[AAVV] Iniciação cristã de adultos - Ritual romano

Embed Size (px)

Citation preview

  • R I T U A L R O M A N O

    reformado por decreto do conclioecumnico vaticano ii e promulgado por

    autoridade de s. s. o papa paulo vi

    INICIAO CRISTDOS ADULTOS

    segunda edio

    conferncia episcopal portuguesa

  • I N I C I A O C R I S T

    preliminares gerais

    1. pelos sacramentos da iniciao crist, os homens, libertos do poder das trevas, mortos com cristo, e com ele sepultados e ressus-citados, recebem o Esprito de adopo filial e celebram, com todo o povo de deus, o memorial da morte e ressurreio do senhor.1

    2. com efeito, unidos a cristo pelo Baptismo, eles so constitudos em povo de deus e, depois de recebido o perdo de todos os pecados, libertos do poder das trevas, passam ao estado de filhos adoptivos,2 feitos nova criatura pela gua e pelo esprito santo, pelo que so chamados e so de verdade filhos de Deus.3

    Assinalados na Confirmao com o dom do mesmo Esprito, so mais perfeitamente configurados ao Senhor e repletos do Esprito santo, para levarem o corpo de cristo, o mais depressa possvel, plenitude, dando testemunho dele no mundo.4

    1 conc. vat. ii, decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 14.2 Cf. Col 1, 13; Rom 8, 15; Gal 4, 5; cf. Conc. Trid., Sess. VI, Decr. de iustifi-catione, cap. 4: Denz. 796 (1524).3 cf. 1 Jo 3, 1.4 cf. conc. vat. ii, decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 36.

  • 10 iniciao crist dos adultos

    5 cf. Jo 6, 55. 6 s. agostinho, De Civitate Dei, X, 6: pl 41, 284; conc. vat. ii, const. dogm. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 11; decr. sobre o ministrio e a vida dos presbteros, Pres-byterorum ordinis, n. 2. 7 cf. conc. vat. ii, const. dogm. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 28. 8 cf. ibid., n. 31. 9 cf. Jo 3, 5.10 mt 28, 19.

    finalmente, participando na assembleia eucarstica, comem a carne do filho do homem e bebem o seu sangue, para receberem a vida eterna 5 e exprimirem a unidade do povo de deus; oferecendo-se a si mesmos com cristo, participam no sacrifcio universal, que toda a cidade redimida,6 oferecida a deus pelo sumo sacerdote; e fazem com que, por uma efuso mais plena do esprito santo, todo o gnero humano chegue unidade da famlia de deus.7

    por isso, os trs sacramentos da iniciao de tal modo esto unidos entre si, que, por eles, os fiis chegam ao seu pleno desenvol-vimento, e exercem a misso de todo o povo cristo na igreja e no mundo.8

    i . dignidade do Baptismo

    3. o Baptismo, porta da vida e do reino, o primeiro sacramento da nova lei, que cristo props a todos para terem a vida eterna, 9 e, em seguida, confiou sua Igreja, juntamente com o Evangelho, quando mandou aos apstolos: ide e ensinai todos os povos, baptizando-os em nome do pai e do filho e do esprito santo.10 por essa razo, o Baptismo , em primeiro lugar, o sacramento daquela f pela qual os homens, iluminados pela graa do esprito santo, respondem ao evangelho de cristo. a igreja no considera nada mais importante nem mais prprio da sua misso do que despertar a todos,

  • preliminares 11

    11 cf. ef 2, 22.12 cf. 1 pe 2, 9.13 conc. vat. ii, decr. sobre o ecumenismo, Unitatis redintegratio, n. 22.14 cf. ef 5, 26.15 cf. 2 pe 1, 4.16 cf. rom 8, 15; gal 4, 5.17 cf. tit 3, 5.

    catecmenos, pais das crianas a baptizar e padrinhos, para esta f verdadeira e activa pela qual, aderindo a Cristo, iniciam ou confirmam o pacto da nova aliana. A esse fim se ordenam, de facto, quer a formao pastoral dos catecmenos e a preparao dos pais, quer a celebrao da palavra de Deus e a profisso de f baptismal.

    4. alm disso, o Baptismo o sacramento pelo qual os homens se tornam membros do corpo da Igreja, edificados uns com os outros em morada de deus no esprito,11 e em sacerdcio real e povo santo;12 tambm o vnculo sacramental da unidade que existe entre todos os que so assinalados por ele.13 em razo desse efeito imutvel, que a prpria celebrao do sacramento na liturgia latina manifesta, quando os baptizados so ungidos com o crisma na presena do povo de deus, o rito do Baptismo tido na maior estima por todos os cristos, e a ningum lcito repeti-lo uma vez celebrado, validamente, ainda que pelos irmos separados.

    5. o Baptismo, banho de gua acompanhado da palavra da vida,14 limpa os homens de toda a mancha de culpa, tanto original como pessoal, e torna-os participantes da natureza divina 15 e da adopo de filhos.16 com efeito, o Baptismo, como se proclama nas oraes da bno da gua, o banho de regenerao dos filhos de Deus 17 e do seu nascimento do alto. a invocao da santssima trindade sobre os baptizandos faz com que estes, marcados pelo seu nome, lhe sejam consagrados e entrem em comunho com o pai, o filho e o esprito santo. para essa dignidade to sublime preparam e a ela conduzem as leituras bblicas, a orao da assembleia, e a trplice profisso de f.

  • 12 iniciao crist dos adultos

    18 cf. rom 6, 5. 4.19 cf. ef 2, 5. 6.

    6. Superando de longe as purificaes da antiga lei, o Baptismo produz estes efeitos pela fora do mistrio da paixo e ressurreio do Senhor. Na verdade, os que so baptizados, so configurados com cristo por morte semelhante sua, sepultados com ele na morte,18 tambm nele so restitudos vida e juntamente com ele ressuscitam.19 no Baptismo, nada mais se comemora e realiza seno o mistrio pascal, enquanto nele os homens passam da morte do pecado para a vida. por isso, na sua celebrao, sobretudo quando esta se realiza na viglia pascal ou em dia de domingo, necessrio que se torne manifesta a alegria da ressurreio.

    i i . funes e ministriosna celeBrao do Baptismo

    7. a preparao do Baptismo e a formao crist so grande dever do povo de deus, isto , da igreja, que transmite e alimenta a f recebida dos apstolos. pelo ministrio da igreja, os adultos so chamados pelo esprito santo ao evangelho, e as crianas so baptizadas e educadas na f da mesma igreja.

    importa muito, pois, que, j na preparao do Baptismo, os catequistas e outros leigos cooperem com os sacerdotes e diconos. alm disso, de toda a convenincia que o povo de deus, representado no s pelos padrinhos, pais e parentes mais prximos, mas tambm, na medida do possvel, pelos amigos e familiares, vizinhos e alguns membros da igreja local, tome parte activa na celebrao do Baptismo, para que deste modo se manifeste a f comum e se exprima comunitariamente a alegria com que os neobaptizados so recebidos na igreja.

  • preliminares 13

    8. segundo costume antiqussimo da igreja, o adulto no deve ser admitido ao Baptismo sem um padrinho, escolhido de entre os membros da comunidade crist, o qual o ajudar pelo menos na ltima preparao para o sacramento e, aps o Baptismo, contribuir para a sua perseverana na f e na vida crist.

    tambm no Baptismo de uma criana deve haver um padrinho, que represente a famlia do baptizando espiritualmente ampliada e a igreja, de novo me, e que, oportunamente, ajude os pais, para que a criana venha a professar a f e a exprimi-la na vida.

    9. o padrinho intervm pelo menos nos ltimos ritos do catecume-nado e na prpria celebrao do Baptismo, quer para testemunhar a f do baptizando adulto, quer para professar, juntamente com os pais, a f da igreja na qual a criana baptizada.

    10. Por isso, a fim de realizar os actos litrgicos que lhe so prprios, dos quais se falou no n. 9, conveniente que o padrinho, escolhido pelo catecmeno ou pela famlia, rena, a juzo do pastor de almas, as qualidades seguintes:

    1) tenha sido designado pelo prprio baptizando, pelos pais ou por quem as vezes destes fizer ou, na falta deles, pelo proco ou pelo ministro, e possua a capacidade e inteno de desempenhar este mnus;

    2) tenha maturidade suficiente para desempenhar esta funo, o que se presume se j completou os dezasseis anos de idade, a no ser que tenha sido determinada outra idade pelo Bispo diocesano ou, por justa causa, o proco ou o ministro entendam que deve admitir-se excepo;

    3) tenha sido iniciado pelos trs sacramentos do Baptismo, da Confirmao e da Eucaristia, e leve vida de acordo com a f e a funo que vai desempenhar;

    4) no seja o pai ou a me do baptizando;

    5) haja um s padrinho ou uma s madrinha, ou ento um padrinho e uma madrinha;

  • 14 iniciao crist dos adultos

    19 bis cf. cic, can. 873 e 874 1 e 2.20 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 32; const. past. sobre a igreja do nosso tempo, Gaudium et spes, n. 29.21 conc. vat. ii, decr. sobre o mnus pastoral dos Bispos, Christus Dominus, n. 15.22 conc. vat. ii, const. dogm. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 26.

    6) pertena igreja catlica e no esteja impedido, pelo direito, de exercer esta funo. todavia, um baptizado que no pertena comunidade catlica, e possua a f de cristo, pode, se os pais o desejarem, ser admitido juntamente com um padrinho catlico (ou uma madrinha catlica) como testemunha crist do Baptismo. 19 bis no que se refere aos orientais separados tenha-se em conta, se for preciso, a disciplina particular para as igrejas orientais.

    11. os ministros ordinrios do Baptismo so os Bispos, os presbte-ros e os diconos.

    1) em qualquer celebrao deste sacramento, lembrem-se que actuam, na igreja, em nome de cristo e pelo poder do esprito santo. sejam, por isso, diligentes na transmisso da palavra de deus e na realizao do mistrio.

    2) evitem tambm qualquer atitude que possa, com fundamento, ser interpretada pelos fiis como discriminao de pessoas.20

    3) Excepto em caso de necessidade, no confiram o Baptismo em territrio alheio, sem a devida licena, nem mesmo aos seus sbditos.

    12. os Bispos, como principais dispensadores dos mistrios de deus e ordenadores de toda a vida litrgica na igreja que lhes foi confiada,21 regulam a administrao do Baptismo, pelo qual concedida a participao no sacerdcio real de cristo.22 no deixem de celebrar pessoalmente o Baptismo, sobretudo na viglia pascal. De modo particular lhes esto confiados o Baptismo dos adultos e o cuidado da preparao dos catecmenos.

  • preliminares 15

    13. compete aos pastores que so procos prestar auxlio ao Bispo na formao e no Baptismo dos adultos a si confiados, a no ser que ele organize as coisas de outro modo. pertence-lhes, tambm, auxiliados por catequistas e por outros leigos competentes, preparar e ajudar com meios pastorais adequados os pais e os padrinhos das crianas que vo ser baptizadas, e, por fim, conferir o Baptismo a estas crianas.

    14. os outros presbteros e os diconos, como cooperadores do ministrio do Bispo e dos procos, preparam para o Baptismo e confe-rem-no quando o Bispo ou o proco para tal os convidam ou lhes do consentimento.

    15. o celebrante pode ser ajudado por outros presbteros ou diconos, e tambm por leigos no que a estes diz respeito, sobretudo quando os baptizandos forem muitos, como se prev nas respectivas partes do rito.

    16. na ausncia de sacerdote ou dicono, em perigo iminente e sobretudo em artigo de morte, qualquer fiel ou mesmo qualquer pessoa animada da inteno devida, pode e por vezes at deve conferir o Baptismo. se, porm, se tratar apenas de perigo de morte, o sacramento deve ser conferido, quanto possvel, por um fiel, e segundo o rito Breve que se encontra mais adiante (nn. 157-164, pp. 92-96). convm, todavia, mesmo neste caso, que se rena uma pequena comunidade ou que haja, pelo menos, se for possvel, uma ou duas testemunhas.

    17. todos os leigos, como membros que so do povo sacerdotal, e sobretudo os pais e, em razo das suas funes, os catequistas, as parteiras, as assistentes familiares e sociais, as enfermeiras, os mdicos e cirurgies, procurem conhecer bem, segundo a prpria capacidade, a maneira correcta de baptizar em caso de necessidade. sejam para isso ensinados pelos procos, diconos e catequistas; e dentro da diocese, prevejam os Bispos meios adequados para a sua formao.

  • 16 iniciao crist dos adultos

    i i i . o Que se reQuerpara a celeBrao do Baptismo

    18. a gua para o Baptismo deve ser natural e limpa, quer para exprimir a verdade do sinal, quer por razes de higiene.

    19. a fonte baptismal ou o recipiente em que, quando for o caso, se prepara a gua para a celebrao do Baptismo no presbitrio, h-de brilhar pelo asseio e bom gosto artstico.

    20. pode prever-se tambm, segundo as necessidades locais, a possibilidade de aquecer a gua.

    21. a no ser em caso de necessidade, o sacerdote ou o dicono no baptize seno com gua benzida para este fim. Se a consagrao da gua tiver sido feita na viglia pascal, conserve-se e utilize-se esta gua, na medida do possvel, durante todo o tempo pascal, para afirmar mais claramente a unio do sacramento com o mistrio pascal. mas fora do tempo pascal, prefervel que se benza a gua para cada uma das celebraes, a fim de significar claramente, pelas prprias palavras da consagrao, o mistrio da salvao que a igreja recorda e proclama.

    se o baptistrio estiver construdo em forma de fonte de gua corrente, a bno ser dada gua jorrando da fonte.

    22. podem usar-se legitimamente quer o rito de imerso, que mais apto para significar a participao na morte e ressurreio de Cristo, quer o rito de infuso.

    23. as palavras pelas quais, na igreja latina, se confere o Baptismo, so estas: eu te baptizo em nome do pai, e do filho, e do esprito santo.

    24. para a celebrao da palavra de deus prepare-se um lugar adequado no baptistrio ou na igreja.

  • preliminares 17

    25. o baptistrio, ou lugar onde est a fonte baptismal com gua corrente ou no, reservado ao sacramento do Baptismo e deve ser verdadeiramente digno, pois ali renascem os cristos pela gua e pelo esprito santo. seja em capela situada dentro ou fora da igreja, seja em outro lugar dentro da igreja vista dos fiis, de futuro construir-se- - por forma a corresponder a uma numerosa participao.

    terminado o tempo da pscoa, conveniente conservar o crio pascal em lugar de honra no baptistrio, para se acender na celebrao do Baptismo e nele se poderem acender facilmente as velas dos bapti-zandos.

    26. os ritos que, na celebrao do Baptismo, devem ser realizados fora do baptistrio, celebrem-se nos lugares da igreja que mais adequadamente respondam ao nmero das pessoas presentes e s diversas partes da liturgia baptismal. para aqueles ritos que costumam realizar-se no baptistrio, tambm podem escolher-se outros lugares mais aptos na igreja, se a capela do baptistrio for demasiado pequena para conter todos os catecmenos ou todas as pessoas presentes.

    27. para todas as crianas recm-nascidas deve realizar-se, na medida do possvel, uma celebrao comum do Baptismo no mesmo dia. mas, na mesma igreja e no mesmo dia, no deve celebrar-se duas vezes o sacramento, a no ser por justa causa.

    28. sobre o tempo da celebrao do Baptismo, tanto dos adultos como das crianas, sero dados outros pormenores mais adiante. mas a celebrao do sacramento dever manifestar sempre o carcter pascal que lhe prprio.

    29. os procos devem registar cuidadosamente e sem demora, no livro dos baptismos, os nomes dos baptizados, fazendo meno do ministro, dos pais e dos padrinhos, do lugar e do dia em que o Baptismo foi celebrado, e de tudo o mais que em matria de registo paroquial a legislao diocesana prescrever.

  • 18 iniciao crist dos adultos

    iv. adaptaes Que competems conferncias episcopais

    30. compete s conferncias episcopais, por fora da constituio sobre a sagrada liturgia (art. 63 b), preparar nos rituais particulares um ttulo que corresponda a este ttulo do ritual romano, adaptado s necessidades de cada regio, para que, depois de confirmado pela S apostlica, seja usado nas regies a que diz respeito.

    neste assunto, compete s conferncias episcopais:

    1) Definir as adaptaes de que se fala no art. 39 da Constitui-o sobre a sagrada liturgia.

    2) considerar com ateno e prudncia o que pode ser aceite dos costumes e da ndole de cada povo, e propor s apostlica outras adaptaes que forem julgadas teis ou necessrias e introduzi- -las com o consentimento da mesma.

    3) manter ou adaptar os elementos prprios dos rituais particu-lares j existentes, desde que possam conciliar-se com a constituio sobre a sagrada liturgia e com as necessidades do tempo actual.

    4) preparar as tradues dos textos de modo a adapt-los ndole das vrias lnguas e culturas, e acrescentar, sempre que parecer oportuno, melodias aptas para serem cantadas.

    5) adaptar e completar os preliminares do ritual romano, de modo que os ministros entendam bem o significado dos ritos e os realizem com perfeio.

    6) nas edies dos livros litrgicos que ho-de ser preparados pelas conferncias episcopais, ordenar a matria da maneira que parecer mais apropriada para o uso pastoral.

  • preliminares 19

    31. tendo em considerao sobretudo as normas dadas nos nn. 37-40 e 65 da constituio sobre a sagrada liturgia, pertence s conferncias episcopais, nas terras de misso, julgar se os elementos de iniciao, em uso nalguns povos, podem ser acomodados ao rito do Baptismo cristo, e decidir se nele devem ser admitidos.

    32. Quando o ritual romano do Baptismo prope vrias frmulas escolha, os rituais particulares podem acrescentar outras frmulas do mesmo gnero.

    33. como a celebrao do Baptismo recebe grande ajuda do canto, na medida em que este desperta a unanimidade das pessoas presentes, favorece a sua orao comum e, enfim, exprime a alegria pascal que o rito deve manifestar, procurem as conferncias episcopais estimular e ajudar os compositores musicais a comporem melodias para os textos litrgicos, dignas de serem cantadas pelos fiis.

    v. acomodaes Que competemao ministro

    34. o ministro, tendo em conta as circunstncias e outras necessi-dades, bem como os desejos dos fiis, usar livremente das faculdades concedidas no rito.

    35. alm das adaptaes previstas no ritual romano para o dilogo e para as bnos, pertence ao ministro, atentas as diversas circunstncias, introduzir algumas acomodaes, das quais se tratar mais em pormenor nos preliminares particulares da iniciao dos adultos e do baptismo das crianas.

  • INICIAO CRIST DOS ADULTOS

    preliminares

    1. o ritual da iniciao crist que adiante se descreve destina-se queles adultos que, depois de terem escutado o anncio do mistrio de cristo, movidos pelo esprito santo que lhes abre o corao, consciente e livremente buscam o deus vivo e tomam o caminho da f e da converso. mediante os ritos que o integram, vo sendo espiritualmente ajudados na sua preparao para, na devida altura, receberem com fruto os prprios sacramentos.

    2. o ritual no consta s da celebrao dos sacramentos do Baptismo, Confirmao e Eucaristia, mas tambm de todos os ritos do catecumenado. em uso na igreja desde tempos antiqussimos, adaptado em nossos dias ao trabalho missionrio em muitas re-gies, por toda a parte se pedia a sua restaurao. por isso o conclio vaticano ii decretou que ele fosse restaurado e revisto, adaptando-o s tradies locais.1

    3. A fim de melhor se adaptar actividade da Igreja e situao concreta dos indivduos, das parquias e das misses, o ritual da iniciao apresenta, em primeiro lugar, a forma completa ou comum, prpria para a preparao de muitos candidatos (cf. nn. 68-239, pp. 45- -149); a partir desta fcil aos pastores, com uma simples adaptao, obter a forma que convenha a um s. depois, para casos particulares

    1 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, nn. 64-66; decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 14; decr. sobre o mnus pastoral dos Bispos, Christus Dominus, n. 14.

  • 22 iniciao crist dos adultos

    apresenta-se uma forma simples, para ser usada quando a celebrao se faz toda de uma s vez (cf. nn. 240-273, pp. 151-173), ou por vrias vezes (cf. nn. 274-277, pp. 173-174), e uma forma abreviada, para o caso daqueles que se encontram em perigo de morte (cf. 278-294, pp. 175-187).

    I

    estrutura da iniciao dos adultos

    4. a iniciao dos catecmenos faz-se maneira de uma caminhada progressiva, dentro da comunidade dos fiis. esta, juntamente com os catecmenos, medita no valor do mistrio pascal e renova a sua prpria converso; e deste modo, com o seu exemplo, leva-os a seguirem generosamente o esprito santo.

    5. o ritual da iniciao acomoda-se ao caminho espiritual dos adultos, caminho diferente consoante a multiforme graa de deus, a livre cooperao de cada qual, a aco da igreja e as condies de tempo e de lugar.

    6. nesta caminhada, alm de um tempo de procura e amadureci-mento (cf. infra, n. 7, p. 23), h vrios degraus ou passos, pelos quais o catecmeno, ao caminhar, como que passa uma porta ou sobe um degrau: a) o primeiro quando algum, que chegou converso inicial, quer tornar-se cristo, e recebido pela igreja como catecmeno; b) o segundo quando, j adiantado na f e quase no fim do catecumenado, admitido a uma preparao mais intensa para os sacramentos; c) o terceiro quando, completada a preparao espiritual, recebe os sacramentos pelos quais o cristo iniciado.

    temos assim trs degraus, passos ou portas que devem ser tidos como momentos maiores ou mais densos da iniciao. estes degraus so assinalados por trs ritos litrgicos: o primeiro pelo rito da instituio dos catecmenos; o segundo pela eleio; e o terceiro pela celebrao dos sacramentos.

  • preliminares 23

    7. os degraus conduzem a tempos de procura e de amadureci-mento ou so por eles preparados: a) o primeiro tempo, que da parte do catecmeno exige uma procura, destinado evangelizao por parte da igreja e ao pr-catecumenado, e conclui-se pela entrada na ordem dos catecmenos; b) o segundo tempo, que comea com esta entrada na ordem dos catecmenos, e pode durar vrios anos, consagrado catequese e aos ritos a ela anexos, e termina no dia da eleio; c) o terceiro tempo, mais breve, que habitualmente coincide com a preparao para as solenidades pascais e para os sacramentos, destinado purificao e iluminao; d) o ltimo tempo, que se prolonga por todo o tempo pascal, destinado mistagogia, isto , por um lado recolha da experincia e dos frutos da vida crist e, por outro, entrada no convvio da comunidade dos fiis, estabelecendo com ela relaes profundas.

    assim, temos quatro tempos seguidos: o do pr-catecumena-do, caracterizado pela primeira evangelizao; o do catecumenado, destinado a uma catequese completa; o da purificao e iluminao, para obter uma preparao espiritual mais intensa; e o da mista-gogia, marcado por uma nova experincia dos sacramentos e da comunidade.

    8. alm disso, uma vez que a iniciao crist no seno uma primeira participao sacramental na morte e ressurreio de cristo, e dado que o tempo da purificao e iluminao coincide normalmente com o tempo da Quaresma 2 e a mistagogia com o tempo pascal, toda a iniciao deve revestir carcter pascal. por conseguinte, a Quaresma deve conservar o seu vigor em ordem a uma preparao mais intensa dos eleitos, e a viglia pascal deve ser tida como o tempo legtimo da iniciao crist. no se probe, todavia, que estes mesmos sacramentos, em razo das necessi-dades pastorais, sejam celebrados fora destes tempos.3

    2 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 109. 3 nota eliminada.

  • 24 iniciao crist dos adultos

    A. A evangelizao e o pr-catecumenado

    9. o ritual da iniciao crist comea com a admisso no catecumenado; o tempo que o precede, ou seja o pr-catecumenado, tem, no entanto, uma grande importncia e habitualmente no se deve omitir. nele se faz a primeira evangelizao em que anunciado com firmeza e constncia o Deus vivo e Aquele que Ele enviou para a salvao de todos, Jesus cristo, de modo que os no cristos, movidos pelo esprito santo que lhes abre o corao, abracem a f e se convertam ao senhor, em adeso sincera quele que, sendo o caminho, a verdade e a vida, capaz de satisfazer todos os seus anseios espirituais e at de infinitamente os superar.4

    10. da evangelizao, levada a cabo com o auxlio de deus, nascem a f e a converso inicial, pelas quais cada um se sente chamado a afastar-se do pecado e inclinado a abraar o mistrio da divina caridade. todo o tempo do pr-catecumenado se destina a esta evangelizao, a fim de que amadurea com sinceridade o desejo de seguir a cristo e de pedir o Baptismo.

    11. neste perodo de tempo, uma exposio adequada do evange-lho ser feita aos candidatos pelos catequistas, diconos e sacerdotes, ou at por leigos. tenha-se para com eles particular desvelo, de modo que, com inteno purificada e esclarecida, cooperem com a graa divina e assim se tornem mais fceis as reunies com as famlias e os grupos de cristos.

    12. alm da evangelizao a fazer nesta fase do pr-catecumenado, compete s conferncias episcopais, segundo os casos e atentas as circunstncias de cada regio, estabelecer uma primeira forma de acolher os simpatizantes, ou seja, aqueles que, no a possuindo ainda plenamente, revelam todavia propenso para abraar a f crist.

    4 conc. vat. ii, decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 13.

  • preliminares 25

    1) este acolhimento, que se far como melhor se entender e sem qualquer rito, manifesta a recta inteno dos candidatos, no porm ainda a sua f. 2) ter em conta as condies do lugar e o que for mais conveniente. a uns candidatos, mostrar-se- de preferncia o esprito cristo que eles desejam conhecer e experimentar; a outros, a quem por este ou aquele motivo se entende dever adiar o catecumenado, talvez convenha mais um primeiro acto externo, quer deles mesmos quer da comunidade. 3) este acolhimento ser feito dentro das reunies e assembleias da comunidade local, aproveitando, por exemplo, as reunies de ami-zade ou de convvio. apresentado por um amigo, o simpatizante saudado com palavras informais e recebido pelo sacerdote ou por um membro respeitvel da comunidade.

    13. dever dos pastores ajudar os simpatizantes, durante todo o tempo do pr-catecumenado, por meio de oraes apropriadas.

    B. O Catecumenado

    14. da maior importncia o rito da admisso dos catecmenos, porque, nesta altura, os candidatos, reunidos pela primeira vez em p-blico, manifestam igreja a sua vontade, e a igreja, desempenhando o seu mnus apostlico, admite aqueles que querem tornar-se seus membros. deus concede-lhes a sua graa, uma vez que, nesta celebra-o, se manifesta publicamente o desejo dos candidatos e por parte da Igreja significada a recepo deles e a sua primeira consagrao.

    15. para que os candidatos dem este passo, necessrio que neles tenham sido lanados os primeiros fundamentos da vida espiritual e da doutrina crist: 5 um princpio de f concebida durante o tempo

    5 cf. Ibid., n. 14.

  • 26 iniciao crist dos adultos

    do pr-catecumenado, um comeo de converso e uma primeira vontade de mudar de vida e de estabelecer relaes pessoais com deus em cristo e, consequentemente, um primeiro sentido de penitncia, a prtica incipiente de invocar a deus e de orao e ainda uma primeira experincia de vida da comunidade e do esprito cristo.

    16. compete aos pastores, auxiliados pelos garantes (cf. adiante n. 42, p. 35), catequistas e diconos, julgar dos indcios externos destas disposies.6 a eles compete igualmente, tendo em conta o valor dos sacramentos j validamente recebidos (cf. preliminares gerais da iniciao crist, n. 4, p. 11), impedir que algum, j baptizado, pretenda receber de novo o Baptismo, seja a que pretexto for.

    17. depois da celebrao do rito, registem-se, em devido tempo, no livro prprio, os nomes dos catecmenos, com a indicao do ministro e garantes, do dia e do lugar em que foi feita a sua admisso.

    18. a partir deste momento, os catecmenos, que a me igreja agora trata como seus com todo o amor e carinho e que a ela ficam ligados, passam a fazer parte da casa de cristo:7 da igreja recebem o alimento da palavra de deus e os auxlios da liturgia. devem, por isso, ter a peito participar na liturgia da palavra e receber as bnos e os sacramentais. Quando dois catecmenos ou um catecmeno e um no baptizado contraem matrimnio entre si, segue-se o rito prprio.8 se falecerem durante o tempo do catecumenado, tero exquias crists.

    19. o catecumenado um tempo prolongado, durante o qual os candidatos recebem formao crist e se submetem a uma adequada disciplina.9 com estes auxlios, as disposies de esprito,

    6 Ibid., n. 13.7 cf. conc. vat. ii, const. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 14; decr. sobre a activida-de missionria da igreja, Ad gentes, n. 14.8 Celebrao do Matrimnio, nn. 152-157.9 decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 14.

  • preliminares 27

    que manifestaram entrada, atingem a maturidade. so quatro os caminhos para o conseguir: 1) a catequese adequada, adaptada ao ano litrgico e baseada em celebraes da palavra, dada por sacerdotes, diconos ou catequistas e outros leigos, leva os candidatos a uma conveniente instruo sobre os dogmas e preceitos, e a um conhecimento ntimo dos mistrios da salvao que desejam aplicar sua vida. 2) no exerccio dirio da vida crist, os candidatos, amparados com o exemplo e ajuda dos garantes e padrinhos, e ainda dos fiis de toda a comunidade, habituam-se a orar a deus com mais facilidade, a dar testemunho da f, a procurar cristo em tudo, a seguir em seus actos a inspirao do alto, a entregar-se ao amor do prximo at renncia de si mesmos. munidos destes recursos, os neoconvertidos iniciam o caminho espiritual, atravs do qual, comungando j pela f no mistrio da morte e ressurreio, passam do homem velho ao homem novo que em cristo atinge a sua perfeio. esta passagem, que implica progressiva mudana de mentalidade e de costumes, deve manifestar-se com suas consequncias sociais e desenvolver-se pouco a pouco ao longo do catecumenado. e, dado que o senhor, em quem acredita, sinal de contradio, no raro o homem convertido experimentar rupturas e separaes, a par de alegrias sem conta que deus tambm lhe concede.10

    3) por meio de ritos litrgicos apropriados, a me igreja ajuda-os na sua caminhada e assim eles vo sendo desde j progressivamente purificados e ao mesmo tempo sustentados pela bno divina. para eles se organizam oportunamente celebraes da palavra e at podem ter acesso liturgia da palavra juntamente com os fiis, a fim de melhor se prepararem para a futura participao na eucaristia. todavia, quando tomam parte na assembleia dos fiis, devem habitualmente ser despedidos de maneira afvel antes de comear a celebrao eucarstica, a no ser que obstem verdadeiras dificuldades. efectivamente, os catecmenos devem aguardar o Baptismo, pelo qual sero agregados ao povo sacerdotal e deputados para tomarem parte no novo culto de cristo.

    10 cf. Ibid., n. 13.

  • 28 iniciao crist dos adultos

    4) como a vida da igreja apostlica, devem tambm os catecmenos aprender a cooperar activamente na evangelizao e na edificao da Igreja pelo testemunho da vida e pela profisso da f.11

    20. a durao do catecumenado depende quer da graa de deus, quer de vrias circunstncias, designadamente: da forma como est organizado o catecumenado, do nmero de catequistas, diconos e sacerdotes, da colaborao do prprio catecmeno, dos meios de acesso sede do catecumenado e de a permanecer, e tambm do apoio da comunidade local. nada, portanto, se pode estabelecer previamente. Compete ao Bispo fixar a durao e regulamentar a disciplina do catecumenado. tambm as conferncias episcopais daro oportunamente normas mais concretas, tendo em conta as condies de cada povo e de cada regio.12

    C. O tempo da purificao e da i luminao

    21. O tempo da purificao e da iluminao dos catecmenos coincide habitualmente com a Quaresma, porque esta, tanto na liturgia como na catequese litrgica, por meio da recordao ou da preparao do Baptismo e pela penitncia,13 renova a comunidade dos fiis, juntamente com os catecmenos, e dispe-nos para a celebrao do mistrio pascal que os sacramentos da iniciao crist aplicam a cada um.14

    22. com o segundo degrau da iniciao crist comea o tempo da purificao e da iluminao destinado a preparar mais intensivamente o esprito e o corao dos candidatos. neste degrau feita pela

    11 Ibid., n. 14.12 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 64.13 Ibid., n. 109.14 cf. conc. vat. ii, decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 14.

  • preliminares 29

    igreja a eleio ou escolha e a admisso daqueles catecmenos que, pelas suas disposies so idneos para, na prxima celebrao, tomarem parte nos sacramentos da iniciao. chama-se eleio, porque a admisso feita pela igreja se funda na eleio de deus, em nome de quem ela actua; chama-se inscrio do nome, porque os candidatos escrevem o seu nome no livro dos eleitos, como penhor de fidelidade.

    23. antes de celebrar a eleio, requere-se da parte dos catecmenos a converso da mente e dos costumes, um conhecimento suficiente da doutrina crist e o sentido da f e da caridade; requere- -se, alm disso, o exame sobre a sua idoneidade. depois, na prpria celebrao do rito, os catecmenos manifestam a sua vontade, e o Bispo ou o seu delegado o seu parecer, diante da comunidade. assim fica patente que a eleio, que se reveste de to grande solenidade, o momento decisivo de todo o catecumenado.

    24. a partir do dia da sua eleio e admisso, os catecmenos passam a ser designados pelo nome de eleitos. tambm se dizem competentes, porque caminham em conjunto para receberem os sacramentos de cristo e o dom do esprito santo. chamam-se tambm iluminandos, porque o prprio Baptismo se chama iluminao e porque por ele os nefitos so iluminados pela luz da f. Contudo, em nossos dias, podem usar-se tambm outros termos que, segundo a diversidade das regies e culturas, estejam mais ao alcance de todos, e sejam mais conformes ao gnio das diferentes lnguas.

    25. durante este tempo, os catecmenos so objecto de uma preparao interior mais intensa. esta tem mais em vista o recolhimento espiritual do que a catequese, e destina-se purificao do corao e da mente, atravs do exame de conscincia e da penitncia, e sua iluminao por meio do conhecimento mais aprofundado de cristo salvador. tudo isto se faz por meio de vrios ritos, sobretudo pelos escrutnios e pelas tradies. 1) os escrutnios, que devem ser celebrados solenemente ao domingo, tm em vista o duplo fim acima referido, a saber: pr a descoberto o que no corao dos eleitos possa haver de fraqueza, enfermidade ou malcia, para que seja curado, e o que h de bom, vlido e santo, a fim de o fortalecer. Os escrutnios destinam-se a

  • 30 iniciao crist dos adultos

    libertar do pecado e do demnio e ao fortalecimento em cristo que o caminho, a verdade e a vida dos eleitos.

    2) as tradies, pelas quais a igreja entrega aos eleitos os antiqussimos documentos da f e da orao o smbolo e a orao dominical , tm como finalidade a sua iluminao. No Smbolo, em que se proclamam as maravilhas de deus para salvao dos homens, os olhos dos eleitos so inundados de f e de alegria. na orao dominical, reconhecem em toda a sua profundeza o novo esprito de filhos, pelo qual chamam a Deus seu Pai, sobretudo na assembleia eucarstica.

    26. como preparao prxima para os sacramentos:

    1) aconselhem-se os eleitos a que, no sbado santo, se abstenham, na medida do possvel, das suas ocupaes habituais, consagrem o tempo orao e ao recolhimento espiritual e observem o jejum, segundo as suas foras.15

    2) neste mesmo dia, no caso de se fazer alguma reunio dos eleitos, podem celebrar-se alguns dos ritos de preparao prxima, por exemplo: a redio do smbolo, o effath, a escolha do nome cristo e, se ela se fizer, a uno com o leo dos catecmenos.

    D. Os sacramentos da iniciao

    27. os sacramentos da iniciao Baptismo, confirmao e eucaristia so o ltimo degrau. os eleitos que deles se aproximam e recebem por seu intermdio a remisso dos pecados, so agregados ao povo de deus, recebem a adopo dos filhos de deus, so introduzidos, pelo esprito, na prometida plenitude dos tempos e, mais ainda, participam desde j no reino de deus pelo sacrifcio e banquete eucarstico.

    15 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 110.

  • preliminares 31

    a) a celebrao do Baptismo dos adultos

    28. a celebrao do Baptismo, que atinge como que o seu ponto culminante na abluo da gua com a invocao da santssima Trindade, preparada pela bno da gua e pela profisso da f, intimamente ligadas ao rito da gua.

    29. pela bno da gua, em que se proclama a economia do mistrio pascal e a escolha que o senhor fez da gua para o realizar de modo sacramental e em que se faz j uma primeira invocao da Santssima Trindade, o elemento da gua recebe uma significao religiosa, e manifesta-se aos olhos de todos o mistrio de deus que j desde longe comeara a ser revelado.

    30. Pelos ritos da renunciao e da profisso da f, o mesmo mistrio pascal, j comemorado sobre a gua e que em seguida vai ser proclamado, de forma concisa, pelo celebrante, nas palavras do Baptismo, manifesta-se na f activa dos baptizandos. efectivamente, os adultos no se salvam, a no ser que venham de livre vontade, acreditem e queiram receber o dom de deus. a f, cujo sacramento recebem, no prpria s da igreja, mas deles tambm, f que se espera venha a tornar-se neles activa. ao serem baptizados, longe de receberem o sacramento de maneira somente passiva, estabelecem por um acto da sua vontade, aliana com cristo, renun-ciando aos erros e aderindo ao verdadeiro deus.

    31. imediatamente depois de terem confessado com f viva o mist-rio pascal de cristo, os eleitos aproximam-se e recebem esse mistrio, agora expresso na abluo da gua; e, depois de terem professado a sua f na santssima trindade, a mesma trindade, invocada pelo ce-lebrante, por sua prpria aco, junta os seus eleitos ao nmero dos filhos da adopo e agrega-os ao seu povo.

    32. A abluo da gua significa a participao mstica na morte e ressurreio de cristo; por ela, aqueles que acreditam no seu nome morrem para os pecados e ressuscitam para a vida eterna. esta significao plenamente conseguida na celebrao do Baptismo. escolha-se, por isso, conforme os casos, ou o rito da imerso, ou o da infuso, de modo que, segundo as vrias tradies e circunstncias,

  • 32 iniciao crist dos adultos

    melhor se compreenda que esta abluo no simples rito de purificao, mas sacramento de unio com Cristo.

    33. a uno com o crisma depois do Baptismo significa o sacerdcio rgio dos baptizados e a sua insero na comunidade do povo de deus. a veste branca o smbolo da sua nova dignidade. o crio aceso ilustra a sua vocao de caminharem como convm a filhos da luz.

    b) A celebrao da Confirmao dos adultos

    34. de acordo com o antiqussimo uso, conservado na prpria liturgia romana, no se baptize o adulto sem que, imediatamente depois do Baptismo, receba a Confirmao, a no ser que obstem motivos graves (cf. n. 44, p. 36). Por esta conexo significada a unidade do mistrio pascal, a ntima relao entre a misso do filho e a efuso do esprito santo e a estreita ligao dos sacramentos, pelos quais as duas pessoas divinas, juntamente com o pai, vm aos baptizados.

    35. por isso, depois dos ritos complementares do Baptismo, omitida a uno ps-baptismal (n. 224, p. 143), confere-se a Confirmao.

    c) A primeira participao dos nefitos na Eucaristia

    36. finalmente vem a celebrao da eucaristia. este o dia em que os nefitos nela participam pela primeira vez de pleno direito e encontram a consumao da sua iniciao. nesta celebrao os nefitos, uma vez elevados dignidade do sacerdcio rgio, tomam parte activa na orao dos fiis e, quanto possvel, no rito da apresentao das oblatas ao altar; participam com toda a comunidade na aco do sacrifcio e dizem pela primeira vez a orao dominical, na qual manifestam o esprito de adopo de filhos recebido no Baptismo. finalmente, comungando no corpo entregue e no sangue derramado, confirmam os dons recebidos e saboreiam antecipa-damente os eternos.

  • preliminares 33

    E. O tempo da mistagogia

    37. dado este ltimo passo, a comunidade, juntamente com os nefitos, aprofunda mais o mistrio pascal e procura traduzi-lo cada vez mais na vida pela meditao do evangelho, pela participao na eucaristia e pelo exerccio da caridade. este o ltimo tempo da iniciao, isto , o tempo da mistagogia dos nefitos.

    38. na verdade, o novo modo de enunciar os sacramentos recebidos e, sobretudo, a experincia dos mesmos vo dar um conhecimento mais completo e mais frutuoso dos mistrios. com efeito, os nefitos foram renovados no seu esprito, saborearam as ntimas delcias da palavra de deus, entraram em comunho com o esprito santo e descobriram como o senhor bom. desta experincia, prpria do homem cristo e aumentada com a prtica da vida, tiram novo sentido da f, da igreja e do mundo.

    39. a frequncia dos sacramentos, a partir de agora, assim como lhes d luz para compreenderem as sagradas escrituras, aumenta- -lhes igualmente o conhecimento dos homens e vem a reflectir-se na sua vida dentro da comunidade, tornando mais fcil e proveitosa a convivncia dos nefitos com os outros fiis. Por isso, o tempo da mistagogia da mxima importncia para que os nefitos, ajudados pelos padrinhos, entrem em relaes mais ntimas com os fiis e lhes proporcionem uma viso renovada das coisas e um novo alento.

    40. o sentido e o valor deste tempo vm da experincia, pessoal e nova, tanto dos sacramentos como da comunidade. por isso, o lugar principal da mistagogia so as Missas dos nefitos, ou seja, as Missas dos domingos da Pscoa, porque nelas os nefitos, alm da assembleia da comunidade e da participao nos mistrios, encontram leituras especialmente apropriadas sua condio, sobretudo no leccionrio do ano a. toda a comunidade local deve, por isso, ser convidada para estas Missas, juntamente com os nefitos e seus padrinhos. os textos destas missas podem ser usados tambm quando a iniciao celebrada fora dos tempos prprios.

  • 34 iniciao crist dos adultos

    II

    ministrios e ofcios

    41. Alm do que ficou dito nos Preliminares gerais da iniciao crist (n. 7, p. 12), o povo de deus, representado pela igreja local, h-de considerar sempre a iniciao dos adultos como coisa sua e que diz respeito a todos os baptizados, e manifest-lo concretamente.16 mostre-se, portanto, o mais pronto possvel a dar a sua ajuda queles que procuram a cristo, cumprindo assim a sua misso apostlica. nas vrias circunstncias da vida quotidiana, como no apostolado, o discpulo de cristo, seja ele quem for, tem o dever de propagar a f, conforme as suas possibilidades.17 consequentemente, ele deve ajudar os candidatos e os catecmenos ao longo de toda a iniciao, no pr-catecumenado, no catecumenado e no tempo da mistagogia. em particular: 1) no tempo da evangelizao e do pr-catecumenado, recor-dem os fiis que o apostolado da Igreja e de todos os seus membros se ordena, antes e acima de tudo, a revelar ao mundo, por palavras e por obras, a mensagem de cristo, e a comunicar-lhe a sua graa.18 neste sentido, mostrem-se disponveis para ajudar a descobrir o esprito da comunidade dos cristos, para receber os candidatos nas suas casas em conversas privadas ou mesmo em certas reunies colectivas. 2) na medida em que for julgado oportuno, assistam s celebra-es do catecumenado, tomando parte activa nas respostas, na orao, no canto e nas aclamaes.

    16 cf. conc. vat. ii, decr. sobre a actividade missionria da igreja, Ad gentes, n. 14.17 cf. conc. vat. ii, const. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 17.18 cf. conc. vat. ii, decr. sobre o apostolado dos leigos, Apostolicam actuositatem, n. 6.

  • preliminares 35

    3) no dia da eleio procurem, na medida em que for oportuno, dar o seu testemunho, justo e prudente, sobre os catecmenos, uma vez que se trata do crescimento da prpria comunidade. 4) No tempo da Quaresma, isto , no tempo da purificao e da iluminao, sejam assduos aos ritos dos escrutnios e das tradies, e tragam aos catecmenos o exemplo da prpria renovao em esprito de penitncia, de f e de caridade. na viglia pascal tenham a peito renovar as promessas do Baptismo. 5) no tempo da mistagogia participem nas missas dos ne-fitos e rodeiem-nos de caridade e prestem-lhes a sua ajuda, de modo que eles se sintam bem na comunidade dos baptizados.

    42. o candidato que pede para ser admitido entre os catecmenos seja acompanhado por um garante, homem ou mulher, que o conhea, o tenha ajudado e possa dar testemunho dos seus costumes, da sua f e da sua vontade. pode acontecer que este garante no venha a desempenhar, no tempo da purificao e da iluminao e no da mistagogia, o ofcio de padrinho, mas ento seja substitudo por outro nesta funo.

    43. o padrinho,19 escolhido pelo catecmeno em razo do exemplo, das qualidades e da amizade que nele encontra, representa a comunidade crist local, e, aprovado pelo sacerdote, acompanha o candidato no dia da eleio, na celebrao dos sacramentos e durante o tempo da mistagogia. compete-lhe mostrar ao catecmeno, de modo familiar, a prtica do evangelho na vida particular e na convivncia social, ajud-lo nas suas dvidas e inquietaes, dar testemunho acerca dele e velar pelo crescimento da sua vida baptismal. escolhido antes da eleio, exerce publicamente o seu mnus a partir do dia da eleio, quando, perante a comunidade, d o seu testemunho a respeito do catecmeno; e a sua funo de padrinho conserva toda a sua importncia, quando o nefito, uma vez recebidos os sacramentos, precisa de ser ajudado para se manter fiel s promessas do Baptismo.

    19 preliminares gerais da iniciao crist, n. 8.

  • 36 iniciao crist dos adultos

    44. compete ao Bispo,20 por si mesmo ou por um seu delegado, criar, dirigir e fomentar a instituio pastoral dos catecmenos e tambm admitir os candidatos eleio e aos sacramentos. para desejar que, na medida do possvel, presida liturgia quaresmal, celebre ele prprio o rito da eleio e, na viglia pascal, administre os sacramentos da iniciao pelo menos queles que tiverem completado os catorze anos de idade. finalmente, ao seu mnus de pastor compete entregar aos catequistas, que sejam realmente dignos e estejam convenientemente preparados, a deputao para celebrarem os exorcismos menores.21

    45. compete aos presbteros, alm do ministrio que habitualmente desempenham em qualquer celebrao do Baptismo, da Confirmao e da eucaristia,22 atender situao pastoral e pessoal dos catecmenos,23 sobretudo daqueles que paream hesitantes e desanimados; providenciar pela catequese dos mesmos, com a ajuda dos diconos e catequistas; aprovar a escolha dos padrinhos e dispor- -se de boa vontade a ouvi-los e a ajud-los; finalmente diligenciar pela perfeita e ajustada execuo dos ritos no decurso de todo o ritual da iniciao (cf. adiante n. 67, p. 43).

    46. o presbtero que, na ausncia do Bispo, baptiza um adulto ou uma criana na idade da catequese, confere tambm a Confirmao, a no ser que este sacramento deva ser conferido noutra altura (cf. adiante n. 56, p. 39).24 Quando o nmero dos confirmandos for muito grande, o ministro da Confirmao pode associar a si outros presbteros para administrar o sacramento. necessrio que estes presbteros: a) ou desempenhem, na diocese, algum cargo ou ofcio especial, a saber: que sejam vigrios gerais, ou vigrios ou delegados

    20 cf. Ibid., n. 12.21 nota eliminada.22 preliminares gerais da iniciao crist, nn. 13-15.23 cf. conc. vat. ii, decr. sobre o ministrio e vida dos presbteros, Presbyterorum Ordinis, n. 6.24 cf. Celebrao da Confirmao, preliminares, n. 7 b.

  • preliminares 37

    episcopais, ou vigrios da vara, ou arciprestes, ou que, por mandato do ordinrio, sejam equiparados a estes; b) ou sejam procos dos lugares em que conferida a Confir-mao, ou procos dos lugares a que pertencem os confirmandos, ou presbteros que tenham tido trabalho especial na preparao catequtica dos confirmandos.25

    47. se houver diconos, recorra-se sua ajuda. se a conferncia episcopal julgar oportuno instituir diconos permanentes, providen-ciar por que sejam em nmero conveniente, de modo que, em todos os lugares onde as necessidades pastorais o exigirem, possa haver todos os degraus, tempos e exerccios do catecumenado.26

    48. os catequistas, cuja funo importante no progresso dos catecmenos e no crescimento da comunidade, tenham, sempre que possvel, parte activa nos ritos. Quando ensinam, procurem que a sua doutrina seja impregnada do esprito evanglico, acomodada aos smbolos da liturgia e ao ano litrgico, adaptada aos catecmenos e, quanto possvel, enriquecida com as tradies locais. alm disso, os catequistas podem receber delegao do Bispo para fazer os exorcismos menores (cf. adiante n. 54, p. 39) e dar as bnos 27 que se encontram no ritual nn. 113-124, pp. 69-76.

    III

    tempo e lugar da iniciao

    49. os pastores devem usar o ritual da iniciao de tal modo que os sacramentos sejam celebrados na viglia pascal e a eleio se faa no primeiro domingo da Quaresma. os outros ritos devem ser repartidos

    25 cf. Ibid., n. 8.26 cf. conc. vat. ii, const. sobre a igreja, Lumen gentium, n. 26; decr. sobre a activi-dade missionria da igreja, Ad gentes, n. 16.27 cf. conc. vat. ii, const. sobre a sagrada liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 79.

  • 38 iniciao crist dos adultos

    conforme o que acima fica disposto (nn. 6-8, pp. 22-23 e nn. 14-40, pp. 25-33). contudo, em razo de graves necessidades pastorais, lcito ordenar de outra maneira o desenrolar de todo o ritual, conforme mais adiante se dir (nn. 58-62, pp. 39-40).

    A. Tempo legt imo ou ordinrio

    50. no que se refere ao tempo em que h-de celebrar-se o rito da admisso dos catecmenos, notar-se- o seguinte: 1) no deve ser prematuro: espere-se at que os candidatos, segundo as disposies e condies de cada um, tenham tido o tempo necessrio para adquirirem a f inicial e darem os primeiros sinais de converso (cf. acima n. 20, p. 27). 2) onde costuma haver grande nmero de candidatos, espere-se at se constituir um grupo suficientemente grande para a catequese e os ritos litrgicos. 3) estabeleam-se ao longo do ano dois ou, se for necessrio, trs dias ou tempos mais oportunos, nos quais normalmente sero celebrados esses ritos.

    51. o rito da eleio ou da inscrio do nome celebra- -se, habitualmente, no primeiro domingo da Quaresma. se houver convenincia, pode antecipar-se um pouco ou celebrar-se at durante a semana.

    52. os escrutnios fazem-se no iii, iv e v domingo da Quaresma e, em caso de necessidade, podem fazer-se noutros domingos da mesma Quaresma ou at nos dias feriais da semana que se julguem mais indicados. celebrem-se trs escrutnios; contudo, se houver grave impedimento, o Bispo pode dispensar de um ou at, em circunstncias extraordinrias, de dois escrutnios. se faltar o tempo, antecipando-se a eleio, antecipe-se, tambm, o primeiro escrutnio; atenda-se, porm, a que, neste caso, o tempo da purificao e da iluminao no se prolongue para alm de oito semanas.

    53. desde a antiguidade que as tradies pertencem a este tem-po da purificao e da iluminao, uma vez que se fazem depois dos

  • preliminares 39

    escrutnios. celebrem-se, porm, ao longo da semana. a tradio do smbolo faz-se depois do primeiro escrutnio; a tradio da orao dominical, depois do terceiro. contudo, se do ponto de vista pastoral se julgar mais oportuno, para que se torne mais rica a liturgia do tempo do catecumenado, as tradies podem transferir-se para o tempo do catecumenado e serem celebradas maneira de rito de transio (cf. nn. 125-126, p. 77).

    54. no sbado santo, quando os eleitos, que se abstm do trabalho (cf. acima n. 26, p. 30), se entregam meditao, podem realizar-se os vrios ritos imediatamente preparatrios: a redio do smbolo, o rito do effath, a escolha do nome cristo e mesmo a uno com o leo dos catecmenos (cf. nn. 193-207, pp. 118-125).

    55. os sacramentos da iniciao dos adultos celebrem-se na prpria viglia pascal (cf. n. 8, p. 23 e n. 49, p. 37). se o nmero dos catecmenos for muito grande, do-se os sacramentos maior parte deles nesta mesma noite, e os restantes podem ficar para os dias dentro da oitava da pscoa e ser renovados pelos sacramentos nas igrejas principais ou at nas estaes secundrias. neste caso, toma-se a missa prpria do dia ou a missa ritual da iniciao crist, usando mesmo as leituras da viglia pascal.

    56. Em certos casos, a celebrao da Confirmao pode diferir-se para perto do fim da mistagogia, v. g. o domingo de Pentecostes (cf. n. 237, p. 149).

    57. em todos e cada um dos domingos depois do primeiro da Pscoa celebrem-se as chamadas Missas dos nefitos. Para estas missas so convidados, com todo o empenho, tanto a comunidade como os recm-baptizados e seus padrinhos.

    B. Fora do tempo ordinrio

    58. embora o ritual da iniciao se deva ordenar habitualmente de modo que os sacramentos sejam celebrados na viglia pascal, todavia, por motivos imprevistos e por razes de ordem pastoral, permitido celebrar os ritos da eleio e os do tempo da purificao e

  • 40 iniciao crist dos adultos

    da iluminao fora da Quaresma, e os prprios sacramentos fora da viglia pascal e do dia de pscoa. mesmo nos casos ordinrios, mas s por graves razes de ordem pastoral, por exemplo, se for muito grande o nmero dos baptizandos, permitido escolher, alm do curso normal da iniciao ao longo da Quaresma, outro tempo para a celebrao dos sacramentos da iniciao, principalmente o tempo pascal. nestes casos, uma vez que se altera a insero dos diversos momentos no ano litrgico, mantenha-se idntica a prpria estrutura de todo o ritual, observando os intervalos convenientes. as adaptaes sero feitas conforme a seguir se indica.

    59. os sacramentos da iniciao, celebrem-se, quanto possvel, ao domingo, usando, como for mais oportuno, ou a missa do domingo ou a missa ritual prpria (cf. acima n. 55, p. 39).

    60. o rito da admisso dos catecmenos celebre-se no devido tempo, como ficou dito no n. 50, p. 38.

    61. a eleio celebre-se cerca de seis semanas antes dos sacramentos da iniciao, de modo que haja tempo suficiente para os escrutnios e as tradies. a celebrao da eleio nunca se far numa solenidade do ano litrgico. no rito, usem-se as leituras indicadas no ritual. os formulrios da missa sero ou os do dia ou os da missa ritual.

    62. os escrutnios no devem celebrar-se nas solenidades, mas nos domingos ou at mesmo durante a semana, guardando entre eles os intervalos do costume e fazendo as leituras que vm indicadas no ritual. os formulrios da missa sero os do dia ou os da missa ritual, como adiante se indica no n. 374 bis, p. 244.

    C. Lugares da iniciao

    63. os ritos celebrem-se em lugares convenientes, conforme se indica no ritual. tenham-se em conta as necessidades particulares que possam ocorrer nos centros secundrios das terras de misso.

  • preliminares 41

    IV

    adaptaesQue as conferncias episcopais

    podem faZer ao utiliZaremeste ritual romano

    64. alm das adaptaes previstas nos preliminares gerais da iniciao crist (nn. 30-33, pp. 18-19), o ritual da iniciao dos adultos deixa s conferncias episcopais a faculdade de introduzirem outras.

    65. deciso destas conferncias deixado o seguinte: 1) antes do catecumenado, instituir, onde se julgar oportuno, uma certa forma de acolher os simpatizantes (cf. acima n. 12, p. 24-25). 2) onde estiverem em uso ritos gentlicos, inserir no rito da admisso dos catecmenos (nn. 79-80, pp. 50-51), um primeiro exorcismo e uma primeira renunciao. 3) determinar que o gesto da signao na fronte se faa sem tocar na testa, quando, em alguns lugares, este contacto no parecer conveniente (n. 83, p. 52-53). 4) determinar que um novo nome seja dado aos candidatos no rito da admisso dos catecmenos, nos lugares em que, segundo a prtica das religies no crists, for costume dar um nome novo aos iniciados. 5) aceitar no mesmo rito (n. 89, p. 59), em conformidade com os costumes locais, ritos auxiliares para significar a recepo na comunidade. 6) no tempo do catecumenado, alm dos ritos costumados (nn. 106-124, p. 68-76), instituir um rito de transio, antecipando, por

  • 42 iniciao crist dos adultos

    exemplo, as tradies (nn. 125-126, pp. 77), o rito do effath, a redio do smbolo ou at a uno com leo dos catecmenos (nn. 127-129, pp. 77). 7) determinar a omisso da uno dos catecmenos (n. 218, p. 140) ou a sua transferncia para os ritos imediatamente preparatrios (nn. 206-207, pp. 124) ou a sua insero no tempo do catecumenado, maneira de rito de transio (nn. 127-132, pp. 77-79). 8) dar s frmulas de renunciao uma redaco mais rica e incisiva (cf. n. 217, p. 138, e n. 80, p. 50).

    V

    competncia do Bispo

    66. compete ao Bispo, na sua diocese: 1) instituir o catecumenado e estabelecer as normas oportunas consoante as necessidades (cf. n. 44, p. 36). 2) determinar, atentas as circunstncias, se e quando podem ser celebrados os ritos da iniciao fora dos tempos ordinrios (cf. n. 58, p. 39-40). 3) dispensar, em caso de grave impedimento, de um dos escru-tnios, ou at, em circunstncias extraordinrias, de dois (cf. n. 240, p. 151). 4) Permitir que se use, no todo ou em parte, o Ritual simplifi-cado (cf. n. 240, p. 151). 5) delegar nos catequistas que sejam de facto dignos e estejam devidamente preparados a faculdade de fazerem os exorcismos e as bnos (cf. n. 44, p. 36, e n. 47, p. 37). 6) Presidir ao rito da eleio e confirmar, por si ou por dele-gado seu, a admisso dos eleitos (cf. n. 44, p. 36). 7) determinar a idade dos padrinhos segundo o direito 28 (cf. preliminares gerais da iniciao crist n. 10, 2, p. 13).

    28 cf. c.i.c., can. 874, 1, 2.

  • preliminares 43

    VI

    acomodaesQue competem ao ministro

    67. compete ao celebrante usar plenamente e com inteligncia da liberdade que lhe atribuda, quer nos preliminares gerais da iniciao crist (n. 34, p. 19), quer em seguida nas rubricas do ritual. foi para isso que, em muitos momentos, intencionalmente, no se determinou o modo de proceder e de orar, ou se propem duas solues, para que o celebrante possa adaptar o rito condio dos candidatos e das pessoas presentes, segundo o seu prudente juzo pastoral. deixou-se a mxima liberdade nas admonies e nas splicas, que, segundo as circunstncias, podem sempre ser abreviadas ou modificadas ou at enriquecidas com intenes, para poderem corresponder situao particular dos candidatos (por exemplo, luto ou alegria da famlia de algum deles) ou das pessoas presentes (por exemplo, luto ou alegria comum da parquia ou da cidade). ao celebrante compete, igualmente, adaptar os textos, mudando o gnero e o nmero conforme os casos.

  • captulo i

    RITUAL DO CATECUMENADOEM VRIOS DEGRAUS

    primeiro degraurito da admisso dos catecmenos

    68. o rito pelo qual aqueles que desejam tornar-se cristos so admitidos entre os catecmenos celebra-se quando, depois de terem recebido um primeiro anncio do deus vivo, tm j o incio da f em cristo salvador. pressupe-se, portanto, realizada a primeira evangelizao, o comeo da converso e da f e do sentido da igreja, o contacto prvio com o sacerdote e com alguns membros da comunidade e ainda a preparao para celebrar este rito litrgico.

    69. antes de os candidatos serem admitidos entre os catecmenos, deixar-se- passar o tempo suficiente, segundo os casos, para indagar os motivos da converso e os purificar, se for necessrio. A admisso far-se- em dias determinados, no decurso do ano, de harmonia com as condies locais.

    70. para desejar que toda a comunidade crist ou ao menos alguma parte dela, amigos e parentes, catequistas e sacerdotes, tomem parte activa na celebrao.

    71. estejam tambm presentes os garantes que trouxeram os candidatos e agora os apresentam igreja.

    72. o rito que consta da recepo dos candidatos, da liturgia da palavra e da despedida, pode ser tambm seguido da eucaristia.

  • 46 iniciao crist dos adultos

    ritos iniciais

    73. os candidatos, acompanhados dos seus garantes e da comunidade dos fiis, renem-se fora da porta da igreja ou no trio ou na entrada, ou ainda num lugar apropriado da mesma igreja ou, finalmente, conforme os casos, noutro lugar adequado fora da igreja. o sacerdote ou o dicono, revestido de alva ou sobrepeliz e estola, ou at de pluvial de cor festiva, chega enquanto os fiis, se for oportuno, cantam um salmo ou um hino apropriado, por exemplo:

    Antfonavs abris, senhor, a vossa mo e saciais a nossa fome.Salmo 144 (145)o senhor clemente e compassivo,paciente e cheio de bondade.o senhor bom para com todose a sua misericrdia se estende a todas as criaturas.

    o senhor justo em todos os seus caminhose perfeito em todas as suas obras.o senhor est perto de quantos o invocam,de quantos o invocam em verdade.

    Admonio prvia

    74. o celebrante sada os candidatos com afabilidade. dirige-lhes a palavra, a eles, aos seus garantes e a todos os presentes, para exprimir a alegria e o contentamento da igreja e recorda aos garantes e amigos a experincia e os sentimentos religiosos que levaram os candidatos, pelo seu caminho espiritual, a dar hoje este passo.em seguida, convida os garantes e os candidatos a aproximarem-se. enquanto eles vo ocupando os seus lugares em frente do sacerdote, pode cantar-se um cntico apropriado, v.g. o salmo 62 (63), 1-9.

  • catecumenado em vrios degraus 47

    Antfonaa minha alma tem sede de vs, meu deus.Salmo 62 (63)senhor, sois o meu deus: desde a aurora vos procuro.a minha alma tem sede de vs.por vs suspirocomo terra rida, sequiosa, sem gua.

    Quero contemplar-vos no santurio, para ver o vosso poder e a vossa glria.a vossa graa vale mais que a vida:por isso, os meus lbios ho-de cantar-vos louvores.

    Quando no leito vos recordo,passo a noite a pensar em vs.porque vos tornastes o meu refgio,exulto sombra das vossas asas.

    Dilogo

    75. o celebrante comea por perguntar a cada um dos candidatos, se for necessrio, o seu nome civil ou o de famlia, a no ser que, por serem poucos os candidatos, os seus nomes j sejam conhecidos. poder faz-lo deste modo ou de outro semelhante:

    como te chamas?candidato:

    n.

    cada qual responde sempre de per si, ainda que, em razo do nmero dos candidatos, a pergunta seja feita uma s vez pelo celebrante.

  • 48 iniciao crist dos adultos

    ________________________________________________________

    se se julgar prefervel, o celebrante chama cada um pelo seu nome.

    celebrante:

    n.

    e cada qual responde:presente.________________________________________________________

    as perguntas que vm a seguir, quando os candidatos forem muitos, podem ser feitas a todos ao mesmo tempo.

    celebrante:Que vens (vindes) pedir igreja de deus?candidato(s):a f.celebrante:para que te (vos) serve a f?candidato(s):para alcanar a vida eterna.o celebrante tambm pode usar outras palavras para interrogar o(s) candidato(s) acerca da sua inteno, como tambm deixar-lhe(s) a liberdade de responder por outra forma. assim, por exemplo, depois da primeira interrogao: Que vens (vindes) pedir? Que pretendes (pretendeis)? Que vens (vindes) procurar? pode aceitar-se a resposta: a graa de cristo, ou ser admitido na igreja, ou a vida eterna, ou outra que venha a propsito, s quais o celebrante adaptar, depois, as suas perguntas.

  • catecumenado em vrios degraus 49

    Primeira adeso

    76. em seguida o celebrante, adaptando, se for necessrio, uma vez mais as suas palavras s respostas recebidas, dirige-se de novo aos candidatos com estas palavras ou outras semelhantes:

    carssimos candidatos:deus comunica a sua luz a todo o homem que vem a este mundo, e a partir das coisas criadas manifesta-lhe as suas perfeies invisveis, para que o ser humano saiba dar graas ao seu criador.vs seguistes a luz de deus, e por isso, agora, abre-se diante de vs o caminho do evangelho. J reconheceis o deus vivo que fala verdadeiramente aos homens, e este o ponto de partida de tudo o mais. guiados pela luz de cristo, comeastes a descobrir a sua sabedoria. se apoiardes cada vez mais nele a vossa vida, acabareis por acreditar nele de todo o corao.aqui tendes traado, em breves palavras, o caminho da f. por esse caminho cristo vos h-de conduzir, na caridade, posse da vida eterna.e agora dizei-me: estais dispostos, guiados pela sua mo, a seguir de hoje em diante por este caminho?candidatos:sim, estou disposto.outras frmulas escolha, mais adaptadas para outras circunstncias, n. 370, p. 235.

    77. Em seguida, dirigindo-se aos garantes e a todos os fiis, interro-ga-os com estas palavras ou outras semelhantes:vs, que nos apresentais estes candidatos, e vs todos, irmos, aqui presentes, estais dispostos a ajud-los a encontrar cristo e a segui-lo?todos:sim, estamos dispostos a ajud-los.

  • 50 iniciao crist dos adultos

    ________________________________________________________

    Exorcismo e renunciao aos cultos gentlicos

    [78.] onde estiver generalizada a prtica de cultos gentlicos - culto dos espritos, culto dos mortos, magia - pode, a juzo das conferncias episcopais, introduzir-se, no todo ou em parte, um primeiro exorcismo e uma primeira renunciao, como a seguir se indica. neste caso, omitir-se- o n. 76, p. 49.

    [79.] depois de uma brevssima admonio, acomodada s circunstn-cias, o celebrante sopra levemente sobre o rosto de cada candidato e diz:com o sopro da vossa boca expulsai, senhor, os espritos malignos: ordenai que se retirem porque chegou o vosso reino.se o sopro, ainda que leve, parecer menos conveniente, omite-se; o celebrante diga a frmula acima indicada com a mo direita estendida em direco aos candidatos, ou de outro modo mais de acordo com os usos da regio, ou at sem qualquer gesto.

    se os candidatos forem em grande nmero, o celebrante diga a frmula uma s vez, para todos, omitindo a exsuflao.

    [80.] se a conferncia episcopal julgar oportuno que os candidatos renunciem expressamente, neste momento, aos cultos de uma religio no crist, invocao dos espritos ou magia, a ela compete encon-trar as frmulas para o interrogatrio e a renunciao, de harmonia com as condies locais, tendo o cuidado de evitar que essas frmulas encerrem algo de ofensivo para aqueles que praticam esses cultos. as palavras dessas frmulas podem ser estas ou outras semelhantes:carssimos amigos, se aqui vos encontrais neste momento porque deus vos chamou. ajudados pela sua graa, decidistes ador-lo e servi-lo s a ele e a seu filho Jesus cristo. chegado o momento de renunciardes publicamente s coisas que no so deus e aos cultos que no so o culto de deus.

  • catecumenado em vrios degraus 51

    doravante no vos afasteis de deus e do seu cristo para servir outros deuses.candidatos:sim, no nos afastaremos.celebrante:renunciais a prestar culto a n. e n.?candidatos:sim, renunciamos.e assim, de igual modo, para cada culto a que devem renunciar.

    outras frmulas escolha no n. 371, p. 236.

    [81.] em seguida, o celebrante, dirigindo-se aos garantes e a todos os fiis, interroga-os com estas palavras ou outras semelhantes:

    vs, que nos apresentais estes candidatos, e vs todos, irmos, aqui presentes, ouvistes como eles responderam, e sois testemunhas de que eles escolheram o senhor Jesus cristo e de que s a ele querem servir?todos:sim, somos testemunhas.celebrante:estais dispostos a ajud-los a encontrar cristo e a segui-lo?todos:sim, estamos dispostos.________________________________________________________

  • 52 iniciao crist dos adultos

    82. o celebrante, de mos juntas, diz:graas vos damos, pai clementssimo,por estes vossos servos,porque de muitas maneiras os preparastese lhes batestes porta,levando-os a procurar-vos,e porque hoje os chamastese eles vos responderam diante de ns.por isso ns vos louvamos e vos bendizemos, senhor.todos:

    conveniente que esta e as outras aclamaes ao longo do ritual, na medida do possvel, sejam cantadas.

    Signao da fronte e dos sentidos

    83. ento o celebrante convida os candidatos (se forem poucos) e os seus garantes com estas palavras ou outras semelhantes:agora, carssimos amigos, aproximai-vos com os vossos garantes para receberdes o sinal dos discpulos de Jesus cristo.os candidatos aproximam-se do celebrante, um por um, acompanha-dos dos respectivos garantes.

    o celebrante traa uma cruz com o polegar na fronte de cada um dos catecmenos (ou diante da fronte, se a conferncia episcopal, atentas as circunstncias, julgar menos conveniente o contacto directo), dizendo:

  • catecumenado em vrios degraus 53

    n., recebe a cruz na tua fronte.cristo te fortalececom o sinal do seu amor (ou: da sua vitria).aprende agora a conhec-lo e a segui-lo.cada signao, pode concluir-se, se for oportuno, com uma aclamao de louvor a cristo, por exemplo:

    todos:

    depois de o celebrante ter feito o sinal da cruz sobre todos os cate-cmenos, o mesmo fazem, se parecer oportuno, os catequistas e os garantes, a no ser que o devam fazer depois, como se indica no n. 85, p. 54.

    ________________________________________________________

    [84.] se o nmero dos candidatos for muito grande, o celebrante diri-ge-se a eles com estas palavras ou outras semelhantes:carssimos amigos: ao juntar-vos a ns (se antes fizeram a renunciao, acrescenta: e ao renunciardes aos falsos cultos), aceitastes a nossa vida e a nossa esperana em cristo. agora, para serdes catecmenos, vou marcar-vos com o sinal da cruz de cristo, juntamente com os vossos catequistas e garantes, e toda a comunidade vos vai receber com amizade e ajudar-vos na vossa caminhada.o celebrante faz seguidamente o sinal da cruz sobre todos os candida-tos ao mesmo tempo, enquanto os catequistas ou os garantes o fazem sobre cada um.

  • 54 iniciao crist dos adultos

    entretanto o celebrante diz:recebei a cruz na vossa fronte.cristo vos fortalececom o sinal do seu amor (ou: da sua vitria).aprendei agora a conhec-lo e a segui-lo.todos:

    ________________________________________________________

    85. em seguida, faz-se a signao dos sentidos (que, a juzo do cele-brante, pode ser omitida em parte ou mesmo totalmente).

    as signaes so feitas pelos catequistas ou pelos garantes (e, em casos particulares, se for necessrio, podem ser feitas por vrios presbteros ou diconos). a frmula, porm, sempre proferida pelo celebrante que diz:

    Na signao dos ouvidos:recebei o sinal da cruz nos ouvidos,para ouvirdes a voz do senhor.cada signao, pode concluir-se, se for oportuno, com uma aclamao de louvor a cristo, por exemplo:

    todos:

  • catecumenado em vrios degraus 55

    Na signao dos olhos:recebei o sinal da cruz nos olhos,para verdes a luz de deus.todos:

    Na signao da boca:recebei o sinal da cruz na boca,para responderdes palavra de deus.

    todos:

    Na signao do peito:recebei o sinal da cruz no peito,para que cristo habite, pela f, no vosso corao.todos:

  • 56 iniciao crist dos adultos

    Na signao dos ombros:recebei o sinal da cruz nos ombros,para levardes o jugo de cristo, que suave.todos:

    depois o celebrante faz, sozinho, a signao sobre todos os catecme-nos ao mesmo tempo, sem os tocar, mas traando o sinal da cruz sobre eles, enquanto diz:

    candidatos:

    @

  • catecumenado em vrios degraus 57

    Quando recitado, o celebrante diz: sobre todos vs eu fao o sinal da cruz,em nome do pai, e do filho, @ e do esprito santo,para terdes a vida pelos sculos sem fim.

    candidatos:amen.o rito da signao, sobretudo se os catecmenos forem poucos, pode ser feito sobre cada um pelo celebrante, que diz as frmulas no singular.

    86. cada signao (n. 83, p. 52, n. 84, p. 53, e n. 85, p. 54), pode concluir-se, se for oportuno, com uma aclamao de louvor a cristo, por exemplo:glria a vs, senhor.

    87. em seguida o celebrante diz:oremos.atendei, pai de bondade,as nossas humildes splicase defendei, com o poder da cruz do senhor,estes catecmenos n. e n.marcados com o sinal da mesma cruz,para que, observando os vossos mandamentos,conservem as primcias do vosso dome meream chegar glria do renascimento baptismal.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.r. amen.

  • 58 iniciao crist dos adultos

    oudeus eterno e omnipotente,que pela morte e ressurreio do vosso filhonos fizestes renascer para a vida eterna, fazei que os vossos servos n. e n.,por ns marcados com o sinal da cruz,sigam os passos de cristoe mostrem na vida o poder salvadorque da mesma cruz lhes vem.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.r. amen.

    ________________________________________________________

    Imposio do nome novo

    [88.] nos lugares onde existem religies no crists que impem logo aos iniciados um nome novo, a conferncia episcopal pode determinar que seja imposto, neste momento, aos novos catecmenos, o nome cristo ou um nome usado nas culturas locais, desde que seja compatvel com os sentimentos cristos (neste caso omitem-se, a seu tempo, os nn. 203-205, pp. 123-124).

    celebrante:n., doravante chamar-te-s tambm n.catecmeno:amen (ou outra palavra adequada).Nalguns casos, bastar explicar a significao crist do nome que lhe foi dado por seus pais.

  • catecumenado em vrios degraus 59

    Ritos auxiliares

    [89.] a juzo das conferncias episcopais, podem admitir-se costumes que porventura existam para significar a entrada na comunidade, por exemplo a entrega do sal ou outro acto simblico, ou a entrega de uma cruz ou de uma medalha de cristo. estes ritos podem fazer-se antes ou depois da entrada na igreja.

    ________________________________________________________

    Introduo dos catecmenos na igreja

    90. terminados estes ritos, o celebrante convida os catecmenos a entrar com os seus garantes na igreja ou noutro lugar apropriado, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:n. e n., entrai agora na igreja,e tomai parte connosco na mesa da palavra de deus.e, com um gesto, convida-os a entrar. entretanto canta-se o salmo 33 (34), 2-3. 6 e 9. 10-11. 13 e 16, ou outro cntico apropriado.

    AntfonaVinde, filhos, escutai-me,vou ensinar-vos o temor do senhor.ouprovai e vedecomo o senhor bom.Salmo 33 (34)a toda a hora bendirei o senhor,o seu louvor estar sempre na minha boca.a minha alma gloria-se no senhor:ouam e alegrem-se os humildes.

  • 60 iniciao crist dos adultos

    Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,o vosso rosto no se cobrir de vergonha.saboreai e vede como o senhor bom:feliz o homem que nele se refugia.

    Temei o Senhor, vs os seus fiis,porque nada falta aos que o temem.os poderosos empobrecem e passam fome,aos que procuram o senhor no faltar riqueza alguma.

    Qual o homem que ama a vida,que deseja longos dias de felicidade?os olhos do senhor esto voltados para os justose os ouvidos atentos aos seus rogos.

  • catecumenado em vrios degraus 61

    celeBrao da palavra de deus

    91. depois de os catecmenos ocuparem os seus lugares, o cele-brante dirige-lhes breves palavras para lhes fazer compreender a importncia da palavra de deus que na igreja anunciada e escutada.

    em seguida, o livro das sagradas escrituras trazido em pro-cisso, colocado respeitosamente no lugar a ele destinado, podendo mesmo ser incensado.

    segue-se a celebrao da palavra de deus.

    Leituras e Homilia

    92. escolha-se uma ou vrias leituras mais apropriadas aos novos catecmenos, de entre as que vm indicadas no leccionrio das missas rituais. podem tambm escolher-se outros textos apropriados e outros salmos responsoriais, propostos no n. 372, p. 238.

    segue-se a homilia.

    Entrega dos Evangelhos

    93. em seguida, se o celebrante assim o entender, pode distribuir-se a cada catecmeno, de maneira digna e respeitosa, o livro dos evan-gelhos. este gesto ser eventualmente acompanhado de uma frmula apropriada, por exemplo:recebe o evangelho de nosso senhor Jesus cristo,filho de deus.catecmeno:amen.

  • 62 iniciao crist dos adultos

    ________________________________________________________

    [93 bis.] podem tambm distribuir-se pequenas cruzes ou medalhas de cristo, a no ser que j tenham sido distribudas anteriormente como sinal de acolhimento. os catecmenos respondero de maneira apropriada oferta e s palavras do celebrante.

    celebrante:recebe esta cruz (ou: esta medalha), sinal do amor de cristo e da nossa f.catecmeno:amen (ou outra palavra adequada).________________________________________________________

    Preces pelos catecmenos

    94. Em seguida, toda a assembleia dos fiis, juntamente com os ga-rantes, faz estas preces ou outras semelhantes pelos catecmenos:

    celebrante:Irmos carssimos: Estes nossos irmos catecmenos fizeram j uma longa caminhada, e ns alegramo-nos com eles pela bon-dade de deus que os fez chegar at este dia. oremos agora ao senhor, para que possam percorrer o grande caminho que ainda lhes resta, at entrarem na plena comunho de vida connosco.

    leitor:para que o pai celeste lhes revele cada dia mais o seu filho Jesus cristo, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

  • catecumenado em vrios degraus 63

    leitor:para que eles aceitem a vontade de deus com todo o corao e esprito generoso, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

    leitor:para que sejam amparados pela nossa ajuda constante e sincera ao longo da sua caminhada, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

    leitor:para que encontrem sempre, no meio de ns, a unidade, a concrdia e a caridade, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

    leitor:para que o nosso corao e o deles seja cada vez mais sensvel s necessidades dos homens, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

    leitor:para que, a seu tempo, sejam encontrados dignos de receber o Baptismo que os far nascer de novo e ser renovados no esprito santo, oremos ao senhor.r. ouvi-nos, senhor.

    a estas preces deve acrescentar-se a habitual splica pelas necessi-dades da igreja e do mundo inteiro, no caso de, aps a despedida dos catecmenos, se omitir a orao universal na celebrao eucarstica (cf. n. 97, p. 65).

  • 64 iniciao crist dos adultos

    Orao conclusiva

    95. terminadas as preces, o celebrante, de mos estendidas sobre os catecmenos, conclui com esta orao:oremos.senhor nosso deus, criador do universo,humildemente vos pedimosque olheis com bondade para estes vossos servos n. e n.,para que vos procurem com grande desejo,vivam na alegria da esperanae Vos sirvam com fidelidade.conduzi-os, senhor,ao Baptismo do novo nascimentopara que tenham vida prspera na comunidade dos fiise alcancem, para sempre,os bens por vs prometidos.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho,que deus convosco na unidade do esprito santo.r. amen.ouoremos.deus eterno e omnipotente,criador de todas as coisas,que formastes o homem vossa imagem,acolhei com amor os catecmenos n. e n.,que esto diante de vse connosco escutaram a palavra do vosso filho.pela fora desta palavrarenovai-os em seu corao,e pela vossa graaconduzi-os at perfeita semelhana com nosso Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.r. amen.

  • catecumenado em vrios degraus 65

    Despedida dos catecmenos

    96. em seguida, o celebrante recorda em breves palavras a alegria da igreja por ter acolhido os catecmenos e exorta-os a que, doravante, procurem viver em conformidade com as palavras que ouviram e despede-os com estas palavras ou outras semelhantes:catecmenos, ide em paz e o senhor vos acompanhe.catecmenos:

    convm que os catecmenos se no dispersem logo depois de sair mas permaneam juntos, com alguns fiis, para poderem partilhar fraternalmente uns com os outros a sua alegria e a sua experincia espiritual.

    se houver razes bastante graves para no sarem (cf. preliminares particulares da iniciao dos adultos, n. 19, 3, p. 27) e tiverem, por isso, de ficar com os fiis, embora assistam Eucaristia, no participem nela como se j fossem baptizados.

    no caso de se no celebrar a eucaristia, canta-se, se for oportuno, um cntico apropriado e despedem-se os fiis juntamente com os catecmenos.

    Celebrao da Eucaristia

    97. depois de os catecmenos se retirarem, se houver eucaristia, comea imediatamente a orao universal pelas necessidades da igreja e do mundo inteiro. depois diz-se o credo, se houver de se dizer, e faz-se a preparao dos dons. por motivos de ordem pastoral, pode, no entanto, omitir-se a orao universal e o credo.

  • 66 iniciao crist dos adultos

    o tempo do catecumenado e os seus ritos

    98. o catecumenado, ou seja a disciplina pastoral dos catecmenos, dever prolongar-se o tempo necessrio para que a sua converso e a sua f possam adquirir a conveniente maturidade e at, se for necessrio, por vrios anos. com efeito, atravs da instruo e da aprendizagem da vida crist durante um perodo suficientemente prolongado, os catecmenos so iniciados nos mistrios da salvao, na prtica dos costumes evanglicos e nos ritos sagrados que a seu tempo se ho-de celebrar e so introduzidos na vida de f, na vida litrgica e na vida de caridade do povo de deus.

    em casos especiais, tendo em conta a formao espiritual dos candidatos, o tempo do catecumenado pode ser abreviado, a juzo do ordinrio do lugar, e at, em circunstncias absolutamente singulares, ser feito todo de uma s vez (cf. n. 240, p. 151).

    99. durante este tempo, os catecmenos sero instrudos na doutrina catlica em todos os seus aspectos, de modo que neles a f seja iluminada, o corao orientado para deus, fomentada a participao no mistrio litrgico, desenvolvido o seu esprito de apostolado e toda a sua vida alimentada segundo o esprito de cristo.

    100. realizem-se celebraes da palavra de deus adaptadas ao tempo litrgico, que sirvam tanto para a instruo dos catecmenos, como para responder s necessidades da comunidade (cf. adiante nn. 106- -108, p. 68).

    101. os primeiros exorcismos, ou exorcismos menores, redigidos em forma deprecativa e positiva, pem diante dos catecmenos a verda-deira condio da vida espiritual, a luta entre a carne e o esprito, a importncia da renncia para alcanarem as bem-aventuranas do rei-no de deus e a necessidade contnua do auxlio divino (cf. adiante nn. 109-118, p. 69).

  • catecumenado em vrios degraus 67

    102. ofeream-se tambm aos catecmenos as bnos, sinal do amor de deus e da solicitude da igreja para com eles, para que, enquanto ainda esto privados da graa dos sacramentos, recebam da igreja o encorajamento, a alegria e a paz, para continuarem o seu trabalho e o seu caminho (cf. adiante nn. 119-124, pp. 74-76).

    103. durante os anos do catecumenado, quando os catecmenos, medida que vo avanando, passam de um grupo catequtico para outro, estas passagens podem ser, por vezes, assinaladas com determinados ritos. assim, se for conveniente, pode antecipar-se a tradio do smbolo e at da orao dominical, e o rito do effath, que s vezes no haver tempo para fazer na ltima preparao dos competentes (nn. 125-126, p. 77). prev-se igualmente a possibilidade de celebraes do rito da uno com o leo dos catecmenos, se em determinado lugar isso for til ou desejado (cf. adiante nn. 127-132, pp. 77-79).

    104. durante este tempo, os catecmenos devem pensar na escolha dos padrinhos pelos quais sero apresentados igreja no dia da eleio (cf. preliminares gerais da iniciao crist, nn. 8-10, pp. 13, e prelimi-nares particulares da iniciao dos adultos, n. 43, p. 35).

    105. ter-se- o cuidado de, algumas vezes no ano, reunir, para algumas celebraes do catecumenado e tambm para os ritos de transio (cf. nn. 125-132, pp. 77-79), toda a comunidade que toma parte na iniciao dos catecmenos, a saber, os presbteros, diconos, catequistas, garantes e padrinhos, amigos e parentes.

  • 68 iniciao crist dos adultos

    celeBraes da palavra de deus

    106. organizem-se celebraes da palavra de deus especialmente destinadas aos catecmenos, que tero por finalidade:

    a) gravar no esprito a doutrina ensinada, v. g. a moral especfica do novo testamento, o perdo das injrias e dos agravos, o sentido do pecado e da penitncia, os deveres do cristo no mundo, etc.; b) ensinar a saborear os aspectos e os caminhos da orao; c) explicar aos catecmenos os sinais, as aces e os tempos do mistrio litrgico; d) introduzi-los pouco a pouco no culto de toda a comunidade.

    107. como j desde o tempo do catecumenado se deve dar uma certa formao em ordem santificao do domingo:

    a) as celebraes indicadas no n. 106, e destinadas aos cate-cmenos, sejam feitas frequentemente neste dia, para que eles se habituem a tomar parte nelas, de maneira activa e correcta; b) oferea-se-lhes, pouco a pouco, a possibilidade de partici-parem na primeira parte da missa dominical; os catecmenos so despedidos depois da liturgia da palavra, e na orao universal acres-centam-se preces por eles.

    108. as celebraes da palavra de deus podem fazer-se depois da catequese e nelas se podem incluir os exorcismos menores; podem igualmente terminar com as bnos, como adiante se dir (cf. n. 110, p. 69, e n. 119, p. 74).

  • catecumenado em vrios degraus 69

    eXorcismos menores

    109. os exorcismos menores so celebrados pelo sacerdote ou pelo dicono, ou at por um catequista digno e competente, deputado pelo Bispo para realizar este ministrio. o que presidir celebrao, esten-dendo a mo sobre os catecmenos inclinados ou ajoelhados, diz uma das oraes adiante indicadas (nn. 113-118, pp. 69-73).

    110. estes exorcismos sero feitos numa igreja ou capela ou na sede do catecumenado, dentro de uma celebrao da palavra de deus; ou ainda, se for oportuno, no princpio ou no fim das reunies de cate-quese; ou at, por motivos especiais, em particular a cada um dos catecmenos.

    111. mesmo antes do catecumenado, no tempo da evangelizao, se podem fazer os exorcismos menores, para o bem espiritual dos sim-patizantes.

    112. nada obsta a que os formulrios indicados para os exorcismos menores sejam usados, mais de uma vez, em circunstncias diferentes.

    Oraes do exorcismo

    113. oremos.deus eterno e omnipotente,que por meio de vosso filho unignitonos prometestes o esprito santo,atendei orao que vos dirigimospor estes catecmenos que em Vs confiam.afastai deles todo o esprito do mal,todo o erro e todo o pecado,para que possam tornar-se templos do esprito santo.

  • 70 iniciao crist dos adultos

    fazei que a palavra que procede da nossa fno seja dita em vo,mas confirmai-a com aquele poder e graacom que o vosso filho unignitolibertou do mal este mundo.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.

    todos:

    amen.________________________________________________________

    ou

    114. oremos.senhor nosso deus,que revelais a verdadeira vida,purificais tudo o que corrupo,fortaleceis a f,despertais a esperana e aumentais a caridade,ns vos suplicamos, em nome do vosso amado filho,nosso senhor Jesus cristo,e pela fora do esprito santo,que afasteis destes vossos servosa incredulidade e a dvida(a idolatria e a magia,a feitiaria e o falso culto dos mortos),a avidez do dinheiro e a seduo das paixes,as inimizades e discrdiase toda a espcie de maldade;e porque os chamastespara serem santos e imaculados na vossa presena,

  • catecumenado em vrios degraus 71

    criai neles o esprito de f e de piedade,de pacincia e de esperana,de temperana e de pureza,de caridade e de paz.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.todos:amen.

    ou

    115. oremos.senhor deus todo-poderoso,que criastes o homem vossa imagem e semelhanana santidade e na justia,e depois do pecado o no abandonastes,antes com sbia providncia cuidastes da sua salvaopela encarnao do vosso filho,salvai estes vossos servose libertai-os de todo o mal e da escravido do inimigo.afastai deles o esprito de mentira, de cupidez e de maldade,iluminai-lhes o corao para entenderem o vosso evangelhoe recebei-os no vosso reino,para que, tornando-se filhos da luz,sejam membros da vossa igreja santa,dem testemunho da verdadee pratiquem as obras da caridadesegundo os vossos mandamentos.por nosso senhor Jesus cristo, vosso filho, que deus convosco na unidade do esprito santo.todos:amen.

  • 72 iniciao crist dos adultos

    ou

    116. oremos.senhor Jesus cristo,que subindo ao monte ensinastes os vossos discpulosa fugir do caminho do pecadoe lhes revelastes as bem-aventuranas do reino dos cus,fazei que os vossos servos, que escutam a palavra do evangelho,se conservem livres do esprito de avareza e de ganncia,de impureza e de soberba.como vossos verdadeiros discpulos,sintam-se felizes em ser pobres,em ter fome e sede de justia,em ser misericordiosos e puros de corao:sejam obreiros da paz e sofram na alegria as perseguies,para se tornarem participantes do vosso reinoe, pela misericrdia que lhes est prometida,gozem, no cu, da alegria de ver a deus.vs que sois deus com o pai na unidade do esprito santo.todos:amen.ou

    117. oremos.senhor nosso deus,criador e salvador de todos os homens,que em vossa bondade concedestes a vidaa estes cate