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Ribeirão Preto/SP Junho/2014 Série 2 Nº 245 R$ 20,00 Tudo joia! Setor sucroenergético é dos que mais possibilitam ascensão profissional e social no Brasil Amaro da Silva, operador de colhedora da Barralcool, de Barra do Bugres, MT

JornalCana 245 (Junho/2014)

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Tudo joia! Setor sucroenergético é dos que mais possibilitam ascensão profissional e social no Brasil

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Ribeirão Preto/SP Junho/2014 Série 2 Nº 245 R$ 20,00

Tudo joia!Setor sucroenergético

é dos que mais

possibilitam

ascensão profissional

e social no Brasil

Amaro da Silva, operador

de colhedora da Barralcool,

de Barra do Bugres, MT

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Junho 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 66

AÇOS INOXIDÁVEISAPERAM 11 38181821 24

ANTI-INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

PROZYN 11 37320022 60

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 25

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 18

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 23

METROVAL 19 21279400 14

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 66

BIG BAG'SSOLUÇÕES 16 38182305 62

CABINASCPFL SERVIÇOS 19 37562755 56

CALCÁRIOCALCÁRIOS ITAÚ 16 30198110 27

CALDEIRARIAMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 12

CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 63

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESSERGOMEL 16 35132600 26

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 66

CHAPAS DE AÇOVILLARES METALS 19 33038146 49

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH (COM) 41 21077400 21

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 19

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 50

REUNION ENGENHARIA 11 41566688 46

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 14

CORRENTES INDUSTRIAISGENERAL CHAINS 19 34172800 36

PROLINK 19 34234000 9

DECANTADORESMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 12

DEFENSIVOS AGRÍCOLASARYSTA LIFESCIENCE 11 30545000 37

CANAVIALIS 19 35124143 11

DUPONT 11 41668683 2

IHARA 15 32357914 39

NUFARM 11 21338866 44

DESTILARIASCONGER 19 34391101 52

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 16

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 56

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 52

ENGEVAP 16 35138800 63

ENGRENAGENSGENERAL CHAINS 19 34172800 36

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 20

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAPS COMP ELÉTRICOS 11 56450800 43

AUTHOMATHIKA 16 35134000 18

CPFL SERVIÇOS 19 37562755 56

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSPARKER HANNIFIN 12 40093591 7

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

PROZYN 11 37320022 60

QUÍMICA REAL 31 30572000 47

EVAPORADORESMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 12

FEIRAS E EVENTOSREED ALCANTARA 16 21328936 45

SINATUB 16 39111384 6

STAB 82 33279632 59

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 46

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASLEMAGI - SP 19 34431400 46

PARKER HANNIFIN 12 40093591 7

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

FIOS E CABOSCONSTRUFIOS 11 50538383 38

SOLUÇÕES 16 38182305 62

GEORREFERENCIAMENTOJRM GEO 14 34136856 48

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 55

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 31

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 14

TESTO 19 37315800 62

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 30

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 65

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGSDESTAK IDEIAS 17 33611575 54

LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 60

MANUTENÇÃO INDUSTRIALMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 12

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASCASE IH (COM) 41 21077400 21

MECANIZAÇÃO - SERVIÇOSNUTRION 16 36904900 29

METAISVILLARES METALS 19 33038146 49

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 52

ENGEVAP 16 35138800 63

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARA 15 32357914 39

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 34

UBYFOL 34 33199500 5

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 66

PNEUSPIRELLI 11 49985867 15

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 31

PLANTAS INDUSTRIAISBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 46

PRODUTOS QUÍMICOSBASEQUÍMICA 16 21011200 50

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 48

REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 57

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 65

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 67

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 66

COMASO ELETRODOS 16 35135230 28

MAGISTER 16 35137200 13

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 28

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 17

TORRES DE DESTILAÇÃOMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 12

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 31

TRATORESCASE IH (COM) 41 21077400 21

TREINAMENTO E COACHINGREUNION ENGENHARIA 11 41566688 50

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 66

TUBOS E CONEXÕESAPERAM 11 38181821 24

VÁLVULAS INDUSTRIAISFOXWALL 11 46128202 22

TECNOVAL 16 39449900 32

VEDAÇÕES E ADESIVOSFLUKE 19 32733999 61

PARKER HANNIFIN 12 40093591 7

VEDACERT 16 39474732 6

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Junho 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Barci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]� Assistente Lucas [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública,por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violaçãodos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, doCódigo Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com buscae apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei5.988, de 14/12/1973).

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Nem protestar o setor pode

A cada ciclo eleitoral a história se repete. De olho nas urnas e na reeleição, o governo acena

ao setor com medidas paliativas. Agora, no episódio da aprovação da emenda que autoriza o

aumento do limite da mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 27,5%, o governo aperta

a mão do setor com a direita, mas não solta as rédeas com a esquerda, uma vez que cabe a ele

utilizar ou não a autorização. Isto significa que o anidro só será comprado a mais se o governo

assim o quiser e quando quiser.

O projeto completo visa a alterar o percentual/limite para o máximo de 30% e o mínimo para

20%. Atualmente, a Lei nº 8.723, de 28 de outubro de 1993 limita os percentuais de variação

entre 25% e 18%. Em tese, é sempre bom ter uma folga entre as porcentagens, porque isto

regularia o próprio mercado. Antes, a folga era de 7% e passaria a 10%. Mas, o problema, repito,

é que o setor continua nas mãos do Governo!

Assim, ao que tudo indica, pelo menos até o resultado final do escrutínio, o governo federal

continuará ignorando as dificuldades enfrentadas por toda a cadeia sucroenergética. Dificilmente

este governo vai mudar de fato sua postura e, infelizmente, vamos continuar vendo-o desprezar a

história e destruir as conquistas dos brasileiros em energia sustentável. Vai continuar a utilizar o

setor e a Petrobras com objetivos eleitoreiros, mesmo que isto signifique minguar a ambos.

O setor sucroenergético não é ingênuo. Tem consciência das nulas possibilidades de o

governo recuperar o preço da gasolina antes das eleições deste ano, o que permitiria uma

consequente recuperação nos preços do etanol. Ou de ressuscitar a alíquota original da Cide, ou

de remunerar de forma justa a energia elétrica gerada a partir da biomassa.

Pior é que, diante de tudo isso, o setor sequer pode protestar. Não pode sair às ruas ou às

praças para fazer reivindicações porque no conturbado momento atual isto não faz mais sentido.

Diante da proliferação de protestos e manifestações, que em sua maioria acabam descambando

para a violência, seria mais uma pinta na onça. E uma pinta péssima para a imagem do setor,

que fatalmente seria tachado de oportunista e baderneiro.

Por esta razão é digno de nota a manifestação que mais de três mil pessoas, entre

fornecedores de cana, produtores rurais e trabalhadores do setor fizeram em Jaú, interior de São

Paulo, no dia 24 de abril último (veja registro na página 6). Esta ação, que incluiu e uniu usinas

da região, revela o nível de aflição do setor como um todo. Mais do que uma manifestação ou

protesto, foi um pedido de socorro em nome de toda a cadeia produtiva sucroenergética

brasileira.

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 e 10

Giro do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 e 13

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 22� Etanol disputa maior porcentagem de mistura no Japão

� Paraguai produz açúcar orgânico e trabalha por mercado socialmente justo

� Califórnia aumenta número de unidades produtoras de etanol

� Unica aponta moagem abaixo da última safra

Impacto Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 26� Ao infinito e além!

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 33� Câmara aprova subsídio para canavieiros nordestinos

� DILMA X AÉCIO X CAMPOS

� Possível aumento da mistura causa divergências

� ´Em vez de cana, estamos moendo usinas´

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .34 e 35� Treinar pessoas é ordem para sobreviver, expandir e inovar

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 a 44� Cinco perguntas para Luiz Carlos Dalben

� Agricultura de precisão aprimora processo de mecanização

� Tecnologias para o setor canavieiro foram destaque na Agrishow

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 a 53� Kit quantifica contaminação da fermentação em menos de uma hora

� Setor se reúne em Três Lagoas

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . .54 a 58� Executivos do melhoramento de cana têm o “DNA” da inovação

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .60 a 66

ANTIDEPRESSIVO“Invoca-me no dia da angústia;

eu te livrarei, e tu me glorificarás”.(Músico bíblico Asafe, no verso 15 do Salmo 50)

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Junho 2014AGENDA6

A C O N T E C E U A C O N T E C E

PROTESTO COBRA FALTA DE APOIO DO GOVERNO

Em 24 de abril mais de três mil pessoas,entre fornecedores de cana, produtores ruraise trabalhadores do setor sucroenergético detoda a região de Jaú, interior de São Paulo,realizaram o manifesto “Dia daCompetitividade do Etanol”. De acordo comEduardo Romão, presidente da Associcana —Associação dos Plantadores de Cana daRegião de Jaú, cinco grupos sucroenergéticosdecidiram paralisar suas atividades emprotesto pela falta de apoio do governo. Forameles: o Grupo Zilor (duas unidades), TononBioenergia, Paraíso Bioenergia e Della Coleta.

Entre outros pontos, os trabalhadoresquerem um projeto de incentivo abioeletricidade e vantagem tributária para obiocombustível.

Manifestação em Jaú, SP

TECNÓLOGOS EM BIOCOMBUSTÍVEIS O curso de graduação em biocombustíveis

da Fatec Nilo De Stéfani - Jaboticabal égratuito, contempla a produção debiocombustíveis sólidos (madeira e biomassa),líquidos (etanol e biodiesel) e gasosos (biogás),além de abordar atividades que sãorelacionadas ao setor sucroenergético como aprodução de açúcar, bioeletricidade, gestão desubprodutos, dentre outros. O curso éoferecido no período da manhã, das 8h20 às11h50 e da noite, das 19h às 22h30, com 40vagas cada. O vestibular, para início das aulasem agosto de 2014, ocorrerá em 15 de junho eas inscrições seguem de 14 de abril até 14 demaio. Mais informações no sitewww.fatecjab.edu.br.

FERSUCROA Stab Leste realiza no período de 8 a 11

de julho de 2014, no Centro de Convenções deMaceió, AL, a 11ª edição da Fersucro.

Mais informações através do sitewww.fersucro.com.br.

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana acontece de 26 a

29 de agosto de 2014, em Sertãozinho, SP,oferecendo aos visitantes a oportunidade deexplorar toda a cadeia de produção: preparodo solo, plantio, tratos culturais, colheita,industrialização, mecanização eaproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar. Mais informaçõeswww.fenasucro.com.br.

BESTBIO E FÓRUM PROCANA O Prêmio BestBIO e o Fórum ProCana acontecem em 18 de setembro,

em Ribeirão Preto, SP. O BestBio é uma iniciativa independente que tempor objetivo incentivar a sustentabilidade através da divulgação ereconhecimento aos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfaseno desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis. O FórumProCana 2014 – Usina de Alta Performance discutirá casos de resultadoscomprovados no incremento da rentabilidade e da competitividade dasusinas. Mais informações: www.bestbio.com.br.

PRÊMIOS MASTERCANA Em 2014, a edição Centro-Sul do MasterCana terá muitas novidades.

Uma delas é a mudança de local, sendo realizado no dia 25 de agosto, emRibeirão Preto, SP. Já o MasterCana Nordeste acontece em 13 de novembro,em Recife, PE. Por último, em 25 de novembro, será realizado oMasterCana Brasil, em São Paulo, capital.

RETIFICAÇÃONa matéria “Choro no jardim”, da edição 244, as legendas de Agnaldo

de Souza, Luiz Alencar e Francisco de Araújo, constam como excolaboradores da Jardest, quando ainda estavam vinculados à empresa.

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8 USINA DO BEM Junho 2014

Recentemente, colaboradorese acionistas do Grupo Barralcoolfizeram um cadastramento paraatualização de seu cartão devacinação. Por meio daCampanha Nacional deVacinação contra a Gripe 2014,promovida pela empresa emmaio, em parceria com o SESISaúde, foram disponibilizadasdoses gratuitas das vacinas contrao vírus H1N1 e outras doençasvirais. A aplicação das vacinas foirealizada de 21 a 23 de maio noambulatório do Grupo Barralcool.Em 2013, a empresa aplicou 525vacinas e este ano, a meta échegar a 724 vacinas.

Guarani continuará a doar energialimpa ao Hospital do Câncer

Jacyr Costa Filho, formaliza a renovação do contrato de doação ao Hospital do Câncer

No final do mês de abril, HenriquePrata, diretor-geral do Hospital do Câncerde Barretos e Jacyr Costa Filho, diretor dogrupo cooperativo Tereos formalizaram arenovação do contrato de doação de 800MWh de energia limpa.

A energia cogerada nas unidadesindustriais da Guarani a partir da queimado bagaço da cana-de-açúcar serádistribuída durante nove meses. Essa

quantidade de energia é o suficiente paraabastecer o pavilhão Sandy & Junior,destinado à Internação Pediátrica,durante o período do acordo. Tambémnessa ocasião, a Guarani entregoubrinquedos e livros para a Brinquedotecada ala pediátrica do hospital. Comdiversos projetos na região, a Companhiaé parceira do Hospital do Câncer deBarretos desde 2008.

Associcana comemora “Dia das mães” Barralcool vacina contra a gripeOs dias 7, 8 e 9 de maio

foram muito importantes paraas mães de Dois Córregos,Bariri e Jaú, interior de SãoPaulo. Isso porque asmulheres foramhomenageadas pelaAssocicana com um café datarde recreativo que incluiumaquiagem, manicure,penteados, cortes de cabelo,dança e música ao vivo. Oevento reuniu nas três sedesda Associação, cerca de 250pessoas. Na cidade de Jaú, ogrupo de dança da Associcanaapresentou coreografia emhomenagem ao Dia das Mães. Colaboradores e acionistas foram vacinados

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Junho 2014 EVENTOS 9

Fenasucro vende 90% de espaços e anuncia novidadesA Fenasucro chega à sua 22ª edição com uma

expectativa positiva em relação à geração de negóciosdurante o evento. Os organizadores anunciaram que,faltando pouco mais de três meses para a realização dafeira, que acontece de 26 a 29 de agosto, 90% dos espaçosdisponíveis já foram comercializados. Estima-se que 550expositores integrem os pavilhões que somam mais de 75mil metros quadrados.

“Esta grande adesão à Fenasucro mesmo em umcenário considerado difícil para o setor, mostra que háinteresse em investir em produtividade, aumento deeficiência e alternativas no mercado. É exatamente este oobjetivo do evento: apresentar soluções para os diferentessetores que compõem a cadeia produtiva da cana, comalternativas reais que podem colaborar muito parasuperarmos este momento”, afirma Gabriel Godoy, diretorda Fenasucro. A venda de espaços deve chegar a 100% atémeados de julho.

Godoy destaca a perspectiva de público internacionale a intenção de compra dos visitantes em geral. “Temos aconfirmação de visitantes, que são possíveis compradoresda América do Sul, Caribe e até África. Além disso, cercade 60% dos pré-credenciados apontam intenção de compranesta edição do evento”, afirma Godoy, tendo como basepesquisa aplicada durante a solicitação de credenciamentodos visitantes. Ele destaca ainda que, neste ano, o BNDESestará presente na feira oferecendo linhas diferenciadas decrédito para a aquisição de equipamentos.

SETORES Atenta às novas possibilidades e demandas na cadeia

produtiva da cana, a feira também traz, neste ano, um novosetor, o de transporte e logística e, sub-setores inéditos, comoarmazenagem, equipamentos de proteção individual esegurança eletrônica. “A cadeia produtiva da cana é bastante

extensa e novos setores estão despontando e temos que trazerisso para nossos visitantes”, diz o diretor do evento.

ESPAÇO CULTURALPara receber um público estimado em

aproximadamente 33 mil visitantes, a Fenasucro estreia oEspaço Cultural, que irá centralizar todas as palestras,debates, conferências, entre outros eventos de conteúdo dafeira. Neste espaço, que fica em anexo ao pavilhão dosexpositores, ocorrerá o mapeamento e o debate de soluções

para o setor com eventos. Também pela primeira vez, aFenasucro terá um espaço totalmente dedicado àspequenas e médias empresas através de uma parceria como Sebrae. “Serão cerca de 30 empresas que terão aoportunidade de estar na Fenasucro, próximas de grandesfornecedores e compradores”, explica Gabriel Godoy.

Reed Exhibitions Alcântara Machado16 2132.8936www.reedalcantara.com.br

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Junho 2014EVENTOS10

Usinas têm até 30 dejunho para seinscreverem à premiaçãoda região Centro-Sul

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

As usinas do setor sucroenergético têmaté 30 de junho para se inscreverem noPrêmio MasterCana Desempenho 2014 daregião Centro-Sul. As unidades poderãoparticipar através do email:[email protected], das seguintescategorias: Estratégia & Gestão, GestãoComercial/Financeira, Tecnologia daInformação, Cogeração de Energia,Diversificação de Produtos,Automação/Controle de Processos,Eficiência Industrial, Tecnologia naProdução de Açúcar, Tecnologia naProdução de Álcool, Tecnologia Agrícola,CCT e Mecanização.

As usinas e grupos vencedores serãopremiados durante o evento MasterCanaCentro-Sul, promovido pela ProCanaBrasil, que será realizado na noite de 25de agosto, no Espaço Golf, em RibeirãoPreto (SP).

O MasterCana Centro-Sul é o eventosocial de abertura da programação daFenasucro & Agrocana 2014 e vai reunirainda, a cerimônia de premiação doMasterCana Social, realizado em parceriacom o Gerhai – Grupo de Estudos emRecursos Humanos na Agroindústria. “Portratar-se de três eventos em um, oMasterCana Centro-Sul deve reunir asprincipais lideranças, autoridades erepresentantes de pelo menos 70 grupos dosetor. Os vencedores do PrêmioMasterCana 2014 serão apontados apóspassar pelo crivo de um júri especializado”,explica Josias Messias, presidente daProCana Brasil.

O MasterCana Centro-Sul está sendo

patrocinado pela HPB-Simisa e TGM(patrocínio Master) e pelas empresas,Sanardi, São Francisco Gráfica eAuthomathika (patrocínio Standard).

MASTERCANA SOCIAL Também estão abertas no site do

Gerhai (www.gerhai.org.br) as inscriçõespara a 7ª Edição do Prêmio MasterCanaSocial. O Prêmio visa incentivar,reconhecer e premiar práticas de gestão depessoas e responsabilidade socioambientaldas empresas do setor sucroenergético,empresas de bens de capital da cadeiaprodutiva, entidades representativas efornecedores de produtos e serviços, quecontribuem para a promoção do bem-estarsocial e do desenvolvimento sustentável. Osparticipantes poderão inscrever seus casesaté o dia 30 de junho.

SOBRE O MASTERCANAO MasterCana é a tradicional

premiação setorial que, há 25 anos, vemreconhecendo o mérito daqueles quetrabalham por uma agroindústriacanavieira sustentável, pujante edinâmica.

A premiação é concedida a pessoas eorganizações que se destacam na buscapelo aprimoramento tecnológico, humanoe socioeconômico do setor, assim como nofornecimento de bens e serviços para estaimportante atividade econômica.

Os grandes momentos do PrêmioMasterCana são as três cerimônias depremiação, que reúnem os principaislíderes empresariais, autoridades,produtores, fornecedores e demaisagentes da cadeia da cana-de-açúcarno Brasil.

Mais informações: 16 3512-4300 –[email protected] –www.mastercana.com.br.

Abertas inscrições para o Prêmio MasterCana Desempenho 2014

AGENDA MASTERCANA25 de agostoPrêmioMasterCanaCentro-Sul, emRibeirão Preto (SP)

13 de novembroPrêmio MasterCana Norte-Nordeste, em Recife (PE)

25 de novembroPrêmio MasterCana Brasil, em São Paulo (SP)

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Junho 2014GIRO DO SETOR12

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

Produtores de açúcar franceses estãopreocupados com a fragilidade do setorde açúcar no país e em regiões dedomínio francês no exterior, diante dadesregulamentação do mercado europeudo açúcar, que está prevista para entrarem prática em 2017.

Territórios como: Guiana Francesa,Martinica e Guadalupe estão porenquanto protegidos pela legislaçãoeuropeia, mas a situação mudarádrasticamente em 2017. Paraespecialistas, a produção de açúcarfrancês, nos seus departamentos fora daFrança, estão mal equipadas para lidarcom a liberalização do mercado de açúcarna Europa e os produtores temem quesem o apoio da indústria açucareiraeuropeia, a produção correrá sériosriscos.

Em 2017, o departamento da UniãoEuropeia responsável pela indústria deaçúcar vai acabar com as quotas deprodução, assim como apoio aos preçosde mercado. O sistema atual, entrou emvigência em 2006, quando a OrganizaçãoMundial do Comércio restringiu asexportações europeias de açúcar, apósuma queixa feita por vários paísesprodutores de açúcar no mundo, queacusavam países europeus de dumping.

EUA E MÉXICO

A ITC — Comissão de ComércioInternacional decidiu, na sexta-feira, dia 9 demaio, a favor dos Estados Unidos, com relação àsalegações de que o México está praticandodumping no mercado de açúcar americano. Apartir de agora, o governo americano poderáaplicar sanções reais às importações do adoçantemexicano, de acordo com a Reuters internacional.

Sabe-se que cinco comissários votaram afavor das acusações, movidas pela indústriaamericana de açúcar, e o sexto recusou-se a votar.Desde março deste ano, os produtoresamericanos argumentam que a crescentequantidade de exportações mexicanas provocouum colapso no preço do açúcar no mercadoamericano. Um porta-voz da Aliança Americanado Açúcar, Phillip Hayes, disse para a imprensaamericana que a indústria de açúcar enfrentaperdas de até 1 bilhão de dólares por ano,causadas pela prática do dumping — venda doaçúcar com preços mais baixos do que o custo deprodução.

Esta disputa já começa a afetar várias partesdos EUA, envolvendo centenas de milhares depostos de trabalho e campos de cultivo de cana-de-açúcar na Flórida, Texas, Louisiana e noHavaí. Além de fazendas de beterraba sacarina,no Vale do Rio Vermelho de Minnesota e Dakotado Norte, juntamente com a Califórnia, Idaho eno noroeste do Pacífico.

Desde o início das acusações, o México negaque pratique dumping ou que despeje açúcar nomercado norte-americano.

O Setor pelo Mundo

FRANÇA E UNIÃO EUROPEIA

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Junho 2014 GIRO DO SETOR 13

BRASIL

Fretes mais baixos do açúcar brasileiro, acabaramimpulsionando as vendas para os principais clientesasiáticos e do Oriente Médio, e consequentemente, estátornando cada vez mais difícil para produtores tailandeses,venderem sua produção, principalmente depois de umaqueda recorde de produção de cana-de-açúcar do país, deacordo com a Reuters.

Apesar de ser geograficamente contraditório, já que oBrasil é mais longe do que a Tailândia, neste mercados,este fato tem causado muita pressão no mercado daTailândia, para que os preços sejam reduzidos e elespossam voltar a competir com o açúcar bruto brasileiro dealta qualidade. Em março, apenas 6.500 toneladas deaçúcar bruto Tailandês foram vendidas para a China, umdos principais importadores de açúcar bruto do mundo ,em comparação com 290 mil toneladas do Brasil, disseTom McNeill da Green Pool Commodities para a Reuters.

ÍNDIA

Dados do setor açucareiro indiano apontam que o paísproduziu 23,15 milhões de toneladas de açúcar entre 1 deoutubro e 15 de abril, o que significa uma queda de 4% secomparado ao ano anterior, de acordo com dados da Isma— Associação das Produtoras de Açúcar Indianas.

As usinas produziram 1,54 milhão de toneladas deaçúcar bruto até o final de março, sendo que 850 miltoneladas foram exportadas, de acordo com dados da Isma.

Só em março, as usinas exportaram 350.000toneladas de açúcar bruto, já beneficiadas pelos incentivosdo governo. Em abril e maio, as exportações de açúcardeverão totalizar, entre 350 e 400 mil toneladas. Oconsumo será de 23,8 milhões de toneladas na safra de2013/14, um pouco menor do que os 25,1 milhões detoneladas do ano passado.

Os preços do açúcar locais tiveram uma alta em abril,graças à temporada de verão, quando a demanda porsorvetes e refrigerantes aumenta.

TAILÂNDIA

O Departamento de Agricultura dos EUA, em suasprimeiras estimativas para produção de açúcar tailandês,para a safra 2014/15, prevê pouco mais que 10 milhões detoneladas, uma queda de cerca de 1 milhão de toneladas secomparada à safra anterior. A previsão de um declínioreflete uma antecipação de condições climáticasdesfavoráveis, causadas pelo El Niño. Além de umaredução prevista de cerca de 4% na produção de cana-de-açúcar, a taxa média de extração de açúcar deverá cairpara cerca de 100 quilos por tonelada de cana, emcomparação com os 109 quilos na safra 2013/14.

O Setor pelo Mundo

Embarque de açúcar Corte da cana na Tailândia

Colheita de cana na Índia

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Junho 2014PRODUÇÃO14

Dependência decombustíveis fósseis eineficácia de energianuclear abrem portaspara o etanol no Japão

PATRICIA BARCI, DO JAPÃO

O Japão, país insular da Ásia Oriental,com seus limitados recursos de energia eenorme demanda, tem 80% de seufornecimento energético de fontesestrangeiras. O petróleo do Oriente Médiorepresenta 90% de suas importações, deacordo com dados do Governo do Japão.

Em um país com uma sociedade,infraestrutura e economia de fazer invejaà cidadãos ocidentais de primeiro mundo,que tem na perfeição, algo a ser alcançadoem cada detalhe, a dependênciaenergética de fontes estrangeiras é, semdúvida, uma demonstração de fragilidadeincomum no país.

Antes do “Grande Terremoto”, comoficou conhecido no país, ocorrido no Lestedo Japão, seguido de um “tsunami” emmarço de 2011, que provocou o acidentena Central Nuclear de Fukushima,pertencente à Companhia Elétrica deTóquio, a energia nuclear, eraconsiderada a melhor alternativa paradiminuir a dependência do petróleoimportado, por ser uma fonte de energialimpa e nacional.

Entretanto, como resultado dodesastre, houve uma redução nofornecimento elétrico na parte oriental doJapão, que expôs vulnerabilidades nofornecimento energético do país. Após oacidente em Fukushima foi aprovada umalei para incentivar a adoção de fontes deenergia renováveis, tais como: a energiasolar, a energia eólica e a energiageotérmica, de acordo com dados daEmbaixada do Japão no Brasil.

ABERTURA Dados do Serviço de Agricultura

Estrangeira do USDA — Departamento deAgricultura dos Estados Unidos, apontamque outra medida tomada pelo governojaponês, será lançar no mercado 500milhões de litros de biodiesel até 2017 e1,8 bilhões de litros de etanol até 2020. Nomomento, dois tipos de biocombustíveis,disputam a preferência dos consumidores:o E3 (3% de etanol na gasolina) e o Bio —ETBE (Éter Butílico), que é o mais vendido.No final do ano passado, o governo japonêspermitiu a venda de E10, (10% de etanolna gasolina) que entra como outra opçãoao ETBE22, que ainda está ganhando aconfiança da população.

Com isso, espera-se que a demandapelos biocombustíveis aumente ainda maisentre os ônibus municipais e motoristascomuns. Esta segunda classe pouconumerosa no país, que possui 127,6 milhõesde pessoas, ao passo que, apenas 33milhões, concentradas em Tóquio e zonasperiféricas, são habilitadas para dirigir.

A razão disso está na qualidade dotransporte público no país, que de nortea sul, “salta aos olhos”, por suaeficiência. Por isto, a quantidade decarros nas ruas não é proporcional aonúmero intenso de pessoas das cidades.

Outra particularidade é adificuldade em se achar postos degasolina nos centros urbanos do Japão,diferente do Brasil, por exemplo.

Yuko Kubota, terapeuta, 43 anos,residente em Tóquio há mais de dezanos, diz que não faz uso de carros porfalta de necessidade.

“Dentro dos centros urbanos, amaior parte da população usa ostransportes públicos, que são muitoeficientes. Eu realmente não terianecessidade de usar carro. Acredito quepessoas que moram mais afastadas dosgrandes centros precisem mais de carros.Outra dificuldade, é que Tóquio é muitopopulosa e não temos muito espaço paranada, ou seja, estacionar carros na rua éum problema. Acho que, por esta razão étão difícil achar um posto de combustívelna cidade. Eu mesma não me lembro aúltima vez que vi um”, disse.

A cidade de Hiroshima, localizada ae conhecida por ter sido bombardeadaem agosto de 1945, durante a 2ª GuerraMundial, é uma das cidades com maiorfluxo de veículos, e onde se podeencontrar postos de combustível commaior facilidade.

ETANOL CELULÓSICODevido ao aumento dos preços dos

alimentos, no Japão, assim como naEuropa, existe um questionamento,quanto ao uso de culturas alimentarespara fazer combustível. Por esta razão, ogoverno tem concentrado esforços empesquisa para produção de etanolcelulósico. Cientistas de todo o mundoestão em busca de uma tecnologia paraa produção em escala industrial doetanol derivado da celulose da cana-de-açúcar.

Etanol disputa maior porcentagem de mistura no Japão

Qualidade do transporte público japonês dispensa uso de carros

Governo japonês permitiu a

venda de E10 no final de 2013

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Junho 2014PRODUÇÃO16

De acordo com dados do setor no país, os japonesesconsomem 2,3 milhões de toneladas de açúcar, dos quaisapenas 35% são atendidos pela produção doméstica. A ilhade Hokkaido produz cerca de 80% da produção doméstica deaçúcar, de beterraba, e em Okinawa e Kagoshima, no sul, os20% restantes são de açúcar de cana-de-açúcar. Pela grandedemanda, o país é considerado o sexto maior importador deaçúcar do mundo, tendo como origem das suas importações,principalmente a Tailândia e a Austrália. Apesar disso,devido à sua relutância em negociar novos acordos e reduzirtarifas sobre importação com os produtores australianos, estaquantidade tem caído, de acordo com notícia veiculada naABC Rural.

No auge do comércio em 1999, o Japão chegou aimportar até 900 mil toneladas de açúcar bruto da Austrália.Esse número, desde então, caiu para 350 mil toneladas. Se anotícia é ruim para a Austrália, é boa para o Brasil. Dadosoferecidos pela ProCana Estatísticas indicam que em 2012, oBrasil exportou para o Japão 120 mil toneladas, ante 5.800em 2009, com sinais de aumento, desde então. (PB)

Japão é o sexto maior importador de açúcar do mundo

Colheita de cana

em Okinawa

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WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

O Paraguai, que faz divisa com doisimportantes estados agrícolas brasileiros– Paraná e Mato Grosso do Sul, é oprincipal exportador de açúcar orgânicoda América Latina, com selo de comércioFair Trade. O país é o quarto maiorexportador do produto no mundo.

O açúcar orgânico paraguaio éconsumido em mais de 19 países e temprodução superior a 21 mil toneladas,números grandiosos para um país comapenas 6,7 milhões de habitantes, noqual 38% da população está localizadaem áreas rurais.

O desenvolvimento da culturaorgânica canavieira atrelada aocooperativismo se deu, graças ao trabalhoda ONG global ACDI/Voca, especializadano fortalecimento de cooperativas e nodesenvolvimento de produtores locais.Com a atuação da ONG na região, foipossível aprimorar a Manduvira,cooperativa de produtores de açúcarorgânico localizada no Norte do país.

Inicialmente a cooperativa paraguaiacontava com 300 produtores, hoje sãomais de 1.750 agricultores e, aexpectativa é continuar a atrair maisagricultores para o sistema orgânico como selo Fair Trade.

O selo atua de maneira holística nodesenvolvimento sustentável. Não basta aprodução ser orgânica. É necessário queo manejo global da cultura respeite apopulação local e seus hábitos.

Deve haver um comprometimentoentre agricultores e comunidade, paraque a agricultura se desenvolva emharmonia e respeite seus trabalhadores edescendentes, possibilitando a criação deredes comerciais baseadas no respeitoaos agricultores e a seus consumidoresfinais, comprometidos não apenas comprodutos de qualidade ambiental enutricional, mas também, comresponsabilidade social.

Assim, cultura canavieira orgânicaatrelada às boas práticas do comérciojusto, possibilitou melhorias na

qualidade de vida de vários agricultoresparaguaios, que agora são referência naprodução orgânica de açúcar.

PRODUÇÃO MUNDIALA última apuração sobre a produção

mundial de açúcar orgânico, em 2011,revelou que 185 mil toneladas doproduto foram vendidas. O maiorprodutor mundial é Belize, localizado nacosta nordeste da América Central, comprodução de 69 mil toneladas. As ilhasFiji, localizadas na Oceania possuem asegunda maior produção, comaproximadamente 41 mil toneladas.

A República da Zâmbia, localizadana África austral, detém a terceira maiorprodução, com 30 mil toneladas. OParaguai produz aproximadamente 21mil toneladas, o continente latino possuio maior número de produtores de canade açúcar produzidas pelo sistemaorgânico do mundo, com 21.000agricultores, a maioria localizada noParaguai. Esse é um forte argumento quesustenta as expectativas de crescimentoda produção desse açúcar no país. Nocontinente africano existem cerca de10.000 agricultores e a Oceania possui6.000.

BRASIL E O AÇÚCARAtualmente, 123 países produzem

açúcar comum. O Brasil continua comolíder mundial na produção de açúcar, nasafra passada produziu mais de 40milhões de toneladas do produto, querepresenta 22% da produção mundial,além de responder por 44% dasexportações do açúcar comum nomundo.

Mesmo com esse importante papelno mercado açucareiro, inclusive comomaior consumidor per capita –aproximadamente 55 kg por ano, o paísainda não possui representatividade naforma orgânica. O país ainda carece deprodução em larga escala da versãoorgânica, apenas quatro usinas nacionaisadotam o sistema orgânico em seuscanaviais para obtenção do produto,sendo que a maioria é destinada aomercado interno.

Paraguai produz açúcar orgânico e trabalha por mercado socialmente justo

Produção paraguaia de açúcar orgânico é superior a 21 mil toneladas

Transporte de cana orgânica no Paraguai

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PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

Considerado o território maispromissor para o plantio de cana-de-açúcar nos Estados Unidos, o Estado daCalifórnia vem se destacando nosúltimos anos, pelas instalações deunidades produtoras de biocombustívelnos Estados Unidos. No país onde, deacordo com informações do USDA –Departamento de Agricultura dosEstados Unidos, quase 97% do etanolproduzido é a partir do milho, aCalifórnia produz etanol a partir dacana-de-açúcar, graças ao climafavorável.

Um exemplo, da proliferação deplantas produtoras de etanol naCalifórnia, é a Sweetwater Energy Groupe a Pacific Ethanol Stockton, queanunciaram em dezembro do anopassado, um acordo de fornecimento deaçúcar para a produção de etanol desegunda geração em uma unidadeconstruída pela Pacific EthanolStockton. A unidade será capaz deproduzir até 3,6 milhões de galões deetanol celulósico por ano.

A Sweetwater Energia irá utilizarsua tecnologia patenteada, que utilizaráresíduos agrícolas locais em uma soluçãode açúcar, para serem então convertidosem etanol nas instalações da PacificEthanol Stockton.

Outra unidade, a Califórnia EthanolPower, por exemplo, pretende produziretanol de cana-de-açúcar e sorgo

sacarino. A primeira unidade ainda estáem construção, mas estará pronta parainauguração possivelmente ainda em

2014, e já tem produção estimada de até66 milhões de galões por ano, com baixaemissão de carbono.

Califórnia aumenta número de unidades produtoras de etanol

Lavoura de cana na Califórnia

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Junho 2014 PRODUÇÃO 21

Governo californiano incentiva uso de biocombustíveisO Estado da Califórnia é um exemplo

no que diz respeito ao incentivo ao uso debiocombustíveis entre os consumidores. OGovernador da Califórnia, Jerry Brown,assinou há alguns meses, uma medida de leichamada AB 8 que destina 2 bilhões dedólares em incentivos para encorajar acompra de veículos não poluentes e de baixocarbono. A medida também inclui incentivona compra de veículos com emissões zero oubaixa emissão.

O governo da Califórnia tambémincentiva as pesquisas na área. Uma delas,desenvolvida pelo Instituto Oceanográfico deSan Diego, pretende produzirbiocombustíveis, usando pequena algasmarinhas, com um tipo de tecnologia maiseficiente e por um preço mais acessível.

Esta pesquisa foi amplamente apoiadapelo Instituto Nacional de Saúde, pelaComissão de Energia da Califórnia, peloDepartamento de Pesquisa Científica daForça Aérea Americana, pelo Departamentode Energia e pela Fundação Nacional deCiência, que acredita que este seja um passoimportante no desenvolvimento debiocombustíveis alternativos. De acordo comdados da USDA e do siteethanolproducer.com, as unidades jáexistentes, em construção ou em processo delicenciamento são:

� The Green Fuel Association — Dorris,é uma planta piloto e produz 1,5 milhão degalões por ano, de biocombustíveis demelaço.

� Aemetis Advanced Fuels Keyes Inc.,produz 60 milhões de galões por ano, debiocombustível a partir de sorgo e milho.

� Calgren Renewable Fuels LLC,

produz 58 milhões de galões por ano, debiocombustível a partir de sorgo e milho.

� The Green Fuel Association-Corning,é uma planta piloto que produz 1,5 milhão

de galões por ano, de biocombustível demelaço.

� AltraBiofuels Phoenix Bio IndustriesLLC produz 32 milhões de galões por ano apartir de milho.

� California Ethanol & Power LLC,ainda em construção, já produz 66 milhõesde galões por ano a partir de cana-de-açúcar.

� Greenbelt Resources- Paso PilotPlant produz 60 mil galões por ano, a partirde resíduos agrícolas.

� Parallel Products of Californiaproduz 4 milhões galões por ano, a partir deresíduos agrícolas.

� The Green Fuel Association-Bieber éuma planta piloto e produz 1,5 milhão degalões por ano, a partir de melaço.

� Pacific Ethanol Madera LLC produz40 milhões de galões por ano, a partir demilho.

� Pacific Ethanol Stockton LLC, emprocesso de licenciamento, já produz 60milhões de galões por ano, a partir de sorgo emilho.

� Canergy, LLC, que ainda está emfase de licenciamento, está produzindo nomomento, 30 milhões de litros debiocombustível celulósico, a partir deresíduos agrícolas. “Ainda estamos noprocesso de licenciamento do nosso projeto,mas esperamos que nossa licença saia até osegundo semestre deste ano, paracomeçarmos a construção” afirma TimBrummels, diretor executivo da Canergy,LLC. (PB)

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Junho 2014PRODUÇÃO22

Tanto no acumulado, quanto nasegunda quinzena de abril, a moagem decana-de-açúcar das usinas no Centro-Sulestá abaixo dos volumes registrados noúltimo ciclo. No primeiro caso, foramprocessadas 40,30 milhões de toneladas,contra 41,72 milhões apuradas em 2013.Já nos últimos quinze dias de abril, ovolume atingiu 23,89 milhões de toneladas,valor 25,69% inferior ao valor registrado nomesmo período da safra 2013/14 (32,14milhões de toneladas).

O relatório divulgado pela Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcarindica ainda que apesar do clima mais secovigente em março e abril deste ano, houveatraso no início de safra por muitasunidades produtoras. Em janeiro, aentidade verificou que haviam 256 usinascom planejamento de início das atividadesaté o final de abril. Entretanto, a quantidadeefetivamente observada de 215 empresas foiinferior ao previsto e também está abaixodas 236 unidades em operação registradasna mesma data da safra 2013/14.

Antonio de Pádua Rodrigues, diretortécnico da Unica, fala sobre o cenáriocanavieiro, lembrando que as usinaspassam por um momento crítico. “Váriasusinas postergaram o início de safra devidoàs condições climáticas, em alguns casosreduzindo a estimativa da oferta de cana.Outro fator adicional que contribuiu para

este início tardio das operações refere-seaos atrasos tanto na manutenção durante aentressafra – diante das dificuldadesfinanceiras enfrentadas por diversasunidades produtoras – quanto na entregade equipamentos pela indústria de bens decapital, que também sofre com a difícilsituação do setor sucroenergético”.

A Usina Cerradinho Bioenergia,localizada em Chapadão do Céu, GO,iniciou sua safra no dia 4 de março, comexpectativa de moer aproximadamente 4milhões de toneladas de cana-de-açúcar,número similar à safra passada.

A produção estimada de etanolhidratado é de 345 milhões de litros. Oproduto é escoado até Paulínia, SP, peloterminal de transbordo de etanol daAmérica Latina Logística, em Chapadão doSul, MS.

A previsão é de contínuo crescimentona capacidade da usina. Segundo afirmaçãodo presidente Luciano Sanches Fernandes,a usina receberá investimentos de até R$500 milhões. O objetivo é aumentar acapacidade de moagem para a geração deenergia, produto com elevada demanda ebaixa oferta atualmente no país.

Em Minas, safra2014/15 deveser 3% menor

Em 7 de maio, a Siamig – Associaçãodas Indústrias Sucroenergéticas de MinasGerais divulgou sua estimativa para a safra2014/15 de cana-de-açúcar. A região deveter uma queda de 3% na moagem emrelação ao último ciclo, totalizando 59,5milhões de toneladas. A grave crisefinanceira e a drástica seca durante aentressafra estão entre os fatores de maiorimpacto.

A produção de açúcar estimada é de3,5 milhões de toneladas, 3% acima dofabricado no último ano. Já a produçãototal de etanol deve ser de 2,5 bilhões, valor6% menor que a produção passada.

De acordo com Mário Campos,presidente da Siamig, essa é a primeira vezque os mineiros produzirão mais etanolanidro, chegando a 1,279 bilhões de litros.Já a produção de hidratado está previstaem 1,252 bilhões de litros.

Das 40 usinas mineiras, 26 jáiniciaram a safra, com previsão decrescimento na área de corte de 7,6%. Já aprodutividade será reduzidasignificativamente, em função da seca, de79 toneladas de cana/h na safra 2013/14para 70 tc/ha nesta safra.

Minas Gerais prevê esmagar

59,5 milhões de toneladasUnidade quer aumentar capacidade de moagem para gerar energia

Unica aponta moagem abaixo da última safra

Cerradinho moerá 4 milhões de toneladas

Várias unidades produtoras atrasaram o início da safra 2014/15

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Junho 2014IMPACTO SOCIAL24

Colaboradores abandonam devez o facão ao ser promovidosa funções diversas na lavoura

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Ao completar 30 anos doLevante de Guariba, ondetrabalhadores exigiammelhores condições detrabalho, não há dúvida deque a mecanizaçãoproporcionou melhorqualidade de vida ao trabalhador. E hoje semdúvida, o setor sucroenergético é um dos que maispossibilitam ascensão profissional e oportunidadespara “crescer na vida”. A antiga função do “boiafria” deu lugar ao conforto das cabines das supermáquinas da atualidade, com direito a ar-condicionado. Quem assumiu o posto de operadorde máquinas agrícolas conseguiu dobrar sua renda,pois a média salarial do cortador de cana girava emtorno de R$ 1.200,00, e hoje, o operador decolhedora ganha em torno de R$ 2,5 mil. O setortransformou a vida de milhares de ex-funcionáriosdo corte, como o alagoano Amaro da Silva,operador de colhedora de cana da Usina Barralcool.

Em 2001, quando o ex-rurícola saiu deAlagoas, não imaginava o que lhe esperava nasterras distantes do Pantanal Mato-grossense. Semrumo, e em busca de uma vida melhor entrou emum ônibus e partiu rumo ao Acre. No meio do

caminho quando avistou a cidade de Barra doBugres (MT), depois de 52 horas de viagem,lembrou-se dos comentários de que ali seria umbom lugar para se ganhar dinheiro e decidiudescer. “Perdi todo o dinheiro do restante daviagem, mas sabia que poderia conquistar umavida melhor. Em quinze dias arrumei emprego nocorte de cana na Barralcool. Com três meses mechamaram para ajudante de maquinário e depoiscomo operador de trator. Sonhava em ganhardinheiro para ajudar minha mãe que mora noNordeste”, completa.

Até hoje o colaborador, além de terconquistado seu grande objetivo pessoal de teruma casa própria, se qualificou e já participou demais de quatro cursos na área, oferecidos pelaUsina. “Eu sei que essa oportunidade de pilotaruma colhedora mudou muito minha vida. Não hácomparação entre o corte manual e mecânico, adiferença na qualidade de vida do trabalhador émuito grande. Fico feliz pela oportunidade que aUsina me deu. Consegui ajudar minha mãe esempre mando dinheiro para ela, além de daruma melhor qualidade de vida para minhafamília”, revela.

Com o novo trabalho, em 2005 o operadorconseguiu comprar uma moto zero km.Posteriormente ele trocou a moto em um terreno,com pequena diferença à vista. “Lá havia umacasa de tábua. Aos poucos consegui construir umacasa de alvenaria e comprei um carro zero à vista.A cada dia luto para retribuir a força que aempresa me deu. Digo com orgulho que amecanização melhorou minha vida em todos ossentidos”, reforça.

AO INFINITO E ALÉM!

Amaro e a esposa, na casa própria e confortável, em fase final de construção

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Junho 2014 IMPACTO SOCIAL 25

Na década de90, quando o atualcoordenador detrabalhador rural daUsina Barralcool,Vanderley dosSantos, conhecidocomo General, iniciou seu trabalho naBarralcool como trabalhador rural, tinhaem mente o objetivo de crescer na vida eenxergou essa oportunidade na Usinamato-grossense. “A vontade de crescer eratão grande que para treinar a caligrafia,mantinha correspondências por meio deum programa de rádio e, ao me apresentardizia que era fiscal de campo. Eu pensavaque se não tivesse um cargo como esse, nãoiriam responder minhas cartas. Permanecicomo cortador de cana por apenas trêsmeses e em 2005, depois de terdesenvolvido outras funções no campo, fuipromovido para coordenador dos rurícolasporque gosto de estar no meio das pessoas,acho que tenho esse dom de lidar compessoas”, lembra.

Até 2006, General chegou a liderar até3 mil pessoas, ainda no advento do cortemanual de cana e depois tudo mudou.“Sempre estive envolvido nas contratações,principalmente com a mecanização e meenvolvia com outras funções comomotorista, operador de máquina, líder deoperador. Preenchi o cadastro de um dosprimeiros operadores de colhedoracontratados aqui e depois ele acabou

ajudando a treinar outros colaboradores”,reforça.

Com o advento da mecanização, asconquistas foram muitas. Conseguiucomprar um carro zero km, uma casa e teruma vida digna dentro dos padrões dointerior. “O pouco que tenho conquisteitrabalhando nessa empresa. Sonhava emtirar um carro novo na agência e ser oprimeiro a sentar no banco e realizei essesonho em 2010. Graças ao emprego vieramas conquistas e as realizações. Mas minhaprimeira realização foi comprar uma motozero km e minha casa. Tenho umsentimento de realização por ter mededicado na vida. Agradeço a Deus e osdiretores por dar oportunidades. Sou gratoao gerente Marcos Beletti, que me deu esseespaço e me ensinou o que sei hoje. Agoradesejo cursar uma faculdade deadministração de empresas”, enfatiza.

General fez curso técnico deadministração e alguns cursos internos e jáiniciou um curso universitário. O dom deliderar e estar no meio das pessoasadquiriu desde a juventude, quando nointerior do Mato Grosso, aos 15 anos,lecionou em uma escola de ensinofundamental por seis meses. “Daí emdiante queria algo voltado à áreaadministrativa e na empresa me realizeidentro do escritório. Sair do corte manual elidar com gente foi maravilhoso pois puderealizar meus desejos pessoais e fazer o quegosto”, comenta. (AM)

General começa como trabalhadore chega a coordenador

Vanderley dos Santos: caligrafia treinada por correspondência

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Junho 2014IMPACTO SOCIAL26

Aos 18 anos, Wilton Campos,operador de colhedora da UsinaPitangueiras, saiu do Sudeste deMinas Gerais, e foi tentar a vida naregião de Bauru (SP) em busca dosonho de ter uma habilitação ecomprar sua tão sonhada moto. Foinesse momento que começou a cortar cana e a ter suarenda pessoal. Com o passar dos anos, foi trabalhar naUsina Pitangueiras, no interior de São Paulo. E hoje,trabalhando na mecanização da colheita, sua vida deu umareviravolta, pois voltou a frequentar a escola. “Com o cortemanual eu chegava muito cansado e não tinha ânimo pararealizar simples tarefas do dia a dia, mas há quatro anostudo mudou. Recebi uma chance da Usina Pitangueiras,para sair do corte manual e ser operador de colhedora eassim minha carreira deslanchou. Fiz um curso pago pelaUsina no Senai de Ribeirão Preto e me senti motivado aconcluir os estudos. Agora curso supletivo em outra cidade,em Bebedouro”, diz.

Atualmente, com 34 anos, Campos pretende seguiradiante até a faculdade. “Quero ter um diplomauniversitário relacionado a área agrícola. Comecei 2011com o pé direito, na mecanização e aos poucos estourealizando meus sonhos. Até um curso técnico para minhaesposa eu pude pagar, pois agora consigo planejar meusobjetivos. Antes, como trabalhamos por produtividade, osalário variava muito principalmente quando chovia, nãoconseguíamos cortar muita cana”.

Para ele o corte manual não foi novidade, pois sempretrabalhou na lavoura e com o gado da família, que moravaem sítio. “Trabalho na roça desde os oito anos. Meu pai foicontra minha ida para São Paulo, mas queria muitoconquistar minha habilitação e ele concordou com otempo. Agora com a colheita mecanizada pude comprarmeu terreno, ter carro e moto e mobiliar minha casa, poismeu salário ganhou um incremento de até R$ 1 mil pormês e com uma melhor qualidade de vida, pois só vou aomédico para fazer check up. Hoje tenho prazer de estudar emotivação total no fim do dia”, diz.

De acordo com ele, ainda quando era cortador decana, caminhava na lavoura e se perguntava se um diaseria capaz de pilotar a colhedora. “No começo só via pelatelevisão, depois comecei a ver as máquinas no campo eimaginar se também poderia ter um trabalho daquele.Sinto-me satisfeito e muito feliz, gosto de colhedora decana. Agradeço a oportunidade da Pitangueiras por teracreditado em mim”, lembra.

Por causa da mecanização, Amaro da Silva, operador

de colhedora da Usina Barralcool, também se sentiumotivado a voltar às aulas. “Estudei apenas até a quartaserie do ensino fundamental, e voltei a estudar há quatroanos e agora estou terminando o ensino médio”.

Wilton explica que quando saiu de Alagoas não tinhaestudo e nem tinha disposição para isso, por causa do

cansaço causado pelo corte manual de cana. “Antes eu sóqueria descansar. Valeu a pena ter conquistado esse novocargo. Sinto-me sinto muito orgulhoso e tenho certeza quefoi muito bom mecanizar a colheita, pois melhorou a saúdeda população e do trabalhador, além de ter melhorado oclima”, finaliza. (AM)

Volta às aulas

Wilton Campos, do canavial das Alagoas para colhedoras em Pitangueiras

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Junho 2014 USINAS 27

Em tempos de crise, a maioria dasempresas diminuem os investimentos eprocuram formas de enxugar os custos.Mas, nesta época também, surgem as quebuscam aproveitar o momento e expandirseu patrimônio. É o caso do Grupo SãoMartinho, que acaba de assumir o controleda usina Santa Cruz, localizada emAmérico Brasiliense, SP.

Em outubro de 2011, a empresa jáhavia entrado no capital da Usina SantaCruz, com uma participação de 32,5%.Agora, em uma transação que envolveassunção de dívidas e venda de terras, aSão Martinho agregará uma participaçãoadicional de 56,05%, totalizando 92,14%da nova controlada.

A aquisição foi fechada por R$ 315,8milhões, além de transferir dívidasequivalentes a R$ 365,4 milhões. FábioVenturelli, presidente da São Martinho,falou ao Valor Econômico sobre atransação. “Agora, com o controle,conseguiremos implementar uma gestãoagrícola e capturar mais sinergia. Há uma

intersecção entre os canaviais da SantaCruz e das nossas outras unidades. Emalguns casos, pode ser mais vantajosotrocar cana entre as unidades. Mas isso sóserá possível agora, com o controle”.

A operação deve ser fechada em

agosto, e a partir daí, a São Martinhoaumentará sua capacidade instalada de 17milhões de toneladas por safra para cercade 20 milhões de toneladas. Na safra2013/14, a Santa Cruz processou cerca de4,5 milhões de toneladas de cana.

Grupo São Martinho adquire Usina Santa Cruz

Empresa alemã negocia ativos da BungeO rumor de que a empresa alemã

Südzucker, maior produtora de açúcar daEuropa, negocia a aquisição de usinas noBrasil, movimenta o mercado. Especula-seque o alvo das operações é a Bunge, que hápouco tempo anunciou uma novaestratégica de suas operações, deixando emaberto a possibilidade de venda da usina deaçúcar e etanol, que comprou há quatroanos, por US$1,4 bilhão. O grupo está entreas líderes no processamento de cana doBrasil e opera oito usinas com capacidadecombinada de aproximadamente 21milhões de toneladas/ano.

De acordo com Claudiu Covrig,analista de mercado agrícola daKingsman e a Platts Mcgraw HillFinancial, as negociações ainda nãopodem ser confirmadas. Informaçõesdivulgadas pelo Valor Econômico nesta

manhã dizem que Thomas Kohl, diretorfinanceiro do grupo alemão Südzucker,revelou recentemente que a empresa tem

fluxo de caixa para novos investimentos.“O Brasil ainda é um mercadointeressante para nós”, afirma Kohl.

Unidade goianaincrementa rendacom bioeletricidade

Em Chapadão do Céu, sudoeste deGoiás, a Cerradinho Bioenergia(CerradinhoBio), usina com capacidadepara moer 4 milhões de toneladas decana-de-açúcar por safra, tem conseguidoincrementar o caixa através dos bonsresultados a partir da produção debioeletricidade.

Na safra 2013/14, a caldeiracomeçou a funcionar, após a manutençãoda entressafra, com antecipação de 15dias para alavancar a produção deenergia. De acordo com a empresa, ameta inicial já foi superada em 8% – dos190 mil MWh previstos na safra2013/14, foram produzidos 205 milMWh. E o excedente foi negociado apreços até quatro vezes maiores do queos normalmente pagos no mercadoregulado através de leilões da Aneel –Agência Nacional de Energia Elétrica.

Atualmente, cerca de 80% daeletricidade exportada estácomprometida em contratos de longoprazo no mercado regulado – a um preçomédio de R$ 200,00 o MWh, em valoresdo início de 2014. O excedente foinegociado no mercado à vista, cujo preçomédio – ao longo da última safra –atingiu um patamar 75% maior, R$350,00 o MWh. “Esse preço médio dospot foi puxado pelas vendas a preçosrecordes no fim da safra 2013/14,explica Gustavo de Marchi, diretor daempresa.

O saldo foi um incremento de receitasignificativo que deverá ser reinvestidono parque industrial. “Pretendemos focaros investimentos da Companhia noaumento da cogeração que temcontribuído positivamente para oresultado”, completa o presidente daCerradinhoBio, Luciano SanchesFernandes.

Usina Santa Cruz

Südzucker negocia a aquisição de usinas no Brasil

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Junho 2014POLÍTICA SETORIAL28

Para MônikaBergamaschi, rolocompressor estáesmagando empregos eas indústrias de base

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Governo e setor se enfrentam em umcabo de guerra invisível, ondeprovavelmente a corda deve estourar parao lado sucroenergético. Isto, porque, aindústria de etanol sofre com umproblema de preços pagos pelobiocombustível, graças a uma políticaequivocada que mantém o preço dagasolina, tirando a competitividade doetanol na bomba dos postos decombustíveis.

Para remediar a situação, em meadosde abril o ministro da Agricultura, NeriGeller, anunciou que pode adotar medidasde incentivo à produção de etanol.Segundo ele, a área econômica e a agrícolado governo estão estudando o que pode serfeito para estimular o setor.

Ele evitou revelar detalhes, masindicou que o diálogo com o Ministério daFazenda, Guido Mantega, com quem sereuniu à época é mais amplo do quereduzir impostos para melhorar acompetitividade do etanol ante a gasolinanos postos de combustíveis.

Dias depois, Mantega deixou o climamais tenso, ao declarar que o setor precisamelhorar sua gestão para superar a crise,reiterando, em sua visão, que o governooferece toda ajuda necessária para osprodutores. “Esse setor tem que aumentara produtividade, tem que procurar reduziro custo, daqui a pouco teremos uma novageração de etanol”, disse.

Em resposta, a Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar divulgou notano dia 29 de abril. “Trata-se de mais umraciocínio distorcido, a exemplo de outrasexplicações incompletas lançadas nosúltimos dias por integrantes do governo epela presidente da Petrobras”.

De acordo com a entidade, mesmocom as várias reuniões realizadas emBrasília e debates por todo o país, ogoverno insiste em não assumir a realsituação do setor.

Durante a Agrishow, a Secretária daAgricultura a Abastecimento do Estado deSão Paulo, Mônika Bergamaschi, tambémrefutou as afirmações do ministro Mantega.“Em vez de moermos cana, estamosmoendo usinas, os empregos e as indústriasde base”, enfatizou. Para Mônika, é difícilque o setor supere a crise sem políticas queestimulem a produtividade de toda acadeia. “Necessitamos de uma reformarápida, para que tire essa miopia sobre osetor, e assim tenhamos de novo o etanol, oaçúcar e a energia limpa no patamar quemerecem”, concluiu.

‘Em vez de cana, estamos moendo usinas’

Monika Bergamaschi pede políticas que estimulem a produtividade

Guido Mantega: setor tem que aumentar a produtividade e reduzir custos

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No último dia 20 de maio, aCâmara dos Deputados aprovoua subvenção aos canavieirosnordestinos referente a safrapassada, na Medida Provisória635. No fechamento destaedição, a medida seguia paraapreciação do Senado (queprovavelmente a ratificaria) edepois para sanção presidencial.

Para quem acompanhou deperto a votação, o clima foitenso, pois alguns deputadospediram a retirada dos artigos10 e 11 sobre a subvenção,contidos na MP, sob alegação deser matéria estranha à medida.Mas o deputado Pedro Eugênio(PT-PE) entrou de imediato comum recurso na Mesa Diretora daCâmara, a favor dos artigos,justificando a manutenção dosmesmos na Tribuna da CasaLegislativa, por se tratar de umajustiça com o setor canavieiro,vítima da seca.

A movimentação na Câmara dosDeputados foi acompanhada pelospresidentes das associações de plantadoresde cana dos estados de Alagoas, LourençoLopes, de Pernambuco, AlexandreAndrade Lima, e do Rio Grande do Norte,

Renato Lima. Antes, porém, os dirigentesse reuniram com o ministro da PrevidênciaSocial, Garibaldi Alves. A reunião tevecomo meta solicitar apoio ao ministro parasensibilizar a presidente Dilma Rousseff asancionar a MP 635, após aprovação noSenado.

Câmara aprova subsídio paracanavieiros nordestinos

Pequenos produtores de biocombustívelpodem receber auxílio do FAT

Está em discussão na Câmara dosDeputados, em Brasília, o Projeto de Lei6120, de autoria da deputada SandraRosado (PSB – RN). O projeto destinarecursos do FAT – Fundo de Amparo aoTrabalhador, aos pequenos produtores debiocombustível. A prioridade será dada àscooperativas vinculadas ao Pronaf-Programa Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar.

Serão destinados 3% do fundo paraesse fim, há preocupação em destinar 28%do recurso total para municípios com IDH

a baixo de 0,6, classificados como MuitoBaixo e Baixo, segundo a ONU.

O objetivo do projeto, conformedivulgado pela assessoria de imprensa daCâmara, é fortalecer as pequenaspropriedades espalhadas pelo país.

A tramitação da proposta já está emcaráter conclusivo. Passará ainda poranálises, por mais seis comissões, antes deser aprovada: Minas e Energia; deTrabalho, de Administração e ServiçoPúblico; de Finanças e Tributação e deConstituição e Justiça e de Cidadania.

Deputado Pedro Eugênio, de PE: uma questão de justiça

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Junho 2014POLÍTICA SETORIAL30

Presidenciáveis mais cotados tentamse aproximar do setor sucroenergético

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Líderes do setor sucroenergético concordam que em2014, por se tratar de um ano eleitoral, mudançassignificativas no mercado de combustíveis, por exemplo,

é algo inviável. Contudo, em 6 de maio, a presidente DilmaRousseff (PT) adiantou que, caso se mantenha no cargo, nemem 2015 as coisas tendem a mudar.

Em jantar no Palácio da Alvorada, com dez jornalistas, apetista falou sobre os problemas enfrentados pela Petrobras,incluindo a política de preços estabelecida. “Gostaria que memostrasse a conta. Diz-me o que está defasado. Está defasadoem relação a quê?”, declarou a presidente, referindo-se ao preçodo combustível fóssil, praticamente estagnado há anos.

A prática tem feito com que o setor sucroenergético,produtor de etanol, sinta na pele os efeitos. Em função dadefasagem, os rendimentos financeiros seguem caindo,culminando em queda de investimentos, desemprego, entreoutros graves problemas. “Não existe lei divina que determineque a gasolina brasileira deve flutuar de acordo com o mercadointernacional. O preço do petróleo no Brasil não está ligado aopreço internacional e não tem de estar”, afirmou Dilma.

Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro deInfraestrutura, por diversas vezes afirmou que a volta da Cide –Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre agasolina seria um alento aos produtores canavieiros. Mas, aoque parece, Dilma não concorda. “Sempre digo queprevisibilidade é a chave do negócio. A volta da Cide trariamaior estabilidade ao mercado. Mas como pensar nestapossibilidade se ela indica aumento da gasolina, que podetrazer inflação e, consequentemente, queda na popularidade?Infelizmente, o governo foi muito incompetente na política deenergia do Brasil”.

DILMA X AÉCI

Dilma Rousseff: “setor está defasado em relação a quê?” Aécio Neves: se eleito, serei interlocutor

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Aécio chama aresponsabilidade:podem me cobrar

“Podem me cobrar no futuro. Em relação aosetor sucroenergético, o interlocutor direto será oPresidente da República caso eu seja eleito”. Comessas palavras o senador Aécio Neves (PSDB)encerrou a coletiva de imprensa durante suapassagem pela 21ª Agrishow – Feira Internacional deTecnologia Agrícola em Ação, em 30 de abril.

Neves falou sobre as medidas que precisam serimplementadas, além de dizer que o segmentoapenas se mantém em função do árduo trabalho dosprodutores. “Não podemos falar em fracasso do setorsucroenergético em função do esforço e do talento daspessoas que têm se dedicado a este trabalho.Precisamos de linhas de crédito que funcionem,política de preços clara e transparente em relação aoscombustíveis, além de garantias de estímulos paraquem venha empreender. Não podemos trabalharcom insegurança e sazonalidade”, declarou.

Por fim, reiterou a importância do segmento nopaís. “O setor sucroenergético é uma prioridade noBrasil, que não pode depender apenas docombustível fóssil”, finalizou.

O presidenciável Eduardo Campos, por sua vez,ainda tenta diminuir a má impressão causada pelavirtual candidata a vice, Marina Silva, por ter ditoque o setor desrespeitaria o meio ambiente. “Nossospontos de convergência em todo o agronegócio sãomuitos mais”, observou. (AR)

CIO X CAMPOSGEORGE GIANNI

direto com o setor, podem me cobrar Eduardo Campos trabalha para diminuir rejeição a Marina Silva

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Junho 2014POLÍTICA SETORIAL32

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Dentre as possibilidades de alavancar osetor neste ano o aumento da mistura deetanol anidro na gasolina é a mais viável. Oaumento de 25% para 27,5% traria fôlegotanto para a Petrobras quanto ao setorsucroenergético, uma vez que estamos em anode eleição e dificilmente ações efetivas, como avolta da Cide - Contribuição de Intervençãono Domínio Econômico sobre a gasolinaserão tomadas.

De um lado, a Petrobras acumulaprejuízos mês a mês, haja visto que o preço dagasolina se mantém praticamente congeladodesde 2006, com uma defasagem de até R$0,25 em relação ao valor pago na importação.

Do outro, o setor canavieiro perdeucompetitividade nos postos, contribuindopara uma das piores crises do segmento.“Para competir no mercado, o etanolhidratado está sendo vendido abaixo do custode produção, mas isso só agrava o balançofinanceiro das usinas”, diz Mário Campos,presidente da Siamig - Associação dasIndústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais.

Luiz Moan, presidente da Anfavea –Associação Nacional dos Fabricantes deVeículos Automotores, chegou a dizer que oaumento poderia trazer prejuízos aoconsumidor. A Unica - União da Indústria deCana-de-Açúcar, autora da proposta, contestao representante.

Faz parte das dúvidas do governo,também, se o setor teria capacidade de

produzir tanto etanol excedente. Caso sejaaceito, o aumento da mistura significará umademanda adicional de álcool anidro de 1bilhão de litros por ano, conforme estimativasiniciais.

Cid Caldas, coordenador-geral de açúcare etanol do Ministério da Agricultura, explicaque a política de venda de anidro, feita pormeio de contratos fechados com asdistribuidoras de combustível, estimula afabricação do produto. “Como o etanolanidro tem de ser contratado pelodistribuidor, isso dá segurança para oprodutor”.

De acordo com a estimativa da Conab -Companhia Nacional de Abastecimento, aprodução de anidro deve crescer 8,71% nasafra 2014/15.

POSSÍVEL AUMENTO DA MISTURA

CAUSA DIVERGÊNCIAS

Haverá luz nofim do túnel?

Em 14 de maio, foi aprovado por umacomissão mista do Congresso Federal aemenda referente a Medida Provisória (MP)638/14, autorizando o aumento do teto depercentual do álcool anidro na gasolina para27,5%, desde que órgão do governo aceite aviabilidade técnica do aumento.

De acordo com o deputado federal,Arnaldo Jardim, este foi apenas o primeiropasso em busca da medida que pode trazermaior competitividade ao setor canavieiro.“Agora, seguimos com o projeto para aCâmara dos Deputados, depois para oSenado, e por fim, lutaremos pela sanção dapresidente”, explica.

Jardim, que preside a FrenteParlamentar pela Valorização do SetorSucroenergético, lembra que estão sendoagendados seminários com especialistaspara que o tema seja debatido. “Queremosmostrar ao governo que a alteração nãotrará problemas ao consumidor. Para isso,contamos com a ajuda do Fórum NacionalSucroenergético. As ações estão sendo bemalinhadas”.

A alteração no percentual de misturapode trazer benefícios não apenas noâmbito ambiental, mas também, social eeconômico. É o que defende o tambémdeputado federal, Mendes Thame. “Esseaumento tem como objetivo, além decontribuir para a saúde pública, estimular osetor a continuar expandindo as suasatividades em todas as fases da cadeiaprodutiva”.

De acordo com a presidente da Unica -União da Indústria de Cana-de-Açúcar,Elizabeth Farina, as conversas com osministérios sobre o aumento seguem desde ofim de 2013. Para que seja realizado aindaem 2014, é preciso agilidade. "Se for paraimplementar este ano, estamos correndocontra o tempo, há todo um planejamentode uso da safra, de contratação, mas achoque primeiro temos que focar na aprovaçãoda medida”, afirmou. (AR)

Luiz Moan, presidente da Anfavea:

aumento traria prejuízos ao consumidor

Cid Caldas, do Mapa: política de venda

do anidro estimula sua fabricação

Arnaldo Jardim: alteração não

trará problemas ao consumidor

Mendes Thame: mistura maior beneficiará

ambiente, sociedade e economia

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Junho 2014 POLÍTICA SETORIAL 33

ANDRÉ RICCI E ANDRÉIA MORENO,

DA REDAÇÃO

A Unica - União da Indústria deCana-de-Açúcar rebateu as declarações deLuiz Moan, presidente da Anfavea -Associação Nacional dos Fabricantes eVeículos Automotores de que o aumentoda mistura de etanol anidro na gasolina,de 25% para 27,5%, trará prejuízos aoconsumidor.

A Anfavea elaborou um estudo, a serentregue ao governo, de que hápossibilidade de maior desgaste noscomponentes metálicos e de borracha noscarros a gasolina - que representam hoje38% da frota circulante do país -, além dedificuldade na partida.

A entidade explica que não há riscode desgaste das peças, pois são produzidascom ampla tolerância. Entre outros itens,contesta também a afirmação de que amedida vai gerar aumento de 20% nasemissões de aldeídos e de 75% nas de NOx(óxidos de nitrogênio).

De acordo com a Unica, possíveisaumentos de emissões ficariam em tornode 15% para aldeídos e abaixo de 20%para o NOx. “Juntos, os impactosambientais positivos com a mistura de27,5% superam largamente o eventualaumento de emissões que poderiaocorrer”, diz em nota.

Francisco Nigro, considerado um dospais do carro a álcool, atual professor daEscola Politécnica da USP - Universidade

de São Paulo, afirma que 2,5% a mais deetanol representa a perda de 1% deconsumo em geral. “Não acho que irá

prejudicar os veículos. Você apenas levará99% da energia que levava antes, mas nãoprejudica em nada. Em termos de

desgaste de motor, não há problemas”.Nigro explica que a quantidade de

energia perdida, do ponto de vista dofuncionamento de motor, não levantasuspeita sobre desgaste. “As montadorasfazem material para ser resistente aoetanol e fazemos isso há muito tempo. Adiferença é pequena e os motores seadaptam. O gasto é quase imperceptível”,afirma.

Apesar de afirmar que em linhasgerais não causaria nenhum dano, RenatoRomio, chefe da Divisão de Motores eVeículos do Centro de Pesquisas doInstituto Mauá de Tecnologia, diz que aquestão não é tão simples.

Ele explica que os carros sãoajustados com certa tolerância ao teor deálcool na gasolina, mas não se sabe olimite deste procedimento. “Isso varia defabricante, modelo e ano de fabricação.Hoje não se discute a tolerância dos carrosflex. Já os carros dos anos 90 de injeçãoeletrônica até 2000, podem apresentaralguma falha de funcionamento ou nocontrole de emissão de poluentes. Mas, agrosso modo, não vejo problemas”, revela,ao afirmar que é preciso fazer algunstestes para a plena certeza.

O aumento da mistura segue emanálise. A ideia, segundo o governo, édiminuir o impacto do preço da gasolinanas bombas e ajudar os produtores decana-de-açúcar, que, de acordo com aUnica, podem perder até 50% dasexportações de etanol anidro para osEstados Unidos neste ano.

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Luiz Carlos Corrêa Carvalho,presidente da Abag – AssociaçãoBrasileira do Agronegócio, não acreditano aumento da mistura de etanol anidrona gasolina. Este tem sido um dosprincipais pleitos do setorsucroenergético, que passa por uma gravecrise e luta por políticas públicasfavoráveis a energia renovável.

“Acho o governo míope. O ministroda Fazenda, Guido Mantega, só pensa nainflação, que aliás, chegou neste ponto emdecorrência do atual modelo de gestão.Não acredito no aumento”, afirmou Caio,como também é chamado, durante acerimônia de abertura da Agrishow –Feira Internacional de TecnologiaAgrícola em Ação, no fim de abril, emRibeirão Preto, SP.

O aumento significaria umademanda adicional de álcool anidro deaproximadamente 1 bilhão de litros porano. De acordo com avaliação daconsultoria Canaplan, a quebra deprodução na região Centro-Sul deve girarem torno de 9,5% na safra 2014/15,totalizando 540 milhões de toneladas.

Questionado sobre a capacidade deprodução do setor, Caio explica. “A

produção de etanol anidro é feita atravésde contratos firmados entre asdistribuidoras e os produtores, viaregulação da ANP – Agência Nacional doPetróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.Seja qual for a mistura, existem multaspara quem não os cumpre. Se o governotrabalhasse de maneira correta, com uma

política pública definida, naturalmente asafra seria alcooleira”.

No fim de abril, também, GuidoMantega, disse que apesar de sempre ser“possível”, o governo não cogita elevar amistura do etanol na gasolina nestemomento.

Em relação aos preço dos

combustíveis, ele lembra que o início dasafra de cana no Centro-Sul deve fazercom que a oferta de etanol aumente,contribuindo para a redução dos valoresnos postos. “Estamos começando a safrado etanol. No auge, ela causará a reduçãodo preço do etanol e também doscombustíveis”, afirmou.

SETOR É CAPAZ DE SUPRIR MAIOR DEMANDA

Mistura não prejudicará os motores, garante especialista

Francisco Nigro: diferença é pequena e os motores se adaptam

Luiz Carlos Correa Carvalho:

com política pública definida a safra

sempre será alcooleira

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Junho 2014ADMINISTRAÇÃO E LEGISLAÇÃO34

Empresas com profissionais bempreparados enfrentam melhorproblemas gerados pela crise

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Os programas de capacitação de pessoas precisam serdesenvolvidos de maneira permanente. Não devem serinterrompidos em momentos de dificuldades, iniciados ouretomados apenas em situações de euforia.

É necessário treinar sempre para que a empresa tenhacondições de superar dificuldades, expandir seus negócios oumesmo entender e aproveitar as oportunidadesproporcionadas pelas inovações tecnológicas.

As unidades e grupos sucroenergéticos que contam comprofissionais bem preparados, com boa produtividade,apresentam – da mesma forma que empresas de outrossegmentos – melhores condições para enfrentar os problemasgerados pelos períodos de crise setorial ou conjuntural.

Mas, não é só isto. “Quando o setor superar a crise evoltar a crescer, vai ter uma alta demanda por mão de obraespecializada e cara, o que inflacionará ainda mais o custocom folha de pagamento”, prevê Jorge Ruivo, diretor daWiabiliza Soluções Empresariais.

Segundo ele, haverá necessidade de profissionais

preparados e prontos. As empresas precisarão fazer umabusca no mercado para contratarem essas pessoas e deverãooferecer uma remuneração mais elevada em relação aossalários recebidos por esses profissionais em seus empregos.“Ninguém troca seis por meia dúzia”, constata. Isto ocorreuinclusive na expansão do setor antes do período de crise.

Essa situação gera problemas em relação ao equilíbrioda remuneração interna, provocando um grau de insatisfaçãoenorme na empresa e, consequentemente, perda deentusiasmo, de comprometimento e de produtividade, avalia.

As usinas precisam também se preocupar com aqualificação de seus profissionais, tanto na área de gestãocomo na operacional, para lidarem com as novas tecnologiasvoltadas, por exemplo, à produção de etanol de segundageração e de bioquímicos.

“É preciso ter gente mais qualificada, com visão maisaberta”, afirma. Na opinião de Jorge Ruivo, as usinas nãoestão se preparando e nem criando uma “inteligência” paralidar com essa nova situação. “A fabricação desses produtos,que apresentam maior valor agregado, é estratégica”,observa.

Há poucos grupos atualmente preocupados emconsiderar a inovação tecnológica como uma dos temas deseus programas de treinamento e de capacitação de pessoas.“Existe a necessidade de executivos e gestores que tenhamdesenvoltura, conheçam o mundo fora da empresa, e não sóo mundo da empresa e que tenham uma visão ampla demercado e de negócio”, afirma.

Treinar pessoas é ordem para

sobreviver, expandir e inovar

Treinamento na Usinas Itamarati: preparação para aumento da demanda pós-crise

Coaching mudacomportamento doprofissional no trabalho

Um recurso importante para o treinamento deexecutivos é o coaching. De acordo com Jorge Ruivo,existem dois tipos de coaching. Um deles é oempresarial que conta com um profissional (coach)do mesmo nível do cliente (coachee), ou seja, umapessoa com experiência como superintendenteatende um superintendente.

“Esse profissional já ocupou a posição docliente, fala de igual para igual, sabe estrategiar tantoquanto ele e por isso dará uma série de alertas e demetodologias que vai ajudá-lo a se organizar e aplanejar a sua atividade de forma muito maisconsistente e tranqüila em relação ao que faz hoje”,afirma.

O coaching é também uma opção interessante,em diversos casos, para o profissional que ocupacargos de gerência. Ele vai usar tudo aquele queaprender para o aprimoramento de sua atividade edo negócio – destaca.

Além do empresarial, há o coachingcomportamental. Esse treinamento é para oprofissional mudar o comportamento no trabalhoque deve ser adequado e alinhado às demandas queo cargo dele exige. “A gente mapeia a necessidadedesse profissional, define os pontos de maior impactoe aborda no coaching essas questões”, esclarece.

É um treinamento individual que apresenta umótimo resultado para o trabalho do dia a dia. Oprofissional aprende a trabalhar melhor sob pressão,a ter alto nível de negociação e a desenvolverarticulação e relacionamento internos diferenciados –exemplifica. “O coaching é a customização dotreinamento”, enfatiza. (RA)

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Outubro/2013 ADMINISTRAÇÃO E LEGISLAÇÃO 35

Contratação de maiornúmero de pessoas torna-se necessária quando hábaixa produtividadedevido à falta detreinamento adequado

“Toda vez que tem uma crise, o que asusinas fazem é cortar capacitação,desenvolvimento, treinamento.Infelizmente, essa é uma realidade”,constata Jorge Ruivo. Nos períodos em queexistem condições mais favoráveis, asusinas realizam investimentos e,eventualmente quando ocorre uma novacrise, como a que está acontecendoatualmente, há uma redução ou até mesmoa interrupção de programas detreinamento – detalha.

A área comportamental é a mais visadaquando há a realização de cortes, observa.“Na área operacional, permanece aquiloque é estritamente necessário”, afirma. Emdiversos casos, a parada ocorre de maneiraabrupta. Em consequência disto, a empresaacaba perdendo todo o investimento queestava sendo realizado. Na retomada doprograma de capacitação de pessoas apósseis meses ou um ano – exemplifica –, ficadifícil resgatar tudo o que foi feito.

O empresário deve ter a visão de que o

bom desempenho do seu negócio dependetambém de um grupo de profissionais bempreparados. “Em uma crise, se ele tivessegente muito boa, talvez a empresa saíssemuito mais rápido dessa situação do quenormalmente acontece”, compara o diretorda Wiabiliza.

“Se as empresas fizessem uma relaçãoentre treinamento e custo da folha depagamento, concluiriam que seria possívelreduzir muito esse custo se tivessem mais

gente capacitada, comprometida, comvisão mais ampla e que trabalhasse comentusiasmo”, compara.

Segundo ele, o desenvolvimento deprofissionais por meio dos treinamentos visatambém a racionalização e a otimização dasatividades. A partir disso, é possível aumentara produtividade e, consequentemente,diminuir a quantidade de pessoas.

“Se a empresa tem a possibilidade defazer mais com menos, consegue reduzir

custo com a folha de pagamento”, enfatiza.Sem treinamento e desenvolvimento, existea necessidade de maior número deprofissionais, pois eles apresentam baixaprodutividade devido à qualificaçãoinadequada.

Com os encargos sociais elevados nopaís, os problemas de produtividade e dequalidade dos serviços, os custosaumentam de maneira significativa –ressalta. (RA)

Programas de capacitação reduzem custos da folha de pagamento

Maioria das usinas e destilarias não tem plano de sucessãoAproveitamento internode funcionários para adireção, média e altagerência é muito pequeno

“O gestor deve estar preparado paratreinar pessoas, fazer sucessores, porquenão pode ficar refém de nenhumagerência”, comenta Jorge Ruivo. De 60% a70% das usinas e destilarias não têm umplano de sucessão – calcula. De acordo comele, poucas unidades contam com umprograma nessa área bem conduzido e bemtrabalhado.

Diversas usianas não têm uma pessoana equipe que consiga substituir umexecutivo – devido à mudança de emprego,aposentadoria, doença, etc –, de uma horapara outra, sem que ocorra perda dequalidade no desempenho da função,detalha. O aproveitamento interno defuncionários para a direção, média e altagerência é muito pequeno – revela.

Jorge Ruivo observa ainda que oexecutivo acaba tendo uma jornada diáriade trabalho muito longa por causa danecessidade de atender uma demandaelevada. “Muitos executivos chegam atrabalhar 10, 12 ou até 14 horas por dia.Isto não é normal. Tem alguma coisaerrada. Essa situação acontece, porque ele

não tem com quem dividir suasatividades”, explica. A Wiabiliza estáinclusive planejando a realização de umapesquisa, ainda este ano, que vai avaliar onível de estresse dos executivos que está“altíssimo” – comenta.

Preocupada com a preparaçãoadequada de executivos, a Wiabiliza estarádisponibilizando uma sala de treinamentovoltada à qualificação desses profissionaisem sua nova unidade, mais ampla, emRibeirão Preto, SP. “É preciso treinar esse

executivo para que ele faça o seu gestor sermais gestor e menos operacional”, diz.

“O empresário, o CEO (ChiefExecutive Officer), o superintendente nãopercebem. em diversas ocasiões, quemesmo ocupando uma posição muito alta,acabam fazendo o que o subordinado teriaque entregar, teria que fazer, mas não faz.Ocorre mais ou menos assim: o presidentevira diretor, o diretor vira gerente, o gerentevira coordenador, o coordenador virasupervisor “, observa.

Essa situação é consequência da faltade desenvolvimento de pessoas – ressalta.Agindo dessa maneira, o papel doexecutivo deixa de ser estratégico, pois eleacaba entrando na operação para que sejapossível dar conta de determinadademanda. “Fica uma reação em cadeia.Profissionais muito caros acabamrealizando atividades operacionais”,afirma.

Não adianta só alguns executivosestarem preparados se a equipe de gestoresnão tiver qualificação adequada. “Otreinamento e a capacitação de pessoasprecisam começar de cima para baixo – enão ao contrário. É necessário sensibilizaro executivo maior para que ele tenha umgrau de cobrança dos outros níveis. Eledeve motivar a sua equipe a se desenvolvertambém. Se o principal executivo não émotivado para fazer isto, ele não vaimotivar nem cobrar", diz. (RA)

Treinamento na Usina Nardini

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ENTREVISTA — Luiz Carlos Dalben, produtor de cana da região de Lençóis Paulista, SP

Cinco perguntas para Luiz Carlos Dalben

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Quanto foi investido no seu sistema de recolhimento de palha?Investi cerca de R$ 2 milhões em três anos. Hoje uma enfardadora gira

em torno de R$ 500 mil. Fiz diversas viagens ao exterior para conhecer osistema, e conseguimos vencer várias dificuldades técnicas. Ajudamos adesenvolver a enfardadora de palha da cana que não existia antes no país.Hoje vendo em torno de 16 mil toneladas por ano e forneço para um grupoda região de Lençóis. O próximo passo é utilizar uma enfardadora que játritura palha, que custou em torno de R$ 600 mil.

Quais as vantagens da palha da cana?Para se implantar um sistema como esse é preciso realizar um estudo,

levando em consideração o clima e as particularidades da área. De formageral, obtive resultados agronômicos importantes com esse trabalho, comoum maior desenvolvimento da cana na fase da soca e um incremento de 2 a 4toneladas/ha com esse trabalho, deixando 50% da palha no campo.Eliminamos o problema da cigarrinha da raiz e percebemos maior facilidadenos tratos culturais. Em contrapartida o solo perde mais umidade.

Quais os entraves para o melhor aproveitamento da palha? Poucos estudos sobre a palha e pouco esforço para isso. É uma pena,

pois vamos começar a fabricar etanol de segunda geração, que pode ser feitode palha. Ela complementaria o bagaço, já que o bagaço possui 1800 kcal epalha 3400 kcal, ou seja, 1 tonelada de palha equivale a 2 toneladas debagaço em kcal. Acho que o governo deveria se informar melhor sobre oassunto e ter mais sensibilidade, pois é absurdo queimar óleo diesel paraproduzir energia e lançar hidrelétricas há 4 ou 5 mil km de distância, quandotemos matéria-prima ao lado da linha de transmissão que não é aproveitada.Ninguém recolhe palha no Brasil pois não temos equipamentos aqui, e parase importar um enleirador ou enfardadora, infelizmente 50% dos custos sãode impostos.

Você venceu os problemas de logística? Minha área fica há 20 km de distância da usina, por isso meu trabalho

compensa. Mas é preciso observar que o recolhimento da palha somente setorna compensador se o preço da energia estiver atrativo, por isso, o trabalhoé sazonal.

E em relação aos preços da energia? Agora com o apagão, o último leilão remunerou bem, mas em algumas

ocasiões os preços não compensaram minha atividade. Se a palha fosseaproveitada em larga escala no Brasil, a geração de bioeletricidade poderiainiciar antes de março e terminar depois de dezembro. Ela também será umbom investimento com o advento do etanol de segunda geração. Assim, asusinas poderão ter uma renda extra, e muita gente sairia do vermelho.

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Piloto automáticocontribui para a melhoriados rendimentosoperacionais emdecorrência do efeitocascata de vários detalhes

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A otimização do processo demecanização das lavouras de cana-de-açúcar ainda depende de soluções quepossam elevar a eficiência das operações ecriar condições favoráveis para que acultura expresse todo o seu potencialprodutivo. Os recursos da agricultura deprecisão, também conhecida como AP, sãoaliados importantes para a obtenção deresultados positivos, desde que utilizadoscorretamente.

Considerado como uma das vertentesdessa tecnologia, o piloto automáticocontribui para a melhoria dos rendimentosoperacionais em decorrência do efeito cascatade vários pequenos detalhes, afirma oengenheiro agrícola José Paulo Molin,professor do Departamento de Engenharia deBiossistemas da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz da Universidadede São Paulo (Esalq/USP), de Piracicaba, SP.

Qualidade dos percursos, menosdanos, maior velocidade, trabalho noperíodo noturno estão entre os fatores quegeram ganhos de rendimento, enfatiza.

Segundo ele, a melhoria do paralelismo,proporcionada pelo piloto automático,reduz sensivelmente as perdas noscanaviais. “Mas, ainda dá para diminuir

mais”, observa. Para o engenheiro agrônomo

Leonardo Menegatti, diretor da APagri –também de Piracicaba, SP – os principaisbenefícios desta tecnologia estãorelacionados a uma melhor ocupação doterreno no plantio, à redução de perdas episoteio na colheita.

“Há um impacto direto emprodutividade, pois o que se deixa deperder é colhido e vai para a indústria.Existe uma grande expectativa em relação àredução de pisoteio e ao aumento dalongevidade do canavial, porém, isso não foiobservado nem mesmo medido até omomento”, comenta.

Apesar dos benefícios gerados por essatecnologia, existem ainda alguns desafiosque precisam ser superados. “O pilotoainda não está sendo usado para agilizarmanobras de cabeceiras”, diz Molin, que écoordenador do Laboratório de Agriculturade Precisão (LAP), da Esalq. É preciso fazero replanejamento de talhões em função daexistência do piloto, recomenda.

“O ‘retalhonamento’, oredimensionamento de carreadores podemotimizar manobras de cabeceiras”, detalha.

De acordo com ele, na próximageração serão disponibilizadosequipamentos com piloto pleno, ou seja,aquele que faz a manobra de cabeceira demaneira autônoma. “Precisamos replanejaros talhões pensando já nisto, embutindomais inteligência artificial”, diz.

Agricultura de precisão aprimora processo de mecanização

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O piloto automático começou a serutilizado na cana-de-açúcar no Brasil em2003. “Os primeiros usuários ‘apanharam’muito para aprender a usar essatecnologia. Os fornecedores não sabiamexatamente o que eles estavam vendendo”,conta José Paulo Molin. Após um períodode aprendizagem bastante longo, algunsusuários já sabem utilizar a tecnologiacorretamente e outros estão cometendo osmesmos erros básicos que foramcometidos há dez anos atrás, diz oprofessor da Esalq.

Entre esses erros inclui-se o nãoentendimento do que é gravar arquivo derepetibilidade para o ano seguinte ou paratrês anos depois – revela. “Até hoje hámuitas usinas que ainda não entenderama importância do arquivo gerado na

sulcação que deveria ser o guia dacolhedora”, comenta.

Molin observa que a máquina podecolher com piloto automático, mesmo semarquivo. Mas, neste caso, não utilizaráuma grande vantagem que é intrínseca dosistema, ou seja, o arquivo de quemplantou.

No início dos anos 2000, existiammuitas dificuldades por conta da baixacapacidade de gravação do computador debordo do piloto automático. “O problemado computador foi resolvido. Hoje é umproblema da qualidade da equipe que estáno campo e da assistência técnica.Atualmente muitos usuários ainda perdemqualidade na tecnologia por não entenderou por não conseguir fazer funcionarefetivamente o pacote”, avalia. (RA)

Usuários de piloto automático ainda precisam superar erros básicos

Do jeito que está sendo utilizado, opiloto automático não resolveuefetivamente o dano à soqueira causadopor tráfego do rodado do transbordo. Essaquestão ainda não está sendo analisada demaneira adequada, diz José Paulo Molin,que coordena também o Grupo deMecanização e Agricultura de Precisão(gMap), da Esalq, responsável entre outras

ações, pela realização de oficinas de GPS edo Seminário de Agricultura de Precisão

“Os transbordos têm piloto no eixodianteiro do trator. Depois do eixodianteiro, tem o traseiro e em seguida oengate flexível com dois transbordosrebocados e livres para ‘dançar’ lá trás. Éisto que temos mensurado e é o causadorde dano”, afirma. (RA)

Rodado do transbordo

causa dano à soqueira

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Tratamento localizadocom defensivos ampliaatuação da AP que jáconta com uso frequentede corretivos efertilizantes

A agricultura de precisão (AP)apresenta três grandes vertentes. “Além douso da automação que é o pilotoautomático e toda a sua turma, conta com autilização de taxas variadas em fertilizantese corretivos. E tem uma terceira vertente,bem mais recente, que é o tratamentolocalizado com defensivos. Neste caso, há autilização de taxa variada para herbicidapré-emergente e também de cataçãoeletrônica de erva daninha que estárelacionada à aplicação – ou não – dos pós-emergentes”, observa Molin.

Na essência, a agricultura de precisão éo gerenciamento da variabilidade daslavouras – explica o professor da Esalq.Mas, o GPS, que é o Sistema dePosicionamento Global (do inglês, GlobalPositioning System) e o GNSS, que é oSistema de Navegação Global por Satélite(Global Navigation Satellite System)também ficaram fortemente vinculados aessa tecnologia. Segundo ele, o pilotoautomático virou um filhote da agriculturade precisão e, considerando uma visão maisampla, está inserido na AP.

Apesar do piloto automático serconsiderado a tecnologia na área deagricultura de precisão que teve maioradesão no setor, a aplicação de insumos emtaxa variada, como: calcário, fósforo,potássio, tem sido utilizada de maneirafrequente. “Tudo começou em 2002 nacana-de-açúcar em São Paulo. Depois, seexpandiu para outros lugares. Mas, a cana,na nossa avaliação, estagnou neste assunto.Tem ampliado a área no uso dessatecnologia, mas não evoluiutecnologicamente. Continua fazendo aaplicação de taxas variadas de fertilizantes ecorretivos na reforma”, constata.

Na avaliação de José Paulo Molin, aevolução foi praticamente zero na utilizaçãode taxas variadas na soqueira. Não houveavanço na qualidade da amostragem dosolo. “Está sendo feito de maneiraelementar e básica. Faltam amostras. Épreciso fazer amostras mais densas”, critica.

Em decorrência dessa situação, háproblemas em relação à qualidade dosdados e dos mapas. “A gente costuma dizerque por pior que seja a utilização da taxavariada, é melhor do que o uso datradicional amostragem média para todaárea”, compara. Ele considera positivoinclusive o interesse crescente das unidades

sucroenergéticas por essa tecnologia. A adoção de taxa variada na adubação

nitrogenada continua sendo um desafio.“Temos alguns protótipos de tecnologiapronta para ser validada. Mas, ainda nãofoi iniciada efetivamente a utilização emcana”, afirma. Segundo ele, o Laboratóriode Agricultura e Precisão da Esalq temdesenvolvido estudos nessa área.

“Trabalhamos com dois sensores,produtos bastante conhecidos no mercado.Estamos em uma fase intermediária. Atecnologia está pronta para ser testada emescala real. O uso de nitrogênio em cana éum tema bastante complexo”, afirma. (RA)

Essência da tecnologia é o gerenciamento da variabilidade

Mercado começa a entender os benefícios proporcionados por tecnologia voltada à aplicação de herbicidas

O uso de agroquímicos é uma nova e terceira vertenteda agricultura de precisão, segundo José Paulo Molin. Aaplicação localizada de herbicidas pré-emergentes foiiniciada, em fase experimental, há três anos. Agora, essatecnologia está começando a ser utilizada em grandesáreas. Para o emprego de pós-emergentes, a novidade é ouso da catação eletrônica. Há também as primeirasiniciativas voltadas para o controle de pragas.

O momento para o uso da agricultura de precisão naaplicação de herbicida parece ser propício, porque omercado está começando a atender e aceitar essatecnologia, observa Molin. Um processo para o uso deherbicida com taxa variável, conhecido como HTV, foidesenvolvido inclusive pela APagri, em conjunto com aEsalq.

O herbicida possui uma dose correta a ser aplicada eo limite de erro é bastante tênue, afirma LeonardoMenegatti, diretor da empresa. Quando a dose aplicada éacima da recomendada, normalmente a cultura instaladasofre danos de fitotoxicidade devido à absorção doherbicida – explica.

Problemas surgem também quando a utilização doagroquímico é abaixo do recomendado: ocorre reduçãoda eficiência do produto e a consequente competiçãoentre a cultura e as plantas daninhas por água, luz enutrientes.

“Atualmente, com a tecnologia de aplicação em taxafixa, define-se a dosagem média e aplica-se ao solo. Emalguns lugares, a dose média é excessiva e causafitotoxicidade à cana (a diferença entre o veneno e oremédio é a dose). Em outros locais a dose é inferior ànecessária, isso reduz o efeito residual do produto e oresultado é planta daninha no momento da colheita”,detalha.

A finalidade do HTV é justamente atuar nestes doispontos. Nas áreas onde o solo tem características quetornam o herbicida mais disponível, a dose é reduzida,não deixando que a planta sofra a fitotoxicidade porexcesso de produto aplicado, o que trava odesenvolvimento da cana – observa. Por isso, a reduçãode agroquímico tem, nesse caso, impacto positivo emprodutividade.

“Nas áreas onde o solo reúne característicasdesfavoráveis ao herbicida, a dose é aumentada paracompensar esse efeito. Porém, ela é ampliada dentro doslimites aceitáveis pela planta de forma a não afetar seudesenvolvimento. O resultado é que conseguimos ter, emtoda a área, a mesma quantidade de herbicida disponívelao combate às plantas daninhas. Isso não ocorre nométodo tradicional, ou seja, na taxa fixa”, esclarece. (RA)

Utilização de agroquímicos

amplia atuação da AP

Uso de taxas variadas demonstraresultados positivos

“O investimento em nutrição da cultura é o melhorque pode ser feito em agricultura, o que tem o retorno maisgarantido. A aplicação de corretivos e adubos em taxavariável trabalha exatamente com este ponto”, dizLeonardo Menegatti, da APagri.

Segundo ele, os resultados têm sido sempre positivos,principalmente quando ocorrem recomendações deadubação mais agressivas em termos de nutrição quandocomparadas às convencionais. “Tenho observado por meiode análises foliares da cultura que nosso canavial está malnutrido, por diversos motivos, e o principal deles está nageneralização”, constata.

O uso de novos processos como o Índice deDesenvolvimento Temporal (IDT), disponibilizado pelaAPagri, tem gerado ganhos para o agricultor e para ocanavial, observa o diretor da empresa. Em média, forammedidos ganhos de 2 toneladas por hectare de cana-de-açúcar e de 2 quilos de ATR por tonelada de cana com omanejo de um formulado em taxa variada, revela.

“Neste caso, o consumo de fertilizante foi o mesmoque em taxa fixa, o que mudou foi a distribuição espacialdo adubo, utilizando uma lógica diferente onde buscamospremiar áreas de alto potencial produtivo e explorar opotencial das áreas de baixa produção sem perdas denutrientes”, diz. (RA)

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A utilização da taxa variadaproporciona uma economia na dose deherbicidas que pode ser de 3,7% a 5,4% nomédio prazo, informa Leonardo Menegatti.Mas, o ideal é considerar – avalia – aredução do custo total de produção dacana por hectare. “Em uma fazendapodemos ter um aumento expressivo daprodutividade e em outra a redução daquantidade de herbicida aplicado. Emalguns casos, podem ocorrer as duascoisas”, afirma.

A utilização do HTV em 565 hectaresde uma usina localizada no Pontal doParanapanema, no estado de São Paulo,proporcionou uma redução no custo totalde R$ 106,00 por hectare de cana devidoprincipalmente à diminuição de repasses ecatação, além de redução no consumo totalde herbicida e queda na quantidade deoperações mecanizadas – exemplifica.

Os resultados da aplicação em taxavariada têm se mostrado muito valiosospara quem trabalha com herbicidas emcana, chegando a uma eficácia média de77,27% nas áreas acompanhadas, ou seja,trazendo de fato maior controle de ervasdaninhas e redução do efeito da

fitotoxicidade, ressalta. Leonardo Menegatti afirma que são

vários os casos de sucesso de aplicação datecnologia. Foi realizado inclusive umacompanhamento da aplicação deherbicidas com taxa variada em usinas daBunge, Noble, ETH e Usina São João de

Araras, com auditoria da consultoriaEcolog.

Um dos casos em que houvemonitoramento foi o da Fazenda SãoCristóvão da Usina Moema que possui umhistórico de alta infestação. ‘Nas áreastestemunha’, a infestação média de ervasdaninhas teve um índice de 42%. Na áreaonde houve a utilização do HTV, ainfestação média foi de 11%”, compara.

A fase de testes dessa tecnologia foifinalizada. A partir de agora, com oprocesso já validado, a APagri estáiniciando a comercialização do serviço nomercado. Para este ano, diversas unidadesjá definiram a área de aplicação do HTV –informa o diretor da empresa –, como oGrupo Jalles Machado, em uma área de 50mil hectares e o Grupo Bunge, em 30 milhectares. “A tecnologia pode ser aplicadacom qualquer tipo de herbicida pré-emergente, incluindo os mais agressivos àcultura”, enfatiza.

Outro benefício da utilização daagricultura de precisão na aplicação deherbicida, que é feita de forma maisracional, é a redução do impacto ao meioambiente. (RA)

Herbicida na dose certa reduz

custo total da produção de cana

O mercado tem disponibilizadodiversas soluções para as diferentesvertentes da agricultura de precisão. Nocaso do piloto automático, os fornecedoresestão trabalhando para oferecer pacotesmais enxutos, um pouco mais baratos,afirma José Paulo Molin, da Esalq. “Acrítica maior ainda é em relação ao preço”,enfatiza.

Praticamente todos os modelos detratores que estão no mercado, da linhaque atende cana, já vêm de fábrica comessa tecnologia – informa. “Isto é umagrande mudança. Até sete anos atrás ospilotos eram instalados na usina.Demandava muito trabalho, era umproduto final não muito bonito, não muitobem acabado, que ficava com fios expostos,hidráulica remexida”, recorda.

Apesar disso, não deixou de ocorrercompetições entre marcas. “Temosobservado que o cliente, em diversos casos,quer um determinado trator. Mas, nãoquer o piloto daquele trator. Vai aomercado e coloca o piloto de outrofornecedor”, constata.

Uma opção interessante, que estábastante em pauta, é o novo tipo de sinal,via satélite, de correção de diferencial doGNSS, que possibilita a melhoria daqualidade de precisão do pilotoautomático, afirma Molin. “Têm aparecidonovidades nessa área que deverão causarcerto impacto no mercado”, destaca.

A incorporação de recursos da

agricultura de precisão nas máquinasagrícolas tornou-se comum para a culturade grãos e cereais, afirma LeonardoMenegatti, da APagri. “É raro encontraruma máquina sem o controlador para aaplicação em taxa variada”, observa.

No setor canavieiro, a situação édiferente. “Ainda vemos plantadoras comcontrole de adubo manual, cultivadores eadubadoras da mesma maneira. Asmáquinas ainda estão na era do hidráulico,onde ter o fluxo hidráulico é umanovidade. A eletrônica ainda está tímida nosetor”, diz.

Finalmente começa a aparecer nomercado máquinas para aplicação de taxavariada de calcário e gesso que têmcontrolador com mais de um mecanismo,

revela José Paulo Molin. “A velocidade daesteira mais a altura da comporta permiteregular a máquina com maior amplitude,de zero a cinco ou seis toneladas decalcário, sem grandes dificuldades. Houveuma demora de doze anos para se chegarnisto. É uma melhoria fantástica”, enfatiza.

Antes disso, havia equipamentosmenos eficientes que só têm controlador devazão de calcário na velocidade da esteirada máquina, o que limita a amplitude dedoses, segundo o professor da Esalq.“Essas máquinas começam a aplicaçãocom uma tonelada e terminam mais oumenos com cinco toneladas. Com isto, háperda em qualidade e no benefício de nãoeconomizar efetivamente onde não precisaaplicar o produto”, comenta. (RA)

Drone identificaexistência de pragase falhas em lavouras

Um aliado importante da agriculturade precisão deverá ser o veículo aéreo nãotripulado (vant), conhecido como drone. AEmbrapa Instrumentação, que desenvolvepesquisas nessa área, fez demonstraçõesdurante a Agrishow – realizada emRibeirão Preto, SP, de 28 de abril a 2 demaio – sobre as possibilidades e aplicaçõespráticas do drone na agricultura.

As imagens coletadas por esseequipamento são capazes de identificarcom precisão a existência de pragas efalhas em lavouras, problemas de solo,áreas atingidas por erosão, deficiênciashídricas e assoreamento de rios. No setorsucroenergético, está sendo realizadoinclusive um trabalho para monitorar falhade plantio com o uso de vant em uma usinado estado de São Paulo. (RA)

Cataçãoeletrônica éalternativa parauso de pós-emergentes

Para a utilização deherbicidas pós-emergentes, acatação eletrônica tem sido umaboa alternativa, observa oprofessor da Esalq, José PauloMolin. Essa tecnologia substitui oscatadores eficientemente. Acatação eletrônica consiste no usode equipamentos com sensores nasentrelinhas da cana. “O sensorenxerga a erva daninha, umaválvula solenóide abre o bico epulveriza só naquele lugar que temerva daninha”, detalha.

De acordo com ele, o usuárioestá entendendo e receptivo àcatação eletrônica. “O fenômeno seexplica por outras coisas: falta demão de obra devido a problemasem relação à legislação trabalhistapor causa da aplicação manual deagroquímicos. A automação é umaforma de resolver essa situação”,comenta.

Há também uma iniciativa –informa – para o controle deSphenophurus.

Com monitoramento, aaplicação é feita apenas onde apressão de infestação é maior. Essecontrole é visual comgeorreferenciamento por meio dautilização de GPS. (RA)

Leonardo Menegatti: taxa variada pode criar

condições para aumento de produtividade

Mercado fornecedor amplia soluções

e atende parte das demandas

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Em 2015 entrará em vigor para oEstado de São Paulo a lei que proíbe aqueima da cana. Com isto é impreterívela utilização de colhedoras mecanizadas.Baseada nesta urgência, a Santal lançou aS5010. A máquina possui um sistema deesteiras capaz de promover melhordistribuição de carga e garantir menorcompactação e baixos danos às soqueiras.

De acordo com a empresa, amáquina possui vida útil superior de até40% em relação às disponíveis nomercado. Por estas razões a Cana Planta,de Presidente Prudente, SP, adquiriuduas colhedoras. “Possuímos uma frentede trabalho com capacidade de 50hectares por dia; precisamos deequipamentos eficientes e de qualidadesuperior”, explica Jacinto Francisco daCosta, fundador da Cana Planta.

Tecnologias para o setor canavieiro foram destaque na Agrishow

Colhedora promete menor compactação e baixos danos às soqueiras

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Inovações tecnológicas para o setorcanavieiro ganharam evidência durante a21ª Agrishow, que ocorreu nos dias 28 deabril a 2 de maio, em Ribeirão Preto, SP.Na feira, devido à diversidade demáquinas e produtos, foi possívelconstatar o nível de especialização detoda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar.

As novidades comprovaram aimportância do setor para odesenvolvimento do agronegócionacional. Colhedoras mais eficientes,enfardadoras para produção de fardosmais densos, aplicativos para tablets esmartphones que identificam pragas edoenças; rodotrens canavieiros aptos aotransporte de maior volume de cargas efertilizantes foliares importados, são parteda lista de equipamentos que estiveramem exposição e que apresentaremos naspróximas linhas. Novidades comprovaram importância do setor para desenvolvimento do agronegócio

Jacinto Francisco da Costa, da Cana Planta, comprou duas colhedoras

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A logística do campo até a usina deveser uma operação minuciosa; quanto maiore mais eficiente o transporte, maior aprodutividade na indústria. O RodotremCanavieiro Extra Leve da RandonImplementos cumpre essa função, comcapacidade para transportar 62 m³ emcada caixa de cana, 9,82 metros em cadasemirreboque, patola mecânica comacionamento pneumático e instalaçãoelétrica totalmente em LED, sua reduçãode tara em relação aos rodotrensconvencionais é de 35%, permitindo que o

equipamento transporte até 48,3 toneladasde cana picada. (WB)

Fardos de biomassa facilitamtransporte até usina

As enfardadoras foram destaque,graças à biomassa originada da colheitamecanizada, que pode ser coletada nãosomente para a cogeração de energia, mastambém para o aprimoramento daprodução de etanol de segunda geração —que é uma realidade e tende a serdifundido pelo país em breve.

Tais máquinas possuem a função decoletar a biomassa e produzir fardos,facilitando o transporte desse produtopara as usinas. Duas enfardadoras foramevidenciadas durante a feira, a MF 2170da Massey Ferguson e a ChallengerLB34B da Valtra. Ambas possuemtecnologia que proporcionam umaalimentação mais homogênea, importantepara gerar fardos com densidades maisconsistentes. Os diferenciais de cada uma:

a MF 2170 possui sistema de nó duplo,formando dois nós, um quando o fardo éterminado e outro logo em seguida naformação do próximo fardo, em únicaoperação. Já a Challenger LB34B é capazde produzir 60 fardos por hora com maisde 400 kg. (WB)

O monitoramento de pragas e doençasno campo está mais inteligente. Agora épossível controlar a incidência dessasvariáveis através de um aplicativo.

O programa, Digilab, foi desenvolvidopela Basf e possibilita que o técnico de camporegistre através de fotos quais intempériesocorrem na cultura, para posterioridentificação. O sistema conta com um vastobanco de dados com fitopatologias, pragas efuturamente contará com imagens de plantasdaninhas. A empresa confirmou que já existeum banco de dados para a cultura da cana-de-açúcar. Além da função de identificar, otécnico pode conectar o aparelho ao Google

Maps e assim acompanhar porgeorreferenciamento o andamento docanavial ou de determinado talhão. (WB)

Controle do canavial na ponta do dedo

Digilab possibilita registrar

quais pragas atacam a lavoura

Enfardadora LB34B produz 60 fardos por hora

MF 2170 possui sistema de nó duplo

Rodotrem canavieiro possui 35%menos tara que os convencionais

Equipamento transporta

até 48,3 toneladas de cana picada

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A Nutricelerapresentou seusfertilizantesfoliares,produzidos eimportados pelaempresa. “É umaoportunidadeque temos deapresentar aoagricultorbrasileiro asnossasferramentas maiseficientes e práticas”, afirma NelsonSchreiner Junior, diretor técnico daNutriceler. A região Sudoeste do Estadode São Paulo agora conta com o Labceler,o mais novo laboratório de análises

agronômicas da região, onde é possívelrealizar análises de solo, tecido vegetal,nematóides e água. O laboratório foiapresentado durante a feira e prestoualguns serviços. (WB)

Máquina planta 7.500

mudas por horaA recente

tecnologia deprodução de mudaspré-brotadas,desenvolvida peloIAC, foi exposta emvários estandes. Oobjetivo das empresasque se interessam pelomercado de MPB éfornecer mudas dequalidade eprotegidasquimicamente contrapatógenos. O argumento maisrepetido para justificar osinvestimentos nessesistema de plantio é o ganho emprodutividade, atual fator limitante no setor.

O sistema de MPB já aquece o mercadopara a produção de novas tecnologiasadaptadas à nova forma de produção. Ademanda mais atual é por plantadoraseficientes, que possibilitem o plantio dasmudas em menor tempo e com menos gastoscom mão de obra. Durante as demonstraçõesde campo da Agrishow, a Santhyaapresentou sua plantadora para o público; omodelo na feira possuía três linhas deplantio. Com ele é possível plantar 7.500mudas por hora. Na média, um hectare

comporta 14.000 mudas, totalizando duashoras de operação. A máquina necessita deum operário por linha de plantio, além domotorista para o trator.

Já a DMB, tradicional fabricante deplantadoras apresentou a PCP 6000,equipamento com projeto industrialdesenvolvido em parceria com o CTC (Centrode Tecnologia Canavieira). A PCP 6000destina-se a realizar o plantio mecanizado,fazendo todas as operações do plantio dacultura de uma só vez em 2 linhas, comdesempenho operacional deaproximadamente 0,8 a 1 ha por hora.

Representantes e clientes da

DMB, e a plantadora de cana picada PCP 6000

Pneus radiais de alta flutuação

Fertilizantes foliares Estande da Pirelli na Agrishow

Equipe da Nutriceler em seu estande na Agrishow

A Pirelli lançou na feira pneus radiaisde alta flutuação, destinados aotransbordo de cana-de-açúcar. O pneurelaciona alto índice de carga com baixonível de compactação do solo, além dacapacidade de autolimpeza. A nova linhade pneus tem foco na safra de 2015.“Estamos apresentando um produto queirá auxiliar os agricultores na próximacolheita”, explica Giovanni Pomati,diretor mundial de negócios de pneus ecaminhão da Pirelli.

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Equipamentos comelevada eficiênciaproporcionam melhoraproveitamento daenergia da biomassa

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Entre crises e novas alternativastecnológicas, como a produção do etanol2G, o setor sucroenergético conta com umproduto, recentemente incluído em seu mix,que desempenha um papel estratégico: abioeletricidade.

A comercialização dos excedentes daenergia gerada a partir da biomassa decana tornou-se uma terceira opção para asunidades sucroenergéticas – que jáproduzem açúcar e etanol – superarem commenos dificuldades barreiras em seuscaminhos, que já são repletos de altos ebaixos.

Para isto, nada melhor do que contarcom projetos de elevada eficiência quepossibilitem um melhor aproveitamento daenergia contida no bagaço e na palha dacana. Nesse contexto, as caldeiras de altapressão e de grande porte são consideradaspeças fundamentais.

“Quando se pensa em cogeração, énítido o ganho energético trabalhando-se

com pressões e temperaturas mais altas emfunção do salto entálpico que proporciona àturbina uma eficiência maior”, ressaltaGuilherme Antoneli, gerente geral deEngenharias da Sermatec Zanini.

Segundo ele, o mercadosucroenergético não tem optado pelaaquisição de caldeiras com pressão acimade 67 bar. Porém, a Sermatec Zanini temcondições de fornecer equipamentos nafaixa de pressão de100 bar sem qualquertipo de problema – observa.

“As caldeiras na faixa 60 a 100 barapresentam as melhores condições quandose busca a geração de energia com omenor consumo de combustível”, ressaltaCarlos Henrique Dalmazo , gerentecomercial e assistência técnica da Exgen,que fabrica desde caldeiras de baixapressão até 100 bar.

Para a escolha da configuração e domodelo do equipamento adequados àrealidade de cada unidade sucroenergética,Carlos Dalmazo recomenda que seja feito

um estudo criterioso de balanço térmico eenergético visando redução no consumo devapor, sobra de bagaço, pressões deoperação, etc.

O sucesso de projeto nessa área – deacordo com especialistas – dependetambém da compatibilização de todos osparâmetros da caldeira. Os equipamentosdevem ser desenvolvidos conforme

critérios técnicos que assegurem baixamanutenção, durabilidade, confiabilidade esegurança.

Escolha da configuração de caldeira deve ser criteriosa

Caldeira da Usina Vertente: capacidade de 200.000 kg/h

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Automação tambémtornou-se obrigatória nascaldeiras de grande porteque exigem controlescada vez mais precisos

As caldeiras de elevada pressão,grande capacidade e alta temperatura sãomais exigentes em relação à tecnologiautilizada e aos materiais empregados. “Nãose pode pensar em uma caldeira de grandeporte sem automação. Os controles cadavez mais precisos ajudam naoperacionalidade, segurança, redução dasemissões de gases nocivos ao meioambiente e redução do consumo decombustível (bagaço)”, afirma CarlosDalmazo, da Exgen.

As novas configurações de caldeirasestão exigindo também a utilização demateriais de maior resistência. “Asmudanças ocorrem não somente naespecificação em si. As espessuras dosmateriais estão diretamente ligadas àpressão e a temperatura de operação dacaldeira”, explica Guilherme Antoneli, daSermatec Zanini.

Esses novos parâmetros afetam oscustos de fabricação. Isto ocorre, porque háum aumento do peso do equipamento.Além disso, os materiais ligados ao vaporsuperaquecido (serpentinas, coletores,

válvulas e acessórios do superaquecedor)não são construídos com aço carbonocomum, mas com materiais de liga metálicaque são naturalmente mais caros – observa.

Existem ainda custos maiores em

alguns componentes do sistema, como asbombas de alimentação de água, turbinas,etc, que têm seus preços variados emfunção da pressão e temperatura detrabalho. (RA)

Pressão e temperatura elevam custos de materiais Modelo aquatubularapresenta estabilidadeoperacional

O mercado fornecedor temdisponibilizado diversos tipos de caldeirascom o objetivo de atender as demandas dediferentes plantas industriais. Ascaracterísticas de cada modelo sãoconsideradas fundamentais na busca deeficiência e qualidade operacional, além desimplicidade e facilidade na manutenção.

A Exgen, por exemplo, fabrica caldeirasaquatubulares, voltadas para queima dequalquer tipo de biomassa, que apresentamgrande estabilidade operacional, maioresciclos de trabalho e eficiência no consumo decombustível, segundo Carlos Dalmazo.

Com grande volume de fornalha paraqueima em suspensão, esses equipamentossão caracterizados por grelha vibratóriarefrigerada a água com limpeza automática,presença de material refratário na fornalhapara queima de biomassa com alta umidade,forte tendência de ar secundário, sistema delimpeza de gases com multiciclones e lavadorde gases.

Além da fabricação de modelosaquatubulares, a Exgen – novo nomefantasia da Aragão EquipamentosIndustriais – atende manutenções eampliações de caldeiras de várias empresastradicionais do setor sucroenergético e deequipamentos para geração de energia deoutros setores.

Carlos Dalmazo: caldeira de grande porte exige automação

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Caldeira de leitofluidizado é também umaboa alternativa paraatender exigências naárea ambiental

Os modelos de caldeiras apresentamvariações que vão desde detalhes sutis até aconcepção geral do projeto, quedeterminam diferenciais competitivosimportantes. As caldeiras dotadas de leitofluidizado em sua fornalha têm sedestacado pela maior eficiência decombustão em relação a outros tipos deequipamentos.

Isto não acontece por acaso. “Essemodelo de caldeira trabalha com excessode ar menor e também apresenta umaperda por não queimados (incombustos)menor”, afirma Guilherme Antoneli,gerente geral de Engenharias da SermatecZanini, que utiliza a tecnologia FosterWheeler, fabricante de caldeiras comsistema de combustão em leito fluidizadohá mais de 30 anos

De acordo com ele, o grandediferencial desse equipamento é o StepGrid, ou seja, a concepção do leito. “Alémde ser o mais indicado para queima doscombustíveis ‘mais difíceis’, ainda permiteao ar, que executa a fluidização da areia ea gaseificação do combustível, promover aomesmo tempo a classificação e a remoçãoeficaz dos contaminantes e cinzas do leito”,destaca.

O sistema construtivo desseequipamento, sem bicos salientes, eliminaa possibilidade de que os contaminantes oupedras fiquem presos nos mesmosprejudicando a eficiência de queima –explica o gerente geral de Engenharias. “Ainstalação de termopares na região do leitogarante de forma sistemática e confiável ocontrole da temperatura da areia, evitandoassim a possibilidade de formação de

pedras”, afirma.Outra vantagem dessa caldeira é o uso

de superaquecedores primário, secundárioe terciário que permite um controle datemperatura mais fino e confiável inclusivedurante as variações de produção.“Utilizamos ainda, além do ar secundário,o ar terciário que tem por função aumentara turbulência e garantir assim a queimacompleta”, diz.

A caldeira de leito fluidizado étambém uma alternativa para atenderexigências na área ambiental. “Este tipo detecnologia permite um controle efetivo eeficiente da temperatura do leito, somado acombustão estagiada proporcionada pelosníveis de ar secundário e terciário, que

possibilita a combustão completa (menosCO). Permite também, se necessário emfunção do tipo de combustível, a injeção deprodutos como calcário, amônia, ureia,cálcio, magnésio para reduzir a formaçãode SOx, NOx, HCl”, detalha.

Além das caldeiras de leito fluidizado, aSermatec Zanini possui em seu portfólio deprodutos outros modelos de caldeiras quepodem variar desde a forma de suportação(Top Supported ou Bottom Suported), tipode grelha (rotativa, fixa ou basculante) etambém em relação ao sistema de queima(queima tangencial ou queima sobre grelha),podendo ser fabricadas para qualquer tipode vazão, pressão e temperatura de vapor –informa. (RA)

Crise nosetor reduzvolume denegócios

Apesar da importânciaestratégica da bioeletricidade e dasopções de tecnologias eequipamentos disponibilizados pelomercado, a crise do setorsucroenergético tem afetado acomercialização de caldeiras.

“Os preços praticados nosleilões nos últimos anosinviabilizaram os investimentospelos grandes players, que mesmocom o cenário ruim para o setormantinham disposição para investirem cogeração”, avalia GuilhermeAntoneli.

A Sermatec Zanini temefetivado vendas, mas emquantidade menor em relação ao seupotencial de produção. “Em funçãoda nossa capacidade instalada, asvendas poderiam ser muito maiores,uma vez que a empresa possuicondições para fabricar 20 caldeiraspor ano”, revela.

Os fornecimentos de caldeirasmais recentes, para o setorsucroenergético, realizados pelaSermatec Zanini foram paraGuarani -Tanabi, Raízen - CostaPinto, Bonsucesso e DeltaSucroenergia, sendo esta últimauma caldeira ZS com sistema deleito fluidizado borbulhante ecapacidade de 330t/h de vapor –informa. (RA)

Maior eficiência de combustão é diferencial de equipamento

Guilherme Antoneli valoriza a tecnologia Foster Wheeler

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Prova de que o setor sucroenergéticotem feito sua parte na busca por melhoresresultados foi a presença deaproximadamente 200 pessoas para o ‘1ºSimpósio de Tecnologia Industrial’,realizado nos dias 8 e 9 de maio, nacidade de Três Lagoas, MS. O evento,promovido pela Sinatub Tecnologia comapoio da ProCana Brasil, reuniuespecialista para debater desafiosenfrentados no dia a dia.

Edimilson Souza, diretorsuperintendente da Mixing Consultoria,foi um dos palestrantes. Ele falou sobreprojetos de vasos de pressão, norma deconstrução e NR - NormaRegulamentadora 13. “É um assuntoimportante, que pode evitar passivo nasinstalações industriais, procurando disporde instalações normalizadas e queatendam às exigências das normasregulamentadoras”, explica.

Já o engenheiro mecânico SérgioNagao, que também palestrou no evento,diz que as empresas do setor estão em ummomento de grande transformação,mesmo passando por uma das piorescrises da história. “O setor, que era umdos mais atrasados na área industrial, estáincorporando as melhores práticas de

gestão da manutenção, deixando de ladoas práticas antigas e conservadoras demanutenção. Nem sempre os gestoresestão atualizados tecnicamente paraapoiar a mudança”, diz ele, reiterando aimportância de simpósios e cursosvoltados ao setor canavieiro.

Fizeram parte da grade de palestrastemas como as atuais práticas técnicas etecnologias de manutenção preditiva,monitoramento, análise e diagnóstico devibração em máquinas rotativas, inspeçãode fabricação e análise de falha deequipamentos industriais.

Hugo Osvaldo Scanavino, diretor daFlexihelp Engenharia, também estevepresente. O especialista abordou assuntosenvolvendo projetos de tubulação, quetêm grande importância na questão daeficiência. “O usuário frequente conhece aimportância relevante da tubulação nobom desempenho do sistemageração/consumidor, que no nosso caso,são caldeiras, turbinas ou outrosequipamentos sensíveis. Um projetoinadequado, que não satisfaça as normasaplicáveis, resultará num incorretodesempenho das máquinas”, afirma.

Além de palestras ao longo dos dias, osimpósio contou com uma feira deutilidades com diversas empresas,colocando o que há de mais novo nomercado.

Setor se reúne em Três LagoasCerca de 200 profissionais do setor acompanharam o 1º Simpósio de Tecnologia Industrial

Edimilson Souza falou sobre a importância das normas reguladoras

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PATROCINADORES PATROCINADORES PATROCINADORES PATROCINADORES APOIO APOIO

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Adilson Silva e Jair Lisboa,

da AFC Ventiladores

Antonio Roberto de Carvalho, Carlos

Augusto Ribeiro, Diego Tamburús e Márcio

Venturelli da DLG Automação

Ari Maciel e Luiz Celso, da

SEM - Serviços Especializados de

Manutenção

Débora Goulart e David

Sayeg Junior, da DSJ Engenharia

Edes Lavechia, Eliel Fraga

e Raphael Cianci, da Retenfix

Eliton Geroldo,

da Diagnerg

João Batista Medina e

Luiz Claudio Pereira Silva,

da Dinatécnica

Fabricio Gomes,

da Roomtek

Guilherme Antoneli,

da Sermatec

José Gilson Batista e

Leonardo Martins,

da Ictus Engenharia

Josi Queiroz,

do Sebrae

Keli Souza e Anderson Trigo, da Spectra

Serviços em Manutenção Preditiva

Luiz Carlos Bróglio,

da General Chains

Marco Aurélio Zanato, Jesus Sanchez,

Jordana Sanches e Rafael Gonçalves, da

HPB Simisa e HPB Engenharia

Marcos Martins e

Wilson Bueno,

da Renk Zanini

Matheus Brugnaro e

Adilson Ianella, da Retesp

Milton Junior,

da Consistec

Pedro Oliveira e José Natal,

da Promoen

Weslley Silva, Vinicius Proença,

Rodrigo Rigonato e

Paulo Pessoa, da CCI Valve

Wilson Pitas e Roberto

Aneas, da Isover Saint-Gobain

EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS EMPRESAS

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Quanto maisrapidamente for feita acorreção dacontaminação, menorserá a perda, dizespecialista

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Tendo em vista que o único caminhopara o setor superar a atual crise é obterganhos de eficiência e de rentabilidade, depreferência no curto prazo, a ProcanaBrasil passa a divulgar novas tecnologias emetodologias que apresentam ganhoscomprovados para as usinas e destilariasbrasileiras, mas que ainda eram poucodivulgados. Este portfólio de cases desucesso foi denominado Pró-Usinas.

Considerada uma área muito sensívelpara a produção de etanol e que aindaapresenta grande potencial de melhoria, aárea de fermentação contempla a primeirainovação divulgada pelo Pró-Usinas. Trata-se de um kit de diagnóstico rápido,denominado Kit MC, que permitequantificar em até 30 minutos acontaminação bacteriana nos caldos doprocesso fermentativo, como mosto,fermento (cuba tratada e não tratada) e

dorna de fermentação. De acordo com o biomédico-

microbiologista especializado emDesinfecção Industrial, prof. Mário CésarSouza e Silva, responsável pelodesenvolvimento do kit, a quantificaçãoajuda a calcular o volume de

antimicrobianos e antibióticos a seremaplicados corretamente. “O caldo doprocesso possui sacarose a ser convertidapelas leveduras em açúcar ou etanol, masessa sacarose também pode servir dealimento para outros competidores(bactérias contaminantes da fermentação).

Com a perda dessa sacarose a usina tomaprejuízo. Então quanto mais rápidoquantificar o nível de contaminação ecorrigi-la, menor será a perda”, analisa.

Ele cita como exemplo uma dorna defermentação de 1 milhão de litros, nascondições normais de processo defermentação com um controlemicrobiológico. “Essas levedurasproduzem 10% de etanol, então em umarodada (entre 8, 10 ou 12 horas) sãoproduzidos 100 mil litros de álcool.Quando não existe esse controle, essamesma dorna ao invés de produzir 10%produzirá 7%. Assim, em um período em10 horas, por exemplo, a usina terá umprejuízo de 30 mil litros. Considerando quea tendência é que esta baixa eficiênciapersista durante a maior parte da safra, oprejuízo pode alcançar alguns milhões dereais para a usina”, reforça. A este prejuízopode somar-se os gastos excessivos com aadministração indiscriminada, e muitasvezes abusiva, de antimicrobianos eantibióticos, por falta de uma quantificaçãocorreta da contaminação.

A solução cromogênica do Kit MC écomposta por pigmentos exógenosprecursores de cor azulada (IndicadorCromogênico) e a caixa contém 36 tubos de5 mL de solução cromogênica cada, 6pipetas de Pasteur descartáveis e umGabarito de Cores.Cada kit custa entre R$200,00 e R$ 300,00, dependendo daquantidade adquirida.

Kit quantifica contaminação da fermentação em menos de uma hora

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Diversas unidades que já testaram oKit de diagnóstico rápido MC, ou que já outilizam, comprovaram a sua eficiência. AUsina CerradinhoBio já o utilizou no anopassado e está em processo de compra dosKits. Sidmara da Silva, analista deprocessos industriais da unidade, afirmaque deverá utilizar o Kit mensalmente. “Ostestes foram muito bons já que em 15minutos consegui quantificar o nível decontaminação da fermentação nas dornas enas cubas. O resultado é muito confiável,comparando com a microscopia epetrifilm”, lembra.

Ela recomenda inclusive o uso do Kitno laboratório de PCTS – Pagamento deCana Por Teor de Sacarose, para avaliaçãodo caldo que está entrando na usina. “Euestive em uma palestra do professor Márioe utilizo os seus ensinamentos na usina,com isso obtivemos resultadosinteressantes. Dá para fazer umrastreamento muito eficiente. O seu uso émuito importante, pois para cada potênciade bactéria no processo perde-se um pontona eficiência final”, avalia.

Maria Angélica Garcia, biomédicaespecializada em microbiologia industrialda Usina Santa Adélia, explica que o testedo Kit foi muito positivo nas três unidadesdo Grupo. “É muito prático e o resultadosai rápido. Esse tipo de análise não podedemorar, por isso em poucos minutosdescobrimos o nível de contaminação dafermentação. Eu recomendaria a todas

usinas, principalmente para quem não temcondições de fazer o plaqueamento. EsseKit é maravilhoso e o resultado é preciso”,afirma.

Silvana Lima, técnica em química daUsina São Francisco (Balbo), diz que o KitMC é muito interessante. “Foi ótimo o testecom o Kit, pois facilita o dia a dia doslaboratórios. Gostei muito do sistema decores e da rapidez do resultado, por issoestá aprovado”, revela.

Segundo o professor Mário César, oKit surgiu da necessidade existente na áreade microbiologia para realização dediagnostico rápido com quantificação ecom baixo custo. “O setor sucroenergéticoestava jogando fora algumas ferramentasespeciais, como é o caso do plaqueamento,por causa da demora desse método emapresentar o resultado. ComoMicrobiologista Clínico e Imunologista,conhecia a metodologia chamadacromogênica utilizada na área médica einvesti de 2009 até 2012, testando ametodologia em várias usinas de todoBrasil”, diz.

A metodologia do Kit MC foi validadapor plaqueamentos com caldo para a sériede diluições, corrigidos de acordo com asexigências ambientais e nutricionais dasbactérias fermentadoras encontradas noprocesso industrial, originando o gabaritode cores. “Os principais grupos produtoresjá realizaram testes validando a eficiênciado Kit MC”, finaliza. (AM)

Usinas comprovam eficácia do produto

Teste do Kit MC, na Usina Vale do Tijuco: aprovado

Maria Angélica Garcia (ao fundo), da Usina Santa Adélia:

“Recomendo o kit a todas as usinas, pois é prático e o resultado é rápido e preciso”

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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Executivos do melhoramento de cana têm o “DNA” da inovaçãoCom visão de futuro,Sizuo Matsuoka sededica hoje aodesenvolvimento devariedades com elevadoteor de fibra

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Existe atualmentecana de todo jeito:resistente a doenças,tolerante ao déficithídrico, com teor desacarose mais elevado,com boa adaptação àcolheita mecanizada. Está a caminhotambém a “cana energia” que será voltada àprodução de bioeletricidade, etanol desegunda geração, bioquímicos, entre outrosprodutos. Daqui a alguns anos estarádisponível a cana geneticamente modificadaque vai incorporar algumas característicasdesejadas, como tolerância a herbicida eresistência à broca.

Esse material rico, diversificado, quetem o objetivo de atender demandas do setorsucroenergético, é resultado do trabalhopersistente de pesquisadores na área demelhoramento genético de empresas einstituições públicas. Entre os renomadosprofissionais e executivos que trabalhamcom o desenvolvimento de novas variedadesincluem-se o diretor da Vignis, SizuoMatsuoka; o coordenador geral da RedeInteruniversitária para o Desenvolvimentodo Setor Sucroenergético (Ridesa),Edelclaiton Daros, e o diretor do Centro deCana do Instituto Agronômico (IAC), deCampinas, SP, Marcos Guimarães deAndrade Landell.

Todos eles têm algo em comum: o

“DNA” da inovação. Conhecidos tambémcomo melhoristas, esses profissionaistrabalham, em diversas situações, com visãode futuro, procurando antecipar soluções. Éo caso do engenheiro agrônomo SizuoMatsuoka que resolveu se dedicar aodesenvolvimento da “cana energia”, que temo dobro do teor de fibra em relação àsvariedades convencionais, pensandojustamente nos benefícios que ela poderáproporcionar, por exemplo, ao processo deprodução de bioeletricidade. Para isto, elefundou a Vignis em 2010, juntamente com oadministrador Luís Cláudio Rubio.

“Era inevitável a biomassa assumirgrande importância e entre as opçõesexistentes, a ‘cana energia’ era a maisvantajosa. Mas, se ninguém a desenvolvesse,ela ficaria na prateleira ainda por muitotempo”, comenta. A grande demanda queestá havendo é clara indicação de que avisão estava correta. “Neste momento emque a energia elétrica é assunto de debate donosso dia-a-dia, se houvesse mais bagaçocertamente as usinas que têm cogeraçãoconseguiriam atender grande parte dademanda do país em substituição à cara esuja energia das termelétricas”, avalia.

“A cana energia está sendodesenvolvida atualmente para uso comobagaço na produção de vapor de processo ecogeração. Mas, certamente serãodesenvolvidas variedades específicas paraetanol 2G, bioóleo, gás de síntese,bioquímicos, etc”, informa Sizuo Matsuoka.De acordo com ele, a variabilidade genéticadisponível é muito grande, o que permite aseleção de qualquer tipo demandado.

A Vignis planta e colhe a “canaenergia”, produzindo o bagaço que temsido comercializado para empresas dosegmento alimentício, em contrato de longoprazo. “Vendemos combustível paraalimentar caldeiras”, diz. Segundo ele, estásendo estudada com algumas empresas dosetor sucroenergético a possibilidade de usoda “cana energia” nas pontas da safra(início e final) para suplementar asnecessidades de bagaço. Neste caso, o caldoserá utilizado para a produção de etanol.

Sizuo Matsuoka explica que essamedida criará condições para que asusinas otimizem a produção agrícola eindustrial das suas variedadesconvencionais de cana que poderão sercultivadas nos melhores solos. Os piorespoderão ficar para a “cana energia” queapresenta inclusive um sistema radicularmais vigoroso, o que possibilita, porexemplo, maior resistência à seca. Entreoutras vantagens, a “cana energia” dobraa produtividade, a longevidade da soqueirae o teor de fibra.

Na avaliação do diretor da Vignis, asusinas deverão se transformar embiorrefinarias, produzindo uma gamamuito grande de produtos químicos que

poderão substituir os que são fabricadoscom derivados de petróleo. E para oatendimento dessa nova demanda, a fibraterá maior importância do que a sacarose– afirma. “A cana energia é uma quebrade paradigma, uma total inversão ao que omelhoramento genético fez nos últimos 100anos e, como tal, não é um caminho fácil.Mas. as revoluções científicas etecnológicas acontecem assim, com pressãosocial, econômica ou de demanda”,enfatiza.

Em sua trajetória profissional, SizuoMatsuoka teve outra inserção no mundocorporativo, participando em 2003 dacriação da Canavialis, empresa privada demelhoramento genético de cana-de-açúcar,marcada pela inovação nos aspectosgerenciais, técnicos e operacionais.Formado como engenheiro agrônomo em1967 pela Esalq – onde fez tambémdoutorado – ele trabalhou no início dacarreira no Instituto Agronômico (IAC), deCampinas. Em 1973, começou adesenvolver suas atividades no Planalsucar,em Araras, SP.

“Considero como um fato marcantena minha vida profissional a contribuiçãoativa ao Proálcool. Eu atuava na área defitopatologia, mas fui guindado, em 1979,para chefe do programa de melhoramentoda estação experimental que atendia todoo Centro-Sul”, conta. Com a extinção em1990 do Instituto do Açúcar e do Álcool(IAA), ao qual o Planalsucar era vinculado,ele participou ativamente do resgate dosmateriais genéticos e do programa demelhoramento, que foi transferido para asuniversidades federais. (RA)

Variedades específicas atenderãodemandas de biorrefinarias

Sizuo Matsuoka

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Junho 2014PESQUISA & DESENVOLVIMENTO56

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Falta de pesquisas interfere no potencial de produtividade“Se fizermos

uma análise daquiloque nós tínhamoscomo variedades decana-de-açúcar e oque temos hoje, eupenso que ocorreramdois grandes momentos. No primeiro foiincorporada riqueza aos materiais queestavam sendo desenvolvidos. E nosegundo momento foi trabalhada, além dariqueza, a produtividade da cana-de-açúcar”, comenta Edelclaiton Daros,coordenador geral da Ridesa. Ele é um dosprofissionais de destaque nas pesquisascom melhoramento genético de cana-de-açúcar no país, além de estar ligado aodesenvolvimento de trabalhos em outrasáreas dessa cultura.

Vinculado à Ridesa – que reúne hoje10 universidades federais – desde 1990, elediz que é necessário considerar, quando sepensa em produtividade, interações comdoenças e ambientes estressados onde éplantada a cana-de-açúcar – entre outrosfatores –, para que se consiga obter umpatamar de rendimento agrícola quesatisfaça ao produtor.

“Tivemos ganhos bastantesignificativos ao longo dos anos,considerando o trabalho realizado a partirde 1970 quando se iniciou os programasda Copersucar e do Planalsucar e

futuramente, nos anos 90, com a entradadas universidades e a atuação do InstitutoAgronômico (IAC), de Campinas, com maisintensidade”, afirma.

Esses ganhos não estão sendoexpressos em toda a sua potencialidade,em muitos casos, devido às condiçõesexistentes nos ambientes onde esses

materiais estão sendo cultivados. “Há umpotencial muito grande de rendimentonessas variedades. Porém, elas continuamproduzindo 60, 70, 80 toneladas porhectare”, constata Edelclaiton Daros, que éprofessor no curso de Agronomia daUniversidade Federal do Paraná (UFPR)há 37 anos. Segundo ele, o rendimentoagrícola médio poderia no mínimoultrapassar 100 TCH.

O principal fator que interfere nopotencial de produtividade desse material,que é extremamente rico, está relacionadoà interrupção da pesquisa com cana-de-açúcar no Brasil em meados da década de90, afirma. “Entendo como pesquisa umprograma em que todas as áreas sãoestudadas”, enfatiza. E isto inclui pesquisasbásicas e aplicadas. “O que fizemos depoisde 1990 foi um projeto de obtenção devariedades. Somos extremamentecompetentes nessa área”, observa.

Faltam pesquisas com nematóides,doenças, adubação, fertilidade e manejodo solo, detalha. “Não adianta criar maisvariedades, pois elas não vão resolver oproblema do produtor”, enfatiza. Deacordo com ele, não é possíveldesenvolver uma variedade que vai criarum sistema radicular para romper acamada compactada do solo, que vaisobreviver sem adubo ou sem matériaorgânica no solo.

Variedade é um fator deprodutividade para ser estudado. Mas,existem diversos outros que precisam serconsiderados – ressalta. A partir de 1997,com a criação da Lei de Proteção deCultivares, houve um aumento nodesenvolvimento e liberação de variedadespor parte de empresas, constata. “Mas,quem está estudando as outras questões?”– indaga. Existem trabalhos dispersos,incluindo os de universidades, que nãoparticipam, na maioria dos casos, de umprocesso de interação entre eles ou mesmoda transferência de tecnologia – critica.

Segundo o professor da UFPR, a canatransgênica vai entrar nesse mesmoambiente de hoje em que as outrasvariedades estão sendo cultivadas.“Portanto, vão produzir 60 toneladas porhectare. Mas, essa cana não deixa de seruma evolução”, observa.

Edelclaiton Daros está diretamenteligado ao setor há 24 anos, quandoiniciou a coordenação das pesquisas doPrograma de Melhoramento Genético deCana-de-Açúcar da Universidade Federaldo Paraná. Atualmente, além dele,coordena o programa os professores JoséLuís Camargo Zambon e RicardoAugusto de Oliveira. Ele está desde 2010no comando da Ridesa, onde já exerceutambém a função de coordenador geralde 1996 até 2007. (RA)

Edelclaiton Daros

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MPB tornou-se um marco na trajetória de pesquisas do IAC Sistema de mudas pré-brotadas possibilitaque produtores adotemnovas variedades commaior rapidez

O IAC tem hojevariedades que estãoentre as mais eretas,mais uniformesbiometricamente e asmais adequadas parao sistema mecânico,afirma Marcos Landell, ao exemplificar osbenefícios proporcionados pelos novosmateriais disponibilizados pelas pesquisasna área. Todos os programas demelhoramento de cana-de-açúcar no Brasilcontam, inclusive para desenvolvimento desuas variedades, com uma rede deexperimentação onde pré-variedades –também conhecidas como clones –competem com as variedades comerciaismais plantadas na atualidade, observa.

Somente o Programa Cana IAC temuma rede que possui mais de 500 ensaiospor ano em 100 unidades de produção efornecedores de oito estados do Brasil –informa. “Invariavelmente, a variedade queestamos lançando apresenta vantagens

produtivas e econômicas sobre asvariedades comerciais”, enfatiza. Eleexemplifica: a IACSP97-4039, recentementelançada pelo Instituto Agronômico,apresentou ganhos na média de quatrocortes em dezenas de ensaios colhidos noprimeiro período da safra (precoce), de maisde duas toneladas de açúcar por hectare emrelação à importante variedade comercialRB855453.

Neste caso, se uma unidadesucroenergética adotar esta nova variedadeno lugar da RB855453, por exemplo,deverá incorporar em seus ganhos,aproximadamente 2 toneladas de açúcar, ouseja, aproximadamente US$1.000 a mais

por hectare – detalha o pesquisador. Esses eoutros exemplos deixam claro – de acordocom ele – os benefícios proporcionadospelos novos materiais. Atento às demandasdo setor, Marcos Landell já tinhaconstatado, no entanto, que os produtoresenfrentavam dificuldades em adotarrapidamente novas variedades e,consequentemente, incorporar os ganhosgerados por elas.

Este foi um dos motivos que levou odiretor do Centro de Cana do IAC e equipea desenvolverem o sistema de mudas pré-brotadas (MPB), uma tecnologia demultiplicação que contribui para aprodução rápida de mudas e traz grande

salto na qualidade fitossanitária, vigor euniformidade de plantio. “O produtor queutilizar o MPB como principal método demultiplicação vai conseguir usar uma novavariedade com quatro a cinco anos deantecedência em relação ao tempo exigidopelo processo convencional adotado para oplantio mecânico”, compara.

Entre outros benefícios, o MPBpossibilita a utilização de 1,5 a 2 toneladasde mudas por hectare, enquanto no plantiomecanizado a quantidade chega atualmentea 20 toneladas. “Esse sistema quebraparadigmas. Foi um marco na minha vidapessoal”, diz. O desenvolvimento do modelode manejo de variedades chamado “Matrizde ambientes”, que proporciona elevaçãosignificativa de produtividade, é outromomento que ele considera relevante emsua trajetória.

Com mestrado e doutorado na área deAgronomia/Produção Vegetal pela Unesp,de Jaboticabal, Marcos Landell – queingressou no Instituto Agronômico em 1982– participou no início da década de 90 dareorganização do programa de cana do IAC.Ele assumiu, naquela época, a presidênciada Comissão Técnica de Cana do Estado deSão Paulo, cargo que ocupa até hoje. Em1995, tornou-se coordenador do ProgramaCana IAC e posteriormente diretor doCentro de Cana do Instituto Agronômicoque surgiu em março de 2005. (RA)

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Adaptação à mecanização é um dos diferenciais dos novos materiaisNa década de 90, Marcos Landell jáandava no campo entremilhares de plantas,procurando as quepoderiam ter boacolheitabilidade

Diversascaracterísticas dasnovas variedades,como elevado teor desacarose, boacolheitabilidade,resistência adoenças, tolerância ao déficit hídricoestão agregando valor às lavouras decana-de-açúcar. Todas são importantes.Mas, uma delas deve ser destacada: aadaptação ao plantio mecanizado. Quemafirma isto é o engenheiro agrônomoMarcos Landell, diretor do Centro deCana do IAC, que tem uma trajetória desucesso, marcada por iniciativas epesquisas inovadoras tanto na área demelhoramento genético, como de manejoda cultura.

“Nos últimos cinco anos, o plantiomecanizado foi um dos principais fatoresde redução de produtividade de cana deprimeiro corte e isto se deveprincipalmente aos problemas de ‘stand’provocados pelo plantio mecânico”,comenta. Segundo ele, algumasvariedades têm menor adaptação a essesistema, o que resulta com frequência emcanaviais com maior percentual de falhas.

Na visão dele, as novas variedadesdevem ser adaptadas aos processosmecânicos de plantio e colheita epossuírem capacidade de perfilhamentoque promova uma maior população decolmos. Desta forma, apresentamcondições para proporcionar elevadasprodutividades não apenas nos primeirosciclos de produção, mas também nosciclos mais avançados, até o sexto corteou mais. “Isto promoverá a linearizaçãoda produtividade e a perenização docanavial, reduzindo o peso dos custos daimplantação nos ciclos colhidos”, avalia.

Além disto, a variedade modernadeve possuir hábito de crescimento mais

ereto associado a uma maioruniformidade biométrica doscomponentes de produção, ou seja:diâmetro e altura dos colmos – explica o

diretor do Centro de Cana do IAC. Aliás,na década de 90, Marcos Landell já tinhaobsessão por material que pudesseapresentar essas características. “Eu

andava no campo entre milhares deplantas, buscando aquela que eu achavaque a máquina iria colher com maisfacilidade”, conta. (RA)

Marcos Landell

“Happy hour da cana” dáorigem ao GrupoFitotécnico

O tema mecanização já faziaparte, naquela época, das reuniõesdo Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar que foi fundadooficialmente em abril de 1992 naestação experimental de RibeirãoPreto do IAC (onde hoje funciona oCentro de Cana do InstitutoAgronômico). A ideia surgiu em1991 – revela Marcos Landell, queé coordenador do grupo. Algunsprofissionais de usinas sentiram anecessidade de trocar informaçõese discutir soluções sobre osproblemas comuns que afetavam aatividade.

“Começamos a fazer um‘happy hour da cana’ uma vez pormês em um bar de Ribeirão Preto.Todo mundo chegava entre 18h e18h30, após o dia de trabalho. Asanotações eram feitas emguardanapos. Fizemos váriasreuniões naquele ano. As esposasde alguns participantes começarama reclamar dessas reuniões que seestendiam até 21h, 22 horas”,detalha.

Em decorrência dessa situaçãoe a necessidade cada vez maior dediscutir as questões ligadas aosetor, houve a decisão emformalizar o grupo. A partir disso, oIAC passou a ter uma atuação maisdestacada no setor sucroenergéticopaulista e depois no nacional. Aprimeira reunião teve 14participantes. “Atualmente contacom 200 pessoas em média”,compara. (RA)

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Satisfeitas com aqualidade dosequipamentos VLC e dosserviços prestados pelaempresa, usinas tambémaprovaram o novo filtro delodo para recuperação deaçúcar.

Segundo AugustoAntônio Olione, gerenteindustrial da Usina SantaIsabel em Novo Horizonte,SP, a VLC conquistou aconfiança da empresa háanos. “Nós adquirimos umdos primeiros filtrosrotativos fabricados pelaVLC há 17 anos. A partirdesse momento nostornamos parceiros nofornecimento de serviços epeças de reposição para osequipamentos”, afirma ogerente.

Questionado sobre osmotivos que o levaram aadquirir os filtros VLC,Olione explica que com acolheita mecanizada já nãoé comum lavar a cana antesda moagem. Com isso algumas impurezasminerais, como areia e pedra, além deimpurezas vegetais, como as folhas,acabam se misturando ao caldo necessáriopara produção de açúcar ou etanol.

Com essas impurezas, o processo parafiltração do caldo com filtro rotativo —equipamento convencional na maioria dasusinas — deixou de ter a mesma eficiência,pois a presença de areia e pedra torna a

operação do filtro rotativo mais trabalhosa.As impurezas costumam encher a caixa desedimentação com maior rapidez mesmocom o agitador em movimento parafacilitar a sucção da solução, neste caso, já

denominado “lodo” naparede do filtro rotativo.

Para Augusto AntônioOlione, uma das vantagensdo filtro de lodo da VLC é aalimentação na esteira porgravidade, com distribuiçãouniforme da solução a serfiltrada, que evita paradaspara limpeza do lodoconcentrado na caixa desedimentação do antigofiltro rotativo. Também épossível recuperar maisaçúcar (POL) deste lodo naesteira com processos deretrolavagem; outra razãoimportante é a maior vidaútil da tela filtrante duranteas safras, pois não háprensagem mecânica paraextração do caldo — etapacomum em filtros prensa.

O gerente industrial daUsina Santa Isabel afirmaque está satisfeito com aparceria e indica osprodutos. A VLC estará naFenasucro 2014, ondepoderá esclarecer maiores

detalhes sobre o produto.

VLC19 3812.9119www.vlc.com.br

Usinas aprovam resultados do filtro de lodo VLC

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A Unimil é uma empresa focada nabusca de soluções para colhedoras decana-de-açúcar, oferecendo produtos eserviços desenvolvidos com tecnologia,matéria-prima certificada e controle dequalidade. Possui um sistemainformatizado, onde fábrica, estoque,logística e administração trabalham deforma integrada.

A empresa se destaca pela certificaçãoISO 9001:2008 em todo seu processo,além de um completo estoque de peças ecomponentes para colhedoras, comaproximadamente 7.500 itens estocados.

Possui unidades estrategicamenteinstaladas em Piracicaba, SP, (UnidadeFabril), Ribeirão Preto, SP, Araçatuba, SP,Rio Verde, GO, e Dourados, MS.

Um ano antes de sua fundação, em1998, trabalhando no carregamento etransporte de cana cortada, os fundadoresda empresa perceberam que o maquinárioutilizado para colheita, importado daAustrália, necessitava de constantemanutenção e reposição de peças. Comisso, deram início à comercialização depeças e desenvolvimento de projetos paramelhoria de colhedoras.

Atualmente, a Unimil, jádisponibilizou peças de reposição paraaproximadamente 6.800 colhedoras decana, pertencentes a cerca de 620 clientesespalhados por todo Brasil e outros países.

AMPLIAÇÃO DO PARQUE FABRIL

A Unimil está finalizando aampliação do seu parque fabril que contacom uma área de 10.000 m². Grandeparte desta área já está em funcionamentoe abriga a nova área de logística,expedição, recebimento, pintura e

máquinas de corte a laser. Em breve,parte da área administrativa edepartamento comercial atenderãotambém neste novo prédio. A empresaadquiriu novos maquinários de altatecnologia como robôs de solda e corte alaser, puncionadeira, nova célula depintura a pó, novos tornos CNC, além dosnovos equipamentos na área de controlede qualidade.

Unimil19 2105.0800www.unimil.com.br

Unimil amplia fábrica de peças de reposição para colhedoras

Fachada e vista aérea da Unimil

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Simpósio da Agroindústria daCana e Feira apresentarão temasestratégicos e inovações emequipamentos

A 31ª edição do Simpósio da Agroindústria da Cana ea 11ª edição da Fersucro, acontecerão de 8 a 11 de julhono Centro de Convenções de Maceió, AL. Serão quatro diasde palestras, mesas redondas e debates sobre os temas maisatuais do setor, além de possibilitar grande número denegócios entre visitantes e empresas expositoras da feira.

Nem mesmo a constante seca que vem castigando oNordeste nos últimos anos deve diminuir o número departicipantes e visitantes dos dois eventos, já que a regiãotem grandes oportunidades de investimentos pela frente.

De acordo com informações da Unida — UniãoNordestina dos Produtores de Cana, a região conta com 77usinas e 25 mil produtores de cana. O setor gera cerca de330 mil empregos diretos e registrou uma produção de 63milhões de toneladas de cana, 4,6 milhões de toneladas deaçúcar, e 1,9 milhão de m³ de etanol na safra 2010/2011.Segundo a Unida, a crise no setor afeta de alguma formasete milhões de habitantes, o que representa 13% dapopulação nordestina.

Com 31 anos de existência, o Simpósio daAgroindústria da Cana é reconhecido como um dos maisimportantes eventos técnicos científicos do Brasil por reunirgrandes nomes do setor. É organizado em parceria pelaStab Leste — Sociedade dos Técnicos Açucareiros eAlcooleiros do Brasil (Regional Leste) e o Ufal — Centro deCiências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, umdos mais renomados do país e um dos centros de pesquisa

da Ridesa, Rede Interuniversitária de Desenvolvimento doSetor Sucroenergético.

O encontro que deve reunir cerca de 800 pessoas temo objetivo de discutir pontos importantes no crescimentodas empresas, difundir e compartilhar experiências eabordar temas estratégicos na gestão do setor brasileiro,preparando-se para a safra 2014/15.

Durante os 4 dias, serão realizadas no Simpósio,mais de 60 palestras nas áreas comum, agrícola,

industrial e administrativa, com expositores de váriosEstados, como: São Paulo, Paraná, Mato Grosso ePernambuco, Santa Catarina e Goiás. O Simpósio seráaberto no dia 08 de julho, às 9h. De 9 a 11 o evento iráacontecer das 8h às 15h.

Stab82 3327.9632www.stableste.org.br

Nordeste está pronto para a Fersucro

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Com mais de 70 anos no mercado cervejeiro e desde 2007no mercado sucroalcooleiro a Wallerstein continua inovando eoferecendo aos seus clientes muito mais do que produtos.

Atenta à dificuldade de avaliação do custo-benefício sobreo uso de antibióticos, devido a possíveis erros de análises e atémesmo falta de medição de alguns parâmetros importantes, aWallerstein fechou com a Fermentec um pacote de análisespara oferecer aos seus clientes, que serve de ferramenta aosgestores da fermentação.

De acordo com Fernando Feitosa, representantecomercial da Wallerstein, o pacote é um balanço de produçãode ácido láctico, acético e manitol na fermentação alcoólica,determinando quanto de açúcares foram desviados pelasbactérias e deixaram de produzir álcool. O manitol, porexemplo, não faz parte das análises de rotina e cada moléculasignifica uma molécula de frutose que deixou de produzirálcool.

Para uma destilaria que produz 800 mil litros deálcool/dia, uma concentração de 0,5 % de manitol no vinhosignifica uma perda de 25 mil litros de álcool/dia. Com oBetabio 45 (beta ácidos) desde 2007, a Wallerstein tambémoferece toda uma linha de extratos de lúpulo o AlphaBio (alfaácidos), IsoBio (Iso alfa ácidos) e TetraBio (Tetra hidro iso alfaácidos).

Com essa gama de produtos naturais a base de lúpulo,vem atendendo às exigências das mais variadas fermentações.

Como já é parceira da Lallemand para o mercadocervejeiro, estende essa parceria também para o mercadosucroalcooleiro. Essa união de forças entre Wallerstein eLallemand oferece maior rapidez nas soluções dos problemasde fermentação, com tecnologia a favor da indústria.

Betabio11 3848.2900www.betabio.com.br

Wallerstein e Fermentec disponibilizam pacote de análise de fermentação

Ser um centro de excelência noatendimento dos produtos esoluções ABB. Esse é o objetivo dafundação da APS ComponentesElétricos que através da parceriacom a empresa ABB, passou aatuar na distribuição e prestaçãode serviços elétricos. “Oferecemosao mercado produtos e serviçospara projetos e instalação desoluções completas paramodernização, automação desistemas e reparos, retrofits /reprojetos, manutenção preditiva,preventiva e corretiva. Nossaassistência técnica oferececomissionamento e startup,manutenção em campo ou emlaboratório, inversores defrequência CA, CC, soft-starters,estudo para correção de fator depotência, substituição dedisjuntores antigos por outros deúltima geração através de kit’sretrofitting, sempre preservando asegurança de seus profissionais edo sistema”, afirma AlexandreLeal, gerente geral da APS.

Ao mercado sucroenergéticofornece inversores de frequência,soft-starters, chaves seccionadoras,disjuntores em baixa e médiatensão, banco de capacitores,instrumentação elétrica e deprocessos.

Segundo Alexandre Leal,gerente geral, a empresa foifundada em 2000 com o objetivode ser um distribuidor diferenciadode produtos e serviços ABB. “Aparceria oferece ao mercadoacesso a toda a tecnologia damarca ABB, oferecendo soluções efornecimento de equipamentos deforma ágil e simplificada com focona necessidade do cliente. A APS éum canal de distribuição quecomplementa e viabiliza oatendimento de qualquer clienteindependente do seu porte, desdeaplicações residenciais até as maiscomplexas na indústria”, diz.

APS11 2870.1000 www.apscomponentes.com.br

Parceria facilita distribuição de produtos da ABB

Fernando Feitosa, representante \comercial da Wallerstein

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A dificuldade no controlede ponto de trabalhadoresdispersos no corte de cana,plantio e outras funções ainda éuma constante. Porém, o quemuitas usinas não sabem, é quejá podem contar com o relógiode ponto, sem precisar deslocarseus trabalhadores até a sedeadministrativa a fim de registrarfielmente os horários.

A utilização deequipamentos móveis é asseguradapelo MTE, com base na NT304/2010 e otimiza a logística doempregador, gerando rapidez e economiapara ambas as partes. A Sisponto investena fabricação de relógios de ponto móveis,mantidos por energia elétrica, solar, oubateria veicular, e com registros por cartãoproximidade, teclado ou i-button – chip deaço, à prova d’água, imune a riscos echoques.

O REP pode ser instalado em cabinesde caminhões, ônibus ou áreas de vivência,e acompanhar a movimentação no campodos trabalhadores ruraisindependentemente do local, e ainda emitiro ticket impresso com todas as informaçõesnecessárias de seus horários de trabalho.

O diferencial do REP da Sispontopara a área rural é a comunicação via

GPRS, onde todos os cadastros e coletas deregistros acontecem em tempo real, viasinal de celular, além das outrascomunicações: tcp/ip, serial, usb. Aausência de sinal GPRS não interfere namarcação do horário de trabalho nocampo.

A Sisponto está há 19 anos nomercado e foi indicada ao Prêmio TOPMIND de RH pela 6ª vez em 2014, comouma das cinco empresas destaque nacategoria – controle de frequência, e seuREP móvel já foi adotado por diversasempresas do Brasil.

Sisponto Sistemas Inteligentes11 4063.5544www.sisponto.com.br

Sisponto investe na fabricação de relógios de ponto móveis

Para atender a necessidadee aos pedidos de profissionais dosetor, a Reunion Engenhariarealizará nos dias 25, 26 e 27 dejunho, na cidade de RibeirãoPreto, SP, o curso sobre ‘Balançode Massa e de Energia’, tendocomo objetivo expor os diversosprocessos envolvidos em umaplanta de açúcar, etanol eenergia.

Quem explica melhor é oengenheiro e CEO da Reunion,Tercio Dalla Vecchia. “A utilização dosrecursos tecnológicos é um caminho semvolta e, às vezes, leva um tempo para dominá-los e colocá-los em prática, principalmente,quando se trata de tecnologia sucroenergéticaaplicada nas usinas”, comentou.

Entre os assuntos abordados noPrograma estão: conceitos básicos determodinâmica aplicados na usina de açúcare etanol; relações entre a quantidade dematéria e energia de cada corrente deprocesso; identificação de gargalos e pontosde baixa eficiência e produtividades, bemcomo melhorias e otimizações na suaempresa.

O módulo inclui parte teórica pelamanhã e prática no período da tarde, o qualos alunos desenvolverão o seu própriobalanço. Ao final do curso, os participantes

receberão o Certificado de Participação. Pensando na capacitação de

profissionais, componente fundamental doportfólio da Reunion, o curso é voltado paraengenheiros, técnicos, supervisores deprodução, operadores e gerentes de usinas edestilarias. A empresa também aplicaTreinamentos ‘in company’, de acordo com anecessidade do grupo.

Inscrições podem ser feitas pelo [email protected] ou pelo link do sitehttp://www.reunion.eng.br/Site/inscricao/index2.html. Informações pelos telefones (11)4156-6688 com Luciana ou (16) 3623-5384com Sabrina. As vagas são limitadas.

Reunion16 3623.5384www.reunion.eng.br

Setor terá curso técnico sobre ‘Balançode Massa e de Energia’ em junho

Curso apresentará diversos processos

envolvidos em uma unidade produtoraSistema proporciona cadastros

e coletas de registros em tempo real

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Grande parte das usinas contamcom um COI — Centro de OperaçãoIntegrado, onde todos os processos sãomonitorados e controlados poroperadores que possuem na sua frenteuma ou várias estações de operação.

Isto, já é um grande passo,certamente os controles estão muitomais seguros e trazendo mais retornodo que controles com estaçõesindividuais ou sem controles.

Com esse modelo de controle, noCOI, o desempenho do processo dependebastante da expertise dos operadores,que têm de ser profissionais treinados eadequados para a função. É possívelnotar, depois de vários estudos, queestes operadores começam a executarsuas tarefas de forma repetida e semestímulos, ficando em uma “zona deconforto”. Muitas vezes, estas “zonas deconforto” de controle estão longe doslimites operacionais dos equipamentos.

“Estes gargalos fazem com que aplanta opere em modo automático, maspoderia estar em limites mais rentáveisa todo processo. Além disto, muitasmalhas de controles não interagementre si automaticamente. Estainteração tem ficado a cargo dooperador. Desta forma, é possível notar,que quando uma variável sai dopadrão, cada operador tem umareação, e isto cria distúrbios ruinsdificultando muito a estabilidade,

levando a perdas no processo”, afirmaDevanir Alves Pereira, analistacomercial da Authomathika.

Hoje, em muitos processosindustriais o desempenho dosoperadores e do sistema de automaçãotêm implantado soluções interessantes eque trazem retorno substancial àorganização. Estas soluções visamgarantir um excelente desempenhooperacional.

Dentre elas podemos citar a AOA —Assistência de Operação Avançada. Pormeio de padronização de operação, atecnologia garante que, independentedo operador, a planta trabalhará nomelhor desempenho, procurando estarmais próxima aos seus limitesoperacionais.

O AOA auxilia o operador nadetecção antecipada de cenáriosoperacionais críticos.

Uma outra tecnologia, a APC —Advanced Process Control, podemelhorar muito a eficiência do processocontrolado. Esta tecnologia executaajustes periodicamente. Isto melhora odesempenho de diversos sistemas emalhas de controle. Esta tecnologialeva em conta a dinâmica do processo ea interação entre as variáveis.

Authomathika(16) 35134000www.authomathika.com.br

Tecnologia aumenta desempenho de processo industrial

Devanir Alves Pereira, da Authomathika

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A Plant-Rubber foi umadas empresasexpositoras daAgrishow,realizada nos dias28 de abril a 2 demaio, e atingiuseus objetivos. Aempresa, queprocuraaperfeiçoar seusequipamentospara garantir aproteção da gemae menor adição deimpurezas no processo de colheita,apresentou as evoluções de seus produtospara as colhedoras de cana-de-açúcar.

O kit plantio, kit industrial, o rololevantador e rolos transportadoresadequados para usinas, como tambémpeças para plantadeiras, foram destacadosno estande da empresa. De acordo com odepartamento de marketing, participar deuma feira como a Agrishow éimprescindível para uma empresa quebusca estar em evidência e ser competitivano mercado atual.

Participar da Agrishow foi umaexperiência produtiva. Com as

informações obtidas, o departamentotécnico pode, agora, responder osquestionamentos dos produtos da Plant-Rubber utilizados em suas unidadesprodutoras. “Não é sempre que seconsegue reunir profissionais de grandesusinas e grupos avaliando nossos produtos.Isto é muito valioso. Estamos prontos paraa Agrishow 2015!”, comenta Angelo deFreitas, diretor proprietário da Plant-Rubber.

Plant-Rubber16 3969.9777www.plantrubber.com.br

Plant-Rubber apresentouprodutos durante a Agrishow

A Agrosystem apresentou na Agrishow2014, novidades para o desenvolvimentoda agricultura de precisão. A empresatrabalha com as principais marcas domercado, como: Dickey-John, Topcon,Norac, Davis, Arag e Polmac.

A Isobus, que integra os processos queenvolvem o plantio, aplicação de fertilizantes,pulverização e plantio com precisão, semdesperdício, através de um único monitor foiuma das tecnologias apresentadas na feira.Ela possui um protocolo universal paracomunicação eletrônica entre implementos,tratores e terminal virtual. O equipamentopadroniza a comunicação e ao mesmo tempoassegura a compatibilidade total detransferência de dados entre sistemas móveise software gestão.

A Embreagem EPP foi outroequipamento apresentado. Compacta,simples e versátil, a embreagemproporciona um plantio preciso,permitindo o desligamento das linhas deplantio de maneira independente, atravésde acionamentos elétrico ou pneumáticos.É compatível com a maioria dasplantadeiras e terminais virtuaisdisponíveis no mercado.

NOVA PARCERIAA Agrosystem é representante da

Norac, fornecedor do segmento decontrole da altura para pulverização. A empresa dispõe de sensoresultrassônicos, confiáveis, que sãomontados para manter, automaticamente,cada asa do pulverizador e a seção centralna altura correta, acima do solo ou notopo da cultura, nas diversas condições decampo. “A Norac desenvolveu o controlede altura para pulverização,principalmente, para fabricantes depulverizadores no Brasil. Nos últimosanos, a demanda por este tipo de produtotem aumentado consideravelmente”,afirma Danea Armstrong, vice-presidente de vendas, marketing eserviços da Norac.

Agrosystem16 3434.3800www.agrosystem.com.br

Agrosystem apresenta soluções em agricultura de precisão

Estande da Agrosystem na Agrishow 2014

Angelo de Freitas, diretor proprietário

e equipe comercial da empresa

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