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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
ACÓRDÃO0000234-55.2011.5.04.0811 RO Fl. 1
DESEMBARGADOR JOÃO GHISLENI FILHOÓrgão Julgador: 11ª Turma
Recorrente: CABANHA DA MAYA PAP - Adv. Pedro Jerre Greca Mesquita
Recorrido: JOÃO ALVES MORAES - Adv. Luis Miguel Louzada Soares
Recorrido: SERGIO ROBERTO DANERIS DE MELLO
Origem: 1ª Vara do Trabalho de BagéProlator da Sentença: JUIZ VOLNEI DE OLIVEIRA MAYER
E M E N T A
RECURSO ORDINÁRIO DA 2ª RECLAMADA. NÃO CONHECIMENTO. DESERÇÃO. Diante da falta de comprovação do depósito recursal por peça autêntica, não merece ser conhecido o apelo da segunda reclamada, por deserto.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos os autos.
ACORDAM os Magistrados integrantes da 11ª Turma do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região: preliminarmente, por maioria, vencido o
des. Ricardo Martins Costa, não conhecer do recurso ordinário interposto
pela segunda reclamada, por deserto.
Intime-se.
Porto Alegre, 31 de maio de 2012 (quinta-feira).
Documento digitalmente assinado, nos termos da Lei 11.419/2006, pelo Exmo. Desembargador João Ghisleni Filho.
Confira a autenticidade do documento no endereço: w w w .trt4.jus.br. Identificador: E001.2449.8808.0335.
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R E L A T Ó R I O
A segunda reclamada, inconformada com a sentença das fls. 104-115, de
procedência parcial, recorre ordinariamente às fls. 119-123. Busca a
reforma da decisão relativamente à responsabilização solidária atribuída
frente aos créditos reconhecidos ao reclamante.
Com as contrarrazões do reclamante às fls. 131-134, sobem os autos a
este Tribunal para apreciação.
Processo não submetido a parecer do Ministério Público do Trabalho.
É o relatório.
V O T O
DESEMBARGADOR JOÃO GHISLENI FILHO (RELATOR):
PRELIMINARMENTE. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO
ORDINÁRIO INTERPOSTO PELA SEGUNDA RECLAMADA.
O recurso ordinário interposto pela segunda reclamada às fls. 119-
123 não pode ser conhecido, por deserto.
Embora tempestivo o apelo (fls. 118-119), estando regular a
representação (fls. 19 e 24), e recolhidas as custas processuais (fl. 127),
não restou comprovado o efetivo recolhimento do depósito recursal.
No caso presente, constato que a guia do depósito recursal da fl.
126 não atendeu ao contido no art. 830 da CLT, posto que apresentada na
forma de cópia não autenticada, ressaltando-se que não se trata, no caso,
Documento digitalmente assinado, nos termos da Lei 11.419/2006, pelo Exmo. Desembargador João Ghisleni Filho.
Confira a autenticidade do documento no endereço: w w w .trt4.jus.br. Identificador: E001.2449.8808.0335.
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da utilização do Sistema e-DOC.
Assim, desatendido requisito extrínseco à sua admissibilidade,
diante da falta de comprovação do depósito recursal por peça autêntica,
não merece ser conhecido o recurso ordinário interposto pela segunda
reclamada, por deserto.
\mf.
DESEMBARGADOR RICARDO HOFMEISTER DE ALMEIDA MARTINS
COSTA:
Peço vênia para divergir do nobre Relator.
Embora a guia de recolhimento do depósito recursal não seja a original,
tampouco tenha sido autenticada, sequer na forma do art. 830 da CLT, dela
é perfeitamente possível ver que é relativa a este processo e que atende ao
requisito da suficiência de valores.
Pelo princípio da boa-fé processual, presumo que o depósito retratado em
tal documento foi realizado pela recorrente, até porque, com relação às
custas, ela juntou a via original do documento.
Vale também referir que a data registrada tanto na guia do depósito
recursal como na de recolhimento das custas é a mesma (22-02-2012), o
que, a meu ver, constitui mais um indício de que o depósito recursal foi
realizado.
Assim, embora a comprovação do depósito recursal tenha sido feita em
desatendimento à forma legal, entendo que a finalidade do ato foi atingida,
Documento digitalmente assinado, nos termos da Lei 11.419/2006, pelo Exmo. Desembargador João Ghisleni Filho.
Confira a autenticidade do documento no endereço: w w w .trt4.jus.br. Identificador: E001.2449.8808.0335.
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incidindo ao caso a regra do art. 244 do CPC.
Vale, aqui, citar a lição de Rui Portanova, em seu Princípios do Processo
Civil, 6ª ed. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 2005, sobre o princípio da
finalidade (por alguns denominado princípio da instrumentalidade das
formas):
"Se o ato processual for praticado por forma diversa da
estabelecida em leu, e mesmo assim atingir a finalidade a que
ele se destina, deve ser considerado válido.
[...]
O princípio da finalidade, juntamente com o princípio do não-
prejuízo, também é chamado de instrumentalidade das formas
exatamente porque, através dele, é possível dar sentido prático a
uma das nuanças mais importantes do princípio da
instrumentalidade do processo: servir ao direito material".
No caso, considerando o acima exposto e porque preenchidos os demais
requisitos legais, tenho por tempestivo e preparado o recurso, razão pela
qual voto por dele conhecer.
______________________________
PARTICIPARAM DO JULGAMENTO:
DESEMBARGADOR JOÃO GHISLENI FILHO (RELATOR)
DESEMBARGADORA FLÁVIA LORENA PACHECO
DESEMBARGADOR RICARDO HOFMEISTER DE ALMEIDA MARTINS
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