Academia Brasileira de Letras - Raul Pompeia - Biografia

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Raul Pompeia

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  • 28/10/2014 Academia Brasileira de Letras - Raul Pompeia - Biografia

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    ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

    BiografiaPatrono, cadeira 33

    Raul de vila Pompeia nasceu em Jacuecanga, Angra dos Reis, RJ, em 12 de abril de 1863, efaleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de dezembro de 1895. o patrono da cadeira n. 33, porescolha do fundador Domcio da Gama.

    Era filho de Antnio de vila Pompeia, homem de recursos e advogado, e de Rosa TeixeiraPompeia, que pertencia de Joaquim Jos da Silva Xavier, o Tiradentes. Transferiu-se cedo,com a famlia, para a Corte e foi internado no Colgio Ablio, dirigido pelo educador Ablio CsarBorges, o Baro de Macabas mesmo que, em Salvador, educara Castro Alves e Rui Barbosa -estabelecimento de ensino que adquirira grande nomeada. Passando do ambiente familiaraustero e fechado para a vida no internato, recebeu Raul Pompeia um choque profundo nocontato com estranhos. Logo se distingue como aluno aplicado, com o gosto dos estudos eleituras, bom desenhista e caricaturista, que redigia e ilustrava do prprio punho o jornalzinho OArchote. Em 1879, transferiu-se para o Colgio Pedro II, para fazer os preparatrios, e onde seprojetou como orador e publicou o seu primeiro livro, Uma tragdia no Amazonas (1880).

    Em 1881 comeou o curso de Direito em So Paulo, entrando em contato com o ambienteliterrio e as ideias reformistas da poca. Engajou-se nas campanhas abolicionista e republicana,tanto nas atividades acadmicas como na imprensa. Tornou-se amigo de Lus Gama, o famosoabolicionista, tornando-se seu secretrio. Escreveu em jornais de So Paulo e do Rio de Janeiro,frequentemente sob o pseudnimo Rapp, um dentre os muitos que depois adotaria. Ainda emSo Paulo publicou, no Jornal do Comrcio, as Canes sem metro, poemas em prosa, parte dasquais foi reunida em volume, de edio pstuma. Tambm publicou, em folhetins da Gazeta deNotcias, a novela antimonrquica As joias da Coroa.

    Reprovado no 3 ano, em 1883, seguiu com 93 acadmicos para o Recife e ali concluiu o cursode Direito, mas no exerceu a advocacia. De volta ao Rio de Janeiro em 1885, dedicou-se aojornalismo, escrevendo crnicas, folhetins, artigos, contos e participando da vida bomia dasrodas intelectuais. Nos momentos de folga, escreveu O Ateneu, crnica de saudades, romancede cunho autobiogrfico, narrado em primeira pessoa, contando o drama de um menino que,arrancado ao lar, colocado num internato da poca. Publicou-o em 1888, primeiro emfolhetins, na Gazeta de Notcias, e, logo a seguir, em livro, que o consagra definitivamente comoescritor.

    Decretada a Abolio, em que se empenhara, passou a dedicar-se campanha favorvel implantao da Repblica. Em 1889, colaborou em A Rua, de Pardal Mallet, e no Jornal doComrcio. Proclamada a Repblica, foi nomeado professor de mitologia da Escola de Belas Artese, logo a seguir, diretor da Biblioteca Nacional. No jornalismo, revelou-se um florianistaexaltado, grande jacobino que era, em oposio a intelectuais do seu grupo, como Pardal Mallete Olavo Bilac. Numa das discusses, surgiu um duelo entre Bilac e Pompeia. Combatia ocosmopolitismo, achando que o militarismo, encarnado por Floriano Peixoto, constitua a defesada ptria em perigo. Referindo-se luta entre portugueses e ingleses, desenhou uma de suasmelhores charges: O Brasil crucificado entre dois ladres. Com a morte de Floriano, em 1895,foi demitido da direo da Biblioteca Nacional, acusado de desacatar a pessoa do entoPresidente da Repblica, Prudente de Morais no explosivo discurso pronunciado em seu enterro.Rompido com amigos, caluniado em artigo de Lus Murat, sentindo-se desdenhado por todaparte, inclusive dentro do jornal A Notcia, que no publicara o segundo artigo de suacolaborao - alis, tratava-se de um simples atraso - ps fim vida, com um tiro no corao,

  • 28/10/2014 Academia Brasileira de Letras - Raul Pompeia - Biografia

    http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=306&infoid=827&tpl=printerview 2/2

    no dia de Natal de 1895.

    A posio de Raul Pompeia, ficcionista de alturas geniais, na literatura brasileira controvertida.A princpio a crtica o julgou pertencente ao Naturalismo, mas as qualidades artsticas presentesem sua obra fazem-no aproximar-se do Simbolismo, ficando a sua arte como a expresso tpica,na literatura brasileira, do estilo impressionista.

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