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Abaporu PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS Ensino Fundamental (3° ano Ensino Médio) MATERIAL COMPLEMENTAR Edleise Mendes Adaptação e revisão: Maria Laura Petitinga Silva e Suréia Barigchum

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Abaporu

PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO

DE TEXTOS

Ensino Fundamental (3° ano – Ensino

Médio)

MATERIAL COMPLEMENTAR

Edleise Mendes

Adaptação e revisão:

Maria Laura Petitinga Silva e Suréia Barigchum

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Maranhão / 2015

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

BLOCO DE ATIVIDADES 1 – O que sabem os meus alunos?

BLOCO DE ATIVIDADES 2 – Estratégias para ler e compreender

BLOCO DE ATIVIDADES 3 – Texto e contexto de leitura e de produção

BLOCO DE ATIVIDADES 4 – Gêneros de textos, modos de leitura e de escrita

BLOCO DE ATIVIDADES 5 – Trabalhando com diferentes linguagens

BLOCO DE ATIVIDADES 6 - Diversidade linguística e usos da linguagem

BLOCO DE ATIVIDADES 7 – Ler, tecer, argumentar

BLOCO DE ATIVIDADES 8 – Avaliação do processo de aprendizagem

ANEXOS

ANEXO A – Textos (Versão para os alunos)

ANEXO B - Estratégias para o trabalho de avaliação e reescrita das produções

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APRESENTAÇÃO Cara professora, caro professor: Este material foi idealizado para servir de orientação e fonte de recursos para os trabalhos a serem desenvolvidos nas aulas complementares de leitura e produção de textos de alunos do 9º ano do Ensino Médio. É, portanto, um material de apoio, que tem o objetivo de aprimorar as capacidades dos estudantes que apresentam dificuldades nas práticas de leitura e escrita. Ele deve funcionar, portanto, de modo independente, visto que traz atividades completas, cujos textos trabalhados se encontram em anexo. As orientações e atividades foram organizadas a partir dos referenciais do SAEB e das capacidades indicadas para o 9º ano do Ensino de Nível Fundamental. Em sua estrutura, cada bloco de atividades traz os objetivos que o orientam, os recursos necessários para a realização das atividades, os procedimentos e orientações para o professor e também sugestões complementares, como atividades adicionais, modos de avaliação etc. O que objetivamos é contribuir para que o trabalho que está prestes a ser realizado possa se alimentar com outros modos de atuação, os quais dialoguem com as experiências já construídas entre professor e alunos na prática cotidiana de sala de aula. Adicionalmente, o material também é autoformativo, exigindo de sua parte reflexão constante sobre o que, por que e como fazer para que o seu trabalho seja eficaz e prazeroso para os alunos, sem, no entanto, apresentar fórmulas ou receitas pré-fabricadas de como proceder. A orientação adotada para a elaboração das atividades caracteriza-se por uma concepção de ensinar e aprender que considera o aluno sujeito atuante, que constrói a sua competência no uso da língua juntamente com o professor, o qual exerce o papel de orientador e mediador no seu processo de aprendizagem. Nesse sentido, o professor não se restringe a um mero transmissor de conteúdos da disciplina ou de modelos prontos de leitura e de escrita. O professor é, antes de tudo, um agente fundamental para a formação humanista do aluno, nos diferentes modos de interagir com o mundo à sua volta, auxiliando-o a construir a sua cidadania, o seu senso ético e moral e o respeito ao outro e às diferenças. Além disso, ressaltamos alguns princípios gerais que fundamentam este material e que devem orientar a sua prática a partir dele:

As atividades e tarefas devem ser desenvolvidas a partir dos eixos da leitura e da produção de textos, orais e escritos, de diferentes gêneros.

A análise linguística deve ser trabalhada a partir do uso da língua, ou seja, das dificuldades e necessidades apresentadas pelos alunos, e não de modo superficial e descontextualizado.

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A avaliação deve ser prática constante, que visa ao avanço do aluno em relação ao ponto de partida e não em relação ao produto final em si.

As atividades devem ser conduzidas considerando-se a especificidade dos alunos envolvidos, sendo guiadas, portanto, por uma abordagem culturalmente sensível a esses sujeitos.

Desse modo, a nossa intenção é fazer com que você, professor(a), atue em sala de aula se envolvendo com o processo de ensino/aprendizagem, pensando sobre ele, fazendo uso de estratégias que estão presentes no seu próprio modo de usar a língua que ensina. Para isso, deve ser elemento ativo, participante e construtor do conhecimento produzido em sala de aula juntamente com seus alunos, e não mero reprodutor de fórmulas prontas. Para que o trabalho possa alcançar os objetivos propostos, a sua participação é fundamental, como pessoa, como membro de sua comunidade e como alguém que pretende ajudar os alunos a descortinarem o mundo através da língua que falamos, lendo e produzindo textos com competência e autonomia. Esperamos que você aproveite essa oportunidade e faça com que os alunos sob a sua responsabilidade cresçam na língua em que vivem, sobretudo nessa etapa de escolarização, na qual os estudantes estão em preparação para enfrentarem o mundo do trabalho, por um lado, e, por outro, em processo de preparação para continuar seus estudos em nível superior. Com um trabalho diferenciado com a leitura e escrita, é possível conduzir os estudantes ao aprimoramento de suas competências de leitura e escrita na língua portuguesa. Está pronto para mais esse desafio?

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Para ler e refletir!

AULA DE LEITURA

A leitura é muito mais

do que decifrar palavras

Quem quiser parar pra ver

pode até se surpreender

vai ler nas folhas do chão

se é outono ou verão;

nas ondas soltas do mar

se é hora de navegar;

e no jeito da pessoa

se trabalha ou se é à-toa

na cara do lutador,

quando está sentindo dor;

vai ler na casa de alguém

o gosto que o dono tem;

e no pêlo do cachorro,

se é melhor gritar socorro;

e na cinza da fumaça,

o tamanho da desgraça;

e no tom que sopra o vento,

se corre o barco ou se vai lento;

e também no calor da fruta,

e no cheiro da comida,

e no ronco do motor,

e nos dentes do cavalo,

e na pele da pessoa,

e no brilho do sorriso,

vai ler nas nuvens no céu,

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vai ler na palma da mão,

vai ler até nas estrelas,

e no som do coração.

Uma arte que dá medo

é a de ler um olhar,

pois os olhos tem segredos

difíceis de decifrar

( Ricardo Azevedo)

Disponível em: http://www.ocantinhodalena.com.br/prof/prof06/prof06.htm. Acesso em

20/02/2015.

BLOCO DE ATIVIDADES 1 – O que sabem os meus alunos?

OBJETIVOS

Refletir de modo crítico com os alunos sobre o papel da leitura e da

escrita na sociedade e sobre a relação que eles mantêm com essas

práticas.

Realizar um diagnóstico com os alunos para identificar os seus

conhecimentos nas competências de leitura e escrita e também as suas

dificuldades e necessidades.

Realizar atividades de pré-leitura e leitura de um texto, explorando as

experiências de leitura dos alunos.

Explorar a capacidade dos alunos para fazerem inferências,

comparações e ampliações de sentido através do trabalho com/inter

textos que abordam a mesma temática.

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

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PROCEDIMENTOS

Você é professor(a) e sabe como é importante conhecer o contexto no qual se

desenvolve o processo de aprendizagem, sobretudo conhecer os seus alunos,

seus saberes, dificuldades, desejos e apreensões. Por isso, é muito importante

começar o trabalho desenvolvendo atividades que possam traçar um perfil

inicial do seu público.

Além disso, os nossos alunos não costumam refletir sobre a língua que falam e

também sobre a importância de ter competências de leitura e de escrita bem

desenvolvidas. Por isso, sugerimos que comece a primeira semana anotando

algumas questões para que possa, a partir daí, elaborar um diagnóstico:

Que concepções têm os meus alunos sobre língua, linguagem e

interação?

Que percepções têm sobre o modo como falam, leem e escrevem?

Como os meus alunos leem?

Como os meus alunos escrevem?

Quais são as principais dificuldades dos meus alunos?

O que é preciso fazer de imediato para auxiliá-los a avançar no

desenvolvimento da competência linguístico-comunicativa em sua língua

materna?

Que estratégias posso utilizar para que eles desenvolvam a capacidade

de pensar criticamente sobre a língua que usam e sobre o modo como

se comunicam e interagem através da linguagem?

A partir destes questionamentos, você deve planejar a sua primeira

semana de aulas. Mas, antes, é necessário ter uma conversa inicial com

os alunos e realizar alguns acordos didáticos e de convivência dentro do

processo de aprendizagem.

Desse modo, no primeiro encontro, depois de apresentar-se e falar um pouco

sobre o trabalho que irão desenvolver ao longo do curso, predisponha-se a

ouvir os seus alunos. Cada um deles, na medida do possível, deve falar sobre

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si mesmo, sobre suas expectativas e interesses, além de relatar sobre a sua

experiência anterior na escola.

Após essa conversa inicial, proponha aos estudantes realizar um acordo sobre

o trabalho a ser desenvolvido a partir daquele momento. Observe os aspectos

listados abaixo e adapte-os, se for o caso, ao contexto do seu público-alvo.

Os avanços e retrocessos da turma são de responsabilidade de

todos - a turma deve trabalhar em conjunto, partilhando conhecimentos,

dúvidas e dificuldades para que todos contribuam para o desenvolvimento

da aprendizagem.

As pessoas aprendem de diferentes maneiras – cada aluno tem um

ritmo próprio de aprendizagem, mais ou menos lento a depender do seu

ponto de partida; desse modo, todos devem respeitar as limitações e

dificuldades do outro, ajudando-o e incentivando-o a avançar.

Todos os envolvidos no processo de aprendizagem são avaliadores

– os alunos e a professora devem avaliar o desenvolvimento do processo

de aprendizagem: o professor avalia a turma e a si mesmo, os alunos se

autoavaliam, avaliam os outros alunos e a professora. Ao final de cada mês

de aula, deve haver uma avaliação geral com a participação de todos, na

qual devem ser discutidos os avanços, as dificuldades e problemas, assim

como os interesses e necessidades dos alunos.

A reflexão constante sobre as dificuldades e o processo de

trabalhá-las em conjunto é o melhor caminho para o avanço da

aprendizagem – ao final de cada semana de aula ou quinzena será

destinado um momento para a identificação de dificuldades específicas dos

alunos. Nesse processo, todos devem contribuir para a solução dos

problemas apresentados, o que pode ser feito nos encontros posteriores.

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Após a conversa inicial que teve com os alunos, dê início às atividades de

diagnóstico planejadas. Como sugestão, você pode utilizar o texto “Não

despertemos o leitor”, de Mário Quintana, ou outro de sua escolha que

sensibilize os alunos para ler, para aprender.

Texto 1

NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo. Autor que os queira preservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas. “A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: “disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, como, aliás, os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas. Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar comum é a base da sociedade, e sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com idéias originais. Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista: “ O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!” O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada. (QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo,1983. p. 52.)

Após a leitura inicial do texto, você pode fazer os seguintes questionamentos:

Todas as pessoas leem do mesmo modo? Por quê?

O que significa não despertar o leitor?

O leitor dentro de você está desperto?

Em seguida, é importante que os alunos façam uma segunda leitura do texto,

agora registrando as palavras desconhecidas, as impressões etc. Os

questionamentos a seguir podem contribuir para aprofundar a compreensão do

texto:

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Qual a relação entre o conteúdo do texto e o seu título?

Após as leituras, o que vocês entendem por “não despertemos o leitor”?

Além disso, você pode construir um roteiro de estudo do texto, como o que

sugerimos a seguir:

1. Defina, com palavras próprias, um leitor dorminhoco. 2. O que um autor não deve fazer se quiser conservar seus leitores? 3. Plutarco (filósofo grego que teria vivido entre 46 e 120 d.c.) não se

comporta como um grego comum por quê? O que isso significa? 4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das

conversas? 5. Atenção para o significado da palavra ironia: modo de exprimir-se que

consiste em dizer o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo. Com base nessa informação, podemos afirmar que o texto se constrói com muita ironia. Explique esse sentido irônico, exemplificando com trechos do texto.

6. Explique o sentido que as expressões indicadas adquirem no contexto: a. “[...] frases feitas”. b. “[...] o lugar-comum é a base da sociedade.” c. “[...] Ninguém é levado a sério com idéias originais.” d. “[...] O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”.

7. Como se comportaria o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em relação a esta frase: “O Brasil não fugirá ao seu destino histórico.”

Após o estudo mais detalhado do texto, provoque os alunos:

O QUE PODEMOS FAZER EM SALA DE AULA PARA DESPERTAR OS

LEITORES QUE EXISTEM EM NÓS?

Por exemplo, proponha aos estudantes uma discussão a partir destas

sugestões.

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Dando continuidade a essa atividade, você pode explorar o conhecimento de

mundo dos alunos sobre a importância da leitura e da escrita na vida cotidiana.

Para isso, observe esse outro texto: “Leitura: você faz a diferença”, de Marisa

Lajolo. O modo de leitura aqui desenvolvido pode ser mais participativo, como

a realização de leitura conjunta com os alunos, em dupla, em grupo etc.

Texto 2

LEITURA: VOCÊ FAZ A DIFERENÇA

A escrita, os livros e a leitura estão presentes em várias expressões que enchem nossa boca e nossos ouvidos. Quem é que nunca ouviu a frase "o homem que lê vale mais"? Ou que gostaria que a sua vida ou a de alguém fosse um livro aberto? E qual mãe, depois do almoço de domingo, não tem vontade de perguntar a todos da família onde está escrito que cozinhar e lavar pratos é tarefa somente de mulheres?

Às expressões acima somam-se tantas outras... Puxe pela memória. Você vai se lembrar! Em todas elas, as palavras leitura, escrita e livros têm sentido positivo. Atestam e passam recibo do valor de uma pessoa, da transparência e inteligibilidade de um processo, da força da escrita como determinadora ou, pelo menos, de

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influenciadora de normas e de comportamentos. No entanto, ouvimos a todo momento dizer que o brasileiro lê pouco. E por que um povo que em tese não gosta de ler atribuiria tanto valor à leitura a ponto de fazer dela e dos livros metáfora de valores construtivos? Talvez a história não seja bem assim e a questão não esteja na quantidade de romances, ficções e aventuras consumidos anualmente.

Pesquisas recentes sugerem que no Brasil se lê, sim. Só que não os autores e os livros que os especialistas acham que deveriam ser os mais lidos e os mais apreciados. [...]

Agora tente recuperar a sua própria história de leitor. O que você realmente gosta de ler em suas horas vagas? Como começou a apreciar esse tipo de literatura? Qual o primeiro livro lido por você? Lembra-se de como esse exemplar chegou a suas mãos? As primeiras leituras foram experiências agradáveis ou dolorosas? [...] (Adaptado de: LAJOLO, Marisa. Leitura: você faz a diferença. Revista Com a Palavra, nº 168, Dezembro de 2003. Fundação Vitor Civita. )

Inicie a atividade questionando os alunos:

- NA OPINIÃO DE VOCÊS, QUAL A RELAÇÃO ENTRE OS TEXTOS “NÃO

DESPERTEMOS O LEITOR” E “LEITURA: VOCÊ FAZ A DIFERENÇA”?

Desenvolva uma conversa, ressignificando o que eles dizem e ampliando as

informações. Após a leitura do texto, sugira que os alunos discutam, em grupo,

as seguintes questões:

a) Destaquem expressões e frases da vida cotidiana que abordem temas

como a leitura, a escrita e a linguagem, tal como as apresentadas no texto.

b) Por que, segundo a autora, a leitura e a escrita “passam recibo do valor de uma pessoa”?

c) Expliquem o que quer dizer a afirmação: “Pesquisas recentes sugerem que no Brasil se lê, sim. Só que não os autores e os livros que os especialistas acham que deveriam ser os mais lidos e os mais apreciados. [...]”

Como culminância das atividades de diagnóstico, realize a atividade de

produção textual sugerida abaixo.

Atividade de produção. Incentive os alunos a relatarem, por escrito, as suas

experiências com a leitura e a escrita, na escola e também fora dela. As

perguntas no quadro podem ser exemplos de orientação para os alunos.

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Quando você começou a ler e a escrever? Como foi? Que dificuldades você

enfrentou? Você gosta de ler e escrever? O quê? Você acha que lê e escreve bem?

Você lê e escreve do mesmo modo como fala? O que você acha que precisa melhorar

quando lê e quando escreve? Para você é importante ler e escrever bem? Por quê?

De posse dos textos, analise-os, considerando como roteiro os

questionamentos listados a seguir:

1) De modo geral, como o texto é estruturado do ponto de vista da

organização linguística?

2) Como o texto está organizado do ponto de vista da:

a) ortografia?

b) do uso de elementos coesivos e de referência

(pronomes, preposições, conjunções etc.)?

c) do uso de marcadores (argumentativos, temporais,

conversacionais)?

d) estruturação das frases e parágrafos?

3) Há coerência e relação temática entre as ideias expostas?

4) Há transposição para a escrita de marcas e estratégias da oralidade?

5) O texto apresenta informatividade? Conteúdos relevantes?

6) O texto é criativo e explora recursos de linguagem diferenciados?

Lembre-se de que as etapas anteriores de leitura e a produção escrita

realizada devem lhe dar subsídios para avaliar o grau de competência dos

alunos nessas práticas. O texto produzido, portanto, deve ser avaliado com o

objetivo de verificar o uso que o aluno faz da linguagem e sua adequação ao

propósito solicitado. (Vide Anexo B) Após as análises e o registro dessa etapa

inicial como um todo:

a) A que conclusões você chegou quanto às capacidades de ler e

escrever dos alunos de seu grupo?

b) Todos eles estão no mesmo nível?

c) Que encaminhamentos serão necessários para o desenvolvimento

das atividades seguintes?

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BLOCO DE ATIVIDADES 2 - Estratégias para ler e compreender

OBJETIVOS

Refletir de modo crítico com os alunos sobre o papel da leitura e da

escrita na sociedade e sobre a relação que eles mantêm com essas

práticas.

Praticar a leitura e a releitura de um texto, explorando os sentidos que

apresenta.

Identificar e analisar os recursos expressivos do texto.

Inferir os sentidos de palavras e expressões presentes nos textos lidos.

Explorar a capacidade dos alunos para fazerem inferências,

comparações e ampliações dos sentidos presentes no texto.

Localizar informações explícitas em um texto e fazer comparações entre

textos.

Identificar o tema do texto lido e fazer comparações entre textos.

Experimentar diferentes estratégias de leitura de um texto.

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

PROCEDIMENTOS

Agora que você deu início às atividades de diagnóstico, aproveite para retomar

as discussões do bloco anterior sobre a importância da leitura e da escrita na

vida dos alunos. A ideia é conscientizá-los de que investir no aprimoramento

dessas práticas é promover não só o crescimento pessoal deles, mas,

sobretudo, alargar as possibilidades de inserção social como sujeito e cidadão.

Para a retomada do tema, chame a atenção dos alunos para o fato de que a

leitura e a escrita estão presentes em todos os momentos da nossa vida diária.

Retome junto com eles algumas situações como exemplo.

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Além disso, lembre à turma que ler e escrever, assim como são competências

importantes na nossa vida diária, também são ações que estão presentes em

todas as disciplinas, não só em Língua Portuguesa! Para que essa discussão

seja mais bem orientada, pergunte aos alunos:

COMO A LEITURA E A ESCRITA SÃO IMPORTANTES NAS AULAS DE:

HISTÓRIA?

GEOGRAFIA?

BIOLOGIA?

MATEMÁTICA?

INGLÊS?

ARTES?

FÍSICA

QUÍMICA?

Após essa discussão inicial, solicite aos alunos que apresentem os textos

produzidos em casa, resultados da atividade da semana anterior.

Incentive os estudantes a lerem os seus textos em sala de aula e aproveite

essas experiências para ampliar as reflexões sobre as dificuldades que

surgem, as quais são partilhadas por todos. (Vide Anexo B) Caso algum aluno

não deseje ler o seu texto, incentive-o a fazer o relato sobre a sua experiência

oralmente.

É importante que esse momento de reflexão seja também uma oportunidade

para a sensibilização dos alunos em relação às suas histórias, suas

dificuldades e necessidades. Em seguida, recolha os textos para realizar uma

leitura pessoal.

Nesse momento, muitas coisas importantes já foram discutidas e os estudantes

já devem estar bastante sensibilizados para o fato de que investir no

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aprimoramento dessas práticas é importante para a vida deles. Então,

aproveite e provoque:

LER É MUITO IMPORTANTE, E MAIS AINDA COMPREENDER O QUE SE

LÊ, MAS...

COMO FAZEMOS A LEITURA DE UM TEXTO?

Aproveite a fala dos alunos e seus comentários para mostrar à turma que há

muitos modos de realizar a leitura de um texto, que pode ser silenciosa e

individual, coletiva e em voz alta, partilhada, dramatizada, segmentada etc. O

importante é que não percam a vontade de mergulhar no texto e absorver tudo

o que ele pode dar! Para incentivar essa prática, solicite a leitura (silenciosa) do

texto de Gabriel Perissé, “A arte de ler... reler”.

Texto 3

A ARTE DE LER... E RELER

Gabriel Perissé f

Reler é verbo insistente, que não tem medo de bicho papão nem de repetição. O próprio verbo reler é um duplo ler, pois se eu leio reler de trás para a frente

ele fica exatamente igual: é reler pra cá... reler pra lá... A releitura é ler de novo o que já é velho, encontrando novidades que só

podem estar ocultas no que todo mundo viu, mas não percebeu. Faltou releitura. Releitura é deixar de ser "analfabeto para as entrelinhas" (Guimarães Rosa) e

captar o que estava lá, mas a pura leitura não soube fisgar, peixe fugidio, lebre arisca, raio de sol.

Releitura cura superficialidade. Releitura faz bem aos olhos. Releitura de manhã ajuda a pensar. Releitura à noite protege contra pesadelos. A releitura é como a água, tanto bate até que fura... nosso medo de entender. Leia de novo: re-lei-tu-ra. De novo: re-lei-tu-ra. De que vale ao homem ter muitos livros se não tiver tempo para reler? Reler

devagar, reler palavra a palavra, letra a letra, degustando cada milímetro de cada significado?

Reler não é chupar uma laranja de novo. O milagre da releitura é que sempre há mais suco na segunda vez. E mais suco ainda na terceira.

Reler é a arte de voltar ao mesmo lugar como se fosse pela única vez. Reler é remar no mesmo mar como se fosse pela primeira vez. Reler o anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas

era pouco e se acabou. Será? Mas se era pouco não era amor.

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Reler é reatar a infância. Reler é entrar de novo na ciranda, ciranda cirandinha, vamos todos cirandar,

vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar, vamos nesta rua, nesta rua, e nesta rua tem um bosque que se chama, que se chama solidão, dentro dele, dentro dele mora um anjo, que roubou, que roubou meu coração.

Reler é reatar passado-presente-futuro. Samba Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada. Samba Lelê precisava... é

de umas boas lambadas. Fui no Itororó beber água, não achei, mas achei bela morena que no Itororó deixei, aproveita, minha gente, que uma noite, que uma vida não é nada... e se não dormir agora... dormirá de madrugada.

Ah, como é bom reler e reouvir essas velhas canções, que nos fazem ficar um pouco mais novos.

Disponível em: http://www.correiocidadania.com.br/antigo/ed202/cultura2.htm .

Acesso em 10/02/2015.

Depois, faça uma segunda leitura, agora bem pausada e expressiva. Em

seguida, pergunte à turma:

COMO O AUTOR CARACTERIZA O ATO DE RELER UM TEXTO?

O QUE VOCÊ SENTIU AO TER O PRIMEIRO CONTATO COM O TEXTO?

E NA SEGUNDA VEZ?

VOCÊ COSTUMA RELER OS TEXTOS PARA MELHOR COMPREENDÊ-

LOS?

A partir desses questionamentos, explore o texto, mostrando aos alunos:

- as características poéticas da linguagem empregada pelo autor;

- os efeitos expressivos, como repetições, aliterações e uso de recursos

gráficos;

- as marcas de outros textos que são recuperados pelo autor.

Em seguida, peça aos estudantes que discutam, em duplas ou em grupos, os

significados das frases e expressões destacadas abaixo, atribuindo-lhes os

sentidos possíveis. Essa atividade é importante para a exploração dos

significados e efeitos estilísticos e poéticos presentes no texto.

a) “Reler é verbo insistente, que não tem medo de bicho papão nem de repetição”.

b) “Releitura é deixar de ser "analfabeto para as entrelinhas" (Guimarães

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Rosa)[...]”. c) “[...] e captar o que estava lá, mas a pura leitura não soube fisgar,

peixe fugidio, lebre arisca, raio de sol”. d) “Releitura cura superficialidade”. e) “A releitura é como a água, tanto bate até que fura... nosso medo de

entender”. f) “Reler não é chupar uma laranja de novo”. g) “Reler é remar no mesmo mar como se fosse pela primeira vez”. h) “Reler é reatar a infância”. i) “Reler é reatar passado-presente-futuro”.

Após a discussão partilhada dos significados construídos em sala de aula a

partir dos trechos selecionados, indique como tarefa final desse encontro uma

atividade de produção escrita.

Desse modo, peça aos alunos que expliquem, por escrito, a afirmação abaixo.

Em seguida, recolha os textos para serem discutidos nos encontros

subsequentes.

PARA COMPREENDER UM TEXTO, É NECESSÁRIO LER, RELER, LER DE NOVO,

RELER DE NOVO, ATÉ QUE NÃO HAJA MAIS MISTÉRIO ENTRE TEXTO E

LEITOR.

Continue preparando os alunos para a realização de novas leituras, agora

chamando a atenção deles para o fato de que podemos utilizar diferentes

estratégias para realizar essa prática.

Além das sugestões que daremos aqui, busque em sua memória experiências

bem sucedidas de leitura, estratégias que já empregou ou partilhou com outros

colegas. O importante é que você crie oportunidades para que o momento da

leitura de um texto seja eficaz e prazeroso.

Antes de iniciar a leitura com os alunos, incentive-os a descobrir, através das

pistas fornecidas, o tema que será abordado no texto. Procure anotar as suas

hipóteses passo a passo, à medida que novas pistas forem sendo

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acrescentadas. Você perceberá que as respostas dos estudantes vão mudando

de acordo com a chegada de novas informações.

Pista 1: É um texto publicado no Jornal A Gazeta, Rio Branco-Acre.

Pista 2: O título do texto é “O que se espera do Brasil”.

Pista 3: O texto apresenta informações e também opinião.

Pista 4: O autor do texto é Marina Silva.

Pista 5: O texto fala de florestas e de preservação ambiental.

Agora que os estudantes estão bastante motivados e que já levantaram

diferentes pressuposições em relação ao texto, proponha uma leitura

compartilhada do mesmo, retomando as informações e inferências dos alunos.

Texto 4

O QUE SE ESPERA DO BRASIL

Marina Silva

Na semana passada, em Oslo, na Noruega, tive a honra de receber o prêmio Sofia e participar da Conferência Internacional de Florestas Tropicais e Mudanças Climáticas, promovida pela Rainforest Foundation. Voltei ainda mais certa do papel fundamental do Brasil nos esforços mundiais para estabelecer um padrão de governança global que proteja as florestas, sua biodiversidade, suas populações tradicionais e, ao mesmo tempo, reduza as emissões de dióxido de carbono geradas pelo desmatamento. O Fundo Amazônia é um bom exemplo do que podemos fazer. Ele é fruto do aumento da consciência ambiental no país, ao longo das últimas décadas, impulsionada pelos movimentos socioambientais, com importantes ganhos legislativos, acúmulo de capacidade técnica e institucional e resultados objetivos no controle do desmatamento. Quando apresentou a proposta do fundo em 2007, na Conferência de Bali, na Indonésia, o Brasil contou com apoio imediato e entusiástico do governo da Noruega, por meio de seu ministro do Meio Ambiente, Erik Solheim. A partir da concepção do Fundo Amazônia, a Noruega criou um programa mundial de proteção das florestas tropicais, destinando-lhe 2,7 bilhões de dólares anuais até 2012. Nesses dias em Oslo, ouvi apelos do ministro Solheim, de ambientalistas noruegueses, de representantes de comunidades extrativistas e indígenas de dezenas

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de países para que a implementação do Fundo Amazônia seja bem feita. Pois ele será modelo para programas avançados na luta contra o desmatamento e as emissões de CO2 na maioria dos países que guardam importantes extensões de florestas tropicais. Essa expectativa não combina com os movimentos de desmonte da proteção ambiental a que estamos assistindo no Brasil. Está em jogo nosso histórico de respostas tecnológicas, construção de base legal, experiência institucional e de governança constituído ao longo das últimas décadas com ousadia e criatividade, nem como participação social. A Noruega está hoje na liderança dos esforços globais para proteger as florestas tropicais e a vocação brasileira é, sem dúvida, compartilhar essa liderança. O Brasil não pode ficar apenas na posição de quem recebe ajuda. Pelos nossos motivos específicos, que dizem respeito, sobretudo, a um desenvolvimento para a Amazônia compatível com as necessidades de sua população e com a proteção da floresta. E pelos motivos de nossa responsabilidade com o planeta, que envolve a urgência de reduzir drasticamente as toneladas de carbono que já impactam o presente e ameaçam o futuro. A Gazeta, Rio Branco, Acre. 27 de junho de 2009.

Em seguida, você pode identificar as informações trazidas pelo texto,

orientando a sua discussão por roteiro como o que sugerimos a seguir. O

importante é que você explore a capacidade dos alunos de localizarem

informações explícitas no texto lido.

a) Qual o tema central do texto?

b) Qual a relação entre o título do texto e o tema que desenvolve?

c) O que é o Fundo Amazônia?

d) De acordo com Marina Silva, qual seria o papel do Brasil na proteção

das florestas tropicais?

e) Além do Brasil, que outros países estão envolvidos na mesma ação?

Além disso, aproveite para começar a trabalhar as diferenças entre fato/

informação e opinião. Para isso, compare diferentes trechos do texto, como os

parágrafos primeiro e segundo, quinto e sexto.

Antes de realizar a leitura do segundo texto proposto, incentive os estudantes a

analisarem os grupos de palavras a seguir e tentarem identificar algumas

informações que estarão presentes no texto. Instrua-os a considerar os novos

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grupos de palavras para alterar, adaptar ou acrescentar informações à lista que

vão construindo.

Grupo 1

Casos criminalidade homicídios

redução positivo

segurança equipe

Grupo 2

festa carnaval

policiamento tranquilidade

foliões ruas

Grupo 3

operações educação

fiscalização trânsito

combate drogas armas

Após essa atividade inicial, oriente a leitura do texto a seguir, comparando as

informações que os estudantes destacaram com as informações fornecidas

pelo texto. Observe como os sentidos vão sendo construídos aos poucos, à

medida que novo grupo de palavras é introduzido. Essa atividade pode ser

realizada com qualquer gênero de texto, especialmente os do domínio

jornalístico.

Texto 5

São Luís registra queda no índice de criminalidade durante o Carnaval

O resultado positivo se deve ao sistema eficiente elaborado pela equipe

de segurança do governo do Estado

Publicação: 19/02/2015 11:15 Atualização: 19/02/2015 11:45

O período carnavalesco foi encerrado na última terça-feira (17) em São Luís

com redução nos índices de criminalidade. Dados da Secretaria de Estado de

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Segurança Pública revelam que a criminalidade foi reduzida em 5% na região

metropolitana de São Luís, formada ainda pelos municípios de Raposa, São

José de Ribamar e Paço do Lumiar, em comparação com o período momesco

do ano passado.

No início do planejamento da festa momesca, o governador Flávio Dino pediu

todo o empenho do sistema de segurança pública do estado para assegurar

tranquilidade aos foliões. “O maranhense deve sair para brincar com os amigos

e familiares com toda tranquilidade, sabendo que vai voltar com vida, sem

lesões e com o patrimônio particular preservado”, orientou o governador.

O resultado positivo se deve ao sistema eficiente elaborado pela equipe de

segurança do governo do Estado, composto por policiamento a pé, montado e

motorizado em todos os pontos de folia. Foi registrada a redução de 86% nos

casos de tentativa de homicídio e os números de homicídios também caíram

(6%).

Os casos de roubos a residências e estabelecimentos comerciais também

caíram durante o carnaval de 2015 em comparação às festas de 2014, 75% e

83%, respectivamente. Os registros de tumultos tiveram redução de 17% e o

número de veículos roubados caiu 35%.

Interior

No interior do Estado, o policiamento reforçado também garantiu a

tranquilidade dos foliões. O Médio Mearim está entre as regiões que reduziram

o índice de criminalidade. De sexta a terça-feira (17), nenhuma ocorrência

violenta foi registrada em Bacabal, maior município da região. Em outras 12

cidades que tem policiamento sob a responsabilidade do 15º BPM também não

houve registro de violência no carnaval.

A Polícia Militar realizou operações de fiscalização e educação no trânsito nos

municípios da região, além de combater o porte ilegal de armas. Houve ainda

apreensão de drogas e de armas pela polícia.

A Secretaria da Segurança Pública conclui levantamento de dados sobre os

índices de criminalidade no Estado.

Disponível em:

http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2015/02/19/interna_urbano,167266/sao-luis-

registra-queda-no-indice-de-criminalidade-durante-o-carnaval.shtml . Acesso em 20/02/2015.

Aproveite essa leitura para discutir com os alunos a respeito da violência

urbana que preocupa o nosso país e sobre a necessidade de estarmos atentos

e prevenidos, principalmente durante o carnaval. Explore, junto com eles, as

informações fornecidas pelo texto.

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Mostre também que a leitura de quadros e tabelas exige do leitor

habilidades diferenciadas, visto que além de linguagem verbal, encontrará

também linguagem visual, através do uso de recursos gráficos diversificados,

disposição diferenciada do texto, alteração da ordem e sequência de leitura etc.

Explore este exemplo de tabela!

Além dessas discussões, solicite que os alunos comparem os dois textos

e identifiquem o que eles têm em comum:

Temática?

Propósito comunicativo?

Estrutura?

Pertencem ao domínio jornalístico?

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São predominantemente informativos?

Ressalte que, no primeiro texto, além de informações e relato de fatos,

há a emissão de opinião pessoal, enquanto no segundo há a predominância de

informações.

Agora é necessário que você, depois dessas leituras que exigiram dos

alunos a busca constante de informações nos textos lidos, realize uma leitura

diferente, com um texto que apresente outro tipo de trabalho com a linguagem,

agora mais sensível e poética.

Desse modo, ao final deste bloco, experimente deixar que os alunos

conduzam a leitura do texto “O incêndio de cada um”, realizando, primeiro, uma

leitura individual. Depois, leia o texto com os seus estudantes, de modo

bastante expressivo. É importante que eles sintam a emoção que passa o

texto, e que possam tomar as suas próprias decisões sobre os sentidos ali

produzidos.

Texto 6

A CAVERNA DA ILHA

As primeiras páginas povoaram o quarto até a porta se abrir pela

primeira vez. Daí em diante, o rangido da velha maçaneta anunciou,

repetidamente, os vestígios de que ainda era tarde de segunda-feira.

Naquele dia, começara a leitura das invejáveis Aventuras de Tom

Sawyer. Depois de ouvir, na noite anterior, o relato das peripécias do menino

na caverna da ilha, passei a contar o tempo de espera, que, certamente,

demoraria a passar. Mamãe só me entregaria o livro no dia seguinte, embora já

tivesse terminado sua leitura. Ela sabia que o devoraria assim que chegasse às

minhas mãos, a noite seria o acampamento das minhas fantasias.

Depois de suportar uma manhã de espera na escola, finalmente tomei

posse do livro de capa azul, pequeno, mas de capa azul, a medida exata dos

meus desejos de criança. Em meu quarto, iniciei então o meu percurso pelas

esperadas aventuras. A tarde também apenas se iniciara. A claridade perfeita

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atravessava as descoloridas janelas de madeira pesada. O quarto não era

pequeno. As paredes compridas cortadas pela densa e firme lona que servia

de forro e esconderijo para as aventuras guardadas pelo meu diário deixavam

o quarto ainda maior. Ao lado da porta de entrada, uma passagem separada

apenas por uma penteadeira antiga renovada por tintas amarelas dava acesso

ao quarto do meu irmão. Na grandeza do quarto, perdia-me na fronteira das

folhas amareladas do pequeno livro azul.

Porém, as entradas abruptas do meu irmão à procura dos seus

brinquedos perdidos fizeram-me perder a eternidade anterior. Então resolvi.

Estava decidida. Não voltaria atrás. Desejava angustiadamente penetrar a

caverna da ilha e o caminho era o espaço subterrâneo do quarto. Está claro,

sempre temi os monstros subterrâneos que habitavam o espaço interior da

cama nos instantes noturnos. Afinal, as cavidades são a morada do demônio, e

nós sempre estivemos de lados opostos. Entretanto, a coragem era maior que

o terror, era necessário vencer o medo. Fui para debaixo da cama.

A passagem da luz para as trevas não foi muito dolorosa. Na quase

escuridão, quase senti os morcegos sobrevoarem minha cabeça. Medo e

desejo harmonizavam-se provocando em meu peito uma tensão enorme. Ali

não vi o dia. Ali a tarde tornou-se imóvel. Lá, apenas uma ou outra vez, de

relance, via um filete de Sol na dança do tempo movendo-se,

descompassadamente, mas o movimento de menino, num compasso regular e

natural, guiava-me para as profundezas da caverna. Quando saí, o Sol estava

se pondo.

Midian Garcia – Texto escrito para o Módulo de Leitura e Produção de Textos: disciplina

oferecida nos cursos de EAD da UNIJORGE.

Após essas leituras, peça que os estudantes registrem, por escrito, a resposta

à pergunta:

Que experiência com a leitura foi marcante em sua vida?

Os textos resultantes desta atividade serão trabalhados na semana seguinte,

juntamente com as outras produções já feitas. Para isso, sugerimos que você

leia as produções, considerando-as como ponto de partida para o trabalho de

monitoramente e autoavaliação por parte dos estudantes. (Vide Anexo B)

SUGESTÕES COMPLEMENTARES

Atividades de pré-leitura

1) Inferência do sentido do texto pelo título

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O professor diz o título e lança o desafio para a formulação das hipóteses.

O professor pergunta o que cada aluno espera que o texto informe.

2) Texto Vazado

Suprimir algumas palavras, abrindo espaços no texto.

Preencher os espaços vazados com as palavras consideradas mais adequadas (processo de seleção de palavras mediado pelo professor).

Estabelecer relações entre as palavras e o contexto.

Confrontar com o texto original (leitura-descoberta).

Tecer comentários sobre a adequabilidade e aceitabilidade das palavras utilizadas no preenchimento.

3) Leitura com entonação adequada

Distribuir pequenos textos de diferentes gêneros entre os alunos: trechos de discurso de político, textos excessivamente líricos ou excessivamente dramáticos, textos informativos (notícias, manchetes), letras de pagode, rap etc.

Pedir que leiam, atentando para a entonação adequada.

Comentar, após as apresentações orais, a adequação das entonações e dos ritmos de leitura emprestados a cada texto.

4) Tecido do texto – coesão e coerência

Suprimir os elementos de referência presentes no texto, como pronomes pessoais e relativos.

Solicitar que os alunos preencham os espaços, estabelecendo as relações entre os elementos do texto.

Suprimir os elementos que estabelecem relações entre as ideias do texto, como conjunções, locuções conjuntivas etc.

Pedir que os alunos recuperem as relações entre as ideias expostas, a partir do preenchimento das lacunas.

Solicitação de material para o histórico de produções

Professor(a), solicite aos alunos que tragam, para a próxima semana, um

classificador ou pasta para arquivo. Com esse material você poderá começar a

construir, junto com os estudantes, um histórico individual de produções

(portfólio).

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BLOCO DE ATIVIDADES 3 – TEXTO E CONTEXTO DE LEITURA E DE

PRODUÇÃO

OBJETIVOS

Explorar a capacidade dos alunos para fazerem inferências,

comparações e ampliações dos sentidos presentes no texto,

comparando-o a outros textos.

Identificar as características de diferentes linguagens, comparando

textos verbais e textos visuais.

Elaborar produções escritas a partir da temática do(s) texto(s) lido(s) e

analisá-las, observando as características da linguagem empregada.

Avaliar as atividades desenvolvidas e as produções realizadas durante o

período.

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Textos xerocopiados

- Textos produzidos pelos alunos

- Caderno

- Classificador ou pasta de arquivo

- Lápis, borracha e caneta

PROCEDIMENTOS

Neste bloco de atividades, é importante que você retome algumas leituras e

discussões já realizadas, verificando se os alunos estão de fato conscientes da

importância do exercício constante das práticas de leitura e de produção de

textos. Lembre à turma os textos lidos, as temáticas abordadas e também as

características diferenciadas de cada um deles.

Para ampliar essas leituras e também introduzir outras capacidades para a

compreensão de variados gêneros, leia juntamente com eles as charges a

seguir, do cartunista Ivan Cabral. Lembre-se que esse gênero de texto

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caracteriza-se por ser multimodal, ou seja, mescla diferentes linguagens na sua

composição.

Antes da primeira análise das charges, comece por explorar os conhecimentos

dos alunos sobre esse gênero de texto. Pergunte à turma, por exemplo:

EM QUE ESSES TEXTOS DIFEREM DOS ANTERIORMENTE LIDOS?

QUE LINGUAGENS OS COMPÕEM?

O QUE É NECESSÁRIO PARA A COMPREENSÃO DESSE GÊNERO DE

TEXTO?

Em seguida, analise as charges com os alunos, solicitando que eles as

comparem com os textos anteriormente lidos, e pergunte:

QUE TEXTOS PODEM SER COMPARADOS ÀS CHARGES QUANTO AOS

TEMAS QUE ABORDAM? POR QUE?

Texto 7

https://cantinholiterariososriosdobrasil.wordpress.com/reportagens/

Texto 8

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www.ivancabral.blogspot.com

Mostre, então, aos alunos que os textos 7 e 8 retomam as temáticas dos textos

4 e 5 anteriormente lidos. Além disso, ressalte:

- os efeitos expressivos de cada charge;

- os diferentes propósitos comunicativos;

- a importância da leitura global do texto (linguagem verbal + linguagem visual)

para a compreensão dos seus significados;

- a crítica presente no texto 8, cuja compreensão depende da capacidade de

inferência dos alunos;

- o fato de que a charge é um gênero de texto que exige do leitor o

conhecimento do que acontece no mundo à sua volta.

Após essa etapa importante de retomada das leituras realizadas e de

ampliação da capacidade de analisar textos que incluem outras linguagens,

como a charge, é hora de rever as produções escritas feitas nos blocos de

trabalho anteriores.

A essa altura, você já leu e fez observações nos textos. Então, depois de

analisar e avaliar as produções dos alunos (realizando sempre uma avaliação

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para o progresso do estudante), devolva os textos, elogiando-os em seus

aspectos gerais. Ressalte as suas características, seus contextos de produção,

diferenças de linguagem etc. (Vide Anexo B)

Produção 1 – Relato das experiências com a leitura e a escrita. (escrita

pessoal, intimista).

Produção 2 – Interpretação de excerto sobre as práticas de leitura e releitura.

(exercício de interpretação por escrito).

Produção 3 – Texto pessoal em resposta à pergunta feita a partir de texto lido:

experiência marcante com a leitura (escrita pessoal, intimista).

Em seguida, explique aos alunos que toda escrita deve ser lida e relida,

sempre com a intenção de fazer com que o texto fique cada vez melhor. Além

disso, todos na sala de aula devem ser escritores e leitores dos seus próprios

textos e dos outros, afinal,

QUEM ESCREVE QUER LEITORES!

Solicite que os alunos releiam as suas produções, observando os aspectos

assinalados por você ou as observações feitas. Incentive aqueles que

desejarem fazer a leitura em voz alta da sua produção para toda a turma. Em

seguida, explique que antes deles fazerem os ajustes que acharem

necessários, você fará algumas análises no quadro. Para isso, sugerimos

alguns procedimentos:

a) Reproduzir trechos das produções no quadro e, conjuntamente com os

alunos, mostrar possibilidades de reescrita;

b) Analisar, por blocos, os aspectos de linguagem que julgar pertinentes:

desvios de ortografia, interferência da oralidade na escrita, uso

inadequado de conectivos, inadequação de vocábulos, concordância

verbal e nominal etc.;

c) Solicitar que os alunos registrem em seus cadernos as análises e

observações feitas no quadro.

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Depois desse trabalho inicial de análise, no qual você pode incorporar

procedimentos já utilizados em sua prática e que se mostraram bem sucedidos,

incentive os alunos a elegerem uma das três produções para que realize a

reescrita ou retextualização. Eles devem considerar as discussões e análises

feitas anteriormente, bem como os aspectos assinalados nos textos.

De volta aos textos, e a partir da reescrita, solicite que os alunos façam uma

leitura crítica do feito e do refeito. Em seguida, antes de recolher as reescritas,

e de acordo com o que consta no Anexo B, pergunte à turma:

NA OPINIÃO DE VOCÊS, OS SEUS TEXTOS MELHORARAM? EM QUE

ASPECTOS?

Depois dessa conversa, é significativo pedir que façam o registro da resposta a

essa pergunta. Essa autoavaliação será significativa para a construção do

portfólio.

SUGESTÕES COMPLEMENTARES

Lembre-se que sugerimos que solicitasse aos alunos, na semana anterior, que

trouxessem um classificador ou pasta arquivo para a sala de aula. Com esse

material você pode orientar os estudantes a organizarem os seus textos à

medida que forem sendo produzidos.

Esse trabalho tem como objetivo construir um histórico das produções

individuais dos estudantes, o qual será de muita utilidade para que a turma e

você, como professor(a), possam avaliar com mais propriedade o processo de

aprendizagem de cada um.

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BLOCO DE ATIVIDADES 4 – Gêneros de textos, modos de

leitura e de escrita

OBJETIVOS

Refletir com os alunos sobre a diversidade de gêneros textuais, orais e

escritos, que circulam em nosso cotidiano.

Explorar a capacidade dos alunos para identificarem textos de diferentes

gêneros e tipos.

Identificar as marcas dos gêneros textuais, a partir das características

identificadoras de sua estrutura, contexto de produção, propósito

comunicativo, uso da linguagem, interlocutores.

Interpretar textos com o auxílio de material gráfico diverso e a partir da

análise de diferentes linguagens.

Produzir textos de variados gêneros, a partir do seu propósito

comunicativo.

Reconhecer e fazer uso de efeitos de sentido decorrentes da escolha de

determinadas características composicionais dos gêneros em

elaboração, como estrutura, seleção vocabular, marcas de enunciação

etc.

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Livro didático

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

PROCEDIMENTOS

Após as primeiras experiências de aula, e também a partir da atividade

diagnóstica que você realizou com os alunos...

- como é que eles atuaram nas práticas de leitura e de escrita?

- eles apresentam muitas dificuldades para compreender e produzir

textos?

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- que conhecimentos sobre os alunos você construiu a partir do trabalho

realizado nas semanas anteriores?

Todos nós, professores, sabemos que, de modo geral, as dificuldades deles

são muitas! Elas se revelam, principalmente, quando os alunos são chamados

a refletir criticamente sobre o que leem, a emitir opiniões e fazer relações com

os conhecimentos que já possuem. Falta-lhes prática de análise, compreensão

e produção de textos!

Por isso mesmo sugerimos que você não desanime e aproveite os

conhecimentos que já possui de seu grupo e também esse material para

realizar atividades intensivas com a leitura e a escrita! E não esqueça... Ter

dúvidas e inseguranças sobre o que é melhor fazer para que eles leiam e

escrevam de modo competente faz parte do nosso trabalho diário.

Desse modo, nessa primeira semana, reflita um pouco:

SÃO OS GÊNEROS DE TEXTOS QUE TRABALHAMOS NA ESCOLA QUE

SÃO EQUIVOCADOS OU O MODO COMO NÓS OS ABORDAMOS EM SALA

DE AULA?

De modo geral, os materiais didáticos com os quais trabalhamos trazem uma

grande variedade de textos, de diferentes gêneros, mas os procedimentos

didáticos em sua abordagem não são adequados ou são mal orientados. Por

isso, vamos trabalhar um pouco com diferentes gêneros de textos com os

alunos e, entre outras coisas, mostrar que cada um deles exige um modo de

leitura específico. Assim eles vão poder perceber suas diferentes estruturas e

características contextuais e situacionais.

Para começar o trabalho e provocar os estudantes, é importante você

aproveitar as experiências que eles já têm como leitores e escritores no dia a

dia. Trabalhar a partir do que já é conhecido ou intuído facilita o processo de

ensinar e aprender o novo!

Para esquentar, então, a turma, pergunte aos alunos:

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- OS DIFERENTES TEXTOS QUE CIRCULAM AO NOSSO REDOR SÃO DO

MESMO TIPO? POR QUÊ? QUAIS SÃO SUAS DIFERENÇAS?

- LEMOS DO MESMO MODO UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS, UMA

NOTÍCIA DE JORNAL, UMA RECEITA DE BOLO, UM POEMA, UM BILHETE?

- QUE GÊNEROS DE TEXTOS VOCÊS GOSTAM DE LER? POR QUÊ?

Os gêneros textuais representam os diferentes modos em que usamos a

linguagem, oralmente ou por escrito, nas situações cotidianas e

socialmente motivadas.

À medida que os alunos forem falando e expondo as suas ideias, anote

tudo no quadro e vá complementando e intervindo na construção dos sentidos

produzidos. Em seguida, peça que os estudantes, em grupos, façam uma

primeira análise dos textos expostos a seguir e tentem identificar o seu gênero.

Essa é apenas uma primeira análise!

Texto 9

Oi, pessoal,

Essa é uma praia linda, de areia branquinha! Toda vez que entramos nesse mar verdão nós lembramos de vocês. Que pena que não estão aqui!!! Estamos com saudades, Beijões de Ana, Paula e Pat.

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(Adaptado por Edleise Mendes)

Texto 10

Caldeirada de Camarão INGREDIENTES

1 kg de camarão com casca 2 tomate grande 3 cebola média

1/2 pimentão verde 3 pimentas de cheiro 1 maço de cheiro verde 1 limão 2 colheres de sopa de vinho tinto suave 1 caixa de creme de leite 2 sachês de sazon pra peixe Sal a gosto Azeite de oliva o suficiente para refogar MODO DE PREPARO

1. Tire as cabeças, o rabo e a lateral do camarão deixando a parte da casca que o cobre

2. Feito isso, tempere o camarão com limão, as 3 colheres de vinho e os sachês de sazón

3. De preferência, tempere o camarão na noite anterior ao preparo 4. No dia segunte, corte todos os temperos em pedacinhos bem pequenos

e coloque em recipientes separados 5. Em uma panela coloque o azeite e a cebola, quando ela começar a

dourar, adicione o tomate e deixe criar um molho, depois adicione o camarão, as pimentas, o pimentão e metade do cheiro-verde, deixe refogar e cozinhar nessa mistura por cerca de mais ou menos sete minutos para que o camarão não fique duro

6. Passado esse tempo adicione um pouquinho de água e depois o creme de leite mexendo sempre, para que ele não corte

7. Adicione o cheiro verde e pronto 8. Sirva de preferência com arroz branco.

Disponível em: http://www.tudogostoso.com.br/receita/103859-caldeirada-de-camarao.html. Acesso em 25/02/2015

Texto 11

Eu tinha lá em casa dez garrafas de cachaça, da boa. Mas minha mulher

obrigou-me a joga-las fora. Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o

resto na pia. Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.

Peguei a terceira garrafa bebi o resto e joguei o copo na pia. Peguei a quarta

garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo. Pequei o quinto copo joguei a

rolha na pia e bebi a garrafa. Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo

no resto. A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia. Peguei no copo,

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bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa. Joguei a nona pia no copo,

peguei na garrafa e bebi o resto O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e

me joguei na pia.

Disponível em: http://www.piadasnet.com/. Acesso em 26/02/2015.

Texto 12

A OUTRA NOITE Rubem Braga

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.

Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:

-O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?

Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.

-Mas, que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de

chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.

-Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um

"muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas, São Paulo, Ática.

Texto 13

Planeta Água Guilherme Arantes Água que nasce na fonte serena do mundo E que abre um profundo grotão Água que faz inocente riacho E deságua na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população

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Águas que caem das pedras No véu das cascatas, ronco de trovão E depois dormem tranquilas No leito dos lagos No leito dos lagos Água dos igarapés Onde Iara, a mãe d'água É misteriosa canção Água que o sol evapora Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão Gotas de água da chuva Alegre arco-íris sobre a plantação Gotas de água da chuva Tão tristes, são lágrimas na inundação Águas que movem moinhos São as mesmas águas que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra Pro fundo da terra Terra! Planeta Água Terra! Planeta Água Terra! Planeta Água Água que nasce na fonte serena do mundo E que abre um profundo grotão Água que faz inocente riacho E deságua na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população Águas que movem moinhos São as mesmas águas que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra Pro fundo da terra Terra! Planeta Água Terra! Planeta Água Terra! Planeta Água

Disponível em: http://www.vagalume.com.br/guilherme-arantes/planeta-agua.html. Acesso em

26/02/2015.

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38

Texto 14

Augusto de Campos (São Paulo, 14 de fevereiro de 1931)

Disponível em: http://fernandajimenez.com/2014/03/15/tres-poemas-concretos/. Acesso em 22/02/2015.

Texto 15

Rompimento da adutora compromete abastecimento de água por quatro

dias em mais de 100 bairros de São Luís – 09/02/2015.

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39

A adutora do Sistema Italuís rompeu, na tarde de ontem (8), provocando o

desabastecimento em mais de 100 bairros de São Luís. O rompimento

aconteceu no km 35 da BR-135. A previsão da Companhia de Águas e Esgotos

do Maranhão (Caema) é que o reparo na tubulação seja concluído até a

próxima terça-feira (11). Até lá, os bairros da capital enfrentarão um problema

recorrente: a falta d’água.

Com o rompimento da adutora mais de 100 bairros da capital maranhense

ficam com o serviço comprometido durante quatro dias. A informação foi

repassada, em nota, pela Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão

(Caema), que se compromete em regularizar o abastecimento até a próxima

terça.

A polução de São Luís aguarda a recuperação do Sistema Italuís desde janeiro

de 2012, quando a governadora Roseana Sarney assinou o Decreto Nº 27.997

declarando oficialmente situação de emergência na questão do abastecimento

de água em São Luís.

Na época, o Secretario de Saúde, Ricardo Murad, convocou entrevista coletiva

onde anunciou a construção de 60 poços artesianos para amenizar a situação

do abastecimento de água na cidade.

Passados dois anos desde a promessa de construção destes poços e também

da recuperação total e definitiva do Sistema Italuis, a população ainda não

recebeu os benefícios do investimento de R$ 255 milhões anunciado pelo

governo do estado.

Realidade

São Luís não é a única cidade do estado a sofrer transtornos com o problema

da falta d’água. Carimbado como o estado com o pior fornecimento de água

nos domicílios, a população do Maranhão enfrenta todos os anos os mesmos

problemas no quesito abastecimento de água.

Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), no ano passado, indicam que o estado ainda apresenta desempenho

muito inferior na comparação o país.

No Maranhão, 71,3% de domicílios contam com o benefício do abastecimento

de água. Número ainda muito inferior ao Nordeste e ao Brasil, que fornecem

este serviço a 85,4% e 80,6% da população, respectivamente.

Disponível em: http://www.maranhaodagente.com.br/rompimento-da-adutora-compromete-

abastecimento-de-agua-por-quatro-dias-em-mais-de-100-bairros-de-sao-luis/. Acesso em

20/02/2015.

Texto 16

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40

Disponível em: http://www.alienado.net/melhores-tirinhas-da-mafalda/ Acesso em 20/02/2015.

Texto 17

Professor: Chiiiii... Atenção, nós temos uma atividade para ser corrigida hoje, não é? Alunos: Nãaaaaaao! Professor: A interpretação (Inc.) Vocês responderam? A1: Eu respondi. A2: Eu não fiz. Professor: Então, vamos ver. Todos coloquem a atividade (Inc.). Olha, o objetivo da gravação não é você... (Inc.) Eu pedi que vocês analisassem desde o título até (Inc.). Veja só! O título é Gentileza (.). Chiiii(...). Vamos ouvir (Inc.) quer dizer o quê, Bruno? Por favor, Jéssica! Por favor, Diego! Bruno, diga pra gente, por favor, gentileza, na sua visão, o que significa esse título? Por que Marisa Monte (.) usou o título Gentileza em sua música? A1: ((Lendo o que escreveu)): Ela usou (Inc.) Professor: Na verdade, chamou a atenção pra questão da atitude (Inc.) A3: (Inc.) Respeitar o próximo. Professor: Respeitar o próximo. Diga aí, Diego (.). Você colocou o quê? A1: Exemplo de sabedoria. Professor: Gentileza é um exemplo de sabedoria. Na sua visão, por que Marisa Monte (...) usou o título em sua música Gentileza? Victor? Ôoo, Diego, eu preciso... Diego. Preciso que você colabore. A?: Cale a boca, menino. Professor: Se todos (Inc.). Todos falam (Inc.). Vocês têm que respeitar a fala do outro. Diga aí, Maílson ((A professora solicita a Maílson que responda a pergunta que havia feito)). A4: Quer dizer que devemos ser gentil. Quer dizer que devemos ser gentil com os outros e com o mundo. Professor: Devemos ser gentil com os outros e (...). A4: E o mundo. Professor: E com o mundo (Inc.)Não estava na aula passada mas, então, a palavra gentileza (...) A?: Amor ao próximo. A?: Jeito de se vestir, falar, de viver. Professor: Preciso ouvir Vanessa. Ôoo, Madson! A5: Na minha opinião, uma pessoa gentil, sincera.

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(Recorte de gravação de aula de língua portuguesa, registrado pela pesquisadora Maria Laura Petitinga Silva).

Texto 18

Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Neologismo. Acesso em 26/02/2015.

Texto 19

Tributo a J.G.Rosa - Manoel de Barros

Passarinho parou de cantar.

Essa é apenas uma informação.

Passarinho desapareceu de cantar.

Esse é um verso de J.G.Rosa.

Desapareceu de cantar é uma graça verbal.

Poesia é uma graça verbal.

Disponível em: http://docecomoachuva.blogspot.com.br/2010/07/tributo-a-j-g-rosa-manoel-de-

barros.html. Acesso em 20/02/2015.

Depois dessa primeira leitura, é natural que os alunos façam muitas

especulações e testem bastante os seus conhecimentos sobre os textos que

leem no cotidiano – e é isso que é desejável em um primeiro momento! A

preocupação aqui não é discutir questões teóricas e formais sobre os gêneros,

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mas sim explorar aquilo que os alunos já sabem, pressentem e intuem quanto

ao mundo da linguagem.

Aproveite esse momento e explore os textos separadamente, provocando os

estudantes:

NÃO LEMOS E PRODUZIMOS DIFERENTES TEXTOS DO MESMO MODO!

ENTÃO, QUANDO LEMOS E ESCREVEMOS UM TEXTO, QUE PISTAS

PODEM NOS AJUDAR?

Após ouvir os alunos, explique que cada texto tem suas características

específicas, que estão relacionadas:

a) a uma determinada forma de estruturar-se, mais ou menos estável

(disposição do texto; seleção lexical; organização morfossintática etc.);

b) a um propósito comunicativo (informar; convencer; instruir; emocionar

etc.);

c) a um contexto de produção (situação da enunciação; contexto

sociocultural);

d) a um estilo de uso da linguagem (contínuos formal/informal; oral/escrito;

popular/culto);

e) aos interlocutores envolvidos (lugares de enunciação e recepção;

enunciador/público alvo).

Ressalte, também, que ao lermos e produzirmos textos, orais e escritos, o

fazemos em situações sociais específicas e com propósitos determinados.

Ninguém lê e escreve sem uma intenção!

Então, depois dessas provocações e de ativar os conhecimentos que os alunos

já possuem, volte para os textos lidos e previamente analisados pelos

estudantes. Divida a turma em grupos e faça uma leitura partilhada de cada

texto, sendo o grupo da vez o responsável pelo encaminhamento da leitura.

Peça para que os estudantes analisem novamente os textos, agora buscando

identificar as características ressaltadas acima.

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LEMBRE-SE! Aproveite o livro didático que já é utilizado em sua escola e

selecione textos interessantes e relevantes para fazer outras análises com os

alunos.

A essa altura, os seus alunos já devem estar bastante motivados com as

leituras e análises feitas anteriormente. Agora eles são capazes de reconhecer

as marcas que caracterizam os variados gêneros e também os propósitos

comunicativos que os animam. Por isso, aproveite esse momento para

relacionar contexto de produção e propósito comunicativo! Para provocar

os estudantes antes de começarem a produzir, comece a discussão abordando

a intenção que está por trás dos diferentes gêneros de texto, perguntando:

QUAL A INTENÇÃO DE QUEM PRODUZ:

UMA RECEITA DE FEIJOADA?

UMA NOTÍCIA DE JORNAL?

UMA PROPAGANDA?

UM ARTIGO DE OPINIÃO?

UMA BULA DE REMÉDIO?

UM BILHETE?

UM POEMA?

UM CURRÍCULO?

UM PANFLETO?

Os alunos não terão qualquer dificuldade para identificar as intenções e

objetivos por trás desses gêneros. Aí aproveite para explicar que cada contexto

e cada propósito comunicativo exigem um gênero de texto adequado.

Retome, então, as características já trabalhadas e revise-as com os alunos,

explicando que cada texto tem suas características específicas, que estão

relacionadas:

a) a uma determinada forma de estruturar-se, mais ou menos estável

(disposição do texto; seleção lexical; organização morfossintática etc.);

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b) a um propósito comunicativo (informar; convencer; instruir; emocionar

etc.);

c) a um contexto de produção (situação da enunciação; contexto

sociocultural);

d) a um estilo de uso da linguagem (contínuos formal/informal; oral/escrito;

popular/culto);

e) aos interlocutores envolvidos (lugares de enunciação e recepção;

enunciador/público alvo).

A partir dessa revisão, prepare a turma para produzir textos, de acordo com o

propósito comunicativo sugerido. Mas, antes, discuta com eles o roteiro do

processo de produção.

Roteiro de produção:

1. Reflexão sobre o propósito comunicativo - sugerido pelo(a) professor(a).

2. Identificação das características necessárias ao texto para atender ao

propósito sugerido.

3. Seleção do gênero: características composicionais; organização do texto,

seleção temática etc.

4. Seleção de linguagem: grau de formalidade, seleção de estruturas,

vocabulário, recursos expressivos etc.

5. Produção do texto: individual, em dupla, em grupo (a depender do tempo

destinado à tarefa e à quantidade de produções).

6. Avaliação das produções (autoavaliação, avaliação da turma e do

professor).

7. Reescrita / retextualização (a partir das avaliações realizadas).

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Sugestões para produção:

1. Narrar fatos e acontecimentos, para informar a comunidade escolar.

-Sobre o que a comunidade escolar

precisa ser informada?

-Que fatos? Que acontecimentos?

-Que características esse texto deve

ter para atender a esse propósito?

-Que gênero(s) atenderia(m) a esse

propósito?

-Como esse gênero se organiza?

-Como deve caracterizar-se a

linguagem desse texto?

-Mais formal? Mais informal?

-Apenas linguagem verbal ou também

linguagem visual?

-Que seleção vocabular é importante?

-Em que pessoa da enunciação será

escrito o texto?

-Que recursos expressivos serão

empregados? (humor, ironia, uso de

linguagem figurada, rimas etc.)

-De que modo vou produzir esse

texto? Individualmente? Em dupla?

Em grupo?

-Como posso avaliar o meu texto?

-Ele atende ao propósito sugerido?

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-Há clareza na exposição das ideias?

-As orações e períodos estão bem

estruturados?

-Há correção ortográfica?

-Meus interlocutores compreendem

bem o meu texto?

-O que pode ser melhorado no meu

texto?

-Que indicações/sugestões meus

colegas fizeram?

-Que indicações/sugestões o(a)

professor(a) fez?

-De que modo posso reescrever esse

texto?

2. Instruir alguém sobre como realizar uma tarefa ou fazer uso de artefatos.

-Como meu interlocutor pode ser

instruído a realizar uma tarefa ou a

fazer uso de um artefato?

- Qual tarefa?

- Qual artefato?

-Que características esse texto deve

ter para atender a esse propósito?

-Que gênero(s) atenderia a esse

propósito?

-Como esse gênero se organiza?

-Como deve caracterizar-se a

linguagem desse texto?

-Mais formal/informal?

-Apenas linguagem verbal ou também

linguagem visual?

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47

-Que seleção vocabular é importante?

-Em que pessoa da enunciação será

escrito o texto?

-Que recursos expressivos serão

empregados? (humor, ironia, uso de

linguagem figurada, rimas etc.)

-De que modo vou produzir esse

texto? Individualmente? Em dupla?

Em grupo?

-Como posso avaliar o meu texto?

-Ele atende ao propósito sugerido?

-Há clareza na exposição das ideias?

-As orações e períodos estão bem

estruturados?

-Há correção ortográfica?

-Meus interlocutores compreendem

bem o meu texto?

-O que pode ser melhorado no meu

texto?

-Que indicações/sugestões meus

colegas fizeram?

-Que indicações/sugestões o(a)

professor(a) fez?

-De que modo posso reescrever esse

texto?

3. Apresentar-se, com o objetivo de conseguir emprego.

-Para conseguir esse emprego, o que

é preciso que o meu empregador

saiba a meu respeito?

-O que posso dizer sobre mim?

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48

-Que características esse texto deve

ter para atender a esse propósito?

-Que gênero(s) atenderia a esse

propósito?

-Como esse gênero se organiza?

-Como deve caracterizar-se a

linguagem desse texto?

-Mais formal/informal?

-Apenas linguagem verbal ou também

linguagem visual?

-Que seleção vocabular é importante?

-Em que pessoa da enunciação será

escrito o texto?

-Que recursos expressivos serão

empregados? (humor, ironia, uso de

linguagem figurada, rimas etc.)

-De que modo vou produzir esse

texto? Individualmente? Em dupla?

Em grupo?

-Como posso avaliar o meu texto?

-Ele atende ao propósito sugerido?

-Há clareza na exposição das ideias?

-As orações e períodos estão bem

estruturados?

-Há correção ortográfica?

-Meus interlocutores compreendem

bem o meu texto?

-O que pode ser melhorado no meu

texto?

-Que indicações/sugestões meus

colegas fizeram?

-Que indicações/sugestões o(a)

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49

professor(a) fez?

-De que modo posso reescrever esse

texto?

4. Vender um produto ou ideia.

-Que produto eu necessito vender?

Por quê?

-Que ideia eu necessito vender? Por

quê?

-Que características esse texto deve

ter para atender a esse propósito?

-Que gênero(s) atenderia a esse

propósito?

-Como esse gênero se organiza?

-Como deve caracterizar-se a

linguagem desse texto?

-Mais formal/informal?

-Apenas linguagem verbal ou também

linguagem visual?

-Que seleção vocabular é importante?

-Em que pessoa da enunciação será

escrito o texto?

-Que recursos expressivos serão

empregados? (humor, ironia, uso de

linguagem figurada, rimas etc.)

-De que modo vou produzir esse

texto? Individualmente? Em dupla?

Em grupo?

-Como posso avaliar o meu texto?

-Ele atende ao propósito sugerido?

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-Há clareza na exposição das idéias?

-As orações e períodos estão bem

estruturados?

-Há correção ortográfica?

-Meus interlocutores compreendem

bem o meu texto?

-O que pode ser melhorado no meu

texto?

-Que indicações/sugestões meus

colegas fizeram?

-Que indicações/sugestões o(a)

professor(a) fez?

-De que modo posso reescrever esse

texto?

5. Defender uma opinião ou ideia.

-Sobre que tema/assunto eu quero

escrever?

-Qual a minha opinião sobre esse

assunto?

-Como posso defender as minhas

ideias?

-Que argumentos posso utilizar?

-Que características esse texto deve

ter para atender a esse propósito?

-Que gênero(s) atenderia a esse

propósito?

-Como esse gênero se organiza?

-Como deve caracterizar-se a

linguagem desse texto?

-Mais formal/informal?

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-Apenas linguagem verbal ou também

linguagem visual?

-Que seleção vocabular é importante?

-Em que pessoa da enunciação será

escrito o texto?

-Que recursos expressivos serão

empregados? (humor, ironia, uso de

linguagem figurada, rimas etc.)

-De que modo vou produzir esse

texto? Individualmente? Em dupla?

Em grupo?

-Como posso avaliar o meu texto?

-Ele atende ao propósito sugerido?

-Há clareza na exposição das idéias?

-As orações e períodos estão bem

estruturados?

-Há correção ortográfica?

-Meus interlocutores compreendem

bem o meu texto?

-O que pode ser melhorado no meu

texto?

-Que indicações/sugestões meus

colegas fizeram?

-Que indicações/sugestões o(a)

professor(a) fez?

-De que modo posso reescrever esse

texto?

Professor(a), é importante que essas produções sejam orientadas

pelo roteiro, discutidas e planejadas junto com a turma.

Além disso, é necessário que você destine tempo, no planejamento das

atividades, para que todos possam avaliar seus textos, individualmente e com a

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turma, além da importante análise que você pode fazer. Ninguém quer escrever

sem ser lido, e o retorno para os alunos é um modo bastante eficaz de

encorajá-los para produzir mais e com autoconfiança.

LEMBRE-SE!

Os alunos já devem ter a pasta com os textos produzidos até agora. Após as

análises, sugestões e reescritas, oriente-os a guardar as produções em seu

arquivo pessoal.

BLOCO DE ATIVIDADES 5 – Trabalhando com diferentes

linguagens

OBJETIVOS

Analisar o uso de diferentes linguagens em textos multimodais.

Interpretar textos com o auxílio de material gráfico diverso e a partir da

análise de diferentes linguagens.

Reconhecer o uso de diferentes linguagens na comparação de textos

que tratam do mesmo tema.

Identificar efeitos de sentido presentes no texto decorrente do uso de

recursos diversificados, como seleção de palavras e expressões,

imagens, disposição gráfica, pontuação e outras notações.

Produzir textos que façam uso de diferentes linguagens e recursos

expressivos.

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

- Lápis coloridos

PROCEDIMENTOS

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Em nosso cotidiano, há uma infinidade de textos que mesclam diferentes

linguagens: verbal, visual, sonora, gestual etc. O leitor/produtor de textos

contemporâneo deve ser capaz de identificar esses diferentes usos e

compreender como essas linguagens se combinam para produzir diferentes

efeitos de sentido nos textos à nossa volta.

Reflita um pouco sobre isso com os alunos e cite como exemplos os gêneros

que encontramos no nosso dia a dia: cartaz, panfleto, outdoor, cartão de visita,

propaganda, filme, música etc. Não se esqueça de ressaltar a importante

influência que a internet causa no leitor e produtor de textos contemporâneo,

sobretudo a infinidade de textos multimodais1 presentes no mundo virtual!

Para o começo do trabalho, peça aos alunos que observem a imagem abaixo e

pergunte:

- PODEMOS DIZER QUE A IMAGEM A SEGUIR É UM TEXTO? POR QUÊ?

- QUE TIPO DE LINGUAGEM ESTÁ SENDO EMPREGADA?

1 A vida na sociedade moderna é marcada por situações de comunicação em que vários tipos de

linguagem são usados ao mesmo tempo. Por exemplo, uma reportagem jornalística pode incluir o texto

do artigo escrito, ao lado de uma foto ou uma tabela e também um infográfico, e cada elemento traz

algum significado para a reportagem como um todo. O leitor precisa dar conta das várias linguagens em

que as informações acontecem, para entender o sentido da reportagem e, o mais importante, para

entender o que aquilo lhe diz sobre o mundo em volta dele. A multimodalidade é entendida, em termos

gerais, como a co-presença de vários modos de linguagem, sendo que os modos interagem na

construção dos significados da comunicação social. O que é importante nessa visão de uso de linguagens

é que os modos funcionam em conjunto, sendo que cada modo contribui de acordo com a sua

capacidade de fazer significados. No exemplo da reportagem no jornal, o texto verbal explica os eventos

por meio de escolhas gramaticais e lexicais, e o infográfico visualiza os objetos, lugares e processos

destacados no texto escrito.

Disponível em:

http://www.letras.pucrio.br/unidades&nucleos/JaneladeIdeias/biblioteca/B_Multimodalidade.pdf Acesso em

23/02/2015.

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54

- O QUE PODEMOS COMPREENDER DESSE TEXTO?

Texto 20

Disponível em: https://encrypted-

tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR31KfjorQiMBSvZTIyEuSaZbdeF0xJaUXfCo1eaQh2b

Ql94loR. Acesso em 26/02/2015.

Agora peça para os alunos compararem o texto anterior com o texto 21?

- ELES TRATAM DA MESMA TEMÁTICA? POR QUÊ?

- QUANTO AO USO DA LINGUAGEM, QUE DIFERENÇAS ESSES TEXTOS

APRESENTAM?

Texto 21

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55

Disponível em: https://encrypted-

tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSYQv2Dd8qnhy1JSNt2pu3DRvV_u53h0gZHZouk_e6U

MtuhfpZ5oQ. Acesso em 26/02/2015.

A partir dessas reflexões iniciais, divida a turma em grupos e analise com os

alunos os textos abaixo, observando o seguinte roteiro de perguntas:

1. Que modalidades de linguagem estão sendo utilizadas no texto?

2. Que recursos são utilizados para produzir os sentidos presentes no texto?

3. O que precisamos identificar para compreender o sentido global do texto?

4. A que gêneros pertencem esses textos?

Texto 22

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Disponível em: http://jamirlima.blogspot.com.br/2010/09/sao-luis-do-maranhao-398-anos.html

Texto 23

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57

Disponível em: http://kamaleao.com/saoluis/6789/programacao-carnaval-em-sao-luis. Acesso em

25/02/2015.

Texto 24

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Texto 27

Disponível em: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQP-

quwVaUVDB90XnZb9MLXSaSzxP_xJ9bwchGfRj_2qb6BpSEWng. Acesso em 26/02/2015.

Texto 28

Augusto de Campos

Disponível em: http://robsonbragantino.blogspot.com.br/2007/07/anlise-do-poema-ps-tudo-de-augusto-

de.html. Acesso em 20/02/2015.

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Além dos textos aqui analisados, faça um levantamento de outros textos com

os alunos em que diferentes linguagens são empregadas, textos multimodais

que estão presentes em nossa vida cotidiana. Por exemplo, destaque o

cinema, a música, o teatro, a palestra multimídia, as páginas de sites na

internet, as redes sociais etc.

Se tiver oportunidade, visite com os alunos ambientes virtuais e mostre a eles

como nesses espaços diferentes linguagens estão em uso. Além disso, lembre-

se de que o livro didático que é utilizado em sala de aula está cheio de

exemplares de textos multimodais. Faça uso também do livro!

O importante é ressaltar para os alunos que ler, compreender e produzir textos

que mesclam diferentes linguagens é uma importante capacidade que deve ter

o leitor/escritor em nosso dias!

Produção textual

Para finalizar essa semana, que tal pedir aos alunos que produzam, em dupla

ou grupo, um texto que mescle diferentes linguagens? Pode ser um cartaz,

uma charge, um anúncio, um outdoor, uma história em quadrinhos... Após as

produções, analise os textos juntamente com a turma e depois os exponha na

sala de aula.

SEMANA 6 – Diversidade linguística e usos da linguagem

OBJETIVOS

Explorar os conhecimentos dos alunos sobre a diversidade linguística e

sobre os diferentes usos da linguagem, em variados contextos.

Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o enunciador e o

interlocutor em textos de diferentes gêneros.

Explorar os contínuos oral/escrito, formal/informal, rural/urbano,

popular/culto na leitura e análise de textos de diferentes gêneros.

Elaborar versões dos textos analisados, a partir das variedades

linguísticas discutidas e dos contínuos oral/escrito, formal/informal,

rural/urbano, popular/culto.

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RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Livro didático

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

PROCEDIMENTOS

Para iniciar a discussão com os alunos sobre os diferentes usos que fazemos

da nossa língua, construa alguns questionamentos para aquecer os

conhecimentos prévios dos estudantes:

EXISTEM VARIAÇÕES DE USO DA LINGUAGEM?

NÓS FALAMOS DO MESMO MODO EM TODAS AS REGIÕES DO BRASIL?

NÓS ESCREVEMOS DO MESMO MODO QUE FALAMOS?

NÓS USAMOS A LINGUAGEM DA MESMA MANEIRA EM DIFERENTES

SITUAÇÕES?

A LÍNGUA SOFRE VARIAÇÕES A DEPENDER DO GRAU DE INTIMIDADE

QUE TEMOS COM O INTERLOCUTOR?

COMO PODEMOS SER POLIGLOTAS NA NOSSA PRÓPRIA LÍNGUA?

A partir dessas perguntas, colha dos alunos suas impressões e experiências,

registrando-as no quadro, juntamente com a turma. Depois, sistematize:

A língua portuguesa é uma só, mas apresenta variações:

Regionais

De classe social

De geração ou faixa etária

Individuais

De grau de formalidade

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De modalidade (oral e escrita)

Os estudantes devem compreender a importância de se fazer uso adequado da

linguagem, empregando-a corretamente em diferentes situações. Para isso,

provoque-os mais:

POLIGLOTA = VÁRIAS LÍNGUAS

SER POLIGLOTA NA PRÓPRIA LÍNGUA = DOMINAR OS DIFERENTES

USOS DA LINGUAGEM A DEPENDER DO CONTEXTO DE INTERAÇÃO

Além dos tipos de variação destacados anteriormente, chame a atenção dos

alunos para os seguintes contínuos:

Oralidade Escrita

Formal Informal

Urbano Rural

Popular Culto

Ressalte que entre as duas extremidades do contínuo há uma grande

diversidade de usos da linguagem, e que, portanto, cada um dos eixos não

pode resumir-se a uma simples oposição.

Para trabalhar bastante os conteúdos discutidos e reforçá-los, solicite aos

alunos que analisem diferentes gêneros de textos e identifiquem as

características de linguagem, do contexto de produção, os tipos de variação

presentes etc. Essa análise pode ser feita em conjunto, a partir da leitura

partilhada dos textos.

Texto 29

Cumadi Salesia Careci de ir no dotô prumodi que tava com farta dá carquelança i cum a dô que cumeça no piado e vai até a dona do corpo. Zé ta na roça, proveita ele aí i pegue o ferro de goma pra passar ferro no jaleco novo, o véio pode deixá. Carecida, Zefa.

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(Autor desconhecido) Texto 30 As armas e os barões assinalados, Que da occidental praya lusitana, Por mares nunca de antes navegados. [..]

Disponível em: http://cvc.instituto-camoes.pt/bdc/pensamento/astronomialusiadas/cap06.pdf.

Acesso em 30/06/2009.

Texto 31

Jô, Vê se pinta lá em casa. A galera vai tá toda lá pra comemorar meu aniversário. Vai rolar um som massa: Lulu, Ivete, Kalypso... A gente também vai aprender com Neguinho as danças novas pra arrasar no Carnaval! Ah! Não esqueça de trazer o cd do Skank que eu lhe emprestei, viu? Beijão, Chupeta (Adaptação de Edleise Mendes)

Texto 32

Disponível em: http://toninho05.blogspot.com.br/2014/04/tirinhas-do-chico-bento.html. Acesso em 26/02/2015.

Texto 33

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64

Disponível em:

https://www.google.com.br/search?q=Garrafada&newwindow=1&es_sm=122&source=lnms&tb

m=isch&sa=X&ei=MTjzVKH5DYfegwSi2ICgCw&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1600&bih=799#img

dii=_&imgrc=4QzZEXzS2ZOcXM%253A%3BGbzV6gFtfQOxOM%3Bhttp%253A%252F%252Fs

aporra.com.br%252Fimages%252Fhumor%252Fgarrafada. Acesso em 29/06/2009.

Texto 34 Não há vagas Ferreira Gular

o preço do feijão não cabe no poema. o preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão. O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço

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e carvão nas oficinas escuras. - Porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas”. Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço. O poema, senhores, não fede nem cheira Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/035/35cult_poesia.htm. Acesso em 26/02/2015.

Texto 35

(Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa, v. 2. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 1997. p. 109.)

Texto 36

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Meus versos é como semente Que nasce arriba do chão;

Não tenho estudo nem arte, A minha rima faz parte Das obras da criação

Patativa do Assaré

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/poesia_de_patativa_do_assare/. Acesso em

26/02/2015.

Texto 37

Diplomata acende cigarro e acaba detido por terrorismo Mohammed al-Modadi viajava quarta-feira de Washington para Denver no voo

663 da United Airlines quando decidiu acender um cigarro na casa de banho do avião. O gesto teve consequências imediatas, muito desagradáveis para o diplomata, que acabou por ser detido, sob suspeita de pretender detonar explosivos a bordo do avião, que transportava 157 passageiros e seis tripulantes.

Mal foi dado o alerta de segurança, dois caças F-16 levantaram voo e escoltaram o Boeing 757 durante os cinco minutos que faltavam para a aterragem. À chegada, Modadi foi detido e interrogado pelas autoridades.

De acordo com os serviços de segurança norte-americanos, citados por agências internacionais, terá havido um mal entendido, gerado por uma piada do diplomata. Interrogado por uma das hospedeiras sobre o cheiro a fumo, o terceiro secretário e vice-cônsul da embaixada do Qatar em Washington terá dito que estava a "tentar queimar os sapatos", numa aparente referência ao chamado "bombista dos sapatos" de 2001.

O embaixador do Qatar nos Estados Unidos, Ali bin Fahad al-Hajri, já reagiu, dizendo em comunicado que "o diplomata viajou em trabalho oficial e não está, certamente, envolvido em nenhuma actividade ilegal". Apelou ainda a todas as partes envolvidas que não fizessem "julgamentos apressados". Disponível em: www.diariodenoticias.pt. Acessado em abril de 2010.

Produção escrita

Após todas essas análises, exercite os conhecimentos dos alunos,

incentivando-os a fazerem versões de alguns dos textos lidos anteriormente.

Oriente-os a utilizarem como referência os contínuos expostos acima, como

nas sugestões abaixo:

Textos 33 e 35 – versão mais próxima da variedade culta.

Texto 30 – versão mais próxima da geração/faixa etária dos alunos.

Texto 31 – versão mais próxima da linguagem formal.

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Textos 29 e 32 – versão mais próxima da linguagem urbana.

Texto 36 – versão mais próxima da linguagem oral.

Texto 37 – versão mais próxima do português brasileiro.

Não esqueça que essas produções devem ser avaliadas pelos alunos e/ou pela

turma e também por você. Depois das correções e ajustes, instrua os

estudantes a guardarem as produções em suas pastas individuais. (Vide Anexo

B)

BLOCO DE ATIVIDADES 7 – LER, TECER, ARGUMENTAR

OBJETIVOS

Identificar e caracterizar a estrutura de textos argumentativos.

Exercitar a capacidade de emitir opiniões e elaborar argumentos através

da análise e crítica de textos e imagens.

Analisar a estrutura e a qualidade da linguagem dos textos produzidos

pelos alunos e elaborar textos de argumentativos.

Emitir opiniões sobre filmes e outras peças audiovisuais (telenovelas,

propagandas, outdoors, cartazes etc).

RECURSOS

- Quadro branco e pincéis

- Textos xerocopiados

- Caderno

- Lápis, borracha e caneta

PROCEDIMENTOS

Até aqui, os alunos já tiveram contato com diferentes gêneros textuais e com

tipologias diversificadas. É momento então de aprofundar o trabalho com os

textos argumentativos. O conhecimento da estrutura desse tipo de texto é

muito importante para preparar os alunos para emitirem opiniões e construírem

argumentos, oralmente e por escrito.

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Pensando nisso, comece provocando os alunos com um gênero de texto

bastante produtivo na mídia brasileira, a charge. Este gênero, entre outras

coisas, explora com humor e ironia temas importantes e relevantes do nosso

cotidiano, utilizando-se de recursos expressivos verbais e visuais, além de

outros estilísticos, como a paródia, a ironia, o sarcasmo. A sua intenção deve

ser instigar os alunos a produzirem debates e defesa de opinião.

Em seguida, junto com os alunos:

a) analise o conteúdo das charges e a linguagem verbal utilizada;

b) explore as estratégias visuais utilizadas e sua importância para a

compreensão do texto como um todo;

c) oriente os estudantes para que analisem os textos e identifiquem os

sentidos ali presentes;

d) Instigue os alunos a emitirem opinião sobre os temas tratados nas

charges.

Texto 38

Disponível em: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQEddM_FW-

ueIYvOhCy8DZtPG9rE8zJQJ_1I_dmz7WCeTyMUsZjLQ. Acesso em abril de 2010.

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Texto 39

Disponível em: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSDxF-

qTOFOkaIbw8nj8vslWwONcqBrQE9u5Ph8rO0gxKZoPf0L. Acesso em abril/2010.

Texto 40

Disponível em: https://encrypted-

tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSeGMY5JLJyZVaGEIyW2Tg8HpmIhg

E4116BO1iSf64.

Depois de analisar as charges, pergunte à turma:

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- QUE ASPECTO HÁ EM COMUM NAS TRÊS CHARGES?

- QUAL A OPINIÃO DE VOCÊS SOBRE ISSO?

Agora que já analisou charges e suas características, assim como o

modo como abordam temas polêmicos, é necessário trabalhar mais um pouco

a capacidade crítica dos alunos, através da análise de outros gêneros de

textos.

Comece provocando os alunos com as perguntas:

VOCÊ SIMPLESMENTE VÊ O MUNDO À SUA VOLTA OU TAMBÉM PENSA

SOBRE O QUE VÊ?

O QUE SIGNIFICA SER UM CIDADÃO CRÍTICO?

A sua intenção deve ser provocar os alunos, fazê-los refletir sobre o fato de

que, como cidadãos críticos, não devemos simplesmente “olhar” o mundo, mas

refletir sobre aquilo que vemos, nos posicionando criticamente sobre fatos,

situações, pessoas, enfim, sobre a vida que vivemos. Por isso, discuta bastante

com os alunos as duas frases provocativas, anotando no quadro as

contribuições deles, complementando-as.

Além do trabalho com imagens, de diferentes tipos, escolha também textos que

abordem temas atuais e polêmicos, que incitem os alunos à discussão e

reflexão crítica. A partir desses textos, trabalhe a leitura e a análise dos

argumentos e opiniões presentes.

Texto 41

A morte de Isabella Nardoni: um grande espetáculo Flávio Herculano

Terminada mais uma edição do Big Brother Brasil, entra no ar uma outra

novela da vida real. Só que, desta vez, ao invés das trivialidades do dia-a-dia de um grupo de jovens, a trama do espetáculo é a morte trágica de uma menina de 5 anos de idade: Isabella Nardoni.

Para o público não faz muita diferença. O que vale é poder saborear a emoção de cada desdobramento da estorinha, para poder comentar os últimos detalhes com amigos e colegas de trabalho, em rodas de conversa. E, como em épocas de Copa do Mundo todo brasileiro é técnico de futebol, agora todo mundo é investigador policial. Cada pessoa tem sua própria versão para responder a pergunta do momento: “quem matou Isabella?”. Desde o assassinato de Tais, personagem da novela Paraíso Tropical, o brasileiro não exercitava tanto sua lógica investigativa.

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Para aplacar tamanha avidez por novidades, haja exposição do tema na mídia. Todos os dias, a estorinha da morte da criança é contada e recontada, na TV, no rádio, na internet e nos jornais impressos, do mesmo modo como é tratado o resultado do “paredão”, uma partida de futebol decisiva, um capítulo final de novela ou mesmo um detalhe picante da vida de uma “celebridade” televisiva.

O que pouca gente consegue entender é que há uma inversão neste caminho. Não foi entre o público que surgiu o interesse pela morte de Isabella, demandando uma produção contínua de notícias sobre o caso. Foi, sim, a própria mídia quem construiu esse interesse, levando o público a uma comoção. Quem preferir pode chamar esta prática de manipulação, mas, no jornalismo, ela tem o nome de “agendamento”.

A mídia precisa, permanentemente, de um tema palpitante para noticiar. Pode ser um escândalo político, um desastre, um grande evento ou... um crime. Depois do desastre aéreo da Tam e da seqüência de escândalos políticos do mensalão, do caso Renan e dos cartões corporativos, tentou-se emplacar o escândalo do dossiê, com a ministra Dilma Rousseff como personagem principal e o PT como coadjuvante. Mas o tema era de pouco apelo popular e a tragédia envolvendo Isabella veio “no momento certo”, para ocupar o espaço principal dos noticiários. A menina superou a ministra; o crime familiar superou os erros do corporativismo político no Governo Federal.

Nestes episódios de grande exposição, a mídia explora cada tema até a exaustão. Depois disso, os descarta. Afinal, quem, hoje, se importa com personagens como Marcos Valério, Delúbio Soares ou mesmo com João Hélio, aquele menino que foi arrastado por diversas ruas no Rio de Janeiro, preso ao cinto de segurança de um veículo, em uma morte que causou comoção semelhante a de Isabella.

João Hélio tinha 6 anos quando foi morto, em fevereiro de 2007. Junto à comoção por seu assassinato, vieram os apelos para que a legislação penal brasileira fosse revista, se tornando mais rigorosa com os criminosos adolescentes. Na época, o Congresso Nacional ensaiou alguma movimentação neste sentido. Mas, como em todo agendamento jornalístico, o caso se esgotou em termos de mídia antes de ser concluído nos tribunais de justiça. Hoje, não se discute qual o destino dos assassinos de João Hélio muito menos se clama por uma revisão em nosso código penal.

Conclusão: a espetacularização da notícia não colabora em nada com a sociedade, a não ser no agravamento de uma sensação de insegurança, de impunidade e de corrupção generalizada. Flávio Herculano · Palmas, TO. 22/4/2008 (http://www.overmundo.com.br.) (http://www. Acesso em 21/02/2015.

Após a leitura compartilhada do texto de Flávio Herculano, oriente os alunos a

o compararem com as charges anteriores. O que eles têm em comum? Junto

com a turma, destaque no texto os argumentos que reforçam o fato de que

tanto as charges quanto o artigo fazem uma crítica à mídia e ao modo como ela

transforma grandes tragédias em espetáculo, como se estivéssemos assistindo

a uma novela.

Após mais essa etapa de discussão, apresente o texto a seguir e trabalhe com

o roteiro de leitura sugerido. Use-o também como ponto de partida para a

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realização de atividades de escrita e reescrita: reorganização dos argumentos,

complementação, argumentação e contra-argumentação etc.

Texto 42

Peçonha humana Ruy Castro

"RIO DE JANEIRO - Uma plêiade de animais peçonhentos -cobras, escorpiões e lacraias- reuniu-se neste fim de semana às margens de um brejo para deliberar sobre fatos que ocuparam o noticiário nos últimos dias. Peçonha, como se sabe, significa veneno. Esses animais são considerados agressivos, traiçoeiros e letais, embora usem o veneno apenas para se defender ou se alimentar.

Na reunião, eles trataram do caso do cirurgião plástico de São Paulo que, dizendo-se assediado pela ex-namorada, matou e esquartejou a mulher com requintes profissionais, usando bisturis e pinças, e depois ocultando e destruindo o cadáver. Houve comoção geral quando uma lacraia, aos prantos, descreveu o médico retirando a pele do rosto, dos seios e das pontas dos dedos da vítima para dificultar sua identificação pela polícia.

Outra história referia-se ao rapaz de Caxias (RJ) que, inconformado com o fim de seu relacionamento com a namorada, tomou uma espada ninja de sua coleção e, com ela, simplesmente decepou o braço direito da moça. A infeliz foi levada em estado grave para o hospital Souza Aguiar, no Rio, mas o braço não pôde ser reimplantado. E, naturalmente, o grande assunto do encontro foi a tragédia da menina Isabella, em São Paulo, espancada, asfixiada e atirada ainda viva do 6º andar por, tudo indica, seu pai e sua madrasta. Chocante. Mas o que também deprimiu os animais foi o histórico de violência desse casal contra os filhos mais novos e contra a própria Isabella, a ameaça de morte à avó da criança por motivo fútil, as brigas por ciúme doentio, a vida num inferno.

Os animais peçonhentos estão assustados. O planeta que habitam parece cada vez mais hostil e perigoso pela presença desses seres -esses, sim, agressivos, traiçoeiros e letais- ditos humanos."

(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=482ASP012). Acesso em 21/02/2015.

Para explorar o texto de Ruy Castro, você pode seguir o seguinte roteiro

de leitura e análise:

a) faça uma primeira leitura em conjunto com a turma;

b) divida a turma em grupos e peça que cada um deles faça em segunda

leitura, mais analítica, apontando o tema do texto, as ideias defendidas

pelo autor e os argumentos utilizados para isso;

c) organize uma rodada de exposições, na qual os grupos devem

apresentar os resultados das análises feitas;

d) durante as apresentações, chame a atenção dos alunos para os efeitos

expressivos imprimidos ao texto pelo recurso da ironia;

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e) explore os efeitos presentes no texto, decorrentes do hibridismo de

gêneros: fábula x artigo de opinião;

f) compare esse texto com os anteriormente trabalhados;

f) retome temas semelhantes que estão presentes no contexto

sociocultural dos alunos.

Produção textual:

Após fazer a análise do artigo e discutir bastante os argumentos e recursos

expressivos utilizados, incentive os alunos a produzirem um texto a partir do

tema abordado. Para provocá-los, escreva no quadro:

VOCÊ CONCORDA COM RUY CASTRO QUANDO DIZ QUE OS SERES

HUMANOS SÃO MAIS PEÇONHENTOS DO QUE OS ANIMAIS

PEÇONHENTOS? POR QUÊ?

De posse dos textos produzidos pelos alunos, leve-os para casa e corrija-os,

primeiramente fazendo observações gerais sobre as opiniões e argumentos

elaborados, sobre aspectos da linguagem etc.

Depois disso, destaque trechos de vários escritos e os analise no quadro,

mostrando aspectos de estrutura, de linguagem, de organização das ideias etc.

Após esta análise, devolva os textos aos alunos e peça que eles os

reescrevam, observando os aspectos comentados e registrados nas

produções, assim como os argumentos e ideias que precisam ser reforçados,

melhorados, complementados. (Vide Anexo B para o trabalho de avaliação e

reescrita das produções)

BLOCO DE ATIVIDADES 8 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE

APRENDIZAGEM

Caro(a) professor(a), até agora você vem trabalhando com os alunos, de modo

dedicado e com o objetivo primeiro de torná-los mais competentes nas práticas

da leitura e da escrita, em diferentes contextos sociais. Agora é hora de você,

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juntamente com os estudantes, avaliarem essa experiência. Para isso, é

importante que realize duas etapas:

A sua autoavaliação e a avaliação do processo de aprendizagem;

A autoavaliação dos alunos.

Lembre-se!

O motor da prática pedagógica é a constante reflexão e autoavaliação...

COMO VOCÊ PODE MELHORAR O SEU TRABALHO COMO PROFESSOR(A)?

Estas perguntas podem funcionar como um roteiro para que você

registre os aspectos mais importantes da sua atuação no período:

Os planejamentos das minhas aulas foram satisfatórios?

Como eu fiz uso das atividades propostas?

Os textos e atividades trabalhados foram adequados ao nível dos

meus alunos? O que é preciso mudar?

Como os meus alunos estão lendo e escrevendo?

Tenho observado e registrado as dificuldades e avanços dos

meus alunos? E as minhas próprias dificuldades?

Tenho me preocupado em tornar o processo de aprendizagem

mais dinâmico e prazeroso para os meus alunos?

Que novas ações e estratégias eu posso implementar para

incentivá-los a avançar no desenvolvimento das práticas de leitura

e produção de textos?

Além disso, após desenvolver tantos trabalhos e atividades com os alunos, ao

longo de todo o curso, é importante refletir conjuntamente sobre o que

aconteceu quando todos juntos trabalharam com o objetivo de fazê-los avançar

no conhecimento da língua que usam e nas práticas de leitura e escrita. Afinal,

todos compartilharam os avanços e também as dificuldades que surgiram

durante a caminhada!

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Para por seu plano em prática e também provocar os estudantes, continue

essa avaliação retomando o que havia dito no início do processo, escrevendo

no quadro:

TODOS OS PARTICIPANTES DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DEVEM

CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO DO GRUPO.

Em seguida, pergunte aos alunos o que entendem dessa afirmação e anote no

quadro o que dizem, complementando as ideias e introduzindo outras

informações que julgue relevantes. Depois pergunte:

DE QUE MODO CADA UM DE NÓS CONTRIBUIU?

Lembre também à turma como deve funcionar a dinâmica do processo de

avaliação, no qual todos participam, de diferentes maneiras, analisando de

modo crítico cada experiência de aprendizagem e também os diferentes

elementos que integram o processo como um todo.

Chame a atenção dos estudantes para a importância da autoavaliação,

explicando que cada um de nós, além de avaliar os outros componentes, deve

olhar para a nossa atuação com postura crítica, observando aquilo que pode

ser melhorado, aprimorado e revisto. Essa tem sido uma grande arma para o

avanço daquele que aprende, seja professor ou aluno.

A partir dessa reflexão, peça que os alunos pensem sobre o seu processo de

aprendizagem ao longo do curso e anotem em seus cadernos as suas

impressões sobre o que aconteceu. Para guiá-los, forneça o seguinte roteiro de

perguntas:

- EM QUE EU AVANCEI NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA?

- EM QUE ASPECTOS EU PRECISO MELHORAR?

- QUAIS FORAM AS MINHAS MAIORES DIFICULDADES?

- O QUE FOI MAIS FÁCIL PARA MIM?

- QUAL FOI A MINHA CONTRIBUIÇÃO PARA O AVANÇO DO GRUPO?

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Após a atividade de registro, faça uma roda de leitura e peça que os alunos

comentem os seus escritos. O seu objetivo deve ser conhecer a percepção

deles sobre o seu processo de aprendizagem, verificar as suas dificuldades e

também compartilhar as impressões de todos. O trabalho de leitura e de

confronto das informações registradas pelos alunos pode também ser feito em

grupos e depois socializado com a turma.

Após refletir bastante sobre o processo de aprendizagem e sobre a importância

da participação de todos na avaliação, sobretudo a autoavaliação, incentive os

alunos a continuarem a sua atividade de avaliação e peça que eles agora

escrevam as suas opiniões e impressões a partir do quadro a seguir, que você

guardará como registro de avaliação do curso. Não esqueça de preencher

também o seu!

Quadro de avaliação

Caso deseje, registre neste espaço o seu nome e outras informações que julgar importantes.

O que foi bom? O que precisa melhorar?

Atuação do professor(a)

A minha atuação

Material para o trabalho com a leitura e escrita

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Ambiente de trabalho

Atividades realizadas

Depois que os alunos escreverem as suas opiniões e sugestões, leve os

registros para casa e consolide os dados mais importantes e/ou relevantes.

Lembre-se que essas informações serão muito importantes para o

aprimoramento desse tipo de iniciativa e também para a sua autoavaliação

como professor(a).

Apresentamos a seguir algumas recomendações de leitura para o professor.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Para gostar de ler, V. 5 – Crônicas. São Paulo: Ática, 1980, p.19-20.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Palavra Mágica. Rio de Janeiro: Record,

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2005.

ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009.

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.

BARIGCHUM, Suréia Spinola. A leitura na aula de língua portuguesa: teoria e

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experiências entrelaçadas. Dissertação de Mestrado em Linguística Aplicada do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Salvador/BA, 2010. 200 fls.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola e agora? Sociolinguística e educação. São Paulo: Parábola, 2005.

BRANDÃO, Carlos R. A educação como cultura. Campinas: Mercado de Letras, 2002.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEF, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais para a formação do professor. Secretaria de Educação fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1999.

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