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Abordagem dos Conceitos Mistura, Substância Simples, Substância Composta QUÍMICA NOVA NA ESCOLA 75 Vol. 34, N° 2, p. 75-82, MAIO 2012 RELATOS DE SALA DE AULA A seção “Relatos de sala de aula” socializa experiências e construções vivenciadas nas aulas de Química ou a elas relacionadas. Recebido em 10/09/2010, aceito em 27/03/12 Cristiana de Castro Lacerda, Angela Fernandes Campos e Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino-Jr. Pesquisas em Educação Química retratam alguns problemas no que se refere aos conceitos mistura, sub- stância simples, composta e elemento químico. Por exemplo, substância simples como sendo sinônimo de elemento químico; ausência de um contexto histórico que justifique a ideia atual de substância simples, com- posta e elemento químico dentro de uma visão microscópica da matéria, entre outros. Essa realidade sugere a inserção de estratégias didáticas diferenciadas em sala de aula. Nesse sentido, foi elaborada e aplicada uma situação-problema (SP), relacionada com a temática agricultura e os conceitos aqui mencionados, aos alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola pública de Recife (PE). Para responder à SP, os alunos discutiram um texto e manipularam estruturas químicas com miçangas e um jogo de palavras cruzadas. Eles demonstraram familiaridade com a temática, perceberam a relação dos conteúdos químicos com esta e participaram de forma satisfatória no processo de resolução da SP. conceitos químicos, agricultura, situação-problema Abordagem dos Conceitos Mistura, Substância Simples, Substância Composta e Elemento Químico numa Perspectiva de Ensino por Situação-Problema O s conceitos mistura, substância simples, substân- cia composta e elemento químico são considera- dos estruturantes em química (Gagliardi, 1988). Eles impulsionaram o desenvolvimento dessa ciência e se relacionam direta ou indiretamente aos demais conceitos químicos e a diferentes questões a eles vinculados. Estes são conceitos integrantes dos currículos em diferentes níveis de ensino e, no ensino médio, ocupam uma po- sição central na organização do conhecimento químico, conforme indicado por pesquisas da área (Mortimer et al., 2000) e recomendado nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006, p. 110). Assim, junto com outros conceitos, eles são a base para o estudo de propriedades, constituição e transformação de materiais e substâncias, que correspondem aos objetos e aos fo- cos de interesse da química como ciência e componente curricular, conforme indicado no Esquema 1. Nos séculos XVII-XVIII, substância simples e elemento químico eram definidos numa perspectiva macroscópica da matéria, ou seja, como último estágio de uma análise química (Oki, 2002). Se não fosse possível decompor a substância em outras, ela era considerada elemento químico ou substância simples (corpos simples); caso fos- sem produzidas novas substâncias a partir da substância inicial, ela era tida como substância composta. A ideia de substância simples como sinônimo de elemento químico perdurou por quase dois séculos, até sofrer uma reestru- turação no final do século XIX. Tal mudança foi motivada pela descoberta do átomo e das partículas atômicas, com base no desenvolvimento de modelos e teorias sobre a constituição da matéria e de suas relações com resultados experimentais. Com isso, elemento químico foi diferenciado de substância simples, sendo sua identificação realizada pelo número atômico, e a sua caracterização considera a configuração eletrônica e os elétrons responsáveis pelas interações químicas (elétrons de valência) (Oki, 2002; Rocha-Filho et al., 1988; Tunes et al., 1989). As definições atuais relacionadas a esses conceitos levam em consi- deração o aspecto microscópico da matéria. Elemento Esquema 1: Focos de interesse da química (Mortimer et al., 2000, p. 276).

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Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA75Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012RELATOS DE SALA DE AULAA seo Relatos de sala de aula socializa experincias e construes vivenciadas nas aulas de Qumica ou a elas relacionadas. Recebido em 10/09/2010, aceito em 27/03/12Cristiana de Castro Lacerda, Angela Fernandes Campos e Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino-Jr.Pesquisas em Educao Qumica retratam alguns problemas no que se refere aos conceitos mistura, sub-stnciasimples,compostaeelementoqumico.Porexemplo,substnciasimplescomosendosinnimode elemento qumico; ausncia de um contexto histrico que justifque a ideia atual de substncia simples, com-posta e elemento qumico dentro de uma viso microscpica da matria, entre outros. Essa realidade sugere a insero de estratgias didticas diferenciadas em sala de aula. Nesse sentido, foi elaborada e aplicada uma situao-problema (SP), relacionada com a temtica agricultura e os conceitos aqui mencionados, aos alunos do 1 ano do ensino mdio de uma escola pblica de Recife (PE). Para responder SP, os alunos discutiram um texto e manipularam estruturas qumicas com miangas e um jogo de palavras cruzadas. Eles demonstraram familiaridade com a temtica, perceberam a relao dos contedos qumicos com esta e participaram de forma satisfatria no processo de resoluo da SP. conceitos qumicos, agricultura, situao-problema Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta e Elemento Qumico numaPerspectiva de Ensino por Situao-ProblemaOs conceitos mistura, substncia simples, substn-cia composta e elemento qumico so considera-dosestruturantesemqumica(Gagliardi,1988). Eles impulsionaram o desenvolvimento dessa cincia e se relacionam direta ou indiretamente aos demais conceitos qumicos e a diferentes questes a eles vinculados. Estes soconceitosintegrantesdoscurrculosemdiferentes nveisdeensinoe,noensinomdio,ocupamumapo-sio central na organizao do conhecimento qumico, conformeindicadoporpesquisasdarea(Mortimeret al.,2000)erecomendadonasOrientaesCurriculares para o Ensino Mdio (Brasil, 2006, p. 110). Assim, junto com outros conceitos, eles so a base para o estudo de propriedades, constituio e transformao de materiais e substncias, que correspondem aos objetos e aos fo-cos de interesse da qumica como cincia e componente curricular, conforme indicado no Esquema 1.Nos sculos XVII-XVIII, substncia simples e elemento qumico eram defnidos numa perspectiva macroscpica da matria, ou seja, como ltimo estgio de uma anlise qumica(Oki,2002).Senofossepossveldecompor asubstnciaemoutras,elaeraconsideradaelemento qumico ou substncia simples (corpos simples); caso fos-sem produzidas novas substncias a partir da substncia inicial, ela era tida como substncia composta. A ideia de substncia simples como sinnimo de elemento qumico perdurou por quase dois sculos, at sofrer uma reestru-turao no fnal do sculo XIX. Tal mudana foi motivada pela descoberta do tomo e das partculas atmicas, com basenodesenvolvimentodemodeloseteoriassobrea constituio da matria e de suas relaes com resultados experimentais. Com isso, elemento qumico foi diferenciado de substncia simples, sendo sua identifcao realizada pelo nmero atmico, e a sua caracterizao considera a confgurao eletrnica e os eltrons responsveis pelas interaesqumicas(eltronsdevalncia)(Oki,2002; Rocha-Filho et al., 1988; Tunes et al., 1989). As defnies atuaisrelacionadasaessesconceitoslevamemconsi-deraooaspectomicroscpicodamatria.Elemento Esquema1:Focosdeinteressedaqumica(Mortimeretal., 2000, p. 276).Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA76Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012qumico passou a ser considerado um tipo de tomo ou o que caracteriza um tomo; substncia simples sendo de-fnida como formada por tomos de um mesmo elemento qumico; e substncia composta formada por tomos de elementos qumicos diferentes.Diferentes pesquisas em Educao Qumica tm esses conceitoscomoobjetosdeestudo(Rocha-Filhoetal., 1988; Tunes et al., 1989; Arajo et al., 1995; Oliveira, 1995; Oki, 2002; Rocha e Cavicchioli, 2005; Silva e Aguiar, 2008), e algumas delas apontam para problemas no ensino e na aprendizagem desses conceitos estruturantes. Por exem-plo, Oki (2002) retrata a confuso conceitual que h entre substn-ciasimpleseelementoqumico, apontando-acomotendoum constituintedeorigemhistrica relacionadasdiferentesvises macroemicroscpicatomadas paraasuaconceitualizao.J umestudorealizadoporArajo etal.(1995),commaisde100 estudantes do ensino mdio, mostrou que estes apresen-tavam problemas no entendimento dos termos substncia e mistura e na distino entre mistura homognea e hete-rognea. Esses autores atriburam essas difculdades aos diferentes signifcados dos termos no cotidiano: substncia tidacomosendosinnimodecoisa,materialeelemento (viso Aristotlica), e mistura sugere um procedimento co-mumente usado pelos alunos desde a sua infncia: o ato de misturar coisas. Alm disso, eles verifcaram que estes geralmente associam substncia fase, ou seja, para eles, se h duas fases, ento h duas substncias.Misturas como leite e sangue muitas vezes so con-sideradas por estudantes como homogneas, conforme abordado em diferentes livros didticos (Kinalstki e Zanon, 1997), pois a olhou nu, no se percebe mais de uma fase, diferentemente do que se observaria caso fosse utilizado umaalquotadessasmisturasparaobservaonum microscpio.A relevncia dessa temtica associa-se importncia de se introduzir em sala de aula abordagens diferenciadas que tratem o conhecimento de forma contextualizada e que provoquemobilizao,motivaoeaprendizagemnos alunos.Nessesentido,oensinoporsituao-problema (SP) pode muito contribuir. De acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil, 1999), as competn-cias e habilidades cognitivas e afetivas desenvolvidas no ensinodequmicadeverocapacitarosalunosatoma-rem suas prprias decises em situaes problemticas, contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e como cidado. Diferentes autores comentamqueopontodepartidaparaaprendizagens signifcativaspodeocorrerpormeiodaresoluode SP,preferencialmentesrelativasacontextosreaisque despertem a ateno dos alunos e nas quais se possam inserirastemticascurricularesaestudar(Cachapuz, 2003; Macedo, 2002; Meirieu, 1998; Nunez e Silva, 2002; Perrenoud e Thurler, 2002; Pozo, 1998).De acordo com Meirieu (1998, p. 192), uma SP[...] uma situao didtica, na qual, se prope aosujeitoumatarefaqueelenopoderealizar semefetuarumaaprendizagemprecisa.Esta aprendizagem que consiste o verdadeiro objetivo da situao-problema se d ao vencer um obstculo na realizao da tarefa.Sobessereferencial,nesteestudo,foielaborada eaplicadaumaSPcomosseguintesobjetivos:abor-darosconceitosdemistura, substncia simples, substncia composta e elemento qumico, relacionando-oscomumate-mticadesignifcnciasocial evinculadaaocontextodos alunosdeumadeterminada escola;edesenvolvervalores humanos e atitudes nos alunos, tais como respeito pela opinio dos colegas, pelo trabalho em grupo, pelo professor, res-ponsabilidade e tica.MetodologiaO estudo foi realizado em uma escola pblica localizada na cidade do Recife (PE). Participaram das atividades 29 alunos, divididos em sete grupos, na faixa etria entre 15 e18anos.Aconstruodosinstrumentosdepesquisa teve a durao de trs meses. Para a interveno didtica, foram necessrias oito aulas, sendo duas de 50 minutos por semana, totalizando 400 minutos.Construo dos instrumentos de pesquisaElaborao da situao-problemaASPelaboradatevecomotemticaaagricultura, com nfase em fertilidade do solo. O tema foi escolhido porfazerpartedocontextodosalunos,umavezquea escola est situada prxima ao Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (CEASA-PE), local onde os pais de muitos dos alunos trabalham vendendo seus produtos. Alm disso, era desejo de a escola implantar uma horta em seus domnios, fazendo-se necessrio o desenvolvi-mento de conhecimentos sobre o tema. Foi dada nfase emfertilidadedosoloparaquefossemtrabalhadosos contedos conceituais de mistura, substncia (simples e composta) e elemento qumico e informaes envolvendo temas mais amplos de interesse social como a opo entre a agricultura convencional ou agricultura orgnica, a pol-mica dos transgnicos, o uso de agrotxicos, a produo de alimentos e a questo da fome.Com base no cenrio descrito, elaborou-se a seguinte SP: Um agricultor que possui uma pequena propriedade desoloarenoso,nointeriordoestadodePernambuco, costumava cultivar uma monocultura de feijo por longos A relevncia dessa temtica associa-se importncia de se introduzir em sala de aula abordagens diferenciadas que tratem o conhecimento de forma contextualizada e que provoque mobilizao, motivao e aprendizagem nos alunos.Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA77Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012perodos. Aps alguns anos, observou-se que sua produ-o vinha diminuindo a cada colheita. Para que ele volte aobteraproduodeantes,necessriaumacorreta adubaonosolo,mascomodeterminaraquantidade necessriaequalomelhortipodeaduboparaessa plantao?.Escolha do textoO texto escolhido foi A agricultura moderna esgota os re-cursos naturais (Lutzenberger, 1999), que traz informaes gerais sobre agricultura como a monocultura; a industria-lizao versus agricultura de subsistncia; os fertilizantes; eosagrotxicos.Otextofoiutilizadocomoinstrumento didtico, visando prover informaes para que os alunos debatessem sobre efeitos de diferentes tipos de atividade agrcola, auxiliando-os na resoluo da SP.Estruturas com miangasCom base no trabalho de Rocha e Cavicchioli (2005), foram utilizadas miangas de cores e tamanhos diferentes (na faixa de 1 a 12 mm de dimetro) para confeco de estruturas das seguintes substncias qumicas: xido de potssio (K2O), pentxido de dinitrognio (N2O5), hidrazina (N2H4),gsnitrognio(N2),hidrxidodesdio(NaOH), enxofre (S8), oznio (O3), cido ntrico (HNO3) e cromato de sdio (Na2CrO4) (Figura 2). As miangas foram unidas por um fo de nylon do mesmo tipo usado em equipamentos depesca.OQuadro1mostracadaelementoqumico representado por uma mianga de cor diferente.Aatividadedeestruturas commiangastevecomoob-jetivorepresentarasestrutu-rasdassubstnciasqumicas (Figura1)e,nesseprocesso, diferenciarsubstnciasimples de elemento qumico. A ativida-de valoriza a compreenso dos nveis representacional e terico do conhecimento qumico, contribui para que o aluno perceba o carter descontnuo da matria e suas entidades constituintes (Rocha e Cavicchioli, 2005), alm de facilitar a resoluo do jogo de palavras cruzadas e a SP propostos.Jogo de palavras-cruzadasPlanejou-se, confeccionou-se e utilizou-se um jogo de palavras cruzadas, visando desenvolver nos alunos novos vocbulos relacionados com a temtica e com os conceitos qumicos em seus aspectos fenomenolgicos, tericos e representacionais que se relacionam base para o estudo de propriedades, constituio e transformao de materiais e substncias (Mortimer et al., 2000). Segundo Machado (1999, p. 163): i) os aspectos fenomenolgicos incluem t-picos do conhecimento passiveis de visualizao concreta, bem como de anlise ou determinao das propriedades dos materiais e de suas transformaes; ii) os aspectos tericos incluem os conhecimentos no nvel microscpico, nos quais se encontram informaes de natureza atmico--molecular,envolvendo,portanto,explicaesbaseadas em termos abstratos como tomo, molcula, on, eltron; iii) os aspectos representacionais envolvem os contedos qumicosdenaturezasimblica,quecompreendeinfor-maes inerentes linguagem qumica como frmulas e equaes qumicas.Com base em experincias anteriores (Marcelino-Jr. et al., 2004), formulou-se uma palavra cruzada em um diagra-ma padro, modelo de clulas quadradas, dispostas numa matriz 15 X 13, dentro de um formato conhecido como dire-tas. Para a construo do jogo, realizou-se uma pesquisa de uma grande quantidade de vocbulos relacionados com a temtica e com os conceitos qumicos envolvidos. Obteve-se cerca de duzentos vocbulos com um nmero variado de letras e, na base de tentativa e erro, preencheu-se todo odiagramademodoquetodasaspalavrasseintercep-tassem,tendopelomenosumaclulaemcomum,afm demanterascaractersticasde umacruzadacomercial.Depois, elaboraram-seosenigmaspara cada palavra. A cruzada resultante continha42(quarentaedois) enigmas,distribudosemduas listas de defnies, referentes s suas posies horizontais ou verticais, representadas pelas setas presentes no diagrama. Imprimiram-se vrias cpias do jogo em papel cuch 180g, formato A3, e cobriu-se cada uma com laminado de pvc autoadesivo transparente para que os alunos registrassem suas respostas, utilizando um marcador para quadro branco.A atividade de estruturas com miangas teve como objetivo representar as estruturas das substncias qumicas (Figura 1) e, nesse processo, diferenciar substncia simples de elemento qumico.Quadro 1: Elementos qumicos e cores de miangas.Elemento qumicoCor da mianga Hidrognio (H)Branca Nitrognio (N)Azul nati Oxignio (O)Azul metlico Enxofre (S)Laranja Cromo (Cr)Verde Sdio (Na)Vermelha Potssio (K)AmarelaFigura 1: Representao das substncias qumicas.Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA78Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012A Figura 2 traz a palavra cruzada desenvolvida. Dentro dasclulaspretas,estoosnmerosqueidentifcamos enigmas que devem ser respondidos nas clulas brancas indicadas pelas setas. Os enigmas relacionavam-se com a temtica agricultura e com os conceitos mistura, substncia simples, composta e elemento qumico, uma vez que eles fazempartedaSP.Algunsenigmasforamrepresentados por fguras de estruturas qumicas, a fm de que na cruzada estivessepresenteosdiferentesnveisdoconhecimento qumico o terico, o fenomenolgico e o representacional.Interveno didticaMomento 1: Apresentao da proposta, instrues, leitura e dis-cusso do textoForam dadas algumas instrues-alvo como: a resolu-o da SP serviria como primeira avaliao do bimestre e no seria permitida troca de informaes entre os grupos. Emcasodedvidas,caberiaaosalunosconsultarema professora que desempenharia o papel de mediadora da aprendizagem. A SP foi apresentada aos sete grupos de alunos. As inquietudes e os confitos deles foram observa-dos e registrados. Em seguida, o texto foi disponibilizado aosgruposeiniciou-seumadiscussosobrealguns pontos ligados temtica agricultura e SP.Momento 2: Atividade com miangas e observao de misturas de leite e sangueFoi realizado em duas etapas: A primeira em sala de aula,discutindoadescontinuidadedamatriapormeio da atividade com miangas; e a segunda, no laboratrio de qumica, onde os alunos observaram as misturas leite e sangue num microscpio.Atividade com miangas Cada grupo recebeu um kit contendonoveestruturasdemiangas(Figura1).Eles tinham que responder s propostas de Rocha e Cavicchioli (2005): 1 - Quantas peas vocs receberam?; 2 - Indique quantas miangas existem em cada pea; 3 - Indique, por cor, a quantidade de miangas existentes em cada pea; 4 - Faa um esquema, utilizando cores, para mostrar cada pea.Osgruposforaminformadosquecadamianga tinha um smbolo e que eles deveriam substituir a cor das miangas pelo smbolo nas representaes dessas peas (Quadro 1). As miangas comearam a ser denominadas detomos,easpeas,deentidadesconstituintes.A partir da comparao entre as estruturas de miangas, foi discutida a diferena entre substncia simples, composta e elemento qumico.Atividade no laboratrio Na segunda etapa, os alunos observaram no microscpio as misturas leite e sangue* (Figura 3). Elas foram escolhidas por apresentarem uma maior difculdade de compreenso por parte dos alunos, poismacroscopicamentedifcilapercepodemais de uma fase.Momento 3: Aplicao do jogo de palavras cruzadasPor ser uma atividade ldica, a professora/pesquisado-ra reforou para os alunos a importncia da participao cooperativaentretodososcomponentesdogrupoem Figura 2: Jogo de palavras cruzadas.Figura3:Leite(esquerda)esangue(direita)vistosdeummi-croscpio.Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA79Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012busca de uma mesma meta, que seria conseguir cumprir a atividade e que tambm no era competitiva entre grupos.Momento 4: Respondendo a SPAprofessoradistribuiuaSPparaqueosalunos,em seus grupos, desenvolvessem suas respostas em forma de texto com no mnimo seis linhas.Resultados e discussoAnlise do textoInicialmente, enfatizou-se a importncia da agricultura naproduodealimentosparaasobrevivnciadoser humano, alm de ser uma fonte de renda para diversas pessoas, destacando-se os agricultores e os comerciantes que trabalham diretamente nesse setor. Dando continuida-de, foi discutida a diferena entre os processos utilizados na agricultura. Nesse ponto, os alunos analisaram a produ-o agrcola em toneladas por hectare e a questo do uso excessivo do solo por uma monocultura. Eles apontaram algumassugestesparacuidardosolocomoousode aduboseautilizaodoprocessodeirrigao.Foram levantadas questes sobre fertilizantes, compostos qumi-cos que visam suprir a defcincia em substncias vitais sobrevivncia dos vegetais (Santos et al., 2005). Nesse momento,foiobservadaanecessidadedeosalunos buscarem informaes sobre defnies e constituio dos fertilizantes. Eles concluram que estes eram constitudos por produtos qumicos, produtos txicos, agrotxicos, in-sumos qumicos, mistura qumica e substncias qumicas. Porencontrarememsuaspesquisasotermoprodutos txicos,algunsalunosconsideraramfertilizantescomo algo que causa malefcios ao solo e aos seres vivos. Nesse sentido, foi iniciada uma discusso sobre a necessidade quanto ao uso adequado destes.Anlise da atividade com miangasPercebeu-se a infuncia do aspecto ldico da ativida-de, pois alunos que eram tmidos nas aulas foram parti-cipativos, demonstrando interesse pelo contedo. Nesse contexto, as atividades desenvolvidas foram fundamentais para promover um ambiente propcio a discusses em gru-po e importantes para o processo de aprendizagem, pois elesexpuseramsuasideiasedvidasemumambiente dinmico, promovendo no s o envolvimento intelectual, mastambmoafetivo.Dessaforma,asinteraesdos alunoscommodelosconcretosrepresentacionaisdas substncias qumicas com miangas foram valiosas para queelesidentifcassemsubstnciasimples,substncia composta e elemento qumico na atividade, como pode ser observado na Figura 4.Anlise do jogo de palavras cruzadaNa anlise da resoluo da palavra cruzada, considera-ram-se: as respostas dos alunos aos enigmas relacionados com os conceitos mistura, substncia simples, substncia composta e elemento qumico; os enigmas relacionados comatemticaagricultura;eaquantidadedeenigmas no respondidos (Tabela 1). Observa-se na Tabela 1 que a maioria dos grupos obteve um bom aproveitamento na resoluo dos enigmas, destaque para o grupo 4 que con-seguiu 100% e 75% de acertos dos enigmas relacionados com os contedos qumicos e a temtica respectivamente.Nesse sentido, a discusso do texto e a atividade com miangas podem ter contribudo. Percebe-se ainda que os grupos responderam a um percentual maior de enigmas ligados aos contedos qumicos do que ligados temtica. As respostas em branco corresponderam principalmente aos enigmas dos contedos qumicos que necessitavam dos conhecimentos qumicos em nvel fenomenolgico e terico; e aos enigmas que solicitavam um conhecimento mais aprofundado relacionado temtica, como o enigma 2,tipodefertilizantequecontmcomposioqumica defnida. O aspecto motivacional do jogo foi observado Tabela 1: Respostas dos alunos aos enigmas do jogo de palavras cruzadas.GrupoEnigmas relacionados com os conceitos mistura, substncia simples, composta e elemento qumicoEnigmas relacionados com a temtica agriculturaCerto Errado Em branco Certo Errado Em branco1 66,6% 11,2% 22,2% 54,2% 25% 20,8%2 83,3% 5,5% 11,2% 66,7% 12,5% 20,8%3 55,6% 5,5% 38,9% 45,8% 8,4% 45,8%4 100% 0% 0% 75% 8,4% 16,6%5 83,3% 0% 16,7% 66,7% 0% 33,3%6 61,1% 0% 38,9% 41,6% 8,4% 50%7 44,4% 11,2% 44,4% 16,6% 25% 58,4%Figura4:Representaodassubstnciasqumicasrealizadas pelo grupo 2.Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA80Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012durante a atividade. Houve uma maior aproximao deles com a professora/pesquisadora, alm de criar uma atmos-fera dinmica e agradvel ao aprendizado.Anlise das respostas dos grupos SPInicialmenteogrupo1perguntouseopHdosolo infuenciavanocrescimentodos vegetais.Aprofessora/pesqui-sadora fez a mesma pergunta turmanaintenodeverifcaro que eles entendiam sobre pH. Os alunosresponderamqueservia paradizersealgoestavacido eacreditavamqueosolocido prejudicava as plantas. A profes-sora/pesquisadorarespondeu que a anlise do pH determina a acidez ou alcalinidade e que, no caso do solo, quanto mais on hidrognio (H+) estiver pre-sente, mais ele ser cido, e que a presena do alumnio na sua forma inica Al3+ tambm atua como acidifcante do solo, uma vez que impede a fxao dos demais ons alcalinoscomooClcio(Ca2+)eMagnsio(Mg2+)que so importantes para a nutrio das plantas. O grupo ex-plicitou, na resposta SP, a importncia da qumica para a agricultura quando relatou a necessidade de se fazer uma anlise do solo para verifcar a quantidade de nutrientes presentes neste e reconheceu a composio dos adubos qumicos.Estetambmidentifcoualgunsmotivosque podem ter provocado a diminuio da fertilidade do solo como, por exemplo, a questo do pH deste, trabalhado no jogo de palavras cruzadas, pois o solo cido prejudica o desenvolvimento das plantas. Alm disso, comentou a necessidade de fornecer gua ao solo e sugeriu o plan-tiodevriasculturaseacriaodeanimaisqueforam discutidos na anlise do texto. Os argumentos utilizados sugerem que o grupo conseguiu fazer a associao das atividades com a SP.O grupo 2 levantou uma questo relacionada com-posio do solo hmus. A professora/pesquisadora per-guntou aos alunos se eles conheciam esse tipo de solo. Osalunosafrmaramquesim.Emseguida,pediuque eles dissessem algumas caractersticas desse solo. Eles disseramqueeraumaterrapreta,quetinhaminhocae algumas folhas. A professora/pesquisadora explicou que o solo hmus contm seres vivos como bactrias, fungos e as minhocas citadas por eles, e que esses seres tinham a funo de decompor os restos de folhas e animais que caemnocho,equeoresultadodessadecomposio era o hmus rico em matria orgnica. O grupo, na sua respostaSP,reconheceuanecessidadedefertilizaro solo,utilizandoaduboorgnico(estrume),tambmco-mentou da necessidade de fazer o processo de irrigao e reconheceu ainda que a prtica de queimadas prejudica a fertilidade do solo. No entanto, o grupo no compreendeu a relao do contedo qumico com a temtica agricultura, fcando preso ao senso comum, uma vez que em nenhum momento comentou a composio qumica dos nutrientes quesoessenciaisaosvegetais,noreconhecerama necessidadedeumaanlisequmicaparadiagnosticar a fertilidade solo e tambm no identifcaram os motivos possveis da diminuio da sua fertilidade.O grupo 3, na resposta SP, comentou a necessidade de uma adubao para fornecer nutrientes para os vege-tais, destacando o tipo e a quan-tidadedeaduboetambma necessidade da preparao do solo para o plantio. Observou-se que os conceitos de misturas e substncias foram relacionados com a temtica quando o grupo destacougranuladoqumico (fertilizante qumico) como mis-turadeadubos(nutrientesdo solo), porm ele usou uma lin-guagem do senso comum para responder SP, sem fazer uma associao das diversas atividades trabalhadas com a SP.O grupo 4 questionou se a aplicao do adubo qumico poderia ser utilizado junto com o adubo orgnico. A pro-fessora/pesquisadora os interrogou sobre o que vem a ser adubo qumico e orgnico. Os alunos responderam que o adubo qumico era uma mistura de produtos qumicos, e o orgnico era o estrume, restos de folhas e animais. Diante do exposto, foi realizada uma discusso sobre a compo-sio qumica dos adubos, na qual os alunos concluram que ambos apresentavam a mesma constituio, porm emproporesdiferentes.Ento,nohaveriaproblema em mistur-los. O grupo apresentou um bom desempe-nhonarespostaSP,fcandontidaacompreensoda importncia da qumica na agricultura. Eles reconheceram que era preciso avaliar o solo, medir a proporo dos seus nutrientes e fazer um rodzio no seu cultivo.O grupo 5 no apresentou difculdades em redigir seu textoparaaSP.Entretanto,antesdefaz-lo,solicitou professora/pesquisadora algumas caractersticas do solo arenoso. Esta perguntou o que eles entendiam sobre solo arenoso. O grupo respondeu que se tratava de um solo seco. Ela concluiu que o solo arenoso rico em areia, ou seja, nele predominam gros de diversos tamanhos com grande permeabilidade, no qual a gua passa com facilida-de, diferentemente dos demais solos como, por exemplo, o argiloso, em que a gua passa com difculdade. Esse grupo expressou muito bem suas ideias, citando pontos relevantes para a recuperao da fertilidade do solo.O grupo 6 sentiu difculdade em sintetizar os conheci-mentos em decorrncia das divergncias de opinies. A professora/pesquisadorabuscoumediarasdiscusses dessegrupoparaqueeleslevassememconsiderao asopiniesdetodososcomponentes.Duranteasdis-cusses, surgiu uma dvida acerca da existncia de um agrotxico que no prejudicasse o solo nem os seres que vo se alimentar das plantas. A professora/pesquisadora, entendendo a dvida dos alunos, explicou que existem trs tiposdeagrotxico:pesticida,quecombateosinsetos; As respostas em branco corresponderam principalmente aos enigmas dos contedos qumicos que necessitavam dos conhecimentos qumicos em nvel fenomenolgico e terico; e aos enigmas que solicitavam um conhecimento mais aprofundado relacionado temtica, como o enigma 2, tipo de fertilizante que contm composio qumica definida.Abordagem dos Conceitos Mistura, Substncia Simples, Substncia Composta QUMICA NOVA NA ESCOLA81Vol. 34, N 2, p. 75-82, MAIO 2012fungicida, que combate os fungos; e herbicida, que com-batem as plantas daninhas. No entanto, quando usados indiscriminadamente,trazemriscosparaosseresvivos, podendo causar problemas de sade e empobrecimento do solo. Percebeu-se que os alunos associaram os conhe-cimentos trabalhados s diversas atividades realizadas em sala de aula, tendo em vista que utilizaram uma linguagem com vocbulos apresentados nas palavras cruzadas e no texto como, por exemplos: NPK, agrotxicos, monocultura, irrigao.Ogrupo7tevedifculdade emorganizarasideias,princi-palmente na escrita da resposta SP.Emborativessemfalado danecessidadedeadubao parafornecernutrientespara osvegetais,ogruposeateve ao conhecimento do cotidiano, semfazerumaassociao comosconceitosqumicos trabalhados.Finalmente, nas respostas dos grupos SP, observou--sequeosconceitosdemistura,substnciasimples, substnciacompostaeelementoqumicoforampouco abordados, estando presentes mais aspectos relacionados temtica agricultura.Apsotrminodasatividades,aprofessora/pes-quisadorasolicitouqueosalunosseposicionassem individualmenteporescritocomrelaoexperincia vivenciada. Alguns comentaram que o jogo palavras e a SP foram bastante difceis de resolver: professora, voc pegou pesado com a situao-problema.... Entretanto, de ummodogeral,elesdemonstrarambastantesatisfao comasatividadesrealizadas:Continuefazendoaulas dinmicas;Aprendemosmaiscomaulasdinmicas; ... foi maravilhoso e mais fcil de aprender; Espero que as aulas continuem sempre assim, sendo diferente, pois chamaramminhaateno;Essemtododeensinofoi muito gratificante, consegui adquirir um bom conhecimento sobre esses assuntos abordados.ConclusoDe uma maneira geral, houve participao e interesse da maioria dos alunos no processo de resolver a SP. Esse interesse foi mobilizado por um enigma e no estava ligado a um desejo pr-existente; foram vivenciadas vrias atividades que permitiram que os estudantes efetuassem as operaes mentais requisitadas; respeitou-se oraciocniodecadaum;foram identifcados resultados em termos de aquisio pessoal; integrou-se um trabalho metacognitivo, relacio-nando regularmente os resultados obtidos e os procedimentos utiliza-dos.Oscomentriosdosalunos reforaramanecessidadede abordagem dos contedos cient-fcos numa perspectiva de ensino que contemple situaes problemticasqueretratemtemasdasociedade.Nesse sentido, esse trabalho pode muito contribuir.Nota:*Uma lmina pronta, contendo sangue, estava dispon-vel no laboratrio da escola para os professores utilizarem em suas atividades experimentais.Cristiana de Castro Lacerda ([email protected]), licenciada em Qumica (UFRPE), mestre em Ensino de Cincias (UFRPE), professora da rede pblica estadual de ensino de Pernambuco. Recife, PE - Brasil. Angela Fernandes Cam-pos ([email protected]), qumica industrial e mestre em Qumica (UFPB),doutoraemQumica(UFPE),docentedoDQ-UFRPEemembro permanentedoProgramadePs-graduaoemEnsinodeCinciasNvel Mestrado. Recife, PE Brasil. Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino-Jr ([email protected]), bacharel em Qumica (UFPE), mestre em Qumica (UFAL), docente DQ-UFRPE, doutorando em Educao do PPGEd da UFRN. Recife, PE Brasil.[...] nas respostas dos grupos SP, observou-se que os conceitos de mistura, substncia simples, substncia composta e elemento qumico foram pouco abordados, estando presentes mais aspectos relacionados temtica agricultura.RefernciasARAJO, D.X.; SILVA, R.R. e TUNES, E. O conceito de subs-tnciaemqumicaapreendidoporalunosdoensinomdio. Qumica Nova, n. 18 (1), p. 80-90, 1995.BRASIL.MinistriodaEducao,SecretariadeEducao Mdia e Tecnolgica.Parmetros CurricularesNacionais para o Ensino Mdio. Braslia: MEC; Semtec, 1999.______. Secretaria de Educao Bsica. 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Research into chemistry teaching reports a number of problems related to mixture, simple substance, compound substance and chemical element concepts. These include that of the simple substance as a synonym of the chemical element; absence of a historical context justifying the current idea of the simple substance, compound substance and chemical element from a microscopic view of matter, among others. This suggests the inclusion of different didactic strategies in the classroom. Thus, a problem situation (PS) related to agriculture and the aforementioned concepts was developed and applied to frst-year students of a public high school in Recife, Brazil. To respond to the PS, the students discussed a text and organized chemical structures using beads and a crossword puzzle game. They demonstrated familiarity with the subject and perceived its relationship with the chemical contents, actively participating in the PS solving process.Keywords: chemical concepts, agriculture, problem situation.SOCIEDADEBRASILEIRADEQUMICA,27.,2004,Poosde Caldas. Atas. So Paulo, 2004.MORTIMER,E.F.;MACHADO,A.H.eROMANELLI,L.I.A propostacurriculardequmicadoestadodeMinasGerais: fundamentosepressupostos.QumicaNova,v.23,n.2,p. 273-281, 2000.NUEZ, I.B e SILVA, S.F. O ensino por problemas e trabalho experimental dos estudantes refexes terico-metodolgicas. Qumica Nova, v. 25, n. 6B, p. 1197-1203, 2002.OKI, M.C.M. O conceito de elemento da antiguidade mo-dernidade. Qumica Nova na Escola, n. 16, 2002.OLIVEIRA, R.J. O mito da substncia. Qumica Nova na Escola, n. 1, p. 8-11, 1995.PERRENOUD,P.eTHURLER,M.G.Ascompetnciaspara ensinar no sculo XXI: a formao dos professores e o desafo da avaliao. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 113-135.POZO, J.I. (Org.). 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O ldico em qumica: jogos e atividades ldicas aplicados ao ensino de qumica. 2004. 195 p. Tese (Dou-torado) Universidade Federal de So Carlos: So Carlos, 2004.SILVA, R.M.G. Contextualizando aprendizagens em qumica na formao escolar. Qumica Nova na Escola, n. 18, p. 26-30, 2003.Chamada de artigos para Qumica Nova na Escola Qumica Nova na Escola convida autores e autoras a submeter textos de pesquisa sobre o Programa PIBID, Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Docncia. Tendo em vista a relevncia do PIBID para a educao pblica e a ex-pressiva participao de IES e de cursos de Licenciatura em Qumica, Qumica Nova na Escola reservar espao para publicar artigos que relatem experincias formativas de professores e indiquem inovaes na pesquisa em Educao Qumica. Deve-se justifcar o enquadramento do texto nessa convocao na Carta de Apresentao e selecionar no item tipo do manuscrito a opo Programa PIBID. Os textos submetidos em funo dessa convocao devem seguir as seguintes orientaes editoriais: Seo PIBIDResponsvel:editoria.InvestigaessobrequestesrelativasedecorrentesdoPIBIDarticuladosformaode professores de Qumica e/ou Cincias, sem prejuzo do envolvimento de outras reas de conhecimento, explicitando os fundamentos tericos, o problema, as questes ou hipteses de investigao e procedimentos metodolgicos adotados na pesquisa, bem como analisando criticamente seus resultados. Limite de pginas: 25Abaixo, segue o calendrio editorial estendido da chamada: 05/01: Lanamento da chamada. 04/06: Prazo mximo para envio dos textos.19/07: Prazo mximo para concluso da primeira avaliao.11/08: Prazo mximo para envio de correes.11/09: Prazo mximo para concluso da ltima avaliao.25/09: Envio da verso fnal.Novembro/2012: Publicao dos textos aceitos. Os Editores