nos pertence. Se pedirmos algumacoisa a Ele, sabemos exatamente o que receberemos. “E tudo o que pedirdesna oração, crendo, o recebereis” (Mt 21.22 —veja Lc 11.11-13).

Pare de mendigar as bênçãos divinas e assuma de uma vez o seu lugarentre os nobres desta terra. Lembre-se: vivemos por £èe não por vista(2Co 5.7). Mesmo que tudo aojgdor pareça estranho ou até impossível,coloque em Deus a sua confiança e a paz permanecerá em seu coração. Oprofeta Isaías sabia deste benefício, por isso declarou a Deus:

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque eleconfia em ti” (Is 26.3).

'Paz  a  t o d a prova  V

 Jesus Cristo disse aos seus discípulos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vosdou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração,nem se atemorize” (lo 14.27). Esta paz já foi entregue por Ele dois milanos atrás, e se pela fé você a recebeu, então é sua. Você a tem? Se a resposta for afirmativa, verifique se a paz que confessa ter é, de fato, a paz que

desfruta em todo momento, mesmo quando o inesperado acontece e nãohá nenhuma evidência de que Deus esteja agindo em seu favor.

Você permanece no descanso de Deus e cm pa/. mesma.-dian.te.do pior?Quando o diabo lhe acusa por causa de seus erros e pecados, e você reco-nhece que de fato pecou, ou quando o fogo da fornalha parece sete vezesmais quente por ter escolhido obedecer a Deus, essa paz continua inviolável?Ela é uma paz a toda prova? Quando os seus melhores esforços dão em

nada e todas as suas expectativas são contrariadas, esta paz permaneceintacta?

Foi numa situação como esta que Gideão e o seu povo perderam totalmente a paz. Veja que a paz autêntica é fruto da confiança que temos emDeus quando estamos no descanso da fé. “Porque também a nós forampregadas as boas novas, assim como a eles; mas a palavra da pregação nadalhes aproveitou, porquanto não chegou a ser unida com a fé, naqueles que

a ouviram” (Hb 4.2).O escritor aos Hebreus afirmou que mais do que ouvir a Palavra é

preciso uni-la a fé para que juntas possam produzir o resultado esperado.Você conhece a Paz que excede o entendimento?

As indagações que estou fazendo têm um propósito específico: saberse você está vivendo na alma ou no espírito. Quando a paz é uma experiên

43

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 41/204

cia apenas na esfera da alma (superficial) é inconstante como as ondas domar. A paz verdadeira habita no espírito do homem e reflete sua j.uz paratodo o seu ser. Ela não é um sentimento, é Cristo. Deus di,y que vocêestámlp. e E le em você (2Co 5.17; G1 2.20).

Segundo a Bíblia, fomos inseridos na mais perfeita “paz” e ela habitaem nossos corações Através do seu espírito (coração) a paz perfeita fluirápára a sua mente (pensamentos, sentimentos e vontade) dominando osimpulsos da sua alma para que ela permaneça no descanso, mesmo diantedas tribulações ou do impossível. Aprenda a descansar pela fé na paz deDeus. “Fééa certeza que temos aqui lo que esperamos" .

Portanto, não há o que temer. Se a ansiedade, o medo, a preocupação etantos outros sentimentos negativos estão obstruindo o fluxo da graça eda paz de Cristo em sua alma, estes entulhos e lixos terão de ser tirados dasua mente para que as águas vivas possam brotar do seu interior (Gn26.18,19). A origem desses sentimentos está nos falsos padrões de pensamentos. Já me referi a eles anteriormente, mas vamos estudar com mais

detalhes esse mal que domina a maioria das pessoas.OS FALSOS PADRÕES DE PENSAMENTOS

A personalidade de uma pessoa é formada por uma série de informaçõesrecebidas desde a sua concepção. Trinta por cento destas informações sãoherdadas geneticamente (de seus pais biológicos), e setenta por cento sãoadquiridas ou “plantadas” na mente humana, especialmente pelos pais, irmãos, amigos, líderes religiosos, professores, etc.

Desta forma, aquilo que disseram a seu respeito ao longo de sua vidaajudou a formar a sua personalidade caráter e senso de identidade. Todasas informaçõesjrecebidas e aceitas como “verdadeiras”, tornaram-se pa-drões de pensamentos em sua mente (mesmo que não sejam verdadeiras).

Se foram aceitas, tornaram-se o seu modo de pensar ou “a sua verdade”. Isso é muito sério, pois os conceitos que você tem de si mesmo, deDeus, das pessoas, etc., podem não ser verdadeiros se as informações rece

bidas forem falsas. São estes padrões ou pensamentos que geram em nóssentimentos e comportamentos.

Uma criança que, por exemplo, ouve desde pequena: “Você não servepara nada, você só me atrapalha, você é burra”, pode realmente aceitar essafalsa informação como sendo uma verdade, e pode passar a ter um falsopadrão de pensamento.

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

44

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 42/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

A partir disso, essa será “a verdade” desta criança. E la passará a pensar,sentir e agir desta maneira: “Sou burra, imprestável e incapaz”. Provavelmente, ela crescerá com esse padrão, e se não for liberta, viverá escravadeste sentimento de impotência e incapacidade a vida inteira.

Certa vez, trouxeram até mim um adolescente para que eu lhe ministrasse libertação. Para iniciar a nossa conversa, perguntei qual era o seunome e se estava estudando. Ele se apresentou e disse que sim. Perguntei-lhe, simpaticamente: “Você vai passar de ano?”. Ele me respondeu quenão. Estranhei, e questionei: “Por quê?”. Ele respondeu sério e com firme

za: “Porque eu sou burro!”. Tentei convencê-lo do contrário, mas ele insistiu várias vezes: “Eu souburro, eu sou burro”. Retruquei, então: “Quem disse que você é burro?”.Ele respondeu: “Meu pai”. Foi então que descobri que ele estava há seteanos na primeira série escolar.

Aquela sentença proferida por seu pai havia se tornado a “sua verdade”, embora fosse mentira. Falsos ou verdadeiros, os padrões de pensa

mentos irão gerar sentimentos e comportamentos relativos.Como no exemplo citado, a criança que cresceu ouvindo: “Você nãoserve para nada”, se tornará um adulto emocionalmente doente. Pensaráque realmente não tem valor, se sentirá inferior aos outros e viverá isoladamente. Mesmo quando for chamado para o convívio, o seu comportamento será de isolamento, porque terá medo de ser rejeitado, humilhado e atéde ser um “estorvo” para os outros.

O que estamos tratando aqui é muito sério. Se não houver mudança de  padrão, não haverámudança de sentimentos nem de comportamento. Somente a verdade revelada pelo Espírito Santo poderá anular ou quebrar o poder dasmentiras plantadas em sua mente.

Que tipo de informações você recebeu desde a sua infância a respeitode si mesmo, de Deus, da vida ou das pessoas? Eram verdadeiras ou falsas?Certamente, elas formaram a visão que você tem de si mesmo, de Deus e

das demais coisas ao seu redor. Há quem diga: “A vida é uma droga”. Nãopreciso explicar que tipo de vida esta pessoa está vivendo.

No caso de Gideão, havia um falso padrão de pensamento em sua mente a respeito de Deus e de si mesmo que o fazia sentir-se incapaz, abandonado, humilhado e esquecido pelo Senhor. Aquelas falsas informações geraram nele rebeldia, revolta e murmuração.

45

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 43/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

O mesmo acontece com grande parte das pessoas que me procurampara aconselhamentos. “Onde estava Deus no momento em que eu mais

precisei dele?”, murmuram alguns. “Eu só peço a Deus um pouco de paz”,imploram outros. “Eu não sou capaz”, justificam. “Por que Deus permitiuque acontecesse isso comigo?”, lamentam.

A grande maioria tem medo, se sente frustrada, tem baixa-estima ounão se aceita. As pessoas se sentem culpadas por carregarem dentro de sisentimentos que desaprovam, pensamentos que desprezam, vontadesincontroláveis que foram contaminadas pelo mundo e que as fazem se

sentir perturbadas, sujas, envergonhadas, incapazes e até abandonadas porDeus. Normalmente, juntam-se a estes sentimentos a voz incômoda daconsciência, as acusações do diabo e as cobranças e exigências do próprio“eu”.

Esta ditadura da alma pode se tornar uma escravidão avassaladora. Seusefeitos logo serão sentidos nas mais variadas crises: familiares, financeiras,conjugais e até ministeriais. Quase sempre esta somatização de problemas

leva à depressão e a inércia (paralisia) espiritual. Suas vidas ficam estagnadas e infrutíferas.Nestas crises profundas de alma surgem muitos questionamentos a res

peito do amor, perdão, planos e propósitos de Deus. Alguns chegam apensar que não podem ser perdoados, que não são amados e que foramesquecidos por Ele. O resultado deste conflito é uma guerra interior capazde levar a morte, em todos os sentidos.

Na maioria dos casos, esta cegueira emocional crônica faz com que seapeguem somente aos fatos (aquilo que é visível) e não consigam confiarem Deus totalmente para serem curados. A fé e os fatos são opostos entresi e sempre haverá uma incompatibilidade entre eles.

Os falsos padrões criam bloqueios e atrofiam a fé, de forma que aspessoas em crise não conseguem perceber que o Espírito Santo está agindo numa outra dimensão: a da fé (que é invisível). A única forma de estes

guerreiros feridos serem curados é através da revelação da obra de Cristona cruz e da unção do Espírito Santo. Ela acontece através da fé ou dafirme decisão de crer.

A cura da alma (purificação e santificação) é possível, mas não é imediata. E um processo diário que exige treinamento, disciplina e obediência.Para que ele aconteça, e seja crescente e frutífero, é necessário o exercíciopermanente da fé, tempo com a Palavra, oração com o entendimento e em

46

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 44/204

PRÍNCIPES OU MENDIGOS?

línguas estranhas, consagração, discipulado, entre outros. Em alguns casos,será necessário acompanhamento e ministrações específicas de libertação

e cura.Algumas pessoas conseguem se autoministrar, outras precisam de aju

da. De qualquer maneira, todos aqueles que buscarem em Deus encontrarão respostas e libertação destas crises. Então se prepare! Do Egito à Canaãenfrentaremos grandes desafios (da salvação do espírito à revelação profunda da cruz para a conversão da alma), mas mesmo depois de “pisarmos” a terra, teremos que aprender a lutar e a trabalhar, assim como Josué

e Calebe, para permanecermos na abundância.

""U m processo de cura e restauração

Como povo de Deus, podemos clamar ao Senhor: “Traze-nos outra vez, óSenhor, do cativeiro, como as correntes das águas no sul. Os que semeiamem lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os

seus molhos” (SI 126.4-6).Não pare agora! Este é o tempo da restauração de sua vida. Olhe para aobra que Jesus Cristo realizou na cruz e os seus olhos serão abertos para asrealidades de Deus. Uma cruz foi levantada entre a terra e os céus para quehouvesse um caminho aberto e pudéssemos nos aproximar do trono dagraça e encontrar socorro em tempo oportuno.

Como o salmista, podemos pedir: “Restaura, Senhor, a nossa sorte” (SI

126.4). E possível que ele tenha dito isso em meio às lágrimas, ansiandopor ver a restauração total de seu povo. Ele sabia que a obra de libertaçãoainda não estava completa, mas que o Senhor era poderoso para completaraquela boa obra.

O mesmo está acontecendo conosco! Deus está purificando e libertando as nossas mentes das falsas informações e das mentiras lançadas sobrenós ao longo de nossas vidas. O tratamento pode não ser fácil, mas é

necessário. Então, permita que o vaso seja quebrado para que o fogo deDeus possa resplandecer.

E pelo Senhor e por você, príncipe de Deus! Ainda que esteja sofrendo,quero lhe dizer algo. Você pode chorar, mas chore com esperança, sabendo que tudo vai passar! Ainda que este choro dure uma noite inteira, aalegria virá ao amanhecer! Portanto, não desista da sua terra prometida eda vitória que Deus tem garantida para você.

47

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 45/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

A preciosa semente dará o seu fruto no tempo certo porque Deus velasobre sua palavra para cumpri-la (Jr 1.12). Siga em frente e prepare-se para

uma colheita mais que abundante, mesmo que o caminho para o trono sejaatravés de cadeias e prisões. Lembre-se que José foi tirado de lá para assentar-se entre os príncipes e reinou em tempos de fartura e de fome.

Como naqueles tempos de vacas magras, existe uma espécie de escassez e mendicância afligindo toda a terra. Não é fome de pão, mas de Deus.Amós profetizou sobre estes dias dizendo: “Eis que vêm os dias, diz oSenhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nemsede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor” (Am 8.11).

Semelhante a crise que assolava o povo hebreu nos dias de Gideão, essamiséria não é física, mas emocional e espiritual. Milhares de pessoas mendigam amor, atenção, afeto, carinho, reconhecimento e aceitação. Tamanha é a fome de suas almas e espíritos que até com as sobras elas se contentam. Mas Jesus Cristo tem muito mais para oferecer:

“Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer

sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (SI 113.7,8).Tome posse do seu lugar junto àmesa do banquete!  Você não é um mendigo,

mas um herdeiro escolhido. Há um lugar entre os príncipes de Deus reservado especialmente para você. No lugar onde você caiu Deus o levantará eusará a sua vida para ajudar outros a se levantarem.

A medida que Ele vai curando seu coração, aponte o caminho para queoutras vidas sejam restauradas pelo Senhor. Certamente, diremos a Ele:

“Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundânãd’   (SI66.12 —destaque do autor).

Permita que durante este tempo o Espírito Santo toque em seu íntimocom o poder da graça curadora e sacie a sua fome e sede de Deus. Então,Ele “te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, efortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um ma

nancial, cujas águas nunca faltam” (Is 58.11).

48

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 46/204

Capítulo

3

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

^ T7 u não sei quem sou!” Foram estas as poucas palavras carregadas-I—/ de angústia e sofrimento que Regina Célia conseguiu me dizer no

término daquela primeira noite de seminário em Limeira, interior de São

Paulo.Com os olhos marejados de lágrimas e visivelmente desesperada, ela se

aproximou de mim e, com a voz trêmula, me contou resumidamente a suahistória. Casada, mãe de dois filhos, vivia uma vida vazia e sem sentido,embora freqüentasse uma igreja evangélica há dez anos e afirmasse conhecer a Jesus.

As crises de um relacionamento conjugal frustrado agravaram seu esta

do de saúde físico, mental e espiritual, tornando-a dependente de remédios, pois havia sido constatada nela uma doença chamadaSíndrome Manía- 

ca de Pânico Depressiva. Eram necessários cinco comprimidos diários paramantê-la emocionalmente equilibrada. Embora fosse batizada, afastou-seda igreja, durante um ano deixou de ouvir a Palavra de Deus e passou aviver no limite entre a vida e a morte.

“Um espírito de morte me perseguia 24 horas, dizendo que nada mais

restava para mim, senão a morte. Ele me mostrou onde e como eu deveriadar cabo da minha vida, dentro da minha própria casa. Ensinou-me atémesmo a fazer o nó da forca onde eu deveria me suicidar. Eu me via dentrode um caixão e as pessoas velando-me ao redor dele. Eu me sentia comoum ser vagante, não tinha prazer em viver e nem meus filhos eu considerava mais como a minha família”, Regina me confidenciou.

49

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 47/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Nesta condição, ela se aproximou novamente do Senhor e conseguiuchegar naquele seminário. Depois de ouvir a mensagem da cruz e de ter os

olhos abertos pela revelação da maravilhosa graça de Deus, “compreendeu” o seu amor incondicional por ela e soube o quanto era amada peloSenhor, independente da condição em que estava. Um jugo de trinta e oitoanos foi quebrado e a partir dali Deus começou a restituir-lhe tudo aquiloque o inimigo havia lhe roubado.

Num segundo seminário (de reciclagem), Regina foi revelada pelo Espírito de Deus e recebeu uma unção de cura que a libertou completamente

no espírito, alma e corpo. Passo a passo começou a buscar crescimento eamadurecimento e hoje serve a Deus no ministério de intercessão da igre

 ja. “Não mais eu, mas Cristo vive em mim”, afirma hoje, cheia de alegria. Tempos depois, Regina me contou como tudo aconteceu:

“Numa manhã de sábado, enquanto ainda estava vivendo cativa do maligno, ele determinou, logo que acordei, que aquele seria o dia da minha mor

te. Sozinha e sem forças para orar, clamei ao Senhor e pedi que me desse a

chance de viver apenas mais um dia para que pudesse ir à igreja. Uma

amiga me convidou para estar naquela noite numa reunião de restauração

promovida por um dos ministérios internos de nossa Comunidade.

Pela infinita misericórdia do Senhor, consegui ir ao culto naquele sábado à

noite. Deus falou comigo e, assim, encontrei forças para continuar partici

pando das reuniões da igreja. Num dos cultos foi anunciado o seminário de

Identidade D ivina e Destino Profético  e como seriam as ministrações. As vagaseram limitadas, mas eu disse em meu coração: ‘Senhor, esta revelação é

tudo o que preciso’. E foi assim que eu cheguei naquela noite àquele lugar.

Aflita e oprimida vi Deus mudar a minha vida totalmente. Fui restaurada

financeiramente, estou curada da doença física, das feridas emocionais é 

não sou mais dependente dos remédios. Encontrei o meu lugar em Deus e

no Corpo de Cristo e hoje sinto prazer em viver para o louvor da sua

glória.”O testemunho desta serva do Senhor só vem confirmar aquilo que

compartilhei com você até aqui. Nestes últimos anos, tenho ouvido inúmeras pessoas que passaram pelos seminários compartilharem as experiências que viveram diante da cruz de Cristo, tendo os seus olhos abertospara a verdadeira realidade de quem Ele é e de quem elas são nele.

50

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 48/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

Lendo os evangelhos, você irá descobrir que foi a partir de uma pergunta quase inocente que o próprio Jesus Cristo deixou aberto um caminho para que homens e mulheres feridos e doentes na alma encontrassema saída dos desertos emocionais e espirituais que os aprisionam. O evangelho de Mateus relata com propriedade esta conversa entre Jesus Cristo e osseus discípulos:

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? (Mt 16.13).

Pode parecer sem importância, mas se observarmos com cuidado estapergunta feita por Jesus aos seus companheiros, descobriremos que ela é oponto de partida para a cura da alma, para a restauração da autoridadeperdida pelo homem e o segredo da vida abundante.

A VISÃO DA MULTIDÃO

“Quem eles dizem que eu sou?”, indagou Jesus.Mais do que uma resposta, Ele queria dar aos seus discípulos, e a nós, a

oportunidade de descobrirmos a nossa verdadeira identidade, pois é através desta revelação que discerniremos a nossa posição e o nosso lugar deautoridade e poder. Jesus estava ciente de que não poderíamos saber “quemsomos” sem antes descobrir “quem Ele é”. Por isso Ele fez esta perguntaacerca de sua identidade divina.

Os comentários a respeito de Cristo e de seu ministério corriam portodas as cidades e circunvizinhanças de maneira que entre a multidão havia

diferentes opiniões a respeito do assunto. As pessoas reagiam das maisdiversas maneiras quando estavam junto dele. Algumas o amavam, criamnele e sentiam-se cativadas por suas palavras. Outras o odiavam e o rejeitavam por não crerem que Ele era o Filho de Deus.

Desta forma, havia uma verdadeira polêmica sobre o assunto e Jesusaproveitou a situação para revelar-lhes algo-maravilhoso. Respondendo apergunta que Ele havia feito, os discípulos disseram: “Uns, João o Batista;

outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas” (Mt 16.14). Em suma,eles estavam confusos a respeito da identidade dele e não sabiam quem Eleera de fato.

O mais interessante é que aquelas pessoas conviviam com Ele diariamente. Eram alimentadas pelos pães que Ele multiplicava, ouviam suasmensagens e desfrutavam dos milagres que realizava. Eram libertas do

51

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 49/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

domínio dos demônios e curadas de suas enfermidades através de suasmãos, ouviam-no nas sinagogas e caminhavam com Ele dia e noite e mesmo assim não o conheciam de verdade.

Isso mostra que o fato de freqüentarmos uma igreja, ouvirmos as mensagens pregadas nos sermões dominicais e até desfrutarmos das bênçãosincontáveis do evangelho pleno de Jesus não nos faz conhecedores de suaverdadeira identidade. Do relato decepcionante dos discípulos Jesus poderia ter concluído acerca da multidão: “Eles não sabem quem Eu sou”.

Havia uma cegueira espiritual que impedia a multidão de reconhecê-locomo Filho de Deus, o Messias de Israel. Até certo ponto isso era compre

ensível. Embora as multidões convivessem com Ele, o nível de relacionamento era superficial. Exceto alguns poucos casos registrados nos evangelhos, o contato das pessoas com Jesus era impessoal, por isso não podiamconhecê-lo profundamente. Entretanto, isso nunca o impediu de abençoá-las (Mt 9.36).

 Jesus conhecia a motivação dos corações e sabia que a multidão erainconstante. As mesmas mãos que o aplaudiram em sua entrada triunfalem Jerusalém iriam apontar para o seu rosto e condená-lo à crucificação(Lc 23.18). Assim, o problema não era a falta de convívio nem de proximidade física, mas de motivação e revelação espiritual.

As multidões não querem compromisso com o Senhor, querem apenasos seus favores (Jo 6.26). Elas não estão dispostas a serem tratadas nemtreinadas para viverem à altura do propósito divino em honra, autoridade e

santidade.No meio da multidão também estão os seguidores de Jesus. Eles saemao encontro do Mestre aparentemente interessados e decididos a segui-lo.Parecem mais próximos, mas os seus corações também estão distantes.Um bom exemplo do que estou afirmando é o jovem rico que citei noprimeiro capítulo deste livro.

Quando Jesus disse: “Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens

e reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me”, eleretirou-se, cheio de tristeza e foi embora (Lc 18.18-23). A multidão e osseguidores ocasionais não querem palavras duras de confronto, conserto elibertação. Não querem a cruz do compromisso nem o preço da renúnciade sua própria vontade (Lc 9.23,24). Contentam-se em receber os seusmilagres e em terem os seus anseios satisfeitos.

52

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 50/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

Se você observar, verá que Jesus havia acabado de realizar o milagre damultiplicação dos pães e peixes quando fez a pergunta aos discípulos. Embora sejam extraordinários, os milagres não são suficientes para abrir osolhos espirituais de uma pessoa a ponto de conhecerem a Cristo verdadeiramente.

“Quem eles dizem que eu sou?”, Jesus perguntou. No fundo, Ele dese java obter algo mais daquela situação, além da triste constatação: eles nãoconhecem minha verdadeira identidade.

Os discípulos mantinham um relacionamento mais profundo com oSenhor, além da multidão e dos seguidores, por isso foram confrontadoscom a mesma pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). Estaera uma prova de fogo que requeria deles mais do que proximidade física,convívio ou conhecimento superficial.

A REVELAÇÃO DE CRISTO

Pedro, sempre mais afoito, antecipou o seu comentário, dizendo: “Tu és oCristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16).

Para muitos a resposta de Pedro pode ter soado como óbvia, mas nãofoi assim que Jesus a recebeu. Era necessário mais do que conhecimento,sabedoria humana, inteligência, sensibilidade ou esperteza para respondera esta pergunta. Isso fica claro quando observamos a resposta imediata de

 Jesus: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas,porque to não revelou  a carnee o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (v. 17 —destaque do autor). Fileconfirmou, portanto, que não partia da mente ou da sabedoria humana

(carne e sangue) aquela confissão de fé, mas de Deus.“Deus é Espírito” (Jo 4.24), afirmou Jesus à samaritana. Por isso aquelarevelação dada a Pedro não era mental, mas espiritual. Ela estava harmonizada com a confissão de Jesus Cristo em Mateus 11.25-27: “Graças te dou,ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios eentendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim teaprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém

conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, eaquele a quem o Filho o quiser revelar”.Pedro teve uma revelação de Cristo. Os olhos do seu entendimento foram

abertos pelo Espírito de Deus e por isso ele confessou a verdadeira identidade de Jesus. Aquele homem rude e iletrado contemplou em espírito anatureza, a essência, o caráter, a santidade e a verdade de Deus na pessoade Jesus (2Co 5.19).

53

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 51/204

A u n ç Ao  d o s pr í n c i pe s

Pedro estava convencido de que Ele era o Ungido do Senhor. A partirdaquela revelação de Cristo, estava preparado para receber uma nova revelação a respeito de si mesmo, de sua identidade divina e de seu destino

profético. Ele havia nascido para um propósito eterno e aquele era o momento de Jesus revelá-lo ao seu coração com mais profundidade.

Ele disse ao seu discípulo, profeticamente:

"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei aminha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-eias chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado noscéus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.18,19).

Vamos analisar esta declaração por partes. “Tu és Pedro” é uma declaração de identidade. Simão Barjonas era o seu nome de nascimento, masagora Jesus o chama de Pedro, que significa pedra, pedregulho, fragmentode rocha ou flocoso. Algumas pessoas sem entendimento atribuem a declaração seguinte [e sobre esta pedra edificarei a minha igreja] a ele, e afirmam que Pedro era a pedra sob a qual a Igreja de Cristo seria edificada.

Isso não é verdade. Jesus não disse isso nem Pedro entendeu desta forma.Ele compreendeu da forma correta. Tanto é verdade que em Pentecos-

tes, em seu primeiro sermão público, Pedro disse: “... Jesus Cristo, onazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este [o ex-coxo] aqui são diante de vós. E le  éa pedra  que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta comopedra angular [principal]. E em nenhum outro há salvação; porque debaixo

do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamosser salvos” (At 4.10-12 —destaque do autor).

Pedro não assumiu o papel de “fundamento ou alicerce da igreja” porque este lugar pertence a Cristo. Paulo também afirmou: “Porque ninguémpode lançar outro fundamento, ilém do que já está posto, o qual é JesusCristo” (ICo 3.11).

Pedro compreendia esta verdide, pois ele mesmo escreveu: e, chegan 

dovospara ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas, para comDeus eleita e preciosa, vós tambén, quais pedras vivas, sois edificados como casa  espiritual  para serdes sacerdócio saito, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jejus Cristo” (lPe 2.4,5). Pedro sabia quefomos criados à semelhança da pedra viva, e como participantes da suanatureza divina somos também pedras vivas, assim como Ele.

54

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 52/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

A igreja a qual Jesus se referia é a mesma a qual Pedro se refere em suacarta, a casa espiritual onde Deus habita. Explicando esta verdade aosatenienses, Paulo disse: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há,

sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãosde homens” (At 17.24). Jesus não estava falando da igreja visível einstitucional, mas do Corpo de Cristo (a igreja espiritual), do qual Ele éCabeça (Rei).

Paulo completa essa idéia, indagando aos coríntios: “Não sabeis vósque sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co3.16). Assim, dentro do contexto em que a declaração foi feita, o que Jesus

estava dizendo a Pedro naquele momento é que a partir da revelação dequem Ele (Jesus) era, os olhos de Pedro estavam abertos para reconhecer asua (própria) natureza e lugar em Deus, sua posição de autoridade, poder evitória nas regiões celestiais. E foi o que aconteceu!

Em seguida, Jesus declarou: ‘!A s portas do inferno não prevalecerão contra ela"  (a igreja espiritual, que pode ser representada por Pedro, os demais discípulos, a igreja apostólica de Atos, você e eu, etc.). Naquele momento, o

Senhor estava liberando uma profecia poderosa que nos posicionaria novamente no lugar de domínio, autoridade e unção que nos pertence antesda fundação do mundo.

Nós fomos gerados em vitória e nascemos para vencer! Aleluia!Nossa nova identidade diz respeito ao nosso novo nascimento. Na cruz

 Jesus desfez o jugo que estava sobre nós, triunfando sobre satanás. Elequebrou as cadeias que nos aprisionavam e rasgou o escrito de dívida que

era contra nós. Somos verdadeiramente livres (isso vale um “glória aDeus?!”). As portas do inferno foram abaladas com o rugido do Leão da

 Tribo de Judá e o manto dos príncipes foi lançado sobre as nossas vidas(isso vale mais um “glória a Deus?!”).

E le nos deu as chaves do reino! Quem tem as chaves tem o domínio das portas. Como filhos temos livre acesso à sala do trono e ao lugar de governo ondeDeus nos pôs assentados juntamente com Cristo (Ef 2.6). E a partir desta

posição espiritual que devemos reinar como príncipes, “para que agoraseja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes”, a multiforme sabedoria de Deus que é Jesus Cristo, o Senhor (Ef 3.10).

Para concluir a palavra profética a Pedro e a todos nós, Jesus conferiuautoridade espiritual para ligarmos e desligarmos no visível e no invisível.

55

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 53/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Ele disse: “O que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desli-gares na terra será desligado nos céus”. Essa declaração nos faz lembrar

que há um caminho aberto entre os céus e a terra e uma relação intrínsecaentre o mundo visível e o invisível, o natural e o sobrenatural.

De acordo com esta afirmação de Jesus, quero compartilhar algo sobrea visão de Jacó, registrada no Livro de Gênesis, que está ligado diretamenteao nosso assunto.

A ESCADA DE Jã CÓ

 Jacó, quando estava fugindo da casa de seu pai, depois de ter “roubado” abênção da primogenitura de seu irmão, deitou-se a céu aberto e dormiu.“Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegavaao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28.12).

Perceba que o caminho era livre, pois os anjos subiam e desciam pelaescada. Profeticamente, ela representava Jesus Cristo, o caminho que levaao Pai (Jo 14.6). No alto da escada, Jacó viu Deus, que lhe falou a respeitoda promessa que havia sido feita a Abraão, seu avô, e a sua descendência.

 Jacó era uma figura interessantíssima. Ele é o exemplo típico de umapessoa almática (dominada pela própria alma), que luta com todas as suasforças (humanas) para conseguir o que quer. Deus se apresentou a elenaquele sonho propondo uma amizade profunda, uma aliança entranhávelentre eles (Abraão, Isaque) e as suas gerações, com vistas a um propósitoglorioso. Ele disse: “E eis que estou contigo, e te guardarei por onde querque fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja

cumprido o que te tenho falado” (v. 15).Esperava-se, no mínimo, que depois de ouvir estas palavras extraordi

nárias, Jacó, quebrantado e quem sabe até em lágrimas, dissesse algo dotipo: “Que maravilhoso saber que nasci para um propósito tão excelente eglorioso e que tenho a garantia da tua presença comigo desta forma tãoespecial”. Mas o que ele fez foi muito interessante. Ele acordou cheio deespanto, ungiu uma pedra com azeite, fazendo dela um altar (afinal, tinha

tido uma visão sobrenatural).Fez isso com muito temor, depois de ter confessado: “Quão terrível é

este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta doscéus” (v. 17). Até aí estava tudo ótimo, mas o que ele fez em seguida nãopode passar despercebido. Imagino até a cena: Jacó, tirando uma lista dobolso e erguendo-a para o céu como se quisesse que cada detalhe do queestava escrito pudesse ser lido a fim de ser atendido.

56

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 54/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

Com um falso ar de piedade, ele diz para Deus em forma de promessa: “Ah, se Deus me guiar, me proteger, me der alimento e roupa nesta

viagem! E se me deixar voltar em paz para a casa de meu pai! E ntão  escolherei o Senhorpara ser o meu Deus”. E concluiu: “E, ó Senhor, eu devolverei a décima parte de tudo que me der” (v. 20-22 —Bíblia Viva).

Você consegue imaginar alguém fazendo este tipo de oração? “Se”Deus me der direção, proteção, comida, roupa, paz e etc., “então” poderáser o meu Deus (gostaria de estar com você pessoalmente para ver aexpressão do seu rosto!).

Você pode até achar um absurdo, mas o que ele fez no passado, muitoscrentes continuam fazendo até os dias de hoje, com a promessa de muitosdízimos, ofertas e outras formas de retribuições. Claro que não sou contradízimos e ofertas, pois são bíblicos e verdadeiros (Ml 3.6-12), mas as motivações de algumas pessoas é que são questionáveis.

Naquele momento, Jacó estava interessado apenas nas bênçãos, não noAbençoador. Eu poderia escrever um livro inteiro somente sobre Jacó,

pois a sua história é fantástica. Mas por enquanto, terei que ser objetivo eprático. Ele fez uma má escolha semeando engano e colheu os frutos daprópria semeadura.

Labão também o enganou no dia das suas núpcias dando-lhe a filhamais velha, Lia, ao invés de Raquel. Obstinado como era, trabalhou dobrado para conseguir casar-se com a mulher amada. Ele prosperou porqueestava arrolado à bênção de Abraão, tinha a primogenitura e embora não

conhecesse a Deus profundamente, estava aliançado com o Todo-Pode-roso que o abençoou poderosamente.Quando decidiu voltar para casa, Deus preparou-lhe uma surpresa.A história diz que no vau de Jaboque, um “homem” lutou com ele a

noite toda. Jacó foi ferido na perna pelo ser misterioso, mas mesmo assimnão o soltou. “Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo odia. Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares”

(Gn 32.26).Para o obstinado lutador, aquele momento era decisivo em sua vida elutaria até as suas últimas forças para receber a bênção que tanto desejava.K evidente que o Anjo do Senhor poderia ter escapado dos braços de Jacó,mas não o fez, porque aquela era uma oportunidade única de esgotá-lo atéque não restasse força alguma nele. Deus estava libertando o seu servo dopoder da sua alma obstinada, da escravidão de sua vontade própria, do

57

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 55/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

orgulho de agir independente dele e de todo engano que estava em suamente e coração.

Desde o nascimento ele carregava um estigma maligno no próprionome (Jacó significa o suplantador, enganador, trapaceiro, aquele que Macom estultícia). Mas Deus estava preste a mudar o seu destino, pois opoder de Deus traria a ele uma nova revelação que mudaria sua identidadee mentalidade para sempre.

0 poder de D eus repousa na fraqueja. Por isso era necessário esgotá-lo,completamente. Você também está lutando com Deus? As situações que

você está vivendo estão esgotando todas as suas forças? Excelente! Deus,realmente, sabe como esgotar toda a nossa “  jacó ice”. Ele está libertandovocê de você mesmo! Ele levanta o pequeno do pó e do monturo o necessitado, mas para isso é “necessário que E le cresça e que eu diminud\  afirmou

 João Batista (Jo 3.30).A cena de Jacó agarrado à cintura do anjo é tremenda. Creio que antes

de ser ferido, ele estava agarrado porque queria ser abençoado. Depois de

ferido, porque não conseguia ficar em pé sem o seu apoio. Deus sabe comonos fazer dependentes dele!O diálogo entre eles me faz lembrar a conversa entre Jesus e os seus

discípulos no início deste capítulo. Eles discutiam a respeito de relacionamentos e identidades: “Quem sou eu? Quem é você, qual o seu nome?”.

 Jacó também teria o seu nome mudado assim como o nome de SimãoBarjonas iria ser trocado no final daquela conversa com Jesus.

O homem misterioso lhe perguntou: “Qual é o teu nome?”. E ele respondeu: “Jacó”. Então, Ele disse: “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel, pois comoprínápe lutaste com Deus  e com os homens e prevaleceste”. Perguntou-lhe Jacó: “Dize-me, peço-te, o teu nome”. Respondeu o homem: “Porque perguntas pelo meu nome?”. E al i o abençoou.

 Talvez você se pergunte: “Por que Ele não quis dizer seu nome a Jacó?”.E simples: Ele já havia se apresentado a ele no alto da escada, propondo-lhe

uma amizade sincera e verdadeira. Mas naquela noite, Jacó estava interessado apenas nos benefícios ou favores que poderia obter do relacionamento,não naquele que estava se revelando a Ele como Senhor de sua vida.

Eles já se conheciam, por isso Ele dispensou a apresentação. No momento em que a sua carne foi ferida, os seus olhos foram abertos e Jacódesejou mais do que a bênção de Deus. Ele desejou um relacionamenfo deverdade. Percebe-se isso, porque ao invés de mostrar uma nova lista de

58

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 56/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

pedidos, ele faz uma pergunta própria de quem deseja iniciar um novorelacionamento: “Qual êo teu nome ?'.

 Jacó recebeu a bênção que tanto desejava sem discernir completamente. Ele buscava, naquele momento, Deus por Deus mesmo. Pelo que Jacóchamou ao lugar Peniel, dizendo: “Porque tenho visto Deus face a face e aminha vida foi preservada. E nasàa o sol\  quando ele passou de Peniel; ecoxeava de uma perna” (Gn 32.28-32).

O choro acabou naquele amanhecer para ele! Tente imaginar o finaldesta cena —no caminho de volta para o lar, um príncipe de Deus, mancan

do de uma perna. Ele estava ferido, mas muito..., muito feliz!

A REVELAÇÃO DE ÜEUS

Aquela revelação sobrenatural que abriu as portas dos céus para Jacó, Pedro,os discípulos e tantos outros servos de Deus é a mesma para nós. Ela nosrestituirá ao lugar de autoridade que nos pertence, a partir do momento emque os nossos olhos forem abertos para a nossa verdadeira identidade emCristo. Para isso, o seu rela~rionam mo-corn-file-flãa_pode estar limitado àesfera da alma porque as coisas do Espírito não são discernidas com amente ou com intelecto humano.

Paulo explicou esta verdade à igreja de Corinto dizendo: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lheparecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (ICo 2.14). Rompa com a vida da alma (e sua obstinação) ebusque um relacionamento profundo com o Senhor, vivendo no espírito(em completa dependência).

Viver na alma é estar dominado pelos pensamentos, sentimentos e vontades humanas. É ter o “eu” no controle de tudo e viver prisioneiro dosfatos ou circunstâncias. É ser mais emocional e sentimental do que espiritual. Isso é um problema porque o homem natural (intelecto) não discerneas coisas de Deus. A fé não é mental e a paz é um fruto do Espírito. Afunção de sua mente é diferente da função do seu espírito.

Isso não significa que você não deva ler, estudar e buscar conhecimento bíblico ou teológico. Tudo isso é importante e necessário. Mas o seu relacionamento com Deus não pode estar limitado a este tipo de conhecimento. Você não conhecerá a Deus intelectualmente, porque Ele é Espírito!

E preciso revelação espiritual e isso você encontrará numa vida deintimidade, comunhão, orãçãoTãâoração e fé em sua Palaara- Com disseanteriormente, o fato de freqüentarmos uma igreja há anos ou sermos

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 57/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

“religiosos” não garante que conheçamos a Jesus de fato, porque conhecer“sobre”  Cristo é diferente de conhecer “a”  Cristo.

No primeiro caso bastam palavras, informações e um pouco de interes

se, mas no segundo é necessário uma experiência pessoal, profunda e verdadeira. Se perguntássemos às multidões naqueles dias: “Vocês conhecema Jesus, o Nazareno?”, responderiam de pronto: “Sim. Ele nos curou, noslibertou, perdoou os nossos pecados”, e assim por diante. Mas a respostaobtida pelos discípulos junto à multidão revelava o contrário. E necessáriomais do que simples convivência.

O desejo de Deus é ter-nos em seus braços de amor, num relacionamento único, íntimo e profundo. Sua doce voz continua dizendo: “Clamaa mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que nãosabes” (Jr 33.3). Atenda esse chamado, saia do meio da multidão que secontenta com a superficialidade, vá além do lugar onde os seguidores desistem e busque as profundezas de Deus (ICo 2.10).

Vida no espírito é rendição, dependência, confiança e disposição para

viver de fé em fé, de glórn em glória, recebendo graça sobre graça. Paraalguns pode parecer cômodo e confortável permanecer no meio da multidão, recebendo as bênçãos divinas, sem maiores comprometimentos ouresponsabilidades.

Mas Deus tem nos oferecido o privilégio de sermos os seus discípulos,desenvolvendo com Ele um relacionamento sincero e profundo. “A intimidade [segredo] do Senhor é para aqueles que o buscam, aos quais Ele

dará a conhecer a sua aliança” (SI 25.14).

A UNÇÃO ESTÁ NA REVELAÇÃO

Deseje a cada dia uma nova revelação de Cristo. Através do exercício da fé,no louvor e na adoração sincera, na oração contínua (com o entendimentoe com o espírito) e na comunhão com Deus e com os irmãos, você desenvolverá uma amizade verdadeira com o Senhor.

Invista neste tempo com Ele. O Espírito Santo revelará os seus segredos mais íntimos e compartilhará os sonhos e propósitos do coração doPai nestes momentos de consagração profunda. Eles têm planos maravilhosos no quais você está incluído.

Mas lembre-se disso: se o Espírito Santo abriu os seus olhos e lhe deuuma visão no espírito (qualquer que seja a época de sua vida), você nãopode ignorar aquilo que Ele lhe mostrou, seja por impressões, sonhos,

palavras ouvidas ou reveladas. Somos responsáveis pelo que vimos. Se Ele

60

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 58/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

nos deixa saber o que está em seu coração é porque deseja envolver-nosno que irá realizar. Aleluia!

A visão éa uma porta aberta para o propósito divino. Aponta para a missãoque Ele nos encarregará de executar para a sua glória. A cada nova visão ourevelação Ele trará direção para que caminhemos, passo a passo, rumo aocentro de sua vontade perfeita.

Noé viu uma arca e a construiu. Abraão viu a terra e a buscou. Moisésviu o tabernáculo e o ergueu. Neemias viu a reconstrução dos muros eexecutou aquela obra.

A revelação da identidade divina (da sua vida nele e da vida dele emvocê) tem um propósito muito especial! Se soubermos o que Ele deseja denós não poderemos permanecer indiferentes à sua vontade. Esta revelaçãodá sentido à vida e é o que chamo de destino profético. Vá ao encontrodeste chamado! A obediência à revelação divina nos qualifica diante delecomo verdadeiros discípulos. Jesus disse: “Se vós permanecerdes na mi

nha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (Jo 8.31).Assim, abrace a revelação de Deus e seja fiel ao que você recebeu dele.Abraão deixou a sua casa e saiu em direção à terra prometida. Josué

marchou ao redor de Jericó segundo a instrução que o Anjo lhe deu, assimcomo Pedro desceu do terraço para visitar Cornélio e sua família (Js 6.2,3;At 10.21).

Paulo, durante todo o seu ministério, deixou-se guiar pelo Espírito de

Deus para estar no centro da sua vontade. Certa ocasião, ele deu este testemunho ao rei Agripa: “Não fui desobediente à visão celestial” (At 26.19).Nós também não podemos ser!

precisamos para realizá-la em seu nome. Ele disse a Paulo: “A minha graçate basta!” (2Co 12.9). Aquilo que levaríamos a vida inteira para conseguir

na força do nosso braço, Ele pode realizar em nós e através de nós comapenas uma palavra de poder.Ele diz: “Haja”, e tudo acontece! Seja humilde e peça a Ele que revele o

poder de sua graça em seu coração, pois o segredo do poder está na humildade. Ser humilde é o mesmo que ser dependente. Por isso dependa totalmente do poder de Cristo e Ele o capacitará a viver este sonho profético.

Sua Palavra está impregnada deste poder sobrenatural. Creia nele, sem

exitar. Jesus disse firmemente aos seus discípulos: “O espírito é o que vivi-

A unção estána visão!  Quando Deus revela a obra.

61

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 59/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

fica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espíritoe vida” (Jo 6.63). Nenhuma revelação pode ser considerada de Deus senão estiver embasada na sua Palavra. Ela é “apta para discernir os pensa

mentos e intenções do coração” (Hb 4.12).A revelação traz a motivação à luz. Se ela não for correta, não permane

cerá. Observe a reação de alguns dos discípulos que estavam seguindo a Jesus e não criam na suas palavras: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (Jo 6.66).

A situação agora é mais crítica, porque não estamos mais tratando commultidões ou seguidores ocasionais, mas com discípulos. Foi nesta situação que Jesus disse aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?”. Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens aspalavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo,o Filho do Deus vivo”.

O Espírito de Cristo continua caminhando sobre a sua Palavra para nosdirecionar ao seu eterno propósito. A palavra que fere é a mesma que cura

e nos sustenta no chamado. É por meio dela que o Pai revela a identidadedo Filho, o Verbo eterno, porque Ele é a expressão exata do próprio Deuse nós fomos feitos a sua imagem e semelhança (Cl 1.15; Gn 1.27).

A verdade que liberta não é uma doutrina, um ensinamento ou umareligião. E uma Pessoa com quem você precisa aprender a relacionar-seprofundamente. Algumas pessoas conhecem a verdade de Deus quandosão salvas e declaram: “Ele é capaz”. Isso é verdade. Mas conhecem apenas

a verdade de Deus e desconhecem a sua própria verdade: de que nele setornaram capazestãmEenTPauíodIsse:"7ZTudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13).A verdade de D eus precisa ser a sua verdade! 

Isso é renovação* da mente e libertação dos falsos padrões Rm 12.2).Sem esta revelação plena, os crentes em Jesus afirmam que Deus pode,mas eles não. Que Ele é santo, mas eles são pecadores, que Ele é Deusforte, mas que eles são fracos. Não é isso que a Bíblia diz. Está escrito:“Diga o fraco: Eu sou forte” (J1 3.10).

Muitos sabem até certo ponto quem é Deus, mas desconhecem quemsão nele. Assim como Pedro, Gideão e tantos outros, eles precisam de umarevelação do Filho. “Se, pòis, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livre?’  (Jo 8.36).

Neste aspecto, a revelação da Verdade quebrará o jugo dos falsos pa

drões de pensamentos armazenados na mente desde o nascimento. E a62

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 60/204

MULTIDÃO OU DISCÍPULOS?

mudança de toda uma vida, assim como foi com Regina, que afirmavaconhecer a Jesus e mesmo assim continuava presa e doente emocionalmente.

O profeta Daniel afirmou que somente este tipo de conhecimento exterminará a fraqueza espiritual que, infelizmente, ainda impera no meio dopovo de Deus. Ele disse: “... o povo que conhece ao seu Deus se tornaráforte, e fará proezas” (Dn 11.32).

Hoje, Regina é uma mulher cheia do Espírito de Deus, curada completamente e consciente de sua posição em Cristo. Da mesma forma, os seusolhos também se abrirão para a Vida! Enquanto Jesus esteve no mundo,afirmou que esse era o motivo de sua missão: “Eu vim para que tenhamvida”. Ele não estava falando de algo que seria dado somente para nosabençoar, mas de si mesmo, como o nosso Abençoador eterno. Vá alémdo milagre e você encontrará a verdadeira vida.

N a mente de Deus, Cristo éa vida. Assim, desfrutar da plenitude da vida éviver na abundância dele, de sua graça, poder, amor e unção. Isso é vida no

Espírito. Nele, somos [de fato] mais que vencedores em todas as coisas.Quando esta revelação ilumina os nossos corações, descobrimos a nossapotencialidade e capacidade em Deus.

Paulo disse aos coríntios: “E é por Cristo que temos tal confiança emDeus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como denós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.4,5). Atravésde seu Espírito e Palavra somos restaurados à nossa posição de autoridade

e capazes de viver e realizar aquilo que vimos no coração de Deus e queentendemos ser o plano dele para nós.

O apóstolo Paulo orava em favor dos efésios para que Deus abrisse osolhos do seu entendimento e que esta verdade sobrenatural fosse reveladaaos seus corações:

“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas mi

nhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai daglória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo  iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperançada sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef 1.16-18 —destaque do autor).

Suas palavras confirmam que mesmo um servo ou discípulo do Se

nhor precisa ter os “olhos do entendimento” iluminados para que possa

63

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 61/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

discernir o seu chamado e vocação e compreender o que está disponívelem Deus na sua herança espiritual.

Embora sejamos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm

8.17), não desfrutaremos desta plenitude de vida, autoridade e poder semreceber dele o espírito de sabedoria e de revelação. Mesmo que tenhamosvisto a luz da glória de Deus para a nossa salvação, precisamos desta luzresplandecendo em nossas almas para vivermos triunfantemente.

Não temos que viver atemorizados ou confusos em relação à nossaposição ou por causa do propósito de Deus em nossas vidas. Sua graça nos

capacita! Receba a unção dos príncipes como Pedro e Jacó e saia desta criseem nome de Jesus. O salmista disse: “Busquei ao Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores. Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos” (SI 34.4,5).

Como compartilhei, a iluminação de nossas mentes é um processo, porisso é possível que em algum momento da nossa história as sombras daalma nos distanciem do propósito de Deus. Mesmo sendo discípulos legí

timos de Jesus, as situações ao nosso redor podem ser tão difíceis quevenhamos a nos abater e, por um momento, talvez até percamos o foco ea direção. Ainda que isso aconteça, não queira voltar atrás porque Emaúsnão é o seu lugar. O Senhor nos quer em Jerusalém.

Caso isso aconteça e você volte para lá, Ele irá encontrá-lo e restaurá-loà sua posição de príncipe porque Jerusalém é o seu lugar!

64

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 62/204

Capítulo

4

DE VOLTA À JERUSALÉM

Posso ouvir o seu coração através do meu espírito enquanto oro e escrevo este capítulo. Cada batida parece ser um apelo desesperado e

um grito por socorro e libertação. Não sei quanto tempo levará para queeste livro chegue às suas mãos e você possa ler estas páginas, mas estoucerto de que Deus é perfeito em tudo o que faz, e Ele não se atrasará!

Embora não tenha sido fácil suportar esta dor durante tanto tempo,“há esperança para o teu futuro, diz o Senhor” (Jr 31.17). Esta pressão quevocê sente sobre o peito sem compreender a origem é o esforço desesperado da sua alma sobre o seu coração de encontrar uma saída ou umaresposta para estas situações que os oprimem. Ele tem estado cada vezmais apertado porque está vivendo num conflito entre aquilo que é a promessa de Deus e aquilo que se tornou a sua realidade.

A impressão é que ele vai explodir, não é mesmo? E nestas horas que oinimigo levanta a voz e até usa pessoas ao nosso redor para questionar opropósito do Senhor em nossas vidas e a veracidade de sua Palavra. Elesperguntam: “Onde está o teu Deus?”; “Se Ele ama você de verdade, porque isso aconteceu?”; “Será que Ele se importa de fato?”.

Se já é terrível ouvir esse tipo de afronta por parte do diabo e dosincrédulos, é insuportável quando a nossa própria alma insiste em torturar-nos com estes questionamentos e incertezas a respeito do caráter e doamor de Deus por nós.

Não se culpe por estar se sentido assim. Esta noite espiritual dará lugara um novo dia, se você perseverar e não desistir diante das ameaças e afrontas

dos opressores. Deus ajudaráao romper da manhã.65

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 63/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

O rei Davi estava vivendo algo semelhante quando escreveu o Salmo42. Mesmo com o coração ferido, ele disse à sua alma atormentada: “Porque estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?

Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença” (v. 5). Ele sabia que Deus não falharia assim como eu sei que nãofalhará com você. Ele está ao seu lado mesmo quando não consegue senti-lo. Sua doce presença está bem aí, enquanto voce lê estas páginas.

O fato de não discernirmos sua presença e companhia não o faz menospresente. Permita que Ele abra os olhos do seu entendimento e a sua men

te será iluminada pela unção. Ele ordena: “A cerca dos tristes de Sião que se lhes  dêglória em ve  de cin a, óleo de go o em ve  de tristeza, vestes de louvor em ve de  espírito anouttíadrr. afínah-áe-que-se-xtiamem arvores de justiça, plantações doS nhfifiy-para que ele seja glorificado” (Is 61.3 - destaque do autor). Nãopermita que a tristeza o domine, pois este é o intento do maligno: dominara sua alma através da opressão da sua mente.

Sement es d e o pr essãoPalavras são como sementes. São vivas e podem produzir ações, reações,sentimentos, raízes e frutos. Salomão disse: “A morte e a vida estão nopoder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto” (Pv 18.21).Quando as palavras são mal-faladas, por exemplo, podem criar raízes deamargura e danos terríveis na vida de quem as recebe e de quem as liberou.

O diabo sabe disso, e tentará utilizar pessoas ou situações para afetar e

ferir o seu'êmociõiM; principalmente com pjlavfgsT Ele sabe que é por estaporta (a sua mente) que atingirá o seu potencial. Seu objetivo é o domíniodo espírito, mas para isso lutará pela possessão da alma. Tocar na sua identidade é fundamental para dominar o seu potencial divino, porque é a partir dele que você exercerá domínio sobre a terra.

Neste caso, o alvo do diabo é convencê-lo de que você não é capaz.Assim^~õ"propósito de"Deus não se realizará em você nem tão pouco através de sua vida e o nome do Senhor não será glorificado na terra. Para odiabo não importa que vozes ou meios ele terá que usar, desde que vocênão saiba a verdade e continue sob domínio.

Parece simplista, mas é verdade. O propósito para o qual o homem foicriado está claramente descrito em Gênesis 1.26: “Façamos o homem ànossa imagem, conforme a nossa semelhança; h domine sobre toda a terra' . 

Mas ao invés de dominar, ele passou a ser dominado porque o pai da mentira

66

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 64/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

lançou uma semente de opressão em sua alma. Aquelas palavras estavamimpregnadas de engano e confusão. Ao invés de abrir os olhos e dar entendimento ao homem, elas o escravizaram (Gn 3.4,5).

O pecado cegou e sentenciou o homem à morte e a separação eterna.Este véu permaneceu fechado até que o Verbo vivo (Jesus Cristo) veio aomundo. Ele anunciou: “ 3 Espíritodo Senhor está sobre mim, porquantome ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamarlibertação aos cativos , e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os  oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19 —destaque do autor).

Foi exatamente o que Ele fez por meio de sua morte e ressurreição: noslibertou do jugo da escravidão e da dominação espiritual. Entretanto, precisamos compreender o que aconteceu em nosso espírito e o que está acontecendo em nossas mentes. Ser liberto do opressor não significa, necessariamente, estar livre da opressão, por isso Jesus proclamou uma dupla unção: libertação aos cativos e liberdade para os oprimidos.

Por mais de quatrocentos anos o povo hebreu clamou por libertação.O Senhor ouviu o clamor de seus filhos e enviou Moisés para libertá-losdo seu opressor. Mas Ele conhecia a motivação daqueles corações e sabiaque era necessário tempo para que fossem tratados e a sua mentalidadetransformada.

“E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levoupelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus

disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, evolte ao Egito. Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto doMar Vermelho; e armados, os filhos de Israel subiram da terra do Egito”(Ex 13.17). Eles não estavam preparados para a batalha que seria travadano campo de suas mentes, por isso aquele tempo no “caminho do deserto” seria muito oportuno.

Da mesma forma, Deus está preparando você para a conquista.Entenda que existe um intervalo determinado por Ele entre a promessa

cj milapre. e é neste tempo que somos treinados e amadurecidos para receber e manter aquilo que nos entregará. Na prática, percebo que a maioriadas pessoas não tem dificuldade para conseguir as bênçãos, e sim paramantê-las.

Elas se casam, mas não permanecem casadas. Abrem um comércio,

mas não conseguem mantê-lo aberto e prosperando. Começam e não termi

67

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 65/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

nam, destroem com a mesma disposição com que constroem. Dizem aDeus: “Eis-me aqui” e, de repente, abandonam tudo. Não sabem, de fato,o que querem para si! São imaturas, inconstantes e despreparadas como o

povo hebreu.Durante quarenta anos os hebreus clamaram ao Eterno para seremtirados do Egito. Quando o milagre aconteceu, disseram: “Foi porque nãohavia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?” (Ex 14.11). Tiago disseque este ânimo dobre é perigoso, por isso peça sabedoria a Deus para fazeras escolhas certas (Tg 1.5).

Entrar na presença de Deus é fácil, permanecer é o desafio. Ele nãoquer apenas introduzi-lo na terra prometida, mas qualificá-lo para cuidarde “sua Canaã”. Somente assim você poderá desfrutá-la plenamente.

Para isso, o Espírito Santo matriculou-o na Escola do Deserto. Os testes estão sendo difíceis? Os de Jesus também não foram fáceis (Mt 4.1-11).Nossa carne precisa ser ferida por Deus para ceder à sua vontade. “Porquea carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se

opõem um ao outro, para que não façais o que quereis” (G1 5.17). Entreoutros frutos que o Espírito Santo manifestará em sua vida, a paz e odomínio próprio farão grande diferença enquanto você aguarda pelo cumprimento das promessas divinas.

Aliás, que conflitos você está vivendo neste tempo de tratamento etreinamento com Deus?

En t r e  o  s o n h o  e a  r ea l id a d e

Normalmente, neste tempo de espera, muitas coisas parecem não fazernenhum sentido para nós, pois contrariam completamente aquilo que ouvimos de Deus e cremos através de sua Palavra. Principalmente quando ossonhos que alimentamos durante anos com tanta expectativa, de repente,desmoronam diante de nossos olhos como se fossem pó.

Como entender a traição de um amigo a quem tanto nos dedicamos ou

o abandono de um pai de quem tanto dependíamos? Como aceitar a escolha de uma mãe que deixa os próprios filhos à mercê da vida ou a destruição de um casamento que parecia ser um lar perfeito? E incompreensívelque um filho despreze a segurança de sua casa e prefira os conselhos deseus amigos, quando os seus pais lhe deram o que tinham de melhor.

Como compreender uma morte tão violenta ou a destruição lenta deuma vida por uma enfermidade incurável? Parece irreparável a dor de ser

68

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 66/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

mos trocados por outra pessoa, quando nos dedicamos anos a fio a umrelacionamento amoroso, ou que não sejamos reconhecidos pelo trabalhoque realizamos depois de tantos anos de esforços e dedicação.

“E agora? Onde encontrarei forças para continuar a caminhar ou comoconseguirei acreditar em alguém de novo?”, pergunta o coração machucado pela mágoa, pela vergonha e, às vezes, pela autocomiseração. Saiba queeste tem sido o martírio de muitas pessoas e pode, inclusive, ser o seu.

Então, o que fazer quando os nossos sonhos mais acalentados desabam diante dos nossos olhos e não conseguimos encontrar respostas parao que aconteceu? Como conviver com a frustração ou a decepção de ver

tudo aquilo que acreditamos ruir de uma hora para a outra? Como poderemos reinar em vitória se o pior aconteceu e nos sentimos derrotados?

Se analisarmos com atenção a descrição de alguns fatos registrados porLucas, logo após a morte e o sepultamento de Jesus, descobriremos que oimpacto de uma circunstância pode, realmente, ser tão forte na vida de umdiscípulo a ponto de tirá-lo de sua rota e do lugar onde Deus o colocou

para fazer dele um “mais que vencedor”.Mas, calma! Sempre haverá um caminho de volta para os que se deixamtratar.

N o CAMINHO DE E mAÜS

 Jesus Cristo havia sido condenado, morto e sepultado. Para Cléopas e umoutro discípulo anônimo a decepção foi tão grande que a reação negativa

de ambos foi semelhante a dos demais discípulos que fugiram com medoda perseguição e da morte (Lc 24.13-35).Gosto do fato de não sabermos o nome do segundo discípulo, pois ele

pode muito bem ser eu ou você. Lucas relatou que “no mesmo dia iamdois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujonome era Emaús” (v. 13).

Eles estavam voltando para casa numa condição lastimável. Isso é per

ceptível quando analisamos o tom da conversa entre eles e o “terceiro”homem do caminho. O texto diz que “iam falando entre si de tudo aquiloque havia sucedido” (v. 14,15).

Sabendo que a boca fala do que está cheio o coração, e os discípulos estavam externando a sua tristeza, decepção e inconformismo como que havia acontecido, eles acreditavam que Jesus estabeleceria um reino de paz, conforme havia dito, e que tudo seria diferente em suas vidas.

69

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 67/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Criam que aquele era um novo tempo e que não viveriam mais subjugados, humilhados e perseguidos por seus inimigos, e que o novo rei, emquem haviam colocado todas as suas expectativas, era mesmo o Messias

esperado.De repente, o que era doce se tornara amargo e o que parecia motivo de

celebração se tornara luto em suas vidas. A impressão é que todas as suasesperanças e expectativas morreram juntas com Jesus e que os seus sonhosmortos haviam sido sepultados dentro do túmulo de José de Arimatéia. Ador daquele momento foi tão forte que desistiram de sonhar e tentaramfugir daquela situação deprimente e assustadora.

C h a m a d o s po r  J esus

Um dia, aqueles homens ouviram o chamado de Jesus Cristo para quedeixassem o lugar onde estavam e o seguissem. Eles disseram sim e partiram de Emaús rumo à Jerusalém. De repente, encontramos os dois discípulos numa rota de fuga, voltando atrás sem nenhuma motivação paracontinuar.

 Tudo não havia passado de um sonho para eles. Conhecer Jesus e caminhar com Ele por alguns anos havia sido realmente maravilhoso. E possível que à medida que caminhavam de volta para casa, na contra-mão dopropósito divino, se lembrassem dos momentos gloriosos que haviam vivido ao lado do Mestre. Talvez Cléopas tenha compartilhado com o companheiro, ao longo daquela estrada, da emoção forte que sentiu quandoBartimeu recuperou a visão com apenas uma única palavra de Cristo.

Infelizmente, naquele momento, ele estava cego em relação à promessa de Deus que não havia lugar em seu coração para a alegria semanifestar. E provável que o amigo decepcionado que caminhava aolado tenha concordado e feito menção de tantos outros milagres e mensagens que ambos tivessem presenciado e ouvido, juntamente com osdemais discípulos.

Mas parecia que as muitas palavras ouvidas não haviam encontrado umlugar em seus espíritos ou descido da esfera das suas almas para o esconderijo secreto de seus corações. Não a ponto de manter a paz e o descansonum momento como aquele.

O fato é que eles estavam com medo e aterrorizados com os últimosacontecimentos e por isso decidiram fúgir daquela situação. As coisas pareciam fora de controle e as ameaças do inimigo soavam como um aviso de

que seriam os próximos a ter aquele mesmo triste fim. Eles decidiram70

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 68/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

então sair da zona de perigo onde estavam e voltar à zona de conforto esegurança de onde um dia Jesus os havia tirado.

 Jerusalém parecia um lugar perigoso demais. Certa ocasião, Pedro co

locou-se diante de Jesus determinado a não permitir que Ele entrasse nacidade. Estava convencido por sua alma doente que aquele não era umlugar para Jesus, quando nós sabemos que ali se cumpriria toda a profeciamessiânica. Jesus imediatamente repreendeu aquela influência maligna dizendo: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porquenão compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos ho

mens” (Mt 16.23).Por trás daquelas palavras de Pedro havia uma alma cega sendo manipulada por poderes diabólicos. Cuidado com as suas artimanhas! Certavez, me perguntaram qual era o pior de todos os demônios. Respondi:“Aquele que você sabe que é demônio c ainda assim tolera em sua vida. ()menor de todos será o seu pior inimigo se você o ignorar”. Ele quer impedi-lo de pisar a “terra” porque sabe que o servo do Senhor e a terra prome

tida são os elementos que Deus usará para a manifestação de sua glória.Permaneça em Jerusalém, custe o que custar!

O PREÇO DO CHAMADO

 J esus deixou claro aos seus discípulos que havia um preço a ser pago poraqueles que desejassem viver o sonho de Deus: “Se alguém quiser vir apósmim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me. Porque

aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida poramor de mim, achá-la-á” (Lc 24.24,25).

Ao que tudo indica, os dois discípulos no caminho de Emaús estavammais dispostos a salvar a própria pele do que morrer por uma causa nobre.Assim, voltar para o esconderijo passou a ser o único objetivo daquelesalunos frustrados e obstinados.

Profeticamente Emaús representa o lugar de onde fomos tirados por Jesus (simbolicamente, o Egito) para que pudéssemos viver o propósito deDeus. Não queira voltar. Esta atitude é própria de quem está com medo enão aprendeu a confiar em Deus em meio às adversidades.

Quando estamos diante de um exército inimigo e perguntamos a Deus:“E agora, Senhor, o que vamos fazer?”, a resposta é sempre a mesma:“Siga em frente!”. “Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha

alma não tem prazer nele” (Hb 10.38). Se bem que o que estava acontecen-

71

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 69/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

do com aqueles discípulos não era uma novidade. O povo de Israel apresentou este mesmo tipo de comportamento.

Seus pés caminhavam rumo à Canaã, mas as suas mentes permaneci

am no Egito. Eles mantinham os olhos no leite e no mel da terra prometida, mas o coração nas cebolas e nos alhos da casa da servidão. Infelizmente, até com o que é ruim e escravizador os homens se acostumam.

A impressão que temos lendo o Livro do Exodo é que para Deus “foimais fácil” lidar com faraó do que com os seus filhos. Tirá-los do Egito foifácil; difícil foi convencê-los a mudar de pensamento e entrar em Canaã.Por isso costumo dizer que o problema não é tirar o homem do Egito, maso Egito dele! No caso dos discípulos, por maior que fosse a crise, o propósito divino apontava para Jerusalém e não para Emaús.

Era necessário crer contra a esperança. Abraão foi provado na sua fé e“não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificadona fé, dando glória a Deus, estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer” (Rm 4.18-21). E le também

passou por duras provações para amadurecer a sua fé.Logo que chegou a Canaã, uma fome assolou a terra e Abraão foi tentado a buscar recursos no Egito, uma figura bíblica do mundo. Foi lá queele descobriu que o Egito não tem nada para oferecer a um servo de Deus,senão escravidão e vergonha.

Entenda, portanto, que em Emaús não está a sua fonte nem no Egito asua provisão! Continue confiando em Deus como sua única fonte e recur

so. “Acaso pode Deus preparar-nos uma mesa no deserto?” (SI 78.19).Sim, Ele pode! El Shaday (Todo-Poderoso) é o seu nome.

Cléopas e seu amigo haviam renunciado o conforto e a segurança da .vida baseada em esforços próprios para depender apenas de Jesus Cristo,pois o preço de viver o propósito de Deus é a fé, a renúncia, a obediência,a confiança e o amor íi ondicional porEle7 Este deve ser o lema daquelesque decidiram subir a Terusalém: dependência total de Deus. Voltar a Emaúsé o mesmo que viver na dependência do homem.

E possível que aqueles dois discípulos tivessem crescido e vivido a maiorparte de suas vidas naquele lugar. Talvez pensassem que lá poderiam cercar-se das pessoas que os amavam, dos recursos que dispunham antes do’chamado e não teriam mais que conviver com as hostilidades e a rejeiçãodaqueles que não aprovavam a sua fé e decisão em seguir a Jesus. E possí

vel que estivessem buscando aceitação, apoio humano ou a garantia de não

72

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 70/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

terem que enfrentar novamente a desilusão de acreditarem num sonhoque nunca iria se realizar.

Há quem pense que é preferível não sonhar a ter que lidar com a dor

da espera e a possibilidade de acordar e ver que tudo não passou de umsonho. Ser descrente às vezes é mais confortável, e não lutar parece maisseguro do que correr o risco e perder. Para alguns pode parecer mais fácilfechar o coração e não tentar de novo para não correr o risco de ser feridooutra vez.

Emaús pode ser um bom lugar para os medíocres, covardes e conformados, mas será insuportável para aqueles que desejam o excelente de Deusem suas vidas. A boa-nova é que embora os homens desistam de Deus, Elenunca desiste de nós. Aleluia!

UM ENCONTRO INESPERADO

“E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um aooutro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos delesestavam como que fechados, para que o não conhecessem” (v. 15,16). Per

ceba que o problema era a visão\

Guarde isso em seu coração: “A visão que você tem da vidajjeterminaa vida que você vive!”. Ao me referir à vida, digo “a verdadeira vida” que é

 Jesus Cristo 0o 14.6). Aqueles homens eram discípulos, mas não o conheceram. E provável que tenham chorado muito por causa daquela aparentetragédia, e que a visão de ambos estivesse turva pela dor e pelo sofrimento

daquela hora amarga.De fato, a dor de uma alma pode ser tamanha a ponto de cegar o coração para as realidades espirituais. Neste caso, a falta de visão espiritualtambém pode levar uma pessoa a dizer coisas que contrariem a sua fé e atéas verdades da Palavra de Deus. Isso justificaria o que aconteceu comCléopas e o seu amigo.

Por um momento, vamos tentar imaginar que tipo de pergunta eles

faziam um ao outro enquanto caminhavam estrada a fora: “Por que Deuspermitiu que acontecesse algo tão terrível conosco?”; “Quando poderíamos imaginar que tudo terminaria desse jeito?”; “Por que Deus não nosimpediu se já sabia que tudo isso iria acontecer?”.

A mente dos discípulos estava cheia de porquês! Não é pecado perguntar a Deus por que, mas é bom assegurar-lhe desde já. qne F.le não irá

responder. O próprio Jesus Cristo fez esta pergunta a Deus enquanto este73

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 71/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

ve na cruz. Marcos relatou em seu Evangelho que “chegada a hora sexta,houve trevas sobre toda a terra até a hora nona. E, à hora nona, Jesusexclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que, tra

duzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.33,34).A luz do dia tornou-se trevas para Jesus naquele momento de agonia e

dor. Ele perguntou ao Pai: “Por que?”, e não houve resposta. Mas antes devocê culpar Deus por aquele silêncio revoltante, deixe-me lembrá-lo doque aconteceu algumas horas antes da crucificação.

A DOR DO GETSÊMANI

Um manto de tristeza havia descido sobre Jesus e os seus discípulos enquanto adentravam naquele jardim solitário e sombrio. Durante o tempoem que Jesus orava, os seus amigos dormiam de tristeza. Para alguns, dormir é uma forma de fugir dos problemas, mas o Príncipe da Paz sabia queas horas no Getsêmani seriam decisivas, por isso não poderia baixar assuas armas em meio a guerra espiritual.

Ele havia vindo ao mundo para cumprir o propósito eterno do Pai e

aquele momento era crucial no plano divino. O destino de toda a humanidade estava em jogo. Ele antevia a crucificação, toda a maldição do pecadosendo colocada sobre os seus ombros e a morte cruel que estava reservadapara Ele nas próximas horas. Cheio de tristeza e dor, a sua alma agonizanteclamou ao Pai: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia,não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39).

Ele não estava pedindo a Deus para livrá-lo da cruz, mas da mortesúbita, ali mesmo no jardim. Uma luta estava sendo travada no mundonatural e espiritual. Lucas diz que um anjo o fortalecia enquanto Ele orava.

 Tamanha era a sua aflição de espírito que o seu suor se tornou em gotas desangue (Lc 22.43,44). Ele estava preste a ser identificado com o pecado detoda a humanidade e levado ao madeiro como um maldito.

Embora sua alma estivesse profundamente triste e abatida, o espírito

de Jesus Cristo prevaleceu naquele momento e Ele declarou: “Pai meu, seeste cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade”(Mt 26.42). Ele fez a sua escolha ciente do preço que teria que pagar. Eleescolheu os cravos, os açoites e a morte na cruz para ver o sonho de Deusse realizar.

Por isso o Pai não respondeu a sua pergunta na hora da dor. Jesus sabiaa resposta porque Ele mesmo havia tomado a decisão de ir até as últimas

74

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 72/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

conseqüências em favor do plano divino. Aprenda com Ele a atravessar oseu próprio Getsêmani em oração. Quando os discípulos fugiram, Jesus

permaneceu sereno e enfrentou os seus opositores, não com espada, comopensava Pedro, mas na unção dos príncipes.Se você escolheu viver a vontade e o propósito do Senhor, a resposta

está na sua própria decisão. Não culpe Deus ou qualquer outra pessoa peloque está vivendo.

Você está no tratamento e no treinamento dele. Seja perseverante! Foineste contexto que Jesus afirmou que “o espírito está pronto, mas a carne

é fraca” (Mt 26.41). Aquilo que o seu coracão discerne espiritualmente, asua alma questionará. Por isso não permita que ela o domine. Se ela puder,roubará de você a alegria de viver o propósito diviní>.

Quando prevalecemos em espírito, mesmo que haja sofrimento portermos feito a escolha certa, haverá contentamento por estarmos vivendoa vontade perfeita do Senhor. Não existe lugar melhor para estarmos do

que o centro da vontade de Deus. Quando nos firmamos neste lugar de fée obediência, Ele chama para si a completa responsabilidade da guerra queestamos enfrentando. Ela deixa de ser nossa, para ser a peleja de Deus (2Cr20.15).

Durante toda a batalha no Getsêmani, Jesus via através da cruz o tronoque o Pai havia preparado para F le. Sua vocação era reinar para sempre eestava disposto a viver o plano de Deus até o fim. Vença esta batalha em

oração assim como FJe o fez. “Olhando para Jesus, autor e consumador dafé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.2).

O PODER PARALISANTE DOS SOFRIMENTOS

Depois de caminhar ao lado dos dois discípulos sem ser reconhecido, Jesus lhes perguntou: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais en

tre vós, e por que estais tristes?” (v. 17). Penso que o tom desta perguntatenha sido carregado de estranheza e espanto. Em outras palavras, Eledisse: “Que conversa é essa?”.

Por certo Ele estava admirado de que os seus discípulos, homens de fée coragem, pudessem expressar tamanha frustração diante de um fato parao qual já haviam sido preparados. Embora a situação fosse realmente terrível (e a fé não nega os fatos), eles haviam deixado a decepção, o desânimoe a incredulidade tomarem conta de seus corações.

75

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 73/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Estavam tão focados na crise que não conseguiam ver Cristo nem amaravilhosa promessa da ressurreição. Um coração cheio de fé testemunhará vitória, mas um coração cheio de desilusão falará de derrota. Aquilo

não era um testemunho, mas um “tristemunho”.Sentimentos nocivos haviam dominado completamente as suas mentes

por isso as suas bocas destilavam veneno. Tenho uma Bíblia na EdiçãoContemporânea que descreve a atitude dos discípulos depois da perguntafeita por Jesus de uma forma extraordinária: “Eles pararam entristecidos”.

Confesso que por vezes me pus a pensar neste poder paralisante que ossofrimentos podem exercer sobre a alma de uma pessoa a ponto de fazê-laparar no meio do caminho.

Que mal é esse que amarrou os seus pés para que você não pise a terraprometida? Que sentimento é esse que impede você de amar, de sonhar, dereconstruir, de recomeçar, de viver o sonho de Deus e a sua perfeita vontade? Que força maligna é essa que o faz tremer diante dos gigantes queestão à sua frente?

Seja livre dessa paralisia em nome de Jesus! A fé nunca é o gigante depé. Antes, é o _pc que gisa a terra dos seus sonhos e o coloca no lugar quê" T5cüs preparou para você. Ele pode extrair o melhor do pior e até dastragédias pode tirar doçura para um novo viver.

N ada termina atéque D eus diga que acabou. Você não pode afirmar que estáseguindcTã êsus Cristo e ficar ãHdõ ênTCades-Barnéia. Aquela paradaprovocada pela tristeza poderia ter sido uma oportunidade para os discípu

los reverem a sua escolha e voltarem para Jerusalém. Mas os seus corações,dominados pela tristeza, vomitaram toda a sua decepção e frustração.

D e c e p c i o n a d o s c o m D e u s?

Eles disseram: “Nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; masagora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram” (v. 21). E exatamente assim que nos comportamos quando o

inesperado acontece e a nossa visão está limitada pela circunstância.Confessamos estar decepcionados: “Eu esperava que depois de termos orado tanto ele não viesse a morrer”; “Eu esperava que ela aceitasseo meu pedido de perdão e voltasse a viver comigo”; “Eu esperava quereconhecessem o meu esforço e me dessem oportunidade. Eu lutei a minha vida interia por ela”; “Eu esperava que, após a minha decisão por

 Jesus, isso nunca mais acontecesse comigo”; “Eu esperava..., sinceramen

te, eu esperava...”.

76

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 74/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

Os dois discípulos confessaram a Jesus que sabiam, por intermédiodas mulheres que haviam ido ao sepulcro pela manhã, que Ele não haviasido encontrado, e mais, que havia ressuscitado. E incrível como nestes

momentos de crise nem mesmo a notícia de que milagres estão acontecendo ao nosso redor consiga fazer um coração entristecido reagir positivamente à Palavra de Deus.

A Bíblia diz que, diante de tal incredulidade, Jesus recorreu às Escrituras e começou a discorrer tudo quanto dele havia sido profetizado, nointuito de fazer lembrar aqueles homens de que Deus continuava no controle de todas as coisas mesmo quando não conseguiam enxergar.

Embora tenhamos inúmeras provas e testemunhos em nossas vidas doquanto somos amados e abençoados pelo Senhor, muitas vezes permitimos que as dúvidas tomem conta dos nossos pensamentos e, obstinados,tomamos decisões a partir das nossas dores e não da nossa fé. Por issoDavi advertia sua própria alma, dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios” (SI 103.2).

Mas os discípulos continuavam cegos para tudo isso. Mesmo depoisdaquela pregação particular, eles seguiram em frente, rumo a Emaús. “Jí chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e jádeclinou o dia. E entrou para ficar com eles” (v. 28,29).

O último lugar onde Jesus gostaria de ver aqueles discípulos era ali, nomesmo lugar de onde um dia haviam sido tirados. “Mas Jesus Cristo é o

mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8). Ele nunca desiste daqueles que são chamados para viver os seus eternos propósitos. A morte de Jesus na cruz não deixa margens para duvidarmos de que é capaz de ir àsúltimas conseqüências por causa deste “amor que não muda”.

Ele está disposto a ir conosco ao mais profundo abismo a fim de resga-tar-nos de lá. Saiba que não existe vale tão profundo onde a mão de Deusnão possa alcançá-lo. Mesmo que você não encontre forças para reagir,

abra o seu coração, assim como aqueles discípulos abriram a porta de suacasa.

A br a  a  p o r t a !

Na maioria das vezes, citamos Apocalipse 3.20 para falar de arrependimento aos pecadores. Mas no contexto em que estas palavras foram ditas,o Espírito Santo estava endereçando uma carta à sua igreja e Jesus estava

batendo na porta de um coração crente.

77

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 75/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir aporta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” E possível queEle tenha que bater na porta de uma casa que já lhe pertence? Ao que tudo

indica, sim. Não se admire se Ele estiver batendo na porta do seu coração,mesmo depois de já ter sido recebido como Salvador.

Há uma diferença entre ter um Salvador e um Senhor. A primeira experiência acontece quando reconhecemos a necessidade de sermos salvos eaceitamos a salvação que Ele nos oferece gratuitamente.

Mas, a segunda experiência acontece quando reconhecemos a necessi-dade de sermos santos, que somente Ele tem as palavras de vida eterna eque não podemos ser apenas ouvintes, maspraticantes da Palavra de Deus.Ele é Jeová-Tsdikenu (o òenhor que é a nossa justiça) e também Jeovám’Kadesh (o Senhor que nos santifica).

Certa ocasião, Ele disse: “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e nãofazeis o que eu digo?” (Lc 6.46). Ele pode ser Salvador numúnico ato de fé ’mas precisa ser Senhor numa atitude defépermanente. Alguns discípulos acha

ram que Ele listava sendo duro demais em suas palavras e decidiramabandoná-lo. Eles “fecharam as portas e foram embora”. Entre os discípulos que permaneceram estava Pedro, que mesmo em sua imaturidade decidiu manter a porta aberta e continuar a receber o tratamento necessárioque o levaria a maturidade espiritual (Jo 6.60-71).

A titude para Deus étudo!  Ela não poderá deter os seus sentimentos, mascom certeza impedirá os seus sentimentos de o deterem. A escolha é sem

pre sua!Mesmo sem compreender profundamente, Cléopas e seu amigo de

monstraram a Jesus que desejavam mais do que companhia. Queriam amizade, comunhão e intimidade. Nota-se isso pelo fato de o convidarem paracomer. “E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, oabençoou e partiu-o, e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes” (v. 30,31).

«O poder da comunhão abriu os olhos dos seus nnracnes!  Invista na sua comunhão com Deus e os seus olhos serão abertos para as realidades da fé.“Como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram,nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para osque o amam” (ICo 2.9).

Certa ocasião, ouvi um famoso pregador dizer: “O poder de Deusjião

viaja em palavras, vem de um relacionamento com Ele”. Foi este segredo

78

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 76/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

maravilhoso que transformou a vida daqueles discípulos. Quando os seusolhos se abriram, eles discerniram que estavam fora do seu lugar, que Emaúsera parte da sua velha história e que não poderiam mais viver escravizados

pelo passado. Eles haviam sido libertos pela revelação de Deus. Seus olhosviram o Cristo ressurreto e as suas vidas nunca mais seriam as mesmas.Como os discípulos, deixe o passado passar em nome de Jesus e abra o

seu coração para um futuro cheio de esperança.

O IMPACTO DA RESSURREIÇÃO

Aqueles discípulos receberam o impacto do poder da ressurreição de Cristo e discerniram que em Jerusalém Deus cumpriria o seu plano perfeito eestabeleceria o seu propósito em suas vidas. Imediatamente decidiram voltar ao lugar de onde nunca deveriam ter saído. “E disseram um para ooutro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém...” (v. 32,33).

Minutos antes, aqueles homens atemorizados advertiram Jesus a não

caminhar pelas estradas escuras de Emaús. Naquele momento, o medo jánão dominava as suas almas. Eles mesmos deixaram as suas casas e voltaram apressadamente à Jerusalém porque Deus havia restaurado os seussonhos e reacendido a chama da esperança em seus corações. Havia umnovo cântico de adoração em seus lábios: Cristo vivei 

Em Jerusalém, eles e os demais discípulos foram surpreendidos pelapresença do Messias ressurreto, que declarou-lhes: “Eis que sobre vós en-

vio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que doalto sejais revestidos de poder” (v. 49). Estas palavras estavam relacionadasà unção que desceria dos céus em Pentecostes para capacitá-los a vivercomo testemunhas da ressurreição. Se o seu coração está ardendo em Emaús,prepare-se porque em Jerusalém ele será incendiado pelo poder de Deusl

Em c h a m a s pa r a  D eu s

Simbolicamente, Emaús representa a disposição da nossa alma de poupara nossa carne da morte, de voltar às velhas práticas e de afastar-se de Deus,ignorando o seu chamado e propósito. Ao contrárkx-de. Jerusalém, querepresenta a disposição do nosso espírito de renunciar a própria vontade,ede morrer todos os dias para si mesmo para que o propósito de Deus se—•cumpra e se estabeleça (ICo 9.27; 15.31\ ___-'-

 Jbnquanto~Emaús é um lugar para se escondercom_medo-do inimigo, Jerusalém é o lugar onde a cruz é levantada e todos os inimigos são levados .

79

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 77/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

à vergonha e ao desprezo por causa do triunfo do Rei dos reis e Senhordos senhores, Jesus Cristo (Cl 2.15).

O profeta Isaías anunciou profeticamente que os lugares desertos, queforam assolados por causa do pecado e da desobediência, serão transformados em fontes e que não haverá miragens para nos frustrar. Então,levantem-se no poder desta vida ressurreta, filhos de Sião, e avancem paraa cidade do Grande Deus. Esta profecia é para a sua vida:

“O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e florescerá.Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbadosde coração: Sede fortes, não temais; eis o vosso Deus; ele virá e vos salvará.

Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará dealegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a miragem tornar-se-á em lago, e a terra sedenta em mananciais de águas. E alihaverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imun

do não passará por ele, mas será para os remidos. E os resgatados do Se

nhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre assuas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido”(Is 35.1,3-8,10).

 Tão certo com a luz do amanhecer, Ele virá. “Esta é a voz do meuamado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre osouteiros” (Ct 2.8). Seja forte e não tenha medo, pois o Senhor virá e nossalvará. Não há monte que não possa ser removido com uma fé verdadeiraAinda que ele pareça instransponível, lembre-se que “os que esperam noSenhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e nãose cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40.31).

Nós somos a geração que está voltando para Jerusalém, a cidade dospríncipes. Juntos, cantaremos um novo cântico, dizendo: Digno és detomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu

sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, ènação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a  terra  ’ (Ap 5.9,10 —destaque do autor).

O Deus de Israel está nos revestindo com uma nova unção de poder eautoridade para vivermos este momento profético da história. Assim comoa nova geração nascida no deserto entrou em Canaã sob o comando de

 Yoshua [Josué, na língua hebraica], somos a nova geração de príncipes que

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 78/204

DE VOLTA À JERUSALÉM

tomará posse dos lugares celestiais e reinará com Yeshua [Jesus] em vitóriaaqui na terra e nos céus.

Diante das maiores adversidades, declare: “O meu Deus virá e me

salvará”. Renda-se totalmente ao Espírito Santo e as correntezas do rio deDeus o levarão ã uma nova dimensão de graça, poder e unção, comovocê jamais havia experimentado. Estas águas estão passando entre nós epor onde este rio passar, tudo viverá! O Espírito Santo é livre e não hácomo impedir o seu agir! Observe para onde o dedo de Deus está apontando porque é exatamente ali onde Ele abrirá o caminho. Se E le falou, criaráos meios para cumprir o que disse.

Você deseja receber mais poder em sua vida? Saiba que não há forçasnos céus, na terra ou debaixo dela capazes de impedir o agir de Deus emnós, pãrTTíós ou através de nós lfá um desejo em seu coração de serrénõvãdo e mais cheio do Espírito Santo? Renda-se a Ele sem reservas!

O segredo não está no seu desempenho, mas na dependência do poderde Deus. “Não por força nem por poder, mas pelo meu EspfntõTTtizTTSenhor dos exércitos. Quem és tu, ó monte grande? Diante de [diga o seunome] tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela” (Zc 4.6,7).

Preparese para viver o sobrenatural de Deus.

81

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 79/204

 A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

 T ) ara onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua pre--L sença?”

“Esta é a palavra que desejo que você compartilhe com o meu povoesta noite”, disse o Senhor - no íntimo do meu coração. Estava claro comoo sol que brilhava naquele dia ensolarado e quente o que Deus acabara dedizer durante o meu período de oração e consagração matutina.

Era domingo e, como faço até hoje, busquei a direção dele logo pelamanhã para saber qual era a profecia do dia (porque creio que cada dia tem

a sua profecia particular). Deus foi enfático e não havia dúvida algumaquanto à sua vontade.

Contudo, fiz como Abraão no dia em que o Senhor anunciou a destruição de Sodoma e Gomorra. Depois de muito insistir com Deus, Abraãodisse: “Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor” (Gn 18.31). Eu sabia queseria um atrevimento da minha parte o que eu iria dizer-lhe, mas criei coragem e falei a Deus em oração:

“Concordo que o Salmo 139 é realmente belíssimo, inclusive este versículo

7, que o Senhor acabou de mencionar. Mas, excepcionalmente hoje não

vou poder pregá-lo.” Imediatamente expliquei o motivo pelo qual preten

dia não fazê-lo, tentando ser o mais convincente possível.

“Por tua graça e misericórdia, esta noite vamos inaugurar um novo templo

na cidade vizinha. Se eu pregar este texto sobre o Espírito Santo, certamen

te haverá um grande derramamento de poder. Não que eu não goste. Pelo

83

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 80/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

contrário, amo a tua presença,Senhor, mas o culto  pode se estender e eume atrasarei para a inauguração.”

Você pode estar achando estranha a minha posição, mas vou explicar-lhe. Todas as vezes que a glória de Deus tomava conta da igreja, os cultostinham horário para começar, mas não tinham horário para terminar (issoacontece até hoje, com certa freqüência, para alegria de alguns e aborrecimento de outros). Neste domingo, especificamente, eu realizaria o cul-ono templo sede em nossa cidade e teria no máximo trinta minutos parachegar à cidade vizinha e iniciar o culto de inauguração do novo templo-

Havia sido feita uma grande divulgação. O prefeito e demais autoridades da cidade já haviam confirmado a presença na celebração, além dosmembros e seus familiares, e seria deselegante de minha parte deixá-losesperando ou até comprometer a programação do culto de inauguração,caso a reunião em nossa cidade se estendesse demais. Quando Deus sugeriu aquele texto, logo  pensei: “Esta palavra é perigosa. E melhor tentarnegociar”.

De forma que me atrevi a dizer a Deus:“Senhor, eu estive meditando durante esta semana na Epístola de Pauloaos Efésios, especialmente no capítulo 3, versículo 14, e creio que esteversículo será excelente para uma mensagem esta noite. Para impressioná-lo, até repeti o versículo compassadamente (como se Ele não soubesse), ecom a devida entonação: ‘Por causa disto me ponho de joelhos perante o

Pai de nosso Senhor Jesus Cristo’.”Dito isso, simplesmente agradeci, certo de sua aprovação e compreen

são, e fui tomar o café da manhã pensando na realização daquele culto,embora já tivesse planejado tudo de antemão. Disse a mim mesmo: “Amoo Espírito Santo mais que a minha própria vida, mas esta noite, excepcionalmente, vou evitar falar o seu nome e creio que não teremos maiofes

dificuldades”. Depois de explanar toda a mensagem esta noite, direi à congregação: “Por que causa você se colocaria diante de Deus em oração estanoite?”, pensei comigo.

Por certo todos irão se ajoelhar, cada um fazendo a sua oração particular, de maneira que só terei que concluir, impetrando a bênção final. Maso meu coração não estava em paz e permaneceu ansioso durante todo odia. No horário costumeiro fomos à igreja e o templo estava totalmente

lotado naquele final de tarde.84

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 81/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

 Tudo parecia sob controle desde o início do culto. As orações, os louvores e a mensagem fluíram calmamente. Para compensar o fato de termudado o texto, esforcei-me para dar o meu melhor naquela mensagem

para que ninguém fosse prejudicado com a minha desobediência. No momento certo, fiz a pergunta que já estava em meu coração.A igreja respondeu de pronto, caindo de joelhos, em lágrimas, na pre

sença do Senhor. Confesso que me senti satisfeito quando olhei para orelógio que estava na parede, bem a minha frente, e-vi que faltavam dezminutos para as dezenove horas. Calculei rapidamente: eles podem oraruns cinco minutos, nos outros cinco eu impetro a bênção e às dezenove

horas em ponto estarei saindo daqui. Glória a Deus!Estaria na igreja filial exatamente no horário previsto. Eu me senti no

controle da situação e pensei com os meus botões: “César, você é realmente bom nisso!”. Passados os cinco minutos, pedi a igreja que se colocasseem pé. Eles estavam visivelmente quebrantados. Pedi que levantassem asmãos aos céus e simplesmente agradecessem pelas respostas das orações epelas bênçãos recebidas. Enquanto oravam, estendi a minha mão e comecei a proclamar, calmamente, a bênção final:

“Que a graça do nosso amado Senhor, o Salvador Jesus Cristo. () amoreterno de Deus, o nosso Pai, o ensino, a comunhão e a consolação doEspírito Santo (ops! —pensei —eu não deveria ter dito este nome).”

Na mesma hora os meus olhos espirituais foram tocados e vi, com os

olhos ainda fechados, línguas de fogo que saltavam sobre as cabeças daspessoas como se fossem petecas. Elas se movimentavam de uma extremidade a outra do templo, cruzando entre si, sobre todas as pessoas.

Eu pensei: “Deus, o Senhor não vai fazer isso comigo agora”. Abrimeus olhos com medo do que poderia ver. As pessoas choravam aindamais, muitas já oravam em línguas estranhas e a impressão que tive era quealgo estava para acontecer naquele último minuto de culto.

Definitivamente, Deus estava se movendo ali.Interrompi as orações e pedi às pessoas que abrissem os olhos e olhas-

icm para mim. Os irmãos que congregam comigo  sabem como  sou. Eudisse a eles: “Irmãos, vocês foram abençoados com esta palavra?”. Elesresponderam em coro: “Sim”. Eu me senti um pouco mais aliviado e menos culpado, e expliquei: “Esta manhã Deus falou comigo para que pregasse o Salmo 139.7 e decidi mudar o texto”. Sei que cada dia tem a sua

85

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 82/204

A UNÇÃO DOS  PRÍNCIPES

profecia, mas pensei que Ele não faria questão de derramar esta unção nopróximo culto e expliquei como tudo havia acontecido. Confessei o meupecado e reconheci que havia errado em desobedecê-lo.

Para concluir, completei: “Excepcionalmente neste culto decidi que nãoiria dizer o nome do Espírito Santo, para evitar o que está acontecendoagora. Mas na hora da bênção final, esqueci e o proclamei em alto e bomsom”.

Os irmãos gritaram Aleluia! “Eh!... Aleluia, irmãos? A questão é queestou em cima do horário e tenho que inaugurar um novo templo dentrode trinta minutos, mas há algumas bolas de fogo saltitantes aqui e não

posso dizer ‘amém’ sem fazer-lhes uma pergunta e dar-lhes uma oportunidade”, continuei.

“Se há na congregação alguém que deseja ser batizado com o EspíritoSanto, venha rapidamente até o altar”, convoquei. No mesmo instante,muitas pessoas saíram dos seus lugares e se posicionaram bem diante demim, chorando e adorando ao Senhor. Chamei alguns pastores e líderes

para me ajudarem a fim de ganharmos tempo. Pedi também que ligassempara o pastor da igreja filial e avisassem que estava acontecendo um moverde Deus entre nós, mas que eu logo estaria lá, assim que orássemos pelaspessoas.

Então, pedi ao Senhor que derramasse a sua unção e batizasse compoder aquelas vidas. Na medida em que elas ficavam cheias e oravam línguas estranhas, eu as separava do meio dos demais e as colocava sobre oaltar comigo. O Espírito Santo começou a ministrar pessoas com dons,palavras proféticas e a igreja toda ficou cheia da glória de Deus.

As pessoas no altar e na congregação choravam, tremiam, saltavam emuitas se prostravam no chão em adoração e quebrantamento. Aquele lugar estava tomado pela unção e havia abundância de vida, alegria, poder eautoridade profética. Uma atmosfera de louvor e adoração perfumou toda

a Casa. Naquele final de culto, cento e cinqüenta e três pessoas forambatizadas no Espírito Santo e ficaram cheias do poder de Deus.

O culto terminou depois das vinte e duas horas. Não houve o culto deinauguração da igreja filial e eu aprendi a lição: o Espírito Santo está nocontrole de tudo. Ele faz o programa e o executa da maneira como quer.Ele deixou bem claro para mim naquele dia o significado da profecia deIsaías: “Agindo Eu, quem impedirá?” (Is 43.13).

86

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 83/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Eu já deveria saber isso, pois o meu próprio batismo no Espírito aconteceu quando ainda era membro de uma igreja que não pregava, não cria e

não aceitava este tipo de manifestação de Deus (foi terrível e incrível aomesmo tempo). Noutra oportunidade contarei os detalhes.Quando voltei para casa naquela noite, pedi perdão ao Senhor e assumi

um compromisso com Ele de nunca mais tentar controlar o Espírito Santoou fazer com que abençoasse as minhas idéias ou planos. Entendi que asua vontade é soberana e que nada mais importa a não ser fazer o que Elequer.

Fomos chamados para obedecer!  Se você está numa queda de braços com Elefeito jacó, desista! Se não for do jeito dele não será de jeito algum!

Ele havia preparado para o seu povo naquela noite uma nova unção derestauração e abundância (o número 153 é profético). Você está lembradoda pescaria de Pedro? Confira o versículo 11, do capítulo 21, do Evangelhc >de João. Ele está ligado ao favor sobrenatural que opera em nós medianteO poder da graça, a fim de restaurar-nos à nossa posição de filhos amados,

aceitos e perdoados pelo Senhor.Quando imaginamos que está tudo perdido e que não somos capazes

de viver à altura do seu propósito e chamado, Ele nos surpreende com amanifestação do seu grandioso amor e poder. Ele nos dá o seu Espíritonão por sermos bons ou capazes. Ao contrário, Ele conhece as nossasfraquezas e por isso ordena sobre nós o seu poder.

U n ç ã o  d e  r e s t a u r a ç ã oO salmista disse que ele levanta o pequeno do pó e do monturo ergue onecessitado (SI 113.7). Pedro havia negado a Jesus e chorado amargamente. Depois da ressurreição, Jesus disse às mulheres que o viram ressurreto:“Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós parag Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse” (Mc 16.7).

Não é interessante que somente o nome de Pedro seja citado? É sim

ples. Jesus sabia exatamente como estava o seu coração depois daquelanegação. Justamente ele, que havia tentado impressioná-lo com suaperformance e desempenho. Suas falhas pareciam maiores do que os seusacertos e ele estava frustrado e decepcionado consigo mesmo.

Como Pedro, existem muitas pessoas que se esforçam para mostrar oicu valor e com isso tentam conquistar amor, atenção e reconhecimento.Elas precisam de afirmação e de atenção especial para se sentirem amadase aceitas. São escravas do desempenho.

87

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 84/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Pedro descobriu que os seus melhores esforços não haviam garantidoo resultado esperado e sentia-se um derrotado. Ele havia jurado que nuncadeixaria Jesus e que se fosse preciso, até morreria por Ele. Quando Jesus

foi preso, não temeu apenas os soldados. Uma simples empregada o intimidou e ele fugiu, negando conhecer Jesus e ser seu discípulo (Mt 26.69-75). Mas Pedro não foi o primeiro nem será o último. Adão fugiu da presença de Deus. Elias também fugiu. Jonas fugiu e tantos outros.

E você? Também está vivendo como um fugitivo, tentando escapardeste chamado? Enterrou o seu talento e não se julga capaz? Falhou epensa que Deus não pode lhe dar uma nova chance? As pessoas lhe resis

tiram e está magoado, ferido e decepcionado até mesmo com o Senhor?Incomoda o fato de tantas pessoas serem usadas e receberem tanto deleenquanto você aguarda pelo cumprimento da promessa? Deseja ouvir asua voz, ser cheio do Espírito Santo e um vaso útil em suas mãos?

Não desista porque o milagre está à sua disposição! Pedro tambémestava arrasado na manhã em que Jesus o encontrou depois da ressurreição. Os peixes estavam em greve na noite anterior e a pescaria tinha sidoum fracasso (e esta foi a segunda vez que isso aconteceu com Pedro —vejaLc 5.5).

Os discípulos estavam tristes e aborrecidos, mas Pedro estava arrasado.A tristeza cegou-lhes o coração e quando Jesus se aproximou, não reconheceram que era Ele. Depois de constatar a falta de alimento, Jesus disse:“Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois,

e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes”. Quando João reconheceu que era Jesus, Pedro, que estava nu, cobriu-se com uma túnica e entrouno mar para retirar os peixes.

A presença santa do Senhor nos constrange e evidencia o pecado e avergonha. Adão sentiu a mesma coisa e cobriu-se com folhas de figueira(Gn 3.7,8). Mas Pedro não estava descoberto apenas pela falta da túnica.Estava descoberto espiritualmente e Jesus estava ali para restaurá-lo. De

pois, “Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta  e três grandes peix es e, sendo tantos, não se rompeu a rede  (Jo 21.6,11 —destaque doautor).

Uma única palavra de Cristo é poderosa para mudar toda uma situaçãode derrota, frustração e crise. Ele, que criou os céus, a terra e o mar, nãoteria dificuldade alguma para garantir provisão abundante para os seus dis

cípulos.88

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 85/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Eles comeram juntos e depois daquele momento de comunhão, Jesusaproximou-se de Pedro e repetiu três vezes a mesma pergunta, intercala-damente: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?”. Pedro res-

pondeu-lhe: “Sim, Senhor; tu sabes que te amo”. Então Ele disse-lhe: “Apascenta os meus cordeirinhos”.Novamente Jesus perguntou e Pedro lhe respondeu. Pela terceira vez,

 Jesus disse: “Simão, filho de João, amas-me?”. Entristeceu-se Pedro porlhe perguntar pela terceira vez: “Amas- me?”. E respondeu-lhe: “Senhor,tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascentaas minhas ovelhas” (v. 15-17).

Para cada confissão de Pedro* negando-o, Jesus deu-lhe a oportunidadede afirmar: “Sim, eu te amo”. Ele estava sendo curado ao mesmo tempoem que abraçava o seu chamado definitivamente, uma obra que Jesus sabiaque ele realizaria capacitado pelo seu poder (v. 18,19).

 Jesus não o via como ele mesmo se via. Aquele Pedro inconstante eimaturo, precipitado e inexperiente, amadureceria e cresceria no conheci

mento e na graça do Senhor Jesus. Salomão disse que se o justo cair setevezes, ele se levantará (Pv 24.16). Mais tarde, aquele discípulo, aparentemente desqualificado, escreveria em sua carta:

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tem

po vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem

cuidado de vós. Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em

derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar; ao qualresisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprin

do entre os vossos irmãos no mundo. E o Deus de toda a graça, que em

Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um

pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer. A ele seja

o domínio para todo o sempre. Amém” (lPe 5.6-11).

Deus já leu o último capítulo de sua vida e sabe que você é tudo aquiloque fez de você através de Jesus Cristo. Desista de tentar surpreendê-lo ouimpressioná-lo.

A graça de Deus nos capacita a viver acima das nossas falhas e fraquezas e além das nossas limitações humanas. Naquele encontro à beira dapraia Jesus estava decidido a libertar Pedro daquela escravidão. Cristo insistiu até que ele, enfim, desistiu de tentar surpreender Deus com seu de

89

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 86/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

sempenho e performance, confessando: “Tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo”.

Davi disse a mesma coisa no Salmo 139 enquanto meditava na forma

gloriosa como Deus o havia criado. “Senhor, tu me sondas, e me conheces” (v. 1). Não háninguém que o conheça melhor do que E le. Por isso, não háninguém melhor para revelar-lhe quem de fato você é. Ainda que alguémdiga o contrário, a verdade da sua vida e existência é o que Ele disser. Elesabe tudo ao seu respeito porque o fez.

O salmista continuou: “Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me

no ventre de minha mãe. Os meus ossos não te foram encobertos, quandono oculto fui formado. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foramordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles” (v. 13,15,16).Aleluia!

Leia o Salmo todo e você chegará a uma conclusão: vocêéfruto do sonho de  Deusl  Ele disse esta mesma verdade a Jeremias quando o chamou para o

ministério profético (Jr 1.5). Ele conhece os seus pensamentos e sentimentos, sabe quando você está animado ou desanimado (o sentar e o levantar),sabe quando você está inquieto ou descansando nele (o andar e o deitar) e,por fim, conhece o seu passado e o seu futuro (cerca por detrás e pordiante).

Não há como fugir desta Presença! Jonas tentou, mas descobriu quenão valia a pena, pois era impossível. “Para onde me irei do teu Espírito, ou

para onde fugirei da tua presença?”Aquela noite de domingo foi inesquecível! Deus usou a situação no

final do culto para me ensinar alguns princípios espirituais importantesque levarei comigo por toda a minha vida.

E le ésoberano e tem o domínio sobre tudo. O  que Ele desejar fazer, fará.Quem quiser ungir e usar, usará. O dia da sua visitação, ninguém impedirá.Ele não depende de nós ou das situações favoráveis ao nosso redor paranos abençoar, para cumprir aquilo que nos prometeu ou para estabelecer asua vontade. Ele é Todo-suficiente e as suas promessas têm a garantia dahonra do seu próprio nome. Por isso Davi o exaltou, dizendo: “Tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo” (lCr 29.12).

Embora não dependa de nós, Ele preferiu fazer-nos parceiros da sua

obra na terra. Enquanto esteve na tem, o próprio Jesus dependeu dele

90

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 87/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

para cumprir viver o propósito divino. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós apalavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de

Cristo” (2Co 5.19,20). Paulo disse que Ele nos deu o ministério da reconciliação.

O segredo de trabalhar em sociedade com o Espírito Santo é a confiança. Ele é absolutamente confiável, porém é necessário conhecê-lo profundamente para confiar nele plenamente. Jesus não hesitou quando Ele olevou para o deserto para ser tentado por satanás (Lc 4.1). Depois de aprovado no teste, voltou para a Galiléia no poder do Espírito, e a sua fama

correu por toda a circunvizinhança (v. 14).Quando há falta de revelação ou conhecimento, ou mesmo se ele é

limitado a desconfiança e ao medo, a ansiedade e a falta de paz se manifestam, evidenciando que ainda existem conceitos errados ou falsos padrõesde pensamentos a respeito de Deus e de nós mesmos ocultos em nossasmentes. Conscientes ou não, eles precisam ser eliminados. Caso contrário,

os sentimentos e comportamentos serão sempre os mesmos diante dasadversidades, conflitos e desafios.Mesmo tendo afirmado aos  seus discípulos: “E  eu rogarei ao  Pai, e de

vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre; a saber, oEspírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vênem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, c estaráem vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós. Ainda um pouco, e o mun

do não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis” (Jo14.16-19), eles tiveram medo, fugiram e se esconderam.

Somente depois que o fogo do Espírito Santo desceu sobre eles nocenáculo é que se levantaram com coragem e ousadia para enfrentarem osseus opressores. “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas quetemos visto e ouvido” (At 4.20), diziam eles.

Se já experimentamos o poder do Calvário, precisamos da unção de

Pentecostes, pois somente o Espírito Santo poderá nos capacitar para vivermos o propósito para o qual fomos  criados. Ele transforma o homempor dentro e por fora e nos torna aquilo que Deus deseja que sejamos.

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí háliberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na

mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2Co 3.17,18). Quando o91

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 88/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

fogo do Senhor cai, não dá para continuar coxeando entre dois pensamentos. E necessário tomarmos posição, pois sua unção em nós tem propósitos definidos. Veja como o profeta Elias foi incisivo com o povo de Israel.

Eles estavam divididos entre Jeová e Baal. Acabe e Jezabel haviam oprimido as suas mentes e imposto um jugo maldito sobre eles. Elias dissè:“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada” (lRs18.21).

Quando a unção desceu dos céus e Deus se manifestou diante do povo,não houve como ficar em cima do muro. “Então caiu fogo do Senhor, e

consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a águaque estava no rego. Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com orosto em terra e disseram: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (v. 38,39).

 Jeová revelou sua identidade santa e o povo estremeceu. Elias sabiaquem era Deus e também sabia quem ele era (o nome Elias significa “OSenhor é Deus”). Sua identidade estava ligada a dele, assim como a suatambém está. Oh!Que haja revelação em sua vida em nome de Jesus! 

Naquela noite memorável, quando o fogo de Deus desceu de formatão surpreendente em nossa igreja, vi os ungidos do Senhor transbordarem de alegria, poder e autoridade e se moverem como príncipes em suapresença. Foi um testemunho maravilhoso para todos os que estavam presentes e tem sido assim até os dias de hoje.

Assim como a experiência de Pentecostes não se esgotou naquela noitesobrenatural no cenáculo, temos recebido novas unções do Espírito deDeus. De maneira maravilhosa Ele tem renovado o azeite em nossas lâmpadas (SI 132.17). Todos precisamos desta “unção” vivendo em nós e semanifestando através de nós!

Se você recebeu a Jesus como Salvador, o Espírito de Cristo já habitaem sua vida. Mas se ainda não recebeu o batismo no Espírito Santo, prepare o seu coração. Depois da ressurreição, Ele encontrou-se com os seus

discípulos e disse: “Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.21,22).

A partir daquele momento, Ele passou a habitar nos homens para asalvação e santificação de todos aqueles que crêem em Cristo Jesus. Estapresença bendita gera fortalecimento interior e frutos espirituais. Mas Eledisse também: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a

92

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 89/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

vós”. É bom lembrarmos que Jesus foi enviado na unção do Espírito San- to (Is 61.12-

Além àz_hgk iM çm^ düJBspmío,,Jesusjpwmeteu^ es  j l capadtafM do E spí- 

rito  e os dons espirituais. Lucasregistrou no livro de Atos uma recomendação importante. “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual(disse Ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água,mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destesdias” (At 1.4,5).

Cléopas e o seu amigo entenderam porque deveriam permanecer em Jerusalém. Era uma promessa de Cristo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em

 Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”(At 1.8).

Eles obedeceram àquela instrução e se puseram em oração no cenáculo.Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo

lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuosoe encheu toda a casa. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo epousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo ecomeçaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia quefalassem (At 2.1-4).

O mesmo Pedro que esteve escondido e com medo da perseguição,levantou-se com intrepidez e coragem e pregou o evangelho da salvação àuma multidão curiosa que os observava. Quase três mil almas se agregaram à igreja apostólica que estava nascendo naquele dia na unção e nopoder do Espírito Santo (v. 41).

 Todos nós precisamos deste batismo de fogo! Esta unção é uma promessa e um privilégio para todos os príncipes de Deus.

A PROMESSA DO ESPlRITO SANTO

O Pai tem boas dádivas (presentes) para dar aos seus filhos e respostaspara todas as suas orações. Contudo, não costumo ensinar as pessoas apedirem aquilo que já lhes foi dado através de Jesus Cristo. Ensino-as aexercerem fé e a tomarem posse daquilo que já lhes pertence. A fé nos dáa certeza de que temos tudo aquilo que Deus diz que temos.

Há uma diferença entre aquilo que pode ser e aquilo que de fato é, porque

esperança e fé são duas coisas diferentes. Elas trabalham juntas, mas não93

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 90/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

são a mesma coisa. É correto ter esperança naquilo que “ainda será” anossa realidade quando se trata, por exemplo, da volta de Jesus. Mesmoque exerçamos toda a nossa fé, Ele não voltará hoje simplesmente porqúecremos nisso. Esta será a nossa realidade futura. Contudo, existem coisasque já são reais para nós e que a fé deve se apropriar agora mesmo.

Por falta de discernimento, as pessoas projetam para frente aquilo queDeus está disposto a realizar no momento em que ouviram e creram emsua Palavra. O tempo verbal da fé é o presente, enquanto a esperança trabalha sempre com o futuro. Ela é importante e tem o seu papel específico,mas não pode substituir o lugar da fé em sua vida.

Pense comigo. Deus entregou Jesus Cristo, seu Filho Unigênito. Estepresente já foi dado, portanto cabe apenas aos homens recebê-lo para serem salvos. A graça nos capacita a crer e a exercer fé nesta verdade divina(Ef 2.8). No momento em que você creu e recebeu a Jesus como Senhor eSalvador, foi salvo no mesmo instante. A fé transformou a salvação emuma experiência pessoal.

Não foi necessária uma campanha de fé e oração para que você recebesse a salvação porque Jesus já foi dado a nós. Os que crêem nele recebemsalvação no momento em que o convidam para reinar em suas vidas, e setornam príncipes e herdeiros com Ele. A mesma fé que você usou parareceber a Jesus como Salvador deve ser usada para receber o batismo noEspírito Santo. Ele é fundamental no exercício deste reinado que está reservado a você!

 Joel profetizou este derramamento (J1 2.28,29) e Pedro testemunhou ocumprimento desta profecia com a descida do Espírito Santo em Pente-costes. Ele declarou diante da multidão atônita: “... a promessa vos dizrespeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos  Deus nosso Senhor chamarv   (At 2.39 —destaque do autor). Sendo assim, apromessa também é para você e para mim!

A EXPERIÊNCIA PENTECOSTALVocê foi chamado por Jesus Cristo para reinar com Ele em autoridade, porisso não despreze este revestimento de poder. E maravilhoso, indispensável e você pode recebê-lo. I iberte-se dos falsos pensamentos, sentimentose ensinamentos que foram incutidos em sua mente a respeito deste assunto, impedindo-o de receber esta unção. Não é por merecimento, nem depende de um alto nível de espiritualidade. Essa experiência maravilhosa

94

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 91/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

não cessou com a morte dos apóstolos. Se você buscar o Espírito Santonão receberá um espírito maligno. Essas doutrinas humanas não podeminvalidar a Palavra de Deus.

Esta herança lhe pertence! Os únicos requisitos são ter Jesus comoSenhor de sua vida (porque a herança é para os filhos de Deus) e crer napromessa deste enchimento do Espírito Santo. Caso contrário, não haverábatismo de fogo. Satisfeitas as únicas exigências de Deus, não há nada quepossa impedir esta experiência pentecostal.

Normalmente, ensino os filhos de Deus edirem uscarem e. reçebe ._rem pela fé os dons e novas unções do Espírito Santo. Mas para receber

este batismo de poder não é necessário pedir. Basta adorar a [esus comtoda a força do seu coração, de preferência em vog audível. Ele disse: “Abrebem a tua boca e eu a encherei” (SI 81.101. __ 

O falar em outras línguas é um dom \ ucal, por isso á impomtiu: que a.sua fé seja liberada em palavras de louvor e adoração a Jesus Cristo. Se vocêainda não foi cheio desta virtude sobrenatural, comece a louvar ao Senhor6 a declarar o seu amor por Ele agora mesmo.

Não há hora ou lugar específico para recebê-la. Comece a dizer palavras que o exaltem, engrandeçam e expressem a sua adoração por Ele evocê será envolvido por sua presença agora mesmo. Faça isso na liberdadedo Espírito.

 Jesus Cristo, o Batizador de fogo, está habitando em sua vida (espírito)desde que você o recebeu como Salvador. Ele é o Verbo que está dentre; de

Você. Abra a sua boca e libere a “Palavra vida” em forma de adoraçãosincera e uma atmosfera de glória será formada ao seu redor. E neste ambiente de adoração que o batismo no Espírito Santo acontecerá. Simplesmente adore!

Não há necessidade de pedir: “Senhor, por favor, me batize com o teuEspírito Santo. Tenha misericórdia de mim Senhor e batiza-me”. E,ssasdeclarações expressam a sua falta de fé na Palavra de Deus, porque esta

promessa já está cumprida. Pedro confirmou que o Espírito Santo já haviasido dado: “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebidodo Pai a promessa do Espírito Santo, [Jesus Cristo] derramou isto que vósagora vedes e ouvis” (At 2.33).

Se a presença de Deus está envolvendo você neste momento, não tenhamedo.Você não ficará “possesso” do Espírito Santo. O dom de línguasestranhas é um dom de inspiração. A presença do Senhor envolverá a sua

95

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 92/204

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 93/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

e a dou a quem eu quiser; se tu, me adorares, será toda tua” (Lc 4.6,7). Defato, Cristo estava neste mundo com esta missão. Veio recuperar o cetro deautoridade que havia sido perdido para devolvê-lo às mãos do seu legítimo

dono (o homem), mas não seria negociando com o diabo que faria isso.Como último Adão, o nosso substituto [Jesus] caminhou em obediên

cia e cumpriu toda a justiça divina. “E o Espírito Santo desceu sobre eleem forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia:

 Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mt 3.15; Lc 3.22).Por isso Ele se movia na unção dos príncipes (com autoridade e poder)

í pregando a Palavra, expulsando os demônios e operando milagres e maravilhas (Lc 4.32,36; Mc 1.27). Ele compartilhou esta autoridade com osdoze,depois com outros setenta discípulos e, por fim, com todos os filhosdeDeus (Mt 10.1; Lc 10.1; Mt 28.18). Com sua morte e ressurreição Elenos devolveu a unção original.

Assim, quando nascemos de novo (|o 3.3-7), somosrcsrifajHQS_.attay.csda salva-go à nossa posição originaL...cQmQh£rdeiros-xk.-Cristo Esta~é uação cks 

Çrrntxs. Através dela somos equipados com armas poderosas para o combat-e-espkBtual (2Co 10.4),possuínro m;M vivermos-t» honra-dosprín-dpes enos movermos em fé, regendo a históriacom voz profética. Comande comautoridade, poisanossa posição em Cristo nos confere domínio sobre a temi.

Encontramos um bom exemplo desta relação entre fé, autoridade eVoz de comando na conversa entre Jesus e um centurião, descrita no capítulo 7 do Evangelho de Lucas (v. 7-9). Ele foi à procura do Mestre buscando cura para um dos seus servos. “Dize, porém, uma palavra, e o meuCriado sarará”.

Aquele homem entendia um princípio espiritual poderoso. Deus nos deu estaunção. Obedeça a Deus, exerça o seu chamado e esta unção de autoridade serámultiplicada pelo poder de Deus (Lc 19.17; 24-26). O que você está fazendo como que Ele lhe entregou? ] mmou sohj£,nós o poder do Espírito Santo para

germos testemunhas da ressurreição (At 1.8). Esta é a terceira unção dos príncipes! T2la amplia os nossos termos é aumenta a nossa influência para a glória

de Deus! Por isso, não podemos nos acomodar numa zona de conforto,Ignorando o seu propósito em nossas vidas. Saia deste ninho em nome de

 jesus porque Ele nos fez “águias”.Domínio, autoridade e poder. Nós temos aunção dos reis, profetas e 

Iftcerdotes [tríplice unção] porque o Espírito de Cristo habita em nós.

97

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 94/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Fomos abençoados por Deus no j3den (domínio), resgatados por Cristono Calvário (autoridade) e ungidos com o fogo de seu Espírito no Cenáculo(poder). Ouça a voz de Deus e responda ao seu chamado.

O domínio foi dado a todos os homens (na criação), mas somente osque recebem a Cristo com Salvador e Senhor (na salvação) possuem autoridade para dominar. E sabemos que mesmo os que foram transformadosno espírito e tiveram resgatado o domínio e autoridade, podem ser resistidos por suas mentes oprimidas e se acovardarem diante do propósito, Porisso Ele derrama o seu poder do alto (unção do Espírito Santo). Se não

abraçarmos tudo isso que recebemos de Deus, a sua obra não será impedida por nossa causa, porque a fábrica de fazer “Davis” não pára.Ele nos deu o privilégio de sermos participantes daquilo que o Espírito

Santo está realizando na nossa geração, mas se não nos dispusermos, outros virão e realizarão a sua vontade. Portanto, não abandone o seu lugarentre os príncipes de Deus!

Saul poderia ter reinado até o fim com a honra que o Senhor havia lhe

dado, obedecendo e dependendo dele, mas decidiu agir na força do seupróprio braço e rasgou o seu reino. Ele não entendia que “melhor é obedecer do que sacrificar”.

A AUTORIDADE E A UNÇÃO

A autoridade já está em sua vida, mas o pecado pode miná-la e impedi-la defluir. Ele é capaz de obstruir o fluxo de vida abundante e comprometer a

excelência do seu chamado. A autoridade caminha de mãos dadas com asantidade, por isso não dê lugar ao diabo e ao pecado. Eles podemenfraquecê-la. Em contra-partida, o Espírito Santo pode dinamizá-la como seu poder, através do batismo no Espírito Santo.

Poder e autoridade são duas coisas distintas. Para facilitar a sua compreensão, pense da seguinte forma: todo homem de Deus possui autoridade, mas para que ela possa “funcionar” perfeitamente, é necessário que o

poder do Espírito Santo esteja sobre ela.Na prática, a autoridade é algo que está em nós. A. unçãoirá manifestá-la.A medida que os nossos olhos espirituais vão sendo abertos a cada

nova fase de nossas vidas (segundo as nossas experiências com Deus),nos tornamos mais conscientes daquilo que nos pertence “em Cristo”.Através de um relacionamento constante com Ele, a fé crescerá, se

desenvolverá, e tudo aquilo que já temos passará a ser desfrutado de

98

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 95/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

forma mais abundante. Quanto mais de Cristo conhecemos, mais desfrutamos! Nele está todo poder, autoridade, provisão, paz e alegria. Nósestamos nele e Ele está em nós.

Assim, a grande obra do Espírito Santo não é dar o que não temos,mas revelar aos nossos corações e mentes aquilo que já possuímos. “Aglória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis está emdescobri-las” (Pv 25.2). Portanto, deseje de todo coração conhecer a Deuse a Jesus Cristo através da unção.

O apóstolo João escreveu: “E vós tendes a unção do Santo, e sabeistudo. E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessi

dade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas ascoisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nelepermanecereis” (ljo 2.20,27).

A unção nos leva além do simples conhecimento e nos introduz nolugar de revelação. Jesus afirmou a Pedro que havia recebido uma revelação do Pai quando testemunhou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”(Mt 16.16,17).

Paulo disse aos filipenses que para ele não havia nada mais precioso doque este conhecimento. “Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim, na verdade, tenho também comoperda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus”(Fp 3.7,8).

Este é o ministério do Espírito Santo: levar-nos a este lugar de excelência através do conhecimento [revelação] de Cristo. Somente assimseremos “verdadeiramente livres” de todas as formas de engano e opressão (Jo 8.36).

“Eu sou a tua porção e a tua herança”, disse o Senhor (Nm 18.20). Àmedida que crescermos na comunhão e na intimidade com o Pai, E le mesmo revelará aos nossos corações a riqueza da nossa herança. Ele unge asua cabeça com óleo para que o seu cálice seja transbordante (SI 23.5).

Aquilo que os príncipes deste mundo nunca descobrirão através dasabedoria humana, o Espírito de Deus revelará aos nossos corações através da nossa comunhão com Ele:

“Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito queprovém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadasgratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensi-

99

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 96/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

nadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito

Santo, comparando coisas espirituais com espirituais” (ICo 2.12,13).

Ele é o nosso conselheiro, professor, e também o nosso paracleto   [nalíngua grega, “o que anda ao lado”]. Seu desejo é levar-nos até o fim dacorrida, fazendo-nos completar a carreira e atravessar a linha de chegada.Mesmo podendo contar com a ajuda fiel do Espírito Santo, tenho encontrado homens ungidos que estão paralisados de tristeza, como os discípulos no caminho de Emaús. Da mesma forma, mulheres que foram separadas por Deus e que são amadas pelo Senhor estão vivendo estagnadas e

morrendo espiritualmente.Mesmo tendo a unção à sua disposição, não conseguem caminhar livre

mente porque sofrem do mesmo mal que assolava os filhos de Israel. Comouma águia que carrega os seus filhotes sobre as próprias asas, Deus oshavia tirado da escravidão porque eram para Ele um reino sacerdotal (Ex19.4-6).

Ele falou à nação por meio de Moisés: “Porque tu és povo santo aoSenhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seupróprio povo. O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fósseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo; mas, porque o Senhor vos amou, eporque quis guardar o juramento que fizera a vossos pais, foi que vos tiroucom mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do

Egito” (Dt 7.6-8).Está claro que eles não foram escolhidos por serem fortes, capazesou bons. Deus amou o seu povo! Portanto, não havia motivos para duvidarem do seu cuidado e fidelidade. Ele mesmo declarou através do profeta Oséias: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei ameu filho” (Os 11.1).

A nuvem da glória de Deus (a sua shekinah) estava sobre eles para guiá-

los e introduzi-los na terra prometida, mas mesmo assim temeram as setenações que estavam ocupando o monte da promessa. Deus havia empenhado a sua palavra dizendo: “Não te espantes diante deles; porque o Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e terrível” (Dt 7.21), maseles temeram os inimigos e voltaram para o deserto.

O amor de Deus por eles não mudou, mas o sofrimento foi multiplicado por conta daquela atitude incrédula. A promessa não foi cancelada, mas

o seu cumprimento foi adiado por causa do medo e da insegurança que

100

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 97/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

dominava os seus corações. Paulo disse que o amor “tudo sofre, tudo crê,tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (ICo 13.7,8).

 Todos os homens têm necessidade de se sentirem amados e aceitos.O fato é que desde que Adão foi separado de Deus no Éden, o homem tem chorado e sofrido por conta desta ferida provocada pelo diabo: a nãoaceitação.

Embora Deus tenha amado o mundo de “tal” maneira e provado o seuamor pelos homens entregando Cristo para morrer na cruz, a cegueira

r espiritual dos incrédulos e a cegueira mental de muitos crentes os impe

dem de ver o quanto são amados e aceitos por Deus.A propósito, você sabe por que Paulo estava se pondo de joelhos diante

de Deus em Efésios 3.17-19? Lembre-se que este foi o tema abordadonaquela noite de domingo:

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arrai

gados e fundados em amor,poderdesperfeitamente compreender, com todos os

santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e  conhecer o amor de Cristo , que excede todo o entendimento, para que sejais

cheios de toda a plenitude de Deus.”

Veja que este mal aflige o mundo há muito tempo. Por não crerem, nãoConhecerem ou não compreenderem perfeitamente este amor, a maior parteda humanidade sofre e agoniza mendigando aceitação, proteção, segurança

£ atenção. Tudo isso Jesus Cristo oferece gratuitamente a quem desejar.Observe nas palavras de Paulo que o conhecimento (revelação) deste amorSatisfaz, preenche, completa e torna pleno o ser amado.

E a plenitude do Pai! Mas infelizmente, uma espécie de orfandade ge-?I ieralizada tem marcado a nossa geração, assim como as que viveram antesde nós. O mundo chora porque não crê e alguns crentes choram porquenão crescem. Órfãos e pródigos estão por toda parte. Mesmo os que nãol5o, se sentem assim, abandonados, inseguros, desprovidos.

 Tenho encontrado pródigos dentro e fora da casa do Pai. Alguns a; quilômetros do lar, outros a centímetros de suas portas. Alguns mais moços, outros mais velhos; alguns conformados, outros desesperados. Elesestão por toda parte!

E uma dádiva nascer e uma necessidade crescer.  Ser menino não é pecado,

mas o desafio é nos tornarmos (através da obra do Espírito em nós) va

101

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 98/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

rões perfeitos. Por isso não podemos permanecer nesta infantilidade parasemprê ~

Esta condição de imaturidade emocional e espiritual foi citada porPaulo em sua epístola aos coríntios: “Quando eu era menino, pensavacomo menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisasde menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecereiplenamente, como também sou plenamente conhecido” (ICo 13.11,12).

Esta atitude de olhar para o espelho pode ser um sério problema para

muitos príncipes. Ao saírem de diante dele, muitos não lembram mais desua verdadeira identidade e não sabem quem são. É neste momento que semanifesta uma das piores síndromes que assola o povo de Deus até os diasde hoje.

102

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 99/204

Capítulo

6

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

Omesmo poder paralisante que envolveu a vida dos discípulos no caminho de Emaús tomou conta dos hebreus quando estavam a uni

passo de entrar em Canaã, a terra prometida. A diferença é que a crise de

medo e fracasso que dominou a mente dos discípulos, aparentemente eraresultado do momento que estavam vivendo após a morte de Jesus, enquanto a crise dos hebreus era mais profunda e resultava de algo que jávinha crescendo e se desenvolvendo desde a infância no Egito.

Normalmente, estes pensamentos e sentimentos escravizadores não sãocausados por uma circunstância momentânea, embora alguns fatosmarcantes possam dar início a este processo. Na maioria dos casos, assituações presentes funcionam apenas como um espelho. Elas refletem oque as pessoas carregam dentro de si. A grande maioria traz da sua infância as marcas profundas de um passado de dores e sofrimentos. O resultado destas feridas normalmente é depressão, tristeza, medo, sentimentode incapacidade, insegurança, desconfiança, baixa auto-estima, rejeição evergonha.

Os efeitos são os mais variados, mas a causa destes males é uma só.Mas para compreendermos melhor este assunto à luz da Palavra de Deus,teremos que voltar um pouco na história do povo hebreu e analisarmosalgumas passagens bíblicas relacionadas ao nascimento, vida e chamado deMoisés.

Assim como outros personagens bíblicos que já citamos, ele nasceupara ser um príncipe e viver um propósito maravilhoso ao lado do Senhor.

103

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 100/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Dos palácios e masmorras egípcios até o deserto e as fronteiras de Camã,descobrimos como Deus pode tratar com um homem e um povo para quevivam a excelência de suas promessas. Prepare-se porque esta viagem será

empolgante!Estou orando para que o Espírito de Deus o leve a um lugar onde você

ainda não esteve, um lugar de cura e restauração total. Você não precisa termedo do “novo”! Mesmo que Ele remexa os seus sentimentos mais secre- “tos você estará seguro nas mãos He Jeová Ráfárcf Medícõlfõs"médicos.

Ele certamente tocará todo o se r sc le repente doer, não tente '

impedir esta investigação. O lugar onde doi e exatamente onde o problemaestá_alojado. Como escreveu o salmista a respeito dos hebreus: “Entãoclamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição” (SI 107.19,20).

O ALERTA DA DOR

É óbvio que não gostamos de sentir dor e procuramos logo um analgésicopara evitá-la. Entretanto, a dor é positiva quando discernimos que funciona como um alerta do nosso corpo, dizendo: “Alguma coisa aqui não estábem”.

Vocêjá sejpegou sentindo uma dor profunda em seu peito sem explicação? Uma tristeza repentina, aparentemente sem nenhuma razão de ser?Uma irritação crescente que às vezes se torna raiva e, namaioria dasvezes,sem justa causa? Não me refiro somente às doenças psicossomáticas (gera

das pela mente), mas a uma série de dores causadas por feridas emocionaise principalmente por padrões de pensamentos doentios. Existem pessoasem todos os lugares com estes sentimentos sem saber como tratá-los e nãobasta dizer —“deixe para lá”.

Esteja atento a estes “alertas”. Esta tristeza, que surge repentinamente,sem nenhuma explicação aparente, provém de uma mente padronizada eoprimida. Estes registros estão no seu incohsciéntêjDu suEconsciente,por

isso você não consegue explicar a razão desta dor. Não se esqueça que ospensamentos (informações-padrão) criam os sentimentos que geram oscomportamentos.

Para que uma informação se torne um padrão de pensamento terá qneser aceita como “verdade”. Não são simples acontecimentos, mas situações marcantes que imprimiram em nossas mentes um registro permanen

te. Nem sempre eles são conscientes. Em alguns casos, as pessoas fazem

104

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 101/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I.

até questão de esquecê-los. São traumas, lembranças e feridas normalmente provocados por palavras ou situações.

Se estas dores não forem tratadas corretamente, não serão curadas. Muitos tentam justificar estes sentimentos (não-aceitação, frustração, isolamento,impotência, indignação, indisciplina, timidez, angústia, desânimo, revolta)como sendo temperamento, personalidade ou “gênio ruim”. Mas, no fundo, elas estão doentes, em crise consigo mesmas e precisando de ajuda.

 Talvez você esteja sofrendo destes males e precisando de cura e libertação. Responda as perguntas a seguir e faremos um diagnóstico básico da

sua situação.Dói quando você observa o comportamento das pessoas ao seu redor

e tem a impressão de que não o aceitam como é? E, por mais que vocêfaça, não consegue agradá-las ou viver à altura de suas expectativas? Vocêse sente frustrado por não conseguir ser melhor e rejeitado por causa dassuas limitações? Tem vontade de se afastar destas pessoas?

Dói quando você quer “muito” fazer uma determinada coisa, mas sesente incapaz de realizá-la? Você fica com raiva de si mesmo, se sente culpado por não conseguir e com medo de ser taxado pelas pessoas de incompetente? Calma, nós já estamos terminando.

Quando ouve uma mensagem a respeito de vitória sobre o pecado evida de santidade, tem a impressão de que é tudo o que você mais quer,mas que será um desafio praticamente impossível atingir aquele nível de

retidão? Sente-se triste por não alcançá-lo?Você se pega profundamente desanimado, perguntando a si mesmo:

“Por que o bem que eu quero, este eu não faço, mas o mal que eu nãoquero está sempre diante de mim?”.

Se a sua resposta for afirmativa para algumas dessas perguntas, vocêpode estar sofrendo do mesmo mal que assolava uma geração inteira dehebreus depois da morte de José. Um mal que cresceu com eles durante os

anos em que foram prisioneiros no Egito e que teve o seu ápice em Cades-Barnéia, quando estavam a um passo de Canaã.

Vou explicar-lhe como tudo aconteceu.

Um l u g a r  d e s o f r i m e n t o  e e s c r a v i d ã o

Depois que Jacó subiu com a sua família para viver no Egito, a convite de José, o filho que havia se tornado príncipe naquela terra, a sua descendên

cia multiplicou-se grandemente. Porém, diz o relato bíblico: “Morreu, pois,

105

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 102/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

 José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Depois os filhos deIsrael frutificaram e aumentaram muito, multiplicaram-se e tornaram-sesobremaneira fortes, de modo que a terra se encheu deles” (Ex 1.6 7). Va

mos usar esta fase da história como ponto de partida para que você enten  díTíTmêntalidade do povo hebreu quando Deus o chamou para sair docativeiro.,, ~

O novo rei que se levantou no Egito não conheceu a José e temeuque aquele povo se levantasse em guerra contra os egípcios e decidiuescravizá-los com amarguras e servidão. Quanto mais os oprimia, mais semultiplicavam.

Faraó tentou usar as mãos de duas parteiras para matar os meninosrecém-nascidos, mas elas temeram a Deus e não o fizeram. Porém, o reiordenou que todos os filhos nascidos entre os hebreus fossem lançadosno Nilo. Faraó é uma figura do diabo, que “não vem senão para roubar,matar e destruir” (Jo 10.10).

Neste contexto de tantos sofrimentos e escravidão, nasceu o pequeno

Moisés, que foi parar no meio das águas do rio (dentro de um cesto) e,estrategicamente, nasmãos da  filha do Faraó que o  adotou (leia os detalhesda história em Êxodo 1—2).

Aquele menino havia nascido para um propósito muito especial e Deusnão estava disposto a negociar seu plano com o inimigo. O mesmo aconteceu com você! Quando Ele decide exaltar um filho seu e colocá-lo comopríncipe (cabeça entre o seu povo), mesmo que o inimigo planeje a sua

destruição o Senhor reverterá a maldição em bênção. Usará as mesmasarmas do inimigo contra ele e sem que perceba, o usará para treinar aquele _que o destruirá. V ocênasceu para viver o propósito de Deus]  k

Nãojarn.ente os acontecimentos (mesmo que sejam terríveis) nem murmure contra o Senhor. As águas de um rio pareciamjoma ameaça mortalpara Moisés em seus primeiros dias. Muitos anos depois, Deus (que sem-prè~vjTãlenr3o que pensamos ou imaginamos) abriu um caminho no meio

do mar j jara que ele e o seu povo passassem a pé enxuto.Não importa n prm,nbn Hn_probIema. o que importa éa grandeza do, *

nosso Deus. Seja um rio, um mar, uma fornalha ou uma cova .profunda,Ele empre vai à frente brin jm aminho no meio do impossível punique os seus príncipes caminhem em triunfo acima las circunstâncias!

“Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quan

do passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te sub

106

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 103/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

mergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arde

rá em d. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador.

Visto que foste precioso aos meus olhos, também foste honrado, e eu te amei,

assim dei os homens por ti, e os povos pela tua vida” (Is 43.1-4).No lugar onde você foi humilhado, Deus o exaltará, pois somente Ele é

capaz de extrair vitórias dos fracassos e tirar o melhor do pior. Mesmoquando não percebemos sua mão agindo em favor de nossas vidas, Elecontinua no controle de tudo porque é soberano.

A história de Moisés é um relato maravilhoso de como “todas as coisas

cooperam para o bem daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Não são algumas, várias, certas, mas todas as coisas.

No lugar onde o servo de Deus foi colocado indefeso (as águas damorte), ali Deus o levantou forte e revestido de poder (a travessia do mar).A sepultura que o rei do Egito abriu (nas águas) para o servo de Deus.serviu-lhe posteriormente de sepulcro. “O Senhor tem o seu caminho natormenta e na tempestade, e_as nuvens são o pó dos seus p£s” (Na 1.3).

Vamos voltar ao início da história e observar como Deus opera e usa osfatos da vida, até mesmo os trágicos, para “co-operarem” (operarem emparceria) com os seus santos propósitos. Depois de ter sido livre da morteprematura, Moisés foi adotado como filho pela princesa do Egito. Ele cresceu dentro do palácio com todas as honras de um príncipe e foi educado etreinado para reinar sobre aquela terra.

Mesmo sem compreender a profundidade do plano de Deus, ele estavaenvolvido na promessa feita a Abraão e na grande obra que o EspíritoSanto realizaria para estabelecer sobre a terra o governo do Príncipe daPaz. Durante quarenta anos ele permaneceu ali, de acordo com o planodivino, para descobrir quem era. Sua identidade, personalidade e caráterestavam sendo formados à partir das informações recebidas desde a sua

Infância até a sua maioridade no Egito (figura do mundo).I d e n t i f i c a ç ã o  c o m a  d o r  a l h e ia

Certo dia, aquele jovem hebreu sentiu no peito uma comunhão profundaCom a dor de um de seus irmãos. Ele estava sendo afligido por um egípcio

' e Moisés decidiu livrá-lo de suas mãos na força de seu próprio braço. Semlaber, Moisés já estava se movendo em função do seu chamado e do pro

pósito pelo qual havia nascido.107

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 104/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Moisés provavelmente era um homem forte e habilidoso num combate, pois prevaleceu contra o egípcio: “E olhou a um e a outro lado e, vendoque não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia” (Ex

2.12). E curioso que ele tenha olhado para os lados e não para cima, deonde Deus o observava. Pense nisso quando decidir fazer alguma coisacontrária à sua vontade.

Mais dia, menos dia, o que estiver oculto acabará sendo revelado (Mt10.26). Embora Deus tenha nos dado posição de cabeça e nos colocadonum lugar de autoridade, temos que aprender a confiar e a depender somente dele, e não da nossa capacidade humana. O salmista nos deu um

sábio conselho quando disse: “Não confieis em príncipes, nem em filho dehomem, em quem não há salvação” (SI 146.3).

Diz a história que, no dia seguinte após o assassinato, Moisés tentouinterferir numa contenda entre dois hebreus e ouviu a seguinte acusação:“Quem te tem posto a ti por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me,como mataste o egípcio? Então temeu Moisés, e disse: Certamente estenegócio foi descoberto” (Ex 2.14).

A notícia chegou ao conhecimento de Faraó que decidiu matá-lo. Contudo, Moisés fugiu para Midiã e ali se casou com Zípora, filha do sacerdote. Interessante como, de tempos em tempos, o inimigo (que não haviaconseguido abortar o propósito de Deus no início) se levantava com aintenção de matar o príncipe do Senhor. E essa não seria a ultima vez emque ele tentaria dar cabo dele.

Um n o v o  c ic l oNossas vidas são feitas de ciclos, assim como as estações do ano.

No caso de Moisés, um novo ciclo iniciou-se desde que pisou as terrasde Midiã. Ele levou quarenta anos no Egito para saber quem era, e levariaos próximos quarenta para descobrir que não era nada, não na força do seupróprio braço. E o deserto contribuiria no processo de libertação da falsaidentidade construída em Moisés no Egito. Por este caminho todos nós

teremos que passar a fim de esvaziar-nos de nós mesmos para sermoscheios de Deus.

Durante muitos anos ele viveu uma vida pacata como peregrino naquela terra estranha. Deus estava esgotando todas as suas forças para que elepudesse viver, a seu tempo, o propósito para o qual havia nascido. Ele temo momento certo para revelar-se a nós. N enhum dia éigual ao outro e cada dia  tem a sua proferia. V iva cada um deles como se fosse único, esperando pela presença do  

Senhor.

108

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 105/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

 Tudo parecia tranqüilo e calmo naquela manhã quando Moisés decidiulevar o rebanho de seu sogro para pastar em Horebe, o monte de Deus.Creio que ele já havia se acostumado com a rotina de levar os rebanhos

para pastar e passar a maior parte do tempo na companhia das ovelhas.Aliás, além do som provocado pelos ventos orientais, o balido dos ani

mais era a única coisa que ele ouvia naquele deserto. Possivelmente aqueledia seria como todos os demais —pensava Moisés —uma mesmice. Ele sónão sabia que Deus havia guiado os seus passos para lá, propositalmente, eque ouviria algo naquele dia que mudaria a sua vida para sempre.

O Espírito do Senhor havia agendado um encontro entre ele e o grandeEu Sou num pequeno arbusto típico daquela região desértica. A sarça iriaarder naquele dia glorioso.

Confesso que me surpreendo com os métodos que Deus usa para chamar a nossa atenção! Afinal, quem poderia imaginar uma apresentação comoessa: o Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, numa sarça ardente.Pode parecer estranho e até curioso, mas havia um significado muito espe

cial naquela visão.A SARÇA AINDA ARDE!

A sarça representava a natureza do homem em toda a sua fraqueza, fragilidade e impotência, sendo envolvida pela glória e pela presença de Deusgem ser destruída. O escritor aos Hebreus disse que “o Senhor é fogoconsumidor” (Hb 12.29). O que Moisés estava vendo profeticamente, Paulo

Itia confirmar, séculos depois, à igreja de Corinto: “Temos, porém, estetesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, eOão de nós” (2Co 4.7).

No calor escaldante do deserto era comum um arbusto seco como aquelele incendiar, mas era incomum ficar tanto tempo em combustão e não seConsumir, pelo que Moisés disse: “Agora me virarei para lá e verei estamaravilha, e por que a sarça não se queima” (Ex 3.3). Imagino que, naquele

Womento, Deus dizia consigo mesmo: “Aproxime-se, Moisés, porque tenho uma revelação para você da qual jamais se esquecerá”.

De repente, uma voz se fez ouvir no meio do fogo: “Moisés, Moisés!Respondeu ele: Eis-me aqui. Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira01 sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. Dissemais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o

Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus”

109

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 106/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

(v. 4-6). O deserto em si mesmo não tinha nada de especial, mas a presençade Deus que estava ali fez daquele local um lugar sobrenatural.

Não importa onde ou como você esteja, se a glória de Deus o envolver,

um novo kairós  (tempo, na língua grega) romperá em sua vida anunciandoque um novo ciclo começou. Observe se Deus não está chamando a suaatenção para algo novo que Ele deseja realizar em sua vida (ou você aindapensa que este livro chegou em suas mãos por acaso?).

Moisés estava entrmdonuma nova dimensão de graça e revelação espiritual. Dentro de alguns instantes, as vendas espirituais que estavam sobreos seus olhos seriam tiradas e ele saberia, a partir daquela experiência dian

te da sarça ardente, quem era D eus e quem ele era dentro do seu plano poderoso. Foiali, naqueía atmosfera de glória, que Deus revelou a ele o firme propósitode tirar o seu povo daquele lugar de escravidão e introduzi-lo na terra quehavia sido prometida a Abraão e a sua descendência.

A CRISE DE IDENTIDADE DE MOISÉS

“Eu conheço os seus sofrimentos”, disse o Senhor a Moisés, referindo-se

a vida de escravidão que o seu povo estava vivendo, que não é diferentedaquela que muitos estão vivendo ainda hoje. Eles haviam sido reduzidosde cabeça à cauda, estavam oprimidos e envergonhados debaixo de um

 jugo que somente o poder de Deus poderia quebrar.„Da mesma forma. Deus conhece os.seus sofrimentos e a vergonha que

cobriu a suaj0da_por.causa.dos opressores. Por isso, Ele está falando ao

seu coração anunciando que é chegado o tempo da sua libertação. “A gora, pois vem... ”  O convite feito a Moisés, para que se rendam ao chamado divino e vivam o propósito de Deus na sua existência, é o mesmo que tem sidofeito às gerações que vieram antes e depois dele.

Deus estava revelando a Moisés esta verdade: “Agora, pois, vem e eu teenviarei a Faraó, para que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel.Então disse Moisés a Deus: ‘Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito

os filhos de Israel?’” (v. 10,11 —destaque do autor).A reação de Moisés à revelação do plano de Deus é semelhante à atitu

de de outros personagens que estudamos até aqui e da maioria das pessoasem nossos dias. Havia em sua mente um sentimento de impotência e incapacidade que o dominava. Embora a sua infância e juventude tenham sedesenvolvido dentro do palácio, a cultura escravagista estava implantada

em sua mente pelos egípcios.110

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 107/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

Ele havia sido criado por sua própria mãe e, provavelmente, conviviacom a sua irmã. É possível que em algum momento sua mãe tenha lhe

contado a sua verdadeira história: “Não se iluda, meu filho, com a glóriadeste palácio. No fundo, você é um escravo como os demais, e este não é oseu lugar”.

 Talvez, durante as noites, ao invés de dormir, Moisés ficasse a pensar:“Se eu não sou um príncipe, porque estou aqui? Mas se eu sou realmenteum escravo, porque estou vivendo em um palácio? Onde éo meu lugar?  ”.

Sem perceber, Moisés estava influenciado pela “síndrome de gafanho

to”, que fazia com que ele, assim como o seu povo, se sentissem pequenos,fracos e indefesos diante dos seus inimigos. Foi por este motivo que Deusdesviou a rota pelo deserto quando o povo foi retirado do Egito. “K aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Paraque porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito”(Êx 13.17,18).

Havia duas estradas para Canaã, mas Deus evitou a mais curta, pelaterra dos filisteus. Era possível que a cada quilômetro eles tivessem queenfrentar os inimigos que tanto aterrorizaram os espias e os fizeram desistir da promessa (leia Nm 33). Nem sempre o caminho mais curto é oÇatoinho melhor e as facilidades não produzem nada de glorioso em nós.Então, não lamente. O que você não compreende agora, discernirá depois.

O deserto era necessário. Moisés já estava lá e, logo mais, todo o povo

adentraria o lugar onde a soberba, a obstinação, a justiça própria e a carne seriam enfraquecidas e mortas. Aquele sentimento de inferioridade eincapacidade tinha que ser arrancado e destruído. O diabo usou a situação em que eles estavam (escravidão) para impor a sua dominação. Elequeria impedir o propósito divino neutralizando a potencialidade do povode Deus. E assim que ele faz até hoje, privando as pessoas de recursos einformações.

A ignorância é uma das armas mais poderosas para manter um povoescravizado. Por falta de conhecimento as pessoas se tornam limitadas edependentes, e fáceis de serem manipuladas. Observe como os governosfazem isso normalmente. Mas Deus está mudando a história da nossa geração através da revelação de Cristo. “E a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da

111

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 108/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

unção” (Is 10.17). Receba esta palavra em sua vida. O Senhor restituirá osanos que foram consumidos pelo gafanhoto em nome de Jesus (J1 2.25).

A CRISE DO CHAMADOA primeira reação de Moisés ao plano de Deus foi negativa: “Quem soueu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.11).Diante da grandeza daquela missão, ele externou toda a insignificância queestava em sua mente em relação a si mesmo, dizendo: “Quem sou eu?”.Ele teve medo de assumir a posição de domínio e autoridade que Deusestava lhe oferecendo porque vivia numa terrível crise de identidade.

Moisés deve ter pensado: “Como posso declarar liberdade aos outrosse eu mesmo sou escravo de uma situação semelhante?”. Ele já havia tentado usar a sua força contra aqueles dominadores e o resultado foi que elemesmo teve que fugir e esconder-se para não morrer. Segundo o seu ponto de vista, aquela revelação divina não fazia sentido.

Muitas pessoas pensam que dizer a Deus que a obra é muito grande, eque não são capazes, é um ato de humildade. Mas não é! Isso é orgulho. Aquestão não era “quem era Moisés’’ para libertar os hebreus, mas “quemera Jeová”, o grande Eu Sou, para cumprir a promessa na vida do seu povo.

' Precisamos mudar o foco das nossas vidas!Os olhos de Moisés estavam voltados para si mesmo e não para Deus.

Por trás desta aparente humildade está o orgulho. No fundo, ele sabia quehavia nascido para aquela obra de libertação, tanto que tentou livrar um

hebreu das mãos do seu opressor. A frustração e o medo surgiram quandoele descobriu que o braço do homem não garante vitória.

Isso é próprio do homem que deseja [sim] viver os sonhos e propósitos divinos [mas] a partir de sua própria capacidade. O salmista chegou aconclusão que “um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem ohomem valente se livra pela muita força” (SI 33.17). Para que aquele cerco de escravidão fosse rompido, Deus precisaria libertar Moisés daqueleorgulho e curá-lo daquele medo, revelando-se a ele como o único Deus

 Todo-Poderoso.E/eésua única fonte de poder?  Não há forças em nós mesmos para trans

formarmos os sonhos de Deus em realidade. Somos totalmente dependentes dele. O salmista disse isso claramente: “Uma vez falou Deus, duasvezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus” (SI 62.11). Esta é a

principal lição na escola do deserto.

112

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 109/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

Não se espante se você também está na prova, porque chega o dia emque todos somos submetidos aos testes de aprendizagem. Muitos são aprovados, outros não, e alguns ficam para recuperação. Para o povo hebreu,

uma viagem de poucos dias tornou-se uma experiência de quarenta anos.Atitudes semelhantes à de Moisés, por exemplo, podem ser encontra

das em várias partes da Bíblia. Quando Jeremias foi chamado para viver oseu papel na história, ele disse: “Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar;porque sou um menino. Mas o Senhor respondeu: Não digas: Eu sou ummenino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandardirás” Qr 1.6,7).

Parece que a história se repete todas as vezes que alguém é chamadopara viver o sobrenatural de Deus. Se for a sua situação, receba esta profecia:

“Não temas diante deles; pois eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor.Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse-mc o Senhor:Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. ()lha, ponho-te neste dia

sobre as nações, c sobre os reinos, para arrancares e derribares, para des-truíres e arruinares; e também para edificares e plantares” ()r 1.8-10).

 Tome posse desta Palavra procedente do trono porque Aquele que falou vela de suas palavras para as cumprir (v. 12). Enquanto Deus afirmavaa sua fidelidade a Jeremias, Gideão a questionava. Ele reagiu da mesmaforma que Moisés e Jeremias quando o Anjo do Senhor o encontrou ma

lhando o trigo no lagar. Você está se lembrado do segundo capítulo?O Anjo o saudou, chamando-o de homem valoroso e disse: “Vai nesta

tua força, e livra a Israel da mão de Midiã; porventura não te envio eu?” (Jz6.14). Seu valor era indiscutível, mas ele mesmo não reconhecia isso. Elerespondeu: “Ai, senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minhafamília é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai  ” (v. 15 —

destaque do autor).Você já consegue dgtectar „a síiidrome-de--gafanh.QtQ?JSlí?s. três exemplos, notamos o mesmo padrão de pensamento. Eles mantinham os olhosfocados em si mesmos e nas suasJncapacidades e não no Deus Vivo que>os chamava para reinar com Ele. Foi necessário que o Eterno reafirmassea sua presença junto dos seus príncipes para que a obra divina fosse realizada. Bem afirmou quem disse que “Deus não chama os capacitados, mas

capacita os chamados”.113

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 110/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

P r e s e n ç a   c a p a c i t a d o r a

Quando Moisés indagou: “Quem sou eu?”, a resposta imediata do Senhornão foi outra senão a afirmação de sua presença. “Respondeu-lhe Deus:

Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te emiei:Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte” (Êx 3.12).

A nossa identidade está associada a presença de Deus conosco. Por issoEle chamava a atenção de seu servo para si. Somente uma revelação de suanatureza, caráter e poder poderia restaurar a visão de Moisés e convencè-lo

que ele era apenas o instrumento ou canal pelo qual o próprio Deus libertaria o seu povo. Enquanto os seus olhos permanecessem voltados para asua natureza fraca e limitada, ele permaneceria naquela crise de identidade,resistindo ao chamado divino.

A confusão mental que o dominava o impedia de tomar posição aolado do Senhor. Ele não compreendia que a obra de Deus na terra Elemesmo realizará, mas temos o privilégio de sermos co-participantes. Por

incrível que pareça, descobri que algumas pessoas em crise de identidadepensam que são Deus! E verdade. Elas me dizem: “Bispo César, eu não  consigo ficar sentado em banco de igreja. Eu preciso fazer a obra de Deus”.

Eu sempre pergunto: Você é Deus ou vice-Deus? E elas dizem assustadas: “Nãõ, é clirõ que irnlõlsou Deus”. Depois, eu concluo: “Então nãofiá como você fazer a obra de Deus. No muito, você pode fazer o serviço,dos homens porque a obra de Deus EÍe mesmo faz. Continue sentadinhoaí e deixe E)eus tratá-lo”.

 Toda pessoa boa de banco é boa de púlpito. Normalmente, estas pes-soas são escravas da-.performance_e do fazer’ Precisam disso pata sesentirem bem, úteis, valorizadas, amadas e aceitas por Deus e pelas pes-soasTíHas aindâTnão descobriram que o “ser” vem antes do “fazer”. Pqj; 

isso fomos criados seres humanos e não fazedores humanos.

 Talvez você esteja pensando: “Não é o meu caso, graças a Deus. Aliás,eu nem quero me envolver na obra e no ministério. Prefiro sentar e ouvir.No muito, ser um bom crente, ir à igreja todos os domingos e viver a vidatranqüilamente. Não dou conta nem dos meus problemas, como vou querer ajudar outras pessoas?”.

Parece bonita a sua atitude, mas a crise é a mesma.Primeiro, porque você tem o seu papel no corpo e ainda que fosse o

dedo mindinho teria a sua função. Conformismo é o mesmo que estagna

114

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 111/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

ção. Cuidado, “água parada cria bichos!”. Você foi criado para um propósito e não pode enterrar o seu talento (Lc 19.20-27). O problema não estáem querer fazer. A dificuldade surge quando as pessoas fazem sem saber

c|uemsão. Elas são feridas no campo de batalha, adoecem e até morrem.Se, porventura, a sua decisão de não se envolver é fruto de algumadecepção no ministério, então por trás desta aparente calmaria existe umatensão quieta, que não é paz.

Vamos imaginar esta cena num aconselhamento pastoral. Elias (nomeque criei para o personagem em crise) acabou de ouvir a minha colocaçãoe decidiu justificar a sua atitude: “Você está dizendo isso porque não sabe

o que passei e ainda tenho passado. Estou de pé pela graça de Deus. Tiveque orar muito, jejuar e até pedir orações para me levantar outra vez. Envolvi-me com a obra de Deus e só me machuquei. E se não bastasse aslutas dentro da igreja, ainda vivo batalhas terríveis dentro de casa. Pareceque todos os problemas caem sobre mim. Talvez seja porque me dedicocompletamente àquilo em que me envolvo. Sofro com os problemas e in

 justiças de quem está a minha volta e me sinto culpado por não conseguirmudar a situação. Por isso me cansei e me afastei de tudo. Decide me isolare não me envolver com mais nada. Embora as pessoas pensem que souforte e estou sempre bem, mas por dentro só eu sei os conflitos que enfrento. Por mais que ore e peça a Deus, parece que nada muda”.

Bem, se este desabafo imaginário expressa um pouco do que você temvivido, eu só posso dizer-lhe uma coisa: você precisa de ajuda.

A escravidão da performance está esgotando você espiritualmente. Vocêvive uma crise semelhante a que o profeta Elias viveu depois da experiência vitoriosa no Carmelo. Ele sentia-se tão injustiçado, esgotado, cansado,decepcionado com os homens e com Deus que chegou até a pedir a morteao Senhor.

Ele disse: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos;porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares,

e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam aminha vida para ma tirarem” (lRs 19.10). A diferença entre o Elias verdadeiro e o que criei é apenas o momento histórico, porque o sentimento deambos é o mesmo.

Não basta conhecermos o poder de Deus. E preciso ter os olhos abertos para a sua graça. Não podemos viver Pentecostes sem a cruz! O fogo tra

zido em meio ao vento impetuoso é maravilhoso, mais não é o suficiente.115

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 112/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Naquele momento Elias não precisava do calor da Presença Santa emseu espírito, mas de uma brisa suave que trouxesse refrigério para a suaalma. “Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor: E eis que o

Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçavaas penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e depoisdo vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e aindadepois do fogo uma voz mansa e delicada” (v. 11,12). Ele saiu da cavernada depressão e ouviu o Senhor dizer: “Que fazes aqui, E lias?” (v. 13). Erao mesmo que dízer: “Elias, este não é o teu lugar!”.

Ele “saiu da toca” com a responsabilidade de compartilhar a unçãoque estava em sua vida (v. 15,16) e consciente de que Deus continuavano controle de todas as coisas mesmo quando tudo parecia perdido (v.18). Paulo também conheceu esta maravilhosa graça em meio à dor. OSenhor lhe disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

O apóstolo compreendeu a revelação e testemunhou: “Por isso, de boavontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repousesobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nasinjúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor deCristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte” (2Co 12.9,10).

“Só o Senhor é Deus!’’ J nce os seus fardos e ansiedades sobre Ele.Não queira fazer a obra que somente Ele é capaz de fazer. Se você orou e

entregou nas mãos do Senhor, não há motivos para continuar carregandoeste fardo. O que está nas mãos de Deus é problema dele. João disse que“esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundoa sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o quepedimos,.sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido” (ljo5.14,15).

A não ser que você não creia que Deus tenha ouvido, ou que não seja

capaz de resolver essa questão, não há motivo para continuar sofrendo.“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que há seutempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque eletem cuidado de vós” (lPe 5.6,7). Elias era um homem como nós, mas sabiaque “muito pode em seus efeitos a oração de um justo” (Tg 5.16-18).

Se você sabe que deve orar e em seguida fazer a sua parte, então ore,faça o que tem que fazer e descanse em Deus. Se não há mais nada que

116

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 113/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

possa ser feito, simplesmente ore e confie que Deus fará tudo aquilo queprometeu porque é fiel em todas as suas promessas.

D eixe D eu s ser  D eu s e m su a  v i d a !

 Todas as vezes que você toma as rédeas nas mãos e tenta controlar ascoisas na força de seu braço, está tentando fazer o papel de Deus. Damesma forma, todas as vezes que toma decisões sem orar e consultar a suaPalavra está dizendo inconscientemente: “Eu sou senhor da minha vida”.Isso não é querer ser Deus?

Você passa horas e horas se culpando por não ter acertado, como se

realmente tivesse que saber tudo? Só Deus tem as respostas para todas asquestões da vida. No muito, você pode e cíeve buscá-las em sua Palavra.Essa cobrança implacável sobre si mesmo e todo esse perfeccionismo podem estar associados a esta vontade de ser Deus.

Quando você assume os fardos de todos e tenta carregá-los como se aresponsabilidade de encontrar solução para os problemas da humanidadefosse apenas sua, está tentando ser aquilo que não é. O resultado disso seráfrustração, decepção, revolta e angústia. Em resumo, isso acabará numaterrível crise de identidade.

Entendo que depois de conhecermos a intimidade do Senhor e o queístá em seu coração, não ficaremos de braços cruzados, indiferentes ao seudesejo e propósito, seja em relação à nossa vida ou das pessoas que nosCercam. Fomos chamados para sermos co-participantes desta obra.

Contudo, não será por orgulho, justiça própria, obstinação, necessidade[de aprovação e aceitação humana ou divina, mas pelo fato de termos ren-ídido completamente a nossa vida a Ele, a ponto de não sermos nós, mas!Cristo vivendo a sua própria vida através de nós. Então, Ele realizará a sua obraâtravés das nossas vidas e a sua presença garantirá toda vitória. Tudo issolerá vivido através da sua graça e poder, com alegria, prazer e no descansode Deus.

Quando Ele chamou Moisés para cumprir a missão no Egito, ele achouO problema grande demais para ele e pensou que teria que resolvê-lo sozi-íflho. Mas aquele era um problema para Deus e não para Moisés. Ele seriatpenas o colaborador da obra divina. Para isso, Deus o conduziu a umlugar de revelação, a fim de que ele descobrisse primeiro a verdadeira identidade de Deus, sua natureza e caráter e, a partir disso, descobrisse a sua

própria identidade e o seu lugar dentro do propósito divino.117

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 114/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

N egociando  co m Deus

Analisando um pouco mais o comportamento de Moisés, percebemos quea frustração e o sentimento de impotência que dominavam a sua mente

eram muito fortes. Desde que foi descoberto por causa do assassinatodaquele egípcio, o medo passou a dominar a sua mente, por isso ele reagiunegativamente ao chamado do Senhor. Libertar um hebreu já havia sidoum transtorno, que dirá milhares! Ele não estava disposto a tentar novamente, nem mesmo com a garantia da presença de Deus.

Posso imaginar sua atitude relutante diante da insistência de Jeová:

 Tudo bem! Suponhamos que eu vá até Faraó e faça o que o Senhor estádizendo. Vou me colocar diante daquela multidão e dizer: “O Deus devossos pais me enviou a vós”. E se eles me perguntarem: “Qual é o seu

nome? Que lhesdirei?” (Êx 3.13).

Não é incrível que não soubesse quem era Ele? Não justifica o fato deleter sido criado no Egito porque foi a sua própria mãe que o criou naquelepalácio. Sabemos que não havia livros entre eles para que Moisés o conhecesse, contudo a fé no Deus da promessa era transmitida de pais parafilhos, de geração em geração (Gn 18.19). Tanto é verdade que o povohebreu sabia a quem clamar durante os dias de servidão. O mesmo Deusque havia se revelado a Abraão, a Isaque e a Jacó era aquele a quem elesclamavam por socorro.

Diante de tamanha falta de revelação, Deus poderia ter dito: “Não seja

por isso, meu servo, aqui está o meu cartão”. “EU SOU O QUE SOU.Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. EDeus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, oDeus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de

 Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meumemorial de geração em geração” (Ex 3.14,15).

Depois de muita teimosia e resistência, Moisés cedeu (leia os detalhes

desta luta no capítulo seguinte). Através dele, Deus mandou notícias aosanciãos de Israel, e enviou um recado a Faraó, dizendo: “O Senhor, oDeus dos hebreus, encontrou-nos. Agora, pois, deixa-nos ir caminho detrês dias para o deserto para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nossoDeus” (Êx 3.18).

A expressão: “O Senhor encontrou-nos” me faz lembrar dos dois discípulos que estavam desolados no caminho de Emaús e foram intercepta

118

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 115/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO I

dos pelo terceiro viajante. Ele sempre sabe onde estamos, como estamos e11 >mo nos encontrar. João afirma que “nós o amamos, porque ele nos amouprimeiro” (ljo 4.19 —parafraseado).

Embora houvesse uma tonalidade de amor na voz divina em relação aoseu povo, creio que não era essa a tonalidade em relação à Faraó. “DEIXAMI iU POVO IR”. Creio que aquela voz de comando soou como o estrondo de um trovão sobre o Egito. “A voz do Senhor é poderosa; a voz doSenhor é cheia de majestade” (SI 29.4).

A unção daquela palavra viva quebrou as cadeias e as algemas que apri

sionavam os príncipes de Deus porque não há cativeiro para o seu povo,:issim como não há cativeiro para você! A mesma voz poderosa está proclamando nas regiões celestiais que você é livre.

Se Deus diz ao inimigo: “Solta!”, não fique aí parado. Deus constrói aponte sobre o abismo, mas depende de você querer atravessá-la. Nós podemos diminuir a distância entre os sonhos e a realidade através das nossasdecisões e escolhas.

IÍNTRE O PRECISAR E O QUERER

I nfelizmente, existem pessoas que vivem lamentando a sua situação e clamando a Deus que as livre, mas no fundo já se acostumaram com o malque estão vivendo e nem fazem questão de serem libertas dele. Há umadiferença muito grande entre “preciso ser livre” e “quero ser livre”. Oprimeiro é resultado da consciência, o segundo, da decisão.

Muitos têm a oportunidade de saírem do cativeiro, mas preferem ficarnele.

Certa vez, conversava num atendimento pastoral com um homem que,depois de me contar a sua história de vida e de ouvir alguns conselhos, medisse: “Eu gostaria que o senhor me ajudasse em oração em um últimopedido”. Eu me prontifiquei a ouvi-lo e a ajudá-lo.

“Eu quero parar de fumar”, disse ele. Ainda sentado em sua frente, meinclinei, aproximei-me dele e questionei o seu pedido com voz firme: “Vocêrealmente quer parar de fumar?”. Meio intrigado e constrangido, ele respondeu: “Sim, eu quero parar de fumar”.

Eu me levantei um pouco e quase fiquei “cara a cara” com ele, e dissenum tom mais alto e imperativo: “Você re-al-men-te quer parar de fumar?”.Assustado, ele respondeu: “Sim, pastor. Eu preciso parar de fumar”.

Eu me sentei, calmamente, e disse: “Então, vamos orar!”.

119

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 116/204

A u n ç Ao   d o s  pr í n c i pe s

Com a voz calma e compassada, orei: “Deus, aqui está um servo teuque é fumante e que não quer parar de fumar. Mas ele entende que precisaparar. Ajude-o a “querer” parar de fumar, porque certamente, no dia em

que quiser parar, de fato, o Senhor o libertará. Em nome de Jesus. Amém!”.Quando terminei aquela simples oração, ele ficou me olhando admira

do e com um ar desconfiado. Então eu lhe expliquei porque orei daquelaforma: “Filho, há uma diferença muito grande entre você querer parar defumar e entender que precisa parar de fumar. Enquanto você não desejarde fato a sua libertação, ela não acontecerá plenamente. Deus nos deu

livre-arbítrio para fazermos as nossas escolhas e tomarmos as nossas decisões. Ele não manipula o nosso arbítrio, ao contrário, o respeita. Podemosescolher inclusive não crer nele se não quisermos. Renda a Deus a suavontade (alma) e Ele a transformará. ‘Como ribeiros de águas, assim é ocoração do rei nas mãos do Senhor’. Permita que Ele incline o seu coraçãopara Ele e ‘o pendor do Espírito será para você vida e paz’”.

Ele compreendeu, buscou a Deus e hoje não fuma mais.

Atualmente ele é presbítero em uma das congregações de nossa comunidade e Deus tem usado a sua vida como instrumento de libertação paramuitas outras pessoas. Tudo mudou quando ele decidiu mudar. Paulo disseque “Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres. Estai, pois, firmese não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão” (G1 5.1). Vocêprecisa tomar posição! E necessário nascer de novo, crescer no conhecimento e na graça do Senhor Jesus e viver na dependência do Espírito

Santo.Não é pecado ser criança, só não podemos ser crianças para sempre.

 Jesus fez menção a necessidade de nos tornarmos “como crianças” (Mt18.3), mais isso não significa viver de criancices. “Ora, qualquer que sealimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança; mas oalimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades

exercitadas para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.12,13).Neste aspecto podemos afirmar que “crianças sonham, homens realizam”. Se você já viveu a experiência do novo nascimento e renasceu emCristo, cresça, amadureça e prossiga nesta jornada de fé até possuir completamente a sua Canaã. “A glória de Deus está nas coisas encobertas; masa honra dos reis está em descobri-las” (Pv 25.2).

Você está disposto a continuar esta caça ao tesouro? Então, siga em

frente em nome de Jesus.

120

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 117/204

Capítulo

7

~zp$>r 

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

Moisés era um homem do tipo “duro na queda”. Como vimos nocapítulo anterior, sua mente estava dominada a tal ponto pelos fal

sos padrões de pensamentos que ele relutava com todas as suas forçasem atender ao chamado de Deus, mesmo diante de todos os seus argumentos.

Depois do grande Eu Sou afirmar que iria com ele e agiria através delecom a sua onipotência, ainda apelou, dizendo: “Mas eis que não me crerão,nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu” (Ex 4.1).

Aquele seria o momento decisivo para a sua cura e libertação, por isso

o Senhor lhe fez uma pergunta bem simples: “Que é isso na tua mão?”.Moisés deve ter olhado e respondido com a mesma simplicidade: “Umavara, Senhor”. Então, Ele ordenou-lhe: “Lança-a no chão”. Ele a lançouno chão, ela se tornou em cobra e Moisés fugiu dela (Ex 4.2,3).

 Tenho uma interpretação muito particular para o que Deus estava ensinando aefe naquele momento. A vara que estava em suas mãos era umsímbolo de poder. Posteriormente, ele mesmo iria chamá-la de “vara de

Deus” (Êx 17.9).Moises temfârviver o propósito divino e assumir o lugar de autoridade

que estava reservado para ele no plano de Deus. Quando lançou aquelavara no chão era como se estivesse abrindo mão do propósito divino. Eletinha medo do chamado, por isso Deus o mostrou da forma como ele ovia: uma cobra. Ele fugiu dela. Antes de pensar em algo maligno, lembre-seque a figura da cobra era profética na megte_dfijieus.

121

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 118/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Posteriormente, uma cobra de bronze foi levantada no deserto tomosímboÍô~de~Cristo e todos os que eram picados pelas serpentes no desertoolhavam para ela e eram curados e livres da morte)| Nm 21.8). Era a mesmalição que Deus estava ensinando a Moisés naquele momento: “Olhe paraCristo e tome posse da sua cura e do seu chamado, Moisés!”.

Você não precisa mais fugir ou ter medo. Você não vai morrer. E provável que ele tenha se surpreendido com a instrução divina: “Estende amão e pegue-a pela cauda”. Normalmente, os caçadores pegam as cobrasna altura da cabeça, não pela cauda, a fim de evitarem uma tragédia.

Mas o processo de cura e libertação de Moisés já estava em andamento

e Ele confiou naquele que falava. A Bíblia diz que ele estendeu a mão,pegou e ela se tornou em vara na sua mão. Aquilo que lhe causava tantomedo tornou-se um instrumento de libertação e poder. Mas havia algomais que o Senhor queria ensinar a ele naquele momento.

Deus lhe disse: “Mete agora a mão no peito”. Ele fez o que o Senhorordenou e, quando a tirou, sua mão estava leprosa, branca como a tieve.Moisés teve ter ficado horrorizado com aquela visão, mas o Senhor lhe

disse: “Torna a meter a mão no peito”. Ele tornou a meter a mão no peito;depois a tirou e ela se tornou como o restante da sua carne (Ex 4.6,7).

Havia algo naquele ato profético que Moisés nunca mais se esqueceria!

O PODER DE UMA VISÃO ESPIRITUAL

Deus_estava ensinando para seu servo que existem ministérios de vida etambém dg morte. Aquele primeiro ato que tornou a sua mão leprosa re

presentava o máximo que o esforço humano e a natureza carnal podemconseguir separados da graça de Deus: a morte. Ela está associada à lepra(espiritualmente), é fruto do pecado e resultado do primeiro nascimento(Rm 3.23). Jesus Cristo disse a Nicodemos: “O que é nascido da carne écarne” (Jo 3.6). Sabemos que ela “é fraca e para nada aproveita” (Jo 6.63).

Como servos do Senhor, não podemos estender as nossas mãos sujasou contaminadas e sermos ministros da morte. A mão leprosa pode ser

comparada à vida da alma, com toda a sua corrupção e engano. Ela representa a impotência e a miséria humana diante dos propósitos e das realidades do Reino de Deus.

Consciente desta maldição em sua mão, Moisés creu na instrução divina e novamente colocou-a sobre o peito e ela foi milagrosamente restaurada. Este segundo ato representava, profeticamente, o novo nascimento ouaquilo que é recriado e gerado pela Palavra e pelo poder de Deus.

122

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 119/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

“O que é nascido do Espírito é espírito”, disse Tesus. Um ministério noespírito depende do novo nascimento, da cruz e da revelação de Cristo,porque Ele abre os olhos do servo de Deus para as realidades-divinas.

 Jesus continuou falando desta verdade a Nicodemos: “Na verdade, naverdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de  Deus”  (Jo 3.3 —destaque do autor). Ele estava falando a respeito do poderde uma visão espiritual.

No Antigo Testamento há um registro importante a respeito de comoos olhos de um homem podem ser abertos para o sobrenatural de Deus. O

moço, servo de Elizeu, estava desesperado porque o exército dos sírioshavia cercado todo o monte onde ele e o profeta estavam acampados (2Rs6). Os seus olhos carnais estavam abertos para a realidade (visível) daquelaemboscada de morte, mas os seus olhos espirituais permaneciam fechadospara algo que era mais real (no invisível) do que aquele fato.

Veja como a visão do fato  pode dominar a alma de uma pessoa commedo, ansiedade e pavor. Somente avisão dafé poderá trazer paz e seguran

ça ao coração em meio à tribulação. Diante do desespero de seu servo,Eliseu orou e pediu a Deus revelação.

Era verdade que estavam cercados pelos inimigos de todos os lados,mas também era verdade que o exército de Deus estava lá e era a maioria.Ele disse: “Não temas; porque os que estão conosco são mais do que osque estão com eles. E Eliseu orou, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras osolhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e ele vi»;  e eis que omonte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu” (2Rs6.16,17 —destaque do autor).

A. visão da presença de Deus muda totalmente o quadro da nossa vida. Por isso,todas as vezes que Ele se revelava aos seus filhos falando de seus propósitos, confirmava a sua poderosa presença junto deles durante a realizaçãode sua obra.

Davi disse: “O Senhor refrigera a minha alma. Ainda que eu ande pelovale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo;a tua vara e o teu cajado me consolam” (SI 23.3,4). A presença do Senhorfaz toda a diferença e enche de paz a alma do crente mesmo diante damorte.

Ele preparou uma mesa diante de nós, na presença dos nossos inimigos(v. 5). O inimigo pode vê-la, mas não pode comer o que está posto nela.

Este banquete é para os filhos de Deus. Davi afirmou que a unção dos

123

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 120/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

príncipes está sobre a nossa cabeça e ela permanecerá, todos os dias, comouma coroa de bondade e misericórdia sobre nós. Não tenha medo. Você eDeus são maioria absoluta em qualquer lugar!

Ainda que õ diãbõ diga “não!”; ainda que os seus amigos e familiaresdigam “não!”; ainda que a igreja e até a sua própria alma digam “não!” —ouça a voz de Deus. Se Ele disser “sim!”, a vitória está garantida. Ele abriuos olhos de Pedro, de Cléopas, de seu amigo, de Moisés, de Davi, do servode ÊUzeu, e aBrIrã~c>meu e o seu e de todos aqueles que desejarem vê-locomo de fato Ele é. Para que você veja a sua verdadeira posição em Cristo

e descubra a sua identidade de príncipe neste reino é preciso nascer denovo e crescer espiritualmente. Essa é única maneira de “ver Deus”.Nã°-basta lamentar ou culpar alguém pela situação, desculpar-se diante

 _deDeus pela fraqueza ou incapacidade e ficar chorando no meio da multidão. Você precisa sair clo_meio dela para ser um discípulo de Cristo.

Um dia Filipe pediu-lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me

conheces, Filipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.8,9). O relacionamento entre eles é perfeito e intrínseco,por isso somente Ele é capaz de abrir os nossos olhos espirituais para estaverdade que nos faz verdadeiramente livres.

A saída d o  Eg i to

Como já verificamos em Exodo 3, depois de muito relutar Moisés foi ao

encontro de Faraó que, depois de muita resistência, liberou o povo (se bemque às custas de muitas pragas e sofrimentos) para que fosse ao encontroda terra prometida.

A celebração da primeira Páscoa foi um marco profético na históriadaquele povo (Ex 12) e até hoje é um testemunho poderoso de que a obrada redenção foi consumada com o sacrifício do Cordeiro de Deus (segundo os Evangelhos).

Penso que todas as crianças que nasceram e foram criadas no Egitoouviram as histórias contadas por seus pais e pelos anciãos do povo arespeito de uma promessa feita por Deus aos seus antepassados, especialmente para o pai Abraão, de que eles herdariam uma terra abençoada chamada Canaã (figura da nossa vida abundante aqui na terra).

Acredito que não somente as crianças, mas os homens e os velhos so

nhavam com dia em que deixariam a casa da servidão para tomarem posse124

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 121/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

da sua herança. Quando Moisés anunciou o grande dia, um misto de alegria e expectativa deve ter tomado o coração e a mente de todos. Imaginea emoção daqueles homens que, depois de aspergirem o sangue do cordei

ro nos umbrais das portas de suas casas, comeram parte daquela carne juntamente com suas famílias, vestidos e preparados para partir (v. 11).

A noite de lágrimas estava terminando para o povo hebreu e começando para os egípcios que tiveram todos os seus primogênitos mortos. Deusrestaurou-lhes os anos consumidos pela escravidão e pelo sofrimento, dando-lhes não apenas libertação do cativeiro, mas as riquezas do Egito (v. 36)e uma terra de abundância que manava leite e mel.

Mas não demorou muito para que Faraó saísse em perseguição com osseus exércitos e despertasse nos hebreus a síndrome de gafanhoto. Elesficaram encurralados entre o exército egípcio e o Mar Vermelho. Com assuas almas enfermas, o povo logo clamou: “Não é esta a palavra que tefalamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Poisque melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto”(Êx 14.12).

Depois de muitos anos, Moisés estava novamente diante da mesmaameaça: as muitas águas. Na verdade, o Senhor havia preparado tudo aquilo, porque havia chegado o momento de exaltá-lo como um príncipe naautoridade do seu poder.

Foram quarenta anos no Egito para que ele pudesse descobrir quemera; quarenta anos no deserto para que soubesse que não era nada, e agora

ele estava diante da verdade: Deus étudo. A revelação de Jeová restaurou asua identidade, libertando-o do medo e do sentimento de incapacidade.Ele disse ao povo em crise:

“Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vosfará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. OSenhor pelejará por vós, e vós vos calareis” (Ex 14.13,14).

O Se n h o r  é h o m e m d e g u e r r a

Moisés estava consciente e convicto de que aquela batalha era do Senhor.Ele chegou a falar com Deus sobre o clamor do povo, mas Deus foi enfático: “Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, eestende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israelpassem pelo meio do mar em seco” (v. 15,16). “Toque nas águas e o mar se

abrirá”.125

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 122/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Aleluia! Receba esta palavra como um manto de unção sobre a sua vidae não tema a fúria do mar. Enquanto os discípulos temiam a morte cerca

dos por uma tempestade no mar da Galiléia, Jesus caminhava sobre aságuas indo ao seu encontro (Mt 14.25). “Tende ânimo; sou eu; não temais”(v. 27).

Aquilo que fez os discípulos temerem estava debaixo dos pés de JesusCristo porque Ele tem autoridade sobre todas as coisas. O Senhor usouaquele problema como um caminho para chegar até eles. Este é o tempode rompermos em fé e como Pedro movermos no sobrenatural de Deus.

Seja no meio do fogo ou sobre as muitas~"aguas, mova-se na unção dospríncipes de Deus. Você não está sozinho nesta aventura de fé. Os anjos deDeus estão na sua retaguarda enquanto a nuvem e a coluna de fogo abremcaminho à sua frente.

As emboscadas já estão preparadas para os nossos inimigos e cantaremos este cântico de regozijo antes de Miriã. Ela esperou para ver o milagre,

mas podemos contemplá-lo com os olhos da fé através da cruz. Jesus seguiu em direção a ela porque via, além dela, o trono que estava preparado.Libere o seu grito de vitória agora mesmo!

O poder da situação não estava nas mãos do inimigo, mas na autoridade profética que fluía através de Moisés. O Senhor disse a ele: “Estende atua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre osseus carros e sobre os seus cavaleiros” (Ex 14.26). Deus estava governan

do através dele. Este é o segredo da vitória que flui da unção dos príncipes. Junte-se ao cântico de Moisés, de Miriã, de Ana e proclame:

“O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o

pobre do pó, e desde o monturo exalta o necessitado, para o fazer as

sentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porquedo Senhor são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo” (ISm

2.7,8). .

A f a l sa   i d e n t i d a d e

A partir deste episódio glorioso muitas coisas aconteceram no meio daquele povo.

Seria necessário escrever inúmeros livros para detalhar cada momento,mas farei menção apenas de um momento que entendo estar ligado diretamente ao nosso assunto.

126

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 123/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

As manifestações de amor e misericórdia, poder e fidelidade de Deuspara com os seus filhos durante todo o tempo em que caminharam rumoà terra prometida são inegáveis.

 Todas as manhãs, eles eram sentidos com o pão dos céus. Bastava sairda tenda e recolher o maná que havia caído como orvalho sobre a terra.Deus fez brotar águas da rocha para dessedentá-los e enviou codornizespara alimentá-los. Suas roupas e sapatos não envelheciam, as doenças foram eliminadas, e a própria glória de Deus os guiava dia e noite naqueledeserto. Para identificar-se com a realidade de seu povo e demonstrar-lhestodo o seu amor, Ele passou a habitar junto deles dentro de uma tenda (o

 Tabernáculo).Mas há um episódio dentro deste contexto de amor e dedicação divi

nos que prova que mesmo aqueles que estão cercados pelas bênçãos doSenhor podem ter falsos padrões de pensamentos a respeito dele e de simesmos, a ponto de ignorarem tudo o que está sendo feito, se corromperem e darem às costas a Ele.

Quando o Senhor chamou Moisés para subir o Monte Sinai, eles temeram a presença de Deus e ficaram no sopé do monte. Eles disseram aMoisés: “Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para quenão morramos” (Ex 20.19). Ele permaneceu no monte quarenta dias equarenta noites recebendo de Deus revelação, os mandamentos e as tábuasda lei. O povo, impaciente com a demora, procurou por Arão e disse: “Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse

Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lheaconteceu” (Êx 32.1).Arão juntou pendentes de ouro trazidos pelo povo, colocou-os num

buril e fez um bezerro de ouro. Por incrível que pareça, eles olharam paraaquele ídolo e disseram: “Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terrado Egito. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, fazendo uma proclamação, disse: Amanhã haverá festa ao Senhor” (v. 4,5).

O DEUS BEZERRO

Esta era a visão que o povo tinha de Deus. Os anos que foram vividos nacompanhia dos egípcios (que eram idolatras e cultuavam diversos deuses,entre eles muitos em forma de animais) formaram em suas mentes umpadrão de pensamento idólatra a respeito de Jeová. Assim como bois evacas são considerados, até hoje, animais sagrados em algumas religiões, os

127

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 124/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

filhos de Israel associaram aquela figura pagã ao culto do Deus vivo echamaram aquele bezerro de ouro de “o Senhor que te tirou do Egito”.Deus não era aquele bezerro de ouro, assim como eles não eram egípcios

para adorarem aquela imagem.Havia um falso padrão de pensamento que comprometia a identidade

de ambos. A escravidão formou em suas mentes uma falsa identidade parao grande eu Sou e para eles mesmos. O que o povo chamou de festa, Deuschamou de corrupção (v. 7).

Como eles, milhares de pessoas em todo o mundo mantêm falsos padrões de pensamentos a respeito de Deus. Nesta visão distorcida, elas atribuem a Ele sentimentos e atitudes que não são verdadeiros, na maioria dasvezes associados aos falsos deuses, às pessoas do seu convívio (especialmente os próprios pais ou líderes) ou a elas mesmas.

Algumas vêem Deus como as imagens de escultura. Elas julgam queEle não ouve, não vê, não responde, que é frio e insensível como pedra oumadeira. Esta falsa visão está bem próxima da descrita pelo salmista:

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca,

mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem;

têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não

andam; nem som algum sai da sua garganta. Semelhantes a eles sejam os

que fazem, e todos os que neles confiam” (SI 115.4-8).

As pessoas que cresceram crendo e vendo na figura das imagens escul

pidas um deus para si, atribuem ao Deus verdadeiro uma falsa identidade.Note que o salmista disse que os que confiam nos falsos deuses se tornarão como eles. Da mesma forma, os que buscam a Deus serão transformados a sua imagem. Jesus disse categoricamente: “Deus é espírito e importaque os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo4.24). Pela boca de Isaías, o Eterno falou: “Eu sou o Senhor; este é o meu

nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor àsimagens esculpidas” (Is 42.8).

Além dos ídolos, algumas autoridades constituídas sobre nós tambémpodem ofuscar a nossa visão a respeito de Deus. Não é difícil encontrarmos filhos que viveram ou ainda vivem em conflitos com os pais e quedesenvolveram uma visão distorcida da figura paterna e, com isso, passaram a rejeitar a paternidade divina.

128

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 125/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

Da mesma forma, muitos conflitos vividos entre homens (líderes religiosos, parentes, professores, irmãos, etc.) criam barreiras entre as pessoas,passando a refletir no relacionamento com o Senhor. Eles vêm em Deus às

mesmas atitudes e falhas que enxergam nas pessoas como se Ele fosse umhomem.

Não é sem propósito que o resumo de todos os mandamentos é amarDeus e amar ao próximo, pois essas relações estão entrelaçadas. Pessoasque sofreram traumas em seus relacionamentos pessoais ou possuem feridas emocionais que não foram curadas tendem a transferir estes sentimentos para Deus.

Conheço pessoas que têm dificuldades para relacionar-se com Ele, poisconsideram que é injusto e não as ama de verdade, que se esqueceu delas,que é indiferente aos seus sofrimentos, que não quer ou não pode perdoá-las, que são ou serão castigadas por Ele, e assim por diante.

Não há nada mais irreal que isso. Mas para alguns, é a verdade. Essetipo de mentalidade é resultado de uma série de decepções, frustrações e

ressentimentos que foram armazenados nas mentes, conseqüência de relacionamentos infelizes e desfeitos.Uma pessoa que não se sente aceita por Deus jamais encontrará aceita

ção plena em quem quer que seja. Se ela se sente injustiçada por Deus, queé perfeito, o que dirá das pessoas que são falhas e imperfeitas. Ela desenvolverá um senso crítico e acusador, criará uma série de dificuldades emseus relacionamentos, e viverá entre os extremos da revolta e da autopiedade

por se sentir vítima de tudo e de todos. Deus éo nosso prumo divino./ '   'Se a visão que temos dele é torta, não seremos retos. Se não souber

mos, de fato, quem Ele é, jamais saberemos quem somos ou a nossa verdadeira identidade. Ele é santo, justo e verdadeiro. O Senhor diz: “Porqueassim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos maisaltos do que os vossos pensamentos” (Is 55.9). Precisamos aprender a

pensar como Ele pensa, pois os padrões de Deus são perfeitos e geramcomportamentos santos.

Moisés intercedeu por aquele povo ingrato, rebelde e desobediente eapaziguou a ira divina. Mesmo assim muitos morreram por causa daquelemal-feito. Ele quebrou as tábuas da lei, moeu o bezerro e fez o povo beber.Literalmente, tiveram que engolir aquele falso deus “goela abaixo”. Deus,

em sua infinita misericórdia, não deixou de abençoá-los, mas eles perma129

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 126/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

neceram duros e resistentes. Mesmo cercados com todo o cuidado amoroso do Senhor, eram murmuradores e as suas mentes estavam contaminadas pelos princípios e padrões do cativeiro.

Eles não eram egípcios, mas pensavam como tal, assim com a cabra dahistória que contei no primeiro capítulo. Ela não era cachorro, mas pensava como se fosse. Existem crentes que não são do mundo, mas pensam,vivem e se comportam como tal.

Houve um dia em que os hebreus começaram a chorar porque queriamvariar o cardápio. Estavam cansados de comer o pão dos céus. Veja o que

eles tinham em mente: “Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nosdos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões,dos porros, das cebolas e dos alhos. Mas agora a nossa alma se seca; coisanenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos” (Nm 11.4-6).

Observe as expressões: “nossa alma se seca”, “coisa nenhuma há senão este maná”. Eles eram infantis e “birrentos”, não se desprendiam dopassado e ainda sonhavam com o tempo da servidão. Os seus pés esta

vam a um passo de Canaã, mas as suas mentes_ estavam longe da terraprometida.

Eles tinham saudades do Egito porque não queriam pagar o preço deserem treinados para a luta e para a conquista. Aprenderam a viver namediocridade. Detestavam o opressor, mas gostavam do que ele oferecia.Mesmo que fosse debaixo de chicotadas, preferiam viver em opressão.

Lembre-se disso: não são todos os que clamam por libertação que dese jam, realmente, ser livres.Conheço pessoas que são como eles. Caminham para frente com os

olhos no retrovisor. Estão sempre lamentandõ~iígo que poderia ter sido(no pass_aclõ) 'DiT-ítlgHma\ ;oisa que poderá vir a ser (sabe-se lá quando).

Isso me faz lembrar o encontro de Jesus com Marta. “Se o Senhorestivesse aqui quatro dias antes , o meu irmão não teria morrido”, disse ela.

“Marta, seu irmão vai ressuscitar! Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição doúltimo dia”  (Jo 11.21-26). Este é um bom exemplo de fé negativa, defalsos padrões e ignorância espiritual. O milagre estava diante dela e erapara aquele exato momento, mas ela não conseguia discernir o dia de Deus.

Cuidado para não fazer da murmuração um hábito. Ela é abominávelaos ouvidos de Deus e abre as portas para o diabo. Paulo exortou os coríntios

a não seguir o exemplo dos hebreus: “E não murmureis, como também130

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 127/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor” (ICo 10.10). Troque murmuração por oração e gratidão (lTs 5.17,18).

V isão  d e g a f a n h o t o

Quando os hebreus chegaram nos limites de Canaã, doze príncipes foramincumbidos de espiar a terra e trazer os relatos da investigação para Moisése o povo. Eles permaneceram em Cades-Barnéia, aguardando apenas asnotícias. Depois de tudo averiguarem, os espias voltaram trazendo o relatode tudo o que viram. “E, dando conta a Moisés, disseram: Fomos à terra aque nos enviaste. Ela, em verdade, mana leite e mel; e este é o seu fruto.

Contudo o povo que habita nessa terra é poderoso, e as cidades sãofortificadas e mui grandes. Vimos também ali os filhos de Anaque” (Nm13.27,28).

Na verdade, eles ficaram mais impressionados com o problema do quecom a promessa. O padrão de escravidão, o medo da morte e o sentimentode impotência diante do inimigo ainda prevaleciam em suas mentes. Adureza dos seus corações e a cegueira de suas almas comprometiam a sua

fé e os tornava incrédulos, arredios e covardes.“Então Calebe, fazendo calar o povo perante Moisés, disse: Subamos

animosamente, e apoderemo-nos dela; porque bem poderemos prevalecercontra ela” (v. 30). Josué e Calebe eram príncipes de Deus, assim como osdemais, mas somente os dois possuíam os olhos iluminados pela fé. APalavra de Deus afirma que havia nele e em Josué um outro espírito, provade que é possível conviver com os mesmos falsos padrões do mundo e não

absorvê-los como verdade para nós (Nm 14.24). Eles enxergavam Deusinfinitamente maior do que os gigantes que estavam ocupando a terra.

A fé nunca vê o gigante de pé, ela os vê caídos e vencidos pelo poder deDeus. Por isso estavam dispostos a assumir a sua herança sem temor.

“Disseram, porém, os homens que subiram com ele: Não poderemossubir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. Assim, perante

os filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra,pela qual passamos para espiá-la, é terra que devora os seus habitantes; etodo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Tambémvimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dosnefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus  olhoi ’ (Nm 13.31-33 —destaque do autor). Esta era a visão que tinham de simesmos. Tinham olhos e visão de gafanhoto. Seus pés eram livres, mas as

suas mentes, escravas.

131

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 128/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

En t r e  o  d e s e r t o  e C a n a ã

Canaã, como mencionei, representa a qualidade de vida abundante e vitoriosa que Jesus Cristo veio trazer a todos os homens. Neste caso, Cades-

Barnéia era o lugar da escolha e da decisão. Como o profeta Joel, nóstambém dizemos: “Multidões, multidões no vale da decisão! Porque o diado Senhor está perto, no vale da decisão” (J1 3.14).

Muitos crentes sinceros e entusiasmados não conseguem desfrutar dahonra que Deus lhes preparou porque a vida da alma ainda prevalece à vidado espírito. A única maneira de mudarmos isso é enfraquecendo a alma(ego) e fortalecendo o espírito. Isso pode acontecer através da consagra

ção, da santificação e da purificação dos pensamentos.À medida que vamos descobrindo os falsos padrões (velhas informa

ções padronizadas), devemos confessá-los a Deus em arrependimento esubstituí-los pelos novos princípios da Palavra de Deus. Ela é o Manual daMente Transformada.

Se desejarmos desfrutar das promessas de Canaã, precisamos aprender

a pensar conforme os princípios da terra prometida. “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, elevando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).

O Espírito Santo nos unge para a guerra e nos ajuda nas nossas fraquezas (Rm 8.26). Com orações e jejuns, peça a Ele: “Sonda-me, ó Deus, econhece o meu coração;provame, e conhece os meus pensamentos ; vê se há emmim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (SI 139.23,24

—ênfase do autor). Ele revelará o que está escondido, seja consciente ouinconsciente.

Não há nada que o Eterno não saiba ou não possa fazer. Jesus disse:“Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis” (Mc 14.36). O tratamento podenão ser fácil, mas é necessário. Para isso o Espírito Santo utilizará algunsmeios distintos para enfraquecer e arrancar os velhos padrões resistentes e

mudar a mentalidade do príncipe de Deus: a consagração, o quebrantamento,o arrependimento e as provações do deserto.

Não que Ele queira descobrir algo em nós, pois conhece tudo a nossorespeito (SI 139). Nós é que precisamos conhecer algumas coisas que estãoenraizadas em nossas vidas e que devem ser arrancadas e destruídas. Observo que alguns crentes sinceros até demonstram vontade de vencer mas,na prática, não se deixam tratar segundo os métodos divinos.

132

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 129/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

A dureza de seus corações toma as suas vidas em grandes noites espirituais, cobertas de lágrimas. Quanto mais resistem, mais adiam o amanhecer, assim como os hebreus. “Então toda a congregação levantou a voz egritou; e o povo chorou naquela noite” (Nm 14.1). Eles tornaram ao lugar(de dores e sofrimentos) de onde Deus os havia tirado porque as suasmentes estavam aprisionadas ao passado.

O resultado não poderia ter sido pior: a murmuração contra Deus.

O PECADO DA MURMURAÇÃO

Como na maioria das vezes, procura-se um culpado: “Todos os filhos deIsrael murmuraram contra Moisés e Arão; e toda a congregação lhes disse:Antes tivéssemos morrido na terra do Egito, ou tivéssemos morrido nestedeserto! Por que nos traz o Senhor a esta terra para cairmos à espada?Nossas mulheres e nossos pequeninos serão por presa. Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?” (Nm 14.2,3).

Por que tantas pessoas que conheceram a Jesus um dia voltaram para o

mundo? Não é por falta de Josués e Calebes que insistam, dizendo que “aterra, pela qual passamos para a espiar, é terra muitíssimo boa. Se o Senhorse agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará; terra quemana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e nãotemais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão. Retirou-se deles asua defesa, e o Senhor está conosco; não os temais” (v. 7-9).

Eles enxergavam o inimigo como pão, ou seja, serviriam de instrumento para treiná-los e fortalecê-los, e não seriam impedimentos à promessade Deus. Mas os demais espias e a multidão não viam desta forma. Depoisde tentarem ao Senhor dez vezes, outra vez Moisés clamou ao Senhorpedindo-lhe que os perdoasse.

Ele disse: “Até quando me desprezará este povo e até quando não creráem mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele? Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Certamentenenhum de vós entrará na terra a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, mas aos vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam porpresa, a estes introduzirei na terra, e eles conhecerão a terra que vósrejeitastes. Eu, o Senhor, tenho falado; certamente assim o farei a toda estamá congregação, aos que se sublevaram contra mim; neste deserto se con

sumirão, e aqui morrerão”. Deus estava realmente aborrecido.

133

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 130/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Extraí alguns trechos de Números 14 para que você perceba o que a  síndrome de gafanhoto  pode fazer na vida de um herdeiro de Deus, se não fordiagnosticada e curada.

D e VOLTA AO DESERTO

Gafanhotos não vivem em palácios, mas em desertos. Assim, o lugar queos hebreus escolheram para si foi o lugar onde aquela geração permaneceuaté morrer.

Convém lembrar que o propósito do deserto não era matá-los, mastratá-los e treiná4os para a conquista de Canaã. Ele não estava no progra

ma divino apenas para que o povo conhecesse a bondade e a misericórdiado Senhor através de sua companhia e milagres mas, acima de tudo, paraque se conhecessem.

Ele disse à nova geração que nasceu no deserto: “E te lembrarás detodo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido duranteestes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar,para saber  o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Sim,

ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nemtu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vivesó de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem”(Dt 8.2,3 —destaque do autor).

Insisto que Deus é onisciente e não precisaria do deserto para conhecera fidelidade de seu povo. Ele queria mostrar a eles o quanto eram capazes

de serem infiéis. Embora não_possamos escolher o modo como seremostreinados, podemos escolher em que condições desejamos ser tratados porDeus.

Não me refiro à roda do Oleiro ou a fornalha do fundidor, mas ao lugar  de obediência ou de resistênría. A nossa disposição determinará a ação do Espírito de Deus. Se a nossa alma for dura feito um côco, Deus terá que quebrá-la para que alguém consiga beber das águas que estão nosso interior. Jesus

disse: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrãorios de água viva” (Jo 7.38).

Costumo dizer aos irmãos que não adianta limpar o côco, tirar aquelasfarpas e até lustrá-lo, se for necessário. Ele pode até ficar mais bonito, maso fruto e a água fresca só podem ser desfrutados se o côco for quebrado.

Então, deixe Deus tratá-lo. Se a sua alma for dura e resistente, só o

deserto poderá ser instrumento de quebrantamento, cura e libertação. Aquela134

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 131/204

SÍNDROME DE GAFANHOTO II

geração obstinada lutou contra Deus até morrer, mas esta não precisa ser asua história. Isso pode mudar porque você decide o que quer para você.

Volto a dizer: querer mudar não é mudar. Desejar mudança não é mudar. Sonhar com mudança não é mudar. Mudar é mudar mesmo! Quandohá arrependimento há mudança de pensamento e vontade.

Na língua grega, a palavra traduzida por arrependimento émetanoia, etem o sentido de mudança de mentalidade e de atitude em relação ao pecado e as suas causas; não apenas às suas conseqüências. Se a Palavra deDeus está falando ao seu coração, não o endureça, mas ouça o que o Espí

rito está dizendo: “Saberás, pois, no teu coração que, como um homemcorrige a seu filho, assim te corrige o Senhor teu Deus” (Dt 8.5).

O rei Salomão disse que “onde não háprofecia, o povo se corrompe, mas oque guarda a lei esse é bem-aventurado” (Pv 29.18 —destaque do autor).Em algumas versões bíblicas, a expressão traduzida por “corrompe” é “perece”. Entenda que a palavra profecia neste provérbio tem o sentido devisão, revelação ou palavra revelada. O rei está dizendo que onde há ensinoungido, unção e revelação, não haverá confusão e o povo não viverá desorientado. A palavra de Deus é “luz para os seus caminhos” (SI 119.105).

Procure compreender através dela qual é o lugar ou a posição espiritualque Deus lhe deu e tome posse pela fé. A partir desta posição você enxergará todas as coisas com clareza. A falta de conhecimento ou ignorânciaespiritual gera a morte (Os 4.6). Se você sabe que esta revelação dá direção

profética, busque conhecer mais de Deus através de um relacionamento deamor e intimidade com Ele. O profeta Daniel afirmou que “o povo queconhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas” (Dn 11.32).

Seja sábio em Cristo! Salomão ensinou que entre todas as coisas quedevemos buscar, “a sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria;sim, com tudo o_ que possuis adquire o entendimento. Estima-a, e ela teexaltará; se a abraçares, ela te honrará. Ela dará à tua cabeça uma grinaldade graça; e uma coroa de glória te entregará” (Pv 4.7-9).

Receba esta palavra como uma profecia em sua vida, porque esta é acoroa que os príncipes do Senhor devem manter sobre as suas cabeçaspara reinarem com Cristo nos lugares celestiais e aqui na terra com autoridade e poder.

135

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 132/204

Capítulo 

8

'"T^T .

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA 

eus nos coroou com glória e honra e msfe príncipes nesta terra!  Rsta afirmação é fruto de uma visão profética dada pelo Espírito de Deus ao rei

Davi. Ela está registrada no livro dos Salmos, no capítulo 8. E possível queestas palavras tenham sido escritas enquanto estava no campo, observando o anoitecer, ouvindo o canto das aves noturnas nos galhos das árvores,ou vendo o movimento dos animais silvestres correndo entre as folhagens.

Pela maneira como ele começa e termina o poema, não há dúvidas deque estava maravilhado com a obra da criação. Por isso, ler este salmo,

que é de uma beleza inconfundível, é como olhar um antigo álbum defotografias.Ele é um retrato do plano original de Deus para o homem, descrito no

Livro de Gênesis. Segundo o propósito do Pai eterno, foi dado ao homemdesde a sua criação o domínio sobre todas as obras das mãos de Deus.Desta forma, a terra era (e ainda é) a sua esfera de responsabilidade e autoridade. Nosso destino era, portanto, mais sublime do que o dos anjos,

embora tivéssemos sido criados um pouco inferior a eles.Sendo assim, fomos criados para reinar com Deus! Esta verdade é a-

presentada no Antigo e no Novo Testamentos, até certo ponto de formaidêntica.

Para exemplificar o que estou afirmando, vou usar dois textos específicos: o Salmo 8 e Hebreus 2. Para que você compreenda a que tempo emomento da história eles se referem, faremos uma análise destes textos

separadamente. Mas antes disso, vale a pena voltarmos ao Gênesis, antes

137

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 133/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

da criação do homem, e observarmos este processo maravilhoso. Assim,compreenderemos o propósito de Deus em colocar esta coroa de glória ehonra sobre a nossa cabeça, outorgando-nos domínio sobre toda a criação.

U ma  po si ção  d e h o n r a

Os mundos e todas as demais coisas foram criados perfeitos, segundo aPalavra de Deus. “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deusque formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser umcaos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Is 45.18).

Contudo, em Gênesis 1.1, Moisés descreve, profeticamente: “No prin

cípio criou Deus os céus e a terra”, e logo no versículo seguinte afirma que“a terra era sem forma e vazia”. Entendo, porém, que a terra não foi criadasem forma e vazia, porque segundo o próprio Deus, não foi feita para serum caos.

A questão é que existe um espaço de tempo considerável entre estesdois versículos. A terra foi criada perfeita, mas estava sem forma e vazia,porque “alguém” trouxe o caos a ela. Isso é compreensível se compararmos estes versículos com os textos proféticos de Ezequiel e Isaías, respectivamente.

Havia entre os anjos e querubins criados por Deus um que se destacavapor sua sabedoria, talentos e beleza inigualável. “Perfeito eras nos teuscaminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade emti” (Ez 28.15).

Cheio de orgulho, ele disse a si mesmo: “E u subirei  ao céu; acima dasestrelas de Deus exaltarei o meu trorn, e no monte da congregaçãome assenta- 

rei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei  semelhante ao A ltíssimo”  (Is 14.13,14 - destaque do autor).

Ele queria ser Deus, por isso desejava o trono, a coroa e a posiçãoexaltada que pertencem somente a Ele. Atente para o fato: o Eterno ocupauma posição que é acima de tudo e de todos e a coroa que está sobre Ele e

o seu trono é a glória, a honra e o poder que somente Ele possui. Na Bíblia,a coroa é um símbolo profético de realeza, posição elevada e representa ahonra e a glória de alguém que possui autoridade e poder.

Quando afirmo, segundo a Palavra de Deus, que fomos coroados porEle, não me refiro a coroa em si, mas à posição elevada ou ao lugar deexaltação onde Deus nos colocou, revestidos ou envolvidos por sua glória,honra e poder. Esta posição espiritual nos confere autoridade para reinar

mos como príncipes de Deus sobre a terra.

138

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 134/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

Este lugar ou posição era o que Lúcifer desejava obter para si. Por issoele disse: “Eu subirei, exaltarei o meu trono, me assentarei e serei seme

lhante ao Altíssimo”. Ele queria a coroa que pertencia a Deus, seu trono eo seu lugar de governo eterno. Interessante que tudo o que desejou ser epossuir, Deus entregou ao homem. Aleluia!

Isto fica claro, quanto lemos as palavras de Davi no Antigo Testamento:

“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelasque estabeleceste, que é o homem, para que te lembres dele? E o filho dohomem, para que o visites? Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de

glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos;  tudo puseste debaixo de seus pé.f” (SI 8.3-6 —destaque do autor).

Vamos nos concentrar por um momento neste salmo profético. Essaspalavras do rei Davi confirmam o que estou compartilhando com você:Deus deu ao homem uma posição elevada em sua criação, coroando-ocom glória e honra.

O homem mencionado pelo salmista é Adão, mas esta palavra profética diz respeito a ele e a todos os seus descendentes. E o que chamo de“princípio da semente”. Numa única semente existe um número incontávelde árvores. Logo, se destruirmos uma semente, daremos cabo de uma floresta inteira. Quando Deus abençoou Adão, abençoou-nos juntamente comele, porque segundo a sua palavra, estávamos nele (Rm 5.12).

A coroa que estava sobre a cabeça de Adão também estava sobre nós. Aexpressão “de glória e de honra o coroaste” é metafórica, mas tem umsignificado muito especial, assim como “tudo puseste debaixo de seus pés”.Ambas se referem à nósSírpnsição espiritual e estão associadas à “coroa”que está sobre as nossãSiSabeças.

U ma  c o r o a  d e g l ó r i a

Para que você compreenda melhor o significado e a importância de uma

coroa, quero lembrar-lhe que elas eram usadas, habitualmente, pelos reisou por pessoas de exaltada posição no Antigo Testamento. Embora elassejam mencionadas em alguns textos bíblicos como símbolo de orgulho(Jó 31.36; Is 28.1-3), na maioria das vezes este símbolo de realeza estavaassociado à autoridade, poder, glória, consagração, favor divino, sacerdócio e soberania.

Passeando pela história bíblica encontraremos uma diversidade de textos e aplicações. No Salmo mencionado, por exemplo, Davi estava utilizan

139

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 135/204

A UNÇAO DOS PRÍNCIPES

do uma linguagem poética e profética para falar a respeito da posição elevada que o homem ocupa na criação de Deus.

 Já no Novo Testamento, a maior parte das vezes em que as coroas sãocitadas, se referem aos lauréis de louros concedidos aos vencedores dos jogos ou então às grinaldas usadas em ocasiões de regozijo (ICo 9.25; 2Tm2.5). Em linguagem figurada, Paulo chega a citar seus filhos na fé como“coroas” (Fp 4.1; lTs 2.19) e algumas vezes, os apóstolos mencionam espiritualmente as coroas invisíveis que serão recebidas pelos crentes fiéis naeternidade (2Tm 4.8; Tg 1.12; lPe 5.4, Ap 2.10).

De qualquer forma, as coroas têm um significado profético para nós erepresentam a unção dos príncipes que está sobre as nossas vidas desde acriação. Em Adão, todos nós recebemos desta mesma unção que nos fezparticipantes do governo divino. Embora o domínio de todas as coisaspertença ao Senhor (SI 22.28), há bases sólidas na Palavra de Deus paraafirmarmos que Ele delegou ao homem domínio, autoridade e poder so

bre a terra. Observe estas palavras do salmista:“Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (SI 115.16).

Está claro neste versículo que Deus entregou o governo da terra aohomem para que ele dominasse sobre ela. A terra é a esfera da nossa responsabilidade. Se pensarmos dentro do contexto que estamos analisando,

exercer domínio é o mesmo que reinar. Se buscarmos nos primeiros capítulos de Gênesis informações complementares, confirmaremos que a coroa da criação foi mesmo colocada sobre a cabeça do homem e que, desdeo início, satanás desejou roubá-la para si. O que ele não conseguiu noscéus, está disposto a fazer aqui na terra.

C r i a d o s pa r a  r e i n a r

Disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre toda a terra. Criou, pois, Deus o homem à suaimagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. EntãoDeus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra esujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobretodos os animais que se arrastam sobre a terra. Tomou, pois, o SenhorDeus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar” (Gn1.26-28; 2.15).

140

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 136/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

As palavras “sujeitai, dominai e guardai” contidas nestes versículos confirmam que a posição do homem na criação era de domínio, responsabili

dade, autoridade e proteção. Considerando que o Éden foi o palco para acriação do homem, para o primeiro casamento humano e a constituição daprimeira família que existiu, entendemos o tom imperativo com que Deusfalou ao homem: sujeitai, dominai e guardai a terra. Ele recebeu estacapacitação (potencial) como uma bênção especial.

como se Deus dissesse a Adão: “Tudo isso eu preparei para você,meu filho, para que seja feliz e desfrute de uma vida de paz e provisão

absoluta, juntamente com a sua família. Quero que vocês sejam muito felizes e usufruam a abundância que estou lhes entregando. Acima de tudo,quero compartilhar a minha presença e amizade com vocês. Contudo, estelugar (posição) que lhe dei precisa ser guardado com a autoridade com queo constituí, porque há alguém interessado em destruir o meu plano em suavida e roubar o que eu preparei para você”.

O plano de Deus não mudou em relação ao “nosso Éden” e o inimigo continua em derredor tentando nos tirar deste lugar de abundância (lPe5.8).

Contudo, lembre-se da palavra profetizada por Isaías: “Porque, assimcomo a chuva e a neve descem dos céus e para lá não tornam, mas regama terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao semeador, epão ao que come, assim seráa palavra que sai r da minha boca\  ela não voltarápara mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que aenviei” (Is 55.10,11 —destaque do autor).

Se analisarmos a revelação divina, de Gênesis a Apocalipse, concluiremos que foi a palavra que saiu da boca de Deus que nos criou e nos estabeleceu neste lugar de domínio para que reinássemos com Ele eternamente.E le falou e tudo passou a ex istir!  Através do Filho, Ele continua falando e

revelando aos seus príncipes verdades espirituais a respeito de sua identidade, posição e unção. Não podemos desprezar esta palavra de poder!

Creio que Deus está abrindo os seus olhos e ouvidos, assim como fezcom o profeta Jeremias. Você dirá a respeito do propósito e da promessado Senhor para a sua vida: “Veio a mim a palavra do Senhor dizendo: Queé que vês, Jeremias? [diga o seu nome] E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me ò Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minhapalavra para cumpri-la” (Jr 1.11,12).

141

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 137/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Haja!Deus tem um jeito muito especial de falar e ser ouvido. O escritor aos

Hebreus disse que “havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e demuitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimosdias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez tambémo mundo” (Hb 1.1,2). A expressão “de muitas maneiras” pode ser uma boaexplicação para o que Moisés relatou no início da criação.

Quando Deus decidiu cobrir a terra com vegetações e povoá-la comanimais, falou com a terra (não me pergunte em que idioma!): “Produza a

terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo assuas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra.Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e ferasda terra conforme a sua espécie; e assim foi” (Gn 1.11, 24).

A terra ouviu e obedeceu a sua voz de comando. Aleluia!Quando Ele desejou criar os astros e estrelas, falou aos céus (não ima

gino que língua eles falam, mas com certeza entenderam o que Deus disse):“Haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre odia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos” (v.14). Exatamente o que Ele disse, aconteceu!

Dando continuidade a criação, Ele falou novamente, agora às águas:“Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima daterra no firmamento do céu. E Deus criou as grandes baleias, e todo oréptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conformeas suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deusque era bom” (v. 20,21). E tudo aconteceu conforme a sua Palavra. Glóriaa Deus!

Mas quando Deus decidiu criar o homem, não falou à terra, às águas ouaos céus. Ele disse asi mesmo : “Façamos o homem à nossa imagem, confor

me a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as avesdos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que semove sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem deDeus o criou; homem e mulher os criou” (v. 26,27). A leluia! 

N ós somos a obra prima da criação de D eus!  Todos os seres criados por Elereceberam uma espécie de cobertura. Os animais possuem pêlos, os peixespossuem escamas, as aves, penas, e assim por diante. Mas o homem foi“coberto de uma outra forma”. Tanto é verdade que antes da queda eles

142

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 138/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

permaneceram nus e não se sentiam descobertos (Gn 2.25). A coberturaque estava sobre o homem era espiritual.

Deus o coroou de “glória e honra”  (SI 8.5). A palavra hebraica para

“coroar”  é

atar, que significa circundar ou rodear. O sentido desta expressão é “cobrir, envolver, vestir”. Assim, o homem foi coberto, envolvido ou vestidocom a glória e a honra divina. Na visão profética de Davi, ele está coroado.Aleluia! A glória de Deus é a sua excelência, autoridade e poder. Nós fomos feitos à sua imagem e semelhança para reinarmos juntamente comEle. Os filhos do Rei são príncipes e herdeiros (Ap 1.5,6; 5.10).

Era tudo o que satanás queria e é o que recebemos. Glória a Deus!Há uma coroa gloriosa sobre a nossa cabeça! Mesmo que não possa

mos vê-la ou senti-la, ela está sobre nós. Davi disse no Salmo 103:

“... E ele quem te coroa de benignidade e de misericórdia, quem te supre

de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”(v. 4,5).

E um fato incontestável: temos sobre as nossas cabeças uma coroa dehonra, glória, benignidade e misericórdia! Se você precisa de mais provaspara ter certeza de que esta coroa é real, então ouça as palavras ditas peloEspírito Santo à igreja de Filadélfia: “Eis que venho sem demora; guarda oque tens [hoje e agora],para que ninguém tome a tua coroa  ’ (Ap 3.11 —destaque do autor). Agora você sabe que há alguém interessado nela e não é sem

motivo que a quer. Ela já esteve um dia em suas mãos.Se p a r a d o s d a  g l ó r i a  d e D eu s

Conforme a descrição bíblica da queda do homem (Gn 3), foi por desobediência que Adão deixou cair de suas mãos o cetro de autoridade que haviarecebido para reinar sobre a terra. O efeito do pecado e da queda foi destruidor, não apenas para ele e para Eva, mas para toda a humanidade.

O diabo seduziu a ambos com as suas mentiras e arrancou de suascabeças a coroa espiritual que os cobria com a glória divina. E fácil entender por que: a velha serpente sabia que a glória de Deus era a sua fonte devida e domínio, por isso semeou a confusão e a desobediência no seu coração, levando-os a pecar.

O pecado faz separação entre o homem e Deus. Embora a influênciatenha sido do diabo, a responsabilidade da escolha era do homem quepreferiu ouvir a voz maligna a ouvir a voz do Senhor. O diabo tirou-o da

143

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 139/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

sua posição de príncipe para torná-lo um mendigo. Ele deixou de ser abençoado e feliz para tornar-se amaldiçoado e infeliz.

Nossas escolhas são como sementes. E se não formos sábios para

selecioná-las, nos surpreenderemos no dia da colheita quando descobrirmos quão amargos são os frutos de uma má decisão. No caso de Adão, oefeito do pecado e da desobediência foi imediato.

No mesmo instante em que ele pecou, a sua coroa foi roubada, ele foi“descoberto” e percebeu que estava nu (Gn 3.10). Quando a posição dehonra e autoridade espiritual do homem é violada, a vergonha logo entraem cena. Ela é o oposto da honra de Deus e está associada na Bíblia aos

dias de calamidade. Jó, em meio aos seus sofrimentos, chegou a dizer doSenhor: “Da minha honra me despojou, e tirou-me da cabeça a coroa” (Jó19.9).

Não vamos analisar a condição ou a história de Jó, mas a comparaçãoque ele fez entre honra e coroa é bastante oportuna e representa o queaconteceu na queda do homem.

Envergonhado, Adão se escondeu e só depois que Deus o encontrou éque foi coberto novamente com peles de animais, figura profética daquiloque Jesus faria morrendo na cruz por toda a humanidade (Gn 3.21). Certamente, o sangue daqueles animais foi derramado, simbolizando o sanguedo Filho de Deus que depois de muito tempo seria vertido na cruz.

O sangue de Cristo representa cobertura espiritual e está ligado diretamente a autoridade e ao poder que Deus delegou aos seus filhos. Assim

como o sangue do cordeiro pascal impediu o destruidor de ferir com morte a família dos hebreus, o sangue de Jesus nos cobre e nos livra de todomal (Êx 12.23).

E importante ressaltar que depois de pecar Adão se escondeu, commedo de Deus. A queda afetou a sua visão e Ele não conseguia ver o“perfeito amor que lança fora todo o medo”. A culpa, a vergonha e, quemsabe o medo de ser castigado, o fizeram fugir da presença de Deus. Neste

sentido, as coisas continuam muito parecidas sobre a terra. Mesmo entreos “da fé” encontraremos “fugitivos” sendo procurados por Deus.

Enquanto passeava pelo jardim na viração do dia, Ele saiu à procura deAdão, perguntando: “Onde estás?”. Esta pergunta nos faz lembrar de umprovérbio de Salomão citado no início do livro: “Qual a ave que vagueialonge do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu

lugar” (Pv 27.8).144

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 140/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

Adão havia saído do lugar e da posição onde Deus o havia colocado e aconseqüência desta desobediência seria fatal para todos os homens. Pauloafirmou aos romanos que, com ele, todos pecaram e foram destituídos

(separados) da glória de Deus; e que o salário do pecado é a morte (Rm3.23; 6.23). Assim, em Adão, toda a humanidade morreu espiritualmente eperdeu o seu direito de reinar.

O homem, que havia sido criado para dominar passou a ser escravo eaté adorador daquilo que deveria ter dominado desde o princípio. Mas nãose aflija: se em Adão está o nosso desespero, em Cristo está a nossa esperança. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todosserão vivificados em Cristo” (ICo 15.22).

O apóstolo João disse que “para isso se manifestou o Filho de Deus:para destruir as obras do diabo” (ljo 3.8). Como o último Adão, Jesus veiobuscar e salvar o que estava perdido (ICo 15.45). Sua missão era nos redimirda maldição do pecado e restituir a coroa de glória e o cetro de autoridadeque havia sido entregue ao maligno.

A ENCARNAÇÃO DO VERBO

Embora haja uma riqueza de detalhes no Novo Testamento a respeito daencarnação de Jesus Cristo, quero me concentrar na carta aos Hebreus, nocapítulo 2, comparando-a com o Salmo 8, citado anteriormente. A dívida(do pecado) contraída pelo homem só poderia ser quitada por um homem.

Adão escolheu o caminho da morte e decidiu o seu destino levando

com ele toda a humanidade. Para que Jesus pudesse resgatar o domínioperdido e livrar o homem da condenação (morte e separação) eterna, Eleteria que assumir o seu lugar, honrar a Deus com sua obediência, ainda queisso lhe custasse à própria vida.

E foi o que Ele fez. Despiu-se de sua glória nos céus, porque nos amoumuito mais do que o seu palácio, e veio habitar entre nós como homem.“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verda

de; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (Jo 1.14; Fp2.1-11).

Conforme lemos, Davi viu a glória de Deus nos céus e a coroa da criação sobre o homem aqui na terra. Inspirado pelo Espírito Santo, salmodiouem adoração: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a luae as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que te lembres dele? Eo filho do homem, para que o visites?” (SI 8.3,4).

145

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 141/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

O escritor aos Hebreus citou as mesmas palavras de Davi, mas comuma grande diferença: o homem que ele viu coroado não era Adão, mas

 Jesus Cristo, porque Ele havia assumindo a posição e a condição humanas.

Veja:

“Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o

coroaste, e o constituíste sobre as obras de tuas mãos; todas as coisas lhe

sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada

deixou que não lhe fosse sujeito. Mas agora ainda não vemos todas as coi

sas sujeitas a ele; vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que

os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte,para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2.8,9).

Aleluia! Na visão do escritor bíblico Jesus estava “coroado de glória ehonra por causa da paixão da sua morte”. Esta manifestação da graça deDeus através de seu Filho restaurou a autoridade perdida pelo homem noÉden. Antes de morrer na cruz, Jesus declarou aos seus discípulos: “E

assim como jt uíu--Pai. me conferiu domíniox eu volo confiro a_ zw:._para quecomais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos,

 julgando as doze tribos de Israel” (Lc 22.29,30 —destaque do autor).Ele estava anunciando, profeticamente, que o nosso lugar entre os prín

cipes estava sendo restaurado e que seriamos outra vez recebidos na comunhão de sua mesa.

Glória a Deus! Há um lugar na sala do banquete para mim e para você.Receba esta unção dos príncipes!  Jesus tornou-se o que éramos depois da nossaderrota para que nos tornemos o que Ele é depois da sua vitória. “JesusCristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dosreis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glóriae domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap 1.5,6).

O diabo não medirá esforços para tentar roubar de você a posição dedomínio e vitória que Deus lhe confiou. Ele criará situações que ofusquema sua visão de fé, o abatam e o façam desanimar diante da batalha.

Seja por meio das tentações ou do pecado, da sua alma ou das pessoasque o cercam, ele tentará fazê-lo pensar que você é incapaz de viver osonho de Deus. Por isso ouça que vou lhe dizer: “Nunca permita que

alguém lhe diga que você não é capaz quando Deus diz que você pode146

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 142/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

; tudo”. Satanás quer colocá-lo numa crise de identidade permanente, poissomente assim poderia neutralizar o seu potencial divino.

A PRIMEIRA CRISE DE IDENTIDADE

Quando pensamos na identidade de uma pessoa, imaginamos logo o seurosto. É por isso que, quando apresentamos a carteira de identidade, olhamlogo para a nossa foto.

Quando o homem afastou-se de Deus no Éden, perdeu a sua identidade. Enquanto estava na presença do Senhor sabia quem era, pois haviasido criado à sua imagem e semelhança. Mas a queda desfigurou o homem,

retirando dele aquilo que o identificava com Deus: sua pureza.O pecado tornou o homem impuro. Sua inocência deu lugar à malícia,

ao ódio, à sensualidade, ao orgulho e tantos outros males que o identificamcom satanás e não com o Senhor. Jesus chamava os religiosos de sua épocade “raça de víboras” exatamente por isso (Mt 23.33). Eles tinham a natureza da velha serpente.

O homem não só perdeu a sua semelhança com Deus, como se tornouparecido com o diabo. Da luz, o homem passou para as trevas, da vida paraa~mõrte~, do céu para o inferno. E ao invés de viver em santidade (separadopara Deus), passou a viver em comunhão com o diabo e com o mundo,que acabou da mesma forma: morto no maligno (ljo 5.19),

O homem ficou completamente perdido e desfigurado por causa dopecado. Analise comigo alguns versículos de Isaías 53 e você compreende

rá porque Jesus também estava com o rosto desfigurado quando o profetao viu, numa visão espiritual, subindo ao Calvário. Ele disse que “como raizque sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (v. 2).

Antes da crucificação, os soldados romanos o chicotearam, deram-lhebofetadas e arrancaram a sua barba. Seu rosto estava deformado (talvezirreconhecível) e coberto de sangue por um único motivo: Ele havia seidentificado com a realidade do homem e assumido o lugar de condenaçãoque era dele.

 Tesus foi crucificado parajgsga.tar a sua identidade perdida. Na cruz,Ele estava assumindo tudo o que era seu: suas enfermidades (corpo), dores(alma)_e_ttansgressões (espírito). Por isso Isaías disse que Ele “era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos so

frimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era despre147

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 143/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

zado, e não fizemos dele caso algum” (v. 3). Ele estava sozinho e abandonado da mesma forma como se sentem as pessoas que estão vivendo emcrise.

Não se esqueça, porém, que Ele estava no mundo com um propósito:reaver o domínio perdido, a coroa de glória e o cetro de autoridade quépertenciam ao liomcm. ............

Deus sabia que de nada adiantaria esse poder se o homem não soubesse quem era, pois a identidade e o domínio estão interligados. Portanto, eranecessário restaurar primeiro a identidade perdida do príncipe de Deus,depois recolocá-lo no seu lugar de glória. Então o seu domínio e autorida

de seriam, de fato, restituídos e ele tornaria a reinar juntamente com Cristo.Na realidade de Deus (que é eterna) isso tudo já é um fato consumado

desde a morte e ressurreição de Jesus. Entretanto, existe apenas uma forma dela se tornar a sua realidade, de você ter a sua identidade restaurada esaber quem é: conhecendo mais de Deus através da revelação de JesusCristo. Ele é a verdade que liberta.

A RESTAURAÇÃO DA IDENTIDADE

Restaurar a identidade perdida de um homem é como recolocá-lo no Édenoutra vez. Certamente, estou me referindo à realidade profética do Éden eaquilo que ele representava para o homem e não ao lugar físico ou geográfico. Profeticamente, o Éden é a figura de um lugar de glória, comunhão eintimidade onde poderemos desfrutar da honra e do domínio que foram

perdidos pelo homem.Através do profeta Isaías, o Espírito Santo declarou:

“Ouvime, vós os que seguis a justiça, os que buscais ao Senhor. Olhai para a rocha

de onde fostes cortados, e para a caverna do poço de onde fostes cavados.

Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque, sendoele só, o chamei, e o abençoei e o multipliquei. Porque o Senhor consolaráa  

Sião; consolaráa todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Eden, e a  sua solidão como o jardim do Senhor, g020 e alegria se achará nela, ação de

graças, e voz de melodia” (Is 51.1-3 —destaque do autor).

Deus fará o seu deserto como o Éden! Todos essas figuras citadas porIsaías são proféticas e estão ligadas às nossas vidas. Paulo disse que os quesão da fé são descendentes de Abraão. A promessa que Deus deu a elecumpriu-se em Jesus e nele fomos feitos herdeiros de tudo (G1 3.16).

148

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 144/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

Esta unção de restauração está varrendo as cinzas dos nossos coraçõese trazendo um novo cântico aos nossos lábios. Em lugar de espírito angustiado haverá óleo de alegria! E importante que você entenda que tudo isso

é profético e deve ser recebido e vivido pela fé. “O Senhor fará o seudeserto como o Éden e a sua solidão com o jardim do Senhor!” Vamospensar juntos a respeito deste jardim e de seu significado profético paranós.

O  ja r d im d o   Se n h o r

O Éden era um lugar especial para o homem. Não apenas pela paz reinan

te, pelo poder disponível e por toda a provisão que estava ao seu alcance,mas principalmente e, acima de tudo, pela presença de Deus naquele lugarde glória. Ela o separava das trevas que estavam ao redor.

O desejo de Deus, desde o início, era transmitir vida ao homem atravésde um relacionamento pessoal. Sua presença no jardim dava ao homemsenso de identidade, pois ele havia sido criado à sua imagem e semelhança,enquanto sua palavra dava direção a todos os seus passos. Não havia con

fusão a respeito de quem ele era e de qual era o seu destino. Havia paz,comunhão e intimidade entre eles até que o pecado se manifestou. Foientão que um grande abismo fez separação entre o homem e Deus.

Mas o seu desejo de comunicar vida  através de um relacionamento deamor não mudou, mesmo depois da queda. Para entendermos o que é vidae desfrutarmos de toda a sua plenitude, teremos que vê-la como Deus a vê,e pensar nela como Deus pensa.

A vida na mente de Deus não se limita a uma quantidade de dias vividossobre a terra. Esta concepção temporal e cronológica da vida está muitodistante daquilo que a vida é, de fato, para Ele. Moisés, inspirado pelo doEspírito Santo, fez uma oração que se tornou um dos salmos mais conhecidos da Bíblia, o Salmo 90. Nele, sua oração se torna uma descrição decomo é curto o período da existência humana na ótica do Espírito de Deus.

“A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez,chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos” (SI 90.10). Se compararmos estes números com aeternidade, setenta ou oitenta anos representam tão pouco que praticamente desaparecem. Definitivamente, a vida para Deus é mais que isso!peus é o Pai da eternidade, suas palavras são eternas, seu propósito é eter-flo e tudo o que diz respeito a Ele precisa ser entendido na perspectiva da

eternidade.

149

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 145/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

L embrese que na mente de Deus a vida éCristo. Ele mesmo confessou: “Eusou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”(Jo 14.6). Jesus é o Verbo de Deus que existe antes do princípio e depois do

fim. Ele é a vida eterna que Deus desejou compartilhar com o homemdesde a criação. No Éden o homem tinha acesso a vida de Deus (a suaessência ou plenitude), pois a árvore da vida está no jardim.

Por um momento, ele foi separado dela e a morte passou a reinar sobreele, até que Jesus Cristo veio ao mundo trazer vida com abundância. Podeparecer simples, mas é a verdade de Deus. Ele é amoroso e justo, por issoa sua verdade pode ser compreendida até por indoutos e iletrados.

Aproxime-se da sua fonte de vida e busque um relacionamento de amore intimidade com Jesus. Somente assim poderá desfrutar da plenitude davida abundante que Ele tem para você. Na oração sacerdotal, Jesus Cristorevelou algo sublime enquanto falava com o Pai a respeito da vida:

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3).

Embora eu tenha repetido várias vezes (propositalmente) esta verdade,ela é eterna e pode mudar a sua vida para sempre.A vida  (no sentido plenoda palavra) éesta\ conhecer a Deusl  O fato de Jesus referir-se à vida chamando-a de eterna não significa que só poderemos desfrutá-la nos céus. Ele éeterno e contempla todas as coisas na perspectiva da eternidade.

Mas nós podemos desfrutá-la ainda neste mundo. Ele mesmo disse:

“Éú vimpara que tenham vida [plena] e vida com abundância” (Jo 10.10).Se a vida está em “conhecer a Deus”, a morte está em “não conhecê-lo”como é devido. Por isso, “buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua facecontinuamente” (SI 105.4).

Vá além do conhecimento intelectual e religioso. Paulo disse que o homem nãfuíal [mente] não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque paraele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

 _Assim, você não pode ser uma pessoa almática (viver na alma) e, aomesmo tempo, espiritual (viver no espírito). Liberte-se da superficialidadeda vida da alma e do domínio das emoções e vá ao encontro das profundidades de Deus. “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram,nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que

Deus preparou para os que o amam” (ICo 2.9,14).

150

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 146/204

UMA COROA DE HONRA E GLÓRIA

 T empo  d e r e s t a u r a ç ã o  e dec isão

A escolha entre viver prisioneiro na alma (emocionalmente) ou ser livre noespírito depende de cada um de nós. Em Cades-Barnéia o povo hebreu

poderia ter escolhido a liberdade, ainda que tivesse que lutar por ela, maspreferiu continuar vagando aprisionado por seus medos e temores. Siga oexemplo de Calebe. Ele sabia que o mesmo Deus que havia preparado aterra para ele, quarenta anos antes, continuava sendo a sua força e vigorpara lutar e vencer os inimigos que tentavam roubar-lhe a herança naquelesdias.

Mesmo que por longos anos você tenha vivido num lugar de sequidão(emocional e espiritual), levante-se na unção da conquista e diga a Deus:“Dá-me este monte” (Js 14.12).

O tempo da restituição chegou! Como Daniel, profetizo que “o reino, e  o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos  do A ltíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Dn 7.27). Posso ver através da fé o poder de Deus

sobre a sua vida. Ele cercou-lhe de “bênçãos excelentes e colocou sobre asua cabeça uma coroa de ouro fino” (SI 21.3). O domínio está em suasmãos, pois “tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus” (ICo 3.21-23).

Aleluia! Tudo aquilo que havíamos perdido em Adão nos foi restituídoem Cristo, inclusive o nosso lugar junto ao trono da graça. Ele está nocentro de tudo o que existe. E a partir dele que o nosso Deus soberanogoverna todas as coisas e nada foge ao seu controle.

O profeta Isaías viu o Senhor neste alto e sublime trono e estremeceuao ouvir a sua voz: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita naeternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; comotambém com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dosabatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 6.1; 57.15).

A vida, procede daquele que está assentado no Trono. Ele desejacomünicá-la a nós através da Palavra que sai da sua boca (Mt 4.4), por issonos deu livre acesso a sua presença através do sangue de Jesus. Comopríncipes de Deus, nosso destino é o trono, e as moradas do Altíssimo, onosso lar. Nós .viveremos ali eternamente, adorando o Rei dos reis e oSenhor dos senhores (Ap 5.10-13).

Embora Ele tenha nos dado desde a criação do mundo autoridade egoverno para reinarmos com Ele em vitória, decida confiar, depender e

viver apoiado exclusivamente em sua graça e misericórdia para executar

151

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 147/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

este reinado eternamente. Mesmo que tenhamos o domínio sobre a terra,proclamemos como um tributo de louvor e adoração: “A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém” (lPe 5.11).

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 148/204

Capítulo

9

~z r

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

Você se lembra da fotografia que meu amigo me mostrou enquanto euestava num seminário nos Estados Unidos? Creio que você não ape

nas se lembra, como acha graça quando pensa na hipótese de uma cabra“pensar” que é cachorro. Pois saiba que fiz menção daquele fato na introdução deste livro propositalmente. Durante os últimos treze anos tenhopastoreado vidas e encontrado, em todos os lugares, pessoas que não sabem quem são.

Certamente, você já ouviu alguém dizer que tal pessoa é um “lobo compele de ovelha”. Longe de ser um elogio, essa expressão significa que al

guém está tentando enganar, fingindo ser o que não é.Curiosamente, tenho percebido entre os crentes em Cristo um fato

oposto a essa expressão popular. Eles são ovelhas, mas estão andandopor aí com pele de lobo porque estão vivendo uma crise de identidade.Eles se escondem na multidão e se infiltram nas “alcatéias”, tentando enganar a Deus, aos outros e a si mesmos porque as suas mentes estão, de

fato, cheias de engano. A partir desta constatação, criei uma história fictícia que, infelizmente, parece ser o triste retrato desta geração em quevivemos.

Certo homem possuía uma pequena chácara num condomínio próximo à cidade. Ao redor da sua propriedade havia muitas outras chácaras e,na maioria delas, os proprietários criavam diversos tipos de animais. Noseu caso, sua predileção era por cães de raça, embora criasse alguns porcos

e cavalos.

153

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 149/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Um dia, seu vizinho o presenteou com um filhote de cabra. Sem ter umlocal ideal para acomodá-la, ele a deixou no quintal junto com os cães.Embora houvesse muitas disputas e rusgas entre eles, o animalzinho foi

recebido com uma certa tolerância pelos novos companheiros.Contudo, a cerca que separava as duas chácaras se tornou a linha divi

sória entre dois mundos diferentes para a pobrezinha que passou a vivernum “mundo-cão”. O convívio permanente com a matilha começou amodificar a mente daquele filhote que passou a pensar e a comportar-secomo se fosse um cachorro.

A partir daí as crises começaram a surgir. E la insistia em entrar na casados cães porque entendia que aquele era o seu lugar. Impiedosos, eles ros-navam tentando intimidá-la. Latiam e até mordiam a infeliz que, ferida,contentava-se em dormir ao relento, no meio do gramado.

 Tantas vezes a situação se repetiu que o seu dono resolveu presenteá-lacom uma casa. Ela se sentiu um “cão realizado”, porque agora tinha o seupróprio espaço. Embora a situação estivesse controlada, sentia-se sozinha

naquele lugar e tinha a impressão de que algo em sua existência estavadesarmonizado.Contudo, ela cresceu ali, dividindo o espaço daquele território hostil.

Várias vezes se viu acuada entre os cães raivosos e enfurecidos que disputavam a dentes um pedaço de carne ou um prato de comida. O seu berrosolitário desaparecia em meio aos latidos e uivos permanentes. O donodos animais ralhava com os cães barulhentos e ela pensava: “Quero agra

dar o meu dono e ser um bom cão. Farei tudo para que ele se orgulhe demim”.

Às vezes, aquele homem esquecia os portões da chácara abertos, e quando um carro passava na estrada a cachorrada saia correndo atrás. No meiodeles ia a cabra, berrando enlouquecidamente. Furioso, o homem gritavacom eles e ordenava que voltassem para dentro de casa e permanecessemlá, quietos e comportados.

Envergonhada pelo mau comportamento e pela desobediência, a cabracorria para dentro de sua casinha e pensava: “Puxa, porque é que faço issosabendo que ele não gosta? Por que eu não consigo ser um bom cachorroe me comportar à altura das suas expectativas?”. Frustrada e entristecida, acabra adormecia decepcionada consigo mesma.

O fato se repetia e todas às vezes ela dizia para si mesma: “Eu não devo

ser assim”. Até que um dia ela tomou uma decisão: “A partir de hoje nunca

154

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 150/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

mais correrei atrás de um carro. Haja o que houver, irei conter esse impulso que me leva a desobedecer e a desagradar o meu dono”.

Não demorou muito e ela ouviu o ronco do motor de um veículo na

estrada. Firmou a sua mente e disse para si mesma: “Calma, você vai conseguir. Não corra atrás daquele carro. Você sabe que isso não será bompara você e desagradará o seu dono que lhe instruiu a não fazer isso”.

Os cachorros saíram atrás do carro e ela permaneceu ali, firme e decidida, até que ele se foi. Aliviada, relaxou por um instante, mas logo um novoronco surgiu nas imediações. Aflita, ela continuou relutando contra o desejo interior que parecia cada vez mais incontrolável. Suando frio, conse

guiu vencer mais uma vez a ânsia de fazer a sua própria vontade e de desobedecer ao seu dono.

Não demorou muito e um terceiro carro passou por ali. “Aí já é demais!” Descontrolada, ela saiu correndo no meio dos cães berrando feitouma cabra. Repreendida severamente ela voltou para casa arrasada, lamentando ser incapaz de vencer a sua natureza de cachorro.

Encostada na cerca da chácara, ela observou o rebanho de cabras epensou: “Por que eu não nasci uma cabra? Então seria tudo diferente paramim”.

E continuou a pensar: “Elas são dóceis, mansas e parecem equilibradas.Não correm atrás dos carros e não decepcionam os seus donos. Miserávelcachorro que sou, quem me livrará desta sina? Daria tudo para ter nascidocabra e não cachorro. Contudo, a única coisa que posso fazer é me confor

mar e lutar para tentar vencer este mal que me domina”. E assim ela continuou, lutando dia após dia para ser aquilo que já era.Você pode ter achado engraçada a história que inventei, mas a situação

da personagem central é idêntica a vida de muitos crentes que se “conformam” com este mundo e tomam o formato desta geração, vestindo umacapa, colocando uma máscara, fazendo-se passar por lobo. No fundo, elesestão lutando para serem aceitos pelos homens, porque não se sentem

totalmente amados por Deus. Seus corações estão insatisfeitos e sem paz esuas mentes opnmIHãs pelo diabo e por padrões mundanos.

Eles temem ser rotulados de “fanáticos”, por isso se esforçam paraserem iguais aos amigos do mundo (Tg 4.4). Falam como eles, se vestem ese comportam da mesma maneira para serem amados e aceitos pelos outros. Esta é uma das formas de não serem taxados ou até excluídos. Porisso quem está em crise de aceitação luta de todas as formas contra a rejei

155

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 151/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

ção. Na ânsia de serem aceitos, muitos abrem mão de valores e princípiosque deveriam ser inegociáveis. Faltam-lhes fé, experiência e revelação deCristo.

Por não conhecerem a profundidade do amor de Deus, muitos saem dasegurança da casa do Pai à procura de algo que lhes preencha o coração, oque justificam como sendo direito à liberdade. Mal sabem que estão seafundando no cativeiro. São como o filho pródigo que queria ser livre,vivendo longe dos limites da casa do pai, mas que no final da aventuramundana acabou sozinho, sem amigos, dinheiro e perdido (Lc 15).

Alguns são orgulhos para aceitarem que estão doentes e mundanizados.Então, de vez em quando eles “aparecem”, afirmando que estão muitobem e que não se afastaram nem esfriaram na fé. Este é o tipo de doentemais difícil de ser tratado, porque sequer aceita que está doente.

No fundo, eles não sentem paz interior vivendo esta vida dúbia eacabam se tornando pessoas “estranhas”. Eu as chamo de lusco-fusco.Você sabe o que isso? Meia claridade. E àquela hora do crepúsculo

vespertino, ao anoitecer, em que não está claro, mas também não estátotalmente escuro.

Sabemos que são príncipes, mas o convívio com os porcos os fazemparecer mendigos (Lc 15.15,16). Não refiro as pessoas como porcos, masaos espíritos malignos que passam a oprimi-las mental, emocional e espiritualmente.

Interessante é que nem todos os crentes em crise estão no mundo.

Uma parte deles também é pródiga, mas permanece dentro dos templos.As motivações são diferentes do primeiro grupo que citei. Enquanto estesse esforçam para parecer com o mundo e serem aceitos pelos homens,existe um outro grupo que anela sinceramente_serigual-a Deus e aceito porEle, mas são resistidos pela crístfcle identidade.

Eles amam ao Senhor de coração e anelam por sua santidade, mas pornão terem os olhos abertos para a sua verdadeira identidade em Cristo,sentem-se incapazes de agradá-lo, de viverem em santidade e à altura desuas expectativas. Eles olham para os lados, vêem “as cabras” e sonhamser como elas, mas lamentam o fato de terem nascido “cachorro”.

Normalmente, pensam assim: “Se eu fosse melhor, como fulano de tal(que é bom, santo, cheio do Espírito), Deus responderia minhas orações eeu não estaria passando por isso. Ele me usaria muito mais na sua obra, se

revelaria e falaria comigo em profecia, me daria dons, etc.”.

156

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 152/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

Este mesmo sentimento de rejeição é transferido para as pessoas aoredor e logo surgem as dificuldades nos relacionamentos. Percebo que, noíntimo, o que querem é ser “pessoas de Deus” e estão sempre procurando

um meio de fazer algo mais para compensar esta “falta” ou para se livrarem da culpa.No fundo, eles estão se esforçando para ser aquilo que já são, desde o

seu novo nascimento. Mas os seus olhos não estão completamente abertospara esta verdade ou realidade espiritual. Muitos até conhecem, mas nãotomaram posse, verdadeiramente, daquilo que lhes pertence (Lc 15.31).

Eles precisam de uma visão mais ampla da obra de Cristo na cruz, do

poder da ressurreição e do seu efeito transformador na vida de seus servos. Infelizmente, nesta busca por aceitação dentro e fora da igreja, a maioria se machuca, se decepciona, se frustra e adoece emocional e espiritualmente.

Mas nem tudo está perdido. Sempre há um caminho de volta! Em ambos os casos, a cura está no mesmo lugar e não é na casa, mas nos braçosdo Pai. Ele ainda observa o caminho do deserto à espera do pródigo, se

move de íntima compaixão por ele, corre, se lança sobre o seu pescoço ebeija-o no rosto, dizendo: “Tragam depressa a melhor roupa; vistam-no ecoloquem um anel em sua mão e sandálias nos pés. Vamos fazer uma festa.Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado” (Lc 20.20-24).

Olhe para o Calvário e você verá que ainda há um poder de cura erestauração emanando da cruz de Cristo para libertar e transformar mentes e corações.

A REALIDADE DA FÉ

Antes de descrever aquilo que Cristo realizou na cruz por toda a humanidade, preciso esclarecer algo que entendo ser fundamental neste processode cura e libertação. Tudo o que vem de D eus preása ser recebido pelafé. De umaforma bem simples, fé é a certeza que temos aquilo que esperamos. E a

convicção de fatos não podem ser vistos (porque são espirituais), mas quesão aceitos como reais por causa da Palavra de Deus.

A fé é fundamental e indispensável para o nosso relacionamento com oSenhor, com a sua Palavra e a para realização do seu propósito em nossasvidas (Hb 11.1,6). Paulo, escrevendo aos romanos, disse que “o justo viverá da fé”. Assim, a qualidade de vida que viveremos na terra estará ligadadiretamente ao tipo de fé que exercitarmos. Precisamos desenvolvê-la para

157

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 153/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

que possamos compreendê-lo, bem como as suas realidades. Não existeoutro meio, pois somente a fé é capaz de tornar real para nós aquilo que éreal para Ele.

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nemos vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim comoo céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos doque os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que osvossos pensamentos” (Is 55.8,9).

Davi disse que Ele fez conhecidos os seus caminhos a Moisés e os seusfeitos aos filhos de Israel (SI 103.7). Observe que os seus feitos (obras das

suas mãos) eram conhecidos da multidão, mas somente a Moisés Ele revelou os seus caminhos (a sua intimidade). Ele vai ao encontro dos amigosíntimos para compartilhar com eles os seus segredos (SI 25.14).

Quando Deus fala das coisas que são reais para Ele, fala de mistérios,de coisas ocultas e incompreensíveis para a razão humana (mente natural).Essas coisas só podem ser aceitas pela fé e discernidas pelo espírito recriado, principalmente porque Ele fala das coisas que não são [visíveis] como

se fossem (Rm 4.17). Isso não é problema para a fé porque ela “vê” ascoisas invisíveis na realidade do Espírito.

Deus é eterno e não está limitado ao passado, ao presente ou ao futuro.“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8). Portanto, Ele é atemporal e vê todas as coisas na perspectiva da eternidade. Porisso, quando você lê a Palavra de Deus tem que ter em mente que Ele estáfalando das coisas que são reais para Ele, dentro da sua própria realidade,ou seja, a dimensão da fé.

Se os seus olhos não estiverem abertos para estas verdades espirituais,você não conseguirá caminhar na realidade de Deus, o sobrenatural, nemtão pouco relacionar-se com Ele ou desfrutar plenamente de suas bênçãos,porque tudo é pela fé (Hb 11.1,6). Tudo aquilo que somos e temos em Cristo está 

na dimensão dafé. Logo, o fato de não ser visível não significa que não é real.

Creré uma decisão, não um sentimento, por isso a fé não é física, mental ou intelectual. E la é espiritual e sobrenatural. Muitos não entendem esteprincípio de fé e querem ver e sentir aquilo que precisa ser crido e, por isso,se afligem e vivem dominados por suas almas (Jo 20.27-29).

A. fésimples epositiva aceita que éverdade tudo aquilo que Deus di% que éverdade. Quando Deus nos dá a promessa ou revela a sua palavra aos nossos corações, mesmo que tudo ao redor contrarie o que Ele disse, aceitamos e

158

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 154/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

cremos naquilo que falou independente de sentirmos ou vermos. Unimosa palavra à fé e entramos no descanso de Deus (Hb 4.1-3).

Se Ele fala de coisas que foram, são ou serão (passado, presente ou

futuro), a fé positiva aceita como verdade e crê sem duvidar porque Elenão mente. Sendo assim, entender a forma como Deus vê e fala da suarealidade é fundamental para compreendermos a obra de Cristo na cruz ea sua ressurreição.

Este é o fundamento onde está apoiada toda a verdade a respeito denossas vidas (identidade e destino proféticos). Entre no descanso da fé emnome de Jesus. Embora a fé e o fato sejam opostos entre si, a fé não negao fato. Ainda que o fato seja verdade, há uma verdade (que é a de Deus)que é “mais verdade” do que aquilo que o fato está apresentando. Parececomplicado, mas não é.

Pense comigo. Uma pessoa vai ao médico e é informada: “Os examesmostram que você está muito doente e que este tipo de doença é incurável”. A fé não nega este relato e diz que é mentira. E um fato (uma verda

de). Mas a fé vai além do fato e diz que está escrito na Palavra de Deus que Jesus Cristo “levou sobre si as nossas enfermidades e pelas suas pisadurasfomos sarados” (Is 53.4,5).

Isto é o que é real para Deus (pois essa afirmação é do Espírito Santo).Assim, esta é a verdade dele e a realidade da fé. Neste caso, o enfermo deveexercer fé na Palavra para que a realidade de Deus possa tornar-se a suaprópria realidade.A fése apossa da cura divina e o milagre acontece!  Ainda que ofato seja verdade, a verdade de Deus é maior.

Este mesmo princípio se aplica a todas as áreas de nossas vidas. Averdade do fato é passageira porque é deste mundo, mas a verdade deDeus é eterna. O Senhor disse em Mateus 24.35: “Passará o céu e a terra,mas as minhas palavras jamais passarão”. Pela fé podemos caminhar acimadas circunstâncias, além da realidade humana, na dimensão onde “as águias

voam” e os milagres acontecem (Is 40.29-31; Mt 14.29). Aleluia!Vara isso, a verdade de D eus precisa ser a sua verdade. Ainda que o fato con

trarie completamente aquilo que a fé acredita, devemos nos firmar naquilo que Deus disse. Lembre-se que aquilo que foi dito a você, ao longo desua vida, e que foi recebido em alma como verdade, condicionou seuspensamentos e tornou-se uma informação-padrão, ou simplesmente, a “sua  

verdade”.159

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 155/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Pois bem, muitas destas informações eram mentiras e produziram enganos e escravidão em sua alma. Para que haja cura plena e transformaçãototal, teremos que eliminar essas mentiras da sua mente e substituí-las pela

verdade de Deus.Mas isso só é possível através da fé em sua Palavra. A fé transcende ofinito e o natural e se move no infinito, na dimensão do Espírito Santo.Este é o método de Deus para a cura divina: é preciso crer. Desta forma,mesmo que os fatos que cercam a sua vida sejam desfavoráveis, você podecaminhar acima deles, na realidade de Deus.

Os seus pés vão continuar pisando na terra (realidade natural), mas a

sua mente estará no céu (realidade espiritual). Foi pensando nesta verdadeespiritual que Paulo instruiu os colossenses dizendo: “Portanto, se járessuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristoestá assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e nãonas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondidacom Cristo em Deus” (Cl 3.2).

Observe que ele fala de uma outra dimensão onde Cristo está assenta

do a direita de Deus. E nesta região celestial onde os príncipes tambémestão assentados! Perceba como o apóstolo fala de coisas que parecemirreais e fora do nosso tempo: “Estais mortos”; “Já ressuscitastes”; “Vossavida está escondida com Cristo em Deus”.

Contudo, esses fatos são reais para Ele nas regiões celestiais. Para Ele,morremos em Cristo e ressuscitamos nele (2Tm 2.11). Está escrito: “Ben

dito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas  as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo ” (E f 1.3 —destaque do autor).O que significa para você “todas as bênçãos espirituais?”. Exatamente

isso: “Todas as bênçãos espirituais”. Tudo está pronto e disponível. Bastaaprenderemos a “transferir” da realidade de Deus (invisível) para a nossarealidade (visível) tudo aquilo que necessitamos para viver abundantemente, conforme a vontade de Deus.

Na mente dele, você tem absolutamente tudo em Cristo Jesus. Portanto, é de suma importância que você compreenda a realidade da fé, porquesomente assim descobrirá a sua verdadeira identidade (em Cristo) e a suaposição de vitória nele. Elas são divinas e sobrenaturais, bem como todasas demais coisas que estão relacionadas à sua vida aqui na terra e nos céus.

Tudo êa parti r de Cristo e pela fé. Se você pode crer nesta palavra divina,receba-a em seu coração: “Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz;

160

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 156/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

porventura não a percebeis? Eis que porei águas no deserto, e rios noermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito” (Is 43.19,20). Vocêtem fome e sede de Deus? O Espírito Santo nunca provoca em nós umafome ou sede que não esteja disposto a satisfazer. Ezequiel profetizou que

por onde as águas do Rio de Deus passarem, tudo viverá.Sinta o cheiro das águas que fluem do Trono, mergulhe neste rio e

busque as profundezas de Deus.É tempo de renovação e restauração em sua vida!  “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará,e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seutronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como umaplanta” (Jó 14.7-9). Receba esta palavra viva, em nome de Jesus.

A PRIMEIRA SUBSTITUIÇÃO

Nestes dias Deus está abrindo os olhos para que você “veja” tudo aquiloque em Cristo  é a sua herança. Não se trata apenas daquilo que será a suaherança futura, mas daquilo que você já possui e que pode ser desfrutado(agora) pela fé. Ele está revelando ao seu coração tudo aquilo que JesusCristo conquistou na cruz e que já lhe pertence.

Mais do que bênçãos materiais, Ele nos deu uma nova natureza. Pedroconfirmou isso quando escreveu: “Visto como o seu divino poder nos deutudo o que diz respeito à vida, pelo pleno conhecimento daquele que noschamou pela sua glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado as suaspreciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina” (2Pe 1.3,4). Este é o propósito de Deus: quevivamos a vida terrena a partir da natureza divina. Ela não é carne nem énatural, é espírito e sobrenatural. E a natureza de Cristo. Ê a sua própria vida  em nós! 

Esta natureza divina está em você desde o seu novo nascimento, ouseja, desde o momento em que Cristo foi recebido em seu coração comoSalvador e Senhor. Consciente desta verdade, Paulo declarou: “Não vivoeu, mas Cristo vive em mim” (G1 2.20). E ste éo segredo de uma vida triunfante! 

Exerça fé nesta verdade e tudo o que Ele é e possui você também desfrutará. “Tudo quanto o Pai tem é meu”, disse Jesus (Jo 16.15). Nós sabemos que Ele é o herdeiro de todas as coisas e que somos co-herdeiros comEle (com o mesmo direito de posse).

Este era o plano original de Deus para o homem desde a sua criação.Contudo, Adão ignorou o conselho de Deus que disse: “De toda a árvoredo jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e

161

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 157/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamentemorrerás” (Gn 2.16,17).

Adão ignorou a recomendação divina. Embora ele tivesse acesso a vida,pareceu bem aos seus olhos e ao seu entendimento humano ignorar a pa

lavra de Deus e desobedecê-lo, dando ouvidos ao conselho do diabo (Gn3.1-7). Ele comeu do fruto do conhecimento do bem e do mal, assumiupara si e para toda a humanidade a maldição do pecado e foi separado davida e da glória de Deus (Rm 3.23). O homem escolheu um caminho demorte e seguiu rumo ao seu destino: a condenação eterna.

 Teria sido assim, se Deus não o tivesse interceptado. Jesus Cristo despiu-se de sua glória e deixou a sua realidade divina para se identificar coma nossa realidade e condição humanas (Fp 2.6-8). Ele deixou a sua posiçãode Filho de Deus para ser reconhecido na terra como o filho do homem.E le estava realizando aprimeira substituição , identificando-se com a nossa miséria. Paulo disse que “aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecadopor nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).

Isaías profetizou o seu sacrifício setecentos e cinqüenta anos antes de

sua morte na cruz, porque o Cordeiro já estava preparado antes da fundação do mundo e uma cruz estava levantada entre a terra e os céus. Assim,Deus “tirou” o homem do caminho de morte que ele havia escolhido ecolocou Jesus Cristo em seu lugar. Entenda isso pela fé: Ele trocou delugar conosco assumindo a nossa identidade e condenação. Nós, que está-ramõs em Adão, mortos no pecado, fomos colocados por Deus em Cristo.

Ele mesmo afirmou: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrai

rei a mim” (Jo 12.32). Portanto, quando foi crucificado, nós morremos juntamente com Ele. E o que diz a Palavra de Deus: “Sabendo isto, queo nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quemestá morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo,cremos que também com ele viveremos. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”(Rm 6.6-8,11).

Para Deus isso é real: nós morremos com Cristo. Jesus assumiu a nossaculpa, pagou o preço da nossa libertação e cancelou a nossa dívida (Cl2.14,15). A Palavra de Deus diz que o Cordeiro perfeito derramou o seusangue para perdão e remissão de nossos pecados. O seu sangue preciosoera a solução para o que fizemos (os efeitos da natureza pecaminosa, ou

162

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 158/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

seja, os pecados), mas a cruz era a resposta de Deus para o que éramos (anatureza do pecado).

Desta forma, a cruz trata com o que. sou e o sangue com o que faço.Com o seu sangue precioso Jesus pagou a nossa dívida e comprou-nospara Deus. Aleluia! Não permita que o mundo, o diabo ou as pessoas avaliem a sua vida ou queiram ditar o seu valor. A única pessoa quejgode falara respeito disso é Aquele que pagou o preço por sua vida. V ocêvale o preço  qu<ifpjLpago_por ela: a vida de Cristo!   ..

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição

recebestes dos vossos pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como deum cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outrotempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (lPe 1.19,20). Aleluia!

Este sangue não foi apresentado aos homens, mas a Deus (Hb 9.11-15). Lembre-se da primeira Páscoa. O sangue estava do lado de fora dosumbrais das portas (Ex 12.7,13). É necessário, portanto, que o homem

aceite a avaliação que Deus faz do sangue e creia que o débito está pago. Euma questão de fé na Palavra de Deus.

Não tente ser amado e aceito por causa das suas obras nem queiraapresentar-se diante dele apoiado em sua justiça própria. Dependemos totalmente do sangue de Cristo e dos méritos dele para termos acesso àpresença de Deus (E f 2.13; Hb 10.19,20). Através de seu sacrifício fomos

 justificados (nos tornamos justos aos seus olhos) e reconciliados com Deus(Rm 5.1; 2Co 5.19).

Vocêéabsolutamente  amado, totalmente  aceito,completamente  perdoado eperfeita- 

mente  justo aos olhos de Deus através de Jesus Cristo, o Senhor.

Esta é a verdade de Deus na qual a sua fé deve descansar plenamente.Na prática, vamos perceber que as pessoas têm dificuldades para crer na

quilo que o Senhor diz, mas não naquilo o diabo fala. Normalmente háuma grande alegria na salvação quando “descobrimos” que o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado e que se confessarmos os nossospecados (em arrependimento), E le é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (ljo 1.7-9).

Contudo, a alegria cede lugar a tristeza à medida que o novo convertidovai caminhando com Deus e descobre que há algo dentro dele que o leva a

163

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 159/204

A UNÇAO DOS PRÍNCIPES

pecar novamente, colocando-o num círculo vicioso de pecar e ser perdoado, e pecar novamente, etc. Esse momento é propício para uma crise deidentidade.

“Espere um pouco”, pensam alguns. “Sou ou não sou um homem d<Deus? Será que não estou liberto?” Alguns chegam a pensar que não sãcsalvos e convertidos ou que perderam a salvação. Eles, que já conheciam cpoder do Sangue, agora precisam descobrir o poder da cruz. Ela não negocia com o homem. Mata! Uma vez que todo homem nasceu no pecado (S'51.5), o seu efeito na natureza corruptível aparece na conduta, mas a caussé a hereditariedade. Esta é a vida que vem de Adão e está ligada a carne e a

alma.Paulo descreve este conflito em sua epístola aos gálatas: “Porque a car

ne mílíta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-seum ao outro, para que não façais o que quereis” (G1 5.17). Mas se o nosscdesespero está em Adão, em Cristo está a nossa esperança (Rm 5.18). EmAdão recebemos tudo o que é de Adão, mas em Cristo recebemos tudo cque é de Cristo. O que Paulo disse, quero repetir: “Assim que, se alguém

estáem Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo sefez novo” (2Co 5.17 —destaque do autor).

Guarde isso em seu coração: EU NELE! A cruz nos transfere de Adãopara Cristo! Ele tomou sobre si tudo o que era de Adão e triunfou sobre cpecado e toda a sua maldição (G1 3.13). A escravidão do pecado veio pelonascimento, a libertação através da morte. “Um morreu por todos, Iogatodos morreram” (2Co 5.14). Então, Deus nos colocou em Cristo e tratou

diretamente com Ele. N osso destino estava ligado ao dele. Aleluia!Fomos sepultados com Ele e ao terceiro dia ressuscitamos com Cristo.

“Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.5).Lembre-se que estes fatos espirituais são reais para Deus, mas podemos“trazê-los” para a nossa realidade e torná-los reais para nós através da fé.

Na ressurreição começa uma nova história e o que é de Cristo nos é

entregue somente pela fé. Ele morreu pelos nossos pecados e com Elemorreu o nosso velho homem (Rm 5.8; 6.6). Se podemos crer na morte de

 Jesus Cristo naquela cruz, creiamos na nossa própria morte, pois estáva-mos nele, segundo a Palavra de Deus.

Paulo afirma aos efésios que não apenas morremos nele, mas que “estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com

164

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 160/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, ecom ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus” (Ef 2.5,6).

E le nos deu uma nova vida e uma nova identidade. Aleluia!

Para que haja uma nova criatura é necessário que haja mudança de natureza. Assim como uma lagarta que se transforma numa borboleta, é preciso haver uma metamorfose. E esta a palavra que Paulo usa na carta aosromanos quando cita a transformação das mentes: “E não vos conformeis[tomar o formato, amoldar] a este mundo, mas transformaivos   [meta-mórphosis] pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qualseja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2 - destaques do

autor).Quando os “olhos do entendimento” são abertos, a mensagem da cruz

é revelada ao coração e deixa de ser algo que sabemos para ser algo em quenos tornamos. Quem reconhece a sua verdadeira posição em Cristo através da fé, torna real para si tudo aquilo que Ele prometeu e entregou na suamorte e ressurreição.

A SEGUNDA SUBSTITUIÇÃOPaulo disse que “a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem;mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo  crucificado ” (ICo 1.22,23 —destaque do autor). A cruz de Cristo dividiu ahistória em duas partes distintas e fará a mesma coisa na vida daqueles quecompreenderam a sua poderosa mensagem.

Embora a maioria dos crentes em Jesus conheça a história bíblica dacrucificação e a sua importância para a salvação da humanidade, uma partesignificativa desconhece a profundidade desta obra.

Pode parecer simples o que estou compartilhando com você a respeitoda morte e da ressurreição de Jesus, mas o fato é que muitas pessoas conhecem a obra que Cristo realizou na cruz teológica e intelectualmente

(através de sabedoria humana), mas não desfrutam da plenitude do queEle fez e está fazendo para os que crêem.Há muito mais para ser desfrutado nele e através da vida dele em nós.

Mas para que os benefícios reais do Calvário sejam usufruídos, os olhos doentendimento (revelação divina) precisam ser abertos. Permita que o Espírito Santo amplie a sua visão a respeito desta obra de substituição divina,pois este é segredo da vida abundante.

165

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 161/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Ele quer dar-lhe mais do que conhecimento. Lembre-se que foi o Paiquem revelou a Pedro a verdadeira identidade do Filho e, depois disso,

 Jesus revelou a Pedro a sua nova identidade. Foi depois que ele recebeu asrevelações divinas que Jesus liberou a palavra da vitória: “As portas doinferno não prevalecerão” contra o meu povo (Mt 16.17,18).

Costumo chamar a primeira substituição de “A maravilhosa obra dainclusão”.

Ela aconteceu quando fomos colocados em Cristo, crucificados e incluídos na sua morte. Isso aconteceu no passado, mas a fé transforma essaverdade na nossa realidade presente. Identificados com Ele na morte so

mos livres da penalidade do pecado (através da cruz e do sangue de Jesus).Deus fez isso para garantir o nossoperdão. Mas há uma segunda substituição que chamo de “Infusão”. Diferente da prímeítã~ (cu  nele),~êla' estáacontecendo desde que Jesus Cristo veio habitar em nossos corações (Eleem mim).

Perceba que quando Jesus veio ao mundo para viver a nossa história,era chamado de “filho do homem”, porque estava identificado com a nos

sa realidade humana. Contudo, desde que o recebemos em nossos corações, nos tomamos “filhos de Deus” porque estamos identificados com asua realidade divina.

Deus está fazendo isso para garantir a nossa vitória. E ste éo mistério das  vidas trocadas. Eu nele e Ele em mim! Paulo afirmou: “Já estou crucificadocom Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim\  e a vida que agora vivona carne, vivoa na féno fi lho de Deus, o qual me amou, e se entregou a simesmo por mim” (G1 2.20 - destaque do autor).

Com esta declaração, Paulo está afirmando que essa nova vida é vividapela fé. Nela está todo o poder que necessitamos para viver a vontadeperfeita do Senhor. Mas ao que parece, nem todos os crentes em Jesussabem disso e vivem desta maneira. Ao invés de viverem uma nova vidapela fé, se esforçam para viver a mesma velha vida “melhorada”.

A velha vida diz respeito ao velho homem e Paulo declarou que ele foicrucificado com Cristo e morreu, “que as coisas velhas já passaram e eisque tudo se fez novo” (2Co 5.17).

E disse mais: “Considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus”(Rm 6.11). Quando entregamos a Jesus a nossa vida (velha), nós a perdemos definitivamente. Ele disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se asi mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a

166

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 162/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse asalvará” (Lc 9.23,24). Agora, E le éa nossa viáa (nova)!  Aleluia.

Então eu lhe pergunto: “Quanta força você precisa fazer para ser umhomem de Deus se a vida que vive em você é Cristo?”. Você não precisa

fazer força, precisa crer e se render à esta verdade para que a vida de Cristoque já estáem você possa se manifestar através de vocâ 

Quanto poder há na vida de Cristo para garantir-lhe vitória e abundância em todo tempo? Vou fazer a colocação de uma outra forma. Pergunteao Cristo que vive em você se as circunstâncias à sua volta são realmenteum problema para Ele. Ele está com medo, frustrado, desanimado ou pen

sando em desistir de tudo?Antes que você diga que Ele pode não estar, mas que você está, querolhe fazer outra pergunta: “Quem vive?”. “Eu ”  é alguém muito difícil delidar, por isso convém que Jesus cresça e “eu”  diminua.

Por que alguns crentes em Cristo vivem como escravos do pecado,quando Paulo afirma, categoricamente: “O pecado não terá domínio sobrevós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça?” (Rm 6.14). Ele

é a nossa capacitação para uma vida de santidade e retidão. Permita queaquele que é Santo viva a vida dele através de você. Não existe outra maneira de obedecermos o mandamento: “Sede santos porque eu sou santo”(lPe 1.16). Sua parte é a rendição e a obediência. A dele, a sua santificação.

Vamos recordar a história da cabra do início do capítulo. Assim comoela pensava ser quem não era, alguns crentes em Jesus pensam que aindasão as mesmas pessoas que eram antes de recebê-lo como Salvador e Se

nhor. Em determinados momentos e situações, pensam que são os ímpiosque não conhecem a Cristo. O convívio os faz pensar como eles e se comportar como eles. Para alguns, isso é um sofrimento.

Eles pensam: “Eu não vou correr atrás do pecado”. Lutam, se esforçam, determinam e até choram, mas numa determinada altura da tentaçãosaem correndo e depois voltam arrasados, cheios de remorso (que não é

arrependimento). Mais do que lágrimas e palavras, eles precisam buscarcura e libertação, tomar uma decisão e manter uma atitude de fé segundo aPalavra de Deus.

Não se muda o comportamento sem antes mudar o padrão de pensamento. Mesmo que as leis na igreja se tornem mais severas, não haveráverdadeira libertação até que haja uma revelação mais profunda da obra deCristo na cruz, assim como acabei de descrever para você. Colocar uma

167

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 163/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

mordaça na boca de um cachorro não tira dele a vontade de morder. Elenão morde porque não pode, não porque não quer.

Neste caso, a vontade está contaminada e precisa ser purificada. No

processo de cura da alma encontraremos lugares assolados (conscientes einconscientes) que foram corrompidos, cauterizados e estão dominadospor informações e domínios malignos.

Mais do que leis, as pessoas precisarão de uma nova unção que quebreo jugo da opressão de suas mentes e abra os seus olhos para que vejamquem de fato são em Cristo. Só assim elas descobrirão os privilégios e osbenefícios das vidas trocadas, tomarão posse da verdade de Deus, serão

libertas do opressor e verdadeiramente livres da opressão.Se houvesse alguma possibilidade de vencermos o pecado, o diabo e o

mundo com as nossas próprias forças, Cristo não precisaria ter morridonaquela cruz. Ao invés de nos esforçarmos para sermos santos, precisamos descobrir o poder da ressurreição que habita em nós na pessoa deCristo. Assim, a sua santidade poderá se manifestar em nossas vidas à medida que nos rendermos a Ele em amor, fé, obediência e adoração.

Esta verdade se aplica a todos os crentes, indistintamente. Isso nãosignifica que não tenhamos nenhuma participação neste processo desantificação. Peça ao Espírito Santo que sonde o seu coração e pensamentos e revele os falsos padrões que geram sentimentos e comportamentospecaminosos. Confesse-os a Deus em arrependimento, tome posse doperdão que já foi liberado, aplique a verdade de Deus onde havia um conceito errado e viva em obediência (SI 139.23,24).

Paulo deu aos filipenses a receita certa para uma mente saudável: “Quantoao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o queé justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

Nossa mente é um campo de batalha e haverá uma guerra permanentepelo controle dela. “Embora andando na carne, não militamos segundo a

carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas emDeus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarteque se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2Co 10.3-5).

O EQUILÍBRIO ENTRE o  ESFORÇO E o  DESCANSO

A santificação éum processo diário. Então, busque o equilíbrio entre o esforçodo homem (disciplina, disposição e responsabilidade) e descanso de Deus

168

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 164/204

O MISTÉRIO DAS VIDAS TROCADAS

(fé, confiança e paz). Não me refiro a esforço no sentido de justiça própria,mas de atitude. Na mente de Deus está tudo feito, completo, consumado emCristo. Mas cabe a nós fazermos a nossa parte: crer e agir segundo a dire

ção do Espírito. Aquilo que já é real para Ele está se tornando real para nósdia a dia, à medida que exercitamos a nossa fé em sua Palavra. A fé transformará a realidade de Deus na nossa realidade ou experiência pessoal.

Vou dar um exemplo prático. Para Deus a paz já é algo real em sua vidaporque Cristo disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14.27). SeEle afirma que deu, porque às vezes não conseguimos desfrutar dela? Exatamente porque não conhecemos a “paz de Deus que excede todo enten

dimento”. Ela não é circunstancial ou emocional. E la é espiritual.. A paz éCristo!Quando Jesus entrou em seu espírito, “infundiu” a paz em seu coração.

Ela realmente está aí se a vida de Cristo está em você. Ele é a nossa paz. Oproblema é que a falta de revelação, fé e a presença dos falsos padrões depensamentos criam uma “crosta” tão dura em sua alma que a paz (vida deCristo) não alcança a sua mente.

Então, diante da crise você afirma: “Eu creio que Deus está no controle(a verdade do coração —espírito), mas estou preocupado e muito angustiado (o engano da mente)”.

Você percebe o contraste entre as duas realidades? De um lado estáDeus afirmando a verdade: “A vitória é sua!”. Do outro lado está a suaverdade (fato): “As coisas estão tomando um rumo estranho e estou ficando preocupado”.

Quando há revelação, a vida do espírito prevalece sobre a vida da almae a paz não depende de mais nada a não ser da verdade de Deus. Você temtudo aquilo que Ele diz que tem e é tudo aquilo que Ele diz que é.

Na cruz Jesus conquistou a nossa completa salvação (salvo no grego éso%o, que significa salvar, libertar, proteger, curar e preservar). Tome possede tudo isso pela fé, levando em consideração que existem duas realidadesque estarão em conflito permanente.

A primeira é invisível e espiritual (a visão da fé) e a segunda é visível enatural (a visão do fato). Aquilo que Ele já viu completo, estamos vendoem partes à medida que amadurecemos e perseveramos na jornada da fé.Fomos  justificados em nossos espíritos, estamos  sendo santificados em nossas almas e seremos  glorificados em nossos corpos!

No caso do pecado, fomos salvos dapenalidade  dele (passado), estamossendo salvos do seu

poder  (presente) e seremos salvos da sua

presença  (futu

169

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 165/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

ro). Pode parecer estranho, mas é assim que a fé funciona. Contudo, issonão acontecerá sem a sua participação.

Há quem prefira pensar que está tudo resolvido por que a graça é abundante. Se assim fosse, Jesus não teria dito: “Ao que vencer lhe concedereique se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assenteicom meu Pai no seu trono” (Ap 3.21).

“Espere um pouco. Você não disse que Ele já garantiu a minha vitória?O que Ele quis dizer com ‘ao que vencer’?” E simples: “Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e

no Pai. E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (ljo 2.24,25). Nocéu você tem uma posição, aqui precisa ter disposição!

E preciso compreender o que “está escrito” e o que “também está escrito” (Mt 4.6,7). Sempre haverá outros textos correlatos para embasaremas doutrinas bíblicas. “Sê fiel até à morte, ç dar-te-ei a coroa da vida”, disse

 Jesus (Ap 2.10). Faça a sua parte e confie em Deus.

Não podemos crer além do que conseguimos compreender, por isso oprimeiro elemento da fé positiva é a compreensão da Palavra. Segundo, épreciso concordar com ela. A concordância alinha a nossa fé com a Palavrade Deus. Terceiro, é preciso confiar. Disso depende o relacionamento quetemos com o Deus da Palavra. Quem conhece, confia!

Por último, quero citar a revelação da Palavra. Ela depende exclusivamente do Espírito Santo. Mas não se preocupe: se Ele revelou Jesus ao seu

coração quando você era inimigo de Deus, não tenha dúvidas que continuará revelando mais de Deus agora que você é amigo de Cristo.

Siga em frente nesta jornada de fé, “tendo por certo isto mesmo, queaquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo

 Jesus” (Fp 1.6).

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 166/204

Capítulo

10

GRAÇA MARAVILHOSA 

Deus havia me presenteado com o excelente naquele final de ano. Doismeses depois do meu aniversário, embarquei para Israel para uma

estadia de um mês inteiro na Terra Santa. Em qualquer outra época seria

maravilhoso conhecer aquele país, mas Deus me deu o privilégio de pousarem Tel-Aviv no primeiro minuto do ano do jubileu judaico.

Foi uma experiência única, porque acho improvável que eu esteja lá nopróximo jubileu, que ocorre a cada cinqüenta anos. As primeiras pessoasque encontrei no aeroporto me saudaram dizendo “Shanatova!”, que seriacomo o nosso tradicional Feliz Ano Novo!

Os trinta dias que passei em Israel foram inesquecíveis, e se Deus meder uma outra oportunidade, escreverei um livro contando apenas as experiências que ocorreram durante esse tempo. Posso garantir-lhe que foramsobrenaturais e muito especiais.

Entre elas, houve uma que marcou a minha vida profundamente. Pelaprimeira vez percebi, enquanto orava ao Senhor, que uma verdade bíblicaque esteve em minha mente desde a infância, foi revelada em meu espírito

através da unção e do poder de Deus. Num momento eu soube mais daquela verdade do que saberia se alguém pudesse ter me ensinado sobre elaao longo da vida inteira. Talvez possa parecer normal para você, mas paramim foi surpreendente.

Eu estava numa manhã de consagração e jejum, pedindo a Deus quefalasse comigo enquanto meus amigos pastores me aguardavam para oalmoço. Nós estávamos num horto e havíamos acabado de voltar de um

171

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 167/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

passeio nas imediações. Eu me afastei dos irmãos e fui para um lugar retirado a fim de orar e entregar a Deus minha oferta de consagração. O meucoração estava muito quebrantado e por alguns minutos eu repetia uma

única frase em forma de oração: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro,e renova em mim um espírito reto” (SI 51.10).

Lembro-me que repeti inúmeras vezes esta oração de Davi, fazendodas palavras dele as minhas próprias palavras. Creio que o próprio EspíritoSanto me conduziu àquela oração para que pudesse viver algo novo naquela manhã. Não sei explicar porque, mas não tinha vontade de falar qualqueroutra coisa a não ser “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova emmim um espírito reto”.

Desde que entreguei a minha vida a Jesus, em 1979, passei a estudar e amemorizar versículos bíblicos. Este, particularmente, sempre achei muitobonito e já havia pregado sobre ele algumas vezes, mas sempre dentro docontexto da história de Davi e de seu pedido de perdão. Mas era algo forte,especial e mais profundo que sentia em meu coração naquele momento

para continuar repetindo aquelas palavras.Sinto a mesma presença de Deus enquanto estou escrevendo pela pri

meira vez sobre esta experiência. E como se dentro de mim algo se movesse, bem lá no fundo, onde só o Espírito de Deus consegue estar e permanecer.

De repente, algo aconteceu! Eu percebi claramente quando a palavra“desceu” da minha mente e invadiu o meu coração. Foi como se uma luzreveladora iluminasse o meu espírito e ao mesmo tempo a minha mente,abrindo os olhos do meu entendimento para que eu pudesse ver além daletra, além de tudo o que já conhecia ou que haviam me mostrado sobreesse texto. Literalmente, “veio a mim a palavra do Senhor” dizendo algoque até então eu não sabia. Pelo menos, não com aquela profundidade.

U ma r evel ação  no  espír it o

No meu espírito, Deus me explicou o que aquela simples oração significava.No mesmo instante em que ela desceu ao meu coração, “soube”, pelo

Espírito Santo, que o verbo que Davi estava usando para pedir a Deus,“cria”, no texto original hebraico, era o mesmo que Moisés usou para dizer—“no princípio criou Deus os céus e a terra”. Pode parecer simples e atésem importância, mas para mim era muito especial porque eu não conhe:-

cia aquele texto na linguagem original.172

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 168/204

GRAÇA MARAVILHOSA

Deus me disse que o verbo criar, como estava no hebraico, tinha o sentido de “criar a partir do inexistente”, ou seja, da mesma forma como Deushavia criado os mundos a partir do nada, Davi estava pedindo a Deus para

que criasse nele um coração puro.Imediatamente falei ao pastor que me hospedava, para que comprovas

se o que eu acabara de saber no espírito. Eu perguntei a ele qual era o verboutilizado no original hebraico para “criar”, tanto em Gênesis 1.1 como noSalmo 51.10. Ele abriu a sua Bíblia (hebraica) e disse: “Em ambos os textoso verbo é barak”, e confirmou o significado do verbo segundo a revelaçãoque o Espírito de Deus havia me dado.

Embora eu conheça um pouco da língua hebraica, não havia pesquisadoespecialmente este verbo, de modo que não poderia saber isso, senão peloSenhor. Deus continuou falando ao meu espírito, e me explicou que o queDavi estava dizendo a Ele naquela oração era algo que poderia ser traduzido desta forma:

“Deus, eu sei que não sou a pessoa que gostarias que eu fosse, nem mesmo

sou a pessoa que eu mesmo gostaria de ser. Mas uma coisa eu sei: assimcomo dissestes ao nada —haja  - e os mundos se tornaram exatamenteàquilo que desejavas, basta que digas ‘haja’  e eu me tornarei àquilo quequeres que eu seja. A tua palavra é criadora e pode transformar-me naquiloque desejas. O Deus, a partir do nada, do homem que não sou, dize apenasuma palavra e torna-me o homem que queres que eu seja para a tua glória!”

Durante todo o tempo que estive ali em oração, chorei, maravilhadocom o poder daquela revelação. Posso lhe garantir que a palavra é a essência de todas as coisas, que ela é a própria natureza de Deus, por isso Ele éo Verbo. Seu nome é este: “E u Sou o que Sou”. Somente Ele é digno, santo,

 justo, perfeito, maravilhoso, eterno, incomparável... Aleluia!

O poder  da Pal av r a

Entendi naquele momento que somente_Ek ,a Palavra Viva, o Verbo deDeus, pelo seu próprio poder, pode transformar um homem (a partir donada) naquilo que Ele desejar. Ele fará isso vivendo a sua própria vidaatravés de nós. Ainda que o homem se esforce ao máximo e queira servir aDeus e agradá-lo a partir da sua justiça própria, força humana, boas obras,etc., tudo isso será insuficiente e considerado “nada” para Deus. É impossível viver o propósito divino sem a vida e o poder de Cristo em nosso

homem interior.

173

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 169/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

O profeta Isaías afirmou que “todos nós somos como o imundo, etodas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64.6). Paulo salientou a mesma verdade, dizendo que “pela graça sois salvos, por meio da fé;

e isto não vem de vós, é dom de Deus.Não vem das obras, para que ninguém se  gloriê ’ (Ef 2.8,9 —destaque do autor).

Por trás de toda justiça própria está o orgulho e a obstinação do homem em ser amado e aceito por Deus separado de Jesus Cristo. Por maisque ele se esforce, será inútil, pois não há méritos em nós mesmos nemvitória sem Cristo. Dele depende a revelação, a libertação e a liberdade.“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o

Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele aquem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27).

Foi neste contexto que Ele disse: “Vinde a mim, todos os que estaiscansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, eaprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareisdescanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é

leve” (v. 28,29).Desta forma entendemos que sem a revelação de Deus, através de JesusCristo, não há descanso nem transformação. Como compartilhei no capítulo anterior, desde o momento em que conhecemos o amor de Deus erecebemos a Jesus em nossos corações, Ele passou a habitar em nossoespírito. Entretanto, algumas pessoas parecem ter tido no momento dasalvação apenas um vislumbre da sua nova identidade em Cristo, mas não

desenvolveram  a sua salvação (Fp 2.12). Elas conhecem a Deus e a si mesmassuperficialmente.

O homem pode ser um instrumento de Deus para sua libertação, masaquilo que vocêsabe  é que o fará livre. A verdade e a liberdade caminham demãos dadas. Por isso Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade voslibertará” (Jo 8.32). É preciso conhecer  a verdade através da revelação doFilho para ser “verdadeiramente livre” (v. 36).

Normalmente, as pessoas se alegram por causa da sua nova vida e testemunham: “Tudo se fez novo”. Passam a viver como pessoas de Deus,separadas do mundo, de seus hábitos e pensamentos. Elas estão radiantese entusiasmadas com a sua conversão.

Contudo, a impressão que temos é que no decorrer dos dias, as pressões da vida começam a afetar a alegria da salvação e a paz interior e aba

fam as chamas do primeiro amor. Quando as tentações e as provações se174

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 170/204

GRAÇA MARAVILHOSA

tornam mais intensas, elas começam a se esforçar para continuarem sendopessoas de Deus e, em alguns momentos, elas até questionam se ainda são.

Desencadeia-se então uma luta entre o emocional e o espiritual, onde,

na maioria das vezes, prevalece o poder dominante da alma.  E exatamentenesta condição que Deus e a sua Palavra precisam ser revelados com maisprofundidade nos corações e não apenas conhecidos na mente ou intelectualmente.

H aja!  Esta voz de comando traz a revelação do Espírito Santo a fim deque os olhos do nosso entendimento sejam abertos para a verdadeira identidade de Deus e a nossa verdadeira identidade. Ela alarga a nossa visão,

amplia a nossa capacidade de compreensão e aprofunda a nossa experiência com o Senhor no espírito.

Cristo é a Palavra eterna, viva e eficaz. Ele já foi dado a você. Busqueconhecê-lo mais intimamente e você descobrirá a graça do Altíssimo. Umacoisa posso lhe garantir: nós não dormimos “homens de Deus” num dia eacordamos menos de Deus ou homens do mundo no outro. Embora algumas pessoas se sintam assim, desde o momento em que_Ele_vgio hahitar„em nós, fomos feitos filhos, herdeiros do reino e participantes da sua gló-ria e natureza. Esta verdade precisa ser revelada aos príncipes de Deus.

Entretanto, não será através de palavras humanas ou doutrinas que aluz se manifestará. Por mais que queiramos mostrar aos crentes o seu valor, quanto são amados e aceitos por Cristo e capazes de viver nele e através dele os sonhos e propósitos dele, muitos apenas acreditam enquanto

estão diante de nós, valendo-se de uma fé emprestada. Eles até conhecema Palavra, mas não conseguem viver e desfrutar do seu poder. Tiago disse que esta situação “é semelhante ao homem que contempla

ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e  logo se esquece de como era  ’ (Tg 1.23,24 —destaque do autor). Na hora dasprovas, aflições e tentações, não conseguem desfrutar do poder capacitadorda Palavra exatamente porque lhes falta revelação.

Insisto que a fé é um elemento fundamental para a vida de vitória.Além de discorrer sobre ela e sobre a obediência da Palavra, Tiago

enfatiza a importância da perseverança e da paciência nas provações. Impaciência, inconstância, dúvida e incredulidade são sintomas que estão ligados à alma humana. São também efeitos da crise de identidade e da faltade revelação espiritual. Os efeitos podem ser variados, mas a raiz é a mesma. Há falta de domínio, autoridade e poder (a tríplice unção) para prevale-

175

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 171/204

A UNÇÃO DOS  PRÍNCIPES

cer sobre as tentações, provações e aflições da jornada. Tudo isso estáligado à falta de conhecimento de Deus e de si mesmo.

Observe que por não conhecer ao Senhor profundamente, alguns atri

buem a Ele a culpa por seus sofrimentos, inclusive as tentações. “N inguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não podeser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quandoatraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v. 13,14).

 Tiago comparou esta deformidade da fé com as águas agitadas do mar.Rúben, o filho primogênito de Jacó, não tinha controle sobre a sua alma efoi chamado pelo próprio pai de “turbulento como as águas” (Gn 49.4).Ele tinha direito à bênção da primogenitura, mas perdeu-a por causa disso.

“Não serás o mais excelente”, disse Jacó, profetizando a respeito doseu futuro. Como ele, muitos e_stio-_perd,endo o seu lugar de excelência eprimogenitura por não exercerern autocontrole ou domínio próprio. Ele éum fruto do Espírito Santo em nósj Gl 5.22,23).

 Tiago sabia desta unção de excelência e reconhecia o poder criador da

Palavra (o “haja” de Deus), pois afirmou que “segundo a sua vontade, elenos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias dassuas criaturas” (Tg 1.18).

Quero lembrar que há na Bíblia uma associação entre as primícias e aprimogenitura. Vale a pena pensarmos um pouco a respeito desse assunto.

Pr imo gen i t u r a espir it ual

Os primogênitos pertenciam a Deus assim como as primícias dos animaise das colheitas. “Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madreentre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é”, disse oSenhor (Êx 13.2).

Ao filho primogênito estava reservada uma bênção especial, a bênçãoda primogenitura. Jacó sabia o seu valor e importância, por isso conseguiu“comprá-la” de seu irmão. Esaú vendeu-a por um prato de lentilhas por

que não dava valor àquilo que Deus valorizava. Mesmo tendo chorado porela, posteriormente não conseguiu recuperá-la. Deus o considerou devasso e profano por causa daquela decisão infeliz (Hb 12.16).

Mais tarde, já na sua velhice, Jacó viu a bênção que deveria ser de Rúben,seu primogênito de sangue, ir para José e a sua descendência. Ele não era omais velho, prova que existe uma primogenitura que não é física nem humana, mas espiritual. Ela está ligada aos príncipes de Deus e a unção de

excelência que está sobre as suas vidas.

176

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 172/204

GRAÇA MARAVILHOSA

Como José, nascemos para viver o sonho de Deus nesta terra e reinarentre os príncipes. Aquela túnica colorida de mangas compridas (que eleganhou de presente de seu pai) era própria dos príncipes de sua época. O

pai reconhecia nele um chamado profético, mesmo não compreendendomuito bem aquele sonho que o posicionara como cabeça em sua família(Gn 37.11). Deus usou a vida de José para resgatar toda a sua parentela.

D a mesma forma, vocêtem um papel especial dentro de sua casa, família e descen- 

dência.  Vinte anos antes de a fome chegar para dizimar os herdeiros deAbraão, Deus se antecipou à crise e compartilhou o sonho da lua, estrelase feixes com o seu servo. Ele aprendeu que o caminho que leva ao trono é

feito de muitos encalços e desafios.A mesma palavra que o gerou o tratou, treinou e sustentou até o mo

mento em que ocupou a posição de governo que estava destinada a ele. Osalmista disse que “feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,até o tempo em que a sua palavra [de Deus] se cumpriu; a palavra do Senhor o provou” (SI 105.18,19).

Foi esta “palavra” que o manteve no trono, honrado e abençoado, ser

vindo como um canal de bênçãos para as gerações. Esta palavra proféticaliberada pelo Pai, ou bênção de primogenitura, é poderosa para estabeleceros propósitos de Deus em nossas vidas.

Leia a história de José no Livro do Gênesis e você perceberá que haviaalgo em sua vida que o mantinha na rota divina mesmo nas horas maisdifíceis. Era o favor sobrenatural do Senhor. Onde quer que estivesse, Deusestava com ele e era perceptível que era um escolhido do Senhor.

A téo ímpio reconhece o favor de Deus sobre nós!  Ele nos destaca onde querque estejamos. Potifar, o carcereiro do Egito, assim como Faraó, viram queaquele homem era agraciado e favorecido por Deus. Ainda que por umtempo ele tenha sido “escolado” na cisterna e no cárcere, entre os ferros egrilhões, o seu lugar entre os príncipes estava garantido desde o dia em quenasceu. Este era o propósito de Deus para ele e as suas sábias escolhas

deram a Deus a oportunidade de exaltá-lo no momento certo.A profecia por si só não fa% o homem. Cabe a nós darmos a Deus as condi-ções parajorná la uma realidade em nossas vidas. AjDosição é Deus quemdá, mas a “disposição” somos nós que oferecemos a Ele. Jacó abraçou oque Esaú desprezou. José, por sua firmeza espiritual, recebeu aquilo queRubén perdeu por sua fraqueza moral. Por isso precisamos desenvolver anossa salvação e concretizá-la até o fim, apoiados na infinita graça e mise

ricórdia do nosso Deus (Fp 2.12).177

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 173/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

O FAVOR SOBRENATURAL DE ÜEUS

V ocêtem direito a esta primogeni tura espiritualporque éumfavorecido do Senhor. Eleo escolheuJ3ara_ser diferente e fazer diferença, não por sua força e capacidade, mas pelo poder dele. Moisés descobriu que não havia forças em seubraço paraJ:ornar realj onho de Deus e descobriu que o seu melhor,separado dele, não significava “nada”. E a estes que Deus separa, trata etreina. É através deles que o Senhor realiza a sua obra. Ele escolhe os que“nada são”, dá a eles uma nova identidade (divina) e tudo o que se tornamdepois disso é para a glória do Senhor.

Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segun

do a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir assábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir asfortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e asque não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorieperante ele” (ICo 1.26-29).

O favor sobrenatural de D eus estáem sua vida! V ocêéum escolhido do Senhor. Foium ato da sua soberana vontade que o elegeu e o fez raça eleita, sacerdóciosanto, e propriedade particular, para que você anuncie as virtudes daqueleque o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Somos o seu povosobre a terra porque alcançamos misericórdia e favor do Senhor (lPe 2.9).

A palavra grega parafavor  é charis , que é a mesma palavra para graça.Muitos limitam a graça divina a um favor imerecido, mas é muito mais queisso! José recebeu a bênção de primogenitura porque era agraciado ou favorecido por Deus. Seu pai profetizou: “José é um ramo frutífero, ramo  frutífero junto a uma fonte,  seus raminhos se estendem sobre o muro. Osflecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e perseguiram, mas o seuarco permaneceu firme, e os seus braços foram fortalecidos pelas mãos doPoderoso de Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel” (Gn 49.22-24 —destaque

do autor).Os flecheiros são aqueles que querem separar-nos da nossa Fonte. Po

dem ser pessoas, demônios, situações ou mesmo o nosso eu. Normalmente, eles tentam assumir os muros da nossa alma e de lá lançam flechas(palavras, pensamentos, sentimentos, etc.) para nos impedirem de chegarmos às fontes de águas vivas. Sem comida é possível que alguém sobrevivapor um tempo, mas sem água é impossível.

178

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 174/204

GRAÇA MARAVILHOSA

Somente Jesus Cristo tem água viva para oferecer. Ele disse: “A quemtiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida” (Ap 21.6).Ele ofereceu esta água para uma mulher samaritana e ela foi transformada

de prostituta em missionária no mesmo dia.Ele disse a ela: “Todo o que beber desta água [do poço de Jacó] tornará

a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede;pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que

 jorre para a vida eterna” (Jo 4.13,14).Jesus Cristo realmente nos satisfa^ l  Se compararmos aquilo que Ele disse à

samaritana com o que Davi disse no Salmo 63, entenderemos que a sededo nosso espírito é completamente saciada quando recebemos ajesus comoSalvador. Mas a sede da nossa alma permanecerá e teremos que oferecerágua fresca todos os dias para que ela continue sendo dessedentada, limpa,purificada e encontre o refrigério de Deus em meio aos vales de morte queteremos que atravessar (SI 23.2-4).

Assim, a Palavra que se revelou na salvação continuará se revelando dia

após dia no processo de conversão. Através do seu espírito recriado elalançará luz em sua alma, progressivamente. Isso ficou claro em minha mentee coração naquela manhã de consagração em Israel. Por um momento,pude ver aquilo que é invisível e ouvir aquilo que é inaudível. Aquela palavra revelada rompeu algo sobrenatural dentro do meu espírito e se tornoutão real para mim que deixou de ser algo que sei e passou a ser algo que “eu

sou”.Ela se tornou a minha verdade!

O PODER RESTAURADOR DA GRAÇA

E impossível escrever estas palavras e não vivenciar de novo aquilo queexperimentei naquele dia porque é mais real para mim do que a minhaprópria vida. Estou certo de que experiências não são compartilhadas ape

nas com palavras, elas são vividas.Por isso oro para que Deus revele-as ao seu coração. Durante aqueledia todo não consegui pensar em outra coisa senão nesta palavra poderosaque sai da boca de Deus, procedente do seu trono, que pode criar a partirdo nada aquilo que Ele desejar.

“Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele asabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e

estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento

179

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 175/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que estáem trevas, e com ele mora a luz” (Dn 2.20-22).

Deus estava me curando e me mostrando um caminho novo que me

levaria à mais linda de todas as experiências que já vivi. Ele abriu os meusolhos para o verdadeiro sentido da palavra “graça”. Não a graça teórica,teológica, religiosa, escriturai. Este tipo de graça eu já conhecia. Ele memostrou o que é graça no sentido real, na essência, no âmago da palavra.Cjraca  <•'rida!  Vida no .sentido.pleno da palavra.

Ser príncipe nesta gera ção„sigrúfica_viver_e.JTiavfir.;S.e._.no_poder e naunção desta graça. Não existe vida de triunfo separada dela. Paulo disse

aos romanos que “os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Quando fuiconsagrado para o ministério pastoral, as únicas palavras que disse depoisde ser ungido foram: “Deus, a tua graça me basta”.

Aquela declaração foi profética, mas confesso que, naquele momento,a minha visão a respeito da graça era muito superficial. Hoje entendo que

durante anos vivi o que muitos homens de Deus também viveram ao longo da história enquanto aprendiam com Ele o significado real desta palavra. O registro de suas crises, temores, tratamentos e vitórias me inspiraram a buscar o Senhor de uma forma mais profunda e a sair da minhaprópria crise.

 Talvez você esteja sofrendo por não conseguir viver à altura das expectativas de Deus, das pessoas e até das suas próprias expectativas. Se for o

caso, saiba que Deus não o vê como as pessoas o vêem nem como você sevê. E le nos vêatravés de sua infinita graça.

Para que você compreenda o que estou lhe dizendo, serei um poucomais didático e explicarei algo a respeito da tricotomia humana.

A TRIPLICIDADE DO HOMEM

Basicamente, você é um espírito, jaossui-ama alma e habita num corpo.

Desta forma, a estrutura humana está subdividida em três partes distintase cada uma foi criada com uma função específica. O seu espírito, que éeterno, é a parte da sua estrutura que foi criada para o conheámento de D eus  epara ser o canal de um relacionamento com Ele. É através do seu espíritoque você pode manter contato com o mundo espiritual e conhecer a Deus.

 Jesus disse que “Deus é espírito e é necessário que os que o adoram o

adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Quando o recebemos como180

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 176/204

GRAÇA MARAVILHOSA

Salvador e Senhor, Ele vem habitar em nosso espírito e se torna a lâmpadado Senhor (ICo 6.17; Pv 20.27; Jo 8.12). Nosso espírito é recriado nomesmo instante e através dele o Espírito Santo testificará em nossos cora

ções que somos filhos de Deus.Sua alma  é uma central emocional que está ligada diretamente ao seu

espírito, mas não é igual a ele. Sua função não é o conhecimento de Deus,mas o auto-conhecimento, ou seja, o conheámento de si mesmo. Ela também échamada de “eu”. O escritor aos Hebreus disse que “a palavra de Deus éviva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e  

penetra atéa divisão de alma e espírito , e de juntas e medulas, e é apta para

discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12 - destaque doautor).

Se a Palavra pode dividi-los, então são distintos em sua natureza e funções. Tanto a alma quanto o espírito estão na esfera do invisível e, por isso,muitas pessoas pensam que são a mesma coisa. Vamos imaginar que elaesteja entre o espírito e o corpo, j í j i alma que absorve as informações

colhidas pelo corpo através dos cinco sentidos naturais e pelo espírito (através dos sentidos espirituais). Ela as processa e arquiva estas informaçõesde acordo com alguns critérios.

A alma está subdividida em pensamentos (mente), sentimentos (emoções), vontade, consciência e livre-arbítrio. Tudo isso está envolvido emoutros dois aspectos: o consciente e subconsciente.

Diferente do espírito, a alma não é recriada automaticamente. Ela é

renovada à medida que a Palavra de Deus é absorvida e alcança todas essassubdivisões. A alma, mesmo depois de salva, precisa ser submetida a umtratamento rigoroso de cura, libertação e purificação. É a este processoque chamamos de santijkaçm.

Paulo disse aos irmãos de Roma: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo,santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeisa este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, paraque experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”(Rm 12.1,2).

Embora tudo isso já tenha sido citado anteriormente, lembre-se que a“fé vem pelo ouvir e o ouvir  pela Palavra de Deus” (Rm 10.17).

O corpo  é a parte visíyel.dojiosso ser (homem exterior) e o oposto do

nosso espírito. A carne é a parte física desta composição tricotômica e

181

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 177/204

A UNÇÀO DOS PRÍNCIPES

possui cinco sentidos distintos: a visão, a audição, o olfato, o tato e o paladar. Através deles, o corpo desempenha a sua função: o conheámento do mun- do  ou das coisasque estão ao nosso redor (exteriores). Com a queda deAdão, todo o nosso ser foi afetado pelo pecado. Espírito, alma e corpoforam contaminados e “morreram” espiritualmente.

A semente do pecado foi plantada na carne do homem que tornou-secorrompida e jamais se converterá. Assim, o pecado já vem “incorporado”a natureza do homem desde o nascimento e sairá somente pela morte.Enquanto o corpo viver fisicamente haverá uma guerra entre o carne e oespírito (ICo 9.27; 15.31; G1 5.17).

Embora a alma pareça neutra por não ter sido mencionada no conflito,ela está mais propensa a aliar-se à carne do que ao espírito. O espírito recriadodeseja a vontade de Deus, enquanto a alma tem vontade própria. Emboraa carne não se converta, a alma pode se renovar, mas a custo de muitoempenho (entenda por empenho “disposição” e não força humana).

Na prática, o homem estava morto nas três dimensões quando foi encontrado por Jesus (Ef 2.1). O espírito foi transformado, a alma está se

renovando e o corpo precisa ser oferecido a Deus em sacrifício diário.Embora pareça uma disputa desleal, o seu espírito não está sozinho. Paulodisse que na nossa fraqueza repousa o poder de Deus. Mas para isso precisamos aprender a andar e a viver no poder do Espírito Santo.

“Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; masos que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclina

ção da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquantoa inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei deDeus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podemagradar a Deus” (Rm 8.5-8).

Você deseja agradá-lo com o seu viver? Existe apenas uma maneira deconseguirmos isso: aprendendo a viver no poder de sua graça. Ela é o

poder de Deus que nos capacita a ser o que quer que sejamos e a fazer oque quer que façamos. Por isso Ele disse a Paulo: “A minha graça te basta”(2Co 12.9).

Fo r t a l ec i d o s no  poder  da graça

Deus não nos chamou por sermos capazes e fortes, mas por sermos dependentes e necessitados de sua graça e misericórdia. Ele nos deu o seuFilho bendito para que através de sua vida em nós fôssemos capacitados a

182

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 178/204

GRAÇA MARAVILHOSA

reinar como príncipes em nossa geração. É a revelação da graça que nospermite “ver” quem de fato somos em Cristo e quem Ele é em nós. Paulodisse: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). Deussempre nos vê através dele como “mais que vencedores em tudo” (Rm8.37; E f 1.3).

E verdade que graça é “favor imerecido” e foi assim que Ele nos salvou.Aleluia! Por um tempo nos alegramos apenas com esta parte da revelação,mas agora é necessário que saibamos que a graça divina vai além disso.Graça éo amor incondicional deD eus por nós e o poder que nos capaáta a sermos e a  

vivermos como prínápes nesta terra.Vou repetir novamente as palavras de Paulo na esperança de que des

çam ao seu coração e sejam reveladas a você no espírito:

“... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida  por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17 —destaque do autor).

Nós recebemos desta graça abundante, por isso o nosso destino é o

trono!Isso não significa que temos que ser invencíveis na nossa própria força.

Descobri, olhando para a Palavra de Deus, que Josué teve medo da responsabilidade que Moisés nem queria assumir. Que Davi não era perfeito etambém chorava diante dos problemas, assim como Jeremias, que fez dassuas lamentações um livro. Que Pedro teve a chance de recomeçar sem sermenos amado, e que o profeta Elias era ungido de Deus, e mesmo dianteuma grande vitória se sentiu fracassado.

Enfim, eles eram como eu e você, simplesmente humanos. Deus nosama como somos e não nos deixará assim, da mesma forma. Ele nos transformará de glória em glória. Uma coisa é certa: não somos ainda tudoaquilo que haveremos de ser, mas com certeza não somos mais aquilo quefomos um dia.

Deus está moldando em nós o caráter de Cristo. Nos erros ou nosacertos, está lapidando as nossas vidas e nos forjando em seu fogo refinador.Quando erramos, nos faz descer à casa do Oleiro e nos deixa saber que,como barro em suas mãos, tem direito sobre nós porque fomos comprados por um alto preço e pertencemos a Ele.

Glória a Deus, porque ainda não passamos no fogo do forno divino,porque depois de cozido o vaso não muda mais. Mas enquanto somos

barro, podemos ser moldados segundo a sua imagem.

183

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 179/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Nós estamos no tratamento de Deus. Contudo, nunca seremos a pessoa que Ele quer que sejamos até que desistamos de ser a pessoa que fomos. Nada muda até que você mude a sua maneira de pensar. Deus está

formando o seu caráter e mesmo nos nossos acertos não escaparemos dotreinamento divino. Não lamente a condição de “erva ceifada” porque osramos precisam ser podados e limpos para que dêem mais frutos ainda (SI72.6; Jo 15.2).

Seja nos erros ou nos acertos, a verdade é que Ele nunca desiste de nós!Aleluia.

Davi viveu experiências maravilhosas e situações dramáticas com Deus,como a que o inspirou a escrever o Salmo 51 (o assassinato de Urias e oadultério com a sua mulher —2Sm 11). Ainda assim, Deus disse a respeitodele: “Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, quefará toda a minha vontade” (At 13.22).

Antes que você tente me lembrar, quero que saiba que não me esquecique a espada de Deus ficou apontada contra a família dele por causa do

pecado que cometeu (2Sm 12.10).Quando faço menção ao perdão e ao amor incondicional de Deus pelo

homem não ignoro as conseqüências dos seus pecados e a correção divina.Não estou dizendo, de forma alguma, que graça é a autorização para pecar.Muito pelo contrário, quem descobrir através da graça de Deus a sua verdadeira identidade (que é santa), não conseguirá mais conviver com a prá

tica do pecado porque ele não faz parte da sua nova natureza.Os heróis da fé também tinham suas falhas, mas a Bíblia diz que “pelafé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharamas bocas dos leões, da fraqueja eles tiraram forças. Apagaram a força do fogo,escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos” (Hb 11.33,34 —destaque do autor).

A Bíblia não é o relato dajida deq3£SSQas ext4aQrdinárias que caminharam com um Deus marasüho&o-.peja história, mas o relato de um Deusextraordinário que caminha pela história operando maravilhas seguido porhomens comuns como eu e você.

 Tiago citou Elias como um homem sujeito às mesmas paixões que nós(Tg 5.17). Frustrações, ansiedades, inseguranças, medos, sentimentos dc

incapacidade e muitos outros males assolaram as mentes de homens c184

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 180/204

GRAÇA MARAVILHOSA

mulheres de Deus ao longo da história da humanidade, minando suas forças e fazendo-os parar em meio ao caminho.

Foi a graça de Deus que os manteve em pé e os fez correr a carreira que

lhes estava proposta. Ela nos faz verdadeiramente livres, porque é a revelação e a manifestação da vida do Filho de Deus em nós. Pedro escreveu: “Oseu divino poder nos tem dado tudo” (2Pe 1.3).

 Tudo significa tudo mesmo! Inclusive forças para recomeçar. Você nãoprecisa ser sempre forte, sorridente, perfeito ou invencível. Permita-se chorar, errar, não saber, cair, etc. Embora não tenhamos prazer nem queiramos permanecer assim, em Cristo sempre há uma chance, um recomeço,

uma nova oportunidade.Pare de se cobrar e de se culpar por tudo o que acontece. “Quem inten

tará acusação contra os escolhidos de Deus? E Deus quem os justifica.Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercedepor nós” (Rm 8.33,34).

E certo que não podemos permanecer na mornidão e no comodismo,

mas de fé_em fé, recebendo graça sobre graça, alcançaremos a estatura devarão perfeito 0o 1.16; Rm 1.17). Para isso, ouça a voz do Espírito Santo,porque “havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou peloFilho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas” (Hb 1.1,2). Deus fala! 

Em tempos de crise, clamamos e pedimos: “Senhor, diga ao menos

uma palavra!”. E a nossa se alma se desespera ainda mais quando desejamos ouvi-lo e temos a impressão que não diz nada. Mas o problema não éo silêncio de Deus e sim a nossa surdez espiritual.

Quando a mente é prisioneira de falsos padrões de pensamentos, aalma doente ensurdece e fica cega para as realidades espirituais. Olhe parafesus, pois Ele é a resposta de Deus para sua vida. Talvez você esteja nesteconflito há tanto tempo, esperando receber algo de Deus que na verdade já

possui e ainda não descobriu que tem.E possível que o título que está na capa deste livro tenha chamado a sua

atenção e você tenha dito: “Puxa, isso é tremendo! Eu preciso desta unção,Senhor!”. Ou então: “Liberte-se do poder paralisante da alma e viva naliberdade do Espírito”. Ah! E tudo o que eu desejo em minha vida.

Se você pensou desta maneira, tenho uma notícia excelente para lhedar: esta unção já está em sua vida, libertando-o deste poder que paralisava

185

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 181/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

os seus pés, impedindo-o de pisar a terra prometida e de caminhar emvitória. O cetro de autoridade está em suas mãos e a coroa de glória estásobre a sua cabeça.”Você é un dTTdcTScn hor! Tome o seu lugar entre os

príncipes de Deus e comece a_mover-se com autoridade!Você nasceu para vencer e esta marca da vitória que está em sua vida faz

o inferno tremer diante,d.e.você. Marche, revestido do poder desta unção,porque as portas do inferno não prevalecerão contra a sua vida. Você é ofavorito de Deus e aquele que Ele escolheu para reinar em triunfo.

Ainda que um exército se levante contra a sua vida, você não será atingido. Mil cairão ao seu lado e dez mil a sua direita, mas o Senhor será o seuescudo e fortaleza. Como Josué, eu o convoco a subir e a possuir a terra dasua herança porque o poder da graça de Deus está a sua disposição! Este éo poder da ressurreição.

Você é livre para escolher: vida no Espírito ou vida na alma? Canaã ouo deserto? Reinar em obediência ou rasgar o reino com as próprias mãos?Faça a sua escolha! 

186

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 182/204

Capítulo

11

~z^r 

O PODER DE UMA ESCOLHA 

A vida é feita de escolhas!Em todo o tempo, cjuerendo ou não, estamosdecidindo coisas que afetarão direta ou indiretamente as nossas vidas

e a de outras pessoas. Pode parecer estranho, mas somos “escravos danossa própria liberdade”, ou seja, não há como não escolher.

Mesmo que você diga —não quero escolher —já fez a sua escolha (nocaso, escolheu “não” escolher). Mesmo que sejam pequenas, elas são comosementes lançadas no jardim do tempo. Quem não tem o cuidado deselecioná-las, pode se surpreender quando chegar o dia da colheita. Queiraou não, ela virá!

Normalmente, nos preocupamos mais com as escolhas que julgamosser muito importantes ou que possam causar grandes impactos. Mas mesmo as pequenas escolhas podem gerar grandes conseqüências em nossasvidas. Elas podem mudar o destino de uma pessoa, de uma família e atémesmo de uma nação.

Escolhas são tão importantes que podem, inclusive, determinar a qualidade de vida que viveremos na terra e o lugar onde passaremos a eternidade. V ocêjáfes? a sua escolha ? Salomão disse que “melhor é a criança pobree sábia do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.Porque um sai do cárcere para reinar; enquanto outro, que nasceu em seu

reino, torna-se pobre”.A história do rei Saul é um exemplo claro daquilo que Salomão escre

veu em Eclesiastes 4.13,14. Se analisarmos a trajetória de Saul veremos queé possível alguém começar bem e terminar mal, mesmo tendo um reino

187

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 183/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

em suas mãos. Ele era favorecido do Senhor, ungido pelo Espírito de Deuse um príncipe (cabeça) em sua geração. Mesmo com todos esses privilégios, suas más escolhas e decisões (influenciadas por sua alma doente) tira

ram dele o lugar de autoridade e governo e lhe deram um triste fim.“Um homem que não sabe controlar suas emoções e vontades fica

tão incapaz de se defender como um país que não tem exército” (Pv 25.28—Bíblia Viva). Por isso tantas pessoas ainda vivem afligidas emocionalmente, atormentadas e sem paz, como cidades que não possuem muros.Elas não têm proteção (coroa, cobertura) e estão à mercê de seus inimigos.

Suas personalidades precisam ser restauradas e as paredes de seus cora

ções erguidas novamente. Contudo, a reedificação destas vidas não depende apenas do Senhor, assim como a sua restauração não depende apenasde você. E necessário haver um esforço combinado ou um trabalho con

 junto entre o homem e o Espírito Santo.Você se lembra que deve haver um equilíbrio entre descanso e esforço?

Então, não queira fazer nem mais nem menos. Seja responsável e não omita

a sua parte. Confie totalmente em Deus e não queira ir a sua frente. Busqueo equilíbrio, aprendendo com o Senhor através de sua palavra. O que aconteceu com o rei Saul e com a nação de Israel nos dias do profeta Samuelserve de exemplo para nós.

O FAVORECIDO DO SENHOR

Israel clamava a Deus por um rei que governasse sobre eles. Até então, o

próprio Deus havia conduzido o povo por meio de sua palavra, através deprofetas e juizes. Mesmo diante da relutância de Samuel, a nação insistiapara que um rei fosse levantado com o propósito de governar sobre eles ede estar à frente deles nas guerras. Mesmo sendo contrário à sua vontade,Deus indicou ao profeta o homem que havia sido escolhido por Ele parareinar junto ao seu povo. Ele se chamava Saul.

Embora algumas pessoas pensem que ele seja o patinho-feio da histó

ria (e olha que a Bíblia afirma que em todo o Israel não havia homem maisbonito que ele), e que Davi seja o preferido de Deus, isso não é verdade. Seobservarmos com cuidado, veremos que o Senhor escolheu Saul, derramou sobre ele a sua unção e colocou-o no trono com a mesma excelênciacom que separou, ungiu e abençoou a Davi, posteriormente.

Não é correto pensarmos que para castigar os filhos de Israel Deus

tenha escolhido um homem mau ou que não tivesse dado a Saul recursos188

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 184/204

O PODER DE UMA ESCOLHA

ou condições, inclusive espirituais, para que governasse com honra. Aocontrário, o relato do seu chamado e unção é maravilhoso:

“Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e

beijou-o, e disse: Porventuranão te ungiu o Senhor para ser príncipe sobre a sua  herança ? Sucedeu, pois, que, virando ele as costas para partir de Samuel,Deus lhe mudou o coração em outro; e todos aqueles sinais aconteceramnaquele mesmo dia” (ISm 10.1,9 —destaque do autor).

O Espírito Santo se apoderou de Saul, o seu coração foi mudado e elefoi transformado em outro homem (ISm 10.6). A confirmação profética

do chamado de ambos (Saul e Davi) foi dada a Samuel pelo Senhor (1 Sm9.17; 16.12). Ao que tudo indica, eles eram filhos obedientes e confiáveis,pois estavam trabalhando para os seus pais quando foram encontrados eungidos. Um, cuidando das ovelhas no campo e o outro, procurando as

 jumentas perdidas. Ambos demonstraram humildade diante da revelaçãodo propósito divino, mas no caso de Saul as confirmações de seu chamadosão impressionantes.

Logo após a sua aclamação, Saul demonstrou ser um homem corajosoe valente e, contando com a graça e a unção de Deus, caiu no agrado dopovo e foi constituído rei em Gilgal, perante o Senhor e toda a nação deIsrael.

O profeta Samuel, cheio do Espírito de Deus, advertiu o povo, bemcomo o novo rei: “Pois o Senhor, por causa do seu grande nome nãodesamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo.

 Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez. Porém, se perseverardesem fazer mal, perecereis, assim vós como o vosso rei” (ISm 12.22,24,25).

 Todo o povo temeu aquela palavra de advertência!

N a c o n t r a-mão  de D eus

Um ano após o início de seu reinado, os filisteus se levantaram numa gran

de peleja contra Israel e foi nesta situação que o rei Saul tomou uma decisão contrária às ordenanças divinas e provocou o primeiro abalo em seureinado. A visão do exército filisteu encheu de pavor o coração doshebreus, que se esconderam em cavernas, penhascos, túmulos e cisternas(ISm 13.5-7).

 Temendo os inimigos, o povo começou a se espalhar. Saul, sentindo apressão daquele momento, e vendo que Samuel ainda não havia chegado

189

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 185/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

para oferecer sacrifícios ao Senhor nem para consultá-lo acerca da guerra,antecipou-se e ofereceu o holocausto em seu lugar. O profeta quase nãoacreditou no que viu.

“O que você fez?”, indagou Samuel. Saul tentou explicar e justificar osacrilégio que havia cometido, mas a resposta do profeta Samuel veio imediatamente:

“Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhorteu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reinosobre Israel para sempre. Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem

buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe temordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou” (v. 13,14).

As sementes daquela decisão e os efeitos daquela profecia não brotaram no mesmo instante. Aparentemente, tudo voltou a normalidade e Saulcontinuou a reinar.

Algumas pessoas pensam que os seus pecados ficarão impunes pelofato de não verem as conseqüências brotarem imediatamente. Mas “nãovos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homemsemear, isso também ceifará” (G1 6.7).

Passado algum tempo, Deus tornou a falar com o rei Saul através doprofeta Samuel, dando-lhe uma ordem explícita para que ele e o exércitode Israel eliminassem os amalequitas da face da terra por causa da oposi

ção que fizeram ao povo hebreu quando saíram do Egito.Absolutamente tudo deveria ser destruído. “E Saul e o povo pouparama Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e as da segunda ordem, eaos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente” (ISm15.9).

Por trás da desobediência de Saul havia um espírito de orgulho que já

havia se apossado daquele trono como se fosse seu (isso é próprio dodiabo que sempre quis um trono para si), e um desejo de andar “com aspróprias pernas” e ser independente de Deus (como fez Adão). Saul, queera almático, decidia a partir da sua própria vontade e ra^ão. E le era um homem de emoções fortes e vontades incontroladas.

Quando Samuel o encontrou pela manhã, ele estava voltando do Carmel< >onde havia levantado um monumento para si (como fez Gideão). Sua sauda

190

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 186/204

O PODER DE UMA ESCOLHA

ção ao profeta é um misto de cegueira e cinismo: “Bendito sejas tu doSenhor; executei a palavra do Senhor” (v. 12,13). Foi o mesmo que dizer:“Bom dia, abençoado do Senhor. Eu fiz exatamente o que Deus me disse”.

Ele não sabia (ou fazia de conta que não) que obediência parcial é omesmo que desobediência. Mas o mugido dos bois misturado ao balidodas ovelhas o denunciaram rapidamente (será que o galo que denunciou aPedro fazia parte dessa equipe?). Ele até tentou explicar-se alegando queos animais seriam sacrificados ao Senhor, mas Samuel foi incisivo, mesmodepois de sua réplica:

“Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como

em que se obedeça à palavra do Senhor?E is que o obedecer émelhor do que o  sacrificar, e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque arebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade eidolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (v. 22,23 —destaque do autor).

Saul era um homem cheio de explicações, mas o que Deus esperava

dele era obediência pura e simples. Da mesma forma, quando você pecar,procure consertar e não apenas se explicar. O rei era egoísta e estava preocupado apenas com a sua auto-imagem, aceitação popular e status real, porisso insistiu com Samuel para que o perdoasse pelo “mal feito” e se apresentasse com ele na adoração pública.

Saul se preocupava com o que os outros iriam pensar dele, mas ignorava os pensamentos de Deus. “A soberba precede a destruição, e a altivez do

espírito precede a queda” (Pv 16.18). Quando o orgulho se manifestou emAdão, ele olhou para si mesmo e viu que estava nu (ou descoberto). Esta éa visão e o foco de todos os orgulhosos: o próprio umbigo. Saul, da mesmaforma, tirou os olhos de Deus e tornou-se um homem egocêntrico, invejoso, ciumento, engenhoso e maquiavélico. Idolatria, feitiçaria e tantos outros pecados envolveram o seu coração e a sua mente. Sua alma assumiu ocontrole da sua vida e o destruiu completamente. Este é o principal objeti

vo do diabo: a possessão da alma humana.O profeta manteve firme a decisão de não acompanhá-lo e, na tentativa

de convencê-lo, Saul segurou-o pela orla do manto, que se rasgou. Então,Samuel completou: “O Senhor tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e otem dado ao teu próximo, melhor do que tu. E também aquele que é aGlória de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homempara que se arrependa” (ISm 15.28,29).

191

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 187/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Ele acompanhou Saul na adoração diante dos anciãos de Israel, porém,esta foi a última vez que o rei o viu. O destino do seu reinado já estavaselado por suas desobediências e pelo pecado. A partir dali, uma sucessãode fatos e decisões insensatas o levariam a uma morte trágica.

O caminho da obediênciaVamos observar a vida do rei Saul e tentar traçar um gráfico desde o momento em que ele ocupou aquele lugar de domínio e autoridade até a suaqueda. Sua história é feita de altos e baixos, porque ele vivia nos extremosda sua alma, oscilando entre crises de raiva, vaidade, autopiedade e insensatez. Eram poucos ou raros os momentos de lucidez e sabedoria, principal

mente depois que o ciúme e a inveja tomaram conta de sua mente.E possível que, sendo filho de um homem muito rico, ele fosse mimado e gostasse das coisas sempre do seu jeito e na hora (prova disso ele deunas duas vezes em que foi advertido por Deus).

A meu ver, ele tinha um grave problema de aceitação, pois foi o cânticodas mulheres que provocou nele aquela crise. “Saul feriu os seus milhares,porém, Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela

palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, ea mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino?”(ISm 18.7,8). Ele se sentiu inferiorizado e desvalorizado e foi a partir daíque um espírito maligno se apoderou dele.

E claro que a sua história não foi feita apenas de erros e fracassos.Evidentemente, Saul possuía virtudes que o qualificavam para o cargo.Afinal, quem o levantou como rei foi aquele de quem é impossível escon

der qualquer coisa. O Senhor explicou a Samuel de que maneira via o coração de um homem (ISm 16.7) e, certamente, Saul era a pessoa ideal paragovernar o povo naquele momento.

Oportunidades são como cordas, cada umfa% delas o que desejar. Uns pulam e sedivertem, outros sobem, e ainda outros, descem. Há quem faça uma forcae se mate. O que quero ressaltar usando o exemplo de Saul é a importância

de sermos espirituais (vivendo no Espírito), e não emocionais (guiadospor nossas almas), e mostrar que mesmo sendo um príncipe ungido, colocado por Deus numa posição de domínio e autoridade (como cabeça), suasescolhas e decisões definirão o seu futuro e a sua história.

Sabedoria é mais do que inteligência! Ela está apoiada no temor a Deuse não no conhecimento humano. Saul tinha todas as chances de acertar,mas não foi sábio porque não temia a Deus o suficiente. Temor não é

192

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 188/204

O PODER DE UMA ESCOLHA

medo, é reconhecimento, reverência, honra, respeito e obediência. No casode Saul, a sua desobediência tornou-se a sua credencial.

De que maneira vocêquer ser reconhecido ou lembrado?  Como alguém que

descobriu o seu lugar na história e marcou a sua geração com o poder deDeus ou como alguém que sabia ser um escolhido do Senhor e, comoSansão, desprezou a sua consagração?

A semelhança de Saul, ele brincou com a unção do Espírito Santo e assuas escolhas definiram a sua derrota e o seu fim. Se você sabe que possuium lugar de honra entre os príncipes de Deus, não despreze aquilo querecebeu do Senhor. Assuma a sua posição de domínio, autoridade e poder

e renda-se a Ele em completa humildade.Ouça a voz do Eterno no íntimo do seu coração (Pv 20.27) e decida

viver a vontade perfeita dele! Ela representa o excelente de Deus para você!Conforme o conselho de Paulo, “Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”, busque o amadurecimento em todas as áreas de suavida, mas especialmente, em sua alma.

Invista na sua maturidade assumindo responsabilidades na dependência total do Espírito Santo. Ele nos capacita a viver como príncipes honrados. O caminho da obediência o levará a terra dos seus sonhos. V ocêtem as  chaves nas mãos e o poder de decisão! 

U m ponto  de mudança

Conforme comentei no primeiro capítulo, todas as vezes que temos a oportunidade de decidir algo, nos colocamos numponto de mudança  para o bemou para o mal. Tenho uma teoria de que ninguém entra na presença do Reidos reis e fica da mesma formatou melhora ou piora de vez, dependendoda escolha que fizer diante dele.

Pessoas maduras e sábias tomam decisões a partir daquilo que sabemser a vontade de Deus, revelada na sua Palavra, e assumem a responsabilidade quando acertam e quando erram o alvo. Outros se tornam indiferen

tes, apáticos, incrédulos e até desobedientes ao ouvirem a sua voz. Endurecem os corações e neutralizam a unção dos príncipes. Eles se colocam emprisões emocionais e espirituais e caminham como bois em direção aomatadouro (Pv 7.22).

Se a obediência e a retidão caminham juntas com a sabedoria e a maturidade, Saul era um homem inconstante, imaturo e rebelde. Ele até se dispunha a ouvir Deus, mas não para obedecê-lo. Por isso vivia numa gangorra

193

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 189/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

emocional. Ele agia como um louco, ora chorando, arrependido por tentarassassinar Davi, ora planejando uma nova emboscada.

Ele realmente não sabia o que queria para si. A falta de firmeza e cons

tância nas decisões é um dos principais motivos pelos quais muitas pessoasnão crescem e não amadurecem emocional e espiritualmente. Elas não têmmetas nem objetivos claros para as sua vidas. São inconstantes nas suasescolhas, querem andar para frente, mas vivem olhando para trás. Isso astorna inaptas para viver as realidades da fé (Lc 9.62).

O povo de Israel era imaturo e sofria por isso. Eles caminhavam paraCanaã com os olhos do Egito. Suas mentes não foram circuncidadas e a

carne não foi cortada. A conseqüência nós já sabemos: viveram entre osguisados do Egito e o fino trigo de Canaã, mas não desfrutaram de nenhum dos dois. Eles morreram no caminho e foram sepultados no desertopor causa da dureza e da obstinação de suas almas.

Para viver no palâáo êpreciso deixar o deserto, assim como para entrar em Canaã

épreciso atravessar o Jordão. Dentre os homens que foram libertos do Egito, Josué e Calebe foram os únicos que perseveraram naquilo que haviam escolhido desde o princípio e possuíram a terra. Eles se mantiveram livres.

Deus disse: “Mas o meu servo Calebe, porque nele houve outro espírito, e porque perseverou em seguir-me, eu o introduzirei na terra em queentrou, e a sua posteridade a possuirá” (Nm 14.24). A questão não é ser

 jovem ou velho, é ser sábio. A maturidade não vem com a idade, mas coma responsabilidade (Jó 17.9 —Hb 12.1,2).

Davi é um bom exemplo disso. Ele era um adolescente quando recebeua primeira unção que o consagrou rei de uma nação. Posteriormente, foiungido outras duas vezes. Outro exemplo é José. Era jovem quando sonhou com o propósito de Deus e mesmo nas provações se mostrou maduro e certo do que queria. Ele soube manter as chamas do sonho proféticoem seu coração, posicionado com um príncipe de Deus.

Ele sonhava no espírito e agia em conformidade com a sua fé e temor.

Poderia ter reagido de acordo com a sua alma e cedido as tentações, asamarguras e até se vingado de seus irmãos. Mas ele reconhecia em tudo amão de Deus agindo em seu favor. O segredo da sua honra: “o Senhor eracom ele”. Mesmo no Egito (tipo do mundo) ele se mantinha ligado à fontede vida.

Nós podemos viver nesta mesma unção em santidade, retidão e fidelidade, desfrutando da presença, do poder e das bênçãos de Deus. Para isso,

194

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 190/204

O PODER DE UMA ESCOLHA

precisamos permanecer em nosso lugar de honra e vitória: Cristo. Ele é avideira e nós os ramos. Ele disse:

“Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesmanão pode dar fruto, senão  permanecer na videira, assim também vós, senão permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós sois as varas. Quempermanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nadapodeis fazer. Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.4,5,7).

Uma vez que o Senhor tenha aberto os nossos olhos para esta verdadeprofética, a decisão de “permanecer em Cristo” dará ao Espírito Santocondições de gerar em nós os frutos desejados e de manifestar o poder davida ressurreta de Jesus Cristo através de nós. “Se vivemos pelo Espírito,andemos também pelo Espírito” (G1 5.25).

O desejo de Deus é que todos os seus filhos sejam frutíferos e cresçamno conhecimento e na graça do Senhor Jesus (2Pe 3.18). Afinal, Ele nos

criou para a maturidade, em todos os sentidos.Na medida em que crescemos espiritualmente, nossas raízes se espalham e desfrutamos da profundidade, da intimidade e da plena comunhãocom o Senhor. Deixe a seiva do Espírito correr por todo o seu ser. Ela faráfrutífera, produtiva e próspera todas as áreas da sua vida, inclusive a suaalma. Suas eiras se encherão do mais fino trigo e os seus lagares transbordarão de vinho e mosto. Haverá abundância de graça e paz em você e ao

seu redor. Deus o introduzirá no monte da sua herança, a sua Canaã (Êx15,17).

A partir do momento que sabemos que temos um lugar preparado, énecessário investirmos neste relacionamento com Deus, a fim de conhecê-lo, bem como à sua vontade e propósito. Ele é o amigo íntimo dos humildes e deles é o reino dos céus (Mt 5.3).

O orgulho, a soberba e a desobediência nos levarão para longe de Deus.“Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeuaos que o amam? Pelo que, recebendo nós um reino que não pode serabalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente,com reverência e temor” (Tg 2.5; Hb 12.28).

Como disse o apóstolo Paulo: “Que haja em vós o mesmo sentimento

que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por

195

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 191/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a formade servo, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e mortede cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente...” (Fp 2.5-9).

Você pode fazer a escolha certa! Assuma o seu lugar de honra e exerçao seu reinado pela fé. Jesus disse que “o reino de Deus está dentro de vós”(Lc 17.21).

Desfrute-o. O melhor do reino é o Rei!

196

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 192/204

Capítulo

12T ^ r

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

Uma das mais lindas e emocionantes histórias bíblicas encontradas noAntigo Testamento está registrada em 2Samuel 9. Ela descreve um

momento ímpar na vida de um príncipe que se tornou mendigo e teve asua história entrelaçada à vida de um outro rapaz não menos importante,que foi tirado do meio de um rebanho para habitar num palácio como reide uma nação.

Este segundo é bem mais famoso e seu nome é Davi.O profeta Samuel foi instruído por Deus para buscar entre os filhos de

 Jessé um novo rei para Israel, pois Saul, até então rei daquela nação, havia

“rasgado o seu reino” pecando deliberadamente contra o Senhor (ISm16). Davi foi então ungido rei pelo profeta (v. 13) e voltou para o campo epara o apascento das ovelhas de seu pai, aguardando o momento em queDeus o levantaria e o faria assumir o trono e reinar sobre o seu povo.

Neste tempo, Jônatas, filho de Saul, tornou-se o melhor amigo de Davi,e por duas vezes o fez jurar que quando o trono de seu pai fosse ocupado,ele e a sua família não seriam dizimados. Havia um pacto entre eles, por

isso Davi disse: “Porquanto nós temos jurado ambos em nome do Senhor,dizendo: O Senhor seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tuadescendência perpetuamente” (ISm 20.42).

Era costume naquela época que o rei que estivesse assumindo o tronomatasse o seu antecessor, juntamente com a sua família, para que não houvesse uma tentativa de retomada do poder por parte do rei deposto e de

seus descendentes. Jônatas tinha um filho de apenas cinco anos de idade,197

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 193/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

chamado Mefibosete, e aquele pacto visava protegê-lo, bem como a toda asua parentela.

Consciente de sua ruína, enciumado e perturbado espiritualmente, Saul

tentou matar Davi, mas não obteve sucesso. Certo dia, ele e o seu filho Jônatas foram ao campo de batalha e ambos foram feridos e mortos. Assim, o momento do novo rei assumir o trono havia chegado.

A notícia da morte do rei chegou rapidamente ao palácio e, na ânsia defugir e salvar Mefibosete, a ama que o socorria deixou-o cair e o meninoficou aleijado de ambos os pés. E le foi levado para uma terra distante e lácresceu e formou a sua própria família. Escondido naquele ermo é possível que ele nem tivesse lembranças de que havia morado num palácio etalvez nem sonhasse em ser novamente um príncipe naquela terra.

Como era esperado, Davi assumiu o trono e passou a reinar.

A VIDA NO PALÁCIO

Posso até imaginar o esplendor daquele palácio em Jerusalém. A imponênciade suas colunas, seu pátio todo cercado com enormes palmeiras imperiais,

suas portas esculpidas e torneadas e os corredores imensos que conduziam às salas do banquete e do trono real. Tudo era magnífico e muitodiferente da realidade que o ex-pastor de ovelhas havia vivido em sua infância e mocidade. Deus havia exaltado o poder do seu ungido! 

É possível que enquanto o sol se punha numa daquelas tardes quentesdo oriente, o rei Davi estivesse sentado em seu trono, admirando atravésdas grandes janelas do palácio a beleza de Jerusalém. O céu alaranjado

contrastava com as pedras claras das casas e dos grandes muros da cidade,dando-lhes uma cor dourada (e é por isso que Jerusalém é chamada a Cidade de Ouro).

No silêncio daquele instante, as cenas corriam em sua mente,relembrando todos os momentos que foram vividos desde a primeira vezem que recebeu a unção de Deus, através das mãos do profeta Samuel, atéo dia em que foi coroado e sentou-se pela primeira vez no trono como rei

de Israel.Os sentimentos no coração do novo rei se confundiam. Havia um mis

to de euforia e alegria pela honra de Deus que estava sobre ele e, ao mesmotempo, uma doce calma por saber que tudo quanto Ele havia prometidoestava se cumprindo em sua vida. Mas, de repente, aquela calmaria desaparece e dá lugar ao espanto. Subitamente, surge em sua mente a lembrançadaquela cena em que jura ao seu amigo, não uma, mas duas vezes, demons

trar benevolência, amor e misericórdia por ele e sua família.

198

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 194/204

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

Imediatamente, ele convoca Ziba, um antigo servo do palácio que havia convivido com o rei Saul e seus descendentes e, angustiado, pergunta:“Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que eu o trate com

bondade por amor de Jônatas? Há ainda alguém para que eu use com eleda benevolência de Deus?” (2Sm 9.1).

A palavra que foi traduzida por bondade do original hebraico poderiater sido traduzida comograça, porque este era o verdadeiro significado daquilo que o rei Davi estava sentindo e queria demonstrar. Um tipo de amorincondicional que não exige nada em troca e independe do ser amado.

Ziba, que permanecia com a cabeça curvada, percebeu o desespero e o

tom de urgência na voz do rei e levantando os olhos reverentemente, disseem voz baixa: “Sim, majestade. Ainda há um filho de Jônatas, aleijado deambos os pés” (v. 3).

Interessante que aquele serviçal não se limitou apenas a dizer que haviaum remanescente, mas salientou a deficiência daquele pobre coitado. Talvez ele imaginasse que a intenção do rei era trazê-lo para casa e tudo naquele palácio era coberto de esplendor. Neste caso, era bom que ele sou

besse que haveria entre os seus filhos perfeitos um que era aleijado.Admirado com a resposta e decido a cumprir o juramento, o rei per

guntou-lhe: “Onde está?”.Ziba, que talvez tivesse acompanhado o crescimento do menino de

longe, mas nunca se atrevera a falar do assunto até mesmo para preservá-lo vivo, viu-se na obrigação de dar-lhe detalhes de sua localização: “Eis queestá em casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar”.

O significado do nome desta cidade é interessantíssimo. L o, na línguahebraica, significa “sem”. D ebar  significa “pastagem”. Assim, o nome dacidade sem pasto seria o mesmo que “deserto”.

Como seria a vida de Mefibosete num lugar deserto? Possivelmente,Lo-Debar era um lugar de necessidades, privações, escassez e até de miséria. Que contraste terrível: do palácio para o deserto, da realidade de príncipe à condição de um mendigo, da abundância da mesa do rei para a

miséria daquela terra perdida.O relato bíblico diz que o rei Davi mandou buscá-lo em Lo-Debar (2Sm 9.4).E provável que ele tenha mandado uma comitiva de soldados para lá

em busca de Mefibosete, mas posso garantir-lhe que a última coisa que elegostaria de ver em sua vida era uma tropa da guarda real em sua porta.

 Talvez estivesse dentro de sua casa brincando com o seu filhinho quando, de repente, sua esposa se aproxima, pálida, e diz: “Querido, há dezenas

de soldados na porta de nossa casa e estão chamando por você”.

199

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 195/204

A UNÇÂO DOS PRÍNCIPES

Aquele homem fugitivo não podia acreditar no que acabara de ouvir!Com os olhos arregalados e se refazendo do impacto que a notícia lhecausara, tenta demonstrar à sua mulher que está tudo bem e começa amanquitolar em direção a porta. Em sua mente há um só pensamento: “Orei me encontrou e ele vai me matar. Ele sabe da minha descendência eteme que eu reivindique o trono de meu pai e por isso decidiu dar cabo deminha vida e de minha família”.

Imagino que ele tenha caminhado em direção à porta com seu coraçãoapertado, olhando para o seu filho e pensando que ele sofreria a mesmador que havia sofrido quando ainda era um menino, sendo separado de seu

pai que havia sido morto.Parecia que a história estava se repetindo. O pequenino percebe a tensão no are começa a chorar e a chamar pelo pai. Aflita, sua mãe o toma no colo e aguardaansiosamente que seu marido retorne e diga que foi somente um engano.

Passados alguns minutos, ele volta arrasado e avisa que terá que ir comos soldados, pois o rei quer vê-lo imediatamente. O pior aconteceu! Elessabem que aqueles podem ser os últimos momentos juntos. Em meio às

lágrimas, Mefibosete tenta consolá-la, mas nenhum dos dois acredita quehaverá volta. Ele beija profundamente os dois, acaricia o rosto de sua esposa e sem dizer nenhuma palavra deixa a sua casa.

No meio da enorme nuvem de poeira provocada pelas carruagens reais,ela vê o seu esposo querido desaparecer diante de seus olhos. Talvez paranunca mais o ver!

N A ESTRADA DE JERUSALÉM

Na estrada para Jerusalém, o único pensamento que dominava a mente deMefibosete era de que poderia ser morto a qualquer momento pelos soldados ou que o próprio rei estivesse planejando fazer isso. Quando avistou opalácio, o seu corpo inteiro estremeceu.

Por um momento, a imagem da queda que permanecera escondidaem seu inconsciente vem a luz e ele sente a dor profunda daquela hora dedesespero que havia tomado conta do palácio há tantos anos. Tudo eraestranhamente familiar para ele.

O rei, ansioso, aguardava-o na sala do trono. Quando as grandes portas da sala se moveram e anunciaram a sua chegada, Davi olhou em direçãoà entrada e viu apenas um vulto esguio, apoiado em muletas, manquejandovagarosamente.

 Já próximo do rei ele se lançou em terra, escondendo o rosto entre os

braços numa atitude de humildade e clemência. Tremendo, esperava ape200

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 196/204

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

nas que a lâmina afiada de uma espada atravessasse as suas costas e o matasse, ali mesmo, no meio daquela sala.

Alguns segundos se passaram e nada disso aconteceu! Ele não entendia

porque a espera, já que esse era o seu destino. Com o rosto no chão, todomolhado de suor, ouviu uma voz terna, chamar o seu nome: “Mefibosete!”.

“Ele sabe o meu nome e quem eu sou?”, pensou ele. Assustado e semcompreender o que estava acontecendo, respondeu quase sussurrando: “Eisaqui teu servo”. O rei percebeu o seu espanto e temor, e disse calmamente:“Não temas, porque decerto usarei contigo de benevolência por amor de

 Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu sempre

comerás pão à minha mesa” (2Sm 9.7).Mefibosete não podia acreditar no que acabara de ouvir. O conflito

na sua mente naquele momento era tão grande que as palavras do rei pareciam não fazer nenhum sentido para ele. Parecia bom demais para serverdade!

O rei estava restituindo tudo o que um dia lhe pertenceu e ainda convidando-o a sentar à mesa como se fosse um dos seus filhos. Por um mo

mento, viu-se na posição de um príncipe e toda a riqueza daquele reinosendo colocada novamente em suas mãos.

Foi então que Mefibosete, numa crise de identidade terrível, externou avisão que tinha de si mesmo e, por um momento, resistiu à possibilidadede reassumir o seu lugar entre os príncipes, dizendo: “Quem é teu servo,para teres olhado para um cão morto tal como eu?” (v. 8).

A figura de um cão morto era a auto-imagem de um homem que

não tinha apenas os pés aleijados, mas a alma coxa. Dentro dele havia umfardo emocional tão grande e pesado que tornava a sua vida sobrecarregadaparalítica. Era o sentimento de alguém que teve não apenas o corpo, mas ocoração ferido desde a infância e cresceu apoiado em muletas.

Cães mortos são vistos à beira do caminho, apodrecendo a céu aberto.As pessoas passam, vêem, se enojam e viram os rostos. A comparaçãoentre ele e o cão morto era a manifestação de toda a sua indignação, revol

ta, solidão, abandono dor que estava em sua alma, desacostumada a seramada, reconhecida, cuidada e muito menos restituída ou posicionada emhonra.

A primeira reação de alguém doente da alma pode ser de auto-rejeiçãoe fuga. Foi o que aconteceu com ele. No primeiro momento, se sentiuindigno daquele amor e graça superabundante. Sabia que o rei poderia tê-lo condenado e até matado, mas decidiu amá-lo e restaurá-lo à sua herança.

Isso era incompreensível e, ao mesmo tempo, maravilhoso.

201

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 197/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Davi chamou Ziba, o antigo servo de Saul, e disse-lhe: “Tudo o quepertencia a Saul, e a toda a sua casa, tenho dado ao filho de teu senhor. Trabalhar-lhe-ás, pois, a terra, tu e teus filhos, e teus servos, e recolherás os

frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão para comer; mas Mefibosete,filho de teu senhor, sempre comerápão àminha mesa' . O seu lugar estavadefinido por ordem do rei.

“Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assimfará teu servo”, respondeu Ziba.

“Quanto a Mefibosete”, disse o rei, “comerá à minha mesa como umdos filhos do rei” (v. 9-11). A partir daquele momento as palavras do rei

Davi selaram a nova condição de vida em que aquele príncipe viveria. Paraele, aquele era o tempo da restauração e da restituição divina. Ele estavanovamente no lugar onde nasceu, na posição e na condição para a qualhavia nascido: a de um filho do rei. Jerusalém tornouse o seu lugar! 

Segundo Samuel  9 termina assim: “Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto sempre comia à mesa do rei, e era coxo de ambos ospés” (v. 13).

A s REALIDADES DO REINO

 Jerusalém é um lugar profético, assim como o Éden no início da criação.Ambos são apresentados na visão apocalíptica como o nosso lugar eterno.Isaías profetizou que “o Senhor consolará a Sião e fará o seu deserto comoo Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor” (Is 51.3). O desejo deDeus nunca mudou em relação aos seus filhos. “Ao que vencer, dar-lhe-ei

a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus” (Ap 2.7).Nós voltaremos ao projeto original de Deus e ele se estabelecerá exatamente como o Senhor o desejou, porque nenhum de seus planos e propósitos pode ser frustrado ou impedido (Jó 42.2). E ste lugar profético éo nosso  reino e nós somos os príncipes de Sião! 

Sabemos que existem dois reinos distintos: o do mundo eo deDeus. Oreino do mundo está em trevas e morto no maligno, enquanto o Reino de

Deus é a sua própria vida, glória e poder. O Reino de Deus é Cristo e anossa vida está escondida com Cristo em Deus (Rm 14.17; Cl 3.3). A realidade do mundo é de muitas dores, lágrimas e sofrimentos, guerras e todasorte de maldições e pecados. Mas esta não é a nossa realidade.

Nós estamos no mundo, mas não somos do mundo. Jesus levou asnossas doenças, dores e pecados e toda maldição que estava sobre nós (Is53.4,5; G13.13). A nossa realidade é a do Reino dos céus: vida, graça, paz e

luz. Nossos pés estão na realidade do mundo, mas os nossos corações e

202

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 198/204

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

mentes devem estar na realidade dos céus. Paulo disse aos colossenses: “Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristoestá assentado à destra de Deus” (Cl 3.1).

Embora estejamos no mundo, a nossa realidade éa dos céus, porque os justos vivem da realidade da fé. Antes de morrer na cruz, Jesus disse: “Nacasa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito.Vou preparar-vos lugar” (Jo 14.2).

E ste lugar já estápreparado!  Ele não é físico, mas espiritual. Cristo estácom o Pai (em sua casa), assentado em seu trono (onde também estamosassentados —E f 2.6).

Logo, este lugar preparado refere-se também a umaposição espiritual. Nós a ocupamos desde que nascemos de novo. Esta é a nossa realidadedivina. Embora estejamos num mundo visível, a nossa realidade não é esta(ela é invisível). Como homens espirituais, podemos viver no sobrenaturalde Deus através da nossa fé e desfrutar das bênçãos eternas, hoje e agora.Quanta pãz, autoridade, unção, provisão e poder pode haver neste lugarque ele tem preparado para os que crêem? Certamente toda!

Saiba, então, que a sua fé pode tornar real para você aquilo que já é realpara Deus. Jesus nos ensinou a orar e a “substancializar” (dar substância,tornar real) a realidade dos céus aqui na terra. “Venha o teu reino, seja feitaa tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Sua vontade é quedesfrutemos de vida e paz desde já\  que tenhamos provisão agora  e que reinemos em autoridade e poder nesta vida  (Rm 5.17).

 Tudo isso será para nós um antegozo do céu. Ouça o que estou lhedizendo: não teremos que aguardar para desfrutar desta realidade benditaporque a fé nos posiciona na realidade de Deus. Esta é a realidade dosfilhos do Reino. Esta deve ser a mentalidade dos príncipes, os herdeiros daterra prometida.

Restaurados ao  nosso  l ug ar

Deus está restaurando o nosso Éden. João viu com os olhos da fé que olugar que Deus havia preparado para o homem (em Gênesis) e que ele

havia perdido por causa do pecado, Deus em Cristo havia restaurado completamente (em Apocalipse). Ele viu a nova terra, a Nova Jerusalém e aárvore da vida (Ap 2.7; 21.1,2; 22.2).

A árvore da vida é Casto  e todos nós temos acesso à cura completa.Embora sejamos falhos, imperfeitos e limitados na nossa condição humana, somos amados, perdoados e aceitos incondicionalmente por Deus através de Jesus. O Pai nos vê de outra forma por causa da obra de Cristo na

cruz.203

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 199/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Se vocêestáem Cristo, D eus o vêatravés dele  (Rm 5.1). Nós temos paz comDeus! A partir da nossa experiência com Cristo estamos todos voltandopara casa, e Jerusalém é o nosso destino eterno. Nossa condição era seme

lhante à de Mefibosete. Nascemos príncipes, mas fomos reduzidos à condição de mendigos por causa da queda de Adão, e assim permanecemosaté que Jesus restaurou a nossa condição de filhos e nos fez herdeiros deDeus. Ele é o Rei dos reis e tem todo o poder para restituir-nos ao nossolugar de domínio.

Sua Palavra é eterna e não pode ser anulada. Adão poderia ter escolhidoa bênção e a vida, porém escolheu a morte e a maldição, assim como o

povo hebreu. Sua escolha o fez cair e, na sua queda, todos nós fomosferidos e colocados debaixo do aguilhão da morte. Por muito tempo estivemos separados na nossa fonte de vida, cobertos de vergonha, separadosda glória de Deus e privados do governo da terra e de sua provisão.

Do Éden fomos levados para Lo-Debar, um lugar de solidão e tratamento. O nosso coração foi provado naquele lugar deserto. Nossa históriapoderia ter terminado ali, tragicamente, não fosse o rei “têr se lembrado”

da aliança que havia firmado. Glória a Deus que nunca se esqueceu de nós.O Senhor diz: “Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei” (Is49.16).

A pergunta de Davi a Ziba se assemelha a pergunta de Deus enquantocaminha no jardim do Éden a procura do homem: “Onde está?”.

 Tanto Adão quanto Mefibosete estavam escondidos porque sabiam queo seu destino era a morte. Assim como Ziba e os soldados do rei, o Espí

rito Santo e os seus anjos vieram ao nosso encontro e nos encontraramnum lugar deserto, onde não há vida, esperança, sonhos ou razão paraexistir.

Havíamos perdido o nosso lugar entre os príncipes e a nossa riqueza setomara pobreza, a nossa alegria, tristeza, e a nossa identidade estava perdida. Às margens da vida, não passávamos de um cão morto à beira docaminho.

Espiritualmente, todos os homens se tornaram coxos, passaram a carregar os fardos do pecado e suas conseqüências, vivendo sobrecarregadose oprimidos. Mas Cristo nos encontrou (Is 43.1). Aleluia!

Embora Ele pudesse nos julgar e nos condenar, escolheu nos amar enos perdoar. Jesus disse: “... pois eu vim, não para julgar o mundo, maspara salvar o mundo” (Jo 12.47). Ele sabe que não somos apenas espírito,por isso a obra da salvação é completa e alcança todas as áreas da nossavida, restaurando-nos completamente.

204

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 200/204

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

A. unção de Jeová Rafáestácurando a sua alma!  Fique livre de toda mentirado diabo e de todo domínio de mente que o mantinha escravizado. Recebaa cura desta paralisia agora, em Nome de Jesus. “Eu te digo, levanta e

anda”. A mensagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nósé o poder de Deus que muda a nossa história (ICo 1.18).Não se envergonhe deste evangelho de Cristo porque ele é poderoso

para a nossa completa salvação. “Portanto nós também, pois que estamosrodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciênciaa carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador

da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.1,2).O Espírito Santo, assim como os anjos de Deus, estão trabalhando em

seu favor para que você coma do pão dos filhos e tenha em tudo amplasuficiência. Isso se refere à paz, ao poder, às bênçãos, à prosperidade, àunção e a tudo aquilo que Jesus conquistou na cruz. Para isso é necessárioexercer fé e assumir a sua posição em Cristo. Não basta saber que existe

um lugar, é preciso se apossar dele nas regiões celestiais.Você não precisa mais mendigar qualquer coisa que seja, nem mesmoviver apoiado em muletas emocionais ou espirituais para tornar a vida menos sofredora. O mesmo discípulo que confessou a verdadeira identidadede Cristo escreveu anos depois daquela revelação:

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcan- 

çaram féigualmente preciosa  na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:

Graça e paz vos sejam multiplicadas no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor; o seu divino poder nos tem dado tudo o que di\ respeito àvida  e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por suaprópria glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado as suaspreciosas e  grandíssimas promessas , para que por elas vos torneis partiápantes da natureza  divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há nomundo” (2Pe 1.3,4 —destaque do autor).

Este texto é maravilhoso! Esta fé preciosa citada por Pedro é a fé positiva que está apoiada na verdade de Deus que é Jesus Cristo, a nossa justiça.Através do conhecimento dele temos recebido absolutamente tudo, conforme o seu poder. Esta palavra de vida nos faz participantes da naturezade Deus e nos dá o escape do mundo.

Serpartiápante da natureza divina éser como E le é. E ter aquilo que Ele tem.

E viver vida de santidade, reinar com Ele em autoridade e mover-se nele205

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 201/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

com glória e poder. É estar assentado nos lugares celestiais com Cristo,exercendo domínio juntamente com Ele através do Espírito Santo. A verdadeira paz está em você assim como o verdadeiro poder e unção habitam

dentro do seu novo coração! E assim que Deus o vêe édesta forma que vocêdeve  se ver através dafé. Existem grandíssimas e preciosas promessas em relação asua vida. Todas elas começam e terminam em Cristo Jesus.

V ocênão éaquilo que o mundofe% de  íwe/ Não é aquilo que diabo, o mundo,a vida, as pessoas ou até os seus familiares disseram! Também não é aquiloque os falsos padrões de pensamentos e a sua mente afirmavam que vocêé! V ocêéaquilo que D eusfe £de vocêe o que E le di £que vocêé!  Você é um príncipee a unção de Deus está em sua vida para capacitá-lo a viver à altura destechamado.

Há um lugar preparado no Reino para você e para mim. Nós comeremos da abundância de sua mesa e nos fartaremos de sua provisão excelente (agora). Tome posse do seu lugar pela fé, e então se cumprirá o que foiprofetizado pelo salmista: “Os príncipes do povo se ajuntam, o povo do

Deus de Abraão” (SI 47.9).M o va-se co m o s pr Incipes

Estamos numa batalha de vida ou morte. Mesmo em face aos maioresataques, mantenha a posição\  Não recue porque a ocupação deste territóriodeve ser mantida até o fim. Esta terra nos pertence. Mesmo que haja soldados feridos, alguns mortos e muitos desertores, não podemos baixar asnossas armas nem desistir de lutar. “Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará. E agora seráexaltada a minha cabeça aáma dos meus  inimigos que estão ao redor de mim\  e no seu tabernáculo oferecerei sacrifíciosde júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor” (SI 27.5,6 —destaquedo autor).

Davi sabia que não havia lugar mais seguro no acampamento que o

pavilhão do rei, embora fosse o alvo principal do inimigo. Não há o quetemermos, pois do Senhor é a guerra e Ele é o nosso General! Assim comohavia um “outro espírito em Calebe”, e ele se manteve disposto a guerrear,há um novo espírito em nós e um coração segundo o coração de Deus.

Você pode ter certeza que este privilégio não era apenas do rei Davi.Ele era um homem semelhante a nós, com seus erros e acertos. O Senhorencontrou nele um coração quebrantado e contrito, por isso o ungiu dc

maneira tão especial com a sua Palavra.

206

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 202/204

DO DESERTO PARA O PALÁCIO

Ele sabia quem era Deus e reconhecia-o como o Todo-Poderoso. Ele oadorou com este cântico: “Bendito és tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai,de eternidade em eternidade. Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a

honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e naterra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. Eriquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mãohá força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo”(lCr 29.10-12).

Sua força e autoridade como rei, suas conquistas e posses, sua fama oupoderio não o impediam de curvar-se em humilde contrição diante daque

le que é Senhor sobre todos.“Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei acoroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo. Achei Davi,meu servo; com o meu santo óleo o ungi ’ (SI 89.19,20 —destaque do autor).Esta unção que exalta o escolhido do Senhor é a mesma que está sobre asua vida.

Havia uma aliança estabelecida com as gerações que descendiam deAbraão, e durante todo o tempo Deus a sustentou com o seu poder. Ele

disse pela boca de Jacó: “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão deautoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence [Jesus]; ea ele obedecerão os povos” (Gn 49.10).

Ele é o Leão da tribo de Judá, o Desejado das nações, o Príncipe da pazque havia sido anunciado no Éden e o Rei dos reis que governará eternamente (Ap 11.15). Aleluia! O seu governo não terá fim.

O profeta Isaías viu o seu reino estabelecido e os príncipes que gover

navam com Ele sobre a terra. “Eis que reinará um rei com justiça, e comretidão governarão príncipes. Cada um deles será um abrigo contra o vento, e um refugio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugaressecos, e como a sombra duma grande penha em terra sedenta” (Is 32.1,2).Nós somos os canais deste Rio de vida nesta geração!

Ele nos deu o privilégio de reinarmos com Ele e executarmos os seusdesígnios na terra. Use a sua autoridade para isso! Na oração, na adoração,

na intercessão, nos dons e na proclamação da Palavra, flua profeticamentee libere as águas vivas do Espírito de Deus. Nós somos os agentes doreino, e através de nossas vidas Ele estabelecerá na terra a sua glória.

Deus honra os humildes, por isso este é o momento de baixarmos osnossos cetros e bordões e abrirmos poços na autoridade do nome de Jesus. O poder repousa sobre a fraqueza e Deus opera através daqueles quesão completamente dependentes dele.

207

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 203/204

A UNÇÃO DOS PRÍNCIPES

Há um mover de Deus nestas águas. Assim como Moisés levantou avara e tocou o mar, e Eliseu cortou o Jordão com a sua capa, levante a suavoz e comece a proclamar neste deserto:

“Brota, ó poço! E vós, entoai-lhe cânticos! Ao poço que os príncipes cavaram,que os nobres do povo escavaram com os cetros e com os seus bordões”(Nm 21.17,18).

Somos profetas em terra seca e só temos esta geração para exercermos o nosso sacerdócio terreno, “pois a coroa do óleo da unção donosso Deus” está sobre nós (Lv 21.12; lPe 2.9). Este poço deve brotar

agora para trazer cura a esta terra seca e cansada, para que se cumpra aprofecia de Habacuque: “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2.14).

Mova-se na unção, na honra e na glória dos príncipes do Senhor. Todaa nossa capacitação está em Cristo, pois Ele é a vida de Deus que habita emnós! Não dependemos da nossa força e capacidade humanas.

V ermita apenas que E le viva a vida dele através de você!  A graça de Deus é

suficiente. Tudo vem dele! Quando o sonho é do Senhor, é sempre possível e realizável, pois Ele é o agente realizador dos seus propósitos eternos. Ele declarou por meio do Espírito Santo: “Por mim reinam os reis eos príncipes decretam justiça. Por mim governam príncipes e nobres; sim,todos os juizes da terra” (Pv 8.15,16). E le é a nossa força para batalha.Você tem o seu lugar na história e posso garantir-lhe: é o excelente deDeus!

Permaneça na sua posição de honra e não desista da sua jornada de fé.De menino, Ele o varão perfeito. Ele não desistirá de nós nem deixará detratar-nos “até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento doFilho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef 4.13). Nós nascemos para isso e esse é o nosso destino (Rm 8.29).

O apóstolo Paulo afirmou que “todos nós, com rosto descoberto,

refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados deglória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2Co3.17,18). Esta é a obra do Espírito Santo na terra: tornarnos iguais a Cristo.

Não é de admirar que você pareça com o seu Pai e com o seu Irmão.Sendo Ele o Senhor do Universo, o Rei de toda terra, é “[sobre] natural”que tenha o seu sangue, a sua imagem e semelhança, uma descendência reale seja herdeiro do trono, do reino e da sua glória. Você nasceu para isso e

este o seu destino eterno: reinar para sempre! 

208

8/12/2019 A Unção dos Príncipes

http://slidepdf.com/reader/full/a-uncao-dos-principes 204/204

„ A UNÇÃO DOS

PRÍNCIPES“Porque o Senhor criou os céus para si mesmomas enlregou a terra ao homem” {Sulino 11 5.16 B íbl ia Vivai .

Esta é uma realidade gloriosa! O propósito original do Pai é que dominemos sobre a terra, estabelecendo nela o seu reino e asua glória, guardando aquilo que Ele colocou em nossas mãos e sobre as nossas cabeças. Só que precisamos tomar cuidado. O diabo, que é ladrão, 

sempre está atento e disposto a tomar as nossas coroas e o cetro de autoridade que Deus nos entregou. Se você não exercer o governo divino neste lugar onde Ele o posicionou, o 

maligno tentará ocupar a sua cadeira e controlar a sua vida, família, ministério e tudo o que estiveraoalcance Eleusaráassituações pessoaseatémesmoasuaalmaparaimpedirque