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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS
ACADEMIA REAL MILITAR (1810)
CAIO FACCHINI RODRIGUES
A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO RENDIMENTO DESPORTIVO DOS
ATLETAS DE PENTATLO MILITAR DA ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS
NEGRAS
Resende
2017
1
CAIO FACCHINI RODRIGUES
A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO RENDIMENTO DESPORTIVO DOS
ATLETAS DE PENTATLO MILITAR DA ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS
NEGRAS
Resende
2017
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Academia Militar das
Agulhas Negras como parte dos
requisitos para a Conclusão do Curso de
Bacharel em Ciências Militares, sob a
orientação do 1º Tenente Thiago
Henrique Alves Machado de Aredes
2
CAIO FACCHINI RODRIGUES
A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO RENDIMENTO DESPORTIVO DOS
ATLETAS DE PENTATLO MILITAR DA ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS
NEGRAS
COMISSÃO AVALIADORA
____________________________
THIAGO HENRIQUE ALVES MACHADO DE AREDES – 1º TEN INF
Orientador
__________________________
Avaliador
__________________________
Avaliador
Resende
2017
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Academia Militar das
Agulhas Negras como parte dos
requisitos para a Conclusão do Curso de
Bacharel em Ciências Militares, sob a
orientação do 1º Tenente Thiago
Henrique Alves Machado de Aredes.
3
A minha noiva Gabriella, por todo seu carinho e paciência em desprender seu tempo me
auxiliando e compartilhando seus conhecimentos.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado a oportunidade de concluir com sucesso o curso de formação
de Oficial do Exército.
Aos meus pais, pelo apoio e suporte todo esse tempo, muitas vezes sacrificando seus
próprios interesses em prol dos meus.
Ao 1º Ten Aredes por suas orientações.
Pela paciência nos treinos, pela dedicação e pelo esforço dos Oficiais e Sargentos
treinadores. Aos meus amigos de equipe, pelo apoio nos treinos, pela troca de conhecimento e
companheirismo.
5
RESUMO
FACCHINI, Caio Rodrigues. A influência da alimentação no rendimento desportivo dos
atletas de Pentatlo Militar da Academia Militar das Agulhas Negras. Resende: AMAN,
2017. Monografia.
Conseguir alcançar a vitória em competições esportivas ou simplesmente atingir altos índices
individuais do desempenho atlético demandam um correto acompanhamento nutricional, para
que alinhada a um bom treinamento, a alimentação possa fornecer nutrientes e quantidade
energética suficiente para um excepcional funcionamento do organismo. Diante disto, este
trabalho buscou retratar a realidade do treinamento da equipe de Pentatlo Militar da AMAN.
Primeiramente, foi realizada uma revisão literária acerca do tema Nutrição Esportiva. Em
seguida, foi analisada uma semana de treino destes atletas e calculou-se o Gasto Energético
Total (GET) desprendido para a realização completa deste treinamento. Posteriormente, foi
analisada a alimentação provida pelo Setor de Aprovisionamento da AMAN aos Cadetes
atletas, com a intenção de entender o Valor Energético Total (VET) do cardápio da semana em
foco, e se os nutrientes encontrados estariam disponível de forma adequada a possibilitarem o
rendimento desportivo. O objetivo de calcular o balanço energético dos atletas de Pentatlo
Militar da AMAN foi alcançado, e chegou-se à conclusão de que há uma ingestão calórica
suficiente para suprir a demanda dos treinos. Todavia, foi observada uma disposição errada
destes alimentos. Isto porque os atletas ficam muito tempo sem ingestão de qualquer alimento,
permanecendo sem reposição nutricional antes ou depois das atividades físicas.
Palavras-chave: Nutrição Esportiva. Pentatlo Militar.
6
ABSTRACT
FACCHINI, Caio Rodrigues. The influence of nutrition on athletic performance of Military
Pentathlon athletes from the Academia Militar das Agulhas Negras. Resende: AMAN,
2017. Monograph.
Achieving victory in sporting competitions or simply achieving high individual indices of
athletic performance requires correct nutritional monitoring, so that in line with good training,
nutrition can provide enough nutrients and energy for an exceptional functioning of the body.
In view of this, this work sought to portray the reality of the training of the Military Pentathlon
team of AMAN. Firstly, a literary review was carried out on the subject of Sports Nutrition.
Next, a week of training of these athletes was analyzed and the Total Energy Spent given for
the complete accomplishment of this training was calculated. Subsequently, it was analyzed the
feeding provided by the AMAN Procurement Sector to Cadets athletes, with the intention of
understanding the Total Energy Value of the menu of the week in focus, and if the nutrients
found would be available in a suitable way to enable the yield Sporty. The goal of calculating
the energy balance of AMAN Military Pentathlon athletes was reached, and it was concluded
that there is sufficient caloric intake to meet the demand for training. However, a misalignment
of these foods was observed. This is because athletes spend a lot of time without the ingestion
of any food, remaining without nutritional replacement before or after physical activities.
Key words: Sports Nutrition. Military Pentatlhon.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO........................ 11
2.1 Revisão da literatura e antecedentes do problema ........................ 11
2.2
2.3
Referencial metodológico e procedimentos ....................................
Calorias ..............................................................................................
13
15
2.4 Carboidratos ..................................................................................... 16
2.5 Proteínas ............................................................................................ 19
2.6 Lipídios .............................................................................................. 21
2.7 O Treinamento Físico Militar (TFM) ............................................. 22
2.8 O Pentatlo Militar ............................................................................ 23
2.8.1 Histórico ............................................................................................. 23
2.8.2 Competições ....................................................................................... 23
2.8.3 Características das provas .................................................................. 24
2.8.3.1 Tiro .................................................................................................... 24
2.8.3.2 Pista de Pentatlo Militar (PPM) ......................................................... 25
2.8.3.3 Pista de Natação Utilitária (PNU) ..................................................... 25
2.8.3.4 Lançamento de Granada .................................................................... 26
2.8.3.5 Corrida (Cross Country) .................................................................... 27
2.9 O treinamento do Pentatlo Militar ................................................ 28
3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS .................................. 31
3.1 Resultados ......................................................................................... 31
3.2 Análise dos dados ............................................................................. 35
4 CONCLUSÃO .................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ............................................................................... 40
8
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a nutrição tem ganhado importância cada vez maior na vida dos atletas,
por exercer papel fundamental no desempenho dos treinos e competições. Com o avanço
tecnológico dos tempos modernos, têm-se produzido conhecimentos significativos para a
melhora da alimentação, aliada aos treinos, como forma de alcançar resultados antes
inimagináveis.
Nas competições, uma dieta equilibrada pode determinar o vencedor. Por isso, o estudo
sobre a nutrição esportiva e a análise da alimentação dos atletas da Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) é de relevante importância, tendo em vista o objetivo de ganhar
competições, como a NAVAMAER. Essa competição ocorre anualmente e é disputada pelos
Cadetes da AMAN, que representam o Exército, juntamente com a Academia da Força Aérea,
representando a Aeronáutica, e os Aspirantes da Escola Naval, representando a Marinha.
Durante a NAVAMAER diversas modalidades são disputadas tais como Atletismo, Voleibol,
Basquetebol, Futebol, Esgrima, Triátlon e Pentatlo Militar.
Diante disso, a presente pesquisa busca tratar do tema sob a perspectiva da influência
da alimentação no desempenho do atleta de Pentatlo Militar da AMAN. Para isso, o trabalho
busca analisar o treino dos penta-atletas e seu gasto energético, assim como a alimentação
provida pelo setor de aprovisionamento da AMAN.
Delimitou-se o foco de pesquisa nos Cadetes da AMAN, mais especificamente nos
atletas da equipe de Pentatlo Militar da Academia, pois essa modalidade, dentre as presentes
equipes na AMAN, é a que apresenta maior volume e intensidade de treinos e somando-se a
isso as atividades cansativas cotidianas do Cadete, o que levar-se-ia a ter uma maior quantidade
de informações para o estudo e análise a serem realizados por esta pesquisa.
Para uma melhor compreensão desse assunto, faz-se necessário o entendimento de
alguns conceitos básicos, tais como: nutrição, nutrientes e gasto energético.
A nutrição é um estado fisiológico proveniente da ingestão e reação biológica de
energia e nutrientes em nível celular. Ou seja, a nutrição não se resume ao simples ato voluntário
de ingerir um alimento, mas também dos processos involuntários da utilização biológica dos
alimentos, como digestão, absorção, metabolismo e excreção (GLOSSÁRIO TEMÁTICO
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO, 2008).
Os nutrientes, segundo o Glossário Temático Alimentação e Nutrição (2008), são
componentes químicos capazes de produzir energia ou contribuir para o crescimento,
9
desenvolvimento, manutenção da saúde e vida. São substâncias essenciais para o sistema
metabólico humano. Os nutrientes são divididos em: macronutrientes (como os carboidratos,
proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).
O gasto energético pode ser dividido em alguns componentes: dispêndio energético
basal (GEB), que é necessário para a realização das funções vitais do organismo; o gasto
energético da atividade física (GEAF), que pode ser uma simples atividade cotidiana ou um
exercício físico; e o efeito térmico dos alimentos (ETA), que diz respeito aos processos
biológicos do organismo humano. Todavia, o GEAF será o mais abordado neste estudo (MELO,
TIRAPEGUI & RIBEIRO, 2008).
Diante da importância da nutrição no desempenho do atleta e a fim de determinar se
há um correto balanço energético para e equipe de Pentatlo Militar, os objetivos específicos
deste trabalho foram: apresentar de forma sucinta alguns conceitos de nutrição e seus processos
biológicos; descrever as características desta modalidade; analisar o treinamento de um penta-
atleta, calculando-se o gasto energético proveniente de uma semana de treino, juntamente com
suas necessidades nutricionais; e por último, analisar a alimentação dada aos Cadetes atletas.
Devido à complexidade do assunto envolvido, percebe-se muitas vezes divergências
entre autores acerca de um mesmo tema. Por isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica,
buscando fontes confiáveis, dando prioridade para as mais atualizadas e as utilizadas pelo
Exército. Os principais livros que serviram como fontes de estudo foram: Estratégias de
nutrição e suplementação no esporte, de Simone Biesek, Letícia Azen Alves e Isabela Guerra;
o Manual de Alimentação das Forças Armadas (MD42-M-03), do Ministério da Defesa; e
Nutrição Esportiva, de Ronald J. Maughan e Louise M. Burke. Quanto à revistas, utilizou-se o
renomado Journal of Sports Sciences. E por último, os Regulamentos Oficiais de Pentatlo
Militar do International Military Sports Council.
Neste trabalho, ainda estão presentes diversas informações de artigos científicos,
monografias e sites sobre Nutrição Esportiva e Pentatlo Militar. Destacam-se os dados
fornecidos pelo Serviço de Aprovisionamento da AMAN.
A presente monografia está assim estruturada:
No primeiro capítulo, foi explanada a revisão bibliográfica fornecendo conceitos sobre
nutrição, nutrientes, alimentação, Treinamento Físico Militar e de forma detalhada o Pentatlo
Militar, com suas características, peculiaridades e provas.
10
No segundo capítulo, este trabalho estimou o valor do gasto energético total de uma
semana de treino da equipe de Pentatlo, a partir de dados coletados da planilha de uma semana
de treino. Em seguida, foi analisada a quantidade energética fornecida aos Cadetes pelo
cardápio acima citado, assim como sua disposição durante o dia para a correta ingestão
nutricional no pós e pré-treino.
Por último, foi feita uma conclusão sobre a importância da alimentação para o
rendimento desportivo, foi determinado o balanço energético dos Cadetes atletas de Pentatlo
Militar da AMAN e uma síntese sobre a análise da alimentação encontrada.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
O tema de pesquisa deste trabalho insere-se na linha de pesquisa da correta
alimentação dos Cadetes atletas, da equipe de Pentatlo Militar da Academia Militar das Agulhas
Negras, e na área de estudo da Nutrição Esportiva.
2.1 Revisões da literatura e antecedentes do problema
Uma rotina nutricional adequada pode proporcionar disposição para atividades físicas
e reduzir incidências de doenças crônicas. Somam-se a isso fatores extrínsecos e intrínsecos e
pode-se dizer que a saúde mental e sistema cardiovascular serão afetados pela dieta (LEITE E
SILVA, 2006).
Um hábito alimentar sofre diversas interferências de fatores individuais pessoais e
comportamentais. São exemplos disso o sexo, a idade, o estado civil, a prática de atividade
física, horas de sono, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo (SILVA, 2014).
Mas não é tão fácil falar em hábitos alimentares e rotinas quando se refere a Cadetes
da AMAN. Isto porque não existe rotina na formação do futuro Oficial de carreira da linha
bélica do Exército. Em cada semana são realizadas atividades diferentes e, obviamente, a
alimentação sofre suas modificações. Não se pode dizer que o Cadete se alimenta do mesmo
modo no refeitório, no parque (estrutura destinada às instruções militares de cada curso) e nos
exercícios no terreno (campo). Mas para objeto deste estudo, será considerada e analisada uma
semana em que os atletas de Pentatlo Militar da AMAN consigam realizar seus treinamentos
diários, e suas refeições em sua totalidade nos refeitórios da Academia.
Os profissionais militares como um todo, mas principalmente os Cadetes, não têm
tempo para uma adequada preparação de suas refeições, ficando dependentes do serviço de
aprovisionamento da AMAN.
Segundo Silva (2014), para que o militar cumpra suas funções satisfatoriamente ele
precisa estar com o perfil nutricional adequado e com isso ter uma qualidade de vida melhor.
Para manter o peso corporal e os níveis de desempenho durante os treinamentos, o
atleta precisa manter a proporcionalidade entre o gasto e o consumo energético. Soma-se a isso
a necessidade da correta ingestão dos nutrientes para manter o funcionamento biológico em
melhor estado possível, e obtém-se o objetivo da Nutrição Esportiva.
12
Segundo a função que os alimentos possuem, eles são classificados em: energéticos,
ricos em carboidratos e lipídios, os quais fornecem energia para o funcionamento das células;
construtores, ricos em proteínas com função na construção de células e tecidos e também a
reparação do organismo; e reguladores, que são os alimentos ricos em vitaminas, minerais e
fibras, que atuam, por exemplo, na formação dos ossos, formação de substâncias antioxidantes
e outros. Além disso, os alimentos também podem ser classificados conforme os nutrientes
presentes nos mesmos, e assim são classificados em macronutrientes, que contêm energia
(como os carboidratos, as proteínas e os lipídios); e micronutrientes, que não contêm energia
(vitaminas e os minerais) (BRASIL, 2013).
Os nutrientes são as substâncias que compõem os alimentos e são responsáveis por
diversas funções já citadas, como por exemplo, na produção de energia (carboidratos, lipídeos
e proteínas), na construção tecidos (proteínas) e também na regulação de funções orgânicas
(como os minerais, vitaminas e a água) (VILARTA et al., 2007).
Diante disso, considerando que os nutrientes fornecidos pela alimentação geram
energia e também regulam os processos fisiológicos, as modificações dietéticas são
fundamentais para o aperfeiçoamento do desempenho atlético. A nutrição, quando bem
orientada no desporto, pode ser capaz de reduzir a fadiga e com isso permitir que o atleta treine
por mais tempo, além de ajudar na recuperação de lesões e promover aumento de depósitos de
energia (FERREIRA, RIBEIRO, SOARES, 2001). Quando não há manutenção do balanço
energético e a ingestão não é suficiente para atender a demanda energética no exercício físico,
pode haver perda de massa magra resultando, por exemplo, em uma diminuição da força
(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION,
DIETITIANS OF CANADÁ, 2000).
Através do consumo de uma ampla variedade de alimentos, torna-se possível alcançar
as necessidades energéticas do organismo em carboidratos (3 a 12g/kg peso/dia) (BURKE, et
al. 2011), proteínas (1,2 a 2,5g/kg/dia) (PHILLIPS, 2014; THOMAS, ERDMAN, BURKE,
2016), lipídios (>20% do valor energético total) (THOMAS, ERDMAN, BURKE, 2016), e
também os micronutrientes para o treino e competição (GRAÇA, SOUZA, TEIXEIRA, 2016).
Entretanto, fatores como natureza, intensidade e duração do exercício, além de fatores
individuais como idade, sexo, peso, composição corporal, tipo de fibra muscular predominante,
e outros, podem influenciar sobre o tipo de substrato energético que o organismo irá utilizar
(FERREIRA, RIBEIRO, SOARES, 2001).
13
Diante do que encontrou-se na literatura acerca do tema, pôde-se identificar algumas
questões que parecem problemáticas – como explicar a relação da intensidade dos treinamentos
do Pentatlo Militar e sua demanda nutricional com sua adequada reposição energética para um
constante rendimento desportivo. Ou, colocado de outra forma, como uma alimentação bem
planejada pela AMAN pode ajudar os penta-atletas a alcançarem suas performances desejadas.
Dados preliminares apontaram para a possibilidade de a alimentação não ser
totalmente adequada para a população em estudo, devido ao fato de coexistir diversos outros
grupos dependentes de tal planejamento nutricional, inclusive com necessidades energéticas
diferentes. Além disto, as diversas atividades acadêmicas não permitem uma constante ingestão
calórica.
2.2 Referencial metodológico e procedimentos
Visando a identificar se a realidade apresentada pela literatura é encontrada na AMAN,
foi formulado o seguinte problema de pesquisa: a alimentação fornecida por esta instituição é
adequada e suficiente para os Cadetes atletas de Pentatlo Militar da Academia?
Partiu-se da hipótese de que os Cadetes atletas de Pentatlo Militar, ao realizar seus
treinamentos intensos, necessitam de uma quantidade nutricional maior do que os Cadetes não
atletas. Devido ao fato de estes últimos serem maioria na AMAN, o planejamento do serviço
de aprovisionamento deve basear seus cálculos nos gastos e consumos desta população, e não
da primeira. Portanto, se a alimentação para os dois grupos é a mesma, mas a necessidade de
um é maior do que o outro, os penta-atletas poderiam não ter o balanço energético adequado
para melhorar seu rendimento desportivo.
As variáveis deste trabalho se configuram pelas condições de execução dos treinos e a
quantidade de alimentos que se consome nas refeições. Na AMAN, os tempos destinados aos
treinos dos atletas têm prioridade sobre qualquer outra atividade do Cadete, durante os períodos
que antecedem a principal competição do ano, a NAVAMAER. Então, para este estudo, foi
considerado o total cumprimento da planilha de treinamento em situações normais de execução.
Também para fins deste estudo, a quantidade de alimento colocada nos pratos pelos atletas foi
a mesma que as nutricionistas da AMAN padronizam para seus cálculos. Em relação à
individualidade biológica de cada atleta, a única variável considerada foi o peso, pois este dado
é diretamente proporcional à quantidade energética desprendida no exercício físico. Para esta
realidade, fez-se uma média dos pesos de quatro atletas da equipe, a fim de que não haja
interferência nas relações variáveis citadas acima. Sobre o cardápio diário encontrado nas linhas
14
de servir, segundo o Setor de Aprovisionamento, é raro haver diferenças em relação à
quantidade calórica e de macro e micronutrientes.
Os objetivos deste estudo foram analisar a literatura sobre Nutrição Esportiva e
identificar o balanço energético dos atletas de Pentatlo Militar na AMAN.
Visou-se especificamente a ingestão quantitativa de calorias, o consumo qualitativo
dos macronutrientes carboidratos e proteínas, e uma semana de treinamento do Pentatlo Militar.
Com o propósito de operacionalizar a pesquisa, adotou-se os procedimentos
metodológicos descritos abaixo.
Primeiramente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica visando a rever a literatura que
fornecesse base teórica para prosseguir na pesquisa. Desse levantamento, destacam-se a
intensidade da atividade física relacionada ao gasto energético, e a importância da correta
ingestão nutricional para um bom rendimento desportivo.
Analisando estas teorias, chegou-se à conclusão de que existem diversos métodos
capazes de estimar o gasto energético de um exercício, sendo normalmente mais utilizada a
calorimetria indireta através da medição consumo de oxigênio (VO2). Entretanto, essa
metodologia requer procedimentos dispendiosos, restringindo-se, quase que exclusivamente, a
sua utilização a ambientes laboratoriais e situações de pesquisa (COELHO-RAVAGNANI,
2013).
Outra forma de se determinar o gasto energético de um determinado exercício, cuja
qual foi aqui trabalhada, é utilizando o equivalente metabólico (MET), que corresponde a um
múltiplo da taxa metabólica basal. Essa taxa metabólica basal é definida como a energia
necessária para que o indivíduo se mantenha em repouso, e é representada na literatura pelo
VO2 de 3,5 mL/kg/min (MCARDLE, KATCH, F., KATCH V., 1998). Portanto, o valor obtido
pelo cálculo utilizando o MET representa o número de vezes pelo qual o metabolismo de
repouso foi multiplicado durante uma atividade (MCARDLE, KATCH, F., KATCH V., 1998;
MONTOYE, 1996).
Segundo Abranches (2015), utilizando o MET, pode-se realizar uma estimativa do
gasto energético, em Kcal, na atividade física, através do cálculo:
𝐾𝑐𝑎𝑙 =𝑀𝐸𝑇𝑆 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑙 (𝑘𝑔)𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑓í𝑠𝑖𝑐𝑎 (min)
60 𝑚𝑖𝑛
15
A primeira constatação foi que foram editados, até o momento, muitos títulos sobre o
assunto. Quanto à qualidade das fontes encontradas, pode-se dizer que a maioria é confiável e
atualizada, pelo fato de serem de manuais, artigos científicos, livros de autores renomados na
área e revistas conceituadas. No entanto, durante a pesquisa, percebe-se na internet alguns
autores não pertinentes.
Amparados nessa realidade, foram coletados dados por meio de consultas a
documentos virtuais. Para se alcançar um resultado mais próximo da realidade militar, quando
visto confronto entre informações, deu-se prioridade aos manuais ou documentos usados como
base para o setor de aprovisionamento da Academia.
No tratamento dos dados coletados, trabalhou-se com tabelas e quadros, por
permitirem uma melhor exposição e detalhamento.
Na análise dos dados, efetuou-se a abordagem quantitativa tanto do gasto e consumo
nutricional quanto do volume e da intensidade dos treinos, assim como a abordagem qualitativa
para analisar a ingestão de nutrientes no pós e pré-treino.
2.3 Calorias
Um alimento possui uma energia potencial, que é chamada de quilocaloria. Isto é, um
determinado nutriente produz uma energia quando metabolizado pelo organismo, e a caloria é
justamente a representação métrica disto. As pessoas que possuem um equilíbrio energético, ou
seja, que não ganham e nem perdem peso, apresentam o chamado “balanço energético”. Obtém-
se o balanço energético, calculando-se o saldo proveniente do total de energia ingerida e o total
de energia gasta pelo organismo em suas atividades diárias (BRASIL, 2008).
Como já foi dito, o consumo de energia necessário para manutenção da saúde e da boa
nutrição varia com o sexo, a idade, o nível de atividade física, o estado fisiológico, a presença
ou ausência de doenças e mesmo do estado nutricional atual da pessoa. No entanto, é normal se
basear em uma dieta com ingestão média diária de 2.000 quilocalorias (Kcal) (BRASIL, 2008).
Segundo o Guia Alimentar para a população brasileira:
Se a alimentação fornece mais energia do que é requerida pelo organismo, a
energia excedente é acumulada na forma de gordura corporal. Ou seja, se a
pessoa não ingerir menos alimentos ou aumentar a atividade física, irá ganhar
peso, principalmente pelo acúmulo de gordura, o que poderá levar ao
sobrepeso ou à obesidade, se esse desequilíbrio for mantido por longo tempo
(BRASIL, 2008).
16
2.4 Carboidratos
No Brasil, as principais fontes de carboidratos que compõem o cardápio do brasileiro
são os cereais (como arroz, trigo e milho), os tubérculos (principalmente a batata) e as raízes
(como a mandioca), além de outros como a aveia e centeio, que podem ser consumidos de
diversas maneiras (PHILIPPI, 2008).
Em uma dieta equilibrada, os carboidratos, também chamados de glicídios ou hidratos
de carbono, devem representar a maior parte da ingestão energética. Esses nutrientes podem ser
divididos em três categorias principais: monossacarídeos, como a glicose; dissacarídeos, como
sacarose e maltose; e polissacarídeos, que incluem carboidratos complexos como a
maltodextrina (PHILIPPI, 2008; SACKHEIM, LEHMAN, 2001).
Para que os carboidratos sejam absorvidos, é necessário que ocorra sua hidrólise
enzimática. Os monossacarídeos, produtos dessa hidrólise, sofrem absorção intestinal, caem na
corrente sanguínea e são transportados até o fígado para a formação de glicose, a qual pode ser
armazenada no fígado através do glicogênio, ou ir para corrente sanguínea e ser utilizada pelas
células. Além disso, pode ser captada pelos músculos para armazenamento na forma de
glicogênio intramuscular (CHAMPE, HARVEY, FERRIER, 2006; FOSS, KETEYIAN, 2000).
Durante a realização do exercício físico ocorre à entrada da glicose para o interior das
células musculares, e esta é metabolizada por um processo denominado glicólise, que origina
piruvato e adenosina trifosfato (ATP), responsável pela produção de energia nas células. O
piruvato por sua vez, pode sofrer dois processos: um dependente de oxigênio (O2) para
formação de mais moléculas de ATP e produção de energia; e um processo independente de O2
que leva a formação de lactato, que quando presente em níveis elevados na corrente sanguínea
é responsável pela fadiga (LEHNINGER, NELSON, 2006; CHAMPBELL, FARRELL, 2007).
O efeito que os carboidratos exercem sobre a elevação da glicose sanguínea
(determinado pelo seu índice glicêmico) pode ser utilizado como um guia para a seleção do
suporte de carboidratos ideais para esportistas, sendo que quanto mais intenso o exercício for,
maior será sua dependência em relação ao carboidrato como combustível (SACKHEIM,
LEHMAN, 2001; SAPATA, FAYH, OLIVEIRA, 2006; MAUGHAN, BURKE, 2004).
Alimentos que possuem carboidratos de baixo índice glicêmico (IG) promovem uma
liberação lenta e constante de glicose para o sangue, entretanto alimentos com carboidratos de
elevado IG desencadeiam aumento rápido da glicemia, porém de curta duração (BIESK,
ALVES, GUERRA, 2015).
17
Segundo Atkinson et al. (2008) conforme a alteração dos níveis plasmáticos de glicose,
o IG pode ser classificado em: baixo quando a glicose sanguínea é inferior à 55; médio (56-69);
e alto, quando superior à 70. Para se escolher o tipo de carboidrato ideal a ser consumido antes,
durante e após a atividade física, deve-se levar em consideração o IG, objetivando manter o
nível de glicemia elevado durante a realização do exercício, mas evitar a secreção exacerbada
de insulina, e manter as reservas de glicogênio por maior tempo (WU, WILLIAMS, 2006;
JEUKENDRUP, KILLER, 2010).
Devido à limitação corporal nos estoques de glicogênio, que muitas vezes são menores
do que a necessidade do exercício físico, pode ocorrer uma redução acentuada do glicogênio
muscular, tornando-se necessário a sua correta reposição, a depender do tipo de exercício
(HERNANDEZ, NAHAS, 2009; BIESK, ALVES, GUERRA, 2015). Acredita-se que a
ingestão de carboidratos correspondente a 60 a 70% do aporte calórico diário é suficiente para
a demanda durante a atividade física. Para melhorar a recuperação muscular é recomendado o
consumo entre 5 e 8g/kg de peso/dia. Porém, quando os exercícios são de longa duração ou
intensos torna-se necessário o consumo entre 7 e 8g/kg de peso ou 30 a 60g de carboidrato, para
cada hora de exercício, o que evita hipoglicemia, depleção de glicogênio e fadiga
(HERNANDEZ, NAHAS, 2009).
Apesar dos efeitos positivos quanto ao consumo de carboidratos para exercício físico,
segundo Biesk et al. (2015), o consumo dos mesmos 60’ antes do treino pode desencadear um
evento metabólico denominado hipoglicemia de rebote. Esse efeito ocorre, pois, após a ingestão
do carboidrato há uma hiperinsulinemia, que por sua vez desencadeia uma subsequente
hipoglicemia, que pode influenciar no desempenho do atleta. A hipoglicemia também pode
ocorrer devido à uma maior sensibilidade à insulina relacionada às características do indivíduo.
Entretanto, apesar da existência desta hipótese, poucos estudos foram conclusivos em relação
à esse evento metabólico, enquanto a maioria dos estudos demonstrou não haver mudança ou
piora no desempenho atlético. Mas, para evitar uma possível hipoglicemia e seus efeitos
indesejáveis sugere-se então o consumo de alimentos com menores índices glicêmicos antes do
treino (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
De uma maneira geral, quando ingeridos durante o exercício, os carboidratos podem
contribuir aumentando o rendimento desportivo por ajudar a manter os níveis plasmáticos de
glicose, prevenindo a hipoglicemia, além de poupar o glicogênio hepático e muscular, e ajudar
na reposição das reservas endógenas de carboidratos nas fases finais do exercício
(JEUKENDRUP, 2008; JEUKENDRUP, CHAMBERS, 2010). Além disso, os carboidratos
18
consumidos durante o exercício contribuem como um substrato energético para as fibras
musculares que são recrutadas, e também reduzem a fadiga que pode ocorrer nos minutos finais
do treino (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
O pós treino, pode ser considerado como o período fundamental para ingestão de
carboidratos. Isso ocorre, pois, ao fim de treinamentos extenuantes pode haver um esgotamento
tanto de glicogênio, como também de aminoácidos. Diante disso, os carboidratos podem
contribuir para a restauração das reservas de energia e reposição dos níveis de glicogênio
muscular, visto que nesse período há um maior fluxo de sangue para os músculos e também
maior sensibilidade dos receptores de insulina, gerando maior captação de glicose e síntese do
glicogênio. Após o treino, os carboidratos com maiores índices glicêmicos parecem contribuir
melhor com esta reposição das reservas de glicogênio (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
Para exemplificar quais alimentos podem ser consumidos antes, durante e depois dos
treinos, Biesk et al (2015) dispõe o seguinte quadro:
Quadro 1 – Alimentos de uso comum e seus respectivos índices glicêmicos
Alimento Alto IG Alimento Moderado IG Alimento Baixo IG
Batata assada 121 Chocolate 84 Maça 60
CornFlakes® 119 Banana 83 Pêra 54
Mandioca 115 Arroz Branco 81 Iogurte 48
Mel 104 Manga 80 Grão de bico 47
Pão branco 101 Müsli 80 Leite
desnatado 39
Pão integral 99 Pipoca 79 Leite integral 39
Bolacha
Cream
Cracker
99 Batata doce 77 Leitilha 38
Fubá de
Milho 98 Feijão cozido 79 Frutose 32
Pão de
cevada 95 Macarrão 64 Nozes 21
19
Pão de
centeio 92 Laranja 62
Bolo 87
Fonte: Adaptado de BIESK, ALVES, GUERRA, 2015.
É importante evidenciar também as recomendações de consumo de carboidratos
durante diferentes volumes de exercícios de longa duração (Quadro 2). Isto, pois os treinos do
Pentatlo Militar são, praticamente em sua totalidade, de alta intensidade, superando 4 Kcal/min.
Quadro 2 – Recomendações de consumo de carboidratos durante diferentes volumes de
exercícios de longa duração Tempo de duração Quantidades Recomendação de
consumo
Tipos de Carboidrato
< 30 min - - -
30 – 75 min Bem pequenas Enxaguar a boca Todos
1 – 2 horas Baixas 30 g/h Todos
2 – 3 horas Moderadas 60 g/h Glicose e Maltodextrina
> 2,5 horas Elevadas 90 g/h Glicose e frutose
Fonte: Adaptado de BIESK, ALVES, GUERRA, 2015.
Dessa forma, estratégias que mantenham ou aumentem a disponibilidade de
carboidratos, seja pelo consumo antes, durante ou após o exercício, são fundamentais para o
desempenho do atleta, tornando-os uma das principais recomendações na nutrição desportiva.
2.5 Proteínas
As proteínas são formadas por combinações de aminoácidos, cumprindo diversas
funções estruturais e reguladoras no organismo. Alguns aminoácidos podem ser denominados
essenciais, os quais não podem ser sintetizados pelo organismo e são obrigatoriamente obtidos
por meio da alimentação; e não essenciais, que podem ser sintetizados a partir dos alimentos
ingeridos. A principal função dos aminoácidos é a síntese proteica, porém, alguns desses estão
20
relacionados à produção de neurotransmissores. As principais fontes alimentares de proteínas
são de origem animal, como a carne e o ovo, entretanto, a mistura de leguminosas e cereais
também podem fornecer quantidades de aminoácidos suficientes para síntese proteica (BIESK,
ALVES, GUERRA, 2015).
Durante o processo digestivo, as proteínas obtidas dos alimentos sofrem degradação
enzimática e são digeridas em aminoácidos, os quais são absorvidos pelo intestino delgado,
caem na corrente sanguínea e por meio da veia porta alcançam o fígado. O fígado pode atuar
por meio do intercâmbio de aminoácidos do sangue e tecidos corporais, e é um centro
importante para metabolismo dos aminoácidos e síntese de aminoácidos que atendem as
exigências do organismo. No sangue, esses podem ser transportados livres ou por meio de
proteínas plasmáticas, e o organismo não dispões de mecanismos para estoque de aminoácidos
em excesso (GUYTON et al, 2002; WILLIAMS, 2002).
Os aminoácidos, por sua vez, podem apresentar três destinos: anabolismo (síntese de
proteínas e alguns polipeptídeos); catabolismo (para produção de energia) e síntese de
compostos de pequeno peso molecular. Dessa forma, atuam na construção e manutenção de
tecidos, formação de anticorpos, enzimas, hormônios e também no fornecimento de energia e
regulação de importantes processos metabólicos (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
O exercício físico desencadeia alterações no metabolismo das proteínas,
principalmente no que diz respeito ao turnover de proteínas da musculatura energética, que
consiste no equilíbrio dinâmico dos aminoácidos livres nas células e nos fluidos biológicos,
dependente dos processos de anabolismo e catabolismo (FOSS, KETEYIAN, 2000; BIESK,
ALVES, GUERRA, 2015). Devido à variação na concentração de proteínas, que varia com o
tipo, intensidade e duração da atividade, os músculos tornam-se mais habilitados a realizarem
contrações sucessivas (HIRSCHBRUCH, CARVALHO, 2002).
Muitas vezes, proteínas e aminoácidos são ignorados em discussões sobre
metabolismo, visto que contribuem com uma pequena parte de energia durante o exercício.
Apesar disso, essa pequena contribuição pode ser fundamental em condições onde há uma
elevada demanda de energia em um tempo prolongado. Estudos demonstraram que durante o
treino há uma redução considerável da síntese proteica. Entretanto, durante o período de
recuperação pós-treino, há uma maior taxa de síntese de proteínas quando comparada a taxa
existente no pré-treino, e a degradação proteica retorna aos valores normais. Essa supressão na
síntese de proteínas, pode ser justificada pela diminuição da energia que seria destinada à
21
síntese, que ocorre pela demanda energética para a contrações musculares (BIESK, ALVES,
GUERRA, 2015).
Para que haja um excelente desempenho atlético, é preciso que juntamente com a
ingestão de proteínas ocorra a ingestão de carboidratos, visto que uma ingestão inadequada do
segundo nutriente promove danos aos processos de contração muscular. Além disso, a
disponibilidade de glicogênio é inversamente proporcional à taxa de catabolismo proteico
durante o treino prolongado (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
No que diz respeito à quantidade de proteínas que deve ser consumida por atletas, é
recomendada a ingestão de 1,2 a 2,0g de proteína/kg de peso corporal por dia (THOMAS,
ERDMAN, BURKE, 2016). Essa recomendação é superior à ingestão necessária para a
população em geral (0,8g/kg/dia), visto que as proteínas desempenham funções importantes,
tais como a reparação e substituição de proteínas danificadas pelo exercício físico ao nível do
musculoesquelético, ossos, tendões e ligamentos; aumento de massa muscular; melhora a
função imunológica, dentre outras (PHILLIPS, DANIEL, JASON, 2007). Entretanto, o
aumento do consumo de proteína além dos valores necessários não promove aumento da massa
magra visto que há um limite de acúmulo de proteínas nos diversos tecidos (HERNANDEZ,
NAHAS, 2009).
Diante das informações apresentadas, pode-se concluir que as proteínas são nutrientes
fundamentais em diferentes estados fisiológicos, porém, é preciso salientar que a proteína
apenas realiza sua função plástica se as necessidades energéticas estiverem conforme com o
gasto energético diário, visto que se o contrário ocorrer, esta será utilizada como substrato
energético, podendo prejudicar alguma função estrutural no organismo, além de também
prejudicar a função renal (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
2.6 Lípidios
A gordura é um componente necessário de uma alimentação saudável e auxilia na
absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e carotenoides (INSTITUTE OF
MEDICINE OF THE NATIONAL ACADEMIES). Esse nutriente também participa de
diversos processos celulares durante o exercício físico, como o fornecimento de energia para
os músculos em exercício, a síntese de hormônios esteroides e na modulação da resposta
inflamatória. Para atletas as recomendações de lipídeos estão entre 20%-25% da ingestão
energética diária, seguindo as recomendações para a população em geral (DORGAN, et al.,
22
1996; MICKLEBOROUGH et al., 2003; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE,
AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, DIETITIANS OF CANADÁ, 2000)
Juntamente com os carboidratos, constituem os principais substratos energéticos do
organismo durante a prática do exercício. Entretanto, a proporção com que cada um contribui
depende do tipo, intensidade e duração da atividade, bem como características da dieta e
refeição que antecede a atividade física. Esse nutriente, é uma molécula muito energéticas,
capaz de fornecer 9 kcal/g, podendo ser estocado nos adipócitos (quantitativamente mais
importante) e músculos. Além disso, a sua oxidação fornece alto número de ATP, cerca de 147
moléculas (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015; JEUKENDRUP, SARIS, WAGENMAKERS,
1998).
Em exercícios de longa duração, os lipídios são o substrato predominante no
fornecimento de energia, visto que como mencionado anteriormente, as reservas de
carboidratos sobre a forma de glicogênio muscular e também de glicose plasmática, são
limitadas e então não são suficientes durante longo tempo de treino (geralmente superior à 90’)
(BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
Apesar da necessidade da ingestão de carboidratos para reposição de reservas, a
ingestão de lipídios não deve ser negligenciada, pois, também são as principais fontes de
vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais (BIESK, ALVES, GUERRA, 2015).
2.7 O Treinamento Físico Militar (TFM)
Entendendo a necessidade e a importância da atividade física na vida militar, o
Exército produziu um Manual de Campanha, o C20-20, que retrata toda a padronização dos
treinamentos da tropa.
Com base nas informações dispostas neste Manual, pode-se dizer que o foco do
treinamento físico não é somente em relação ao combate, mas também para qualquer outra
função administrativa. Isto porque os exercícios objetivam uma melhor qualidade de vida,
trazendo para o trabalho resultados melhores. O Exército entende que deve haver um respeito
à individualidade biológica, e não usar esta atividade como uma forma adestramento militar.
O militar que não pratica o seu TFM regularmente pode estar se sujeitando a vários
riscos para a saúde, como hipocinesia e a um aumento proporcional de moléstias como as
cardiopatias, diabetes, lombalgia, osteoporose, obesidade, hipertensão, hipercolesterolemia,
hipertrigliceridemia, entre outras (BRASIL, 2002).
23
O TFM desenvolve ainda atributos da área afetiva (psicofísicos) como: resistência-
tolerância, cooperação, autoconfiança, dinamismo, liderança, espírito de corpo, coragem,
decisão, camaradagem, e equilíbrio emocional (BRASIL, 2002).
2.8 O Pentatlo Militar
2.8.1 Histórico
O Pentatlo Militar foi idealizado por um Oficial Francês, o Capitão Henri DEBRUS, e
homologado pelo Conselho Internacional de Esportes Militares (CISM). Tinha como objetivo
uma competição restrita ao Exército, pois utilizava técnicas treinamentos militares de Unidades
Paraquedistas Holandesas. Era composta, naquela época, por salto de paraquedas, marcha,
travessia de obstáculos e operações de armas de pequenos portes e granadas
(INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016).
Hoje, o Pentatlo Militar é um dos esportes integrantes dos Jogos Mundiais Militares
do CISM, e conta com regras adaptadas para as mulheres competirem. Diferentemente daquela
época, a competição é composta por cinco provas: Tiro com Rifle Standard, Pista de Pentatlo
Militar (PPM), Pista de Natação Utilitária (PNU), Lançamento de granadas e corrida através
campo (Cross Country). Cada competidor deve executar todas as cinco provas, e a soma da
pontuação de cada uma resulta na classificação final individual. Existe ainda, o revezamento na
PPM, que ocorre normalmente no dia seguinte ao término das cinco provas. Basicamente, os
quatro competidores representantes de cada país realizam um quarto da Pista. O desempenho
não conta como pontuação para o resultado final (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS
COUNCIL, 2016).
2.8.2 Competições
Devido ao crescimento desse esporte, são realizadas várias competições todo ano. Os
maiores são o Campeonato Mundial de Pentatlo Militar e o Campeonato Continental de Pentatlo
Militar, que são organizados pelo CISM e em concordância com o Comitê Esportivo do Pentatlo
Militar do CISM (CSC Military Pentathlon) (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS
COUNCIL, 2016).
O Conselho Internacional do Desporto Militar redigiu uma tabela para servir como base
para a programação das competições, que assim se segue:
24
Quadro 3 – Programação para competições
Fonte: Adaptado de INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016.
2.8.3 Características das provas
2.8.3.1 Tiro
O tiro deve acontecer a 200, 300 ou 50 metros de acordo com o calibre da arma usada
na competição. Primeiramente, é disponibilizado de 5 a 10 minutos para o atirador realizar tiros
ilimitados, não valendo pontuação. Em seguida, já contando pontos, é realizado o Tiro de
Precisão, que consiste em 10 tiros em 10 minutos. Por último, o Tiro Rápido: 10 tiros em 1
minuto (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016).
Segundo Aurélio Morelli Junior (1994), a prova de tiro exige qualidades físicas e
psíquicas como a resistência muscular localizada, a concentração, a coordenação, o
relaxamento, o autocontrole, a autoconfiança e a força de vontade.
25
2.8.3.2 Pista de Pentatlo Militar (PPM)
A PPM tem distância total de 500 metros e possui 20 obstáculos.
Como um modelo de Pista, segue a imagem:
Figura 1 – Pista de Pentatlo Militar
Fonte: (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016)
Para Aurélio Morelli Junior (1994), a PPM exige do penta-atleta resistência anaeróbia
e aeróbia, força muscular (potência e força muscular), coordenação (sincronismo),
flexibilidade, coragem e combatividade.
2.8.3.3 Pista de Natação Utilitária (PNU)
A PNU tem 50 metros de extensão e quatro obstáculos. A piscina pode ser coberta ou
não, e também pode ser de 25 metros. O tipo de natação aceita é estilo livre, ou seja, o
competidor pode utilizar o estilo que achar melhor (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS
COUNCIL, 2016).
26
Figura 2 – Pista de Natação Utilitária
Fonte: (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016)
O penta-atleta ao fazer a PNU desenvolve a resistência anaeróbia, a força muscular
(força rápida), velocidade de reação, velocidade, flexibilidade e coordenação (JUNIOR, 1994).
2.8.3.4 Lançamento de Granadas
Esta prova é dividida em duas, que deve ser executada nesta ordem:
- Primeira parte: prova de precisão
- Segunda parte: prova de distância
As granadas devem ser providenciadas pelos competidores – normalmente os países
que os atletas representam as disponibilizam – e devem conter dimensões e pesos padronizados:
Figura 3 - Granadas Masculinas (Peso: 575 gramas; +/- 25 gramas)
Fonte: (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016)
27
Figura 4 - Granadas Femininas (375 gramas; +/- 25 gramas)
Fonte: (INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016)
A prova de precisão é realizada com total de 16 granadas, sendo quatro para cada
círculo. Cada círculo possui duas zonas concêntricas, ou seja, um círculo exterior de 4 metros
de diâmetro e um interior de 2 metros de diâmetro. Na prova masculina as distâncias desses
círculos são de 20, 25, 30 e 35 metros. Já na prova feminina, as distâncias são de 15, 20, 25 e
30 metros. Cada zona acertada pelo competidor tem uma pontuação, sendo a zona mais interna
a que vale mais pontos, e a exterior, menos. Ainda, essa pontuação é proporcionalmente
crescente de acordo com as distâncias dos alvos. A máxima pontuação obtida na prova de
precisão é de 136 pontos quando o atleta acerta todas as zonas internas de todos os alvos. Para
a prova de distância, o atleta pode lançar até 3 granadas. O lançamento que obter maior distância
é medido em metros, e essa mesma quantidade é convertida em pontos. Para se calcular os
pontos totais do participante, somam-se os pontos das duas provas (INTERNATIONAL
MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016).
Não diferente das outras provas do Pentatlo Militar, o lançamento de granada exige do
combatente, ou atleta, a força (rápida e explosiva), a coordenação (técnica), equilíbrio e
concentração (JUNIOR, 1994).
2.8.3.5 Corrida (Cross Country)
A largada da última prova, a corrida, é realizada de acordo com o método Handicap
Starting. Esse método consiste em largar os atletas de acordo com suas pontuações até então,
ou seja, o primeiro a largar, será aquele competidor que liderava a competição até o fim de
28
prova de granada. Tal atleta terá o tempo de largada considerado como 0 minutos e 0 segundos.
Já o segundo a largar, terá sua diferença de pontos, em relação ao primeiro colocado, calculada
e transformada em segundos. Somam-se ao tempo do atleta da frente esses segundos e obtém-
se a hora de largada. A distância total da corrida é de 8.000 metros. (INTERNATIONAL
MILITARY SPORTS COUNCIL, 2016).
A resistência aeróbia geral dinâmica de média duração, a resistência muscular
localizada aeróbia, a coordenação e a perseverança são as qualidades físicas e psíquicas
necessárias para o atleta ao realizar a prova de corrida, segundo Aurélio Morelli Junior (1994).
2.9 O treinamento do Pentatlo Militar
Os treinos de um atleta de Pentatlo Militar não tem uma única característica, como por
exemplo, ser um treino de endurance (treinos de longa duração), um treino de explosão (como
os treinos de um atleta de raso do atletismo) ou ainda ser um treino de força (arremesso de
peso). No entanto, o Pentatlo exige todas essas aptidões e mais, por se tratar de provas técnicas
que necessitam concentração como a granada e o tiro. Em um dia, o penta-atleta precisa realizar,
no mínimo, dois treinos diferentes. Muitas vezes, executa um treino de explosão e um de
endurance em curtos períodos de intervalo.
Abaixo, foi registrada uma semana de choque do treinamento do Pentatlo Militar na
AMAN. A semana de choque é a semana em que o atleta é mais exigido, tendo treinos mais
intensos. Assim, pode-se dizer que durante essa semana, teoricamente, seria a semana de maior
gasto energético e consumo de nutrientes.
Quatro 4 - Treino de Segunda-feira da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Segunda-feira
Granada
-Aquecimento
- 2 provas completas com distância
- Medicineball (2 séries de 8: 1 braço/2 braços/giro
para trás)
PPM
- 2 Pistas Completas (um obstáculo sim outro não)
- 1x cada 1/3
- 1x cada ½
- 10’ trote
Musculação
4 séries de 8
- Perna: Extensão
/Flexão/Agachamento/Adutor/Abdutor
- Braço: Supino/Bíceps/Tríceps/Manguito/Puxada
- Abdominal
Fonte: o autor.
29
Quatro 5 - Treino de Terça-feira da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Terça-feira
Corrida
- 6x800m (Int. 1’15”)
- Int. 3’
- 6x400m (Int. 1’)
- 10’ trote
- Total: 7.200m
Natação
- 200 Aquecimento
- 4x cada obstáculo
- 2x cada ½ pista
- 200 Educativo
- 4x50m (45" Int.)
- 100m costas
- 400m (R3, R4, R5 e R6)
- 200m solto
- Total: 1500m
Fonte: o autor.
Quatro 6 - Treino de Quarta-feira da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Quarta-feira
Granada
- 1 prova sem distância
Corrida
- Boa Esperança 60min
- Ida: 80% (4’10” – 4’20”)
- Volta 90% (3’40” – 3’55”)
- Abdominal livre
Natação
- 200m solto
- 4x cada ½ pista
- 200 educativo
- 25F/25f
-50F/50f
-75F/75f
-50F/50f
-25F/25f
- 100m
- Total: 1100m
* F: Forte/f:fraco
Fonte: o autor.
30
Quatro 7 - Treino de Quinta-feira da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Quinta-feira
Tiro
PPM
- 2x cada ½ pista
- 1x até 2ª escada
- 2x quarto final
- 10’ trote
Musculação
- 4 séries de 8
- Perna: Extensão/Flexão/Panturrilha
- Braço: Puxada/Barra/Bíceps
Fonte: o autor.
Quatro 8 - Treino de Sexta-feira da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Sexta-feira
Tiro
Natação
- 200 solto
- 4x cada ½ pista
- 2x200m educativo
- 4x25
- 2x10x10m perna
- 100m solto
- Total: 1200m
Corrida
- Intervalado: 1Km/2Km/1Km/2Km/3Km
- Intervalos: 1Km-2Km: 1’15”; 2Km-1Km: 2’; 1Km-
3Km: 3’
- 10’ trote
- Total: 9.000m
Fonte: o autor.
Quatro 9 - Treino de Sábado da equipe de Pentatlo Militar da AMAN
Sábado
Corrida
-55min 85%
- Abdominal livre
Natação
- 300m solto
- 2x200m educativo
- 4x25m
- 12x12,5 100% (Soltar 12,5m até 25m)
- 300m (150R3/150R5)
- 100m solto
- Total: 1400m
Fonte: o autor.
31
3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS
Na busca por uma resposta ao problema que norteou a pesquisa, chegou-se aos
resultados que se seguem.
3.1 Resultados
Com base nos quadros do treinamento da semana de choque visto acima, criou-se um
quadro com os tempos gastos em cada tipo de modalidade. A PPM, por ser uma atividade de
intensidade parecida com o treino de intervalado, teve o tempo computado juntamente com este
tipo de corrida. A musculação e a granada têm basicamente o mesmo tipo de intensidade
também, portanto, os tempos destes dois treinos foram calculados juntos.
Quadro 10 - Tempo dos diferentes tipos de treino separados por intensidades Dia/Treino PPM/intervalado Corrida Trote Natação Musc. /granada
Segunda-feira 12’ - 10’ - 85’
Terça-feira 28’ - 10’ 60’ -
Quarta-feira - 60’ - 40’ 10’
Quinta-feira 14’ - 10’ - 40’
Sexta-feira - 50’ - 40’ -
Sábado - 55’ - 40’ -
Total 54’ 165’ 30’ 140’ 135’
Fonte: o autor.
Como amostra, foi feita uma pesquisa simples com 4 (quatro) atletas titulares da
equipe de Pentatlo Militar da AMAN. As informações requisitadas foram: peso, altura e idade.
Chegou-se à seguinte tabela:
Quadro 11 - Dados dos Atletas do Pentatlo Militar Da AMAN Atleta Peso (kg) Altura (m) Idade (anos)
A 81 1,77 23
B 74 1,77 22
C 78 1,79 22
D 76 1,78 23
Média 77,25 1,78 22,5
Fonte: o autor.
Para obtenção dos valores de MET das modalidades do Pentatlo Militar, foi utilizado
o Compêndio de Atividades Físicas (CAF), proposto por Ainsworth e colaboradores em 1993,
e atualizado em 2000. Esse compêndio traz uma padronização e estimativa do gasto energético
32
de mais de 600 atividades, incluindo atividades cotidianas, de lazer, laborais e desportivas,
executadas em diferentes intensidades (FARINATTI, 2003). Esses dados estão dispostos no
quadro 6:
Quadro 12 - Modalidades do Pentatlo Militar e seus respectivos METs Modalidade MET
PPM/intervalado 18
Corrida 15
Trote 9
Natação 11,0
Musculação/Granada 5,5
Fonte: o autor.
*Considerou-se a velocidade aproximada da corrida de 15 km/h, e a velocidade do trote de
aproximadamente 8,3 km/h. A PPM e o intervalado foram considerados como uma corrida com
ritmo de 3,4 min/km.
O cálculo do gasto energético, em Kcal, na atividade física, foi determinado pela
fórmula abaixo:
𝐾𝑐𝑎𝑙 =𝑀𝐸𝑇𝑆 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑙 (𝑘𝑔)𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑓í𝑠𝑖𝑐𝑎 (min)
60 𝑚𝑖𝑛
Para o peso corporal, foi considerado o peso médio dos atletas, e para tempo da
atividade física, foi considerado o tempo total semanal de cada modalidade.
De posse desses procedimentos, alcançou-se os resultados registrados no quadro
abaixo:
Quadro 13 - Gasto energético das diferentes modalidades do Pentatlo Militar
Modalidade MET Tempo (min) Gasto energético (kcal)
PPM/intervalado 18 54’ 1251,45
Corrida 15 165’ 3186,56
Trote 9 30’ 347,62
Natação 11 140’ 1982,75
Musculação/Granada 5,5 135’ 955,96
Total 7.724,34
Fonte: o autor.
Em contrapartida, o consumo energético deve ser calculado pela ingestão dos
alimentos fornecidos pelo serviço de aprovisionamento. Abaixo, pode-se fazer a leitura do
cardápio encontrado na AMAN na mesma semana referida de treino.
33
Quadro 14 - Alimentos fornecidos no café da manhã pelo setor de Aprovisionamento da
AMAN DIA/REFEI
ÇÃO (2ª feira) (3ª feira) (4ª feira) (5ª feira) (6ª feira) (Sábado) (Domingo)
CAFÉ DA
MANHÃ
Banana/
Mamão
Banana/
Melão Melancia
Banana/
Melão
Banana/
Melancia
Banana/
Mamão
Banana/
Melão
Achocolata
do/ Cereal
de
Chocolate
Achocolata
do/ Aveia
Achocolata
do/ Cereal
de Milho
Achocolat
ado /
Aveia
Achocolata
do/
Granola/Ca
fé/ Leite/
Chocolate/A
veia
Chocolate/Ce
real Milho
Café/ Leite/
Café/
Leite/
Café/
Leite/
Café/
Leite/
Café/
Leite/
Pão sal/
Margarina Café/ Leite/
Pão sal / Pão
Careca
Pão Sal/
Pão Careca
Pão de Sal
/Pão
Careca
Pão Sal /
Pão
Ccareca
Pão de Sal
/Pão
Careca
Iogurte Pão sal/ Pão
Careca Margarina
Margarina Margarina Margarina Margarina Margarina Geleinha
Biscoito
Recheado Mortadela
Cachorro-
Quente
(Sch cat.
Maio,
most)
Polenguin
ho Requeijão
Xarope
Guaraná
Fonte: Adaptado de Setor de Aprovisionamento da AMAN ,2017.
Quadro 15 - Alimentos fornecidos no almoço pelo setor de Aprovisionamento da AMAN
DIA/REFEIÇÃO (2ª feira) (3ª feira) (4ª
feira) (5ª feira) (6ª feira) (Sábado)
(Domingo
)
ALMOÇO
Saladas e
Entradas
Sal
Acelga c/
Tomate
Sal Alface
c/
Cenoura
c/ Pepino
Salpicão
de
Repolho
c/ Alface
Sal
Acelga/
Chicória
c/ Pepino
Sal Alface
/Acelga c/
Tomate c/
Pepino
Sal Acelga
c/ Tomate
/Cebola
Sal
Chicória
c/ Cenoura
/Tomate
Molho
Rosê
Molho
Mostarda
Molho
Rosé
Molho
Mostarda Molho Rose
Molho
Vinagrete
Molho
Rose
Prato
Proteico
Frango
ao M.
Concassê
Bife
Acebolad
o
Peixe a
Dorê c/
Molho
de
Moquec
a
Frango
Assado ao
Alho
Filé de
Frango ao
Creme de
Milho
Almôndeg
a Frita
Alcatra ao
Forno
Guarniçã
o e
Acompa-
nhament
os
Macarrã
o Alho e
Ó leo
Purê de
Legumes Pirão
Farofa de
Abobrinh
a
Purê de
Batata
Macarrão
c/
M.Branco
Farofa c/
Dendê
Arroz /
Feijão
Arroz /
Feijão
Arroz /
Feijão
Arroz /
Feijão
Arroz/Feijã
o
Arroz /
Feijão
Arroz/
Feijão
Sobreme
sa e
Bebida
Doce
Cremoso
Flan c/
Calda
Fruta
Melanci
a
Gelatina Doce
Cremoso
Fruta-
Abacaxi
Doce
Tablete
Suco Suco Suco Suco Suco Suco Suco
Fonte: Adaptado de Setor de Aprovisionamento da AMAN ,2017.
34
Quadro 16 - Alimentos fornecidos no jantar e na ceia pelo setor de Aprovisionamento da
AMAN
DIA/REFEIÇÃO (2ª feira) (3ª feira) (4ª feira) (5ª feira) (6ª
feira)
(Sábado
)
(Domingo
)
JANTA
R
Saladas e
Entradas
Sal
Acelga
c/ Feijão
Fradinho
Sal Alface
c/ Pepino
Sal Chicória
c/ Beterraba
Síria
Molho
Mostarda
Sal
Alface c/
Tomate
Molho
Vinagrete
Sal
Acelga
c/
Cenoura
Sal
Alface c/
Pepino
Molho
Mostarda
Sal Acelga
c/Tomate
Molho
Vinagrete Molho
Vinagrete
Molho
Rose
Molho
Rose
Prato
Proteico
Torta
Mexicana
Frango
Xadrez c/
Grão de
Bico
Hamburgue
r Acebolado Goulash
Quibe de
Forno
Frango a
Caçadora
Arroz
Mexicano
Guarnição
e Acompa-
nhamento
s
Arroz /
Feijão
Canjiquinh
a
Macarrão
Ao Sugo
Polenta c/
Queijo
Legume
s Sauté
Repolho
Salteado Feijão
Arroz /
Feijão
Arroz
/Feijão
Arroz/
Feijão
Arroz/
Feijão
Arroz /
Feijão
Sobremes
a e Bebida
Fruta-
Melancia
Doce
Cremoso
Doce
Tablete
Fruta-
Melancia
Doce
Tablete
Doce
Cremoso
Fruta-
Melancia
Suco Suco Suco Suco Suco Suco Suco
CEIA
Suco Chocolate Suco Chocolat
e Suco Suco
Pão com
margarin
a
Pão com
margarina
Pão com
margarina
Pão com
margarin
a
Pão com margarina Pão com
margarina
Fonte: Adaptado de Setor de Aprovisionamento da AMAN ,2017.
35
3.2 Análise dos dados
O treinamento exposto de uma semana de choque da equipe de Pentatlo Militar da
AMAN pode mostrar uma imagem da dedicação dos atletas em alcançar um excelente
desempenho físico e técnico, com a intenção de se conquistar o melhor resultado na
NAVAMAER. Diante disto, viu-se um trabalho exaustivo, que exige não só disposição física,
mas também motivação e concentração.
Pode-se, então, observar que o gasto energético da atividade física (GEAF), baseado
em um peso corporal médio de quatro atletas titulares da equipe, foi de 7.724,34 kcal para uma
semana de treinamento dos atletas de Pentatlo Militar da AMAN. Este número foi resultado de
uma divisão do treino, organizando-o por intensidades segundo o Compêndio de Atividades
Físicas (CAF), proposto por Ainsworth e colaboradores em 1993. Julga-se esse resultado
seguro, mas não tão preciso, afinal, para um cálculo exato, seriam precisos métodos de
laboratório, máquinas e exames.
Essa quantidade é, exclusivamente, em referência aos treinos dos seis dias
considerados. É preciso, no entanto, considerar o gasto calórico para as demais atividades do
dia. Como já visto na literatura acima, é estimada uma média de consumo de 2.000 kcal para
um indivíduo sedentário exercer suas atividades rotineiras. Considera-se, portanto, esta média
como referência para completar o gasto energético diário total. Portanto, durante os seis dias de
treino avaliados, tem-se 12.000 kcal destas condições.
Se, 12.000 kcal é a quantidade calórica estimada desconsiderando o treino, e 7.724,34
kcal é a quantidade calórica somente para o treino, pode-se concluir que a soma dos dois, que
é 19.724,34 kcal é o gasto energético total que os atletas de pentatlo militar da AMAN
consomem nestes seis dias de treinamento.
Para determinar o Valor Energético Total(VET) – quantidade de calorias presente em
uma determinada refeição - dessas porções, as nutricionistas da AMAN utilizam a Tabela
Brasileira de Composição de Alimentos(TACO), que contém discriminadas as quantidades
nutricionais para cada alimento. Todavia, para agilizar os procedimentos, não são realizados
cálculos todos os dia. O que se faz é um cardápio base com a quantidade calórica já determinada,
em que são feitas mudanças nos tipos de alimentos, porém com propriedades energéticas
similares. Este procedimento é realizado com base nas Listas de substituições dos alimentos,
disponíveis no Manual de Alimentação das Forças Armadas (BRASIL, 2010). Desse modo,
cria-se uma variedade em relação à linha de servir, mas não ao VET.
36
O VET Diário foi desenvolvido com base nas atividades desempenhadas pelos
Cadetes, e foi assim determinada: Desjejum: 760 kcal; Almoço: 1.330 kcal; Jantar: 1.330 kcal
e Ceia: 380 kcal. Estes dados foram retirados de documentos do planejamento de produção do
serviço de aprovisionamento.
Diante destes dados, a ingestão calórica constatada foi de 3.800 kcal por dia, o que
fornece em seis dias o VET de 22.800 kcal.
Apesar da quantidade de energia disponibilizada ser suficiente, os treinos realizados
pela equipe de Pentatlo, geralmente ocorrem nos horários que sucedem o café da manhã, e
também no período da tarde, cerca de 3 (três) horas após o almoço. Levando em consideração
o cardápio anteriormente apresentado e os valores de índices glicêmicos dispostos no Quadro
1, pode ser observado que geralmente no café da manhã apesar de serem consumidos alimentos
com elevados índices glicêmicos (como pão branco, por exemplo) que poderiam desencadear
uma hipoglicemia cerca de 60’ após o consumo, também são consumidos alimentos de baixos
e moderados índices glicêmicos, que também são compostos de fibras alimentares (leite e
banana) importantes para a manutenção dos níveis plasmáticos de glicose que contribuem para
a reposição dos estoques de glicogênio intramuscular e hepático.
Além dos carboidratos, no café da manhã também são disponibilizados para consumo
alimentos ricos em proteínas, como leite e iogurte, que contribuem para a função estrutural do
organismo, bem como a reparação e substituição de proteínas de ossos e tendões, que podem
ser danificadas durante a realização de exercícios intensos, como musculação, PPM e corrida,
além de contribuir para a saúde do atleta na cicatrização de lesões, visto que está relacionada
diretamente a funções imunológicas.
Entretanto, após os treinos da manhã, observa-se que a próxima refeição
disponibilizada pelo Setor de Aprovisionamento, é o almoço. Portanto, há um grande espaço
de tempo entre a ingestão de alimentos pelo atleta.
Além disso, os treinos realizados no período da tarde também ocorrem após um longo
período de tempo sem a ingestão de nutrientes, visto que, a última refeição disponibilizada foi
o almoço. Apesar desta última refeição fornecer alimentos com excelentes valores nutricionais,
com alimentos ricos em proteínas (como a carne), foi demonstrado pela literatura a importância
do consumo de carboidratos, por exemplo, nos minutos que antecedem o treino.
Em contrapartida, diferentemente dos treinos da manhã em que há consumo adequado
de alimentos no pré-treino, porém há um déficit no pós-treino, o treino da tarde ocorre de forma
37
contrária, pois janta que o sucede, contribui para a correta reposição nutricional, suprindo a
demanda energética e nutritiva dos treinos. Isto pois, na janta, são consumidos alimentos que
possuem carboidratos com maiores índices glicêmicos, como doces e algumas frutas, que
melhor colaboram para a reposição das reservas de glicogênio.
38
4 CONCLUSÃO
A presente pesquisa teve como objetivos: analisar a literatura acerca da Nutrição
Esportiva para entender como uma alimentação correta e balanceada pode auxiliar no
rendimento desportivo; analisar o treinamento da equipe de Pentatlo Militar da AMAN para
calcular o Gasto Energético Total(GET) dos Cadetes integrantes desta modalidade; analisar o
Valor Energético Total(VET) que a alimentação do setor de aprovisionamento da AMAN
proporciona; bem como avaliar de forma geral os alimentos que compõem o cardápio semanal
da AMAN e sua influência nos treinamentos a este universo amostral.
Mostrou-se que uma dieta equilibrada e orientada pode gerar vários benefícios além
de uma vida saudável. Observou-se que o treinamento da equipe de Pentatlo Militar é volumoso
e intenso, exigindo do atleta diversos atributos e consumo de uma quantidade calórica e
nutricional considerável. Este estudo também demonstrou que a alimentação provida pela
AMAN é diversificada e baseadas em evidências teóricas.
Entretanto, apesar desse embasamento, nesse trabalho pode ser observado que as
refeições disponibilizados ao longo do dia não acompanham os horários de treinamento.
Tornando-se necessário, que o próprio atleta faça a complementação alimentar, em horários
alternativos, para que ocorra um melhor equilíbrio nutricional que interfere diretamente em
maior rendimento desportivo.
Todavia, para que se consiga o melhor efeito da nutrição no rendimento desportivo, é
importante um trabalho adequado e sério de profissionais da área, para que não haja excessos
ou déficits. Pois, como já visto, um inadequado balanço energético pode proporcionar doenças
graves, sobrepeso ou lesões ao atleta, que por sequência traria prejuízos aos treinos.
Neste patamar, destaca-se o trabalho feito pelo setor de aprovisionamento, que conforme
a realidade dos Cadetes, conseguiu redigir documentos e conduzir planejamentos nutricionais
capazes de sustentar as necessidades energéticas desta seleta população. Fruto deste
profissionalismo, é a observada adequabilidade do VET do cardápio em relação ao GET dos
atletas. O primeiro em 22.800 kcal e o segundo em 19.724,34 kcal. Desse modo, percebe-se
somente uma quantidade superior calórica em torno de 500 kcal, por dia. O que pode ser
entendido como uma margem segura para o balanço energético, tendo em vista os possíveis
desvios nos cálculos aqui registrados e pelo fato destes terem sidos feitos a partir de uma média
de peso corporal.
39
Portanto, a hipótese de que a alimentação fornecida pelo setor de aprovisionamento da
Academia não fornece a quantidade energética suficiente para os atletas de Pentatlo foi refugada
parcialmente, pois, no que diz respeito ao consumo total de energia a disponibilidade foi
satisfatória. Mas, no que diz respeito a forma de como esses alimentos são fornecidos ao longo
do dia, não foi condizente com a literatura descrita, pois, como dito anteriormente é preciso
consumo de alimentos complementares durante os tempos que sucedem o treino da manhã, e
que antecedem o treino da tarde.
Os resultados dessa pesquisa aplicam-se parcialmente ao ramo da Nutrição Esportiva,
tendo em vista a especial condição de que os atletas em foco são Cadetes, e vivem em regime
de internato. Isto causa efeitos nas limitações, nas variáveis e nos métodos considerados para o
desenvolvimento do presente estudo. Todavia, os conceitos que orientaram os procedimentos
podem ser generalizados para qualquer outro tipo de trabalho na área de nutrição, porque são
independentes da situação descrita acima.
Considerando que a avaliação nutricional é de grande relevância, visto que permite
auxiliar diretamente na avaliação do desempenho esportivo, o presente trabalho pôde contribuir
para avaliação do plano alimentar disponível aos atletas da modalidade esportiva de Pentatlo
militar na AMAN, demonstrando que um melhor planejamento pode contribuir para as
necessidades dos atletas e fornecimento de nutrientes adequados.
Conclui-se então, que há uma quantidade energética diária suficiente para atender as
necessidades dos penta-atletas, mas é preciso que o Cadete atleta ou o Setor de
Aprovisionamento faça a complementação alimentar para os atletas, após o treino da manhã,
com alimentos que contenham carboidratos de alto índice glicêmico, como pão branco e mel,
bem como a complementação antes do treino da tarde, com alimentos contendo carboidratos de
baixos índices glicêmico, como frutas e iogurte.
O Oficial subalterno/intermediário, pode realizar práticas profissionais nas
Organizações Militares referente ao presente estudo, contribuindo junto com o Setor de
Aprovisionamento para uma correta alimentação dos militares.
40
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