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A UTILIZAÇÃO DE MAPA CONCEITUAL EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Ana Maria Marques Palagi 1 Introdução Com as novas exigências provenientes de uma sociedade povoada de tecnologias, a formação do professor, bem como sua prática docente tem apontado novos encaminhamentos metodológicos frente às Tecnologias da Informação e da Comunicação, dentre eles podemos citar os Mapas Conceituais. A prática envolvendo Mapas Conceituais nasceu das atividades realizadas, pela autora, no curso Mídias em Educação da UFPR/SEED, pois se percebeu que os mesmos poderiam contribuir com a organização das idéias, significado de conceitos, interligação entre conceitos e saberes, encadeando conhecimentos. Então este artigo teve como pergunta norteadora de que forma os Mapas Conceituais, na Mídia Informática, podem contribuir na prática docente e discente visando à retomada de conteúdos e objetivou demonstrar essa possibilidade, em um relato de experiência, com um recorte na quinta série, Ensino Fundamental, na disciplina de Língua Portuguesa, Colégio Estadual Wilson Joffre, em Cascavel, Paraná - com pesquisa bibliográfica, e anotações de sala de aula. Através de Mapas Conceituais o aluno consegue compreender e construir uma visão significativa do tema abordado. Lembrando que esses mapas tem que abordar o assunto temático como um todo, pois as significações das partes se integram e se completam na totalidade, e estão vinculadas por íntimas ligações, as quais podem originar novos conhecimentos e novos conceitos. O conceito de Mapa Conceitual, desenvolvido em meados da década de setenta pelo pesquisador Joseph Novak, com base na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, consiste em representações de relações entre conceitos, e serve como instrumento de facilitação em todas as etapas do processo ensino- 1 Pedagoga, Mestre -UNIOESTE e SEED NRE Cascavel

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A UTILIZAÇÃO DE MAPA CONCEITUAL EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO FUNDAMENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ana Maria Marques Palagi1

Introdução

Com as novas exigências provenientes de uma sociedade povoada de

tecnologias, a formação do professor, bem como sua prática docente tem apontado

novos encaminhamentos metodológicos frente às Tecnologias da Informação e da

Comunicação, dentre eles podemos citar os Mapas Conceituais.

A prática envolvendo Mapas Conceituais nasceu das atividades realizadas,

pela autora, no curso Mídias em Educação da UFPR/SEED, pois se percebeu que os

mesmos poderiam contribuir com a organização das idéias, significado de

conceitos, interligação entre conceitos e saberes, encadeando conhecimentos. Então

este artigo teve como pergunta norteadora de que forma os Mapas Conceituais, na

Mídia Informática, podem contribuir na prática docente e discente visando à

retomada de conteúdos e objetivou demonstrar essa possibilidade, em um relato de

experiência, com um recorte na quinta série, Ensino Fundamental, na disciplina de

Língua Portuguesa, Colégio Estadual Wilson Joffre, em Cascavel, Paraná - com

pesquisa bibliográfica, e anotações de sala de aula.

Através de Mapas Conceituais o aluno consegue compreender e construir

uma visão significativa do tema abordado. Lembrando que esses mapas tem que

abordar o assunto temático como um todo, pois as significações das partes se

integram e se completam na totalidade, e estão vinculadas por íntimas ligações, as

quais podem originar novos conhecimentos e novos conceitos.

O conceito de Mapa Conceitual, desenvolvido em meados da década de

setenta pelo pesquisador Joseph Novak, com base na teoria da aprendizagem

significativa de Ausubel, consiste em representações de relações entre conceitos, e

serve como instrumento de facilitação em todas as etapas do processo ensino-

1 Pedagoga, Mestre -UNIOESTE e SEED NRE Cascavel

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aprendizagem, auxiliando na ordenação, sequenciação e hierarquização do conteúdo

de ensino e acompanhamento do processo de avaliação da aprendizagem escolar.

Moreira em seu artigo Mapas Conceituais e Aprendizagem Significativa,

afirma que:

De modo geral, Mapas Conceituais, ou mapas de conceitos, são apenas diagramas indicando relações entre conceitos, ou palavras que se usa para representar conceitos. São utilizados para ordenar e seqüenciar de maneira hierárquica os conteúdos. São usados como um instrumento que se aplica às diversas áreas do ensino e da aprendizagem escolar, como: planejamentos e análise de currículo, sistemas e pesquisas em educação, recurso de aprendizagem e meio de avaliação (MOREIRA, 1998, p.01).

Já em seu outro artigo Aprendizagem Significativa Crítica, o mesmo autor

diz que:

Mapas Conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos e procuram refletir a estrutura conceitual de certo conhecimento. Mais especificamente, podem ser vistos como diagramas conceituais hierárquicos. Construí-los, negociá-los, apresentá-los, refazê-los, são processos altamente facilitadores de uma aprendizagem significativa (MOREIRA, 2005, p.45).

Assim, a utilidade do Mapa Conceitual para o processo ensino

aprendizagem tem significados pessoais e pode constituir-se em grande facilitador,

para as partes envolvidas, a saber:

a) para o aluno: é uma ferramenta de aprendizagem que auxilia em

solucionar problemas, proceder a anotações, planejar atividades, preparar-se para

avaliações, identificar e integrar partes de um inteiro, participar de trabalhos

colaborativos, além de outros.

b) para o professor: é um recurso de aprendizagem que serve para dirimir

dúvidas em conceitos complexos, arranjados em ordem sistemática, contribui para a

transferência de uma imagem geral clara dos tópicos e respectivas relações para os

estudantes, permite a visualização de conceitos chaves e suas inter-relações, reforça

a compreensão, identifica conceitos mal ou não compreendidos pelos alunos e

auxilia na avaliação do processo ensino-aprendizagem.

Ao retomarmos Ausubel, apud Freitas Filho vemos que:

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Sua teoria da aprendizagem significativa tem como base o princípio de que o armazenamento de informações ocorre a partir da organização dos conceitos e suas relações, hierarquicamente dos mais gerais para os mais específicos (FREITAS FILHO, 2007, p. 01).

A partir dessa informação podemos dizer que aí se enquadram os Mapas

Conceituais "procurando representar como o conhecimento é armazenado na

estrutura cognitiva de um estudante" FREITAS FILHO (2007, p. 01).

Neste trabalho procurou-se incorporar os Mapas Conceituais como práticas

pedagógicas possíveis como organização de conceitos e conteúdos, em um

determinado período, neste caso semestral.

Desenvolvimento

Essa proposta de trabalho quando iniciada de maneira gradativa, ou seja,

sem primeiro demonstrar o que é Mapa Conceitual, o aluno, então, compreende a

forma de estruturar o conteúdo – objetivo da prática docente - por isso o professor

deve dominar este gênero possibilitando ao aluno construir uma visão total da

realidade, estruturando os conteúdos e auxiliando a aprendizagem.

Não podemos esquecer que esses mapas devem estar bem organizados por

meio de planejamento comum, estabelecendo os objetivos, as metas a ser

alcançadas, a divisão de tarefas, os caminhos de exploração diferentes, de acordo

com os conteúdos e conceitos, ou seja, o que cada conteúdo, a partir do enfoque

dado na disciplina pelo professor, estará interligando, dando uma dimensão

ampliada, hierarquizada e socializada ao assunto que é o objeto do estudo.

É importante lembrar, ainda, que todas as áreas do conhecimento são

importantes num trabalho como este e assim haverá novas ligações, pois temos que

permitir ao aluno construir uma visão de mundo, sem mascarar o conhecimento, é

aquele que faz o aluno agir e interagir no meio em que vive, despertando no sujeito

o senso crítico, a vontade de aprender.

Os Mapas Conceituais podem ser uma prática pertinente de envolver o

aluno na descoberta do saber, porém a prática nos mostra que, apesar de os Mapas

Conceituais terem surgidos há mais de trinta anos, os mesmos foram poucos

utilizados nas práticas docentes nas diferentes modalidades e níveis de ensino,

principalmente no Ensino Fundamental. Não existem regras quanto à idade de

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iniciar os Mapas Conceituais, então este estudo teve uma prática na 5ª série do

ensino fundamental.

Os Mapas Conceituais vem colaborar com novas práticas, sejam na

compreensão de novos gêneros textuais, sejam no uso das tecnologias na educação,

ou na defesa da compreensão dos conteúdos historicamente construídos.

Com o auxílio dos Mapas Conceituais os alunos conseguem organizar

melhor os conteúdos, fazendo com que eles sintam mais entusiasmo em aprender,

instigando os mesmos a pensar e repensar sobre seus conceitos.

Muitas experiências com Mapas Conceituais obtiveram resultados

positivos e satisfatórios, no Programa 05 - Salto para o Futuro Novas formas de

aprender, novas formas de avaliar, mostra os Mapas Conceituais como uma

proposta de categoria construtivista para seu uso na avaliação da aprendizagem,

mostrando e sugerindo uma nova maneira de “olhar” a educação através deles,

permitindo o fazer e o refazer de nossas ações.

Outra experiência com Mapas Conceituais é a utilização dos mesmos de

forma lúdica, a criança aprende brincando, eles permitem mapear um processo de

aprendizagem. Notamos que o lúdico exerce um papel importante na aprendizagem

das crianças, é possível reunir dentro da mesma situação o brincar e o aprender,

principalmente se o professor souber estimular essa situação; o aluno se encanta, se

expressa, assimila o saber e constrói assim sua própria realidade.

De acordo com Maria Aparecida Pereira Viana:

O pensamento humano é construído por redes e associações, produzimos novos saberes em rede hipertextual , não pensamos linearmente. Um novo saber se conecta com um saber já construído podendo ser atualizado e até mesmo refutado. Tudo depende da nossa produção de sentidos, de como significamos. Assim o estudo através de Mapas Conceituais na formação de professores se constitui como um dispositivo fecundo para novas aprendizagens VIANA (2008, p. 02).

O que buscamos na verdade são aprendizagens e descobertas, ou seja, a

capacidade de aprender, pois os indivíduos se manifestam e aprendem de formas

diversas, por isso usar diferentes metodologias é parte inerente do trabalho

pedagógico.

As tecnologias mudam, inovam, adéquam às diferentes realidades, alguns

projetos que associam tecnologia com Mapas Conceituais obtiveram dados

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positivos. No entanto cabe lembrar que para realização de Mapas Conceituais não

se faz necessários, por força, recursos tecnológicos, pois os mesmos poderão ser

elaborados manuscritos, porém o computador possui infinitas ferramentas que

contribui para criação de Mapas Conceituais digitais. A linguagem tecnológica atrai

o aluno, instiga a curiosidade e leva o mesmo a fazer descobertas. Fazer as junções

entre tecnologia e Mapas Conceituais torna o trabalho significativo.

Ao se pensar em trabalhar mídias deve-se levar em conta o acesso às

tecnologias, às ferramentas, aos materiais. Então só podemos pensar em uma

proposta com as condições materiais viáveis para tal.

Na rede estadual de ensino do Paraná o programa Paraná Digital,

instalado em todas as escolas da rede se fundamenta nas disponibilidades de meios

educacionais, como o Portal diaadiaeducacao, através de computadores e internet,

visando à inclusão digital e a qualidade do ensino/aprendizagem. Tem a utilização

de Software Livre.

Sendo o foco desta pesquisa o uso dos Mapas Conceituais em práticas

pedagógicas, e o Paraná Digital possuindo o Software Cmap, versão 5.03, foi então

adotada essa versão, pois, assim o aluno pode trabalhar com o mesmo programa

fora do ambiente do Paraná Digital.

Então com a necessidade de ao final do semestre fazer a retomada dos

conteúdos, de todo esse período, percebeu-se, portanto, que os alunos da 5ª série

estavam com dificuldades em organizar o que tinham aprendido. Quando os

mesmos expunham os conteúdos em formas de tópicos/esquema as dificuldades

diminuíam, o problema maior apresentado era interligar os conhecimentos,

compreender as ramificações e por conseqüência as significações dos conceitos.

O encaminhamento metodológico teve início com a proposta de retomar os

conteúdos e conceitos trabalhados no semestre, com a construção de um esquema

no quadro – não se falou no conceito de Mapa Conceitual, esse esquema foi sendo

construído pela professora e alunos, onde os mesmos iam, algumas vezes de forma

desordenada dizendo o que haviam aprendido. Com a intervenção pontual da

professora, os alunos deveriam reorganizar o pensamento e decidir onde cada

conteúdo se interligava, ou era subdivisão do outro. Como o trabalho era único para

um grupo de trinta alunos, as discussões foram muito produtivas, até o momento em

que os alunos acordavam na construção das ligações, no entanto seu formato foi

produzindo ligações e formatando um Mapa Conceitual.

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O “esquema” que geraria o mapa teve como centro LÍNGUA E

LINGUAGEM. Os alunos ao falarem um conteúdo começaram então a fazer as

ligações, ou seja, a que ramificação pertencia, e foram ampliando os significados.

Houve entendimento muito rápido da proposta, então sendo o quadro negro

um espaço reduzido, o trabalho foi para seu segundo passo: formaram-se equipes de

até cinco alunos e em folha de papel cartolina, conforme mostra a Fig.01. Os alunos

continuaram a elaboração do “esquema”, pois os mesmos continuavam sem

conhecer o conceito de Mapa Conceitual. Realizou, então, a esquematização de todo

o conteúdo trabalhado no semestre. Nesta etapa as orientações passaram a ser ao

grupo.

Figura 01 – Construção do Mapa

Fonte: Arquivo pessoal da professora

A próxima etapa foi a pesquisa no laboratório de informática, conforme

Fig.02, da teoria sobre Mapas Conceituais, verificaram e analisaram, também,

exemplos de mapas construídos em diversas áreas do conhecimento.

Figura 02 – Pesquisa Teórica sobre Mapas Conceituais

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Fonte: Arquivo pessoal da professora

Passou-se então para outro momento, Fig. 03, que foi transcrever o Mapa

Conceitual elaborado no papel ao programa Cmap Tools, atividade sempre feita em

equipe.

Figura 03 – Transposição do Mapa Conceitual ao software Cmap Tools

Fonte: Arquivo pessoal da professora

O resultado alcançado foram seis mapas por turma, totalizando assim

dezoito mapas.

O exemplo ilustrativo, que está sendo usado neste texto, Fig. 04,

construído pela aluna Maria Clara, 5ª D, tem como encaminhamento na seqüência

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da prática, incluir os conceitos de cada conteúdo. O trabalho aqui apresentado não

há, ainda, a revisão por parte da professora, pois o objetivo era avaliar a capacidade

de estruturação do aluno, dos conteúdos apresentados.

Figura 04 Exemplo de Mapa Conceitual

Fonte: Arquivo da aluna Maria Clara, 5ªD

Percebe-se que o resultado deste mapa conseguiu, em um primeiro

momento, preencher todos os critérios de organização, estruturação e

hierarquização do conteúdo trabalhado no semestre, bem como seu objetivo maior

que era a retomada dos conteúdos e de conceitos.

Conclusão

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Com o tema central Língua e Linguagem pretendeu-se organizar,

hierarquizar, estruturar os conteúdos e no segundo momento os conceitos.

Verificou-se então que os alunos, com faixa etária de 10 e 11 anos, foram capazes

de estabelecer relações entre os conteúdos e conceitos.

O objetivo em demonstrar que os conteúdos, os saberes não são estáticos

foi atingido quando das percepções de interligações tais como: a pontuação auxilia

na função da entonação, por conseqüência colabora na intenção do sujeito, no

discurso - entendido como toda e qualquer atividade comunicativa entre os

interlocutores. Outras ligações significantes foram quanto à função da Análise

Lingüística e o uso da norma padrão, nas formas de comunicação. Os alunos

vislumbraram entendimentos tanto em questões gramaticais normativas, como o

conceito das classes gramaticais, questões mais amplas envolvendo coesão e

coerência, cultura, diversidade cultural, etc.

Ao trabalhar os gêneros, dentro do Mapa Conceitual, os alunos estavam

ainda vendo cada um isolado, ou seja, apesar de elencarem a carta, o folder, o

bilhete, história em quadrinhos, bilhete somente após isso é que no todo perceberam

as ligações tanto com a análise lingüística, como com a estrutura, intenção, etc..

Cabe registrar que ao término da construção da atividade, Mapa

Conceitual, um aluno declarou que tudo tinha a haver com tudo e que era melhor

fazer um emaranhado de linhas.

O próximo passo desta prática foi, e com o auxílio do software Cmap, criar

os links dos conceitos e de outras fontes de aprofundamento teórico.

O conteúdo semestral, para alunos desta faixa etária, realmente se torna

uma tarefa complexa, no entanto, são conteúdos e conceitos trabalhados na prática

cotidiana escolar, e com o auxílio de mídias, neste caso a informática, percebeu-se

que a construção do conhecimento se dá em dois ângulos: Um está em dominar o

conteúdo em si e o outro em dominar as ferramentas para auxiliar, mediar a

aprendizagem.

Chegou-se a perceber nos grupos trabalhados que houve certa

competitividade em qual grupo deixaria o mapa mais complexo, em qual era

possível fazer mais ligações.

Por isso percebeu-se que trabalhar Mídias, com alunos no ensino

fundamental, seja ela qual for implica em algumas questões mais complexas:

primeiramente o planejamento da prática, e no processo tem que haver a clareza dos

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ajustes que se fazem necessário em qualquer planejamento; em segundo lugar o

conteúdo não pode ficar em segundo plano, tendo a mídia como mais relevante;

vencendo essa etapa vem questões ligadas à mídia em si, aos laboratórios e ao

conhecimento prévio do aluno no software; somando a tudo isso, nem sempre, o

aluno tem clareza da importância do conteúdo, sua relevância naquela disciplina.

Diante da última afirmação o conteúdo se tornou importante, ao aluno,

nesta prática, pela satisfação em compreender as interligações, onde cada conteúdo

tinha significado e o que ele realmente tinha compreendido e como podia

demonstrar isso, até de uma forma lúdica, pois se criou quase que uma competição.

Com essa prática os Mapas Conceituais se constituem em gêneros textuais

capazes de auxiliar a prática docente em organização, retomada de conteúdos, ou

em forma de compartilhar e construir conhecimento.

Referências

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FREITAS FILHO, João Rufino. Mapas conceituais: estratégia pedagógica para construção de conceitos na disciplina química orgânica. Ciências & Cognição 2007; Vol 12: 86-95 Disponível em: <http://www.cienciasecognicao.org>. Acesso: ago. 2010.

Paraná Digital. Curitiba: Secretaria de Estado de Educação, 2008. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/paranadigital/saiba_mais.php>. Acesso ago. 2009.

MOREIRA, M.A., Mapas Conceituais e aprendizagem significativa. Cadernos da Aplicação, Porto Alegre, 1998.

___________. Aprendizagem significativa crítica. Disponível em: < http://vicenterisi.googlepages.com/aprend_signif-PostWeingartner>. pdf>. Acesso em: jul. de 2009.

___________ . Mapas Conceituais como instrumentos para promover a diferenciação conceitual progressiva e a reconciliação integrativa. Ciência e Cultura.1980. ___________. E.F.S. Aprendizagem significativa: a teoria de aprendizagem de David Ausubel. São Paulo: Editora Moraes. 1982.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL- UFRGS. Mapas Conceituais. Disponível em < http: //penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html >. Acesso em jul. de 2009.

TAVARES, Romero. Construindo Mapas Conceituais. Ciências & Cognição 2007; Vol 12: 72-85. Disponível em: < http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347187.pdf > Acesso em: ago. 2009.