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1ª PROMOT0RIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE MARINGÁ PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - Av. Herval, 171 - sobreloja - Centro - Maringá - PR - CEP: 87.013-230 - fone/fax: (44) 3226-0484 ____________________________________________________________________
____________________AÇÃO CIVIL PÚBLICA N° 196____________________ pág. 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARANÁ, por seu Promotor de Justiça infra-assinado, no uso de suas atribuições legais junto à PROMOTORIA ESPECIAL DE DEFESA DO
PATRIMÔNIO PÚBLICO desta Comarca, com fulcro no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, artigo 25, inciso IV, letras "a" e "b", da Lei 8.625/93, e artigos 1º e 5º, da Lei 7.347/85, e art.17, da Lei 8.429/92, respeitosamente, vem propor e como proposta tem a
AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
contra: TÂNIA FÁVARO DA SILVA, brasileira, casada,
residente e domiciliada à Rua Jurandir Diniz de Souza, n. 136, Jardim Montreal, nesta cidade de Maringá, devidamente inscrita no CPF/MF sob nº 606.752.509-78, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
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________________1. DOS FATOS E DO DIREITO:
O autor, em data de 11 de maio de 2009,
instaurou Inquérito Civil Público – autos n° 37/2009 em anexo – visando
apurar eventual conduta de corrupção passiva e violação dos princípios
da Administração Pública, atribuídos a então servidora pública Tânia
Favaro da Silva, em face do procedimento administrativo levado a efeito
pela Universidade Estadual de Maringá.
Com efeito, apurou-se que a ré Tânia Favaro da
Silva, em face de ter sido aprovada em concurso público, foi nomeada ao
cargo de assistente administrativo na Universidade Estadual de Maringá
a qual tomou posse e exercício no dia 21 de janeiro de 1.997, consoante
se vê do incluso comprovante (Portaria n. 17/97 – fls. 270 do ICP).
Aludida funcionária prestava serviços na
Divisão de Análise e Clínicas da Diretoria de Análise Clínicas e
Farmácia-Hospitalar do Hospital Universitário Regional de Maringá e
em várias oportunidades integrava às Comissões Examinadoras de
Concursos Públicos e Testes Seletivos junto à referida Universidade
Estadual de Maringá, como servidora incumbida de prestar apoio técnico
administrativo [ver Portaria 1937/2005 (11.07.05) para teste seletivo de
Auxiliar de Laboratório; Portaria 1938/2005 (11.07.05) para o teste
seletivo de Bioquímico; Portaria 1943/2005 (11.07.05) para o teste
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seletivo de Técnico em Laboratório- fls. 355/360 do ICP].
Ocorre que a Universidade Estadual de
Maringá, no ano de 2005 e 2006, através dos editais 23/2005 e 13/2006,
desfechou concurso público para o provimento de inúmeros cargos,
dentre os quais, assistente social, enfermeiro, farmacêutico, médicos
nutricionista, técnico administrativo, técnico em enfermagem, técnico em
laboratório, técnico em radiologia (fls. 23/35 e 402/411 do ICP), tendo
nomeado a ré Tânia Favaro da Silva como servidora incumbida de
prestar apoio técnico administrativo para os testes seletivos de Auxiliar de
Laboratório (fls. 355 do ICP), Bioquímico (fls. 357 do ICP) e para o teste
seletivo de Técnico em Laboratório (fls. 359 do ICP).
No decorrer dos certames acima mencionados, a
servidora e ora ré Tânia Favaro da Silva, mais precisamente no dia 13 de
fevereiro de 2006, por volta das 17h30, encontrou-se com a servidora
Mirian Jaqueline Cariani, em frente à biblioteca da Universidade
Estadual de Maringá, local este previamente combinado, a qual de forma
livre e consciente, isto é com dolo, solicitou diretamente e para si,
valendo-se da qualidade de funcionária pública da referida Universidade
Estadual e do acesso aos trabalhos (prova e gabarito) da Comissão
Examinadora do Teste Seletivo para provimento em cargo de Técnico de
Laboratório, vantagem indevida, na quantia de R$ 3.000,00 (três mil
reais), a serem pagos em duas parcelas, sendo R$ 1.500,00 (hum mil e
quinhentos reais) naquela data e, o restante, após à contratação, em
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contra-prestação ao oferecimento da prova e do gabarito referentes ao
mencionado Teste Seletivo (edital 5/2005- DRH).
Apurou-se, também, que a referida ré, em data
em horário não esclarecido do ano de 2006, posterior ao fato acima
narrado, mediante contato telefônico com Élide Aparecida de Oliveira,
dolosamente, isto é, com vontade livre e consciente, valendo-se da
qualidade de funcionária pública da referida Universidade Estadual e do
acesso às provas e aos gabaritos do Concurso Público para provimento
em cargo de Bioquímico, solicitou diretamente e para si, vantagem
indevida, em quantia não especificada, para o fim de fornecer a prova e o
gabarito do referido concurso público.
A Universidade Estadual de Maringá, em face
dos fatos acima mencionados, instaurou processo administrativo1, o qual
ultimado resultou na demissão da referida ré, conforme se vê dos termos
da Portaria n. 836/2006 (fls. 467 do ICP).
As condutas acima narradas, sem maiores
esforços, apontam para a consumação da figura delitiva de corrupção
passiva, prevista na disposição do art. 317, (duas vezes), combinado com
o artigo 69 (concurso material), ambos do Código Penal. Confira:
1 Processo Administrativo n. 408/2006 (fls. 267/469
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“Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,e multa.
O autor desta demanda, em face das condutas
narradas ofereceu a competente denúncia, capitulando os fatos como
corrupção passiva (art. 317 do CP) a qual encontra em trâmite na Justiça
Estadual desta Comarca, esperando seja condenada nas penas da
disposição acima mencionada.
Comentando a mencionada disposição, Nelson
Hungria, em sua obra Comentários ao Código Penal, vol. IX, Rio de
Janeiro: Revista Forense, 1958, pág. 368:
“Trata-se de crime eminentemente formal oi de
consumação antecipada. Basta para sua consumação, como já vimos, a
simples solicitação da vantagem indevida, mesmo que não fosse intenção
do intraneus praticar a ação ou abstenção de que se cogite. Ainda na
hipótese de efetivo recebimento da vantagem ou de aceitação da promessa
de vantagem, não importa que o intraneus, por arrependimento ou
obstáculo superveniente, deixe de cumprir o torpe ajuste: o crime
considerará como levado ad exitum. É indiferente a forma por que este se
realize: se diretamente ou per interpositam personam. O intermediário,
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seja extraneus, seja intraneus, responderá pelo mesmo título de crime...”
A Jurisprudência é assente em confirmar que:
“O delito de corrupção ativa (art. 317, § 1º do CP) é de
mera atividade ou simples conduta, exaurindo-se, portanto, com o simples
fato de o agente solicitar, receber ou aceitar vantagem,
independentemente da co-participação do extraneus, prestando-se ao
desejo do agente” (TJSP –RHC – Rel. Hoeppner Dutra – RT 452/329)
Tipifica o crime do art. 317 do CP solicitar ou receber,
para si ou para outrem, vantagem indevida. Sendo crime formal, basta a
simples solicitação para ficar configurado. Não importa que o ‘pretium’
seja destinado ao corrompido ou a terceiro, por quem aquele se interesse.”
(TJPR – AC – Rel. Luiz Perrotti – RT 465/341).
A referida ré também malferiu as disposições da
Lei Estadual 6.174/70 (Estatuto dos Funcionários Civis do Estado do
Paraná), aplicadas aos servidores da Universidade Estadual de Maringá,
a saber:
“Art. 279. São deveres do funcionário:
(...)
IV – discrição;
V – lealdade e respeito às instituições constitucionais e
administrativas a que servir;
(...)
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XII - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos
de natureza reservadas de que tenha conhecimento em razão do cargo ou
função.”
“ Art. 285. Ao funcionário é proibido”
(...)
IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em
detrimento da dignidade do cargo ou função;
(...)
X – receber propinas, comissões, presente e vantagem de
qualquer espécie, em razão do cargo ou função;
XI – revelar fato ou informação de natureza sigilosa de
que tenha ciência, em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar
de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo.”
Também infringiu as disposições do Regimento
Interno da Universidade Estadual de Maringá (Resolução n. 557/2000)2,
saber:
“Art. 5º. São deveres do servidor:
(...)
IV – discrição;
V – lealdade e respeito às instituições constitucionais e
administrativas a que servir;
(...)
XII - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos
de natureza reservadas de que tenha conhecimento em razão do cargo ou
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função.”
“Art. 9º. Ao servidor é proibido:
(...)
X – receber propinas, comissões, presente e vantagem de
qualquer espécie, em razão do cargo ou função;
XI – revelar fato ou informação de natureza sigilosa de
que tenha ciência, em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar
de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo.”
Todavia, as condutas acima narradas também
configuraram atos de improbidade administrativa, na medida em que, a
ré Tânia Favaro da Silva, atentou contra os princípios da Administração
Pública, notadamente ao princípio da legalidade, ou seja, sabia que sua
conduta era contrária ao Estatuto dos Funcionários Civis do Estado do
Paraná e do regimento interno a que estava submissa; ao princípio da
moralidade, eis que era uma conduta reprimida pelo ordenamento
jurídico criminal e administrativo (art. 317 do Código Penal e 279 e 285
do Lei Estadual 6174/70); ao princípio da impessoalidade porque preferia
beneficiar uma servidora em detrimento dos demais participantes do
concurso ou teste seletivo; ao princípio da eficiência, este configurado na
medida em que as condutas de solicitar valor indevido não estava no rol
das atividades a ser atingido pelo serviço que a ré prestava junto à
Comissão Examinadora de concurso ou teste seletivo e ao princípio da
lealdade a instituição a que servia, Universidade Estadual de Maringá 2 Copia desta Resolução encontra-se às 275/289 do Inquérito Civil Público em anexo.
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(discrição, guardar sigilo e outros do gênero), praticando ato contrário
visando fim proibido em lei e diverso daquele previsto na regra de sua
competência, apontados nas disposições do art. 11, “caput” e inciso I, da
Lei 8.429/92. Confira:
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação
ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de sua competência.”
Os princípios acima mencionados decorrem de
previsão na Constituição Federal:
"Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"
No dizer de Paulo Bonavides, "as regras vigem, os
princípios valem; o valor que neles se insere se exprime em graus distintos. Os
princípios, enquanto valores fundamentais, governam a Constituição, o regímen, a
ordem jurídica. Não são apenas a lei, mas o Direito em toda a sua extensão,
substancialidade, plenitude e abrangência" (“in” CURSO DE DIREITO
CONSTITUCIONAL, Malheiros, 5a. ed., 1994, p.260).
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Para CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
MELLO, “in” Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 5ª ed. 1994, p.
451:
"Violar um princípio é muito mais grave que transgredir
uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não
apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de
comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou de
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque
representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores
fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão
de sua estrutura mestra. Isso porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas
que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas esforçada"
Referidos princípios são reproduzidos na
Constituição Estadual (art. 27), não havendo razão para que a ré pudesse
à época dos fatos alegar ignorância ou qualquer outra circunstância para
descumprí-lo.
No tocante ao princípio da legalidade
desrespeitado pela ré, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, em
magistral lição diz:
"... o princípio da legalidade é o da completa submissão
da Administração às leis. Esta deve tão somente obedecê-las, cumpri-las,
pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agentes, desde o
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que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da República, até o mais
modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis, reverentes, obsequiosos
cumpridores das disposições gerais fixadas pelo Poder Legislativo, pois
esta é a posição que lhes compete no direito brasileiro" (ob. cit., p. 48).
Quer significar que, o ato de todo o servidor
público; de todo o agente público; deve ser realizado nos termos da Lei.
Enquanto para o particular o que não é proibido é permitido; ao
administrador e à própria Administração somente é permitido fazer o que
a lei expressamente autoriza, ou seja, o que não é permitido pela lei é
proibido.
O sempre lembrado DIÓGENES GASPARINI,
em seu "Direito Administrativo", aponta que:
"O princípio da legalidade, resumido na proposição
suporta a lei que fizeste, significa estar a Administração Pública, em toda
a sua atividade, presa aos mandamentos da lei, deles não se podendo
afastar, sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor.
Qualquer ação estatal, sem o correspondente calço legal ou que exceda o
âmbito demarcado pela lei, é injurídica e expõe-se à anulação. Seu campo
de ação, como se vê, é bem menor do que o do particular. De fato, este
pode fazer tudo o que a lei permite, tudo o que a lei não proíbe; aquela só
pode fazer o que a lei autoriza e, ainda assim, quando e como autoriza
[Na seqüência arremata dizendo] A este princípio também se
submete o agente público. Com efeito, o agente da Administração Pública
está preso à lei e qualquer desvio de suas imposições pode nulificar o ato e
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tornar seu autor responsável, conforme o caso, disciplinar, civil e
criminalmente" (Direito Administrativo, 4ª ed. Saraiva, 1995, p. 6
- riscamos).
Vislumbra, outrossim, ter a ré contrariado o
princípio da moralidade administrativa, princípio pelo qual, segundo
DIÓGENES GASPARINI "o ato e a atividade da Administração Pública devem
obedecer não só à lei mas a própria moral, porque nem tudo que é legal é honesto,
conforme afirmavam os romanos”. (“in” Direito Administrativo, 4ª ed.
Saraiva, 1995, p. 7).
Referido autor, ainda comentando o princípio da
moralidade administrativa, ensina que:
"Para Hely Lopes Meirelles, apoiado em Manoel
Oliveira Franco Sobrinho, a moralidade administrativa está intimamente
ligada ao conceito de bom administrador.
Este é aquele que, usando de sua competência,
determina-se não só pelos preceitos legais vigentes mas também pela
moral comum, propugnando pelo que for melhor e mais útil para o
interesse público. A importância desse princípio já foi ressaltada pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo (RDA 89/134), ao afirmar que a
moralidade administrativa e o interesse coletivo integram a legalidade do
ato administrativo" (ob. cit. p. 7)
Discorrendo sobre o tema, CELSO ANTÔNIO
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BANDEIRA DE MELLO assevera que:
"... compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os
chamados princípios da lealdade e da boa-fé, tão oportunamente
encarecidos pelo mestre espanhol Jesus Gonzales Peres em monografia
preciosa. Segundo os cânones da lealdade e boa-fé, a Administração
haverá de proceder em relação aos administrados com sinceridade e
lhaneza, sendo-lhe interdito qualquer comportamento astucioso, eivado de
malícia, produzido de maneira a confundir, dificultar ou minimizar o
exercício de direitos por parte dos cidadãos" (“in” CURSO DE
DIREITO ADMINISTRATIVO, 5ª ed., 1994, Malheiros
Editores, pp. 59/60).
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO,
citando Manoel de Oliveira Franco Sobrinho, de modo mais radical
enfatiza que:
"Mesmo os comportamentos ofensivos da moral comum
implicam ofensa ao princípio da moralidade administrativa" (“in”
Direito Administrativo, 8a. ed., 1997, Atlas, p. 71).
E mais adiante sentencia:
"Em resumo, sempre que em matéria administrativa se
verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que
com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei,
ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os
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princípios de justiça e de eqüidade, a idéia comum de honestidade, estará
havendo uma ofensa ao princípio da moralidade administrativa" (ob. cit.
p. 71).
Como se vê a ré ao inobservar as regras
constitucionais malferiram os princípios de legalidade e moralidade
administrativa, merecendo, pois as sanções pertinentes.
A ré Tânia Favaro da Silva infringiu o princípio da impessoalidade que na apreciação de Maria Sylvia Di Petro "Significa que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento". (ob. cit., p. 64).
Wolgran Junqueira Ferreira, comentando sobre
o princípio da impessoalidade diz que:
"Trata este princípio, que obriga a administração
pública a que pratique seus atos não em benefício desta ou daquela
pessoa, desta ou daquela empresa [E na seqüência, citando Diógenes Gasparini pontua que] A atividade administrativa deve ser
destinada a todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral, sem a
determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza. É o que
impõe ao Poder Público este princípio. Com ele quer se quebrar o velho
costume de atendimento do administrado em razão de seu prestígio ou
porque a ele o agente público deve alguma obrigação". (“In” Princípios da Administração Pública - Legalidade -
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Impessoalidade - Moralidade - Publicidade - Art. 37 - Constituição Federal, Edipro, 1996, p. 53).
Finalmente, a ré infringiu o princípio da
eficiência, que na avaliação de ALEXANDRE DE MORAIS3 alega que:
“O administrador público precisa ser eficiente, ou seja,
deve ser aquele que produz o efeito desejado, que dá bom resultado,
exercendo suas atividades sob o manto da igualdade de todos perante a
lei, velando pela objetividade e imparcialidade.
Assim, o princípio da eficiência é aquele que impõe à
Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do
bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma
imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e
sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais
e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior
rentabilidade social. Note-se que não se trata da consagração da
tecnologia, muito pelo contrário, o princípio da eficiência dirige-se para a
razão e fim maior do Estado, a prestação dos serviços essenciais à
população, visando a adoção de todos os meios legais e morais possíveis
para satisfação do bem comum”.
Resta claro e evidente a ocorrência de atos
atentatórios aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e
eficiência praticadoS pela ré em face do que dispõe a legislação
3 Direito Constitucional, 6ª ed., Atlas, 1999, p. 297-8.
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pertinente (Lei Federal 8.429/92) que não permitia a solicitação dos
valores anteriormente noticiados, considerados atos de improbidade
administrativa.
A irregularidade e ilegalidade nas condutas da
ré ressaltam cristalinamente. Basta uma leitura nas peças que integram o
presente INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO para concluir pela ilicitude dos fatos
investigados.
Dentre os deveres do servidor público, ressai o
dever de probidade, que segundo Hely Lopes Meirelles "está
constitucionalmente integrado na conduta do administrador público, como elemento
necessário à legitimidade de seus atos" (ob. cit. p. 91)
Discorrendo sobre o dever de probidade,
DÍOGENES GASPARINI pondera que:
"Esse dever impõe ao agente público o desempenho de
suas atribuições sob pautas que indicam atitudes retas, leais, justas,
honestas, notas marcantes da integridade do caráter do homem. É nesse
sentido, do reto, do leal, do justo e do honesto que deve orientar o
desempenho do cargo, função ou emprego junto ao Estado ou entidade
por ele criada, sob pena de ilegitimidade de suas ações (ob. cit. p. 51).
Na lição do insigne administrativista,
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"os atos de improbidade praticados por qualquer agente
público, servidor ou não, contra a Administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de 50% do patrimônio ou receita anual, serão punidos
com base na Lei federal n° 8.429/92" (ob. cit. p. 7).
Com efeito, a Lei 8.429/92, cujo teor do art. 1º é
acima reproduzido pelo ilustre jurista, estabelece no que consistem os
atos de improbidade administrativa, qual é a sua punição e quais são seus
responsáveis, legitimando o Ministério Público, em seu artigo 17, à
propositura de ação cível, com rito ordinário, contra estes últimos.
Os atos de improbidade administrativa estão
previstos no "caput" dos artigos 9º, 10 e 11 da sobredita lei. Dispõem,
respectivamente, sobre os atos de improbidade administrativa que
importem em enriquecimento ilícito, sobre os atos que causem prejuízo
ao erário público e sobre os atos que atentam contra os princípios da
Administração Pública.
Os incisos de cada artigo trazem enumeração
exemplificativa do que seja ato de improbidade administrativa, ou seja, o
ato de improbidade administrativa consiste na prática da conduta descrita
no caput de cada artigo. Os incisos apenas reforçam a idéia contida no
cabeço, exemplificando quais são as condutas que podem caracterizar a
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ocorrência de ato de improbidade, sem, no entanto, excluir outro tipo de
ação que se amolde à previsão do caput.
__________________3. DO PEDIDO ATINENTE A
ESPÉCIE:
Tendo a ré incorrido no ato de improbidade
administrativa, previstos no art. 11, “caput” e inciso I, ambos da Lei
8.429/92, sujeita-se a aplicação das sanções previstas no artigo 12 da
multifalada lei, cujo teor é o seguinte:
“Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e
administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade administrativa sujeito às seguintes cominações:
I (...)
II - (...)
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
de 3 (três) a 5 (cinco) anos, pagamento de multa civil de até 100 (cem
vezes) o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três)
anos.”.
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A aplicação das medidas preconizadas na lei se
impõe. A punição do agente público que viola deliberadamente os
princípios basilares da Administração Pública é absolutamente
necessária e exemplar, ainda mais em um momento que se busca o
resgate da seriedade com o trato da coisa pública, em que se objetiva a
probidade no serviço público e a responsabilização dos funcionários
descumpridores de seus deveres.
Como diria Leonardo da Vinci:
"Quem não pune o crime está
ordenando que se o cometa".
Demais disso, segundo o preceito contido no
artigo 21, inciso I, da Lei 8429/92, a aplicação das sanções previstas
nesta Lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
Basta, para tanto, a existência de DANO MORAL,
de ofensa aos PRINCÍPIOS constitucionais da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
_________________4. REQUERIMENTOS PRELIMINARES:
O Órgão do MINISTÉRIO PÚBLICO em face
dos fatos acima articulados requer, PRELIMINARMENTE:
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4.1. seja oficiado o Magnífico Reitor da
Universidade Estadual de Maringá, afim de que remeta a
relação dos subsídios mensais percebidos pela ré no período de
01.01.2006 até sua efetiva demissão dos quadros da referida
Universidade, para o fim de em sendo procedente esta
demanda, possibilitar o Juízo aplicar a cominação prevista no
art. 12, III, da Lei 8429/92;
4.2. sejam notificados o Estado do Paraná e a
Universidade Estadual de Maringá para, nos termos do art. 17,
§ 3º, da Lei 8.429/92, na condição de pessoas jurídicas
interessadas, para integrar a lide (querendo).
_________________ 5. REQUERIMENTOS FINAIS:
Diante do exposto, o Órgão do MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, com base nas disposições legais
apontadas, requer seja a presente ação autuada e em seguida ordenando
a notificação da ré preambularmente qualificada e endereçada para, no
prazo legal, querendo, oferecer a sua manifestação por escrito a respeito
dos fatos articulados na presente ação (art. 17, § 7°, da Lei 8.429/92) e
posteriormente sejam atendidos os pleitos abaixo especificados:
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5.1. PELAS CONDUTAS QUE MALFERIRAM OS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E VIOLARAM OS
DEVERES DE HONESTIDADE, LEGALIDADE, MORALIDADE,
EFICIEÊNCIA, LEALDADE A INSTITUIÇÃO MUNICÍPIO DE
MARINGÁ, NOTADAMENTE PELA PRÁTICA DE ATO VISANDO
FIM PROIBIDO EM LEI PREVISTO NO ART. 11, INCISO I C/C ART.
12, INCISO III, AMBOS DA LEI 8429/92:
____________________5.1.1. - seja julgada procedente a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA, para em reconhecendo o cometimento de atos de improbidade administrativa, ou seja, a violação aos princípios da Administração Pública (art. 37, "caput" da CF), bem como pela violação dos deveres de honestidade, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e lealdade às Instituições Universidade Estadual de Maringá e Estado do Paraná, notadamente, pela prática de ato visando fim proibido em lei, previsto no art. 11, “caput” e inciso I, da Lei 8.429/92 da ré Tânia Favaro da Silva, em face dos fatos anteriormente e exaustivamente narrados e de conseqüência condenanda-a nas sanções descritas no art. 12, inciso III, da Lei 8.429/92, a saber:
a) perda da função pública, se ainda estiver
exercendo em qualquer dos Poderes Públicos:
b) suspensão dos direitos políticos pelo prazo de
03 anos;
c) pagamento da multa civil de até 100 vezes o
valor da remuneração percebida na Universidade Estadual de
Maringá;
d) proibição de contratar com o Poder Público
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ou receber benefício ou incentivo fiscal ou creditício, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 anos
____________________5.2. Requer-se, outrossim:
5.2.1. a citação da ré Tânia Favaro da Silva,
preambularmente qualificada e endereçada, para, querendo, contestar os
termos da presente, sob pena de revelia;
5.2.2. a produção de todos os tipos de provas em
direito admitidas, testemunhal, documental e pericial, esta última, se
necessária, bem como a juntada de documentos superveniente, na
medida do contraditório;
5.2.3. requer seja tomado o depoimento pessoal
da ré Tânia Favaro da Silva;
5.3.4. a condenação da ré Tânia Favaro da Silva
nas custas processuais e honorários advocatícios [art. 118, inciso II
(parte) da Constituição Estadual]4, a ser recolhida ao Estado do Paraná;
4 O inciso II, do art. 118 da Constituição Estadual prescreve: “Lei Complementar, cuja iniciativa é facultada ao Procurador Geral de Justiça, estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público, observadas, quanto a seus membros: i (omissis); II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, sendo a verba honorária decorrente da sucumbência recolhida ao Estado, como renda eventual, à
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5.3.5. a concessão de Justiça Gratuita.
5.3.6. Requer, por derradeiro, seja o titular da
Promotoria de Defesa do Patrimônio Publico junto a esta Comarca,
intimado pessoalmente para todos os atos e audiências a serem realizados
no trâmite da presente ação.
Dá-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais)
Termos em que, com os inclusos documentos
Pede e Espera Deferimento.
MARINGÁ-PR, 01 de outubro de 2009
Manoel Ilecir Heckert
Promotor de Justiça
Designado
conta da Procuradoria-Geral de Justiça, para o seu aperfeiçoamento, o de seus integrantes e o de seus equipamentos.” (nosso grifo)
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DOCUMENTOS ANEXOS:
Inquérito Civil Público nº 37/2009.