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1 RESOLUÇÃO DA PROVA DE CONTABILIDADE PÚBLICA DO CONCURSO ACE/TCU 2005/2006. Olá pessoal! Nesta aula iremos resolver a prova de Contabilidade Pública do concurso do TCU, aplicada em 21 e 22 de janeiro de 2006. Como vocês poderão verificar, a prova foi extremamente fácil e eu diria até que foi a prova de Contabilidade Pública mais fácil dos últimos 5 anos em que essa matéria foi cobrada em concursos públicos. Mesmo assim, alguns erros de gabarito ensejaram a interposição de recursos. Vamos à prova: Questão Facílima e conceitual!! De acordo com o artigo 35 da lei 4.320, pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; e II - as despesas nele legalmente empenhadas. De acordo com o disposto na referida lei, para que uma despesa possa ser considerada no resultado do exercício, é necessário que seja legalmente empenhada. Deste modo, se, por exemplo, a Administração Pública fizer um empenho em X0 relativo a uma prestação de serviço por parte de um fornecedor, sendo o serviço realizado e pago em X1, a despesa é considerada no resultado do exercício de X0. As despesas públicas possuem um trâmite bem peculiar. Uma vez empenhada a despesa, ela deverá ser levada à apuração do resultado do exercício em que ocorreu o empenho, independentemente da ocorrência ou não da prestação, por parte do fornecedor, do objeto do empenho. Por outro lado, de acordo com a Lei nº 4.320/1964, o "fato gerador" da receita é o seu efetivo recebimento. Se, por exemplo, a Administração Pública prestar um

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RESOLUÇÃO DA PROVA DE CONTABILIDADE PÚBLICA DO CONCURSO ACE/TCU 2005/2006.

Olá pessoal! Nesta aula iremos resolver a prova de Contabilidade Pública do concurso do TCU, aplicada em 21 e 22 de janeiro de 2006. Como vocês poderão verificar, a prova foi extremamente fácil e eu diria até que foi a prova de Contabilidade Pública mais fácil dos últimos 5 anos em que essa matéria foi cobrada em concursos públicos. Mesmo assim, alguns erros de gabarito ensejaram a interposição de recursos. Vamos à prova:

Questão Facílima e conceitual!! De acordo com o artigo 35 da lei 4.320, pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas; e II - as despesas nele legalmente empenhadas. De acordo com o disposto na referida lei, para que uma despesa possa ser considerada no resultado do exercício, é necessário que seja legalmente empenhada. Deste modo, se, por exemplo, a Administração Pública fizer um empenho em X0 relativo a uma prestação de serviço por parte de um fornecedor, sendo o serviço realizado e pago em X1, a despesa é considerada no resultado do exercício de X0.

As despesas públicas possuem um trâmite bem peculiar. Uma vez empenhada a despesa, ela deverá ser levada à apuração do resultado do exercício em que ocorreu o empenho, independentemente da ocorrência ou não da prestação, por parte do fornecedor, do objeto do empenho.

Por outro lado, de acordo com a Lei nº 4.320/1964, o "fato gerador" da receita é o seu efetivo recebimento. Se, por exemplo, a Administração Pública prestar um

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serviço em março, e receber o numerário em junho, a receita será contabilizada em junho. Portanto, o regime da Contabilidade Pública é MISTO, sendo que é de competência (reconhecimento quando da ocorrência do fato gerador: prestação do serviço, recebimento do bem etc) para as despesas e de caixa (reconhecimento quando do recebimento do numerário, independentemente da ocorrência do fato gerador) para as receitas. LETRA “C”

Esta questão trata dos 3 estágios da receita e da despesa! Vamos descrevê-los? (trechos do livro “Tópicos de Contabilidade Pública” disponível aqui no site do vemconcursos): Estágios da Receita Pública 1º ESTÁGIO (Previsão): Estimativa de arrecadação da receita constante da LOA (Lei Orçamentária Anual). Sendo que esta está dividida em 2 partes: a primeira consiste no estabelecimento da metodologia de elaboração da estimativa e a segunda, consiste no lançamento que, segundo a Lei 4.320/1964, em seu art.53 :

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(...) é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Já o Código Tributário Nacional assim conceitua o lançamento:

Art.142 Compete privativamente à autoridade administrativa constituir crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Obs: Não confundir o lançamento do crédito tributário com o lançamento contábil. O lançamento do crédito tributário é um procedimento administrativo com a finalidade descrita no art. 142 do CTN acima transcrito. O lançamento contábil é referente às partidas dobradas e obedece aos princípios gerais da contabilidade.

Portanto, tem a ver com a 5ª lacuna da direita!

2º ESTÁGIO (Arrecadação): Entrega realizada pelos contribuintes aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente dos recursos devidos ao Tesouro. A arrecadação ocorre somente uma vez, vindo em seguida o recolhimento. Quando um ente arrecada para outro ente, cumpre-lhe apenas entregar-lhe os recursos pela transferência dos recursos não sendo considerada arrecadação quando do recebimento pelo ente beneficiário (texto do Manual de Receitas Públicas).

Corresponde à 2ª lacuna da coluna da direita!

3º ESTÁGIO (Recolhimento): Transferência dos valores arrecadados para a Conta Única do Tesouro Nacional, observado o princípio da Unidade de Caixa representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente, conforme dispõe o § 3º do art. 164 da Constituição Federal:

(...) As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e dos Órgãos e Entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. Corresponde à última lacuna da coluna da direita! Estágios da Despesa Pública 1º ESTÁGIO (Empenho): Segundo a Lei 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade competente (chefe do executivo ou outros, por delegação de competência) que cria para o estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Corresponde à 1ª lacuna da coluna da direita!

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2º ESTÁGIO (Liquidação): É a verificação do implemento da condição. Nesta fase deve-se verificar o cumprimento da obrigação, tendo por base o contrato, a nota de empenho e os comprovantes de entrega. Feita a liquidação, é emitida a Ordem de Pagamento que é o despacho exarado pela autoridade competente determinando que a despesa seja paga. A realização da despesa ocorre com a liquidação. Corresponde à 4ª lacuna da coluna da direita! 3º ESTÁGIO (Pagamento): É o efetivo desembolso financeiro, precedido do empenho e da liquidação. Será efetuado por tesouraria ou pagadoria, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamentos. Corresponde à 3ª lacuna da coluna da direita! Portanto, a ordem correta é 4-2-6-5-1-3, LETRA “A”

Vamos analisar os desdobramentos das contas do Plano de Contas:

Subitem

X X X

Conta Corrente

3º nível -

4º nível -

5º nível -

6º nível -

7º nível -

Subgrupo

Elemento

Subelemento

Item

1º nível - Classe

2º nível - Grupo

X X XX XX Código Variável

Vamos agora ver o Plano de Contas até o 2º nível de desdobramento (Grupo):

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1 A T I V O 2 P A S S I V O 1.1 CIRCULANTE (letra B) 2.1 CIRCULANTE (letra C) 1.2 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (letra D) 2.2 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

2.3 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

1.4 PERMANENTE 2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (letra A) 1.9 COMPENSADO

2.9 COMPENSADO

3 D E S P E S A 4 R E C E I T A (letra E) 3.3 DESPESAS CORRENTES 4.1 RECEITAS CORRENTES 3.4 DESPESAS DE CAPITAL 4.2 RECEITAS DE CAPITAL 4.9 * DEDUÇÕES DA RECEITA 5 RESULTADO DIMINUTIVO DO EXERCÍCIO

6 RESULTADO AUMENTATIVO DO EXERCÍCIO

5.1 RESULTADO ORÇAMENTÁRIO 6.1 RESULTADO ORÇAMENTÁRIO 5.2 RESULT. EXTRA-ORÇAMENTÁRIO 6.2 RESULT.EXTRA-ORÇAMENTÁRIO 6.3 RESULTADO APURADO

Podemos reparar que somente a receita (LETRA E) é uma Classe. O restante corresponde a Grupos (2º nível).

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A ESAF divulgou o gabarito desta questão errado e foram interpostos recursos junto àquela instituição. A ordem correta é 2-1-3-4. Letra B. Vamos às definições constantes da lei 4.320/1964: O art. 101 da citada Lei, estabelece: (...)Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais(...) O art. 102 da Lei nº 4.320/1964 estabelece que “...o Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.”. O art. 103 da Lei 4.320/1964 estabelece:

(...) O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. O art. 104 estabelece: (...) A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. Já o art. 105, estatui: “...o Balanço Patrimonial demonstrará:

I – O Ativo Financeiro; II- O Ativo Permanente; III – O Passivo Financeiro; IV – O Passivo Permanente; V – O Saldo Patrimonial; VI – As Contas de Compensação”.

Esta questão, cobra o texto literal da Lei nº 4.320/1964. A resposta, portanto, é a Letra B.

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Esta questão também gerou a possibilidade de recurso. Vejamos: Como já vimos na aula sobre o Plano de Contas (1ª parte), a Contabilidade Pública trabalha com quatro sistemas de contas distintos: o Financeiro, o Patrimonial, o de Compensação e o Orçamentário. Para cada sistema de contas pode ser elaborado um balancete de verificação. Dessa forma, um lançamento a débito, por exemplo, do sistema patrimonial tem como contrapartida, necessariamente, um crédito no mesmo sistema. Não podemos nunca, na Contabilidade Pública, debitar uma conta de um sistema e creditar em conta de outro sistema. Sistema Financeiro

Registra pagamentos e recebimentos de despesas e receitas orçamentárias e extra-orçamentárias. É fácil saber se uma conta é do sistema financeiro ou não. Todas as contas que tenham como contrapartida a conta “caixa” ou “bancos” (sendo pagamento ou recebimento) são do sistema financeiro assim como os valores a receber e a pagar. Assim, fazem parte do sistema financeiro as seguintes contas:

- Banco ou Caixa (bens representados por dinheiro)

- Direitos a Receber (financeiros)

- Obrigações a Pagar (financeiros)

- Receitas Orçamentárias

- Despesas Orçamentárias

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- Ingressos Extra-Orçamentários

- Desembolsos Extra-Orçamentários

- Etc.

Sistema Patrimonial

Registra bens, direitos e obrigações que não estejam relacionados à movimentação financeira e de direitos a receber e obrigações a pagar. Exemplo:

- Bens (não financeiros)

- Direitos (não financeiros)

- Obrigações (Ex: provisões)

- Mutações Ativas e Passivas

- Transferências

- Etc.

Sistema de Compensação

Tem como função principal o controle dos atos administrativos. São os bens, direitos e obrigações potenciais. Quando se faz um contrato, por exemplo, registra-se uma conta do sistema compensado e credita-se em outra conta do mesmo sistema. Quando o contrato é executado, faz-se o lançamento inverso. Assim, essas contas fazem contrapartida consigo mesma. Não alteram a situação líquida patrimonial. Exemplo de contas de compensação:

- Contratos

- Fiança

- Aval

- Convênios

- Programação Financeira

Etc.

Sistema Orçamentário

Tem o objetivo de efetuar o controle da execução do orçamento público. Têm as mesmas características do sistema compensado por efetuarem controle também. Não geram alteração na situação líquida patrimonial. Exemplo:

- Dotação Inicial

- Dotação Adicional

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- Emissão de Empenho

- Receita a Realizar

- Receita Realizada

- Etc.

Voltando à resolução da questão:

- A letra A refere-se claramente ao sistema FINANCEIRO e não ao orçamentário.

- A letra B consta como a resposta correta pelo gabarito oficial, mas, na minha opinião, há um erro nessa assertiva. Vejamos:

- As contas do sistema orçamentário de fato estão dispostas nos grupos “ativo compensado” e “passivo compensado” do Plano de Contas.

- Na segunda parte da assertiva temos “(...) sendo representadas pelos grupos 1.9.1/2.9.1 (Execução Orçamentária da Receita) e 1.9.2/2.9.2 (Execução Orçamentária da Despesa). Ora, a assertiva refere-se ao terceiro nível de desdobramento das contas e, portanto, não poderia ser GRUPO (2º nível) e sim SUBGRUPO (3º nível).

- Além disso, as contas com a função de controle são as dos seguintes subgrupos: 1.9.1 (Execução da Receita), 2.9.1 (Previsão Orçamentária da Receita – e não execução!!), 1.9.2 (Fixação Orçamentária da Despesa – e não execução!!) e 2.9.2 (Execução da Despesa). Portanto, a banca examinadora incorreu em um erro ao considerar que os subgrupos (enfatize-se!) 1.9.1 e 2.9.1 referem-se à execução da receita e os subgrupos 1.9.2 e 2.9.2 referem-se à execução da despesa.

- A letra C refere-se às contas do sistema PATRIMONIAL.

- A letra D refere-se às contas do sistema ORÇAMENTÁRIO.

- E, finalmente, a letra E refere-se ao sistema FINANCEIRO.

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Outra questão polêmica!! Vamos resolvê-la: O Balanço Orçamentário simplificado ficaria da seguinte forma:

RECEITAS DESPESAS Título Previsão Execução Diferença Título Fixação Execução Diferença

... Corrente

60

De Capital

40

Corrente

65

De Capital

35

Corrente

(5)

De Capital

5

... Corrente

60

De Capital

40

Corrente

60

De Capital

40

Corrente

0

De Capital

0

SOMA 100 100 0 SOMA 100 100 0 Déficit Corrente

Superávit Corrente

5 (5)

Déficit de Capital

5 (5) Superávit de Capital

TOTAL 100 105 (5) TOTAL 100 105 (5) - Para sabermos se houve ou não superávit/déficit corrente ou de capital, devemos apenas confrontar os valores das colunas “receitas realizadas” e “despesas realizadas”. Execução da Receita Corrente – Execução da Despesa Corrente = 5 (Superávit Corrente) Execução da Receita de Capital – Execução da Despesa de Capital = 5 (Déficit de Capital) Execução Total da Receita – Execução Total da Despesa = 0 (Equilíbrio Orçamentário)

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Existem 2 alternativas que apresentam como solução o superávit corrente de $ 5 (alternativas A e E). Agora, é necessário analisar o tratamento do superávit corrente, conforme os ditames da Lei 4.320/1964:

Art. 11. (...) (...) § 3º O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item da receita orçamentária. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939/1982).

Apesar do mandamento da Lei nº 4.320/1964 de que o superávit do orçamento corrente não constitui item da receita orçamentária, NÃO QUER DIZER QUE SEJA ITEM DA RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA. O Manual de Receitas Públicas da Secretaria do Tesouro Nacional (Portaria nº 219/2004), define receitas extra-orçamentárias conforme o seguinte:

Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Estes ingressos são denominados recursos de terceiros.

Como podemos verificar, o conceito de receita extra-orçamentária, (no Manual, utiliza-se o termo “ingresso extra-orçamentário” porque este, segundo os preceitos do mesmo, não constitui receita pública) é relacionado a entradas compensatórias no Ativo e Passivo Financeiros, nada tendo a ver com o superávit. Então, qual seria a classificação correta do superávit do orçamento corrente? O Art. 11, dispõe o seguinte: § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982). As receitas orçamentárias podem ser: correntes ou de capital. A Lei nº 4.320/1964 estabelece no citado § 2º do art. 11 que o superávit do orçamento corrente é uma receita de capital, sendo, portanto, uma receita orçamentária. A aparente contradição entre o § 2º e o § 3º resolve-se da seguinte forma:

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Ora, conceitualmente o superávit do orçamento corrente é uma receita de capital e as receitas de capital são orçamentárias. Entretanto, para que não haja duplicidade de valores, o valor do superávit não deve ser considerado como item da receita orçamentária. O superávit corrente já está implícito no demonstrativo (Balanço Orçamentário), pois é a confrontação das receitas e despesas realizadas e que, apesar de ser uma receita orçamentária de capital, não deve constar do balanço orçamentário. A resposta do gabarito oficial aponta para a alternativa “E”. Esta questão deverá ser anulada, pois não há resposta correta! Um grande abraço e até a próxima!! Leonardo Nascimento