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SecretÆrio de Políticas de Saœde do MinistØrio da Saœde · Interdisciplinar sobre Geoprocessamento e Dados Espaciais em Saúde – CTI-Geo – integrado por profissionais dedicados

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Secretário de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde:Dr. João Yunes

Coordenador da Secretaria Técnica da RIPSA:Dr. Helvécio Bueno

Comitê Temático Interdisciplinar "Geoprocessamento e Dados Espaci-ais em Saúde" CTI-Geo:Dra. Marilia Sã Carvalho - ENSP/FIOCRUZ (coordenadora)

Agradecimentos especiais a:

Ana Escobar (UFRJ) - pelos dados de malária e mapas de Rondônia (Fig.7).

Celina Martelli, João Bosco Siqueira Junior, Otaliba Libânio de Morais (UFG) - pelaimagem do dengue em Goiânia (Fig.1).

Christovam Barcellos (CICT/FIOCRUZ) - pela imagem de Natal e pelos sites da INTERNET. Etambém a Antônio de Pádua de Miranda Henriques pelos dados e mapas (Fig.5).

Maria de Fátima de Pina (CICT/FIOCRUZ) - pelo conteúdo técnico, por extensos trechos detexto e pela cuidadosa revisão.

Rejane Sobrino Pinheiro (NESC/UFRJ) - pelas imagens dos mercados hospitalares (Fig. 8).

Simone Maria dos Santos (SMS/Rio) - pela imagem da violência em Porto Alegre (Fig.2),pela lista de referências bibliográficas e da INTERNET, e pela ajuda com o texto. E tambémà equipe do CEDIS/SMS - Porto Alegre por disponibilizarem dados e mapas.

Tatiana Pacheco Campos (SMS/Rio) - pela imagem do fluxo de bebês (Fig.3).

Tiago Maria Lapa (CPQAM/FIOCRUZ) e todo o grupo que trabalha com SIG (FátimaMilitão, José Luiz Portugal, Ricardo Ximenes, Wayner Vieira de Souza) - pela imagem daHanseníase em Olinda (Fig.10).

As demais figuras e elaboração do texto são de responsabilidade de Marilia Sá Carvalho.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E A GESTÃO DA SAÚDE NO MUNICÍPIO

A moderna tecnologia de análise de dados no contexto de sua localizaçãovem sendo cada vez mais valorizada na gestão do sistema de saúde, por aportarnovos subsídios para o planejamento e a avaliação das ações, baseados na aná-lise da distribuição espacial das doenças, da localização dos serviços e dosriscos ambientais, entre outros aspectos prioritários.

Reconhecendo as limitações do setor saúde para utilizar adequadamenteos recursos de referenciamento geográfico, o Ministério da Saúde organizou,no âmbito da Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA, comapoio da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS, um Comitê TemáticoInterdisciplinar sobre Geoprocessamento e Dados Espaciais em Saúde – CTI-Geo – integrado por profissionais dedicados à temática. A atuação do CTI-Geoestá voltada para facilitar às secretarias municipais de saúde, bem como a ou-tros órgãos públicos do setor, acesso às informações básicas requeridas para odesenvolvimento de análise espacial. Entre as atividades desenvolvidas desta-cam-se:

• Reuniões com o IBGE para definir uma política de disseminação dasinformações relativas a mapas e cadastros de logradouros;

• Apoio a iniciativas para aprimorar a localização de eventosregistrados nos sistemas nacionais de informações em saúde (SIS):Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), Sistema de Informa-ções de Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informações deAgravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informações Hospitala-res (SIH-SUS), Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS),Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB);

• Introdução de melhorias da função de construção de mapas temáticosdo TabWin – programa distribuído pelo DATASUS para apoiar autilização das bases de dados de interesse para a saúde -, de forma apermitir o mapeamento simples de variáveis;

• Intercâmbio com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE,visando utilização e apoio ao desenvolvimento do software desenvol-vido no Instituto.

APRESENTAÇÃO

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Em diversos momentos, tem sido apontada a necessidade de assegurarapoio aos gestores do SUS para a construção de sistemas informatizados, quepermitam analisar o estado de saúde da população e os serviços de saúdeofertados, a partir de sua localização espacial. Há também consenso de que osinvestimentos realizados com tal objetivo devem estar respaldados em sufici-ente conhecimento sobre os aspectos técnicos envolvidos. Caso contrário, osgestores locais tornam-se vulneráveis a pressões por soluções “milagrosas”,baseadas apenas na venda de software e mapas, que pouco ou nada significamsem um processo de desenvolvimento técnico e operacional do sistema de in-formações. A construção dessa forma de olhar a saúde – espacializando asinformações – é trabalhosa e exige um certo investimento, principalmente deaprendizado.

Este documento se propõe a sistematizar, de forma abrangente, o vastoconjunto de variáveis que compõem o SIG, apresentando as ferramentas dispo-níveis e para que servem, os principais problemas de utilização e os possíveiscaminhos para a construção de processos de análise espacial dos problemaslocais de saúde.

Comitê Temático Interdisplinar

Geoprocessamento e Dados Espaciais em Saúde

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Conhecer as condições de vida e saúde dos diversos grupos populacionaisé uma etapa indispensável do processo de planejamento da oferta de serviços eda avaliação do impacto das ações de saúde. Além disso “o enfoqueepidemiológico atende ao compromisso da integralidade da atenção, ao incor-porar, como objeto das ações, a pessoa, o meio ambiente e os comportamentosinterpessoais” (Ministério da Saúde, 1997). Entretanto, Saúde Pública e ambi-ente estão intrinsecamente influenciadas pelos padrões de ocupação do espaço:não basta descrever as características das populações, mas é necessário locali-zar o mais precisamente possível onde estão acontecendo os agravos, que ser-viços a população está procurando, o local de potencial risco ambiental. Plane-jamento, monitoramento e avaliação de programas, estudo do contextosocioeconômico, vigilância em saúde, todas as ações essenciais à reorientaçãodas ações do setor saúde são beneficiadas por uma visão incorporando a distri-buição espacial.

SAÚDE E ESPAÇO

Figura 1 – Taxa de ataque de dengue, Goiânia, 1997. Observa-se que os distritos com taxas

mais altas estão mais concentrados a Oeste. Junto com o mapa são também apresentadasestatísticas da distribuição da doença.

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A associação da medici-na com a geografia é antiga.Há mais de um século,epidemiologistas e outros ci-entistas da medicina começa-ram a explorar o potencial dasinformações veiculadas pelosmapas em processos de buscado entendimento da ocorrên-cia espacial das doenças. Umdos mais famosos usuários deprimeira hora dos mapas paraas ciências médicas foi JohnSnow, no século XIX, que, du-rante uma epidemia, mapeoucasos de cólera e bombasd’água em Londres, mostran-do o papel da contaminação daágua na ocorrência do cólera.

A forma mais comum demostrar a situação de saúde noespaço é através dos mapastemáticos, em que os dados ta-bulares estão associados a áre-as administrativas (bairros,

municípios, etc.) e onde a cor (ou tonalidades da mesma cor) varia de acordocom o valor da variável. Por comparação pode-se analisar a situação de dife-rentes áreas, como no exemplo o mapa dos distritos urbanos de Goiânia, apre-sentando a taxa de ataque de dengue (Fig.1).

Alguns municípios vêm desenvolvendo o trabalho com o SIG, buscandodetectar padrões na distribuição dos agravos, de forma a discutir medidas pre-ventivas, sejam elas de caráter assistencial, ambiental ou educativo. É o casoda análise da mortalidade por homicídios em Porto Alegre, onde se buscou

Figura 2 – Índice de mortalidade por homicídios e lo-calização dos postos policiais em Porto Alegre, 1996.

A densidade de homicídios foi dividida em quintis, e

pode-se observar que a distribuição de postos de polí-cia não acompanha as áreas mais violentas.

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discutir a distribuição dos equipamentos urbanos e sua relação com um mapade densidade da violência (Fig. 2).

A desigualdade no acesso aos serviços de saúde também pode ser detecta-da, através da visualização das trajetórias percorridas pelos pacientes. No casoda mortalidade pós-neonatal (de 28 dias a um ano de idade), mapear as longastrajetórias percorridas entre o local de residência da criança e o local onde veioa falecer indica a necessidade de melhorar a oferta de assistência nos locaismais distantes do centro do Rio de Janeiro (Fig. 3).

Figura 3 – Trajetória de crianças maiores de 28 dias e menores de 1 ano entre a Região

Administrativa de residência e a Região Administrativa do óbito sobreposto a mapa depadrão da classificação socioeconômica multivariada por bairros, Município do Rio

de Janeiro, 1995.

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Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são sistemas baseados emcomputador, usados para capturar, armazenar, manipular, analisar e apresentarinformações geográficas. Os programas usados têm como característica princi-pal a capacidade de manipular dados gráficos (mapas) e relacioná-los aos da-dos não-gráficos que se quer analisar. Ou seja, para cada logradouro – porexemplo, bairro (área), serviço de saúde (ponto), avenida (linha) – pode-serelacionar uma tabela com informações destes locais – número de casos ocor-ridos em uma área, especialidades médicas de uma unidade de saúde, linhas deônibus de uma avenida.

Mas o que é um SIG? Ou melhor, que características devem apresentarestes sistemas de forma a permitir de fato este tipo de análise? Em primeirolugar é importante definir a diferença entre os termos SIG e geoprocessamento,que vêm sendo utilizados como se fossem sinônimos. O geoprocessamento dizrespeito a um conjunto de técnicas de processamento digital de dados geográ-ficos ou espaciais, ou seja dados que possuem uma localização espacial. Dasdiferentes técnicas de geoprocessamento, destaca-se: sensoriamento remoto,cartografia automatizada, GPS, e Sistemas de Informação Geográfica.

De um modo geral, pode-se identificar os seguintes objetivos naimplementação de um SIG:

• Visualização das Informações: diversas formas de apresentação dasinformações são possibilitadas pelo SIG. Compare, por ex., as figu-ras 2 e 3.

• Organização e georreferenciamento dos dados: o SIG se constituiem um poderoso organizador das informações georreferenciadas.Permite combinar vários tipos diferentes destas informações, porex., limites de bairros, localização pontual das unidades de saúde,volume do fluxo entre duas localidades, entre outras.

• Integração de dados vindos de diversas fontes, nos mais diversosformatos, escalas e sistemas de projeção: os mapas (bases gráfi-cas) são armazenados no SIG na forma de níveis temáticos ou

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS � PARA QUÊ?

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planos de informação independentes. O SIG tem diversas funçõesque permitem a integração de novos níveis de informação e amanipulação conjunta de bases originadas de órgãos e instituiçõesdistintas (Fig.4).

• Análise dos dados: a disponibilidade de funções que permitam queos dados disponíveis virem de fato informações úteis no processode tomada de decisões (Fig.5).

• Criação de cenários: a partir da análise de séries históricas, e demodelos pode-se estudar diversas possibilidades futuras, esco-lhendo a melhor alternativa.

Diversas perguntas que podem ser feitas ao SIG:

Localização: o que está neste ponto? Selecionando uma determinada fei-ção no mapa, obter todas as informações a ela relacionadas. Por exemplo, sele-

Figura 4 – Sobreposição de imagem de satélite e malha de setores censitários de 2 Regiões

Administrativas do Rio de Janeiro, com informações de edificações locais e população

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Figura 5 – A partir da localização dos postos de saú-de em Natal (cruzinha), pode-se calcular a popula-

ção de crianças que residem um uma área em torno

do posto através de círculos (buffers). Estes círculoscobrem áreas de setores censitários, onde se conhece

a distribuição etária da população, permitindo cal-

cular a cobertura de cada posto. Nota-se também áre-as da cidade sem cobertura, onde devem ser previs-

tos postos especiais.

cionando um bairro do Rio,pode-se saber área, e outras in-formações disponíveis no ban-co de dados (Fig. 6).

Condição: Onde está...?A partir das bases de dados ta-bulares, selecionar determina-das ocorrências e visualizar asua localização no mapa. Porexemplo, quais são os bairrosonde a taxa de mortalidadeneonatal é maior do que 20 pormil nascidos vivos? (Fig.6)

Tendências: O que mu-dou desde...? Os dois mapas deRondônia mostram a situaçãode malária no estado, e a sub-divisão de municípios entre1991 e 1997 (Fig.7). Este tipode análise pode ser feita de for-ma dinâmica, como um filme.

Mas para permitir de fatoa realização destas análises,que tipo de recursos deve ter

este sistema? Na verdade, a crescente divulgação do uso dos SIG nos últimosanos trouxe algumas confusões, nem sempre por acaso, onde programas deautomação de processos cartográficos, genericamente denominados CAD, vêmsendo vendidos como algo muito além do que eles verdadeiramente são, pro-gramas de desenhos cartográficos em formato digital. Sem dúvida estes siste-mas trouxeram grande contribuição à geração de mapas, e permitem a manipu-lação dos elementos da representação cartográfica, facilitando a análise espa-cial. Entretanto, isso não faz deste programas em absoluto um SIG, com todosos recursos apresentados aqui.

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Figura 6 – Mapa com bairros selecionados (hachurados em vermelho) e tabela com as infor-mações sobre os bairros onde a mortalidade neonatal é maior do que 20/1000. As cores de

fundo indicam a taxa de mortalidade pós-neonatal. Observe que nem sempre coincidem os

bairros com altas taxas de mortalidade neonatal (em vermelho) e pós-neonatal. Além disso oquadro apresenta informações sobre Copacabana, incluindo total de nascimentos, óbitos em

menores de 1 ano e taxa de mortalidade neonatal. Nesta imagem não há legenda, indicativo

de escala e diversas outras informações importantes, por ser uma tela de trabalho

Figura 7 – Índice Parasitário Anual de Malária – Rondônia, 1991 e 1997. Observe que não

só o indicador variou, como o número de municípios aumentou.

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Antes de mais nada, a construção de um SIG não é tarefa isolada daárea da saúde! É necessário obter mapas em formato digital e isso certa-mente é de responsabilidade de órgãos municipais ou estaduais de planeja-mento. Além disso, a utilidade de um SIG é imensa, seja para o setor dearrecadação da prefeitura, seja para outras secretarias como educação, trans-portes, e mesmo para as concessionárias de serviços como água, luz, tele-fonia. E nesta pequena lista já se desenha uma das características básicaspara viabilizar este trabalho: a articulação intersetorial. Ainda assim, mui-tas vezes a iniciativa parte da saúde, e por isso apresentamos a seguir al-guns aspectos técnicos visando orientar este trabalho. É importante ressal-tar que não existe um programa de SIG. Os programas são, na verdade, umconjunto de ferramentas que permitem a construção de um Sistema de In-formações Geográficas, em um ambiente onde pessoas, software, equipa-mento, dados cartográficos, de saúde, ambientais e socioeconômicos sãoorganizados de forma a permitir análises como nos exemplos acima. Porisso mesmo, a implementação de um projeto de SIG deve se iniciar pelaorganização e capacitação da equipe técnica que vai desenvolver o projeto.A escolha (e compra) do software é uma atividade posterior, em funçãodas análises que se pretende fazer, bem como das metodologias de aquisi-ção de dados que serão escolhidas e, obviamente, dos recursos financeirosdisponíveis no projeto.

Apresentaremos a seguir as principais etapas da construção do SIG-SAÚDE.

1. Planejamento – nesta etapa a equipe é escolhida e se amadureceos objetivos de utilização desta ferramenta na saúde. Neste momento é im-portante que a equipe comece a se capacitar, visando estabelecer o diálogocom os especialistas das diferentes áreas. Ainda que o profissional da Se-cretaria de Saúde não vá se transformar em um cartógrafo, é necessário umconhecimento mínimo que permita inclusive a compra adequada de servi-ços, equipamento e software.

Diversos cursos estão sendo desenvolvidos visando apoiar a implantaçãodesta área na saúde. Consulte os órgãos de treinamento de seu estado, os sites

CONSTRUINDO UM SIG

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da Internet do DATASUS (http://www.datasus.gov.br/) e do Ministério daSaúde (http://www.saude.gov.br/), a Fundação Oswaldo Cruz e a EscolaNacional de Saúde Pública ( http://www.fiocruz.br/sig/ e http://www.ensp.fiocruz.br/). Mande um E-mail para os profissionais referidos nestelocais. É bem possível descobrir que relativamente próximo existem recursosbastante acessíveis. Em diversos estados estão sendo desenvolvidos projetosde geoprocessamento, com equipes técnicas disponíveis para o diálogo. Naárea mesmo da saúde, esta tecnologia vem sendo implantada com financia-mento do VIGI-SUS. Além disso, está prevista uma nova publicação da RIPSAcom os conteúdos técnicos mais aprofundados sobre cartografia e SIG, a serlançada em breve. Neste material se buscará apresentar o tema de forma sufi-cientemente detalhada para que se possa realizar uma licitação com os melho-res resultados.

2. Dados cartográficos – Evidentemente o tipo de dado vai depen-der do que se pretende com o projeto, e do território coberto. No nívelestadual já está disponível a malha municipal – o desenho dos limites mu-nicipais – de 1997 (ver site do DATA-SUS). Para o nível municipal, diver-sas propostas vêm amadurecendo.

A principal delas diz respeito à utilização do setor censitário do IBGE,que é a área que será coberta por cada recenseador no Censo 2.000, comounidade mínima de georreferenciamento, ou seja, como unidade mínimade localização do evento de saúde. O setor censitário apresenta as seguin-tes características que o tornam interessante para analisar a saúde. Como éuma área muito pequena, com cerca de 300 domicílios (em região urbana),é homogêneo quanto à situação (rural/urbana), à ocupação do espaço urba-no (favela/área urbanizada) e outros indicadores socioeconômicos. Alémdisso é contínuo e não atravessa grande acidentes geográficos. Por outrolado, a partir do setor censitário outras unidades territoriais – bairros, dis-tritos sanitários, regiões de planejamento – podem ser reconstruídas. Outravantagem do setor censitário é que o Departamento de Estruturas Territoriaisdo IBGE terá esta malha digitalizada até a coleta do censo para todas 1.058municípios com mais de 25.000 habitantes e a forma de disseminação des-ta informação está em discussão.

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Diversas outras informações são importantes: localização das unidadesde saúde e de outros equipamentos urbanos (escolas, parques); serviços de infra-estrutura urbana (representados por linhas: redes de abastecimento de água ede saneamento, vias de transporte, linhas de ônibus); morfologia do meio, in-cluindo áreas de risco ambiental, risco de inundações, desabamentos e áreas depreservação. Mas isso pode ser construído gradativamente, à medida em que otrabalho avança: uma das características do SIG é a possibilidade de se agregarnovas camadas de informação. Sem esquecer que a aquisição de dadoscartográficos é uma atividade especializada, cara, que deve ser abordada con-juntamente pelos diversos órgãos interessados.

Em regiões rurais o Departamento de Cartografia do IBGE vem traba-lhando no sentido de digitalizar as bases cartográficas do mapeamento siste-mático com as informações de hidrografia, relevo, etc.

3. Dados de saúde – um dos problemas usuais é o georreferenciamentodos dados de saúde. Ou seja, “onde aconteceu aquele caso...” como localizá-lono mapa? Existem diversas estratégias para isso. Se estiver disponível um mapada malha de ruas e localidades do município, bem detalhado, com numeraçãode quadras, o próprio software permite a localização do evento de saúde. Masestes mapas em geral não são facilmente adquiridos, e custam caro para a pre-feitura. Além disso, para analisar situação de saúde este nível de detalhamentona localização não é necessário. É suficiente, por exemplo, localizar o eventono setor censitário onde a pessoa residia. Neste caso, pode-se utilizar a lista detrechos de logradouros que estão em cada setor censitário e compará-la com oendereço da pessoa, possibilitando assim a localização. Este “Cadastro de Seg-mentos de Logradouros por Setor Censitário” também está sendo preparado nocenso 2.000, e estará pronto após a coleta (final do ano 2.000).

Ainda assim resta um problema: os Sistemas de Informações em Saúdesomente coletam o município de residência, sem maiores detalhes. Tambémesta questão vem sendo trabalhada, e um novo módulo dos SIS está sendodesenvolvido pelo DATASUS visando possibilitar georreferenciamento doseventos de saúde para setor censitário, a partir do endereço. A utilização deinformações georreferenciadas para setor censitário, por ex. da AIH (SIH-SUS)permite analisar mais detalhadamente os mercados hospitalares e estabelecer

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políticas que possibilitem melhor organizar o acesso da clientela, garantindomaior eficiência, e principalmente qualidade no atendimento (Fig. 8).

Outra questão importantíssima é a localização em áreas de expansão –favelas, invasões, assentamentos. Nestas situações em geral os dados do IBGEnão são adequados. Mas nestas situações é que o papel do SUS é mais impor-tante pelas características de risco destas populações. Um elemento importante

Figura 8 – Localização dos setores censitários de residência dos pacientes atendidos com diag-

nóstico de Fratura de Colo de Fêmur (pontos brancos) em dois hospitais do SUS (quadradinho

preto). As manchas coloridas indicam a concentração de casos. Este trabalho permite comparara área de abrangência de cada um, e organizar o atendimento. O Hospital Rocha Faria (Estadu-

al) tem uma área mais concentrada, enquanto a Casa de Saúde N.S. da Penha (privado contra-

tado), responsável por 37% das internações nos anos de 94 e 95, atende toda a cidade.

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para viabilizar o uso do SIG nestas regiões é a integração com o Programa deSaúde Comunitária/Programa de Saúde da Família (PACS/PSF), utilizando ospróprios agentes de saúde para localizar os endereços e retornando as informa-ções para melhorar a atuação dos programa quanto à cobertura, resultados,análise de risco.

Além disso, diversos equipamentos possibilitam localizar as coordenadasde um ponto no espaço, entre eles os denominados Sistemas de PosicionamentoGlobal – GPS (Global Positioning Systems) de uso cada vez mais difundido.Existem diferentes tipos de GPS, desde equipamentos caros que permitem umaprecisão de posicionamento de centímetros, até equipamentos baratos, os cha-

Figura 9 – Telas do TabWinapresentando o mapa do Ama-

zonas por municípios com as

Taxas de Mortalidade por He-patite entre os anos de 1979 e

1995, por 100.000 residentes

em 1991. Fica bem claro o gra-diente Leste-Oeste da doença.

Observe também o histograma

com as taxas da doença, ondeem alguns poucos municípios as

taxas são excessivamente altas.

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mados GPS de bolso, que podem (de acordo com a metodologia utilizada) atin-gir precisão de 1 a 10 metros. Este grau de precisão é, quase sempre, satisfatório,o que torna o GPS uma alternativa viável, fácil de implementar e barata paralevantamento de eventos de saúde. Este equipamento é muito adequado paralocalização em áreas rurais.

4. Equipamentos e programas – Se por um lado o preço demicrocomputadores está cada vez menor, e a capacidade de processamento cadavez maior, os software de SIG mais completos ainda são bastante caros, o quecondiciona a escolha e consequentemente boa parte do que se poderá fazer deanálise. Por outro lado, existem algumas alternativas de programas mais bara-tos e até gratuitos (disponíveis na Internet), que possibilitam grande parte dasaplicações de geoprocessamento em saúde.

Sem pretensão de substituir os sistemas comerciais especializados, umaboa abordagem é desenvolver capacidade técnica primeiro, de forma a criarcondições de fazer uma escolha correta. Pode-se começar utilizando o próprioTabWin para visualizar os indicadores de saúde e mesmo mapear serviços ondese conheça as coordenadas (Fig. 9).

Dentre os software de domínio público, cabe referência especial para oSPRING. Este é um SIG desenvolvido no INPE, com diversos recursos analíti-cos, embora apresentando certo grau de dificuldade no uso. Pode ser obtido naInternet (http://www.dpi.inpe.br/spring ), e estão se desenvolvendo contatosvisando torná-lo mais amigável para a área da saúde.

Em primeiro lugar a precipitação. Se por um lado não existem soluçõesfáceis, baratas, milagrosas, por outro lado a implementação de um projeto deSIG-Saúde também não é impossível nem deve ser descartado antes de se co-meçar. Nem sempre a solução mais cara é a melhor; existem alternativas desoftware e de construção de bases, baratas e com qualidade. Por outro lado, umprojeto desta natureza começa sempre pela definição da equipe e pela criação(ou inserção) de grupos de coordenação multisetoriais.

PROBLEMAS MAIS COMUNS NA CONSTRUÇÃO DO SIG

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Tecnicamente os problemas mais usuais são relacionados às bases gráfi-cas, ao software e equipamento e à equipe.

1. Bases cartográficas – Neste processo os erros são comuns, particu-larmente por desconhecimento técnico da equipe. Por exemplo, ao se contrataruma empresa para digitalizar um mapa existente em papel, é necessário especi-ficar exatamente qual o método que se deseja, quais as camadas de informa-ções e como serão modeladas as informações cartográficas (através de pontos,linhas ou polígonos). É importante ainda especificar o formato final dos arqui-vos digitais e exigir o georreferenciamento de todas as camadas, bem como ageração da topologia (veja explicação mais adiante). Além disso, a qualidadedo mapa original em papel deve ser avaliada, e levantadas todas as informa-ções relacionadas à sua origem: sistema de coordenadas e projeção, datum,escala, data de levantamento, etc. Essas informações devem acompanhar osarquivos digitais.

Está sendo preparada publicação técnica – quase um curso introdutóriode cartografia e SIG – que detalhará não só os aspectos básicos de cartografiaimportantes para qualquer trabalho em geoprocessamento, como também ametodologia de implementação de um projeto de SIG, com especial ênfase naconstrução das bases gráficas (cartográficas e outras), seja por parte do respon-sável pelo desenvolvimento do SIG, seja através da contratação de serviçosterceirizados. Dessa maneira pretende-se evitar situações, hoje em dia bastantecomuns, de pessoas e firmas desqualificadas, que se aproveitam da ausência debases cartográficas digitais em grande parte dos municípios brasileiros, paravender soluções “milagrosas”, aliando rapidez e preços baixos. Quase sempreessa é uma situação em que o “barato sai caro”, pois as bases geradas não sãopreparadas para o SIG, necessitando de adequações, ou, muitas vezes, preci-sando ser totalmente refeitas.

Um aspecto importante a lembrar é que o fato de uma base cartográficaestar em formato digital, não significa que esteja adequada para a sua plenautilização em SIG. O produto de uma digitalização é um mero desenhocartográfico em formato digital e ainda não é um produto final para SIG. Ummapa é formado por pontos, linhas e polígonos, mas o computador não sabecomo essas feições se relacionam entre si. Por exemplo, o polígono de um

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bairro, para o computador é só um conjunto de linhas e não uma área fechada.Ao olharmos um mapa é intuitivo percebermos como os objetos se relacionamentre si, por exemplo reconhecemos polígonos vizinhos (bairros), linhas quese conectam (ruas ou rios), pontos (hospitais) próximos ou distantes de umdeterminado bairro. Ao contrário o computador não percebe estes relaciona-mentos sendo necessário que se indique explicitamente como as feições serelacionam entre si, ou seja, é necessário gerar a topologia para cada uma dasbases. Só assim, os mapas passam a possibilitar a execução de uma série deanálises espaciais num ambiente SIG.

Alguns exemplos de erros comuns em bases gráficas digitais são:

• Bases sem informações sobre o sistema de coordenadas e projeção –fica impossível relacioná-las a outras informações cartográficas;

• Bases com erros de digitalização (polígonos abertos, linhas que não seconectam perfeitamente), sem separação das camadas de informações,sem referência ao sistema de coordenadas da fonte, data, escala;

• Bases originadas em escalas muito diferentes. É importante lembrarque no computador a noção de escala deixa de existir, ou seja, ummero zoom já modifica a escala de apresentação dos mapas. Noentanto, à escala original dos mapas em papel está associado um errocartográfico, normalmente 0,2mm da escala do mapa. Isto significaque um erro insignificante num mapa de grandes áreas, pode se tornarnum erro muito grande quando se tem por objetivo analisar áreasmenores, inviabilizando a compatibilização entre ambas.

2. Software e equipamento – Atualmente existem diversos software co-merciais com capacidade de representar bases gráficas digitais, com custosvariados e potencial analítico também variado. A pergunta básica a ser respon-dida é: que tipo de trabalho será efetuado? Mapas temáticos coloridos todosfazem. A diferença fica quando se deseja extrair informações mais complexas.Um bom exercício prévio é imaginar as perguntas e os mapas se deseja obter.Por exemplo:

• A cidade tem uma indústria química com grande potencial poluente.Seria interessante estabelecer uma área ao redor desta fábrica para esta-

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belecer um programa de vigilância ambiental. Neste caso, o programaprecisaria ser capaz de desenhar um “buffer” ao redor da indústria.

• O trabalho dos agentes comunitários de saúde está se desenvol-vendo muito bem, e os croquis das áreas faveladas cobertas peloPACS foi todo desenhado em papel. É importante incorporar estasregiões ao mapa da cidade, uma vez que não constam da baseadquirida. A secretaria precisa neste caso dispor de uma forma deentrada de dados dinâmica e rápida: talvez um programa tipoCAD, que possa ser lido posteriormente pelo SIG e uma pequenamesa digitalizadora.

• A cobertura vacinal para sarampo está alta, mas ainda estãoacontecendo alguns surtos. Como comparar cobertura e incidênciapor área? Seria interessante desenhar um mapa com as duasinformações simultaneamente. Ou então, comparar um indicador

Figura 10 – O indicador sintético baseado nas variáveis do censo demográfico de 1991 é umbom preditor para as áreas de maior incidência de hanseníase. O que sugere subnotificação

em algumas áreas onde os coeficientes estão no grupo do meio e a população apresenta risco

alto e que foram identificadas como áreas de favelização recente.

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socioeconômico de risco com o coeficiente de detecção dehanseníase, visando identificar as áreas onde o programa decontrole deve ser intensificado (Fig.10).

• Algumas unidades de saúde estão sobrecarregadas. Seria porcausa do trajeto dos ônibus que mudou recentemente? Ou seriainvasão de municípios vizinhos? Um diagrama de origem-destinoda clientela, ou uma análise de rotas são formas diferentes deabordar o problema, e os recursos necessários para cada uma delastambém variam.

3. Equipe – Este tipo de projeto começa pela organização de uma pe-quena equipe da secretaria de saúde que será responsável pelo processo. Aprimeira tarefa desta equipe é descobrir o que já existe de SIG no município.Em paralelo, começa a capacitação. Leitura de textos, visitas à INTERNET,cartas, E-mail, contatos oficiais e informais. É comum a ilusão, gerada a partirda pressão de vendedores de programas e de serviços, de que um software eum equipamento são por si só um SIG e resolverão todos os problemas degeorreferenciamento e análise de dados. Muitas vezes, os orçamentos não pre-vêem o treinamento (ou contratação de novas pessoas) da equipe que irá ope-rar o sistema. Essa falsa “economia” acaba gerando grandes gastos em termosde tempo, de falhas no projeto e de metodologias erradas.

A capacitação de um profissional da secretaria de saúde visa habilitá-lo ainteragir com diversos profissionais que trabalham com SIG, de forma a:

• contratar serviços de aquisição de bases cartográficas;

• selecionar o software que melhor responde às necessidades do serviço;

• aprender a analisar as informações em saúde espacializadas – nestecampo é que os profissionais de saúde envolvidos com o SIG desen-volverão sua mais importante atividade. Aqui o treinamento não serámais apenas informativo, visando estabelecer o diálogo com osespecialistas, mas os especialistas são aqueles que entendem doproblema de saúde da sua região, que querem utilizar as ferramentaspara o controle de doenças, o planejamento da oferta de serviços desaúde, a distribuição dos agentes comunitários.

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A lista de sites da Internet foi construída visando facilitar a busca dosinteressados. Além disso, criamos um E-mail para onde se pode mandar dúvi-das e perguntas relativas às atividades do CTI-Geo da RIPSA. Também convi-damos todos os interessados a participar da lista de discussão (em Português)sobre “Análise de dados espaciais em Saúde”.

As referências bibliográficas são principalmente nacionais, priorizandorevistas de fácil acesso e livros. Não se pretende uma listagem completa, masapenas facilitar o contato inicial com a área.

INTERNET• E-mail de contato: [email protected]• Lista de discussão: [email protected]. Para se inscrever é só mandar

E-mail para: [email protected], escrito no texto da mensagem:SUBSCRIBE ADES-L.

• Página da RIPSA onde estão disponíveis relatórios e material técnico: http://www.saude.gov.br/inform.htm

Sites interessantes:

• página de referência em “Medical Geography”http://www.geocities.com/Tokyo/Flats/7335/medical_geography.htm

links internacionais:

• http://www.gslinks.com/

Páginas institucionais:

• http://www.saude.gov.br/• http://www.datasus.gov.br/• http://www.fiocruz.br/sig/• http://www.ibge.gov.br/• http://www.inpe.br/• http://siturb.gds.gov.br/

Revistas:

• http://www.fatorgis.com.br/artigos/saude/artigos_saude.htm• http://www.infogeo.com.br/• http://news.geocomm.com/• http://geomatique.georezo.net/

ONDE PROCURAR

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E A GESTÃO DA SAÚDE NO MUNICÍPIO

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E A GESTÃO DA SAÚDE NO MUNICÍPIO

Antonio de Pádua de Miranda HenriquesCarlos Osanai

Christovam BarcellosCláudia Risso

Claudio NoronhaDavi Felix Martins Junior

Diana Oya SawyerErnani Bento Bandarra

Francisco ViacavaHenrique L. Guerra

João Batista Risi JuniorMaria de Fátima Pina

Oswaldo G. CruzOtaliba Libânio de Morais Neto

Paulo SabrozaRoberto Men

Rui FloresRute Bessa Pinto

Ruth GlattSimone Maria dos Santos

Suzana CavenaghiThomas Martins Juníor

Tiago Maria LapaWalter Massa

Wayner V. Souza

SMS/NATALDENSP/ENSP/FIOCRUZDIS/CICT/FIOCRUZDATASUS/MSSMS - Rio de JaneiroISC/UFBACEDEPLAR/UFMGDATASUS/MSDIS/CICT/FIOCRUZCPRR/FIOCRUZ - MGOPASDIS/CICT/FIOCRUZPROCC/FICICRUZIPTSP/UFGDENSP/ENSP/FIOCRUZCENEPI/FNSCEDIS/SMS - Porto AlegreFNS - RondôniaCENEPI/FNSSMS - Rio de JaneiroNEPO/UNICAMPCONASEMS - SobralCPQAM/FIOCRUZ - PECENEPI/FNSCPQAM/FIOCRUZ - PE

PARTICIPAM DO CTI-Geo