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Ação do Ambiente
Ambiente: conjunto de fatores climáticos e
edáficos que envolvem o sistema patógeno-
hospedeiro, exercendo importante papel sobre as
doenças.
Fatores Climáticos: são os elementos que dão
características ao clima, ou seja, influenciam o
clima de uma região (EX: altitude e latitude).
Fatores edáficos: são o teor em água,
luminosidade, permeabilidade, temperatura, pH,
constituição em minerais, etc.
- Aparecimento de uma doença: interação entre
uma planta suscetível, de um patógeno e fatores
ambientais favoráveis.
Fatores podem contribuir para a ocorrência de
doenças de plantas:
I) Questões nutricionais
II) Temperatura,
III) Luminosidade
IV) Umidade
V) pH
VI) Chuva e Orvalho.
I) Questões nutricionais: quer pela escassez ou
pelo excesso de adubo.
- Os mecanismos da interação hospedeiro-planta-
nutriente não são completamente conhecidos, mas
admite-se hoje que a severidade pode ser reduzida
por:
A) Aumento de resistência das plantas a
doenças
EX: formação de novas raízes, substituindo
aquelas destruídas por patógenos do solo.
- Para isso é importante a disponibilidade dos
principais elementos, especialmente o fósforo
(P), o nitrogênio (N) e o balanço entre estes dois
elementos.
Exemplo deste tipo de comportamento e
interação do P e do N:
- Redução da severidade da podridão da raiz do
trigo, causada por Gaeumannomyces graminis
var. tritici
- Podridão das raízes da cana de açúcar, causada
por Pythium arrhenomanes.
B) Evasão
- O efeito de determinados nutrientes sobre as
plantas pode levar à evasão em função do
desenvolvimento e maturidade de determinados
órgãos.
EX: O fósforo pode reduzir a fase vegetativa da
planta e com isto reduzir o período de
suscetibilidade à ferrugens.
- Altos níveis de nitrogênio onde normalmente o
período vegetativo é aumentado e a senescência
natural retardada, criando condições de
hospedeiro disponível para o ataque do patógeno.
OBS: Alguns nutrientes ‘fortalecem’ os tecidos
como o fósforo e o potássio,
- Tornam os tecidos mais tenros e suculentos e
consequentemente mais sensíveis como altas
doses de Nitrogênio.
Feijoeiro: o fungo Rhizoctonia solani tem
preferência por tecidos jovens.
- A resistência nestes tecidos aumenta com o
conteúdo de substâncias pécticas e de cálcio no
hipocótilo.
Efeito na lignificacão da sarna da batateira: A
interação de diferentes elementos em equilíbrio
como por exemplo o Cu, B, Fe e Mn, que estão
envolvidos na biossíntese da lignina.
C) Resistência Fisiológica
- Todos os aspectos fisiológicos da resistência estão
intimamente relacionados com o “status”
nutricional das plantas e refletem tanto uma
modificação no ambiente nutricional do patógeno
como a produção e acúmulo de compostos
inibidores da patogênese.
- O aumento da taxa de respiração,
permeabilidade celular e translocação podem
aumentar a disponibilidade de nutrientes para o
patógeno.
- Mecanismos de resistência fisiológica pelos
nutrientes minerais têm sido à regulação de
aminoácidos e à síntese de proteínas.
EX: Nitrogênio - estabelece a composição de
certos aminoácidos e proteínas e o Zinco e outros
elementos interagem com o nitrogênio para
regular aminoácidos, amidas e concentração de
proteínas.
- Cálcio: pode induzir resistência em plantas
através do seu efeito no metabolismo de pectinas.
Esse elemento modifica as pectinas hidrossolúveis
em polipectato insolúvel, o qual é resistente às
enzimas pectolíticas dos patógenos.
- A severidade da murcha do tomateiro, causada
por Fusarium oxysporum f. sp. lycopercisi está
associada com deficiências de cálcio.
- Cálcio: inibe a atividade da poligalacturonase
produzida pelo Fusarium, e assim, influi no estado
de murcha pela decomposição de substâncias
pécticas no hospedeiro.
- protege a membrana celular das células do
hospedeiro e reduz a ligação eletrolítica induzida
pelo patógeno.
- Ferro: é essencial na síntese de algumas
substâncias fungitoxicas, presentes no hospedeiro
como por exemplo as fitoalexinas (induzem
resistência à invasão de determinados patogénos).
- Zinco: Resistência do algodoeiro à murcha de
Fusarium (F. oxysporum f. sp. vasinfectum) está
associada ao zinco que aumenta os teores de
ácido ascórbico e carboidratos nas plantas.
- Cobre: feito tem sido associado à resistência a
determinadas bacterioses.
- Parece associado à inibição das peroxidases e
catalases.
- O decréscimo da atividade da peroxidase resulta
na acumulação de compostos fenólicos,
considerados com potencial bactericida, tornando
plantas de macieira resistentes à bactéria Erwinia
amylovora.
- Cobre: altas concentrações de cobre induzem à
polifenoxidação, a qual converte os fenóis em
quinonas com potencial efeito bactericida.
D) Redução da Virulência do Patógeno
A adubação tem um efeito direto, modificando o
ambiente físico e químico, afetando a
sobrevivência dos patógenos.
No caso de Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli,
sabe-se que o N estimula a formação de
clamidosporos, aumentando a densidade do
inóculo no solo.
- Zinco: induz a produção de toxinas da murcha de
Fusarium em tomateiro.
A adição de zinco em meio de cultura aumentou a
produção de ácido fusárico de F. oxysporum f. sp.
udum.
- Regula a eclosão de larvas de nematóides.
-Ferro: inibe a germinação de esporos e a
formação de apressórios de certos patógenos.
- A redução da severidade de murchas causadas
por Fusarium solani tem sido associada ao zinco,
ferro e manganês, que parecem reduzir a
virulência através da inibição da produção de
certas enzimas pectinolíticas.
Potássio (K):
- Exerce um efeito desfavorável a doenças;
Ex.: Cancro da haste da soja (Diaporthe
phaseolorum), não se manifesta em plantas
adubadas com potássio;
-Em plantas não adubadas a doença ocorre de
forma severa;
OBS: A deficiência de Potássio diminui a
fotossíntese e aumenta a respiração, reduzindo o
suprimento de carboidratos e por conseguinte o
crescimento da planta favorecendo a doença.
Importante fazer o manejo da cultura e
reconhecer que:
• A nutrição mineral da planta pode substituir,
reduzir e até aumentar a demanda por
agroquímicos no controle de doenças em plantas;
• A nutrição é um dos componentes essenciais no
processo de controle integrado de doenças de
plantas, e por si só, pode não resultar em controle
adequado das doenças;
• Na maioria dos casos a deficiência ou
desequilíbrio dos nutrientes no solo ou nos
tecidos vegetais predispõe as plantas ao ataque
de patógenos;
• A nutrição pode em certos casos induzir
resistência, tolerância e escape às doenças;
• O balanço nutricional da planta hospedeira
sempre deverá ser previsto antecipadamente
antes do surgimento das doenças nas plantas, de
acordo com o patógeno, características físicas e
químicas do solo, espécie de planta e exigência
nutricional;
- Os nutrientes maximizam a resistência das
plantas a determinadas doenças, facilitam a
evasão e alteram o ambiente externo, atuando na
sobrevivência, germinação e penetração dos
patógenos, interferindo assim na interação
PLANTA x PATÓGENO x AMBIENTE.
II) Temperatura
- Epidemias são em geral favorecidas por
temperaturas mais altas ou mais baixas.
- Estas plantas tornam-se fracas e predispostas à
doença, uma vez que o patógeno permanece
vigoroso e mais forte que o hospedeiro.
Efeito mais comum da temperatura sobre o
patógeno durante as fases:
- germinação de esporos,
- eclosão de nematóides,
- penetração no hospedeiro,
- crescimento
- reprodução, colonização e esporulação.
Temperatura permanece favorável durante estas
fases:
- Patógenos policíclicos completam o ciclo da doença
em menos tempo, resultando em mais ciclos durante
a estação de cultivo.
Solo: baixas temperaturas reduzem a absorção de
nutrientes, a planta permanece subdesenvolvida,
facilitando a ação de patógenos, principalmente dos
causadores de tombamentos.
Temperaturas ≤ 25ºC: favorecem o
desenvolvimento do E. carotovora var.
atroseptica,
-Temperaturas > 25ºC: favorecem o E.
chrysanthemi e E. carotovora var. carotovora.
III) Luminosidade
- A qualidade e quantidade de luz disponível ao
hospedeiro afetam a fotossíntese e,
consequentemente, as reservas nutritivas,
afetando também a sua reação a uma
determinada doença.
- Culturas em desenvolvimento em ambiente com
déficit de luz estão mais predispostas às doenças.
EX. Estufa: Plantas de tomateiro são mais
predispostas à fusariose sob baixa intensidade
luminosa.
- Oídios são favorecidos pela redução da
luminosidade.
Sob menor luminosidade:
- cutícula tende a ser menos espessa e também
ocorre menor deposição de ceras, podendo facilitar
a penetração de patógenos.
- favorecer a penetração de patógenos, a redução
das barreiras protetoras naturais foliares resulta em
aumento de exsudação e em acúmulo de
exsudados.
IV) Umidade
- Umidade abundante, prolongada ou frequente,
seja na forma de orvalho, chuva ou mesmo
umidade relativa é fator predominante no
desenvolvimento da maioria das epidemias
causadas por fungos, bactérias e nematóides,
pois facilita a reprodução e a disseminação da
maioria dos patógenos.
Umidade relativa do ar (solo):
Favorável: Erwinias sp. são altamente
dependente da alta umidade para provocar
doenças.
Desfavorável: Solos secos desfavorecem a
disseminação e a contaminação da planta pelo
patógeno.
Elevada umidade relativa do ar , associada às
altas temperaturas:
- Míldio (Pseudoperonospora cubensis Berk. &
Curt.) e a Mancha de Corinespora (Corynespora
cassiicola Berk. & Curt.) em pepino japones
(Cucumis sativus).
V) pH
- Influência tanto as plantas como os patógenos.
- Se um pH desfavorecer a planta, poderá
favorecer o patógeno.
- Fungos desenvolvem-se bem numa faixa de pH
entre 4.5 a 6.5,
- Bactérias preferem pH de 6.0 a 8.0.
VI) Chuva, orvalho, neblina, nevoeiro,
molhamento foliar:
EX: Respingos de chuva favorecem a disseminação
da bactéria;
- Chuvas de baixa intensidade mas contínuas
favorecem a infecção dos tubérculos e hastes da
batateira pela bactéria.
A ação do ambiente:
Diretamente:
- Sobrevivência;
- Disseminação;
- Infecção;
- Colonização;
- Reprodução.
Indiretamente:
- Alterando populações ou atividades microbianas
no solo .
Sinergística em relação ao patógeno.EX: Bactérias do gênero Bradyrhizobium que formam nódulos na soja.
Antagônica em relação ao patógeno.EX: Fungos (Pochonia chlamydosporia) parasitas de ovos de nematóide.