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Histórias de polícia: A vizinha que queria denunciar a comadre Tem gente que acha sinceramente que policia não tem nada que fazer. Só pooode, pois tem gente que quando não tem que fazer, inventa de passear nas delegacias como se delegacia fosse lugar de passeio. Certa feita, conversando com uns amigos policiais, contaram-me cada história que é até difícil de acreditar, mas conhecendo as pessoas, logo agente percebe que tudo é absolutamente verdadeiro. Contou-me o amigo que estava em uma delegacia e chegaram umas três pessoas juntas e uma delas queria registrar um boletim de perda de documento, no que prontamente foi atendida. Terminando o registro, a referida pessoa disse: agora quero registrar outro BO. Ora! O colega que havia acabado de atendê-la ficou até surpreso e olhando-lhe exclamou: outro boletim! De quê mesmo, senhora? A turista de delegacia, então, respirou e disse: contra a minha vizinha e comadre. O colega, perguntou pausadamente: O que mesmo fez a sua vizinha? A turista contou, então: ela disse que eu disse que o marido dela estava tendo um caso com a mão dele. O policial ficou meio confuso e tentou esclarecer. Disse, então: deixe-me ver se eu entendi: A senhora está dizendo que a vizinha disse que a senhora disse que o marido dela está tendo um caso com a mãe dele? Então ela respondeu: exatamente! Ela disse que eu disse que ele está comendo a mãe dele. O policial coçou a cabeça e então desabafou: minha senhora, com todo respeito, a senhora acha mesmo que nós não temos que fazer? Pelo amor de Deus, deixe isso pra lá. Em último caso, fale com seu vizinho em frente à mulher dele e diga pra ele que a senhora não disse isso. Diga que a senhora não disse que ninguém estava comendo a mãe de ninguém e pronto; pra casa procurar alguma coisa pra fazer e deixe agente trabalhar para quem realmente está precisando da polícia. Olhe para o tamanho dessa fila. Veja a quantidade de gente querendo ser atendida. Tente resolver conversando ou simplesmente ignore essas tolices. Ela pensou, olhou e disse: é melhor mesmo, né? Ele disse: com certeza. Então, ela concluiu: pois tá bom. Aí, ele arrematou: vá com Deus e muito juízo pra vocês. Nesse instante, a fila também se manifestou: Amém! Wagner Leite

A vizinha que queria denunciar a comadre

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Page 1: A vizinha que queria denunciar a comadre

Histórias de polícia: A vizinha que queria denunciar a comadre Tem gente que acha sinceramente que policia não tem nada que fazer. Só pooode, pois tem gente que quando não tem que fazer, inventa de passear nas delegacias como se delegacia fosse lugar de passeio. Certa feita, conversando com uns amigos policiais, contaram-me cada história que é até difícil de acreditar, mas conhecendo as pessoas, logo agente percebe que tudo é absolutamente verdadeiro. Contou-me o amigo que estava em uma delegacia e chegaram umas três pessoas juntas e uma delas queria registrar um boletim de perda de documento, no que prontamente foi atendida. Terminando o registro, a referida pessoa disse: agora quero registrar outro BO. Ora! O colega que havia acabado de atendê-la ficou até surpreso e olhando-lhe exclamou: outro boletim! De quê mesmo, senhora? A turista de delegacia, então, respirou e disse: contra a minha vizinha e comadre. O colega, perguntou pausadamente: O que mesmo fez a sua vizinha? A turista contou, então: ela disse que eu disse que o marido dela estava tendo um caso com a mão dele. O policial ficou meio confuso e tentou esclarecer. Disse, então: deixe-me ver se eu entendi: A senhora está dizendo que a vizinha disse que a senhora disse que o marido dela está tendo um caso com a mãe dele? Então ela respondeu: exatamente! Ela disse que eu disse que ele está comendo a mãe dele. O policial coçou a cabeça e então desabafou: minha senhora, com todo respeito, a senhora acha mesmo que nós não temos que fazer? Pelo amor de Deus, deixe isso pra lá. Em último caso, fale com seu vizinho em frente à mulher dele e diga pra ele que a senhora não disse isso. Diga que a senhora não disse que ninguém estava comendo a mãe de ninguém e pronto; vá pra casa procurar alguma coisa pra fazer e deixe agente trabalhar para quem realmente está precisando da polícia. Olhe para o tamanho dessa fila. Veja a quantidade de gente querendo ser atendida. Tente resolver conversando ou simplesmente ignore essas tolices. Ela pensou, olhou e disse: é melhor mesmo, né? Ele disse: com certeza. Então, ela concluiu: pois tá bom. Aí, ele arrematou: vá com Deus e muito juízo pra vocês. Nesse instante, a fila também se manifestou: Amém!

Wagner Leite