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Academia de Música de S. João da Madeira Projeto Educativo 2014/2017[Type text] Page 1 ACADEMIA DE MÚSICA DE S. JOÃO DA MADEIRA Projeto Educativo – 2014/2017 1. Introdução Todas as organizações, quaisquer que seja a sua natureza e dimensão, necessitam ter um plano estratégico que oriente a sua atividade presente e futura. O último PE da Academia de Música de S. João da Madeira data de 2004. Está portanto desfasado da realidade atual da Academia e das condições externas que condicionam a sua ação. Impôe-se que, com a maior brevidade, se dote a Academia com um projeto educativo que balize e oriente a sua evolução. Um documento estratégico que, partindo do diagnóstico da realidade atual, a projete no futuro. Este documento será tanto mais útil e eficaz quanto mais fielmente reflita a realidade presente e ajude todos os intervenientes (alunos, docentes, pais e parceiros) a articular saberes, conjugar energias, convergir vontades, reunir esforços rumo a um futuro sustentável. Embora conscientes de que a realidade da Academia é una e funciona como um todo, entendeu-se que, para uma melhor compreensão e capacidade de execução, deveriam ser definidos eixos estratégicos: Serviço Educativo; Organização; Equipamentos/ instalações /financiamento; relação com o meio (comunidade educativa /atividade cultural). Sem dúvida que o eixo estratégico mais importante é o serviço educativo pois é o principal objetivo da sua existência: o ensino da música. As outras áreas prioritárias só são importantes porque constituem áreas de suporte do serviço educativo. De uma forma simples, para existir um bom ensino da música é necessário ter boas instalações, instrumentos em quantidade e qualidade suficiente, serviços de apoio, uma organização eficiente e um financiamento que garanta a sustentabilidade da Academia. Não se trata de elaborar um documento teórico, ambíguo, antes um documento que aponte caminhos concretos, objetivos muito detalhados e metas bem definidas para o horizonte temporal válido do documento (ano letivo 2013/2014 a 2016/2017).

Academia de Música de S. João da Madeira · De uma forma simples, para existir um bom ensino da música ... com forte vocação exportadora. A cidade , com um ambiente marcadamente

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Academia de Música de S. João da Madeira

Projeto Educativo 2014/2017[Type text] Page 1

ACADEMIA DE MÚSICA DE S. JOÃO DA MADEIRA

Projeto Educativo – 2014/2017

1. Introdução

Todas as organizações, quaisquer que seja a sua natureza e dimensão, necessitam

ter um plano estratégico que oriente a sua atividade presente e futura.

O último PE da Academia de Música de S. João da Madeira data de 2004. Está

portanto desfasado da realidade atual da Academia e das condições externas que

condicionam a sua ação. Impôe-se que, com a maior brevidade, se dote a

Academia com um projeto educativo que balize e oriente a sua evolução.

Um documento estratégico que, partindo do diagnóstico da realidade atual, a

projete no futuro. Este documento será tanto mais útil e eficaz quanto mais

fielmente reflita a realidade presente e ajude todos os intervenientes (alunos,

docentes, pais e parceiros) a articular saberes, conjugar energias, convergir

vontades, reunir esforços rumo a um futuro sustentável.

Embora conscientes de que a realidade da Academia é una e funciona como um

todo, entendeu-se que, para uma melhor compreensão e capacidade de execução,

deveriam ser definidos eixos estratégicos: Serviço Educativo; Organização;

Equipamentos/ instalações /financiamento; relação com o meio

(comunidade educativa /atividade cultural).

Sem dúvida que o eixo estratégico mais importante é o serviço educativo pois é o

principal objetivo da sua existência: o ensino da música.

As outras áreas prioritárias só são importantes porque constituem áreas de suporte

do serviço educativo. De uma forma simples, para existir um bom ensino da música

é necessário ter boas instalações, instrumentos em quantidade e qualidade

suficiente, serviços de apoio, uma organização eficiente e um financiamento que

garanta a sustentabilidade da Academia.

Não se trata de elaborar um documento teórico, ambíguo, antes um documento

que aponte caminhos concretos, objetivos muito detalhados e metas bem definidas

para o horizonte temporal válido do documento (ano letivo 2013/2014 a

2016/2017).

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2. Visão

A Academia de Música de S. João da Madeira assume-se como um estabelecimento

de educação artística, com especial incidência na educação musical.

Há estudos médicos que comprovam que o cérebro de uma criança se

desenvolve mais rapidamente quando esta é regularmente exposta à música.

Existem estudos científicos que demonstram que a coordenação motora melhora

quando uma criança aprende um instrumento musical. Nós não ensinamos música

às crianças só por estas razões.

Nós ensinamos-lhes a música, para serem mais humanas, de modo a

reconhecerem a beleza e a serem sensíveis a ela, de modo a terem algo

mágico e encantador nas suas vidas à medida que os anos passam.

Nós ensinamos música às crianças para que elas também sintam mais

amor, mais sonhos, mais compaixão, mais bondade. Em suma, ensinamos

música para que sintam mais vida dentro delas. Música é vida!

A Academia de Música dedica-se a ensinar a linguagem universal da música, arte e

cultura na comunidade à sua volta. Fazemos isso dando aos nossos alunos a

capacidade de relembrar obras de arte do passado e do presente, criando também

as suas próprias obras de arte. Essas obras de arte poderão ser demonstradas em

público, na forma de espectáculos e eventos culturais, de forma formal ou informal.

A arte real é didática e generosa.

A boa arte explica-se a nós de forma natural. A boa arte é como contar histórias

que nos prendem a atenção e que estimulam a nossa imaginação.

A Academia orgulha-se de poder constatar o facto de muitos dos nossos ex-alunos

serem actualmente artistas profissionais que trabalham em Portugal e no

estrangeiro. Os nossos alunos atuais são os artistas do futuro. Eles são as pessoas

que irão perpetuar esta tradição maravilhosa e que a dissiminarão por toda a parte.

Enquanto houver almas sedentas de música, arte e cultura, é imperativo continuar

a fomentar estas novas gerações para que possam fomentar a Vida, sempre!

Apesar de especialmente focada em mostrar às crianças o elevado valor da arte, da

cultura e da música, a Academia não se exime da responsabilidade de demonstrar

que o exercício artístico é igualmente válido para todas as idades e abre as suas

portas a todos quantos queiram experimentar a magia de produzir arte, de fazer

magia.

Acreditamos que a cultura não é um devaneio, um capricho, um luxo de alguns,

antes uma alavanca decisiva para o desenvolvimento. As comunidades, regiões,

países mais cultos são os mais desenvolvidos. Existe uma inequívoca correlação

entre cultura e desenvolvimento sustentável.

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A Academia tem-se assumido como um importante polo dinamizador da

cultura em S. João da Madeira e territórios limitrofes. Hoje quer assegurar

que tem profissionais competentes e empenhados em garantir que será um

polo cultural dinâmico, inovador e de qualidade no seio desta comunidade

e um referencial na região em que se insere.

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3. O contexto

3.1. História

3.1.1. O Edifício

Em 1898 o Estado abriu concurso à apresentação de projectos para um novo plano

de escola, com casa de professor. Venceu o projecto da autoria do arquitecto

Arnaldo Redondo Adães Bermudes. Ao longo do tempo construíram-se algumas

centenas destas escolas, que ficaram conhecidas por escolas-tipo Adães Bermudes

ou popularmente, por escola dos sininhos.

3.1.2. A Academia de Música de S. João da Madeira

A Academia de Música de S. João da Madeira nasceu em Junho de 1981, sob a

direção do Professor Augusto Pereira de Sousa. Instalada, inicialmente, na Escola

Primária do Parque, foi transferida, em 1982, para a sede actual, na Quintã, rua

Visconde, edifício que também já albergou Escola Primária.

Em 1986 foi constituída a Associação Cultural Alão de Morais para dar autonomia

jurídica à Academia de Música, Instituto de Línguas e Centro de Arte que

constituem seus departamentos. Cada departamento tem estatuto e regulamento

próprio, visando responder ao fim específico para que foi criado.

Em 2012 é inaugurado o atual edifício que, aproveitando da antiga escola a fachada

principal, foi já projetado com especificações técnicas, para servir de escola de

música.

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3.2. O Meio

S. João da Madeira é uma freguesia, cidade, concelho com cerca de 22 000

habitantes, situado na Zona do Entre Douro e Vouga, recentemente integrado na

Área Metropolitana do Porto. Tem um tecido económico com maior incidência nos

setores terciário (serviços e comércio) e secundário, com indústrias diversificadas e

empresas modernas, com forte vocação exportadora.

A cidade, com um ambiente marcadamente urbano, servida por uma boa rede de

acessibilidades, distingue-se particularmente pela sua capacidade de oferta de um

conjunto integrado de serviços que exercem uma forte atratividade sobre os

territórios dos concelhos vizinhos.

Interessa destacar o elevado índice de população escolar que frequenta as suas

escolas que se reflete no significativo número de alunos da Academia, alguns

provenientes das freguesias vizinhas.

Possui também um multifacetado conjunto de infraestruturas desportivas e

culturais, nomeadamente salas de espetáculos, a que se juntou recentemente a

Casa da Criatividade.

4. Princípios orientadores

Os princípios enunciados pretendem marcar a cultura e o clima da Academia. São

princípios que se pretendem vivenciar no seu dia a dia nas diferentes vertentes e

pautar a forma de estar, as inter relações dos agentes educativos e de todos que

com ela se relacionam. Estes princípios, transversais e abrangentes, devem

constituir-se como referenciais que, efetivamente, devem estar presentes no

quotidiano da Academia.

a. Rigor e excelência no processo de ensino aprendizagem

b. Trabalho cooperativo

c. Responsabilidade individual e compromisso coletivo

d. Eficácia na gestão dos recursos disponíveis

e. Abertura ao meio

f. Gestão participada e democrática

g. Inovação

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5. Objetivos estratégicos

São enunciados os seguintes objetivos:

1- Melhorar o desempenho ao nível das aprendizagens pedagógicas, dos

resultados e das qualificações;

2- Otimizar os recursos disponíveis e reforçar a renovação tecnológica;

3- Incrementar a relação com o meio, através da aposta em projetos que

impliquem o envolvimento e a coesão de toda a comunidade educativa;

4 – Promover a divulgação da música e da cultura através da implementação

de parcerias com outras entidades que cativem novos públicos para a

música.

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6. Organização

Associação Cultural Alão de

Morais

Academia de Música

de S. João da Madeira

Instituto de Línguas de

S. João da Madeira

Centro de Arte de

S. João da Madeira

Direção Direção Pedagógica

Conselho Pedagógico Direção Administrativa

Financeira

Departamentos

Sopros e Percussão

Cordas

Ciências Musicais

Teclas

Canto e Classes de Conjunto

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7. Serviço Educativo

7.1. Oferta Educativa/Alunos

No ano letivo 2013/2014 a Academia é frequentada por 224 alunos. Pretende-se

que nos próximos três anos este número cresça em cerca de 50%. Este

crescimento não é uniforme e deve ter em conta alguns aspetos fundamentais

nomeadamente a baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população.

Também não se podem ignorar algumas questões relativas aos diferentes regimes

da oferta educativa:

• Articulado: Os números apresentados revelam alguma prudência pois

existe a incerteza em relação ao financiamento e à autorização do

número de alunos com financiamento do POPH.

• Iniciação: o objetivo é que o número de alunos a frequentar as

iniciações aumente 40% ao longo do triénio. É um objetivo ambicioso

tendo em conta a diminuição da taxa de natalidade e do número de

alunos que frequentam o 1º Ciclo

• Secundário: os números apresentados colocam como objetivo

assegurar que 50% dos alunos que concluem o 5º grau continuem a

desenvolver os seus conhecimentos qualquer que seja a modalidade

(supletivo ou curso livre). Existe a possibilidade de o ensino articulado se

estender ao ensino secundário

A oferta educativa da Academia passará por outras modalidades como seja o

projeto “Música na Escola” que pretende oferecer aos alunos das EB1/JI o ensino da

música a grupos de crianças nas próprias escolas. Esta modalidade diferencia-se

das iniciações e dos cursos livres pelo local em que decorre (JI/EB1), pelo número

de alunos, modelo de trabalho e custo.

Em moldes idênticos também será proposta a criação de núcleos de aprendizagem

nas empresas ou grupos de empresas.

Em parte significativa, as dificuldades financeiras da Academia devem-se à

insuficiência do financiamento atribuído pelo Ministério da Educação para o

funcionamento do secundário pois a propina paga pelos pais é insuficiente para

suportar os custos por aluno.

Outra linha orientadora da oferta educativa é estimular a opção dos alunos por uma

maior diversidade de instrumentos, contrariando a tendência de concentrar as suas

escolhas no piano e nos violinos.

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Pretendemos também que a taxa de desistência dos alunos seja residual e, mesmo

esta, motivada por causas externas. Este objetivo pode ser atingido,

nomeadamente, por duas vias: maior consciencialização dos encarregados de

educação e dos alunos de que a opção pela aprendizagem da música exige gosto,

paixão e trabalho; que o trabalho desenvolvido no seio da Academia estimula os

alunos e fornece ferramentas importantes para o desenvolvimento dos alunos.

7.2. Sucesso educativo

O sucesso educativo é avaliado em dois parâmetros fundamentais: taxas de

transição e qualidade do sucesso.

7.2.1. Taxas de transição

A Academia deve ter a ambição de obter uma taxa de transição, tendencialmente,

de 100%.

Esta ambição deve ser sustentada na motivação dos alunos, na qualidade

pedagógica e nas medidas de apoio pedagógico acrescido que devem ser diversas

de acordo com as dificuldades dos diferentes alunos e num maior envolvimento

destes nas atividades proporcionadas pela Academia.

No plano plurianual serão fixadas metas a atingir de forma gradual para os três

anos de vigência do Projeto Educativo e a serem avaliadas anualmente.

7.2.2. Qualidade do sucesso

Para podermos efetuar uma análise mais aprofundada do trabalho desenvolvido

com os alunos e aferir o nível da instituição não nos devemos ater apenas às taxas

de transição, podemos analisar a qualidade do sucesso observando alguns índices.

Entre muitos outros: sucesso total, através do qual concluiremos sobre a taxa de

alunos com nível positivo a todas as disciplinas que frequentam; alunos com nível

quatro (ou equivalente) a todas as disciplinas que frequenta e o nível de

excelência em que o aluno obtém nível cinco (ou equivalente) a todas as

disciplinas.

Neste âmbito deve ser regulamentado, ao longo do próximo ano letivo, o

quadro de mérito e o quadro de excelência.

Também, neste este nível, serão fixadas metas anuais no âmbito do plano

plurianual.

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7.3. Oferta/Cursos

A Academia possui já uma grande diversidade de oferta educativa. No entanto é

fundamental continuar a segmentar esta oferta tendo em vista não apenas o

acompanhamento das tendências dos gostos musicais mas também a procura de

novos públicos de forma a disponibilizar uma oferta completa dos bébés aos avós,

da música popular à música “erudita”, dos instrumentos mais na moda a

instrumentos menos comuns e alternativos, dos públicos mais jovens para alunos

mais adultos.

Nos próximos anos serão implementadas todas as diligências necessárias para

tornar a Academia cada vez mais eclética e diversa.

7.4. Qualidade pedagógica

A qualidade do serviço prestado pela Academia aos alunos deve ser a preocupação

primeira da sua atividade. Para se avaliar da qualidade temos que nos socorrer de

um conjunto de parâmetros indiciadores e garantes da sua fiabilidade.

Para conseguir uma maior qualidade pedagógica a direção concretizará um

conjunto de medidas de forma a elevar os padrões de qualidade do processo de

ensino aprendizagem, nomeadamente:

• Criação de um regulamento de audições;

• Contratação de um consultor externo;

• Uniformização e aperfeiçoamento dos critérios, gerais e específicos, de

avaliação;

• Criação de uma lista de obras por curso, instrumento e ano/grau;

• Maior presença de alunos em Masterclass, concertos, palestras,

conferências.

• Incremento da participação de alunos em concursos internos e externos;

• Regimento dos órgãos pedagógicos;

• …

7.5. Recursos Humanos

Como em qualquer estabelecimento educativo também a Academia acredita que o

fator humano é decisivo. Profissionais competentes tecnicamente, dedicados,

comprometidos com o sucesso dos seus alunos e conscientes do seu contributo

para o êxito da Academia são fundamentais.

O que se pretende é que todos os profissionais estejam conscientes de que é

fundamental o contributo de cada um para o êxito da Academia. É necessário pois

implicar, envolver, responsabilizar todos no diálogo que deve preceder a tomada de

decisão.

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Neste sentido também se deve implementar, a partir do ano letivo 2014/2015 um

modelo de avaliação de desempenho de todos os docentes e não-docentes.

Na gestão de recursos humanos vai ser necessário contratar uma

assistente operacional onde se privilegiará uma profissional com

competências polivalentes pois exercerá um conjunto diversificado de

funções: biblioteca, bar, receção, assistência serviço docente, etc..

Eventualmente, de acordo com as necessidades, será necessário recorrer ao out-

sourcing de (alguns) serviços de limpeza.

Em relação aos docentes, a opção deve incidir num maior envolvimento

dos docentes na vida da Academia.

7.6. Serviços

Na linha do que foi referido em relação à qualidade pedagógica, existem serviços

complementares e que podem acrescentar valor ao serviço que a Academia presta

aos alunos, famílias e comunidade. Serão desenvolvidos todos os esforços para que

no próximo ano letivo sejam realidade significativos acréscimos de serviços como:

• Biblioteca em que os alunos podem permanecer acompanhados por

funcionária(o) habilitado ou docente, podendo estudar, pesquisar, ler;

• Serviço de bar aberto aos alunos, pais e comunidade com mais

equipamentos e oferta de produtos;

• Serviço de transporte dos alunos nomeadamente entre a Escola e a

Academia;

• Atividades em horários diferenciados onde os alunos possam vivenciar

novas experiências musicais.

• Atividades de reforço, no âmbito de planos de

recuperação/desenvolvimento, de alunos que queiram ou necessitem.

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8. Organização

8.1. Organização Administrativa

Qualquer organismo deve priorizar a sua organização no sentido de tirar partido

dos seus recursos humanos, rentabilizar os recursos materiais disponíveis,

potenciar os meios colocados à sua disposição e ser eficiente na alocação dos

recursos.

Neste sentido, a Academia deve explicitar de forma clara as funções dos

colaboradores, docentes e não docentes, e as normas que regulam o seu contributo

para um funcionamento da Academia de uma forma articulada, evitando

sobreposições e a criação de sinergias com o consequente aumento da eficácia

fazendo convergir o desempenho de todos para o bem comum e sejam claras as

expetativas em relação a todos os seus colaboradores.

Neste âmbito serão implementadas algumas medidas, nomeadamente:

• Regulamento de faltas/permutas/compensações dos docentes;

• Atualização do regulamento interno;

• Avaliação de desempenho de todo o pessoal;

• Regulamento de apresentação de alunos e docentes em

audições/espetáculos;

• Melhorar o sistema de comunicação interna (alunos, docentes, pais) e

externa;

8.2. Organização Pedagógica

Uma das condições fundamentais para a melhoria da qualidade pedagógica é que

todos os agentes envolvidos no processo educativo percebam as expetativas e as

funções de cada um, individualmente, e de todos, enquanto membros duma

organização complexa. Neste sentido, e em linha com o anteriormente referido,

serão tomadas todas as medidas para melhorar o funcionamento dos órgãos

pedagógicos e facilitar a todos os docentes, alunos, pais e pessoal não docente a

compreensão do modo de funcionamento da Academia de forma a padronizar um

elevado nível de toda a organização.

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9. Instalações/Equipamentos/Financiamento

Num estabelecimento educativo o mais importante é sempre o sucesso

educativo dos alunos. Para que os nossos alunos, com o apoio, competência e

empenho dos docentes, possam obter progressos no processo de ensino-

aprendizagem devem dispor das melhores condições de trabalho possíveis:

instalações apropriadas e funcionais, equipamentos com qualidade e em

quantidade suficientes e sustentabilidade financeira. Temos consciência que o

fator humano no processo de ensino-aprendizagem é o fator crítico para o sucesso,

mas também temos consciência que a existência de boas condições de

aprendizagem se podem constituir como uma ajuda significativa.

9.1. Instalações

A Academia está instalada num edifício construído expressamente com a finalidade

de servir o seu propósito fundamental: o ensino da música. De facto dispôe de uma

infra-estrutura com os requisitos de base para cumprir bem o seu principal objeto

de atividade.

No entanto, logo no momento da sua inauguração se revelaram diversos problemas

e algumas carências.

Problemas que derivaram de deficiente construção que se tem vindo a evidenciar

como as infiltrações das águas pluviais, os esgotos, alguns materiais de fraca

qualidade, a climatização das salas. Estes problemas terão que ser resolvidos pelo

empreiteiro em estreita ligação com os serviços da câmara municipal, dona da obra

e proprietária do edifício.

Algumas carências como a biblioteca e o bar serão as prioridades para os próximos

anos pois são serviços muito importantes para o bom funcionamento da Academia

e prestação de um serviço de maior qualidade.

A outra prioridade será uma permanente preocupação de manutenção do edifício

para não deixar que se degrade.

9.2. Equipamentos

Numa Academia de música é essencial disponibilizar aos alunos e docentes um

conjunto de instrumentos em quantidade, qualidade e diversidade adequados ao

número de alunos e aos cursos ministrados.

Para além da capacidade de disponibilizar aos alunos, principalmente aos mais

carenciados, instrumentos para uso pessoal, mediante regulamento, o objetivo do

aumento do número de instrumentos e de sua maior diversidade visa fazer face ao

crescimento do número de alunos, crescente diversidade da oferta educativa e a

um maior equilíbrio na distribuição dos alunos. Desta forma pretende-se dotar a

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Academia da capacidade de apresentar uma orquestra mais completa,

possibilitando um maior leque de constituição de grupos.

Para além das aquisições de novos instrumentos deve estar sempre presente a

preocupação da manutenção dos instrumentos existentes quer pelo bom uso dos

seus utilizadores quer pelo esforço de manutenção periódica que os instrumentos

devem beneficiar.

Em linha com as prioridades para a melhoria dos serviços, os esforços da

Academia, para além dos instrumentos musicais, centrar-se-ão, no plano dos

equipamentos, em três áreas mais carenciadas neste plano: o Bar, a Biblioteca e os

equipamentos multimédia, nomeadamente os informáticos. São equipamentos

estruturantes que visam prestar um melhor serviço aos alunos, famílias,

profissionais e utentes da Academia e que procuram dar um conteúdo mais útil aos

tempos que os alunos passam na Academia.

Também esta preocupação será incluída no plano plurianual com a perspetiva

constante de avaliação do seu cumprimento.

9.3. Financiamento

As preocupações financeiras não podem ser marginalizadas dado o contexto da

crise financeira nacional e as vicissitudes pelas quais a Academia tem passado e

que continuam a ser um problema.

Existem aspetos que ultrapassam a vontade de toda a comunidade educativa,

mesmo dos seus órgãos dirigentes, nomeadamente os montantes a atribuir pelo

governo para suportar os diversos regimes de frequência dos nossos alunos

(iniciação, supletivo e articulado). No entanto a qualidade da gestão das verbas

disponíveis e a procura de fontes de financiamento decorrentes das atividades da

Academia podem marcar a diferença, de forma a dar uma maior autonomia

financeira e a capacidade de libertar verbas de gastos correntes para investimentos

colocados ao serviço de alunos e docentes.

No final do ano letivo 2013/2014, a academia tem um défice de exploração dada a

insuficiência das verbas das principais fontes financiadoras (POPH, Ministério da

Educação).

Para além destas fontes de financiamento a capacidade de captação de recursos

através de geração de receitas ordinárias (inscrições de alunos e mensalidades)

cobre apenas cerca de 15% do total do orçamento.

Como atrás ficou claro, com o previsível aumento do número de alunos e o

consequente crescimento do orçamento, este défice de financiamento poderá

agravar-se colocando em causa a sustentabilidade financeira da Academia.

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A Academia só poderá pois garantir o seu futuro se aumentar para 20% do seu

orçamento global a capacidade de obtenção de receitas próprias.

A gestão financeira nos próximos três anos deve pois reger-se pela aplicação de

alguns princípios de gestão:

• Rigoroso controlo dos gastos;

• Diminuição de despesas de funcionamento;

• Eficiência na gestão de pessoal docente e não docente;

• Geração de receitas: bar, espetáculos, subsídios, patrocínios, parcerias e

protocolos.

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10. Relação com o meio

Um dos aspetos que condiciona a Academia, lhe confere identidade e que é

necessário potenciar, é o meio em que se insere: a localidade, as suas

caraterísticas, as suas gentes, as instituições e as organizações.

É óbvio que a Academia deve muito à cidade, por isso queremos continuar a

devolver à cidade o que ela faz pela Academia. Queremos ser um incontornável

agente de divulgação da música e da arte. Um dos aspetos fulcrais é pois saber

qual o contributo da Academia para a cidade.

10.1. Comunidade educativa

A Academia deve ter sempre como referencial o facto de ser uma comunidade

ampla onde cabem alunos, docentes, famílias dos nossos alunos, não

docentes. O princípio que todos devemos alimentar é que seremos mais fortes

com o contributo de todos.

Neste contexto será de salientar o relevante papel dos encarregados de educação,

nomeadamente da Associação de Pais que tem desenvolvido nos dois últimos

anos um papel decisivo e que se pretende ampliar, atribuindo-lhe um papel cada

mais relevante nas decisões mais importantes da Academia.

Num conceito mais alargado, incluímos na nossa comunidade todas aquelas

pessoas, instituições, entidades, associações e outros parceiros que com a

academia queiram trabalhar. Acreditamos que juntos criaremos sinergias que a

todos podem beneficiar.

A Academia pretende trilhar um caminho que tenha a constante preocupação de

abertura ao meio recebendo contributos de todos e, em simultâneo, ter um papel

ativo enquanto agente cultural de grande importância

Daí a proposta da criação de um conselho consultivo no ano letivo 2015/2016

onde terão assento pais, docentes, órgãos autárquicos, instituições educativas e

culturais que terá uma função de emitir pareceres e orientações sobre a atividade

da academia.

É óbvio que este conselho consultivo não esgotará a participação da comunidade

mas, com representatividade tão ampla quanto possível, será a demonstração

inequívoca da vontade de abertura e de cooperação.

Pretendemos dar continuidade aos acordos existentes e estabelecer protocolos de

colaboração com:

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a) Estabelecimentos de educação e ensino

• Agrupamento de Escolas Serafim Leite

• Agrupamento de Escolas João da Silva Correia

• Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior

• Centro de Educação Integral

• Infantários …

b) Órgãos autárquicos

• Câmara Municipal

• Junta de Freguesia

• c) Comunicação Social

• O Regional

• Labor

• Único

d) Instituições culturais

• Casa da Criatividade

• Escolas de Teatro

• Escolas de Dança

e) Outras

• Empresas

• Instituições sociais

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10.2. Atividade cultural

A Academia assumirá um papel fundamental na dinamização cultural da cidade

promovendo, no âmbito do seu plano anual, um conjunto de iniciativas que atraiam

um público tão vasto quanto possível, diversificando as atividades e que passará

por utilizar todos os espaços disponíveis na cidade, momentos e efemérides

relevantes e diferentes géneros musicais, desde que garantam a qualidade e façam

justiça à nossa história.

Concertos:

• Casa da Criatividade

• Igreja Matriz

• Paços da Cultura

• Auditório da Academia

• Espaços exteriores

Esta atividade cultural deve, tendencialmente, ir para além da música fomentando

atividades que incluam também outras formas de arte.

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11. Avaliação

Este projeto educativo, depois de aprovado pelo Conselho Pedagógico e pelos

órgãos da Associação Cultural Alão de Morais entrará em vigor e deverá ser

avaliado anualmente no âmbito do processo de auto avaliação e do respetivo plano

de melhoria.

Neste âmbito devem ser aprovados, até setembro de 2014 o plano anual de

atividades e as bases do Plano Plurianual, onde devem constar as metas para

avaliar a sua concretização. No final do ano letivo, no âmbito da avaliação do ano

letivo devem ser aprovadas pelo conselho pedagógico os relatórios de avaliação do

plano de atividades e do plano plurianual que devem ser remetidos para a direção

da Academia.

A existência de desvios significativos em relação ao estabelecido no Projeto

Educativo pode suscitar a sua reformulação para ser adequado à realidade da

Academia e dos seus constrangimentos.