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1 Ação de execução para entrega de coisa certa. EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO ..... ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA em face de ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS Na data de ...... de ................... de ........., o exequente realizou com o executado Contrato de Compra e Venda de Estabelecimento Comercial com instalações completas e estoque, por permuta de imóvel (doc. Anexo ........). Neste contrato, o exequente figura como vendedor do estabelecimento comercial. De acordo com as cláusulas do referido contrato, o executado se obrigou a pagar o exequente a quantia de R$ ...... pelo estabelecimento e o fundo do comércio. Este valor seria pago pelo executado através da transferência do lote de terreno constante em seu nome, avaliado em R$ ......., ficando o exequente obrigado a efetuar a devolução da quantia de R$ ....... Por conseguinte, o exequente cumpriu com todas as obrigações que lhe cabiam, ou seja, entregou o estabelecimento comercial ao executado e ainda fez o pagamento dos R$ ...... Tal transação originou a procuração (doc. .........) registrada no Cartório Registral do ........., livro ........., folha ......., na firmada pelo executado e sua esposa: "....... e sua esposa conferem amplos, gerais e irrevogáveis, e ilimitados poderes ao Sr. ............................ para vender, ceder, alugar, administrar, doar, permutar, transferir ou de qualquer outra forma alienar ou onerar a quem quiser, pelo preço, modo e condições que convencionar o imóvel acima qualificado, independente de prestação de contas." Todavia, o executado não cumpriu a cláusula que previa a entrega imediata do lote. Desta feita, após sucessivas tentativas infrutíferas de negociação, o exequente, através deste escritório de assistência judiciária gratuita,

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Page 1: Ação de execução para entrega de coisa certa

1

Ação de execução para entrega de coisa certa.

 

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO ..... 

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Na data de ...... de ................... de ........., o exequente realizou com o executado Contrato de Compra e Venda de Estabelecimento Comercial com instalações completas e estoque, por permuta de imóvel (doc. Anexo ........). Neste contrato, o exequente figura como vendedor do estabelecimento comercial.

De acordo com as cláusulas do referido contrato, o executado se obrigou a pagar o exequente a quantia de R$ ...... pelo estabelecimento e o fundo do comércio.

Este valor seria pago pelo executado através da transferência do lote de terreno constante em seu nome, avaliado em R$ ......., ficando o exequente obrigado a efetuar a devolução da quantia de R$ .......

Por conseguinte, o exequente cumpriu com todas as obrigações que lhe cabiam, ou seja, entregou o estabelecimento comercial ao executado e ainda fez o pagamento dos R$ ......

Tal transação originou a procuração (doc. .........) registrada no Cartório Registral do ........., livro ........., folha ......., na firmada pelo executado e sua esposa:

"....... e sua esposa conferem amplos, gerais e irrevogáveis, e ilimitados poderes ao Sr. ............................ para vender, ceder, alugar, administrar, doar, permutar, transferir ou de qualquer outra forma alienar ou onerar a quem quiser, pelo preço, modo e condições que convencionar o imóvel acima qualificado, independente de prestação de contas."

Todavia, o executado não cumpriu a cláusula que previa a entrega imediata do lote. Desta feita, após sucessivas tentativas infrutíferas de negociação, o exequente, através deste escritório de assistência judiciária gratuita, efetuou Notificação Extrajudicial (doc. .........) na data de ...... de ............. de .........., a fim de que o executado procedesse a desocupação do LOTE nº ........., da quadra nº .........., localizado no lugar denominado ........, nesta Cidade, com área total de ........... metros quadrados.

Ato contínuo, o exequente e os executados compareceram na data de ...... de ................. de .......... na Defensoria Pública do .................. para solucionarem a lide. Com efeito, foi acordado entre as partes, conforme Termo de Acordo (doc. .........), que seria realizada a avaliação do terreno e venda pelo prazo máximo e improrrogável de ....... (................) dias. Assim, seria restituído ao exequente o valor de R$ .............. (..........................................), ficando o executado comprometido a honrar as prestações remanescentes e vindouras do financiamento sobre o imóvel até a venda deste.

Ocorre que o bem não foi vendido e o executado não pagou regularmente as prestações do imóvel, motivo pelo qual, conforme parte final do Termo de Acordo deixa o mesmo de ter validade.

"Se não houver venda do imóvel no prazo acima estipulado (90 dias), este TERMO DE

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ACORDO deixará de valer."

Desta forma o exequente propõe, agora com base no art. 621 e seguintes do CPC, a presente Ação de Execução fundada no contrato de permuta do imóvel firmado em ...... de .................. de ........., que prevê, no item a da cláusula segunda, a entrega do lote de terreno com ........ m2, contendo uma casa residencial mista com ........ m2, sito à rua .............. nº ......., nesta Cidade, bem como a devida transferência do domínio do mesmo, conforme procuração por instrumento público ora juntada.

DO DIREITO

1. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL - IMISSÃO DE POSSE

Como já exposto na narração dos fatos, o executado não cumpriu com sua obrigação de adjudicar o imóvel em favor do exequente, bem como não está honrando com as prestações do financiamento sobre o imóvel. Diante desta situação, o exequente encontra-se desesperado, pois teme perder a única garantia da transação realizada.

Desta feita, requer a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional a fim de que se conceda a ordem de imissão de posse em favor do Exequente, bem como seja determinada a transferência do imóvel junto a ............, permitindo-se ao exequente que efetue o pagamento das parcelas vencidas e das vincendas.

O artigo 273 do Diploma Processual Civil estabelece os requisitos da concessão da antecipação da tutela pretendida:

"Art. 273.

...§ 7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado."Destaquei

2. DOS PRESSUPOSTOS DA MEDIDA LIMINAR DOS "FUMUS BONI IURIS"

A "fumaça do bom direito" evidencia-se pela agressão clara aos princípios norteadores do Direito Civil, mormente o do "pacta sunt servanda". Com efeito, o princípio civilista seria respeitado se o executado tão somente tivesse cumprido sua obrigação de adjudicar o imóvel em favor do exequente.

Frise-se que os documentos instrutórios fazem prova da transação realizada e das obrigações assumidas pelas partes. Deste modo, torna-se flagrante e patente a caracterização do pressuposto da "fumaça do bom direito".

O Prof. SOUTO MAIOR cita o entendimento da doutrina especializada do ilustre Prof. MARINONI, corroborada pelo festejado mestre PONTES DE MIRANDA, que assevera a importância do deferimento da medida antecipatória nos casos em que a parte não cumpriu com a obrigação assumida:

"Essa tutela cautelar satisfativa não se confundia com a antecipação da executividade da tutela. Conforme esclarece Luiz Guilherme Marinoni, "Quando a ação é executiva não existe condenação ou ordem, como disse Pontes de Miranda, na ação executiva quer-se mais: quer-se o ato do juiz, fazendo não o que devia ser feito pelo juiz como juiz, mas sim o que a parte deveria ter feito". Destaquei (SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. "Observações sobre a tutela antecipatória no direito processual civil", Revista Trabalho & Doutrina, nº 08, mar/96, p. 116).

Desta feita, é imperioso o deferimento da antecipação da tutela no caso em tela, visto que o executado não cumpriu com sua obrigação de adjudicar o bem em favor do exequente, mesmo possuindo diversas oportunidades para tanto.

3. DO "PERICULUM IN MORA"

O "perigo na demora" materializa-se no fato de que, se as parcelas vencidas - ......... no total - não forem pagas, o imóvel sofrerá constrição judicial por parte da Imobiliária Intermediária do financiamento realizado. Deste modo, o exequente perderá o Único bem que garante o

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cumprimento da obrigação do executado.

O deferimento do pedido liminar evitará sérios danos e prejuízos de difícil reparação, concretizando o direito devido ao exequente.

4. DA EXECUÇÃO

O contrato de compra e venda de estabelecimento comercial por permuta de imóvel constitui título executivo extrajudicial, nos termos do art. 585, II, do Código de Processo Civil. Tem-se, portanto, satisfeitos os dois requisitos exigidos pelo Código para que se possa realizar a execução do devedor: o inadimplemento, pois não foi paga a obrigação ao exequente; e a existência de título executivo, representado pelo instrumento de contrato anexo.

O art. 586 do CPC consagra o seguinte princípio:

"A execução para cobrança de crédito far-se-á sempre em título líquido, certo e exigível".

O presente título apresenta todas as características exigidas: é liquido, pois o valor devido foi arbitrado em Contrato de Compra e Venda com anuência e declaração de vontade de ambas as partes, perfazendo o total de R$ ................. (..............................), valor certo e exigível.

A jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça, relatada pelo Ministro José Delgado, é maestra em demonstrar a liquidez do título quando juntado aos documentos instrutórios o contrato que revela o valor e a forma de pagamento da transação:

"116029306 - PROCESSUAL CIVIL - TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS - DOCUMENTO PÚBLICO - CÁLCULOS ARITMÉTICOS - LIQUIDEZ DO TÍTULO - PRECEDENTES DESTA CORTE - De acordo com o disposto no art. 585, II, do CPC, consideram-se títulos executivos extrajudiciais: "a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores". A melhor interpretação para a expressão documento público é no sentido de que tal documento é aquele produzido por autoridade, ou em sua presença, com a respectiva chancela, desde que tenha competência para tanto. Destarte, o contrato de prestação de serviço firmado com a administração pública é documento público, hábil a embasar a competente ação de execução. Se o contrato juntado aos autos da ação executiva revela o valor e a forma de pagamento do serviço, corroborado por notas fiscais demonstrando sua realização, perde subsistência o argumento de incerteza e iliquidez do título. Consoante precedentes jurisprudênciais desta Corte, a simples necessidade de realização de cálculos matemáticos para se chegar ao montante real da dívida não possui o condão de retirar a liquidez do título. Recurso Especial provido. (STJ - RESP 487913 - MG - 1ª T. - Rel. Min. José Delgado - DJU 09.06.2003 - p. 00188) JCPC 585 JCPC 585. II" destaquei.

Desta forma, requer seja realizada a Execução de Título Extrajudicial para entrega de coisa certa, com base no disposto nos art. 585 e seguintes do Código de Processo Civil.

DOS PEDIDOS 

Diante do exposto, requer:

I. Os benefícios da Justiça Gratuita com fulcro na Lei 1.060/50, pelo fato do exequente ser pobre, na acepção jurídica do termo;

II. A concessão da antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional, a fim de que se conceda a ordem de imissão de posse em favor do Exequente, bem como seja determinada a transferência do imóvel junto a ....., permitindo-se ao exequente que efetue o pagamento das parcelas vencidas e das vincendas.

III. A citação dos executados para que cumpram a obrigação constante no Contrato de Compra e Venda, adjudicando e entregando o imóvel em favor do exequente no prazo de 10 dias, fixando-se multa diária para o caso de descumprimento da obrigação.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,Pede Deferimento.

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[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado][Número de Inscrição na OAB]

EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA   CERTA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL  DA COMARCA _______

(mínimo 12 espaços)

               (Nome e qualificação), por seu advogado abaixo assinado, vem propor contra ______ e sua mulher, ação de execução para entrega de coisa certa e cobrança de quantia a ser liquidada. Para isto expõe e requer o seguinte:

1. Em ação de ______, intentada neste juízo (Cartório do Ofício), os demandados foram condenados a entregar o objeto da demanda, a saber (descrição do bem), bem assim ao pagamento das custas processuais e honorários de advogado arbitrados em ______Sem recurso, a sentença passou em julgado.

2. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo, será citado para, dentro de 10 dias, satisfazer a obrigação, ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos (art. 621).

  Assim exposto, requer a citação dos demandados, residentes nesta cidade____________ (endereço), para, no decêndio legal, entregarem o bem ou, mediante o respectivo depósito, apresentarem embargos.    Requer, ainda que, levantado o valor das custas e dos honorários, nos mesmos autos se processe a execução da quantia que se apurar em liquidação, com expedição de mandado, na forma do art. 652 do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ _________ (________________).

____________ de ____________ de 20____.

Assinatura com n.º na OAB.

Credor pignoratício -  É a pessoa a quem fica estabelecido o penhor de coisa móvel como garantia, sendo portanto, quem conta com o benefício deste penhor. direitonet.com.br

Credor pignoratício -  Pessoa que possui um título de penhor instituído em seu favor.

Credor hipotecário -  Credor que tem o seu crédito garantido por hipoteca sobre os bens do devedor. 

Anticrese é uma convenção mediante a qual o credor, retendo um imóvel do devedor, percebe os seus frutos para conseguir a soma em dinheiro emprestada, imputando na dívida e até o seu resgate, as importâncias que for recebendo.

É o direito real sobre imóvel alheio, em virtude do qual o credor obtém a posse da coisa a fim de perceber-lhe os frutos e imputá-los no pagamento da dívida, juros e capital, sendo, porém, permitido estipular que os frutos sejam, na sua totalidade, percebidos à conta de juros.

Quanto aos caracteres jurídicos, é um direito real de garantia; requer capacidade das partes; não confere preferência ao anticresista; o credor anticrético só poderá aplicar as rendas que auferir com a retenção do bem de raiz, no pagamento da obrigação garantida; requer escritura pública e inscrição no Registro Imobiliário; o seu objeto recai sobre coisa imóvel alienável; requer a tradição real do imóvel.

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Resolve-se a anticrese pelo pagamento da dívida; pelo término do prazo legal; pelo perecimento do bem anticrético; pela desapropriação; pela renúncia do anticretista; pela excussão de outros credores, quando o anticrético não opuser seu direito de retenção.

Usufrutuário -  Pessoa favorecida com usufruto.

Usufruto é o direito real conferido a alguém de retirar, temporariamente, da coisa alheia os frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância.

Seu objeto poder ser os bens móveis infungíveis e inconsumíveis, os imóveis; pode ter ainda como objeto um patrimônio, no todo ou em parte, o que, comumente, ocorre na sucessão hereditária, quando o testador grava, por exemplo, parte de seu patrimônio com o ônus do usufruto; pode, ainda, gravar direitos, desde que sejam tranamissíveis.

É um direito real sobre a coisa alheia, temporário, intransmissivel, inalienável e impenhorável.

São espécies de usufruto:

1) quanto à origem pode ser legal (quando for instituído por lei em benefício de determinadas pessoas) ou convencional (ocorre quando um direito real de gozar e usar, temporariamente, dos frutos e das utilidades de uma coisa alheia, advém de um ato jurídico inter vivos (um contrato) ou causa mortis (testamento));

2) quanto ao seu objeto, subdivide-se em próprio (é o que tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis, cujas substâncias podem ser conservadas e restituídas ao nu proprietário) ou impróprio ( é o que recai sobre bens consumíveis ou fungíveis;

3) quanto a sua extensão, apresenta-se como: a) universal (é o que recai sobre uma universalidade de bens, como o patrimônio) ou particular (quando tem por objeto uma ou várias coisas individualmente determinadas);

b) pleno (quando abranger todos os frutos e utilidades, sem exceção que a coisa produz) ou restrito (se se excluem do gozo do bem algumas de suas utilidades);

4) quanto a sua duração, pode ser temporário (quando sua duração se submete a prazo preestabelecido, extinguindo-se com sua verificação) ou vitalício (perdura até a morte do usufrutuário).

Constitui-se o usufruto por lei, por ato jurídico inter vivos ou causa mortis, por sub-rogação real, por usucapião ou por sentença.

O usufrudo extingue-se:

a) pela morte do usufrutuário;

b) pelo advento do termo de sua duração;

c) pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor;

d) pela cessação da causa de que se origina;

e) pela destruição da coisa não sendo fungível;

f) pela consolidação;

g) pela prescrição;

h) por culpa do usufrutuário;

i) pela renúncia;

j) pela resolução do domínio de quem os constituiu.

DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER

ART. 632.

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O que era não fazer e é descumprido, se torna obrigação de fazer.

Construiu um muro, onde não podia, tem que derrubar o murro.

A obrigação de fazer é a instituída em contrato ou estabelecida pelo Juiz.

Não é usual à utilização destes tipos de obrigação.

Se o prestador não pintar o muro, contrata-se outro, por exemplo.

Art. 632 - Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo. (Alterado pela L-008.953-1994) Art. 633 - Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização.Parágrafo único - O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa. Art. 634 - Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do executado. (Alterado pela L-011.382-2006) (Alterado pela L-005.925-1973)

Parágrafo único. O exeqüente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 1º - O juiz nomeará um perito que avaliará o custo da prestação do fato, mandando em seguida expedir edital de concorrência pública, com o prazo máximo de 30 (trinta) dias. (Alterado pela L-005.925-1973)(Revogado pela L-011.382-2006)

§ 2º - As propostas serão acompanhadas de prova do depósito da importância, que o juiz estabelecerá a título de caução. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)

§ 3º - No dia, lugar e hora designados, abertas as propostas, escolherá o juiz a mais vantajosa. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)

§ 4º - Se o credor não exercer a preferência a que se refere o Art. 637, o concorrente, cuja proposta foi aceita, obrigar-se-á, dentro de 5 (cinco) dias, por termo nos autos, a prestar o fato sob pena de perder a quantia caucionada. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)

§ 5º - Ao assinar o termo o contratante fará nova caução de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do contrato. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)§ 6º - No caso de descumprimento da obrigação assumida pelo concorrente ou pelo contratante, a caução, referida nos §§ 4º e 5º, reverterá em benefício do credor. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)§ 7º - O credor adiantará ao contratante as quantias estabelecidas na proposta aceita. (Alterado pela L-005.925-1973) (Revogado pela L-011.382-2006)obs.dji.grau.4: Execução de Obrigação de Fazer Art. 635 - Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias; não havendo impugnação, dará por cumprida a obrigação; em caso contrário, decidirá a impugnação. Art. 636 - Se o contratante não prestar o fato no prazo, ou se o praticar de modo incompleto ou defeituoso, poderá o credor requerer ao juiz, no prazo de 10 (dez) dias, que o autorize a concluí-lo, ou a repará-lo, por conta do contratante.

Parágrafo único - Ouvido o contratante no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e condenará o contratante a pagá-lo. Art. 637 - Se o credor quiser executar, ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras e trabalhos necessários à prestação do fato, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, ao terceiro.

Parágrafo único - O direito de preferência será exercido no prazo de 5 (cinco) dias, contados da apresentação da proposta pelo terceiro (art. 634, parágrafo único). (Alterado pela L-011.382-2006) Art. 638 - Nas obrigações de fazer, quando for convencionado que o devedor a faça pessoalmente, o credor poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.

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Parágrafo único - Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigação pessoal do devedor converter-se-á em perdas e danos, aplicando-se outrossim o disposto no Art. 633.

Art. 639 - Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado. (Revogado pela L-011.232-2005)  Art. 640 - Tratando-se de contrato, que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte, que a intentou, não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível. (Revogado pela L-011.232-2005)  Art. 641 - Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. (Revogado pela L-011.232-2005)

DOS EMBARGOS DO DEVEDOR – gênero

"Denomina-se embargos de terceiro o remédio processual posto à disposição de quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha (art. 1.046)."

Espécies:

Dos embargos à execução contra a fazenda pública Embargos à execução Dos embargos na execução por carta

Artigo 736 CPC – embargos do devedor

É uma Ação, autônoma, incidental, tem natureza cognitiva;

É uma defesa do executado;

O contraditório ocorre nos embargos;

No processo de execução não há discussão do mérito;

745 CPC – Dos embargos à execução:

I – nulidade da execução, por não ser executivo o titulo apresentado.

Ex: cheque prescrito

II – penhora incorreta ou avaliação errônea;

III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

Um valor de 100 reais, atualizado o valor em 800 mil;

IV – retenção por benfeitorias necessárias ou uteis, nos casos de titulo para entrega da coisa certa;

V – qualquer matéria que lhe seria licito deduzir como defesa em processo de conhecimento;

Ex: já paguei;

LEI 11382/2006

Antes:antes da vigência desta lei, para opor embargos deveria o executado garantir o juízo; uma vez opostos era recebido no efeito suspensivo; suspendia a execução; regra geral;

Depois :o legislador retira a questão da garantia do juízo, e os embargos não são recebidos no efeito suspensivo; não cessa a execução;

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Exceção:Mas, seguindo a execução pode haver danos irreparáveis ao executado, ele vai demonstrar na petição de embargos, vai pedir efeito suspensivo e garantir juízo;

O executado é quem pode opor os embargos; nos embargos ele é chamado de embargante;

O exeqüente é chamado de embargado;

ARTIGO 738 CPC

Os Embargos serão oferecidos no prazo de 15 dias, contados da data de juntada aos Autos do mandado de citação;

PARAGRAFO PRIMEIRO: Não existe ciclo citatório, é independente a contagem do prazo;

PARAGRAFO SEGUNDO: ante pratica ação, ado é quem recebe; juntado do mandado nos autos do deprecante (pode ser confirmação por fax simile);

Deprecante – Curitiba - processo

Deprecado – Florianópolis - domicilio

Deprecado comunica o deprecante do cumprimento da diligência;

ARTIGO 739 – O JUIZ REJEITARÁ LIMINARMENTE OS EMBARGOS

I – quando intempestivos;

II – quando inepta a petição (art. 295)

III – quando manifestamente protelatórios;

ARTIGO 739 A – os embargos do executado não terão efeito suspensivo;

740 – Recebido os embargos, será o exeqüente ouvido no prazo de 15 dias; em seguida o juiz julgará imediatamente o pedido (art. 330) ou designará audiência de conciliação, instrução e julgamento, proferindo, sentença no prazo de 10 dias;

PARAGRAFO ÚNICO: No caso de embargos manifestamente protelatórios, o juiz imporá, em favor do exeqüente, multa ao embargante em valor não superior a 20% do valor em execução.

ART. 747 – DOS EMBARGOS Á EXECUÇÃO POR CARTA

A competência para julga-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação dos bens.

Insolvência – o passivo é maior que o ativo;

Execução Da entrega de coisa incerta - escolha

Art. 629 - Quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se lhe couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial.Ex: Escolhe três cabeças de gado no prazo de 10 dias; Art. 630 - Qualquer das partes poderá, em 48 (quarenta e oito) horas, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano, ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.

Credor escolhe (inicial): 48 horas da citação para o devedor impugnar;

Devedor escolhe (após citação): 48 da entrega da coisa para o credor impugnar;

O prazo começa a fluir a partir da citação para tal impugnação;

A parte impugnando, o juiz acreditando ser necessário nomeará Perito;

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As custas serão pagas pelo executado;

Art. 631 - Aplicar-se-á à execução para entrega de coisa incerta o estatuído na seção anterior.

Aplicar-se-á os princípios de entrega de coisa certa.

Depois da escolha não há mais coisa incerta;

Pedido do credor – petição inicial

Citação do devedor para entregar a coisa escolhida p/ credor ou próprio obrigado, conforme 629

EXECUÇÃO DEFINITIVA

EXECUÇÃO PROVISÓRIA

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Dano material – 30.000,00

Lucros cessantes – 20.000,00

PROCESSO DE EXECUÇÃO

Efeito Devolutivo e Suspensivo

Ante a mínima chance de reforma de decisão, o legislador dispensa o calção;

475 O – CPC

Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: (Acrescentado pela L-011.232-2005)I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.§ 1º No caso do inciso II do deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução.§ 2º A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade;II - nos casos de execução provisória em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. (Alterado pela L-012.322-2010)§ 3º Ao requerer a execução provisória, o exequente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal: (Alterado pela L-012.322-2010)I – sentença ou acórdão exeqüendo;II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;III – procurações outorgadas pelas partes;IV – decisão de habilitação, se for o caso;V – facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente considere necessárias.Art. 587 - É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739). (Alterado pela L-011.382-2006)

STJ Súmula nº 317 - 05/10/2005 - DJ 18.10.2005Execução de Título Extrajudicial - Pendente Apelação Contra Sentença que Julgue Improcedente os Embargos

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    É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos.

Art. 614 - Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial:I - com o título executivo extrajudicial;  (Alterado pela L-011.382-2006)II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; (Alterado pela L-008.953-1994)III - com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (Art. 572). (Acrescentado pela L-008.953-1994)Art. 580 - A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. (Alterado pela L-011.382-2006)

Para execução: requisitos intrínsecos e extrínsecos.

Intrínsecos:

Art. 282 CPC Art. 39, I, CPC

Extrínsecos:

Art.283 CPC Art. 36 e 37 do CPC

Condição: futuro incerto;quando se formar.

Termo: futuro certo, ex: completar 18 anos.

CPC: termo inicial e termo final.

Art. 615 - Cumpre ainda ao credor:I - indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo pode ser efetuada;II - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca anticrese ou usufruto;III - pleitear medidas acautelatórias urgentes;IV - provar que adimpliu a contraprestação, que lhe corresponde, ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor.

CITAÇÃO – PROCESSO DE EXECUÇÃO - 222

É citado para pagar;

EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA CERTA FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

ART. 621 E SEGUINTES

Art. 621 - O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de ti, tulo executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos. ( Alterado pela L-010.444-2002)

Para opor os embargos não precisa garantir o Juízo; para apresentar os embargos o devedor tem 15 dias;

15 dias depois da juntada do mandado de citação nos Autos para opor embargos;

São 10 dias para entrega da coisa da efetivação da citação;

Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. (Acrescentado pela L-010.444-2002)

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Multa chamada de astreintes. Pode ser por minuto, mês, semana, dias, segundo;Art. 222 - CPC - d) nos processo de execução não poderá ser realizada citação pelos correios; 

Art. 622 - O devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos. (Alterado pela L-005.925-1973)

Depositar – dar como caução/garantia. E ainda opõe os embargos e pode pedir efeito suspensivo; 739 A -  Dano irreparável ou de difícil reparação e garantia do juízo;Mas, não é necessário depositar para opor embargos;

Entregar é para dar satisfação da obrigação

Art. 623 - Depositada a coisa, o exeqüente não poderá levantá-la antes do julgamento dos embargos. (Alterado pela L-008.953-1994)

O credor só pode retirar a coisa após o julgamento dos embargos; caso vencedor/procedência;Ação incidental autônoma de natureza cognitiva – embargos. O embargado só pode levantar a coisa se o juiz não conceder efeito suspensivo; ou após a sentença.Se não houver efeito suspensivo o credor pode levantar o objeto a qualquer momento.

Art. 624 - Se o executado entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por finda a execução, salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos. (Alterado pela L-010.444-2002)

Essa coisa depositada rendeu frutos, e deve seguir o principal;Depositou a coisa em atraso, e perde os embargos, deve entregar a coisa, e nos mesmos autos terá que pagar a multa pelo atraso.Entregou a coisa dentro do prazo, há satisfação da obrigação, lavrar-se termo e extingui-se a execução;

Art. 625 - Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel. (Alterado pela L-005.925-1973)

Busca e apreensão - Coisa móvelImissão de posse – coisas imóveis; Art. 626 - Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de depositá-la.

 A citação válida faz litigiosa a coisa (art. 219 CPC)

Art. 627 - O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.

Coisa pereceu, se reverte em perdas e danos, ante a impossibilidade do cumprimento da obrigação (entrega da coisa);O que era entrega de coisa se reverte em pagamento em dinheiro;Tem conhecimento da citação e causa danos ao bem;

§ 1º - Não constando do título o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avaliação, o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial. (Alterado pela L-010.444-2002)

O exeqüente informa o valor que acha devido;O Juiz irá avaliar o pedido;

§ 2º - Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. (Alterado pela L-010.444-2002)

Pericia; Art. 628 - Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.

Úteis e necessárias são benfeitorias indenizatórias; voluptuárias não são indenizáveis.

Entrego a coisa, mas me indenize pelas benfeitorias; é discutido nos embargos;

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Benfeitoria do devedor de 5000 reais, mas o devedor não depositou a coisa no prazo; caso havendo procedência do pedido do credor, o valor pode ser compensado. Exemplo: multa de 5000 dias, e atrasou três dias.

Daí o devedor paga 10.000;

Rejeita os embargos – credor levanta a coisa, lavra-se termo e extingue-se a execução;

Acolhimento dos embargos – devolução da coisa ao devedor;

Indivisível – se beneficia – juntada de mandado de cada um;

Solidária – não se beneficia; depende do objeto;

Duas coisas – se beneficia;

Se o devedor entrega a coisa - lavrar-se termo (art. 624) – sentença de extinção da execução (art. 795).

Rejeição liminar dos embargos – entrega da coisa ao credor

Recebimento dos embargos – impugnação do credor (15 dias 740)

Audiência de instrução e julgamento (art. 740, caput)

Acolhimento dos embargos – devolução da coisa ao devedor

Rejeição dos embargos – entrega da coisa ao credor

EXECUÇAÕ POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE FUNDADO EM TITULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

Art. 646 - A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (Art. 591).

Não pagou vai ser tirado o bem;Citado o executado tem prazos de 3 dias para pagar (dinheiro);(652 cpc)15 dias para opor embargos.

Art. 647 - A expropriação consiste:

I - na adjudicação em favor do exeqüente ou das pessoas indicadas no § 2º do art. 685-A desta Lei; (Alterado pela L-011.382-2006)

II - na alienação por iniciativa particular; (Alterado pela L-011.382-2006)

III - na alienação em hasta pública; (Alterado pela L-011.382-2006)

IV - no usufruto de bem móvel ou imóvel. (Acrescentado pela L-011.382-2006) Art. 648 - Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. Art. 649 - São absolutamente impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; (Alterado pela L-011.382-2006)

III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; (Alterado pela L-011.382-2006)

IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os

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ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste artigo; (Alterado pela L-011.382-2006)obs.dji.grau.2: Art. 655-A, § 2º, Citação do Devedor e Indicação de Bens - CPC

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (Alterado pela L-011.382-2006)

VI - o seguro de vida; (Alterado pela L-011.382-2006)

VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; (Alterado pela L-011.382-2006)

VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; (Alterado pela L-011.382-2006)

IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; (Alterado pela L-011.382-2006)

X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. (Alterado pela L-011.382-2006) (Acrescentado pela L-007.513-1986)XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. (Acrescentado pela L-011.694-2008)

§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 2º O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 3º Na hipótese do inciso IV do caput deste artigo, será considerado penhorável até 40% (quarenta por cento) do total recebido mensalmente acima de 20 (vinte) salários mínimos, calculados após efetuados os descontos de imposto de renda retido na fonte, contribuição previdenciária oficial e outros descontos compulsórios . (vetado) (Acrescentado pela L-011.382-2006) Art. 650 - Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia. (Alterado pela L-011.382-2006)

I - os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados a alimentos de incapazes, bem como de mulher viúva, solteira, desquitada, ou de pessoas idosas;

II - as imagens e os objetos do culto religioso, sendo de grande valor.Parágrafo único.Também pode ser penhorado o imóvel considerado bem de família, se de valor superior a 1000 (mil) salários mínimos, caso em que, apurado o valor em dinheiro, a quantia até aquele limite será entregue ao executado, sob cláusula de impenhorabilidade. (vetado) Art. 651 - Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios. (Alterado pela L-011.382-2006)

Art. 652 - O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. (Alterado pela L-011.382-2006)

§ 1º Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado. (Alterado pela L-011.382-2006)

Em regra quem faz a avaliação é o oficial de justiça;

§ 2º - O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655). (Alterado pela L-011.382-2006)

É um direito do credor indicar os bens a serem penhorados;Mas, se não tem conhecimento e solicita ao juiz que intime o executado a indicar bens livres no prazo de 5 dias; (600 IV)

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§ 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exeqüente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 4º A intimação do executado far-se-á na pessoa de seu advogado; não o tendo, será intimado pessoalmente. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 5º Se não localizar o executado para intimá-lo da penhora, o oficial certificará detalhadamente as diligências realizadas, caso em que o juiz poderá dispensar a intimação ou determinará novas diligências. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

Art. 738 - Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação. (Alterado pela L-011.382-2006)

I - da juntada aos autos da prova da intimação da penhora; (Revogado pela L-011.382-2006)II - do termo de depósito; (Revogado pela L-011.382-2006)

III - da juntada aos autos do mandado de imissão na posse, ou de busca e apreensão, na execução para a entrega de coisa (Art. 625); (Revogado pela L-011.382-2006)

IV - da juntada aos autos do mandado de citação, na execução das obrigações de fazer ou de não fazer. (Revogado pela L-011.382-2006)

§ 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de cônjuges. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 2º Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrônicos, contando-se o prazo para embargos a partir da juntada aos autos de tal comunicação. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

§ 3º Aos embargos do executado não se aplica o disposto no art. 191 desta Lei. (Acrescentado pela L-011.382-2006)

PESQUISAR NO STJ O QUE DIZ:

VALE DA JUNTADA DA CITAÇÃO OU DA CITAÇÃO;

Quando o juiz intima a executado para se manifestar ele já fixa os honorários advocatícios;

O valor da execução não coincide com o valor do débito;

O valor da execução é o valor do débito mais despesas processuais;

Citação na execução é para pagar;

Art. 652-A. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (art. 20, § 4º). (Acrescentado pela L-011.382-2006)

Parágrafo único. No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida pela metade.

Art. 600 - Considera-se atentatório à dignidade da justiça o ato do devedor que: (Alterado pela L-005.925-1973)I - frauda a execução;II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;III - resiste injustificadamente às ordens judiciais;IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Alterado pela L-011.382-2006)

Art. 595 - O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor.Parágrafo único - O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. Art. 596 - Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da sociedade.

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§ 1º - Cumpre ao sócio, que alegar o benefício deste artigo, nomear bens da sociedade, sitos na mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem para pagar o débito.§ 2º - Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no parágrafo único do artigo anterior.

FRAUDE CONTRA CREDORES

Art. 158 do CC

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

Elementos:

a) Consilium Fraudis – subjetivob) Eventus Damni – Objetivo

- ‘’Ação pauliana’’- anulada

FRAUDE À EXECUÇÃO

Artigo 593 do CPC

ALIENAÇÃO DO BEM PENHORADO

Artigo 593, II, CPC

Sumula 375 STJ

STJ Súmula nº 375 - 18/03/2009 - DJe 30/03/2009Reconhecimento da Fraude à Execução - Registro da Penhora - Prova de Má-Fé do Terceiro Adquirente    O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Lei 11382/2006

Consilium frauds e evento daminis – fraude contra credores – elementos objetivos e subjetivos

Artigo 615 A – registrar a própria execução; trazer publicidade a terceiros; após a distribuição da petição inicial;

Registro da execução e depois registro da penhora – vale o registro da execução;

Crédito - 350

Carro - 100

Moto - 50

Apartamento – 300

10 dias para informar o juiz sobre a averbação do registro de execução;

Após o registro da execução se caracteriza fraude a execução;

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Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. § 1º O exeqüente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas, no prazo de 10 (dez) dias de sua concretização.§ 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, será determinado o cancelamento das averbações de que trata este artigo relativas àqueles que não tenham sido penhorados.§ 3º Presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada após a averbação (art. 593).§ 4º O exeqüente que promover averbação manifestamente indevida indenizará a parte contrária, nos termos do § 2º do art. 18 desta Lei, processando-se o incidente em autos apartados. Deve ser desproporcional para gerar indenização;§ 5º Os tribunais poderão expedir instruções sobre o cumprimento deste artigo.Fraude da execução e fraude a bem penhorado

Fraude da execução – insolvência ou coisa litigiosa – 593 I ou II

Alienação do bem penhorado – independe, leilão ou praça

Ineficácia relativa – pode executar um bem penhorado, mas não se deve.. pois depois irá gerar uma ação de regresso;

CPP

Art. 593 - Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência;III - nos demais casos expressos em lei.

Da Fraude Contra Credores – Código CivilArt. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

Art. 600 CPC

Ato atentatório à dignidade da justiça

Contempt of court

Art. 600 - Considera-se atentatório à dignidade da justiça o ato do devedor que: (Alterado pela L-005.925-1973)I - frauda a execução;II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;III - resiste injustificadamente às ordens judiciais; dever das partesIV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Alterado pela L-011.382-2006) segue para o crédito do exeqüente Art. 601 - Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução. (Alterado pela L-008.953-1994) revertido em favor do credor, com influência do inciso 4 do art. 600;Parágrafo único - O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios. (Alterado pela L-005.925-1973) preste caução a ponto de garantir o valor do execução;Contemp of court – pode ser aplicar a multa 600 e 601 com a litigância de má fé art. 14, 17 e 18; existe o bis is idem?

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

a) Cálculo – 475 B – mero calculo aritméticob) Arbitramento – 475 C – NECESSIDADE DE PERICIA 475 Dc) Artigos – 475 E – FATO NOVO, quanto de prejuízo, valores, etc; o liquidante trás as informações; 475 F –

475 G – 475 H;

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1. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA1.1. ConceitoDe acordo com o artigo 586 do Código de Processo Civil, todo titulo executivo, entre ele

a sentença, possui como qualidade essencial a liquidez e a certeza. Assim, caso uma sentença contenha condenação genérica, isto é faltar – lhe a liquidez, será necessário a sua liquidação.

Conforme assinala Vicente Grego Filho [1] "a sentença condenatória pode tornar certo apenas o débito (an debeatur), cabendo à liquidação a atribuição do quanto (quantum debeatur). Assim, embora sejam restritos aos casos previstos no art. 286 e 459, parágrafo único do Código de Processo Civil, as sentenças genérica formuladas através de pedidos genéricos serão sempre passiveis de liquidação, tendo em vista faltar-lhe um dos requisitos essenciais para a execução.

Desta forma, a condenação será genérica se ao tempo da sentença não puder ser determinado o valor da condenação, ou por que este depende de um ato a ser praticado pelo réu ou se não puder ser determinado definitivamente as conseqüências do ato ou fato ilícito.

A liquidação de sentença é uma modalidade de ação de conhecimento, cabível para apuração doquantum debeatur, da obrigação. Desta forma toda vez que a sentença não for líquida será cabível a proposição de a;cão de liquidação.

Uma sentença será considerada líquida quando da conter o quantum debeatur da obrigação, permitindo desta forma sua imediata execução. O ideal é que todas as sentenças sejam passiveis de execução imediata, sejam liquidas, pois este fato traria como conseqüência uma economia processual e também uma maior celeridade e efetividade do órgão jurisdicional.

Assim a liquidação de sentença é uma ação posterior a condenatória e anterior a execução, fundada em uma sentença genérica, tendo como objetivo tornar liquida a condenação visando posterior execução.

1.2. Modalidades de liquidaçãoO Código de Processo Civil de 1973 previu três modalidades de liquidação de sentença,

conforme os tipos de providencias necessárias para apuração do dano.

A primeira modalidade prevista no Código é a liquidação por cálculos do contador, prevista no artigo 604 deste diploma legal. Esta modalidade de liquidação atualmente encontra se revogada por força das modificações imposta pela Lei 8.898/94. Esta modalidade de liquidação era utilizada quando o valor da condenação pudesse ser obtido por cálculos aritméticos, atualmente por força da Lei já mencionada os cálculos são apresentados pelo credor na execução por quantia certa (artigo 652 e seguintes do Código de Processo Civil).

Com esta alteração legislativa deixou de existir o processo de liquidação por cálculos do contador, passando as contas do credor (que substituíram a do contador) a serem discutíveis somente através de embargos do devedor na execução.

A segunda modalidade prevista é a da liquidação por arbitramento (artigo 606 do Código de Processo Civil). Esta modalidade de liquidação é utilizada quando a sentença determinar ou for convencionado pelas partes, ou ainda quando a natureza do objeto assim exigir. A liquidação por arbitramento tem como finalidade a fixação de um valor por um perito.

Em se tratando de direitos difusos e coletivos podemos identificar este tipo de liquidação nos casos onde é necessário o arbitramento do dano moral [2].

Embora a liquidação por arbitramento possa ser assemelhar a uma perícia, deve ser considerada um processo, por ser exaurida por via de sentença proferida por um magistrado [3].

Ainda segunda a autora para Cândido Rangel Dinamarco [4] a liquidação por arbitramento é feita por um perito (o arbitrado), atribuindo valor a uma coisa, a um serviço ou a um prejuízo.

Assim, a finalidade da liquidação por arbitramento é a valoração do bem jurídico tutelado, por meio de um expert, já o juiz não possui conhecimentos técnicos para promover esta valoração.

Desta Forma, a liquidação será realizada por intermédio de um perito nomeado pelo juiz, de acordo com o artigo 607 do Código de processo Civil.

A terceira modalidade prevista no Código De Processo Civil é a liquidação por artigos (artigo 608). Esta modalidade de liquidação será cabível quando for necessário alegar e provar fato novo. Fato Novo é o fato que não serviu de fundamentação à sentença, mas é pertinente ao valor que a sentença deveria fixar.

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Nesta modalidade de liquidação são permitidos todos os meios de prova, em virtude de se submeter ao procedimento comum, sendo, portanto o procedimento de liquidação mais abrangente.

O fato novo de que trata o artigo 608 do Código de Processo Civil devera ser veiculado na petição inicial como causa de pedir da liquidação. Este fato novo conforme ressalta Patrícia Miranda Pizzol [5], devera ser necessário para fixação do quantum debetur, não sendo necessariamente um fato superveniente, podendo ser anterior a decisão de conhecimento, mas deverá ser novo para o processo de liquidação.

Segundo Vicente Greco Filho [6] "no caso da liquidação por arbitramento, pode-se dizer que o valor já está implícito na sentença, bastando que seja declarado. Na liquidação por artigos o valor é expressamente excluído da sentença, ou claramente não incluído, e é acrescentado por nova sentença, a sentença de liquidação".

Discordando do entendimento acima apresentado Patrícia Miranda Pizzol [7] afirma que devido à natureza declaratória da liquidação de sentença, independente da modalidade, a finalidade da liquidação será sempre declarar o valor devido. Dizendo o quantum debeatur, que já existia na época da prolação da sentença embora não pudesse ser delimitado naquela ocasião. Este entendimento nos parece o mais acertado, pois analisa as modalidades de liquidação como um todo com base na sua natureza.

Por tratar-se de processo autônomo será necessária a citação do réu, sendo desta forma possível a ocorrência da revelia, segundo as regras ordinárias de direito.

1.3. Natureza da liquidaçãoConforme pudemos observar no tópico anterior a questão da natureza jurídica da ação

de liquidação é bastante controvertida. Ocorre que esta controvérsia esta relacionada na pratica com os efeitos da sentença do processo de liquidação.

Conforme nos traz Patrícia Miranda Pizzol [8] a doutrina se divide nesta questão, alguns autores como Pontes de Miranda e Alcides de Mendonça Lima entendem tratar-se de ação constitutiva, para estes autores a sentença de liquidação integra o titulo, de modo a constitui-lo. A outra corrente a qual pertence a autora sustenta, de maneira acertada ao nosso ver, ser a natureza jurídica da ação de liquidação declaratória, pois a sua finalidade é declarar ou fixar algo que já existe, embora não expresso na sentença.

Desta corrente participam ainda Humberto Theodoro Jr. e Cândido Rangel Dinamarco [9]. Conforme a citada autora embora a liquidação de sentença vise constituir um titulo executivo, este titulo representa uma obrigação e na verdade seria esta obrigação que a liquidação pretende tornar liquida. Desta forma a obrigação já existe (an debeatur) faltando-lhe apenas o valor, que será declarado na liquidação de sentença.

Entendemos que a segunda corrente doutrinaria é mais acertada, pois a sentença de liquidação não cria um direito, não constitui um quantum debeatur, ao contrario torna liquido algo já existente, declarando o quantum debeatur. Pois, o valor da obrigação existe desde o nascimento da obrigação.

Assim, a sentença de liquidação embora constitua o titulo executivo tem natureza declaratória. Sua finalidade e dar liquidez a obrigação constante da sentença condenatória para que juntas possam formar o titulo executivo, porque a lei que para a execução um titulo executivo precisa ser líquido, certo e exigível.

COMULAÇÃO DE EXECUÇÕES – somente judicial

Requisitos:

a) Identidade do credorb) Identidade do devedorc) Mesma relação jurídicad) Competência

Subjetiva – a, b, c , d -------- e coligação de credores é defesa. Somente é permitido se executar a mesma relação jurídica, o mesmo negócio;

Objetiva – o mesmo negócio e vários títulos, executar os vários títulos executivos;

Sumula 27 STJSTJ Súmula nº 27 - 12/06/1991 - DJ 20.06.1991

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Execução - Mais de Um Título - Mesmo Negócio    Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio.

573 – CPC - Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idêntica a forma do processo.

COMPETENCIA

a) Processo de execução – em relação a natureza da ação cognitiva; 91,92,93,94,95,96,97,98,99,100b) Cumprimento de sentença – duas regras e uma exceção;

475 P –

Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) -

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) – TRF

II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) - 01 vara cível são Jose – competência funcional

III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) – requer cumprimento de sentença na vara competente

Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) – competência relativa, no local mais fácil para executar o devedor.. mora em são Jose, mas tem as propriedades em Balneário comburiu.

RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

PRINCIPIOS INFORMATIVOS NA EXECUÇAÕ CIVIL

1

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ESPÉCIE

Própria Imprópria Direta Indireta

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ELEMENTOS

ObjetivosTítulo executivo

Bens – sem eles não existe execução;

Subjetivos Juiz

Partes – nos pólos ativo e passivo;

LEGITIMIDADE ATIVA

Originária – 566 cpc Derivada – 567 cpc Sucessores, suceder a titularidade do patrimônio; Pai e mãe Pai e mãe Filho 1 filho 2 Neto1 neto 2 Os herdeiros são os sucessores aptos a receber o quinhão hereditário; O mais próximo elimina o mais distante; Não existe ascendente de primeiro grau;

LEGITIMIDADE PASSIVA – 568 cpc

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA QUALQUER EXECUÇÃO

INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR – NÃO CUMPRIO A OBRIGAÇÃO

TITULO EXECUTIVO

Certo, liquido e exigível

Certeza – é o que se deve – é pagamento em dinheiro, entrega de coisa – ‘an debeatur’’

Liquidez – o quanto se deve, ‘’quantum debeatur’’

Exigibilidade –

Titulo executivo é o passaporte para a execução; inaugura a execução;

Judicial – Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; devido uma conciliação ou transação;IV – a sentença arbitral;V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; faz um acordo extrajudicial e pede a homologação judicial;VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; para execução é na vara federal;VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. Autos de inventário – quando alguém morre, pode ser um complexo de bens passivos ou ativos – localiza-se os herdeiros ou sucessores para promover a partilha dos bens;Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.

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A lei de arbitragem afirma o direito, mas se busca a execução no judiciário;O arbitro somente pode proferir sentença, acertando o direito;Executa-se no poder judiciário;

Extrajudicial – 585

Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais: (Alterado pela L-005.925-1973) I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (Alterado pela L-008.953-

1994) II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado

pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; (Alterado pela L-008.953-1994)

III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos

acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,

emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. CRÉDITO

RURAL, HONORÁRIOS ADVOCATICIOS, tem lei própria; § 1º - A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de

promover-lhe a execução. § 2º - Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos

executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

Art. 586 - A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

Art. 587 - É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739).

EXERCÍCIOValor de locação: 5.000,00Condomínio (taxa): 500,00Contrato: 30 meses

CondomínioJoão Paulo PauloLocador locatário

4 meses sem pagar aluguel e condomínios

O condomínio irá cobrar do Paulo – dono-, promover a demanda em face do proprietário – propter ren.Procedimento comum sumário;

Posteriormente Paulo pode executar o contrato com Paulo, e ainda cobrar os 2000 reais que sub-rogou no direito, após pagar ao condomínio;

585 cpc - V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

Boleto bancário é forma de pagamento;

Súmulas do Superior Tribunal de Justiça

STJ Súmula nº 233 - 13/12/1999 - DJ 08.02.2000

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Contrato de Abertura de Crédito - Título Executivo    O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo.

Súmulas do Superior Tribunal de Justiça

STJ Súmula nº 247 - 23/05/2001 - DJ 05.06.2001Contrato de Abertura de Crédito - Ação Monitória    O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

PesquisarHipoteca penhor, anticrese, usufruto e caução;foro e laudêmio

DEBENTURES

As debêntures são valores mobiliários de renda fixa que podem ser emitidos por sociedades por ações, de capital aberto ou fechado. Entretanto, para que sejam distribuídas publicamente, devem ser emitidas por companhias de capital aberto, com prévio registro na CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Há duas formas de debêntures: nominativas ou escriturais. Quanto à classe, podem ser simples,conversíveis ou permutáveis. Já no que diz respeito à garantia, podem ter as seguintes classificações: real, flutuante, quirografária ou subordinada.

Esses títulos dão aos seus detentores um direito de crédito sobre a companhia emissora e possuem características particulares de prazo e rentabilidade, sempre definidas em sua escritura de emissão. As escrituras são os documentos mais importantes das emissões de debêntures. Nelas, estão descritas todas as características do papel: valor nominal; indexador pelo qual o valor é atualizado; prazo; forma de cálculo; rentabilidade proposta pelo emissor; fluxo de pagamento; e condições que devem ser obedecidas pela companhia emissora ao longo da vida útil do ativo.

Definido na data de emissão, o valor nominal das debêntures é atualizado ao longo da existência do título, de acordo com as características previamente estabelecidas na escritura de emissão, resultando no chamado PU (Preço Unitário) da curva, ou PU Histórico. Os negócios realizados com debêntures no mercado secundário podem ser diferentes do seu preço na curva, em função das condições de mercado e liquidez, dando origem aos preços de negociação. Além disso, por determinação do Banco Central, os investidores institucionais são obrigados a marcar suas carteiras a mercado.

Nos casos em que há baixa liquidez do ativo, como ocorre com as debêntures, a ausência de preços de negociação é suprida pelos preços sintéticos de projetos deprecificação, como os desenvolvidos pela ANBIMA. A divulgação em tempo real dos preços praticados no mercado secundário, assim como de preços de referência, a exemplo dos sintéticos, tem sido crescentemente utilizada no mercado internacional como forma de aumentar a transparência dos negócios realizados com debêntures, incentivando a participação de um número maior de investidores.