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Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Caetano do Sul Abril de 2013 Questão de Consciência Limpa

Abril de 2013 - saocaetanodosul.sp.gov.br · Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Caetano do Sul – SP 2 Ficha técnica

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  • Plano de Gesto Integrada de

    Resduos Slidos de

    So Caetano do Sul Abril de 2013

    Questo de Conscincia Limpa

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 2

    Ficha tcnica

    Prefeito Municipal Paulo Nunes Pinheiro

    Vice-prefeita Lucia Dal Mas

    Coordenao DAE-SCS

    Diretor do Departamento de gua e Esgoto Welington Kalil

    Diviso de Resduos DAE-SCS Maria Vitria Garcia Molina

    Comit Diretor 2013

    Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade Alan Rosendo

    Departamento de gua e Esgoto Andreia Rey Inocencio

    Centro Integrado de Vigilncia Sade Oswaldo Cipullo Danilo Sigolo Roberto

    Secretaria de Desenvolvimento Econmico Deolinda Aparecida Parra

    Secretaria de Obras e Habitao Enio Moro Jnior

    Secretaria de Comunicao Fernanda Ravena

    Departamento de gua e Esgoto Fernando Arago

    Secretaria de Planejamento Karina A. M. de Medeiros Motta

    Secretaria de Servios Urbanos Marcos Antonio Gonalves Braga

    Secretaria de Governo Marco Antonio Santos Silva

    Departamento de gua e Esgoto Maria Vitria Garcia Molina

    Secretaria de Assistncia e Incluso Social Morgana Brendler Reis

    Secretaria de Assuntos Jurdicos Nelson Santander

    Secretaria de Educao Renata Hioni

    Secretaria da Fazenda Rodrigo Milanez Tuzini

    Secretaria de Sade Viviane Cristina Torres

    Comit Diretor 2012

    Departamento de gua e Esgoto Maria Vitria Garcia Molina

    Departamento de gua e Esgoto Jos Eduardo A Tavares Soares Secretaria de Sade Amanda R. P. Amorim Secretaria de Comunicao Joo Paulo Pastore Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade Juliana Gulart Rohrbacher Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade Karina Andreia M M Mota Secretaria de Assistncia e Incluso Social Maurcio De Da Secretaria de Educao Pedro Luiz Soda Secretaria de Governo Tuany Cavalcante Secretaria de Servios Urbanos Vitorio Cesar Dalberto Vigilncia Sanitria Neusa Galindo Vigilncia Sanitria Simoni Kosaka

    I&T Gesto de Resduos

    Urbanista Tarcsio de Paula Pinto (Diretor tcnico)

    Arquiteto Urbanista Luiz Alexandre Lara (Coordenador do projeto)

    Tecnlogo Wanderley Macedo dos Anjos (Gerente do projeto)

    Gegrafa Julia Moreno Lara

    Gegrafo Piero Pucci Falgetano

    Engenheiro Civil Jos Antonio Ribeiro de Lima

    Administrao - Marisa Vieira de Jesus

    Prefeitura Municipal de So Caetano do Sul Avenida Fernando Simonsen, 566 - Bairro Cermica CEP: 09540-230 - So Caetano do Sul - Tel.: 4233-7373

    Departamento de gua e Esgoto Av. Fernando Simonsen, 303 - Bairro Cermica So Caetano do Sul - SP - 09540-230 - Tel.: (11) 2181 1800

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 3

    Sumrio

    1 Introduo .............................................................................................................. 8 2 Marco Legal e Normativo ..................................................................................... 17

    2.1 Lei Nacional de Saneamento Bsico ............................................................. 17

    2.2 Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS) ............................................. 19

    2.3 Legislao Estadual ...................................................................................... 22

    2.4 Legislao Municipal especfica .................................................................... 23

    2.5 Lei Orgnica do Municpio De 04 de Abril de 1990 ..................................... 23

    2.6 Plano Diretor Estratgico Municipal............................................................... 24

    2.7 Diretrizes ambientais ..................................................................................... 24

    2.8 Diretrizes sociais e econmicas .................................................................... 25

    2.9 Diretrizes fsicas e territoriais ........................................................................ 26

    2.10 Desenvolvimento urbano e resduos slidos ................................................. 26

    2.11 Leis, normas e posturas municipais a serem construdas. ............................ 27

    3 Objetivos do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos ............................ 28 4 Metodologia ......................................................................................................... 30 5 Diretrizes Gerais .................................................................................................. 34

    5.1 Orientaes para Recuperao de Resduos e Minimizao dos Rejeitos na

    Destinao Final Ambientalmente Adequada: ............................................... 35

    5.2 Estratgias de implantao de Redes de reas de manejo local ou regional 35

    5.2.1 Instalaes para o Manejo Diferenciado e Integrado, Regulado e Normatizado ............................................................................................. 36

    5.2.2 Rede de instalaes ................................................................................. 37 5.2.3 Agentes de Sade .................................................................................... 39 5.2.4 Estratgia de coleta .................................................................................. 40 5.2.5 Estratgias de recuperao e valorizao ................................................ 41 5.2.6 Captura e aproveitamento de GEE ........................................................... 41 5.2.7 Estrutura gerencial.................................................................................... 42 5.2.8 Custos de gesto e manejo ...................................................................... 42

    6 Metas quantitativas e prazos ............................................................................... 43 7 Programas e aes - agentes envolvidos e parcerias .......................................... 45 8 Resduos Slidos Domiciliares Indiferenciados .................................................... 46

    8.1 Diretrizes ....................................................................................................... 49

    8.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 50

    8.2.1 Legais (normas e procedimentos) ............................................................. 50 8.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 50 8.2.3 Instalaes ............................................................................................... 51 8.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 51 8.2.5 Comunicao............................................................................................ 52

    8.3 Metas e prazos ............................................................................................. 52

    8.4 Programas e aes ....................................................................................... 53

    8.4.1 Agentes Pblicos ...................................................................................... 53 8.4.2 Agentes Privados ..................................................................................... 53

    9 Resduos Slidos Domiciliares Secos .................................................................. 54 9.1 Descrio do centro de triagem com detalhamento das atividades ............... 55

    9.2 Diretrizes ....................................................................................................... 55

    9.3 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 57

    9.3.1 Legais (normas e procedimentos) ............................................................. 57

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 4

    9.3.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 57 9.3.3 Instalaes ............................................................................................... 58 9.3.4 Equipamentos ........................................................................................... 59 9.3.5 Comunicao............................................................................................ 59

    9.4 Metas e prazos ............................................................................................. 59

    9.5 Programas e aes ....................................................................................... 60

    9.5.1 Agentes pblicos ...................................................................................... 60 9.5.2 Agentes privados ...................................................................................... 61

    10 Resduos Slidos Domiciliares midos ................................................................ 62 10.1 Diretrizes ....................................................................................................... 68

    10.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 70

    10.2.1 Legais (normas e procedimentos) ............................................................. 70 10.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 70 10.2.3 Instalaes ............................................................................................... 71 10.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 72 10.2.5 Comunicao............................................................................................ 72

    10.3 Metas e prazos ............................................................................................. 72

    10.4 Programas e aes ....................................................................................... 73

    10.4.1 Agente pblico (gerador pblico) .............................................................. 73 10.4.2 Agente privado (gerador privado) ............................................................. 74

    11 Resduos de Servios de Limpeza Pblica .......................................................... 75 11.1 Diretrizes ....................................................................................................... 75

    11.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 76

    11.2.1 Legal (normas e procedimentos) .............................................................. 76 11.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 77 11.2.3 Instalaes ............................................................................................... 77 11.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 77 11.2.5 Comunicao............................................................................................ 77

    11.3 Programas e aes ....................................................................................... 77

    11.3.1 Agentes Pblicos ...................................................................................... 77 11.3.2 Agentes Privados ..................................................................................... 78

    12 Resduos da Construo Civil e Volumosos ........................................................ 78 12.1 Diretrizes ....................................................................................................... 80

    12.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 81

    12.2.1 Legal (normas e procedimentos) .............................................................. 81 12.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 82 12.2.3 Instalaes ............................................................................................... 83 12.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 83 12.2.5 Comunicao............................................................................................ 83

    12.3 Metas ............................................................................................................ 84

    12.4 Programas e aes ....................................................................................... 84

    12.4.1 Agente pblico .......................................................................................... 84 12.4.2 Agente Privado ......................................................................................... 85

    13 Resduos de Servios de Sade .......................................................................... 86 13.1 Diretrizes ....................................................................................................... 88

    13.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 89

    13.2.1 Legais (normas e procedimentos) ............................................................. 89 13.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 90 13.2.3 Instalaes ............................................................................................... 90 13.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 90

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 5

    13.2.5 Comunicao............................................................................................ 91 13.3 Metas ............................................................................................................ 92

    13.4 Programas e aes ....................................................................................... 92

    13.4.1 Agente pblico (gerador pblico) .............................................................. 92 13.4.2 Agente Privado (gerador privado) ............................................................. 93

    14 Resduos Slidos Industriais ................................................................................ 94 14.1 Diretrizes ....................................................................................................... 95

    14.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ........................................................... 96

    14.2.1 Legais (normas e procedimentos) ............................................................. 96 14.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) .......................... 96 14.2.3 Instalaes ............................................................................................... 97 14.2.4 Equipamentos ........................................................................................... 97 14.2.5 Comunicao............................................................................................ 97

    14.3 Metas ............................................................................................................ 98

    14.4 Programas e aes ....................................................................................... 98

    14.4.1 Agente pblico (gerador pblico) .............................................................. 98 14.4.2 Agente Privado (gerador privado) ............................................................. 99

    15 Resduos de Logstica Reversa ........................................................................... 99 15.1 Diretrizes ..................................................................................................... 101

    15.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ......................................................... 102

    15.2.1 Legal ...................................................................................................... 102 15.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle ............................................. 102 15.2.3 Instalaes ............................................................................................. 102 15.2.4 Comunicao.......................................................................................... 103

    15.3 Metas .......................................................................................................... 103

    15.4 Programas e aes ..................................................................................... 103

    15.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 103 15.4.2 Agente privado ....................................................................................... 104 15.4.3 Terceiro setor ......................................................................................... 104

    16 Resduos de Servios Pblicos de Saneamento Bsico .................................... 105 16.1 Diretrizes ..................................................................................................... 107

    16.2 Estratgias (instrumentos de gesto) .......................................................... 107

    16.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 107 16.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 108 16.2.3 Comunicao.......................................................................................... 108

    16.3 Metas .......................................................................................................... 109

    16.4 Programas e aes ..................................................................................... 109

    16.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 109 17 Resduos Verdes ............................................................................................... 109

    17.1 Diretrizes ..................................................................................................... 110

    17.2 Estratgias (instrumentos de gesto) .......................................................... 111

    17.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 111 17.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 111 17.2.3 Instalaes ............................................................................................. 111 17.2.4 Equipamentos ......................................................................................... 111 17.2.5 Comunicao.......................................................................................... 111

    17.3 Metas .......................................................................................................... 111

    17.4 Programas e aes ..................................................................................... 112

    17.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 112 17.4.2 Agente Privado ....................................................................................... 112

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 6

    18 Resduos Slidos Cemiteriais ............................................................................ 112 18.1 Diretrizes ..................................................................................................... 113

    18.2 Estratgias (instrumentos de gesto) .......................................................... 113

    18.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 113 18.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 113 18.2.3 Instalaes ............................................................................................. 114

    18.3 Metas .......................................................................................................... 114

    18.4 Programas e aes ..................................................................................... 114

    18.4.1 Agente pblico (gerador pblico) ............................................................ 114 18.4.2 Agente Privado (gerador privado) ........................................................... 114

    19 Servios de Transporte (Terminais Rodovirio, Ferrovirio e de Cargas) .......... 114 19.1 Diretrizes ..................................................................................................... 115

    19.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ......................................................... 116

    19.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 116 19.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 116 19.2.3 Instalaes ............................................................................................. 116 19.2.4 Equipamentos ......................................................................................... 116 19.2.5 Comunicao.......................................................................................... 117

    19.3 Metas .......................................................................................................... 117

    19.4 Programas e aes ..................................................................................... 117

    19.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 117 19.4.2 Agente Privado ....................................................................................... 117

    20 Educao Ambiental .......................................................................................... 118 20.1 Diretrizes ..................................................................................................... 119

    20.2 Estratgias (instrumentos de gesto) .......................................................... 120

    20.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 120 20.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 120 20.2.3 Instalaes ............................................................................................. 120 20.2.4 Comunicao.......................................................................................... 120

    20.3 Metas .......................................................................................................... 121

    20.4 Programas e aes ..................................................................................... 121

    20.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 121 20.4.2 Agente Privado ....................................................................................... 121

    21 Plano de Comunicao ...................................................................................... 121 21.1 Diretrizes ..................................................................................................... 122

    21.2 Estratgias (instrumentos de gesto da informao) ................................... 122

    21.3 Metas .......................................................................................................... 123

    21.4 Programas e aes ..................................................................................... 123

    21.4.1 Agente pblico: ....................................................................................... 123 21.4.2 Agente econmico: ................................................................................. 124 21.4.3 Agente social: ......................................................................................... 124 21.4.4 Agente poltico: ....................................................................................... 124

    22 Sistema de Informaes (Banco de Dados) ....................................................... 124 22.1 Diretrizes ..................................................................................................... 128

    22.2 Estratgias (Instrumentos de Gesto) ......................................................... 128

    22.2.1 Legal (normas e procedimentos) ............................................................ 128 22.2.2 Mecanismos de monitoramento e controle (fiscalizao) ........................ 128 22.2.3 Instalaes ............................................................................................. 129 22.2.4 Equipamentos ......................................................................................... 129 22.2.5 Comunicao.......................................................................................... 129

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 7

    22.3 Metas .......................................................................................................... 130

    22.4 Programas e aes ..................................................................................... 130

    22.4.1 Agente pblico ........................................................................................ 130 23 Agenda Ambiental na Administrao Pblica A3P .......................................... 131

    23.1 Diretrizes ..................................................................................................... 132

    23.2 Estratgias .................................................................................................. 132

    24 Agendas de Continuidade .................................................................................. 133 Referncias Bibliogrficas ........................................................................................ 135 Artigos e Textos Tcnicos ......................................................................................... 135 Legislao ................................................................................................................ 137 ANEXO DIAGNSTICO ....................................................................................... 141 ANEXO CENRIOS FUTUROS ............................................................................. 285

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 8

    Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de

    So Caetano do Sul

    1 Introduo O Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul

    resultado de um processo participativo de discusso envolvendo

    representantes de rgos municipais e representantes das diversas atividades

    produtivas que atuam no municpio.

    O Plano complementa as obrigaes no que se refere s polticas pblicas

    desenvolvidas no municpio para o Saneamento Bsico depois da publicao

    de legislao para o abastecimento de gua potvel e o esgotamento sanitrio

    compondo o conjunto de planos das modalidades do saneamento exigidos pela

    Lei Federal 11.445/2007.

    Alm disso, o municpio de So Caetano do Sul, ao publicar este Plano, passa

    a atender integralmente a exigncia estabelecida na Poltica Nacional de

    Resduos Slidos - PNRS para que todos os municpios desenvolvam seus

    Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos Slidos.

    Alm das diretrizes nacionais do saneamento bsico e da PNRS, o Plano

    atende os compromissos descritos na Poltica Nacional sobre Mudanas do

    Clima na busca da ampliao significativa dos ndices de reciclagem e nas

    solues rigorosas de manejo dos resduos slidos que reduzam

    significativamente as emisses de gases de efeito estufa GEE.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 9

    O municpio de So Caetano do Sul tem como cidades limtrofes: ao norte, So

    Paulo; ao sul, Santo Andr e So Bernardo do Campo; a leste, Santo Andr e a

    oeste, So Paulo e So Bernardo do Campo.

    Figura 1 - Localizao do municpio de So Caetano do Sul com os que lhe so fronteirios na Regio Metropolitana de So Paulo

    Essas cidades vizinhas possuem elevado desenvolvimento socioeconmico e

    so dotadas de toda a infraestrutura nas reas de sade, educao,

    saneamento, energia eltrica, segurana, lazer e transporte.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 10

    A cidade de So Caetano do Sul foi fundada em 28 de julho de 1877 e adquiriu

    sua emancipao em 24 de outubro de 1948; de acordo com o Instituto

    Brasileiro de Geografia Estatstica (IBGE) o municpio possui cerca de 15,36

    km2 e populao de 149.263 habitantes (Censo/2010), o que resulta numa

    densidade demogrfica de 9,9 hab./km.

    um dos 39 municpios da Regio Metropolitana de So Paulo e est situado

    a uma altitude de 744 metros do nvel do mar.

    So Caetano do Sul no possui rea rural, sendo composto por uma populao

    100% urbana.

    O Pas tem evoludo, considerando a questo de gnero, no sentido de que as

    mulheres perfazem a maioria da populao brasileira, mormente nos centros

    urbanos e no caso de So Caetano isso fica bem evidenciado.

    sabido, por meio de pesquisas realizadas por diversas instituies, por

    exemplo, o Instituto Ethos Empresas e Responsabilidade Social; que as

    decises de compra so tomadas por mulheres em 82% dos ncleos

    familiares.

    Populao residente 149.263 (%)

    Homens 68.853 46

    Mulheres 80.410 54

    Tabela 1: Homens e mulheres residentes em So Caetano do Sul Fonte: IBGE, 2010

    Considerando esse ndice populacional apresentado por So Caetano (54% de

    mulheres e 46% de homens), pode-se concluir sobre a relevncia da opinio e

    da participao das mulheres nas polticas pblicas que envolvam as atitudes

    de consumo sustentvel e consequentemente nas posturas com relao

    gerao de resduos slidos.

    O Consumo Consciente caminha na direo da sustentabilidade do planeta

    como um todo e figura hoje em todas as agendas e disposies sobre como se

    portar diante dos produtos, suas embalagens, como so produzidos do ponto

    de vista da responsabilidade social e ambiental e em todas as atividades

    humanas.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 11

    Esses ndices, aliados ao fato das mulheres serem as maiores responsveis

    pelas decises de compra, independente de quem responsvel

    economicamente pela unidade domstica, colocam as mulheres num patamar

    de grande importncia no enfrentamento da questo ambiental como um todo e

    particularmente na temtica envolvendo os resduos slidos.

    As mudanas de hbitos e as novas atitudes de consumo podem ter na poro

    feminina da populao, um elemento sensibilizador, visando as novas posturas

    e comportamentos para com os resduos slidos urbanos; no trabalho ou na

    famlia, o comportamento da mulher poder torn-la a grande formadora de

    opinio num processo de reeducao para o consumo consciente e sustentvel

    e uma reeducadora e a grande multiplicadora desses novos hbitos.

    O municpio de So Caetano do Sul faz parte do conjunto de cidades que

    formam o Grande ABC, de destaque no Pas devido ao seu desenvolvimento

    industrial, marcado principalmente por ser o primeiro centro da indstria

    automobilstica brasileira, com montadoras como Mercedes-Benz, Ford,

    Volkswagen e General Motors.

    Fazem parte do Grande ABC os municpios de Santo Andr, So Bernardo do

    Campo, Diadema, So Caetano do Sul, Mau, Ribeiro Pires e Rio Grande da

    Serra. Algumas dessas cidades apresentam importantes subdistritos, como so

    o caso de Santo Andr (Utinga e Paranapiacaba), So Bernardo do Campo

    (Riacho Grande e Rudge Ramos), Diadema (Piraporinha) e Ribeiro Pires

    (Ouro Fino Paulista e Santa Luzia). Essa regio soma uma extenso de 842

    km.

    A regio ainda fortemente impactada, do ponto de vista da integrao

    regional, com as construes do Rodoanel e futuramente do tramo sul do Anel

    Ferrovirio.

    A regio do ABC tem localizao privilegiada pela proximidade com o municpio

    de So Paulo, o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o Porto de Santos,

    servidos por ferrovias e rodovias. Nessa regio encontram-se grandes

    aglomeraes industriais, como o Polo Petroqumico de Capuava, localizado

    entre Santo Andr e Mau, e o Polo Industrial do Sertozinho, em Mau. Os

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 12

    municpios que compem o ABC paulista so economicamente dinmicos e a

    estrutura da indstria da regio do ABC tem expressiva presena do setor de

    bens de capital.

    Figura 2: Municpios que integram a Regio e o Consrcio Intermunicipal do Grande ABC.

    O Consrcio Intermunicipal do Grande ABC uma entidade que est

    aparelhada para ser envolvida na elaborao e execuo de polticas pblicas

    de cunho regional no tocante aos resduos slidos; ela rene os sete

    municpios do Grande ABC Santo Andr, So Bernardo do Campo, So

    Caetano do Sul, Diadema, Mau, Ribeiro Pires e Rio Grande da Serra para

    o planejamento, a articulao e definio de aes de carter regional.

    Foi criado em 1990 e desde oito de fevereiro de 2010 a entidade passou a ser

    um consrcio multisetorial de direito pblico e natureza autrquica. O

    Consrcio foi transformado em rgo pblico para se adequar Lei n 11.107

    de 2005. A mudana foi precedida por um Protocolo de Intenes assinado por

    todos os chefes de Executivo e aprovado pelas sete Cmaras Municipais.

    A nova constituio jurdica deu poder de execuo para a autarquia firmar

    acordos entre as administraes municipais e abrir processos de licitao para

    obras em prol dos sete municpios; receber recursos oriundos das esferas,

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 13

    federal e estadual bem como de organismos internacionais, para dar vida aos

    projetos regionais gestados nos Grupos de Trabalho do Consrcio.

    Assim como os Resduos Slidos Urbanos formaram um dos alicerces da

    constituio do Consrcio, ainda como ente privado no ano de 1997, o eixo

    Desenvolvimento Urbano e Gesto Ambiental do Consrcio abriga o Grupo de

    Trabalho de Resduos Slidos e que no Planejamento Estratgico do Consrcio

    esto contemplados programas e projetos que buscam atender Poltica

    Nacional dos Resduos Slidos.

    Em So Caetano na sua indstria, destacam-se a produo automobilstica e

    de autopeas, de mquinas e equipamentos, de produtos de borracha e

    plstico, de produtos de metal e metalurgia bsica, de produtos qumicos e

    petroqumicos, de embalagens, de edio, impresso e reproduo de

    gravaes, produtos da indstria extrativa de pedras, areia, cal e caulim,

    confeces de artigos de vesturio e acessrios, calados, artigos de

    mobilirio, metalurgia bsica, papel, papelo liso, cartolina e carto, itens de

    perfumaria, cosmticos, higiene e limpeza, porcelana e eletrnicos que formam

    um importante arranjo produtivo local. A indstria regional engloba, ainda, a

    produo de refratrios, tratores, vidro, cristais e farmacuticos.

    A atividade comercial regional supre, em grande parte, as necessidades de

    consumo da regio e a elevao da renda da populao, que se tornou forte,

    nos ltimos anos, alimentou a presena de hipermercados e shoppings centers.

    O variado setor de servios inclui instituies financeiras, escolas e faculdades,

    centros de aperfeioamento, hospitais e clnicas, empresas de transporte, de

    construo civil e imobiliria, centros de estticas, clubes, assessorias

    empresariais, consultorias, empresas de segurana, planos de sade, alm de

    todos os servios de apoio s indstrias, com especializao de recursos

    humanos nas reas tcnicas e tecnolgicas.

    Na descrio do IBGE, o PIB representa o total dos bens e servios produzidos

    pelas unidades produtoras, ou seja, a soma dos valores adicionados pelos

    diversos setores acrescida dos impostos, dividido pela populao do municpio.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 14

    Fonte: IBGE e Fundao SEADE.

    O grfico do IBGE/SEADE mostra o PIB per Capita de So Caetano do Sul

    0como quase duas vezes o da Regio Metropolitana de So Paulo e do PIB

    Estadual. O que demonstra a condio econmica do municpio que detm a

    49 posio entre os municpios com maior PIB no Brasil. (IBGE/2010).

    A quase totalidade dos resduos slidos urbanos gerados no municpio

    encaminhada para o aterro sanitrio do municpio de Mau, sem que haja uma

    sistemtica de medir as fraes de cada resduo, seu gerador pequeno,

    mdio ou grande seu volume e potencial de reaproveitamento ou reciclagem.

    Os resduos sinalizados no diagrama so os considerados de maior relevncia

    no processo do PGIRS.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 15

    Figura 3: Diagrama dos resduos prioritrios em So Caetano do Sul Fonte: I&T Gesto de Resduos

    A Prefeitura de So Caetano no dispe de uma caracterizao gravimtrica

    dos resduos slidos domiciliares gerados em seu territrio, portanto

    altamente recomendado que se produza este estudo buscando identificar as

    fraes percentuais dos diferentes tipos de resduos urbanos domiciliares na

    coleta de resduos midos e secos; assim como identificar as fraes

    percentuais dos diferentes tipos de resduos conforme a tipologia; grau de

    responsabilizao na separao e destinao adequada e perfil do gerador

    distribudo no territrio.

    A caracterizao gravimtrica consiste na determinao das fraes

    percentuais de diferentes tipos de resduos obtidos por meio de amostragens

    das coletas realizadas para resduos secos e midos distintamente.

    Na falta de um estudo de caracterizao gravimtrica dos resduos slidos

    urbanos domiciliares de So Caetano foram utilizados os dados da mdia

    nacional da composio gravimtrica publicada no Plano Nacional de Resduos

    Slidos.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 16

    Fonte: Plano Nacional de Resduos Slidos

    O grfico acima apresenta a mdia nacional da composio gravimtrica dos

    resduos gerados, cujos dados devem ser tratados como uma estimativa para o

    que gerado no Municpio de So Caetano.

    De maneira sinttica pode-se descrever o estudo iniciando pelo

    estabelecimento da amostragem no territrio municipal, o estudo dever

    considerar os setores que determinam os roteiros dos circuitos de coleta;

    envolvendo um ou mais bairros; o nmero de viagens por setor e como as

    caractersticas demogrficas e geogrficas determinam roteiros, setores etc.

    importante estabelecer comparao entre as informaes de estudos

    gravimtricos de perodos diferentes (podero ser definidos no Plano de

    Gesto sua periodicidade, conforme o atendimento de metas de reduo) o

    que poder oferecer informaes para anlise dos resduos e da mudana no

    comportamento do gerador em relao s polticas pblicas da coleta seletiva

    de secos e de midos e graus de separao, por exemplo.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 17

    2 Marco Legal e Normativo 2.1 Lei Nacional de Saneamento Bsico

    De modo geral, a Lei 11.445, de 5 de janeiro de 20071, estabelece os pilares

    para a gesto de servios de saneamento indicando alternativas de arranjos

    institucionais para os servios pblicos de abastecimento de gua,

    esgotamento sanitrio, drenagem das guas pluviais, manejo de resduos

    slidos e limpeza urbana. A lei aponta para a necessidade de reformas

    institucionais, envolvendo governos, prestadores de servio e sociedade.

    Um primeiro ponto importante estabelecido pela lei o compromisso com a

    universalizao do saneamento bsico, entendido como direito humano

    fundamental.

    Outros princpios so a integralidade, isto , tem de ser considerado o conjunto

    dos servios; e o controle social, como parte integrante do planejamento e

    gesto das polticas pblicas no setor.

    A lei atribui ao Governo Federal, sob a coordenao do Ministrio das Cidades,

    a responsabilidade de elaborao do Plano Nacional de Saneamento Bsico

    PLANSAB, como principal instrumento para efetivao da Poltica Nacional de

    Saneamento Bsico e como orientador dos planos municipais.

    A Lei 11.445/2007 reconhece implicitamente o Municpio como titular dos

    servios de saneamento bsico. E para garantir a sustentabilidade econmica

    e financeira, os servios de saneamento devem ser cobrados (artigos 29 e

    30). A forma estipulada para a limpeza urbana e manejo dos resduos slidos

    de taxas ou tarifas e outros preos pblicos, em conformidade com o regime

    de prestao do servio ou de suas atividades.

    A Lei (Art. 3, inciso I, alnea (c)) considera limpeza urbana e manejo de

    resduos slidos como: conjunto de atividades, infraestruturas e instalaes

    operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e disposio final do

    1 Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento bsico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei n 6.528, de 11 de maio de 1978; e d outras providncias.

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    lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza de logradouros e vias

    pblicas. Assim, os resduos industriais perigosos, os resduos de sade e os

    resduos da construo civil e demolio so de responsabilidade do gerador,

    de acordo com legislao especfica.

    Entretanto, pelo artigo 6, h flexibilidade para o poder pblico considerar os

    resduos originrios de atividades comerciais, industriais e de servios como

    resduos slidos urbano e, portanto, de responsabilidade pblica.

    As atividades que compem a limpeza urbana, o manejo de resduos slidos,

    esto elencadas no artigo 7 e so limitadas quelas no artigo 3: coleta,

    transbordo, transporte e triagem para fins de reuso ou reciclagem, tratamento e

    destinao, alm da varrio, capina e poda de rvores em vias e logradouros

    pblicos.

    No que concerne aos resduos slidos, um artigo relevante o 57 que altera a

    Lei 8.666/93, permitindo que o poder pblico contrate com dispensa de licitao

    associaes e cooperativas de catadores para a coleta, processamento e

    comercializao de resduos slidos urbanos reciclveis ou reutilizveis. A lei

    facilita a incluso social dos catadores pelo reconhecimento contratual do

    trabalho dos catadores pelas administraes municipais.

    Outra contribuio importante a criao do Sistema Nacional de Informaes

    em Saneamento Bsico (SINISA), institucionalizando o SNIS e ao mesmo

    tempo dando a ele maior abrangncia e escopo.

    A poltica de Saneamento Bsico vista como uma poltica social orientada pela

    universalizao do acesso aos servios e pelo objetivo de contribuir para a

    reduo das desigualdades regionais, gerao de renda e incluso social,

    demanda um conjunto de aes estatais orientadas pela promoo do

    desenvolvimento social e econmico. Atendendo isso tem-se a retomada dos

    investimentos pblicos em saneamento bsico que est sendo consolidada por

    meio do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC), que ampliou os

    recursos disponveis para os investimentos em saneamento.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 19

    2.2 Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS)

    Em 10 de agosto de 2010 foi aprovado no plenrio da Cmara dos Deputados

    um substitutivo ao Projeto de Lei 203/91, do Senado Federal, que institui a

    Poltica Nacional de Resduos Slidos, uma iniciativa do Ministrio do Meio

    Ambiente, dispondo sobre seus princpios, objetivos e instrumentos, bem como

    sobre as diretrizes relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos

    slidos, includos os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do Poder

    Pblico, e aos instrumentos econmicos aplicveis; o Pas tem enfim uma base

    legal para a gesto dos resduos slidos.

    A Lei estende a responsabilidade sobre a destinao de resduos slidos para

    todos os geradores, como indstrias, empresas de construo civil, hospitais,

    portos e aeroportos. A poltica trata da responsabilidade ambiental sobre os

    resduos e estabelece ao gerador a responsabilidade pela disposio final. A

    poltica pblica define obrigaes e deveres de cada setor e cada cidado.

    A lei proporciona avanos para a ampliao da reciclagem e cria instrumentos

    para remediar e eliminar os lixes. Com ela h outros responsveis pela coleta

    de resduos slidos alm das Prefeituras de municpios e dos catadores.

    O que chama ateno, como se pode ver no art. 1, 1, a obrigao de

    observncia dos termos da Lei por parte das pessoas fsicas:

    Esto sujeitas observncia desta Lei as pessoas fsicas ou jurdicas, de direito

    pblico ou privado, responsveis direta ou indiretamente pela gerao de

    resduos slidos e as que desenvolvam aes relacionadas gesto integrada

    ou ao gerenciamento dos resduos slidos. (grifo nosso)

    Faz parte da Poltica o Plano Nacional de Resduos Slidos os planos

    estaduais de resduos slidos; os planos microrregionais de resduos slidos e

    os planos de resduos slidos de regies metropolitanas ou aglomeraes

    urbanas; os planos intermunicipais de resduos slidos; os planos municipais

    de gesto integrada de resduos slidos e os planos de gerenciamento de

    resduos slidos.

    Tais instrumentos, alm de ser condio para acesso a recursos da Unio,

    devem possuir contedos mnimos (arts. 15, 17, 19 e 21), tais como:

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 20

    diagnstico da situao atual dos resduos slidos; proposio de cenrios;

    metas de reduo, reutilizao e reciclagem; metas para a eliminao e

    recuperao de lixes, associadas incluso social; normas e condicionantes

    para o acesso a recursos federais e estaduais; identificao de possibilidades

    de implantao de solues consorciadas ou compartilhadas; mecanismos

    para a criao de fontes de negcios, emprego e renda, mediante a valorizao

    dos resduos slidos.

    Figura 4: Ordem de prioridade no tratamento dos resduos slidos. Fonte: Poltica Nacional de Resduos Slidos

    Programas e aes de educao ambiental que promovam a no gerao,

    reduo, reutilizao e reciclagem de resduos slidos; descrio do

    empreendimento ou atividade; diagnstico dos resduos slidos gerados ou

    administrados, contendo a origem, o volume e a caracterizao dos resduos,

    incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; aes preventivas e

    corretivas a serem executadas em situaes de gerenciamento incorreto ou

    acidentes etc.

    O plano de gerenciamento de resduos slidos dever ser elaborado pelos

    geradores de resduos dos servios de saneamento bsico, das indstrias, dos

    servios de sade, de minerao, da construo civil, de terminais porturios e

    aeroporturios e outras instalaes ligadas aos servios de transporte,

    estabelecimentos comerciais e de prestao de servios que gerem resduos

    perigosos e de atividades agrosilvopastoris.

    So conceitos importantes deste instituto legal a responsabilidade

    compartilhada e a logstica reversa.

    O primeiro estabelece o conceito de responsabilidade compartilhada em

    relao destinao de resduos. um conjunto de atribuies, onde cada

    integrante da cadeia produtiva, de forma individualizada e encadeada, os

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 21

    fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores

    ficaro responsveis, junto com os titulares dos servios pblicos de limpeza

    urbana e manejo dos resduos slidos pelo ciclo de vida dos produtos desde a

    matria-prima, passando pelo processo produtivo e pelo consumo at a

    disposio final.

    Busca a minimizao do volume de resduos slidos e rejeitos gerados, bem

    como a reduo dos impactos causados sade humana e qualidade

    ambiental decorrentes do processo.

    A lei prev que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem

    investir no desenvolvimento, na fabricao e na colocao no mercado de

    produtos que possam ser reciclados e cuja fabricao e uso gerem a menor

    quantidade possvel de resduos slidos.

    O segundo conceito um instrumento de desenvolvimento econmico e social,

    caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios destinados a

    viabilizar a coleta e a restituio dos resduos slidos ao setor empresarial,

    para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra

    destinao final ambientalmente adequada. A lei estabelece a estruturao de

    sistema de logstica reversa para agrotxicos, seus resduos e embalagens, e

    outros produtos cuja embalagem, aps o uso, seja considerada resduo

    perigoso. Medidas para que os resduos de um produto colocado no mercado

    faam um caminho de volta aps seu uso.

    Ficam obrigados a pratic-la, alm dos fabricantes, importadores, distribuidores

    e comerciantes de agrotxicos (seus resduos e suas embalagens), os

    fabricantes de pilhas e baterias, pneus, leos lubrificantes (seus resduos e

    suas embalagens), lmpadas fluorescentes, de vapor de sdio e mercrio e de

    luz mista, produtos eletroeletrnicos e seus componentes e produtos

    comercializados em embalagens plsticas, metlicas ou de vidro.

    Por fim, no art. 44, abre-se a possibilidade de concesso de incentivos fiscais,

    financeiros e creditcios para empresas e entidades dedicadas limpeza

    urbana e atividades a ela relacionadas e para projetos relacionados

    responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 22

    2.3 Legislao Estadual

    A Lei Estadual n 12.300, de 16 de maro de 2006 institui a Poltica Estadual

    de Resduos Slidos e define princpios e diretrizes, objetivos, instrumentos

    para a gesto integrada e compartilhada de resduos slidos, com vista

    preveno e ao controle da poluio, proteo e recuperao da qualidade

    do meio ambiente, e promoo da sade pblica, assegurando o uso

    adequado dos recursos ambientais estaduais.

    Alguns instrumentos da Poltica, de acordo com art. 4, so: o planejamento

    integrado e compartilhado do gerenciamento dos resduos slidos; os Planos

    Estaduais e Regionais de Gerenciamento de Resduos Slidos; os Planos dos

    Geradores; o Inventrio Estadual de Resduos Slidos; o Sistema Declaratrio

    Anual de Resduos Slidos; o aporte de recursos oramentrios e outros,

    destinados prioritariamente s prticas de preveno da poluio,

    minimizao dos resduos gerados, recuperao de reas degradadas e

    remediao de reas contaminadas por resduos slidos; os incentivos fiscais,

    tributrios e creditcios que estimulem as prticas de preveno da poluio e

    de minimizao dos resduos gerados e a recuperao de reas degradadas e

    remediao de reas contaminadas por resduos slidos; a educao

    ambiental; etc.

    A Lei imputa obrigatoriedade de Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos

    ao gerenciador dos resduos como parte integrante do processo de

    licenciamento das atividades e deve contemplar os aspectos referentes

    gerao, segregao, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte,

    tratamento e disposio final, bem como a eliminao dos riscos, a proteo

    sade e ao meio ambiente.

    O instituto legal responsabiliza os municpios pelo planejamento e execuo

    com regularidade e continuidade, dos servios de limpeza, exercendo a

    titularidade dos servios em seus respectivos territrios. Como critrio de

    mensurao, com vistas sustentabilidade de tais servios, o art. 26 possibilita

    a cobrana de taxa de limpeza urbana.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 23

    J, conforme art. 31 e 32, o gerenciamento dos resduos industriais,

    especialmente os perigosos, desde a gerao at a destinao final, ser feito

    de forma a atender os requisitos de proteo ambiental e de sade pblica e

    compete aos geradores: a separao e coleta interna dos resduos, de acordo

    com suas classes e caractersticas; o acondicionamento, identificao e

    transporte interno, quando for o caso; a manuteno de reas para a sua

    operao e armazenagem; a apresentao dos resduos coleta externa,

    quando cabvel, de acordo com as normas pertinentes e na forma exigida pelas

    autoridades competentes; o transporte, tratamento e destinao dos resduos.

    2.4 Legislao Municipal especfica

    Os municpios possuem vrios instrumentos legais que podem regular os

    servios de limpeza urbana como a Lei Orgnica Municipal, as Leis

    especficas, plano Diretor de Desenvolvimento Urbano etc. A seguir sero

    comentados alguns aspectos destes textos em So Caetano, ressaltando os

    aspectos ligados aos resduos slidos.

    A Lei n 4.966 de 15 de dezembro de 2010 dispe sobre o imposto predial e

    territorial Urbano e sobre a taxa de coleta, remoo e destinao do lixo para o

    exerccio de 2011 com a qual o municpio recolhe quase a totalidade dos

    recursos necessrios para o trabalho envolvendo os resduos slidos, cerca de

    R$ 23.003.134,15 (vinte e trs milhes de reais).

    Importante ressaltar que o municpio no tem, em seu acervo jurdico

    institucional local, um Cdigo de Posturas nem um Cdigo de Edificaes ou

    de Obras.

    2.5 Lei Orgnica do Municpio De 04 de Abril de 1990

    Seo V - Do Saneamento Bsico

    Artigo 202 O Municpio, para o desenvolvimento dos servios de saneamento bsico,

    contar com a assistncia tcnica e financeira do Estado.

    VII prover sobre a limpeza das vias e logradouros pblicos, organizando a remoo

    e o destino do lixo domiciliar e de outros resduos de qualquer natureza;

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 24

    Com 23 anos de promulgada, evidencia-se no inciso VII, a condio, apontada

    ao Poder Pblico Local, de totalmente responsvel por prover sobre os

    resduos de qualquer natureza. E no tratada a relao especifica com os

    resduos slidos.

    A atualizao da Lei Orgnica do Municpio de So Caetano do Sul dever

    acontecer o mais breve possvel, visando ajust-la s Diretrizes Nacionais para

    o Saneamento Bsico; Poltica Nacional de Resduos Slidos, alm da

    Poltica Nacional para Mudana do Clima. A reviso da Lei Orgnica ter o

    papel de estabelecer as diretrizes para colocar o Poder Municipal na condio

    de Autoridade Ambiental Local, aquela mais prxima dos problemas atinentes

    ao territrio, assim como sinalizar as responsabilidades dos agentes privados

    alm das dos pblicos.

    2.6 Plano Diretor Estratgico Municipal

    Mesmo considerando a pequena disponibilidade de reas no territrio do

    municpio, os objetivos gerais descritos no Plano Diretor Estratgico de So

    Caetano definem algumas diretrizes importantes, que apontam para potenciais

    oportunidades, fazendo cruzar algumas delas com a questo especfica dos

    resduos slidos. Em seu artigo 3, o Plano Diretor descreve as diretrizes no

    mbito do desenvolvimento socioambiental e cultural que devem atuar como

    vetores para posicionarmos essas temticas em relao s dos resduos

    slidos, do ponto de vista do desenvolvimento urbano e ambiental.

    2.7 Diretrizes ambientais

    As diretrizes ambientais propem monitorar, proteger e preservar a qualidade

    do ar, do solo e das guas, considerando sua localizao num dos maiores

    aglomerados urbanos do planeta, a Regio Metropolitana de So Paulo, com

    sua grande conurbao.

    O controle da poluio visual teve enfrentamento decisivo de parte da

    municipalidade, por intermdio de uma poltica pblica exitosa: o programa

    Cidade Limpa. Sua aplicao no aconteceu de forma tranquila, mas foi

    acatada e obteve o reconhecimento da sociedade pelo seu resultado, aps sua

    implantao.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 25

    O esforo ajudou a cumprir com outra diretriz do Plano Diretor: a de proteger e

    valorizar reas de valor paisagstico, ambiental e urbano da cidade, o que

    certamente valorizou a iniciativa diante da opinio pblica.

    Outra diretriz do Plano Diretor que est sendo perseguida pela administrao

    a implantao da coleta seletiva de resduos slidos secos, com reciclagem e

    comercializao dos materiais; a busca da universalizao do programa est

    no horizonte deste Plano de Gesto. H ainda uma grande defasagem entre o

    que se coleta e o que, de fato, triado e encaminhado reciclagem, fator que

    dever ser devidamente corrigido por intermdio de solues consistentes no

    mbito da gesto e fortalecimento das aes de parcerias, incluindo aes

    regionais.

    No item que aponta para a garantia da disposio final do lixo em aterros

    sanitrios regulares dever envolver, no Plano de Gesto, uma redefinio de

    metas considerando a Poltica Nacional de Resduos Slidos e as Diretrizes

    Nacionais para o Saneamento Bsico, as quais oferecem alternativas

    tecnolgicas de gerao energtica a partir dos resduos midos e coloca o

    aterro sanitrio no papel de receber apenas os rejeitos, aqueles que no tm

    outra soluo tcnica ou econmica de reaproveitamento, esse sim tendo que

    ser encaminhado ao aterro.

    Essas diretrizes incluem manter sistemas adequados para transporte e

    destinao de resduos perigosos e hospitalares, alm de incentivar o

    desenvolvimento da conscincia ecolgica da populao de So Caetano.

    2.8 Diretrizes sociais e econmicas

    As diretrizes socioeconmicas propem incentivar a permanncia do parque

    produtivo municipal local e a implantao de servios e atividades de alta

    tecnologia; percebe-se nisso a busca de manuteno dos patamares de

    desenvolvimento atuais, para um perodo longevo; e promover o

    desenvolvimento de atividades educacionais como sustentculo do

    desenvolvimento tecnolgico, buscando excelncia no atendimento Sade.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 26

    Fazem parte desse rol de diretrizes para o desenvolvimento incentivar tambm

    a excelncia nos esportes olmpicos por meio de equipamentos e instalaes

    que propiciem atividades esportivas de alto desempenho.

    Dentro dos objetivos est referenciar o municpio como plo de atrao e

    desenvolvimento de atividades culturais qualificadas, para as quais haver de

    se determinar as responsabilidades de quais agentes relacionadas gesto de

    resduos gerados por tais atividades.

    2.9 Diretrizes fsicas e territoriais

    No que se refere s diretrizes Fsico-Territoriais no Plano Diretor Estratgico,

    esto pautadas a requalificao do centro da cidade e dos bairros, por

    intermdio de processos de melhorias urbanas em diversos sistemas virios;

    com implantao da hierarquizao de vias, criando um sistema de anis

    virios radi- ais e principais que permitam maior fluidez do trnsito intraurbano

    e garantam facilidades de acesso ao sistema virio regional; adensar as reas

    centrais e seu entorno; melhorar as condies do sistema de micro e

    macrodrenagem atravs de aes integradas com os municpios da regio;

    alm de aprimorar a oferta e os padres de equipamentos e servios urbanos,

    considerando as necessidades da populao com garantia de acessibilidade

    universal a essas inovaes e benfeitorias.

    2.10 Desenvolvimento urbano e resduos slidos

    Para cada um dos conjuntos de diretrizes do Plano Diretor Estratgico haver

    de se construir normas e procedimentos (regulamentando esse captulo do

    PDE) que abordem processos de valorizao dos resduos slidos gerados em

    cada atividade econmica e social, considerando seu perfil, volume gerado,

    capacidade de reaproveitamento e reciclagem, aplicando o conjunto de

    diretrizes bsicas institudo pela Poltica Nacional de Resduos Slidos: no

    gerao; reduo; reutilizao; reciclagem; tratamento e disposio final

    adequada dos rejeitos.

    importante frisar que o DAE-SCS j aplica essa determinao em suas obras

    de saneamento, com a utilizao de materiais reciclados e reaproveitados na

    restaurao de vias e na base de assentamento de redes; se faz necessrio

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 27

    estender o procedimento a todas as atividades pblicas e privadas, no mbito

    do territrio municipal.

    Como diretriz esse procedimento poder instruir captulo especfico do Cdigo

    de Obras assim como o de Posturas, posicionando as aes de rgos

    pblicos tambm os empreendimentos pertinentes, realizados pela ao

    privada.

    2.11 Leis, normas e posturas municipais a serem construdas.

    A inexistncia de um Cdigo de Edificaes no municpio, por exemplo, coloca

    algumas questes num vazio normativo acarretando srias dificuldades quando

    da exigncia do cumprimento das responsabilidades pblicas e privadas e

    mesmo dos cidados comuns quanto uma srie de protocolos.

    A Lei Orgnica do Municpio definindo total responsabilidade da Administrao

    Pblica com todos os resduos slidos gerados no Municpio se contrape s

    diretrizes da Poltica Nacional de Resduos Slidos no que se refere

    responsabilidade compartilhada, o que exigir mudanas na legislao local.

    A Lei n 4.966 de 2010 que dispe sobre o imposto predial e territorial Urbano e

    sobre a taxa de coleta, remoo e destinao dos resduos slidos no se

    refere s quantidades e volumes de gerao de cada setor de atividade, nem

    estabelece referncia entre pequenos, mdios e grandes geradores.

    As frequncias e horrios da coleta domiciliar; as responsabilidades dos rgos

    pblicos e seus limites; as regras do manejo para cada tipologia; a recuperao

    de custos pblicos para eventos culturais e esportivos entre outras questes

    devero estar firmados em normas, regras e procedimentos compatveis com

    as metas e responsabilidades definidas no Plano de Gesto Integrada de

    Resduos Slidos de So Caetano do Sul.

    Essas e outras questes discutidas e descritas no processo de elaborao do

    Plano devero formar um todo coeso e bem estruturado de disposies legais,

    essenciais para o monitoramento e controle das atividades geradoras e

    daquelas que participam do manejo de todas as tipologias de resduos slidos

    em So Caetano do Sul.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 28

    Exigncia de espaos fsicos adequados para armazenar resduos das mais

    diversas procedncias e nveis de periculosidade e setor de atividade;

    Dimensionamento e propores de reas exigveis para ventilao e

    iluminao desses espaos;

    Definio de exigncias para usos de materiais adequados higiene para

    esses espaos.

    Atividades geradoras que tero de promover essas instalaes para

    armazenamento temporrio dos resduos que geram;

    Como as normas e posturas devam definir os equipamentos de proteo

    individual para quem maneja diretamente os resduos;

    Definio legal para pequenos, mdios e grandes geradores;

    Suas responsabilidades quanto a procedimentos de manejo; controle de

    destinao, processamento e disposio final adequada;

    Definio das condutas de monitoramento, fiscalizao e controle.

    3 Objetivos do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos A tarefa de desenvolver o Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos ,

    por um lado, resposta s exigncias legais de cunho municipal ou federal e de

    outro, o atendimento a demandas que se avolumam em decorrncia da

    complexidade de uma cidade que v crescer sua densidade demogrfica, sua

    indstria de construo civil se expandir, o setor servio transformar o perfil

    econmico e social da economia local e o PIB per capita continuar a exibir

    ndices elevados.

    As exigncias legais para o planejamento da gesto de resduos slidos vm

    tanto da Lei Federal de Saneamento Bsico (Lei 11.445/2007) quanto da Lei

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 29

    que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos (Lei 12.305/2010) e da lei

    municipal que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

    Para alm das exigncias legais, a percepo dos rgos municipais com

    relao capacitao sobre o tema ir exigir a necessidade de traar as

    diretrizes norteadoras para o processo de gesto dos resduos slidos, pelo

    caminho do planejamento.

    Assim induzidos por estes fatores coloca-se como objetivos para o Plano de

    Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul:

    Definir estratgia para a superao de problemas reconhecidos na gesto

    dos resduos slidos e que foram caracterizados no processo de

    Diagnstico;

    Definir aes preventivas aos problemas advindos do crescimento do

    volume de resduos, caracterizado no Prognstico;

    Estabelecer mecanismos para a preservao dos avanos que foram

    conquistados, notadamente na coleta seletiva de secos;

    Definir estratgias, iniciativas e solues para todos os resduos de

    responsabilidade pblica ou privada, refletindo no mbito municipal as

    diretrizes fixadas pela legislao federal do saneamento e de gesto de

    resduos;

    Implementar o compartilhamento de responsabilidades e os processos de

    logstica reversa previstos na Poltica Nacional de Resduos Slidos;

    Incorporar novas alternativas de destinao de resduos, que permitam a

    presena formal de agentes j envolvidos no processo e permitam a adoo

    de novas tecnologias de processamento;

    Potencializar parcerias com agentes sociais e econmicos envolvidos no

    ciclo de vida dos materiais, da gerao coleta, do processamento

    disposio final;

    Priorizar a incluso social e a emancipao econmica dos catadores de

    materiais reciclveis;

    Modernizar o instrumental de gesto das equipes gerenciadoras quer pela

    formao de equipes adequadas aos novos desafios, quer pela incorporao

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 30

    de novas tecnologias para monitoramento e controle, tarefas tpicas da

    gesto pblica;

    Definir estratgias para a contnua informao e educao ambiental dos

    agentes, bem como para a capacitao tcnica dos responsveis pelas

    operaes dos setores pblico e privado;

    Ampliar os processos e espaos de participao e controle social sobre o

    planejamento e a gesto dos resduos, quer na promoo de eventos que

    deem transparncia aos processos, quer na estruturao de ncleos de

    gesto alm do envolvimento dos diversos conselhos municipais no debate

    da temtica.

    O desenvolvimento do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos

    incorpora as diretrizes do artigo 19 da Lei Nacional de Saneamento Bsico,

    abordando a necessidade de preparo de diagnstico, objetivos e metas,

    programas e projetos, mecanismos e procedimentos para a avaliao das

    aes.

    H tambm a preocupao com a ordem de prioridade na gesto e

    gerenciamento de resduos definida no artigo 9 da Poltica Nacional. As aes

    planejadas buscam prioritariamente a no gerao e reduo, priorizando aps

    a reutilizao, reciclagem, tratamento e, por fim, a disposio final

    ambientalmente adequada dos rejeitos.

    Paralelamente a essa, est estabelecida a preocupao com as diretrizes da

    Poltica Nacional sobre Mudanas do Clima, particularmente no tocante

    ampliao dos ndices de reciclagem e reduo das emisses de Gases de

    Efeito Estufa GEE.

    4 Metodologia A metodologia adotada para o desenvolvimento do Plano de Gesto, j descrita

    pormenorizadamente no Diagnstico, apoiou-se no processo participativo, na

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 31

    tomada de decises coletivas e na sistematizao contnua dos resultados das

    diversas etapas.

    Os trabalhos foram estruturados por fases, desenvolvendo-se o Diagnstico e o

    Prognstico preliminarmente. O desenvolvimento do Plano de Gesto,

    propriamente dito, ressaltou o planejamento das aes para os resduos que

    tm presena mais significativa nas cidades em geral, e tambm em So

    Caetano do Sul: os resduos da construo civil (estimativamente 41% do

    total), os resduos domiciliares midos (12% do total) e os resduos domiciliares

    secos (9% do total).

    As fases do Plano de Trabalho suscitaram primeiramente a formao de dois

    fruns organizativos de representao atendendo a diretriz da Poltica Nacional

    de se construir um processo participativo para elaborao do PGIRS:

    1- Comit Diretor: formado por representantes dos rgos e secretarias da

    administrao municipal com o papel executivo do processo participativo de

    elaborao do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos;

    2- Grupo de Sustentao: formado por representantes dos diversos setores de

    atividade da sociedade, o econmico, social, poltico e pblico, articulados a

    partir de contatos feitos pelos participantes do Comit Diretor.

    Formados os dois fruns de representao passaram-se ao preenchimento

    de Formulrios Temticos para cada tipo de resduo, distribudos entre os

    representantes do Comit Diretor conforme suas reas de atuao, para que

    fossem preenchidos com dados e informaes pertinentes a cada resduo.

    Os Formulrios formaram a base de discusso das Reunies Temticas que

    evoluram em duas fazes:

    1- Outubro 2012: Reunies Temticas que serviram para subsidiar a

    elaborao do Diagnstico e tambm como base de dados para

    apresentao dos resultados para a 1 Conferncia de Resduos Slidos de

    So Caetano do Sul Diagnstico.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 32

    2- Fevereiro 2013: Reunies Temticas de cada tipologia de resduo slido

    visando formar a base de elaborao do Planejamento das Aes para o

    Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos.

    A segunda rodada de Reunies Temticas (fevereiro 2013) teve como mtodo

    provocador do debate a elaborao coletiva para o Planejamento das Aes.

    Foram organizadas com o preenchimento coletivo de um quadro de referncia

    para o lanamento e sistematizao das propostas nos Formulrios Temticos

    e decises debatidas com o Comit Diretor e o Grupo de Sustentao em

    Reunies Temticas para cada uma das tipologias de resduo slido definido

    para o Plano de Gesto.

    Esse quadro, seguindo uma lgica investigativa, apresenta um roteiro de

    questes que orientaram a formulao das polticas locais:

    Diretrizes (O QUE?) quais so as diretrizes especficas que devero

    ser atendidas pelo plano?

    Estratgias (COMO?) quais so as estratgias de implementao

    legais; instalaes; equipamentos, mecanismos de monitoramento e controle

    necessrios para cumprimento do plano?

    Metas (QUANTO e QUANDO?) quais so os resultados e prazos a

    serem perseguidos pelas aes planejadas?

    Programas e aes (COM QUEM?) quais so os agentes pblicos e

    privados envolvidos nas aes para efetivao da poltica de gesto integrada?

    Tipos de Resduos e Abordagens Sugeridas

    O QUE ? COMO ? QUANTO ? QUANDO ?

    COM QUEM ?

    Diretrizes Estratgias Metas Quantitativas

    Programas e Aes

    Domiciliares RSD - Secos

    Domiciliares RSD - midos

    Limpeza Pblica

    Construo Civil - RCC

    Resduos Volumosos

    Verdes

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 33

    Servios de Sade

    Equipamentos Eletroeletrnicos

    Pilhas e Baterias

    Lmpadas

    Pneus

    leos Lubrificantes e suas Embalagens

    Agrotxicos e suas Embalagens

    Resduos Slidos Cemiteriais

    Servios Pb. de Saneamento Bsico

    leos Comestveis

    Industriais

    Servios de Transportes

    Educao Ambiental

    Plano de Comunicao

    Centro de Informaes

    Os debates suscitados pelas trs questes propostas geraram uma srie de

    abordagens em torno de cada formulrio temtico, apondo novas questes ou

    contradizendo outras, formando um conjunto de argumentos que fazem parte

    da estruturao do Diagnstico para oferecer uma radiografia sobre os

    resduos slidos em So Caetano do Sul, que pode ser visto ao final do

    diagnstico de cada resduo.

    As fases anunciadas para o trabalho e com o processo participativo de sua

    elaborao, os procedimentos metodolgicos foram aplicados ou

    desenvolvidos durante a elaborao do Plano de Gesto Integrada:

    Desenvolvimento de diagnstico e prognstico participativos;

    Estabelecimento de processo coletivo para discusso e tomada de

    decises na equipe tcnica;

    Construo das metas;

    Fortalecimento da abordagem multidisciplinar entre os rgos da

    administrao;

    Desenvolvimento de procedimentos para orientao da ao dos agentes

    pblicos;

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 34

    Estabelecimento de agendas de implementao para o dilogo com os

    agentes, pblicos e privados, envolvidos com o manejo de cada tipo de

    resduo slido.

    A elaborao coletiva do Plano de Gesto constituiu-se em processo de

    construo da capacidade gerencial para as equipes dos rgos municipais. O

    conjunto amplo de profissionais das diversas reas envolveu-se e contribuiu

    com o preenchimento de Formulrios Temticos organizados por tipologia de

    resduo, com um detalhamento envolvendo dados quantitativos e observaes

    qualitativas dos envolvidos em cada setor de atividade.

    Ao cabo do processo de elaborao do Plano de Gesto, ele foi disponibilizado

    no portal digital do DAE-SCS e da Prefeitura de So Caetano, com a finalidade

    de receber contribuies pela rede social, de forma a consolidar o seu

    contedo.

    5 Diretrizes Gerais A Poltica Nacional de Resduos Slidos introduz a diretriz para a no gerao

    e a reduo dos resduos, para que seja maximizada a reutilizao e a

    reciclagem, de maneira a adotar tratamentos apenas quando necessrios e,

    por final, promover a disposio adequada dos rejeitos. Essa ordem de

    precedncia passou a ser obrigatria.

    Os tratamentos de resduos sem diferenciao so considerados ilegais:

    eliminam a logstica reversa e a responsabilidade compartilhada pela gesto,

    peas centrais da Poltica Nacional de Resduos Slidos.

    O PGIRS-SCS toma como diretriz a mxima recuperao de resduos e a

    minimizao da quantidade de rejeitos levados disposio final

    ambientalmente adequada do que couber respectivamente aos agentes

    pblicos e aos agentes privados. Assim, tomando como referencia formulaes

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 35

    do Ministrio do Meio Ambiente, so adotadas neste PGIRS as orientaes,

    estratgias e definies apresentadas nos prximos itens.

    5.1 Orientaes para Recuperao de Resduos e Minimizao dos

    Rejeitos na Destinao Final Ambientalmente Adequada:

    Separao rigorosa dos resduos domiciliares reciclveis na fonte de

    gerao (resduos secos e midos);

    Assim, tomando como referncia formulao do Ministrio do Meio

    Ambiente, so adotaedas neste PGIRS as orientaes, estratgias e

    definies apresentadas nos prxomos itens;

    Incentivo implantao de empreendimentos transformadores de resduos

    secos valorizados;

    Compostagem da parcela orgnica dos RSD e gerao de energia por meio

    do aproveitamento dos gases provenientes da biodigesto em instalaes

    para tratamento de resduos indiferenciados;

    Segregao dos Resduos da Construo e Demolio com reutilizao ou

    reciclagem dos resduos de Classe A (triturveis) e Classe B (madeiras,

    plsticos, papel, metais, gesso e outros);

    Segregao dos Resduos Volumosos (mveis, inservveis e outros) para

    reutilizao ou reciclagem;

    Segregao rigorosa, na origem, dos Resduos de Servios de Sade

    (considerando que 75% deles so resduos comuns);

    Incentivo implantao da logstica reversa, envolvendo redes de revenda e

    importadores, com o retorno indstria dos materiais ps-consumo

    (eletroeletrnicos, embalagens, pneus, lmpadas fluorescentes, pilhas e

    outros).

    5.2 Estratgias de implantao de Redes de reas de manejo local ou

    regional

    A Poltica Nacional de Resduos Slidos incisiva na definio das

    responsabilidades dos diversos agentes e melhorias significativas precisam ser

    imagem do folder Modelo Tecnolgico e

    de Gesto

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 36

    buscadas para soluo dos desafios colocados como, por exemplo, o salto

    tecnolgico que precisa ser dado para que se atinjam as metas da poltica.

    O Ministrio do Meio Ambiente incentiva a implantao de um Modelo

    Tecnolgico que privilegia o manejo diferenciado e a gesto integrada dos

    resduos slidos, com incluso social e compartilhamento de responsabilidades

    com os diversos agentes.

    Esse modelo pressupe um planejamento do territrio, com a definio do uso

    compartilhado de rede de instalaes (Ecopontos) para o manejo de diversos

    resduos e com a definio de uma logstica de transporte adequada para que

    se obtenha baixo custo.

    evidente a escassez de reas disponveis em So Caetano do Sul, um

    municpio que soma 15 km em todo o seu territrio. Ser necessrio haver por

    parte do gestor pblico e gestor dos resduos slidos, um esforo de se investir

    na identificao de potenciais espaos para servirem ao propsito da formao

    de uma rede de recebimento.

    Devero ser consideradas reas pblicas, mas tambm reas privadas que

    sirvam a esse interesse estratgico, visando a implantao adequada de uma

    rede de instalaes que oferea suporte para uma Poltica Pblica Municipal

    eficiente de Resduos Slidos.

    5.2.1 Instalaes para o Manejo Diferenciado e Integrado, Regulado e

    Normatizado

    As instalaes consideradas neste PGIRS so aquelas compatveis com as

    diretrizes da Lei 12.305/2010 e normatizadas pelo ente nacional com esta

    competncia, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT.

    Instalaes no normatizadas necessariamente devero ser reguladas pelo

    ente gestor ou ente regulador local.

    Ecopontos em rede pontos de entrega voluntria para acumulao

    temporria de resduos da construo e demolio, de resduos volumosos,

    da coleta seletiva e resduos com logstica reversa (NBR 15.112);

    Rede de Instalaes

    Figura exemplo

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 37

    LEVs Locais de Entrega Voluntria de Resduos Reciclveis conteineres,

    bags ou outros dispositivos instalados em espaos pblicos ou privados, em

    parceria, obrigatoriamente monitorados, para recebimento de reciclveis

    secos;

    Unidades de triagem de reciclveis secos, com normas operacionais

    definidas em regulamento (galpes com processos manuais e unidades

    automatizadas);

    Unidades de valorizao de orgnicos (compostagem/biodigesto em

    processos anaerbios ou aerbios);

    ATTs reas de Triagem e Transbordo de resduos da construo civil e

    demolio, resduos volumosos e resduos com logstica reversa (NBR

    15.112);

    reas de Reciclagem de resduos da construo civil (NBR 15.114);

    Aterros Sanitrios com recuperao do biogs gerado (NBR 13.896);

    Aterros de Resduos da Construo Civil Classe A (NBR 15.113);

    Aterros de Resduos Perigosos (NBR 10.157:1987).

    O Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos dever ser traduzido em um

    conjunto de instalaes que contemple a totalidade do territrio urbano. Estas

    instalaes so, na prtica, a oferta de endereos fsicos para a atrao e

    concentrao de diversas tipologias de resduos, sem os quais o processo

    indisciplinado de descarte aleatrio de resduos acaba se impondo.

    5.2.2 Rede de instalaes

    O planejamento para a definio da rede de instalaes essencial. O PGIRS

    deve ser seguido de uma setorizao dos espaos urbanos, formando bacias

    de captao de resduos para cada Ecoponto, a partir dos grandes indutores ou

    dificultadores de trfego. Estas bacias ou setores devem coincidir, tanto quanto

    possvel, com os setores censitrios do municpio de forma que o conjunto das

    suas informaes influa no planejamento das aes.

    Croquis PEV (Ecoponto)

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 38

    Os Ecopontos so os pontos iniciais da rede que precisam ser definidos

    alocados nos bairros, a partir de diversos critrios como o de densidade

    populacional que permitam transformar resduos difusos em resduos

    concentrados, propiciando a partir disso uma logstica de transporte adequada,

    com equipamentos adequados e custos suportveis.

    Os Ecopontos devem ter seu uso compartilhado entre os diversos resduos que

    precisam ser concentrados atrairo dos resduos da construo aos resduos

    volumosos, os domiciliares secos e os resduos com logstica reversa.

    J as reas de Triagem e Transbordo, e Galpes de Triagem, so de

    propores maiores e devem servir de pulmo para organizar a logstica de

    destinao de cada tipo de material. Alm de unidades no prprio municpio,

    devero ser consideradas as opes regionais.

    O galpo de triagem de resduos domiciliares secos atualmente em operao

    dever ter sua estrutura de gesto renovada, resgatando-se seu potencial

    produtivo, de forma que os fluxos de gerao sejam assimilados e os resduos

    triados na velocidade e rigor compatveis com as metas iniciais.

    Outra rea pblica estratgica dever ser designada, entre algumas

    disponveis no municpio (e na ausncia destas, alguma de outra natureza,

    situada na regio), para a concentrao de operaes com diversos resduos

    Ecopontos

    O mapa esquemtico do Municpio de

    SCS, ao lado, mostra uma distribuio

    hipottica dos ecopontos (a ser

    estudada) pelo territrio, que devero

    considerar os critrios de localizao

    visando atender a demanda de

    pequenos geradores, com esses pontos

    de entrega voluntria para acumulao

    temporria de resduos da construo e

    demolio, de resduos volumosos, da

    coleta seletiva, resduos com logstica

    reversa e outros.

  • Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos de So Caetano do Sul SP 39

    de responsabilidade pblica (resduos de construo, resduos domiciliares

    indiferenciados, midos e secos, resduos de servios de sade, resduos de

    logstica reversa, resduos verdes e outros), visando o recebimento temporrio,

    triagem mecanizada, processamento quando possvel e encaminhamento

    destinao atendendo as diretrizes de reduo, reaproveitamento, reciclagem

    e disposio final adequada da Poltica Nacional de Resduos Slidos.

    Esta definio da Rede de Instalaes de manejo de resduos slidos em So

    Caetano do Sul visa criar as condies, tanto para o cumprimento das

    diretrizes da PNRS quanto determinao da valorizao dos resduos

    manejados, quanto possibilitar que o Municpio estabelea uma condio de

    gesto os seus prprios resduos, tornando-se