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E a Vida Continua

a vivência dos habitantes do Além está relacionada com sua condição mental. Apresenta o retrato espiritual da criatura ao desencarnar, objetivando demonstrar

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E a Vida Continua

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E a Vida Continua

Apresenta o retrato espiritual da criatura ao desencarnar, objetivando demonstrar que a vivência dos habitantes do

Além está relacionada com sua condição mental.

Traz a história de personagens reais que, desencarnados, deparam-se com o amparo dos amigos espirituais,

incentivando a renovação por intermédio do estudo, do trabalho, preparando-os para rever sua vida e desvendar as tramas do passado, permitindo traçar novas diretrizes.

Ensina a prática do auto-exame na certeza de que a vida continua plena de esperança e trabalho, progresso e

realização, ajustada às leis de Deus.

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E a Vida Continua

01 - ENCONTRO INESPERADO

02 - NA PORTA DA INTIMIDADE

03- AJUSTE AMIGO

04 – RENOVAÇÃO

05 – REENCONTRO

06-ENTENDIMENTO FRATERNAL

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E a Vida Continua01 - ENCONTRO INESPERADO

O marido Caio, metamorfoseara-se num simples amigo cortês, sem maior interesse afetivo . Amante de uma jovem solteira, passara facilmente para o

domínio desta, cuja inteligência e vivacidade podia medir através dos bilhetes que o marido esquecia no bolso, portadores de frases ardentes e beijos

pintados com lábios úmidos de baton.

Esta é a jovem senhora Evelina Serpa, internada numa estância climática de repouso (Poços de Caldas/MG).

Sofreu há algum tempo sofreu aborto terapêutico e logo após, bastante enferma, aguarda intervenção cirúrgica,

para breve por que seu estado de saude era grave

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E a Vida Continua01 - ENCONTRO INESPERADO

Encorajado pela gentileza, acomodou-se Fantini em assento próximo e

voltou a expressar-se, avivando o diálogo que a atração mútua passou a

presidir.

É na estância climática (Poços de Caldas/MG) que vem a conhecer um homem (Ernesto Fantini), mais velho que ela, com o qual

estabelece empatia, de pronto, tornando-se amigos, e mais que isso, confidentes.

Assim como ela, Ernesto também é enfermo grave e com o mesmo diagnóstico...

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E a Vida Continua02 - NA PORTA DA INTIMIDADE

Em caminhada descontraída nas dependências da clínica, Ernesto passeia com Evelina e entre os dois desponta certeza vaga, íntima, de que já tinham se encontrado, sem contudo atinar onde e quando, e transmite-lhe muitos conceitos filosóficos sobre a morte...

Devemos manter o

respeito devido a todas as religiões.

Evelina é católica, devotada e sem fanatismo e diz que esta determinada a viver

segundo os preceitos da fé dela, praticando e crendo nas instruções dos sacerdotes.

— A senhora deve ser louvada por isso. Toda convicção pura é respeitável.

Invejo-lhe a confiança perfeita.

O veículo fora de certo acidentado e mostrava uma roda partida, avançando

dificilmente; enquanto isso, o jovem baleeiro, a pé, guiava o animal com

extremado carinho, deixando o quase livre.

Dona Evelina, a senhora já leu algo de espiritualismo?

— Não.

Aproveitando a observação da charrete, ele faz uma interessante comparação entre o homem encarnado e uma charrete, puxada por cavalo e manobrada por cocheiro.

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E a Vida Continua02 - NA PORTA DA INTIMIDADE

A charrete seria o nosso corpo físico,

o animal o corpo espiritual (o perispírito, que modela e sustenta a vida física)

e o cocheiro, o Espírito

O carro avariado, recorda um corpo doente, e, quando um veículo assim se faz de todo imprestável, o condutor abandona-o à sucata da natureza e prossegue em serviço, montando consequentemente o animal para continuarem ambos, no curso de sua viagem para diante...

Isso ocorreria, de maneira natural, na morte ou na desencarnação. O corpo de carne, tornado inútil, é restituido à terra, enquanto que nosso espírito, envergando o envoltório de matéria sutil, que, aliás, lhe condiciona a existência terrestre, passa a viver em outro plano, no qual a roupa de matéria mais densa para nada mais lhe serve.

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E a Vida Continua02 - NA PORTA DA INTIMIDADE

Teoria engenhosa!... O senhor me fala da morte, e que me diz desse trio durante o sono?

— Muito razoavelmente, no sono físico, há descanso para os três elementos, descanso esse que varia de condutor para condutor, ou melhor, de espírito para

espírito.

Quando dormimos, o veículo pesado ou corpo carnal repousa sempre, mas

comportamento do espírito difere infinitamente.

Por exemplo, depois de copioso repasto (convívio que integre a partilha de comida/alimentos) para o condutor e o cavalo, é justo se imobilizem ambos na inércia, tanto quanto o carro que carregam; entretanto, se o boleeiro se caracteriza por hábitos de estudo e serviço, quando o veículo se detém na oficina para reajuste ou reabastecimento, ei-lo que utiliza o animal para excursões educativas ou tarefas nobilitantes.

Depois desta explicacao ela pergunta se ele e um estudioso. - Sou um procurador da verdade, livre atirador no campo das ideias...

— Entendo — ajuntou a dama, sorrindo —, estuda espiritualismo, à maneira do viajante que aspira a conhecer o dinheiro, a língua, os costumes e as modas do país estrangeiro que tenciona visitar. Informações resumidas, cursos rápidos...

Onde vira antes aquela jovem senhora que a

beleza e o raciocínio tanto

favoreciam?

Em que lugar teria encontrado alguma

vez aquele cavalheiro maduro e inteligente

que tão bem conjugava simpatia e

compreensão?

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E a Vida Continua03- AJUSTE AMIGO Evelina lhe conta que o pai morreu quando ela completou

2 ano e a mae casa- se algum tempo depois. Na infância, foi internada num colégio de religiosas , e depois, casara-

se com um marido diferente do qual sonhara...

No meio do romance, uma tragédia... Um homem, digno, suicida-se por causa do desamor dela, seis meses

antes do seu casamento, o que a deixou doente.

ER- Não se julgue culpada. Não fôsse supostamente pela senhora e o moço agiria de igual modo por outro móvel. O impulso

suicida, tanto quanto o impulso criminoso... são incógnitas da alma. Talvez sejam ápices

de doenças psíquicas, demoradamente mantidas no espírito.

Admito que se não houvesse hesitado, tanto

tempo, entre dois homens, teria evitado o

desastre.

O senhor procura apaziguar-me com a sua nobreza de coração, decerto não conheceu, um problema a

conturbar-lhe a consciência.— Eu? eu? Não me faça voltar ao passado, pelo amor

de Deus!... Já cometi muitos erros, sofri muitos enganos... e sorriu com a maleabilidade das pessoas

maduras, que sabem usar várias máscaras fisionômicas, para determinados efeitos psicológicos

O suicídio e o crime são de temer em qualquer de nós, porque são atos de delírio, que fundos

processos de corrosão mental determinam em qualquer um. Ernesto deixa entrever que também

carrega problemas graves... Prossegue o diálogo fraternal entre os dois, versando sobre a vida após

a morte

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E a Vida Continua03- AJUSTE AMIGO

Tenho boas razões para crer que nos reveremos uns aos outros, quando não mais estivermos

neste mundo,mas compreendo que a precariedade do meu estado orgânico é o agente fixador de semelhante convicção.

Idéia da morte, muitas vezes, toma conta da mente do enfermo às

vésperas de cirurgia, bem como uma série de pensamentos para

aplicação na vida, caso sobreviva...

O senhor, que vem estudando as ciências da

alma, acredita que reencontraremos as

pessoas queridas, depois da morte?

Não se agaste. Como acontece à mão que, a pouco e pouco, se caleja no trabalho do campo, a sensibilidade também se enrijece com o sofrimento na vida. Certamente, se escaparmos, com êxito, no salto que pretendemos dar para a saúde, ainda veremos muitos suicídios, muitas decepções, muitas calamidades...

A senhora já notou que as ideias e as palavras são filhas das circunstâncias? Imagine se nos víssemos hoje em plenitude da força física, robustos e bem apessoados, num encontro social, num baile por exemplo... Qualquer conceito, em torno dos assuntos que nos aproximam agora um do outro, seria imediatamente banido de nossas cogitações.

A moléstia aflitiva nos dá direito de entretecer novos recursos e novas interpretações, ao redor da vida e da morte, e, admito que a existência

não acaba no túmulo.

O envoltório de carne tombará consumido; todavia, o Espirito seguirá adiante, sempre adiante...

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E a Vida Continua04 – RENOVAÇÃO

Quando Dr. Caio Serpa, o esposo, deixou aquele hospital, na véspera da cirurgia, ela voltara a pensar na conversa com Ernesto, agora ruminando estranhas reflexões.

Era por demais jovem e acreditava, quanto à própria recuperação, mas tambem imaginara que talvez não regressasse à convivência dos seus... Se morresse, para onde iria?

Quando menina, acreditava, de boa fé, na existência dos lugares predeterminados de felicidade ou sofrimento, sobre os quais a antiga teologia católica regulava a posição dos homens, para lá da morte.

Agora, porém, com a ciência explorando asvastidões cósmicas, era bastante inteligente

para perceber o tato com que o confessor lhe falava das indispensáveis renovações à esfera

religiosa.

Devia querer a vida, disputá-la a todo preço, sentir-se prestante, não apenas para os familiares, mas também para as criaturas menos felizes carentes…

A lembrança, com respeito aos necessitados, sensibilizou-a... Quantos respirariam, ali

mesmo, perto dela, isolados, uns dos outros, pelas fronteiras de alvenaria?

Como não pensara nisso antes?

Gastara a existência na condição de satélite de três pessoas, o marido, a genitora, o padrasto...

Porque não reaver as próprias forças, renovar-se, viver?

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E a Vida Continua04 – RENOVAÇÃO

Perdoe-me se lhe perturbo as orações;

no entanto, urge aprestar-se.

Então – Caio fingindo-se bem-humorado - , agora o salão de beleza, amanhã, o

retorno à saúde.

Dr. Caio se mostrava, mais atencioso, e ela não percebia que ele disfarçava . Experimentado em

relações públicas, exibia maneiras estudadas. Não estava ali, na estampa física, tal qual se mostrava

por dentro, onde o verniz acadêmico não conseguia extinguir o carater, e aos nossos olhos

espirituais, mostrava sombrias inquietações.

O médico da família, tanto quanto o cirurgião, nada garantiam além de uma operação

exploratória, com reduzidas esperanças de êxito e os mesmos quase que desaconselhavam a

cirurgia e só não o fazia porque a moça avançava, a passos largos, para a morte e Caio

interiormente fantasiava argumentos confortativos

Pernoitou no hospital e dispensou carinhos e cuidados, qual se ela fôsse uma criança e ele o

pai zeloso.No dia imediato, finda a cirurgia, o medico lhe deu a sentença. Evelina, segundo os recursos da ciência humana, dispunha tão-somente de

alguns dias mais : ”Ela parece uma rosa totalmente carcomida por agentes malignos”.

Caio, chorando sentia-se petrificado. Concluído o testemunho de solidariedade

humana dada pelo medico amigo, correu para junto de Evelina, e durante dias e noites de

paciência e ansiedade, foi-lhe o irmão e o pai, o tutor e o amigo

Os sogros vieram consolar a filha . Dona Brígida, a mae e o Sr. Amâncio , o padrasto, trazendo palavras de otimismo e sustando o choro.

No ambiente do devotamento familiar, Evelina, aparentemente melhorada, voltou ao mundo doméstico, recolhendo mimos que, desde muito tempo, não recebia, tendo crises periódicas de sufocação que a deixavam inerme.

Ela orava , confiava e , sentindo um grande bem-estar se movia indo para a espreguiçadeira, onde alimentava-se , conversava e obtinha o conforto da religião através de um sacerdote.

Ao entardecer do quinto dia , fez uma solicitação inesperada. Queria que Caio a levasse ao passeio predileto dos tempos de noivado ao Morumbi à noite. Queria ver a cidade faiscante de luzes ao longe. O médico cedeu e Caio levou-a.

Reviu as ruas repletas e, a paisagem do Morumbi e arredores.

Caio ouvindo-a falar entusiasmada, enterneceu-se. Experimentou remorsos,

recordando a infidelidade conjugal em que se mantinha.

Quis suplicar-lhe perdão, confessar-se, mas reconheceu que aquele não era o momento

adequado.Evelina chorava de ventura e Caio tomou-a nos

braçose beijou-a.

— Caio, você acredita que nos encontraremos,

depois da morte?Ele desconversou e

regressaram.

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E a Vida Continua04 – RENOVAÇÃO

Mais um dia sereno e, em seguida, Evelina amanheceu em crise. De angústia em angústia, com anestésicos , ela viveu a

ultima noite no mundo.

Ante a mágoa profunda do esposo e dos esforcos dos pais, que tudo fizeram para retê-la,Evelina, fatigada, cerrou os olhos do corpo

físico, na suprema libertação.

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Evelina despertou num quarto espaçoso duas janelas deixando ver o céu. A princípio, indescritível pesadelo lhe conturbara o repouso. Sofrera, decerto, uma síncope inexplicável.

Percebera-se movendo num mundo exótico de imagens que a faziam regredir na estrada das próprias reminiscências .

Não consegue explicar a amnésia que a visita e que a custo vai sendo eliminada, com lembranças fugazes:

Volta no tempo e revê toda a sua vida; vê o pai, que morrera quando ela tinha dois anos; após, vê-se flutuando sobre o próprio corpo; depois, sono invencível...

Estou emergindo

de um sono

profundo…

Tentou sentar-se e o conseguiu. Percebeu em tudo, simplicidade e previsão, conforto e leveza. Ela bocejou, distendeu os braços e não se surpreendeu com qualquer dor . Nenhum sofrimento, nenhum estorvo.

Se algo experimentava de menos agradável, era precisamente um sinal de robustez orgânica: sentia fome.

Onde estava o marido e os pais?Desejava gritar de felicidade, comunicando-lhes que sarara.

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Tocou a campainha, rente a ela, e uma senhorade semblante doce apareceu, era a enfermeira Irma Isa. Evelina suplica-lhe que chame o marido dela e a enfermeira avisa

de que primeiro teria que informar o médico sobre suas melhoras.

É então informada de que ela tinha passado por longa cirurgia, e que

precisava refazer-se...

Então se lembra da cirurgia , do tempo que passou em casa, do passeio que fez

com o marido sem entender porque regressou ao hospital.

O que aconteceu comigo?

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Então se lembra da cirurgia , do tempo que passou em casa, do passeio que fez com o marido sem

entender porque regressou ao hospital.

Em poucos minutes o medico entre no quarto e ela indaga como e quando conseguiria rever o

esposo e os pais.Medico - lhe disse que retornaria aos parentes,

mas precisava reajustar-se.

A senhora está muito melhor; entretanto, ainda sob rigorosa assistência de

ordem mental. Em se ligando a quaisquer agentes suscetíveis de induzi-la a recordações muito ativas da moléstia

que sofreu, é provável que todos os sintomas reapareçam. Pense nisso. Não lhe convém, por

agora coopere…

Ela então pergunta se seria permitido ler e, se essa concessão lhe fôsse feita, rogaria que a casa lhe

emprestasse algum volume em que pudesse colher ensinamentos de Cristo.

O medico lhe atende ao pedido e lhe traz o Novo Testamento .

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Evelina começou a ler o Sermão da Montanha;mas, a advertência clínica lhe intrometia na

imaginação : Se estava restaurada, qual se via, porque simples lembranças lhe imporiam retorno

aos padecimentos de que se acusava liberta? Porquê?

Percebia-se na posse de grande euforia. Sentia deliciosa sensação de leveza e alegria, como nunca sentira em

toda a existência.Tais recursos de equilíbrio orgânico seriam assim tão

fáceis de perder? Retirou a atenção do livro e mergulhou em novas cogitações...

E se reconstituisse em espírito a presença de Caio e dos pais, com veemência? E se concentrasse os próprios

pensamentos nas dores que havia deixado à retaguarda?

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Mergulha na mestalização e traz a crise de forma gigante, e com isto a ideia de que um braseiro a

requeimando-a por dentro. Desencadeados os sintomas, quis reagir, entretanto,

era tarde. O sofrimento ganhou-lhe as forças e passou a contorcer-se.

Tocou a campainha a atendente veio na tarefa assistencial, acionando o médico que administrou

sedativos.Nenhum endereçou-lhe a menor reprimenda,diante

dos avisos que haviam dado. Ela quisera experimentar por si mesma o que vinha a ser um

tipo de mentalização inconveniente.

Aplicou-lhe uma injeção calmante , em determinada região da cabeça, e recomendou medidas especiais para que ela dormisse. A doente não podia e nem devia entregar-se a ideias fixas, sob pena de voltar a sofrer sem necessidade.

Evelina imerge em um pesado sono,e desperta horas após, e mostrou desejo de alimentar-se ,

sendo atendida com caldo quente e reconfortante,Finda uma semana em descanso absoluto, passou a

caminhar no recinto do quarto, notando nela diferenças.

Os pés se lhe patenteavam leves, qual se o corpo houvesse diminuído de peso, intensivamente, e, sobretudo, no cérebro, as idéias lhe nasciam em

torrente, vigorosas e belas, quase a se lhe materializarem diante dos olhos.

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Após a medicação Evelina imerge em um pesado sono,e desperta horas depois, e

mostrando o desejo de alimentar-se , sendo atendida com caldo quente e reconfortante.

Finda uma semana em descanso absoluto, passou a caminhar no recinto do quarto,

notando nela diferenças.

Mergulha na mentalização e traz a crise de forma gigante e desencadeia os sintomas. A doente não podia e nem devia entregar-se a ideias fixas, sob pena de voltar a sofrer sem necessidade.

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E a Vida Continua

O Espírito - é necessário que saiba - é perfeito em todas as nuances da vida. Tudo que vem sentir na carne e fora dela é pelo processo

mental, é falta de harmonia na trajetória das idéias. LE Comentado

COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”

É bom que saibamos que não há somente os laços espirituais que prendem a alma ao corpo; há – e sim – os laços

psicológicos, que por vezes são mais difíceis de serem rompidos. A educação neste sentido é de grande valor. É por isso que o Espírito renasce como membro de muitas famílias,

participando de diversas nações, para que surja o desprendimento e se liberte. LE 156 Comentado

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E a Vida Continua05 – RENOVAÇÃO

Numa tarde, abeirou-se da janela que dava para um pátio enorme e, contemplou dezenas de

pessoas que conversavam alegremente, muitas delas sentadas em torno de irisada fonte no

centro de um florido e extenso jardim.

Consultou a enfermeira se podia descer e travar conhecimento com alguém.

Prontamente a enfermeira escorou-a nos braços, para a descida.

Todos os circunstantes mostravam-se na posição de convalescentes, e enquanto ela se

interrogava, quanto ao melhor processo de estabelecer contacto com alguém, viu um

homem,que a fitava, evidentemente pasmo.

Era Ernesto Fantini. Ele avançou para ela, a passos rápidos.

— Evelina!... Dona Evelina!... Estarei realmente vendo a senhora?

— Eu mesma! — respondeu a moça, chorando de alegria.

— Há quantos dias aqui?— Positivamente, não sei — adiantou

Ernesto, denotando fome de conversação

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E a Vida Continua06-ENTENDIMENTO FRATERNAL

Evelina falou-lhe da perplexidade em que vivia, como despertara ali transferida de casa recordando apenas do desmaio , apos uma das piores crise, salientando de que tivera a impressão de morrer...

Andava intrigada com o mistério que a administração fazia, em torno dela própria, de vez que não obtivera

permissão para telefonar ao marido.Fantini escutava, atencioso, e revelou que também

sofrera esquisita fuga de si mesmo, logo após a cirurgia, quando voltava para o leito, segundo

acreditava.

Depois, dormira pesadamente, incapaz de explicar-se, quanto ao tempo exato em que se demorara , inconsciente. Reporta-lhe tambem o desgoso com as normas de serviço dali, porque não conseguira

o mínimo contacto com a esposa ou a filha. Ernesto pergunta-lhe se ela ja tinha indo às termas, ela lhe diz que ainda não, e ele lhe diz que a hidroterapia ali era obrigatória.Ele pensa que com autorização de familiares deles, estavam numa organização psiquiátrica, e que nada sabendo de medicina, estava supondo que os problemas da supra-renal transtornaram lhes a cabeça. “ Teremos talvez enlouquecido, entrando pelas raias da absoluta alienação mental e, com certeza, a segregação terá sido a providência aconselhável...”

Ernesto explica-lhe sobre as termas lhe fala que a hidroterapia ali era obrigatória e que os aparelhos que

aplicavam raios à cabeça, antes do banho medicinal eram engraçado, e todos os doentes acusam melhoras

gradativas. Na imersão pela primeiravez, senti-me mais lúcido e mais leve, sempre mais leve...

E-Acaso não se vê em boa posição mental, desde que despertou?

— Não tanto. Aflito por notícias dos meus, voltei a sentir agudas crises. Bastava lembrar a mulher , a filha,

a cirúrgica, e via-me, quase que de imediato, sob asfixia terrível, a desfalecer de sofrimento.

Entendo que se esforçam para manter a harmonia e a tranquilidade. Admito que passamos por algum trauma psíquico e que nos achamos na reconquista do próprio

equilíbrio, o que vamos obtendo, muito a pouco e pouco. Creio que fomos colocados sob terapêutica puramente

mental.

Ainda ontem, solicitei comunicação com meu pessoal e a enfermeira me respondeu: Irmão Fantini, esteja tranquilo. Seus familiares estão informados de sua

ausência e sabem que não podem aguardar tão cedo a sua presença em casa.

Que deduz de suas próprias observações?

— Concluo, que estivemos, claramente sem o sabermos, na condição de alienados mentais , e decerto emergimos, agora, com muito vagar das

trevas psíquicas para o estado normal de consciência.

Os médicos e enfermeiros estão certos quanto ao propósito de resguardar-nos contra quaisquer

tipos de preocupação com a vida exterior. O menor vinco de aflição na tela mental de

nossas impressões do momento, assim penso, nos traria talvez grande prejuízo às emoções e idéias.

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E a Vida Continua06-ENTENDIMENTO FRATERNAL

Enerto lhe pergunta-lhe se quando entrou na crise terrível , havia se confessado. Ela lhe responde que antes do desmaio... mas,

porque procura saber? — Porque numa conjuntura perigosa, qual a que atravessamos,

toda a assistência é pouca...Lembrei-me de que você tem uma religião e de que ainda sou um

homem sem fé...

Ernesto ainda não terminando a última frase, viu uma jovem, que caminhavam a curta distância, se arroujar ao chão, como num de histeria, gritando

em meio de manifesta agonia mental:— Não!... Não posso mais!... quero minha casa,

quero os meus!... Minha mãe ..... onde está minha mãe? Abram as portas! Chamem a polícia!...

Uma enfermeira, abraça a menina revoltada. — Filha, quem lhe disse que não voltará a sua casa?

que não reverá sua mãe? Nossas portas jazem abertas... Venha comigo!...

— Ah! irmã , perdoe-me!... Perdoe-me! Não tenho razão de queixa, mas estou com saudades de minha

mãe, sinto falta de casa!Há quanto tempo estou aqui, sem qualquer dos

meus? Sei que sou doente, recebendo o benefício da cura, mas porque não tenho notícias?...

— Você as terá...— Por agora, vamos ao repouso!...A menina, encostou a loura cabeça ao peito que lhe

era ofertado e retirou-se, soluçando...

Evelina e Ernesto estavam atonitos e se perguntavam que hospital era aquele? Um nosocômio destinado à recuperação de desmemoriados?

Evelina: Desculpe-me, senhora, poderia nos dar alguma informação, acerca da pobre menina perturbada?

Eu? eu? — Minha filha, eu aqui, pràticamente, não sei da vida de ninguém.— Mas escute, por favor. Sabe onde estamos? Em que instituto?— A senhora não sabe? - E o senhor? — Nada sabemos — comunicou Fantini, cortês.

— Pois alguém já me disse que estamos todos mortos, que já não somos habitantes da Terra...

Fantini sacou o lenço do bolso para enxugar o suor que passou a escorrerlhe da testa, enquanto Evelina

cambaleou, prestes a desfalecer. — Minha filha, contenha-se. Temos aqui dura

disciplina. Se mostrarqualquer sinal de fraqueza ou rebeldia, não sei

quando voltará a este pátio...— Repousemos — interveio Ernesto e rumaram os

três para largo assento, onde passaram a descansar.

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E a Vida ContinuaO sofrimento é mais psicológico, por estar o Espírito mudando-se para um lugar “desconhecido”. É nesse sentido que é muito

necessária a educação da alma antes da separação do corpo. É o efeito que se vê na influencia da religião. LE 154 Comentado

COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”

Quem prepara o próprio coração para essa hora inesperada, recebe o prêmio do bem-estar e a tranqüilidade fornecida pela esperança.

Não esperes, meu irmão, a morte chegar, para compreenderes o sentido da vida espiritual; começa hoje mesmo a te educares, a educar o teus impulsos inferiores, para que eles não sirvam de espinhos nos teus caminhos além do

tumulo. LE 155 Comentado

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E a Vida Continua

SEMANA

CLEA ALVES

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