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[Digite texto] UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DAVIDSON NUNES DA SILVA A UNIÃO EUROPEIA E A GLOBALIZAÇÃO ECONOMICA: UM OLHAR SOB A INTEGRAÇÃO EUROPEIA PONTA GROSSA 2012

A União Europeia e a Globalização Econômica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

DAVIDSON NUNES DA SILVA

A UNIÃO EUROPEIA E A GLOBALIZAÇÃO ECONOMICA: UM OLHAR SOB A

INTEGRAÇÃO EUROPEIA

PONTA GROSSA

2012

Page 2: A União Europeia e a Globalização Econômica

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DAVIDSON NUNES DA SILVA

A UNIÃO EUROPEIA E A GLOBALIZAÇÃO ECONOMICA: UM OLHAR SOB A

INTEGRAÇÃO EUROPEIA

Monografia apresentada para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Setor de Ciências Sociais Aplicadas.

Departamento de Economia.

Orientadora: Profª Nádia Jacqueline Coelho Tremea

PONTA GROSSA

2012

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DAVIDSON NUNES DA SILVA

A UNIÃO EUROPEIA E A GLOBALIZAÇÃO ECONOMICA: UM OLHAR SOB A

INTEGRAÇÃO EUROPEIA

Monografia apresentada para obtenção do título de Bacharel em Ciências

Econômicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Ponta Grossa, _______ de _____________________ de 2012.

____________________________________________________ Profª Nádia Jacqueline Coelho Tremea – Orientador

Universidade Estadual de Ponta Grossa

____________________________________________________ Professor Convidado

____________________________________________________ Professor Convidado

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Dedico este trabalho aos meus pais, Gislene e Roberto, que me ensinaram muito mais do que ser pessoa, mas acima de tudo, humano.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que tiveram influência direta ou indireta na compilação deste trabalho, que me ajudaram mesmo sem saber a entender melhor o sentido das coisas e a ordem natural em que caminham as relações humanas, que nos fazem perceber que podemos ir bem mais longe do que nossa visão pode alcançar que por meio de muita fé e com pessoas certas ao lado, os obstáculos tornam-se meras distrações momentâneas. Agradeço a minha família por todo conhecimento que tive o privilégio de receber, conhecimento tal que perpassa o conhecimento acadêmico, pois, esse se aprende durante alguns anos, com alguns livros e professores, o que aprendi de fato, não esta em livro algum, e nem se pode aprender em alguns anos, leva-se uma vida inteira, leva-se a eternidade, e até mesmo um segundo, aprendi a amar e esse amor é parte de um todo que me faz. Agradeço as minhas irmãs Tatiane e Thaize, verdadeiros gênios, das quais me espelhei durante esses anos para que o olhar se tornasse mais aguçado, como o de quem vê que o mundo espera uma realidade que ainda não foi gerada. Á quem sempre terei um laço eterno e inquebrável, meu querido pai Roberto e minha querida mãe Gislene, seriam necessários mais de uma vida para começar a explanar o quão sou grato pela essência da vida e o caráter que me entregaram, valores que jamais poderão ser tirados de mim. Agradeço aos meus queridos avós, em especial para Luzia Prata, cuja presença não se faz mais nesse mundo, mas tenho a certeza que seus ensinamentos a mim, estão contidos nas poucas páginas deste trabalho, e o que não está presente aqui, transborda em meu coração. Muito Obrigado por tudo! Existem pessoas que entram em nossas vidas de uma forma tão fantástica que é como se sempre estivesse ali, dia após dia, do nosso lado, passando por cada etapa e ciclo de nossas vidas. Débora Abrantes Leal, você é essa pessoa, que no decorrer deste trabalho me inspirou, me deu ânimo e esperanças mesmo quando eu já não acreditava que uma pequenina ideia ainda pudesse brotar no pensamento, me fez ver a realidade com outros olhos, pois, só assim se vive de verdade não é mesmo?! Tenho certeza que os momentos felizes foram ainda mais felizes ao seu lado, os momentos tristes e de incertezas foram menos dolorosos em sua presença, tenho orgulho por conhecer essa pessoa tão incrível e maravilhosa, ser seu amigo e companheiro de aventuras ou até mesmo para ver aqueles filmes românticos que você esta sempre pronta a chorar... rs, mas acima de tudo, tenho orgulho de ser seu namorado, dividindo todos os momentos ao seu lado. Obrigado Déh, você é demais. Amo você!!! Agradeço a galera do 4º ano, por tudo, com destaque especial para Hector, Jeany, Dreyfuss, Henrique e Denise... Obrigado a todos. Por fim, agradeço a minha orientadora Nádia Tremea, foi um prazer ser orientado por alguém tão inteligente e responsável para que esse dia chegasse. Obrigado professora!!!

I’ll remember...

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“Acreditamos saber que existe uma saída, mas não sabemos onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la, devemos procurá-la por nós mesmos. O que o labirinto ensina não é onde está a saída, mas quais são os caminhos que não levam a lugar algum”.

Norberto Bobbio

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar as consequências da Globalização Econômica, Integração do Bloco e Democracia na União Europeia. A União Europeia é o bloco econômico mais desenvolvido do mundo, está em seu estágio de integração mais avançado, ao qual fora criado uma moeda única, o Euro. Nesse contexto, passando pela contextualização histórica da UE, o modelo de sociedade europeu e os fatos da globalização e a Europa, apresenta-se por meio da análise dos dados a situação econômica da União Europeia, apresentando o caso Grécia, o berço da civilização e democracia ocidental, como forma de perda de soberania e democracia. Em linhas gerais, percebeu-se que não apenas o fato da má condução da economia interna que levou países a beira do colapso como a Grécia, a levarem a União Europeia a uma profunda crise, mas a própria construção da UE, baseado no Tratado de Maastricht que cria amarras para o crescimento do bloco.

PALAVRAS CHAVE: Globalização Econômica; Integração Europeia; Democracia.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1 - Produto Interno Bruto em bilhões da Zona do Euro 1999 a 2005 - a preços constantes ..................................................................................................... 48

GRÁFICO 2 - Variações do PIB da Zona do Euro de 1999 a 2005 – a preços constantes ................................................................................................................. 50

GRÁFICO 3 - Produto Interno Bruto em bilhões da Zona do Euro 2006 a 2010 - a preços constantes ..................................................................................................... 52

GRÁFICO 4 - Variações do PIB da Zona do Euro de 2006 a 2010 – a preços constantes ................................................................................................................. 53

GRÁFICO 5 - Estimativa do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 15 e da Alemanha e França para 2012 e 2013 baseada em 2011. ......................................................... 55

GRÁFICO 6 - Estimativa do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 17 para 2012 e 2013, baseados em 2011. ......................................................................................... 56

GRÁFICO 7 - Variação Estimada do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 17 para 2012 e 2013, baseada em 2011, a preços constantes. ............................................. 57

GRÁFICO 8 - Variação do PIB em bilhões para a União Europeia – 1999 a 2005 ... 58

GRÁFICO 9 - Variação do PIB em bilhões para a União Europeia – 2006 a 2010 ... 59

GRÁFICO 10 - Variação Estimada do PIB em bilhões da União Europeia – 2012 e 2013, baseada em 2011. ........................................................................................... 60

GRÁFICO 11 - Gastos na Zona do Euro de 1999 a 2010 ......................................... 62

GRÁFICO 12 - Gasto Estimado de 2012 e 2013 para a Zona do Euro – baseado nos gastos de 2011. ......................................................................................................... 63

GRÁFICO 13 - Gastos para a União Europeia como porcentagem do PIB – 1999 a 2013 .......................................................................................................................... 64

GRÁFICO 14 - Dívida da União Europeia como percentual do PIB – 1999 a 2013 .. 66

GRÁFICO 15 - Exportações e Importações para a Zona do Euro – 2002 a 2013 ..... 68

GRÁFICO 16 - Balanço em Conta Corrente para a Zona do Euro e União Europeia – 2002 a 2013. ............................................................................................................. 69

GRÁFICO 17 - Taxa de desemprego da Alemanha, França e PIIGS – 2000 a 2005 72

GRÁFICO 18 - Taxa de desemprego da Alemanha, França e PIIGS – 2006 a 2011 73

GRÁFICO 19 - Tendência de crescimento da taxa de desemprego da União Europeia, Alemanha e França, PIIGS e Reino Unido – 2000 a 2011 ........................ 74

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PIB das cinco maiores economias da Zona do Euro em bilhões a preços constantes – 1999 a 2005 ......................................................................................... 47

TABELA 2 - PIB das cinco maiores economias da Zona do Euro em bilhões a preços constantes – 2006 a 2010. ........................................................................................ 52

TABELA 3 - Estimativa do PIB em bilhões a preços constantes para 2012 e 2013 baseada em 2011. ..................................................................................................... 54

TABELA 4 - Gastos em bilhões para a Zona do Euro – 1999 a 2010 ....................... 62

TABELA 5 - Saldo da Balança Comercial da Zona do Euro em bilhões de dólares – 2002 a 2013 .............................................................................................................. 67

TABELA 6 - Os dez maiores recebedores de subsídios da União Europeia em 2010. .................................................................................................................................. 78

TABELA 7 - Os dez maiores recebedores de subsídios da União Europeia desde 2000. ......................................................................................................................... 79

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LISTA DE SIGLAS

BCE BP CDU CE CECA CED CEE EU EURATOM JAI MC PAC PEA PEC PESC PIA PIB PIIGS SEBC TUE UA UEM ZCL

Banco Central Europeu Balanço de Pagamentos União Democrática Cristã Comunidade Europeia Comunidade Econômica do Carvão e do Aço Comunidade Europeia de Defesa Comunidade Econômica Europeia Uniões Econômicas Comunidade Europeia da Energia Atômica Cooperação Policial e Judiciária para assuntos internos Mercados Comuns Política Agrícola Comum População Economicamente Ativa Pauta Aduaneira Comum Política Externa e Segurança Comum População em Idade Ativa Produto Interno Bruto Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha Sistema Europeu de Bancos Centrais Tratado da União Europeia Uniões Aduaneiras Uniões Econômicas e Monetárias Zonas de livre Comércio

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

1.1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 13

1.1.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 13

1.1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 13

1.2. METODOLOGIA ................................................................................................. 14

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 15

2.1. AS FORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONOMICA ................................................. 15

2.2.CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA

UNIÃO EUROPEIA ................................................................................................... 20

2.3 O MODELO EUROPEU DE SOCIEDADE .......................................................... 35

2.4 A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA E A EUROPA ............................................... 41

3. ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 46

3.1 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ................................................................... 46

3.2 GASTOS E DÍVIDAS DO GOVERNO ................................................................. 61

3.3 BALANÇO DE PAGAMENTOS ........................................................................... 66

3.4 TAXA DE DESEMPREGO .................................................................................. 70

3.5 POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC) ............................................................... 75

4. O CASO GRÉCIA E AS PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE DO EURO ....... 80

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 82

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 85

ANEXO A – OS TRATADOS DA UNIÃO EUROPEIA E SUAS ALTERAÇÕES ..... 87

ANEXO B – AS INSTITUIÇÕES E ÓRGÃOS DA UNIÃO EUROPEIA..................... 93

ANEXO C – DADOS ECONÔMICOS DA UNIÃO EUROPEIA ................................. 96

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1. INTRODUÇÃO

“O meu objetivo político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”.

(Albert Einstein)

Em épocas passadas um bárbaro fundou um grande império, que reunia o

Iraque, Turquia, Turkestão, Irã, China e uma parte da Rússia. Esse foi o grande

imperador do império Mongol Tumudjin mais conhecido como Gengis Khan. Esse

conquistador as vésperas de ser nomeado o grande Khan de todos os Khans,

convocou todos os seus chefes, aproximadamente 30 generais armados com arcos

e flechas, e passou recolhendo e quebrando de cada general uma flecha, ao fim da

fila retornou pegando outra flecha de cada um, mas dessa vez retendo-as em seus

braços. Quando chegou ao ultimo general uniu as flechas e tentou quebra-las todas

de uma só vez e não conseguiu. Então olhou para os seus generais e lhes disse:

“Como vocês podem ver, sozinhos somos como uma flecha frágil que quebra fácil,

mas quando unidos somos invencíveis”.

O grande exemplo do império Mongol, o maior império fundado na história

mundial, remete muito à construção da União Europeia. Diferentemente do caso

Mongol em que a integração era uma engenharia de expansão de forças, a União

Europeia como a concebemos vai além de uma simples construção de atrelamento

de forças em um novo mundo cheio de desafios ocasionados pela Globalização

Econômica. A integração Europeia, sobretudo foi um projeto de paz.

A Europa é considerada um dos melhores lugares para se viver, sua

integração possibilitou livre comércio, livre circulação de pessoas, além de uma

incrível diversificação multicultural e linguística para os integrantes do bloco. Os

benefícios foram muitos, a União Europeia fortaleceu seu comércio e o poder do

Euro demonstrou ao mundo a força dos Europeus. Contudo, ao se analisar a Europa

atual, nuvens de crises afligem seus estados membro, a ameaça iminente de

descontrole das finanças e mercados do continente já não são fatos intransponíveis,

pois, como consta nos acordos firmados de cooperação, outros estados devem

prestar ajuda aos estados mais fragilizados, o que acaba criando um espiral de

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obrigações multilaterais dos países mais fortes economicamente como a Alemanha,

para países a beira do colapso como o caso da “Grécia”.

À Europa atual cabem muitos desafios, como corrigir erros do passado e

enfrentar novos obstáculos futuros, por exemplo, no sentido da expansão para o

restante dos Balcãs, região tal, que apresenta instabilidade política e necessita de

uma Europa consolidada econômica e politicamente para superar os novos

caminhos da Globalização Econômica.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo analisar as consequências da

globalização econômica, Integração do Bloco e Democracia na União Europeia.

1.1.2. Objetivos Específicos

1. Definir as formas de integração econômica;

2. Caracterização histórica do processo de integração da União Europeia;

3. Aprofundar na compreensão do que seria o “Modelo Europeu”, num

contexto de Globalização Econômica;

4. Analisar dados econômicos da União Europeia: PIB, Gastos e dívidas

públicas, Balanço de Pagamentos, Desemprego e Política Agrícola

Comum (PAC);

5. Discutir a integração monetária através do Euro e suas perspectivas de

continuidade, apresentando o caso da Grécia como uma forma de

perda de soberania e democracia;

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1.2. METODOLOGIA

As orientações metodológicas utilizadas que embasam esse trabalho foram

coletadas com base sólida de dados em fontes confiáveis, assim como o Fundo

Monetário Internacional (FMI), o site Oficial da União Europeia, EUROBAROMETER,

EUROSTAT, Economist, OCDE dentre outros. Além disso, leituras de bibliografias

específicas pertinentes ao Comércio exterior, Economia Internacional e até mesmo

Relações Internacionais, que explanam sobre o tema, autores conceituados que

estudam a fundo a temática em discussão. Se necessário também será feita a leitura

de atas da União Europeia disponíveis em seu site oficial.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 AS FORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA

A integração econômica tal como é concebida nos dias atuais, surgiu no

pós-segunda guerra mundial, caracterizando inter-relações econômicas entre

países. Com o intuito de nivelar suas ações, os países convergem suas políticas,

restrições e ideais nacionais, a fim de uma harmonização de interesses num

contexto de integração.

Partindo de uma iniciativa do Estado, a integração econômica, é o resultado

da inserção de parâmetros que regulam a atividade econômica, tais como, todo o

seu arcabouço jurídico e político em prol de uma cooperação constante e recíproca

entre seus participantes.

Segundo More (1998, p.3), estruturalmente, o fenômeno de Integração

Econômica é uma iniciativa estatal, um resultado do dirigismo do Estado que

organiza a atividade econômica através de medidas administrativas e legislativas.

Nesse processo de dirigismo do Estado, o papel do governo no sentido da

regulamentação dos mercados, é de extrema relevância, pois, ao convergir ações na

integração econômica, essas mesmas ações devem seguir uma tendência comum,

sendo que descompassos nessas tendências podem ser amenizados, com a

intervenção de um Estado regulando a atividade econômica.

Na literatura da Economia e do Comércio Internacional algumas formas de

integração econômica são mencionadas, como: Integração nacional; integração

econômica internacional e integração universal.

A evidência intuitiva pertinente às três distinções dos níveis de integração

econômica, contudo, podem ser confundidas se não analisadas de perto, pois, a

integração nacional é mais óbvia e intuitiva de detectar, ao passo que se refere às

relações econômicas em território nacional, porém, pode haver dificuldades em

distinguir Integração Internacional de Universal.

A Integração Internacional refere-se à integração econômica entre países

num espaço econômico mais amplo e a Integração Universal refere-se às relações

econômicas com todas as nações em escala mundial, num único espaço econômico.

Page 16: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Contudo, esse processo de integração econômica leva algum tempo, não

sendo exatamente um receituário concreto e certeiro para tal acontecimento, pois,

há a necessidade da remoção das barreiras existentes entre os países que impedem

a livre circulação de bens e fatores de produção, e a necessidade de harmonizar

economias de países distintos em um mesmo espaço econômico dentro de um

contexto de integração econômica. Processo tal que é um tanto complexo a se

concretizar com eficiência e efetividade.

A integração econômica passa por alguns estágios até seu ápice de

integração total. Segundo Coelho (2003, p.13), “A Integração Econômica pode

assumir cinco formas diferentes: zonas de livre comércio (ZCL), uniões aduaneiras

(UA), mercados comuns (MC), uniões econômicas (EU) e uniões econômicas e

monetárias (UEM)”.

A Zona de Livre Comércio é alcançada após a aceitação outorgada pelo

grupo de países em comum interesse nesse primeiro estágio de integração. Os

países participantes devem realizar um acordo de nivelação de uma eliminação de

barreiras ao comércio, tarifas e burocracia que caracterizam impedimentos ao livre

comércio. Contudo, a quebra dessas barreiras não significa que não há controle,

mas sim uma facilitação, para que as mercadorias circulem com entraves

minimizados, ou até na ausência dos mesmos.

Como principais características das Zonas de Livre Comércio destacam-se:

a) eliminação das restrições quantitativas à importação; b) eliminação dos direitos

aduaneiros nas transações comerciais com países membros; c) manutenção dos

direitos aduaneiros e das restrições quantitativas nas transações com países não

membros; d) ausência de uma pauta aduaneira.

Quando os países decidem reduzir ou eliminar as barreiras alfandegárias

entre os participantes da integração, as mercadorias produzidas dentro do bloco

econômico formado podem circular na ausência de restrições quantitativas ou

direitos aduaneiros que impeçam sua comercialização intrabloco. Contudo, os

países ainda mantém uma pauta aduaneira com os outros países não pertencentes

ao bloco integrado, ou seja, os produtos advindos de fora da zona do bloco sofrem

as restrições pertinentes às barreiras alfandegárias.

Page 17: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Enfim, no que tange a (ZCL)1, retiradas as barreiras que impedem a

circulação dos produtos dentro do bloco, há um grande esforço em direção à criação

de condições para que as mercadorias dos diferentes países sejam tratadas como

se nacionais fossem em todos os países no contingente do bloco.

Países que percorrem a escala de evolução dos níveis de integração

econômica supracitados tem como condição necessária atender as exigências que

as habilitou a integrarem o nível anterior do mesmo, para então ir ao próximo estágio

de integração econômica.

Depois de satisfeitas as condições referentes à criação de uma Zona de

Livre Comércio, os países integrados avançam para a segunda etapa de integração,

ou seja, criam uma União Aduaneira através da fixação de uma Tarifa Externa

Comum.

Observam-se alguns objetivos nessa segunda etapa de integração

econômica, da União Aduaneira, ou seja, a Integração econômica sem restrições a

níveis das fronteiras internas, todos os membros participantes dessa integração no

âmbito de uma união aduaneira aplicam uma Pauta Aduaneira Comum e uma

política comercial comum em relação às mercadorias provenientes de países

terceiros, ou seja, países extrablocos.

Depois de inserida a Tarifa Externa Comum e todas as competências

necessárias para a formação da União Aduaneira, com o intuito de eliminar a

possibilidade de que países que possuem uma posição estratégica, geograficamente

ou em sua rede de transportes mais desenvolvida comparados aos outros países

tenham maiores benefícios, ocorre uma convergência na distribuição das receitas

aduaneiras, conforme acordo firmado pelos países participantes, visando eliminar

essas mesmas imperfeições de alocação.

Essa etapa da Integração Econômica é muito importante, pois, a má

formação dessa etapa implica uma má condução de todo o processo de integração

posteriormente, uma vez que, nessa etapa ocorre a homogeneização das relações

do bloco com os outros países não participantes do mesmo. A Tarifa Externa

Comum segue uma regra essencial para o funcionamento desse processo, por um

lado deve ser a mais baixa possível para gerar estímulos no aumento da

produtividade intrabloco e ser alta suficientemente para incentivar o nível de

1 Daqui em diante, a referencia à Zona de Livre Comércio será feita através da sigla ZCL, conforme referenciado

por Balassa (1964)

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atividade e o comercio regional, nesse período ocorrem às retaliações para países

classificados como extrablocos.

A fim de conjecturar essas duas primeiras etapas de integração observa-se

que: o que diferencia a Zona de Livre Comércio da União Aduaneira, é que na

segunda, existe uma pauta aduaneira comum.

A aplicação de políticas comuns está lastreada na existência de uma pauta

aduaneira comum que embasa a relação de restrições referentes aos países

terceiros. No contexto da União Aduaneira pode-se verificar a existência de um

elevado grau de integração econômica e responsabilidades recíprocas entre seus

idealizadores.

Ao passo que há uma Zona de Livre Comércio, nos quais as facilidades de

circulação de mercadorias são existentes, uma União Aduaneira com uma tarifa

externa comum e os parâmetros dessas formas de integração bem definidos, o

grupo de países está apto para ingressar à próxima etapa de integração, a criação

de um Mercado Comum.

Aptos os países nas etapas anteriores de integração, podem então efetivar a

criação de um Mercado Comum. Nessa terceira fase, os esforços concentram-se em

construir uma livre circulação de fatores em geral, ou seja, circulação de pessoas,

serviços e capitais, além da evidente circulação de bens.

Ao inferir esse Mercado Comum medidas que perpassam apenas as de

facilidades e minimização de entraves aos países membro, precisam ser

estipuladas, tais medidas necessitam de cunho não apenas comercial, mas político.

Nesse sentido, de criação de medidas políticas, Paulino (2000, p.8)

esclarece que:

O estabelecimento de livre circulação de bens, pessoas, capitais e de serviços obriga à adoção de políticas comuns, de forma a: harmonizar os vários espaços econômicos e sociais; minimizar os impactos da livre circulação. As políticas comuns, portanto, são definidas em áreas como: funcionamento do mercado e repartição do rendimento.

Neste nível de integração, os Estados cedem um elevado grau de

autonomia, coordenando suas políticas comerciais, cambiais, monetárias e fiscais,

ainda existe a necessidade de homogeneizar legislações correlacionadas, como:

legislação trabalhista, previdenciária, regulação do capital, de concorrência, dentre

Page 19: A União Europeia e a Globalização Econômica

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outros. É preciso também, instituições supranacionais que são de total importância

para fazer a gestão e coordenação das políticas internas e externas necessárias

para o seu funcionamento.

Nos Mercados Comuns, ainda vigora a Taxa Externa Comum criada na

União Aduaneira, porém, apresenta uma forma de integração mais completa, pois, é

livre o movimento de bens, mas também o dos fatores de produção (trabalho e

capital).

No que se segue a subida da escalada de etapas de Integração Econômica

chega-se até a quarta etapa, que é a da constituição da União Econômica. Esta

etapa implica a existência de uma política monetária comum, ajuste fino de toda

política macroeconômica, e em sua fase final, a criação de uma moeda comum,

coexistindo ou não com as moedas nacionais, e inclusive a criação de um Banco

Central Comum.

As Uniões Econômicas vão além dos Mercados Comuns, pois exige dos

países envolvidos no processo, um grau extremamente profundo em relação ao

estreitamento de suas políticas sociais, de forma a torná-las mais harmônicas que

não visem apenas os interesses nacionais, mas de todo o bloco econômico que esta

sendo construído.

Por fim, passando por todas as outras etapas de integração econômica

chega-se a etapa da União Econômica e Monetária, que é a ultima e mais

importante etapa do processo, onde cada Estado deixa de emitir sua moeda

nacional e passa a adotar uma moeda comum emitida pela autoridade monetária

regional.

As Uniões Econômicas e Monetárias tem como principal característica, a

criação de autoridades supranacionais que existem para regular o processo de

integração econômica de forma a eliminar os interesses especificamente nacionais.

Essas autoridades supranacionais são tão importantes que politicamente estão

acima dos Governos nacionais, ou seja, a União Econômica vai mais a fundo no que

tange a circulação de mercadorias, capital e trabalho e políticas econômicas

comuns, mas afunila poderes políticos na autoridade supranacional para atingir seus

objetivos em quanto bloco econômico regional.

Nesse grau de integração, os Estados abrem mão não apenas da emissão

de moeda nacional, mas ao transferir poder para a autoridade monetária regional na

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condução de suas políticas monetárias e cambiais, tais Estados, perdem o controle

sobre suas variáveis macroeconômicas nacionais, importantes para o desempenho

econômico interno.

Para Pecht (2000), tem-se como a quinta etapa do processo na escala de

integração, a União Política, ao passo que após a construção do Mercado Comum e

da União Monetária, os países comprometem-se com uma Política de Relações

Externas, de defesa e segurança.

Na União Política, os Estados perdem a autonomia para fazer políticas

através da fusão com outros Estados, também subordinados a uma autoridade

supranacional, estabelecendo assim, uma nova organização política.

Quando de fato e efetivamente ocorre a União Política, os integrantes do

bloco econômico passam a operacionalizar suas ações seguindo uma unidade plena

regida por uma autoridade supranacional que coordena suas políticas públicas, essa

autoridade se vale de medidas de âmbito legislativo, executivo e judiciários próprios.

Ao fim dessa etapa desaparecem as distinções entre os membros como Estados

Nacionais e entidades autônomas, para o surgimento de uma federação de natureza

supranacional.

Ao passo que determinado país ou bloco econômico, atinge esses estágios

de integração, é necessária uma coordenação institucional para que ele desloque-se

para um ponto destrutivo no que tange os entraves nacionais para a integração, e

cria novos parâmetros de natureza supranacional, que a rigor devem ser respeitados

por seus países membro, para que haja a postergação e continuidade de expansão

da atividade econômica e monetária integrada entre seus membros.

2.2. CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia é o bloco econômico regional mais desenvolvido do

mundo, passando por todo o seu processo de construção histórica e os egoísmos

nacionais dos Estados-membros, até a materialização do Tratado de Maastricht que

vem consolidar essa união, a Europa atinge a posição mais elevada de sinergia

entre seus participantes, a integração econômica e monetária.

Page 21: A União Europeia e a Globalização Econômica

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[Digite texto]

Para caracterizar-se o processo de integração da União Europeia, faz-se

necessário falar de Konrad Adenauer, o Primeiro Chanceler da República Federal da

Alemanha (Alemanha Ocidental). Em 1949, quando assumiu a posição de

Chanceler, já tinha 73 anos, os mais pessimistas acreditavam que seu comando no

cargo não duraria muito, porém, contrariando a muitos, Adenauer permaneceu

exercendo suas funções na Chancelaria Alemã por 14 anos, até 1963.

O papel de Konrad Adenauer é tão importante, porque foi o primeiro a

pensar na unificação dos alemães protestantes e católicos, criando a União

Democrática Cristã (CDU), fator esse de grande importância na unificação da

Alemanha Ocidental e Oriental posteriormente.

Suas experiências na segunda Guerra Mundial tornou-o um político ainda

mais realista, pois, Adenauer já possuía um grande talento para a política, mas

durante o período da Guerra esse talento foi lapidado com um senso mais

pragmático e realista a respeito do papel da Alemanha na Europa.

Ele foi um grande defensor da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço,

impulsionada e lançada com a Declaração Schuman, e do Tratado da Comunidade

Econômica Europeia.

A fim de uma abertura ao diálogo de uma cooperação mais ampla e

aprofundada, em 9 de maio de 1950, Robert Schuman2 apresenta um plano de

cooperação aprofundada, e esse dia passa a ser conhecido na historia da Europa

como o 9 de maio, o “Dia da Europa”.

Konrad Adenauer moveu esforços também, na promoção da reconciliação

da Alemanha com seus antigos inimigos, em especial a França, pois, acreditava que

a unidade europeia era fator importantíssimo para o alcance da paz e estabilidade

duradoura. Apesar dos muitos esforços do Chanceler, essa aliança entre a

Alemanha e seus inimigos, ocorreu somente ao fim de seu mandato de 14 anos

neste cargo, em 1963, quando foi assinado o Tratado do Eliseu, conhecido como o

Tratado da Amizade, que estabelece a reconciliação entre a Alemanha e França,

selando uma base sólida para a relação entre os dois países, que seriam de total

importância para a construção da União Europeia como conhecemos nos dias de

hoje.

2 Ministro Francês dos Negócios Estrangeiros.

Page 22: A União Europeia e a Globalização Econômica

22

[Digite texto]

Enfim, Adenauer contribuiu para a implantação no povo Alemão de um ideal

de uma sociedade livre e democrática, que nos dias atuais, fatores como

“democracia” e “liberdade”, não são apenas direitos fundamentais, mas estão

intrinsecamente enraizados na conjuntura Alemã. Essa Unidade Europeia da qual

falava Adenauer, não era apenas uma maneira de garantir a paz à Europa, mas

também, de reintegrar a Alemanha pós-nazista na vida internacional.

Fatos como os supracitados e o brilhante talento para a Política, tornam

importante o nome de Konrad Adenauer na historia da União Europeia e faz com

que se torne possível a criação da Europa, a partir das inspirações e confiança que

Adenauer depositava nos Estados Europeus com a coerência da sua política

externa.

A constituição da União Europeia se assenta na premissa da aliança entre

duas potencias, que possibilitam a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do

Aço (CECA), ou seja, Alemanha e França, com o intuito de criar entraves aos

possíveis conflitos bélicos iminentes no continente. Nesse sentido, os seus Estados-

membros abdicam de seus interesses nacionais para que uma autoridade

supranacional regule e integre as decisões em prol de uma coletividade mais ampla.

Após a Segunda Guerra Mundial a Europa encontrava-se debilitada, o

continente europeu dividiu-se entre Leste e Oeste, assistiu-se então ao início da

guerra fria que perduraria por 40 anos. Em 1949, a Europa Ocidental cria o

Conselho da Europa, visto como um significativo avanço para o alcance de uma

cooperação entre países do Ocidente Europeu.

No ano de 1950, em Roma foi assinado a Convenção dos Direitos do

Homem e suas Liberdades Fundamentais, fator muito importante para concretização

posteriormente de uma integração coerente com os objetivos e ideais geradores

desse processo de cooperação.

O grupo de países que compõem a primeira cooperação da Europa ocidental

é: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e os países baixos. Esse grupo

inspirado no plano “Schuman” acabou por criar a Comunidade Econômica do Carvão

e do Aço (CECA) em 1952, a fim de estabelecer uma zona de estabilidade

Econômica e Política, no qual nenhum desses países poderia fabricar armas de

guerra dirigidas aos outros.

Page 23: A União Europeia e a Globalização Econômica

23

[Digite texto]

De acordo com Ramos; Marques e Jesus (2009, p.13):

A CECA foi inspirada pelas ideas funcionalistas de que a cooperação deveria ser iniciada em um setor técnico e pouco politizado, para depois ser estendida aos outros setores, e pelas ideias liberais de que o aumento da cooperação entre Estados diminuiria a propensão desses Estados a entrarem em guerra entre si.

Nesse contexto, essa iniciativa da constituição da CECA, propunha a criação

de uma organização supranacional, que viria a coordenar a produção de Carvão e

Aço da Alemanha e França e dos outros países europeus que expressassem o

comprometimento em fazer parte desse ideal. Por se tratar de um setor estratégico,

essa integração via setor siderúrgico apresentava caráter positivo no que tange o

alcance dos objetivos funcionalistas liberais entre seus integrantes.

Essa organização supranacional, logo, seria vista como a principal

organização que representava os interesses da Europa, pois, conseguira a

reestruturação e modernização das indústrias do Carvão e do Aço, eficiência em

tempos de crise, distribuição de recursos, desenvolvimento e especialização da

produção de forma equilibrada. Após a aliança entre Alemanha e França, que

possibilitara a criação da CECA, a disputa pela região de Alsácia e Lorena3, gerador

das brigas e guerras entre os mesmos, não faria mais sentido, uma vez, que esses

países agora empreitavam uma aliança, materializada na integração de suas

indústrias e descrita no acordo CECA. Esses e os fatores anteriormente citados

fazem dessa organização supranacional uma organização confiável perante os

europeus e o mundo.

Contudo, o Tratado CECA desde 1952 a 2002, sofreu 12 alterações que são

melhores visualizadas no Anexo A da página 88-89 deste trabalho.

Esse grupo dos seis4 que despontam no avanço de uma cooperação mais

entrelaçada, em maio de 1952 assinam em Paris o tratado da Comunidade Europeia

de Defesa (CED).

Segundo o site oficial da União Europeia, em 1953, Paul Henri Spaak,

presidente da Assembleia ad hoc5, apresenta ao presidente do Conselho CECA, G.

3 Essa região foi o motivo da guerra entre Alemanha e França, a posse da região era intercalada entre esses

países, sendo da Alemanha em 1870, após a I Guerra Mundial em 1919 da França e durante a II Guerra Mundial em 1940 da Alemanha novamente. 4 O grupo dos seis, referente aos primórdios da cooperação entre países da Europa Ocidental: Alemanha,

Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e os Países Baixos.

Page 24: A União Europeia e a Globalização Econômica

24

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Bidault, um projeto que institui uma Comunidade Europeia de caráter político, assim,

os objetivos que norteavam a criação de tal projeto-tratado seriam: assegurar os

Direitos dos Homens e as Liberdades Fundamentais, Segurança dos Estados

Membro, Coordenação das Políticas Externas, a fim de estreitar as diretrizes para se

estabelecer um Mercado Comum. Previa-se em tal projeto, a criação de cinco

instituições que se seguem:

Parlamento Europeu;

Conselho Europeu Executivo;

Tribunal de Justiça Europeu;

Conselho de Ministros Nacionais;

Comitê Econômico e Social;

De forma a explanar a respeito do funcionamento dessas instituições são

descritas de maneira bem simplificada suas atribuições mais importantes: o

Parlamento Europeu, depois de elaboradas as propostas da Comissão Europeia, dá

seu pronunciamento sobre essas propostas e o Conselho Europeu adota a decisão

final. O Parlamento Europeu constituído só em 1957 tinha apenas o poder

consultivo, porém, como órgão de controle político e manifestação democrática da

União Europeia, agora obtém competência legislativa ampliada. O Tribunal de

Justiça Europeu assegura o respeito ao Direito Comunitário. O Conselho de

Ministros Nacionais votam as propostas da Comissão Europeia. O Comitê

Econômico e Social dispunha apenas de competências consultivas no âmbito da

União Europeia.

O Belga Paul Henri Spaak em 1956 era Ministro dos Negócios Estrangeiros

e em maio, apresenta à CECA diretrizes materializadas em um relatório que prevê a

criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE). Em junho deste mesmo ano,

em Bruxelas, então, é aberta as negociações para a elaboração dos textos

pertinentes a constituição da CEE e da Comunidade Europeia da Energia Atômica

(EURATOM).

O que se segue ao sucesso da criação da CECA, em 25 de março de 1957,

a Europa dos seis, alarga sua cooperação a outros setores econômicos, e assinam o

5 ad hoc é uma expressão Latina que significa “para esta finalidade” ou “para fim específico”.

Page 25: A União Europeia e a Globalização Econômica

25

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Tratado de Roma, no qual é criado a CEE e a EURATOM, esse tratado viera

consolidar os ideais de uma Europa sem guerras.

A CEE e a EURATOM, contavam com instituições intergovernamentais e

supranacionais.

Através de uma estruturação e estreitamento dos laços econômicos e

políticos, a CEE expandia-se com base na integração regional, esse tratado que

institui a CEE buscava introduzir políticas comuns e construir uma União Aduaneira,

bem como um Mercado Comum. (RAMOS; MARQUES; JESUS, 2009).

Os autores ainda complementam argumentando que:

A implementação de políticas comuns recebeu, de fato, grande atenção no Tratado CEE. Além de prescrever formalmente a elaboração de políticas comuns nas áreas de agricultura, do comércio e de transportes, o Tratado contempla, em seu 235º artigo, a possibilidade de políticas comuns em outras áreas que se mostrem necessárias e de interesse da Comunidade. A Política Agrícola Comum (PAC) é contemplada do 38º artigo ao 47º, a Política Comercial Comum do 110º ao 116º, e a Política de Transportes do

74º ao 84º artigo no Tratado CEE. (RAMOS; MARQUES; JESUS, 2009,

p.18).

Conforme o artigo 8° do Tratado CEE, o Mercado Comum, ambicionado por

seus idealizadores, deveria se concretizar de forma gradativa num prazo de doze

anos, sendo que a cada quatro anos haveria a transição de uma fase para a outra,

até o término dos doze anos, transitando de fase três vezes e vigorando o Mercado

Comum.

Mesmo o Tratado da CEE sendo assinado em 1957, o que de fato ocorre,

apesar dos avanços pertinentes ao tratado, a CEE só alcança nesse período desde

a assinatura do tratado e nas décadas posteriores, a União Aduaneira. Pois, o

Mercado Comum e suas liberdades: Livre Circulação de Mercadorias, Serviços,

Pessoas e Capitais, só seriam alcançadas nos anos de 1990.

No ano seguinte, em 1958, o grupo dos seis acaba por estabelecer uma

pauta aduaneira harmonizada para o carvão e o aço, a França e a Itália ganham por

dois anos a concessão de aplicar direitos mais elevados a certos produtos.

Robert Schuman, precursor e planejador dos discursos e do plano sobre

cooperação aprofundada da Europa Ocidental, em 1958 é eleito e em 1959, reeleito

presidente da Assembleia Parlamentar Europeia, assembleia tal, que substitui a

CECA posteriormente.

Page 26: A União Europeia e a Globalização Econômica

26

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A partir de 1960, a Política Agrícola Comum (PAC), toma um papel

importante no cenário europeu e torna-se o símbolo da integração europeia. O

egoísmo nacionalista francês, no que tange a entrada do Reino Unido na CEE, e o

impasse nas negociações orçamentárias na PAC, convergiram para uma crise

política na Comunidade Econômica Europeia.

Esse egoísmo nacionalista francês é evidenciado quando criam entraves em

aceitar incremento nas competências dos órgãos supranacionais e substituição da

votação por unanimidade, por maioria qualificada em órgãos intergovernamentais.

Em 1965, passa a adotar a política da “cadeira vazia”, ou seja, Crise Política

evidenciada no período, que recebe o nome de cadeira vazia, no qual não havia a

presença de seus representantes em órgãos comunitários, o que gerou paralisação

por 6 meses das atividades institucionais, sendo resolvida a questão apenas com a

assinatura do Compromisso de Luxemburgo6.

Somente com a saída de Charles de Gaulle e entrada de George Pompidou

do governo da França, que é impulsionado novamente o processo de integração

europeu. Então em 1969 é lançada a proposta de uma Integração Econômica e

Monetária.

A primeira cooperação entre países da Europa Ocidental era formada de

seis estados membros, como supracitado anteriormente, com o objetivo de organizar

e unir cada vez mais os estados membros. O Conselho Europeu estabelece em seu

primeiro regulamento as línguas oficiais da comunidade que eram: o Alemão, o

Frances, o Italiano e o Neerlandês que era falado na Bélgica, em partes da França e

nos Países baixos.

Em 1973, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido integram-se a CEE formando

nove Estados-membros na Europa. A Noruega também aderiu a CEE, porém, sua

entrada foi rejeitada após referendo popular doméstico.

A Grécia adere à CEE em 1981, seguida de Portugal e Espanha em 1986,

contabilizando doze Estados-Membros.

Para equilibrar as ações que ocorrem no âmbito da CEE, um tripé de

instituições assegura a base desse equilíbrio, materializados no Conselho de

Ministros, na Comissão e no Parlamento Europeu, no qual, o Conselho elabora as

6 O Compromisso de Luxemburgo de (1966) desemboca em decisões por unanimidade em casos de interesse

nacional vital, mesmo que segundo o Tratado, devam ser por maioria.

Page 27: A União Europeia e a Globalização Econômica

27

[Digite texto]

normas, a Comissão apresenta as propostas, e o Parlamento desempenha um papel

consultivo.

No Anexo A da página 90-91, alterações no Tratado que institui a

Comunidade Econômica Europeia CEE, estão descritos.

No Tratado de Roma, também foi criado a Comunidade Europeia da Energia

Atômica (Euratom).

Com o intuito de suprimir as debilidades no que tange a baixa produtividade

de energia tradicional e anseios por independência, fizeram com que o grupo dos

seis, alargasse seus esforços no objetivo comum de gerar eficiência energética no

contingente da União Europeia, uma vez, que os custos de produtividade de energia

atômica eram elevadíssimos. A cooperação entre seus Estados-membros apresenta

uma alternativa de minimização dos custos de produção do mesmo e uma maior

elevação da integração desses países. A partir desses pressupostos, e a premissa

de desenvolvimento de energia atômica com fins civis e pacíficos, nasce a

EURATOM.

O Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atômica que incorpora o

desenvolvimento de energia nuclear ao âmbito de cooperação regional europeu tem

como base, regras que buscam desenvolver a pesquisa e a evolução técnica, são

elas: zelar pela saúde da população estabelecendo as normas de segurança e de

aplicação; facilitação de investimentos do setor privado no desenvolvimento de

energia nuclear; assegurar a criação de instalações essenciais ao desenvolvimento

da área; garantir igualdade de acesso às matérias primas; promover o progresso

técnico com organizações internacionais e terceiros países; construir empresas

comuns; e controlar o uso de matérias nucleares, impedindo que eles sejam

utilizados para fins militares.

Contudo, se houver descompasso da observância das normas e regras

cabíveis, a Comissão exerce o direito de colocar sansões sobre as pessoas e

empresas responsáveis, dentro delas destacam-se: advertência; retirada total ou

parcial do acesso às matérias-primas, retirada de vantagens especiais, como apoio

técnico, assistência financeira e colocação da empresa sob a gestão de uma

entidade colegiada.

O Tratado EURATOM, não sofreu alterações desde sua criação em 1958,

esse tratado tem caráter independente à União Europeia, apesar, de compartilhar

Page 28: A União Europeia e a Globalização Econômica

28

[Digite texto]

instituições que às regulam, não são inerentes. Esse Tratado apresenta uma

personalidade jurídica particular, pois, suas alterações estão previstas no Tratado

Constitucional da União Europeia, porém, o mesmo não foi ratificado então o

Tratado EURATOM segue a mesma tendência.

Ao analisar-se o documento oficial do Tratado da União Europeia, nota-se

que esse processo de integração iniciado com a instituição das Comunidades

Europeias, inspira-se no patrimônio cultural, religioso e humanista da Europa, de que

emanaram os valores universais que são os direitos invioláveis da pessoa humana,

bem como a liberdade, a democracia, a igualdade e o Estado de Direito,

posicionados a obter progresso econômico e social entre seus povos, mas,

sobretudo, a aplicação de políticas que garantam o progresso na integração

econômica em paralelo ao progresso em outras áreas.

Dado os fundamentos democráticos ao qual o tradado da União Europeia se

assenta, o tratado em questão busca uma união mais afunilada entre os estados

membros, no que tange a abertura acentuada da tomada de decisões com o objetivo

de atingir níveis mais próximos dos cidadãos.

Conforme citado no artigo 2° do Tratado da União Europeia:

A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e pelo respeito dos direitos do Homem, incluindo o direito das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre os homens e mulheres. (JORNAL..., 2010, p.19)

Nesse contexto de criação de tratados que convergiam e estreitavam as

relações entre os países participantes da integração europeia, outros tratados foram

criados, como o Ato Único Europeu em 1986, que modifica o sistema de votação do

conselho da União Europeia, tratado tal, que amplia em 1987 os poderes do

Parlamento Europeu, que se consolidaram no Tratado de Maastricht anos depois.

A Europa na década de 1970 apresentava um quadro macroeconômico

preocupante. Apesar da adesão de novos membros ao âmbito da União Europeia,

sua expansão em termos de crescimento e integração era moderada. Fatores como

o fim do Sistema Financeiro Bretton Woods, aumento do preço do petróleo a nível

internacional, desvalorização do dólar, recessão e desemprego na Europa

Page 29: A União Europeia e a Globalização Econômica

29

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culminaram para esse moderado avanço no período. No início da década seguinte o

os reflexos da recessão da década passada ainda eram latentes, a situação não se

alterará significativamente, uma vez que, as economias europeias não

apresentavam expansão e crescimento, enquanto os Estados Unidos estava em

expansão no mesmo período.

A fim de reaver o crescimento na Europa, como forma de impulsionar as

forças em prol do desaparecimento da recessão instalada, criando um ambiente

favorável, em 1986, à integração regional é relançada e alavancada com a

declaração do Ato Único Europeu.

Nessa declaração, os Tratados de Roma são revistos, e o principal objetivo

do mesmo, é relançar a integração europeia, com vista à consolidação do Mercado

Comum. Nesse sentido, são ampliadas as competências comunitárias na pesquisa e

desenvolvimento, meio ambiente e política externa comum. Em suma,

O programa lançado pelo Ato Único foi um verdadeiro divisor de águas, ao marcar a passagem da integração econômica negativa, ou seja, a mera liberalização, para uma integração positiva, com a harmonização das legislações nacionais e formulação das políticas comuns regulatórias em diversas áreas. (HERZ; HOFFMANN, 2004, p.185).

Como previsto no Tratado CEE, era necessária a aprovação por

unanimidade no Conselho para que houvesse convergência das legislações, o que

agia como empecilho para a implantação do Mercado Comum, contudo, o Ato Único

Europeu, viera para alterar essas regras no processo decisório na tomada de

decisão no Conselho, modificar as competências da Comissão, alterar os poderes

do Parlamento e ampliar as competências das comunidades.

Após inserção do Ato Único, as decisões para a implantação do Mercado

Comum passam a ser decididas na Comissão por maioria qualificada e não mais por

unanimidade, com exceção das questões relativas à livre circulação de pessoas, aos

direitos e interesses dos trabalhadores e à área fiscal. Com essa ação torna-se mais

difícil o bloqueio na aprovação de políticas e medidas comunitárias.

Para uma melhor compreensão, o Anexo A da página 92 apresenta as

alterações no Tratado do Ato Único Europeu.

Já em 07 de fevereiro de 1992, o Tratado da União Europeia (TUE),

conhecido por “Tratado de Maastricht” é assinado e passa a vigorar em 1993. Esse

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30

[Digite texto]

tratado dá origem à União Econômica e Monetária, novas políticas comunitárias,

como educação e cultura e amplia as competências do Parlamento Europeu.

Pelo Tratado de Maastricht, as Comunidades CECA, CEE e EURATOM,

passam a ser designadas por Comunidade Europeia (CE). A partir deste ponto, a

integração europeia passa a ser de fato uma União Europeia, ou seja, é instituída a

Cidadania Europeia e a adoção de uma moeda única, o Euro, que entra no contexto

da integração Europeia e passa a ser a moeda oficial de quase todos os países, com

exceção à Dinamarca e Inglaterra que mantiveram sua moeda local.

Criado o Tratado de Maastricht, a União Europeia passa a embasar-se em

três pilares fundamentais: Política Externa e Segurança Comum (PESC);

Cooperação Policial e Judiciária para assuntos internos (JAI) e a Comunidade

Europeia (CE), ou seja, o Pilar Econômico.

O pilar econômico, diz respeito às Comunidades Econômicas Europeias:

CECA, CEE e EURATOM. Neste pilar, ocorre a participação destas instituições com

a apresentação da proposta pela Comissão Europeia, aprovação pelo Conselho e

Parlamento Europeu e vigilância pelo Tribunal de Justiça.

O pilar relativo à Política Externa e Segurança Comum (PESC), e a

Cooperação Policial e Judiciária para assuntos internos (JAI), são de caráter político,

e possuem competências exclusivamente nacionais.

Os pilares da União Europeia perpassam apenas os objetivos relativos à

integração econômica, mas, alcançam também aspectos políticos. Com base nesses

fundamentos teóricos em relação a UE, o Tratado da União Europeia busca alcançar

cinco objetivos fundamentais: 1) fortalecer a legitimidade democrática das

instituições; 2) aumentar a eficácia das instituições; 3) implantar uma União

Econômica e monetária; 4) estabelecer uma política comum para a política externa e

a segurança; 5) ampliar o lado social da Comunidade.

A grande inovação perpetrada pelo Tratado foi a instauração de uma

cidadania europeia em paralelo a cidadania nacional. A livre circulação dos cidadãos

da União Europeia foi celebrada no acordo Schengen, que vigorou em 26 de março

de 1995. Esse acordo abolia os controles nas fronteiras internas da União e

reforçavam o controle nas fronteiras externas, com a coordenação de uma política

comum para vistos de entrada de estrangeiros, essa área de livre circulação dos

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31

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cidadãos pertencentes aos Estados-membros que aderiram à integração, era

conhecida como Espaço Schengen.

O Tratado da União Europeia, dentro de uma área como o Espaço

Schengen, realizou também a União Econômica e Monetária, no qual os Estados-

membros se comprometem a coordenar suas políticas econômicas e seguir regras

fiscais e orçamentárias. Nesse contexto, os mesmos Estados-membros, em comum

acordo criam a moeda única, o Euro, que entrou em circulação apenas em 2002. Os

países participantes da chamada Zona do Euro, a fim de viabilizar a incorporação da

moeda única, foram liberalizados os fluxos de capitais, convergência das políticas

econômicas dos Estados-membros e instituição do Banco Central Europeu (BCE).

Vale ressaltar que os Bancos Centrais Nacionais e o Banco Central

Europeu, foram integrados em um Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), ao

qual é responsável pela política monetária comum, no entanto, o BCE e SEBC são

independentes das autoridades políticas nacionais e comunitárias.

Com o intuito de explanar o conhecimento das instituições que regulam a

União Europeia, o Anexo B da página 94-95 comporta o desenho institucional da

União Europeia.

Em 1997, é celebrado o Tratado de Amsterdã, no qual ocorrem alterações

nos tratados anteriores, ou seja, o grande objetivo desse Tratado era criar condições

políticas e institucionais que permitissem a acomodação das incipientes relações de

forças que se apresentavam na União Europeia, materializadas pela adesão dos

novos membros.

No Tratado de Amsterdã, dentro de um contexto de alargamento para o

Leste Europeu, as seguintes alterações foram feitas: fortalecimento do processo de

co-decisão do parlamento europeu; modificação da ponderação dos votos no

Conselho da União Europeia e a aplicação da votação por maioria qualificada;

redefinição da estrutura (numero de membros) e do funcionamento da Comissão

Europeia (capacidade de iniciativa e o papel do Presidente); alteração do papel do

Tribunal de Justiça em áreas como os direitos fundamentais e, em alguns aspectos

da segurança interna da União Europeia; o Tribunal de Contas e os Comitês,

Econômico e Social e das Regiões, que tiveram seus papéis reforçados; e a

ampliação da relação dos parlamentos nacionais com as atividades da União

Europeia.

Page 32: A União Europeia e a Globalização Econômica

32

[Digite texto]

O Tratado de Amsterdã, também aumentou as competências da UE; buscou

maior aproximação da UE com seus cidadãos, possibilitou o estreitamento de

cooperação entre os Estados-membros; incorporou o Acordo de Schengen, que já

vigorava desde 1995, como supracitado anteriormente, implantando a livre

circulação de pessoas na União Europeia.

O Tratado de Nice, em 2001, surgia para acertar as questões institucionais

pendentes no Tratado de Amsterdã, relacionadas ao alargamento da Europa.

Partindo do mesmo pressuposto do Tratado de Amsterdã, em Nice, foi realizado

uma reforma institucional de forma à acomodar a nova distribuição de poder

intrabloco.

Nesse ponto a Europa já havia se expandido para 15 Estados-membros,

essa Europa dos quinze, era configurada por cinco Estados grandes em termos de

população que são: Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha, e mais dez

países pequenos. Contudo em 2004, a Europa teria novamente uma significativa

expansão com a entrada de dez novos membros, e sua configuração torna-se de

seis Estados grandes, agora com a entrada da Polônia no grupo anterior, e

dezenove Estados pequenos, todos em termos de população, ou seja, a Europa dos

25.

Com o alargamento nesse processo de integração, os Estados maiores

receados de perder o controle da integração europeia, observaram a necessidade

de alterar a composição da forma de votação, a fim de não perder

representatividade no poder de votação frente aos Estados menores, uma vez, que

estes representavam a maioria, portanto, modificaram as regras e a forma de

votação nas principais instituições da União Europeia.

No que tange a incerteza por parte dos Estados maiores e o contexto de

alargamento da Europa com maioria preponderante de Estados menores, o Tratado

de Nice viera para preencher as lacunas institucionais que poderiam ser utilizadas a

favor dos Estados menores e mais numerosos, em detrimento dos Estados Maiores

e mais populosos.

O Parlamento Europeu é a instituição que melhor representa o peso dos

interesses dos Estados maiores, em especial a Alemanha. Sua configuração antes

do Tratado de Nice era estruturada por 626 deputados dos Estados-membros. Após

Page 33: A União Europeia e a Globalização Econômica

33

[Digite texto]

Nice, ele passa para 785 deputados, e o grupo dos seis Estados grandes em termos

populacionais ocupam 56% das cadeiras parlamentares.

Na Europa dos 15, referente à representação na Comissão, cada grupo, ou

seja, os cinco grandes e os dez pequenos, dispunham de 10 comissários cada

grupo, os cinco grandes representavam 80% da população europeia. Após o

alargamento para a Europa dos 25, em 2004, os seis grandes passam a ter 24% da

representação (6 comissários), contra 76% (19 comissários) por parte dos Estados

pequenos, contudo, os seis Estados grandes, representavam 75% da população

europeia. Após o Tratado de Nice, na Europa dos 15, os Estados maiores aceitaram

perder um comissário, pois estes, dispunham de 2 comissários, frente à 1 comissário

de cada Estado-membro dos países menores antes de Nice, porém, se certificaram

de que a nova ponderação, após o alargamento para os 25, os favorecia.

Assim, a Alemanha, país mais populoso da Europa aceita um peso menor

para seu voto, com uma contrapartida de “verificação demográfica”, no qual o

tamanho de sua população é levado em consideração.

No que tange a aprovação de decisões, é necessário passar pelo critério de

maioria qualificada dupla, ou seja, a maioria dos Estados-membros deve ser a favor

da questão e os mesmos Estados devem representar 62% da população europeia.

No Tratado de Nice a ponderação dos votos beneficia os Estados mais

populosos, pois, possuem mais votos frente aos Estados menores. Nesse sentido, o

bloqueio do processo decisório é mais fácil por parte dos Estados grandes, uma vez,

que uma união de três países grandes já detém a maioria dos votos desse mesmo

processo decisório.

Por fim, as reformas institucionais materializadas no Tratado de Nice criaram

a possibilidade de Alemanha, França e Reino Unido governarem sozinhos os rumos

da União Europeia, pois, beneficiam-se em termos da ponderação dos votos pelo

critério da maioria qualificada dupla e o bloqueio nas negociações das decisões por

parte dos pequenos foi dificultada com essa nova ponderação, pós reforma

institucional do Tratado de Nice.

Assinado em 13 de dezembro de 2007, o Tratado de Lisboa percorria, dentre

outros, os objetivos centrais dos anteriores, ou seja, alterações institucionais para

fins de comportar, adequar e adaptar o funcionamento das instituições europeias

num âmbito de novos membros integrantes.

Page 34: A União Europeia e a Globalização Econômica

34

[Digite texto]

No Tratado de Lisboa, a votação por maioria qualificada repousa no princípio

da maioria qualificada dupla, ao qual será em 2014 a base do sistema normal de

decisão no Conselho da União Europeia. Partindo desses pressupostos, a

aprovação das decisões deve ser de 55% dos Estados-membros e um mínimo de

65% da população da União Europeia, nesse contexto, agora o bloqueio das

decisões torna-se mais difícil por parte dos Estados grandes em termos

populacionais. Para que uma política seja impedida, é preciso a combinação de pelo

menos quatro Estados grandes, senão, será constatada a existência de uma maioria

qualificada, ainda que o critério da verificação demográfica não seja satisfeito.

Esse Tratado também prevê que apenas dois terços dos Estados-membros

terão um comissário, selecionados a partir de um sistema de representatividade

rotativa e equilibrada, ou seja, uma diminuição no numero de comissários viria para

simplificar o funcionamento da instituição. Ele também limita o numero de deputados

no Parlamento Europeu, delimitados em 751 deputados, porém, o numero de

deputados por Estado continuará seguindo uma tendência de proporcionalidade em

termos de população, podendo variar de 96 a 6 deputados por país.

A criação de um cargo de Alto Representante para os Negócios Estrangeiros

e para a Política de Segurança, em que o seu possuidor também ocupara o cargo de

Vice-Presidente da Comissão Europeia e será responsável pelo Conselho de

Relações Exteriores. O Tratado oferece maior estabilidade ao Conselho Europeu,

com a criação do cargo permanente de Presidente do Conselho Europeu, nomeado

por um mandato de dois anos e meio pelo mesmo Conselho.

Apesar de já projetado e assinado, o Tratado de Lisboa ainda precisa ser

ratificado pelos seus 27 Estados-membros para vigorar efetivamente.

O Tratado da União Europeia, ou como conhecido, o Tratado de Maastricht

(1992), sofreu alterações por conta de alguns Tratados supracitados anteriormente,

como o Tratado de Amsterdã (1997) e o Tratado de Nice (2001), ambos com o

intuito de alterar e corrigir algumas falhas e lacunas institucionais que surgiriam após

a Europa aprofundar-se em um contexto de alargamento com a entrada de novos

membros.

Page 35: A União Europeia e a Globalização Econômica

35

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2.3 O MODELO EUROPEU DE SOCIEDADE

O modelo ideal de sociedade europeu pautado no “Trabalhar para viver”,

que contrasta com o modelo americano do “Viver para trabalhar”, é descrito no livro

O Sonho Europeu, ao explanar que para manter-se um alto padrão de vida no

continente era necessária uma contrapartida de igual magnitude que gerasse um

volume de arrecadação pública suficientes para sustentar a estrutura almejada.

(RIFKIN, 2005).

Para entender o “Modelo Europeu” de sociedade e o Sonho Europeu

ambicionado pelos mesmos, é preciso conhecer de onde é abstraído esse conceito

de uma Europa cunhada como um “Sonho”. Contudo, antes de correr é preciso

caminhar, ou melhor, caminhar a lentos passos e voltar à raiz desse conceito

histórico de sonho de um país nação.

Em 1931 o historiador James Truslow Adams em seu livro The Epic of

America (O Épico da América), lançou a expressão “Sonho Americano”. Os

americanos desde o nascituro tem imputado em seu pensamento um ideal de sonho

a ser perseguido incessantemente. Seja por seu passado histórico enquanto colônia

inglesa seja por sua soberania em forças armadas, a busca constante desse sonho

de liberdade a todo custo é predominantemente uma das características mais

expressivas do povo americano.

O Sonho Europeu conceito criado a partir da observação do Sonho

Americano quando analisado em um âmbito desse mesmo sentido de liberdade, ou

melhor, o que é considerado como “Liberdade” e “Segurança” para ambos, faz surgir

um novo pensamento do que seria uma sociedade ideal e moderna dentro de um

novo mundo globalizado. Americanos e Europeus contrastam em terem sonhos

como país nação, porém, ambos representam duas faces de uma mesma moeda,

em que divergem no conceito de um sonho como ideal.

Para os americanos, há uma sequência lógica que funciona como um

receituário perfeito a ser rigorosamente seguido. Para se atingir o gozo pleno de

liberdade e segurança, se apoiam na autonomia como fator principal. Com a

autonomia o individuo controla o seu derredor e fica livre das intempéries que estão

aquém da sua direção. Para ser autônomo é preciso ter posses, ou seja, quanto

mais rico for o indivíduo mais posses ele terá e, por conseguinte mais autônomo e

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36

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independente será e essa independência seguida de autonomia trás para ele a

exclusividade e assim a segurança tão almejada. Essa sequencia lógica é o reflexo

mais simples do “Sonho Americano”.

Diferentemente dos americanos, os Europeus, no que tange o “Sonho

Europeu” abordam outra realidade completamente oposta desse contexto. Para os

Europeus não é a autonomia que resulta em liberdade e segurança, mas sim a

integração, que é apontada pelos mesmos como fator primordial para se alcançar

esse sonho de liberdade e segurança. A liberdade para os europeus representa uma

gama de opções das quais a pessoa se insere como indivíduo propriamente dito, e

depois passa a integrar-se a uma coletividade mais ampla, o que determina se ele

gozará de liberdade e segurança será o alargamento do seu acesso a essa gama de

relacionamentos e comunidades interdependentes. Enquanto participante de

comunidades que lhe possibilitam crescer como pessoa em uma sociedade

sinérgica, e ao mesmo tempo fazer com que essa mesma sociedade que o faz

crescer, atinja um nível mais inerente aos interesses do coletivo em detrimento dos

individuais, esse mesmo indivíduo terá mais escolhas e opções que lhe permitirão

levar uma vida mais plena e mais significativa.

Análogo ao caso do sonho americano, o “Sonho Europeu” apresenta seu

receituário de forma simplificada, ou seja, a acessibilidade do individuo a distintas

comunidades interdependentes o levará a mais opções para que ele tenha uma vida

melhor, com os relacionamentos advindos da integração entre estas comunidades,

vem a inclusividade e com esta a segurança.

O Sonho Americano deixou de ser estritamente americano há muito tempo,

tendo percorrido e ultrapassado barreiras e fronteiras de vários povos, inclusive dos

povos europeus. Não que os americanos quisessem que seu sonho fosse vivido por

outras nações ou que eles seguissem seu receituário infalível para chegar à

liberdade e segurança através da autonomia, ou até mesmo que eles se

importassem com quem viveria ou não o sonho americano. Esse sonho assenta

suas bases na riqueza individual e na independência, de forma a enfatizar o

crescimento econômico, se dobra a ética do trabalho e a religiosidade intensa e fé

espiritual do país. Já o Sonho Europeu como contraponto ao americano, enfatiza o

desenvolvimento sustentável, a qualidade de vida e interdependência como fonte de

Page 37: A União Europeia e a Globalização Econômica

37

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sucesso a ser perseguido, além de dar muita importância ao lazer e descontração

para se viver uma vida mais plena e digna.

Para os americanos o custo de oportunidade de se chegar ao sucesso, é

abrir mão do seu próprio elo cultural para dar espaço aos novos conceitos e valores

culturais de ideias e culturas que permitem ao individuo a autonomia, independência

e assim a liberdade e segurança. Os americanos se vestem de nacionalismo e

patriotismo, em que suas ações são voltadas para a localidade e estão sempre

prontos a disseminar sua soberania no campo militar onde quer que seja necessário,

enquanto que para os europeus, o essencial é buscar a preservação da identidade

cultural num âmbito de uma sociedade multicultural, se comprometendo com valores

de bem estar social, diplomacia e ajuda econômica como forma a resolver conflitos

por vias que não sejam militares, suas ações partem da localidade para se tornar

objeto de impacto global, dando menos importância à territorialidade propriamente

dita.

Segundo Rifkin (2005) as discrepâncias entre sonhos “Americano e

Europeu”, se resumem ao fato de o Sonho Americano ser profundamente pessoal,

dando pouca atenção ao restante da humanidade, ao passo que o Sonho Europeu é

de natureza mais expansiva e sistêmica estando, portanto, mais comprometido com

o bem-estar do planeta.

Essa distinção entre americanos e europeus, não significa dizer que a

Europa tornou-se uma espécie de lugar perfeito, pois, além de todo seu

embasamento na inclusividade, diversidade e preservação da identidade cultural, os

europeus tem se mostrado cada vez mais hostis para com novos imigrantes e

refugiados. Conflitos étnicos e intolerância religiosa continuam a eclodir em vários

focos em toda a Europa. (RIFKIN, 2005, p.6).

Além disso, apesar dos europeus repugnarem a imposição da vontade

americana através de vias hegemonicamente militares, os mesmos europeus

mostraram-se dispostos ocasionalmente em permitir que a trupe armada dos

Estados Unidos garantisse seus interesses de segurança.

Existem ainda, sobre os dois países mais poderosos da União Europeia,

seus principais idealizadores, para ser mais exato, Alemanha e França, acusações

por parte dos estados membros menores de que eles aprovam à força acordos que

os favorecem, e ao mesmo tempo não cumprem as diretrizes da União Europeia

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38

[Digite texto]

quando estas, não estão em seu horizonte de interesse individual, gerando um

benefício à horizontal para os dois grandes, ao passo que assegura seus interesses,

e em contraponto acaba gerando uma externalidade negativa à vertical para os

outros estados menores, ao passo que não cumpre de forma uniforme o que é

estabelecido dentro da integração do bloco. Um exemplo disso é a recusa da

Alemanha e França em cumprir a regra da União em restringir seu déficit

orçamentário em 3% do PIB, fator fortemente cobrado pelos mesmos para outros

países já participantes e para novos membros da União Europeia. Porém, em

contrapartida Alemanha e França acusam os estados menores de ingratidão pela

ajuda econômico-financeira prestada a eles ao longo dos anos.

Além do que já foi explanado em relação ao Sonho Europeu, faz-se

necessário entender o modelo capitalista ao qual a Europa se embasa como outro

fator importante que norteia sua construção. O modelo capitalista adotado na Europa

diverge em relação ao modelo capitalista americano.

Bresser-Pereira (2011) aponta a existência de modelos capitalistas

divergentes na construção das sociedades modernas como sendo: “Modelo Liberal-

Democrático, o modelo Social, ou Europeu e o modelo de Integração Social

Endógeno, ou Japonês”.

Há dois extremos expressivos no sentido de convergência pertinente aos

modelos capitalistas existentes. Por um lado o marxismo aponta uma tendência de

convergência das economias das sociedades menos desenvolvidas para o nível de

renda e formas de organização das sociedades dos países mais desenvolvidos. E

por outro lado há ainda a corrente Neoliberal que dramaticamente aponta a

convergência de todos os países para o modelo capitalista americano.

Contudo, no tocante à convergência, o inverso também é possível, ou seja,

existe a possibilidade de países mais desenvolvidos convergirem para formas de

organização social desenvolvida por países com menores níveis de renda, mais

voltados à promoção social do que seu alargamento da base no sentido de um

capitalismo de mercado. Nesse contexto, pode-se verificar um exemplo atual no

âmbito da sociedade americana. Após eclodir a crise imobiliária em 2008 nos

Estados Unidos que passa a desencadear uma série de focos de crises pelo mundo,

principalmente na Europa que detinha grandes quantidades de títulos lastreados

pela divida publica americana, o presidente Barak Obama, aumenta os gastos na

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39

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área social, e move esforços para aprovar uma lei para criar nos Estados Unidos um

sistema de saúde universal, parecido com o Sistema Único de Saúde (SUS) do

Brasil, o que lhe rendeu muitas critica por parte dos americanos mais conservadores

que alegaram que Obama queria implantar o socialismo no país. A evidência

empírica demonstra que houve, ainda que momentâneo, uma característica de

convergência para um modelo social de capitalismo, diferentemente do modelo

liberalista adotado pelos EUA nas ultimas décadas.

Esse modelo de capitalismo Neoliberal acredita que a única força que atua

como regulador da saúde econômica e como forma de organizar a sociedade é o

“Mercado”. Para eles, não existem ações que partem da sociedade para as forças

de mercado, mas sim o inverso, sendo o Estado o efeito colateral criado única e

exclusivamente por haver distorções no mercado, e esse é, segundo os Neoliberais,

seu único e exclusivo papel, o de regulador das distorções presentes nesse mesmo

mercado.

Abstendo-se desses extremos ideológicos de convergência, do marxismo

simplista e do neoliberalismo determinista, o que se observa na construção das

sociedades modernas é a junção de um sistema Econômico, Político e Social cada

vez mais inerente, não permitindo mover esforços apenas em prol de um e em

detrimento dos outros, pois, tais sociedades modernas são forjadas pela

personificação de uma conjuntura democrática, havendo democracia há também

demandas sociais que recebem os impactos das ações tomadas desses três pilares

importantíssimos das sociedades atuais. Há, portanto, a necessidade de analisar em

parte a teoria econômica que exclui essa junção Econômica, Política e Sociológica.

Nesse contexto, é preciso corrigir um equívoco fundamental que ocorre na

teoria econômica, como completa Bresser-Pereira (2011 apud BOYER, 2004, p.10)

ressaltando que:

Os Economistas continuam, na sua maioria, a estudar a economia de mercado sem ousar tratar do capitalismo enquanto sistema econômico. Ou seja, ignoram que os sistemas econômicos são sistemas sociais e políticos; não são constituídos apenas por relações de compra e venda, mas por relações econômicas reguladas pelo Estado – Estado este que expressa a vontade do sistema de forças existentes na sociedade. Não existem relações econômicas sem relações políticas, não existe analise econômica sem analise política. O capitalismo não é uma mera abstração, uma economia de mercado, mas um sistema econômico historicamente situado, sempre em evolução, sempre refletindo a mudança tecnológica e as lutas

Page 40: A União Europeia e a Globalização Econômica

40

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políticas através das quais se expressam e mudam as ideologias e as instituições.

Partindo desses pressupostos supracitados anteriormente, não existem

evidencias que comprovem que o extremo marxista que prega a transição do

capitalismo para o socialismo e o comunismo se concretize em vias de fato,

analogamente não há evidencias que apontem como pregam os Neoliberais, que em

vias de fato os sistemas econômicos convergirão para o modelo de capitalismo

americano. E ainda que haja a presença de tal convergência, ela não é exatamente

linear, pois, está sempre sujeita à iminência das crises e retrocessos, e também não

pode ser pré-determinada, pois, está sujeita à liberdade humana expressa na

política.

Para Bresser-Pereira (2011, p.13), dada a hegemonia ideológica dos

Estados Unidos nos anos 1990, pretendeu-se que o modelo liberal de capitalismo

seria superior ao modelo social, mas quando os cinco objetivos políticos das

sociedades modernas são comparados, constata-se que há melhores resultados

alcançados pelo modelo mais solidário existente na Europa.

Sintetizando as ideias do autor, referente ao alcance desses cinco objetivos

políticos das sociedades modernas, ou seja: segurança, liberdade, bem-estar, justiça

social, e proteção da natureza, o capitalismo imperante hoje nos Estados Unidos é

atrasado em relação ao capitalismo social da Europa, ao passo que está mais longe

desses objetivos políticos aqui explanados, do que os países europeus mais

desenvolvidos.

O modelo de capitalismo social hoje operado na Europa do Euro, busca a

integração com a construção de uma identidade coletiva de solidariedade através da

regulação do Estado. Um exemplo dessa construção de identidade coletiva observa-

se através da disposição da sociedade europeia em pagar impostos, que é de 50%

do PIB, enquanto nos Estados é de 30% do PIB. A peculiaridade que reside nessa

questão, é o fato que essa conjuntura, se trata de uma sociedade democrática,

portanto, a aceitação desse montante de carga tributária a ser paga, é o resultado

da decisão política dos cidadãos. Ao decidirem politicamente, a decisão de pagar

mais impostos, os cidadãos europeus abrem mão de um consumo individual mais

amplo, para dar espaço a um consumo coletivo igualitário maior, onde caminham no

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41

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sentido de uma distribuição da renda maior e garantias de direitos sociais mais

sólidas.

Nesse sentido, esse consumo coletivo é alcançado através da provisão dos

serviços de educação, de saúde, e de seguridade social gratuitos ou quase gratuitos

financiados pelo Estado. (BRESSER-PEREIRA, 2011, p.13)

Comparando-se o modelo Europeu e o Americano de capitalismo, deixando

de lado a influência do PIB, erroneamente utilizado para se medir o “padrão de vida”

de um país pela capacidade de produzir bens e serviços, e se o objetivo fosse medir

a qualidade do modelo em proporcionar à sociedade os cinco bens públicos,

anteriormente mencionados das sociedades modernas, pode-se notar que as

sociedades desenvolvidas europeias estão bem à frente do que os americanos, no

que tange a promoção desses bens à sociedade.

Vale enfatizar que o mercado é o elemento principal de coordenação

econômica, inclusive é ele quem permite o domínio e a perpetuação do capitalismo

até os dias atuais, porém, os mercados que norteiam essa coordenação econômica,

são socialmente construídos, e suas diretrizes de ações, são reguladas pelo Estado.

Havendo a suposição de que no mundo real os mercados não são perfeitamente

competitivos, não existe base sólida que permite afirmar que deixando o mercado

“livre”, o mesmo será mais eficiente. Enfim, o “Modelo Europeu” busca essa

eficiência através do resultado do cruzamento direto da combinação da competição

com a cooperação, do individualismo com a solidariedade e do mercado livre com

sua administração, para se atingir seus objetivos sociais e democráticos, dentro de

um contexto de uma sociedade coletiva e cada vez mais integrada.

2.4 A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA E A EUROPA

No mundo atual, é insólito pensar em Economia e Sociedade e até mesmo

em Política sem que logo venha a mente um rápido panorama da conjuntura

internacional que podem vir a impactar esses mesmos pensamentos econômico,

social e político na análise de tomada de decisão nacional. Esse motivo se deve ao

fato da presença da Globalização nos moldes das sociedades modernas.

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A Globalização permite que as fronteiras e distâncias entre povos e

multiculturas sejam minimizadas, e essa rápida aproximação trás para as

sociedades, novas formas de se conectarem ao mundo.

Essa conexão é como, por exemplo, o cérebro humano, em que vários

neurônios fazem milhares de conexões entre si, e então formam antíteses, sínteses

e teses de pensamentos em fração de segundos. Faz sentindo pensar então, que

nas conjunturas atuais esse fenômeno também acontece, pois, essa globalidade de

fluxos de informações e mobilidade cultural, unidas a evolução dos novos meios de

comunicação, permitem que as conexões se façam, e que o tempo para que se

realizem tais conexões, seja o fator preponderante e agente de maior importância na

conclusão desse processo.

Para Pinto (2008, p.3); quando falamos em globalização em termos precisos

e concretos, estamos nos referindo ao processo de unificação dos mercados e à

homogeneização da economia mundial, segundo o modelo capitalista de

desenvolvimento.

Nesse contexto de unificação dos mercados, o processo de Globalização

acaba criando uma serie de convergências para os seus moldes operacionais, em

que englobam padrões pertinentes a consumo, informações e até mesmo modelos

econômicos, e como consequência podem causar mudanças no papel do estado,

mudanças ou adaptações culturais, revisão de políticas de privatizações de

empresas estatais, desemprego estrutural em alguns setores, expansão de

empresas multinacionais e principalmente conflitos no aspecto de inclusão e

exclusão social.

A globalização é, portanto, essencialmente, econômico-financeira e se

expressa no imenso poder do capital transnacional implantado em âmbito mundial

graças ao avanço de novas e poderosas tecnologias. Portanto, a verdadeira

globalização é sempre e em todo lugar, um fenômeno de características

basicamente econômicas. (PINTO, 2008, p.3).

Esse amplo poderio do capital transnacional à nível mundial, só é possível

após a abertura das fronteiras nacionais para o capital do mundo globalizado, ou

seja, a abertura dos mercados financeiros.

Dessa maneira, Blanchard (2011, p.345) conclui que: A abertura dos

mercados financeiros permite que os investidores detenham tanto ativos domésticos

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quanto ativos estrangeiros, para diversificar suas carteiras, para especular sobre os

movimentos das taxas de juros estrangeiras contra as taxas de juros domésticas,

sobre os movimentos das taxas de câmbio, e assim por diante.

Os motivos que levaram a Europa a mobilizarem seu capital na expectativa

de auferir lucros em terras estrangeiras, ao qual detinham títulos lastreados pela

dívida pública americana, nada mais é que um exemplo da mobilidade de capitais e

recursos que a abertura dos mercados financeiros e o fenômeno da Globalização

possibilitaram na eminência de um plano global mais dependente. O fato de a crise

imobiliária nos Estados Unidos, desencadear uma crise na União Europeia e nos

mercados globais não era nenhuma novidade, pois, na presença da dependência

internacional, qualquer fator que afete o funcionamento de uma peça importante no

globo, impactará certamente a comunidade global.

Com economias mundiais de abertura de mercados financeiros tipicamente

globalizados, os movimentos de capitais externos podem beneficiar, ainda que no

curto prazo uma economia local, mas existe também um preâmbulo desabonador

pertinente a essa integração mundial dos mercados financeiros, como complementa

Pinto (2008, p.3) afirmando que:

A dimensão mais profunda e negativa da globalização apoia-se na integração mundial dos mercados financeiros. Isso esta causando graves repercussões nas relações que vinculam, assimetricamente, entre os países da periferia com o sistema financeiro mundial. A globalização é a liberação generalizada dos mercados financeiros em âmbito planetário. Por sua natureza exclusivista e discriminadora, reúne a máxima concentração de dinheiro, enriquecendo poucos às custas da pobreza de muitos; gera injustiça econômica, aprofunda o abismo entre ricos e pobres, além de provocar marginalização e exclusão social para grande parte da humanidade.

O que se vê é a tendência da subordinação política, ecológica, meios de

comunicação social e identidade nacional, dentre outros, à globalização única e

exclusivamente econômica.

O modelo capitalista mais difundido pelo mundo é o Neoliberal, em que

acreditam que o mercado se perfaz em seu ator principal, disseminam as vantagens

de um mercado inteiramente livre, pautando-se em normas de eficiência e impondo

valores econômicos e tecnológicos, levando a diante a ideia que a globalização é o

potencializador das economias para expandir a riqueza, assim então, diminuir a

pobreza e posteriormente as desigualdades sociais.

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Por ser uma fase do capitalismo financeiro e residir em uma doutrina

neoliberalista, a “Globalização Econômica”, apesar de apontarem que a superação

das desigualdades sociais pode ser viabilizada apenas pela expansão da riqueza,

ela não se preocupa em melhorar a qualidade de vida propriamente dita da

comunidade global.

É exatamente nesse ponto de disseminação da globalização pelo mundo,

que reside uma das mais capciosas questões entre a Globalização Econômica e a

Europa, pois, os europeus, buscam no sentido de uma melhor “qualidade de vida”,

seu principal agente de transformação social, sem deixar de lado o crescimento e

desenvolvimento do país, que em via de regra, vai contra o postulado de uma

globalização exclusivamente econômica, almejando também o Estado de Bem Estar

Social.

Contudo, esses mesmos objetivos de se atingir um Estado de Bem Estar

Social, não objetivado pela globalização econômica, acaba contrastando uma

profunda disparidade europeia frente a outros países, que por terem interesses

globais em ultima análise inteiramente financeiros, tornam-se mais competitivos

frente aos produtos advindos da União Europeia.

Segundo Tremonti (2008) a Europa enfrenta ainda a ascensão dos países

emergentes como entrave à competitividade do bloco, uma vez que os países

emergentes por terem características de mão de obra barata, qualificada e

abundância de matérias primas, geram mercadorias a baixos custos no comércio

internacional, o autor ainda afirma que a globalização entrou na Europa, mas a

Europa não entrou na globalização.

Em contraponto a esses países emergentes, a Europa em termos de

emprego da mão de obra, se vale de um mecanismo que visa a melhor acomodação

do trabalhador no mercado de trabalho, de forma a oferecer-lhe melhor qualidade de

vida. Um exemplo disso é a jornada de trabalho de 35 horas semanais instituída em

1999 praticada pioneiramente pela França, e que agora é utilizada em quase todos

os países da Europa, ou seja, os europeus abdicaram de mais horas de trabalho por

mais tempo livre e salários maiores.

Soaria estranho para americanos e para muitos países fora do continente

europeu, pensar que seria possível trabalhar menos e ter salários maiores, viver

sem a presença das horas extras que funcionariam, por exemplo, como nos Estados

Page 45: A União Europeia e a Globalização Econômica

45

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Unidos e Japão, como elementos que permitiriam um maior ganho salarial, ainda

que isso significasse uma jornada de trabalho mais extensa.

Os franceses usam esse mecanismo de menos trabalho e salários maiores

para acomodar variações em torno das taxas de desemprego, como sintetiza Rifkin

(2005, p.39); Os franceses lançaram mão da semana de 35 horas em parte para

criar mais empregos. Se as pessoas trabalharem menos horas, corria o raciocínio,

outras pessoas poderão ser empregadas, reduzindo com isso o desemprego no

país.

Além disso, o governo Francês remunera esses trabalhadores pela jornada

de trabalho antiga de 39 horas, para que os mesmos não tenham perdas salariais,

fora o leque de subsídios e incentivos que o governo oferece nas questões de

seguridade social e pagamentos de aposentadorias, seguro desemprego e afins,

para trabalhadores recém-contratados.

Esse arcabouço de questões referentes a transferências governamentais em

formas de subsídios, não só apenas em relações de trabalho, mas altos subsídios

também em áreas agrícolas, fatores tais, que encarecem a mão de obra e a

produção interna, deixam a União Europeia na condição de menos competitiva

frente aos países emergentes numa era de um mundo globalizado.

Enfim, existe um conjunto de fatores que norteiam a construção da União

Europeia, somados a Globalização, que convergem para a constatação de que há

mais efeitos maléficos do que benéficos para seus estados membros, necessitando

de urgente reversão da atual situação. (TREMONTI, 2008)

É a essas questões que norteiam a construção e avanço da Europa, que a

análise dos dados do próximo capítulo se propõe a investigar.

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3. ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo se propõe a investigar por meio de análise de dados, questões

referentes à União Europeia e Zona do Euro, dados tais como: PIB, gastos e dívidas

públicas, balanço de pagamentos, desemprego, políticas de subsídios e afins; com o

objetivo de compreender por constatações gráficas e numéricas a situação da

Economia da União Europeia, na condição de bloco econômico mais desenvolvido

do mundo, num âmbito de Globalização Econômica. Para tanto, será utilizada a

metodologia supracitada no capítulo 1 para que se faça uma análise das variáveis

econômicas de interesse pertinentes ao estudo proposto.

3.1 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)

Uma das maneiras mais convencionais de se identificar o crescimento de um

país é a tácita observação de seu Produto Interno Bruto. Através dele, pode-se tirar

uma rápida fotografia da economia de um país para visualizar alguns elementos que

ao menos indicam sua representatividade na esfera global, em termos de sua

capacidade em produzir bens e serviços numa determinada região e em um

determinado período de tempo.

Na Tabela 1, são apresentados valores referentes ao PIB em bilhões, a

preços constantes em moeda nacional, das cinco maiores economias dos países

pertencentes à Zona do Euro para o período compreendido de 1999 à 2005. Dentre

eles os dois grandes fundadores da União Europeia, Alemanha e França lideram

essa lista com os maiores PIBs no período analisado.

A Zona do Euro conta com 17 países membros sendo eles: Bélgica,

Alemanha, Estônia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Itália, Chipre, Luxemburgo,

Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovênia, Eslováquia e Finlândia. A tabela

completa para o PIB de todos os integrantes da Zona do Euro para o período de

1999 a 2013 se encontra no Anexo C da página 97-100 deste trabalho.

Esse horizonte de tempo de 1999 a 2005 que contempla a Tabela 1 foi

disposto propositadamente para captar a pré e pós-inserção do Euro, que passa a

vigorar e circular em vias de fato, apenas em 2002. No tocante à pré-inserção do

euro, a Alemanha apresentou o melhor desempenho em termos de evolução do PIB,

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47

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seguido de França e Itália. A média da expansão do PIB da Alemanha foi de €2,148.

60 trilhões de euros, da França de €1,577. 67 trilhões de euros e da Itália de €1,360.

22 trilhões de euros respectivamente para o período de 1999 a 2001. Espanha e

Holanda apresentaram valores médios de €544.76 bilhões de euros e €477.83

bilhões de euros respectivamente, para o mesmo período.

Os 17 estados membros participantes da Zona do Euro, excluindo-se as 5

maiores economias, geraram um total de €3,516.55 trilhões de euros de 1999 até o

pré período de implantação da moeda única, contra os €18,327.28 trilhões de euros

gerados apenas pelo grupo dos cinco. Referente ao pós-inserção do euro, em 2002,

o Euro, efetivamente entra em circulação, e os anos que se seguem demonstram os

efeitos de curto prazo da implantação da moeda única europeia. Para o intervalo de

2002 a 2005, a Tabela 1 apresenta a evolução do PIB do grupo das cinco maiores

economias do período.

Após a entrada da moeda única, os valores para a expansão do PIB da

Alemanha também se destacam com o melhor desempenho, em que geraram em

média €2,201. 63 trilhões de euros. A França também manteve a posição de

segunda maior economia do período com a média de €1,669. 66 trilhões de euros,

seguida de Itália com uma expansão de €1,414. 50 trilhões de euros, Espanha e

Holanda, que expandiram suas economias em média €611.16 e €499.77 bilhões de

euros respectivamente.

Auferindo-se as mesmas comparações do período anterior, para a pós-

implantação da moeda única, houve a geração total de €5,144. 46 trilhões de euros

para os países membros da Zona do euro excluindo-se o grupo das cinco maiores

economias, contra um total de €25,586. 86 trilhões de euros gerados apenas pelo

grupo dos cinco.

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Alemanha 2,090.88 2,159.78 2,195.15 2,195.71 2,187.25 2,202.60 2,220.95

França 1,528.74 1,587.93 1,616.34 1,631.60 1,646.11 1,684.72 1,716.19

Itália 1,319.59 1,367.80 1,393.28 1,399.57 1,398.92 1,423.13 1,436.38

Espanha 520.58 546.89 566.82 582.33 600.33 619.88 642.10

Holanda 462.59 480.83 490.09 490.46 492.11 503.11 513.41

TABELA 1: PIB das cinco maiores economias da Zona do Euro em bilhões a preços constantes – 1999 a 2005

Fonte: Fundo Monetário Internacional FMI.

Page 48: A União Europeia e a Globalização Econômica

48

[Digite texto]

O Gráfico 1 sintetiza a evolução do PIB de todos os 17 países membros

participantes da Zona do Euro para o período de 1999 a 2005. A análise gráfica

permite melhor visualizar o quão se expandiram as economias antes e após a

entrada do euro na Europa.

De 1999 a 2001 os 17 países geraram em média €7,281. 28 trilhões de

euros, e de 2002 a 2005 as economias dos 17 países apresentaram uma média de

€7,682. 83 trilhões de euros. Apesar de ser notável uma tendência de crescimento

desde 1999, com um ápice de crescimento em 2005, as médias do período pré e

pós-inserção do euro não foram tão destoantes entre si.

GRÁFICO 1: Produto Interno Bruto em bilhões da Zona do Euro 1999 a 2005 - a preços constantes Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

O Produto Interno Bruto para a Zona do Euro apresentou variações

modestas de crescimento de 1999 a 2005 quando analisado no âmbito de todos os

países participantes, ou seja, a força do crescimento não se distribuiu de forma

uniforme entre os 17 países, mas concentrou-se nas duas maiores economias do

Page 49: A União Europeia e a Globalização Econômica

49

[Digite texto]

período. A Alemanha e França são os dois grandes carros chefes que puxam as

médias de crescimento e variações do PIB para cima. O crescimento da Alemanha

e França juntas representaram 50,79% de todo o crescimento do PIB da Zona do

Euro dos 17 países membros que apresentaram resultados de 49,28% de 1999 a

2005.

Um dos motivos que levam a essa expansão de crescimento das duas

maiores economia da Zona do Euro, Alemanha e França, é a presença de indústrias

mais desenvolvidas nesses países, em que os níveis de produtividade resultantes do

cruzamento de um setor industrial extremamente equacionado com alta tecnologia e

da presença de mão de obra altamente qualificada, sobretudo, na Alemanha, que

tem as melhores tecnologias no setor industrial de toda a Europa, permitem que

essas economias se façam presente com grande força de influencia nos valores

para a expansão do crescimento na Zona do Euro.

As variações do PIB para os países da Zona do Euro são apresentados no

Gráfico 2 em que estão dispostas as porcentagens das variações ano a ano, entre

1999 a 2005. Como demonstra o Gráfico 2, não houve variações muito discrepantes

nesse período, pois, as variações médias foram em torno de 14%. Ainda que um

crescimento anual acima de 10% seja bastante relevante do ponto de vista

econômico, não houve no pré e pós-inserção do euro até 2005, grandes variações,

exceto o percentual mais alto que foi de 21% em 2000 no período pré-euro que

variou 50% em torno da média, e o menor percentual que foi de 9% em 2003 no

período pós-euro que variou -35,71% em torno da média.

Os outros anos apresentam variações próximas da média, com uma margem

de erro de 3% para cima ou para baixo, com destaque para 2002, ano de entrada do

euro que seguiu a mesma tendência de crescimento de 12% de 2001 ambos 2%

para baixo em torno da média de 14%.

Page 50: A União Europeia e a Globalização Econômica

50

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GRÁFICO 2: Variações do PIB da Zona do Euro de 1999 a 2005 – a preços constantes Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Depois de passadas as adaptações da vigência de uma moeda única na

Europa, e observar os resultados de curto prazo de 2002 à 2005, aos quais os

dados se mantiveram relativamente estáveis, é analisado o período subsequente

dessas adaptações.

A esse papel se presta a Tabela 2 em que referencia de 2006 a 2010 a

evolução do PIB da Zona do Euro a preços constantes das cinco maiores

economias. Análogo a analise do período anterior, em que os dados foram

posicionados de forma a captar os efeitos da entrada do euro na economia, os

dados para esse horizonte de tempo de 2006 a 2010, foram dispostos com a

intenção de captar efeitos de curto prazo da eclosão da crise hipotecária norte

americana de 2008, em seu pré e pós-advento.

Vale ressaltar, que nesse ano de 2008, não apenas a crise hipotecária dos

Estados Unidos, ocasionada pela quebra do banco “Lehman Brothers” em setembro,

que espalhou a recessão econômica para as fronteiras internacionais, sobretudo,

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51

[Digite texto]

para a Europa, mas também outros acontecimentos foram importantes para o

agravamento da crise instalada na Europa. Em novembro de 2008, por exemplo, a

quebra da Islândia se reflete em uma cascata de quebras de várias prefeituras de

países europeus, que tinham fundos depositados na Islândia. Para fazer frente a

essa quebra em cascata, a União Europeia aprova em dezembro do mesmo ano, um

pacote de €200 bilhões de euros para estimular a economia local.

Voltando a Tabela 2, mais uma vez Alemanha e França destacam-se entre

as economias que mais se expandiram. Para os valores e período apresentados, a

Alemanha obteve uma expansão de sua economia de €2,346. 47 trilhões de euros

para uma média de 2006 e 2007, período pré-crise norte americana. Já a França

apresenta uma expansão de seu PIB no pré-crise de €1,781. 48 trilhões de euros em

média.

A Itália vem na terceira posição dentre as cinco maiores economias da Zona

do euro, com a geração média de €1,480. 32 trilhões de euros, seguida de Espanha

e Holanda que apresentaram uma expansão do PIB em média de €679.91 e €541.24

bilhões de euros respectivamente para o pré-crise dos Estados Unidos.

Para o pós-crise, a Tabela 2 apresenta valores médios de expansão do PIB

de 2008 a 2010. A Alemanha em todos os períodos até aqui apresentou os maiores

valores de crescimento para o PIB, obtendo a média de €2,350. 60 trilhões de euros

para o período analisado. A França com uma média de crescimento de €1,774. 14

trilhões de euros ocupa a segunda posição dentre as cinco maiores economias da

Zona do Euro desde 1999 até 2010.

Com a terceira posição vem a Itália, que apresentou resultados de €1,429.

76 trilhões de euros, seguida de Espanha e Holanda, com uma expansão do PIB, na

razão de €680.12 e €551.52 bilhões de euros respectivamente, ambos para o

período do pós-eclosão da crise que se instala na Europa.

Enfim, a produção total dos países da Zona do Euro, excluindo-se o grupo

das cinco maiores economias, resultou em um montante de €7,095. 84 trilhões de

euros, frente a geração total do grupo dos cinco, que foi de €33,971.55 trilhões de

euros, ambos para o período de 2006 a 2010.

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2006 2007 2008 2009 2010

Alemanha 2,307. 32 2,385. 61 2,404. 91 2,282. 79 2,364. 09

França 1,761. 80 1,801. 15 1,797. 61 1,750. 32 1,774. 50

Itália 1,467. 97 1,492. 67 1,475. 41 1,394. 35 1,419. 51

Espanha 668.28 691.53 697.67 671.58 671.11

Holanda 530.83 551.65 561.60 542.06 550.91

TABELA 2: PIB das cinco maiores economias da Zona do Euro em bilhões a preços constantes – 2006 a 2010. Fonte: Fundo Monetário Internacional FMI.

O Gráfico 3 apresenta a produção total das 17 economias participantes da

Zona do Euro, de 2006 a 2010. Nele, há picos de alta e baixa de crescimento do

PIB, em que o ápice de alta se deu em 2008 com a geração total de €8,392. 95

trilhões de euros e a baixa em 2009 resultando um total de €8,030. 94 trilhões de

euros. Os motivos para o declínio das economias nesse período é atribuído aos

fatos supracitados que nortearam o desempenho econômico europeu, como reflexo

da recessão que se instalou na Europa.

GRÁFICO 3: Produto Interno Bruto em bilhões da Zona do Euro 2006 a 2010 - a preços constantes Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

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[Digite texto]

Para o período de 2006 a 2010, através da analise gráfica nota-se

percentuais mais destoantes do que as porcentagens presentes no período anterior

de 1999 a 2005. Para melhor visualizar as evidencias empíricas, o Gráfico 4

apresenta as variações do PIB das 17 economias dos países participantes da Zona

do Euro a preços constantes.

Auferindo comparações com o horizonte de analise anterior, em que a taxa

média de variação de crescimento do produto por ano era de 14%, e que havia uma

variação para cima e para baixo em torno da média, para os dados dispostos no

gráfico 4, a média foi de 8% ao ano, nesse contexto de variações em torno da

média, o único ano em que a variação do crescimento do PIB se localizou próximo a

média foi em 2010, com forte alta acima da média em 2007 com 28% de variação de

crescimento, e forte baixa em 2009 de -30%, ou seja, o a variação do PIB declinou

em 30%, nesse ano as economias da Zona do Euro sofreram fortes retrações que

podem ser bem visualizadas em parte pela modesta variação do crescimento já em

2008 que foi de apenas 6% e em parte pela brusca queda no percentual de variação

na passagem de 2008 para 2009

GRÁFICO 4: Variações do PIB da Zona do Euro de 2006 a 2010 – a preços constantes Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

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[Digite texto]

Foram apresentados até aqui, dados referentes ao Produto Interno Bruto das

economias da Zona do Euro para o período de 1999 a 2010. Os dados para os anos

de 2012 e 2013 são estimativas baseadas no desempenho das economias da Zona

do Euro no ano de 2011.

A Tabela 3 apresenta os dados dessas estimativas para 2012 e 2013, dos

dois grandes fundadores da União Europeia, Alemanha e França, que foram

também as duas maiores economias da Zona do Euro, em todo o período analisado,

desde o aceite da moeda única em 1999 que entrou em circulação em 2002, até as

estimativas realisadas para 2012 e 2013.

A Alemanha gerou em 2011 um total de €2,436. 33 trilhões de euros, e suas

estimativas de expansão do PIB de 2011 a 2013 são de €2,458. 35 trilhões de euros,

não se distanciando muito do crescimento conquistado em 2011.

A segunda maior economia da Zona do Euro apresenta valores de

crescimento de €1,084. 96 trilhões de euros em 2011 e suas estimavas médias de

expansão de 2011 a 2013 são de €1,816. 75 trilhões de euros.

Na Zona do Euro dos 15, excluindo-se as duas maiores economias de todo o

período, os valores do PIB para 2011 foram de €4,078. 21 trilhões de euros, com

estimativas médias de 2011 a 2013 de €4,052. 03 trilhões de euros.

Alemanha França Zona do Euro 15

2011 2,436. 33 1,804. 96 4,078. 21

2012 2,451. 31 1,813. 52 4,029. 01

2013 2,487. 42 1,831. 80 4,048. 88

TABELA 3: Estimativa do PIB em bilhões a preços constantes para 2012 e 2013 baseada em 2011.

Fonte: Fundo Monetário Internacional FMI.

O Gráfico 5 sintetiza os valores da Tabela 3, cotejando o desempenho das

economias da Zona do Euro dos 15, com as economias da Alemanha e França

juntas. Nota-se na analise gráfica que o peso do impacto dessas economias dentro

da Zona do Euro, é essencial, no que tange sua capacidade de produzir bens e

serviços, ou seja, a Zona do Euro depende diretamente do bom desempenho dessas

duas economias para geração de altos níveis de produção e expansão da economia

no âmbito de uma moeda única.

Page 55: A União Europeia e a Globalização Econômica

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GRÁFICO 5: Estimativa do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 15 e da Alemanha e França para 2012 e 2013 baseada em 2011. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

As estimativas de desempenho para 2012 e 2013, baseadas em 2011 de

todas as economias da Zona do Euro dos 17 estados membros, são apresentada no

Gráfico 6.

Em 2011 foi gerado na Zona do Euro, o total de €8,319. 47 trilhões de euros,

em que as estimativas para os anos posteriores foram projetadas a partir desse

montante. A média de crescimento estimado para o PIB dessas economias

apresenta o montante de €8,327. 14 trilhões de euros, e o total da produção interna

estimada que o grupo dos 17 estados membros gerou no período de 2011 a 2013 foi

de €24,981. 41 trilhões de euros.

A Europa atual enfrenta uma gama de problemas que foram desencadeados

em 2008 e que ainda hoje permeiam o cotidiano europeu. Desajustes fiscais, e

colapsos em algumas economias presentes na Zona do Euro aprofundam ainda

mais a desconfiança dos investidores em reter títulos europeus ou realizar

investimentos no mesmo.

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[Digite texto]

Ainda que os acontecimentos atuais na Europa causem instabilidades nos

mercados financeiros, as estimativas são otimistas, visando um PIB em 2013 de

€8,368. 10 trilhões de euros superando o PIB realizado em 2011.

GRÁFICO 6: Estimativa do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 17 para 2012 e 2013, baseados em 2011. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

As estimativas para a varição do Produto Interno Bruto para a Zona do Euro

de 2012 e 2013 projetadas através dos resultados obtidos em 2011, são importantes

para melhor visualizar o panorama ao qual a europa dos dias atuais se insere. Para

tanto, o Gráfico 7 demonstra os percentuais estimados para o periodo analisado.

Em 2011 a variação de crescimento alcançada foi de 43%, já as estimativas

de variações projetadas a partir de 2011, foram em 2012, na razão de -12%, ao

passo que, essa estimativa de declínio da variação do PIB para 2012 é reflexo da

crise atual instalada na europa, unida com a irresponsabilidade de alguns países

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[Digite texto]

membros no tocante ao não cumprimento dos parâmetros de convergência

estabelecidos para os participantes da Zona do Euro.

Para 2013 a estimativa já é mais otimista, estimam que a economia dos

países da Zona do Euro se recupere e que o produto varie na casa dos 45%, acima

dos 43% realizados em 2011. Contudo, vale ressaltar que ainda sim são valores

meramente estimativos, sem certezas de estabilização e recuperações aparentes de

curto prazo para os países em colapso eminente da Zona do Euro.

GRÁFICO 7: Variação Estimada do PIB em bilhões da Zona do Euro dos 17 para 2012 e 2013, baseada em 2011, a preços constantes. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Foram analisados dados referentes às economias dos países pertencentes a

Zona do Euro desde 1999 até as estimativas de 2013 para o PIB. De forma análoga,

os dados para as variações do PIB da União Europeia será analisado, ultilizando-se

o mesmo horizonte de tempo de 1999 a 2013.

Hoje, 27 estados membros participam da União Europeia e são eles: Austria,

Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Dinamaraca, Estónia, Finlândia, França,

Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta,

Page 58: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Países Baixos, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia

e Reino Unido.

O Gráfico 8 apresenta a variação do PIB para a União Europeia dos 27 de

1999 a 2005.

A maior variação de crescimento experimentada pela UE no periodo foi em

2000, com a variação de 23%, e sua menor variação do PIB ocorre em 2002 e 2003,

ambos com 9% de variação apenas, os outros anos do periodo apresentaram uma

variação do PIB superior a 10%.

GRÁFICO 8: Variação do PIB em bilhões para a União Europeia – 1999 a 2005 Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

O período que se segue, de 2006 a 2010, o Gráfico 9 se propõe a explicitar

as variações do PIB da União Europeia.

Nesse intervalo de anos, a média de variação do PIB foi inferior à média de

variação do período de 1999 a 2005, ao qual apresentou uma média declinante de

7,6%, em relação à média do período anterior que foi de 14,3%.

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Os melhores desempenhos em termos de variação foram em 2006 e 2007,

em que atingiram uma variação de mais de 20% em ambos os anos. Já em 2008

sofre uma queda brusca atingindo a casa dos 4%, bem abaixo da variação positiva

dos anos anteriores. Em 2009 a mesma tendência de baixa é observada, porém,

com variações negativas na casa dos -31%. É evidente que assim como a Zona do

Euro, a União Europeia dos 27, que engloba todos os países da Zona do Euro e

mais 10 estados membros, também foi afligida pela eminência da crise de 2008 que

se arrastou por toda Europa. Em 2010 há uma significativa recuperação da

economia da UE, que leva a variação do PIB para o patamar dos 14%, bem acima

da média de 7,6% do período.

GRÁFICO 9: Variação do PIB em bilhões para a União Europeia – 2006 a 2010 Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Nuvens de crises pairam sobre a União Europeia e reformas no campo fiscal

e institucional já são focos de discussões no parlamento europeu, contudo, os

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60

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valores atingidos de variações do PIB em 2011 foram significativos, ao qual

apresentou uma variação do PIB em 55% neste ano.

Sintetizando esses argumentos, o Gráfico 10 demonstra a Estimação do

Produto Interno Bruto para os anos de 2012 e 2013, com base na variação realizada

em 2011.

Dado os resultados de 2011, a estimativa para 2012 é de baixa,

apresentando uma variação de apenas 1%, porém, para 2013, as estimativas são

bastante otimistas, apresentando uma projeção de 44% de variação do PIB,

patamares próximos aos obtidos em 2011.

GRÁFICO 10: Variação Estimada do PIB em bilhões da União Europeia – 2012 e 2013, baseada em 2011. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Page 61: A União Europeia e a Globalização Econômica

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3.2 GASTOS E DÍVIDAS DO GOVERNO

O Gasto do Governo é um dos componentes da demanda por bens, ou seja,

é uma das variáveis essências presente no modelo econômico, somada com outros

elementos macroeconômicos que resultam no montante de demanda agregada de

um país. Com o objetivo de analisar apenas os Gastos do Governo, as outras

variáveis macroeconômicas presentes no modelo de demanda agregada serão

deixadas de lado por enquanto.

Esses Gastos (G) junto com os impostos (T) descrevem a política fiscal de

um país, ou seja, a decisão do governo na escolha entre impostos e gastos que

serão praticados na economia. Na literatura das Ciências Econômicas, como forma

de simplificar o modelo econômico, quase sempre os gastos do governo são

tomados como uma variável exógena, ao passo que, não há um comportamento

regular por parte dos governos, pois, o mesmo não segue equações simples de

comportamento, como no caso do consumidor ou das empresas, porém, boa parte

desse comportamento pode ser previsível.

Primeiramente, serão analisados os Gastos da Zona do Euro, para tanto, a

Tabela 4 apresenta os Gastos em bilhões, da Alemanha e França e a soma dos

gastos dos outros estados membros da Zona do Euro, para o período de 1999 a

2010, e as projeções de gastos de 2012 e 2013 com base nos gastos de 2011. Os

dados para os Gastos por país participante da Zona do Euro de 1999 a 2013

constam no anexo C da página 101-104 deste trabalho.

A Alemanha de 1999 a 2010 gastou na faixa de 50% do total gasto na Zona

do Euro dos 15, já a França apresentou gastos em torno de 44% do total dos gastos

da Zona do Euro, ou seja, em termos de gastos, os dois fundadores da União

Europeia são bastante relevantes.

As projeções para 2012 e 2013 baseadas em 2011 que se seguem,

apresentam poucas variações, sendo que para a Alemanha, França e para os outros

estados membros da Zona do Euro, estima-se um maior dispêndio para 2013, em

torno de €1,216. 55 trilhões de euros para a Alemanha, €1,171. 06 trilhões de euros

para a França e €2,371. 85 trilhões de euros para a Zona do Euro dos 15.

Page 62: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Alemanha França Zona do Euro 15

1999 - 2010 12,601. 98 9,961. 54 22,596. 92

2011 1,172. 92 1,123. 80 2,352. 23

2012 1,192. 53 1,150. 98 2,349. 36

2013 1,216. 55 1,171. 06 2,371. 85

TABELA 4: Gastos em bilhões para a Zona do Euro – 1999 a 2010 Fonte: Fundo Monetário Internacional FMI.

Analisando a evolução dos Gastos para a Zona do Euro dos 17, de 1999 a

2010, o Gráfico 11 sintetiza tal evolução.

Nota-se uma tendência de aumentos dos Gastos ano a ano, com exceção

para o ano de 2004, em que houve uma queda nos gastos em -21,33% em relação

ao ano anterior e seu ponto máximo para o período dispostos graficamente foi em

2010, atingindo um gasto de mais 4,6 trilhões de euros.

GRÁFICO 11: Gastos na Zona do Euro de 1999 a 2010 – em bilhões Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Page 63: A União Europeia e a Globalização Econômica

63

[Digite texto]

Um mecanismo importante na economia são as estimações que os governos

sempre fazem para que se possa melhor formular suas políticas. Nesse caso, para

os Gastos praticados em uma economia, que configurará a política fiscal adotada

pelo país, os gastos estimados são importantes para que deles saiam às diretrizes

de ações governamentais.

Referente às estimações de gastos, o Gráfico 12, comporta os Gastos

Estimados de 2012 e 2013 para a Zona do Euro dos 17, com base nos gastos

praticados em 2011.

GRÁFICO 12: Gasto Estimado de 2012 e 2013 para a Zona do Euro – baseado nos gastos de 2011. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Os dados referentes aos Gastos para a União Europeia são apresentados

como porcentagem do PIB. Para o período de 1999 a 2013 o Gráfico 13 demonstra

as porcentagens de gastos da UE ano a ano.

Os Gastos da União Europeia se mostraram relativamente estáveis na

média de 45% de 1999 a 2008. Em 2009 tem seu ápice de pouco mais de 50% do

PIB e os períodos que se seguem, levando em conta os anos estimados de 2012 e

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64

[Digite texto]

2013 baseados nos gastos praticados em 2011, apresentam tendência declinante,

convergindo para valores próximos da média de 45% do período.

GRÁFICO 13: Gastos para a União Europeia como porcentagem do PIB – 1999 a 2013 Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

O próximo passo é analisar as dívidas públicas, para a Zona do Euro e para

a União Europeia.

Na instituição da União Europeia, há alguns parâmetros de convergência

que os países membros devem seguir, um deles é a que a dívida pública não deve

ultrapassar os patamares dos 60% do PIB.

Começando pela Zona do Euro, alguns países apresentaram valores para a

relação dívida pública/PIB a patamares inferiores do convencionado nas medidas de

convergência estipulados pela União Europeia, para o período que vai de 1999 até

os valores para a dívida estimada desses países, ou seja, 2012 e 2013, esses

países são: Estônia, Finlândia, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Eslováquia, Eslovênia

e Espanha. Porém, dessa lista, alguns países apesar de apresentar a média no

período inferior a um endividamento em relação ao PIB de 60%, em alguns anos

Page 65: A União Europeia e a Globalização Econômica

65

[Digite texto]

desse período apresentaram endividamentos acima dessa faixa convencionada,

países como: Irlanda, que a partir de 2009 contraiu dívidas acima dos patamares,

chegando a mais de 100% do PIB em 2011 e projeções para mais de 115% do PIB

em 2013; Holanda, também em 2009 apresenta dívidas maiores, com projeções

para 2013 de mais de 70% do PIB e a Espanha, que a partir de 2010 aumentou a

porcentagem da dívida em relação ao PIB com 68% em 2011 e projeções de mais

de 80% de dívidas em relação ao PIB em 2013.

Por outro lado, outro grupo de países da Zona do Euro, jamais cumpriu a

convergência estipulada pela União Europeia de 60% de endividamento em relação

ao PIB. Esses países são: Áustria, Bélgica, Chipre, França, Alemanha, Grécia, Itália,

Malta e Portugal. A maioria desses países apresenta em média uma dívida em torno

dos 70% do PIB, exceto, para Bélgica que já entrou na União Europeia com uma

dívida de mais de 100% do PIB e a média até as projeções para 2013 é de mais de

97% do PIB; a Grécia também detém uma dívida média em todo o período em 119%

do PIB, chegando a 163% em 2011 e com valores estimados para 2013 em mais de

165% do PIB; e a Itália, que apresenta uma média no período em 110% do PIB, com

120% contraídos em 2011 e valores estimados para dívida em 2013 em 123% do

PIB.

Nota-se a descompassada rigidez no tocante ao cumprimento dos

parâmetros de convergência estipulados na fundação da UE, por parte dos

pequenos países que contraíram as maiores dívidas, mas também por parte dos

grandes, como Alemanha e França, que jamais cumpriram as medidas de

convergência.

As dívidas por país da Zona do Euro e da União Europeia de 1999 a 2013

constam no Anexo C da página 105-106 deste trabalho.

Os valores da dívida em relação ao PIB para a União Europeia apresentam

uma média desde 1999 até os valores estimados de 2012 e 2013 com base em

valores da dívida de 2011, em pouco mais de 68% do PIB, que em 2011 apresenta

valores de 82% do PIB e 85% do PIB para projeções de 2013.

O Gráfico 14 melhor demonstra essa evolução das dívidas em relação ao

PIB para a União Europeia no período de 1999 a 2013.

Page 66: A União Europeia e a Globalização Econômica

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GRÁFICO 14: Dívida da União Europeia como percentual do PIB – 1999 a 2013 Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

3.3 BALANÇO DE PAGAMENTOS

As transações de um país ou de um conjunto de países, como o caso da

União Europeia, com o resto do mundo, isso abrangendo os fluxos tanto comerciais

quanto financeiros, são sintetizados por um conjunto de contas, denominado

“Balanço de Pagamentos”.

Esse conjunto de contas é separado como transações acima da linha e

abaixo da linha, em que as transações acima da linha refletem as transações

correntes e as transações abaixo da linha refletem a conta financeira.

A fonte de onde foram extraídos os dados para a análise do Balanço de

Pagamentos da União Europeia, ou seja, o site do Fundo Monetário Internacional,

disponibiliza para o período de interesse do estudo, apenas dados das transações

Page 67: A União Europeia e a Globalização Econômica

67

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correntes, portanto, transações acima da linha para o Balanço de Pagamentos (BP)

da União Europeia.

Uma das contas acima da linha, nas transações correntes no (BP), é a

Balança Comercial, em que um déficit na balança comercial, é representado por um

montante de importações, ou seja, compra de bens e serviços do exterior, maior do

que as exportações, ou seja, venda de bens e serviços para o exterior, e o inverso,

exportações maiores que importações, descrevem um superávit comercial.

A Tabela 4 apresenta o saldo da Balança Comercial para as Exportações e

Importações de bens e serviços da Zona do Euro em bilhões de dólares para o

período de 2002 até valores estimados de 2013.

Há em todo o período disposto na Tabela 4, o superávit comercial para a

Zona do Euro, desde 2002 até os valores estimados para 2012 e 2013, ou seja,

exportou-se mais do que se importou, e a média para o superávit comercial do

período foi de US$187,34 bilhões de dólares.

Zona do Euro 17 Estados Membros

EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES BALANÇA COMERCIAL

2002 2,484. 13 (2,326. 68) 157.45

2003 2,990. 53 (2,816. 10) 174.43

2004 3,563. 29 (3,358. 04) 205.25

2005 3,845. 27 (3,688. 10) 157.17

2006 4,318. 72 (4,187. 52) 131.20

2007 5,113. 55 (4,916. 77) 196.78

2008 5,673. 78 (5,545. 60) 128.18

2009 4,520. 80 (4,346. 90) 173.89

2010 4,942. 11 (4,769. 19) 172.93

2011 5,717. 04 (5,526. 37) 190.67

2012 5,560. 16 (5,307. 52) 252.64

2013 5,754. 75 (5,447. 27) 307.49

TABELA 5: Saldo da Balança Comercial da Zona do Euro em bilhões de dólares – 2002 a 2013 Fonte: Fundo Monetário Internacional FMI.

Page 68: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Sintetizando as informações pertinentes ás exportações e importações para

a Zona do Euro, o Gráfico 15 apresenta os valores das exportações e importações

ano a ano. Os valores referentes às importações são todos apresentados no gráfico

com valores negativos, pois, se tratam de pagamentos ao exterior pela compra de

bens e serviços.

As importações e exportações para a Zona do Euro nesse período, apesar

do superávit comercial de todo o período, não se diferenciam muito, para todos os

anos as exportações foram pouco maiores que as importações, mas não muito

destoantes. Os maiores picos para as exportações e importações, foram em 2008 e

2011, e as estimações para as exportações e importações de 2013 apresentam

valores de US$5,754. 75 e -US$5,447. 27 trilhões de dólares respectivamente.

GRÁFICO 15: Exportações e Importações para a Zona do Euro – 2002 a 2013 Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Page 69: A União Europeia e a Globalização Econômica

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O Gráfico 16 apresenta o balanço em conta corrente para a Zona do Euro e

União Europeia, de 2002 a 2013.

Nota-se no gráfico uma tendência comum entre a UE e Zona do Euro. O

maior pico para o balanço em conta corrente tanto para União Europeia, quanto para

a Zona do Euro, foi em 2004, e seu pior resultado, apresentando declinio em conta

corrente de –US$100.77 e –US$183.80 bilhões de dólares para a Zona do Euro e

para a União Europeia respectivamente, foi em 2008.

Estima-se que para 2013 os valores sejam maiores do que os valores

realizados em 2004, na marca de mais de US$124 bilhões de dólares em conta

corrente para a Zona do Euro e mais de US$90 bilhões de dólares para a União

Europeia.

GRÁFICO 16: Balanço em Conta Corrente para a Zona do Euro e União Europeia em bilhões– 2002 a 2013. Fonte: Dados do FMI, elaboração gráfica do autor.

Page 70: A União Europeia e a Globalização Econômica

70

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3.4 TAXA DE DESEMPREGO

A importância da analise da taxa de desemprego de uma economia reside

no fato de que uma alta taxa de desemprego significa a incapacidade de uma nação

em alocar sua mão de obra disponível de forma eficiente, ou seja, uma alta taxa de

desemprego significa uma baixa taxa de emprego da mão de obra disponível.

Para entender melhor como é formada a taxa de desemprego, observa-se a

População Total de um país, dessa população total, parte dela esta em idade ativa,

essa parte em idade ativa da população é chamada de (PIA), ela se divide em duas

ramificações, a população economicamente ativa (PEA), que forma a força de

trabalho, que é a soma dos que estão ou trabalhando ou procurando trabalho, e a

população não economicamente ativa. Da PEA ainda saem mais duas ramificações,

os empregados e os desempregados. A abstração da taxa de desemprego vem daí,

onde a taxa de desemprego, ou a taxa de desocupação, se dá pela razão entre o

número de desempregados (D) e a população economicamente ativa (PEA).

Já não é insólito ouvir notícias nos vários meios de comunicação

internacional, de que a crise instalada na União Europeia, desencadeada pelos

vários fatores já mencionados neste trabalho, tem causado efeitos perversos no que

tange a oferta de postos de trabalho. Jovens recém-formados a procura do primeiro

emprego, têm se defrontado com a realidade do mercado de trabalho de uma

Europa em crise, o que tem gerado focos de manifestações por democracia e

revisões do papel dos estados membros da União Europeia num contexto de

integração.

Como já fora citado, nem todos os países participantes da UE cumpriram os

parâmetros de convergência que foram estipulados pelos acordos que regem a

criação da União Europeia. Os dados apresentados para as dívidas e gastos dos

países do bloco, demonstram que poucos realmente fizeram o dever de casa para

que as contas públicas seguissem em acordo com as regras em comum estipuladas,

isso somado aos fatores econômicos externos vivenciados pela União Europeia em

anos recentes, afetaram a taxa de desemprego do bloco.

O Gráfico 17 apresenta a taxa de desemprego das duas maiores economias

da UE, Alemanha e França, e a taxa de desemprego para o acrônimo pejorativo

Page 71: A União Europeia e a Globalização Econômica

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PIIGS, utilizado pela imprensa britânica para designar o conjunto das economias de

Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, para o período de 2000 a 2005.

Dos países pertencentes à Zona do Euro, o grupo dos PIIGS são os que

estão em situação mais delicada, pois, foram os que apresentaram grande

indisciplina nos gastos públicos, em que seus valores para a dívida em relação ao

PIB, são maiores que sua capacidade produtiva.

O endividamento excessivo nesses países pressiona ainda mais a elevação

da taxa de desemprego, crises internas e manifestações sociais tem configurado o

cotidiano doloroso desses países e consequentemente desacelerando a economia

de toda a Europa, construída num âmbito de integração regional.

Para a Alemanha a média da taxa de desemprego flutuou em torno de 9%, a

maior taxa do período foi em 2005, quando atingiu a marca dos 10,5% de

desemprego. Já para a França a taxa média também foi de 9% e seu maior valor foi

em 2000, com uma taxa de desemprego em 10%.

Os valores para os PIIGS em média foram de 8,4% no período. Portugal

apresentou a maior taxa de desemprego de 7,7% em 2005, e a média para este país

foi de 5,8%. A Itália que em média obteve uma taxa de 9,2% atingiu seu maior valor

para a taxa de desemprego de 10,7% em 2000.

A Irlanda se manteve bem abaixo em termos de taxas de desemprego

quando comparado com os outros países que compõem o grupo dos PIIGS, para

este país a taxa média se deu em patamares dos 4,6%, enquanto seu maior pico de

taxa de desemprego foi de 5,7% em 2000.

Os dois países que se seguem representam o grande caso delicado desse

grupo dos PIIGS. Grécia e Espanha apresentam os piores resultados para o período

de 2000 a 2005 analisados. A Grécia obteve a marca de 10,6% para a taxa média

de desemprego do período, e seu maior valor para a taxa chegou a 11,4% no ano de

2000.

O caso da Espanha é ainda mais grave, para o mesmo período, o país

apresentou uma média para a taxa de desemprego de 11,6% e o maior valor

alcançado para a taxa foi de 13,6% no ano de 2000.

Page 72: A União Europeia e a Globalização Econômica

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GRÁFICO 17: Taxa de desemprego da Alemanha, França e PIIGS – 2000 a 2005 Fonte: europa.eu, elaboração gráfica do autor.

O período que se segue, ou seja, de 2006 a 2011, continuam apresentando

tendências de crescimento para os valores da taxa de desemprego dos países que

compõem o grupo dos PIIGS. O Gráfico 18 sintetiza essa expansão da taxa de

desemprego para o período de 2006 a 2011.

A Alemanha obteve a maior taxa de desemprego de 10,7% em 2006, e a

taxa média para o período foi de 8,7%, modestamente abaixo do período anterior de

2000 a 2005 que foi de 9%. Para a França os valores para a taxa de desemprego se

mantiveram nos mesmos patamares do período anterior analisado, pois, a taxa

média de 2006 a 2011 foi de 9%, a mesma do período anterior, e a maior taxa de

desemprego foi de 9,7% no ano de 2011.

Os PIIGS apresentaram uma taxa média de desemprego de 9,4% para o

período, 1% maior que o período anterior.

Portugal apresentou sua maior taxa de desemprego em 2011, atingindo o

patamar dos 11,9%, e sua média no período foi de 9,5%. A Itália obteve a média de

Page 73: A União Europeia e a Globalização Econômica

73

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7,3% de 2006 a 2011, taxa declinante em relação ao período anterior, e seu maior

percentual de taxa de desemprego foi de 8,2% em 2011. Os números para a taxa de

desemprego na Irlanda, apresentaram as marcas de 7,6% para a taxa média do

período, que sofreu uma relevante expansão quando comparada com a taxa média

do país para o período anterior de 2000 a 2005 que foi de 4,6%, e seu maior valor

para taxa de desemprego de 2006 a 2011 foi de 13,3% em 2011.

A Grécia e Espanha ainda continuaram mantendo uma taxa de desemprego

crescente e com média superior aos outros países pertencentes aos PIIGS. Para a

Grécia, a taxa média de desemprego foi de 9,8%, e seu maior valor para a taxa foi

de 13,2% em 2011. A Espanha obteve a média 12,8% no período, e seu maior valor

para a taxa de desemprego foi de 19,9%, país tal, que apresenta o caso mais grave

no tocante ao alto desemprego em 2011.

GRÁFICO 18: Taxa de desemprego da Alemanha, França e PIIGS – 2006 a 2011 Fonte: europa.eu, elaboração gráfica do autor.

Page 74: A União Europeia e a Globalização Econômica

74

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Para melhor visualizar a tendência de crescimento da taxa de desemprego

da União Europeia, do período compreendido de 2000 a 2011, o Gráfico 19

apresenta as curvas com a tendência de expansão da taxa média de desemprego

da União Europeia, a taxa de desemprego ano a ano para as duas maiores

economias da União Europeia, Alemanha e França, e a taxa de desemprego ano a

ano do grupo dos PIIGS e do Reino Unido.

Nota-se no gráfico 19 que a taxa de desemprego da União Europeia, é

fortemente influenciada pelo grupo dos PIIGS, e os casos mais graves são os da

Espanha e Grécia, em relação à taxa de desemprego, contudo, a Espanha desponta

na expansão da taxa de desemprego na casa dos 20% em 2011.

O gráfico 19 apresenta ainda a taxa de desemprego para o Reino Unido, de

forma a demonstrar que o Reino Unido obteve taxas médias para o período disposto

no gráfico em torno de 5,6%, a peculiaridade que reside em colocar o Reino Unido

contra UE e PIIGS é o fato de que ele não faz parte da Zona do Euro, e não está

totalmente sujeito aos parâmetros de convergência estipulados pela União Europeia,

mas mesmo assim apresenta resultados relevantes no período analisado.

GRÁFICO 19: Tendência de crescimento da taxa de desemprego da União Europeia, Alemanha e França, PIIGS e Reino Unido – 2000 a 2011 Fonte: europa.eu, elaboração gráfica do autor

Page 75: A União Europeia e a Globalização Econômica

75

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3.5 POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM (PAC)

Para melhor compreender como funcionam os subsídios, faz-se menção da

Microeconomia para explicar esse elemento econômico recorrente.

Na teoria Microeconômica, o conceito de restrição orçamentária observa as

combinações de bens e serviços, medidos em termos de uma cesta hipotética de

bens, em que os consumidores, dada sua renda e os preços dos bens e serviços

disponíveis no mercado, podem realizar o seu consumo. Num contexto de restrição

orçamentária, os subsídios praticados na economia, auferem impactos diretos e

indiretos no preço dos bens e serviços ofertados à sociedade, por conseguinte, as

cestas de consumo das quais os indivíduos poderão consumir.

Os governos escolhem combinações entre impostos e subsídios de forma a

afetar o consumo na economia. Os subsídios são o contrário dos impostos, ou seja,

ao passo em que os impostos aumentam os preços dos bens, os subsídios de forma

inversa os diminuem.

Os subsídios dados pelo governo sejam na produção de algum bem ou

serviço, ou para que o consumidor possa realizar um consumo que não seria

possível sem a intervenção do governo via subsídio, esse mecanismo afeta a reta

orçamentária dos consumidores individuais e assim, o consumo agregado de um

país como um todo.

Varian (2006) aponta a existência de subsídios de quantidade, subsídios ad

valorem (sobre o valor) e os de montante fixo.

No subsídio de quantidade há uma relação com o quanto o consumidor

consome do bem para que o mesmo seja subsidiado, em que o governo dá o

subsídio em função da quantidade que cada consumidor individual consome. De

forma análoga, o subsídio ad valorem tem por base o preço do bem subsidiado. No

subsídio de montante fixo, ocorre a expansão da renda do consumidor, ou seja, é

como se o governo se desapropriasse de uma quantia fixa de dinheiro,

independente do comportamento do indivíduo, expandindo sua renda monetária

deslocando a reta orçamentária para fora, em que o consumidor poderá adquirir

novas cestas de consumo, dado a nova renda expandida com o subsídio de

montante fixo.

Page 76: A União Europeia e a Globalização Econômica

76

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A União Europeia pratica fortemente políticas de subsídios de forma a afetar

o bem estar social nos seus estados membros, em que os subsídios mais comuns

na UE, são os subsídios agrícolas, que por meio da Política Agrícola Comum (PAC),

instituída pelo tratado de Roma em 1958, oferece aos produtores agrícolas grandes

subsídios nessa área.

A PAC propõe uma harmonização entre uma produção alimentar adequada

e a viabilidade econômica de suas comunidades rurais, com vistas a uma consciente

contribuição aos aspectos ambientais, referentes à biodiversidade, alterações

climáticas, administração efetiva de recursos hídricos e bioenergia. Suas

preocupações residem na qualidade de seus produtos e não apenas em fatores

quantitativos.

A Comissão Europeia para a Agricultura (2012, p.14) afirma que nos 27

Estados Membros cerca de 90% do território são zonas rurais, que abrigam 60% da

população.

Segundo o site oficial da União Europeia, antigamente a prioridade da

política agrícola da UE era a produção voltada para suprir a escassez ocasionada

pela guerra, utilizando mecanismos de subsídios e compra de excedentes

produtivos. Porém, nos dias de hoje a prioridade desta política é permitir que os

produtores de todo tipo – laticínios, carnes, frutas, cereais, produtos hortícolas ou

vinhos, possam:

Produzir alimentos seguros, de elevada qualidade e em quantidade

suficiente para os consumidores europeus;

Contribuir plenamente para o desenvolvimento econômico

diversificado das zonas rurais;

Respeitar normas muito elevadas em matéria de proteção do

ambiente e de bem estar dos animais.

A União Europeia busca a competitividade para seus produtos por meio da

oferta de produtos com alta qualidade, que são produzidos com rótulos indicando a

localização geográfica e as condições físicas e biológicas aos quais foram

produzidos aqueles produtos. O site da UE, ainda aponta que os produtores através

de uma rede de segurança de apoio a agricultores, que pode ser utilizada em casos

Page 77: A União Europeia e a Globalização Econômica

77

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de catástrofes naturais, surto de doenças em animais, ou desequilíbrios no mercado

que comprometam setores da economia rural, recebem subsídios que

complementam sua renda para que os mesmos se encontrem em um nível de vida

digno, oferecendo em contrapartida cumprir com rigidez normas de higiene

pertinentes às exportações agrícolas, segurança alimentar, saúde e bem estar dos

animais, biodiversidade e preservação das paisagens.

Nesse contexto, os subsídios na União Europeia, representam uma boa

parcela dos gastos da UE, e se valem de ambientes de cooperativas agrícolas para

tornar os produtos ofertados mais competitivos. Para Tremea (2012, p.4), A

organização em cooperativas é uma prática bastante comum na Europa para dar

competitividade para os pequenos agricultores, no entanto, se não fossem as ajudas

governamentais, se o mercado ditasse os preços, eles tenderiam ao

desaparecimento.

Segundo (Tremea 2012 apud Farm Subsidy 2012) estima-se que há cerca

de oito milhões de beneficiários de subsídios na União Europeia, a grande maioria

recebedores individuais, em 2010 a eles foram repassados 55 bilhões de euros em

subsídios através da PAC, no entanto sob o abrigo da resolução que protege a

divulgação de dados de recebedores individuais, apenas 563 mil recebedores

haviam divulgado os dados relativos aos valores recebidos e referente ao uso de

apenas 15,4 bilhões de euros, cerca de 28% do total dos recursos.

Tremea (2012) ainda complementa afirmando que a Farm Subsidy fez um

levantamento de dados para 2010, analisando 1.330 recebedores com mais de 1

milhão de euros cada, mostrando, uma divulgação de agentes intermediários e não

de beneficiários finais, o que dá espaço a pensar que pode haver uma destinação

capciosa para esses recursos.

Com referencia a esses 1.330 recebedores da União Europeia, a Tabela 4

apresenta a descrição dos dez maiores recebedores para 2010.

Page 78: A União Europeia e a Globalização Econômica

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Nome do Beneficiário

Atividade

País

Valores Recebidos

(em Euros)

Fondul de Garantare a

Creditului Rural – Ifn Sa

Banco Estatal Romênia 220.000.000,00

Edia Infraestruturas Alqueva Água, saneamento Portugal 103.070.334,00

Azucarera Ebro S. L. Açúcar Espanha 61.825.608,00

Xunta De Galicia Governo Espanha 45.767.443,00

Junta De Castilha Y León Governo Espanha 37.453.113,00

Vas Lauku Attistibas Fonds Banco Estatal Letônia 37.283.856.00

A.O.P F.In.A.F.Soc.Cons.ARL Cooperativa Rural Itália 33.642.063,00

Ministerstvo Zemedelstvi Ministério Agricultura Rep. Checa 32.514.339,00

Junta De Extremadura Governo Espanha 29.332.681,00

TereosSyral Iberia Açúcar Espanha 28.821.993,00

Total Recebido 629.711.370,00

TABELA 6: Os dez maiores recebedores de subsídios da União Europeia em 2010. Fonte: Farm Subsidy. www.farmsubsidy.org. Acesso em outubro de 2012

.

A “Farm Subsidy”, também apresenta dados de 2002 a 2009, no qual estima

que os dez maiores recebedores de subsídios foram multinacionais europeias, das

quais nove delas são produtores de açúcar, em que a soma de seus recebimentos

supera a marca de 1 bilhão de euros.

Sustentando o argumento anterior, a Tabela 7 apresenta os dados dos dez

maiores recebedores de subsídios da União Europeia de 2000 a 2009.

Empresa

Períodos

iniciais

até 2009

País

Atividade

Principal

Valores em

Euros

Saint L.Sucre S.A 2004 França Açúcar 196.464.108

Tereos 2004 França Açúcar 177.711.982

Krajowa 2006 Polônia Açúcar 137.308.060

Azucarera Ebro 2000 Espanha Açúcar 127.108.437

Doux 2004 França Carnes de aves 119.202.517

Raffinerie Tirlem. 2002 Bélgica Açúcar 81.365.071

Page 79: A União Europeia e a Globalização Econômica

79

[Digite texto]

continua

Sudzucker 2006 Polônia Açúcar 66.539.556

Cristal Union Sca 2004 França Açúcar 57.519.972

Isera Scaldis 2002 Bélgica Açúcar 53.749.688

Pfeifer & Langen 2006 Polônia Açúcar 53.413.960

Total Recebido 1.070.383.351 TABELA 7: Os dez maiores recebedores de subsídios da União Europeia desde 2000. Fonte: Farm Subsidy. www.farmsubsidy.org. Acesso em outubro de 2012

Para Tremea (2012, p.7), nota-se que aos fundos que se originam dos

direitos aduaneiros e agrícolas se somam as tarifas quotas que se cobram das

importações de açúcar, ficando bastante claro ser o setor açucareiro o mais

protegido da União Europeia, como se observa na Tabela 7, o que mais recebe

transferências financeiras.

A PAC, apesar de beneficiar os produtores da União Europeia, salvando-os

em tempos de crises e intempéries, subsidiando sua produção, até mesmo para que

haja maior competitividade de seus produtos em um âmbito de produtos ofertados

com um alto nível de qualidade, a PAC sofre muitas críticas, pois, ao passo que

seus produtos são subsidiados, chegam ao Comércio Internacional com distorções

de preços, ou seja, os produtos agrícolas chegam ao Comércio Internacional com

competitividade superficial frente aos produtos de outros países, o que impede a

entrada desses países na União Europeia, um exemplo disso é o Brasil, que

apresenta o menor custo de produção para o açúcar, porém, o açúcar brasileiro não

tem competitividade na comercialização com a Europa.

Em 2014 vigorará a PAC reformada, seguindo as mesmas diretrizes

estipuladas em sua criação, porém, atentando mais para questões distributivas

eficientes, onde prevê a entrega de subsídios individuais de apenas 300 mil euros

por ano e por atividade agrícola, com intervenções do setor público em assuntos de

aquisições, armazenamento e seguros que funcionam como um fator de prevenção

contra oscilações de mercado que possam prejudicar os produtores.

Page 80: A União Europeia e a Globalização Econômica

80

[Digite texto]

4. O CASO GRÉCIA E AS PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE DO EURO

A Grécia é o berço da civilização e da democracia ocidental. Seu legado

histórico comporta não apenas uma nova enxurrada de pensamentos nas diversas

áreas do conhecimento conjecturadas pelos pensadores gregos da antiguidade

clássica, mas também, a primeira ruptura do pensamento humano que realmente

altera o percurso evolutivo da civilização ocidental. Suas ruas transpiram cultura,

seus habitantes andam a passos firmes e confiantes, orgulhosos pela herança

imponente do passado histórico deixado pelos seus antepassados, contudo, o

retrato que se vê da Grécia atual, inserida na União Europeia e participante da Zona

do Euro, é bem diferente de seu passado cheio de glórias, muito pelo contrário, a

Grécia atual demonstra um presente vergonhoso e doloroso, e um futuro de

continuidade na União Europeia duvidoso.

A crise que se alastra pela Europa e pelos mercados globais tem colocado

em pauta a forma como os países europeus estão conduzindo suas economias, em

um contexto que deve ser guiado pela inerência do coletivo em detrimento do

individual, e esse não foi exatamente o receituário seguido por muitos países da UE,

com destaque especial para a Grécia.

O pânico global que a economia mundial vem sofrendo desde 2010, com

raízes nas dívidas eminentes de alguns estados europeus, mais especificamente o

grupo dos PIIGS, países que apresentaram os piores desempenhos na condução de

suas economias, centrando-se inicialmente nos títulos da Grécia, espalha-se

rapidamente pelos países da União Europeia e a economia mundial.

Muito se fala que os problemas pertinentes à crise da Europa, residem

apenas no fato de alguns de seus estados membros estarem conduzindo suas

economias com muita irresponsabilidade fiscal. Dado a crise estabelecida, o bloco

tenta, diga-se de passagem, com o intuito de salvaguardar os interesses do capital

financeiro, restabelecer a capacidade dos países endividados para terem condições

novamente de honrar suas dívidas pela via de ajustes recessivos, contudo, os

problemas atuais que afligem os estados europeus, sobretudo, a Grécia, foram

gerados a partir da crise de 2008/2009, e até mesmo nos termos do Acordo de

Maastricht que impõe certas amarras ao crescimento econômico da União Europeia,

ao passo que acaba criando um ambiente favorável à emergência de crises fiscais.

Page 81: A União Europeia e a Globalização Econômica

81

[Digite texto]

No acordo de Maastricht em 1992, passou-se a condução da política

monetária para o controle do Banco Central Europeu e a política fiscal foi

condicionada ao Pacto de Estabilidade e Crescimento, que a inviabiliza quando

restringe o déficit fiscal a 3% do PIB e a divida pública em 60% do PIB, que em

contrapartida visa uma meta de inflação de 2% a ser perseguida, ou seja, o espaço

da política fiscal num contexto de déficit público fica sujeito a 1% do PIB, que

descreve o conceito operacional em que elimina os efeitos da inflação.

Complementando os argumentos anteriores, Contijo (2012) afirma que a

política monetária e os juros elevados valorizaram o euro, com consequências

negativas ao crescimento econômico. O autor ainda argumenta que a União

Europeia ficou de fora do ultimo ciclo de expansão da economia mundial de 2003 a

2007, que ao invés de expandir o saldo em conta corrente, como fizeram os países

em desenvolvimento, a UE experimenta um déficit em conta corrente de US$500,4

bilhões de dólares acompanhada de uma queda de US$38 bilhões de dólares em

reservas cambiais. No Anexo C da página 107 deste trabalho consta a tabela de

reservas cambiais da Zona do Euro e de algumas nações, de 2002 a 2010.

Da entrada do Euro em circulação em 2002 até períodos recentes, a Grécia

vem apresentando um déficit superior ao limite convencionado em Maastricht,

alcançando mais de 163% de dívida em relação ao seu PIB em 2010. Desde 1948

nenhum país Europeu esteve à beira de dar um calote, o que evidentemente após

mais de 60 anos, a Grécia em 2010, colocaria diante da mesa europeia a iminente

possibilidade de um calote histórico.

Acreditava-se que a eventual saída da Grécia da Zona do Euro resultaria em

uma valorização da confiança no Euro, pois, seria retirado da Zona seu elo mais

fraco, contudo, o medo de contaminação que a saída da Grécia pudesse

desencadear uma série de crises bancárias e fuga de capitais em outros elos,

também frágeis, participantes da cadeia financeira da União Europeia, causou

grande incerteza nos mercados, ao passo que uma parte do mercado estava

confiante que a Grécia reagiria e faria o possível para sair da crise, e por outro lado

uma parte do mercado acreditava que o calote Grego seria inevitável. Nesse

sentido, a moeda única europeia começa a perder força no cenário econômico, o

que suscita dúvidas cada vez maiores sobre a efetividade do Euro e se realmente

sua procrastinação na Europa é de fato relevante.

Page 82: A União Europeia e a Globalização Econômica

82

[Digite texto]

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar toda a contextualização histórica da União Europeia, passando

por cada estágio de seu desenvolvimento e alargamento, até a implantação e a pós-

inserção do Euro, algumas conclusões podem ser auferidas sobre a temática

discutida.

Dado o cenário econômico mundial, que vem experimentando uma nova era

ocasionada pelos desafios presentes nas sociedades modernas trazidos com a

Globalização Econômica, pairam sobre a Europa nuvens de crises e

desregulamentação dos seus mercados.

De todos os estados membros que foram e estão sendo afligidos pela

recessão na Europa, o caso Grécia apresentado, é um grande exemplo de que a

Europa não estava preparada para que se fosse concretizado e harmonizado uma

empreitada de largas proporções para a integração total do bloco, ou seja, a criação

de uma moeda única. Em todo o período analisado que constam nas tabelas

referentes aos dados econômicos da União Europeia, a Grécia não cumpriu em

nenhum momento o que foi estipulado nas diretrizes da UE, pois, já entrou no bloco

com uma dívida altíssima em relação a seu PIB.

As conjunturas modernas, em sua grande maioria, são pautadas em

sociedades democráticas, a democracia, objeto de orgulho global, um sinônimo de

justiça social e mecanismo de ajustes desiguais das sociedades, também comporta

um lado um tanto perverso, quando permite que se use a mesma democracia que

faz uma sociedade livre, tornar-se escrava de seus próprios descaminhos. Não é

complicado de se constatar, porém, necessita-se de uma dose de intuição para

averiguar tal fato. Um exemplo é o populismo governamental que em nome de uma

suposta “democracia”, acaba sufocando a sociedade num marasmo profundo que

atendem interesses superficiais individuais de curto prazo, que na realidade fazem

com que a economia experimente um “voo de galinha”, tal qual na verdade não voa

plenamente, mas opera superficialmente uma decolagem de curto prazo.

Os altos gastos praticados na Europa com a Política Agrícola Comum (PAC)

descrevem em larga escala que os Europeus vivem como se os recursos para as

necessidades de financiamentos fossem ilimitados, como se ignorassem o princípio

fundamental da Economia, em que os recursos são limitados e as necessidades

Page 83: A União Europeia e a Globalização Econômica

83

[Digite texto]

humanas ilimitadas e o objetivo da economia é encontrar um equilíbrio que venha

alocar da melhor maneira possível esses recursos escassos para satisfazer as

necessidades humanas. Embora a PAC reformada apresente critérios mais

rigorosos e subsídios menos densos para os agricultores, como já foi discutido, que

na ausência de subsídios seria inviável para muitos produtores manter-se no

mercado, ela ofereceu por muito tempo altos subsídios na Europa com critérios não

tão severos para concretização do repasse dos subsídios.

Apesar de expressar um grande custo para a Europa, os subsídios nessa

área são tomados como forma de preservação ambiental, cultural e até mesmo a

preservação da dignidade humana, em que permite a alguns agricultores realizar

sua produção, que antes seria inviável sem a presença dos subsídios, entretanto,

essas transferências em forma de subsídios estão inerentes ao desempenho da

economia, o crescimento de seu Produto Interno Bruto que gera recursos para que a

gama de subsídios também seja gerada, dado que a Europa passa por difíceis

momentos de crise, tudo indica que com a contração do PIB, os repasses com

subsídios se tornarão ainda mais delicados.

A PAC por um lado é caríssima para os cofres europeus, mas por outro lado

diante da crise atual, retirar esses subsídios seria como afundar ainda mais as

economias do bloco para um colapso econômico e social.

No tocante ao Euro, as intenções que ele pretendia alcançar eram

extremamente fantásticas, o sistema Euro é excelente, em que possibilita maior

flexibilidade em assuntos econômicos, que permitem que o comércio entre os países

intrabloco sejam mais facilitados e realizados em tempos menores, porém, ao

agregar economias heterogêneas, coloca em risco suas perspectivas de

continuidade e alargamento.

A Zona do Euro não estava preparada para receber uma moeda única. Em

tempos de abonança não eram visíveis as bolhas que cresciam constantemente na

Europa, porém, na presença da crise, todos os podres presentes na má formação do

bloco emergiram. Exemplos dos podres do bloco são as bolhas habitacionais na

Irlanda e na Espanha, que apresenta abonança em tempos bons, porém, na

realidade retrata uma panela de pressão preste a explodir, que cozinha em seu

interior múltiplas crises.

Page 84: A União Europeia e a Globalização Econômica

84

[Digite texto]

O Modelo Europeu de sociedade pautado em uma conjuntura democrática,

dentro de um contexto de Globalização Econômica, necessita que haja uma

estrutura entre seus estados membros de economias sólidas para que a moeda

única “Euro” atinja os objetivos almejados pelos seus idealizadores. A Integração do

bloco tira a ação individual na condução de suas políticas monetárias e outorga uma

autoridade supranacional que conduzirá tal política. É provável que a Europa não

esteja nesse nível político que permita repassar o poder sobre sua política

monetária, para uma autoridade supranacional. No futuro o Euro pode vir a ser a

moeda desses países que apresentam economias sólidas e experimentam um

melhor posicionamento econômico no cenário mundial.

Page 85: A União Europeia e a Globalização Econômica

85

[Digite texto]

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELASSA. B. Teoria de La Integracion Economica, 1ªed. México, 1964. BERTONHA, F. J. União Europeia no início do século XXI: expansão geográfica, indefinição política e irrelevância estratégica. Meridiano 47. Vol. 11, n.120, jul.-ago

2010. p. 25 a 32. BLANCHARD, O. Macroeconomia. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 600 p. BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo – Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 1996. BRESSER PEREIRA, L. C. Cinco Modelos de Capitalismo. Textos para Discussão Escola de Economia de São Paulo Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, v.280,

n.1, 2011. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/papers/2011/11.32.Modelos_de_capitalismo-TD-

280.pdf>. Acesso em: 10 agosto 2012. COELHO, T. M. S. B. Integração Econômica Regional: Que perspectivas para Timor leste (A Asean e o grupo ACP) – Lisboa, 2003, 201 p. Tese (Mestrado em

Desenvolvimento e Cooperação Internacional). Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2003. COMISSÃO EUROPEIA: Agricultura e Desenvolvimento Rural. A Política Comum Agrícola Explicada. Disponível em: <http://ec.europa.eu/agriculture/index_pt.htm>. Acesso em 08 outubro 2012. COMISSÃO EUROPEIA. A Política Aduaneira da União Europeia, Luxemburgo,

1999. CONTIJO, C. Why PIGS Can’t Fly. Revista Economistas – abril 2012, nº7. Disponível em: <http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=1292>. Acesso em: 08 outubro 2012. COSTA, A. O Fracasso da Globalização. 1ª ed. Aparecida: Ideias e Letras, 2004.

160 p. CUNHA, A. M. P. As limitações da democracia na formação da União Europeia, Barueri, SP: Manole, 2004. HERZ, M.; HOFFMANN, A. R. Organizações Internacionais: história e praticas.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. JORNAL Oficial da União Europeia. Disponível em: <http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2010:083:FULL:PT:PDF> Acesso em: 25 de maio de 2012.

Page 86: A União Europeia e a Globalização Econômica

86

[Digite texto]

MANKIW, G. N. Introdução à Economia. 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 852p. MORE, R. F. Integração Econômica Internacional. Disponível em:

<http://www.more.com.br/artigos/Integracao%20Economica%20Internacional.pdf>. Acesso em: 14 de abril 2012. OVERTVELDT, V. J. O Fim do Euro: A história da moeda da União Europeia e seu futuro incerto. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 223 p. PECHT, W. Integração Econômica e Comércio Exterior Regional o Estado e a Integração Econômica no Mercosul. Disponível em:

<http://www.fundap.sp.gov.br/publicacoes/TextosTecnicos/download/Mercosul.PDF>Acesso em: 17 de abril 2012. PINTO, A. T. O que a Globalização está fazendo com o planeta? – avanços tecnológicos; impactos na educação e resgate da identidade cultural. Disponível em: <http://www.fsma.edu.br/visoes/ed03/3ed_artigo2.pdf> Acesso em: 02 de setembro 2012. RAMOS, L.; MARQUES, S. F.; JESUS, D. S. V. de J. A União Europeia e os Estudos de Integração Regional. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. 145p. RIFKIN, J. O Sonho Europeu. 1ª ed. São Paulo: M. Books, 2005. 402 p.

TRATADOS da UE. Disponível em: <http://europa.eu/abc/treaties/index_pt.htm> Acesso em: 15 de agosto 2012. TREMEA, J.C.N. Os Subsídios agrícolas europeus: características e perspectivas para o comércio mundial de açúcar. Disponível em:

<http://www.admpg.com.br/2012/index.php?id=217> Acesso em 9 de outubro 2012. TREMONTI, G. La Paura e La Speranza. 1ª ed. Itália: Mondadori, 2008. 120 p. VARIAN, H. R. Microeconomia Princípios Básicos: Uma abordagem Moderna. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 807 p.

Page 87: A União Europeia e a Globalização Econômica

87

[Digite texto]

ANEXO A – OS TRATADOS DA UNIÃO EUROPEIA E SUAS ALTERAÇÕES

Page 88: A União Europeia e a Globalização Econômica

88

[Digite texto]

TRATADO (CECA) E OS TRATADOS QUE O ALTERARAM

Tratados Data de Assinatura

Entrada em Vigor Jornal Oficial

Tratado que institui a Comunidade

Europeia do Carvão e do Aço

18.4.1951

23.7.1952

Caducou em

23.7.2002

Não publicado

Tratado de Fusão

8.4.1965

1.7.1967

JO 152 de 13.7.1967

Tratado que altera algumas

disposições orçamentais

22.4.1970

1.1.1971

JO L 2 de 2.1.1971

Tratado que altera algumas

disposições financeiras

22.7.1975

1.6.1977

JO L 359 de 31.12.1977

Tratado sobre a Groelândia

13.3.1984

1.1.1985

JO L 29 de 1.2.1985

Ato Único Europeu

28.2.1986

1.7.1987

JO L 169 de 29.6.1987

Tratado da União Europeia (Tratado

de Maastricht)

7.2.1992

1.11.1993

JO C 191 de 29.7.1992

Tratado de Amsterdão

2.10.1997

1.5.1999

JO C 340 de 10.11.1997

Tratado de Nice

26.2.2001

1.2.2003

JO C 80 de 10.3.2001

Page 89: A União Europeia e a Globalização Econômica

89

[Digite texto]

Tratados de Adesão

Data de Assinatura

Entrada em Vigor Jornal Oficial

Tratado de Adesão do Reino Unido, da

Irlanda e da Dinamarca

22.1.1972

1.1.1973

JO L 73 de 27.3.1972

Tratado de Adesão da Grécia

28.5.1979

1.1.1981

JO L 291 de 19.11.1979

Tratado de Adesão de Espanha e

Portugal

12.6.1985

1.1.1986

JO L 302 de

15.11.1985

Tratado de Adesão da Áustria, da Finlândia e da

Suécia

24.6.1994

1.1.1995

JO C 241 de 29.8.1994

Fonte: <http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/treaties_ecsc_pt.htm>

Page 90: A União Europeia e a Globalização Econômica

90

[Digite texto]

TRATADO (CEE) E OS TRATADOS QUE O ALTERARAM

Tratados Data da Assinatura

Entrada em Vigor

Jornal Oficial

Tratado que institui a

Comunidade Econômica

Europeia (CEE)

25.3.1957

1.1.1958

Não publicado

Tratado de Fusão

8.4.1965

1.7.1967

JO 152 de 13.7.1967

Tratado que altera algumas

disposições

orçamentais

22.4.1970

1.1.1971

JO L 2 de 2.1.1971

Tratado que altera algumas

disposições financeiras

22.7.1975

1.6.1977

JO L 359 de 31.12.1977

Tratado sobre a Groelândia

13.3.1984

1.1.1985

JO L 29 de 1.2.1985

Ato Único Europeu

28.2.1986

1.7.1987

JO L 169 de 29.6.1987

Tratado da União Europeia (Tratado

de Maastricht)

7.2.1992

1.11.1993

JO C 191 de 29.7.1992

Tratado de Amsterdã

2.10.1997

1.5.1999

JO C 340 de 10.11.1997

Tratado de Nice

26.2.2001

1.2.2003

JO C 80 de 10.3.2001

Tratado de Lisboa

13.12.2007

1.12.2009

JO C 306 de

Page 91: A União Europeia e a Globalização Econômica

91

[Digite texto]

17.12.2007

Tratados de Adesão

Data da Assinatura

Entrada em Vigor Jornal Oficial

Tratado de Adesão do Reino

Unido, da Irlanda e da Dinamarca

22.1.1972

1.1.1973

JO L 73 de 27.3.1972

Tratado de Adesão da Grécia

28.5.1979

1.1.1981

JO L 291 de 19.11.1979

Tratado de Adesão da

Espanha e de Portugal

12.6.1985

1.1.1986

JO L 302 de 15.11.1985

Tratado de Adesão da Áustria, da Finlândia e da

Suécia

24.6.1994

1.1.1995

JO C 241 de 29.8.1994

Tratado de Adesão dos dez novos Estados-

Membros

16.4.2003

1.5.2004

JO L 236 de 23.9.2003

Tratado de Adesão da

Bulgária e da Romênia

25.4.2005

1.1.2007

JO L 157 de 21.6.2005

Fonte:< http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/treaties_eec_pt.htm>

Page 92: A União Europeia e a Globalização Econômica

92

[Digite texto]

TRATADO (ACTO ÚNICO EUROPEU) E OS TRATADOS QUE O ALTERARAM

Tratados Data da Assinatura

Entrada em Vigor Jornal Oficial

Acto Único Europeu

28.2.1986

1.7.1987

JO L 169 de 29.6.1987

Tratado da União Europeia (Tratado

de Maastricht)

7.2.1992

1.11.1993

JO C 191 de 29.7.1992

Tratado de Amsterdão

2.10.1997

1.5.1999

JO C 340 de 10.11.1997

Tratado de Nice

26.2.2001

1.2.2003

JO C 80 de 10.3.2001

Tratado de Lisboa

13.12.2007

1.12.2009

JO C 306 de 17.12.2007

Tratados de Adesão

Data da Assinatura

Entrada em Vigor Jornal Oficial

Tratado de Adesão da Áustria, da Finlândia e da

Suécia

24.6.1994

1.1.1995

JO C 241 de

29.8.1994

Tratado de Adesão dos dez novos

Estados-Membros

16.4.2003

1.5.2004

JO L 236 de 23.9.2003

Tratado de Adesão da Bulgária e da

Romênia

25.4.2005

1.1.2007

JO L 157 de 21.6.2005

Fonte:< http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/treaties_singleact_pt.htm>

Page 93: A União Europeia e a Globalização Econômica

93

[Digite texto]

ANEXO B – AS INSTITUIÇÕES E ÓRGÃOS DA UNIÃO EUROPEIA

Page 94: A União Europeia e a Globalização Econômica

94

[Digite texto]

AS INSTITUIÇÕES

Parlamento Europeu

Conselho da União Europeia

Comissão Europeia

Órgãos Jurisdicionais

Tribunal de Contas Europeu ÓRGÃOS CONSULTIVOS

Comitê Econômico e Social Europeu

Comitê das Regiões OS OUTROS ÓRGÃOS

Banco Europeu de Investimento (BEI) e Fundo Europeu de Investimento (FEI)

Banco Central Europeu (BCE)

Provedor de Justiça Europeia

Autoridade Europeia para Proteção de Dados

OS ÓRGÃOS INTERINSTITUCIONAIS

Recrutamento dos funcionários: Serviço de Seleção do Pessoal (EPSO)

Serviço das Publicações da União (OPOCE)

Escola Europeia de Administração OS ÓRGÃOS DESCENTRALIZADOS – AS AGÊNCIAS

As Agências Comunitárias

Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (Cede-fop)

Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (EUROFOUND)

Agência Europeia do Ambiente (AEA)

Fundação Europeia para a Formação (ETF)

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT)

Agência Europeia de Medicamentos (EMEA)

Instituto de Harmonização no Mercado Interno (marcas, desenhos e modelos) – (IHMI)

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA)

Instituto Comunitário das Variedades Vegetais (ICVV)

Centro de Tradução dos Organismos da União Europeia (CdT)

Agência Europeia para Construção (ERA)

Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA)

Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA)

Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA)

Agência Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA)

Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (CEPCD)

Agência Ferroviária Europeia (AFE)

Agência Europeia da Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex)

Agência Europeia dos Produtos Químicos

Agência Comunitária de Controle das Pescas (ACCP)

Agência Europeia dos Direitos Fundamentais (FRA)

Autoridade Europeia Supervisora do GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite) As Agências no âmbito da Política Externa Comum

Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia (IES)

Page 95: A União Europeia e a Globalização Econômica

95

[Digite texto]

Centro de Satélites da União Europeia (CSUE)

Agência Europeia de Defesa

As Agências no âmbito da Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal

EUROPOL: Serviço Europeu de Polícia

Eurojust

Academia Europeia de Polícia – AEP

As Agências de execução

Estatuto das agências de execução da União Fonte: <http://europa.eu/>

Page 96: A União Europeia e a Globalização Econômica

96

[Digite texto]

ANEXO C – DADOS ECONÒMICOS DA UNIÃO EUROPEIA

Page 97: A União Europeia e a Globalização Econômica

97

[Digite texto]

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ZONA DO EURO – em bilhões a preços constantes 1999 a 2006

País Descrição Escala 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Áustria PIB Bilhões €217.67 €225.66 €227.59 €231.45 €233.45 €239.49 €245.24 €254.24

Áustria % PIB 3.54 3.67 0.86 1.69 0.87 2.59 2.40 3.67

Bélgica PIB Bilhões €292.72 €303.46 €305.91 €310.07 €312.57 €322.79 €328.38 €337.25

Bélgica % PIB 3.54 3.67 0.81 1.36 0.81 3.27 1.73 2.70

Chipre PIB Bilhões €10.89 €11.44 €11.90 €12.15 €12.38 €12.90 €13.40 €13.96

Chipre % PIB 4.83 5.02 4.02 2.13 1.87 4.24 3.86 4.13

Estônia PIB Bilhões €7.02 €7.72 €8.30 €8.96 €9.66 €10.27 €11.18 €12.31

Estônia % PIB -0.3 9.97 7.52 7.94 7.77 6.34 8.85 10.10 Finlândia PIB Bilhões €125.51 €132.20 €135.21 €137.69 €140.47 €146.26 €150.52 €157.16

Finlândia % PIB 3.90 5.32 2.28 1.83 2.01 4.13 2.92 4.41 França PIB Bilhões €1,528.74 €1,587.93 €1,616.34 €1,631.60 €1,649.11 €1,684.72 €1,716.19 €1,761.80

França % PIB 3.18 3.87 1.79 0.94 0.89 2.35 1.87 2.66 Alemanha PIB Bilhões €2,090.88 €2,159.78 €2,195.15 €2,195.71 €2,187.25 €2,202.60 €2,220.95 €2,307.32

Alemanha % PIB 1.75 3.30 1.64 0.03 -039 0.70 0.83 3.89

Grécia PIB Bilhões €130.44 €136.28 €142.00 €146.88 €155.62 €162.41 €166.12 €173.78

Grécia % PIB 3.42 4.48 4.20 3.44 5.94 4.37 2.28 4.61

Irlanda PIB Bilhões €115.54 €126.29 €132.34 €140.11 €145.94 €152.52 €160.66 €169.20

Irlanda % PIB 9.92 9.30 4.79 5.87 4.16 4.51 5.34 5.31

Itália PIB Bilhões €1,319.59 €1,367.80 €1,393.28 €1,399.57 €1,398.92 €1,423.13 €1,436.38 €1,467.97

Itália % PIB 1.45 3.65 1.86 0.45 -0.05 1.73 0.93 2.20 Luxemburgo PIB Bilhões €23.43 €25.39 €26.03 €27.09 €27.51 €28.72 €30.28 €31.79

Luxemburgo % PIB 8.42 8.44 2.52 4.10 1.55 4.40 5.43 4.97 Malta PIB Bilhões --------- €4.61 €4.54 €4.66 €4.67 €4.65 €4.82 €4.96

Malta % PIB --------- ---------- -1.55 2.81 0.13 -0.51 3.67 2.88 Holanda PIB Bilhões €462.59 €480.83 €490.09 €490.46 €492.11 €503.11 €513.41 €530.83

Holanda % PIB 4.68 3.94 1.93 0.08 0.34 2.24 2.05 3.39

Portugal PIB Bilhões €146.42 €152.16 €155.16 €156.35 €154.92 €157.34 €158.56 €160.86

Portugal % PIB 4.07 3.92 1.98 0.76 -0.91 1.56 0.78 1.45

Eslováquia PIB Bilhões €38.29 €38.81 €40.17 €42.01 €44.01 €46.24 €49.31 €53.43

Page 98: A União Europeia e a Globalização Econômica

98

[Digite texto]

continua

Eslováquia % PIB 0.04 1.37 3.48 4.58 4.78 5.06 6.66 8.35

Eslovênia PIB Bilhões €17.81 €18.57 €19.11 €19.84 €20.42 €21.32 €22.18 €23.48

Eslovênia % PIB 5.33 4.27 2.94 3.83 2.93 4.40 4.01 5.85

Espanha PIB Bilhões €520.58 €546.89 €566.82 €582.33 €600.33 €619.88 €642.10 €668.28

Espanha % PIB 4.75 5.05 3.65 2.74 3.09 3.26 3.59 4.08 Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 99: A União Europeia e a Globalização Econômica

99

[Digite texto]

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ZONA DO EURO – em bilhões a preços constantes 2007 A 2013

País Descrição Escala 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Áustria PIB Bilhões €263.67 €267.35 €257.16 €263.11 €271.29 €273.83 €278.84

Áustria % PIB 3.71 1.40 -3.81 2.32 3.11 0.94 1.83

Bélgica PIB Bilhões €347.03 €350.35 €340.40 €348.11 €354.70 €354.73 €357.66

Bélgica % PIB 2.90 0.96 -2.84 2.27 1.89 0.01 0.83

Chipre PIB Bilhões €14.67 €15.19 €14.91 €15.08 €15.16 €14.98 €15.10

Chipre % PIB 5.09 3.59 -1.86 1.14 0.50 -1.16 0.79

Estônia PIB Bilhões €13.23 €12.75 €10.93 €11.18 €12.03 €12.28 €12.71

Estônia % PIB 7.49 -3.67 -14.26 2.26 7.64 2.03 3.56 Finlândia PIB Bilhões €165.55 €166.04 €152.16 €157.84 €162.35 €163.29 €166.29

Finlândia % PIB 5.34 0.29 -8.35 3.73 2.86 0.58 1.84 França PIB Bilhões €1,801.15 €1,797.61 €1,750.32 €1,744.50 €1,804.93 €1,813.52 €1,831.80

França % PIB 2.23 -0.20 -2.63 1.38 1.72 0.48 1.01 Alemanha PIB Bilhões €2,385.61 €2,404.91 €2,282.79 €2,364.09 €2,436.33 €2,451.31 €2,487.42

Alemanha % PIB 3.39 0.81 -5.08 3.56 3.06 0.62 1.47

Grécia PIB Bilhões €179.05 €178.80 €172.98 €166.91 €155.46 €148.08 €148.15

Grécia % PIB 3.03 -0.14 -3.26 -3.51 -6.86 -4.75 0.05

Irlanda PIB Bilhões €177.96 €172.67 €160.60 €159.91 €161.03 €161.87 €165.15

Irlanda % PIB 5.18 -2.97 -7.00 -0.43 0.71 0.52 2.03

Itália PIB Bilhões €1,492.67 €1,475.41 €1,394.35 €1,419.51 €1,425.63 €1,398.44 €1,394.41

Itália % PIB 1.68 -1.16 -5.49 1.80 0.43 -1.91 -0.29 Luxemburgo PIB Bilhões €33.90 €34.15 €32.34 €33.21 €33.54 €33.47 €34.11

Luxemburgo % PIB 6.64 0.75 -5.30 2.68 1.00 -0.23 1.91 Malta PIB Bilhões €5.17 €5.38 €5.24 €5.36 €5.47 €5.54 €5.65

Malta % PIB 4.33 4.12 -2.71 2.30 2.06 1.24 2.04 Holanda PIB Bilhões €551.65 €561.60 €542.06 €550.91 €557.89 €555.10 €559.67

Holanda % PIB 3.92 1.80 -3.48 1.63 1.27 -0.50 0.82

Portugal PIB Bilhões €164.66 €164.65 €159.86 €162.07 €159.69 €154.50 €155.04

Portugal % PIB 2.37 -0.01 -2.91 1.38 -1.47 -3.25 0.35

Eslováquia PIB Bilhões €59.04 €62.43 €59.35 €61.84 €63.91 €65.44 €67.47

Page 100: A União Europeia e a Globalização Econômica

100

[Digite texto]

continua

Eslováquia % PIB 10.49 5.75 -4.93 4.18 3.35 2.40 3.10

Eslovênia PIB Bilhões €25.09 €25.99 €23.91 €24.24 €24.20 €23.95 €24.29

Eslovênia % PIB 6.87 3.59 -8.01 1.39 -0.18 -1.00 1.40

Espanha PIB Bilhões €691.53 €697.67 €671.58 €671.11 €675.87 €663.53 €664.36

Espanha % PIB 3.48 0.89 -3.74 -0.07 0.71 -1.83 0.13

Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 101: A União Europeia e a Globalização Econômica

101

[Digite texto]

GASTOS DO GOVERNO PARA A ZONA DO EURO – em bilhões a preços constantes 1999 a 2006

País Descrição Escala 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Áustria TOTAL Bilhões €106.54 €108.27 €109.81 €111.68 €115.42 €126.14 €122.53 €127.29

Áustria % PIB 53.47 51.94 51.26 50.64 51.30 53.74 49.96 49.14

Bélgica TOTAL Bilhões €119.72 €123.94 €127.60 €133.70 €140.95 €143.75 €157.98 €154.90

Bélgica % PIB 50.12 49.08 49.12 49.77 51.04 49.35 52.08 58.60

Chipre TOTAL Bilhões €3.37 €3.69 €4.07 €4.44 €5.19 €5.35 €5.87 €6.24

Chipre % PIB 37.62 37.82 38.60 40.72 44.64 42.70 43.79 43.26

Estônia TOTAL Bilhões €2.11 €2.15 €2.32 €2.66 €2.90 €3.35 €3.94 €4.63

Estônia % PIB 39.36 34.96 33.31 34.22 33.24 34.60 35.21 34.57 Finlândia TOTAL Bilhões €63.35 €64.00 €66.85 €70.44 €73.26 €76.50 €79.33 €81.62

Finlândia % PIB 51.79 48.42 48.00 49.04 50.34 50.24 50.39 49.24 França TOTAL Bilhões €719.05 €744.12 €772.65 €815.81 €847.96 ------------ €920.35 €952.57

França % PIB 52.65 51.64 51.63 52.84 53.37 53.34 53.63 52.93 Alemanha TOTAL Bilhões €966.89 €930.40 €1,005.06 €1,030.76 €1,049.21 €1,041.21 €1,050.25 €1,054.20

Alemanha % PIB 48.34 45.44 47.82 48.34 48.86 47.42 47.22 45.56

Grécia TOTAL Bilhões €54.38 €63.57 €66.32 €70.61 €77.14 €84.33 €86.10 €94.43

Grécia % PIB 44.02 46.64 45.29 45.09 44.74 45.52 44.19 44.69

Irlanda TOTAL Bilhões €30.10 €32.07 €38.02 €42.84 €45.36 €48.99 €53.64 €59.56

Irlanda % PIB 32.94 30.29 32.19 32.62 32.17 32.54 32.81 33.41

Itália TOTAL Bilhões €543.06 €550.03 €599.59 €613.69 €645.24 €664.33 €688.37 €723.58

Itália % PIB 47.89 45.90 47.75 47.14 48.09 47.53 47.92 48.46 Luxemburgo TOTAL Bilhões €7.79 €8.27 €8.61 €9.96 €10.79 €11.68 €12.57 €13.09

Luxemburgo % PIB 39.19 37.59 38.13 41.53 41.78 42.56 41.52 38.58 Malta TOTAL Bilhões --------- €1.73 €1.86 €1.94 €2.12 €2.05 €2.15 €2.25

Malta % PIB --------- 42.83 45.18 44.71 47.06 45.33 44.58 44.43 Holanda TOTAL Bilhões €177.73 €184.61 €203.06 €214.96 €224.62 €226.40 €229.97 €246.81

Holanda % PIB 46.02 44.17 45.35 46.21 47.10 46.09 44.79 45.69

Portugal TOTAL Bilhões €48.53 €52.24 €56.98 €59.29 €62.62 €66.48 €70.36 €71.36

Portugal % PIB 40.90 41.03 42.38 42.18 43.64 44.53 45.61 44.36

Eslováquia TOTAL Bilhões €16.26 €15.07 €16.59 €16.30 €17.01 €18.73 €20.09 €21.02

Page 102: A União Europeia e a Globalização Econômica

102

[Digite texto]

continua

Eslováquia % PIB 48.10 52.14 44.46 45.06 40.13 37.67 37.98 36.52

Eslovênia TOTAL Bilhões €6.97 €7.71 €8.81 €9.73 € 10.67 €11.55 €12.28 €13.21

Eslovênia % PIB 41.54 42.43 41.96 42.33 42.53 42.74 42.55 40.26

Espanha TOTAL Bilhões €231.20 €246.54 €262.98 €283.60 €300.64 €326.89 €349.38 €377.88

Espanha % PIB 39.87 39.12 38.64 38.89 38.39 38.86 38.42 38.34

Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 103: A União Europeia e a Globalização Econômica

103

[Digite texto]

GASTOS DO GOVERNO PARA A ZONA DO EURO – em bilhões a preços constantes 2007 a 2013

País Descrição Escala 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Áustria TOTAL Bilhões €133.18 €139.49 €145.36 €150.55 €152.01 €159.86 €164.16

Áustria % PIB 48.60 49.34 52.89 52.60 50.45 51.33 50.70

Bélgica TOTAL Bilhões €162.16 €172.72 €183.23 €187.62 €197.22 €202.19 €205.10

Bélgica % PIB 48.32 49.90 53.83 52.94 53.45 53.54 52.81

Chipre TOTAL Bilhões €6.57 €7.23 €7.79 €8.14 €8.50 €8.29 €8.18

Chipre % PIB 41.51 42.13 46.25 46.96 47.38 45.41 44.18

Estônia TOTAL Bilhões €5.60 €6.69 €6.60 €6.40 €6.89 €7.62 €7.60

Estônia % PIB 34.85 41.04 47.65 44.71 43.12 44.93 42.29 Finlândia TOTAL Bilhões €85.30 €91.56 €96.79 €99.84 €103.53 €107.89 €112.32

Finlândia % PIB 47.43 49.32 56.10 55.55 54.04 55.05 55.03 França TOTAL Bilhões €992.62 €1,030.03 €1,071.91 €1,094.49 €1,123.80 €1,150.98 €1,171.06

França % PIB 52.60 53.33 56.73 56.67 56.32 55.82 55.30 Alemanha TOTAL Bilhões €1,056.54 €1,089.61 €1,142.24 €1,185.61 €1,172.92 €1,192.53 €1,216.55

Alemanha % PIB 43.51 44.05 48.10 47.87 45.63 45.09 44.71

Grécia TOTAL Bilhões €106.07 €117.83 €124.64 €114.21 €108.24 €100.80 €95.03

Grécia % PIB 46.71 49.73 53.03 49.62 49.70 48.90 46.29

Irlanda TOTAL Bilhões €68.75 €76.14 €76.99 €102.39 €69.06 €68.05 €68.99

Irlanda % PIB 36.19 42.80 47.94 65.64 44.14 42.70 41.93

Itália TOTAL Bilhões €739.97 €765.68 €788.55 €784.27 €789.36 €796.02 €802.73

Itália % PIB 47.61 48.61 51.89 50.50 49.95 50.66 50.54 Luxemburgo TOTAL Bilhões €13.60 €14.63 €16.10 €17.11 €17.48 €18.39 €18.99

Luxemburgo % PIB 36.27 37.10 43.04 42.48 41.64 43.24 43.53 Malta TOTAL Bilhões €2.33 €2.57 €2.53 €2.64 €2.76 €2.88 €2.95

Malta % PIB 42.83 44.05 43.48 43.18 43.17 43.49 42.65 Holanda TOTAL Bilhões €257.80 €274.15 €290.22 €297.80 €302.21 €307.53 €312.06

Holanda % PIB 45.09 46.12 50.79 50.61 50.03 50.43 50.15

Portugal TOTAL Bilhões €75.11 €77.08 €84.11 €88.73 €83.63 €79.40 €77.76

Portugal % PIB 44.36 44.82 49.91 51.41 48.71 47.35 45.60

Eslováquia TOTAL Bilhões €21.02 €23.43 €26.19 €27.02 €26.50 €27.15 €27.36

Page 104: A União Europeia e a Globalização Econômica

104

[Digite texto]

continua

Eslováquia % PIB 34.21 35.05 41.70 41.10 38.38 37.77 36.40

Eslovênia TOTAL Bilhões €13.92 €15.44 €16.37 €16.69 €17.00 €16.63 €16.84

Eslovênia % PIB 40.26 41.42 46.36 47.13 47.71 46.65 46.15

Espanha TOTAL Bilhões €412.75 €449.24 €482.69 €477.72 €467.85 €446.68 €451.78

Espanha % PIB 39.19 41.30 46.07 45.44 43.59 42.03 41.82

Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 105: A União Europeia e a Globalização Econômica

105

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DÍVIDA EM RELEÇÃO AO PIB (em %) PARA ZONA DO EURO E UE – 1999 a 2006

País Descrição 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

União Europeia % PIB 65.77 62.32 60.98 60.78 62.20 62.46 62.92 61.45

Áustria % PIB 66.82 66.19 66.81 66.21 65.27 64.71 64.19 62.31

Bélgica % PIB 113.57 107.78 106.48 103.39 98.36 94.02 91.98 87.99

Chipre % PIB 63.35 59.59 61.18 65.15 69.72 70.93 69.39 64.65

Estônia % PIB 5.99 5.12 4.78 5.73 5.62 5.03 4.57 4.41

Finlândia % PIB 45.66 43.79 42.46 41.57 44.51 44.39 41.70 39.63

França % PIB 58.90 57.35 56.91 59.00 63.15 65.14 66.74 63.90

Alemanha % PIB 61.26 60.18 59.14 60.75 64.43 66.20 68.51 67.92

Grécia % PIB 102.51 103.44 103.72 101.45 97.27 98.84 100.29 106.11

Irlanda % PIB 47.98 37.47 35.20 31.91 30.73 29.13 27.06 24.71

Itália % PIB 113.02 108.51 108.17 105.15 103.91 103.44 105.43 106.10

Luxemburgo % PIB 6.43 6.17 6.31 6.32 6.21 6.35 6.07 6.68

Malta % PIB 59.18 57.88 65.43 60.67 67.18 70.89 69.65 64.35

Holanda % PIB 61.10 53.80 50.70 50.50 52.00 52.40 51.82 47.37

Portugal % PIB 49.43 48.36 51.07 53.68 55.70 57.46 62.53 63.69

Eslováquia % PIB 47.81 50.30 48.86 43.42 42.37 41.47 34.15 30.54

Eslovênia % PIB 22.39 29.54 29.07 28.92 27.55 27.34 26.76 26.43

Espanha % PIB 62.38 59.35 55.57 52.58 48.79 46.26 43.17 39.68 Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 106: A União Europeia e a Globalização Econômica

106

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DÍVIDA EM RELEÇÃO AO PIB (em %) PARA ZONA DO EURO E UE – 2007 a 2013

País Descrição 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

União Europeia % PIB 50.49 64.02 74.40 79.58 82.38 84.51 85.55

Áustria % PIB 60.22 63.83 69.53 71.83 72.20 73.90 74.28

Bélgica % PIB 84.06 89.33 95.86 96.15 98.51 99.12 98.54

Chipre % PIB 58.51 48.65 58.30 61.26 71.84 74.33 75.24

Estônia % PIB 3.69 4.52 7.16 6.69 6.04 5.69 5.37

Finlândia % PIB 35.16 33.94 43.47 48.39 48.56 51.57 52.85

França % PIB 64.20 68.27 78.99 82.39 86.26 89.02 90.75

Alemanha % PIB 65.20 66.70 74.42 83.21 81.51 78.87 77.45

Grécia % PIB 105.41 110.72 127.10 142.76 163.34 161.25 165.35

Irlanda % PIB 24.83 44.23 65.16 92.49 104.95 113.13 117.73

Itália % PIB 103.08 105.81 116.06 118.65 120.11 123.36 123.80

Luxemburgo % PIB 6.67 13.68 14.78 19.05 20.85 23.82 26.75

Malta % PIB 62.25 62.32 68.05 69.41 70.94 71.44 70.69

Holanda % PIB 45.30 58.46 60.77 62.86 66.23 70.13 73.66

Portugal % PIB 68.27 71.58 83.05 93.44 106.79 112.40 115.32

Eslováquia % PIB 29.62 27.86 35.56 41.07 44.63 47.08 48.76

Eslovênia % PIB 23.09 21.94 35.26 38.79 47.31 52.47 55.86

Espanha % PIB 36.30 40.17 53.93 61.17 68.47 79.04 84.03 Fonte: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2012

Page 107: A União Europeia e a Globalização Econômica

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[Digite texto]

ACUMULAÇÃO DE RESERVAS INTERNACIONAIS (US$ MILHÕES) – 2002 a 2010

Região/País 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2003-07 2008 2009 2010

E.U.A 4.130 395 (1.533) (11.028) (1.380) 1.205 (12.340) 5.576 33.123 2.458

Zona Euro (5.233) (31.829) (13.802) (7.749) 1.344 4.886 (47.150) 5.600 38.338 14.544

Alemanha (3.276) (3.531) (2.685) 139 (3.879) 335 (9.620) (49) 10.212 2.219

Japão 24.796 107.141 90.584 46.755 1.032 18.194 263.706 52.384 (3.252) 37.201

China 42.691 60.530 121.013 179.096 135.466 158.135 754.240 297.155 276.130 319.900

Rússia 6.470 16.843 28.543 45.275 73.422 98.951 263.032 (27.964) (1.405) 22.422

Brasil (743) 5.317 909 3.473 19.351 56.942 85.992 11.654 26.209 34.986

Índia 13.272 16.810 14.934 10.785 21.191 55.461 119.182 (8.320) 8.746 9.593

Mundo 358.335 617.091 723.291 571.791 931.549 1.448,286 4.292,008 638.331 824.855 1.095,586

Fonte: FMI e OCDE