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Acordo e legislação sobre o BENZENO - cplp.org ... “Desenvolvimento de política inovadora em segurança e saúde ocupacional: o caso do acordo do benzeno”. Uma grande parte

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  • Acordo e legislao sobre oBENZENO10 anos

  • Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro do Trabalho e EmpregoLuiz Marinho

    FUNDACENTRO

    PresidentaRosiver Pavan

    Diretor ExecutivoAntnio Roberto Lambertucci

    Diretora TcnicaArline Sydneia Abel Arcuri

    Diretora de Administrao e FinanasRenata Maria Celeguim

  • Acordo e legislao sobre oBENZENO10 anos

    Coordenao:Arline Sydneia Abel ArcuriLuiza Maria Nunes Cardoso

    Representantes da Fundacentro na Comisso NacionalPermanente do Benzeno

    So Paulo2005

  • Catalogao na Fonte Biblioteca Fundacentro

    A185 Acordo e legislao sobre o benzeno 10 anos / coordenao, ArlineSydneia Abel Arcuri, Luiza Maria Nunes Cardoso. So Paulo :Fundacentro, 2005.128 p. : il.

    ISBN 85-98117-11-0

    1. Benzeno Legislao Histrico Brasil. 2. Benzeno Exposio Segurana do Trabalho. I. Arcuri, Arline Sydneia Abel.II. Cardoso, Luiza Maria Nunes. III. Ttulo

    CIS/OIT Darb Zyh VycDarb Ye As

    CDU 547.53:340.134(091)(81)547.53:614.878:614.8

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Apresentao

    O Acordo do Benzeno foi assinado em 28/09/95 e, portanto, completa dez anos em2005.

    A Fundacentro lana a presente publicao como uma forma de marcar esses dez anosque decorreram com muito trabalho, avanos e at alguns retrocessos.

    Esta histria toda est registrada em vrios trabalhos.

    Parte dela foi encaminhada, em 2003, para a reunio dos Ministros do Trabalho da OEA(Organizao dos Estados Americanos), que foi incorporada em um catlogo de programasbem-sucedidos na rea do trabalho e que ser usado para facilitar a cooperao horizontalentre os pases das Amricas.

    Outra parte est compondo um livro em que sero relatadas experincias que foramapresentadas no Simpsio Brasileiro Eqidade e Desenvolvimento no Brasil, ocorridodurante o 27o Congresso de Sade Ocupacional da ICOH (International Commission onOccupational Health), em Foz do Iguau - Brasil, em Fevereiro de 2003, e descrita nocaptulo com o ttulo: Desenvolvimento de poltica inovadora em segurana e sadeocupacional: o caso do acordo do benzeno.

    Uma grande parte tambm pode ser encontrada no CD-ROM Repertrio Brasileiro doBenzeno, do Ministrio da Sade, 3a edio, 2005, lanado pela Fiocruz, e que contou,para sua preparao, com a colaborao da Delegacia Regional do Trabalho de So Paulo eda Fundacentro.

    Uma breve introduo da presente publicao, escrita com a colaborao da Dra RaquelRigotto, que foi uma das responsveis pela retomada da discusso sobre benzeno na entoSecretaria de Segurana e Sade no Trabalho, da qual era chefe de 1992 ao incio de 1994,retoma outra parte da histria.

    O restante do livro traz todas as normas, portarias, pareceres, notas tcnicas oficiaisresultantes do Acordo e da Portaria no 14 de 20/12/95, que o acompanha e que regulamenta,atravs do Anexo 13-A da Norma Regulamentadora no 15 da Portaria 3214, atribuies eprocedimentos para a preveno da exposio ocupacional ao benzeno, produtocomprovadamente cancergeno, visando proteo da sade do trabalhador.

    Coordenadoras da publicao

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    SumrioIntroduo: um breve olhar sobre a trajetria histrica da legislao sobrebenzeno no Brasil ................................................................................. 9

    Acordo sobre Benzeno redao final: 28/09/1995 ..................................... 16

    Portaria no 14 de 20 de dezembro de 1995 alterao do item substnciascancergenas do Anexo 13 ..................................................................... 28

    Anexo 13-A Benzeno ......................................................................... 30

    Instruo Normativa no 1 de 20 de dezembro de 1995 avaliao ambiental ....... 36

    Instruo Normativa no 2 de 20 de dezembro de 1995 dispe sobre avigilncia da sade dos trabalhadores na preveno da exposio ocupacionalao benzeno ........................................................................................ 55

    Grupo de Trabalho Tripartite sobre o Benzeno participantes danegociao ......................................................................................... 61

    Portaria no 1, de 18 de Maro de 1996 instalao da Comisso NacionalPermanente do Benzeno ........................................................................ 63

    Portaria no 27, de 08 de Maio de 1998 estabelece prazos para substituio do benzeno na produo de lcool anidro................................................... 66

    Parecer tcnico processos alternativos para a produo de lcoolanidro a partir de lcool hidratado ........................................................... 67

    Portaria no 33, de 20 de Dezembro de 2001 consulta pblica para reduodo teor de benzeno em produto acabado .................................................... 69

    Portaria no 34, de 20 de Dezembro de 2001 determina procedimentospara a utilizao de indicador biolgico de exposio ao benzeno ...................... 70

    Portaria no 309, de 27 de Dezembro de 2001 Agncia Nacional doPetrleo estabelece o teor mximo de benzeno em 1% na gasolina comumtipo C .............................................................................................. 82

    Portaria no 05 de 21 de Maro de 2002 adiamento da consultapblica sobre benzeno em produto acabado ................................................ 91

    Nota tcnica COREG 07/2002 abrangncia do campo de aplicao doacordo e legislao do benzeno ................................................................ 92

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Resoluo RDC no 252, de 16 de Setembro de 2003 D.O.U de18/09/2003 controle do benzeno em produtos cadastrados pela ANVISA ........ 93

    Portaria Interministerial no 775, de 28 de Abril de 2004 Probe acomercializao de produtos acabados que contenham benzeno em suacomposio, admitindo, porm, alguns percentais ....................................... 97

    Portaria no 776/GM em 28 de Abril de 2004 Dispe sobre aregulamentao dos procedimentos relativos vigilncia da sade dostrabalhadores expostos ao benzeno, e d outras providncias .......................... 99

    Nota Tcnica / DSST no 30/2004 Reviso do Captulo V do AcordoNacional do Benzeno Da Participao dos Trabalhadores ........................... 119

    Instruo Normativa no 1, de 7 de maro de 2005 Secretaria de Vigilnciaem Sade Regulamenta a Portaria GM/MS no 1.172/04, no que se referes competncias da Unio, estados, municpios e Distrito Federal na rea devigilncia em sade ambiental .............................................................. 121

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    Introduo: um breve olhar sobre a trajetriahistrica da legislao sobre benzeno no Brasil

    Arline Sydneia Abel Arcuri1

    Luiza Maria Nunes Cardoso2

    Raquel Rigotto3

    O leitor vai encontrar aqui uma compilao atualizada da legislao brasileira sobre obenzeno. Ela fruto de um contexto scio-histrico e tcnico-poltico que merece serresgatado. Vnhamos de um momento marcante da histria de nosso pas. No incio dosanos de 1980, a ditadura vivia seu ocaso e, dialeticamente, deixava alguns bons frutos produto da esplndida capacidade humana de reciclar a vida, de tirar da dor o dom, dotrauma, a competncia. que os trabalhadores, mesmo com suas entidades representativasatadas pela represso poltica, mesmo pagando, em suas condies de vida e sade, pelomilagre brasileiro, gestaram e trouxeram luz o Novo Sindicalismo, assentado na concretudedos processos de trabalho inclusive com seus riscos sade e vida e nas questescotidianas do cho de fbrica. No mesmo cenrio, emergem os Novos Movimentos Sociais,defendendo direitos de cidadania, direitos humanos e sociais, questes tnicas, de gneroe ambientais e ainda conformando e difundindo novos valores ticos e sociais.

    Foi quando o Sindicato dos Trabalhadores Metalrgicos de Santos-SP desvendou a chamadaepidemia de benzenismo, denunciando a existncia de diversos casos de leucopenia porexposio ao benzeno em trabalhadores da Companhia Siderrgica Paulista (COSIPA), emCubato-SP. Em seguida, o Sindicato dos Trabalhadores da Construo Civil de Santos-SPcomprova tambm a ocorrncia da intoxicao em trabalhadores de manuteno emontagem industrial que operavam na empresa.

    As denncias assumiram repercusso nacional e novos casos foram sendo detectados emempresas onde este agente podia estar presente: siderrgicas, petroqumicas, indstriasqumicas, refinarias de petrleo, usinas produtoras de lcool anidro. O movimento se espalhaprincipalmente pelas cidades onde existem siderrgicas (Cubato-SP; Volta Redonda-RJ;Ipatinga e Ouro Branco-MG; Serra-ES) e plos petroqumicos (Cubato e Grande ABC-SP; Camaari-BA;Triunfo-RS). Mais de trs mil trabalhadores chegaram a ser afastados dotrabalho com benzenismo.

    1 Qumica, Pesquisadora da Fundacentro, Doutora em Fsico-Qumica.

    2 Qumica, Pesquisadora da Fundacentro, Doutora em Qumica Analtica.

    3 Professora da Universidade Federal do Cear e secretria da Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho, do Ministrio do Trabalho e Emprego, entre

    1992 e 1994.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    O pano de fundo era o movimento pela redemocratizao poltica do pas, consignadona campanha Diretas J, em que reemerge uma nao ciosa de seus direitos e sedenta dejustia, e tambm o Movimento pela Reforma Sanitria, que, numa ampla estratgia tcnico-poltico-cidad, articulou intelectuais e setores da academia, sindicatos, movimentospopulares e profissionais dos servios de sade para juntos construrem a sade comodireito de todos e dever do Estado, com todas as implicaes desta faanha para as polticaspblicas, que deixaram marcas decisivas na Constituio Federal de 1988, a partir da 8

    a

    Conferncia Nacional de Sade e da I Conferncia Nacional de Sade dos Trabalhadores,ambas em 1986.

    Como parte de toda essa mobilizao social, no tocante ao benzeno, naquela dcada,ocorreram ainda trs eventos importantes de natureza tcnico-cientfica: o Seminriosobre Toxicologia do Benzeno Riscos e Meios de Controle, organizado como parte dascomemoraes do 42o aniversrio da ABPA (Associao Brasileira de Preveno deAcidentes), em maio de 1983; o Simpsio de Leucopenia, em 1987, na cidade de SoRoque-SP, que foi convocado pela Sociedade Brasileira de Hematologia, pelo ColgioBrasileiro de Hematologia e pelo SESI (Servio Social da Indstria); e o Seminrio Nacionalsobre Exposio ao Benzeno, em 1988, em So Paulo, promovido pela Fundacentro.

    No descabido reconhecer que, naquele momento, a rea de Sade do Trabalhador seconstituia enquanto campo de saberes e de prticas expandido e requalificado. que seformulava, ento, na Amrica Latina, o pensamento da Epidemiologia Social, com AnamariaTambellini, Asa Cristina Laurell, Jaime Brehil, entre outros, e o processo de produo eraerguido como categoria central na determinao do processo sade-doena. Oreconhecimento do saber construdo pelos trabalhadores como discurso competente e desua condio de sujeitos da sade e das necessrias transformaes alado ao status deprincpio. O problema dos processos produtivos que expunham trabalhadores a umconhecido cancergeno o benzeno foi exemplar naquele contexto e, ao mesmo tempo,desafiou todos os atores sociais envolvidos a inovarem na construo de leituras e propostasde interveno sobre o problema.

    Sob presso da sociedade, os servios pblicos tiveram que responder com aes denormatizao, inspeo, pesquisa e informao. Em maro de 1993, o Seminrio Nacionalsobre Exposio ao Benzeno e outros Mielotxicos, realizado em Belo Horizonte-MG,recomendou a reviso da legislao sobre o benzeno no mbito dos ministrios envolvidoscom o tema. O primeiro resultado dessa recomendao foi a Norma Tcnica sobreIntoxicao ao Benzeno, do INSS, ainda em 1993. Ainda nesse ano, o Ministrio do Trabalho,por recomendao do seminrio de Belo Horizonte, iniciou um processo de reviso eatualizao da Norma Regulamentadora no 15 (NR 15) no que dizia respeito ao benzeno.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    Para isso, criou um Grupo de Trabalho Tcnico, encarregado de propor uma nova legislao.Esse grupo elaborou o documento Benzeno Subsdios Tcnicos Secretaria de Seguranae Sade no Trabalho SSST/MTb, que levanta dados sobre a situao brasileira e propevrias medidas para o controle da exposio.

    Em 1994, frente a uma mudana ministerial e possvel reestruturao da SSST (o queacabou ocorrendo), foi publicada a Portaria no 3 MTE Ministrio do Trabalho e Empregode 10/03/94. O ponto principal dessa regulamentao foi o reconhecimento do benzenocomo substncia cancergena, o que implicava em que nenhuma exposio humana fossepermitida, sendo possvel sua utilizao apenas em sistema hermtico.

    Essa regulamentao mobilizou os setores empresariais siderrgicos e petroqumicospara conseguirem maior prazo de adequao Portaria. Constituiu-se um grupo tcnicotripartite que foi questionado pelos representantes dos trabalhadores e por setores dogoverno quanto representatividade. Nova comisso foi ento estabelecida pela Portariano 10 de 08/09/94; era composta por representantes do governo (Ministrio do Trabalho,Fundacentro, Ministrio da Sade, Ministrio da Previdncia Social), dos trabalhadores(CNTI Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria, CNTM ConfederaoNacional dos Trabalhadores Metalrgicos, CUT, Fora Sindical) e empregadores (IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia, ABIQUIM Associao Brasileira da Indstria Qumica,CNI Confederao Nacional da Indstria e SIMPROQUIM Sindicato das Indstrias deProdutos Qumicos para fins Industriais e da Petroqumica no Estado de So Paulo). Cadabancada contatava com o apoio de trs assessores, e foram indicados ainda quatro assessorestcnicos para a comisso. Nessa poca, a chefia da SSST era ocupada pelo engenheiro JfiloMoreira Lima Junior, que servidor da Fundacentro.

    Em 1995, essa comisso tripartite elaborou quatro documentos (um acordo, umalegislao e duas instrues normativas: de avaliao ambiental e de vigilncia sade dotrabalhador) que foram entregues ao MTE.

    O Acordo tem como principais pontos:

    O estabelecimento de competncias dos rgos envolvidos (Ministrio do Trabalho,Fundacentro, Ministrio da Sade), de empresas e trabalhadores;

    A criao da CNPBz (Comisso Nacional Permanente do Benzeno), rgo tripartitede discusso, negociao e acompanhamento do acordo que tem como principaisatribuies, entre outras: complementar o acordo nas questes dos trabalhadorescom alteraes de sade, propor e acompanhar estudos, pesquisas, eventos cientficos,incluses de alteraes nos dispositivos legais;

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    A criao do GTB (Grupo de Representao dos Trabalhadores do Benzeno) nasempresas, com no mnimo dois eleitos que recebem treinamento especial e quedevem acompanhar todas as aes na empresa referentes preveno da exposioocupacional ao benzeno.

    A LEGISLAO:

    Regulamenta aes, atribuies e procedimentos de preveno da exposioocupacional ao benzeno;

    Define que a lei se aplica s empresas que produzem, transportam, armazenam,utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas lquidas contendo 1% ou mais devolume e quelas por elas contratadas, no que couber;

    Probe a utilizao de benzeno a partir de 01/01/97, exceto nas indstrias ou noslaboratrios que:

    - o produzam;

    - o utilizem em processos de sntese qumica;

    - o empreguem em combustveis derivados de petrleo;

    - o empreguem em trabalhos de anlise ou investigao em laboratrios, quandono for possvel a sua substituio;

    - o empreguem como azetropo da obteno de lcool anidro, at a data a serdefinida para a sua substituio (proposta de substituio at 31/12/96).

    Estabelece a obrigatoriedade de cadastramento das empresas abrangidas peloanexo;

    Estabelece prazo de 180 dias aps a publicao para a apresentao de Programa dePreveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno;

    Estabelece o contedo desse programa;

    Estabelece o conceito de VRT (Valor de Referncia Tecnolgico):

    - concentrao de benzeno no ar considerada exeqvel do ponto de vista tcnico,definido em processo de negociao tripartite. Deve ser considerado comoreferncia para os programas de melhoria contnua das condies dos ambientesde trabalho. O cumprimento do VRT obrigatrio e NO EXCLUI RISCO SADE.

    Define o VRT-MTP:

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    - concentrao mdia, ponderada pelo tempo e obtida na zona respiratria, parauma jornada de 8 horas.

    Estabelece os valores de VRT-MTP:

    - 2,5 ppm para as indstrias siderrgicas;

    - 1,0 ppm para as outras empresas abrangidas pelo acordo.

    Estabelece sinalizao e indicaes de rotulagem;

    Estabelece requisitos para situaes de emergncia.

    Vrias aes ocorreram a partir da assinatura do Acordo e legislao sobre benzeno, emdezembro de 1995, e com a formao da CNPBz, entre elas, as bancadas de governo e detrabalhadores consideraram a necessidade de formao de Comisses Regionais para aimplementao do Acordo. Estas comisses, inicialmente, no contaram com o apoio dabancada patronal, o que foi finalmente acordado em 2002. Hoje existem ComissesRegionais Tripartites nos principais plos petroqumicos, siderrgicos, de produo decombustveis e de petrleo do pas (Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Esprito Santo,So Paulo, Paran e Rio Grande do Sul).

    As principais aes de implementao do Acordo e legislao sobre benzeno em mbitoregional so: capacitao dos tcnicos envolvidos (principalmente Sade e Trabalho),capacitao dos trabalhadores do GTB, de sindicalistas e tcnicos das empresas e inspeespara verificao do cumprimento do acordo e da legislao, alm de aes regionais denegociao de impasses surgidos.

    Alm disso, foram negociadas e realizadas as seguintes aes:

    A proibio do uso do benzeno na produo de lcool anidro, o que evitou a exposiode milhares de trabalhadores a este agente, assim como a circulao de centenas decaminhes transportadores pelas estradas;

    O estabelecimento de indicador biolgico de exposio ao benzeno;

    A formulao de nota tcnica explicitando a abrangncia do acordo e da legislaodo benzeno sobre as plataformas e terminais de petrleo;

    A portaria estabelecendo um cronograma para diminuio da porcentagem debenzeno em produtos acabados;

    A norma do Ministrio da Sade sobre a vigilncia da sade dos trabalhadores;

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    O SIMPEAQ Sistema de Monitoramento de Populaes Expostas a AgentesQumicos (iniciada a partir do benzeno);

    A visita, pela CNPBz, a todas as cinco siderrgicas onde existem coquerias;

    A visita, pela CNPBz, s quatro empresas produtoras de benzeno;

    A organizao de diversos cursos, palestras, seminrios, inclusive um internacional;

    A apresentao de trabalhos em congressos e publicaes em revistas nacionais einternacionais;

    A elaborao de material didtico para capacitao de GTBs, incluindo um vdeo;

    A organizao de Comisses Regionais do Benzeno;

    A organizao de encontros nacionais de Comisses Regionais do Benzeno;

    A organizao de encontros de GTBs;

    A organizao de oficina para discusso das condies de trabalho nas siderrgicas eestabelecimento de propostas;

    A organizao de oficina para discusso das condies de trabalho nas petroqumicase estabelecimento de propostas;

    A recomendao da criao de ncleos de diagnstico de benzenismo, com aparticipao dos Ministrios do Trabalho, da Sade e da Previdncia Social, bemcomo dos Centros Hematolgicos, aprovada pelo GEISAT (Grupo ExecutivoInterministerial de Sade do Trabalhador) em 2001;

    O estabelecimento de critrios de retorno com alta mdica para os trabalhadoresque se afastaram por benzenismo. Estes critrios foram includos como anexo danorma do Ministrio da Sade para a vigilncia da sade dos trabalhadores;

    O estmulo a investimentos das empresas petroqumicas em controles coletivos;

    O estmulo a investimentos das empresas siderrgicas em controle de vazamentos,porm com menos eficincia do que as petroqumicas;

    A realizao do CD-ROM Repertrio brasileiro do benzeno (1a edio em 2001,2a edio em 2002 e 3a edio em abril de 2005);

    A influncia na portaria da ANP (Agncia Nacional do Petrleo) sobre o teor debenzeno em gasolinas (no Brasil, gasolina comum com 1,0% de benzeno e gasolinaespecial com1,5%);

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    O acordo referente s mudanas na composio e na participao nos cursos deformao do GTB (Grupo de Trabalhadores do Benzeno), em 2004.

    Desde 2003, a CNPBz est centrando suas discusses em trs itens: diminuio do VRT;melhores prticas a serem implantadas nas indstrias para a preveno da exposio; ereviso do GTB j conseguido. Essas discusses esto sendo incorporadas s aes dasempresas e s discusses dos trabalhadores e seus representantes.

    Toda essa trajetria consigna um exemplo de problema de sade dos trabalhadores queemerge de seus movimentos e, num campo tripartite, equacionado enquanto polticapblica Estado e sociedade construindo condies para o dilogo e o avano nocumprimento do direito dos trabalhadores sade e do dever de que os ambientes detrabalho devem ser compatveis com sua sade e integridade.

    Ao lado de outros problemas e movimentos que solidariamente avanaram neste pasdesde o incio dos anos de 1980, muitos tm sido os aprendizados. Por um lado, a criseepistemolgica em curso, que exige um difcil processo de crtica do acmulo cientficoproporcionado pela modernidade, abrindo mo da viso ao mesmo tempo cmoda e ingnuade que a cincia nos revela a verdade; abrindo mo da crena na neutralidade da cincia.Por outro lado, o desafio de aproximar campos disciplinares e de saber, possibilitando umaabordagem dos problemas mais afinada com a complexidade em que eles ocorrem no real,reunindo diversos profissionais, atores e instituies e ousando propor novos conceitos emetodologias de abordagem que tragam eficcia s polticas pblicas de sade, trabalho eambiente.

    Trata-se, fundamentalmente, de reverter o ncleo central da maior parte dos problemasvividos por nossas sociedades modernas: a subordinao de todos os subsistemas sociais o poltico, o ambiental, o institucional, o cultural lgica do subsistema econmico.Trata-se, fundamentalmente, de avanar na construo de um equilbrio harmnico nopeso e no poder de cada um desses subsistemas, o que trar muito mais fora quilo queefetivamente deve ser o centro de qualquer sociedade: a vida sua preservao, suaexpanso, sua plenitude.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Acordo sobre BenzenoREDAO FINAL

    28/09/1995

    A Confederao Nacional da Indstria CNI, a Associao Brasileira da Indstria Qumica ABIQUIM, o Instituto Brasileiro de Siderurgia IBS, o Sindicato da Indstria de ProdutosQumicos para fins Industriais e da Petroqumica no Estado de So Paulo SINPROQUIM,a Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria CNTI, a Confederao Nacionaldos Trabalhadores Metalrgicos CNTM, a Central nica dos Trabalhadores CUT, aFora Sindical, o Ministrio do Trabalho MTb, a Fundao Jorge Duprat Figueiredo deSegurana e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO, o Ministrio da Sade MS e oMinistrio da Previdncia e Assistncia Social MPAS;

    CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidncia de casos de benzenismo no Brasil;

    CONSIDERANDO que o benzenismo uma substncia reconhecidamentecarcinognica;

    CONSIDERANDO que o Decreto n. 157, de 02 de julho de 1991, determina queseja executada e cumprida a Conveno n. 139 e a Recomendao 147 da organizaoInternacional do Trabalho OIT, sobre a Preveno e o Controle dos Riscos Profissionaiscausados pelas Substncias ou Agentes Cancergenos;

    CONSIDERANDO o Decreto n. 1253 de 27/09/94 que aprova o texto daConveno n. 136 e Recomendao n. 144 da Organizao Internacional do Trabalho OIT, sobre a Proteo Contra os Riscos de Intoxicao Provocados pelo Benzeno;

    CONSIDERANDO a Portaria SSST n. 10, de 08/09/94, que instituiu o Grupo deTrabalho Tripartite para elaborao de proposta de regulamentao sobre benzeno;

    RESOLVEM acordar os seguintes compromissos entre as partes:

    CAPITULO I - DOS OBJETIVOS

    1. O presente instrumento tem como objetivo a formalizao de compromisso assumidoentre os signatrios, contendo um conjunto de aes, atribuies e procedimentos para apreveno da exposio ocupacional ao benzeno, visando a proteo da sade do trabalhador.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    CAPITULO II - DO CAMPO DE APLICAO

    2. O presente instrumento se aplica a todas as empresas que produzem, transportam,armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas lquidas contendo 1% (humpor cento) ou mais em volume, e quelas por elas contratadas, no que couber.

    3. O presente instrumento no se aplica s atividades de armazenamento, transporte,distribuio, venda e uso de combustveis derivados de petrleo, que devero terregulamentao prpria.

    CAPITULO III - DAS COMPETNCIAS

    4. DO MINISTRIO DO TRABALHO

    4.1. Da Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho

    4.1.1. Publicar Portaria regulamentando as condies de segurana e sade do trabalhadorna utilizao do BENZENO.

    4.1.2. Publicar a Instruo Normativa sobre AVALIAO DAS CONCENTRAESDE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO.

    4.1.3. Publicar a Instruo Normativa sobre VIGILNCIA DA SADE DOSTRABALHADORES NA PREVENO DA EXPOSIO OCUPACIONAL AOBENZENO.

    4.1.4. Publicar outras Normas Tcnicas referentes a preveno da exposio ocupacionalao benzeno.

    4.1.5. Coordenar a Comisso Nacional Permanente do Benzeno - CNP - benzeno, esubmeter os assuntos relevantes, de mbito nacional, pertinentes exposio ocupacionalao benzeno, a sua apreciao.

    4.1.6. Informar CNP-benzeno, sempre que solicitada, sobre cadastramento, programasde preveno da exposio ocupacional nas empresas e outros dados sobre benzeno, deposse da Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho.

    4.1.7. Submeter apreciao da CNP-benzeno as solicitaes de prorrogao de prazo,definido no presente acordo, para adequao ao Valor de Referncia Tecnolgico - VRT

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    conceituado e normatizado na portaria relativa a preveno da exposio ocupacional aobenzeno.

    4.1.8. Submeter apreciao da CNP-benzeno a concesso e manuteno do Certificadode Utilizao Controlada do Benzeno.

    4.1.9. Organizar visitas nas empresas para acompanhamento do cumprimento do presenteacordo ou da 1egis1ao sobre o benzeno, quando necessrio.

    4.1.10. Atuar em consonncia com as polticas recomendadas pela CNP - benzeno.

    4.2. Da FUNDACENTRO

    4.2.1. Promover, em conjunto com outras instituies pblicas e privadas, estudos epesquisas referentes substituio e utilizao controlada do benzeno do ponto de vista daexposio ocupacional e seus efeitos biolgicos, atendendo as prioridades estabelecidaspela CNPbenzeno.

    5. DO MINISTRIO DA SADE / SISTEMA NICO DE SADE

    5.1. Definir procedimentos de vigilncia epidemiolgica e sanitria para o controle ediagnstico da exposio ocupacional ao benzeno.

    5.2. Manter registro de trabalhadores expostos, com ou sem sinais e sintomas debenzenismo, afastados ou no do trabalho, incluindo os demitidos, com atualizao anual.

    5.3. Fomentar pesquisas no campo da sade, visando o aprimoramento tcnico dodiagnstico precoce e o controle do benzenismo.

    5.4. Publicar nos instrumentos legais prprios a normatizao para VIGILNCIA DASADE DOS TRABALHADORES NA PREVENO DA EXPOSIO OCUPACIONALAO BENZENO.

    5.5. Normatizar outros procedimentos para a padronizao de exames clnicos elaboratoriais de admisso, peridicos, demissionais e de retorno ao trabalho dos afastadospor benzenismo, ouvido parecer da CNP-benzeno.

    5.6. Definir procedimentos de referncia e contra referncia para exames complementaresnecessrios a elucidao de danos sade por benzeno, tais como: avaliaes citoqumicas,imunolgicas, citogenticas, histolgicas e neuropsicolgicas.

    5.7. Participar da CNP-benzeno e de outras Comisses regionais e locais sobre as questesrelacionadas ao benzeno.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    6. DAS EMPRESAS

    6.1. Desenvolver programas permanentes de melhoria contnua, visando a reduo dosnveis de concentrao ambiental do benzeno e sua substituio, quando possvel enecessrio.

    6.2. Assumir o gerenciamento ambiental como expresso de alta prioridade empresarial,em busca da excelncia.

    6.3. Implantar medidas que previnam, na fonte, a liberao ou disperso do benzeno.

    6.4. Organizar o trabalho, incluindo procedimentos especficos, buscando eliminar aexposio ocupacional ao benzeno.

    6.5. Implementar programas de treinamento e conscientizao dos trabalhadores quantoao conhecimento dos riscos do benzeno e as medidas de preveno da exposio.

    6.6. Cumprir e fazer cumprir, no menor prazo possvel, as determinaes previstas nopresente acordo e na Portaria relativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno.

    6.7. Colaborar no desenvolvimento de estudos, pesquisas e eventos para preveno daexposio ocupacional ao benzeno e sua substituio, quando possvel e necessrio.

    7. DOS TRABALHADORES

    7.1. Executar suas atividades em conformidade com os requisitos e exigncias previstas nopresente acordo e nos instrumentos legais que o acompanham.

    7.2. Acompanhar e verificar o cumprimento do presente acordo e da Portaria relativa apreveno da exposio ocupacional ao benzeno.

    CAPITULO IV - DA COMISSO NACIONAL PERMANENTE DOBENZENO - CNP-benzeno

    8. Ser constituda a Comisso Nacional Permanente do Benzeno- CNP - benzeno, quefuncionar como um frum tripartite de discusso, negociao e acompanhamento desteacordo. A comisso no ter funes de natureza executiva e se relacionar diretamentecom a SSST/MTb.

    8.1. A CNP-benzeno ter como atribuies:

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    8.1.1. Acompanhar a implantao e o desenvolvimento do presente acordo e auxiliar osrgos Pblicos nas aes que visem o cumprimento dos dispositivos legais que oacompanham;

    8.1.2. Conhecer, analisar e propor solues para os impasses que vierem a ocorrer nocumprimento do presente acordo;

    8.1.3. Complementar o presente acordo nas questes relacionadas ao suporte aostrabalhadores com alteraes da sade provenientes da exposio ocupacional ao benzeno,respeitada a realidade dos diferentes segmentos signatrios do presente acordo, com inciodos trabalhos aps 30 (trinta) dias da instalao da CNP-benzeno e prazo previsto de 120(cento e vinte) dias para apresentao das primeiras concluses e definies.

    8.1.4. Propor e acompanhar estudos, pesquisas e eventos cientficos para a preveno daexposio ocupacional ao benzeno, priorizando:

    a) definio dos Indicadores Biolgicos de Exposio;b) realizao de Seminrio Internacional sobre o benzeno;c) atendimento ao subitem 8.1.5.

    8.1.5. Propor incluses e alteraes nos dispositivos legais que regulamentam a prevenoda exposio ocupacional ao benzeno, priorizando:

    a) atividades excludas do campo de aplicao do presente acordo;b) reduo da concentrao de benzeno em produtos acabados;c) substituio do benzeno, na produo de lcool anidro, e em outras situaes em

    que se comprovar a possibilidade tcnica e necessidade de tal substituio.

    8.1.6. Apreciar as solicitaes de prorrogao de prazos para adequao ao VRT e deliberarsobre sua aprovao.

    8.1.7. Deliberar sobre a concesso e manuteno do Certificado de Utilizao Controladado Benzeno.

    8.2. A CNP-benzeno ser composta de 6 (seis) representantes titulares e 6 (seis) suplentesde cada um dos seguintes setores: trabalhadores, empregadores e de governo.

    8.2.1. As representaes titulares e suplentes sero indicadas por:a) Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho - Ministrio do Trabalho;b) FUNDACENTRO - Ministrio do Trabalho;c) Ministrio da Sade;d) Ministrio da Previdncia Social;

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    e) Ministrio da Industria e Comrcio;f) Instituto Brasileiro de Siderurgia/IBS;g) Sindicato da Indstria de Produtos Qumicos para fins Industriais e da Petroqumica

    no Estado de So Paulo/SINPROQUIM;h) Instituto Brasileiro do Petrleo/IBP;i) PETROBRAS;j) Confederao Nacional da Indstria / CNI;k) Associao Brasileira da Indstria Qumica/ABIQUIM;l) Central nica dos Trabalhadores/CUT;m) Fora Sindical;n) Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria/CNTI;

    8.3. As entidades especificadas no item anterior tero o prazo mximo de 30 (trinta) dias,aps a publicao da Portaria relativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno,para indicarem formalmente SSST/MTb, seus representantes.

    8.4. A SSST/MTb ter o prazo mximo de 60 (sessenta) dias, aps a publicao da Portariarelativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno, para a instalao da CNP-benzeno.

    8.5. Caber Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho/MTb a coordenao da CNP-benzeno.

    8.6. A CNP-benzeno poder constituir sub-comisses e grupos de trabalho sempre que sefizer necessrio.

    8.6.1. Esto inicialmente acordados os seguintes grupos de trabalho para:a) estudos para a reduo da concentrao de benzeno em produtos acabados, com

    incio das atividades 180 (cento e oitenta) dias aps a publicao da Portaria relativaa preveno da exposio ocupacional ao benzeno;

    b) protocolo de estudos para implantao do Indicador Biolgico de Exposio, comprazo de 90 (noventa) dias aps a publicao da Portaria relativa a preveno daexposio ocupacional ao benzeno.

    8.7. A CNP-benzeno respeitar as instncias locais e regionais de negociao existentes ouque venham a ser constitudas, seguindo os princpios de respeito mtuo e de cumprimentodeste acordo.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    CAPITULO V - DA PARTICIPAO DOS TRABALHADORES

    9. Nas empresas abrangidas pelo presente acordo, e naquelas por elas contratadas no quecouber, ser constitudo, no prazo de 30 dias aps a publicao da Portaria relativa apreveno da exposio ocupacional ao benzeno, o Grupo de Representao dosTrabalhadores do Benzeno - GTB, objetivando o acompanhamento da elaborao,implantao e desenvolvimento do Programa de Preveno da Exposio Ocupacional aoBenzeno.

    9.1. O GTB das empresas de produo de lcool anidro e daquelas proibidas de utilizar obenzeno a partir de 01/01/97 devero observar o estabelecido especificamente a estessetores, na Portaria relativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno.

    9.2. O GTB ser composto por 20% (vinte por cento) do nmero de membros darepresentao titular dos trabalhadores na CIPA, com o mnimo de 2 (dois).

    9.2.1. O nmero obtido no clculo percentual ser sempre aproximado para o nmerointeiro superior.

    9.2.2. Os trabalhos desenvolvidos pelo GTB da empresa contratada, quando houver, deverose adequar ao Programa de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno e aos trabalhosdo GTB da empresa contratante.

    9.3. Os membros do GTB devem estar entre os trabalhadores eleitos para a CIPA (titularese suplentes), sendo escolhidos pelos mesmos.

    9.3.1. A escolha dos membros do GTB no implicar em aumento do quadro total daCIPA, de acordo com a Norma Regulamentadora n. 5 - NR5.

    9.3.2. A participao dos membros do GTB nas atividades da CIPA seguir o disposto naNR 5, respeitados os acordos coletivos vigentes.

    9.4. Os membros do GTB devem participar de treinamento sobre os riscos do benzeno eseus efeitos sobre a sade, com carga horria mnima de 20 (vinte) horas, com o seguintecontedo:

    dados fsico-qumicos do benzeno e misturas que o contm; riscos da exposio ao benzeno; vias de absoro; sinais e sintomas do benzenismo;

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    vigilncia da sade dos trabalhadores; monitorao da exposio ao benzeno; detalhamento do Programa de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno; procedimentos de emergncia; riscos de incndio e exploso; caracterizao bsica das instalaes e pontos de possveis emisses; acordos e dispositivos legais sobre o benzeno.

    9.4.1. Poder haver participao do sindicato no treinamento, mediante acordo entre aspartes.

    9.4.2. Este treinamento dever ser realizado no prazo mximo de 90 dias aps a publicaoda Portaria relativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno. No caso deorganizao de novas CIPA, o treinamento ser realizado imediatamente aps o cursoprevisto na NR-5.

    9.5. So atribuies do GTB:a) sugerir e acompanhar a implantao de medidas de segurana que visem eliminar

    riscos sade dos trabalhadores;b) inspecionar periodicamente os locais de trabalho, inclusive os das contratadas,

    onde o benzeno est presente, observando a existncia de vazamentos, derrames,fontes de emisso para o ambiente, execuo correta de procedimentosestabelecidos em normas especficas, observncia das normas de segurana eoutras questes pertinentes a assuntos de sua competncia;

    c) verificar o cumprimento de cronogramas e prazos de execuo de obrigaesreferentes ao benzeno, assumidas pelo empregador, ou seus representantes emcompromissos e acordos firmados;

    d) acompanhar e analisar o desenvolvimento do Programa de Preveno da ExposioOcupacional ao Benzeno -PPEOB, respeitados os aspectos tcnicos e ticos;

    e) apresentar mensalmente para a CIPA relatrios dos trabalhos realizados;f) participar de cursos, eventos e treinamentos que versem sobre assuntos ligados

    ao benzeno, de comum acordo entre as partes.

    9.6. So atribuies do empregador:a) permitir o acesso e fornecer cpia, quando solicitado, de toda a documentao e

    informao relativos ao benzeno, aos membros do GTB, respeitando as questesticas;

    b) garantir e facilitar aos membros do GTB tempo necessrio para o cumprimentode suas atribuies;

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    c) garantir e facilitar o acesso do GTB a: apoio administrativo, como servios de datilografia ou digitao, cpias,

    impresso e guarda de formulrios, servios e aparelhos de comunicao, localpara reunio e arquivamento de documentos, e outros necessrios;

    documentos, laudos, relatrios e informaes relativas a assunto de suacompetncia, respeitadas as questes ticas;

    locais de trabalho, estabelecimentos, frentes de obras ou servios onde sedesenvolvam atividades que por sua natureza ou caracterstica, se enquadrementre as atribuies do GTB;

    d) garantir e custear a participao dos membros do GTB no Curso de Capacitaosobre o benzeno, definido neste acordo;

    e) cumprir os compromissos firmados perante o GTB.

    9.7. As informaes necessrias e as irregularidade verificadas pelo GTB devero serreportadas ao Responsvel pelo Programa de Preveno da Exposio Ocupacional aoBenzeno indicado pela empresa.

    9.7.1. Nas situaes em que a empresa no atender adequadamente e em tempo hbilacordado as solicitaes, o GTB dever informar a CIPA, os rgos Pblicos competentese o Sindicato da Categoria, visando garantir a sade dos trabalhadores.

    CAPITULO VI - DA ADEQUAO AO VRT-MPT

    10. As empresas abrangidas por este acordo, com exceo das indstrias siderrgicas, asprodutoras de lcool anidro e aquelas que devero substituir o benzeno a partir de 01 dejaneiro de 1997, tero prazo ate 31/12/97 para se adequarem ao Valor de RefernciaTecnolgico VRT- MPT em 1,0 (um) ppm, conforme determinao da Portaria relativaa preveno da exposio ocupacional ao benzeno.

    11. As indstrias siderrgicas tero prazo at 31/12/98 para se adequarem ao Valor deReferncia Tecnolgico - VRT-MPT em 2,5 (dois vrgula cinco) ppm, conformedeterminao da Portaria relativa a preveno da exposio ocupacional ao benzeno.

    12. Os prazos especificados acima (itens 10 e 11) podero ser prorrogados, em carterexcepcional, at 31/12/99.

    12.1. A solicitao de prorrogao dever ser entregue no prazo mximo de 360 (trezentose sessenta) dias aps a publicao da Portaria relativa a preveno da exposio ocupacionalao benzeno.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    12.2. Os prazos s sero prorrogados diante da comprovao, pela empresa, de uma dasseguintes situaes:

    a) situao financeira difcil;b) modificao de monta em relao ao patrimnio liquido ou volume de vendas da

    empresa;c) concorrncia acirrada dos investimentos para sobrevivncia com os investimentos

    em melhoria ambiental;d) impedimentos de natureza temporal.

    13. As empresas que utilizam o benzeno na desidratao do lcool devero definir propostae substituio do benzeno at 31 de dezembro de 1996.

    13.1. O desenvolvimento dos estudos de substituio do benzeno dever ser apresentadoe discutido periodicamente na CNP-benzeno.

    CAPITULO VII - DO CERTIFICADO DE UTILIZAOCONTROLADA DO BENZENO

    14. As empresas que cumprirem os requisitos previstos no presente acordo e na Portariasobre o benzeno podero requerer junto ao CNP-benzeno, atravs de oficio encaminhado SSST/MTb, o Certificado de Utilizao Controlada do Benzeno.

    14.1. A CNP-benzeno definir critrios e procedimentos para a concesso e manutenodo Certificado de Utilizao Controlada do Benzeno.

    14.2. O Certificado de Utilizao Controlada do Benzeno poder ser suspenso pela SSST/MTb, por deliberao prvia da CNP-benzeno, sempre que houver comprovao dedescumprimento do presente acordo ou da Portaria relativa a preveno da exposioocupacional ao benzeno.

    CAP1TULO VIII - DAS PENALIDADES

    15. As empresas pagaro as seguintes multas pelo descumprimento do presente acordo:a) pelo descumprimento dos prazos de implantao previstos no presente acordo edaqueles acordados com o GTB, exceto os especificados nas alneas b e c: 4 (quatro) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-28 da Portaria3214/78, e o dobro na reincidncia;

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    b) pelo descumprimento do prazo de adequao do VRT, previsto nos itens 10 e 11,do Capitulo VI do presente acordo: 6 (seis) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-28 da Portaria3214/78, e o dobro na reincidncia;c) pelo descumprimento do prazo de prorrogao de adequao ao VRT, previsto noitem 12, do Capitulo VI do presente acordo: 10 (dez) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-28 da Portaria3214/78, e o dobro na reincidncia;

    15.1. O valor das multas ser revertido um fundo especfico, a ser utilizado para pesquisas,seminrios e outros eventos que objetivem a preveno da exposio ocupacional aobenzeno.

    15.1.1. A operacionalizao da utilizao dos recursos do Fundo ser matria de deliberaoda CNPbenzeno.

    15.2. O descumprimento do prazo de adequao ao VRT-MPT ou do prazo de prorrogaode adequao ao VRT-MPT caracteriza irregularidade grave, podendo gerar a suspensotemporria ou definitiva do cadastramento.

    15.3. Caber ao MTb, atravs dos rgos Regionais responsveis pela rea de Segurana eSade do Trabalhador, a comprovao do descumprimento do presente acordo.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    Signatrios do Acordo

    REPRESENTANTES DO GOVERNO

    MINISTRIO DO TRABALHO

    Paulo Paiva - Ministro do TrabalhoHumberto Carlos Parro - Presidente da FUNDACENTRO

    MINISTRIO DA PREVIDNCIA E ASSISTNCIA SOCIALReinhold Stephanes - Ministro da Previdncia e Assistncia Social

    MINISTRIO DA SADEJos Carlos Seixas - Secretrio Executivo do Ministrio da Sade

    REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES

    Arnaldo Gonalves - Forca SindicalJos Gabriel T. dos Santos - Confederao Nacional dos Trabalhadores na IndstriaPaulo Machado - Confederao Nacional dos Trabalhadores MetalrgicosRemgio Todeschini - Central nica dos Trabalhadores

    REPRESENTANTES EMPRESARIAIS

    Augusto C. L. de Carvalho - Instituto Brasileiro de SiderurgiaDcio de Paula Leite Novaes - Sindicato da Indstria de Produtos Qumicos para

    Fins Industriais e Petroqumica de So PauloGuilherme D. E. de Moraes - Associao Brasileira da Indstria Qumica e de Produtos

    Derivados

    TESTEMUNHAS

    Antonio Augusto Junho Anastasia - Secretrio Executivo MTbJoo Carlos Alexim - Diretor da OIT BrasilPlnio Gustavo Adri Sarti - Secretrio de Relaes do Trabalho

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Portaria n. 14, de 20 de dezembro de 1995

    O SECRETRIO DE SEGURANA E SADE NO TRABALHO, no uso de suasatribuies legais e,

    CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidncia de casos de benzenismo noBrasil;

    CONSIDERANDO que o benzeno uma substncia reconhecidamentecarcinognica;

    CONSIDERANDO que o Decreto n. 157, de 02 de julho de 1991, determina queseja executada e cumprida a Conveno n. 139 e a recomendao 147 da OrganizaoInternacional do Trabalho - OIT, sobre a Preveno e o Controle de Riscos Profissionaiscausados pelas substncias cancergenas ou Agentes Cancergenos;

    CONSIDERANDO o Decreto n. 1253 de 27 de setembro de 1994, determina queseja cumprida a Conveno n. 136 e a recomendao 144, da Organizao Internacionaldo Trabalho - OIT sobre a Proteo Contra os Riscos de Intoxicao Provocados peloBenzeno;

    CONSIDERANDO o disposto na Portaria n. 10 do MTb/SSST, de 08 de setembrode 1994, que instituiu o Grupo de Trabalho Tripartite para elaborao de proposta deregulamentao sobre benzeno;

    CONSIDERANDO o acordo assinado entre a Confederao Nacional da Indstria- CNI, Associao Brasileira da Indstria Qumica - ABIQUIM, o Instituto Brasileiro deSiderurgia - IBS, o Sindicato das Indstrias de Produtos Qumicos para Fins Industriais e daPetroqumica no Estado de So Paulo - SINPROQUIM, a Confederao Nacional dosTrabalhadores na Indstria -CNTI, a Confederao Nacional dos Trabalhadores Metalrgicos- CNTM, a Central nica dos Trabalhadores -CUT, a Fora Sindical, a Fundao JorgeDuprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, o Ministrioda Sade -MS e o Ministrio da Previdncia Assistncia Social -MPAS, resolve:

    Art. 1 - Alterar o item Substncias Cancergenas do Anexo 13, da NormaRegulamentadora n. 15 - ATIVIDADES E OPERAES INSALUBRES, da Portaria MTbn. 3214, de 08 de junho de 1978, com redao dada pela Portaria SSST n. 3 de 10 demaro de 1994, que passa a vigorar com a seguinte redao:

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    SUBSTNCIAS CANCERGENAS

    Para as substncias ou processos a seguir relacionados, no deve ser permitida nenhumaexposio ou contato, por qualquer via:

    4- amino difenil (p-xenilamina); Produo de benzidina; Beta-naftilamina; 4-nitrodifenil.

    Entende-se por nenhuma exposio ou contato, hermetizar o processo ou operao, atravsdos melhores mtodos praticveis de engenharia, sendo que o trabalhador deve ser protegidoadequadamente de modo a no permitir nenhum contato com o carcinognico.

    Sempre que os processos ou operaes no forem hermetizados, ser considerada comosituao de risco grave e iminente para o trabalhador.

    Para o Benzeno, deve ser observado o disposto no Anexo 13-A.

    Art. 2 - Incluir na Norma Regulamentadora n. 15 - ATIVIDADES E OPERAOESINSALUBRES, o Anexo 13-A - Benzeno.

    Art. 3 - As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulambenzeno e suas misturas lquidas contendo 1% (hum por cento) ou mais de volume devero,no prazo mximo de 90 (noventa) dias da data de publicao desta Portaria, ter seusestabelecimentos cadastrados junto a Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho doMinistrio do Trabalho - SSST/MTb.

    Art. 4 - As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulambenzeno e suas misturas lquidas contendo 1% (hum por cento) ou mais de volume deveroapresentar SSST/MTb, no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias, aps a publicaodesta Portaria, o Programa de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno - PPEOB.

    Pargrafo nico - Ficam excludas desta obrigatoriedade as empresas produtoras delcool anidro e aquelas proibidas de utilizarem o benzeno.

    Art. 5 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposiesem contrrio, em especial a Portaria SSST n. 3 de 10 de maro de 1994.

    ZUHER HANDARSecretrio de Segurana e Sade no Trabalho

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Anexo 13-A

    BENZENO

    1. O presente Anexo tem como objetivo regulamentar aes, atribuies e procedimentosde preveno da exposio ocupacional ao benzeno, visando a proteo da sade dotrabalhador, visto tratar-se de um produto comprovadamente cancergeno.

    2. O presente Anexo se aplica a todas as empresas que produzem, transportam,arrnazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas lquidas contendo 1% (humpor cento) ou mais de volume e aquelas por elas contratadas, no que couber.

    2.1. O presente Anexo no se aplica s atividades de armazenamento, transporte,distribuio, venda e uso de combustveis derivados de petrleo.

    3. Fica proibido a utilizao do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualqueremprego, exceto nas indstrias e laboratrios que:

    a) o produzem;b) o utilizem em processos de sntese qumica;c) o empreguem em combustveis derivados de petrleo;d) o empreguem em trabalhos de anlise ou investigao realizados em laboratrio,quando no for possvel sua substituio;e) o empreguem como azetropo na produo de lcool anidro, at a data a serdefinida para a sua substituio.

    3.1 As empresas que utilizam o benzeno como azetropo na produo de lcool anidrodevero encaminhar Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho - SSST/MTb propostade substituio do benzeno at 31 de dezembro de 1996.

    3.2. As empresas que utilizam benzeno em atividades que no as identificadas nas alneasdo item 3, e que apresentem inviabilidade tcnica ou econmica de sua substituio deverocomprov-la quando da elaborao do Programa de Preveno da Exposio Ocupacionalao Benzeno - PPEOB.

    3.3. As empresas de produo de lcool anidro e aquelas proibidas de utilizarem o benzenodevero, at a efetiva substituio do produto, adequar os seus estabelecimentos ao abaixorelacionado, conforme previsto no presente Anexo:

    a) cadastramento dos estabelecimentos junto SSST/MTb;b) procedimentos da Instruo Normativa n. 002 sobre Vigilncia da Sade dosTrabalhadores na Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno;

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    c) levantamento de todas as situaes onde possam ocorrer concentraes elevadasde benzeno, com dados qualitativos que contribuam para a avaliao ocupacionaldos trabalhadores;d) procedimentos para proteo coletiva e individual dos trabalhadores, do risco deexposio ao benzeno nas situaes crticas verificadas no item anterior, atravs demedidas tais como: organizao do trabalho, sinalizao apropriada, isolamento derea, treinamento especfico, ventilao apropriada, proteo respiratria adequadae proteo para evitar contato com a pele.

    4. As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulambenzeno e suas misturas lquidas contendo 1% (hum por cento) ou mais de volume devero,no prazo mximo de 90 (noventa) dias da data de publicao desta Portaria, ter seusestabelecimentos cadastrados junto a Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho-SSSTdo Ministrio do Trabalho.

    4.1. O cadastramento da empresa junto a Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho doMinistrio do Trabalho, conforme estabelecido pelo art. 4 da presente Portaria, serconcedido mediante as seguintes informaes:

    a) identificao da Empresa (nome, endereo, CGC, ramo de atividade e ClassificaoNacional de Atividades Econmicas -CNAE);b) nmero de trabalhadores por estabelecimento;c) nome das empresas fornecedoras de benzeno, quando for o caso;d) utilizao a que se destina o benzeno;e) quantidade mdia de processamento mensal.

    4.2. A comprovao de cadastramento dever ser apresentada quando da aquisio dobenzeno junto ao fornecedor.

    4 3. As fornecedoras de benzeno s podero comercializar o produto para empresascadastradas.

    4.4. As empresas contratantes devero manter, por 10 (dez) anos, uma relao atualizadadas empresas por elas contratadas que atuem nas reas includas na caracterizao previstano PPEOB, contendo:

    identificao da contratada; perodo de contratao; atividade desenvolvida; nmero de trabalhadores.

    4.5. A SSST/MTb poder suspender, temporria ou definitivamente, o cadastro daempresa, sempre que houver comprovao de irregularidade grave.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    4.6. Os projetos de novas instalaes em que se aplicam o presente Anexo devem sersubmetidos aprovao da SSST/MTb.

    5. As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam benzenoe suas misturas lquidas contendo 1% (hum por cento) ou mais de volume devero apresentar SSST/MTb, no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias, aps a publicao destaPortaria, o Programa de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno - PPEOB.

    5.1. Ficam excludas desta obrigatoriedade as empresas produtoras de lcool anidro e aquelasproibidas de utilizarem o benzeno.

    5.2. O PPEOB elaborado pela empresa, deve representar o mais elevado grau decompromisso de sua diretoria com os princpios e diretrizes da preveno da exposiodos trabalhadores ao benzeno devendo:

    a) ser formalizado atravs de ato administrativo oficial do ocupante do cargo gerencialmais elevado;b) ter indicao de um Responsvel pelo Programa que responder pelo mesmojunto aos rgos Pblicos, as representaes dos trabalhadores especificas para obenzeno e ao Sindicato profissional da categoria.

    5.3. No PPEOB devero estar relacionados os empregados responsveis pela sua execuo,com suas respectivas atribuies e competncias.

    5.4. O contedo do PPEOB deve ser aquele estabelecido pela Norma Regulamentadoran. 9 - PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS, com a redao dadapela Portaria n. 25 de 29/12/94, acrescido de:

    caracterizao das instalaes contendo benzeno ou misturas que o contenham emconcentrao maior do que 1 (um) % em volume; avaliao das concentraes de benzeno para verificao da exposio ocupacionale vigilncia do ambiente de trabalho segundo a Instruo Normativa - IN n. 001; aes de vigilncia sade dos trabalhadores prprios e de terceiros, segundo aInstruo Normativa - IN n. 002; descrio do cumprimento das determinaes da Portaria e acordos coletivosreferentes ao benzeno; procedimentos para o arquivamento dos resultados de avaliaes ambientaisprevistas na IN n. 001 por 40 (quarenta) anos; adequao da proteo respiratria ao disposto na Instruo Normativa n. 01, de11/04/94; definio dos procedimentos operacionais de manuteno, atividades de apoio emedidas de organizao do trabalho necessrias para a preveno da exposio

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    ocupacional ao benzeno. Nos procedimentos de manuteno devero ser descritosos de carter emergencial, rotineiros e preditivos, objetivando minimizar possveisvazamentos ou emisses fugitivas; levantamento de todas as situaes onde possam ocorrer concentraes elevadasde benzeno, com dados qualitativos e quantitativos que contribuam para a avaliaoocupacional dos trabalhadores; procedimentos para proteo coletiva e individual dos trabalhadores, do risco deexposio ao benzeno nas situaes crticas verificadas no item anterior, atravs demedidas tais como: organizao do trabalho, sinalizao apropriada, isolamento derea, treinamento especfico, ventilao apropriada, proteo respiratria adequadae proteo para evitar contato com a pele; descrio dos procedimentos usuais nas operaes de drenagem, lavagem, purgade equipamentos, operao manual de vlvulas, transferncias, limpezas, controlede vazamentos, partidas e paradas de unidades que requeiram procedimentosrigorosos de controle de emanao de vapores e preveno de contato direto dotrabalhador com o benzeno; descrio dos procedimentos e recursos necessrios para o controle de situao deemergncia, at o retorno normalidade; cronograma detalhado das mudanas que devero ser realizadas na empresa para apreveno da exposio ocupacional ao benzeno e a adequao ao Valor de RefernciaTecnolgico; exigncias contratuais pertinentes, que visem adequar as atividades de empresascontratadas observncia do Programa da contratante; procedimentos especficos de proteo para o trabalho do menor de 18 (dezoito)anos, mulheres grvidas ou em perodo de amamentao.

    6. Valor de Referncia Tecnolgico - VRT se refere concentrao de benzeno no arconsiderada exeqvel do ponto de vista tcnico, definido em processo de negociaotripartite. O VRT deve ser considerado como referncia para os programas de melhoriacontnua das condies dos ambientes de trabalho. O cumprimento do VRT obrigatrioe no exclui risco sade.

    6.1. O princpio da melhoria contnua parte do reconhecimento de que o benzeno umasubstncia comprovadamente carcinognica, para a qual no existe limite seguro deexposio. Todos os esforos devem ser dispendidos continuamente no sentido de buscar atecnologia mais adequada para evitar a exposio do trabalhador ao benzeno.

    6.2. Para fins de aplicao deste Anexo definida uma categoria de VRT: VRT-MPT quecorresponde a concentrao mdia de benzeno no ar ponderada pelo tempo, para uma

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    jornada de trabalho de 8 horas, obtida na zona de respirao dos trabalhadores,individualmente ou de Grupos Homogneos de Exposio - GHE, conforme definido naInstruo Normativa n. 001.

    6.2.1.Os valores Limites de Concentrao (LC) a serem utilizados na IN n. 001, para oclculo do ndice de Julgamento I, so os VRT-MPT estabelecidos a seguir.

    7. Os valores estabelecidos para os VRT.-MPT so: 1,0 (um) ppm para as empresas abrangidas por este Anexo (com exceo dasempresas siderrgicas, as produtoras de lcool anidro e aquelas que devero substituiro benzeno a partir de 01/01/97); 2,5 (dois e meio) ppm para as empresas siderrgicas.

    7.1. O Fator de Converso da concentrao de benzeno de ppm para mg/m3 : 1 ppm =3,19 mg/m3 nas condies de 25 C, 101 kPa ou 1 atm.

    7.2. Os prazos de adequao das empresas aos referidos VRT-MPT sero acordados entreas representaes de trabalhadores, empregadores e de governo.

    7.3. Situaes consideradas de maior risco ou atpicas devem ser obrigatoriamente avaliadassegundo critrios de julgamento profissional que devem estar especificados no relatrio daavaliao.

    7.4. As avaliaes Ambientais devero seguir o disposto na Instruo Normativa n. 001Avaliao das Concentraes de Benzeno em Ambientes de Trabalho.

    8. Entende-se como Vigilncia da Sade o conjunto de aes e procedimentos que visama deteco, o mais precocemente possvel, de efeitos nocivos induzidos pelo benzeno sade dos trabalhadores.

    8.1. Estas aes e procedimentos devero seguir o disposto na Instruo Normativa n.002 sobre Vigilncia da Sade dos Trabalhadores na Preveno da Exposio Ocupacionalao Benzeno.

    9. As empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas por elas contratadas, quandocouber, devero garantir a constituio de representao especfica dos trabalhadores parao benzeno objetivando acompanhar a elaborao, implantao e desenvolvimento doPrograma de Preveno da Exposio Ocupacional ao Benzeno.

    9.1. A organizao, constituio, atribuies e o treinamento desta representao seroacordadas entre as representaes dos trabalhadores e empregadores.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    10. Os trabalhadores das empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas por elascontratadas, com risco de exposio ao benzeno, devero participar de treinamento sobreos cuidados e as medidas de preveno.

    11. As reas, recipientes, equipamentos e pontos com risco de exposio ao benzenodevero ser sinalizadas com os dizeres - PERIGO: PRESENA DE BENZENO - RISCO SADE e o acesso a estas reas dever restringida pessoas autorizadas.

    12. A informao sobre os riscos do benzeno a sade deve ser permanente, colocando-se disposio dos trabalhadores uma Ficha de Informaes de Segurana sobre Benzeno,sempre atualizada.

    13 Ser de responsabilidade dos fornecedores de benzeno, assim como dos fabricantes efornecedores de produtos contendo benzeno, a rotulagem adequada, destacando a aocancergena do produto, de maneira facilmente compreensvel pelos trabalhadores eusurios, incluindo obrigatoriamente instruo de uso, riscos sade e doenas relacionadas,medidas de controle adequadas, em cores contrastantes, de forma legvel e visvel.

    14. Quando da ocorrncia de situaes de Emergncia, situao anormal que pode resultarem uma imprevista liberao de benzeno que possa exceder o VRT-MPT, devem ser adotadosos seguintes procedimentos:

    a) aps a ocorrncia de emergncia, deve-se assegurar que a rea envolvida tenharetornado condio anterior atravs de monitorizaes sistemticas. O tipo demonitorizao dever ser avaliado dependendo da situao envolvida;b) caso hajam dvidas das condies das reas deve-se realizar uma bateria padronizadade avaliao ambiental nos locais e dos grupos homogneos de exposio envolvidosnessas reas;c) o registro da emergncia deve ser feito segundo o roteiro que se segue:- descrio da emergncia - descrever as condies em que a emergncia ocorreuindicando: atividade; local, data e hora da emergncia; causas da emergncia; planejamento feito para a retorno a situao normal; medidas para evitar reincidncias; providncias tomadas a respeito dos trabalhadores expostos.

    15. Os dispositivos estabelecidos nos itens anteriores, decorrido a prazo para sua aplicao,so de autuao imediata, dispensando prvia notificao, enquadrando-se na categoria I-4, prevista na NR 28.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Instruo Normativa n. 1,de 20 de dezembro de 1995

    O SECRETARIO DE SEGURANA E SADE NO TRABALHO, no usa de suasatribuies legais e,

    CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidncia de casos de benzenismo noBrasil;

    CONSIDERANDO que a benzeno uma substncia reconhecidamentecarcinognica;

    CONSIDERANDO a Decreto n. 1253 de 27/09/94 que aprova o texto daConveno n. 136 e Recomendao n. 144 da Organizao Internacional do Trabalho -OIT, sobre a Proteo Contra as Riscos de Intoxicao Provocados pelo Benzeno;

    CONSIDERANDO a retirada do agente qumica benzeno do Quadro I, do Anexo11, da Norma Regulamentadora n. 15 - Atividades e Operaes Insalubres, aprovada pelaPortaria MTb n. 3214, de 08/06/78, conforme publicao do artigo 3. da Portaria SSSTn. 03, de 10/03/94;

    CONSIDERANDO a obrigatoriedade da realizao do Programa de Preveno deRiscos Ambientais - PPRA, conforme redao da Norma Regulamentadora n. 9, aprovadopela Portaria MTb n. 3214, de 08/06/78;

    CONSIDERANDO a necessidade de se obter uma uniformizao dos critrios eprocedimentos das avaliaes ocupacionais ao benzeno;

    CONSIDERANDO a redao do Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadoran. 15 - Atividades e Operaes Insalubres, aprovada pela Portaria MTb n. 3214, de 08/06/78;

    CONSIDERANDO o parecer do Grupo de Trabalho Tripartite para elaborao deproposta de regulamentao sabre benzeno, institudo pela Portaria SSST n. 10, de 08/09/94. RESOLVE:

    Art. 1 Aprovar a texto, em anexo, que dispe sabre a AVALIAO DASCONCENTRAES DE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO, referente aoAnexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadora n. 15 - Atividades e OperaesInsalubres, aprovada pela Portaria MTb n. 3214, de 08/06/78, com a seguinte redao:

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    ANEXO

    AVALIAO DAS CONCENTRAES DE BENZENO EMAMBIENTES DE TRABALHO

    1. OBJETIVO

    Esta Norma Tcnica visa a determinao da concentrao de Benzeno no ar nos ambientesde trabalho. Leva em considerao as possibilidades e limitaes das determinaes analticas,estatsticas, bem como do julgamento profissional.

    2. CAMPO DE APLICAO

    Esta Norma Tcnica se aplica, exclusivamente, determinao e avaliao das concentraesde Benzeno no ar em ambientes de trabalho.

    3. DEFINIES

    Para efeito desta Norma Tcnica deve-se considerar as definies apresentadas a seguir:

    a) Ambiente de trabalhoConsidera-se como sendo a rea definida pelos limites fsicos da empresa.

    b) Amostra de Curta DuraoPara efeito dessa norma aquela coletada durante um perodo de at 15 minutos.

    c) Amostra instantneaNo escopo desta Norma Tcnica, entende-se por amostra instantnea aquela coletadaatravs do usa de instrumentos que permitem a determinao da concentrao deBenzeno no ar representativa de um determinado local em um dada instante. Otempo total de coleta, nestes casos, deve ser inferior a 5 minutos.

    d) Amostragem o processo de seleo de amostras, baseado em estudos e mtodos estatsticosconvenientes que possam oferecer resultados representativos da exposioocupacional ou concentrao ambiental.

    e) AnliseCorresponde a todo a procedimento que conduz quantificao da concentrao deBenzeno em uma amostra.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    f) AvaliaoCaracteriza-se pelo conjunta de aes necessrias para se realizar uma caracterizaocompleta de um determinado ambiente ou da exposio ocupacional detrabalhadores.

    g) BenzenoSignifica Benzeno lquido ou gasoso, registro CAS n. 71-43-2, registro ONUn. 1114.

    h) ColetaCorresponde ao processa de se obter uma amostra de Benzeno no ar.

    i) Concentrao de Benzeno no arCorresponde a quantidade total de Benzeno par unidade de volume de ar. expressacomo massa por unidade de volume (m/v) ou volume par unidade de volume (v/v).Para efeito desta norma as unidades adotadas so respectivamente mg/m3 e ml/m3.

    j) Concentrao Media Ponderada no Tempo (CMPT)Corresponde a concentrao de Benzeno obtida pelo somatrio das concentraesponderadas pelos respectivos tempos de durao das coletas, dividido pelo somatriodos tempos.

    k) Distribuio log-normalSignifica que a distribuio de variveis aleatrias tm a propriedade de que alogaritmo dos seus valores so normalmente distribudos.

    l) Grupo Homogneo de Exposio (GHE)Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposio semelhantede farina que, a resultado fornecido pela avaliao da exposio de qualquertrabalhador do grupa seja representativo da exposio do restante dos trabalhadoresdo mesmo grupo.

    m) Limites de Concentrao (LC)Para efeito desta Norma Tcnica, corresponde a um valor de concentrao de Benzenomedia ponderada no tempo, estabelecido pelo Ministrio do Trabalho para fins decomparaes.

    n) Local de trabalhoLocal onde o trabalhador desenvolve as suas atividades.

    o) mg/m3Unidade de concentrao correspondente a miligrama de Benzeno por metro cbicode ar.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    p) Monitoramento o processo peridico e sistemtico da avaliao ambiental de Benzeno.

    q) ppmUnidade de concentrao correspondente a partes de Benzeno por milho de partesde ar, em volume. equivalente a mililitros de vapor de Benzeno por metro cbicode ar (ml/m3), nas mesmas condies de presso e temperatura.

    r) Turno ou jornada de trabalhoRefere-se ao perodo de tempo dirio no qual o trabalhador exerce a sua atividaderemunerada no ambiente de trabalho.

    s) Zona de respiraoRegio hemisfrica com um raio de aproximadamente 30 cm das narinas.

    t) Zona de trabalhoCorresponde a uma zona espacial ou organizacionalmente definida onde o trabalhadordesenvolve sua(s) atividade(s).

    Uma zona de trabalho pode ser formada por um ou mais locais de trabalho.

    4. AVALIAO

    A avaliao das concentraes de Benzeno no ar nos ambientes de trabalho visa atender aosseguintes objetivos:

    conhecer as exposies efetivas dos trabalhadores durante um determinado perodode tempo; conhecer os nveis de concentrao em locais determinados; diagnosticar fontes de emisso de Benzeno no ambiente de trabalho; avaliar a eficcia das Medidas de Controle adotadas; comparar as resultados com Limites de Concentrao estabelecidos.

    A avaliao de Benzeno nos ambientes de trabalho deve compreender as seguintes etapas:

    4.1. RECONHECIMENTO/CARACTERIZAO;4.2. ESTRATGIA DE AVALIAO;4.3. AVALIAO INICIAL;4.4. INTERPRETAO DOS RESULTADOS/JULGAMENTO PROFISSIONAL.

    4.1 RECONHECIMENTO/CARACTERIZAO

    A consulta aos trabalhadores e discusso com os mesmos elemento fundamental para umcorreto reconhecimento/caracterizao.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    Esta etapa envolve a coleta inicial de informaes, a visita aos locais de trabalho paraobservaes detalhadas e a determinao dos GHE.

    Os resultados obtidos nesta etapa so de vital importncia para a determinao daESTRATGIA DE AVALIAO e dos GRUPOS HOMOGNEOS DE EXPOSIO.

    As informaes levantadas devem incluir os procedimentos de operao normal,procedimentos para manuteno, procedimentos pr-operacionais e situaes deemergncia.

    Devem ser levantadas as seguintes informaes:

    4.1.1. Referentes ao Processo Produtivo e a Planta Industrial

    a) relao de todos os equipamentos (bombas, tanques, vasos, colunas de extrao,de destilao, de secagem, reatores, etc.) que contenham ou por onde circule Benzenopuro ou em misturas, suas caractersticas e localizao no processo ou plantaindustrial;

    b) relao de todas as possveis fontes de emisso de vapores de Benzeno para aatmosfera (flanges, selos de bombas, ventos, vlvulas, etc.), identificando a sualocalizao no processo ou planta;

    c) descrio do processo produtivo enfatizando as circunstncias, fases do processoou procedimentos que podem contribuir para a contaminao dos ambientes detrabalho pelo Benzeno;

    d) quantidade de Benzeno processado (como matria prima, como produto e comosolvente, quando for a caso);

    e) parmetros operativos, como temperatura e presso, nas vrias fases do processoe nos equipamentos contendo ou por onde circulem Benzeno;

    f) diagrama de bloco ou fluxograma simplificado e layout da planta industrialcontendo as disposies dos equipamentos e fontes relacionados nos itens a e bacima;

    g) descrio dos locais de trabalho, enfatizando se so ambientes abertos ou fechados(se fechados, rea e p direito), a ventilao natural determinada e a existncia ouno de equipamentos de proteo coletiva;

    h) dados climticos: temperatura do local de trabalho, umidade relativa do ar edireo dos ventos com as respectivas taxas de predominncia;

    i) interferncia de reas vizinhas aos locais de trabalho.

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    4.1.2. Referentes aos trabalhadores e processos de trabalho (pessoal prprio econtratados):

    a) zonas de trabalho e posio dos trabalhadores em relao as fontes de emissode Benzeno;

    b) descrio das funes, dos procedimentos e das atividades dos trabalhadores,enfatizando o tempo e freqncia de cada operao ou procedimento e identificandoas atividades de CURTA DURAO;

    c) durao da jornada e regime de trabalho;

    d) nmero de trabalhadores totais expostos ao Benzeno e daqueles com atividadesidnticas e que possam ser separados por grupos considerados de exposio similar;

    e) trabalhadores (quantidade e identificao), a priori, como de maior risco deexposio;

    f) atividades, procedimentos e zonas de trabalha, a priori, como de maior risco deexposio;

    g) dados indicativos de possvel comprometimento da sade relativo a exposio aobenzeno.

    4.1.3. Avaliaes pregressas de concentrao de Benzeno no ar:

    a) resultados de todos os monitoramentos anteriores realizados (monitoramentopessoal e de rea);

    b) outras medies j realizadas (de fontes de emisso, em situaes de emergncia,na avaliao de medidas de controle, etc.).

    Outras informaes tambm podero ser utilizadas de modo orientativo para ajudarem nadefinio da estratgia de avaliao, na execuo dos monitoramentos ou mesmo, nainterpretao dos resultados. So elas:

    c) resultados de concentraes de Benzeno no ar obtidos em processos de trabalhocomparveis (quando disponveis);

    d) clculos matemticos de disperso (quando disponveis).

    4.2. ESTRATGIA DE AVALIAO

    Esta etapa compreende a definio dos mtodos de coleta, da durao da coleta e tempode coleta/medio, do nmero mnimo de resultados exigidas, da escolha dos perodospara a realizao das coletas/medies e a realizao do diagnstico inicial.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    4.2.1. Mtodos de coleta de amostras

    a) Coleta de amostra pessoal (ou individual)Visa a determinao da concentrao de Benzeno na zona de respirao dotrabalhador, fornecendo, assim, resultados representativos da sua exposio.Caracteriza-se pelo fato de o sistema de coleta ser fixado no prprio trabalhador, naaltura da zona de respirao (geralmente na lapela).

    b) Coletas de amostra de rea (ambiental ou de ponto fixo) aquela onde o sistema de coleta ou medio posicionado em um ponto fixo noambiente de trabalho, geralmente na altura mdia da zona de respirao dostrabalhadores.

    geralmente utilizado com a finalidade de conhecer os nveis de concentrao de Benzenono ar de um determinado ambiente de trabalho aos quais os trabalhadores poderiam estarexpostos, na avaliao da eficcia de medidas de controle ou quando se quer realizaravaliaes em tempo real atravs do usa do monitores contnuos com sistemas de registrode resultados, acoplados ou no a sistemas de alarme.

    As avaliaes de rea podem ser usadas para detectar variaes sazonais, de ciclos de processoou mudanas de eficincia de sistemas de proteo coletiva implementados.

    As avaliaes de rea no devem ser consideradas como um substituto da avaliao pessoal,pois algumas atividades do trabalhador podem influenciar as concentraes na zonarespiratria.

    Para trabalhadores cujas atividades no gerem exposies adicionais ao Benzeno, a avaliaode rea pode ser uma alternativa aceitvel para uma estimativa das exposies ocupacionais.

    Os pontos de coleta de amostras da rea devem ser determinados atravs de critriostcnicos e discusso com os trabalhadores. Devem ser considerados os seguintes fatores:nmero e localizao das fontes de emisso de Benzeno, direo dos ventos, zonas oulocais de trabalho e arranjo fsico do local.

    4.2.2. Durao da coleta e tempo da coleta/medio

    A durao da coleta se refere ao perodo avaliado. A durao da coleta ser, no mximo, oturno inteiro de trabalho.

    O tempo de coleta/medio o tempo no qual ocorre a coleta de cada amostra de ar oucada medio da concentrao do Benzeno. O tempo de coleta/medio ser, no mximo,igual durao da coleta.

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    4.2.3. Tcnicas de coleta de amostrasa) Amostra nicaNestes casos, uma nica amostra de ar coletada continuamente durante todo operodo desejado. O tempo de coleta da amostra igual ao da durao da coleta. Aconcentrao de Benzeno obtida j representativa da concentrao MPT do perodo.A concentrao de Benzeno no ar calculada pela equao abaixo:

    CMPT = Quantidade de Benzeno na amostra (mg)x 1000 (mg/m3)

    volume de ar coletado (litros)

    b) Coletas de amostras consecutivasNestes casos, vrias amostras do ar so coletadas durante o perodo desejado, sendoque, o tempo total de coleta dever ser igual ao da durao do perodo. As amostrasso analisadas e os resultados de concentrao de Benzeno em cada uma delas soutilizados para a clculo da concentrao MPT (CMPT) para o perodo, utilizando aequao abaixo.

    Esta tcnica de coleta til nos casos de existirem atividades diferenciadas ao longo dajornada, pois, alm de possibilitar a comparao com o Limite de Concentrao para oturno inteiro, permite conhecer as concentraes de Benzeno correspondentes a cadaperodo/atividade amostrado.

    CMPT

    = C1 T1 + C2 T2 + ......+ Cn TnTtonde,

    CMPT = concentrao MPT no perodo, em ppm ou mg/m3.

    Cn = concentrao de Benzeno no ar obtida na amostra n, em ppm ou mg/rn3.

    Tn = tempo de coleta da amostra n, em minutos ou horas.Tt = tempo total da coleta = T1 + T2 + ... + Tn. Dever ser aproximadamente igual aotempo e durao do perodo (ex.: 8 horas = 480 minutos).

    c) Coletas parciaisTambm nestes casos, vrias amostras de ar so coletadas durante o perodo dotrabalho, sendo que, o tempo total de coleta inferior ao da durao do perodo detrabalho escolhido. As amostras so analisadas e os resultados de concentrao deBenzeno em cada uma delas so utilizados para o clculo de concentrao MPT parao perodo avaliado utilizando a mesma equao do item anterior. O tempo total, Tt,ser igual soma dos tempos de coleta de cada amostra.

    Para comparar a resultado do CMPT obtido com o Limite de Concentrao para o turnointeiro, necessrio que o tempo total de coleta cubra, pelo menos, 70% da jornada detrabalho (Ex.: 5,6 horas para jornadas de 8 horas).

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    d) Coletas/medies instantneasAs coletas/medies instantneas s podero ser usadas para a determinao daconcentrao mdia ambiental de Benzeno se houver um nmero mnimo de 8coletas/medies no perodo de interesse (jornada inteira ou perodos dasatividades/operaes). Para avaliaes da jornada inteira de trabalho s se deveusar esta tcnica de coleta/medio quando for possvel garantir que a distribuioda exposio ou concentrao ambiental de Benzeno so uniformes ao longo dajornada.

    Quando se deseja estimar a exposio de um trabalhador que desenvolve vrias atividadesdiferentes ou muda de local ou zona de trabalho ao longo da jornada, devem ser realizadasum nmero mnimo de 8 coletas/medies em cada situao. As coletas/medies deveroser realizadas na altura mdia da zona de respirao dos trabalhadores.

    Para avaliaes da jornada inteira do trabalho utilizando-se a coleta de amostras de curtadurao, um nmero mnimo de 8 amostras devero ser obtidas durante a jornada. Tambmneste caso, s se deve usar esta tcnica de coleta quando for possvel garantir que adistribuio da exposio ou concentrao ambiental do Benzeno so uniformes ao longoda jornada.

    Os momentos de coleta das amostras devero ser escolhidos aleatoriamente, subdividindo-se o perodo de interesse em um nmero de subperodos de tempo equivalente, no mnimo,ao tempo de coletas/medio.

    Ex.: Uma atividade que dura 2 horas (120 minutos) contm 8 subperodos de 15 minutos,12 de 10 minutos, 24 de 5 minutos, etc.

    Tomando-se como exemplo uma jornada de trabalho de 8 horas (480 minutos), durante aqual se deseja realizar 8 coletas de 15 minutos, deve-se proceder da seguinte forma:

    1) subdivide-se o perodo de 480 minutos em n subperodos de 15 minutos:

    subperodo intervalo (hora)01 08:00-08:1502 08:15-08:3003 08:30-08:45- - -

    31 16:00-16:1532 16:15-16:30

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    10 anos Acordo e Legislao sobre o Benzeno

    2) utiliza-se qualquer metodologia de escolha aleatria para selecionar os 8subperodos a serem avaliados. Cada subperodo estar associado ao seu intervalode tempo. Procedimento anlogo dever ser utilizado para as coletas/mediesdentro de perodos de tempo menores.

    O resultado da concentrao de Benzeno nestes casos corresponder a Mdia Aritmticadas Concentraes obtidas nas 8 coletas/medies no perodo amostrado. A MdiaAritmtica neste caso corresponde a MPT.

    4.2.4. Nmero mnimo de resultados exigidos para uma avaliao. O nmero mnimo deresultados de MPT necessrios para serem utilizados na avaliao estatstica de 5.

    No caso da avaliao ambiental (amostragem de rea), deve ser utilizado um nmero mnimode 5 resultados em cada ponto escolhido como representativo do local de trabalho, naetapa de reconhecimento/caracterizao.

    Para a avaliao dos valores de curta durao devem ser obtidos um mnimo de 5 resultadosem cada operao ou atividade em que haja a possibilidade de ocorrncia de picos deconcentrao ou em cada perodo avaliado.

    Para a avaliao do GHE devero ser obtidos 5 resultados de MPT escolhendo-sealeatoriamente os perodos de coleta. A escolha aleatria poder recair sobre um mesmotrabalhador ou em at 5 trabalhadores do mesmo GHE.

    O nmero mnimo de resultados permite que possa haver uma confiana estatstica aceitvelnas avaliaes realizadas.

    4.2.5. Distribuio das amostras no tempo

    A escolha das pocas para a realizao das coletas deve ser feita aleatoriamente, isto , noser dada preferncia especial a nenhum perodo, turno, dia, trabalhador, poca do ano, etc.

    Situaes consideradas do maior risco ou atpicas devem ser obrigatoriamente avaliadas.Vale, no entanto, a escolha aleatria dentro dessas situaes.

    4.2.6. Diagnstico inicial

    Se as informaes levantadas no item 4.1.3 no forem suficientes, devero sercomplementadas por avaliaes adicionais. Essas avaliaes normalmente devem serrealizadas considerando-se os pontos ou situaes crticas nos locais de trabalho.

    Nesta fase possvel utilizar inmeras ferramentas analticas que no necessariamente asque sero empregadas na avaliao formal para efeito desta Norma Tcnica.

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    Acordo e Legislao sobre o Benzeno 10 anos

    4.2.7. Metodologia analtica

    a) A metodologia analtica tem que ser especfica para a determinao daConcentrao Atmosfera de Benzeno nos ambientes de trabalho, respeitando asLimites de Concentrao estabelecidos polo Ministrio do Trabalho. O resultadodeve ser nico com respeito concentrao do Benzeno.

    b) A metodologia analtica dever fornecer resultados nas mesmas unidades dosLimites do Concentrao estabelecidos. Deve ter seu limite de deteco, sensibilidadee preciso ajustados para os referidos Limites.

    c) A metodologia analtica dever ser capaz de medir concentraes de Benzeno nafaixa de um vigsimo (1/20) a trs (3) vezes o Limite de Concentrao MPT para operodo em avaliao. E, quando no for possvel, como no caso das amostras decurta durao, no mnimo um quinto (1/5) do Limite de Concentrao MPT para operodo em avaliao.

    d) Se o procedimento analtico no for especfico, o resultado de concentrao totaldever ser reportado como sendo referente ao Benzeno.

    e) A impreciso como erro integral de toda a metodologia e erros acidentais duranteo procedimento de monitorao no deve exceder a 25% (vinte e cinco por cento).

    f) O procedimento analtico dever ter sido validado em laboratrio e no campo.

    g) Os laboratrios devero desenvolver Programas de Controle de QualidadeLaboratorial Interno e participar, sempre que possvel, de Programas Externos parauma melhor confiabilidade dos seus resultados.

    h) Podero ser utilizadas metodologias analticas da Associao Brasileira de NormasTcnicas (ABNT), de organismos internacionais de renome como, NIOSH, OSHA,ACGIH (EUA), DFG(Alemanha), entre outras, como referncia.

    i) No caso de s utilizar metodologias que requeiram o uso de bombas de amostragemde fluxo constante, os seguintes critrios devero ser seguidos: as bombas devem ser calibradas contra qualquer sistema padro primrio decalibrao, ou padro secundrio devidamente aferido; a calibrao deve ser feita antes e aps cada coleta de amostra, obedecendo-se oscritrios de correo dos valores de vazo; para efeito da avaliao estatstica, s sero admitidas amostras cujas variaes nosresultados das calibraes sejam de, no mximo, 5%, isto , se o resultado absolutoda expresso:

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    result. da calibrao inicial - result. da calibrao final x 100

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    e) Recomenda-se que a freqncia mnima para o monitoramento seja a seguinte:

    I > 1 devem ser adotadas medidas de controle que conduzam a valores de I < 1.

    Nesta situao, a freqncia de monitoramento deve ser aquela necessria para aavaliao das medidas adotadas.

    0,5 < I < 1 a freqncia mnima do monitoramento deve ser de 16 semanas.

    0,25 < I < 0,5 a freqncia mnima do monitoramento deve ser de 32 semanas.

    I < 0,25 a freqncia mnima de monitoramento deve ser de 64 semanas.

    f) Independente da avaliao do GHE, qualquer desvio dos resultados individuaisem relao aos Limites de Concentrao estabelecidos devero ser investigados,relatando-se as possveis causas e eventuais medidas recomendadas ou adotadas.

    g) Caso haja qualquer alterao, seja tecnolgica, operacional ou de procedimentose atividades, que levem suspeita de ocorrerem alteraes significativas no referidondice, deve-se realizar uma nova avaliao.

    h) At a realizao de uma nova avaliao, a situao a ser considerada comorepresentativa do objeto da avaliao (exposio do trabalhador ou do GHE, ou aconcentrao ambiental de Benzeno) ser aquela da ltima avaliao realizada.

    i) Quando ocorrerem situaes de emergncia tais como, respingos, vazamentos,rupturas ou outras falhas que possam levar a uma maior exposio ocupacional oua um aumento na concentrao ambiental de Benzeno, devero ser realizados,logo aps normalizada a situao, monitoramentos visando garantir que a situaoretornou ao nvel anterior. Caso a condio anterior situao de emergncia noseja alcanada, deve-se proceder uma nova avaliao padro, ou seja, paradeterminar o novo valor de I.

    j) Os monitoramentos realizados durante a situao de emergncia serviro, apenas,para a caracterizao da situao, visando o direcionamento e avaliao das medidascorretivas implantadas.

    k) A garantia de que as Limites de Concentrao no sero ultrapassados pode seratingida atravs do monitoramento contnuo com instrumentos de leitura direta(medio instantnea) acoplados a sistemas de pr-alarme e alarme principal quedesencadeiam medidas de controle para baixar a concentrao o mais rapidamentepossvel.

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    6. RELATRIO

    Todos as dados e informaes obtidos dentro do escopo desta Norma Tcnica devero serregistrados em relatrio completo, contendo:

    a) Informaes obtidas no item 4.1- Reconhecimento/Caracterizao.

    b) Determinao dos GHE acompanhada da justificativa tcnica quanto a todos oscritrios escolhidos.

    c) Estratgia de avaliao adotada acompanhada de justificativa tcnica quanto atodos os critrios escolhidos, inclusive do uso de monitores contnuos acoplados asistemas de alarme.

    d) Metodologia analtica utilizada, incluindo:

    sistemas do coleta utilizados; equipamentos utilizados (bombas de amostragem, instrumentos de leitura direta,medidores do umidade relativa e temperatura, medidores de velocidade de vento,etc.); mtodo de anlise adotado; clculos dos resultados de concentrao detalhados informaes gerais sobre a metodologia analtica conforme item 4.2.7 (limites dedeteco, sensibilidade, especificidade, preciso, validao em campo, programasde controlo de qualidade interno e externo que participa ou desenvolve, etc.).

    e) Resultados das avaliaes e a julgamento das situaesDevero estar relacionados:

    nomes dos trabalhadores amostrados; os responsveis pelas coletas; os responsveis pelas anlises laboratoriais; a instituio que realizou os monitoramentos; a instituio que realizou as anlises das amostras; as datas e horrios em que foram realizadas as coletas/medies; as condies operacionais e dos locais de trabalho durante os monitoramentos; todos as resultados de concentrao obtidos; os resultados das avaliaes realizadas conforme item 4.4, acompanhado dosrespectivos clculos julgamento tcnico do resultado final.

    f) Recomendaes gerais

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    APNDICE 1

    CLCULOS ESTATSTICOS

    Procedimento

    Para cada situao avaliada os resultados de concentrao mdia de Benzeno (mnima de5) devero ser tratados da forma descrita abaixo:

    1. Os principais parmetros a serem obtidos so: nmero de resultados totais = n graus de liberdade (n-1) = g maior resultado = Max. * menor resultado = Min. * media aritmtica dos resultados = MA * desvio padro da MA para (n-1)= DP * Logaritmo neperiano (ln) dos resultados = ln(xi) media dos ln(xi)= M(ln) desvio padro de M(ln) para (n-1) = DP(In) media geomtrica = MG * desvio padro geomtrico DPG * t( /2) do Student para 95% e g. graus de liberdade = t( /2)

    * resultados no usados nos clculos estatsticos, mas subsidiam o julgamento profissional

    2. Para efeito desta Norma Tcnica, os resultados nulos ou abaixo do limite de deteco domtodo devero ser considerados como sendo o valor correspondente metade do limitede deteco (Ex.: Caso o limite de deteco da metodologia seja igual a 0,1 ppm, todos osresultados nulos ou abaixo deste valor sero considerados como sendo 0,05 ppm).

    3. O grau de liberdade (g) sempre o nmero total do resultados menos 1 (n-1).

    4. A mdia aritmtica (MA) igual a soma dos resultados dividido pelo nmero destes.

    MA = X1 + X2 + ........ + Xn (1)n

    5. O desvio padro (DP) da mdia aritmtica (MA) igual a:

    DP = 1 (Xi.MA)2 (2)n-1 i=1n

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    6. Tanto mdia aritmtica MA quanto o seu desvio padro DP, podem ser obtidosdiretamente em qualquer calculadora cientfica, bastando para isso, inserir todos osresultados Xn na funo estatstica da calculadora e pedir diretamente que a mesma forneaos resultados de MA e de DP, este ltimo para n-1 graus de liberdade.

    7. O logaritmo neperiano (lnxi) dos resultados, a sua mdia, M(ln), e respectivo desviopadro, DP(ln), podem ser obtidos com auxlio da mesma calculadora.

    8. A mdia geomtrica dos resultados, MG, e o desvio padro geomtrico para n-1grausde liberdade, DPG(n-1), so obtidos aplicando-se, na calculadora, a funo exponencial (e

    X)ou anti ln (o inverso de ln) sobre as resultados de M(ln) e DP(ln), respectivamente.

    9. A partir da Tabela Resumida da Distribuio