Acidente Vascular Cerebralfiles.fisiocoimbra.webnode.com/200000145-008b701862/guia_avc.pdfO Acidente Vascular Cerebral, também conhecido por “AVC”, “trombose”, “derrame”

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Cuidar a Pessoa comAcidente Vascular CerebralGuia de Orientação à Família

Centro de Medicina de ReabilitaçãoServiço de Reabilitação Geral de Adultos

Guia de Orientação à Família

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Introdução 3

O que é o AVC 4

Orientações para a preparação da alta 7

Movimentação na cama 7

Posicionamentos 9

Exercícios 13

Transferências 15

Como ajudar nos problemas do dia-a-dia? 17

Prevenção de acidentes – o que fazer? 21

Conclusão 22

Ao Sr. A.G e sua família pela disponibilidade que demonstraram.A todos os colegas que colaboraram na elaboração deste guia. Os seus contributos foram indispensáveis.

Sumário Agradecimentos:


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Este Guia destina-se a orientar a família/ cuidador da pessoa com AVC após a alta.

Sendo o ensino parte integrante dos cuidados de Enfermagem, é da responsabilidade do enfermeiro preparar os utentes e seus familiares para lidarem com a deficiência ou incapacidade, tornando-os mais independentes.A reabilitação de uma pessoa que sofreu AVC exige muito tempo e é através da persistência e motivação que se poderão obter melhorias. Por vezes, estas melhorias podem parecer pequenas aos olhos dos outros mas para o utente poderão significar pequenas grandes vitórias e aumentar a sua qualidade de vida.

A preparação da alta deve, assim, ser iniciada precocemente e continuada durante o internamento, com o utente e família cuidador.

O utente deve ser encorajado, estimulado e incentivado para a realização do maior número de actividades possíveis.

O Acidente Vascular Cerebral, também conhecido por “AVC”, “trombose”, “derrame” ou “embolia”, provoca a destruição de uma parte do cérebro. Ocorre devido a um entupimento ou ruptura de um vaso que interrompe a circulação sanguínea, provocando comprometimento da função cerebral.

Os principais factores de risco para ocorrência de AVC são: » tensão arterial elevada;» maus hábitos alimentares;» elevados níveis de gordura no sangue;» diabetes; » tabagismo; » consumo de bebidas alcoólicas; » excesso de peso;» falta de actividade física;» stress.

Quando a lesão ocorre na metade esquerda do cérebro:» Paralisia do lado direito do corpo;» Dificuldades de comunicação.

Quando a lesão ocorre na metade direita do cérebro:» Paralisia do lado esquerdo do corpo;» Dificuldades de concentração;» Desorientação no tempo e no espaço.

Introdução O que é o AVC?

Alterações Apresentadas


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Qualquer que seja a metade do cérebro afectada, pode aparecer:» Perda de sensibilidade e força muscular do lado afectado» Perturbações de equilíbrio e alterações da postura corporal» Alterações da visão» Dificuldades da comunicação» Dificuldade na deglutição» Dificuldade em controlar a bexiga e a função intestinal.

As alterações posturais mais frequentes, visíveis na metade afectada do corpo, são:» Rotação da cabeça para o lado são e inclinação para o lado afectado;» Ombro descaído;» Membro superior dobrado e encostado ao corpo; » Membro inferior esticado, todo ele rodado para fora.

O AVC surge como uma mudança na vida da Pessoa e de quem o acompanha. É um momento de stress em que sentimentos de ansiedade e tristeza podem aparecer.Há uma alteração física e da sua auto-imagem, com alterações psicológicas que perturbam o bem-estar. Por isso, o seu familiar deve ser apoiado psicologicamente nas alturas em que se deixa vencer pelo desânimo.

» Envolva o seu familiar em diversas tarefas, fazendo com que se sinta útil.» Valorize a sua capacidade de iniciativa e elogie os progressos.» Dê espaço ao seu familiar para expressar medos e preocupações.

A altura da cama deve permitir que uma pessoa possa sentar-se nela, com os pés bem assentes no chão.

Uma vez que a pessoa com AVC tende a esquecer-se da existência do lado afectado, é importante que coloque a mesa-de-cabeceira desse lado, para que este possa ser mais estimulado.

As cadeiras devem ser sólidas, com encosto e apoio para as mãos e antebraços.

O que fazer?

O espaço de circulação em casa deve ser adaptado à necessidade da pessoa, assim:


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No regresso a casa deve manter alguns cuidados para que não haja retrocesso na sua reabilitação.Assim, quando permanecer no leito deve aproveitar para realizar os exercícios ensinados, de forma a manter as articulações em funcionamento e a exercitar os músculos.Também os posicionamentos durante a noite ou nos períodos de repouso são importantes para: » Prevenir problemas de pele;» Prevenir complicações musculares e articulares;» Dar conforto;» Evitar aumento do tónus muscular (espasticidade).

Alguns dos seguintes exercícios são úteis para as mudanças de posição, tornando o utente mais independente nas mesmas. Durante o internamento terá oportunidade para treinar estes exercícios com a ajuda do enfermeiro.

Virar para o lado afectado

O utente está deitado de costas. Pede-se que dobre a perna sã, ajudando-o a dobrar a perna afectada. De seguida tenta deslocar a bacia para a beira da cama do lado são. Com as pernas dobradas, braços esticados, dedos entrelaçados, peça ao seu familiar que se vire para o lado afectado.

Virar para o lado são

Peça ao seu familiar que dobre as pernas e desloque a bacia para a beira da cama do lado afectado, após o qual desloca também os ombros.Deve rodar para o lado são com os braços esticados, mãos entrelaçadas e pernas dobradas, dando um impulso. Se necessário, dar ajuda com uma mão nas mãos do seu familiar e outra nos joelhos.

Orientações para a Preparação da Alta

Movimentação na Cama


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Posicionamentos

De Costas

A almofada da cabeça que não pode ser muito alta, deve apoiar também os ombros.O braço afectado deve ficar esticado e apoiado numa almofada, com a palma da mão virada para cima.Colocar uma almofada debaixo da anca e coxa afectada, evitando que a perna rode para fora.

Posicionamento para o lado afectado

Puxar o ombro afectado um pouco para a frente, para que não fique sob o peso do corpo e, ao fazê-lo, deve colocar a sua mão debaixo da omoplata, pois nunca se pode puxar pelo membro superior afectado.

Almofada na cabeça. Braço afectado esticado no colchão, mão aberta com a palma virada para cima.Dobrar ligeiramente o joelho da perna afectada.


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Posicionamento para o lado são

Almofada na cabeça.Braço afectado esticado e apoiado com almofadas até ficar à altura do ombro.Membro inferior afectado apoiado em almofadas, ligeiramente dobrado na anca e joelho.Se necessário, devido à falta de equilíbrio do tronco, colocar uma almofada a apoiar as costas.

Na cadeira de rodas

Para ajudar o seu familiar a posicionar-se correctamente na cadeira de rodas, é necessário afastar os pedais e colocar os pés bem assentes no chão. De seguida, quem ajuda coloca-se de frente para o utente e pede-lhe que incline o tronco para a frente. Segurando atrás no cinto das calças, pede ao seu familiar que dê um impulso para trás, para que fique encostado.

É aconselhado o uso de um tabuleiro ou superfície de trabalho para manter o posicionamento correcto do membro superior afectado, com a mão aberta.


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Exercícios

Os exercícios, em movimentos suaves e sem provocar dor, podem ser realizados antes de se levantar e ao deitar. É um momento de relaxe, estimulação e relação interpessoal.

Mobilizar é importante porque:» Estimula a circulação;» Evita complicações articulares.

Membro superior Mão

Segure o punho com uma das mãos e com a outra dobre e estique os dedos do seu familiar.

Punho

Com uma das suas mãos segure o braço do seu familiar e com a outra segure a mão dele, dobre e estique o punho.

Auto mobilização do braço

Deitado de costas, o seu familiar entrelaça os dedos de ambas as mãos, estica os braços e levanta-os lentamente até ao nível da cabeça.

Membro inferior

Sempre que possível, deve fazer períodos de marcha e posição de pé.


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Transferências

Peça ao seu familiar para colocar a perna boa debaixo da perna afectada e trazer as pernas para fora da cama.Em seguida, deve fazer força com a mão na beira da cama, ficando sentado;Assentar os pés no chão.

Nunca efectuar a transferência com meias, devido ao risco de escorregar. A cadeira de rodas deve estar travada e com os pedais afastados.

A cadeira é colocada ligeiramente em ângulo encostada à cama do lado são.Inclinar o tronco e apoiar a mão no braço da cadeira (ou na pirâmide, conforme o caso).

Assume a posição de pé, passando a mão para o outro braço da cadeira, rodando o corpo.Dobra o tronco e a cabeça e senta-se devagar.

Na transferência para a cama, segue-se os mesmos passos em sentido inverso.

Ao entrar e sair da banheira, usar sempre o lado são, para efectuar a transferência com mais segurança.


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Como ajudar nos problemas do dia-a-dia Como ajudar nos problemas do dia-a-dia

O que fazer?

Comunicação

» Ambiente calmo. » Mostrar disponibilidade para ouvir. » Falar de frente para o seu familiar, com frases simples, curtas e vocabulário familiar. Usar perguntas de resposta fechada. » Dê tempo para uma resposta. » Usar estratégias facilitadoras – olhar, tocar, gestos, imagens, símbolos, sons. » Não corrigir nem exigir que fale claramente. » Não exigir tarefas e respostas em simultâneo. » Evitar o isolamento, incentivar à socialização.

O que fazer?

Alimentação

Dificuldade em engolir, engasgando-se facilmente (disfagia) » Sentar correctamente para a refeição. » Usar espessante nos líquidos, se necessário. » Adequar a consistência dos alimentos. » Manter higiene oral cuidada.

Dificuldade em comer sozinho » Ajudar a preparar o prato, retirar espinhas, partir alimentos. » Estimular a comer pela sua mão. » Usar anti-derrapante por baixo do prato. » Usar dispositivos de compensação, se prescritos. » Encarar as refeições como momentos de convívio familiar.


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Como ajudar nos problemas do dia-a-dia Como ajudar nos problemas do dia-a-dia

O que fazer?

Eliminação

Dificuldade em controlar a urina e as fezes » Deslocar o seu familiar à casa de banho a horas certas e várias vezes ao dia. » Manter uma higiene cuidada.

Dificuldade em evacuar regularmente (obstipação) » Insistir na ingestão de líquidos (água, chá, sopa, sumo de fruta) » Dieta rica em fruta e vegetais verdes. Substituir o pão branco por pão integral.

Higiene

Dificuldade em cuidar da higiene sozinho » Ajudar e incentivar na realização da sua higiene pessoal. » Quando tem equilíbrio sentado, usar tábua na banheira ou em alternativa uma cadeira ao nível da banheira. » Usar tapete anti-derrapante. » Um varão na banheira permite maior estabilidade para a pessoa se agarrar. » Auxiliar nas actividades que não consegue executar (exemplo: lavar as costas).

O que fazer?

Vestuário

Dificuldade em se vestir e despir sozinho » Vestuário largo e com elasticidade para facilitar a actividade. » Começar sempre a vestir pelo lado afectado. » Só vestir o seu familiar sentado na cama quando já tem bom equilíbrio. » Depois de vestido, coloque-o em frente ao espelho para que se aperceba da sua imagem. » Realizar ao espelho o pentear, lavar dentes, maquilhar, barbear. » Para despir, começar pelo lado são.

Sensibilidade

Diminuição ou ausência da sensibilidade no lado afectado » Abordar a pessoa com AVC pelo lado afectado em todas as actividades. » Estimular através do toque o lado afectado. » Atenção às fontes de calor. Podem provocar queimaduras sem o sentir (radiador, lareira, saco de água quente, água do banho).


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Como ajudar nos problemas do dia-a-dia Conclusão

O que fazer?

Pele

Zonas avermelhadas (dar especial atenção ao lado afectado – que tem menos sensibilidade) » Secar cuidadosamente todo o corpo após o banho. » Aplicar creme hidratante e vigiar. » Mudar de posição mais frequentemente. » Evitar a pressão nas zonas sensíveis.

» É aconselhável vigilância próxima do seu familiar durante as actividades diárias.

» Se o seu familiar tem pouco equilíbrio sentado ou apresenta períodos de agitação ou confusão, use uma faixa de segurança para que não caia ou escorregue da cadeira. Essa faixa pode ser um lençol dobrado, apertado atrás.

» Atenção aos tapetes sem anti-derrapante que podem deslizar e provocar quedas. O calçado deve ser estável, não usar chinelos.

» Para superar a dificuldade de subir escadas, pode instalar uma rampa de acesso. O corrimão também facilita a subida do indivíduo que se desloca pelo seu pé.

É notório o crescimento do número de casos de Acidentes Vasculares Cerebrais que surgem todos os dias, a toda a hora, não escolhendo sexo, idade ou estatuto social.

Ninguém espera sofrer um Acidente Vascular Cerebral mas, quando surge, todos devemos unir-nos com muito empenho, incentivo e motivação (utente, família e equipa de saúde) para que se possa obter uma reabilitação eficaz.

Com as novas tecnologias e com a informação dos próprios cidadãos, podemos actuar mais rápida e eficazmente na recuperação de um AVC, pelo que uma reabilitação precoce e integrada possibilita à pessoa que sofreu um AVC o regresso ao seu domicílio e à vida na comunidade.

Porque esta situação não acontece só aos outros, aqui ficam alguns conselhos para a família e amigos: » Consulte o seu médico assistente regularmente, realizando exames de rotina;» Controle a sua tensão arterial;» Faça uma dieta com pouco sal e sem gorduras;» Pratique regularmente exercício físico.

Esteja à vontade para colocar todas as suas dúvidas à equipa de saúde!

Prevenção de QuedasO que fazer?


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Elaborado em Novembro 05, por:

Enf.ª Ana RibeiroEnf.ª Mónica Martins,

Sob orientação de Enf.ª Amália Guerreiro

Revisto em Janeiro 2008 por:

Enf.ª Ana Paula FernandesEnf.ª Fátima AtaídeEnf.º Saúl Ramalho

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Acidente Vascular Cerebralfiles.fisiocoimbra.webnode.com/200000145-008b701862/guia_avc.pdfO Acidente Vascular Cerebral, também conhecido por “AVC”, “trombose”, “derrame”