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Trabalho sobre a virgindade de Maria
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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO
REV. DENOEL NICODEMOS ELLER
Rua Joviano Naves, 301 – Palmares – Belo Horizonte – MG
CEP: 31155-710 – Fone (31) 3426.9949
Data: 18 de junho de 2004 Avaliação:_______
Aluno: Gladson Pereira da Cunha
Tipo de Trabalho: Questionário
Disciplina: Apologética 1
Turma: 4º Ano Turno: Matutino
Professor(a): Rev. Ulisses Horta Simões
A Virgindade de Maria
Uma Tréplica
Introdução: A verdadeira fé cristã é, por vezes, atacada de modo hostil e
completamente indelicado. Nossos opositores se revestem de uma capa de
santidade e piedade; é justo que assim o façam, porque desta forma conseguem a
atenção de alguns, para torná-los duas vezes mais filhos do inferno [Mt.23]. Como
no presente caso, somos acusados de ignorantes e maliciosos, diante da posição
contrária a virgindade perpétua de Maria, porque, afinal de contas, cremos no
nascimento virginal de Cristo, como está revelado na Escritura, embora negamos a
perpetuidade desta virgindade.
Contra isso, nos opomos ao pe. Vicente Wrosz, que no afã de manter a sua posição,
desdenha de qualquer possibilidade de refutação de suas idéias, mesmo porque
admite que os “crentes”, como ele nos chama, são ignorantes, incultos e
despreparados para respondê-lo. Contudo, a nossa intenção é mostrar a nulidade
dos argumentos por ele lançados e demonstrar que somos capazes de responder
àqueles que nos pedem a razão da nossa fé [1Pe.3.15].
Sobre o significado da palavra irmão na Bíblia – Neste ponto, o padre tem uma
parte da verdade. De fato, existe a possibilidade de que as palavras usadas para
irmão, tanto na língua grega como na hebraica tenha a conotação de parentes
próximos como demonstrado pelo padre [Gn.13.8;11.27-30; 29.15]. No entanto, tal
sentido não deve ser atribuído indiscriminadamente pelo leitor ou interprete. Neste
sentido, o uso de parte da verdade acerca do significado bíblico de irmão, para se
basear o argumento é ser falacioso. Wrosz deixa de lado o fator contexto para o
correto estabelecimento de um significado para uma palavra como seria de se
esperar de um interprete bíblico. Portanto, os casos da ocorrência “irmão” deve ser
avaliado segundo o contexto em que está inserido e não pela freqüência de
determinado sentido.
Sobre as mulheres presentes na crucificação – Wrosz faz uma relação entre dois
textos da crucificação, enumerando as mulheres do texto [Mc.15.40 e Jo.19.25.], e
afirmando que Maria, mãe de Tiago e José (Mc15.40), e irmã de Maria (Jo.19.25),
são a mesma pessoa, talvez pelo coincidência dos dois nomes dos filhos iguais aos
nomes dos irmãos de Jesus (Mt.13.55; Mc.6.3). No entanto, o Wrosz se esqueceu e
algo muito elementar, quando nos referimos a interpretação dos evangelhos, isto é,
a visão de João dos acontecimentos é diferente da de Marcos. Exemplo disto é João
coloca aos pés da cruz quatro pessoas do relacionamento de Jesus (Jo.19), Marcos
diz que havia algumas mulheres que observam de longe a crucificação (Mc.15.40) e
deste grupo ele se refere nominalmente algumas delas, não necessariamente é a
mesma lista. Portanto, é inviável a análise de Wrosz. Mesmo questão dos nomes
dos filhos não pode ser considerado um elemento definitivo, porque, tanto Tiago
(forma latina para o nome grego Iakōbos [Jacó]) como José são nomes muito
comuns no Novo Testamento. Outra questão ainda, é o fato da irmã de Maria, mãe
de Jesus, ter o mesmo nome da sua possível irmã. Em nossos dias isso é até
comum, mas o mesmo não acontecia naquele período. Este texto não pode ser de
base para afirmar que Tiago e José, filhos de uma mulher chamada Maria, são os
mesmos chamados irmãos de Jesus e, com isso, afirmar que Maria não teve outros
filhos.
Após a concepção – Três textos dos evangelhos são considerados por Wrosz
como mal interpretados pelos crentes, os quais são a base da argumentação contra
a perpétua virgindade de Maria. Vejamos então estes textos: (a) Mt.1.18 – Wrosz
afirma que coabitar, neste texto, dá a idéia de “morar juntos”, o que de fato é uma
possibilidade de tradução do verbo grego, mas não a única. Coabitar pode e é usado
para descrever o relacionamento sexual entre marido e mulher, o que seria legítimo
e o próximo passo para um casal judeu, que já estavam desposados, isto é, tinha o
compromisso de casamento, o que era o ato de consumação do casamento. (b)
Lc.2.17 – De fato, a lei judaica determina que o primogênito tanto de homens como
de animais sejam dedicados ao Senhor, porém, o evangelista Lucas usou a
expressão primogênito para Jesus, não sem razão. Uma expressão para unigênito
existe no grego, no entanto, não foi usada pelo autor, que não foi um participante da
história, mas um historiador e investigador da mesma (Lc.1.3). Do ponto da história
em que estava, se Jesus fosse o único filho de Maria, Lucas poderia ter sido mais
explícito usando o outro termo, o que ele não fez. (c) Mt.1.25 – Este texto afirma que
José não conheceu Maria até que ela deu à luz a Jesus. Wrosz, neste argumento,
tange as raias da insensatez, ele afirmou que a expressão até que, na linguagem
bíblica, é uma expressão que “refere-se APENAS ao passado”. Se isso é verdade,
como entender a afirmação do apóstolo Paulo diz que na eucaristia “anunciamos a
morte do Senhor Jesus até que ele venha”, sendo que esta é uma expectativa
futura, e que é parte constante do ritual eucarístico católico, se é apenas uma
referência ao passado? Até que aponta para um ponto, a partir do qual uma nova
etapa tem início, Daí afirmamos, José conheceu Maria após o nascimento de Jesus,
e até este momento não teve qualquer tipo de relacionamento conjugal.
Sobre ter colocado Maria sob os cuidados de João – Primeiramente, a respeito
de Jesus ser um fidelíssimo observador da Lei, que previa que os filhos cuidassem
dos pais, esta mesma Lei não diz nada que os pais podem ser deixados sob a
guarda e proteção de outras pessoas, além disso, Jesus observava os preceitos da
lei e não a sua forma, assim, ao colocar sua mãe aos cuidados do seu discípulo ele
cumpre a sua obrigação. Mas por que ele não deixou Maria aos cuidados dos seus
irmãos? Devemos considerar algo que o próprio João afirma dos irmãos de Jesus:
eles não criam nele (Jo.7.3-4). Isso deveria ser uma situação de grave
constrangimento tanto para Jesus como para Maria. Como Jesus deixaria a sua mãe
aos cuidados de incrédulos, que possivelmente poderiam criar um constrangimento
maior para ela? Mas do que um cuidado meramente material, nosso Senhor
objetivava o cuidado espiritual de sua mãe. Outro elemento que deve ser
considerado e o pe. Wrosz, não fez foi considerar o lado do apóstolo João,
considerado como o mais novo dentro os membros do colégio apostólico. Jesus não
estava interessado apenas em sua mãe, mas também seu discípulo amado, que
necessitaria naquele período de um apoio emocional, por que não dizer maternal.
Jesus, portanto, naquele momento de intensa dor ele providencia o amparo
espiritual e emocional para sua mãe e seu amado discípulo João.
Sobre o credo Apostólico – Até este ponto, Wrosz trabalhou alguns textos bíblicos,
tentando demonstrar através de suas falácias idéias contrárias a que estão contidas
nas Escrituras. Porém, neste argumento, o padre desdenha da Bíblia, ao dar mais
crédito ao símbolo credal que a própria Escritura, considerando o primeiro
documento mais antigo e importante que o segundo. Os documentos do Antigo
Testamento já existiam e os do Novo Testamento já haviam começado a circular
muitos anos antes do Credo, pois os Pais da Igreja entre o 2º e o 4º séculos
ignoraram esta formulação, enquanto, podemos encontrar um cânon, o de Muratori,
datado de 150 AD. Qual, portanto, é o mais antigo, se é antigüidade pode ser
considerado padrão para a autoridade? Acima de tudo, nós, os crentes, aceitamos
toda a Bíblia como Palavra de Deus, a qual nos declara toda a verdade acerca do
homem, de sua condição caída e do plano de Deus para a salvação do homem. Ela
nos diz que Jesus nasceu de uma virgem, e nós cremos nisso, mas a Bíblia não nos
diz que ela continuou virgem, também cremos nisso. Nem mesmo o Credo afirma a
virgindade perpétua de Maria, por o foco dele é Jesus e não a sua mãe.
Sobre a Bíblia não chamar os irmãos de Jesus filhos de José e Maria – Os
textos que nomeiam os nomes dos irmãos de Jesus (Mt.13.55; Mc.6.3), não
relacionam a filiação deles nem a José nem a Maria, porque eles estão sendo
apresentados de modo progressivo: pai, mãe e irmãos, para demonstrar ele era uma
pessoa conhecida naquela cidade (Mt.13.53-58). Se o carpinteiro é o pai, Maria é a
mãe, de quem os irmãos serão filhos? Da tia? É uma falta de lógica do autor ou de
quem lê entender esta possibilidade de se tratar de primos. E por que o autor, não
citou o nome dos pais dos “primos”, se assim o eram? Se os primos eram
conhecidos para que tivessem seu nomes citados, é óbvio que seus pais também o
eram. Neste caso, a disposição do texto dá a entender dá a entender esta
progressividade da argumentação do evangelista.
Sobre a evidência externa no Islamismo – De fato, várias suras do Alcorão
referem-se a Jesus como filho de Maria, e até mesmo descrevem a anunciação do
anjo. Todavia, o islamismo não reconhece qualquer tipo de divindade a Cristo, sendo
ele apenas um homem, um profeta, o maior deles enviado aos judeus, inferior
apenas a Maomé. O Jesus dos muçulmanos não morreu pelos pecados e tampouco
ressuscitou, na verdade sequer morreu. Se nenhum atributo divino foi atribuído ao
filho, por ventura seria atribuído à mãe? Não há nenhuma alusão no Alcorão sobre
a perpetuidade da virgindade mariana.