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ª ª 32 32 32 EDIÇÃO EDIÇÃO EDIÇÃO INFORMA AÇO BRASIL MARÇO | 2016 MARÇO | 2016 MARÇO | 2016 Indústria do aço deve demitir mais 11.332 no 1º semestre A indústria brasileira do aço vive a pior crise da sua história. No acumulado 2014 e 2015, 29.740 colaboradores foram demitidos e a previsão é que neste 1º semestre outros 11.332 sejam dispensados. A produção brasileira de aço bruto deve fechar o ano 1% menor do que em 2015, totalizando 32,9 milhões de toneladas, segundo previsão do Instituto Aço Brasil. Já as vendas internas de produtos siderúrgicos tem previsão de queda de 4,1%, chegando a 17,4 milhões de toneladas. O consumo aparente de aço no País deve ser de 19,4 milhões de toneladas, o que representa redução de 8,8% na comparação com o ano passado. Os indicadores refletem a convergência de fatores conjunturais e estruturais que já levaram o setor a paralisar ou desativar 74 unidades de produção, sendo quatro altos fornos. No plano conjuntural, o cenário político-econômico nacional foi determinante para que os grandes setores consumidores de aço: automotivo, construção civil e de máquinas e equipamentos registrassem quedas sucessivas em seus resultados, encolhendo substancialmente o mercado interno de aço. No plano estrutural, a manutenção das assimetrias competitivas evidencia ainda mais as dificuldades que a indústria nacional tem historicamente de concorrer com o importado. A exportação seria um caminho para melhorar o grau de utilização de capacidade instalada, hoje, da ordem de 60%, mas o setor convive com excedentes de capacidade internacional que ultrapassam 700 milhões de toneladas e levam a práticas desleais de comercio e preços depreciados. Com a queda dos preços internacionais do aço, o resultado do faturamento das exportações em dólares de 2015 foi 3,3% menor, o que significa que o aumento em volume das exportações não trouxe ganhos ao setor em receita. É fundamental que, nesse contexto, o governo analise o retorno do apoio direto à exportação com a reintrodução ao Reintegra em patamares que compensem efetivamente os resíduos tributários.

AÇO BRASIL 32ª - acobrasil.org.br 16.pdf · importações de minério. Quanto as expectativas de recuperação do consumo chinês, mesmo que ela ocorra não significará aumento

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ªªª323232 EDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃO

I N F O R M AAÇO BRASIL MARÇO | 2016MARÇO | 2016MARÇO | 2016

Indústria do aço deve demitir mais 11.332 no 1º semestreA indústria brasileira do aço vive a pior crise da sua

história. No acumulado 2014 e 2015, 29.740

colaboradores foram demitidos e a previsão é que

neste 1º semestre outros 11.332 se jam

dispensados. A produção brasileira de aço bruto

deve fechar o ano 1% menor do que em 2015,

totalizando 32,9 milhões de toneladas, segundo

previsão do Instituto Aço Brasil. Já as vendas

internas de produtos siderúrgicos tem previsão de

queda de 4,1%, chegando a 17,4 milhões de

toneladas. O consumo aparente de aço no País

deve ser de 19,4 milhões de toneladas, o que

representa redução de 8,8% na comparação com

o ano passado.

Os indicadores refletem a convergência de fatores

conjunturais e estruturais que já levaram o setor a

paralisar ou desativar 74 unidades de produção,

sendo quatro altos fornos. No plano conjuntural,

o cenário político-econômico nacional foi

determinante para que os grandes setores

consumidores de aço: automotivo, construção

civil e de máquinas e equipamentos registrassem

quedas sucessivas em seus resultados, encolhendo

substancialmente o mercado interno de aço. No

plano estrutural, a manutenção das assimetrias

competitivas evidencia ainda mais as dificuldades

que a indústria nacional tem historicamente de

concorrer com o importado.

A exportação seria um caminho para melhorar o

grau de utilização de capacidade instalada, hoje,

da ordem de 60%, mas o setor convive com

excedentes de capacidade internacional que

ultrapassam 700 milhões de toneladas e levam a

prát icas des leais de comerc io e preços

deprec iados . Com a queda dos preços

internac iona i s do aço , o resu l tado do

faturamento das exportações em dólares de 2015

foi 3,3% menor, o que significa que o aumento em

volume das exportações não trouxe ganhos ao

setor em receita.

É fundamental que, nesse contexto, o governo

analise o retorno do apoio direto à exportação

com a reintrodução ao Reintegra em patamares

que compensem efetivamente os resíduos

tributários.

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Prá não dizer que não falei do preço do minérioEm seu livro The Black Swan, The Impact of the

Highly Improbable, o libanês Nassim Nicholas Taleb

aborda com maestria a responsabilidade (ou

irresponsabilidade) de se fazer previsões sobre

qualquer coisa, tal a grande probabilidade de

errarmos. Embora concorde com seus argumentos

aceitei o desafio de prever o futuro do preço do

minério de ferro embora saiba da grande

probabilidade de errar. Lembro aos leitores que uma

previsão é um trabalho técnico elaborado a partir de

premissas e circunstancias. Não é uma profecia, é

muito mais uma adivinhação fundamentada em

dados de mercado, estatísticas, analises gráficas e

técnicas preditivas. Disclaimer feito...

Ao final de 2013 fiz minha última previsão sobre o

preço do minério. Os preços deveriam cair pois a

oferta iria superar a demanda depois de muitos anos

de escassez. Mas não deveriam cair abaixo de 100

dólares pois esse nível de preço seria suficiente para

eliminar a capacidade excedente estimada em pouco

mais de 50 milhões de t na época. Confirmando

Nassim o preço chegou a 100 dólares rapidamente e

continuou caindo até bater 37 dólares em Dezembro

de 2015. Como ensina a sabedoria tradicional

quando você precisa explicar alguma coisa é porque

você está errado. Explicar é inútil mas a necessidade

intelectual de explicar supera o nosso bom senso.

O que deu errado nessa previsão? Muitas coisas,

algumas delas eventos altamente improváveis, os

cisnes negros do Nassim. Primeiro os australianos

surpreenderam e trouxeram para o mercado muito

mais volume do que previsto. Segundo, a demanda

chinesa ao invés de crescer, se estabilizou e passou

cair. Como resultado o excesso capacidade estimada

em 50 milhões de t em 2014 foi o dobro disso e

continuou aumentando em 2015 chegando perto de

200 milhões t que deveriam ser eliminadas do

mercado. Na curva de custo da Industria isso

significaria um preço de 80 dólares e não 100 como

previsto. Mas não parou por aí pois fortalecimento do

dólar e a queda do preço do petróleo (eventos

altamente improváveis) deslocou a curva de custo

para baixo e aquilo que era 80 dólares se reduziu a 60

dólares. Também surpreendeu a resistência dos

mineradores menos competitivos que mantiveram

sua produção por muito mais tempo do que o

esperado. Nessas condições o preço teria que descer

abaixo do nível indicado pela curva de custo para

eliminá-los. Esse processo de profilaxia do mercado

para eliminar os produtores de maior custo foi mais

demorado e o preço apresentou queda mais

acentuada do que era esperado. Mas cumpriu seu

papel profilático. Somente na China cerca de 150

milhões de t de capacidade foram eliminadas nos

últimos dois anos e é provável que mais 50 milhões de

t desapareçam durante 2016. Muitos produtores

menores no Brasil, Austrália e outras partes do mundo

saíram do mercado.

Entender o que se passou é importante para

compreender o que está ocorrendo neste momento

em que o preço minério de ferro passa por uma

recuperação muito rápida para atingir 62 dólares

neste inicio de março, quase o dobro do nível mais

baixo atingido em Dezembro de 2015. A pergunta

que fica é se essa recuperação é uma tendência ou se

os preços podem voltar a cair como ocorreu

anteriormente. Olhando especificamente para os

fundamentos do mercado não existe nenhuma razão

para que o preço suba acima desse nível além de

efeitos sazonais sobre a produção e as expectativas

de aumento da demanda na Ch ina que

provavelmente não irão se materializar. Além dessas

expectativas existe também uma correção do

overshooting anterior que jogou os preços muito

abaixo do que seria indicado pela curva de custo da

Industria. O preço de equilíbrio que ajusta a oferta a

procura no momento está em torno de 60 dólares.

Olhando as médias agregadas temos que o preço caiu

40 dólares de 2014 para 2015 (de 96 para 56) e a

média de 2016 até agora está em 47 e se recuperando

de um overshooting verificado no final do ano

passado. Provavelmente irá terminar o ano próximo

da mesma média do ano passado.

A demanda de aço e minério na China está em

queda desde 2014 e isso não ficou mais aparente em

função do aumento das exportações de aço que em

2015 atingiram 100 milhões de t e do fechamento de

minas domesticas que manteve o crescimento das

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importações de minério. Quanto as expectativas de

recuperação do consumo chinês, mesmo que ela

ocorra não significará aumento da produção de aço e

consumo de minério pois ela poderia ser coberta por

uma diminuição das exportações. Qual o sentido de

um país assolado por sérios problemas ambientais

exportar 100 milhões de t de aço e importar 250

milhões de t de emissão de carbono? Portanto me

parece que uma recuperação da demanda na China e

fora dela é um evento cisne negro ou altamente

improvável. Pelo lado da oferta cerca 200 milhões de

t de capacidade altamente competitivas no Brasil e na

Austrália deverão entrar no mercado nos próximos

dois anos colocando mais pressão sobre as

capacidades menos competitivas ainda existentes,

principalmente na China. Portanto arrisco a dizer

(segundo Nassim, com grande probabilidade de estar

errado) que o preço do minério não tem fôlego para ir

muito acima do nível atual. Também acredito que não

deverá descer muito abaixo disso uma vez que a

resistência dos produtores menos competitivos se

reduziu muito depois de quase dois anos de preços

baixos. A medida que essas novas capacidades

entrem e ocupem o seu espaço a curva de custo da

Industria estará bastante horizontal quando então os

grandes produtores deverão administrar melhor suas

capacidades para evitar uma situação onde ninguém

ganha mercado e todos perdem rentabilidade. Não

havendo mais produtores de alto custo para eliminar

seria mais inteligente administrar as capacidades em

função do crescimento ou redução do mercado que

era a situação existente antes de 2000 quando a

China surgiu com alto potencial de consumo de

minério. Nesse cenário vamos ter uma estabilidade de

preços na faixa de 60 dólares com eventuais quedas

em períodos que novas capacidades mais

competitivas entrem em operação. Caberá aos

produtores mais competitivos decidir expulsar

aqueles produtores mais resistentes na extremidade

da curva de custo ou eliminar suas próprias

capacidades menos competitivas. Tudo uma questão

de fazer as contas...

Mas como ensinou o mestre Nassim, não

podemos desconsiderar a possibilidade dos eventos

inesperados ou improváveis. O acidente da Samarco,

algo improvável antes de acontecer, tirou do mercado

perto de 40 milhões de t ano sem perspectivas

imediatas de retorno. Como conseqüência do

acidente ficou muito difícil obter licenças para novas

barragens ou altear as existentes. Mantida essa

situação é possível que os produtores da região de

Minas Gerais venham a reduzir suas produções

retirando entre 20 a 30 milhões de t por ano nos

próximos anos até que uma solução tecnológica ou

política seja encontrada. Isso pode alterar o equilíbrio

do mercado e afetar favoravelmente os preços. Uma

desvalorização forte do dólar e um aumento do preço

petróleo também pode movimentar a curva de custo

para cima e por conseqüência os preços do minério.

Classifico esses eventos como possíveis mas

altamente improváveis. Resumindo os preços do

minério não tem fôlego para ir muito alem dos níveis

atuais podendo até ceder um pouco a medida que as

novas capacidades entrem em operação. Conquanto

esses cisnes negros não voltem a mostrar suas belas

penas e seus longos bicos.

José Carlos Martins é consultor e conselheiro de

empresas com especialidade em siderurgia,

mineração e economia e cultura chinesa

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A crise diante do olhar de cada setorCustos de energia elétrica e de logística em patamares cada vez mais elevados, juros altos, carga tributária

extremamente elevada e cumulatividade de impostos são os principais fatores estruturais que retiram a competitividade

da indústria do aço brasileira e de todos os setores produtivos da indústria nacional.Diante de um grave quadro de impasse político e de uma intensa recessão econômica, o Aço Brasil Informa procurou

executivos dos principais setores industriais brasileiros para saber qual a avaliação de cada um sobre o panorama atual

da economia nacional e sobre as perspectivas de cada segmento para o ano de 2016. Confira:

“Nossas perspectivas de mercado são muito

incertas, porquanto o rumo da economia é

totalmente imprevisível. O mercado interno

deverá manter queda em 2016, devendo

m e l h o r a r a p e n a s n o ú l t i m o t r i m e s t r e .

Especificamente no mercado de ônibus, a queda de

2015 no mercado interno foi 44% maior quando comparada com

2014. Já no mercado de implementos rodoviários, a queda do ano

passado, quando comparada com o ano imediatamente anterior,

ficou entre 46% e 48%. Sem ajuste fiscal, nenhuma economia se

recupera. Qualquer país que gastar mais do que ganha um dia cai no

abismo. E não se consegue o ajuste porque não existe entendimento

entre poder executivo e poder legislativo. Enquanto permanecer a

queda de braço entre os dois, o país fica como um barco à deriva,

completamente sem rumo. Tudo ainda se agrava mais com as

perspectivas de impeachment, expansão da operação Lava Jato,

interdição do Presidente da Câmara Federal e outros impactos que

poderão ocorrer”.

José Antonio Fernandes MartinsPresidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul – AARS

“Acreditamos que em 2016 haverá um

aumento de 8,1% nas exportações, ocasionado

pelo esforço das empresas em expandir negócios

externos em um momento cambial oportuno.

Além disso, também em função do câmbio,

projetamos redução da participação dos importados,

que tendem a ser substituídos por produtos nacionais. Esses dois

fatores, aliados a uma estabilidade do contexto macroeconômico,

maior número de dias úteis e expectativa de lançamentos, sinalizam

aumento de 0,5% da produção este ano, mesmo com retração de

7,5% no licenciamento. Reitero que as questões políticas estão

contaminando a economia e, portanto, é fundamental que o

conjunto das instituições pense Brasil”.

Luiz MoanPresidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - Anfavea

“O ano de 2016 para o nosso setor será

muito desafiador. Esperamos uma leve

recuperação dos preços dos metais não ferrosos,

que como commodites, sofrem diretamente pelos

movimentos de mercado dos países, especialmente

da China. Para o Brasil estamos alinhados, para o fim de

2016, com uma perspectiva de queda do PIB de 4% e a taxa do dólar

em torno de R$ 4,00. Claro que se houverem mudanças nas crises

política e econômica que o Brasil enfrenta atualmente, podemos ter

uma melhora no cenário macroeconômico. No setor de galvanização

por imersão a quente, onde mais atuamos, a paralização dos

investimentos em infraestrutura está provocando uma queda de

atividades e as empresas já operam entre 50% e 60% de suas

capacidades nominais. A perspectiva de melhora para este setor é a

partir do 2º semestre de 2016, baseada no segmento de energia solar,

cujas estruturas de sustentação dos painéis fotovoltaicos são em aço

galvanizado, com dois mil megawatts a serem entregues em 2017.

Portanto, esse é o momento de trabalharmos muito, com muita

dedicação e empenho para buscarmos resultados melhores”.

Ricardo Suplicy GoesGerente Executivo do Instituto de Metais Não Ferrosos - ICZ

“O setor químico é transversal e seu

sucesso depende dos bons resultados dos

demais setores da economia. Assim, em um

cenário de queda do PIB industrial, é inevitável a

queda da produção na química. Para reverter esse

quadro, serão necessárias políticas públicas que

aumentem a competitividade, como o controle da inflação, a redução

da taxa de juros e da carga tributária, além de uma política que permita

a agregação de valor aos recursos naturais brasileiros, como a

utilização do óleo e gás do pré-sal, além da diminuição do custo da

energia e da carga tributária”.

Fernando FigueiredoPresidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química - Abiquim

“O consumo aparente de aço inoxidável no

mercado brasileiro retraiu 24% em 2015 com

relação a 2014, no total de aços planos e não

planos, passando de 396,2 mil toneladas em 2014

para 299,5 mil t em 2015. O consumo per capita caiu

de 1,95 kg/habitante para 1,46 kg/habitante no período, o que é

muito baixo quando comparado a outros países como África do Sul (5

kg/habitante), Tailândia (6 kg/habitante) e China (10 kg/habitante). A

produção total de aço inoxidável no Brasil apresentou queda de

“apenas” 7% em 2015 quando comparado a igual período do ano

anterior graças ao aumento das exportações, com o cambio favorável.

Para 2016, o cenário ainda é de dificuldades, com recuperação

esperada a partir de 2017. Como formas de estimular o crescimento

do mercado, o caminho em curso passa pela promoção do

conhecimento e dos benefícios do inox, aumento da capacitação dos

consumidores e união da cadeia produtiva. É neste sentido que atua a

Abinox, promovendo o conhecimento e a integração das empresas do

setor através de informativos, treinamentos e eventos, como o IIº

Fórum de Mercado a ser realizado em maio deste ano”.

Paulo Ricardo AndradeDiretor Executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável - Abinox

“O custo e a incerteza da energia elétrica e

do gás natural comprometem a competitividade

da produção e investimentos que promoveriam

ganhos de escala e inovação, com efeitos que se propagariam na

economia. Com as atuais sobras na oferta de energia – muito

decorrentes do sacrifício da indústria – estão criadas as condições para

uma agenda de recuperação da capacidade do Brasil em ofertar, de

forma sustentável, energia competitiva.”

Paulo Pedrosa Presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres – Abrace

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Congresso Brasileiro do Aço 2016Diante da maior crise da história do setor do aço no Brasil e no mundo, o momento é de união dos setores

produtivos para que a indústria nacional retome o seu crescimento. Nesse contexto, o Instituto Aço Brasil receberá

renomados palestrantes nacionais e internacionais na 27ª edição do Congresso Brasileiro do Aço, que será nos dias

08 e 09/06/2016, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.Depois de mais uma edição com modelo de Congresso e Exposição, o mais importante evento da cadeia sidero-

metalúrgica brasileira volta ao seu formato corporativo, com foco exclusivo na discussão dos rumos da indústria do

aço e da economia do País. Os temas para debate já estão definidos: “Indústria Nacional / retomada do crescimento –

o que fazer?”, “Indústria Mundial do Aço - cenário nos próximos três anos - impactos para o Brasil”, “Economia

Circular – transição para um novo modelo”, “China – economia de mercado” e “Futuro da Indústria Brasileira do Aço

– a visão dos CEOs”.Na última edição, cerca de mil pessoas participaram do evento. Mais de 60 jornalistas, representando os principais

veículos de comunicação do País, também estiveram presentes na cobertura. Assim como em 2015, o evento desse

ano oferece possibilidade de patrocínio e já conta com diversos apoiadores.

Inscrições com

15% de desconto

e programa completo em

www.acobrasil.org.br/congresso2016

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Usiminas: inovação e custo competitivo no seu automóvel

Atenta à demanda da indústria automotiva por

produtos que reduzam o peso, aumentem a

segurança e diminuam o custo de produção dos

veículos, a Usiminas desenvolveu um aço para

conformação a quente com revestimento de zinco e

ferro (Zn-Fe). O novo aço representa uma solução com

excelentes resultados a um custo compatível, o que o

torna bastante competitivo no mercado. O aço com revestimento Zn-Fe foi testado

industrialmente para que fossem encontradas as

condições ideais tanto de composição e proporção

das fases de Zn no revestimento quanto de processo

na linha de conformação a quente. Os resultados

atestaram que o aço da Usiminas apresenta excelente

qualidade superficial de amostras pintadas sem a remoção da camada de óxidos de Zn, assim como excepcional

resistência à corrosão e soldabilidade. Além disso, o produto não apresenta trincas no aço base, algo apontado

anteriormente como uma possível restrição ao uso desse revestimento. Para alcançar esse resultado, a Usiminas encontrou soluções técnicas para contornar os principais desafios

relativos ao desenvolvimento do produto: a possibilidade do aparecimento de micro-trincas no aço base e a

necessidade do jateamento devido ao óxido superficial mais espesso – uma etapa que encareceria o produto e

que, durante os testes, se mostrou desnecessária.

Produto atende à necessidade do mercado automotivo por soluções eficientes e mais acessíveis

Os traços do mestre Oscar Niemeyer se transformam em grandes lajes suspensas,

aço e concreto de contornos arrojados nas soluções estruturais criadas pelo

engenheiro Bruno Contarini para propostas arquitetônicas inovadoras. A

ArcelorMittal patrocinou e homenageou esse pioneiro da engenharia brasileira

moderna com o lançamento nacional da biografia deste que foi um dos responsáveis

pela construção da ponte Rio-Niterói, do Museu de Arte Contemporânea (MAC) em

Niterói (RJ), de Brasília, dentre vários outros projetos. A história do homem por trás da

arte de resolver estruturas de alguns importantes marcos da arquitetura brasileira foi

lançada no dia 7 de março, na Livraria da Travessa. Escrito pelo jornalista Nildo Carlos

Oliveira, o livro com mais de 200 páginas, conta a vida do engenheiro – desde a

infância até a fase adulta no Rio de Janeiro – e traz ainda as soluções estruturais que

ele adotou em diversas obras no Brasil e no exterior.

Engenharia brasileira em destaqueArcelorMittal promoveu evento de lançamento da biografia do engenheiro e calculista estrutural Bruno Contarini, colaborador de Oscar Niemeyer, na Livraria da Travessa

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%ESTATÍSTICA

Instituto Aço Brasil | Telefone (21) 3445-6300 | www.acobrasil.org.br | [email protected]

O consumo aparente nacional, em fevereiro de 2016, foi de 1,4 milhão de toneladas de produtos siderúrgi-cos, 27,2% menor que o mesmo período do ano anterior. No acumulado nos dois primeiros meses, o consumo aparente alcançou 2,7 milhões de tonela-das, 31,2% menor quando comparado aos mesmos meses de 2015.

Quanto às vendas internas, o resultado de fevereiro de 2016 foi de 1,3 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos, redução de 18,5% em relação a fevereiro de 2015. As vendas acumuladas no ano caíram 22,7%, totalizando 2,5 milhões de toneladas.

As importações, devido não só à desvalorização do real mas ao fraco consumo de aço no país decorrente da crise econômica, apresentaram queda de 72,1% em relação a fevereiro de 2015, totalizando 88 mil toneladas equivalentes a US$ 106 milhões.

A produção brasileira de aço bruto em fevereiro de 2016 foi de 2,4 milhões de toneladas, queda de 8,7% quando comparada com o mesmo mês em 2015. Em relação aos laminados, a produção de fevereiro, de 1,7 milhão de toneladas, apresentou uma redução de 14,9% quando comparada com fevereiro do ano passado. Com esses resultados, a produção acumula-da em 2016 totalizou 4,9 milhões de toneladas de aço bruto e 3,3 milhões de toneladas de laminados, havendo redução de 13,7% e 16,8%, respectiva-mente, sobre o mesmo período de 2015.

As exportações de produtos siderúrgicos em fevereiro de 2016 atingiram 1,1 milhão toneladas no valor de 369 milhões de dólares, representando crescimento de 54,8% em volume e queda de 10,2% em valor, quando comparadas a fevereiro de 2015.

Produção de Aço Bruto

MÊS 2015 2016

J 2.996

2.451

F 2.667

2.434

M 2.768 - A 2.897 - M 2.983 -

J 2.776 -

J 2.877 -

A 2.799 -

S 2.501 -

O 2.982 -

N 2.548 -

D 2.462 -

2.300

2.500

2.700

2.900

3.100

3.300

J F M A M J J A S O N D

2016 2015

Unid.:103t