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UNIVERSAIDADE TUIUTI DO PARANÁ ALEX LUBA LIPINSKI ACHADOS DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CURITIBA - PR 2014

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UNIVERSAIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ALEX LUBA LIPINSKI

ACHADOS DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS EM PACIENTES COM

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

CURITIBA - PR

2014

2

ALEX LUBA LIPINSKI

ACHADOS DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS EM PACIENTES COM

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Fonoaudiologia como pré-

requisito para o título de Bacharelado em

Fonoaudiologia.

Professora Orientadora: Dra. Adriana

Bender Moreira de Lacerda.

CURITIBA - PR

2014

3

Aos meus pais e irmão, que sempre me apoiaram e me ensinaram o

significado do amor.

A minha família, que me deu o suporte necessário para enfrentar todas as

dificuldades impostas.

4

AGRADECIMENTOS

A Deus pоr ter me dado a oportunidade dessa realização pessoal.

A Universidade Tuiuti do Paraná, pela oportunidade de fazer о curso de

Fonoaudiologia.

A minha orientadora Dra. Adriana Bender Moreira de Lacerda, pelo suporte,

confiança, incentivo e pelo empenho dedicado à elaboração desta pesquisa. A

professora Maria Regina Franke Serrato, pelo apoio durante todo o processo de

minha formação profissional.

A Matheus Adolfo Lipinski e Felipe Hikary Nishiyama, que me incentivaram a

seguir sempre em frente, mesmo nas horas de desanimo.

A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ

muito obrigado.

5

"A nossa recompensa está no esforço, não no resultado. Um esforço total é

uma vitória completa."

Mahatma Gandhi

6

RESUMO

Trata dos achados das Emissões Otoacústicas Evocadas em pacientes com

Disfunção Temporomandibular. Dentre os sintomas apresentados pelos pacientes

com Disfunção Temporomandibular, a hipoacusia e o zumbido estão presentes na

grande maioria dos casos e a avaliação auditiva auxilia na sua investigação,

estabelecendo a base dos procedimentos clínicos e/ou cirúrgicos. Pretende-se

avaliar os achados das Emissões Otoacústicas Evocadas. É um estudo transversal,

quantitativo, no qual foram realizados EOAE em pacientes com diagnóstico de

Disfunção Temporomandibular. Os exames realizados foram: otoscopia, anamnese,

audiometria, timpanometria e Emissões Otoacústicas Evocadas por estímulo

Transiente e Produto de Distorção. Os resultados demonstraram que a média do

limiar auditivo nas frequências de 250Hz a 4000Hz está dentro dos padrões da

normalidade, exceto nas frequências de 6000Hz e 8000Hz, todos os pacientes

apresentaram timpanometria do tipo A, verificou-se que não existe dependência

significativa entre a audiometria (alterado e normal) e a EOAT (alterado e normal). e

que existe uma diferença significativa nos valores dos resultados da amplitude da

EOAPD entre o grupo de estudo e controle em grande parte das frequências

avaliadas. Concluí-se que pode haver alteração no mecanismo de amplificação

coclear causada pela DTM e também que as EOAPD podem ser uma ferramenta

complementar, para o auxílio na detecção precoce da perda auditiva em portadores

de DTM.

Palavras-chave: Disfunção temporomandibular, Emissões Otoacústicas Evocadas,

identificação precoce, sensibilidade auditiva.

7

ABSTRACT

Relates the results of Evoked Otoacoustic Emissions (EOAE) in patients with

Temporomandibular Dysfunction (TMD). From among the symptoms presented by

the patients with the referred dysfunction, hearing loss its investigation, establishing

the base of the clinic procedures and/or surgical. It is intended to evaluate the results

of Evoked Otoacoustic Emissions. This research is a transversal study, quantitative,

in which EOAE were conducted on patients with diagnosis of Temporomandibular

Dysfunction. The performed exams were: rotoscoping, anamnesis and Evoked

Otoacoustic Emissions by Transient and Distortion Product stimulus. The results

showed that the hearing range average at the frequencies from 250Hz to 4000Hz is

at the normal expected patterns, except at frequencies of 6000Hz and 8000Hz, all

patients had tympanometry type A, also that there is no significant dependence

between audiometry (altered and normal) and otoacoustic emissions (altered and

normal) and that is a significant difference at the values of the G1 and G2 amplitude

results at practically all studied frequencies. It is concluded that there may be

changes in cochlear amplification mechanism caused by the TMD and also that

Otoacoustic Emissions Distortion Product may be a complementary tool to aid in the

early detection of hearing loss in patients with TMD.

Keywords: Temporomandibular Dysfunction, Evoked Otoacoustic Emissions,

premature identifications, hearing sensibility.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 3-1 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ............................................. 19

Figura 3-2 ORELHA HUMANA .................................................................................. 28

Figura 3-3 INTERIOR DA CÓCLEA .......................................................................... 29

9

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DOS LIMIARES AUDITIVOS DO

GRUPO ESTUDO (N=22) ........................................................................................ 377

TABELA 2- DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE RESULTADOS ALTERADOS E

NORMAIS DA AÚDIOMETRIA E DA EOAT ............................................................. 388

TABELA 3 - COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS (NORMAL E ALTERADO)

DA AÚDIOMETRIA COM OS DA EOAT OD ............................................................ 388

TABELA 4 - COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS (NORMAL E ALTERADO)

DA AÚDIOMETRIA COM OS DA EOAT OE ............................................................ 399

TABELA 5 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

(CORRELAÇÃO), ENTRE OS GRUPOS ESTUDO ( N=22) E CONTROLE (N=38) .. 399

TABELA 6 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

(CORRELAÇÃO) OVERALL, ENTRE OS GRUPOS ESTUDO ( N=22) E CONTROLE

(N=38) ........................................................................................................................ 40

TABELA 7 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

RELAÇÃO SINAL/RUÍDO, ENTRE OS GRUPOS ESTUDO ( N=22) E CONTROLE

(N=38) ...................................................................................................................... 411

TABELA 8 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (OVERALL), ENTRE OS GRUPOS ESTUDO ( N=22) E

CONTROLE (N=38) ................................................................................................. 422

10

TABELA 9 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS

DO PRODUTO DE DISTORÇÃO, RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (DB), ENTRE OS

GRUPOS ESTUDO ( N=22) E CONTROLE (N=38) .................................................. 433

TABELA 10 -ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS

DO PRODUTO DE DISTORÇÃO, AMPLITUDE ENTRE OS GRUPOS ESTUDO

(N=22) E CONTROLE (N=38) ................................................................................... 444

11

LISTA DE SIGLAS

ATM Articulação Temporomandibular

DTM Disfunção Temporomandibular

EOA Emissões Otoacústicas

EOAE Emissões Otoacústicas Evocadas

EOAT Emissões Otoacústicas Transientes

EOAPD Emissões Otoacústicas Produto de Distorção

dB Decibel

dBNPS Decibel Nível de Pressão Sonora

dBNA Decibel Nível de Audição

VA Via Aérea

VO Via Óssea

GAP “Intervalo/lacuna”

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 13

2 OBJETIVOS ............................................................................................ 16

2.1 GERAL .................................................................................................... 16

2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................ 16

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 17

3.1 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ............................................. 17

3.1.1 Anatomia da articulação temporomandibular .......................................... 17

3.2 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ................................................. 19

3.3 ESTUDOS EM PACIENTES COM DTM RELACIONADO AOS SINAIS,

SINTOMAS E ACHADOS AUDIOLÓGICOS .............................................................. 21

3.4 ANATOMOFISIOLOGIA DA CÓCLEA ..................................................... 26

3.5 EMISSÕES OTOACÚSTICA ................................................................... 29

4 METODOLOGIA ..................................................................................... 34

5 RESULTADOS ........................................................................................ 37

6 DISCUSSÃO ........................................................................................... 46

7 CONCLUSÃO ......................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50

ANEXOS ................................................................................................................... 55

ANEXO 1 - ANAMNESE AUDIOLÓGICA................................................................... 55

13

1 INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular é considerada uma das mais completas

articulações do ser humano, pois permite diversos movimentos. A mastigação, a

deglutição, a fonação e a postura, dependem muito da função, saúde e estabilidade

desta articulação para funcionarem de forma adequada (PEREIRA, 2005).

Quando existe alguma alteração nesta articulação há o que chamamos de

Disfunção Temporomandibular, que acarreta uma série de problemas clínicos que

envolvem a musculatura mastigatória, a própria articulação e estruturas associadas

(MACHADO, 2010). Segundo Santos (2006), a DTM pode não apresentar etiologia

definida, acredita-se que fatores funcionais, estruturais e psicológicos estejam

reunidos, caracterizando multifatoriedade à origem da disfunção da ATM, estes

fatores podem ser: alterações na oclusão, lesões traumáticas ou degenerativas da

ATM, problemas esqueléticos, psicológicos e hábitos deletérios (QUINTO, 2000).

Os sintomas mais descritos são: dor intra-articular, espasmo muscular, dor

intra-articular combinada com espasmos musculares, dor reflexa, dor na abertura e

fechamento da mandíbula, dor irradiada na área de temporal, masseterina ou

infraorbital; crepitação; dor ou zumbido no ouvido; dor irradiada no pescoço; dor de

cabeça crônica; hipoacusia; xerostomia dentre outros (ZOCOLI, 2007).

Anatomicamente a região da ATM está muito próxima ao meato acústico

externo, bem como, a inter-relação de suas artérias, veias e nervos. Assim, quando

bem posicionada dentro da fossa mandibular, a ATM tem ótima relação com o

ouvido. Porém, se receber qualquer força oclusal ou alteração fisiológica e sofrer um

deslocamento poderá prejudicar as estruturas anatômicas adjacentes, provocando

14

diversas consequências. Os sintomas otológicos são representados pela diminuição

da audição, vertigem e zumbido (MOLINA, 1995; FREIRE; REIS, 2004; RAMIREZ et

al., 2007; PEREIRA et al ,2005; ZOCOLI et al, 2007; MACHADO et al, 2010;

DONNARUMA et al, 2010; MOTA et al, 2007; JACOB et al, 2005).

Pereira; Duarte & Vilela (2005) realizaram pesquisa com pacientes

portadores de DTM e verificaram que o zumbido, a otalgia e a plenitude auricular

eram descrito por 62,5% dos pacientes, hipoacusia e a tontura por 37,5%, somente

12,5% dos indivíduos não relataram nenhum sintoma auditivo.

Machado (2010) observou que 85% da amostra tiveram disfunção

temporomandibular conjuntamente com queixas de sintomas otológicos. Os

sintomas otológicos mais autorreferidos foram de plenitude auricular (50%), zumbido

(35%) e vertigem (10%).

Para avaliar a função auditiva, são realizados exames audiológicos como a

audiometria, imitânciomentria e as Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE). Sendo

que este último auxilia no diagnóstico diferencial das alterações periféricas e centrais

(AZEVEDO, 2003) e pode ser um importante instrumento na detecção precoce das

alterações cocleares pois pode haver lesão difusa em mais de 30% das células

ciliadas externas antes de ser detectada qualquer perda auditiva (BOHNE e CLARK,

1982; FIORINI e FISCHER, 2000).

Jacob (2005) realizou uma pesquisa com o objetivo de verificar a ocorrência

de queixas auditivas e analisar o registro das Emissões Otoacústicas Evocadas por

Estímulo Transiente (EOET) em indivíduos portadores de Disfunção

Temporomandibular (DTM) cujos limiares auditivos se encontravam dentro dos

padrões de normalidade. Sua amostra foi de 57 indivíduos com limiares tonais

15

normais e timpanograma do Tipo A. O resultado da análise dos registros das EOET

não revelou diferença entre os dois grupos, porém salientamos que diante dessas, o

fonoaudiólogo que atua na área de audiologia deve considerar a hipótese de

ocorrência de alterações na ATM e realizar os encaminhamentos necessários,

mesmo na ausência de perda auditiva, objetivando a efetivação do diagnóstico e

tratamento adequados.

16

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Analisar os achados das Emissões Otoacústicas de pacientes com

diagnóstico de Disfunção Temporomandibular com vistas a identificação precoce da

perda auditiva.

2.2 ESPECÍFICOS

Analisar os sinais e sintomas auditivos dos pacientes com Disfunção

Temporomandibular;

Avaliar a situação auditiva desses pacientes, por meio da audiometria tonal e

teste de imitânciometria e Emissões Otoacústicas Evocadas;

Correlacionar os achados clínicos da audiometria tonal e EOAE.

17

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

A articulação temporomandibular, é assim chamada porque está localizada

entre a mandíbula e o crânio. É considerada como a mais complexa do organismo

humano, pois possibilita diversos movimentos - abertura, fechamento, protrusão,

retrusão e lateralidade da mandíbula (MACIEL, 2003) e está relacionada a todas as

funções do Aparelho Estomatognático: mastigação, deglutição, fonação, postura e

respiração.

Segundo Ramos (2004) a ATM também pode ser acometida pelas mesmas

doenças e desordens que afetam outras articulações do sistema

musculoesquelético, como os deslocamentos de disco, doenças articulares

degenerativas, artrites inflamatórias e sinovites.

Ramos (2004) ainda relata que o exame por ressonância magnética, tornou-

se o principal método que os profissionais aderiram para o diagnóstico das

anormalidades dos tecidos moles da ATM, devido sua alta acurácia na determinação

da posição do disco articular, sendo o único exame capaz de apresentar a imagem

do disco articular, o que possibilita o diagnóstico dos seus deslocamentos (SANO,

1996).

3.1.1 Anatomia da articulação temporomandibular

A ATM é bilateral e é formada pela parte escamosa do osso temporal, disco

articular, ligamentos e pelo processo condilar da mandíbula (NEIL, 2007).

18

Na parte escamosa do osso temporal, a ATM possui uma superfície

avascular composta de tecido conectivo fibroso em vez de cartilagem hialina, que é

mais comum nas demais articulações (NEIL, 2007).

Vieira (1997) descreve anatomicamente a região onde se localiza a ATM,

relatando que lateralmente, ela relaciona-se com a pele e o tecido celular

subcutâneo, no qual caminham a artéria transversa da face e os ramos temporais do

Nervo Facial (VII par craniano). Medialmente está em relação com os Nervos Lingual

e Alveolares, 3° Ramo do Trigêmio (V par); com a corda do Tímpano, que se

encontra com um dos ramos 17 do Nervo Mandibular; com os ramos ascendentes

da Artéria Maxilar interna; com o Nervo Auricular temporal e com o plexo nervoso.

Anteriormente, a ATM está em relação com o músculo masseter e internamente com

o músculo pterigóideo externo. Posteriormente, a ATM está em relação com o

conduto auditivo externo, quer a parte cartilaginosa, quer a parte óssea do conduto.

E, superiormente, está em relação com a parede inferior da base do crânio.

Segundo Neil (2007) o disco articular é vascularizado e inervado nas áreas

periféricas, e na parte central é avascular e aneural. Ele está dividido em três

porções: anterior - espessa porção se localiza anteriormente ao processo condilar da

mandíbula com a boca fechada; intermediaria: está localizada ao longo do tubérculo

articular com a boca fechada; posterior: localizada superiormente ao processo

condilar da mandíbula com a boca fechada. A superfície interna dos dois

compartimentos formam um revestimento sinovial que produz um líquido sinovial,

atua como um lubrificante e também fornece as necessidades metabólicas para as

superfícies articulares da articulação temporomandibular (NEIL 2007).

19

Fonte: NETTER, F.H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 1997.

Figura 3-1 Articulação Temporomandibula

3.2 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

A DTM é um termo utilizado para problemas clínicos que envolvem a ATM,

os músculos da mastigação e estruturas associadas (MARCHIORI, 2014).

De acordo com Kato e Okeson (2006, 1996) a etiologia das DTMs é

multifatorial e dinâmica, envolvendo fatores oclusais, anatômicos, emocionais e

comportamentais. Dentre os quais podem ser citados os hábitos parafuncionais e

posturais; a ausência de contenção posterior; as interferências oclusais; a

mastigação unilateral; a deficiência nutricional; os fatores psicológicos, como o

estresse e a tensão emocional, e os fatores sistêmicos, dentre outros.

Os sintomas otológicos da DTM mais citados são o zumbido, dor no ouvido,

perda de audição, hipoacusia e tontura (MARCHIORI, 2014). A dor é o sintoma mais

20

comum, porém, muitas vezes é, erroneamente, relacionada às otalgias, cefaleias ou

problemas de origem dentária, dificultando, assim, o seu tratamento (URBAN 2009).

Silvinelli (2003) menciona que cerca de 70 a 93% da população, em geral,

apresenta pelo menos um sinal ou sintoma de DTM, mas apenas uma, de cada

quatro pessoas, tem o conhecimento da disfunção.

Um estudo realizado por Galdón et. al (2006) teve como o objetivo de

verificar a sintomatologia das DTMs em 144 indivíduos, onde observaram que

somente 5 a 13%, com mais de um sinal e/ou sintoma, apresentam alteração

clinicamente significativa, como dor ou graves disfunções. Segundo Lima (1999) o

índice de Helkimo foi o pioneiro no desenvolvimento de índices para mensurar a

severidade das DTMs bem como as dores desse sistema. Em um estudo

epidemiológico, ele desenvolveu um índice subdividido em anamnésico, de

disfunção clínica e oclusal. Através desse índice ele procurou avaliar, de forma

individual e na população em geral, a prevalência e o grau de severidade, em

pacientes com sintomas severos de dores mandibulares e instabilidade oclusal. Ele

é baseado em cinco grupos, com as seguintes características: amplitude de

movimento mandibular, função da ATM, dor ao movimentar a mandíbula, dor na

ATM e dor nos músculos mastigatórios; essas são situações que predispõem as

DTMs ou que são consequências destas (CRUZ, 2006). Atualmente novas técnicas

têm sido usadas para mensurar a DTM.

Quinto e Piozzi (2000, 2002) afirmam que o tratamento das disfunções deve

ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por cirurgião-dentista,

psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Esse tratamento deve sempre visar o

restabelecimento das funções debilitadas, o alívio da dor, a redução da sobrecarga

21

da musculatura, a promoção do equilíbrio neuromuscular e oclusal, e a redução do

estresse e da ansiedade. A cirurgia estará indicada apenas quando o tratamento

conservador não obtiver resultados satisfatórios.

3.3 ESTUDOS EM PACIENTES COM DTM RELACIONADO AOS SINAIS,

SINTOMAS E ACHADOS AUDIOLÓGICOS

Os sinais e sintomas otológicos apresentados pelos pacientes com

Disfunção Temporomandibular mais prevalentes são zumbido, dor no ouvido, perda

de audição, hipoacusia e tontura são os mais citados (MARCHIORI, 2014).

Pereira (2005), realizou uma pesquisa para verificar os principais sinais e

sintomas de pacientes com DTM do Hospital das Clínicas da Universidade Federal

de Pernambuco, comparando-os com a literatura. O estudo foi realizado na Clínica-

Escola do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de

Pernambuco, com 08 pacientes, de ambos os gêneros, com diagnóstico de DTM,

sem fonoterapia, triados aleatoriamente, com a aplicação de um questionário

considerando: gênero, idade, queixa, saúde dentária, hábitos deletérios, ruídos

articulares, sintomas auditivos e aspectos emocionais. Como resultado, os sintomas

auditivos foram descritos por 07 pacientes, onde 05 descreveram zumbido, 05

plenitude auricular e 05 otalgia. Quanto aos aspectos emocionais, 07 descreveram

relação entre a patologia e a emoção. Ela observou que houve uma similaridade dos

dados coletados neste estudo com os artigos revisados, o que demonstra uma

uniformidade quanto aos sinais e sintomas nestes pacientes.

Zocoli (2007) afirma que os distúrbios da articulação temporomandibular

(DTM) são causas importantes na população em geral, tornando-se mais

22

importantes quando ocasionam sintomas otológicos. Por mais que não seja

totalmente conhecida a exata correlação entre os DTM e a sintomatologia otológica,

encontram-se com grande frequência sintomas como otalgia, tinitus, plenitude

auricular, vertigem e tontura em pacientes portadores destas alterações articulares.

Prevalece nos indivíduos do sexo feminino e na quarta década de vida. Mesmo com

esta correlação, o mecanismo etiológico é de difícil avaliação e intervenção.

Machado (2010) com o objetivo de analisar a relação entre disfunção

temporomandibular e sintomas otológicos, realizou um estudo retrospectivo 20

mulheres com média de idade de 22,38 anos. As participantes foram submetidas ao

preenchimento de um questionário que abordou questões sobre sintomas otológicos

e posteriormente foram submetidas a um exame otoscópico e exame clínico da

articulação temporomandibular. Como resultado, Machado observou que 85% da

amostra tiveram disfunção temporomandibular conjuntamente com queixas de

sintomas otológicos. Os sintomas otológicos mais autorreferidos foram de plenitude

auricular (50%), zumbido (35%) e vertigem (10%). Conclusão: Os resultados

mostraram alto percentual entre as DTMs e sintomas otológicos. Outras pesquisas

com uma amostra maior são sugeridas com o intuito de confirmar a correlação entre

DTM e sintomas otológicos.

Donnarumma (2010) realizou uma pesquisa que tinha por finalidade verificar

perfil, queixa e principais sinais e sintomas de uma amostra de pacientes com

disfunção temporomandibular que estiveram ou estão em tratamento ortodôntico e

observar a ocorrência de atendimentos multidisciplinares. Foram coletados dados de

125 prontuários em uma clínica odontológica da cidade de Sorocaba e os itens

analisados nos prontuários foram: sexo, idade, profissão, queixa, três principais

23

sinais e sintomas dos pacientes e se houve encaminhamento para avaliação

fonoaudiológica, fisioterápica e psicológica. Os resultados obtidos foram de

predominância feminina, sendo 107 mulheres (85,6%) e 18 homens (14,4%). Média

de idade de 35 anos, sendo a menor idade 14 anos e a maior 74 anos. Relação da

disfunção temporomandibular com as profissões: 43 (34,4%) eram profissionais com

vínculo empregatício. Queixa trazida pelo paciente: dor na região da articulação

temporomandibular e masseter: 86 - (68,8%). Três principais sinais e sintomas

observados na avaliação ortodôntica: dor na região da articulação

temporomandibular e masseter: 98 - 78,4%; estalos unilaterais: 55 - 44% e

travamento: 23 - 18,4%. Conduta de encaminhamentos: fonoaudiologia 59 (47,2%);

fisioterapia 40 (32%) e psicologia 53 (42,4%). Amostra pesquisada, a prevalência de

casos de disfunção temporomandibular foi maior no sexo feminino, com queixa de

dor. Os principais sinais e sintomas foram: dor, estalo unilateral e travamento e

houve encaminhamento para atendimentos multidisciplinares nas áreas de

Fonoaudiologia, Fisioterapia e Psicologia.

Mota (2007) afirma que a otalgia pode decorrer de causas otológicas, como

otite externa, otite média, mastoidite, assim como de causas não otológicas.

Especula-se que as disfunções temporomandibulares sejam uma das causas mais

comuns de otalgia por motivo não-otológico. Ele realizou uma pesquisa com o

objetivo de verificar a frequência de possíveis sinais e sintomas associados à otalgia

decorrentes de DTM. Estudo com 21 pacientes todos voluntários, portadores de

otalgia e DTM, atendidos no ambulatório de Otorrinolaringologia de um hospital

público. Eles foram submetidos a anamnese, exame otorrinolaringológico, exame

das articulações temporomandibulares, audiometria tonal limiar, imitânciometria,

24

exame odontológico para confirmar o diagnóstico de DTM e responderam a um

questionário sobre sinais e sintomas de DTM. Como resultado, houve predomínio do

gênero feminino e os sintomas mais frequentemente encontrados foram: percepção

de sons articulares (95,2%), zumbidos (81%), plenitude auricular (independente do

estado de repouso ou movimentação da ATM) (81%), sensação de mandíbula

“presa ou travada” (52,4%), dor ou dificuldade para abrir a boca (33,3%), tonturas

(26,8%), dificuldade para ouvir as pessoas (14,3%) e perda do equilíbrio (9,5%). Na

avaliação audiométrica houve predomínio de exames normais em relação aos

alterados. Ele concluiu que os sintomas mais frequentemente associados com

otalgia e DTM foram percepção de sons articulares, zumbidos e plenitude auricular.

Bove (2005) realizou uma pesquisa com objetivo de descrever as

características dos pacientes de um serviço especializado em disfunção

temporomandibular e dor orofacial e discutir a inserção da assistência de

enfermagem nesse serviço. Foi utilizado um questionário baseado no referencial de

etapas do Processo de Enfermagem, aplicado em uma amostra de 150 pacientes,

no período de maio a agosto de 2003. Os pacientes de ambos os sexos e idades

entre 12 e 77 anos foram admitidos no estudo sequencialmente. Os dados

revelaram que a maioria foi do sexo feminino (85%), predomínio da faixa etária de

21 a 60 anos (76%), apenas 3% não apresenta nenhum grau de instrução formal. O

papel da enfermeira, introduzido nessa clínica multidisciplinar criou condições para

avaliar dados demográficos, epidemiológicos, identificar necessidades dos pacientes

e desenvolver habilidades e atitudes de autocuidado. O modelo proposto possibilitou

organizar a coleta de dados e favorecer a realização de pesquisas.

25

Jacob (2005) realizou um estudo no Laboratório de Pesquisas

Fonoaudiológicas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), com o objetivo de

verificar a ocorrência de queixas auditivas e analisar o registro das Emissões

Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOET) em indivíduos portadores

de Disfunção Temporomandibular (DTM) cujos limiares auditivos se encontravam

dentro dos padrões de normalidade. Sua amostra foi de 57 indivíduos com limiares

tonais normais e timpanograma do Tipo A, subdividida em dois grupos: grupo 1 (G1)

- 31 indivíduos sem queixa auditiva ou diagnóstico de DTM; grupo 2 (G2) - 26

indivíduos com diagnóstico de DTM. Os procedimentos: entrevista inicial, EOET e

medidas da imitância acústica. As queixas relatadas pelo G2 foram: zumbido (81%),

otalgia (81%), plenitude auricular (65%), tontura (31%), hipoacusia (42%) e autofonia

(27%). Somente 11,5% do G2 não apresentaram queixa auditiva. A análise dos

registros das EOET não revelou diferença entre os dois grupos. Apesar da

ocorrência das queixas de hipoacusia e zumbido no G2, os resultados das EOET

não foram piores em comparação ao G1 e consequentemente não houve a

confirmação de alteração no mecanismo de amplificação coclear causada pela DTM.

Devido à grande frequência de queixas auditivas encontrada nos indivíduos

portadores de DTM, salientaram que diante dessas, o fonoaudiólogo que atua na

área de audiologia deve considerar a hipótese de ocorrência de alterações na ATM e

realizar os encaminhamentos necessários, mesmo na ausência de perda auditiva,

objetivando a efetivação do diagnóstico e tratamento adequado.

26

3.4 ANATOMOFISIOLOGIA DA CÓCLEA

De acordo com Nishida (2012) a cóclea é o principal responsável pela

função auditiva, sendo o órgão sensorial responsável pela decodificação dos sons.

Trata-se de um órgão de cerca de 9 mm de diâmetro com estrutura cônica composta

por três “tubos” paralelos que se afilam da base para o ápice. Têm uma parede

extremamente delgada e se dispõem em espiral, em torno de um osso chamado

columela ou modíolo, ao redor do qual dão de duas e meia a três voltas Suas

paredes externas são ósseas. É responsável pela transdução de energia acústica

(mecânica) em energia elétrica. A base da cóclea é mais alargada e possui duas

janelas, a oval e a redonda.

Esses três “tubos” são denominados, Rampa vestibular, Rampa média ou

ducto coclear e Rampa timpânica. De acordo com Nishida (2012) a escala vestibular

fica de frente para a janela oval e se estende até o ápice (helicotrema) e de lá volta

para formar a escala timpânica terminando na janela redonda. Esse tubo em U é

preenchido pela perilinfa (rica em Sódio e pobre em Potássio) e entre os dois está

um duto de fundo cego, a escala média (ou rampa coclear). A escala média é

formada pela membrana de Reissner, pela membrana basilar e pela estria vascular

e preenchida pela endolinfa, rica em Potássio.

Ela ainda afirma que os receptores sensoriais estão na escala média

assentados ao longo da membrana basilar fazendo parte do órgão de Corti. O órgão

de Corti forma um arcabouço rígido constituído de células sensoriais ciliadas, tecido

de sustentação e membrana tectorial. Há três fileiras de células sensoriais: duas

externas e uma interna, cujos cílios estão mergulhados na membrana tectorial.

27

Quando a transmissão sonora chega no estribo esse vibra e empurra o

liquido perilinfático da escala vestibular. As ondas de compressão e de

descompressão no líquido propagam-se pelas três escalas e dissipam-se pela janela

redonda. Como a membrana basilar é muito sensível à vibração mecânica ela entra

em ressonância descrevendo oscilações ascendentes e descendentes. O pico dessa

oscilação depende da frequência: ondas de frequências altas (sons agudos) atingem

a amplitude máxima de deslocamento próximo à base da cóclea e as de frequências

baixas (sons graves), próxima ao ápice. Isto mostra que a capacidade de

ressonância da membrana basilar está tonotopicamente sintonizada com a

frequência do som. Como a velocidade de propagação do som no meio líquido é

maior do que no ar, a onda sonora invade a cóclea quase instantaneamente.

O sistema auditivo é constituído por vias auditivas aferentes e eferentes que

atuam integradamente. Nos níveis inferiores, as fibras eferentes partem,

predominantemente, do núcleo do complexo olivar superior, e dirigem-se até a

cóclea, denominando-se, por esta razão, trato olivococlear eferente ou sistema

medial eferente. Dentro da cóclea estão os órgãos de Corti que são sensíveis às

ondas mecânicas.

A cóclea pode ser descrita como um analisador de frequências (GOLD e

PUMPHREY, 1948). Possui um processo de amplificação sonora, principalmente

quando estímulos sonoros de baixa intensidade chegam até ela. Gold (1948)

hipotetizou um processo ativo para compensar a perda de energia do atrito do meio

fluido da cóclea com o objetivo de manter a discriminação e sensibilidade de

frequências. Ele ainda afirmou que esse processo poderia gerar sons que poderiam

ser captados no meato acústico externo.

28

De acordo com Ualace (2011) o processo de amplificação coclear tem início

com a vibração do estribo na janela oval, a qual é propagada para a membrana

basilar pelo deslocamento do volume dos líquidos cocleares. A deformação da

membrana basilar produz um estreitamento entre a membrana tectória e a lâmina

reticular, produzindo uma deflexão nos esterocílios, que produz uma força nos

canais de transdução por meio de conexões com os cílios adjacentes, abrindo esses

canais. O fluxo de íons que começa a fluir por esses canais é denominado “onda

estacionária”

.

FONTE: NOTÍCIAS, Doença de Meniére/Síndrome de Meniére, 2014. Disponível em:

<http://www.argosy.com.br/noticias_exibe.asp?id=142 >

Figura 3-2 Orelha Humana

29

FONTE: COMO FUNCIONA O CORPO HUMANO, Como ouvimos o mundo? O aparelho da audição,

2014. Disponível em:

<http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/2_qualidade_vida_humana/Museu2_qualidade_corpo_sens

orial_audicao1.htm>

Figura 3-3 Interior da Cóclea

3.5 EMISSÕES OTOACÚSTICA

As emissões otoacústicas foram primeiramente observadas por David Kemp,

em 1978, que as definiu como liberação de energia sonora originada na cóclea, que

se propaga pela orelha média até alcançar o conduto auditivo externo. Ele

demonstrou que as EOA estão presentes em todas as orelhas funcionalmente

normais e que deixam de ser detectadas quando os limiares tonais estão acima de

20-30 dB. Este fenômeno vem sendo atribuído a contrações rápidas e lentas das

células ciliadas externas e é controlada através das vias auditivas eferentes,

refletindo as propriedades micromecânicas e ativas do órgão de Corti (KEMP, 2002).

30

As EOA, registradas após estimulação acústica externa, são denominadas

de emissões otoacústicas evocadas, e estão presentes em 98% das orelhas com

limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Entre os tipos de emissões

otoacústicas evocadas, as transientes e produtos de distorção são as que possuem

maior aplicação clínica (NODARSE, 2006).

As EOAT são eventos acústicos que podem ser registrados em quase todas

as pessoas com audição dentro da normalidade. Elas são registradas em resposta à

uma estimulação abrupta, chamada de “click”.

As EOAPD são respostas acústicas de fraca intensidade, que ocorrem após

estimulação que podem ser medidas no meato acústico externo. As Amplitudes das

EOAPD resultam de uma distorção intermodulada produzida pela orelha interna em

resposta à estimulação simultânea de dois tons puros (f1 e f2) com frequências

próximas. Tal resposta é descrita como distorcida, pois se origina na cóclea como

um som que não está presente em nenhum dos dois tons eliciadores. (DURANTE,

2011).

As EOA são sons subliminares detectados no conduto auditivo externo e

gerados pela célula ciliada externa, sendo um exame indicado no diagnóstico de

diversas cocleopatias, como a doença de Ménière. Tem sido muito útil em triagem

auditiva de crianças de alto risco em berçários, como exame complementar ao

BERA no topodiagnóstico de patologias retrococleares, e em pesquisas. O exame é

rápido e não invasivo (ISAAC e AQUINO, 1998).

Coelho et al. (2010), afirma que tanto as EOAET quanto as EOAEPD são

úteis no diagnóstico da PAIR, sendo as transientes mais sensíveis à alterações

temporárias do limiar auditivo. Entretanto, os autores ressaltam que as emissões

31

otoacústicas por produto de distorção são mais eficazes no diagnóstico precoce da

PAIR em indivíduos com a audição aparentemente normal, uma vez que avalia

frequências mais altas.

Barboni et al. (2006) estudaram a variação das amplitudes das EOAT, por

meio da aplicação de teste-reteste em 35 sujeitos normo-ouvintes. Os sujeitos foram

submetidos a três avaliações com um intervalo de uma semana. As pesquisadoras

não conseguiram quantificar a variação das amplitudes, pois os resultados

revelaram um alto desvio padrão, demonstrando que as amplitudes podem

apresentar grande variabilidade intra-sujeitos. Como a análise da variabilidade das

amplitudes entre as testagens não foi estatisticamente significante, elas confirmaram

a confiabilidade do teste de EOA.

Segundo Garcia (2012) as condições da orelha média interferem na

captação das emissões, pois o estímulo sonoro deve passar pela orelha externa e

média para atingir a cóclea e a resposta de emissões também passa pela orelha

média e externa até ser captada no meato acústico externo.

Tiradentes, Coube, Costa Filho (2002) realizaram um estudo sobre o padrão

de respostas das curvas de crescimento (dp growth rate) das emissões otoacústicas

produto de distorção em indivíduos com audição normal. No trabalho, foram

registrados respostas das curvas de crescimento nas frequências de 1 kHZ, 2 kHz, 4

kHz e 5 kHz com estímulos sonoros de 45 a 70 dBNPS. Foram avaliados 16

indivíduos audiologicamente normais (limiar < ou = 20 dBNA) na faixa etária de 18 a

25. No resultado não foi encontrada diferença significativa entre sexo, idade e orelha

direita/esquerda. A ocorrência das EOAPD foi de 100% nas frequências de 2 kHz,

4kHz, 5kHz e 84,37% na frequência de 1kHz quando a cóclea foi estimulada a

32

70dBNPS. Concluindo, as curvas de crescimento apresentaram inclinação de

aspecto linear, já o ruído de fundo manteve-se constante, apresentando pequena

ascensão a partir do estímulo de 55dBNPS.

Mor e Azevedo (2005) analisaram as emissões otoacústicas e sistema olivo-

coclear medial em pacientes com zumbido sem perda auditiva. Objetivo: comparar

os resultados das EOAT e do funcionamento do sistema olivo-coclear medial, em

indivíduos com sensibilidade auditiva normal, com e sem zumbido. A casuística

deste estudo foi composta por 60 sujeitos, com limiares tonais e medidas da

imitância acústica dentro dos padrões da normalidade distribuídos em dois grupos:

grupo um formado por 30 sujeitos com zumbido e grupo dois por 30 sujeitos sem

zumbido, pareados por gênero e idade. Os dois grupos foram submetidos ao teste

das EOAT com e sem ruído branco contralateral a 60dBNPS. Em 19 sujeitos que

apresentavam zumbido unilateral comparou-se os resultados das EOAT e supressão

em relação ao variável lado, considerando-se o lado do zumbido. Na comparação

entre os grupos com e sem zumbido não houve diferença estatisticamente

significante quanto à ocorrência das EOAT, à amplitude de resposta, e à ocorrência

do efeito de supressão. Também não se observou diferença estatisticamente

significante entre as OD e OE no grupo com zumbido. Nos 19 sujeitos com zumbido

unilateral, observou-se maior amplitude de resposta e maior ocorrência de

supressão à direita e maior ocorrência de zumbido e menor ocorrência de supressão

à esquerda. Conclusão: não houve diferença estatisticamente significante tanto na

ocorrência e amplitude de respostas das EOAT quanto no funcionamento do sistema

olivo-coclear medial entre os sujeitos, com sensibilidade auditiva normal, com e sem

zumbido. Nos sujeitos que apresentaram zumbido unilateral, observou-se que a

33

amplitude geral das EOAT foi maior na orelha sem zumbido e que o sistema olivo-

coclear medial foi menos eficiente na orelha com zumbido de forma estatisticamente

significante.

34

4 METODOLOGIA

O estudo se configura como um estudo transversal, quantitativo, no qual

foram realizados exames das EOAE em pacientes com diagnóstico de Disfunção

Temporomandibular atendidos na Clínica de Odontologia da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Esta pesquisa foi realizada na Clínica de Fonoaudiologia da Universidade

Tuiuti do Paraná aprovado pelo parecer 0005769/12 do Cômite de Ética em

Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, protocolo CONEP

2184.0.000.084-1. Seguindo os princípios éticos, todos os participantes assinaram o

termo de consentimento livre e esclarecido.

A amostra foi constituída por 2 grupos: Grupo 1/Estudo – composto por

pacientes, adultos (acima de 18 anos) de ambos os sexos (20 mulheres e 02

homens), que tinham como diagnóstico prévio a Disfunção Temporomandibular e

estavam sendo acompanhados pela Clínica de Odontologia da Universidade Tuiuti

do Paraná. Grupo 2/Controle – Composto por pacientes normouvintes (limeares

audiométricos 25dBNA e curva timpanométrica do tipo A) sem história pregressa de

patologias auditivas e/ou mandibulares e ausência de fatores de risco para perda

auditiva.

Os participantes foram recrutados por meio de um convite oral, via contato

telefônico.

Todos os pacientes foram submetidos exames audiológicos, sendo eles a

otoscopia, anamnese, audiometria tonal, curva timpanométrica e Emissões

Otoacústicas Evocadas por estímulo Transiente e Produto de Distorção.

35

Anamnese foi realizada de acordo com o protocolo da Clínica de

Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná com o objetivo de identificar o

histórico de saúde geral e auditiva.

A Audiometria tonal foi realizada nas freqüências de 500 a 8.000 Hz, em

uma cabine tratada acusticamente. O equipamento utilizado foi o Itera II. Os

resultados foram classificados de acordo com o manual do Conselho Federal de

Fonoaudiologia (2013).

A timpanometria foi realizada por meio do Analisador de Orelha

Média: Otoflex. A obtenção da curva timpanométrica foi realizada com tom teste de

226 Hz. As curvas timpanométricas foram classificadas de acordo com o manual do

Conselho Federal de Fonoaudiologia (2013).

Foram incluídos nos estudos das EOAE, o paciente que apresentou como

resultado limiares audiométricos de até 45dBNA (de acordo com a média tritonal de

500Hz, 1000Hz, 2000Hz) e curva timpanométrica do tipo A.

O equipamento utilizado para análise das EOAE foi um analisador coclear

Celesta, acoplado a um micro-computador (INTEL PENTIUM) com monitor de tela

colorida (SANSUNG).

Os indivíduos foram acomodados numa cadeira situada em uma cabine

acústica (VIBRASON) e orientados para que permanecessem quietos durante a

realização do exame. A escolha da oliva foi efetuada de modo a permitir adequada

vedação do canal auditivo externo.

Na pesquisa das EOAT foi utilizado como estímulo o click, não linear, com

intensidade em torno de 80dBNPS, com registro nas faixas de frequência de 1 a 4

kHz. A calibração da sonda foi diária e somente foram aceitos registros com

36

estabilidade superior a 85%. A resposta foi considerada presente, quando a

reprodutibilidade geral foi igual ou maior a 50% com nível de resposta igual ou maior

a 3dBNPS acima do ruído, em pelo menos três frequências consecutivas avaliadas,

como proposto na literatura (PRIEVE et al. 1993).

Na pesquisa das EOAPD foi realizada por meio do Distortion Product-gram

(Dp-grama), com a apresentação simultânea de dois tons primários, f1 e f2 (f1 < f2). A

razão de f2/f1 foi fixada em 1,22 com os tons primários apresentados em

intensidades diferentes (L1 > L2) - L1 = 65dBNPS e L2 = 55dBNPS. O Dp-grama foi

registrado em passos de 3 pontos/oitavas e plotado em f2 na faixa de frequências

que se estende de 1000 Hz a 8000 Hz. O registro de resposta utilizado foi o obtido

em 2f1 – f2. O critério utilizado para indicar a ocorrência das EOEPD, no qual o nível

de resposta, estava pelo menos 6dBNPS acima do primeiro desvio padrão do ruído

equivalente da frequência avaliada (GORGA et al. 1993).

Análise Estatística:

A análise estatística da presente pesquisa foi realizada com a utilização de

métodos descritivos (tabelas de média, mínimo, máximo e desvio padrão) e métodos

inferenciais (teste t de Studant e Qui-Quadrado) ao nível de significância de 0,05.

37

5 RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas dos limiares auditivos

(dBNA) do Grupo Estudo.

TABELA 1 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DOS LIMIARES AUDITIVOS (dBNA)

DO GRUPO ESTUDO (n=22)

FREQUÊNCIA E ORELHA

MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO

250 Hz – OD 17 dB 10 dB 35 dB 6,86

500 Hz – OD 17 dB 5 dB 45 dB 10,44

1000 Hz – OD 14 dB 0 dB 35 dB 9,17

2000 Hz – OD 17 dB 5 dB 50 dB 11,72

3000 Hz – OD 21 dB 0 dB 45 dB 22,4

4000 Hz – OD 22 dB 0 dB 60 dB 14,78

6000 Hz – OD 29 dB 5 dB 65 dB 17,04

8000 Hz - OD 31 dB 5 dB 75 dB 20,33

250 Hz – OE 19 dB 5 dB 40 dB 7,91

500 Hz – OE 18 dB 5 dB 45 dB 10,62

1000 Hz – OE 14 dB 0 dB 40 dB 9,71

2000 Hz – OE 17 dB 5 dB 50 dB 12,89

3000 Hz – OE 23 dB 0 dB 60 dB 23,81

4000 Hz – OE 20 dB 0 dB 55 dB 15,89

6000 Hz – OE 29 dB 5 dB 75 dB 18,99

8000 Hz - OE 29 dB 5 dB 75 dB 22,99

FONTE: O AUTOR

Legenda: Hz= Hertz; OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; dB= decibels

38

A Tabela 2 apresenta a distribuição da frequência de resultados alterados e

normais da audiometria e da EOAT.

TABELA 2- DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE RESULTADOS ALTERADOS E

NORMAIS DA AUDIOMETRIA E DA EOAT

RESULTADOS AUDIOMETRIA EOAT

OD OE OD OE

Alterados 11 (50,0%) 10 (45,5%) 11 (50,0%) 10 (45,5%)

Normais 11 (50,0%) 12 (54,5%) 11 (50,0%) 12 (54,5%)

TOTAL 22 (100%) 22 (100%) 22 (100%) 22 (100%)

FONTE: O AUTOR

Legenda: OD= orelha direita; OE= orelha esquerda

A Tabela 3 apresenta a comparação entre os resultados (normal e alterado)

da audiometria com os da EOAT da orelha direita no grupo de estudo.de acordo com

os critérios de normalidade dos exames.

TABELA 3 - COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS (NORMAL E ALTERADO)

DA AUDIOMETRIA COM OS DA EOAT OD

AUDIOMETRIA EOAT

p Alterado Normal TOTAL

Alterado 7 4 11

Normal 4 7 11 0,2008

TOTAL 11 11 22

FONTE: O AUTOR

Legenda: p= Teste Qui-Quadrado

39

A Tabela 4 apresenta a comparação entre os resultados (normal e alterado)

da audiometria com os da EOAT da orelha esquerda no grupo de estudo de acordo

com os critérios de normalidade dos exames.

TABELA 4 - COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS (NORMAL E ALTERADO)

DA AUDIOMETRIA COM OS DA EOAT OE

AUDIOMETRIA EOAT

p Alterado Normal TOTAL

Alterado 4 6 10 Normal 6 6 12 0,639

TOTAL 10 12 22

FONTE: O AUTOR

Legenda: p = Teste Qui-Quadrado

Os resultados das tabelas 3 e 4 demonstram, através do teste Qui-quadrado,

ao nível de significância de 0,05, que não existe dependência significativa entre a

audiometria (alterado e normal) e a EOAT (alterado e normal) no grupo de estudo.

A Tabela 5 apresenta as estatísticas descritivas e comparação das EOA

transientes (correlação), entre os Grupos Estudo e Controle.

TABELA 5 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

(CORRELAÇÃO), ENTRE OS GRUPOS ESTUDO (n=22) E CONTROLE (n=38)

VARIÁVEL GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE p

Média Mín. Máx.

Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão

0,75-1,25 Hz 51,05 -61 99 47,36 60,66 -63 98 43,6 0,4284

1,25-1,75 Hz 61,41 -50 99 46,04 73,82 -60 98 31,78 0,2227

1,75-2,50 Hz 50,45 -57 99 48,84 75,87 -24 98 25,09 0,0099*

40

2,50-3,50 Hz 47,59 -33 98 46,74 72,66 -16 97 29,2 0,0131*

3,50-4,50 Hz 43,59 -40 98 46,42 65,45 0 99 31,57 0,0343*

OE

0,75-1,25 Hz 59,06 -13 99 36,47 68,82 -6 98 29,16 0,26

1,25-1,75 Hz 57,03 -80 99 49,7 78,39 -77 98 33,13 0,0505

1,75-2,50 Hz 54,59 -36 99 47,51 72,61 -17 98 28,43 0,0706

2,50-3,50 Hz 45,68 -59 99 48,04 68,05 -13 99 34,33 0,0405*

3,50-4,50 Hz 40,77 -34 99 40,89 70,08 -4 99 29,56 0,0022*

FONTE: O AUTOR

Legenda: Hz= Hertz; OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos; Max.=valores

máximos; p=Teste T de Student

Os resultados da tabela 7 demonstram que através do teste t de Student, ao

nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois grupos

onde os p estão assinalados com (*).

A Tabela 6 apresenta as estatísticas descritivas e comparação das EOA

transientes (correlação) Overall, entre os Grupos Estudo e Controle.

TABELA 6 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

(CORRELAÇÃO) OVERALL, ENTRE OS GRUPOS ESTUDO (n=22) E CONTROLE

(n=38)

VARIÁVEL GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE p

Média Mín. Máx.

Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão

OVERALL

OD 54,64 -11 97 38,08 73,08 -3 96 24,11 0,0251

*

OE 50,09 -17 98 36,56 72,37 -13 98 26,29 0,0083

* FONTE: O AUTOR Legenda: OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos;

Max.=valores máximos; p= Teste T de Student

41

Os resultados da tabela 8 demonstram que através do teste t de Student, ao

nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois grupos

onde os p estão assinalados com (*).

A Tabela 7 apresenta as estatísticas descritivas e comparação das EOA

transientes relação sinal/ruído, entre os Grupos Estudo e Controle.

TABELA 7 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

RELAÇÃO SINAL/RUÍDO, ENTRE OS GRUPOS ESTUDO (n=22) E CONTROLE

(n=38)

ORELHA GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE

p Média Mín. Máx.

Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão

OD

0,75-1,25 Hz 7,98 -5,5 24,1 8,49 8,29 -1,1 29,6 6,82 0,4748

1,25-1,75 Hz 11,34 -4,7 32,1 10,76 9,45 -8 25,3 8,76 0,8421

1,75-2,50 Hz 8,87 -5,5 27,6 10,14 8,58 -3,2 23,5 8,03 0,4394

2,50-3,50 Hz 7,71 -3,3 22,4 8,23 7,25 -5,5 27,2 8,58 0,157

3,50-4,50 Hz 5,9 -3,6 20,3 6,95 5,85 -3 24,1 7,58 0,0596

OE

0,75-1,25 Hz 9,71 -6,4 48 9,26 8,99 -0,5 21,9 5,44 0,6621

1,25-1,75 Hz 10,91 -3,1 22,9 6,04 11,94 -8,2 21,9 6,33 0,2078

1,75-2,50 Hz 10,41 -2,2 21,4 5,21 10,11 -1,6 20,7 5,63 0,3902

2,50-3,50 Hz 10,27 -1,4 18,6 5,58 10,22 -1,1 28,5 6,97 0,1494

3,50-4,50 Hz 9,37 0,1 24,5 6,59 10,02 -0,4 24 6,07 0,0231*

FONTE: O AUTOR

Legenda: Hz= Hertz; OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos; Max.=valores

máximos; p= Teste T de Student

42

Os resultados da tabela 9 demonstram que através do teste t de Student, ao

nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois grupos

onde os p estão assinalados com (*).

A Tabela 8 apresenta as estatísticas descritivas e comparação das

transientes relação sinal/ruído (total), entre os Grupos Estudo e Controle.

TABELA 8 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO DAS TRANSIENTES

RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (total), ENTRE OS GRUPOS ESTUDO (n=22) E

CONTROLE (n=38)

ORELHA GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE

p Média Mín. Máx.

Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão

TOTAL

OD 7,6 -1 19,6 6,45 9,99 -0,3 17,4 4,92 0,1113

OE 6,8 -1,5 21,9 6,58 10,05 -1,2 22,3 5,35 0,0419*

FONTE: O AUTOR

Legenda: OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos; Max.=valores máximos;

p=TESTE T DE STUDANT

Os resultados da tabela 10 demonstram que através do teste t de Student,

ao nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois

grupos onde os p estão assinalados com (*).

A Tabela 9 apresenta as estatísticas descritivas e comparação entre as

medidas do produto de distorção, relação sinal/ruído (dB), entre os Grupos Estudo e

Controle.

43

TABELA 9 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS

DO PRODUTO DE DISTORÇÃO, RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (dB), ENTRE OS

GRUPOS ESTUDO ( n=22) E CONTROLE (n=38)

ORELHA/ FREQUEN-CIA

GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE

p

Média

Mín. Máx. Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão

OD

1000 Hz 9,72 -1,9 23 5,42 12,53 -6,7 29,4 6,65 0,0975

2000 Hz 10,74 -5,9 24 7,59 9,97 -9,5 22,3 5,04 0,6365

3000 Hz 10,22 -9,3 27,4 8,81 11,87 2,9 23,1 5,1 0,3615

4000 Hz 12,19 -4,7 27,3 8,86 13,65 3,4 27,9 6,27 0,4572

6000 Hz 5,33 -10,9 20,6 9,84 15,39 -4,8 39 9,65 0,0003*

8000 Hz 4,59 -7,9 26,6 7,84 8,52 -19,9 26,1 10,14 0,1228

OE

1000 Hz 9,6 -7,2 28,2 6,81 12,36 6,1 23,2 5,32 0,0861

2000 Hz 10,37 -3 26,1 6,52 10,51 -20,9 22,5 6,49 0,9384

3000 Hz 10,17 -9,6 25,6 8,36 11,87 6,1 23,9 4,47 0,3098

4000 Hz 14,38 -6,8 28,1 9,79 14,22 -7,9 30,5 6,93 0,9411

6000 Hz 6,24 -7,6 20,1 7,64 16,81 6,2 30 7,43 0,0000*

8000 Hz 6,46 -7,6 24,8 7,62 9,51 -22,5 24,6 9,6 0,2075

FONTE: O AUTOR

Legenda: Hz= Hertz; OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos; Max.=valores

máximos; p=TESTE T DE STUDANT

Os resultados da tabela 5 demonstram que através do teste t de Student, ao

nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois grupos

44

nas frequências de 6000 Hz, para OD e OE, ou seja, a relação sinal/ruído é menor

comparado ao do grupo controle.

A Tabela 10 apresenta as estatísticas descritivas e comparação entre as

médias do produto de distorção, amplitude entre os Grupos Estudo e Controle.

TABELA 10 -ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS E COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS

DO PRODUTO DE DISTORÇÃO, AMPLITUDE ENTRE OS GRUPOS ESTUDO

(n=22) E CONTROLE (n=38)

ORELHA/ FREQUEN-

CIA GRUPO ESTUDO GRUPO CONTROLE

p

Média Mín. Máx. Desvio padrão

Média Mín. Máx. Desvio padrão OD

1000 Hz 2,67 -22,4 99,8 23,95 7,3 -26,4 19,1 8,47 0,282

2000 Hz -3,97 -31,7 15,9 12,72 4,85 -12,8 15,6 7,56 0,0013*

3000 Hz -5,52 -35,5 16 14,4 2,82 -16,6 15,8 7,37 0,0043*

4000 Hz -3,65 -35,2 17,1 14,58 6,47 -16,8 26,4 9,81 0,0022*

6000 Hz -8,42 -33,7 10,9 12,73 7,51 -28,3 30 11,54 0,0000*

8000 Hz -19,09 -41 11,8 12,13 6,53 -23,6 29,3 13,68 0,0000*

OE

1000 Hz -0,28 -18,3 14 8,99 7,73 -13,8 19,2 6,73 0,0002*

2000 Hz -3,45 -27,4 15,9 10,34 4,25 -21,1 18,8 7,34 0,0014*

3000 Hz -0,36 -27,5 36 13,03 1,92 -17,2 17,3 7,03 0,3807

4000 Hz 0,1 -32,1 18,7 14,56 6,96 -14,2 24,2 9,23 0,0293*

6000 Hz -4,57 -22,1 13 11,45 8,68 -9,8 23,1 9 0,0000*

8000 Hz -15,45 -33,6 10,2 11,19 7,37 -22,9 31,9 13,31 0,0000*

FONTE: O AUTOR

Legenda: Hz= Hertz; OD= orelha direita; OE= orelha esquerda; min.= valores mínimos; Max.=valores

máximos; p= Teste T de Student

45

Os resultados da tabela 6 demonstram que através do teste t de Student, ao

nível de significância de 0,05, diferença significativa entre as médias dos dois grupos

onde os p estão assinalados com (*).

46

6 DISCUSSÃO

Este estudo analisou os resultados das EOAE em pacientes diagnosticados

com DTM. Na Tabela 1, pode-se notar que a média do limiar auditivo nas

frequências de 250Hz, 500Hz, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz e 4000Hz está dentro dos

padrões da normalidade (até 25dBNA, de acordo com o manual do Conselho

Federal de Fonoaudiologia, 2013), e a média observada nas frequências de 6000Hz

e 8000Hz refere-se a uma queda desse limiar, no qual é apresentada com o máximo

de 31dBNA.

Na Tabela 2, observamos que a quantidade de resultados alterados e

normais no exame de audiometria tonal foi igual ao número dos resultados das

EOAT. Os resultados das tabelas 3 e 4 demonstram, através do teste Qui-quadrado,

ao nível de significância de 0,05, que não existe dependência significativa entre a

audiometria (alterado e normal) e a EOAT (alterado e normal).

Em um estudo semelhante a este (JACOB, 2005), com o objetivo de verificar

a ocorrência de queixas auditivas e analisar o registro das Emissões Otoacústicas

Evocadas por Estímulo Transiente (EOET) em indivíduos portadores de DTM cujos

limiares auditivos se encontravam dentro dos padrões de normalidade. Sua amostra

foi de 57 indivíduos com limiares tonais normais e timpanograma do Tipo A,

subdividida em dois grupos: grupo 1 - 31 indivíduos sem queixa auditiva ou

diagnóstico de DTM; grupo 2 - 26 indivíduos com diagnóstico de DTM. A análise dos

registros das EOET no estudo de Jacob não revelou diferença entre os dois grupos,

assim como o desta pesquisa, porém quando averiguamos separadamente as

orelhas, de acordo com as Tabelas 3 e 4, percebemos que a orelha direita possui

47

uma maior frequência de resultados alterados na audiometria e nas EOAE do que a

orelha esquerda, enquanto que a orelha esquerda possui uma maior quantidade de

resultados alterados apenas nas EOAT.

Nas Tabelas 5 e 6, nota-se que os resultados da média do Grupo Estudo

permaneceram abaixo em todas as variáveis, quando comparada ao Grupo

Controle, sendo que, de acordo com a Tabela 5, nas faixas de frequências de 1,75-

2,50 Hz na OD e 2,50-3,50 Hz; 3,50-4,50 Hz bilateral apresentam uma diferença

significativa.

A Tabela 7 demonstra que a relação sinal/ruído nas EOAT apresentou

diferença estatística significante na faixa de frequência de 3,50-4,50 Hz na OE,

enquanto que, como constatado na Tabela 8, o total dessa mesma relação evidencia

uma diferença significativa na OE.

Carvallo (2000) relatou a preferência pelas EOAPD, em relação às EOAT

para a investigação diagnóstica da integridade coclear por frequência, ficando as

EOAT mais para triagem neonatal.

Ao analisar os resultados da EOAPD, pode-se observar que houve diferença

significativa na relação sinal/ruído apenas na frequência de 6000Hz bilateralmente,

de acordo com a Tabela 9. Na Tabela 10 percebe-se que existe uma diferença

significativa nos valores dos resultados da amplitude do Grupo Controle e do Grupo

Estudo em praticamente todas as frequências avaliadas, com exceção de 1000Hz

na OD e 3000Hz na OE.

Em seu estudo, Guida (2011) verificou a correlação entre os achados da

audiometria tonal e os resultados das EOAPD em policiais militares a partir de

estudo transversal e retrospectivo, 200 policiais militares foram submetidos à

48

avaliação audiológica - audiometria tonal liminar e EOAPD. A análise de correlação

entre a audiometria e as EOAPD, demonstrou significância estatística na maior parte

das frequências testadas, em ambas as orelhas, confirmando que quanto maior o

grau de perda auditiva, menor a amplitude das EOAPD. Além disso, foi observada

existência de diferença significativa das amplitudes das EOAPD entre indivíduos

normouvintes e portadores de perda auditiva, confirmando o rebaixamento das

respostas no grupo com perda da audição.

Os achados mostram os resultados das EOAT e EOAPD em uma população

diagnosticada com DTM e demonstram que embora a média dos limiares auditivos

estando normais na maioria das frequências testadas, os resultados das EOAPD

apresentaram diferença significativa em relação ao Grupo Controle.

Devido ao pequeno número de participantes, a amostra deste estudo não foi

separada por gênero ou idade, dado este motivo, sugere-se que sejam realizados

novas pesquisas sobre o tema com uma amostra maior, para averiguar a relação da

DTM com os mecanismos de amplificação sonora coclear.

49

7 CONCLUSÃO

Ao analisar os achados das Emissões Otoacústicas de pacientes com

diagnóstico de Disfunção Temporomandibular com vistas à identificação precoce da

perda auditiva, concluímos que:

Os resultados das EOET não apresentaram diferenças significativas quando

comparadas ao do Grupo Controle, porém os resultados das EOAPD tiveram

diferenças significativas em comparação ao mesmo, demonstrando assim que pode

haver alteração no mecanismo de amplificação coclear causada pela DTM.

Que as EOAPD podem ser uma ferramenta complementar, para o auxílio na

detecção precoce da perda auditiva em pacientes diagnosticados com DTM.

50

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55

ANEXOS

ANEXO 1 - ANAMNESE AUDIOLÓGICA

56