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Internet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected] Director Fernando de Sousa SOCIALISTA ~ Quem disse ? N”1047 13 JANEIRO 2000 100$ - 0,5 Política Sociedade & País Sexta-feira na Assembleia da Repœblica Guterres encerra debate do PSE O secretÆrio-geral do PS, António Guterres, encerra amanhª uma reuniªo alargada da direcçªo do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Europeu sobre a presidŒncia portuguesa da Uniªo Europeia. A reuniªo decorrerÆ na Assembleia da Repœblica e no encontro vªo participar, alØm do líder do PS, o presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Europeu, Enrique Baron Crespo, o comissÆrio europeu para a Justiça e os Assuntos Internos, António Vitorino, o secretÆrio de Estado dos Assuntos Europeu, Seixas da Costa, bem como os ministros Ferro Rodrigues, Fernando Gomes e António Costa. Entre os temas a abordar ao longo do encontro, de referir que o secretÆrio de Estado dos Assuntos Europeus falarÆ sobre as prioridades da presidŒncia portuguesa, o ministro do Trabalho e da Solidariedade sobre emprego na perspectiva da cimeira de Março em Lisboa, enquanto os ministros da Administraçªo Interna e da Justiça abordarªo o tema «A Europa como espaço da liberdade, segurança e justiça». Por sua vez, o comissÆrio António Vitorino vai debruçar-se sobre a Carta dos Direitos Fundamentais, um dos «dossiers» mais importantes para o futuro da Uniªo Europeia. Quanto à delegaçªo do Partido Socialista Europeu, recorde-se que trŒs eurodeputados portugueses integram a sua direcçªo: António JosØ Seguro, Helena Torres Marques e Luís Marinho. Hoje, no âmbito da presidŒncia portuguesa da Uniªo Europeia, o ministro das Finanças e Economia, Pina Moura, reœne-se com o seu homólogo britânico, Gordon Brown, num primeiro encontro de trabalho sobre harmonizaçªo fiscal. De acordo com Pina Moura, a reuniªo vai servir para fazer o ponto da situaçªo dos casos de divergŒncia no que toca à harmonizaçªo fiscal, em que o Reino Unido aparece como um dos principais opositores. «Para os próximos cem anos, que serªo o início de um novo milØnio, desejaria que cada ser humano vivesse em paz, em liberdade, num ambiente sªo e em condiçıes de vida decentes» Mikhail Gorbachev Visªo, 6 de Janeiro O Governo vai levar a debate na próxima semana, na Assembleia da Repœblica, uma proposta de revisªo da actual lei de financiamento dos partidos políticos. Com a apresentaçªo deste diploma, o Executivo tem como principais objectivos proibir o financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais por pessoas colectivas e reforçar a transparŒncia do regime democrÆtico, atravØs de novos mecanismos de controlo das contas, ou seja, das receitas e despesas das forças políticas e das campanhas eleitorais. A proposta de lei partiu do ministro da Reforma do Estado e da Administraçªo Pœblica, Alberto Martins, e pretende-se que reœna o maior consenso político dentro da Assembleia da Repœblica. Reuniªo entre Guterres e Prodi no PalÆcio de Queluz Portugal e Comissªo Europeia em sintonia total Os vinte comissÆrios europeus e o Governo portuguŒs estiveram segunda- feira reunidos no PalÆcio de Queluz para definirem objectivos e estabelecerem-se calendÆrios para a presidŒncia de Portugal da Uniªo Europeia. No final da reuniªo, tanto o primeiro-ministro, como o presidente da Comissªo Europeia, Romano Prodi, foram claros em sublinhar a completa sintonia de posiçıes. Porto 2001 Ópera, literatura e poesia no futebol na ligaçªo a Roterdªo Poesia «publicitada» em jogos de futebol, uma ópera sobre pensadores das duas cidades e a ligaçªo do «Elogio da Cultura» ao «Amor de Perdiçªo» sªo alguns dos projectos conjuntos das capitais europeias da cultura em 2001, Porto e Roterdªo.

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13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA1

Internet: http//www.partido-socialista.pt/partido/imprensa/as/ E-mail: [email protected]

Director Fernando de Sousa

SOCIALISTA

~Quem disse ?

Nº1047 13 JANEIRO 2000 100$ - 0,5

Política Sociedade & País

Sexta-feirana Assembleiada República

Guterres encerradebate do PSE

O secretário-geral do PS, AntónioGuterres, encerra amanhã umareunião alargada da direcção doGrupo Parlamentar do PartidoSocialista Europeu sobre apresidência portuguesa da UniãoEuropeia. A reunião decorrerá naAssembleia da República e noencontro vão participar, além dolíder do PS, o presidente do GrupoParlamentar do Partido SocialistaEuropeu, Enrique Baron Crespo, ocomissário europeu para a Justiçae os Assuntos Internos, AntónioVitorino, o secretário de Estado dosAssuntos Europeu, Seixas daCosta, bem como os ministrosFerro Rodrigues, Fernando Gomese António Costa.Entre os temas a abordar ao longodo encontro, de referir que osecretário de Estado dos AssuntosEuropeus falará sobre asprioridades da presidênciaportuguesa, o ministro do Trabalhoe da Solidariedade sobre empregona perspectiva da cimeira deMarço em Lisboa, enquanto osministros da Administração Internae da Justiça abordarão o tema «AEuropa como espaço daliberdade, segurança e justiça».Por sua vez, o comissário AntónioVitorino vai debruçar-se sobre aCarta dos Direitos Fundamentais,um dos «dossiers» maisimportantes para o futuro da UniãoEuropeia. Quanto à delegação doPartido Socialista Europeu,recorde-se que trêseurodeputados portuguesesintegram a sua direcção: AntónioJosé Seguro, Helena TorresMarques e Luís Marinho.Hoje, no âmbito da presidênciaportuguesa da União Europeia, oministro das Finanças e Economia,Pina Moura, reúne-se com o seuhomólogo britânico, GordonBrown, num primeiro encontro detrabalho sobre harmonizaçãofiscal. De acordo com Pina Moura,a reunião vai servir para fazer oponto da situação dos casos dedivergência no que toca àharmonização fiscal, em que oReino Unido aparece como umdos principais opositores.

«Para os próximos cemanos, que serão o início deum novo milénio, desejariaque cada ser humanovivesse em paz, emliberdade, num ambientesão e em condições devida decentes»

Mikhail GorbachevVisão, 6 de Janeiro

O Governo vai levar a debate na próxima semana, na Assembleia daRepública, uma proposta de revisão da actual lei de financiamento dospartidos políticos. Com a apresentação deste diploma, o Executivo temcomo principais objectivos proibir o financiamento dos partidos e dascampanhas eleitorais por pessoas colectivas e reforçar a transparênciado regime democrático, através de novos mecanismos de controlo dascontas, ou seja, das receitas e despesas das forças políticas e dascampanhas eleitorais. A proposta de lei partiu do ministro da Reforma doEstado e da Administração Pública, Alberto Martins, e pretende-se quereúna o maior consenso político dentro da Assembleia da República.

Reunião entre Guterres e Prodi no Palácio de QueluzPortugal e Comissão Europeia

em sintonia totalOs vinte comissários europeus e oGoverno português estiveram segunda-feira reunidos no Palácio de Queluz paradefinirem objectivos e estabelecerem-secalendários para a presidência dePortugal da União Europeia. No final dareunião, tanto o primeiro-ministro, como opresidente da Comissão Europeia,Romano Prodi, foram claros em sublinhara completa sintonia de posições.

Porto 2001Ópera, literatura e poesia no futebol

na ligação a RoterdãoPoesia «publicitada» em jogos defutebol, uma ópera sobrepensadores das duas cidades ea ligação do «Elogio da Cultura»ao «Amor de Perdição» sãoalguns dos projectos conjuntosdas capitais europeias da culturaem 2001, Porto e Roterdão.

ACÇÃO SOCIALISTA 2 13 JANEIRO 2000

A SEMANA

MEMÓRIAS ACÇÃO SOCIALISTA EM 1982

SEMANAEDITORIAL A Direcção

UM GOVERNO QUE DEFENDAQUEM TRABALHA

Em entrevista ao «Acção Socialista» de14 de Janeiro de 1982, o líder da UGT,camarada Torres Couto, tecia durascríticas à política social e laboral doGoverno da AD e deixava um aviso: «Seeste Governo não mudar radicalmentetem de vir outro que defenda quemtrabalha.»Na referida entrevista, Torres Coutocriticava ainda a postura do PCP e daCGTP.Por outro lado, e com chamada deprimeira página, o «Acção Socialista»anunciava a realização do III Encontro dosTrabalhadores Socialistas daComunicação Social agendado para osdias 30 e 31 de janeiro no Porto, iniciativaque teria como tema central de discussãoe debate «Domínio e manipulação AD naComunicação Social».Destaque ainda nesta edição do órgãooficial do PS para um notável artigo docamarada Edmundo Pedro intitulado «O18 de Janeiro e o Golpe da Polónia».Como habitualmente, o «AS» preenchiauma larga fatia das suas páginas comnotícias referentes à intensa actividadedas secções e núcleos do PS, partido deprojecto e de militantes. J. C. C. B.

14 de Janeiro

Quem disse?

«A UGT continua a defender a integraçãode Portugal na CEE numa perspectiva deconsolidação do regime democrático ede uma melhoria substancial dascondições e do nível de vida da classetrabalhadora»Torres Couto

Sampaio: Operação sem complicações

O camarada Jorge Sampaio teve alta, nodia 10, após uma intervenção cirúrgica auma hérnia na virilha realizada na manhãdo passado domingo.A operação do Presidente da Repúblicademorou cerca de 45 minutos e «decorreusem quaisquer complicações», conformeinformou o director do Hospital de SantaCruz, em Lisboa.Sampaio, que foi submetido a umaanestesia geral, foi sujeito também a uma«rectificação» do seu ritmo cardíaco «quedecorreu com sucesso», adiantou oclínico em conferência de Imprensa.A correcção da «perturbação do ritmo»cardíaco (chamada fibrilhação auricular)do chefe de Estado - operado ao coraçãohá cerca de três anos e meio - «não eraestritamente necessária» mas, comoJorge Sampaio estava anestesiado, foifeita a sua rectificação, acrescentou.O cardiologista Ricardo Seabra Gomesgarantiu que não há quaisquer problemasde ordem cardíaca com o Presidente:

«Não tem qualquer implicação» com aoperação a «uma pequena hérnia inguinalesquerda recidivada» (por surgir depoisdo tratamento a uma hérnia anterior).O cirurgião e médico pessoal deSampaio, Eduardo Barroso, disse que ochefe de Estado teria alta dentro de 24 a48 horas, confirmando-se o primeiroprognóstico.O Presidente da República já tinha sidooperado a duas hérnias inguinais (uma emcada virilha) há uma década e meia.Jorge Sampaio deu entrada no Hospitalde Santa Cruz minutos antes das 8 horasde domingo, tendo-lhe sido feitos poucodepois os últimos testes médicos antesda operação.O Presidente da República foi operadopelo director dos serviços de cirurgia dohospital, Humberto Messias, e pelo seumédico pessoal, Eduardo Barroso.A equipa médica integrou ainda duasanestesistas e dois cardiologistas, alémde Daniel de Matos.

Pescas: Projectos para renovar frotas

A Secretaria de Estado das Pescas anunciou,no dia 7, em nota à Comunicação Social, queforam aprovados, na última Unidade deGestão da Intervenção Operacional, 17novos projectos de renovação porsubstituição da frota de pesca, numinvestimento total de 600 mil contos.A aplicação desta verba visa a construçãopor substituição de oito embarcações depesca polivalentes, seis arrastões decrustáceos, uma embarcação de cerco eduas de pesca de anzol, refere o documento.Foram ainda aprovados três projectos dedesenvolvimento da aquicultura (criaçãopiscícola em viveiros), com um investimentode cerca de 292 mil contos, a que

corresponde um apoio nacional de 73 milcontos e comunitário de 177 mil.Os três projectos visam a modernização deuma unidade de crescimento e engorda detruta arco-íris em recintos flutuantes, emMontalegre, a adaptação de uma antigamarinha de sal em estabelecimento depiscicultura em Aveiro e a construção de umaunidade piloto de aquicultura associada aosrecifes naturais na ilha de Armona, Olhão.Por último, foi ainda aprovado um projectode protecção de zonas marinhas, que temcomo objectivo central a protecção edesenvolvimento de algumas espéciespiscícolas no Algarve, no montante de 209mil contos.

Seixas da Costa discute próxima CIG no PE

O secretário de Estado dos AssuntosEuropeus, Seixas da Costa, estevepresente no dia 11 na sessão da ComissãoConstitucional do Parlamento Europeu,realizada em Bruxelas, onde se discutiu olançamento da próxima Conferência

Intergovernamental (CIG).A nova CIG será iniciada pela Presidênciaportuguesa da União Europeia em 14 deFevereiro, data a partir da qual se deverãoiniciar os trabalhos, quer ao nívelpreparatório quer no âmbito ministerial.

Bananas: o défice de verdade de Alberto João Jardim

Depois do défice democrático, do déficede urbanidade, surge mais uma vez odéfice de verdade. Alberto João Jardimvolta a deturpar e lidera destacado o «top»dos défices.Agora, Alberto João Jardim e um deputadoregional do PSD da Madeira produziramuma série de declarações pondo em causaa defesa que o Ministério da Agriculturatem assumido em todas as circunstâncias,relativamente à eventual reforma da OCMda banana no âmbito da UE.

Num comunicado, o ministério de CapoulasSantos repudia tais declarações e remeteos seus autores para as actas dosConselhos de Ministros da Agricultura daUE, nos dias 14 e 15 de Junho, 27 e 28 deSetembro e 23 e 24 de Novembro de 1999,constam as intervenções inequívocasefectuadas sobre o tema em questão.O Ministério da Agricultura «não podedeixar de lamentar as declaraçõesproduzidas, em termos a que os seusautores, infelizmente, já nos habituaram».

Democracia mais transparenteCom o objectivo de tornar mais transparentes as despesas efectuadas pelos partidosnas campanhas eleitorais, o Governo vai apresentar na próxima semana, na Assembleiada República, uma proposta de revisão da actual lei de financiamento dos partidospolíticos.Esta iniciativa legislativa do actual Executivo irá ainda permitir que a Comissão Nacionalde Eleições veja reforçados os seus meios para proceder à fiscalização das contas dascampanhas eleitorais.Paralelamente, o Governo pretende reforçar as coimas em caso de percepção de receitasou de realização de despesas ilícitas, equiparando-se neste caso as coimas aplicáveisàs pessoas colectivas e aos partidos políticos.É intensão deste Executivo incentivar a participação cívica dos cidadãos, tornando-se paraisso necessário uma crescente credibilização da vida política e da democracia. Medidascomo a que agora se pretende ver aprovada, ao proíbirem o financiamento dos partidos edas campanhas eleitorais por pessoas colectivas, vem reforçar a transparência do regimedemocrático através de novos e mais eficientes mecanismos de controlo de contas.Este controlo de receitas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais passa pelaexigência de que os donativos de natureza pecuniária feitos por pessoas singularessejam obrigatoriamente titulados por cheque quando o seu quantitativo exceder umsalário mensal nacional, depositado em conta bancária aberta pelo partido para esseefeito e na qual só podem ser efectuados depósitos que tenham esta origem.Esta aposta na qualidade da democracia, aliás um dos imperativos do actual Executivo,enquadra-se na aposta clara e inequívoca no desenvolvimento e modernizaçãoadministrativa que se pretende para o País.António Guterres deixou esta ideia bem clara na sua mensagem de Natal ao lembrar que«os portugueses não são de desistir quando metem mãos à obra e quando têm objectivospara alcançar. E esse objectivo é o da recuperação no espaço de uma geração o atrasoestrutural que nos separa dos países mais desenvolvidos do centro da Europa».Este objectivo, traçado pelo Governo socialista exige dos governantes um conjuntoinovador de objectivos e de planos de acção, mas cuja concretização assentará,sobretudo, na capacidade de mobilização de toda a sociedade portuguesa, e é issomesmo que se está a fazer.

13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA3

POLÍTICA

PORTUGAL E COMISSÃO EUROPEIAEM SINTONIA TOTAL

GUTERRES E PRODI Reunião no Palácio de Queluz

Os vinte comissários europeus eo Governo português estiveramsegunda-feira reunidos no Paláciode Queluz para definiremobjectivos e estabelecerem-secalendários para a presidência dePortugal da União Europeia. Nofinal da reunião, tanto o primeiro-ministro, como o presidente daComissão Europeia, RomanoProdi, foram claros em sublinhar acompleta sintonia de posições.O presidente da ComissãoEuropeia demonstrou mesmogrande empenhamento num dosprincipais temas da presidênciaportuguesa e que estárelacionado com as questões doemprego, combate à pobreza,incentivos às microempresas,investigação científica egeneralização das novastecnologias.

primeiro-ministro, AntónioGuterres, e o presidente daComissão Europeia, RomanoProdi, sublinharam segunda-

-feira, o grande entendimento existentequanto às prioridades da presidênciaportuguesa da União Europeia. Estasdeclarações foram proferidas emconferência de imprensa, na qual tambémparticipou o ministro dos NegóciosEstrangeiros, Jaime Gama, que teve lugarapós a reunião plenária da ComissãoEuropeia com os membros do Governoportuguês, em Queluz, e imediatamenteantes do almoço que local foi oferecido atodos os participantes pelo primeiro-ministro e actual presidente do ConselhoEuropeu, António Guterres.Tanto o primeiro-ministro como opresidente da Comissão Europeiareiteraram a ideia de que a presidênciaportuguesa não deverá lançar nenhumnovo processo, depois dos que já estãoem curso na União Europeia. Pelocontrário, deverá procurar concretizar eimplementar os já iniciados. Após a reuniãoque se destinou a acertar os pormenores,definir os objectivos e estabelecer oscalendários do próximo semestre da UniãoEuropeia, António Guterres ouviu RomanoProdi reiterar que poderá contar com o«empenhamento da Comissão Europeia»para o ponto mais importante dapresidência portuguesa, que será oConselho Europeu extraordinário deLisboa, em Março, com o qual se pretendedotar os Estados-membros de umpensamento e de uma estratégia comunspara fazer das economias europeias umarealidade tão dinâmica e poderosa comoa economia norte-americana, sem perderde vista os actuais esquemas de coesão

social e sem secundarizar o combatecontra a exclusão. Até à cimeira de Lisboa,Romano Prodi comprometeu-se adesenvolver uma série de iniciativas nosdomínios do incentivo às microempresase ao espírito empresarial, da investigaçãocientífica e tecnologia e da difusão denovas tecnologias da informação.A este propósito, António Guterressublinhou que, nas reuniões, a presidênciae a Comissão Europeia tiveram umagrande identidade de pontos de vista nosentido de que «antes, durante e depois»da cimeira de Lisboa sejam desenvolvidosesforços visando dotar a Europa de umaestratégia que lhe permita tornar-se em dezanos um dos mais competitivos espaçoseconómicos do mundo. Neste contexto, edepois dos processos de Colónia, Cardiffe Luxemburgo, e da criação do euro, osecretário-geral do PS advertiu logo quenão será lançada mais nenhum processoneste domínio. Por outras palavras,segundo António Guterres, a presidênciaportuguesa da União Europeia, nosconselhos europeus de Lisboa e de SantaMaria da Feira, vai tomar «decisões, porforma a simplificar e aprofundar os váriosprocessos já existentes em relação àsreformas económicas europeias, empregoe coesão social». A presidência portuguesatambém acrescentará novas dimensões aesta problemática em áreas como asociedade de informação e doconhecimento, combate à pobreza eexclusão social.

Paralelamente ao campo do emprego e dodesenvolvimento, como salientou o chefe doGoverno, a presidência portuguesa pretendecontribuir para o esforço de ser encontrada«uma nova metodologia de coordenaçãoque permita que em cada um dos processosem curso de decisão haja indicadores deobjectividade nas metas a alcançar».

António Vitorinoconfiante

Em outro «dossier», na ConferênciaIntergovernamental (CIG), António Guterressalientou a importância do contributo quea Comissão Europeia vai apresentar no dia26 deste mês. Sobre este assunto,Romano Prodi disse que as conclusõesdeste processo serão tiradas napresidência francesa, que ocorrerá nosegundo semestre deste ano, depois dospreparativos feitos na presidênciaportuguesa. Sobre este tema específico,o ministro dos Negócios Estrangeiros,Jaime Gama, revelou que assinarasegunda-feira à tarde as cartas que envioua todos os países membros da UniãoEuropeia pedindo-lhes sugestões para asnegociações da CIG.Interrogado sobre o problema levantadopelos camionistas franceses, o ex-primeiro-ministro italiano adiantou que a ComissãoEuropeia optou por uma estratégia «deacção rápida», enquanto o chefe doGoverno português frisou que o assuntoesteve também presente na reunião do

ministro Jorge Coelho com Loyola Palacio,vice-presidente da Comissão Europeia eresponsável pelas relações com oParlamento, Transportes, Energia, e ErkiiLiikanen, comissário para as Empresas eSociedade de Informação.Outro tema abordado na conferência deimprensa relacionou-se com o processode alargamento da União Europeia, quedeverá concretizar-se após a conclusão daCIG. António Guterres declarou então quea candidatura da Turquia à União Europeianão terá condições diferentes das queforam colocadas a outros países. O chefedo Governo e presidente do ConselhoEuropeu defendeu que o diálogo com aTurquia «vai ser intensificado», lembrando,depois, que a candidatura turca será umdos temas agendados para o próximoConselho de Assuntos Gerais da UniãoEuropeia.Outra questão controversa e preocupanteno panorama internacional é a da guerraentre a Rússia e a Tchechénia. O ministrodos Negócios Estrangeiros sublinhou que,neste momento, já há sinais claros da parteda União Europeia na gestão dacooperação com a Rússia, acrescentandoque este é outro dos temas a debater nopróximo Conselho de Assuntos Gerais. «Énecessário haver uma maior coordenaçãodas decisões de Helsínquia e, também, umacompanhamento da evolução dasituação», declarou Jaime Gama.Também presente na reunião do Paláciode Queluz, o comissário europeu daJustiça e dos Assuntos Internos, AntónioVitorino, afirmou esperar que o plano deacção para a criação do Espaço Europeude Liberdade, Segurança e Justiça sejaaprovado durante a presidênciaportuguesa da União Europeia. Falando àmargem das reuniões entre os comissárioseuropeus e os ministros portugueses, o ex-dirigente socialista manifestou-se aindacom esperança de que este conjunto dedecisões possibilite alterar a agenda daConferência Intergovernamental. O planode acção é uma lista das tarefas a realizardurante os próximos cinco anos para ainstituição de um espaço europeu deLiberdade, Segurança e Justiça. NoPalácio de Queluz, António Vitorino estevereunido com os ministros da AdministraçãoInterna e da Justiça, respectivamente,Fernando Gomes e António Costa.Após a série de reuniões, foi servida aoscomissários europeus uma ementa comum forte cunho português na Sala daMúsica do Palácio de Queluz. Depois deuma lagosta suada à moda de Peniche ede um parto de Singeverga, seguiram-seuma sobremesa de pudim Abade dePriscos, tudo acompanhado por vinhoscomo o Tapada de Chaves 97 branco,Vinha Grande 95 tinto e Porto Nieport 20anos.

O

ACÇÃO SOCIALISTA 4 13 JANEIRO 2000

POLÍTICA

REFORÇAR A TRANSPARÊNCIADA DEMOCRACIA

FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS Revisão da lei

O Governo vai levar a debate napróxima semana, na Assembleia daRepública, uma proposta derevisão da actual lei definanciamento dos partidospolíticos. Com a apresentaçãodeste diploma, o Executivo temcomo principais objectivos proibiro financiamento dos partidos e dascampanhas eleitorais por pessoascolectivas e reforçar atransparência do regimedemocrático, através de novosmecanismos de controlo dascontas, ou seja, das receitas edespesas das forças políticas edas campanhas eleitorais. Aproposta de lei partiu do ministroda Reforma do Estado e daAdministração Pública, AlbertoMartins, e pretende-se que reúna omaior consenso político dentro daAssembleia da República.

iniciativa legislativa do Governovai ainda permitir um reforçodos meios da ComissãoNacional de Eleições (CNE),

bem como a proibição da utilização dematerial não biodegradável nas acções decampanha eleitoral e de propaganda dospartidos políticos. Pela parte do Executivoliderado por António Guterres, mantém-seainda a disponibilidade para se procederà diminuição dos limites máximos dedespesas realizadas em cada campanhaeleitoral.Com a medida de proibir o financiamentodos partidos por parte de empresas, oGoverno quer eliminar «um dos focos deconflitualidade entre partidos e umaalegada suspeição sobre as contas destese das campanhas eleitorais. Estabelece-se ainda que os partidos e as candidaturasnão podem adquirir bens ou serviços apessoas colectivas, nacionais, ouestrangeiras, a preços inferiores aospraticados no mercado». Ainda segundoa proposta de lei, «o reforço do controlodas receitas dos partidos políticos e dascampanhas eleitorais passa pela exigênciade que os donativos de natureza pecuniáriafeitos por pessoas singulares sejamobrigatoriamente titulados por chequequando o seu quantitativo exceder umsalário mensal nacional, depositado emconta bancária aberta pelo partido paraesse efeito e na qual só podem serefectuados depósitos que tenham estaorigem». De referir, igualmente no querespeita a esta capítulo, que dentro doslimites dos donativos consideram-setambém os donativos em espécie e osbens cedidos a título de empréstimo.Pela proposta de lei do Governo, é tambémaditado um novo artigo sobre despesas

dos partidos polít icos. Esse artigoestabelece que a realização de qualquerdespesa dos partidos superior a um saláriomínimo mensal nacional «é feita através decheque, devendo os partidos procedertrimestralmente às reconcil iaçõesbancárias». Este artigo responde por estavia a várias questões antes suscitadas peloTribunal Constitucional. No regimecontabil íst ico, designadamente nadiscriminação das despesas,acrescentam-se as correspondentes àscontribuições para campanhas eleitorais eelimina-se a expressão «corrente apósdespesas com aquisições de bens eserviços». Por outro lado, «aumentou-se noelenco de listas anexas à contabilidade dospartidos a lista com extractos bancários demovimentos das contas e os extractos deconta de cartão de crédito».

Campanhascom menos gastos

De acordo com o diploma aprensado peloGoverno, os donativos para campanhaficam sujeitos às mesmas regras dosdonativos para os partidos políticos, sendoobrigatoriamente depositados em contabancária aberta para o efeito e para oapuramento dos limites em donativos.Consideram-se igualmente os donativosem espécie, bem como os bens cedidosa título de empréstimo. De salientar que,

em termos de despesas em campanhaeleitoral, pretende-se alterar o actual artigo18, passando a constar que «sãodiscriminadas por categoria com a junçãoda respectiva factura, recibo ou outrodocumento certificativo equivalente emrelação a cada acto de despesas».Na proposta de lei já entregue peloGoverno na mesa da Assembleia daRepública, conserva-se em aberto «o limitede despesa em campanha eleitoral, cujosmontantes foram reduzidos em 1998». Nopróprio diploma, a este propósito, recorda-se que o PS, durante o último processo derevisão da lei, propôs a adopção de umcritério distinto, tendo como base a médiadas despesas com as últimas campanhaseleitorais. Agora, o Executivo socialistadecidiu manter o mesmo princípio emboraexista «total abertura para proceder àdiminuição dos limites de despesa com ascampanhas eleitorais».Outro ponto a destacar do diploma quepartiu do ministro Alberto Martins, resideno facto de raramente os partidosindicarem o número de autarquias a quese candidatam. Por essa razão, se aproposta de lei vier a ser aprovada, passaa exigir-se que os partidos, coligações ougrupos de cidadãos eleitores declarem àComissão Nacional de Eleições (CNE) onúmero de candidatos apresentadosrelativamente a cada acto eleitoral. Maisimportante, contudo, é que o diploma

reforça os meios aos dispor da CNE paraproceder à fiscalização das contas dascampanhas eleitorais.

Sançõesmais pesadas

Um dos aspectos mais significativos daproposta de lei do Governo reside noendurecimento do regime sancionatóriopara quem não cumprir a legislação sobrefinanciamento. Desta forma, é agravada acoima máxima no caso de percepção dereceitas ou de realização de despesasil ícitas, equiparando-se as coimasaplicáveis às pessoas colectivas e aospartidos políticos. Também neste campo,propõe-se o agravamento das coimasmáximas «no caso de não discriminaçãode receitas e despesas e não prestaçãode contas. Pelo diploma do Executivo,estas duas situações são equiparadas.Estabelecem-se ainda «coimas aplicáveisaos dirigentes partidários e aosadministradores de empresas queparticipem em actos de financiamentoproibido».Finalmente, ainda no que respeita àsprincipais linhas do diploma do Governo,exige-se que a publicidade e a propagandados partidos e das campanhas eleitoraisseja sempre feita em materialbiodegradável, estando assim no horizontea possibilidade de serem proibidos ostradicionais pensões de plásticos, bemcomo outros meios de campanha.O Governo sabe que a regulação dofinanciamento dos partidos políticos e dascampanhas eleitorais tem sofrido váriasalterações nos últimos anos. No entanto,tal como se refere na nota de exposiçãode motivos da proposta de lei, «algumasquestões, que se prendem essencialmentecom as doações por empresas, ou a suaproibição, o controlo das contas dospartidos e das campanhas eleitorais, e oslimites de despesas com a campanhaeleitoral, mantêm-se em aberto no debatepúblico». Nesta matéria, o Executivoreconhece que «as soluções encontradasnão têm sido consensuais, pelo que aquestão dos financiamento dos partidos edas campanhas eleitorais é um assuntorecorrente e de suspeição da credibilidadeda vida política».Atento a este factos prejudiciais àtransparência do nosso regimedemocrático, o Programa do XIV Governo,nomeadamente no capítulo V, com o título«A qualidade da democracia», sustenta-seque o Executivo irá aposta «na reforma doEstado e das instituições políticas». E umadessas iniciativas já previstas no Programado Governo é precisamente o«aperfeiçoamento do regime definanciamento dos partidos, no sentido demaior transparência e controlo».

A

13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA5

GOVERNO

CONSELHO DE MINISTROS Reunião de 6 de Janeiro

O Conselho de Ministros aprovou:� Uma resolução que cria a Missão para a Reforma da Organização Territorial daAdministração do Estado;� Uma resolução que nomeia Nuno Gonçalo Castelo Vitorino presidente da Missãopara a Reforma da Organização Territorial da Administração do Estado;� Uma resolução que comete a coordenação do processo de transferência de novasatribuições e competências para as autarquias locais ao ministro Adjunto, através dosecretário de Estado da Administração Local, e o acompanhamento do mesmoprocesso ao ministro das Finanças, através do secretário de Estado do Orçamento� Uma resolução que cria a Comissão Nacional e a Comissão Executiva do Centenáriode Eça de Queiroz;� Um diploma que altera o decreto-lei relativo ao regime jurídico dos títulos de dividaa curto prazo, comumente denominado «papel comercial»;� Um decreto-lei que mantém em vigor um regime especial de despesas públicaspara o projecto «Loja do Cidadão»;� Um decreto-lei que altera o regime jurídico do Fundo Extraordinário de Ajuda àReconstrução do Chiado (FEARC);� Um decreto que regulamenta a lei relativa ao controlo público da riqueza dos titularesdos cargos políticos;� Um diploma que altera o decreto-lei que aprovou os Estatutos do Instituto deDesenvolvimento Social;� Um diploma que altera o decreto-lei que instituiu o Sistema Integrado de Protecçãocontra as Aleatoriedades Climáticas (SIPAC);� Um diploma que altera a resolução do Conselho de Ministros que aprovou oPrograma para a Promoção dos Ofícios e das Microempresas Artesanais (PPART);� Uma proposta de lei que transpõe para a ordem jurídica interna a directiva comunitáriarelativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços;� Um decreto-lei que transpõe para o ordenamento jurídico a directiva europeia sobreos critérios de pureza específicos dos aditivos alimentares com excepção dos corantese dos edulcorantes;� Um decreto-lei que transpõe para a ordem jurídica interna a directiva comunitáriaque estabelece as condições e regras aplicáveis a certas categorias deestabelecimentos e intermediários no sector da alimentação animal situados em paísesterceiros;� Um decreto-lei que altera alguns limites máximos de resíduos de produtosfitofarmacêuticos à superfície e no interior de frutos, produtos hortícolas e cereais,transpondo as respectivas directivas europeias;� Um decreto-lei que exclui do Regime Florestal Parcial uma área de 1.2268 hectaresde terreno baldio, situado no concelho de Alcobaça e integrada na Alva de Pataias,para efeitos da construção do quartel dos Bombeiros Voluntários de Pataias;� Um decreto-lei que exclui do Regime Florestal Parcial uma área de 3.2424 hectaresde terreno baldio, situado no concelho de Alcobaça e integrada na Alva de Pataias,para efeitos de expansão da zona habitacional de Pataias;� Uma resolução que nomeia vogais do Conselho de Administração do IFADAP(Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas)António Manuel da Silva Osório e José António de Sousa Canha.

ACTIVIDADE TERMALEM MUDANÇA

DESTAQUE - CM Caldas da Rainha

SUBSÍDIOPARA EX-TRABALHADORES

MISSÃO: REFORMARE DESCENTRALIZAR

DESTAQUE � CM Estado

O Executivo socialista decidiu, no passadodia 6, em reunião de Conselho deMinistros, criar uma Missão para a Reformada Organização Territorial daAdministração do Estado.A referida Missão, que funcionará nadependência do ministro da Reforma doEstado e da Administração Pública, serácomposta por representantes de todos osministros que integram o Governo edisporá de um núcleo permanenteconstituído por representantes dosministros da Presidência, da AdministraçãoInterna, do Planeamento, das Finanças, daSaúde, do Trabalho e Solidariedade, doAmbiente e do Ordenamento do Territórioe do Ministro da Reforma do Estado e daAdministração Pública.A Missão terá o mandato de um ano,competindo-lhe elaborar, sob a orientaçãodo ministro da Reforma do Estado e daAdministração Pública e no respeito peloPrograma do Governo, propostasprogramáticas, organizativas e legislativasrespeitantes à reforma da organizaçãoterritorial da Administração Pública, bemcomo acompanhar a respectivaconcretização.O Executivo pretende, com esta medida,definir as grandes linhas estratégicas dareforma democrática do Estado no âmbitoda organização territorial da AdministraçãoPública, potenciando o signif icativoconsenso gerado em torno de algunspontos da agenda política da anteriorlegislatura.Tais pontos são a prioridade de correcçãodas assimetrias regionais, com vista a umamaior equidade no desenvolvimento; anecessidade de reforma da administraçãoperiférica do Estado, visando a

coordenação territorial das polít icaspúblicas; a descentral ização decompetências para as autarquias locais,associações de municípios e áreasmetropolitanas; e a articulação entre osvários níveis da administração do Estado,promovendo o envolvimento dos parceiroseconómicos, sociais e institucionais etornando mais transparentes as relaçõesentre as actuações públicas e privadas.Pretende-se, pois, privilegiar as políticascentradas no território, a racionalização daadministração desconcentrada e aconcretização dos princípios dasubsidiariedade e da descentralização,rompendo com sistemas tradicionais queconstituem óbices à competitividade dePortugal num contexto de união económicae monetária europeia, nomeadamente atradição de compartimentação sectorialdas políticas públicas, a descoordenaçãoresultante da existência de mais de trêsdezenas de modelos de organizaçãoterritorial do Estado, a subalternidade dapolítica regional e a excessiva centralizaçãoadministrativa e financeira.

DESTAQUE � CM Chiado

O Conselho de Ministros aprovou no dia6, em Lisboa, um decreto-lei que permitiráa atribuição de um subsídio extraordináriode compensação superior a um milhão decontos aos cerca de mil trabalhadores dazona incendiada do Chiado.A verba de um milhão e cem mil contos foiacordada depois de um compromissoestabelecido pelo Sindicato dosTrabalhadores do Comércio Escritórios eServiços de Portugal (CESP), a CâmaraMunicipal de Lisboa, o Ministério doTrabalho, Banco de Portugal e FundoExtraordinário de Apoio à Recuperação doChiado (FEARC).Porém, para a verba ser desbloqueada foinecessário elaborar a proposta de alteração

ao decreto-lei que regulamenta o regimejurídico do FEARC que foi aprovada napassada reunião de em Conselho deMinistros, realizada quinta-feira.O valor a atribuir a cada trabalhador noâmbito do subsídio extraordinário dependedo número de anos de casa.Assim, será estabelecido um valor-base,comum a todos, sendo este multiplicadopelo número de anos de casa de cadatrabalhador.O subsídio destina-se aos ex-trabalhadores do Chiado que tenhamficado numa situação de desempregoinvoluntário na sequência do incêndio eque ainda se encontrem numa situação decarência social.

O Governo do PS estabeleceu, no dia 22de Dezembro, em Conselho de Ministros,um regime aplicável à exploração da ZonaTermal das Caldas da Rainha, mediante acriação do Hospital Rainha D. Leonor e daSociedade Termas da RainhaO diploma define uma estruturaorganizacional da actividade termal nacidade das Caldas da Rainha, com vista àsua reabilitação, o que se justifica dado ovalor intrínseco das águas e o passadohistórico desta área.Para atingir os objectivos citados redefine-se a organização do Centro Hospitalar dasCaldas da Rainha, separando-se a unidadede reumatologia do restante hospital.

Pretende-se deste modo imprimir umanova dinâmica à sua gestão, tornando-amais moderna, empresarial e competitiva.Com o mesmo propósito, foi tambémcr iada uma fundação à qual seráafectada a gestão patr imonia lrelacionada com a actividade termal eatr ibuída a promoção de estudoscient í f icos dest inados a melhorar aqual idade dos t ratamentos e adinamização de todas as iniciativasnecessárias ao desenvolvimento daactividade termal das Caldas da Rainha.Finalmente a exploração das termas seráfeita por uma sociedade que, para o efeito,foi também criada por este diploma.

ACÇÃO SOCIALISTA 6 13 JANEIRO 2000

GOVERNO

PELO PAÍS Governação Aberta

AGRICULTURANo âmbito da presidência portuguesa daUnião Europeia, o ministro da Agricultura,do Desenvolvimento Rural e das Pescas,Capoulas Santos, recebeu em audiência,na passada sexta-feira, dia 7, em Lisboa,uma delegação do COPA (Committee ofAgricultural Organisations) e COGECA(General Committee for Agricultural Co-Operation), entidades representativas daagricultura europeia.

Capoulas Santos acompanhou estasorganizações num encontro com oprimeiro-ministro, António Guterres, quedecorreu, ao final da tarde, na residênciaoficial, em São Bento.

AMBIENTEO Governo socialista investirá, nospróximos seis anos, 40 milhões de contosna requalificação e preservação do litoral.A garantia foi dada, no dia 7, em Grândola,pelo ministro do Ambiente, José Sócrates,classif icando esta área do territórionacional como uma «prioridade» doExecutivo.

O governante falava durante a visitarealizada às praias dos concelhos deGrândola (Aberta Nova) e Santiago doCacém (Santo André), tendo assistido, nosegundo caso, à demolição de uma dasúltimas construções clandestinas.«Esta visita serve para dar visibilidade aotrabalho que está a ser feito naimplementação do Plano de Ordenamentoda Orla Costeira (POOC) Sado/Sines», noâmbito do qual as preocupações são«limitar a usurpação, demolir e requalificar,proteger e devolver o l i toral às

populações».Para que estas acções sejam «maisrápidas» e porque a orla costeira «é umrecurso natural fundamental para odesenvolvimento do País», Sócratesassegurou um «novo fôlego» para apreservação ambiental no litoral, assentenos POOC (existem nove no País, cincodos quais já elaborados).Para além reforço financeiro de 40 milhões,que será aplicado «em acções dedemolição e requalificação nos locais emque forem necessárias», vão ainda serformadas equipas de técnicos cuja funçãoserá gerir, a nível regional, a aplicação dosPOOC.«A sua acção estará assente numa visãode conjunto e não apenas limitada àspraias», explicou o ministro do Ambiente,confiante de que estas são as medidasindicadas «para os planos não ficarem nagaveta» e terem «uma intervenção directana vida das pessoas».

EDUCAÇÃOPermitir uma corrente contínua entre quemensina e quem determina as regras da arteé o objectivo da criação de uma comissãoque fará parte do Conselho Nacional deAvaliação do Ensino Superior e quecongrega todas a ordens profissionais.

Presidida pelo ministro da Educação,Guilherme d�Oliveira Martins, a cerimóniade posse da Comissão Permanente dasOrdens e das Associações Profissionaisdecorreu terça-feira, dia 11, em Lisboa.Este organismo completará assim aestrutura criada em 1998, o ConselhoNacional de Avaliação do Ensino Superior(CNAES), que tem como objectivoassegurar a harmonia, coesão ecredibilidade do processo de avaliação eacompanhamento do ensino superior,tendo em vista a observância dos padrõesde excelência a que deve corresponder ofuncionamento global do sistema.Em declarações à Imprensa, o presidentedo Conselho, Adriano Moreira, explicouque uma das tarefas do CNAES, «que maistem a ver com o amanhã», é assegurar odesenvolvimento de uma relaçãoconstrutiva entre o ensino e a sociedadecivil.«Isto é um problema fundamental numaépoca em que o modelo orientador é asociedade da informação e do saber»,disse.

EQUIPAMENTOO ministro do Equipamento Social, JorgeCoelho, acompanhado pelo secretário deEstado da Administração Marítima ePortuária, Narciso Miranda, presidiu, no dia11, em Lisboa, à cerimónia de apresentaçãodo novo navio «Sete Cidades».

O acto oficial decorreu, ao final da tarde deterça-feira, no Cais da Rocha Conded�Óbidos, na sala Almada Negreiros.

FINANÇASO ministro das Finanças e da Economia,Pina Moura, deu posse, ontem, em Lisboa,ao Gorfi � Gabinete para aOperacionalização da Reforma Fiscal.Os membros do Gorfi, cuja cerimónia detomada de posse decorreu no Salão Nobredo Ministério das Finanças, são AntónioJosé Magalhães Machado, FernandoCastro Silva, Luís Manuel da Silva Oliveira,Luís Máximo dos Santos e Ricardo SáFernandes.

JUSTIÇAO ministro da Justiça, António Costa,anunciou no dia, no Porto, o reforço dasverbas destinadas à Polícia Judiciária paramelhoria de instalações e aquisição deequipamentos.Sem especificar montantes, o governantedisse que no início do próximo mês deFevereiro deverá entrar na Assembleia daRepública uma proposta de PIDDAC quepermitirá a duplicação das verbasdestinadas a Polícia Judiciaria.António Costa falava no final de uma visitaàs obras do novo edifício da PolíciaJudiciária do Porto, orçado em três milhõesde contos, que deverá ficar concluído emOutubro.Segundo o titular da pasta da Justiça, aduplicação das verbas está destinadasobretudo à ampliação e reforço deequipamento e melhoria de instalações,designadamente do Laboratório da PolíciaCientífica.O reforço de equipamentos visa melhorara capacidade de telecomunicações da PJ,os sistemas de informação automáticas, emparticular no que diz respeito às impressõesdigitais, e os serviços da central deinformação criminal.«É evidente que a melhoria da investigaçãocriminal não passa só por mais meios, mastambém pelo investimento em matéria dequalidade», frisou referindo o trabalho que

tem vindo a ser desenvolvido em conjuntocom o Ministério da Administração Internapara melhorar a orgânica da investigaçãocriminal.António Costa salientou «o esforço e acapacidade» que a PJ tem evidenciado,acrescentando que, relativamente ao Porto2001-Capital Europeia da Cultura, estapolícia estará a «200 por cento» ao serviçoda segurança da cidade de forma a que «oPorto 2001 seja também um Porto seguro».

TRANSPORTESA equipa governativa chefiada pelocamarada António Guterres está a procederà recuperação do Arquivo Histórico dosCaminhos-de-Ferro, cuja actividade integraa memória do País nos últimos 150 anos.Falando em Cabeceiras de Basto, nopassado sábado, dia 8, o secretário deEstado dos Transportes, GuilherminoRodrigues, disse que a recuperação doarquivo contraria a tendência para adegradação que vinha sendo permitida nosúltimos anos.

«Quando chegámos ao Governoverificámos que, em alguns casos osdocumentos se estavam a estragar e que,sobretudo, não cumpriam a sua função demostrar o que foi o desenvolvimento dePortugal por via do comboio», referiuGuilhermino Rodrigues.O governante falava durante a cerimónia decedência à Câmara local do NúcleoMuseológico de Arco de Baúlhe e dosequipamentos da antiga estação da Linhado Tâmega da CP, que decorreu no auditóriomunicipal.A anteceder a cerimónia, o secretário deEstado dos Transportes inaugurou a centralde camionagem de Arco de Baúlhe, umaobra que custou 70 mil contos e lançou aprimeira pedra da futura Central deTransportes de Cabeceiras de Basto.Segundo Guilhermino Rodrigues areactivação do Arquivo Histórico da CPcompleta o trabalho em curso de criaçãodo Museu Ferroviário Nacional, para o qual- vincou - foi adoptada uma óptica deligação a Núcleos Museológicos locais ouregionais como o de Arco de Baúlhe e emcuja gestão participam as autarquias.O governante salientou que «a CP deixoude seguir uma política de abandono delinhas regionais, para procurar concertarsoluções com as autarquias e os agenteslocais».

13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA7

PARLAMENTO

EM DEFESA DO MODELO SOCIAL EUROPEU

DEPUTADO BARROS MOURA Presidência portuguesa da UE

«Portugal assume aPresidência da UE nummomento de consolida-ção do euro, mas deincompletude do merca-do único por não estarrealizada a harmonização

fiscal. Numa situação de boas expectativaspara a economia europeia, mas deinstabilidade, crises e pobreza no planointernacional devido à dificuldade emdominar a globalização financeira. Deinstabilidade política e militar nos Balcãs eno Cáucaso e de enormes incertezas naRússia e Ucrânia; de grandes incógnitas napolítica internacional; de conflitos religiosose étnicos», afirmou na Assembleia daRepública o deputado socialista BarrosMoura, numa intervenção centrada naPresidência portuguesa da UE.É neste contexto, referiu, «que a UE aceleraos preparativos para a grandetransformação polít ica que será oalargamento a Leste. No mesmo momentoinicia uma reforma das suas instituiçõesque deveria prepará-la para funcionareficazmente e com mais democracia apóso alargamento».Assim, adiantou, «o exercício daPresidência será sem dúvida muitoexigente e problemático. Auguramos quePortugal desempenhe um grande papel edê um contributo relevante para o reforçoda unidade europeia com a conclusão dosdossiers difíceis que tem pela frente».Segundo Barros Moura, «as prioridadesque o Governo definiu correspondem àmelhor interpretação, dentro das limitaçõesinstitucionais e políticas existentes, dosinteresses do desenvolvimento e reforçoda UE, e contém contributos inovadores,como o alargamento - que exige cada vez

mais uma identidade comum em matériade política externa e de segurança alémde uma estratégia consistente deconsolidação da integração política e dereforço da coesão económica e social paraque não haja retrocesso através datransformação da UE em mera zona delivre comércio», bem como «a criação decapacidades próprias de defesa militar,para garantir uma afirmação europeia emsituações de crise, cuja falta é uma dasevidências clamorosas dos conflitos daBósnia-Herzegovina e do Kosovo».Como contributos inovadores, BarrosMoura referiu ainda «uma acção comumem matéria de assuntos internos e dejustiça, para garantir que as liberdades decirculação dos cidadãos europeus serãoexercidas em condições de legalidade esegurança, sem transformar a Europa numespaço fechado e discriminatório contra oscidadãos originários dos países maispobres», bem como «a saúde pública e asegurança alimentar como componentesda realização do mercado único» e «oemprego com respeito do modelo socialeuropeu e combate à exclusão social, oque não é incompatível, antes faz parte dascondições da competitividade europeia».Assim, o deputado socialista considerouque «a efectiva colocação do crescimentoe do emprego como prioridade prática detodas as políticas da União exige o reforçoda coordenação das políticas dos Estados-membros em matéria de emprego, domercado interno e das polít icaseconómicas».

Portugal no centroda construção europeia

Esta Presidência coloca de novo,

simbolicamente, «Portugal no centro doprocesso de construção europeia»,referiu Barros Moura, acrescentando, noentanto, que desta vez «o nosso paíssuperou a fase em que se limitava areclamar dos seus parcei ros�especificidades� subalternizantes e aexibir uma postura de �bom aluno� - quereduzia a sua capacidade negocial e sónão conduziu a maus resultados porqueà frente da Comissão estava JacquesDelors- para passar a participar em péde igualdade na condução dos assuntoscomuns e na def in ição das l inhaspolíticas para toda a União».A nova postura do Governo português,subl inhou, «consiste em ganhar notratamento sol idár io das questõescomuns uma autor idade pol í t icareforçada para reclamar um tratamentojusto para as questões de interessepróprio do nosso país em aplicação, nãode uma qualquer especi f ic idadeproteccionista, mas dos própr iosprincípios gerais dos Tratados e daspolíticas da UE».Um bom exemplo, entre tantos, «é adef in ição do emprego como umaprioridade �horizontal� da União. Portugalteve a í , e o Conselho Europeuextraordinário de Lisboa deverá confirmá-lo, um papel decisivo. Também nestedomínio o Governo foi criticado pelosexpoentes de uma concepção tacanhae obsoleta segundo a qual o empregonão seria questão nossa, por termos umnúmero oficial baixo de desempregados,o que aconselhar ia a que só nosocupássemos em reclamar �fundos�para a nossa �especificidade�� o outronome do atraso para quem é incapaz dereconhecer que o país progrediu muito,

também, graças ao processo deintegração na Europa».

Migalhas laranja

Na mesma matriz, referiu, se f i l ia aoposição declarada ou implíci ta aoalargamento e, agora também à inclusãoa prazo da Turquia, «como forma erradade reclamar um tratamento diferenciadopara Portugal, esquecendo asol idar iedade de que a seu tempobeneficiámos. Tais posições isolamPortugal e acabam por só justificar aconcessão de migalhas como as que oGoverno do PSD recebeu em troca deabdicar da segunda etapa do período detransição agrícola».Segundo sublinhou, «Portugal realiza-see defende melhor os seus interesses nocentro do processo integração europeia!Isto não significa abdicar da capacidade,incluindo a legada pela história, dedesenvolver relações diversificadas noplano internacional, como este Governovem demonstrando exemplarmente como Brasil e outros países e regiões. Significaapenas que Portugal assume semcomplexos a opção europeia e, nessacomunidade de objectivos e de destino,exerce a fundo, sem se por à margem,todas as prerrogativas».Contra algumas ideias feitas, Barros Mouradisse ser necessário «chamar a atençãopara que o alargamento, seja pelasdimensões da maior parte dos Estadoscandidatos, seja pela diversificação deníveis de desenvolvimento que trará àUnião é susceptível de contribuir para umreequilibro de poderes entre os Estadose, assim, favorecer a capacidade negocialdo nosso país». J. C. CASTELO BRANCO

A ERRATA ERRADA

DEPUTADO CASIMIRO RAMOS Relocalização de serviços administrativos

O PSD está a habituar-sea recorrer ao agenda-mento potestativo dematérias que, apesar dasua importancial funda-mental, acabam porreceber um tratamento

«superficial e furtivo».O alerta foi lançado, no dia 6, pelodeputado do Grupo Parlamentar do PSCasimiro Ramos, no âmbito da discussãoem plenário fda Assembleia da Repúblicado projecto de lei laranja que visa a«relocalização distrital dos serviçosdesconcetrados da administração central».O tronco comum da activiade legislativada bancada do PSD resume-se à«apresentação de propostas avulsas, pararesolver problemas estruturais da orgânicado Estado».Os membros dispersos deste tronco

encontram uma possível explicação,segundo o parlamentar socialista, na«situação bicéfala ou tricéfala do PSD».Mas, «independentemente dos objectivossubjacentes ao projecto de lei n.º-23/viii,não pode ser alheia à sua discussão ofacto do mesmo consistir numa propostaque não está devidamente fundamentadanas áreas que pretende rectificar, nãoconsiderando, portanto, que écontraproducente mexer em tudo, semsaber se tudo está mal, a não ser queadmita que a centralização que cimentoudurante anos, funciona toda mal»,argumentou Casimiro Ramos.A título de exemplo o deputado do PSsalientou que o artigo n.º 1 do diploma emcausa carece exactamente dessafundamentação, o que torna claramenteincompreensível o seu artigo segundo, noqual não se indica sequer as áreas da

administração central que devem serrelocalizadas, ou se há serviços locais queas possam receber.Para o parlamentar socialista, o projectode lei laranja é uma errata, como fora, aliás,assumido pelo próprio PSD.«Seria preciso no futuro fazer a errata daerrata», considerou.Depois de garantir que as insuficiências dodiploma em discussão não ficavam peloexposto, Casimiro Ramos frisou serindispensável que a abordagem derelocalização de serviços do Estado, estejaassente em duas lógicas de pensamentoestratégico, nomeadamente a lógica doplaneamento e a lógica da cidadania.Assim, «a alteração deste sistema (deserviços administrativos centrais) nãopode ser levado a cabo sem umadiscussão profunda, um estudo sério eum intercâmbio de informação e de

experiências com os municípios e com asfreguesias, que de facto são quem tem aligação mais directa com os cidadãos»,disse, acrescentando que, para ossocialistas torna-se «fundamental que asmudanças sejam «o reflexo da vontadedos cidadãos e não o condicionamentoda sua vontade, introduzidaunilateralmente pelo Estado, através davia legislativa».Evocando o relatório elaborado pela 4ªComissão sobre o projecto de lei laranja,Casimiro Ramos terminou a suaintervenção reiterando a natureza deficitáriado diploma, uma vez que «carece mesmodo parecer das das associaçõesrepresentativas dos municípios e dasfreguesias e por outro lado não indicasequer, qual a legislação que ficariarevogada por via da sua aplicação».

MARY RODRIGUES

ACÇÃO SOCIALISTA 8 13 JANEIRO 2000

PARLAMENTO

BANIR A TRADIÇÃO CENTRALIZADORA

POR UM SISTEMA FISCALPROGRESSIVO QUE PROMOVA

JUSTIÇA SOCIAL

A TRADIÇÃO É ALGOQUE SE RENOVA, SE FAZ E SE DESFAZ

DEPUTADA HELENA RIBEIRO Reforma da Administração Pública

A deputada socialista Helena Ribeiromanifestou, na sessão plenária daAssembleia da República, realizada no dia6, a «total disponibilidade» do GrupoParlamentar do PS para participaractivamente, num esforço «construtivo ealargado», na busca das soluções maisadequadas tendo em vista a reforma daadministração pública em geral e oincremento da racionalidade e da eficiênciada administração periférica do Estado, emparticular.«Não podemos, contudo, deixar dequestionar a sua adequaçãoconstitucional, que se nos depara muitoduvidosa, dado que aponta para aconsagração de um modelo de governode Assembleia, de todo em todo,descoincidente com o nosso paradigmade organização política», objectou aparlamentar, fr isando de seguida o«carácter vago, lacunoso e até indigente»do diploma, «quer no ponto de vista dasideias que corporiza quer do ponto de vista

daquele que seria uma razoável técnicalegislativa».Segundo confirmou Helena Ribeiro, abancada parlamentar do PS estáconsciente que a reforma da administraçãoconstitui uma exigência inadiável emordem ao incremento da competitividadee da modernização do País.«Sabemos que o caminho a trilhar é o daadopção de medidas que assegurem adescentralização, a desconcentração e adesregulamentação, dentro do quadrolegal em vigor», disse, sublinhando que «taltarefa se reveste, porém, de uma elevadacomplexidade», carecendo de umavontade polít ica «determinada»,«consensualizada» e «séria» de «banir atradição secular centralizadora que sempremarcou indelevelmente a nossaAdministração Pública».Recordando a luta travada pelo Governodo Partido Socialista em prol dareorganização do País em regiõesadminiostrativas, Helena Ribeiro falou de

uma «visão mais exigente de democracia»,de «um modelo mais justo dedesenvolvimento» e de «uma noção maisaprofundada de cidadania».«Rejeitada a proposta da regionalização,o PS não sucumbiu ao apelo da inacção,nem cedeu ao discurso da acomodação»,reiterou a deputada, explicando que «osportugueses, dizendo não às regiões, nãodisseram sim ao centralismo».Assim, segundo Helena Ribeiro, «onde oPSD se limita a retroceder, o Governopretende inovar. Onde o PSD se movesegundo uma lógica avulsa e desgarrada,o Governo aposta na concretização deuma sólida e consistente reforma daAdministração Pública».Contrariamente ao propugnado nopresente projecto de lei laranja, onde seabdica completa e demagogicamente dadimensão regional da AdministraçãoPeriférica do Estado, a bancada socialistadefende que se deve operar uma nova emais eficiente articulação entre as funções

de planeamento estratégico,necessariamente reservadas a entidadesde âmbito territorial supra-distrital, e asfunções de coordenação e execuçãoconcreta das políticas locais, a serematribuídas a órgãos sediados a um nívelmais próximo dos cidadãos.«Que fique bem claro que nãodesvalorizamos a importância que osdistritos foram assumindo, ainda quemuitas vezes de forma meramentesimbólica, na organização administrativado País», fr isou a deputada do PS,ressalvando que o que não é aceitável «élimitar uma política de racionalização daadministração periférica do Estado àdistritalização completa de todos osserviços».«Estamos disponíveis para os consensosque viabil izem a reforma, estamostotalmente indisponíveis para osconsensos paralizantes e inibidores daacção transformadora», concluiu HelenaRibeiro. MARY RODRIGUES

DEPUTADO JOEL HASSE FERREIRA Finanças

O deputado do PS JoelHasse Ferreira afirmouno dia 22 de Dezembro,na Assembleia daRepública, que «ocombate à fraude e àevasão fiscais exige uma

maior operacionalização da máquinatributária, a criação de um clima cultural esocial mais favorável a um comportamentoeivado de civismo por parte doscontribuintes, regras que favoreçam a sãcompetição regulada na economia,processos de controlo e dissuasão queimpeçam comportamentos fraudulentos enovas regras quanto aos sectores ondeainda estão facilitados s comportamentostípicos da evasão fiscal».Numa intervenção centrada sobre a fraudee evasão fiscais, um flagelo a merecer umcombate sem tréguas, de forma a que sepossa implementar um sistema fiscalprogressivo que promova a justiça social,Joel Hasse Ferreira destacou um conjuntode medidas tomadas nos últimos anospelo Governo do PS para reformular e darmais eficácia à máquina fiscal.

Mais eficácia fiscal

Segundo o deputado socialista, resultouda análise da evolução do crescimentoeconómico e da variação da inflaçãonestes quatro anos, em comparação com

a subida verificada nas receitas fiscais, que«houve um aumento signif icativo daeficácia fiscal, pela qual temos que louvaro Governo».Acrescentou que «é um caminho queinteressa prosseguir, mas que deverápassar também pela introdução de novasmedidas qualitativas de combate eprevenção da fraude e da evasão fiscais».O parlamentar socialista referiu que «sóquando todos pagarem é que cada umpoderá pagar menos e haverá maisrecursos para usar. Em favor dasolidariedade, do desenvolvimento e dajustiça social, nossos objectivos desempre».Joel Hasse Ferreira sublinhou que «anecessidade de lutar de forma vigorosa eeficaz contra a evasão e a fraude fiscaisimpõe-se numa sociedade moderna,como se impõe a luta contra o banditismo,a corrupção e o crime». J. C. CASTELO BRANCO

DEPUTADA MARIA SANTOS Touros de morte

Numa declaração devoto, a deputadasocialista Maria Santossublinhou no dia 22 deDezembro que votoucontra todos osprojectos de lei sobre as

touradas com touros de morte, porconsiderar que «estamos em condições,a pouco mais de uma semana do séculoXXI, de escolher novas condutas, maispróximas de uma ét ica emergente,assente na concepção de que a vida, emtodas as suas expressões, não deve serinútil e gratuitamente violentada»Referindo não desconhecer «a dimensãoantropológica e simbólica do touro e dasfestas religioso-profanas que lhe estãoassociadas», salientou, no entanto, que «atradição e a cultura, como sabemos, nãosão conceitos, nem realidades imutáveis».A tradição, segundo sublinhou MariaSantos, «é algo que se renova, se faz e sedesfaz, constantemente. É fruto dacondição humana e esta não é estática,evolui».O projecto do CDS-PP merece dadeputada do PS duras críticas. Na opiniãode Maria Santos, o projecto do partidol iderado por Paulo Portas «épreocupantemente sinuoso, altamentecontraditór io e condenável, porquepretende transformar as autarquias em�polícias de costumes� ou �fiscais� detradições culturais».Segundo a deputada do PS, «a excepção

prevista para Barrancos é contestável,entre outros aspectos, no plano jurídico,porque rompe com o princípio daaplicação geral da legislação penal emtodo o território nacional».Neste momento, adiantou, «não estamosa falar de um animal simbólico. Estamos afalar de uma noção revolucionária.Estamos a falar do bem-estar e dos direitosdos animais». J. C. CASTELO BRANCO

13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA9

UNIÃO EUROPEIA

GRUPO PARLAMENTAR DO PSEDEBATE PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DA UE

BRUXELAS Conferência de Imprensa

LISBOA Reunião

camarada António Guterres,secretário-geral do PS, participahoje e amanhã numa reuniãoalargada da direcção do Grupo

Parlamentar do Partido Socialista Europeu(PSE), cujo tema central é a presidênciaportuguesa da União Europeia.Na reunião, que decorrerá na sala doSenado da Assembleia da República,estão também previstas as participaçõesde Seixas da Costa, que falará sobre as

prioridades da presidência portuguesa, deFerro Rodrigues, que abordará o tema doemprego na perspectiva da próximacimeira europeia de 23 e 24 de Marçosobre esta mesma matéria, de FernandoGomes e António Costa, no que concerneaos temas da Europa como espaço deliberdade, segurança e justiça, e deAntónio Vitorino, que intervirá tambémsobre o ponto relativo à Carta dos DireitosFundamentais.

No final da reunião, no dia 214, terá lugaruma conferência de Imprensa de EnriqueBaron Crespo, presidente do GrupoParlamentar do PSE, e de António JoséSeguro, presidente da delegaçãoportuguesa e vice-presidente da direcçãodo Grupo.Os camaradas António José Seguro,Helena Torres Marques e Luís Marinho sãoos portugueses que fazem parte dadirecção do Grupo Parlamentar do PSE.

O

GUTERRES NEGA QUE ESTRATÉGIAPARA EMPREGO SEJA «DESPESISTA»

primeiro-ministro AntónioGuterres rejeitou ontem emBruxelas que a estratégia dapresidência portuguesa para o

emprego e competitividade da Europapossa minar a disciplina orçamentalexigida pela moeda única (euro).Falando num encontro com jornalistasportugueses na capital belga, o chefe dogoverno português e presidente em exercíciodo Conselho Europeu disse que aspropostas da presidência portuguesa daUnião Europeia para a Cimeira extraordináriade Lisboa, não são susceptíveis de minar ocontrolo das despesas públicas dos Quinzee de violar o chamado Pacto de Estabilidadeorçamental.«A introdução de indicadores quantificados

no processo de coordenação europeia daspolíticas de emprego, uma medidapreconizada por Portugal à luz da Cimeirade Lisboa, dá maior relevo a determinadossegmentos, tais como a sociedade dainformação e do conhecimento, o combateà exclusão social, a investigação ou aeducação, sem que tal implique o disparardas despesas do Estado», considerouAntónio Guterres.O documento com as ideias portuguesassobre «como aumentar a competitividade eo crescimento de uma economia europeiaorientada para a capacidade de inovar e dese modernizar, mas com mais protecção ecoesão sociais» será apresentado, napróxima semana, aos primeiros-ministros,parceiros sociais e instituições da UE.

«Queremos que Lisboa seja um ponto deviragem», declarou o primeiro-ministrosalientando o carácter «muito ambicioso» dareunião especial de chefes de Estado ou degoverno dos Quinze que vai decorrer dias23 e 24 de Março na capital portuguesa.Se a presidência conseguir levar por diante,na íntegra, os seus planos, Lisboa será otrampolim para a articulação permanenteentre os processos distintos iniciados em trêscimeiras europeias: Luxemburgo, Cardiff eColónia sobre, respectivamente,coordenação de políticas de emprego,reformas económicas no Mercado Interno eorientação das políticas macro-económicaspara o objectivo da criação de emprego.Paralelamente, a Cimeira de Lisboa deveráassociar-lhes os novos objectivos da reforma

dos sistemas de protecção social, docombate à exclusão social, da coesão social,do desenvolvimento da sociedade dainformação e do investimento na ciência,investigação e na formação profissional.Em terceiro lugar, deverá aí ser definido oque António Guterres designa por «métodode coordenação aberto» ao abrigo do qual aambicionada coordenação efectiva depolíticas de emprego dos Quinze, sob ochapéu comum das Grandes Orientaçõesde Política Económica, se articulará em tornode indicadores quantificados.Estes indicadores «serão aplicáveis às áreasem que a subsidiariedade (só fazer ao níveleuropeu o que é impossível aos níveis locale nacional) o permitir», sublinhou o primeiro-ministro.

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AGRICULTORES DEVEM APOSTAREM PRODUTOS DE QUALIDADE E DE SEGURANÇA

PAC António Campos defende

camarada António Camposcontinua a apontar caminhospara os nossos agricultores.A agricultura portuguesa

poderia ser o «grande motor da mudança»na União Europeia ao passar a apostarnuma cadeia alimentar de qualidade e desegurança, defendeu no Montijo, AntónioCampos, deputado do PS no ParlamentoEuropeu.«Portugal deve aproveitar os nichos demercado, em aberto na UE, da qualidadedos produtos agrícolas», sustentouAntónio Campos, que interveiorecentemente no Seminário nacional doSindicato da Agricultura, Alimentação eFlorestas (SETA), que decorreusubordinado ao tema «Consequências da

outros países da UE», sugeriu.Em relação à PAC, o camarada AntónioCampos, um dos maiores especialistas emquestões agrícolas e desde sempre umdefensor intransigente dos nossosagricultores, afirmou que esta se baseiana atribuição, em grande maioria, aosagricultores que produzam «grandesquantidades» de subsídios anuais totais novalor de oito mil milhões de contos.Referindo-se aos sectores agrícolas aosquais a PAC atribui a «grande maioria» dossubsídios a fundo perdido(nomeadamente, o dos cerealífero, o dascarnes e o dos lacticínios), AntónioCampos considerou que Portugal nãopode concorrer por razões climáticas comos outros parceiros da UE.

Assim, sustentou, 90 por cento dos oito milmilhões de contos anuais de subsídiosatribuídos pela PAC são destinados a cercade dez por cento dos agricultores da UE,os que produzem «grandes quantidadesde cereais, carnes e leite».Portugal que por razoes climatéricas nãoconsegue produzir «grandes quantidadesde cereais, carne ou leite» apenas recebecerca de 140 mil contos de subsídiosanuais da PAC, afirmou.Ainda sobre o futuro da agriculturaportuguesa, António Campos defendeu aurgência da reflexão dos problemas.Actualmente, existe um «grave problema»que é o das pessoas não quereremreflectir sobre os problemas, sustentouainda.

Nova PAC e da Agenda 2000 naAgricultura Portuguesa».«A agricultura portuguesa pode tirarbenefícios do atraso em que está paracriar através da qualidade dos produtosem detrimento da quantidade», sustentouainda António Campos, que considerou aPAC uma política «suicida e assassina».«Os consumidores europeus querem,cada vez mais, cadeias alimentares dequalidade e segurança» e a agriculturaportuguesa devido ao seu atraso edimensão tem todas as potencialidadespara satisfazer este desejo, referiu.«O facto de Portugal ser um país pequenoe estar atrasado (nomeadamente, nareduzida uti l ização de químicos) dávantagens comparativas em relação aos

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ACÇÃO SOCIALISTA 10 13 JANEIRO 2000

SOCIEDADE & PAÍS

ÓPERA, LITERATURA E POESIA NO FUTEBOLNA LIGAÇÃO A ROTERDÃO

CULTURA Porto 2001

Porto 2001 ganha uma novadinâmica. Tudo se conjuga paraque a cidade do Porto venha aestar no centro da cultura

europeia e mundial.Poesia «publicitada» em jogos de futebol, umaópera sobre pensadores das duas cidades ea ligação do «Elogio da Cultura» ao «Amor dePerdição» são alguns dos projectos conjuntosdas capitais europeias da cultura em 2001,Porto e Roterdão.Paulo Cunha e Silva, responsável pela áreado Pensamento, Ciência, Literatura, ProjectosTransversais e Articulação com Roterdão naPorto 2001, SA, disse recentemente no Portoque «começam a estar estabilizadas eassumidas» as propostas de programaçãoconjunta das duas capitais.Pela primeira vez na história das capitaiseuropeias da cultura duas cidades vãopartilhar o evento, num «modelo deestereofonia» que, segundo Paulo Cunha eSilva, «estimulou» os programadores dasduas cidades.Os projectos conjuntos Porto/Roterdão vãodesenvolver-se em quatro «camadas», daMemória, Dimensão simbólica, Grandepúblico e Comunicação, com iniciativas emque se destacam os pontos comuns às duascidades.

«Elogio da Loucura»e «Amor de Perdição»

Erasmo e o seu «Elogio da Loucura», umadas obras mais famosas de Roterdão,surgem como «estrelas» (quase) semprepermanentes nos projectos conjuntos, comdestaque para as suas reais e possíveisligações a Damião de Góis (que conheceupessoalmente Erasmo) e à obra de CamiloCastelo Branco «Amor de Perdição».A Porto 2001 convidou quatro criadores

portugueses a produzirem um «portfolio» emtorno do «Elogio da Loucura» e propôs aRoterdão 2001 um trabalho semelhanteenvolvendo o «Amor de Perdição» e aapropriação que dele fez Manoel de Oliveirano filme homónimo.A loucura e as forças do divino associadas àpassagem do milénio motivaram também aPorto 2001 a equacionar a realização de umconjunto de iniciativas num hospitalpsiquiátrico portuense, cujos contornos nãoestão ainda definidos, o mesmo acontecendocom o local, dadas as incertezas quanto aofuturo do Hospital Conde Ferreira.O «elemento simbólico mais importante deRoterdão» surge também na ópera que aCasa da Música do Porto está a prepararsobre as relações entre Erasmo e Damião deGóis, com libreto (quase concluído) doholandês Gerrit Komrij e música do portuguêsAntónio Chagas Rosa.

Em Agosto de 2001, as principais equipas defutebol das duas cidades, FC Porto eFeyenoord, vão realizar dois jogos (um emcada cidade), em que os painéis depublicidade serão substituídos por inscriçõesmetafóricas de poetas das duas capitais.

«Memórias coloniais,futuro multicultural»

«Memórias coloniais, futuro multicultural» é otema de uma exposição comissariada pelobrasileiro Ricardo Basbaum, que «será umatentativa de, através da leitura de um passadocomum (a colonização do Nordeste brasileiropor portugueses e holandeses), encontrartraços e afinidades no âmbito daprogramação cultural».As «artérias da comunicação» destinam-se apromover a comunicação e criação deamizades virtuais, através da Internet, entre

pessoas que se situam em pontoshomólogos (bares, museus ou praças, porexemplo) do Porto e Roterdão.Exposições sobre a arquitectura de Roterdão,a arte portuguesa e holandesa dos anos 90 eo fim das moedas europeias, uma antologiade autores holandeses e portugueses e arealização de oito curtas metragens edocumentários a integrar no projecto «City Life2001» são outras iniciativas conjuntasprevistas.A programação das duas capitais da culturaconstará da Agenda 2001, ilustrada por 12fotografias (uma por mês) de dois fotógrafos(seis fotografias cada), um português (PauloCatrica) e outro holandês.Os alunos das duas cidades serãoconvidados a participar em dois projectos, umde criação de textos «on-line» e outro dedebate sobre questões científicas, estandoprevista também uma reflexão sobre acontraposição entre as conceptualizações davida e da morte do Homem holandês (norte-europeu e calvinista) e do Homem português(sul-europeu e católico).De fora, ficaram algumas ideias que a Porto2001 considerava interessantes, como arealização de cruzeiros culturais entre as duascidades, por indisponibilidade das empresasholandesas do sector, que preferem atracarem Amsterdão.Outro projecto abandonado foi o da co-produção de episódios da novela holandesade grande audiência «Double Trouble», que aRTP «não se manifestou muito interessada»,reconhecendo Paulo Cunha e Silva que nãofoi feita a mesma proposta à SIC e TVI.Em estudo e negociação, estão iniciativassobre a questão timorense, a ligação doMuseu de Serralves aos de Roterdão, Utrecht,Amsterdão e Haia e debates e uma peça deteatro sobre a presença de judeus nas duascidades.

PROTOCOLO DEFINE NOVAS REGRASJUSTIÇA Apoio judiciário

elhorar e coordenar o apoiojudiciário com a informação eas consultas jurídicas gratuitassão os objectivos de um

protocolo que foi assinado, no dia 11, emLisboa, pelo ministro da Justiça, AntónioCosta, e pelo bastonário da Ordem dosAdvogados, Pires de Lima.A assinalar a importância do acto estevepresente, na sede da ordem, o primeiro-ministro, António Guterres, que fez umaintervenção, numa altura em que o sectorreclama mais atenção, mais reformas emais verbas do Executivo socialista.Segundo o protocolo, o Ministério daJustiça (MJ) e a Ordem dos Advogados(OA) estão de acordo em que cumpre

assegurar que a informação e consultajurídica e o patrocínio judiciário sejamexercidas por advogados de pleno direito,definindo, por outro lado, os parâmetrosda intervenção dos advogados estagiários.Assim, a partir de 1 de Fevereiro, a OAprocederá à designação exclusiva deadvogados, eventualmenteacompanhados de estagiário, nosprocessos criminais com pena punívelsuperior a oito anos, divórcios litigiosos,suspensão da eficácia de actosadministrativos e recursos contenciososem que o Supremo Tribunal Administrativojulgue em 1ª instância e na suspensão dodespedimento individual e processo detrabalho em que esteja em causa o

despedimento do trabalhador.Tendo em vista proporcionar a formaçãode advogados estagiários, a OA designarápatronos formadores a partir de 1 de Marçode 2000 com o objectivo de acompanharos estagiários na sua intervenção emtribunal.«Os patronos formadores serão pagos,durante o ano 2000, por verbas que o MJdisponibil ize para a formação, sobproposta da ordem», diz o documento, queprevê que a instalação de gabinetes deconsulta jurídica no ano 2000 e 2001 sejaefectuada de acordo com o programa queo MJ aprovar sob proposta que a OAapresentará até 28 de Fevereiro próximo.Para assegurar a interl igação da

informação e das consultas jurídicas aoapoio judiciário, determina-se que osgabinetes constituídos para o efeito sejam«dirigidos por advogado nomeado pelo MJsob proposta da ordem».De acordo com o protocolo, a legislaçãode apoio judiciário e outras normasrelativas ao patrocínio por advogado, comas constantes no Código de ProcessoPenal, serão objecto de revisão até 30 deSetembro de 2000, de modo a poder entrarem vigor com o Orçamento de Estado parao ano seguinte.A execução do protocolo seráacompanhada por uma comissãocomposta por sete elementos, três adesignar pela OA e quatro pelo MJ.

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13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA11

SOCIEDADE & PAÍS

CONFIRMADO AEROPORTO NA OTA

REFORÇO DA INTERVENÇÃO NA PROMOÇÃODA QUALIDADE DE VIDA DOS MAIS DESFAVORECIDOS

EQUIPAMENTOS 375 milhões de contos

ministro do EquipamentoSocial, Jorge Coelho, anunciou,no dia 6, na Assembleia daRepública, que o novo

Aeroporto Internacional de Lisboa seráconstruído na Ota e terá um custo de cercade 375 milhões de contos.«Dentro de pouco tempo será submetidaa Conselho de Ministros a decisão daconstrução da nova aerogare na Ota, bemcomo a decisão de avançar com osestudos para a construção do TGV(comboio de alta velocidade)», afirmouCoelho.Durante o debate de urgência sobre aconstrução do novo aeroporto, o ministrogarantiu que o aeroporto da Portela terá,mesmo depois das obras, umacapacidade máxima de 14 milhões depassageiros por ano e que esse limite seráatingido por volta de 2008-2010.Como a construção do novo aeroporto«demorará nove ou dez anos a fazer épreciso decidir agora», adiantou ogovernante, sublinhando que na anteriorlegislatura o Executivo já tinha decididoque, caso fosse necessária a construçãode um novo aeroporto, ele ficaria situadona Ota, a norte de Lisboa, em detrimentoda opção por Rio Frio, a sul do Tejo.Jorge Coelho disse que «foram feitosestudos aprofundados» e que «houvereflexão» quanto à decisão a tomar.Quanto aos custos envolvidos para aconstrução do aeroporto na Ota, o ministrodo Equipamento referiu que são de 270

milhões de contos a preços de 1998, 335milhões de contos a preços correntes e 375milhões de contos se se contar com oscustos financeiros da construção.Jorge Coelho explicou a engenhariafinanceira do projecto: 65 milhões decontos de fundos comunitários, 42 milhõesde contos através do cash-flow da ANA(Aeroportos e Navegação Aérea), 201milhões de contos com recurso a capitalalheio e ainda 27 milhões de contos atravésde parceiros privados.Na Gare do Oriente, em Lisboa, ficará

situado um posto de check-in avançadodo novo aeroporto, para os passageirosque decidam deixar o carro em Lisboa,existindo uma ligação directa por comboio.

Uma opção política...

Muito crit icado pela oposição, quequestionou o ministro sobre o porquê dadecisão ter recaído sobre a Ota, Coelholembrou os estudos feitos, mas assumiua opção política.«O poder político responde perante os

SEGURANÇA SOCIAL Secretário de Estado anuncia

secretário de Estado daSegurança Social, Vieira daSilva, anunciou recentemente,no Porto, o reforço dos meios

para intervenção no desenvolvimentosocial e promoção da qualidade de vidados mais carenciados.«Os recursos serão mais significativos e aÁrea Metropolitana do Porto terá acessomais facilitado a esses apoios», sublinhouVieira da Silva na reunião de balanço dotrabalho desenvolvido pela direcção doProjecto de Luta Contra a Pobreza noBairro de S. João de Deus, um dos maisproblemáticos da cidade do Porto.Sem citar números, o secretário de Estadodisse que a repartição dos fundos à escalaregional será diferente do que aconteceucom o anterior Plano de DesenvolvimentoRegional (PDR), apesar das negociaçõesdo PDR para os próximos anos ainda nãoterem terminado.Relativamente ao Projecto de Luta Contra

a Pobreza desenvolvido nos últimos noveanos no bairro de S. João de Deus, Vieirada Silva salientou a «interdisciplinaridade»dos projectos desenvolvidos e garantiu acontinuação de alguns.Respondendo ao desafio lançado pelopadre José Maia, responsável pela equipaque cessa funções no final do ano, osecretário de Estado garantiu que osprojectos ARRIMO e ANIMA, nas áreas datoxicodependência e apoio à infância (0-12 anos) e suas famílias, estão já incluídosno orçamento da Segurança Social para oano 2000.«O grande objectivo é transformar acçõesexemplares em acções correntes»,subl inhou, acrescentando que osprojectos desenvolvidos e apresentadospelo padre José Maia serão integrados naSegurança Social como «actividadesnormais».O responsável pelo Projecto de Luta Contraa Pobreza no Bairro de S. João de Deus

fez um balanço «globalmente positivo» dotrabalho desenvolvido, particularmentedepois do presidente da Câmara do Porto,Nuno Cardoso, ter garantido que o projectocomunitário de renovação urbana URBANserá alargado àquele bairro.O URBAN, até agora destinado ao centroda cidade e ao Bairro do Lagarteiro,possibilitará - segundo Nuno Cardoso - aconstrução de novos arruamentos,arranjos exteriores e a integração do bairrona malha urbana.O padre José Maia recordou que foi oprojecto de luta contra a pobreza em S.João de Deus que serviu de «arranque» ede «exemplo» ao Plano Especial deRealojamento (PER).

Coesão social

«Iniciámos o trabalho em 1990 e, em 1995,todas as 280 famílias residentes embarracas estavam realojadas», sublinhou,

salientando a «coesão social» ali existente.«No dia 10 de Junho, o PR deviacondecorar o bairro porque é muito difícilencontrar um local onde coexistampacificamente etnias tão diferentes comoas que existem aqui», disse.«Com os dois milhões de contos previstospara o projecto construímos 280 casas, umgimnodesportivo e um campo de futebol,além de diversas actividades quepermitiram esta convivência pluriétnica»,acrescentou.O Bairro de S. João de Deus, onde residem725 agregados familiares, é consideradoum dos mais problemáticos da cidadedevido a problemas relacionados comtráfico e consumo de droga.O padre José Maia defendeu uma «maiorintervenção» das forças policiais parareprimir o tráfico de estupefacientesnaquela zona, uma vez que 80 por centodos toxicodependentes são exteriores aobairro.

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portugueses» não perante a opinião dasassociações ou outras pessoas contráriasà decisão, sublinhou o ministro doEquipamento Social.Coelho elencou igualmente uma série deobras a decorrer ou que vão ser lançadasnos aeroportos portugueses e que «ficarãotodas concluídas dentro desta legislatura».Em relação ao aeroporto da Portela,afirmou que está a ser feito uminvestimento de 30 milhões de contos paraaumentar a capacidade de dez para 12milhões de passageiros por ano.No Porto, o ministro adiantou que estão aser feitas obras no total de 33 milhões decontos, para duplicar a capacidade deresposta (de três para seis milhões depassageiros), além da construção deparques de estacionamento e mangas deacesso e um novo terminal de bagagens.Tudo com o objectivo de tornar o aeroportoSá Carneiro «um elemento fundamentalpara o desenvolvimento da região».Quanto a Faro, o governante sublinhou queestão a ser feitas obras para duplicar acapacidade (de quatro para oito milhõesde passageiros), de forma a tornar oaeroporto no «melhor aeroporto turístico dapenínsula ibérica».No Funchal o investimento no aeroportoatinge os 110 milhões de contos, estandoigualmente em estudo a construção emBeja de um aeroporto de carga, através dautil ização da actual base aérea, e aextensão da pista do aeródromo deBragança, apontou Jorge Coelho.

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ACÇÃO SOCIALISTA 12 13 JANEIRO 2000

SOCIEDADE & PAÍS

NOVA LEI DE BASES DO PATRIMÓNIO

ADEUS À VOZ INDEPENDENTE

CULTURA Até finais de Março

anuel Maria Carrilho, ministro daCultura, deverá apresentar, aoConselho de Ministros, até finaisde Março, um novo quadro

jurídico para o património nacional.Uma nova Lei de Bases do PatrimónioNacional é, pois, um dos principaisobjectivos do Ministério da Cultura (MC)para a presente legislatura, a qual éencarada pelo titular da pasta como uma«oportunidade única para dar um saltoqualitativo» na intervenção no patrimónioportuguês, criada pelo facto de oorçamento previsto para o sector rondaros 90 milhões de contos.O montante é proveniente dos valores doIII QCA (Quadro Comunitário de Apoio) edo financiamento nacional e, segundoManuel Carr i lho, representa umacréscimo de 75 por cento no orçamentodo sector, comparativamente à legislaturaanterior.Quanto à Lei de Bases, Carrilho - que falavaaos jornalistas após apresentação daslinhas de intervenção a nível da política dopatrimónio, que decorreu, na passadaquinta-feira, dia 6, em Lisboa - considerouesta um instrumento de que «o Paísprecisa», adiantando não apresentar«diferenças substanciais» em relação ao

documento que foi chumbado peloParlamento na legislatura anterior.

Mais intervenção

Para Manuel Maria Carrilho, o orçamentodisponível permitirá continuar asintervenções já iniciadas em vários locais,como os mosteiros de Tibães, Tarouca,Alcobaça e Mafra e os museus deEtnologia (Lisboa), Soares dos Reis (Porto),D. Diogo de Sousa (Braga), Abade deBaçal (Bragança) e Tavares Proença(Castelo Branco).Previstas estão também o início deintervenções que «se impunham hádécadas», e que o governante consideraser possível concluir durante a actuallegislatura, e das quais destacou as queserão realizadas nos mosteiros doPombeiro e Grijó, no Convento de SantaClara, em diversos monumentos dopatrimónio cisterciense e nos museus deAveiro, Évora, Nacional de Arqueologia(Lisboa), dos Coches, Machado de Castro(Coimbra) e Grão-Vasco (Viseu).A cerimónia de quinta-feira - que integrouigualmente a tomada de posse dosdirectores do novo Instituto Português deConservação e Restauro (IPCR) e do

Instituto Português dos Museus (IPM) - tevetambém como objectivo o enunciar daslinhas de intervenção do MC em relaçãoao património.De entre estas, destacam-se o lançamentoda Rede Portuguesa de Museus, areformulação do inventário do patrimóniocultural � agora sob a coordenação do IPM-, a criação e consolidação do IPCR comoorganismo de referência na preservaçãodo património cultural, a criação da carreirade investigação científica no InstitutoPortuguês de Arqueologia (IPA) e aconclusão do diploma das carreirasespecíficas nas áreas da museologia,conservação e restauro.É ainda intenção da tutela avançar com acriação das figuras de Parque Cultural(com competências na área doOrdenamento do Território), do EstudoPrévio de Impacto Arqueológico, e doreforço da contratualização entre o Estado,a Igreja, as autarquias e os particularesproprietários de património classificado.

Melhor distribuiçãodos investimentos

A descentralização do investimento emtodo o País e a disponibilização ao público

de informação mais adequada sobre opatrimónio foram também objectivosrealçados por Manuel Maria Carrilho, aosquais acrescentou a necessidade de«agilizar e robustecer» sectores vitais naárea patrimonial.Nesta estratégia, além da criação do IPCRe da ampliação das competências do IPM,o titular da pasta da Cultura considerouainda necessário proceder a «pequenosajustamentos» nas orgânicas do InstitutoPortuguês de Património Arqueológico edo IPA.A apresentação dos eixos fundamentais dapolít ica para o património culturalinaugurou uma série de iniciativas do MC,que pretende dar a conhecer de formaregular as estratégias para os váriossectores que tutela.Assim sendo, espera-se esta semana aapresentação das políticas para o Livro e aLeitura, seguidas do Cinema e Audiovisual,das Artes do Espectáculo e, no dia 1 deFevereiro, da apresentação «detalhada» doorçamento para 2000 do MC.Durante este período, o ministro da Culturapretende ainda apresentar publicamenteum novo programa de apoiodescentralizado a diversas formas decultura popular, a iniciar no corrente ano.

ÓBITO Vítor Cunha Rego

ítor Cunha Rego, fundador doPartido Socialista, faleceu, aos 66anos, na passada terça-feira, dia11, vítima de doença prolongada.

Reagindo à notícia da morte de CunhaRego, o primeiro-ministro António Guterresclassificou-o como «uma das vozes maisindependentes e mais activas daexpressão da cidadania democrática noPaís».«A sua excepcional capacidade intelectuale a sua integridade fizeram dele uma figurarespeitada por todos, mesmo por aquelesque legitimamente criticava», acrescentou.«É com profunda emoção que prestosentido tributo à sua memória», disse aindaGuterres.

Perfil

Vítor José Costa da Cunha Rego nasceu a30 de Agosto de 1933, em Oeiras, e eralicenciado em Direito na Universidade deGrenoble.O jornalismo foi a actividade onde mais senotabilizou, tendo iniciado a profissãocomo repórter do jornal lisboeta «DiárioIlustrado», de 1956 a 1957, de onde saiucomo forma de protesto contra a falta deliberdade de Imprensa.Pouco tempo depois, radica-se no Brasil,onde continua a sua carreira de jornalista,

como redactor do «Estado de S. Paulo»,de 1958 a 1961.Em seguida, passou a chefe de ServiçoInternacional do jornal «Última Hora», entre1963 e 1964.Por último, e ainda no Brasil, desempenhouo cargo de Chefe de Serviço Internacionale Chefe de Redacção da «Folha de S.Paulo», de 1968 a 1973.Regressado a Portugal, desempenha asfunções de director do «Diário de Notícias»,entre 1975 e 1976, para onde regressouhá oito anos para assinar uma crónicadiária.Vítor Cunha Rego teve também uma

experiência acidentada na presidência daRTP, onde foi acusado de usar a televisãocomo aparelho ideológico da AD.Ainda no campo da Imprensa, foi tambémum dos fundadores do «Semanário».Opositor do regime salazarista, ésucessivamente, e a partir de 1961,membro do Directório RevolucionárioIbérico, militante da Frente Patriótica deLibertação Nacional, Acção SocialistaPortuguesa e Partido Socialista (1973).Quanto a cargos políticos, foi chefe degabinete do ministro dos NegóciosEstrangeiros (1974), Mário Soares, esecretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro (Soares), no I GovernoConstitucional.Fundador do PS, participou na elaboraçãodos estatutos e fez parte das comissõesdirectiva e nacional, integrando, comFrancisco Sousa Tavares e Alfredo Barroso,a ala mais à direita do primeiro congressosocialista em Portugal.Afastando-se progressivamente do PartidoSocialista, Cunha Rego foi aindaembaixador de Portugal em Espanhadurante dois anos e meio, tendoabandonado, a seu pedido, o este cargo.Quanto ao abandono do PS, este foiformalizado, em Dezembro de 1978,através de carta enviada a Mário Soares.Afastado da família socialista, viria a ser o

ideólogo da Aliança Democrática e, maistarde, director da campanha eleitoral deSoares Carneiro.A sua relação com Mário Soares, que haviaconhecido durante o exílio em Itália,arrefece e dá-se a sua inflexão para adireita.De Cavaco Silva pensava o pior possível.Numa entrevista a «O Independente», a 4de Setembro de 1992, afirma que o entãoprimeiro-ministro «não é um líder».«É desonesto politicamente e foge quandotem um adversário que lhe faz frente»,acrescenta.Durante a presidência de Mário Soares,volta a aproximar-se do seu amigo, duranteum almoço em que Soares lhe oferece olivro «Palácio de Belém» com umadedicatória: «Ao Vítor, em recordação dosvelhos tempos. Apesar de ter feito tudopara eu não estar onde estou».Vítor Cunha Rego era possuidor decondecorações como as de Grão-Cruz dasOrdens do Rio Branco (Brasil), FranciscoMiranda (Venezuela), Mérito Cível(Espanha) e Grão-Oficial (Senegal).Sobre a morte, esperava-a comserenidade. «Queria, acima de tudo, morrersem medo. Travar com a morte asconversas que travo com o destino. Desejomuito que ela chegue. Que seja à minhamaneira», disse um dia numa entrevista.

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13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA13

AUTARQUIAS

AUTARQUIAS INICIATIVAS & EVENTOS

Abrantes

A maior árvore de NatalA maior árvore de Natal esteve emAbrantes. A Câmara Municipal está maisuma vez de parabéns.

Uti l izando a torre de comunicaçõesexistente no Alto de Santo António, comcerca de 80 metros de altura, o municípiode Abrantes criou uma árvore de Natal,com cerca de mil lâmpadas, e que foivisível a mais de 25 quilómetros dedistância, provocando um grande impactovisual a quem dirigiu o seu olhar paraAbrantes.

Cabeceiras de Basto

Obras de urbanizaçãoIniciaram-se recentemente as obras deurbanização do Largo da Tília, na Cruz doMuro, Refojos, e a pavimentação docaminho da Portela do Mocho na Faia.A Câmara de Cabeceiras de Basto, numcomunicado, informou a população que,na medida do possível, promoverá arealização das obras no mais curto espaçode tempo, visando minorar transtornos eincómodos aos cidadãos quenormalmente usam estes espaços.

Cascais

Projecto inéditode reciclagem de papelO município de Cascais, presidido pelosocialista José Luís Judas, continua no«top» das iniciativas inovadoras.Assim, a Câmara de Cascais lançourecentemente um projecto inédito noconcelho que envolve todos os efectivosda edil idade na recolha selectiva ereciclagem de papel, colaborando para adiminuição da quantidade de l ixodepositado diariamente em aterro sanitário.

40 árvores são poupadasEste projecto, que decorre nos edifícios daCâmara de Cascais,, envolve cerca de1500 pessoas, que depois de uma acçãode formação, são responsáveis pelacolocação diária do papel utilizado numacaixa de reciclagem possibilitando arecolha mensal de três toneladas de papel,evitando assim o abate de cerca de 40árvores.

Coimbra

Novo passe electrónicoOs utilizadores dos transportes colectivosde Coimbra já estão a utilizar desde oprincípio do passado mês de Dezembroum novo passe electrónico que lhes facilitaa vida e diminui o tempo de paragem dosautocarros.

O presidente da Câmara Municipal deCoimbra, Manuel Machado, disse que ocartão de passe sem contacto com oobliterador do autocarro está equipadocom um «chip» que permite identificar outilizador «com a simples passagem juntodo obliterador».Segundo o autarca, esta «é uma operaçãodelicada, uma vez que há muitosutilizadores», estimando que nos próximostrês meses cerca de 12 mil utilizadoresadiram à nova tecnologia dos ServiçosMunicipalizados de Transportes Urbanosde Coimbra (SMTUC), «que visa simplificara vida das pessoas».Os cartões tradicionais deverão sersubstituídos pelos electrónicos até ao dia6 de Março, «um prazo suficientementealargado durante o qual os dois passesvão ser aceites», acrescentou.«Para não onerar as pessoas», os cartõesde passe sem contacto ficarão maisbaratos que o preço de custo.Assim, os titulares do passe actualpoderão substituí-lo pelo novo por 500escudos, enquanto os que aderirempagarão o dobro.O passe tem a identidade e fotografia doutilizador e só é válido quando carregadocom o montante correspondente aotarifário em vigor. O carregamento é feitoem máquinas instaladas pelos SMTUC,funcionando o cartão como «uma espéciede porta moedas electrónico», explicouManuel Machado.Com o objectivo de estimular a adesão dosmunícipes ao novo sistema, a autarquiacriou três postos especiais para requisiçãoe emissão do novo cartão: dois autocarros,na Praça da República e na Portagem, eum eléctrico restaurado em frente àCâmara Municipal.A substituição dos cartões de passe estáintegrada num projecto de renovação dosistema de bilhetes do SMTUC, orçado em150 mil contos, que teve início em meadosde Junho com a criação de bilhetes debanda magnética (pré-comprados e debordo).

Fafe

XIII Mostra de Artes PlásticasA XIII Mostra de Artes Plásticas, quedecorre desde 15 de Dezembro até 15 deJaneiro, tem a participação de quasequatro dezenas de artistas locais dediferentes áreas, da pintura e desenho àfotografia.

A mostra pode ser visitada no horário das9 às 12.30 horas e das 14 às 17.30 horas,de segunda a sexta-feira, e das 14 às 17.30horas, aos sábados.

Penha de França

Calendário 2000A Junta de Freguesia da Penha de Françavolta a lançar uma iniciativa inédita einovadora no panorama do poder local.Desta vez tratou-se de um calendário deparede para o ano 2000, a quatro cores,da autoria da prestigiada designer InêsFaria.

Com uma tiragem de 8000 exemplares, ocalendário foi distribuído juntamente como número de Dezembro do órgão deinformação da Junta de Freguesia daPenha de França.Segundo a autora, Inês Faria, «pretendeu-se distribuir as cores, de forma a que osmeses de Verão tivessem cores quentes eos meses de Inverno ficassem com coresfrias, enquanto os meses de Outono dePrimavera ficaram com cores intermédias.O objectivo era que o conjunto fossecoerente».

Porto

Novos projectos de renovaçãoA Câmara Municipal do Porto aprovou

recentemente dois novos projectos derenovação da envolvente da capela deNossa Senhora da Conceição, uma dasmais belas da cidade, e da Rua daRestauração.Trata-se de dois projectos integrados noPrograma de Requalificação Urbana daSociedade Porto 2001.

Santo Tirso

Seminário final do CostexPromovido com o apoio da autarquia deSanto Tirso, realizou-se no passado dia 14de Dezembro o seminário final do projectoCostex, que decorreu no Salão Nobre daCâmara.

O Costex é um projecto de informação,formação e apoio técnico às PME pararedução dos custos operacionais na fileiratêxtil/vestuário através do aumento daeficácia.

Sintra

Câmara e Jetro inauguramteatro virtualA Câmara Municipal de Sintra e a Jetro(Organização Oficial do Comércio doJapão) procederam no passado dia 10 dedezembro à cerimónia de inauguração doSistema de Visão Mágica � Teatro Virtual«Os Portugueses no Japão do SéculoXVI».

Para a instalação do Sistema de VisãoMágica a Câmara Municipal de Sintraconstruiu expressamente instalaçõesapropriadas no parque da Liberdade, naVolta do Duche, na vila de Sintra, parausufruto de todos os seus habitantes evisitantes.

ACÇÃO SOCIALISTA 14 13 JANEIRO 2000

PS EM MOVIMENTO

O Secretariado da JS de Olival emitiu um comunicado sobre a polémica questão daantiga igreja local.Pronunciando-se sobre a consulta levada a cabo pelo pároco, a JS refere que «apopulação mostrou-se claramente favorável à reconstrução total da antiga igreja».Assim, a JS de Olival, no comunicado, afirma que «está ao lado da população, esperandouma rápida intervenção de restauro do magnífico templo e que irá tudo o que estiver aoseu alcance para que a sua recuperação seja uma realidade».«Estamos dispostos a dar o nosso pequeno contributo e ajuda a todos os que continuama lutar por não deixar morrer a alma olivalense, da qual se encontra uma grande parte nabela e antiga igreja», lê-se ainda no comunicado dos jovens socialistas de Olival.

Os vereadores e os membros da Assembleia Municipal do PS do concelho de Almadaapresentaram um documento, aquando da discussão e votação do Plano de Actividadese Orçamento da Câmara Municipal de Almada para o ano 2000, no qual consideramque a gestão municipal da CDU «está esgotada».Para os autarcas socialistas, a CDU apresentou mais uma vez um Plano «sem criatividade,sem inovação, sem planos estruturantes e acima de tudo sem perspectivas demodernização e desenvolvimento».

Impotência

Na declaração de voto, os autarcas socialistas referem que «a CDU limita-se aacompanhar os grandes projectos e investimentos do Governo, limitando-se no planodas realizações de nível municipal a desenvolver soluções já tentadas, arrastadas efalhadas, manifestando muitas vezes a sua impotência para satisfazer o que promete enão pode cumprir».«A CDU na Câmara Municipal de Almada tem dinheiro a mais e ideias a menos», sublinhamos autarcas do PS na sua declaração de voto em que desmontam ponto por ponto atotal incapacidade da gestão sem imaginação da CDU para responder aos desafios quese colocam neste virar de século e de milénio.

BENFICA Movimento sindical em debate

A Secção de Benfica e São Domingos de Benfica realiza hoje, dia 13, pelas 21.30 horas,um debate sobre o movimento sindical para o século XXI.Como convidados para debater este tema estarão presentes Júlio Fernandes, da UGT, eCarlos Trindade, da CGTP.Trata-se de mais uma importante e oportuna iniciativa da Secção de Benfica e SãoDomingos de Benfica.

Freguesia em debate

Entretanto, está já agendado um debate para o próximo dia 27 sobre a Freguesia de SãoDomingos de Benfica, que contará com a participação do camarada António Catraia.

ENTRONCAMENTO Boletim informativo

Saiu mais um número do boletim informativo da Secçãodo Entroncamento do PS, referente a Outubro, Novembroe Dezembro.A quatro cores e com quatro páginas esta publicaçãointitulada «Entroncamento 2000» está repleta de motivosde interesse, com artigos onde se dá conta da intensaactividade desta estrutura.«Na viragem para o próximo milénio, a ComissãoPolítica do PS/Entroncamento, sob a presidência deJoão Lérias, assumiu uma política de renovação faceao grau de exigência da população do concelho»,afirma o camarada Fernando Chambel num artigointitulado «Uma nova polít ica, um novoEntroncamento».

O Secretariado da Federação do PS/Leiria, num comunicado do dia 10 de Janeiro,«congratula-se com o anúncio da decisão final do Governo em avançar com a construçãodo novo aeroporto internacional da Ota».No comunicado, os socialistas leirienses repudiam, por outro lado, a posição do PSDem relação ao PROCOM, «não lhe reconhecendo qualquer legitimidade nas críticasdirigidas ao secretário de Estado do Comércio» e lembram que «o PSD enquanto governonão concretizou qualquer linha de apoio à modernização e defesa do comérciotradicional».O PS/Leiria «reafirma o seu apoio às políticas implementadas por Osvaldo Castro deque muito beneficiarão os pequenos comerciantes do distrito e do país».

Vias de comunicação

O PS/Leiria congratula-se também «com o acelerado avanço das obras nas vias decomunicação A8 e A15, que demonstram a capacidade do Governo PS em fazer obra».Por último, a Federação de Leiria do PS «lamenta a perda do camarada, militante eamigo José Jaime Fernandes Ribeiro da Silva que dedicou toda a sua vida à causapública e partidária de forma abnegada e desinteressada».

LEIRIA Comunicado da FederaçãoALMADA PS critica Câmara

OLIVAL Comunicado da JS

Secção de Benfica e São Domingos de Benfica.Faleceu a camarada

Maria Dionísia MalacutoA Secção de Benfica e São Domingos de Benfica está de luto. A camarada MariaDionísia Malacuto, membro do actual Secretariado desta dinâmica estrutura do PS,faleceu no dia 32 de Dezembro.Camarada e militante exemplar, amiga de longa data, Maria Dionísia Malacutodestacou-se pela sua competência, dedicação, tendo sido ao longo de vários anosuma mais-valia para esta Secção.Toda a sua intensa actividade política foi norteada em defesa dos valores do socialismodemocrático. Um exemplo de militância e de humanismo.À família enluta e aos camaradas da Secção de Benfica e São Domingos de Benfica,o «Acção Socialista» apresenta as mais sentidas condolências.

Almoço de Natal do PSRealizou-se no passado dia 22 de Dezembro o tradicional almoço de Natal doscamaradas funcionários e colaboradores do PS, que decorreu no restauranteChimarrão, no Campo Pequeno, em Lisboa.O camarada António Guterres e vários dirigentes nacionais estiveram presentes nestealmoço de confraternização em torno dos valores da igualdade, liberdade efraternidade.

ItáliaGuterres no Congresso

dos Democratas de EsquerdaO camarada António Guterres, na dupla qualidade e secretário-geral do PS e presidenteda Internacional Socialista, participa hoje no Congresso dos Democratas de Esquerda,em Turim, Itália.Trata-se do primeiro congresso dos Democratas de Esquerda, partido que substitui oPDS (ex-comunistas), até agora liderado pelo primeiro-ministro italiano, Maximo D´Alema.

13 JANEIRO 2000 ACÇÃO SOCIALISTA15

CULTURA & DESPORTO

QUE SE PASSA Mary Rodrigues SUGESTÃO

POEMA DA SEMANASelecção de Carlos Carranca

Literatura em Albufeira

A segunda sessão das Jornadas Literáriasdecorrem, no sábado, dia 15, pelas 15horas, no Auditório Municipal.Este encontro com escritores de línguaportuguesa, a cargo de Teresa Azinheira,subordina-se ao tema «Vergílio Ferreira: AProcura do Eu».A exposição «Pintar Português, da autoriade Artur Franco, encontra-se patente aopúblico, até ao dia 17, na Galeria de ArtePintor Samora Barros.A mostra poderá ser visitada diariamente,exceptuando domingos e feriados, entreas 10 e 30 e as 17 horas.

Desenho em Amarante

Numa iniciativa conjunta da autarquia locale da Faculdade de Belas Artes daUniversidade do Porto, realiza-se, estesábado, dia 15, pelas 16 horas, na Sala deExposições Temporárias do MuseuAmadeo de Souza-Cardoso, ainauguração da mostra «O Exercício doDesenho».

Dança em Coimbra

A Companhia de Dança Contemporâneade Évora apresenta, amanhã e no sábado,três coreografias do seu repertório recente,no Teatro Académico de Gil Vicente.«Perfi lados de Medo», que inicia adigressão, é coreografado por uma dasdirectoras artísticas da companhia, NéliaPinheiro, e interpretado por si própria, porHugo Goepp, Catarina Trota e RafaelLeitão.«Solos - Novos Coreógrafos» preenche osegundo dia do programa com ostrabalhos «maçãs, muralhas e mulheres»,coreografado e interpretado por CatarinaTrota, e «todos os dias, em todo o lado»,da autoria Hugo Goepp, que também ointerpreta.Também amanhã, pelas 21 e 30, a CasaMunicipal da Cultura apresenta a II Mostrade Vídeo-Arte da ARCA � ETAC.No mesmo local será exibido, na próximaquarta-feira, dia 19, pelas 15 e 30, «RumbleFish», um filme de Francis Ford Coppola,no âmbito do espaço cultural «O Cinema eo Valor da Fraternidade».

Filme em Faro

Os cinemas Santo António e Golden Cityexibem, amanhã, em estreia nacional, apelícula de M. Night Shyamalan, «SextoSentido», com Bruce Will is no papelprincipal.

Concertoem Ferreira do Alentejo

O Centro Cultural Manuel da Fonsecaacolhe, amanhã, às 21 e 30, um concertode Ano Novo, interpretado pelo quinteto

Metais do Alentejo.No sábado, dia 15, pelas 14 horas, abreao público, no Espaço MuseológicoMunicipal, a most5ra de pintura ecaricatura de Baltazar Ortega. A exposiçãopermanecerá patente até ao final do mês.

Contos em Guimarães

Hoje, às 16 e 30 e 21 e 45, será exibida afita de Les Mayfield, no Cinema SãoMamede.Para quem gosta de clássicoscinematográficos a melhor opção serápassar pelo Auditório da Universidade doMinho, hoje, a partir das 21 e 45, e (re)ver«Citizen Kane � O Mundo a Seus Pés», aobra prima de Orson Welles.O espaço cultural infantil a «Hora do Conto»volta amanhã, às 10 e 30, à BibliotecaMunicipal Raúl Brandão, desta feita comuma história de Maria da ConceiçãoCampos � «A Guerra do Sol e da Nuvem».Quarta-feira, dia 19, pelas 10 e 30, chegao teatro de fantoches à Biblioteca Municipalcom a peça «A Ilha Mágica: A Carochinhae o João Glutão», de José Vaz.A partir deste sábado, a exposição«Coleccionismo» poderá ser visitada noCírculo de Arte e Recreio.Até ao final do mês o Museu AlbertoSampaio albergará a exposição fotográficade Olívia Silva.

Smashing Pumpkinsem Lisboa

A Casa da Comédia estreia hoje a peçateatral de Roland Dubillard, «Monstros III �O Regresso».Amanhã debutam nas salas de cinema osfilmes «The Taste of Sunshine», de IstvánSzabó; «O Sexto Sentido», de M. NightShyamalan; e «Henry Fool», de Hal Hartley.Também amanhã e no dia 17, assista auma versão da «Divina Comédia» de Dante,coreografada por Jean-Paul Buccheri.Trata-se de «Comédia Divina», uma dançaque estará em exibição pelas 21 e 30, noPequeno Auditório do centro Cultural deBelém.

Este sábado, dia 15, pelas 22 horas, oColiseu dos Recreios acolherá oespectáculo pop/rock da banda SmashingPumpkins.

Desportoem Montemor-o-VelhoO Campeonato de Futebol de 11Masculinos Juvenis começa este domingo,dia 16, no Centro de Recreio Popular seFormoselha, na Freguesia de Santo Varão,com o jogo Formoselha vs. Rebordosa.

Romaria em Óbidos

O Solar da Praça de Santa Maria acolhe, apartir de hoje e até ao dia 30, uma mostraitinerante de artes plásticas.No dia 17 realiza-se a romaria ao «SantoChouriço». Trata-se de uma iniciativa quecongrega os universos sagrado e profano,no outeiro situado a noroeste daamuralhada vi la de Óbidos, ondeanualmente as gentes se juntam à volta depequenas fogueiras para degustar umbom chouriço assado, confeccionado nopróprio local e abundantemente regadocom vinhos regionais.

Fotojornalismo em Portimão

A cidade portimonense foi um dos cercade 70 locais de 35 países escolhido parareceber a exposição World Press Photo,uma mostra itinerante que resulta de umconcurso mundial que se realizaanualmente na área do fotojornalismo.A mostra deste ano, que contem um totalde 200 fotografias, pode ser vista nasinstalações da antiga fábrica conserveiraFeu, a partir de amanhã e até ao dia 4 deFevereiro.

Exposições em Sintra

As obras seleccionadas no âmbito doPrémio Amadeo de Souza-Cardosopodem ser apreciadas, até ao dia 23, naQuinta das Cruzadas. No total são 76criações, representando 58 artistas.Patente até ao dia 26, a exposição depintura, colagens e desenho de PauloAthaíde e Rui Mendo espera pela sua visita,na Galeria do Museu Regional, de segundaa sexta-feira, entre as 9 e 30 e as 12 horas,ou das 14 e 30 às 19 horas.Aos sábados, domingos e feriados ohorário de exibição da mostra vai das 14 e30 até às 19 horas.

Mostra internacional emVila Real de Santo António

Encontra-se aberta ao público, até ao dia30, no centro Cultural António Aleixo, a IExposição Internacional de artes Plásticasde Vila Real de Santo António.Participam nesta mostra cerca de 30escultores e pintores.

Músicapara Charlot

O compositor norte-americano WayneHorvitz apresenta, em primeira audiçãoabsoluta, no sábado, dia 15, no GrandeAuditório do Rivoli-Teatro Municipal, noPorto, o acompanhamento musical para «OCirco», um dos grandes clássicos mudosde Charlie Chaplin.Neste concerto, o compositor fugiu ao seuestilo próprio, que envolve electrónica,samples e outras técnicascontemporâneas, e escolheu umaaproximação mais tradicional, porconsiderar que «num filme como este temque se ter em conta um período de tempo».Segundo o compositor, «toda a música daobra é composta de forma tradicional,embora se use um computador para asnotações».Robin Holcomb, pianista e mulher docompositor, Doug W ieselman, LauraSchmidt e Mikhail Schmidt são os músicosque acompanharão Horvitz no concerto.Compositor e pianista, Wayne Horvitz temtocado por toda a Europa, Japão e EstadosUnidos e espalhado a sua assinatura peloteatro, dança e audiovisuais.Nos últimos dez anos, Horvitz liderou váriasformações, incluindo The President, Seattlebased Pig Pen e um quarteto artístico como saxofonista Briggen Krauss, o baixista PhilSparks e o baterista Kenny Wollesen.

Liberdade *

Liberdade,Tu a tens à vontadinha,Que não eu.Quero a minha,E não a que me prometesLá no Céu.

Antes dançar do que dormir,Já que não tenho a liberdadeDe ganhar para vestir;Já que não tenho a liberdadeDe ganhar para comer,Quero dançar,Quero dançar para esquecer.

Liberdade,Onde queres podes tê-la,Mas não euQuero vê-la,Com meus olhos, que não vivoLá no Céu.

Danço esta dança sem temor,Que eu quero ter liberdadeDe abraçar o meu amor;Que hei-de ter a liberdadeDe ganhar para viverE não dançarE não dançar para esquecer.

António Nunes* Liberdade. Poema escrito em Lisboa, datado e assinado (1946),musicado pelo maestro e compositor Fernando Lopes Graça.

13 de Janeiro, 21h30

Grande AuditórioCentro Cultural de Belém

D a n c e P r o j e c tThe New 42nd Street Inc. e Baryshnikov

ACÇÃO SOCIALISTA 16 13 JANEIRO 2000

OPINIÃO DIXIT

Ficha Técnica

Acção SocialistaÓrgão Oficial do Partido SocialistaPropriedade do Partido SocialistaDirectorFernando de SousaRedacçãoJ.C. Castelo BrancoMary RodriguesColaboraçãoRui PerdigãoSecretariadoSandra AnjosPaginação electrónicaFrancisco SandovalEdição electrónicaJoaquim SoaresJosé Raimundo

RedacçãoAvenida das Descobertas 17Restelo1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Administração e ExpediçãoAvenida das Descobertas 17Restelo1400 LisboaTelefone 3021243 Fax 3021240Toda a colaboração deve ser enviada para oendereço referidoDepósito legal Nº 21339/88; ISSN: 0871-102XImpressão Imprinter, Rua Sacadura Cabral 26,Dafundo1495 Lisboa Distribuição Vasp, Sociedade deTransportes e Distribuições, Lda., Complexo CREL,Bela Vista, Rua Táscoa 4º, Massamá, 2745 Queluz

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SOC IAL ISTA

«Devemos combater a injustiçapara viver livremente na dignidade.A paz é fruto da Verdade e daJustiça»Adolfo Perez EsquivelVisão, 6 de Janeiro

«Inovação e emprego, no planointerno, e alargamento e segurança,no plano externo, são pontos fortesdos seis meses em que Portugalestá à frente dos Quinze»Jaime GamaVisão, 6 de Janeiro

«Farei a minha própriacontracandidatura»Xanana GusmãoPúblico, 9 de Janeiro

«As pessoas revelam-se pelasideias que expressam para resolveras situações»Idem, ibidem

«Os timorenses sentiram mágoapor os indonésios terem destruído oque construíram à custa do seusuor. Mas ouvi já dizer e aspessoas aplaudiram imenso: �Sequiserem vir enrolar todo estealcatrão para irem colocar naIndonésia façam favor»Idem, ibidem

«A tese do PSD de que existe umaperigosa concentração de poder noPS é a revelação de uma grandedificuldade em digerir as derrotasem sucessivas eleições»Paulo PiscoExpresso, 8 de Janeiro

PORTO SENTIDOlamentável episódio do fogo deartifício que deveria haver (e nãohouve) no início do mítico ano2000, na cidade do Porto,

permite infelizmente reflexões maisprofundas sobre a verdadeira coesãonacional.Começo por assinalar, sem necessidadede outro testemunho, tantas têm sido asvezes a que ao assunto me tenho referido,que nada tenho a ver com a visão restritadaqueles que reduzem as questõesnacionais a um Sul supostamente rico emconfronto com o Norte supostamentepobre, ou mesmo a um Litoralsupostamente beneficiado em oposição aum Interior supostamente prejudicado.Como é evidente rejeito ainda maisfirmemente a dicotomia Porto-Lisboa emtodo os seus afloramentos e quaisquer quesejam as suas proveniências.Por isso foi para mim incompreensível areacção que determinados sectores,autodenominados de mais esclarecidos,tiveram relativamente ao falhanço dosfestejos de Fim de Ano no concelho doPorto.É certo que a reacção saloia contra o Porto

não foi exclusiva de Lisboa: desta vezmobilizou e determinou mesmo algumsupostos agentes de opinião da cidade e,de forma mesquinha, o PSD através do seudirigente Amorim Pereira, que chegou aapelar a um boicote activo da populaçãoà festa do Dia de Reis.Lamentável, bastante mais lamentável queo episódio que está na origem da reacção.O Porto, a sua população, a sua cultura eo seu orgulho foram claramentemaltratados nos últimos dias.Muitas das reacções �contra a Câmara doPorto� revelaram claramente umaarrogância e um antagonismo culturalperfeitamente intoleráveis.A dimensão dessa reacção foi claramentedesproporcionada relativamente à faltacometida pela autarquia.Nada justificava o histerismo e mesmo ogozo gerado à volta deste incidente queincidiu sobre a generalidade das Gentesdo Porto.A resposta dos portuenses foi a que sesabe e a percepção desta resposta foi maisuma vez surpreendente.Só quem não conhece ou não compreendeo que verdadeiramente se está a passar

no País com o dinâmico e progressivoreequilíbrio dos pólos de desenvolvimentoe de poderes, nomeadamente nadimensão cultural, pode ter-se admiradocom a força e a nobreza dessa reacção.O Porto é hoje um centro de produçãocultural, intelectual, social, desportivo eeconómico poderosíssimo.Muita gente tem andado distraída, masmais cedo ou mais tarde acordará paraesta realidade.O episódio do Fim de Ano e as reacçõesque provocou tem aspectos altamenteposit ivos, mas também factores deperturbação.É necessário potenciar os primeiros e nãodeixar renascer fantasmas e controvérsiasgratuitas que podem ser penalizadoraspara todos.A Comemoração do Dia de Reis, que é jáuma conquista irreversível das gentes doPorto será, estou seguro, transformada numsímbolo de afirmação e poder da cidade.Oxalá nunca seja usada indevidamentecomo arma de arremesso contra ocentralismo.Se assim for, bem pode dizer-se que quemfoi à caça saiu caçado.

O