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Abril 2015

Abril 2015 - NTD Toolbox · A ENVISION presta assistência ao programa nacional de controlo das doenças tropicais negligenciadas (DTN) para o controlo e eliminação das sete DTNs

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Abril 2015

Esta brochura tornou-se possível graças ao apoio generoso do Povo Americano através

da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do

Projecto ENVISION dirigido pela RTI Internacional ao abrigo do Acordo de Cooperação

no. AID- OAA-A-11-00048.

A ENVISION presta assistência ao programa nacional de controlo das doenças tropicais

negligenciadas (DTN) para o controlo e eliminação das sete DTNs visadas: a filaríase

linfática, a oncocercíase, a sistosomíase, três helmintes transmitidas pelo solo

(roundworm, hookworm, whipworm) e tracoma. O período de desempenho é 30 de

Setembro de 2011 a 30 de Setembro de 2016.

2

Esta brochura foi concebida para facultar aos gestores dos programas um

conjunto de passos a serem seguidos no processo de tratamento de

Eventos Adversos Graves (EAGs) – geralmente como casos de

emergência – e que sirvam de ajuda à imediata facilitação e recurso a

respostas adequadas ao programa.

A brochura foi elaborada de acordo com as sugestões deixadas na Quinta

Reunião do Grupo de Trabalho de Acesso aos Medicamentos Essenciais

de Qualidade contra as Doenças Tropicais Negligenciadas (WGA) OMS,

Genebra, Suíça – 26 de Abril de 2013 cuja resolução foi no sentido de

“Encorajar mais ainda e apoiar os países a adoptarem e adaptarem-se

aos instrumentos e normas existentes para a monitoria da segurança

nas actividades de tratamento e controlo das DTNs através da

colaboração efectiva entre o sistema nacional de farmacovigilância e os

programas das DTNs”. De facto, o conteúdo é em grande medida o

reflexo do manual da OMS intitulado “Asseguramento da Segurança das

Intervenções da Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças

Tropicais Negligenciadas: Aconselhamento Prático para Gestores dos

Programas Nacionais de Prevenção, Detecção e Gestão dos Eventos

Adversos Graves”1 o qual fornece informações mais extensas sobre a detecção, gestão, investigação e reporte de EAs e EAGs. Partes

significativas do manual da OMS foram incorporadas na presente

brochura para garantir que as definições e recomendações padronizadas

feitas a nível global (particularmente através da OMS e das agências

globais de regulamentação) sejam reflectidas com precisão. Além disso,

os documentos apresentados pela OMS em relação aos programas de

imunização também foram usados para desenvolver assinalar os conceitos

chave constantes da presente brochura. Inclui-se em separado um

conjunto de materiais de formação a ser usado nos programas das DTNs

em formações remotas e interpessoais para gestores dos programas,

profissionais de saúde/distribuidores comunitários de medicamentos.

A brochura foi elaborada pelo projecto ENVISION liderado pela RTI e

em colaboração com a Força de Trabalho para a Saúde Global, sob a

assistência de numerosos profissionais médicos e de saúde pública.

Esta brochura pode ser encontrada no formato PDF no seguinte link:

www.ntdenvision.org/resource/SAE_Handbook

1 Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da Segurança das Intervenções da

Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas:

Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas Nacionais de Prevenção,

Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS, 2011.

3

ÍNDICE

1. Antecedentes ............................................................................... 5

2. Resposta às necessidades do paciente: tratar o paciente com AE-f-

MDA........................................................................................... .8

3. Resposta às necessidades da comunidade: capacidade de

comunicação para gerir AEs-f-MDA ........................................... 12

4. Este foi um Evento Adverso Grave (EAG)? ............................. 18

5. Reporte de EAGs (e EAs) ......................................................... 21

6. Investigação para determinar a causalidade .............................. 24

7. Correcção do problema ............................................................. 31

Anexo 1: Lista de controlo da planificação e gestão da segurança

durante as campanhas de CTM ..................................................... 36

Anexo 2: Formulário de Reporte de Evento Adverso (EA) ......... 38

Anexo 3: Formulário de Investigação de EA..…………………...41

Anexo 4: Números de contacto importantes ................................ 43

Glossário e acrónimos ................................................................... 44

4

1. ANTECEDENTES 1.1 Quimioterapia Preventiva A Quimioterapia Preventiva usando Campanhas de Tratamento

Massivo (CTM) emergiu como uma importante ferramenta de

controlo/eliminação das Doenças Tropicais Negligenciadas

(DTNs). Os programas de quimioterapia preventiva rivalizam

com os programas de imunização no alcance e número de

indivíduos tratados. Literalmente, neste momento centenas de

milhões de pessoas recebem quimioterapia preventiva integrada

para pelo menos uma doença por ano.

Embora a segurança dos medicamentos usados nos programas de

quimioterapia preventiva permita que estes sejam administrados em

larga escala nos segmentos da população através de “pessoal não

médico supervisionado”, o reconhecimento efectivo e a gestão de

eventos adversos a seguir a uma CTM (AEs-f-MDA) – quer

causados por medicamentos tomados, quer não – deve constituir

uma componente fundamental da planificação e implementação do

programa de quimioterapia preventiva. Enquanto os programas de

quimioterapia preventiva progridem, mais AEs-f-MDA serão quase

certo reportados acompanhando assim o número de eventos

adversos graves (EAGs). É necessário que haja uma gestão

adequada dos AEs-f-MDA e um reporte e investigação eficaz de

EAGs para se alcançar a credibilidade do programa de

quimioterapia preventiva.

1.2 Objectivo do documento Têm sido constatados durante os programas de CTM, dois tipos de

casos de eventos adversos2. É de esperar a maior parte AEs-f-MDA,

geralmente observados, auto-limitados e possíveis de tratar usando

remédios simples. Os EAGs que não apenas ameaçam a vida da pessoa como também comprometem o sucesso do programa,

raramente acontecem. Os EAGs devem ser adequadamente

reconhecidos, reportados e investigados para se determinar a respectiva causa.

2 Conforme se esclarece na Secção 4, o EAG é um termo regulamentar limitado a

um evento adverso a seguir a uma CTM (AE-f-MDA) que 1) resulte em morte;

2) requeira o internamento do paciente; 3) resulte em incapacidade persistente

ou significativa; 4) constitui ameaça de vida; ou 5) resulte em defeito à

nascença/anomalia congénita.

5

A maioria dos programas CTM depende dos profissionais de saúde

e dos voluntários para a distribuição dos medicamentos e reporte

sobre eventos adversos identificados. Além disso, têm igualmente

a tarefa de gerir os AEs-f-MDA mais comuns. A preparação

adequada da comunidade e a formação do pessoal programático são

dois vectores determinantes do sucesso de cada ronda de CTM. A

formação deve enfatizar a importância da detecção ainda muito cedo

de modo a garantir uma pronta resposta assegurando desse modo a

prevenção, a detecção, a gestão e o reporte de AEs-f-MDA e EAGs.

Esta brochura visa dar ao leitor um ambiente salutar, fazer uma abordagem gradual da gestão de AEs-f-MDA e do reporte de EAGs

pelos gestores de programas de quimioterapia preventiva. Está concebido como suplemento do recentemente publicado e mais

elaborado guião da OMS3 e surge a partir da rica experiência dos

programas de imunização.

A estrutura geral prática da brochura encontra-se descrita na página

a seguir, Figura 1.

3 Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da Segurança das Intervenções da

Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas:

Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas Nacionais de Prevenção,

Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS, 2011.

6

Figura 1

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2. RESPOSTA ÀS NECESSIDADES DO

PACIENTE: TRATAMENTO DE

PACIENTE S COM AEs-F-MDA

O tratamento imediato de pacientes é o passo mais importante na

gestão de eventos adversos a seguir a uma CTM. Para além de

garantir a atenção médica, serve igualmente de elemento de

confiança no seio do programa, prestando cuidados adequados

depois da conclusão da distribuição de medicamentos.

Os eventos adversos encontrados durante os programas de CTMs

nunca são inesperados e geralmente não requerem uma gestão

complicada. São sempre relacionados com a elevada carga de

desparasitação nas comunidades podendo ser de origem sistémica

ou mesmo localizada. Os sintomas são geralmente suaves e

transitórios e podem ser tratados usando remédios simples. Certas

vezes os AEs-f-MDA podem revelar-se graves em intensidade, mas

somente em casos muito raros é que progridem para os casos

conhecidos como graves (EAGs).

Quando o paciente afectado primeiro apresenta sintomas e sinais de

AE-f-MDA geralmente nunca é possível prever se se trata de AEs-

f-MDA dos casos raros que progridem para uma situação de EAG.

A gestão de todos os casos de AEs-f-MDA deve sempre satisfazer

as necessidades clínicas imediatas do paciente.

2.1 Trabalho preparatório

Plano As actividades preparatórias devem incluir a planificação e a gestão

da segurança durante as campanhas de CTM e uma adequada

formação do pessoal de saúde. As provisões devem estar

asseguradas a todo o pessoal das unidades de saúde envolvidas para

salvaguardar cuidados apropriados ao paciente.

Informar as comunidades

As comunidades devem estar devidamente informadas que

geralmente ocorrem reacções suaves e que podem ser tratadas

usando medicamentos comuns. Devem contudo, ser encorajadas a

procurarem a assistência médica no caso de sintomas graves

anormais sem qualquer demora.

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Organize uma equipe médica de intervenção rápida Use equipes médicas formadas a partir dos recursos disponíveis

(médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar) e estacionados em locais

estratégicos próprios para responder aos casos de AEs-f-MDA e

EAGs. Comunique à comunidade e aos distribuidores de

medicamentos que existem tais equipas prontas para intervir e

distribua os respectivos contactos para poderem ser facilmente

localizados nos momentos de emergência

2.2 Tratamento domiciliário do

paciente ou no centro de saúde primário

(PHC)

O paciente pode ser tratado em casa ou no PHC.

A obtenção da história clínica requer o conhecimento

das doenças anteriores e dos medicamentos usados.

Faça uma rápida avaliação clínica (geralmente feita pelo

médico, enfermeiro ou profissional de saúde devidamente

formado). Registe e faça a monitoria da temperatura, do

batimento do pulso, da pressão sanguínea e da cadência

respiratória.

Faça a gestão dos AEs-f-MDA mais comuns durante a distribuição

de medicamentos em casa do paciente ou no PHC:

2.2.1 Dor de barriga, vómito e diarreia:

Colocar o paciente em descanso, protegê-lo contra temperatura

excessiva, barulho e muita iluminação.

Usar remédios tradicionais (ex. sumos de fruta azedo), quando

disponível, para gerir náuseas e vómitos.

Fazer o paciente beber água ou sumo de fruta.

Verificar possíveis sinais de desidratação, tais como sede, pele

seca, urina escura, boca seca, fadiga e fraqueza.

Administrar fluido oral/intravenosa quando necessário.

Dar antiespasmódicos e antiemetizantes, quando necessário.

2.2.2 Febres, dores de cabeça, dor geral em todo o corpo,

dor nas articulações ou inflamação (geralmente na região

inguinal ou escroto)

Mandar o paciente descansar.

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Administrar paracetamol em comprimidos. As doses recomendadas

são as seguintes:

o Crianças de 1-5 anos: 125-250mg;

o Crianças de 6-12 anos: 250-500mg;

o 12 anos para cima: 500mg – 1g

o (estas doses podem ser repetidas de 4-6 horas,

quando necessário)

Aplicar compressas frias na região afectada no caso de

inflamação localizada.

Tonturas

Mandar o paciente descansar.

Verificar a pressão do sangue para decidir sobre a postura no caso de

hipotensão.

Levantar a posição da cabeça com almofadas se estiver na

cama para reduzir a possibilidade de hipotensão ortostática ao

se levantar. Mandar o paciente levantar lentamente depois de

estar sentado ou na posição deitada.

Indisposição (não sentir-se bem), sentir-se carregado de sono,

cansado, fraco

Mandar o paciente descansar.

Colocar o paciente em descanso, protegê-lo contra temperatura

excessiva, barulho e muita iluminação.

Fotofobia (desconforto ou dor nos olhos por causa da

exposição à luz)

Proteger os olhos do paciente contra a luz.

Urticária, arranhões, pruridos

Avaliar sinais e sintomas na pele. Ter atenção ao facto de que

podem tratar-se de primeiros sintomas da situação de (ex.

Sindroma de Stevens Johnson ou Necrólise Epidérmica Tóxica)

que pode ser muito grave e requerer uma intervenção rápida.

Havendo suspeita de Sindroma de Stevens Johnson ou de

Necrólise Epidérmica Tóxica, encaminhe o paciente

imediatamente ao hospital mais próximo.

Administrar anti-istaminas. As doses recomendadas são:

Clorofenamina em comprimidos:

o Crianças 2-5 anos: 1mg;

o Crianças 6-12 anos: 2mg;

o 12 anos para cima: 4mg

o (a dose pode ser repetida depois de 4-6 horas, quando

necessário)

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ou

Prometazina em comprimidos:

o Crianças de 2-5 anos: 5-15mg/dia em 2 doses; o Crianças de 6-12 anos: 10-25mg/dia

em 2 doses;

o 12 anos para cima: 10-20mg até 3 vezes por

dia

2.2.7 Dispneia (que ocorre na pessoa sem história de

asma ou qualquer outra doença respiratória)

Confirmar se o comprimido administrado não está a provocar

sufoco no paciente.

Administrar anti-istaminas (consultar dosagem no mapa acima).

Caso não consiga controlar os sintomas ou estes piorarem,

encaminhe o paciente à unidade de saúde apropriada.

2.3 Quando encaminhar o paciente ao

hospital distrital ou hospital-escola Quando qualquer dos sintomas progride ou persiste para além das

24 horas ou quando é observada uma reacção inesperada ou EAG, é

preciso encaminhar a pessoa para um centro de saúde equipado com

meios de lidar com a situação. Deve usar os canais disponíveis e

previamente identificados para encaminhamento de doentes.

Em todos os casos é necessário explicar ao paciente que os

eventos adversos muito raramente são reacção ao

medicamento em si, mas sim uma reacção pelos parasitas

mortos pelo medicamento. É preciso realçar que se trata de

um sinal de que o medicamento funciona e era necessário.

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3. RESPOSTA ÀS NECESSIDADES

COMUNITÁRIAS: CAPACIDADE DE

COMUNICAÇÃO PARA GERIR

AEs-f-MDA

3.1 Comunicação com as comunidades

3.1.1. Princípios de Gestão de Crises (consultar a Secção 7.4)

3.1.2 Fortalecimento da Compreensão Comunitária

Recordar as comunidades os objectivos e os benefícios

esperados da CTM, assim como os conhecidos EAs e EAGs que

podem ocorrer durante a intervenção.

Durante a preparação de uma CTM use materiais já

preparados para determinadas audiências de modo a garantir

que a comunidade alvo esteja bem motivada e todas as

pessoas elegíveis estejam em condições de aceitar o

tratamento.

Garantir que o pessoal e as comunidades estejam cientes de

como gerir possíveis eventos adversos.

Desenvolver mensagens que não metam medo ou que

coloquem a comunidade num desconforto contra a

intervenção do tratamento massivo.

o Deixar claro que a quimioterapia preventiva é altamente

benéfica e que os AEs-f-MDA são auto-limitantes e

tratáveis usando medicamentos simples.

o Mostre que uma vez a outra podem ocorrer eventos

graves no acto de administração dos medicamentos ou

depois do tratamento, mas que não podem ser

falsamente atribuídos ao tratamento em si. o Informe à comunidade e aos distribuidores de

medicamentos sobre a existência de uma equipa de intervenção rápida, seus números de telefone para que estes possam imediatamente reportar aos locais de emergência.

A comunicação sobre os EAGs deve estar virada para os

profissionais de saúde e deve ser capaz de dar dicas práticas

sobre onde e como encaminhar os pacientes a um nível de

cuidados apropriados.

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3.1.3 Informar à Comunidade sobre o progresso da

investigação de EAGs

Quando estiver a fazer investigação sobre EAGs, deve

informar às comunidades sobre todas as etapas da

investigação (para o efeito elabore um fluxograma) para

reconquistar a confiança na quimioterapia preventiva e nas

pessoas que gerem o programa.

Não é necessário interromper uma CTM pelo facto de estar a

aguardar a conclusão de uma investigação, a não ser que EAGs

continuem a acontecer e que a qualidade dos medicamentos seja

suspeita.

Ao elaborar as mensagens é necessário ter em conta o seguinte,

dentro da abordagem do tratamento e da medicação na

comunidade e na imprensa:

o Fazer declarações sobre os importantes benefícios da

quimioterapia preventiva em relação à doença e sobre a

incerteza de determinadas causas provocadas por

eventos adversos.

o Realçar que os erros operacionais ou a doença por

coincidência podem ser as causas mais próximas e não o

medicamento em si como causa de AE-f-MDA já que é

muito raro um medicamento provocar tais reacções. o Garantir que sejam tomadas medidas adequadas que

impulsionem o público em geral a eliminar qualquer possibilidade de erro operacional.

3.1.4 Informar a comunidade sobre os resultados da

investigação de qualquer AE-f-MDA

As conclusões alcançadas pelo investigador em relação às

causas do evento devem ser comunicadas à comunidade.

Os passos para levar a cabo a investigação e avaliar a

causalidade ficam detalhados no Capítulo 7.

Os pontos a seguir podem ajudar a elaborar mensagens no fim

da investigação/avaliação dependendo das conclusões

avançadas; ex.:

o O EA foi causado pelo medicamento, mas

manifestou-se no ritmo esperado

Nada do que se esperava está a acontecer, os

benefícios da quimioterapia preventiva superam

os eventos adversos que causam.

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o O EA acontece por coincidência

Apresente dados convincentes que ilustrem

que o evento realmente foi por simples

coincidência.

Envolva pessoas influentes, da confiança

comunitária para reverem o processo e as

conclusões da investigação e procure a sua

ajuda para convencer/garantir a comunidade

que o evento ocorreu por simples

coincidência.

o O EA foi causado pelo medicamento e ocorreu

a um ritmo mais elevado do que se esperava Foram retirados lotes problemáticos.

As especificações do fabricantes ou os

procedimentos de qualidade foram alterados.

Os novos medicamentos estão a ser

adquiridos a partir de um outro fabricante.

o O EA foi causado por erro operacional As causas do erro estão a ser corrigidas (ex. a

alteração na logística de abastecimento de

medicamentos; alteração dos procedimentos

no local de tratamento; mais formação do

pessoal chave; supervisão intensificada).

As medidas correctivas serão revistas em X

meses para garantir que os erros sejam

efectivamente corrigidos.

o A causa do EA é desconhecida Poderão ser necessárias mais investigações

feitas por outros peritos.

Deve ser aceite que nalguns casos a relação causa-

efeito entre o evento adverso e o tratamento médico

permanece não esclarecido.

3.2 Comunicação com a imprensa

Seja proactivo no relacionamento com a imprensa e procure

contar histórias positivas. Onde quer que seja possível, procure

lidar com organizações profissionais, profissionais de saúde e

com o pessoal do campo antes de se dirigi à imprensa para

poder aconselhá-los sobre como lidar com as preocupações do

público e como minimizar possíveis danos nas intervenções de

quimioterapia preventiva.

Esclareça que a quimioterapia preventiva é altamente

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benéfica e que grande parte dos AEs-f-MDA são auto-

limitantes, tratáveis usando medicamentos simples e sempre

se espera que ocorram.

Enumere o apoio dos grupos e de indivíduos com competência

e publicamente respeitados para fazerem comentários públicos

sobre a quimioterapia preventiva com mensagens que atinjam

as comunidades.

3.2.1 O que dizer à imprensa?

Ao responder a qualquer preocupação sobre a segurança da

quimioterapia preventiva é necessário que as pessoas o

enquadrem do lado dos que têm compaixão, mas procurando ao

mesmo tempo ser altamente profissional e manifestando ter

realizado uma investigação bastante cuidada sobre o problema.

Evite entrar em improvisos e observações casuais. Realce

sempre a razão de ser e os benefícios comprovados da

quimioterapia preventiva evitando sempre trazer exemplos

negativos.

Evite o máximo possível usar expressões com carga negative

tais como 'evento adverso' mas incremente o uso de 'segurança

do tratamento preventivo' e reitere que é muito normal a

ocorrência de AEs-f-MDA.

3.2.2 Participação na conferência de imprensa

O interesse da imprensa é geralmente maior no princípio ou

mesmo antes da investigação, quando ainda muito pouco se

sabe da matéria. É a altura em que os rumores andam em alta

e causam maiores danos à abordagem da quimioterapia

preventiva.

Organize a conferência de imprensa o mais cedo possível mesmo

que haja informações bastante escassas para dar. Isto permite

limitar a circulação de rumores e construir um relacionamento

mais são com os jornalistas.

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É muito importante que seja designado um porta-voz

para se comunicar com a imprensa.

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No fim de cada conferência de imprensa, anuncie a conferência

posterior dentro de um número razoável de dias. A manutenção

de um contacto regular com a imprensa ajuda a criar confiança

e contribui para impedir ‘fugas de informação’.

Convide organizações profissionais e as ONGs a se juntarem

às repartições do estado na conferência de imprensa para

aumentar a credibilidade das mensagens e mostrar o seu apoio

a favor da quimioterapia preventiva e os esforços na

investigação do problema.

A preparação para uma conferência de imprensa deve

no mínimo incluir o seguinte:

o Mensagens escritas a serem comunicadas e distribuídas

por todos os porta-vozes.

o Acordar sobre declarações padronizadas para responder

às questões inesperadas que não tenham sido discutidas

nas instituições que participam na conferência de

imprensa.

o Kit de informações para todos os repórteres e

outros participantes incluindo: Artigo de imprensa com todos os factos e

mensagens essenciais.

Informação introdutória sobre as doenças

visadas pela iniciativa da quimioterapia

preventiva e os benefícios/benefícios

esperados da iniciativa.

Lista de possíveis questões que poderão ser

levantadas pelo público interessado em

buscar respostas.

3.2.3. Preparação do artigo de imprensa

Ao lidar com a imprensa é extremamente importante a

preparação antecipada dos materiais.

Use termos e conceitos que possam ser compreendidos pelas

pessoas não familiarizadas com os serviços de saúde ou com os

padrões da doença; a linguagem deve ter em vista limitar a

possibilidade de projecção para determinado evento na

abordagem geral da quimioterapia preventiva.

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No seu artigo não deixe de incluir o seguinte:

o Descrição dos eventos e o respectivo contexto (ex..

evento isolado, evento coincidente, etc.).

o Descrição do facto de o evento adverso ainda continuar

ou não (i.e. se os novos casos ainda estão a ocorrer).

o As medidas tomadas ou planificadas (dependendo da

etapa, estas podem variar do plano de acção para uma

completa investigação).

o A causa do evento (quando identificado com uma certeza

razoável).

o Medidas correctivas que tenham sido tomadas ou

venham a ser tomadas.

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4. TRATOU-SE DE EVENTO ADVERSO

GRAVE (EAG)?

É importante distinguir AEs-f-MDA comuns, previsíveis,

transitórios e facilmente geridos dos EAGs capazes de resultar em

morte ou incapacidade.

4.1 AEs-f-MDA

O AE-f-MDA é um evento médico que tem lugar num programa de

CTM, causa preocupação na comunidade e na classe médica e é

encarado como sendo causado pelos medicamentos usados. Pode

ser causado pela administração de medicamentos ou por um

evento coincidente que por um acaso possa ocorrer depois da

administração do medicamento. A maior parte dos AEs-f-MDA é

auto-limitante e tratável usando remédios simples e geralmente

nem chegam a ser reportados às autoridades nacionais ou

internacionais de regulamentação.

4.2 SAEs

Por outro lado, um Evento Adverso Grave (EAG) é um termo

regulamentar descrevendo qualquer ocorrência médica não

específica e com qualquer das seguintes características:

Resulta em morte;

Requer internamento hospitalar do paciente;

Resulta em incapacidade significativa ou permanente;

Constitui ameaça de vida; ou

Resulta em defeito de nascimento/ anomalia congénita.

Além disso, os programas de quimioterapia preventiva mandam ser

necessário reportar os eventos que apoquentem a comunidade e que

sejam percebidos como sendo devidos aos medicamentos usados no

programa de CTM.De

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Os EAGs podem produzir efeitos durante vários dias depois da

administração dos medicamentos, mas podem ser resolvidos

somente depois de vários meses. Quando ocorre um EAG,

geralmente inicia como AEs-f-MDA evoluindo subsequentemente

para um caso de EAG.

O EAG deve ser prontamente reportado às autoridades reguladoras,

conselhos de revisão institucional/comités de ética (IRBs/ECs),

grupos empresariais globais de segurança dos medicamentos e

grupos de farmacovigilância. Além disso, precisam de ser

investigados para se estabelecer alguma ligação com os

medicamentos usados (avaliação da causalidade). Uma resposta

bem sucedida contra EAGs depende da identificação prévia, acção

prévia, existência de um plano e um reporte completo.

A Figura 2 a seguir mostra as principais características do

AEs-f-MDA e do EAG e respectiva relação.

Figura 2

4.3 Evento severo vs. evento adverso grave

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De

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O termo "severo" e "grave" tem de ser usado com cuidado quando

aplicado em relação a AEs-f-MDA. É importante distinguir o

contexto severo do grave porque facilmente se estabelece uma

confusão e muitas vezes quando (incorrectamente) usados

indiscriminadamente. Severo refere-se a um ponto numa escala

arbitrária de intensidade do evento adverso em causa.

A Figura 3 a seguir ilustra a relação entre as reacções severas e

graves.

Figura 3

‘Reacção severa’ é um termo mais abrangente que inclui reacções

graves, mas também outras reacções que não tenham as

características das definidas como ‘graves.’ A gravidade (não

severidade) serve de guia para definir as obrigações do reporte

regulador.

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5. REPORTE DE EAGs (e EAs)

O reporte de AEs-f-MDA e EAGs requer alcançar o equilíbrio entre

o reporte de todos os eventos que ocorrem durante e depois de uma

CTM – que algumas vezes poderia suplantar o sistema – e

identificar eventos graves que requeiram investigação e reporte

regulamentar a todos os intervenientes. Os eventos adversos

esperados e de ocorrência mais comum geralmente não são

reportados nem recolhidos pelo sistema de saúde em muitos países.

Os profissionais de saúde devem aconselhar as comunidades para o

facto de que sempre se espera a ocorrência de reacções mínimas e a

forma como devem ser geridas.

5.1 O que deve ser reportado e a quem?

EAGs: para as agências reguladoras e intervenientes

Casos graves que apoquentem a comunidade: para a direcção

nacional do programa das DTNs (o mais cedo possível)

Reacções severas (ex., Sindroma de Stevens Johnson,

reacção Mazzotti), mesmo sem satisfazer a definição

regulamentar de EAG, principalmente se ocorrer em

clusters: para a direcção nacional do programa das DTNs

Reacções ocorrendo com muita frequência, mesmo não sendo

severas: para a direcção nacional do programa das DTNs

5.2 A quem devo reportar?

5.2.1 O pessoal programático a seguir é

primariamente responsável pela detecção e reporte de EAs

e EAGs:

21

O relatório sobre EAG deve desencadear uma decisão imediata

quanto à necessidade de medidas a tomar e da investigação e

afectação de uma equipa de intervenção rápida.

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O pessoal de saúde e restante pessoal, incluindo

voluntários de administração de medicamentos nas

intervenções de quimioterapia preventiva.

Profissionais de saúde do tratamento clínico de EAs na

unidade de saúde (qualquer tipo/nível).

5.2.2 Além disso os relatórios podem ser recebidos de

Familiares/parentes que reportem EAs afectando

membros da respectiva família.

Pesquisadores responsáveis por estudos clínicos ou

pesquisa operacional.

5.2.3 Formação em reporte e tratamento

Profissionais de saúde para cuidados primários: Os profissionais

de cuidados primários de saúde devem estar adequadamente

formados de modo a serem capazes de avaliar o paciente, gerir

reacções adversas simples e preencher o formulário padrão da

OMS (no Anexo 2 da presente Brochura) para reacções adversas

não graves. Devem ser capazes de reconhecer possíveis casos de

EAGs para o seu encaminhamento à classe médica do PHC para

uma gestão adequada. Todas as barreiras ao reporte (por

exemplo sentimento de culpa) devem ser identificadas mesmo

durante a preparação da intervenção, podendo ser abordadas

durante a formação dos profissionais de saúde periféricos.

PHC (centro primário de saúde): O pessoal de saúde do PHC

deve ser formado na avaliação e gestão de casos de EAs e no

reconhecimento e encaminhamento de casos de EAGs ao

hospital distrital, quando necessário.

Hospital Distrital: Os médicos e enfermeiros dos hospitais

distritais e a classe médica do hospital-escola devem avaliar e

gerir todos os casos de EAG a si encaminhados. O pessoal do

Hospital Distrital pode usar a reserva de especialistas na gestão

de EAGs e desenhar um plano de acção para a gestão de reacções

não comuns.

22

Re

po

rte

5.3. Gestores de Programas

O formulário padrão elaborado pela OMS (adaptado localmente

quando necessário) para o reporte de EAs e EAGs consta do Anexo

2 da presente brochura. Os gestores de programas devem submeter

cópias do reporte de EAG às agências nacional e internacional o

mais cedo possível (de preferência dentro de 24 horas). As agências

incluem:

O serviço nacional de saúde;

As empresas doadoras de medicamentos

(GlaxoSmithKline, Merck & Co., Inc., etc.);

Organização nacional de farmacovigilância (caso exista no

país);

Organização Mundial de Saúde; e

Doadores que apoiam o programa.

A submissão imediata do relatório aos parceiros não só faz com que

eles actualizem a sua base de dados sobre EAGs permitindo assim

o seu acompanhamento geral, como também permite que os

mesmos possam satisfazer requisitos regulamentares que governam

o reporte de EAGs. Além disso, ao serem informados

imediatamente, as agências podem prestar um apoio valioso nas

investigações de modo a se determinar a causalidade.

23

Arquive os relatórios logo que se identifique e se registe o caso

de EAG sem aguardar pelos resultados das investigações.

Re

po

rte

6. INVESTIGAÇÃO PARA

DETERMINAR A CAUSALIDADE

6.1 Determinar quais são os

relatórios que devem ser investigados Salvo decisão em contrário da parte da política nacional, um

EAG reportado deve ser investigado se:

o For encarado como tendo sido causado por erro

operacional (ex. sufoco);

o Estiver na lista nacional dos eventos a serem reportados;

o For um evento grave de causa inexplicável; e/ou o Estiver causando ou poder levar a preocupações

comunitárias significativas.

Além disso, os programas nacionais podem definir o tipo de EAs

que requerem investigação e assegurar que exista uma equipa

perita adequada para realizar investigações epidemiológicas.

A avaliação inicial deve ser feita de modo a determinar se

existe ou não aumento real no número de eventos e se é

necessária a investigação.

6.2 Determinar quem deve investigar

De preferência, deve haver um investigador com uma formação

e recursos adequados para investigação em cada unidade

administrativa (ex. regional ou distrital), dependendo da situação

de cada país.

Em geral, ao se embarcar numa investigação, os

investigadores periféricos devem garantir que a nível

nacional se esteja ao corrente das actualizações regulares ao

longo da investigação.

A decisão deve ser tomada o mais cedo possível sobre quem

toma o papel de porta-voz da investigação.

24

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6.3 Condução de uma investigação de EA

A investigação de EA segue padrões e princípios de investigação

epidemiológica. Além disso, requer investigação de determinados

produtos medicamentosos, assim como da forma como os

medicamentos foram administrados às pessoas que participaram na

CTM.

Os passos a seguir descrevem o protótipo de uma investigação:

a) Confirmar a informação fornecida pelo reporte e

acrescentar a informação em falta (caso exista).

b) Verificar se poderia ser incluído mais do que um caso na

mesma investigação, juntando e confirmando as informações

básicas de cada caso.

Idade, sexo, local de residência

História da família

Quadro clínico recente

Tipo de evento, data de aparecimento, duração e tratamento

de evento clínico

História do paciente incluindo as condições médicas do

passado e reacções anteriores aos medicamentos

História da quimioterapia preventiva: tipo de medicamentos

tomados, data da última e anterior dose (caso exista), tipo de

reacção anterior (sendo o caso)

No caso de morte, um relatório completo da autópsia (ou

motivo de não estar disponível), escrutínio toxicológico e

constatações patológicas.

c) Fazer exame directo na unidade de tratamento preventivo.

Peça para ser mostrado os procedimentos de tratamento, as

técnicas de administração dos medicamentos, como foi

calculada a dose e como foi obtida e verificada a água usada

na administração dos medicamentos.

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e

Investigar detalhes da formação do pessoal (Quando foi

formado? Para fazer o quê? Houve alguma verificação

das suas aptidões?).

Determinar se o número de pessoas a tratar era maior do que

o habitual.

Determinar se algum frasco não corresponde ao

original ou se não tem uma etiqueta fiável.

Verificar normas de conferência da validade do

medicamento e procedimentos de tratamento.

Examinar as instalações de armazenamento.

Determinar se algum frasco (aberto) parece particularmente

sujo e se o ambiente físico é compatível com a

administração dos medicamentos.

Verificar a presença e integridade dos registos dos

medicamentos recebidos nas operações de

tratamento.

d) Juntar informações sobre os medicamentos suspeitos e obter

amostras (de preferência juntamente com o frasco do

medicamento suspeito):

Anotar a marca, número de referência e data de validade.

Descrever alguma aparência não habitual (comprimidos

partidos, cor/formato diferente do comprimido, etc.).

Descrever as condições sob as quais o medicamento foi

expedido, sua condição actual de armazenamento,

armazenamento do medicamento antes de chegar à unidade

de tratamento e de onde veio (quem fez a importação,

quem enviou o medicamento para a unidade e como).

Preparar lista das unidades que receberam e usaram a

mesma referência de medicamentos.

e) Juntar informações sobre o quadro clínico do AEs-f-MDA

suspeito na unidade de tratamento, nas outras unidades e nas

pessoas não tratadas:

Identificar outras pessoas que receberam o mesmo

medicamento dessa mesma referência e que desenvolveram

doença.

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de

Identificar outras pessoas que receberam o mesmo

medicamento, mas de outra referência e que desenvolveram

doença.

Identificar pessoas que não receberam o medicamento

distribuído mas que tiveram uma doença idêntica.

o Perguntar se não tomaram nenhum outro medicamento

antes. o Perguntar se tomaram algum medicamento para

tratar da doença.

Contar o número total de pessoas que receberam

medicamento da mesma referência na unidade e noutras

unidades durante a presente ronda de CTM

Contar o número total de pessoas que não receberam o

medicamento desta mesma referência na unidade em

investigação e se possível noutras unidades, durante a

presente ronda de CTM

f) Formular hipóteses de trabalho sobre possíveis causas

do evento.

g) Testar a hipótese de trabalho verificando se combina em

todos os casos e se a distribuição é corroborada por testagem

laboratorial (sendo o caso).

6.4 Avaliar a causalidade

A avaliação da causalidade não é responsabilidade somente do

gestor do programa. O comité nacional de segurança da

quimioterapia preventiva (caso exista) tem a tarefa de confirmar a

avaliação da causalidade de investigações seleccionadas e onde

possível, ajudar os investigadores a determinar a causalidade.

Outros programas nacionais farão uso das orientações prescritas

pela OMS.

Use as orientações a seguir da OMS sobre o programa de monitoria

dos medicamentos para determinar a causalidade:

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Termo de

Causalidad

e Critério de avaliação4*

Certo

Evento ou anormalidade do teste laboratorial, com relação

plausível de tempo a partir da ingestão do medicamento

Não pode ser explicado por doença ou outros medicamentos

Resposta ao abandono, plausível

(farmacologicamente, patologicamente)

Evento farmacologicamente ou fenomenologicamente

definitivo (i.e. um objectivo e desordem médica específica ou

fenómeno farmacológico já conhecido)

Procedimento de reconfrontação satisfatório, sendo o caso

Provável /

Possivelme

nte

Evento ou anormalidade do teste laboratorial, com relação

plausível de tempo a partir da ingestão do medicamento

Provavelmente não atribuível à doença ou outros medicamentos

Resposta ao abandono clinicamente razoável

Não necessária a reconfrontação

Possível

Evento ou anormalidade do teste laboratorial, com relação

plausível de tempo a partir da ingestão do medicamento

Poderia também ser explicado por doença ou outro medicamento

A informação sobre abandono do medicamento pode estar em

falta ou ser não esclarecedora

Improvável

Evento ou anormalidade do teste laboratorial com tempo de

ingestão do medicamento que torna a relação improvável (mas

não impossível)

Doença ou outro medicamento conferindo

explicação plausível

Condicional

/ Não

c lassificado

Evento ou anormalidade do teste laboratorial

Mais dados necessários para uma adequada avaliação

ou dados adicionais em exame

Não avaliável

/Não

classificável

Reporte sugerindo reacção adversa

Não pode ser julgado porque a informação é

insuficiente ou contraditória

Os dados não podem ser suplementados ou verificados

* Deve-se dar cumprimento razoável a todos os pontos.

4 Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da Segurança das Intervenções da

Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas:

Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas Nacionais de Prevenção,

Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS, 2011.

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6.4.1 Causas do AEs-f-MDA

As causas dos eventos adversos que ocorrem depois das

intervenções de quimioterapia em larga escala podem ser

devidas a:

medicamento;

destruição de parasitas mortos pelo medicamento;

erros operacionais: Erros e acidentes nos procedimentos de

tratamento, logística, manufactura de medicamentos,

manuseio, ou administração;

evento coincidente: não relacionado com os medicamentos

ou com os procedimentos de quimioterapia preventiva

(associação temporal com a intervenção); ou

Causa desconhecida.

6.5 Concluir a investigação

A investigação para determinar a causalidade resultará numa das

seguintes possíveis conclusões:

O evento é definitivamente relativo ao medicamento usado.

O evento é definitivamente não relacionado com os

medicamentos usados. Alguns casos clínicos

simplesmente não coincide com a CTM; quer dizer, o

evento podia ter ocorrido se a pessoa não tivesse recebido o

medicamento. Se tal evento é suspeito ser coincidente com

a CTM, se possível, deveria ser demonstrado que o mesmo

evento também ocorreu num grupo populacional que não

foi tratado. Embora o AE-f-MDA não tenha sido ligado aos

medicamentos usados, poderia requerer uma adequada

monitoria médica e, por isso, um mecanismo de

encaminhamento para os serviços de saúde deveria ser

estabelecido.

O evento está relacionado ao processo de administração

do medicamento. Se o evento é relativo aos aspectos

operacionais do programa, devem ser iniciadas imediatamente

medidas correctivas em logística, formação e supervisão.

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e

29

29

A investigação é conclusiva. Quando a causalidade não

pode ser determinada, além de se reportar as constatações

da investigação às partes interessadas, deve ser indicado o

motivo pelo qual não houve conclusões juntamente com o

progresso feito.

6.6 Preencher Formulário de Investigação

de EAG (consultar Anexo 3)

6.7 Tomar medidas correctivas, e

recomendar outras acções (consultar

Secção 7)

6.8 Partilhar resultados da investigação

Partilhar o resultado da investigação com os profissionais de saúde,

pessoal do programa, comunidades e imprensa. Quando foi

determinado que o evento não tinha relação com os medicamentos

usados, fez-se a revisão da confiança em relação à segurança

contínua dos medicamentos.

A identificação de erros operacionais pode ser usada para

reforçar a formação suplementar.

As comunidades devem igualmente ser informadas sobre os

resultados da investigação e deve ser realçada a segurança dos

programas de quimioterapia preventiva.

Informar as agências nacionais e internacionais (incluindo a OMS,

as empresas doadoras de medicamentos e os doadores que apoiam

os programas) sobre os resultados da investigação. Enviá-los uma

cópia do relatório de investigação para mantê-los informados

mesmo se a investigação não mostrar nenhuma relação com os

medicamentos usados ou for inconclusiva.

30

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7. CORRECÇÃO DO PROBLEMA 7.1 Resolver o problema subjacente

Uma monitoria e supervisão cuidadosas podem garantir uma

distribuição segura dos medicamentos. Contudo, os eventos

coincidentes ou AEs-f-MDA esperados que ocorram durante as

CTMs podem ameaçar a sustentabilidade destes programas. A

intervenção imediata em termos de cuidados à pessoa afectada e a

investigação de EAGs podem ajudar a ultrapassar a ameaça imposta

pelo AEs-f-MDA.

7.1.1 Eventos coincidentes ou AEs-f-MDA esperados

Quando a causa de um EA é uma reacção adversa esperada ou

quando a investigação aponta para um evento coincidente, a

principal tarefa do gestor do programa é de cuidar do paciente

e manter a comunicação.

O gestor do programa deve dirigir-se à comunidade com

palavras simples e conceitos apontando para evento

coincidente, devendo sempre realçar a segurança dos

medicamentos que estão a ser usados na campanha.

Erro operacional

Uma investigação pode eventualmente identificar um erro

operacional como causa principal do EA. Torne isso

amplamente conhecido para que os outros possam também

aprender da experiência.

Use a investigação em si como recurso do ensino na formação

de futuros investigadores.

Corrija todos os erros operacionais e implemente um

mecanismo de reverificação de modo a garantir que não

voltem a acontecer.

Informe à imprensa sobre a solução e os resultados.

7.2 Melhorar a formação dos profissionais de

saúde Uma boa formação do profissional de saúde constitui

componente chave de gestão de programas de CTMs seguros.

31

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Os erros operacionais são melhor corrigidos com a formação

para garantir que não voltem a ocorrer usando exactamente

tais erros como exemplos e ferramentas de debate.

Formar profissionais de saúde que sejam bem informados sobre

os medicamentos, as reacções que podem ocorrer e a forma

como podem ser geridas de modo a aumentar o sucesso na

distribuição de medicamentos.

A identificação de erros operacionais pode ser usada como

forma de reforçar a formação suplementar.

7.3 Melhorar a mobilização social

Uma comunidade bem preparada terá maior tendência de

aceitar os medicamentos distribuídos se tiver informações

claras sobre a segurança dos medicamentos e se estiver ciente

de que os eventos adversos ligeiros são absolutamente

normais, transitórios e de fácil gestão.

É necessário elaborar mensagens de mobilização social que

alcancem equilíbrio entre o realce dos benefícios dos

medicamentos de CTMs e a partilha aberta de informações

sobre possíveis eventos adversos.

Organizar uma campanha de imprensa orquestrada para

encorajar uma aceitação capaz de realçar a segurança dos

medicamentos, os eventos adversos suaves que podem

ocorrer e a prontidão para a gestão dos eventos adversos.

7.4 Gestão de crises

Uma crise pode acontecer por razões fora do controlo directo do

programa (por exemplo, a publicação de um artigo de imprensa) e

pode prejudicar a condução de uma CTM juntamente com o sucesso

do programa a longo prazo. É preciso tomar antecipadamente as

medidas a seguir para impedir a ocorrência de crises:

Antecipar

Não aguarde pela ocorrência da crise. Antecipe e prepare-se:

Através de um pacote médio sobre o EAG em causa

Assegurar que as pessoas a todos os níveis (a partir de CDD

32

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e mais) saibam o que dizer/não dizer à imprensa, e a

quem dirigir os órgãos de imprensa.

Ter contactos de tais canais de informação.

Determinar quem será responsável por responder

às perguntas.

Desenvolver relações com a imprensa, principalmente

com os jornalistas especializados em matéria de saúde e

distribuir artigos de imprensa antes do início da

campanha e que incluam informações sobre os AEs-f-

MDA esperados.

Estabelecer canais de acreditação de informações

através da emissão de mensagens públicas de

sensibilização sobre a saúde na rádio ou no jornal.

Formar o pessoal a todos os níveis para

responder adequadamente.

O gestor do programa deve formar-se juntamente com

outros gestores seniores.

Incluir a formação de membros de direcção a nível

local à altura das exigências da imprensa.

Confirmar todos os factos antes de fazer algum

pronunciamento público.

Decidir se o AE-f-MDA é de facto genuíno e se não é

apenas um rumor infundado.

Preparar um plano capaz de reagir às crises quando

estas ocorrem.

Criar um grupo de trabalho contra crises onde

participem representantes da população, sendo o caso.

Examinar os aspectos legais, técnicos e de

comunicação.

Designar uma pessoa que será responsável pela

comunicação com os jornalistas.

Emitir uma declaração preliminar dentro de poucas

horas. Comunicar com os jornalistas receptivos e com

quem já tenha relações.

Lançar investigação técnica e manter a imprensa

33

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informada sobre o progresso feito.

Se o incidente for de grande magnitude, organize

conferências de imprensa todos os dias. Tente ir ao

encontro das expectativas da imprensa em todas as

formas possíveis.

Organize e encontre medidas de apoio para as pessoas

afectadas – i.e., cobrindo despesas ou montando um

telefone para serviço de consulta – sem

reconhecimento de culpa.

Ter em conta a possibilidade de licitação do apoio de

celebridades ou de outras entidades bem conhecidas

com vontade de apoiar publicamente a CTM.

Constituir um rápido repositório de opiniões para

compreender a opinião do público e desenvolver

mensagens próprias.

Avaliar o evento e assimilar as lições que o evento

oferece sobre como tudo poderia ser tratado melhor da

próxima vez.

7.5 Desenvolver laços com os programas

de farmacovigilância

A identificação bem sucedida, a gestão e a investigação de EAGs

nos programas de quimioterapia preventiva requer o envolvimento

activo de vários intervenientes e laços com o sistema nacional de

farmacovigilância. Em geral, o pessoa de saúde pública de países

endémicos de DTNs não tenha sido devidamente equipado para

ser capaz de monitorar a segurança dos medicamentos que são

distribuídos. Além disso, o sistema de farmacovigilância pode

não ser bem desenvolvido de modo a se adequar aos requisitos

das operações de campo em larga escala. Onde estes existam, não

podem efectivamente estar ligados aos programas de quimioterapia

preventiva.

Claramente, enquanto se espera que o gestor de programas responda

rapidamente e de modo adequado a um EA ou EAG que ocorra

durante o programa de quimioterapia preventiva, este necessita do

apoio dos serviços de saúde distritais para organizar os cuidados e

apoio médico. Mais importante ainda, é que precisará da assistência

de farmacêuticos clínicos, epidemiologistas e especialistas em

estatística para investigar e determinar a causalidade dos EAGs.

Finalmente, o gestor precisa de trabalhar em estreita ligação com as

organizações da farmacovigilância nacional

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(ou respectivo equivalente) para garantir que os dados de segurança

sejam recolhidos com precisão pelas agências nacional e

internacional.

35

A chave do sucesso de um programa de quimioterapia

preventiva é a planificação cuidada.

Uma lista de verificação como a do Anexo 1 pode ajudar a

planificar campanhas de CTM.

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ANEXO 1

LISTA DE VERIFICAÇÃO DA

PLANIFICAÇÃO E GESTÃO DA

SEGURANÇA DURANTE AS

CAMPANHAS DE CTM5

1. Fique preparado Compreender as orientações de gestão dos AEs-f-

MDA.

Reconhecer a definição do caso padrão de AE-f-MDA

p rocedimentos de investigação padrão.

Montar equipas de assistência médica em locais

estratégicos e informar à comunidade e aos distribuidores

de medicamentos sobre a sua disponibilidade.

Criar um repositório de especialistas capazes de

orientar o programa e de gerir investigações de EAGs.

Fazer com que as unidades de saúde locais estejam

preparadas para receber e gerir pessoas com AEs-f-MDA

e EAGs.

Nomear e formar pessoal para conduzir investigações de

AE-f-MDA usando o formulário de investigação

(consultar Anexo 3).

Informar a todos os profissionais de saúde/médicos sobre

a necessidade de reportar imediatamente um AE-f-MDA

que satisfaça a definição de caso.

Identificar pessoa para notificar todos os

intervenientes. Identificar porta-voz de comunicados

públicos.

2. Receber relatório de um AE-f-MDA Decidir se o relatório aborda AE-f-MDA genuíno de

acordo com a sua definição, e se precisa de ser

investigado e/ou anunciado em público.

5 Com base na lista de verificação para o programa de imunização concebido pelo

Gabinete Regional da Organização Mundial de Saúde para o Pacífico Ocidental.

Apêndice J: Lista de verificação para o sistema de vigilância da segurança da

imunização: Orientações para gestores de programas de imunização e vigilância de

eventos adversos a seguir à imunização (Segunda Edição). Manila: WHO WPRO,

2013

36

Organizar viagem para o local de AE-f-MDA, ou delegar

responsabilidades a outra pessoa formada ou equipa de

execução.

3. Investigar e recolher dados

Sobre os medicamentos. Sobre os serviços.

Sobre o paciente.

Observe o serviço em acção.

Formular a hi9pótese sobre qual foi a causa do AE-f-

MDA.

Recolher exemplares do paciente, se necessário.

Recolher medicamentos usados, se possível e se necessário.

4. Despachar exemplares de drogas, quando recolhidas

5. Analisar dados

Obter resultados laboratoriais. Rever as constatações clínicas.

Rever as investigações in-loco.

Rever as constatações epidemiológicas ex. clusterização

de casos no tempo e no espaço ou por lote ou fabricante.

Resumir e reportar constatações.

6. Tomar medidas Comunicar com o pessoal de saúde (ex.

tratamento, informação).

Comunicar constatações e acções ao público.

Corrigir problemas (com base no caso) melhorando

a formação, supervisão e/ou distribuição de

medicamentos.

Substituir medicamentos, sendo adequado.

37

Situação da saúde antes do tratamento com medicamentos de quimioterapia preventiva:

Good Unknown If “Poor”, give details:

Outras parasitoses,conhecidas ou suspeitas:

Outros medicamentos a serem tomados (concorrentes ou recentes):

Fonte de tratamento: Programa de tratamento

massivo Tratamento clínico/ médico Outro método

Altura do paciente (cm) Peso do paciente(kg)

ANEXO 2 FORMULÁRIO DO RELATÓRIO DE EVENTO

ADVERSO (EA)6

(PARA USO NA UNIDADE DE ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO EM

PROGRAMAS DE QUIMIOTERAPIA PREVENTIVA)

País: Data de reporte: / /

1. Informações do paciente Nome (primeiro/meio/ultimo) Idade Sexo (M/F)

Local Distrito Província/Estado 2. Pré-condições existentes

Infecções Confirmada Suspeita Negativa desconhecida

Detalhes

1. HTS 2. Filaríase Linfática 3. Oncocercíase 4. Sistosomíase 5. Tracoma

Malária Sim Não

Loiasis Sim Não caso “Sim”, mf/ml (blood):

mf/ml (CSF):

Recentes)

A paciente está grávida? Sim Não

Não sei

3. Medicamento admnistrado Qual destes medicamentos foi

administrado ao paciente?

Dose Marca e

nome do fabricante

Nr de

referên

cia

Data de

tratamento:

(dia/mês/ano)

albendazole azitromicina

dietilcarbamazina (DEC)

ivermectina

mebendazole

praziquantel

6 Modificado por acréscimo de azitromicina e tracoma “No Formulário do Relatório Completo

de EA” na seguinte publicação: Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da

Segurança das Intervenções da Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças

Tropicais Negligenciadas: Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas

Nacionais de Prevenção, Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS,

2011.

38

É a primeira vez que faz tratamento com os medicamentos seleccionados acima?

Sim Não Não sei

Caso “Sim”, qual dos seguintes medicamentos tomou pela primeira vez?

albendazole azitromicina dietilcarbamazina (DEC) ivermectina mebendazole praziquantel

Caso “Não”, explicar quando, e circunstâncias do último tratamento de cada

medicamento: 4. Descrição dos eventos adversos graves (EAG)

Data de início (dia/mês/ano): Quanto tempo depois de tomar medicamentos?

horas OU dias

Sinais clínicos e sintomas (descreva)

Acha que o evento adverso é/era ameaça de vida? Sim Não

Resultados laboratoriais (diga nome do teste) Datas do teste (dia/mês/ano)

a) Hospitalização Sim Nã

Caso “Sim”, indique:

1. Data de admissão (dia/mês/ano)

2. Motivo de admissão:

3. Data de alta (dia/mês/ano)

b) Medicamentos administrados para tratar eventos adversos:

c) Quadro clínico:

(Anexar relatórios relevantes) 5. Condição/resultado da última observação

Recuperação total: Sim Não Não sei

Doença contínua: Sim Não Não sei Caso “Sim”, descreva situação actual:

39

Incapacidade permanente/significativa: Caso “Sim”, descreva:

Sim

Não

Não sei

Morte: Sim Nã

Caso “Sim”, indique: 1. Data da morte (dia/mês/ano):

2. Causa da morte:

3. Circunstâncias na altura da morte, em detalhe:

Reportar constatações da autópsia, incluindo tecidos retirados para histopatologia e outros

estudos feitos ou requisitados (use páginas adicionais se necessário para completar a

resposta):

6. Conclusões (a ser preenchido pelo provedor dos cuidados de saúde)

Possível diagnóstico:

Acha que o tratamento combinado com os medicamentos seleccionados na caixa três constitui

possível factor de causa deste evento adverso grave?

Sim Não Duvido

Caso “Sim”, explique:

Caso “Não” ou “Duvido”, qual julga ter sido a causa da experiência?

7. Fonte – Reporte elaborado por:

Nome da pessoa que fez o reporte

Organização & Cargo

Endereço

Telefone, celular e fax (incluindo

código do país e da zona)

Assinatura e data

40

ANEXO 3

FORMULÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DE EA7

ID de Investigação Nr: ID de Reporte Nr: Data de Início da

investigação:

Descreva EA que desencadeou a investigação:

Quadro clínico/diagnóstico:

Dados de frequência da mesma doença na comunidade:

disponível/não disponível

Maior frequência de tratados/ não tratados? S/N?

Outros comentários:

Unidade de tratamento

investigada?: S/N? Caso sim,

principais constatações:

Outras constatações relevantes da investigação:

7 Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da Segurança das Intervenções da

Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças Tropicais Negligenciadas:

Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas Nacionais de Prevenção,

Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS, 2011.

41

Medida correctiva tomada (especificar acção ou motivo para não agir):

Mais medidas recomendadas:

Conclusão sobre a causa de EA Descreva:

Reacção adverse ao

medicamento

Erro operacional

Evento

coincidente

Desconhecido

Conclusão: Certo Provável Possível

Razões/motivo da conclusão:

Assinatura do investigador: Data:

Nome e contacto do investigador:

42

ANEXO 4

NÚMEROS DE CONTACTO

IMPORTANTES

(Use esta página para anotar os números de contacto importantes.

Foram indicados alguns contactos úteis mas pode acrescentar mais

números.)

Director Nacional de Programa:

Director Distrital de Saúde:

Hospital Distrital:

:

:

:

:

:

:

43

GLOSSÁRIO8

Evento adverso

depois da CTM

(AE-f-MDA)

Incidente clínico que tem lugar depois de uma

quimioterapia preventiva em campanha de tratamento

massivo e que se suspeita ser, mas não necessariamente

causado por medicamentos usados na intervenção.

Alguns EAs, depois da investigação, pode-se constatar

terem sido causados pelo medicamento. Tais EA serão

encaminhados como reacções adversas ao medicamento

ou efeitos colaterais

Experiência

adversa

Sinónimo de evento adverso

Reacção

adversa do

medicamento

Resposta ao medicamento que é nociva, não intencional e

que ocorre em doses normais usadas no homem. Além

disso, uma reacção adversa pode também ser

consequência da eficácia do medicamento ao matar os

parasitas.

Consulte igualmente casos de eventos adversos

depois de uma quimioterapia preventiva (EA)

Cluster Dois ou mais casos de um mesmo evento ou semelhante

relativos ao medicamento administrado no tempo e

espaço. Os gestores nacionais de programa devem

decidir a favor de uma definição mais precisa e

localmente significativa.

Quimioterapia

preventiva Intervenção regular, sistemática, em larga escala

envolvendo a administração de um ou mais medicamentos

a grupos populacionais seleccionados com o objectivo de

controlar DTNs tais como a filaríase linfática, a

oncocercíase, sistosomíase, tracoma e helmintíases

transmitidas pelo solo. O seu objectivo e maior desafio é

o de alargar a cobertura regular em medicamentos como

8 Este glossário foi retirado da Organização Mundial de Saúde. Asseguramento da

Segurança das Intervenções da Quimioterapia Preventiva para o Controlo das Doenças

Tropicais Negligenciadas: Aconselhamento Prático para Gestores dos Programas Nacionais

de Prevenção, Detecção e Gestão dos Eventos Adversos Graves. Genebra: OMS, 2011.

44

Intervenção de saúde pública capaz de alcançar todos

os indivíduos em risco de morbidade causada pelas

DTNs seleccionadas.

Gestão de

eventos

adversos

depois da

quimioterapia

preventiva

Um conjunto de políticas e medidas destinadas a

garantir a segurança da quimioterapia preventiva com

base na detecção, reporte, investigação e resposta aos

eventos adversos graves e clusters de eventos adversos

em função das preocupações que geram nas

comunidades afectadas. Segurança da

quimioterapia

preventiva

As práticas da saúde pública e políticas lidam com

vários aspectos da administração correcta de

medicamentos na quimioterapia preventiva em larga

escala. O termo tem a ver com o espectro de eventos

do fabricante para corrigir a administração. O termo

integra as acepções segurança dos aspectos

operacionais da intervenção, assim como a segurança

do produto medicamentoso em si.

Vigilância à

segurança da

quimioterapia

preventiva

Sistema para garantir a segurança da quimioterapia

preventiva através de uma gestão adequada dos

eventos adversos. A vigilância da quimioterapia

preventiva requer canais de reporte ad hoc e

mecanismos de resposta geralmente não presentes

no sistema típico de farmacovigilância.

Prática

segura de

gestão da

intervenção

As práticas operacionais e de saúde pública e as

políticas que garantem que o processo de

administração de medicamentos para o controlo das

DTNs tem riscos mínimo, independentemente de

determinados fins da intervenção ou do produto

medicamentoso usado Eventos

adversos

graves depois

de uma

quimioterapia

preventiva

(EAG)

Ocorrência médica não especificada que em

qualquer dose resulta em morte, requer internamento

hospitalar ou prolongamento do internamento de que

resulte incapacidade permanente ou significativa ou

ameaça de vida.

O cancro e as anormalidades congénitas ou defeitos

à nascença devem ser encarados como eventos

45

médicos graves que seriam mais graves ainda se não

respondessem a um tratamento intensivo.

O termo “severo” é muitas vezes usado para

descrever a intensidade (severidade) do evento

médico como na gradação “suave”, “moderado”, e

“severo”. O EA severo não é necessariamente grave.

de: Reacções adversas do medicamento: definições,

diagnósticos e gestão. I Ralph Edwards, Jeffrey K

Aronson - Lancet 2000; 356: 1255–59

Evento

adverso grave

Consultar evento adverso grave. O termo “severo” é muitas vezes usado para

descrever a intensidade (severidade) do evento

médico como na gradação “suave”,

“moderado”, e “severo”.

Vigilância A recolha sistemática de informações sobre as

doenças e sobre o uso de medicamentos nas

intervenções de quimioterapia preventiva e que são

objecto de análise e disseminação para facilitar a

tomada de decisão em saúde pública, a tomada de

medidas para proteger a saúde das populações e

garantir a segurança das intervenções de

quimioterapia preventiva.

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ACRÓNIMOS

AE-f-MDA Evento adverso depois da campanha de tratamento massivo

CDD Distribuidor comunitário de medicamentos

MDA Campanha de tratamento massivo

NGO Organização não governamental

NTD Doença Tropical Negligenciada

PC Quimioterapia preventiva

PHC Centro primário de saúde

SAE Evento adverso grave

WHO Organização Mundial de Saúde

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NOTAS

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52

A presente brochura encontra-se disponível em formato PDF no

seguinte link: www.ntdenvision.org/resource/SAE_Handbook