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N9 2 1979 Abril Editorial : A boca e o coração . . .. . . .. . . . . . . . 2 Proclamar Jesus Ressuscitado . . . . . . . . . . . . . . . . 4 A Família , centro de comunhão e participação 6 Progresso e pobrez-a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Oração ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Para alcançar a paz, educar para a paz (JI) 12 O Sudário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Juventude e vocação ... . .... _ .... . .......... 16 Um recado de Jesus Cristo .... __ ...... . .. . .. 17 A correção fraterna 18 E as pedras grilaram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 A contribuição mensal, um meio de aperfeiçoamento . . . . . . . . . . . . . 22 P.A . R.E . ......... .. .. ...... . .. ... .... ... . . . . 24 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

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N9 2 1979

Abril

Editorial: A boca e o coração . . .. . . .. . . . . . . . 2

Proclamar Jesus Ressuscitado . . . . . . . . . . . . . . . . 4

A Família, centro de comunhão e participação 6

Progresso e pobrez-a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Oração ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Para alcançar a paz, educar para a paz (JI) 12

O Sudário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Juventude e vocação ... . .... _.... . .......... 16

Um recado de Jesus Cristo .... __ ...... . .. . .. 17

A correção fraterna 18

E as pedras grilaram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

A contribuição mensal, um meio de aperfeiçoamento . . . . . . . . . . . . . 22

P.A .R.E . ......... .. .. ...... . .. ... .... ... . . . . 24

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

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Cremos no poder do Evangelho.

Cremos na eficácia do valor evangélico da comunhão e da participação,

a gerar criatividade, promover experiências

e novos projetos pastorais.

Cremos na graça e no poder do Senhor Jesus que penetra a vida e nos impulsiona para a conversão e a solidariedade.

Cremos na esperança que alimenta e fortalece o nomem na sua caminhada para Deus, nosso Pai.

Cremos na civilização do amor.

(0 Episcopado Latino-Americano em Puebla)

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EDITORIAL

A BOCA E O CORAÇÃO

"A palavra está muito perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática." Esta frase do Deute­ronômio (30, 14) exprime bem a condição do crente no Antigo Testamento: ele reconhece e testemunha a proximidade de um Deus que, por interméd·o de Moisés, se fez compreender e deter­minou os seus mandamentos.

Retomando esta frase, São Paulo, na Epístola aos Romanos (10, 8-10), comenta-a, abrindo-a às perspectivas da Nova Aliança: Moisés era apenas um porta-voz, Jesus é o Senhor. Tal é, pois, a nova condição do crente: "Esta palavra é a palavra de fé que proclamamos. Se pela boca confessas que Jesus é Senhor e se com o coração crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Com efeito, crer com o coração conduz à justiça e con­fessar pela boca conduz à salvação."

* A boca e o coração. Confessar e crer. Não mais um ou o

outro, mas os dois juntos. Quando fixamos a nós mesmos como objetivo, em casal e em equipe, acolher e proclamar o Evange­lho, a Boa Nova de Jesus ressuscitado, não forjamos para nós arbitrariamente, uma ordem; antes, reconhecemos, simplesmente, os traços fundamentais da nossa vocação. Não será talvez inú­til, neste começo de ano, reconsiderar este objetivo com mais utenção e retomá-lo com mais entusiasmo.

* Em primeiro lugar, que cada um de nós esteja atento para

nunca separar estas duas exigências: um coração que crê, uma boca que confessa.

Confessar sem acreditar, será possível? diremos. Reconhe­çamos que seria muito ilógico. Isto não parece mesmo ser co­nosco: o nosso testemunho procede de uma íntima convicção; não confundimos d·fusão da fé e simples propaganda; estamos de sobreaviso contra o farisaísmo que multiplica as boas pala­vras sem se empenhar pessoalmente. E, todavia, sabêmo-lo bem, temos de nos esforçar sempre por atenuar a distância entre o ideal que professamos e a realidade que conseguimos viver. Esta

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distância, devida à nossa fraqueza, não invalida a nossa profissão de fé, mas com a condição que a fraqueza seja reconhecida e combatida.

Crer sem confessar, em compensação, é bem para nós uma tentação corrente! Medo de falar, consciência da nossa inépcia, falsos respeitos humanos, incompetência teológica, etc., tantos argumentos que não o são e que alegamos tão de boa fé. Fe­char-se sobre a fé é esconder o talento recebido. É prec;so im­plorar a Deus, é preciso exercitar cada dia a coragem de ser testemunha.

* Em ~eguida, é preciso que nos ajudemos, em casal e em

equipe, a satisfazer esta dupla exigência:

- Aprofundar a nossa fé. Não é este o primeiro de todos os sinais da verdadeira caridade?

Um amor conjugal, um amor fraternal, se autênticos, visam em primeiro lugar valorizar o outro e fazer-lhe produzir fruto: ora, a fé daquele que eu amo é o seu valor mais fecundo. Para que a boca possa falar daquilo que replena o coração, ajudemo­-nos mutuamente abrir o nosso coração (isto é, todo o nosso ser vivo, com as suas faculdades de conhecimento e de amor) ao Deus que nele quer habitar.

- Testemunhar Jesus Cristo. Deveria ser relativamente fá­cil conservar esta preocupação: quando marido e mulher recori­s· deram regularmente o seu projeto de existência conjugal, quan­do uma equipe de cristão-s evoca numa partilha fraternal o apelo de Deus a todos e a cada um, esta dimensão evangelizadora deve necessariamente aparecer. Mas é menos fácil ajudar-se mutua­mente a discernir, a utilizar, até mesmo a suscitar as ocasiões de confessar a nossa fé: será muitas vezes ao reconhecer, um diante do outro ou uns diante dos outros, tal covardia ou tal t 'midez que evitaremos sucumbir doravante e que conservaremos este zelo evangelizador, feito de audácia e de tato: tato para não perpetrar nenhuma agressão, audácia para comunicar tc<lo o essencial.

* Trata-se de ajudar os outros, no maior número possível, a

ter acesso à fé; ora, como ouviriam eles o Ncme do Senhor se ninguém o proclama? A tarefa está diante de nós, tão urgente como no tempo de São Paulo: desconhecido o-u menosprezado, o N orne do Senhor deve encontrar ou reencontrar o seu lugar na boca e no coração dos homens, nossos irmãos.

Roger Tandonnet , s.j.

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A PALAVRA DO PAPA

PROCLAMAR JESUS RESSUSCITADO

Uma coisa é clara, queridos irmãos: a fé em Cristo ressus­citado não é resultado de um saber técnico ou fruto de uma bagagem científica. O que se nos pede é que anunciemos a morte de Jesus e proclamemos a Sua ressurreição. Jesus vive. "Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte". Aquilo que, entre as primeiras testemunhas, foi um trêmulo murmúrio, converteu-se logo em alegre experiência da realidade dAquele "com quem comemos e bebemos ... depois de sua ressurreição dos mortos". Sim, Cristo vive na Igreja, está em nós, portadores de esperança e imortalidade.

Se, pois, encontrastes Cristo, vivei Cristo, vivei com Cristo. E anunciai-o na primeira pessoa, como autênticas testemunhas: "Para mim, viver é Cristo". Nisto está, também, a verdadeira libertação: em proclamar Jesus livre de ataduras, presente em homens transformados, feitos novas criaturas.

Por que nosso testemunho resulta às vezes vão? Por que apresentamos ainda Jesus sem toda a força sedutora que Sua pessoa oferece, sem tornar patentes as riquezas do ideal sublime que é segui-lO? Porque nem sempre chegamos a mostrar uma convicção feita vida acerca do valor estupendo de nossa entrega à grande causa eclesial que servimos.

Irmãos e irmãs: é preciso que os homens vejam em nós os distribuidores dos mistérios de Deus, testemunhas dignas de cré­dito de Sua presença no mundo. Pensemos freqüentemente que Deus não nos pede, ao chamar-nos, só parte de nossa pessoa, mas toda nossa pessoa, e todas nossas energias vitais, para anun­ciarmos aos homens a alegria e a paz da nova vida em Cristo e os guiarmos ao Seu encontro.

Para isso, que o nosso primeiro cuidado seja buscar o Senhor, e uma vez que o encontramos, comprovar onde e como vive, per­manecendo com Ele todo o dia. Permanecendo com Ele de mo-do

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especial na Eucaristia, onde Cristo se nos dá, e na oração, me­diante a qual nós nos damos a Ele. A Eucaristia há de comple­mentar-se e prolongar-se através da oração em nosso labor quo­tidiano, como um "sacrifício de louvor". Na oração, no trato confiado com Deus nosso Pai, discernimo-s melhor onde está nos­sa força e onde está nossa fraqueza, porque o Espírito vem em nosso auxílio. O mesmo Espírito nos fala e nos vai submergindo, pouco a pouco, nos mistérios divinos, nos desígnios de amor aos homens que Deus realiza mediante nossa consagração ao Seu serviço.

(Homilia na Catedral de São Domingos}

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PUEBLA

A FAMíLIA,

CENTRO DE COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO

Ratificamos a prioridade da pastoral familiar dentro da Pastoral de Conjunto da América Latina. (n.0 438)

Afirmamos que em toda pastoral familiar se deverá consi­derar a família como sujeito e agente insubstituível de evange­lização e como base da comunhão na sociedade. (n.0 452)

A família aparece várias vezes na Conclusões da Conferên­cia de Puebla, explícita ou implicitamente. Mereceu um capítulo inteiro, ou melhor, um sub-capítulo inteiro, na Terceira Parte do Documento. A Família foi considerada um dos "centros de comunhão e participação", um dos "lugares preferenciais de evan­gelização", para a edificação da Igreja e a sua irradiação mis­sionária.

Começa o capítulo com essas palavras:

Para tornar-se "centro de comunhão e participação", a família latino-americana deve encontrar caminhos de renovação interna e de comunhão com a Igreja e o mundo.

Apraz-nos abordar o tema da família, como sujeito e objeto de evangelização. Conscientes de sua complexidade, porém obe­dientes à voz do Senhor, feita presente na palavra do Santo Padre em sua homilia sobre a família (Puebla, 28-1-79), desejamos, unidos à sua preocupação, ajudá-la a ser fiel, nesta hora, à sua missão evangelizadora.

Divide-se o capítulo em três partes: 1 - Situação da famí­lia na América Latina (n.0 s 419 a 429); 2 - Reflexão teológica sobre a família (n.0 s 430 a 437) ; 3 - Opções pastorais (n.0 s 438 a 466).

Transcrevemos a seguir a segunda parte:

2. Reflexão teológica sobre a família

A família é a imagem de Deus, que "no seu mistério mais íntimo não é solidão, mas uma família". É uma aliança de pes­soas, à qual se chega por vocação amorosa do Pai, que convida

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os esposos a uma "íntima comunidade de vida e de amor" (GS 48), cujo modelo é o amor de Cristo à sua Igreja. A lei do amor conjugal é comunhão e participação, não dominação. É exclusiva, irrevogável e fecunda entrega à pessoa amada, sem perder a própria identidade. Um amor assim é mais que um contrato, tem as características da Aliança (GS 48).

O casal santificado pelo sacramento do matrimônio é um evangelho da presença pascal do Senhor. A família cristã cul­tiva o espírito de amor e de serviço. Quatro relações funda­mentais da pessoa encontram seu pleno desenvolvimento na vida de família: paternidade, filiação, fraternidade, nupcialidade. Es­tas mesmas quatro relações compõem a vida da Igreja, expe­riência de Deus como Pai, experiência de Cristo como irmão, experiência de ser filhos no Filho, com Ele e por Ele, e expe­riência de Cristo como esposo da Igreja. A vida em família reproduz e participa em miniatura dessas quatro experiências fundamentais; são quatro faces do amor humano (GS 49).

Cristo, ao nascer, assumiu a condição de todas as crianças: nasceu pobre e dependente de seus pais. Toda criança - ima­gem de Jesus que nasce - deve ser acolhida com carinho e bondade. Ao transmitir a vida a um filho, o amor conjugal produz uma pessoa nova, singular, distinta e irrepetível. Co­meça aí para os pais o ministério da evangelização. Nele devem fundamentar sua paternidade responsável: nas circunstâncias so­cJals, econômicas, culturais e demográficas em que vivemos, somos capazes de educar e evangelizar mais um filho em nome de Cristo? A resposta dos pais sensatos será fruto do discerni­mento correto e não da opinião alheia, ou da moda, ou dos impulsos. Assim, o instinto e o capricho cederão lugar à disci­plina consciente e livre da sexualidade, por amor a Cristo, cujo rosto aparece no rosto da criança desejada e trazida para a vida.

A lenta e consoladora educação da família representa sem­pre um sacrifício, recordação da cruz redentadora. Mas a feli­cidade íntima que comunica aos pais recorda também a ressur­reição. É neste espírito de páscoa que os pais evangelizam seus filhos e são por eles evangelizados (EN 71). O reconhecimento das faltas e a sincera manifestação do perdão são elementos de permanente conversão e ressurreição contínua. O amb;ente de páscoa floresce na vida cristã inteira e se converte em profetismo ao contato com a Palavra divina. Evangelizar, porém, não é somente ler a Bíblia, mas, a partir dela, trocar palavras de admiração, de consolo, de correção, de luz, de segurança.

A estabilidade na relação entre pais e filhos é comunicativa. Quando as outras famílias pensam: "vejam como eles se amam", nasce o desejo e a prática de um amor que une as famílias entre

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si, como sinal da unidade do gênero humano (LG 1). Cresce aí a Igreja, mediante a integração das famílias pelo batismo que faz todos irmãos. A catequese robustece aí a fé, e todos se en­riquecem com o testemunho das virtudes cristãs. Um ambiente sadio de união nas famílias é o único lugar de nutrição e for­talecimento físico e mental para os filhos, em seus primeiros anos. Aí, os pais são mestres e catequistas, são os primeiros ministros da oração e do culto a Deus. Renova-se a imagem de Nazaré: "O Menino Jesus crescia ... " (Lc. 2, 52).

Para que funcione bem, a sociedade requer as mesmas exi­gências do lar: formar pessoas conscientes, unidas em comu­nidade fraterna para fomentar o desenvolvimento comum. A oração, o trabalho e a atividade educadora da família, como célula social, devem, pois, orientar-se para mudar as estruturas injustas, mediante a comunhão e a participação entre os homens e a celebração da fé na vida cotidiana. "Na interpelação recí­proca que no correr dos tempos se estabelece entre o Evangelho e a vida concreta pessoal e social" (EN 29), a família sabe ler e viver a mensagem explícita sobre os direitos e deveres da vida familiar. Por isso, denuncia, anuncia e se compromete na mudança do mundo em sentido cristão; e contribui para o pro­gresso, para a vida comunitária, para o exercício da justiça distributiva e para a paz.

Contudo, é na Eucaristia que a família encontra sua pleni­tude de comunhão e participação. Para ela se prepara com o desejo de busca do Reino, purificando a alma de tudo o que a pode afastar de Deus. Em atitude de ofertório, exerce o sacer­dócio comum e participa da Eucaristia, prolongando-a na vida pelo diálogo, que faz compartilhar a palavra, as inquietações e os planos, aprofundando assim a comunhão familiar. Viver a Eucaristia é reconhecer e partilhar os dons que, por Cristo, re­cebemos do Espírito Santo. É aceitar a acolhida que nos ofe­recem as pessoas, e deixá-las entrar em nós mesmos. Surge novamente o espírito da Aliança: é deixar que Deus entre em nossa vida e dela se sirva à vontade. Aparece então, no centro da vida familiar, a imagem forte e suave do Cristo morto e ressuscitado.

Daí surgirá a missão da família. Esta Igreja doméstica, con­vertida pela força libertadora do Evangelho em "escola do mais rico humanismo" (GS 52), sabendo-se peregrina com Cristo e comprometida com ele no serviço da Igreja particular, ela se lança em direção ao futuro , disposta a superar as ilusões do ra­cionalismo e da falsa sabedoria que desorientam o mundo mo­derno. E vendo e atuando sobre a realidade, como Deus a vê e a governa, ela busca maior fdelidade ao Senhor para adorar, não aos ídolos, mas ao Deus vivo do amor.

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POR UM MUNDO MAIS HUMANO

PROGRESSO E POBREZA

Parece que a pobreza evangélica dificilmente se adapta ao mundo atual, que se ufana de seu progresso e desenvolvimento. No entanto, estamos descobrindo graves problemas: poluição do solo, do ar e do mar, desflorestamento, desequilíbrios provocados por explosões atômicas, esgotamento das riquezas naturais, super­medicação, doenças psicológicas, etc. Com o super-progresso, fal­tarão ar e água, minerais e frutas, faltarão também silêncio e beleza.

Na Exposição Universal de 1967 li estas palavras: Vamos usar nossa terra até o limite. E depois ...

Nossa sociedade, dita de produção, passou a ser chamada so­ciedade de consumo e agora merece o nome de sociedade de desperdício. A máquina capitalista, baseada na procura desen­freada do lucro, não pode funcionar sem guerras e sem desper­dícios generalizados. O homem moderno, empolgado pela ciência e pelo lucro, pode destruir seu próprio universo.

Será que não precisamos de um novo equilíbrio, baseado na pobreza evangélica?

A primeira bem-aventurança (Bem-aventurados os pobres de coração . .. ) nos ajuda a fazer a crítica da nossa sociedade. Com muita ingenuidade, pensamos que somos capazes de resolver todos os nossos problemas com a ciência, o progresso e o sistema econômico. Grande é a nossa auto-suficiência.

A situação presente nos obriga a reconhecer que a riqueza não basta. Os mais ricos, países e classes, vivem na angústia e insatisfação.

A luz do Evangelho, precisamos examinar as afirmações da propaganda, da ciência, dos políticos, da nossa filosofia de vida ... Em todos os sistemas, o homem não vive só de pão. O homem

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tem sempre fome de Deus, como lemos no cartaz da última Cam­panha Missionária. A sociedade do desperdício nos leva a per­der os valores fundamentais do gratuito: amizade, contemplação, respeito pelo outro, dom de si. Nessas alturas, o Evangelho nos ensina uma sabedoria escond;da aos sábios e entendidos, mas re­velada aos pequenos e humildes.

O mundo do século XX está no "impasse da guerra e do desperdício". O que é absurdo. O nosso progresso põe em che­que o futuro da humanidade, e até já se fala em pesquisas sobre a moralidade das pesquisas científicas. Os grandes problemas de agora - poluição, esgotamento das riquezas naturais, etc. -nos obrigam a elaborar uma nova filosofia de vida, reconhecendo que não somos donos absolutos do mundo. Dominamos o univer­so, respeitando os ritmos e as leis da natureza. Tinha certamente razão o velho cacique Seathl: "Nós não somos donos da pureza do ar e do resplendor da água. . . Toda esta terra é sagrada para o meu povo ... " Para o homem branco, "a terra não é sua irmã, mas sim uma inimiga, e, depois de exauri-la, ele vai em­bora. . . Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás dele desertos." (Carta do Cacique Seathl, no ano de 1855).

A nova civilização exigirá de nós mais respeito à natureza, uso mais sábio e moderado de nossa ciência e dos recursos na­turais, e partilha com os mais desfavorecidos. Tudo isso não seria simplesmente a pobreza evangélica?

Enfim, somos convidados a passar de uma sociedade de pri­vilegiados (sociedade construída para favorecer uma pequena elite) para uma sociedade de irmãos e de iguais. Aqui podemos fazer as perguntas que Paulo VI apontava na sua encíclica O progresso dos povos: "Estamos prontos a dar do nosso dinheiro para sustentar obras e missões organizadas em favor dos pobres? Prontos a pagar impostos para intensificar o desenvolvimento de quem mais precisar?"

É impossível aceitar as reformas necessárias sem a pobreza evangélica. E por isso muitos não querem saber dessas reformas.

Um homem impregnado pelo espírito de pobreza - Francis­co de Assis - nos ensina também a admirar, respeitar e amar a natureza, "as aves do céu e os lírios do campo". Falava do irmão vento, da irmã água, da mãe terra, até da irmã morte. É que a pobreza no estilo de Jesus transforma o coração e nos situa diante de Deus e dos homens.

Pe. Alberto Boissinot

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PRESERVE O QUE ~ DE TODOS

ORAÇÃO ECOLóGICA

Senhc·r, obrigado pelo maravilhoso universo saído do vosso amor, por amor e gratuidade. Obrigado por esta terra amiga, irmã, e por tudo o que ela contém. Obrigado por viver e conviver

Irmão Nery

com o ar, a planta, a água, os animais, o homem!

Ofereço-vos, Senhor, cada criatura, seu valor em si, sua beleza, sua utilidade, sua canção de louvor a Vós no concerto universal.

Peço-vos, Senhor, sabedoria para um relacionamento respeitoso com todas as coisas, um usufruir modesto e sóbrio do serviço que elas me prestam, para que, na harmonia do serviço mútuo, cumpramos nossa missão, saboreando a graça da vida em vosso Plano sobre o Mundo.

Com toda a criação e com todo·s os homens, vos louvo, Pai, através de Cristo Jesus, nosso irmão, por quem todas as co'sas foram feitas e têm sua culminância, na. unidade do Espírito Santo, que renova incessantemente a face da terra.

Amém.

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PARA ALCANÇAR A PAZ,

EDUCAR PARA A PAZ - 11

A educação para a paz pode beneficiar também de um reno­vado interesse pelo exemplo cotidiano dos simples artífices de paz a todos os níveis: daqueles indivíduos e daquelas famílias que, pelo domínio das suas paixões e pela aceitação e respeito mútuos, conquistam a sua própria paz interior e a irradiam; da­queles povos, não raro pobres e provados, cuja sabedoria mile­nária se forjou em torno do bem supremo da paz e que souberam resistir muitas vezes às seduções enganadoras de progressos rá­pidos e alcançados pela violência, convencidos de que tais van­tagens trariam consigo os germes envenenados de novos confli­tos. Sim, sem ignorar o drama das violências, enchamos os nossos olhos e os das jovens gerações destas visões de paz: elas exer­cerão uma atração decisiva. Sobretudo, elas farão com que se liberte a aspiração à paz, que é algo constitutivo do homem. Estas energias novas farão inventar uma nova linguagem de paz e novos gestos de paz.

A linguagem é feita para exprimir os pensamentos do cora­ção e para unir. Mas quando ela se acha prisioneira de esquemas pré-fabricados, então ela arrasta por sua vez o coração para os seus próprios pendores. É necessário, portanto, agir sobre a linguagem para agir sobre o coração e desarmar as ciladas da mesma linguagem. De um coração conquistado para o valor su­perior da paz surgem a preocupação de escutar e de compreender, o respeito pelos outros, a doçura, que é verdadeira força, e a confiança. E é uma linguagem assim que põe no caminho da objetividade, da verdade e da paz. Quanto a este ponto é grande o papel educativo dos meios de comunicação social.

Aquilo que proporciona as visões de paz e aquilo que serve uma linguagem de paz deve exprimir-se em gestos de paz. Fal­tando estes, as convicções nascentes como que se evaporam e a linguagem de paz torna-se uma retórica, que bem depressa cai

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no descrédito. Podem ser muito numerosos os artífices de paz se eles tomarem consciência das suas possibilidades e das suas responsabilidades. É o pôr em prática a paz que leva à paz. Esta ensina àqueles que buscam o tesouro da paz que tal tesouro se revela e se oferece àqueles que modestamente, no dia a dia, realizam todas as pazes para que têm capacidade.

Pais e educadores: ajudai as crianças e os jovens a fazerem a experiência da paz nas mil e uma ações cotidianas que estão ao seu alcance: na família, na escola, nos jogos, na camaradagem, no trabalho de grupo, nas competições desportivas e nas múlti­plas conciliações e reconciliações necessárias. O Ano Interna­cional da Criança, que as Nações Unidas proclamaram para 1979, deveria chamar a atenção de todos para a contribuição original das mesmas crianças para a paz.

Jovens: sede construtores de paz. Vós sois artífices com par­ticipação plena nesta grandiosa obra comum. Resisti às facili­dades que adormentam na mediocridade triste, bem como às vio­lências estéreis em que vos querem utilizar por vezes os adultos que não estão em paz consigo próprios. Segui as vias para as quais vos impele o vosso sentido da gratuidade, da alegria de viver e da partilha.

(continua no próximo número)

(Da Mensagem do Santo Padre João Paulo II para o Dia Mund'ial da Paz)

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O SUDÁRIO

Em 15 dias, mais de um milhão de peregrinos foi ver o Su­dário de Turim (Itália) exposto ao público a partir de 26 de agosto. A onda humana continua. Discípulos de Cristo, uns. Curiosos, outros. E não poucos descrentes. Os jornais comen­tam o assunto. De acordo com a cor das lentes interiores, toda aquela reverência e devoção é interpretada como expressão de fé ou como fanatismo. Seria tão grande assim o número dos fanáticos? Num mundo tão carente de valores espirituais, pare­ce, antes, um sinal confortador de religiosidade e algo que supera a simples curiosidade.

O que vão ver na catedral de Turim homens e mulheres, velhos e jovens, depois de cansativas viagens das mais longín­quas terras, depois de duas horas de fila quando tudo vai bem, sob o sol ou a chuva? As objetivas mostram um velho lençol, cuja história inexplicável a ciência não conseguiu ainda defin;r com exatidão, nem a descrença provar como falsa. Um velho lençol trazendo impressa a figura de um homem torturado e cru­cificado, exatamente como descreve o Evangelho. Vão ver só isso. E por poucos instantes: é preciso passar adiante e deixar lugar aos que vêm atrás, movidos pela mesma ânsia. Em vez de fanatismo, não seria uma necessidade de absoluto que impul­siona o homem de hoje, asfixiado por tantos valores precários? Não seria o eterno desejo inserido no coração do homem, como o vemos no Salmo 79: "Mostrai vossa face amiga e seremos salvos"?

• Os Evangelhos nos contam que José de Arimatéia envol­

vera o corpo de Cristo num lençol e que este mesmo lençol fora encontrado dobrado num canto do sepulcro, após a Ressur­reição.

Seria este Santo Sudário o mesmo que se encontra em Turim, pertencente à casa de Savóia, já há quatro séculos?

Pierre Barbet, um cirurgião francês, estudou este espesso lençol de linho puro, de 1,10 m por 4,36 m durante 20 anos. A

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luz da anatomia e da c1encia, fez surpreendentes revelações so­bre a paixão de Cristo, declarando ser uma pretensão cientifi­camente insustentável afirmar que estas impressões sejam obra de um falsário. Acrescentou ele que o corpo e sobretudo a face do Santo Sudário têm um caráter impessoal sem relação alguma com qualquer estilo pictórico. E as chagas da flagelação um tal realismo, uma tal abundância, uma tal conformidade aos dados arqueológicos, que ficam em notável contraste com as pobres ima­ginações dos pintores de todos os tempos.

O Sudário mostra, pois, a imagem do corpo de Cristo e os vestígios de seu sangue.

No final do século passado, tendo a família real italiana contratado um fotógrafo para fotografar esta preciosa relíquia, as feições do rosto, em negativo no linho, apareceram em posi­tivo na fotografia.

Desta forma, é-nos dado contemplar a imagem do corpo de Cristo e o seu rosto semita dentro dos padrões da beleza clás­sica, em semblante divino, embora olhos fechados no sono da morte, nariz deformado e face cheia de escoriações.

Declara o cirurgião francês:

"É a relíquia mais insigne que existe no mundo, uma relíquia do corpo de Nosso Senhor. Para quem sabe lê-la e para quem é capaz de refletir, é a mais bela, a mais emocionante das me­ditações da Paixão."

• A c1encia contribui para identificar o que cremos sobre

Cristo com o que vemos no Sudário. A fé oferece aos crentes razões que se transformam em vida: diante daquela figura mis­teriosa, os fiéis oram, meditam, comovem-se e crêem mais. Não há maior argumento do que um Cristo sofredor para convencer que o Pai nos ama devéras. Nele a dor se diviniza.

E há mais. Diante daquela relíquia, chegamos a entender que, em cada homem que sofre, encarna-se um Cristo real. E que, por isso, a humanidade não passa de um imenso Sudário que traz impressa a imagem de 4 bilhões de irmãos. E desta imagem ninguém duvida, nem os descrentes.

Olhar-nos como irmãos: eis o que ensina o Sudário.

(0 trecho inicial e o trecho final foram enviados pela Equipe 10 de Campinas .

O trecho central é baseado no livro de Pierre Barbet, "A Paixão de Cristo segundo o cirurgião", das Edições Loyola)

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JUVENTUDE E VOCAÇÃO

Uma das "opões preferenciais" de Puebla: os jovens. Uma das tarefas pastorais prioritárias apontadas pelo Papa: as voca­ções sacerdotais e religiosas.

Há, inegavelmente, um ressurgir de vocações. Só na Arqui­diocese de São Paulo, ordenaram-se num ano (início de 78 a início de 79) 25 (vinte e cinco . .. ) sacerdotes (9 seculares e 16 regulares). Este número, comparado com os de dez anos atrás, quando não era raro se ordenarem apenas 1 ou 2 sacerdotes por ano, constitui motivo de grande júbilo. No entanto, as necessi­dades pastorais também aumentaram - e Cristo ainda poderia dizer "Tenho pena deste povo, pois são como ovelhas sem pastor".

No Dia Mundial de Oração pelas Vocações, rezemos com mais ardor que de costume, pedindo ao Senhor que se digne chamar pelo menos um dos nossos filhos para o Seu serviço.

Lemos na Carta Mensal passada que o elevado número de vocações entre os filhos de equipistas na Colômbia (são 5 semi­naristas maiores e 1 religiosa para apenas 35 equipes ... ) é atri­buído principalmente à oração. Será que nós aqui rezamos o suficiente? Será que pedimos mesmo, insistentemente, ao Senhor da messe que envie operários e oferecemos, dia após dia, nossos filhos para serem esses operários?

Sabemos que nossa "igreja doméstica" é o meio privilegiado onde podem desabrochar e ser cultivadas as vocações. Mas so­mente o será se dermos realmente aos nossos filhos, desde pe­quenos, o costume de procurarem a Deus e servirem aos irmãos. Se Cristo for Alguém presente em suas vidas - primeiro tem que sê-lo de verdade nas nossas - e se, por outro lado, os edu­carmos - também com nosso exemplo - para a generosidade e o serviço ao próximo, estarão atentos ao chamado e poderão até desejar ouvi-lo.

E não nos esqueçamos de que, neste mundo em que o sa­cerdócio e a vida religiosa não figuram entre as "carreiras" para as quais os jovens costumam preparar-se, é necessária uma pa­lavra de vez em quando para mostrar-lhes que consideramos o serviço consagrado a Deus como uma opção válida - a mais gra­tificante - para seu futuro.

Disse o Papa: "Toda comunidade deve procurar suas voca­ções, como sinal de sua vitalidade e maturidade." E isto se apli­ca também à menor delas, à comunidade conjugal e familiar. E o Papa ainda acrescentou: "Uma das provas do compromisso do leigo é a fecundidade nas vocações para a vida consagrada." (Mensagem na abertura da Conferência de Puebla).

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PARA OS JOVENS:

UM RECADO DE JESUS CRISTO

Você, que é um jovem cristão e que procura um sentido para a vida, que tenta viver o ideal de meu evangelho, está lembrado da seguinte passagem: "A messe é grande, mas os ope­rários são poucos"; rogai, pois, ao Senhor da messe, que envie operários para a sua colheita." (Lc. 10, 2).

Pois é, ainda estou procurando operários. Acontece que ope­rários de meio período tenho bastante, preciso é de operários de tempo integral.

Preciso de gente que acredite em mim, na minha ressurrei­ção, que acredite que é possível anunciar e viver o reino de amor que preguei, preciso de gente que lute para que todos tenham vida decente, preciso de gente que queira ser sinal de meu Amor, preciso de gente que se sinta feliz porque tenta viver o que ensinei.

Bom, querido jovem, se você ainda está pensando sobre que sentido dar à sua vida, considere o meu pedido, pense no povo que ainda não sabe que eu existo.

E quer saber de uma coisa, já faz tempo que estou fazendo este pedido a você, mas você não me escuta. E sabe por que? Porque você é cristão só de fim de semana, você não me coloca em todos os acontecimentos de sua vida. Quando você pensa no futuro, você diz: "Quero ter uma boa profissão, um bom emprego e ganhar bastante dinheiro." Como eu não ofereço isto, você não me considera, não me escuta. Será que não está na hora de você esquecer um pouco o "status" que uma profissão pode lhe dar e colocar o meu Amor em primeiro lugar? Para isto, é preciso muita oração, muita sinceridade, muito estudo, é preciso saber escutar a minha voz nos acontecimentos do dia­-a-di:.>. da vida.

Bem, eu vou aguardar a sua decisão - pois ainda acredito em vocês, jovens do som, jovens da "curtição", jovens idealistas, jovens dos movimentos paroquiais, jovens dos cursinhos, jovens universitários, jovens que querem algo mais da vida que um simples "status" social.

Puxa, ia me esquecendo de falar sobre o salário: ofereço a todos os que se apresentarem, não importa idade, sexo, ou o tempo que trabalharem, o cêntuplo e a eternidade.

(Do Boletim da Paróquia de Santa Theresa do Itaim, São Paulo)

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A CORREÇAO FRATERNA

"Porque queremos crescer juntos, temos que ser exigentes uns com os outros"

Se soubéssemos e quiséssemos tirar da correção fraterna todo o proveito, haveria, sem dúvida, uma ressurreição na vida de cada um de nós e das nossas equipes.

A correção fraterna é aquele gesto, fundamentado na cari­dade, que nos faz sermos exigentes com o nosso irmão, porque queremos para ele o bem maior: a perfeição e a santidade. Mas como é difícil . . . Como vencer as barreiras e iniciar um diálogo franco e sincero? Como provar ao outro que o que me move é a caridade? No entanto, é uma necessidade. É vital para a equi­pe. Enquanto não chegarmos lá, seremos tudo: um grupo de amigos que se reune periodicamente, lêem a Palavra de Deus, estudam temas belíssimos (às vezes até com grande profundi­dade), trocam experiências de vida e de apostolado, prestam au­xílio uns aos outros . . . Seremos tudo, mas não seremos uma Comunidade. E uma Comunidade de Amor, como pretendemos.

Temos, portanto, que chegar lá. Para não fracassarmos no intuito de formar uma equipe de pessoas que se propuseram a crescer juntas para Deus. Pode-se até dizer que este é o obje­tivo final das Equipes de Nossa Senhora: o crescimento espiri­tual de todos. Harmoniosamente, como ramos de uma mesma árvore, cujo tronco é o Movimento, e cuja seiva que alimenta e dá a vida são os meios de aperfeiçoamento, a amizade e caridade fraterna.

Nesta altura, bem que poderíamos fazer um pequeno exame de consciência, e perguntar-nos: preocupa-me, na realidade, o crescimento espiritual dos meus irmãos de equipe?

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É na equipe, onde Deus nos colocou, que temos que traba­lhar. . . e ser trabalhado. Abrir o coração para ouvir e acolher o outro. Abrir a boca e o coração para, numa atitude corajosa, dizer, com paciência e caridade, aquilo que o nosso irmão precisa cuvir, para despertar nele uma realidade, que ele não vive ainda, talvez porque lhe tenha faltado essa palavra. A reunião de equi­pe oferece oportunidades especiais, que são a Partilha e a Co-par­ticipação. Ali a equipe não pode falhar . ..

Coragem para dizer. Humildade para ouv~r e aceitar. Duas virtudes que são dons espirituais comunicados àqueles que, de coração reto, buscam a Deus.

Se a caridade é o Amor identificado com o Amor de Deus, a Correção Fraterna é a forma que temos de ver realizada, na­queles que amamos, a nossa caridade, isto é, o bem maior que lhe desejamos, e que outro não é senão o próprio Deus.

Nossa obrigação não termina no âmbito da nossa equipe. Vai além. Começando conosco mesmo, o dever de vigilância vol­ta-se também para todos os que nos são confiados, na família, no trabalho, na paróquia. Ninguém está excluído desse zelo pela Salvação do outro, que outra coisa não é que uma resposta nos­sa, uma correspondência ao apelo de Cristo:

"Se teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós contigo

Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão". (Mat. 18-15)

E, como tão bem disseram os Conselheiros Espirituais das Equipes de Petrópolis: "Amar o outro até o ponto de chamar­-lhe a atenção é prova de uma caridade que vai além dos crité­rios humanos e sociais. Aí já mergulhamos no mundo da fé e de Deus".

Peçamos a Deus a coragem e a humildade de praticarmos a Correção Fraterna.

(Do Boletim da Guanabara>

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E AS PEDRAS GRITARAM ...

Lemos no Evangelho do Domingo de Ramos:

O povo gritava:

- "Salve o rei! Salve o filho de Deus!"

E os discípulos diziam:

- Senhor, dizei ao povo que se cale!

E Cristo respondeu:

- Mesmo que eles se calassem, as pedras gritariam . ..

Aquelas palavras "as pedras gritariam" chamaram-me a aten­ção. Que pedrada J esus jogou nos seus discípulos! Realmente, Ele quis mais uma vez comprovar que nada, mas nada mesmo, pode se opor à Vontade de Deus e até as coisas mais absurdas e inverossímeis podem acontecer.

E eu (não sei porque ... ) fiquei pensando durante vários dias naquelas "pedras que gritariam . .. "

Na semana seguinte, exatamente na segunda-feira, meu pa­drinho de casamento, por quem tenho uma amizade profunda, de mais de 30 anos, ficou subitamente doente. Fizeram-se vários exames e todos eles davam e reforçavam o diagnóstico terrível:

- Câncer!

Segundo a equipe de médicos, ele teria pouco tempo de vida. F icamos naturalmente muito tristes e preocupadíssimos não só com ele, mas principalmente com sua esposa, pois não têm filhos e vivem um em função do outro.

Começamos a rezar, nós, os nossos filhos e os nossos amigos, para que Deus o poupasse e desse forças à sua esposa de sozinha carregar uma cruz tão pesada!

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A operação foi marcada para a manhã de Sexta-feira Santa.

Inexplicavelmente, meu marido se mantinha calmo, confiante e até alegre... Ele acordou cantando e durante todo o trajeto até o hospital ele continuou num estado de euforia completa­mente em desacordo com o estado de preocupação e angústia minhas e de meu pai. E, por várias vezes, com um sorriso mis­terioso, repetia: - Hoje vai ser um grande dia! Vocês vão ver, eu tenho certeza absoluta que ele se salvará!

Chegando ao hospital, enquanto eu ficava com minha ma­drinha no quarto, meu pai, que é médico, foi auxiliar o cirurgião e meu marido dirigiu-se à capela para rezar.

As 11 horas, entra de sopetão no quarto o médico, com os olhos faiscando de júbilo e aos gritos:

- "Não era câncer nada! Eram pedras! Um monte de pe­dras! É um caso extraordinário, nunca vimos um caso igual!"

E continuou gaiatamente:

- "Qual é o seu santo protetor? Deve ser muito forte, por­que foi um verdadeiro milagre!"

Imaginem que a vesícula do meu padrinho estava tão cheia de pedras (ele nunca tinha sentido nada - disseram que eram pedras "silenciosas") que a vesícula caiu e veio se encravar no intestino!

Vejam só como Cristo se quis manifestar para mim (ou foi pura coincidência?) : eu imediatamente associei aquele fato cien­tífico às palavras do Evangelho.

Sim, as pedras realmente gritaram, naquela Sexta-feira San­ta, e a esposa, todos os médicos, os amigos e nós, tivemos o pri­vilégio de ouvi-las! E eu não resisti e disse: - "Para nós, aqui, hoje não é Sexta-feira Santa, mas é a própria Páscoa da Res­surreição, pois ele deveria morrer mas Deus quis que Ele vivesse para nos manifestar a sua glória."

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Magda F. Saddalla

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A CONTRIBUIÇÃO MENSAL:

UM MEIO DE APERFEIÇOAMENTO . ..

Quando, numa reumao de informação, ou numa pilotagem, chegamos ao momento de falar em "dar cada ano, a título de contribuição, o produto de um dia de trabalho, para assegurar a vida material do Movimento ... ", ao que parece, este é, para muitos, um momento delicado. Falar em dinheiro, solicitar con­tribuição, explicar aos novos casais que o Movimento precisa de recursos para a sua expansão, para atingir outros casais, para fazer frente aos encargos administrativos, nem sempre é cousa fácil.

As vezes podemos ser levados a "esconder um pouco o jogo", falando de forma imprecisa, com medo de que os casais "torçam o nariz" diante de mais outra contribuição mensal. Acreditamos mesmo que sejam muitos os que, nessas ocasiões, percebam ex­clusivamente o aspecto puramente material da contribuição mensal.

Foi preciso que participássemos da última Sessão de For­mação da nossa Região para que despertássemos para o verda­deiro sentido que deveremos atribuir à nossa contribuição mensal para a equipe.

O assunto se achava em debate no grupo de co-participação: a dificuldade de se conseguir com que os casais façam a doação real do produto de um dia do seu trabalho; e todos, a seu tempo, davam seus testemunhos e falavam do mesmo problema em suas equipes.

Chegou-se a um denominador comum: dificilmente um casal tem o verdadeiro sentido do desapego pelas cousas materiais, a ponto de contribuir com aquela parcela que realmente deverá dar à equipe.

Foi quando aquele casal falou. Era o mais pobre dentre os presentes, e mostrou ser o mais rico.

Na reunião do grupo descobrira o sentido que deve envolver a contribuição: a generos:dade. E afirmou diante de todos nós que não estava contribuindo como devia. Estava deixando de lado a contribuição sobre os biscates que ele, como carpinteiro,

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fazia e, ela, sobre as peças de roupa que costurava para aumen­tarem a renda doméstica. Ele, um operário aposentado, e ela, uma dona de casa. Contribuíam com alguma coisa? Pois pas­sariam a contribuir ainda com mais!

Eles falaram e nós nos calamos, pois havíamos descoberto naquele momento o verdadeiro sentido do desapego. Tudo o que eles têm, e que é tão pouco, acham que não lhes pertence. Con­sideram-se simples administradores dos bens que o Senhor lhes proporcionou.

E para o nosso grupo foi dado um testemunho: que é pos­sível procurar as causas do Pai através do despojamento, do dar com generosidade.

Percebemos assim o verdadeiro sentido que deve ser trans­mitido aos casais do Movimento, novos ou antigos, sobre a con­tribuição. Sentido esse continuamente relembrado pela Palavra de Deus, que nos fala tanto da renúncia, do dar de graça o que de graça recebemos, do partirmos não levando nem ouro nem prata, nem dinheiro em nossas cinturas, desapegando-nos das causas materiais para encontrarmos um tesouro no céu!

E foi esta a riqueza que descobrimos em nossa Sessão de Formação: um casal extremamente rico das causas de Deus e que nos acordou com toda a humildade e com toda a simplici­dade para o verdadeiro sentido que deve ser atribuído à nossa contribuição para o Movimento.

Vocês, que fazem reuniões de informação ou que pilotam equipes já haviam pensado no assunto? O importante nessas ocasiões não é darmos tanta ênfase para as necessidades mate­riais do Movimento.

Importante, isto sim, é dizermos aos casais que podemos nos valer da contribuição como um verdadeiro meio de aperfeiçoa­mento, para mais facilmente chegarmos às causas do Pai: dando com generosidade, fazendo dela um exercício de desapego, de desprendimento, dando de graça o que de graça recebemos.

Assim, através deste despojamento, ficaremos mais libertos para sentirmos a presença de Deus em nossas vidas.

Dilma e Miguel Equipe 1 de Florianópolis

E, por falar em meios de aperfeiçoamento, está na hora de escolher a data do nosso RETffiO ... "Estamos cansados de falar de Deus aos outros, mas pouco falamos com Deus." (Frei Mauro, no retiro de Florianópolis)

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APOSTOLADO

A Equipe 20 de Santos idealizou uma fórmula interessante de difusão da espiritualidade conjugal, o "P .A.R.E.", ou seja, "Programa de Aconse­lhamento e Reabastecimento Espiritual".

Transcrevemos a seguir o folheto-convite distribuido na paróquia. Neste século do audio-visual, quem disse que não se pode fazer propaganda tam­bém das coisas de Deus? Este "programa diferente ", apresentado de ma­neira atrativa, é, na realidade, uma espécie de recolhimento.

P. A. R. E.

Esle é um convite. Para vocês, casados . Para vocês que, sendo agora dois numa só carne, já não podem mais ser felizes isoladamente, um sem o outro; só podem ser fe­lizes juntos.

• PARE é um PROGRAMA. Fazemos vários: um passeio, uma festa, uma visita, com­pras. Por que não pensar num programa diferente? Por que não parar um pouco para pensar em NóS?

•• PARE é um programa de ACONSELHAMENTO . Temos tanto que dizer um ao outro, para o bem do outro, para o nosso bem! Muito n.os podem dizer outros casais que conosco vão parar para se encontrarem . O padre tem muito para nos dizer, como amigo, como irmão mais velho, como porta-voz de Deus . E mais: em alguns minutos de silên­cio em nós e em torno de nós, quanto nos tem para falar o próprio Deus que nos uniu!

•·• PARE é REABASTECIMENTO ESPIRITUAL. Enchemos o tanque no posto para con­tinuar nossa viagem . Enchemos o carrinho, na feira ou no supermercado, para alimentar nessa vida . Aqui queremos encher de Deus os nossos corações; encher-nos de vontade de amar, de renovado propósito de ser feliz fazendo feliz o outro. São minutos de diá­l~go com o cônjuge, com Deus, com o padre, que refazem, alimentam, provisionam!

A 300 metros acima de nossas casas, nossos clubes, nossas preocupações do dia a dia, para ficar mais perto de Deus, mais abertos ao ESPtRITO, aquele ESPtRITO que entende de amor, harmonia, união, paz, compreensão, bondade, alegria, doação .. .

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P. A. R. E.

PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO E REABASTECIMENTO ESPIRITUAL!

Um programa para casais que querem mais Paz, Amor, Encontro, Comunhão!

Tendo o Céu bem claro curvado sobre a gente

Os olhos estendidos pela vastidão de um horizonte sem fim

As revollas do mar diluídas e distantes na placidez do azul

Os arranha-céus lá em baixo como cubinhos de brinquedo das crianças

O barulho da cidade desfeito num zumbido suave e distante

E o silêncio da montanha querendo entrar dentro de nós .

P.A.R.E.!

*"n Todo terceiro domingo de cada mês, no Morro de Santa Terezinha, das 8,30 às 12,30 toras. Começa com a Missa. Logo após, uma meditação sobre o Evangelho do dia e suas luzes para a vida da família cristã . Meia hora de conversa a dois. Um cafezinho . E, no Belvedere, uma longa hora de "pinga-fogo": o grupo discutindo com o padre os mais variados problemas religiosos, num clima de família .

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NOTíCIAS DOS SETOR.ES

FLORIANóPOLIS - Palestra

A convite do Pe. Agostinho Stahelin, Lygia e Harry estive­ram em Itajaí, proferindo palestra para casais da paróquia de São João. O assunto: a Família; a audiência, numerosa. Os mesmos, juntamente com Victurino, da Equipe 9, estiveram tam­bém em Blumenau, desta vez falando a casais das Equipes de lá. Victurino falou sobre espiritualidade, discorrendo Lygia e Harry sobre os meios de aperfeiçoamento. Muitos casais de Blu­menau e Gaspar, crescimento interior, confraternização.

Semana da Família, etc.

Encontramos no último Boletim do ano notícias sobre a Se­mana da Família. Muita partici pação dos casais, principalmente das equipes 6 e 15, nas paróquias e nas várias capelas do Estreito, inclusive proferindo as homilias. O pessoal da 15, aliás, é muito ativo. Além do curso de noivos, têm 4 catequistas de Primeira Eucaristia e Crisma e dão palestras para pais e alunos em co­légios. Quanto à "Novena" do Natal, não é novidade para nosso pessoal de Florianópolis, que, duas décadas atrás, já havia idea­lizado a "Campanha do Natal". Apenas constatam o crescimen­to, a cada ano, do interesse e da participação, nas ruas e nas capelas, e acham que já poderiam inclusive lançar-se ao trabalho com "mais agressividade".

BRASíLIA - Dois Setores

Transformou-se a Coordenação em dois bem estruturados Se­tores, cujos Casais Responsáveis e Conselheiros Espirituais com­pareceram ao último Encontro de Itaici, antes de sua nomeação oficial, para um primeiro contato com o Movimento no seu todo.

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Ao ser composta esta Carta Mensal, a cerimoma de posse ainda não teve lugar, por isso aguardem o próximo número para um relato da cerimônia. No momento, vai só a notícia, que não queremos protelar maís, pois essa elevação a Setor estava sendo aguardada há muito pelas Equipes de Brasília.

JUIZ DE FORA - Palavras do Pastor

A reunião de Conselheiros Espirituais do segundo semestre contou com a presença do Arcebispo, D. Juvenal Roriz. Per­guntado sobre o que espera das Equipes em seu trabalho pastoral, D. Juvenal disse que considera fundamental o aprofundamento da fé, o cultivo do "Sim" matrimonial e o trabalho pela preser­vação da família, fortalecendo os verdadeiros valores. Alertou os casais sobre a influência negativa dos meios de comunicação, principalmente a televisão, que fala do dinheiro e do poder como aspirações máximas do homem.

- Novas equipes

Há mais duas equipes em Juiz de Fora, uma no bairro de Benfica, outra no bairro de Nova Era, ambos distantes cerca de 15 km do centro da cidade. A comun· cação da criação dessas novas equipes, com nomes completos, endereços e demais dados, partiu do próprio casal piloto, numa iniciativa muito apreciada não só pela Carta Mensal como também pelo Secretariado, que assim pôde atualizar o seu fichário.

- Equipe de jovens

Com 15 jovens, reuniu-se a primeira "equipestinha" de Ben­fica, cuja organização se assemelha muito à de uma Equipe de Nossa Senhora. Tem "Carta-Estatutos" e meios de aperfeiçoamen­to (que incluem oração com os pais e irmãos e leitura da Bíblia), e da reunião constam missa, partilha, co-participação e estudo de tema. O primeiro tema proposto foi: ao seu ver, quais as características positivas e negativas da juventude de hoje?

BRUSQUE - Peregrinação

Os equipistas de Florianópolis queriam ir em peregrinação ao santuário mariano de Azambuja. Encarregou-se então o Setor de Brusque da organização da peregrinação, da qual participa­ram um grande número de equipistas de Florianópolis e seus

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filhos, equipistas de Piçarras, Navegantes, Itajaí, Guabiruba e Brusque. Entre adultos e crianças, anotaram-se 220 participan­tes. Para melhor aproveitamento de todos, foram formados três grupos, o primeiro deles orientado pelo Diácono Wilmar. Parece que o trabalho compensou. De Florianópolis, comentam no Bo­letim: "Partiram de nossa cidade dois ônibus repletos de equi­pistas e seus filhos. Na viagem, cantos e orações e muita alegria. Em Azambuja, missa muito participada. Magnífica recepção: não faltou, em lugar verdadeiramente encantador, comida gos­tosa e farta. Foi uma peregrinação memorável."

JUNDIAí - Ainda o bazar dos favelados

Na Carta Mensal passada, contamos da iniciativa do Setor visando uma comemoração de Na tal diferente, em que se daria a primazia à doação aos mais necessitados, através de um bazar da pechincha e de uma vigília na favela da Vila Hortolândia. Foi um trabalho muito bem organizado e surtiu os resultados esperados, dada a tradicional generosidade e disposição para o trabalho dos equipistas de Jundiaí. Comenta Marisa no Boletim:

"Quando os objetos começaram a chegar, uma semana antes, quase nem acreditávamos: a quantidade era enorme e a quali­dade excelente. A cada dia, chegavam mais e mais, a ponto de envolver o trabalho de um grande número de casais, na separa­ção e embalagem das peças, durante todas as noites da semana. Ninguém deixou de contribuir, não só com donativos, mas tam­bém arrecadando objetos entre vizinhos, amigos, parentes e até em fábricas. Chegavam camas, mesas, fogões, bicicletas, liqui­dificadores, ferros elétricos, sapatos (um número incrível de pares), bolsas, além de todos os utensílios de cozinha (até ta­lheres) e roupas em geral. Até bijouterias!

Na véspera do bazar, estávamos apreensivos: como trans­portar e acomodar no local tantos objetos em tão pouco tempo, pois o colégio só nos podia ceder suas dependências após as 17 horas de sábado? Foi aí que tivemos uma das maiores alegrias que esse bazar nos trouxe. A partir das 15 horas, foram che­gando casais de todas as equipes, alguns com os filhos, em núme­ro surpreendente, todos de mangas arregaçadas, não escolhendo serviço e, principalmente, trabalhando duro e pesado! Das 15 às 23 horas de sábado e das 6 às 16 horas de domingo, sem parada para jantar nem almoçar, essa turma trabalhou. E como tra­balhou ...

Mas valeu a pena. Dava gosto ver o olhar de espanto da­quelas pessoas de tão baixo poder aquisitivo, ao comprar, com-

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prar, comprar e ver que seu dinheirinho ainda dava para comprar mais. Todos sairam com pacotes e mais pacotes, felizes por po­derem adquirir artigos e objetos que nunca lhes seria possível adquirir com seu parco dinheiro. Ao final da tarde, quando encerramos as vendas, estávamos cansados, mas felizes por termos repartido com aqueles irmãos, não apenas os nossos bens, mas o nosso tempo, o nosso trabalho e, principalmente, o nosso co­ração.

Nessa hora em que o Movimento nos pede o despojamento, as equipes de Jundiaí lavraram um tento. Que esse desapego, essa doação e sobretudo que essa união de esforços perdurem como um exemplo do que podemos fazer quando trabalhamos unidos em nome de Cristo!"

SANTOS - Retiro

Escreveram-nos Edson e Marylene contando do retiro pre­gado por Frei Orlando Bernardi, que foi muito apreciado. Fo­calizada a espiritualidade conjugal. "Frisou Frei Orlando a im­portância de amar-nos, um ao outro, com o amor de Deus, a

necessidade de buscar ver no outro a presença constante de Deus que nos questiona e interpela, e de aprender a aceitar as interpe­lações e os questionamentos, não para revidá-los mas para tomá­-los como revisão de vida. Insistiu também sobre a importância

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de compreendermos o valor do perdão gratuito e constante e entendermos que somos responsáveis pela salvação do nosso côn­juge, pois é através dele que alcançamos a nossa salvação.

Frei Orlando abordou também os pontos concretos de esfor­ço, que são 'o calcanhar de Aquiles' das ENS, o que foi muito positivo por estarem presentes todos os casais de uma das pré­-equipes do Setor, que assim puderam compreender a importância de iniciar de forma correta a vida no Movimento."

BAT ATAIS - Estudo do Evangelho

As quatro primeiras equipes de Batatais resolveram estudar em conjunto o Evangelho. Reunem-se para isso sob a d!reção espiritual do Pe. José Antonio. Depois da explicação do sacer­dote, fazem uma reflexão, da qual tiram uma conclusão aplicável ao dia-a-dia.

- Gente ativa

Os casais da Equipe 3 não dormem no ponto. Além do curso de noivos, as atividades dos equipistas incluem: fundação de um clubinho para crianças, tendo como objetivo formação humana, orientação espiritual e atividades esportivas; trabalho com casais em dificuldades; pastoral fam liar. Essa mesma Equipe 3 encar­regou-se ainda do Boletim do Setor de Ribeirão Preto em no­vembro.

- Semana da Família

O casal da Equipe 3 que assumiu a pastoral familiar coor­denou todas as atividades da Semana da Família, que constou do seguinte: palestras para casais, por sacerdote e equipista de Ribeirão; palestras nos clubes de serviço e centms comunitários; várias atividades nas escolas; colocação de faixas com slogans so­bre a família nos principais pontos da cidade; gravações com temas escolhidos sobre a família, levadas ao ar diariamente às 18 hs.; missa de encerramento, celebrada em conjunto pelas três paróquias da cidade.

LINS - Reuniões mistas

O tema, este ano, foi catequese e desapego e d;sponib?lidade . Os casais tiveram um mês para se preparar - Iracema e Martinho ncham pouco, pois, no ano passado, foram 2 meses e meio ...

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verdade é que o tema necessitava, pois tratava-se do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora"! Como no ano passado, houve uma preparação minuciosa e um roteiro muito bem feito. Reuniram-se os animadores uma semana antes e, no dia seguinte ao das reuniões mistas, foi feita a reunião de avaliação, que permitiu constatar que o objetivo fora plenamente atingido. O comparecimento foi de 72%, ou seja, participaram 42 dos 60 casais da Coordenação. Achou-se aconselhável incluir na programação das próximas reuniões mistas uma reunião preparatória também com os Conselheiros Espirituais.

As equipes mistas reuniram equipistas de Lins, Cafelândia e Getulina, sendo que duas das oito reuniões tiveram lugar em Cafelândia.

DEUS CHAMOU A SI

José Armando de Oliveira Gomes

Da Equipe 10 de São José dos Campos. No dia 2 de feve­reiro. Escrevem Wilma e Amilton: "José Armando há quase dez anos pertencia à Equipe Nossa Senhora do Lar. Muitos dos que partic ·param do EACRE de São José dos Campos, em 1977, devem ter em suas casas uma lembrancinha oferecida pelo José Arman­do naquela ocasião: um cinzeiro azul, onde estão gravadas as letras ENS. Ao reverem essa 'lembrança', rezem por ele, que marcou sua presença na terra como grande trabalhador e grande amigo."

NOVAS EQUIPES

Assis

Equipe 7 - Casal Piloto: Alaide e José; Conselheiro Espi­ritual: Pe. D'Ângelo.

Equ~pe 8 - Casal Piloto: Inês e Ricierl ; Conselheiro Espi­ritual: Pe. Luiz Viganó.

Juiz de Fora

Equipe 11 - Casal Piloto: Astrid e Ribeiro; Conselheiro Es­piritual: P e. Edmundo Leschnhak.

Equipe 12 - Casal Piloto: Astr~d e Ribeiro; Conselheiro Es­p.ritual: Pe. José Gaio.

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Marília

Equipe "nova" 5 - Casal Piloto: Leonice e Capelini; Conse­lheiro Espiritual: Irmão Pedro.

Equipe 12 - Casal Piloto: Nair e Netinho; Conselheiro Es­piritual: Pe. Aquiles Pacceli.

Equipe 13 - Casal Piloto: Odete e Edilberto; Conselheiro Espiritual: Pe. Jacó Tomazella.

NOVOS SETORES E COORDENAÇOES

Brasília

A Coordenação de Brasília deu lugar a dois Setores:

O Setor A, cujo Casal Responsável é "Bessye" e Plínio C. da Silva Arruda e o Conselheiro Espiritual, Mons. Raimundo Damasceno.

O Setor B, cujo Casal Responsável é Elsa e Renato Botaro, sendo seu Conselheiro Espiritual o Pe. Raimundo José.

Maria José e Dorgival, por sua vez, ganham bem merecido "descanso".

Blumenau

A Coordenação de Blumenau foi elevada a Setor, continuan­do Dalva e Luís com a responsabilidade pelas equipes daquela cidade.

Criciúma

Também a Coordenação de Criciúma passou a Setor, e Zélia e Domingos continuam como Casal Responsável.

Dois Córregos

Formada a Coordenação, cujo Casal Responsável é Jane e Gilberto de Oliveira Lima.

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RECONCILIADOS EM CRISTO

TEXTO DE MEDITAÇÃO - Col. 1, 3, 21-23

Damos graças ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo .. . Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção - a re­missão dos pecados.

Também a vós, outrora estranhos, senão contrários, por vossos pensamentos e vossas más ações, reconciliou-vos agora pela morte ào seu corpo de carne, para vos apresentar santos, imaculados e irrepreensíveis. Isto se perseverardes firmes e inabaláveis na fé, sem vos afastar da esperança prometida pelo evangelho que l'ecebestes e que foi anunciado a toda criatura que vive debaixo do céu . ..

SALMO 144

Quero exaltar-vos, ó Rei , meu Deus, bendizer vosso nome pelos séculos dos séculos!

Todos os dias quero bendizer-vos, louvar vosso nome pelos séculos dos séculos; grande é o Senhor e sumamente louvável <: sua grandeza não tem medida.

De idade em idade exaltarão as vossas obras, hão de publicar as vossas maravilhas; vossa fama tem o fulgor de vossa glória, no relato de vossas maravilhas eu medito.

O Senhor é misericórdia e clemência, indulgente e cheio de amor; c- Senhor é bom para com todos, misericordioso para todas as suas criaturas.

Que vossas obras, Senhor, vos rendam graças e vossos amigos vos bendigam. Que eles digam a glória de vosso reino e narrem os vossos prodígios.

Para anunciar aos homens vossos prodígios e a glória fulgurante de vosso reino ; pois vosso reino é um reino para todos os séculos, para todas as gerações é vosso império.

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de casais por uma espiritualidade

conjugal e familiar

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