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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa Rita Ano XXIV Nº 365 Outubro / 2018 A Vez e a Voz FUTURO DA CLASSE TRABALHADORA ESTÁ NA MÃO DO VOTO CONSCIENTE! CARTEIRA VERDE E AMARELA PRA QUÊ? FAKE NEWS: CAMPANHA ESPONTÂNEA AO CUSTO DE 12 MILHÕES VOCÊ JÁ GANHA O MÍNIMO E NEM ISSO OS PATRÕES QUEREM O segundo turno das eleições para presidente decidirá o futuro do Brasil. De um lado, um candidato alinhado com as políticas de austeridade e retirada de direitos do governo Temer, protagonista de uma campanha de mentiras, ódio e preconceito contra as minorias e seus opositores. Do outro, a representação da retomada do crescimento do país, do retorno dos anos de pleno emprego, da valorização do trabalho e do respeito e bem estar da classe trabalhadora. Alguém presente nos debates e disposto aos esclarecimentos. O voto pensado, consciente, é o caminho desta importante decisão que recai sobre os trabalhadores(as). Nesta edição especial do Informativo A Vez e a Voz, o Sindicato apresenta uma análise da situação de emprego nos últimos anos na categoria de Canoas e Nova Santa Rita. O estudo, realizado pelo Dieese, mostra que a precarização dos postos de trabalho e da mão de obra dos trabalhadores(as) se deu a partir das manobras políticas iniciadas no final de 2014 que levaram à queda de Dilma Rousseff. Antes disso, a categoria viveu anos de pleno emprego e valorização dos salários e dos direitos. Neste sentido, o estudo encomendado pelo Sindicato convida a uma importante reflexão para a hora de escolher o novo presidente. A criação de uma nova carteira de trabalho faz parte do conjunto de propostas sorrateiras do candidato do PSL à No Estado, o segundo turno para o governo conta com dois apoiadores declarados do candidato do PSL à presidência. Neste sentido, a presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) sinalizou uma das medidas mais O maior escândalo desta eleição ficou a cargo da denúncia feita pelo jornal Folha de S.Paulo sobre os empresários que assinaram contratos de até 12 milhões de reais para financiar, via whatsapp, nocias falsas sobre Fernanda Haddad (PT). O esquema, considerado Caixa 2 pois envolve invesmento para campanha não declarado, revelou uma rede de empresas que dispara milhões de mensagens consideradas Fake News. Até o momento, a campanha do cadidato do PSL declarou ao TSE apenas 1,7 milhão. Certamente, a maior menra dessa história seja a jusficava de se que trata de campanha espontânea por parte dos empresários. esperadas a ser tomada pelo futuro governador: o fim do salário mínimo regional. Este, que com denominação auto explicativa determina faixas mínimas de salário para as categorias, serve de parâmetro para as negociações da categoria metalúrgica. Assim, fica evidente que se quer o mínimo estipulado pela Lei os patrões querem pagar a você. A notícia é do portal Sul21. presidência. Escolher entre a tradicional carteira azul (com garanas trabalhistas da CLT, da Constuição Federal e da Convenção Coleva) ou a nova verde e amarela (negociação direta sem garanas e/ou direito à representação) significa, acima de qualquer coisa, a máxima das relações de trabalho no país: o trabalhador não tem escolha!

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa RitaAno XXIV Nº 365 Outubro / 2018

A Vez e a VozFUTURO DA CLASSETRABALHADORAESTÁ NA MÃODO VOTOCONSCIENTE!

CARTEIRA VERDE E AMARELAPRA QUÊ?

FAKE NEWS: CAMPANHA ESPONTÂNEAAO CUSTO DE 12 MILHÕES

VOCÊ JÁ GANHA O MÍNIMOE NEM ISSO OS PATRÕES QUEREM

O segundo turno das eleições para presidente decidirá o futuro do Brasil. De um lado, um candidato alinhado com as políticas de austeridade e retirada de direitos do governo Temer, protagonista de uma campanha de mentiras, ódio e preconceito contra as minorias e seus opositores. Do outro, a representação da retomada do crescimento do país, do retorno dos anos de pleno emprego, da valorização do trabalho e do respeito e bem estar da classe trabalhadora. Alguém presente nos debates e disposto aos esclarecimentos. O voto pensado, consciente, é o caminho desta importante decisão que recai sobre os trabalhadores(as).

Nesta edição especial do Informativo A Vez e a Voz, o Sindicato apresenta uma análise da situação de emprego nos últimos anos na categoria de Canoas e Nova Santa Rita. O estudo, realizado pelo Dieese, mostra que a precarização dos postos de trabalho e da mão de obra dos trabalhadores(as) se deu a partir das manobras políticas iniciadas no final de 2014 que levaram à queda de Dilma Rousseff. Antes disso, a categoria viveu anos de pleno emprego e valorização dos salários e dos direitos. Neste sentido, o estudo encomendado pelo Sindicato convida a uma importante reflexão para a hora de escolher o novo presidente.

A criação de uma nova carteira de trabalho faz parte do conjunto de

propostas sorrateiras do candidato do PSL à

No Estado, o segundo turno para o governo conta com dois apoiadores declarados do candidato do PSL à presidência. Neste sentido, a presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) sinalizou uma das medidas mais

O maior escândalo desta eleição ficou a cargo da denúncia feita pelo jornal Folha de S.Paulo sobre os empresários que assinaram contratos de até 12 milhões de reais para financiar, via whatsapp, notícias falsas sobre Fernanda Haddad (PT). O esquema, considerado Caixa 2 pois envolve investimento para campanha não declarado, revelou uma rede de empresas que dispara milhões de mensagens consideradas Fake News. Até o momento, a campanha do cadidato do PSL declarou ao TSE apenas 1,7 milhão. Certamente, a maior mentira dessa história seja a justificativa de se que trata de campanha espontânea por parte dos empresários.

esperadas a ser tomada pelo futuro governador: o fim do salário mínimo regional. Este, que com denominação auto explicativa determina faixas mínimas de salário para as categorias, serve de parâmetro para as negociações da categoria metalúrgica. Assim, fica evidente que se quer o mínimo estipulado pela Lei os patrões querem pagar a você. A notícia é do portal Sul21.

presidência. Escolher entre a tradicional carteira azul (com garantias trabalhistas

da CLT, da Constituição Federal e da Convenção Coletiva) ou a nova verde e

amarela (negociação direta sem garantias e/ou direito à representação) significa,

acima de qualquer coisa, a máxima das relações de trabalho no país: o

trabalhador não tem escolha!

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O jornal A Vez e a Voz é uma publicação do Sindicato dosTrabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita - STIMMMECPresidente: Paulo ChitolinaVice-presidente: Silvio Bica

Secretário de Imprensa: André Soares (Índio)Assessoria de Imprensa:

Rita Garrido (Reg. Prof. nº 18.683)Matheus Leandro (estagiário)Fernanda Salla (estagiária)

Telefone DDG: 0800.6024955Colônia de Férias: (51) [email protected]

Facebook: /sindimetalcanoasSite: www.sindimetalcanoas.org.br

Rua Caramuru, 330 - Centro de Canoas/RS

EXPEDIENTESalário Mínimo Nacional: R$ 954,00Piso Regional do RS: R$ 1.301,22

INDICADORES SALARIAIS

Pisos salariais: Metalúrgicos/ Máquinas Agrícolas:

R$ 1.315,00R$ 5,31/hora (para menor aprendiz)

Reparação de Veículos:R$ 1.410,20 (piso normativo)

R$ 5,72/hora (para borracheiro)

Adicional de InsalubridadeGrau Médio / 20% do SM: R$ 190,80

Grau Máximo / 40% do SM: R$ 381,60

Jornal A Vez e a Voz do Peão - Outubro de 2018 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955

Era PT: estudo mostra amplo período devalorização de empregos e salários na categoria

Após aprovação da ReformaTrabalhista, contratações detemporários, terceirizados e

demissões por acordocresceram

Rotatividade aplicada pelos patrões vai contra a valorização do trabalhador

Cláusulas da CCT ganhamimportância a partir das

mudanças nalegislação trabalhista

O Dieese também aponta em um levantamen-to dos sete primeiros meses de 2018 a crescente na contratação de temporários na base de Cano-as e Nova Santa Rita. Segundo o estudo, foram admitidas(os) 1.464 trabalhadores(as) no período, enquanto 1.419 acabaram desligados, totalizando um saldo positivo de 45 pessoas.

Do total de trabalhadores admitidos no perío-do, 443 foram contratados por prazo determina-do, o que corresponde a 30,3% do total das ad-missões.

Também se destaca, segundo o balanço, a de-missão por acordo, que totalizou 14,1% dos des-ligamentos. Isso é um reflexo direto da Reforma Trabalhista, no qual a modalidade acabou sendo flexibilizada, permitindo que as empresas paguem 50% do aviso prévio, metade da multa rescisória sobre o saldo FGTS, de 20%, e a totalidade das demais verbas trabalhistas. Ainda, acorda que o trabalhador poderá sacar somente 80% do FGTS, contudo, sem direito a encaminhar o seguro de-semprego.

Os contratos terceirizados também são cres-centes na base e evidenciam a realidade muito denunciada pelos Sindicatos antes da aprovação deste modelo no STF. Segundo o acompanha-mento dos dirigentes sindicais, as condições des-tes trabalhadores(as) estão precárias: não podem usufruir dos direitos previstos na CCT, nem dos ganhos de PLR. Além disso, não possuem plano de saúde e em alguns casos não recebem nem o material básico de higienização após o trabalho.

Desde a entrada em vigor da Lei 13.467/17, o Sin-dicato tem reforçado nos informativos a importância da Convenção Coletiva de Trabalho. Para barrar o avanço da retirada de direitos, os acordos prevêem a estipula-ção de um piso salarial, adiantamento quinzenal, salá-rio do aprendiz, adiantamento de 13º e férias, adicional de horas extras, adicional noturno e quinquênio. Além disso, garante auxílios e benefícios, tais como auxílio escolar, previdenciário e funeral, estabilidade da ges-tante, acordo para feriados prolongados, limitações ao uso de câmeras de vigilância, faltas justificadas, entre outros. Ao todo, a CCT é composta por 64 cláusulas e pode ser conferida na íntegra no site do sindicato e nas cartilhas físicas disponíveis na sede.

Um dos temas mais discutidos desta eleição presi-dencial é a geração de emprego e renda, que afeta di-retamente o futuro da classe trabalhadora do País. Nos últimos tempos, a categoria metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita sofreu com o arrocho dos salários e a recente retirada de inúmeros direitos - via Reforma Trabalhista. No entanto, não foi sempre assim.

De acordo com um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-RS), metalúrgicos e meta-lúrgicas tiveram um amplo período de valorização dos salários e de geração de empregos. O estudo mostra que entre o anos de 2004 e 2018, a categoria conquis-tou um percentual de 170% de aumento salarial (repo-sição do INPC + aumento real). Além de sempre lutar

Mesmo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assegurando o rea-juste no salário e no piso - não há repo-sição automática nos salários no Brasil -, as empresas utilizam do mecanismo de rotatividade para reduzir a folha de pagamento e, consequentemente, a remuneração média e a valorização dos ganhos da categoria. Desde 2007, trabalhadores admitidos recebem salá-rios inferiores - média de 18% menos

pela reposição das perdas inflacionárias, que deste total compreendem 126%, o Sindicato conquistou - via negociação coletiva - aumento real à categoria durante dez anos consecutivos (2004/2014), que somado ge-rou quase 17% a mais nos salários. (TABELA 1).

A importância da presença do sindicato nas nego-ciações e da construção de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) também pode ser percebida no piso da categoria, que nos últimos 15 anos registrou um au-mento de R$ 947,47. Em 2003 nenhum trabalhador(a) metalúrgico(a) poderia ser contratado na base ganhan-do menos de R$ 367,53. A década que seguiu dobrou os ganhos, colocando R$ 622,47 a mais no piso (em 2014 atingiu R$ 990,00). Hoje, a categoria tem fixado o mínimo de R$ 1.315,00.

TABELA 1: Variação do INPC, reajuste salarial e pisos da categoria Metalúrgica, Canoas e Nova Santa Rita, 2003-2018

TABELA 2: Remuneração média admitidos e desligados da categoria metalúrgica Canoas e Nova Santa Rita, jan2017-ago2018

TABELA 3: Número de Admitidos e Desligados e Saldo do Emprego metalúrgicoCanoas e Nova Santa Rita, jan 2007 – ago 2018

Fonte: Convenções Coletivas de Trabalho / Elaboração: Dieese – Subseção FTM-RS/CUT

Fonte: Convenções Coletivas de Trabalho /Dieese – Subseção FTM-RS/CUT

- aos dos desligados na mesma função. No entanto, a abertura e o fechamento de postos de trabalho influen-cia nos índices.

Anos onde houve aumento do número de vagas de trabalho foram também os de queda na diferença entre remuneração dos admitidos e desligados. Ao contrário, quando houve queda nos postos de trabalho observou--se aumento nas diferenças salariais (tabela 2 e 3).

Neste cenário, fica evidente que a categoria de Canoas e Nova Santa Rita beneficiou-se dos anos de pleno emprego e valorização dos trabalhadores(as) no Brasil. Não por acaso esta época deu-se nos dois governo de Lula e no primeiro governo de Dilma Rous-seff, que tiveram como marca a prioridade de políticas voltadas à classe trabalhadora e à população de baixa renda.

Hoje, além da importância da valorização de repre-sentação da classe trabalhadora - feita pelos sindica-

tos - é necessário que sejam retoma-das políticas de Estado de incentivo e criação de empregos de qualidade, as-segurando que as conquistas das con-venções coletivas sejam preservadas. Na visão do nosso Sindicato, somente um candidato é capaz de retomar a va-lorização do trabalho e dos trabalhado-res(as) e garantir um futuro de ganhos,

com incentivo às pequenas e médias empresas e ao conteúdo nacional, que estimula a produção local.