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AO EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIRETA DA __VARA ESPECIALIZADO DO CONSUMIDOR DE VITÓRIA – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. [Nome completo do requerente], [nacionalidade], [profissão], [estado civil], portador da Cédula de Identidade [nº] e do CPF [nº], residente e domiciliado na [endereço completo], [CEP], nesta Cidade, por meio de seu advogado signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA EFETUADO PELA INTERNET COM A RESPECTIVA DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS E A CONDENAÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS em face de [Nome completo do requerido], [nacionalidade], [profissão], [estado civil], portador da Cédula de Identidade [nº] e do CPF [nº], residente e domiciliado [endereço completo], [CEP] nesta Cidade, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: DOS FATOS O DEMANDANTE necessitando de um celular de melhor qualidade para contatar seus clientes, tendo em vista que seu aparelho vem apresentado problema insanável, fez uma busca na internet e foi atraído pela publicidade que circula na WEB da empresa MPX SHOP, como vista abaixo: Fonte:

Ação rescisão internet

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AO EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIRETA DA __VARA ESPECIALIZADO DO CONSUMIDOR DE VITÓRIA – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

[Nome completo do requerente], [nacionalidade], [profissão], [estado civil], portador da Cédula de Identidade [nº] e do CPF [nº], residente e domiciliado na [endereço completo], [CEP], nesta Cidade, por meio de seu advogado signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA EFETUADO PELA INTERNET COM A RESPECTIVA DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS E A

CONDENAÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS

em face de [Nome completo do requerido], [nacionalidade], [profissão], [estado civil], portador da Cédula de Identidade [nº] e do CPF [nº], residente e domiciliado [endereço completo], [CEP] nesta Cidade, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O DEMANDANTE necessitando de um celular de melhor qualidade para contatar seus clientes, tendo em vista que seu aparelho vem apresentado problema insanável, fez uma busca na internet e foi atraído pela publicidade que circula na WEB da empresa MPX SHOP, como vista abaixo:

Fonte:

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&source=hp&q=mpxshop&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai=

Antes de efetuar a compra mentalizou as seguintes informações no site:

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Fonte: http://www.mpxshop.com.br/

Em ato contínuo, entrou em contato com a empresa pelos telefones fornecidos no Site:

Fonte: http://www.mpxshop.com.br/

No atendimento, o DEMANDANTE obteve os seguintes dados adicionais: Que a empresa tem sede em outro país, mas tem representante no Brasil, tanto que disponibiliza telefones em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. E, quanto ao prazo de entrega, não ultrapassaria a 25 dias úteis após a postagem. Frise-se que a mesma atendente forneceu o link para que requerente confirmasse o prazo.

Fonte: http://www.mpxshop.com.br/textos.asp?id=4

E mais, disse que efetuada a compra seria fornecido o código de rastreamento pelos correios como se verifica abaixo:

Fonte: http://www.mpxshop.com.br/textos.asp?id=4

Seguro das informações fornecidas tanto pela publicidade, bem como pelo atendimento telefônico, o DEMANDANTE se cadastrou e fez o pedido do produto descrito abaixo:

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Após a compra o sistema lhe forneceu automaticamente o seguinte código de rastreamento:

000000000000

NOBRE JULGADOR

Como se pôde visualizar, o DEMANDANDO – FORNECEDOR, atendeu os ínfimos direitos básicos do DEMANDANTE – CONSUMIDOR, constantes no artigo 6º do Código Consumerista, no que diz respeito à publicidade e a informação.

Passados 25 dias, posteriores a postagem começou a “Via Crúcis” do DEMANDANTE.

Senão veja-se:

Como se pode verificar abaixo, colocando o número de rastreamento fornecido pela DEMANDADA, no campo de busca no Site dos Correios, o sistema não acusa nenhum dado sobre o produto.

Ligando para a DEMANDADA para saber o que havia ocorrido, lhe foi passado às seguintes informações:

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“Houve algum erro de logística!?” Tão logo sanado, entraremos em contato!?”“ Fique tranqüilo que o produto já foi enviado!?” “

Destacamos o final da conversa: “Pedimos que o senhor aguarde na linha para dar uma nota ao nosso atendimento.”

Em suma: Passados 60 dias, leia-se: após a dita postagem, não houve qualquer solução até a presente data.

Ademais, por ironia do destino, além desses inconvenientes o DEMANDANTE – CONSUMIDOR recebeu de um de seus clientes a seguinte missiva:

“Caro Fulano

Como você não atende ao telefone fornecido em seu cartão ou se lê “pronto atendimento”, tomei a liberdade de escrever essa carta para saber que tipo de profissional se presta a esses serviços em total desrespeito ao cliente.

Lembre-se que no dia que Vossa Senhoria passou em minha casa oferecendo os seus serviços, até um cafezinho lhe foi oferecido.

Em Tempo: Infelizmente já passei seu número a outros que me pediram uma referência.

E que referência! Agora sou eu o motivo de reclamação!

Se não puder retornar a carta, pelo menos procure um telefone público que já estarei satisfeita.

Vila da Tolerância Zero, sem número, Bairro da Paciência.

Atenciosamente,

Beltrano

Veja Excelência, a que ponto chegou à compra de um simples celular não entregue! E mais, como dimensionar e mensurar a extensão do descaso da DEMANDADA? Isto somado a carta estampada acima dirigida ao DEMANDANTE que não se revela um mero transtorno ou aborrecimento. Observe-se que o desgaste sofrido pelo DEMANDANTE ultrapassou os padrões normais do aborrecimento cotidiano.

E sem aspas, o descaso não para aí! Confira-se abaixo o email e a resposta da empresa MPXSHOP ao patrono do DEMANDANTE, solicitando somente o nome do representante e o número do CNPJ:

Email do patrono:

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Resposta da DEMANDADA:

Pergunta-se: Essa conversa “ching ling”, há quem entenda? Não poderia a empresa, (Leia-se: MPXSHP) se limitar a remeter o nome e o CNPJ do responsável no Brasil?

Esse é o triste quadro fático que parafraseando Monteiro Lobato, se encontra o DEMANDANTE, “Triste como o curiango, nem sequer assobia.”

DO DIRETO

Da Lei Consumerista, destacamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

SEÇÃO IIDa Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.

Inclui-se nesse dispositivo a contratação pela internet, e nesse item a empresa apresenta sua sede em outro país e seu representante no Brasil, apenas os telefones.

Portanto, não há como se negar a responsabilidade solidária na forma prescrita pelo artigo 34. Confira-se:

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.

De tudo, resta ainda, o dano moral:

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No presente caso, o dever de indenizar prescinde de prova da repercussão do gravame, bastando o ato em si, eis que a carta enviada ao DEMANDANTE é fato suficiente para causar dano moral.

Nesse sentido são as lições de Humberto Theodoro Junior (in Dano Moral, 4ª ed., Editora Juarez de Oliveira: São Paulo, 2001, p. 08):

"Quanto à prova, a lesão ou dor moral é fenômeno que se passa no psiquismo da pessoa e, como tal, não pode ser concretamente pesquisado. Daí porque não se exige do autor da pretensão indenizatória que prove o dano extrapatrimonial." 

Acerca da natureza dos danos morais, da doutrina colacionamos as preleções que seguem:

"Qualificam-se como morais os danos em razão da esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador, havendo-se como tais aqueles que atingem os aspectos mais íntimos da personalidade humana (o da intimidade e da consideração pessoal), ou o da própria violação da pessoa no meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração social)" (Carlos Alberto Bittar, Reparação civil por danos morais, RT, 1992, p. 41). 

"Entende-se por danos morais aqueles 'ocorridos na esfera da subjetividade, ou no plano valorativo da pessoa e da sociedade, alcançando os aspectos mais íntimos da personalidade humana ('o da intimidade e da consideração pessoal'), ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua ('o da reputação ou da consideração social'). Derivam, portanto, de 'práticas atentatórias à personalidade humana' (STJ, 3ª Turma, voto do Relator EDUARDO RIBEIRO, no REsp 4.236, in BUSSADA, Súmulas do STJ, São Paulo, Jurídica Brasileira, 1995, p. 680). Traduzem-se em 'um sentimento de pesar íntimo da pessoa ofendida' (STF, RE 69.754/SP, RT 485/230), capaz de gerar 'alterações psíquicas' ou 'prejuízos à parte social ou afetiva do patrimônio moral' do ofendido (STF, RE 116.381-RJ, BUSSADA, ob. cit., p. 687)" (Humberto Theodoro Júnior, Dano moral, Oliveira Mendes, 1998, 1ª ed., p. 2-3).

Por fim, num “clique” graças ao mundo “online”, “plugado”,” internetizado”, hoje qualquer consumidor pode pinçar em tempo real, qualquer informação nos quatro cantos do planeta. Abaixo colacionamos uma das centenas de outras reclamações não resolvidas pela DEMANDADA, extraída do Site Reclame Aqui:

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Fonte: http://www.reclameaqui.com.br/644036/mpxshop-eletronicoswww-mpxshop-com-br/nao-comprem-nada-da-empresa-mpxshop/

Se Vossa Excelência tiver paciência, basta efetuar uma análise por intermédio da ferramenta de pesquisa do Google na internet, digitalizando a seguinte frase: “mpxshop reclame aqui”, e terá uma ideia de como, não só o DEMANDANTE, bem como, centenas de outros consumidores, são tratados pela DEMANDADA.

Fonte: http://www.reclameaqui.com.br/indices/9939/mpxshop-eletronicoswww-mpxshop-com-br/

Ante o exposto, requer:

DO PEDIDO

A desistência da contratação pelo não cumprimento da obrigação.

A devolução dos valores de R$....., monetariamente atualizados, na forma prescrita no artigo 49, Parágrafo Único, do Código do Consumidor.

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Requer digne-se Vossa Excelência, condenar a DEMANDADA a pagar ao DEMANDANTE indenização por danos morais no valor não inferior a 40 (quarenta) salários mínimos.

AO FINAL:

a) Sejam acolhidos os pedidos declinados no item anterior para julgar integralmente procedente esta ação.

b) Determine-se a citação do réu, pelo correio, na pessoa de seu representante legal, no endereço preambularmente declinado para que, querendo, conteste os termos da presente, sob as penas legais.

c) A produção de todo o gênero de provas em direito admitidas, bem como as moralmente legítimas, ainda que não elencadas no CPC, especialmente, juntada de novos documentos e ouvida das testemunhas arroladas, que deverão ser intimadas, pelo correio.

Dá-se à causa, o valor de somar quarenta salários mínimos e o valor do produto.  Atenção em juizado não pode ultrapassar os 40 salários.

Pede Deferimento.

Vitória, 16 de junho de 2010.