A Via sacra da paixão

8/3/2019 A Via sacra da paixo

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Jesus, lembra-te de mimquando chegares ao Teu R eino!

G rupo de JovensJovens Em M ovimento


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Uma contemplao da Paixo de Cristo

Orao Inicial:

V: Em nome do Pai e do filho e do Esprito Santo.

Na morte de Cristo descobrimos a prova definitiva do amor infinito do Pai para com

o mundo. Por meio da paixo do filho de Deus alcanamos a salvao.

Meditar com devoto recolhimento e piedade os mistrios da paixo e morte de

Nosso Senhor, um compromisso sincero para alcanar uma profunda e contnuaconverso interior.

Oremos:

Deus nosso Pai, que a luz da vossa graa ilumine a nossa contemplao e orao, ao

percorrermos as estaes do caminho da cruz de vosso Filho; concedei-nos a

fortaleza para sabermos avanar sempre pelos passos de Jesus Cristo, que Deus

convosco na unidade do Esprito Santo.

Foram a um horto chamado Getsmani.

Jesus levou consigo Pedro, Tiago e Joo, e disse-lhes: "A minha alma est numa

tristeza de morte; ficai aqui e vigiai". E adiantando-se um pouco, caiu por terra e

orou para que, se fosse possvel, passasse dele aquela hora. E disse: "Abba, Pai,

tudo Te possvel, afasta de Mim este clice!

Contudo, no se faa o que Eu quero, mas o que Tu queres".Depois, foi ter com os discpulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: Simo,

dormes? Nem uma hora pudeste vigiar!Vigiai e orai, para no cederdes tentao;

o esprito est cheio de ardor, mas a carne dbil. Retirou-se de novo e orou,

dizendo as mesmas palavras. E, voltando de novo, encontrou-os a dormir, pois os

seus olhos estavam pesados; e no sabiam que responder-lhe.(Mc 14, 32-40)

Jesus estava a falar quando apareceu Judas, um dos doze e, com ele, uma grande

multido com espadas e varapaus, da parte dos prncipes dos sacerdotes, dos

escribas e dos ancios. Ora, o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: Aquele


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que eu beijar esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado. Aproximou-se

d'Ele e disse: "Rabbi" (Mestre), e beijou-o. Os outros deitaram-lhe as mos e

prenderam-no.(Mc 14, 43-46)

Conduziram Jesus a casa do Sumo Sacerdote, onde se juntaram todos os sumos

sacerdotes, os ancios e os doutores da Lei. Os prncipes dos sacerdotes e todo o

Sindrio procuravam um testemunho contra Jesus, para Lhe dar a morte, mas no o

encontravam, de facto, muitos testemunharam falsamente contra Ele, mas os

testemunhos no eram coincidentes.E alguns ergueram-se e proferiram contra Ele

este falso testemunho: Ouvimo-lo dizer: Demolirei este templo construdo pela

mo dos homens e, em trs dias, edificarei outro que no ser feito pela mo dos

homens. Mas nem assim o depoimento deles concordava. Ento, o Sumo

Sacerdote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus: No respondes

nada ao que estes testemunham contra ti?

Mas Ele continuava em silncio e nadarespondia. O sumo-sacerdote interrogou-O novamente perguntando-lhe: "s tu o

Messias, o Filho de Deus bendito?" Jesus respondeu-lhe: "Sou".

E todos O declararam ru de morte.(Mc 14, 53-62)

Inicio da Via-Sacra

Deixa-te abraar pelo meu mais ardente desejo de que todas as almas venham a

purificar-se na gua da penitncia... Que sejam penetradas por sentimentos deconfiana e no de temor, porque sou Deus de misericrdia e sempre estou disposto

a receb-las no meu Corao.

Estou junto a ti, quando fazes o que te peo; como se me matasses a grande sede

que secou at os lbios na Cruz.

Eu estarei presente cada vez que invocarem a minha Paixo com amor.

Pensai em tudo que tive de sofrer para salvar o homem, para poder reinar no seu

corao, para tornar possvel a sua entrada no reino de meu Pai.

Agora, vamos ao relato de minha Paixo... Relato que dar glria ao Pai e santidade a

outras almas eleitas...

Faamos juntos o Caminho da Cruz.


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Primeira Estao

Jesus condenado morte

Ns Vos adoramos e Vos bendizemos Senhor Jesus!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Do Evangelho de S. Marcos

Logo de manh, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os ancios e os

doutores da Lei e todo o Sindrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e

entregaram-no a Pilatos. Perguntou-lhe Pilatos: s Tu o rei dos Judeus? Jesus

respondeu-lhe: Tu o dizes. Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.

Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: No respondes nada? V de quantas coisas

s acusado!

Mas Jesus nada mais respondeu. Ora, em cada festa, Pilatoscostumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. Havia um, chamado Barrabs,

preso com os insurrectos que tinham cometido um assassnio durante a revolta. A

multido chegou e comeou a pedir-lhe o que ele costumava conceder. Pilatos,

respondendo, disse: Quereis que vos solte o rei dos judeus? Mas eles gritavam

ainda mais: "Crucifica-O"!

Pilatos, desejoso de agradar multido, soltou-lhes Barrabs e, depois de mandar

aoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado.(Mc 15, 1-15)

Os soldados apresentaram-me a Pilatos. No encontrando em mim um delito para me

castigar, procurava formas para me libertar e ps-me vista do povo, no lastimoso

estado em que me encontrava, propondo-lhes dar-me a liberdade e condenar no

meu lugar Barrabs, que era um ladro e um criminoso famoso. A uma s voz

respondeu o povo: Que morra eque Barrabs seja posto em liberdade.

Almas que me amais, vede como me compararam a um criminoso. Vede como me

rebaixaram mais do que ao mais perverso dos homens. Medita por um momento o

indizvel martrio do meu Corao, ao se ver preterido a Barrabs. Sou o mais odiado

dos homens e me condenam morte, como um ladro infame. Pilatos pronunciou a

sentena. Meus filhos, considerai atentamente o quanto sofreu o meu Corao...

Oh Jesus obedientssimo, manso e humilde de corao, tende piedade de ns!

Pai Nosso


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Segunda Estao

Jesus recebe a Cruz




Os soldados levaram-no para dentro do ptio, isto , para o pretrio. Revestiram-

no de um manto de prpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham

entretecido. Depois, comearam a saud-lo: Salve! rei dos judeus! Batiam-lhe

na cabea com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se

diante dele. Depois de O terem escarnecido carregaram-no com uma cruz e

levaram-nO ento para O crucificarem.(Mc 15, 17-20)

Vamos continuar. Segue-me no caminho do Calvrio, oprimido sob o peso da Cruz...

Enquanto o meu Corao estava abismado de tristeza, pela perdio eterna de Judas,

os cruis algozes, insensveis minha dor, carregaram sobre os meus ombros

chagados, a dura e pesada Cruz em que haveria de consumar o mistrio da Redeno

do mundo.

Contemplai-me, anjos do cu. Vede o Criador de todas as maravilhas, o Deus a Quem

rendem adorao os espritos celestes, caminhando em direco ao Calvrio elevando sobre os seus ombros o lenho santo e bendito que ir receber o seu ltimo

suspiro.

Vede tambm vs, almas que desejais ser meus fiis imitadores. O meu Corpo,

destroado por tanto tormento, caminha, sem foras, banhado de suor e de sangue...

Cntico: Eu Venho do Sul e do Norte


Pai Nosso

Terceira Estao

Jesus cai pela primeira vez




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Do Livro de Isaas

Todos ns andvamos desgarrados como ovelhas, seguamos cada um o nosso

caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos ns.

Foi maltratado e resignou-se; no abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao

matadouro, e uma ovelha muda nas mos do tosquiador. (Ele no abriu a boca.)

Mas ele foi castigado pelos nossos crimes, e esmagado pelas nossas iniquidades; o

castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graas s suas chagas. (Is 53,

6-5-7)

Sofro, sem que ningum se compadea da minha dor! A multido acompanha-me e

no h uma s pessoa que tenha piedade de mim. Todos me rodeiam como lobosfamintos, desejosos de devorar a sua presa... que todos os demnios saram do

inferno para tornar mais duro o meu sofrimento. A fadiga que sinto to grande, a

Cruz to pesada, que a meio do caminho caio desfalecido. Vede como me levantam

aqueles homens desumanos do modo mais brutal: um agarra-me por um brao, outro

puxa as minhas vestes, que esto coladas s minhas feridas, voltando a abri-las... Este

pega-me pelo pescoo, outro pelos cabelos, outros descarregam terrveis golpes em

todo o meu corpo, com os punhos e at com os ps. A cruz cai sobre mim e o seu

peso causa-me novos ferimentos. O meu rosto roa sobre as pedras do caminho e osangue que escorre por ele cai nos meus olhos, que esto quase fechados pelos

golpes; o p e a lama se juntam ao sangue e fico como o objecto mais repugnante.


Pai Nosso

Quarta Estao

Jesus encontra Sua me



Do Evangelho de S. Lucas

Simeo disse a Maria, sua me: "Eis que este menino vai ser motivo de queda eelevao de muitos em Israel. Ele ser um sinal de contradio, para que se revelem


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os pensamentos de muitos coraes. Quanto a ti, uma espada trespassar a tua

alma". Sua me conservava todas estas coisas em seu corao(Lc 2,34-35.51).

Segui comigo uns momentos e, a poucos passos, ver-me-eis na presena da minha

me Santssima que, com o Corao trespassado pela dor, sai ao meu encontro com

dois objectivos: para recobrar novas foras de sofrer vista do seu Deus e para dar ao

seu filho, com a sua atitude herica, alento para continuar a obra da Redeno.

Considerai o martrio destes dois coraes. Quem mais ama a minha me o seu

Filho... No me pode dar nenhum alvio e sabe que o facto de v-la aumentar ainda

mais o meu sofrimento; mas tambm aumentar a minha fora para cumprir a

vontade do Pai. Quem mais amo na terra a minha me e no apenas no a posso

consolar, como o estado lamentvel em que me v proporciona ao seu corao um

sofrimento semelhante ao meu. Deixa escapar um soluo. A morte que sofro no meu

corpo, recebe-a minha me no seu corao!...Como se cravam em mim os seus olhos e os meus se cravam tambm nela! No

pronunciamos uma s palavra, mas quantas coisas dizem os nossos coraes neste

doloroso olhar.

Cntico: Maria Me dos Jovens


Pai Nosso

Quinta Estao

Simo Cireneu ajuda Jesus a carregar a Cruz




sada requisitaram para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do

campo, Simo de Cirene. (Mc 15, 21)

Vou a caminho do Calvrio. Aqueles homens inquos, temendo ver-me morrer antes

de chegar ao fim, entendem-se entre si para encontrar algum que me ajude a

carregar a Cruz e requisitaram um homem das redondezas chamado Simo. Estehomem ajuda-me a carregar parte da Cruz, mas no toda a minha Cruz...


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H almas que caminham assim atrs de mim. Aceitam ajudar-me a carregar minha

cruz, mas se preocupam ainda com o consolo e o descanso. Muitas outras consentem

seguir-me e, assim, abraaram a vida perfeita. Mas no abandonam o interesse

prprio, que continua sendo, em muitos casos, o seu primeiro cuidado,

por isso vacilam e deixam cair a minha Cruz, quando lhes pesa demasiado. Procuram

a maneira de sofrer o menos possvel, medem a sua abnegao, evitam o quanto

podem a humilhao e o cansao e, talvez lembrando-se com pena daqueles que

deixaram, tratam de procurar para si certas comodidades, certos prazeres.


Pai Nosso

Sexta Estao

Vernica enxuga o rosto de Jesus



Do Livro de Isaas

No tem aparncia nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia que nos

leve a apreci-l'O. Desprezado e rejeitado por todos, homem das dores,familiarizado com o sofrimento; como algum diante do qual se esconde o rosto...

(Is 53,23).

Pelo contrrio, h almas, e no poucas, que, movidas pelo desejo de sua salvao,

mas sobretudo pelo amor que lhes inspira a viso do que por elas sofri, decidem-se

a seguir-me no caminho do Calvrio; abraam-se vida perfeita e se entregam ao

meu servio, no para ajudar-me a carregar parte da Cruz, mas para lev-la toda

inteira. O seu nico desejo dar-me descanso, consolar-me; oferecem-se com este

fim a tudo o que lhes pede a minha vontade, buscando tudo que me possa agradar.

No pensam nem nos mritos, nem na recompensa que os aguarda, nem no cansao,

nem no sofrimento que lhes caber. A nica coisa em que pensam no amor que

podem demonstrar, o consolo que procuram para mim...

Se a minha cruz se apresenta sob a forma de uma enfermidade, se esconde debaixo

de um emprego contrrio a suas inclinaes e pouco conforme as suas aptides, se

vai acompanhada de algum esquecimento das pessoas que as rodeiam, aceitam-nacom inteira submisso.


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Ah! Estas almas so as que verdadeiramente carregam minha a cruz, adoram-na,

servem-se dela para buscar a minha glria, sem outro interesse nem paga que o meu

amor. So as que me consideram e glorificam...

Cntico: Senhor s To Precioso


Pai Nosso

Stima Estao

Jesus cai pela segunda vez



Da Carta de Paulo aos Hebreus

Eu sou o homem que conheceu a misria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e

me fez andar nas trevas e no na luz... Murou os meus caminhos com pedras

lavradas, obstruiu as minhas veredas... Ele quebrou os meus dentes com cascalho

estendeu-me na cinza (Lm 3,1-2.9.16). No temos um sumo sacerdote incapaz de se

compadecer das nossas enfermidades, pois Ele mesmo foi provado em tudo comons, excepto no pecado(Hb 4,15).

Vede o Cireneu atrs de mim, ajudando-me a carregar a cruz e considerai sobretudo

duas coisas: este homem carece de boa vontade; um mercenrio, porque se me

acompanha e compartilha comigo o peso da cruz, porque foi requisitado. Por isso,

quando sente demasiado cansao, deixa cair mais peso sobre mim e assim caio por

terra duas vezes.

O meu Pai envia anjos para que me ajudem a sustentar, para que o meu corpo no

perca a conscincia ao cair; para que a batalha no seja ganha antes do tempo e eu

perca todas as minhas almas. Caminho sobre as pedras que destroam os meus ps,

tropeo e caio uma e outra vez. Olho para os lados do caminho em busca de um

pequeno olhar de amor, de uma entrega, de uma unio minha dor, mas... no vejo

ningum.

Filhos meus, que seguis meus passos, no largueis a vossa cruz por mais pesada que

esta vos parea. Fazei isto por mim, pois carregando a vossa cruz ajudar-me-eis


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a carregar a minha e, pelo duro caminho, encontrareis a minha me e as almas santas

que vos iro dando nimo e alvio.


Pai Nosso

Oitava Estao

Jesus consola as mulheres de Jerusalm




Grande multido O seguia, e as mulheres batiam no peito e lamentavam-se por

causa d'Ele. Jesus, porm, voltando-Se para as mulheres, disse: "Filhas de

Jerusalm, no choreis sobre Mim, mas antes sobre vs mesmas e sobre os vossos

filhos. Dias viro em que se dir: Felizes as estreis cujas entranhas nunca deram

luz e cujos seios nunca amamentaram. Pois se tratam assim o lenho verde, o que

acontecer com o seco?"(Lc 23,27-29.31).

Filhas de Jerusalm, no choreis por mim, mas chorai por vs mesmas e pelos vossos

filhos. Porque viro dias em que se dir: Felizes as estreis, os ventres que no

geraram e os peitos que no amamentaram!

Ento diro aos montes: Ca sobre ns! E aos outeiros: Cobri-nos!

Tende como coisa certa que, se no vedes o resultado do vosso sofrimento, da vossa

abnegao, ou o vedes mais tarde, nem por isso foram vos e sem fruto mas, pelo

contrrio, o fruto ser abundante.

A alma que verdadeiramente ama, no conta o que sofreu e trabalhou, nem espera

tal ou qual recompensa; busca somente aquilo que cr dar glria para o seu Deus...

Por Ele, no regateia trabalhos nem fadigas.

No se agita nem se inquieta, nem muito menos perde a paz, se v contrariada ou

humilhada; porque o nico mvel de suas aces o amor, e o amor abandona as

consequncias e os resultados. Eis aqui o fim das almas que no buscam recompensa.

A nica coisa que esperam a minha Glria, o meu consolo, o meu descanso; por isso

tomaram toda a minha Cruz e todo o peso que a minha vontade deseja carregarsobre elas.


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Pai Nosso

Nona Estao

Jesus cai pela terceira vez



Do Livro das Lamentaes

bom que o homem carregue o seu jugo desde a juventude. Que esteja sozinho e

fique calado, quando a desgraa cai sobre ele; que ponha a sua boca no p; talvez

haja esperana; que d a cara a quem o fere at se fartar de insultos, porque o

Senhor no o rejeitar para sempre... Embora castigue, tambm ter piedade

segundo a Sua grande misericrdia(Lm 3,27-32) .

Extenuado de fadiga, mal posso andar. Os meus ps sangram pelas pedras docaminho... Trs vezes ca no trajecto. Uma, para dar aos pecadores, habituados ao

pecado, a fora de se converterem. Outra, para dar alento s almas que caem por

fragilidade, e s almas cegas pela tristeza e inquietao, para anim-las a levantar-se

e a empreender com coragem o caminho da virtude. E a terceira, para ajudar as

almas a sair do pecado na hora da morte. Filhos meus, chamai-me pelo meu nome,

pois Jesus quer dizer tudo. Eu lavarei os vossos ps, aqueles ps que pisaram uma

senda escorregadia e que agora esto feridos pelos choques contra as pedras. Eu os

enxugarei, sararei, beijarei e ficaro sos, e j no conhecero outra senda seno a

que conduz a mim. Alma que me pertences, no faas caso desse cruel inimigo e,

sentindo a moo da graa no incio de tua luta, acode ao meu Corao; sente,

contempla como verte uma gota do seu sangue sobre a tua alma e vem a mim. J

sabes onde me encontro: sob o vu da f...

Levanta-o e diz-me com inteira confiana as tuas penas, as tuas misrias, as tuas

quedas... Escuta com respeito as minhas palavras e no temas pelo passado.

O meu Corao o submergiu no abismo da minha misericrdia e do meu amor.


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Pai Nosso

Dcima Estao

Jesus despojado de Suas vestes



Do Evangelho de S. Joo

Os soldados dividiram em quatro as suas vestes, ficando cada um com a sua

parte. Deixaram de lado a tnica. Era uma pea nica e sem costura. Por isso

disseram entre si: "No a rasguemos, mas tiremo-la sorte para ver com quem

fica". Assim se cumpria a Escritura: "Repartiram entre si as minhas vestes e

deitaram sortes sobre a minha tnica"(Jo 19,23-24).

V com que crueldades me rodeiam estes homens endurecidos. Uns pegam a cruz e aestendem no cho; outros me arrancam as vestes coladas s feridas, que se abrem de

novo e o sangue volta a jorrar.

Vede, filhos queridos, quanta a vergonha e a agonia que padeo ao ver-me assim,

diante daquela imensa multido. Que dor para a minha alma!

Os algozes que arrancam a tnica, que com tanto esmero me vestiu minha me na

minha infncia e que ia crescendo medida que eu crescia, tiram sortes sobre ela.

Qual seria a aflio da minha me, que contempla esta cena?

Contemplai um instante estas mos e estes ps ensanguentados... Este corpo

despido, coberto de feridas e de sangue. Sujo... Esta cabea trespassada por agudos

espinhos, empapada de suor, cheia de p e coberta de sangue...


Pai Nosso


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Dcima Primeira Estao

Jesus pregado na Cruz




Quando chegaram ao lugar chamado Calvrio, crucificaram-no a Ele e aos

malfeitores, um direita e outro esquerda. Jesus dizia: Perdoa-lhes, Pai, porque

no sabem o que fazem.Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas

vestes.

O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: Salvou os

outros; salve-se a si mesmo, se o Messias de Deus, o Eleito.Os soldados tambm troavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,

diziam: Se s o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!

E por cima dele havia uma inscrio: Este o rei dos judeus.(Lc 23, 33-38)

Mas chegou a hora e, estendendo-me sobre a Cruz, os algozes pegam nos meus

braos e esticam para que cheguem aos furos, feitos nela... Todo o meu Corpo se

quebranta, balana-se de um lado a outro e os espinhos da coroa penetram na minha

cabea, ainda mais profundamente.Ouvi a primeira martelada que prega a minha mo direita... Ressoa at s

profundezas da terra. Ouvi ainda... j pregam a minha mo esquerda e, ante

semelhante espectculo, os cus se estremecem, os anjos se prostram. Eu guardo o

mais profundo silncio.

Nem uma queixa, nem um gemido escapa de meus lbios, mas minhas lgrimas se

mesclam com o sangue que cobre o meu rosto.

Assim que cravaram as mos, pegam cruelmente os ps... As chagas se abrem, os

nervos se rompem nas minhas mos e braos... os ossos se desconjuntam...

A dor intensa! Os meus ps so trespassados e meu sangue banha a terra!...

Contempla o teu Jesus, estendido sobre a Cruz, sem poder fazer o menor

movimento... despido, sem fama, sem honra, sem liberdade... Tudo lhe foi tirado!

No h quem tenha piedade e se compadea da Sua dor! S recebe tormentos,

escrnios e zombarias!

Oh Jesus obedientssimo, manso e humilde de corao, tende piedade de ns! Pai Nosso


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Dcima Segunda Estao

Jesus morre na Cruz




Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, at s trs da tarde.E s trs

da tarde, Jesus exclamou em alta voz: Elo, Elo, lem sabachtni?, que quer

dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Ao ouvi-lo, alguns que

estavam ali disseram: Est a chamar por Elias!Um deles correu a embeber uma

esponja em vinagre, p-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: Esperemos, aver se Elias vem tir-lo dali.Mas Jesus, com um grito forte, expirou. (Mc 15, 34-

37)

Cntico: Hora de Noa

Filhos meus, ouvistes e vistes os meus sofrimentos; acompanhai-me at o fim e

compartilhai da minha dor. J est erguida a minha Cruz. Eis a hora da Redeno do

mundo!Sou alvo de zombarias para a multido... Mas tambm de admirao e de amor pelas

almas. Esta Cruz, at agora instrumento de suplcio, onde expiravam os criminosos,

passar a ser, a partir da, a luz e a paz do mundo.

Pelas almas agonizantes, ofereci ao Pai a minha morte, e elas tero a vida. No ltimo

grito que lancei da Cruz, abracei toda a humanidade passada, presente e futura.

Meus filhos, no h cruzes gloriosas na terra; esto todas envoltas em mistrio, em

trevas, em exasperao.

Em mistrio, porque no a compreendem; em trevas, porque ofuscam a mente,

porque atingem justamente onde no se deseja ser atingido.


Pai Nosso


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Dcima Terceira Estao

Jesus descido da Cruz




Jos de Arimateia, respeitvel membro do Conselho que tambm esperava o Reino

de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos

espantou-se por Ele j estar morto e, mandando chamar o centurio, perguntou-lhe

se j tinha morrido h muito.Informado pelo centurio, Pilatos ordenou que o corpo

fosse entregue a Jos.Este, depois de comprar um lenol, desceu o corpo da cruz e

envolveu-o nele(Mc 15, 43-46)

No vos lamenteis, nem vos retardeis; digo-vos que levei no somente a cruz de

madeira que me conduziu glria, mas sobretudo, aquela Cruz invisvel mas

permanente, que era formada pelas cruzes dos vossos pecados. Sim, e dos vossos

sofrimentos. Tudo o que vs sofreis foi objecto de minhas penas, posto que no sofri

somente para vos dar a Redeno, mas tambm pelo que vs deveis sofrer agora.

Olhai o amor que me une a vs; nele tendes a confirmao de meu santo querer.

Uni-vos a mim, observando como eu me comportei entre ilimitadas amarguras.Tomei como smbolo um madeiro, uma cruz. Levei-o, com grande amor, pelo bem de

todos. Sofri verdadeira aflio, para que todos se pudessem alegrar em mim.

Mas hoje, quantos crem naquele que verdadeiramente vos amou e vos ama?

Contemplai-me na imagem do Cristo que chora e sangra. Ali e assim me tem o

mundo.

Cntico: Toma a Minha Vida


Pai Nosso

Dcima Quarta Estao

Jesus sepultado

Ns Vos adoramos e Vos bendizemos Senhor Jesus!Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!


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Do Evangelho de S. Mateus

Jos, tomando o corpo de Jesus, envolveu-O num lenol limpo e colocou-O num

tmulo novo, que mandou escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra

para fechar a entrada do tmulo e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria

estavam ali sentadas, era frente do sepulcro(Mt 27,59-61).

Criei o mundo e criei tambm a rvore que haveria de me proporcionar a madeira da

minha cruz; criei e cultivei a sara que haveria de me dar os espinhos da minha coroa

real. Sepultei nas entranhas da terra o ferro com o qual haveriam de forjar os meus

cravos. Oh, mistrio de incompreensvel amor! Criei um ninho para o pssaro, uma

toca para a fera, para o rico um palcio, para o trabalhador uma casa, um bero para

o beb, um asilo para o ancio; quando vim em pessoa visitar a minha terra, no

houve lugar para mim nas pousadas do mundo. Era uma noite fria, gelada, aquela

noite da minha vinda aos homens. Vim aos homens, porm os homens no me

conheceram. No havia lugar para mim...E agora?!


Pai Nosso

Dcima Quinta EstaoA Ressurreio de Jesus




No primeiro dia da semana, ao romper da aurora, foram ao sepulcro levando os

perfumes que haviam preparado.

Encontraram a pedra do tmulo removida e, entrando, no acharam o corpo do

Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em

trajes resplandecentes.

Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o cho, eles disseram-

lhes: Porque buscais entre os mortos Aquele que vive? No est aqui; ressuscitou!

Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galileia, dizendo que o


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Filho do Homem havia de ser entregue s mos dos pecadores, ser crucificado, e

ressuscitar ao terceiro dia.(Lc 24, 1-7)

Sexta-Feira Santa seguiu-se a aurora gloriosa do Domingo da Ressurreio... o

meu sangue redentor, que rega as terras ridas que ficaram desertas do mundo das

almas; e correr sempre sobre a terra este sangue, enquanto houver um homem a

salvar. Eu no morri na cruz entre mil tormentos para povoar de almas o inferno, mas

de eleitos o paraso.

Novamente, filhos meus, pobres pecadores! No vos afasteis de mim, espero-vos dia

e noite no Sacrrio.

No vos afasteis de mim, espero-vos dia e noite no Sacrrio. No repreenderei os

vossos crimes. No vos atirarei com os vossos pecados. O que farei ser lavar-vos com

o sangue das minhas chagas. No temais, vinde a mim. No sabeis quanto vos amo!

Vinde agora, filhos meus, minha Igreja, e visitai-me. Sou o vosso Elevado Senhorque vos espera no Tabernculo. Estou totalmente presente, Corpo, Sangue, Alma e

Divindade. Quereis conhecer-me?

Ento vinde e passai um tempo Comigo. Eu vos amo, estimados filhos.


Pai Nosso

Cntico: Ele Est Vivo

Finalizado pelo Celebrante

Capa e compilao de textos da autoria de Carlos Neto

Jovens Em Movimento

Figueir- Paos de Ferreira

Pscoa de 2011

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A Via sacra da paixão