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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia ACORDOS DE PARCERIA PARA PESCA SUSTENTÁVEL UNIÃO EUROPEIA - PAÍSES TERCEIROS RELATÓRIO DO COMITÉ CIENTÍFICO CONJUNTO 5ª Reunião do Comité Científico entre a República da Guiné- Bissau e a União Europeia 10-12 de Maio 2016 Instituto Espanhol de Oceanografia IEO - Cadiz, Espanha Editado por Ignacio Sobrino (Presidente) Vitorino Nahada (Vice-presidente) Sebastián Rodríguez (Relator)

ACORDOS DE PARCERIA PARA PESCA SUSTENTÁVEL … · Relatório da reunião anual do Comité Científico Conjunto sobre o acordo de pesca entre a República da Guiné-Bissau e União

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

ACORDOS DE PARCERIA PARA PESCA SUSTENTÁVEL UNIÃO EUROPEIA - PAÍSES TERCEIROS

RELATÓRIO DO COMITÉ CIENTÍFICO CONJUNTO

5ª Reunião do Comité Científico entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

10-12 de Maio 2016

Instituto Espanhol de Oceanografia IEO - Cadiz, Espanha

Editado por Ignacio Sobrino (Presidente)

Vitorino Nahada (Vice-presidente) Sebastián Rodríguez (Relator)

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

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Contactos:

Comissão Europeia Direcção-Geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas Rue Joseph II, 99 1049 BRUXELLES – Belgique

Centro de Investigação Pesqueira Aplicada (CIPA) de Bissau Av. Amílcar Cabral, Bissau CP:102. BISSAU – Guiné-Bissau

Aviso Legal:

As informações, análises e conclusões apresentadas neste relatório são aquelas que seguem a reunião científica anual conjunta estabelecida nos termos do artigo 5.º do Protocolo de Parceria no domínio da pesca entre a República de Guiné-Bissau e da União Europeia e não refletem necessariamente os pontos de vista das duas partes no referido acordo. Eles não prejudicam em particular a posição futura de ambas as partes no âmbito do Acordo incluindo os seus protocolos. O conteúdo deste relatório, ou parte dele, não pode ser reproduzido sem referência explícita à fonte.

Referências a este relatório: Sobrino I., Nahada V., Rodríguez S., 2016. Relatório da reunião anual do Comité Científico Conjunto sobre o acordo de pesca entre a República da Guiné-Bissau e União Europeia. Cadiz, 71 paginas + 5 Anexos.

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

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Sumário

A quinta reunião do Comité Científico Conjunto (CCC) foi organizada no âmbito do Acordo de Parceria no domínio da pesca sustentável (SFPA) entre a União Europeia (UE) e a República da Guiné-Bissau (GB) entre os dias 10 e 12 de Maio de 2016. O principal objetivo desta quinta reunião foi a atualização das estatísticas de pesca, avaliar o progresso na realização das tarefas definidas pela última reunião do comité científico conjunto da UE-GB realizada em abril de 2015 e providenciar aconselhamento científico por grupos de espécies. Quanto às estatísticas de pesca, verificaram-se as bases de dados disponíveis e atualizadas até 2015. O CCC analisou as diversas pescas e acordou em realizar um nova análise relativo as espécies demersais nomeadamente, a revisão mais profunda da composição da captura das espécies acompanhantes, a distribuição espacial do esforço de pesca das frotas disponíveis, assim como uma descrição das frotas envolvidas para uma melhor compreensão do desenvolvimento das atividades das pescas. Relativamente ao estado de exploração dos principais recursos, o Comité Científico Conjunto considerando a fiabilidade dos dados disponíveis poderiam extrair conclusões preliminares básicas. As campanhas científicas biológicas e dados biológicos de pesca comercial foram extremamente útil na avaliação de todas as pescas o que ajudou a alcançar as conclusões preliminares. Contudo, foram calculados os esforços e rendimentos. Com base nestes resultados, e tendo em conta o problema encontrado sobre os dados foi difícil de providenciar conclusões, especialmente aquelas relacionadas com as tendências das abundâncias. Contudo o CCC pode concluir que as pescarias estão sob grande valores da mortalidade por pesca, tendo em consideração o princípio da precaução, seria aconselhável reduzir os valores de mortalidade por pesca. O Comité recomenda prosseguir com o trabalho de atualização e correção das estatísticas de pesca, a utilicaçao uniforme das unidades da capacidade de pesca, o papel da pesca artesanal costeira nas pescas globais, a formação de observadores a bordo, os resultados do CCC sean fornecidos aos respetivos grupos de trabalho COPACE, a continuaçáo da coleta de dados na Rías Buba, Cacheu e Cacine e um trabalho mais continuo do CCC ao longo do ano.

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Abstract The fifth Joint Scientific Committee (JSC) was organized in the framework of the Sustainable Fisheries Partnership Agreement (SFPA) between the European Union (EU) and Guinea Bissau (GB) between 10 and 12 May 2016. The main objective of this fifth meeting was the update of the fisheries statistics and evaluate progress in achieving the tasks defined by the last joint scientific committee meeting held in April 2015 and provide scientific advice by group of species. Concerning fishing statistics, available databases were updated until 2015. The JSC analyzed the different fisheries and agreed on: the realization of a new analysis on demersal fishing (appart from that carried out with cephalopod and shrimp licences) and a more thorough review of the composition of by-catch. The analysis of the spatial distribution of fishing effort by fleets were available, together with the description of the fleets involved in order to achieve a better understanding of the development of fisheries. Regarding the state of exploitation of the main resources, the Joint Scientific Committee considering the reliability of available data could draw basic preliminary conclusions based on efforts and yiends calculated. The biological scientific campaigns and biological data from commercial fishing were extremely helpful in the evaluation of all the fisheries, which helped to reach the preliminary conclusions. Based on these results, because of the problems discussed on the available data it was difficult for the JSC to provide findings, especially those relating to trends in abundance. However the JSC concluded that the fisheries are showing high fishing mortality values, and considering the precautionary principle, it would be advisable to reduce them. The Committee recommends continuing working on the fishing statistics corrections and update, normalizing the fishing capacity units, the analysis of the small scale fishing role on the global fishery, the training of scientific observers onboard, to facilitate the JSC results to the relevant COPACE working Groups, the continuation of data collection in the Rías Buba, Cacheu e Cacine and a more continous work of the JSC throughout the year.

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

Índice

1 Introdução e objectivos ................................................................................................. 7

2 Descrição geográfica e oceanográfica ......................................................................... 8

3 Frota ............................................................................................................................. 9

4 Estatísticas de pesca.................................................................................................. 10

5 Pescaria de Cefalópodes 2015 .................................................................................. 11

5.1 Frota ..................................................................................................................... 11

5.1.1 Frota da UE................................................................................................ 11

5.1.2 Outras frotas .............................................................................................. 12

5.1.3 Evolução da frota de cefalópodes .............................................................. 12

5.2 Estatísticas de pesca ............................................................................................ 13

5.2.1 Capturas .................................................................................................... 13

5.2.2 Esforço ....................................................................................................... 15

5.2.3 Composição da captura ............................................................................. 17

5.2.4 Distribuição espacial da pescaria de cefalópodes e principais espécies (O. vulgaris e Sépia spp.) ............................................................................................. 19

5.3 Problemas encontrados ........................................................................................ 19

5.4 Recomendações................................................................................................... 20

6 Pescaria de Crustáceos 2015 .................................................................................... 21

6.1 Frota ..................................................................................................................... 21

6.1.1 Frota da EU................................................................................................ 21

6.1.2 Outras frotas .............................................................................................. 22

6.1.3 Evolução da frota de crustáceos ................................................................ 22

6.2 Estatísticas de pesca ............................................................................................ 23

6.2.1 Capturas .................................................................................................... 24

6.2.2 Esforço ....................................................................................................... 27

6.2.3 Composição da captura ............................................................................. 32

6.2.4 Distribuição espacial do esforço da frota de camarão espanhola no ano 2015 36

6.3 Problemas encontrados ........................................................................................ 36

7 Pescaria de Demersais 2015 ..................................................................................... 38

7.1 Frota ..................................................................................................................... 38

7.2 Estatísticas de pesca ............................................................................................ 38

7.2.1 Capturas .................................................................................................... 38

7.2.2 Esforço ....................................................................................................... 39

7.2.3 Composição da captura ............................................................................. 39

7.2.4 Distribuição espacial da pescaria de peixes demersais na ZEE de Guiné-Bissau 40

7.3 Recomendações................................................................................................... 40

8 Pescaria dos Pelágicos 2015 ..................................................................................... 41

8.1 Frota ..................................................................................................................... 41

8.1.1 Evolução da frota de Pequenos pelágicos ................................................. 41

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

6

8.2 Estatísticas de pesca ............................................................................................ 42

8.2.1 Capturas .................................................................................................... 42

8.2.2 Esforço ....................................................................................................... 43

8.3 Problemas encontrados ........................................................................................ 44

8.4 Recomendações................................................................................................... 44

9 Situação atual de avaliação dos recursos pesqueiros ................................................ 45

9.1 Avaliação pelos métodos indiretos ....................................................................... 45

9.2 Avaliação pelos métodos diretos .......................................................................... 47

9.2.1 Campanhas de investigação ...................................................................... 47

9.3 Biologia das espécies principais ........................................................................... 50

9.3.1 Resultados da campanha "GUINÉ-BISSAU 01-2016" ............................... 50

9.3.2 Biologia das principais espécies capturadas pela frota espanhola nas águas da Guiné-Bissau a partir de dados de observação a bordo ......................... 55

9.4 Recomendações................................................................................................... 56

10 Primeiros ensaios de avaliação e estimativas de pontos de referência biológicos ..... 60

10.1 Recursos demersais ............................................................................................. 60

10.2 Recursos pequenos pelágicos ............................................................................. 60

11 Estratégias de gestão e conceito de excedente biológico .......................................... 61

12 Conclusões sobre recursos explorados na ZEE da Guiné-Bissau ............................. 62

13 Recomendações ........................................................................................................ 64

14 Referências bibliográficas .......................................................................................... 68

15 Documentos de Trabalho ........................................................................................... 68

16 Lista de Tabelas ......................................................................................................... 69

17 Lista de Ilustrações .................................................................................................... 71

18 Lista de Acrónimos ..................................................................................................... 73

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

1 Introdução e objectivos

O Acordo de Parceria no domínio das pescas entre a República do Guiné-Bissau e a União Europeia implementada desde o final de Novembro de 2014, e do Protocolo relacionado para o período de 2014-20171 prevê a organização de uma reunião anual de Comité Científico Conjunto (CCC), que reúne cientistas de ambos lados. Esta reunião tem como objetivo proporcionar à Comissão Mista as informações sobre a descrição das pescas e sobre o estado das unidades populacionais de peixes e crustáceos abrangidos pelo Acordo e do seu Protocolo e, mais genericamente, para produzir opiniões sobre a base a melhor informação disponível e para assegurar a gestão sustentável dos recursos haliêuticos na zona de pesca da Guiné-Bissau. Para este fim, o CCC é convocado pelo menos uma vez por ano em sessão ordinária. A quinta reunião foi realizada em 2016 em Cádis no Centro do Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO), de 10 a 12 de maio de 2016 e contou com a participação de 7 científicos e um observador – Anexo 1. A reunião do CCC foi aberta e presidia pelo Diretor de IEO-Cadiz, Dr. Ignacio Sobrino. Em 2016, a 5ª reunião do CCC teve a agenda elaborada conjuntamente pelas ambas partes do acordo, conforme previsto no Anexo 2. O grupo nomeou Victorino Assau Nahada (GB) como vice-presidente e Sebastián Rodríguez (UE) como redactor das discussões e conclusões da reunião. Os objetivos da quinta reunião do Comité Científico Conjunto foram os seguintes:

Compilar e analisar toda a informação das estatísticas de pesca anteriores a 2015;

o Quatro grupos de trabalho: crustáceos, cefalópodes, demersais e pequenos pelágicos;

Compilar as campanhas de investigação anteriores a 2016;

o Analisar os resultados da campanha de investigação realizada em Fevereiro de 2016;

Providenciar aconselhamento científico sobre futuras oportunidades de pesca para recursos demersais e dos pequenos pelágicos;

Providenciar aconselhamento científico sobre futuras medidas técnicas de gestão;

Analisar o progresso das tarefas a realizar ou monitorizar por CCC.

A estrutura do presente relatório segue a da agenda acordada e resume os resultados das análises e discussões na reunião.

1 OJ L328 de 13.11.2014. http://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:22014A1113(01)&qid=1416916918243&from=EN

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2 Descrição geográfica e oceanográfica2

A Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Guiné - Bissau localiza-se ao norte da República do Senegal, (12º 22’ N) e ao sul com a República da Guine Conakry. É um ecossistema situado estrategicamente entre dois grandes ecossistemas marinhos tais como: Grande Ecossistema Marino de Corrente das Canarias (CCLME) e Grande Ecossistema Marinho de Correntes do Golfo de Guine (GCLME), sendo estes considerados de alta produtividade. A combinação de fatores tanto climáticos assim como hidrológicos contribuem para existência de uma grande produtividade nesta zona, visto que a Guiné Bissau tem uma vasta extensão de plataforma continental. Esta plataforma é uma das mais extensas da África ocidental, com uma extensão de 75 milhas ao norte e 60 milhas ao sul cobrindo uma superfície total de 10 800 km2. Uma das características desta zona é a presença de vários estuários, destacando-se os dos rios Cachéu, Geba, Mansoa, Corubal, Rio grande de Buba, Tombali e Cacine bem como numerosos canais, alguns navegáveis, mesmo por embarcações de grande porte, como os do Geba, Bolama e Orango, estes estuários estão formados por grandes quantidades de magal, que é uma das maiores da África ocidental, isto proporciona um ambiente favorável para a reprodução, crescimento, refugio e alimentação de varias espécies de peixes, crustáceos e cefalópodes (Ilustração 1).

2 CIPA, 2015. Estúdio da Distribuição espaço temporal das espécies e avaliação indirecta dos stocks capturados pelas pescarias industriais na zona

económica exclusiva da Guiné-Bissau.

Ilustração 1 Mapa ZEE Guiné-Bissau

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A ZEE da Guiné-Bissau está dividida em quatro zonas em função do tipo de sedimento e de profundidade:

1. Zona pouco profundo (20-75 m de profundidade), com fundos moles (areias e lodos), situados no norte e está próximo da desembocadura dos Rios Cacheu e Geba.

2. Continua ao sul na mesma linha batimétrica, em que se encontra uma zona com fundos duros próximos do arquipélago dos Bijagós, associados com fundos de coral que atravessam varias elevações de canhões.

3. Até a profundidade de 200 m, encontramos zonas com fundos moles (areias e lodo), alterando com fundos mais duros (gravilhas e afloramentos rochosos).

4. A partir dos 400 m e até os 600 m predominam os sedimentos moles, sobre tudo ao sul do paralelo 11º 00’ N, onde a plataforma torna-se mais extensa e plana, em relação a zona sul até norte onde as isóbatas são muito próximas.

Do ponto de vista oceanográfico, este ecossistema é caracterizado de fortes variações das condições oceanográficas, com valores elevados de produtividades durante a estação seca devido aos afloramentos que ocorrem entre Janeiro e Fevereiro as descargas dos rios durante a época das chuvas. Tudo isto, advém da alta produtividade anteriormente mencionada. Assim mesmo a presença dos estuários condicionam o comportamento de determinadas espécies de peixes e crustáceos e seu bom uso por motivos reprodutivos ou de alimentação, seguindo o ciclo da época seca ou de chuvas.

3 Frota

Os recursos pesqueiros estão sendo explorados por dois tipos de frotas bem diferenciadas tais como as artesanais e industriais. A diferença entre ambas está na lei 6-A/2000 de 22 de agosto, considerando a frota artesanal aquela sem motor ou com motor menor ou igual a 60 CV e que podem pescar em toda faixa costeira assim como nos rios e no Arquipélago dos Bijagós. No que diz respeito a atividade pesqueira das frotas industriais devem ser desenvolvidas a partir das 12 milhas das águas territoriais. A frota artesanal é composta de um elevado número de canoas, tanto da Guiné- Bissau, assim como do Senegal, da Guiné Conakry, Serra-Leoa etc, que desenvolvem as suas atividades nos grandes rios, estuários e Arquipélago dos Bijagós. As suas capturas são compostas de uma grande variedade de peixes e crustáceos de águas pouco profundas. Desde 1978, vinham operando frotas industriais estrangeiras constituída fundamentalmente por arrastões, em algumas ocasiões palangreiros e ultimamente frotas de arrasto pelágico e atuneiros de cercos.

Em 2015 operaram nas águas da Guiné-Bissau 144 navios de pesca industrial de diferentes nacionalidades, entre os quais 17 foram licenciados na pesca dos cefalópodes, 32 licenciados em crustáceos, 50 em pesca demersal, 16 com licenças pelágicas, 26 com licenças mistas de cefalópodes e 3 com licenças mistas. A tabela abaixo representa a repartição de licenças por navios licenciados.

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N/O

Pais / Tipo

Licença

Arrastões

Pelagicos TOTAL Crustaceos Cefalopodes Demersal Mistas

1 China - - 38 24 / M

(6)3

1 63

2 Comores - - - - 4 4

3 Guiné (Conakry)

- - - - 3 3

4 Coreia de Sul - - 7 - - 7

5 Espanha 9 11 - - - 20

6 Gregia 1 2 - - - 3

7 Guiné-Bissau - - 1 1 - 2

8 Italia - 2 - - - 2

9 Kits & Nevis - - - - 3 3

10 Marrocos 5 - - - - 5

11 Mauritânia - - - 2 - 2

12 Rússia - - - - 4 4

13 Senegal 17 2 4 2 / M (2)4 1 26

TOTAL GERAL 32 17 50 3 + 26

(M) 16 144

4 Estatísticas de pesca

Foi atualizada a informação estatística da Guiné-Bissau que permitiu ter o acesso mais fácil aos dados sobre as capturas realizadas pelos navios da União Europeia, China e dos outros países que operam na ZEE da Guiné-Bissau. A Guiné-Bissau criou uma base de dados em Microsoft Excel para cada ano que permite fazer consultas estruturadas e fácil acesso aos dados de capturas realizadas pelos navios de todas as frotas que operam na ZEE da Guiné-Bissau, en base a los dados recopilados por observadores a bordo. Contudo, as informações estatísticas ainda continuam com os problemas relativos à nomenclatura e à fiabilidade dos dados, pelo que foi necessário uma atualização estatística para todas as frotas. O CCC decidiu discriminar as principais espécies e incluir um capítulo sobre as capturas demersais dado que em muitos casos representam uma parte significativa da captura total. As estatísticas de pesca das frotas licenciadas para os crustáceos, cefalópodes, demersais e espécies pelágicas na Guiné-Bissau, tanto europeia como de outras nacionalidades, incluyendo las capturas das principais espécies assim como esforço e rendimentos estão indicadas respectivamente nas subsecções 5-8.

3 Vinte e quatro navios operam, respectivamente durante um Semestre com as licenças de cefalopodes e no 2.° Semestre com as de Peixes (M =

Licença Mista). 4 Idem.

Tabela 1 Numero de navios licenciados por nacionalidade e tipo de pesca.

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5 Pescaria de Cefalópodes 2015

5.1 Frota

A frota de pesca dirigida a cefalópodes é composta por navios industriais com comprimentos que variam de 18 a 60 m, com TAB (tonelagem de arqueação bruta) que varia de 136,80 a 695 e potência de motor que varia de 430 a 11 509 CV. Esta pescaria é dominada pelos navios da União Europeia e da República Popular de China. Em relação a utilização de artes de pesca o plano de gestão dos recursos pesqueiros‚ com base no regulamento da Pesca Industrial da Guiné-Bissau, prevê a utilização da malhagem de 70 mm para a licença dos cefalópodes.

5.1.1 Frota da UE

Espanha‚ Grécia‚ Itália e Portugal são os únicos países da União Europeia que ao longo do período de 2000 a 2015 operaram nas águas da Guiné-Bissau. De referir que a Espanha é o país que durante o período em questão operou de forma continua com excepção do período da interrupção de atividades de pesca nas águas de Guiné-Bissau (Junho de 2012 a Dezembro de 2014). As artes de pesca utilizadas por os navios europeos variam entre o arrasto “tipo espanhol” ou com bobinas no cabo inferior, arrasto “tipo coreano”. As capturas são congeladas o que permite uma autonomia maior (em media 50 a 60 dias de mar).

Frota Espanhola A frota espanhola dirigida à componente de cefalópodes é constituída por navios de arrasto congeladores com porto de registo em La Luz e Las Palmas (Ilhas Canárias) e Vigo. Tal como a frota de crustáceos, esta frota tem alternado tradicionalmente a pescaria nestas zonas com as zonas de pesca dos países vizinhos, como Mauritânia, Senegal e Guiné-Conacri. Com o fim dos acordos das pescarias mistas entre a União Europeia e o Senegal e a Guiné-Conacri, e o desaparecimento desta categoria de pesca no passado protocolo do acordo de pesca com a Mauritânia,a atividade desta frota na Africa ocidental limita-se à Guiné-Bissau. As capturas são transportadas por cargueiros a porto de Canárias, Porto La Luz e Las Palmas, embora nos últimos anos se verificarem descargas também em Dacar (Senegal). Originalmente esta frota estava mais dirigida à pesca de choco (Sepia officinalis e S. hierredda), no entanto, o considerável aumento das capturas de polvo (O.vulgaris) nos últimos anos, levou a uma mudança nas espécies alvo da pescaria.

Frota Grega A frota da Grécia é composta por 1 navio de arrasto congelador de cefalópodes com um TAB de 145,33.

Frota Italiana A frota da Itália é composta de 2 navios de arrasto congeladores de cefalópodes com um TAB de 481,6.

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5.1.2 Outras frotas

A República Popular da China é um dos países que tem acordo de pesca com a Guiné-Bissau e apresenta 24 navios de pesca cefalopodeira (um semestre), e que também operaram durante seis meses com licenças de peixes. A frota chinesa tem um TAB médio de 199,11. A restante frota é composta de 6 navios (4 pertencem ao pavilhão do Senegal e 2 ao pavilhão de Guiné e Mauritânea) afretados com TAB médio de 250,51. As capturas são congeladas o que permite uma autonomia maior (em media 50 a 60 dias de mar). Abaixo é apresentado a tabela dos países que operaram com licenças cefalópodes nas águas da Guiné Bissau durante o ano 2015.

País TAB médio Nº Barco

Espanha 322.92 11

Itália 481.65 2

Grecia 145.35 2

China 199.11 24/Misto (6)5

Senegal 250.51 2 + 2/M (6)6

5.1.3 Evolução da frota de cefalópodes

A Ilustração 2 demonstra a evolução da frota cefalopodeira ao longo dos anos (2000 a 2015). Com excepção do ano 2014 em que houve um aumento de número de navios, o analise sobre a evolução demonstra uma diminuição clara a frota cefalopodeira nas águas da Guiné-Bissau tanto para a UE como para as outras frotas. O maior declínio ocorre a partir de 2000 a 2002. Há uma tendência descendente a partir de 2008 hata 2013, mas em 2015, o número de navios é o mesmo nível que no final de 2000.

5 Vinte e quatro navios operaram respectivamente durante seis meses na pecaria de cefalópodes e seis meses na de peixes.

6 Idem.

Tabela 2 Numero de navios licenciados (cefalópodes) por nacionalidade e tipo de pesca

Ilustração 2 Evolução das frotas da U.E. e outros países de 2000 a 2015

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5.2 Estatísticas de pesca

A Guiné-Bissau criou uma base de dados em Excel para cada ano que permite fazer consultas estruturadas e fácil acesso aos dados de capturas realizadas pelos navios de todas as frotas que operam na ZEE da Guiné-Bissau. Os dados são coletados pelos observadores a bordo dos navios mencionados. Contudo, as informações estatísticas ainda continuam com os problemas relativos à nomenclatura e à confiança dos dados, sendo assim feita atualização estatística para todas as frotas. As capturas das principais espécies das frotas licenciadas para os cefalópodes na Guiné-Bissau, tanto para a frota europeia como para as outras nacionalidades assim como esforço de pesca e os respetivos rendimentos estão indicados na Tabela 3. Esta tabela discrimina apenas as principais espécies objetivo de cada frota, enquanto as outras espécies (peixes principalmente) estão agrupadas numa única categoria "outros". A decomposição das capturas "outros" é importante dado que em muitos casos representam uma parte significativa da captura total.

5.2.1 Capturas

As capturas das principais espécies da frota licenciada para os cefalópodes na Guiné-Bissau, tanto europeia como de outras nacionalidades estão indicadas na Tabela 3. Esta tabela tem toda a série histórica compilada de 2000 a 2015.

PAIS CAPTURA (t) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

O. vulgaris 68.2 8.2 767.2 1652.7 596.0 282.7 500.2 1390.0 1036.4 988.7 671.3 264.1 183.0 637.4

Sepia spp. 246.4 16.2 283.1 135.2 231.6 66.4 773.2 728.6 653.7 384.3 191.1 95.7 384.2 272.0

Otros 1020.4 279.9 1193.8 2427.5 1919.6 1036.6 3360.6 4056.5 4233.8 2076.4 2355.8 1237.2 905.5 10029.7

TOTAL ESPANHA 1335.1 304.3 2244.0 4215.3 2747.1 1385.7 4634.0 6175.2 5923.9 3449.4 3218.1 1597.0 1472.7 10939.2

O. vulgaris 0.6 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 72.3 2.6 32.0 0.0 0.0 0.0

Sepia spp. 41.4 80.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 18.7 22.8 30.9 0.0 0.0 0.0

Otros 91.2 87.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 54.3 27.1 53.2 0.0 0.0 0.0

TOTAL PORTUGAL 133.2 169.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 145.3 52.5 116.1 0.0 0.0 0.0

O. vulgaris 117.6 41.0 47.4

Sepia spp. 105.7 41.0 50.6

Otros 95.0 49.1 171.5

TOTAL ITÁLIA 318.3 131.1 269.6

O. vulgaris 274.6 179.0 125.7

Sepia spp. 83.7 4.9 24.1

Otros 588.8 255.0 475.0

TOTAL GRECIA 947.1 438.9 624.8

O. vulgaris-UE 68.8 8.4 839.4 1655.3 628.0 282.7 500.2 1390.0 1108.6 991.3 703.2 656.3 403.0 810.6

Sepia spp.-UE 287.8 97.1 283.1 135.2 231.6 66.4 773.2 728.6 672.5 407.1 222.0 285.1 430.1 346.7

Otros 1111.5 367.8 1248.1 2454.6 1972.8 1036.6 3360.6 4056.5 4288.1 2103.4 2409.0 1921.0 1209.6 10676.3

TOTAL U.E. 1468.2 473.3 2244.0 4215.3 2747.1 1385.7 4634.0 6175.2 6069.2 3501.9 3334.2 2862.4 2042.7 11833.6

O. vulgaris-Otro 99 482 402 595 693 377 457 1417 364 1670 869 698 865 767 6271 734

Sepia spp.-Otro 1314 1168 347 581 304 395 220 904 429 1420 730 651 818 270 3335 829

O tros 182 631 3418 4139 2732 8005 1559 5442 2578 4218 2801 2827 6165 2325 23913 3829

TOTAL 1595 2281 4167 5315 3728 8778 2237 7763 3371 7308 4400 4176 7848 3362 33519 5392

O. vulgaris 554 29 351 867 397 254 129 256 247 1043 655 554 1073 2405 151 390

Sepia spp. 0 55 1285 1726 1109 794 444 638 549 1470 534 662 882 1259 204 691

Otros 29446 21802 17634 43082 43781 70403 20159 33111 56576 54537 60617 67258 61980 64526 142760 108381

TOTAL 30000 21886 19270 45675 45287 71451 20732 34005 57372 57049 61806 68474 63935 68190 143115 109462

O. vulgaris-Total 722 519 1593 3117 1717 914 1086 3063 1719 3704 2227 1908 2341 3172 6422 1934

Sepia spp.-Total 1602 1320 1914 2442 1645 1255 1437 2271 1650 3296 1486 1598 2131 1529 3539 1867

* Otros (outras especies não cefalópodes)

Lic

en

ça

s C

efa

lóp

od

es e

Pe

ixe

s

OT

RO

S P

AIS

ES

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Lic

en

ças

TO

T

AL

ES

PA

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OR

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GA

LIT

ÁLIA

GR

ÉC

IAU

E

Durante o período analisado, as capturas mais elevadas correspondem à frota da União Europeia (11 834 t) seguida de "Outros países" com 109 462 t. Salienta-se que a grande parte da captura registada pela União Europeia é constituído por Outras

Tabela 3 Captura global do arrasto de cefalópodes na ZEE na Guiné-Bissau

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espécies com a captura de 10 676 t e o resto da captura (1 157 t) representa o valor da captura dos cefalópodes (O. vulgaris e Sépia spp).

Evolução das capturas dos cefalópodes (Sépia spp. e O. vulgaris) de frota da UE‚ e outros países de 2000 a 2015

A Ilustração 3 mostra a evolução das capturas de Sépia spp. para a frota europeia e as restantes frotas (Outros paises) nas águas da Guiné-Bissau de 2000 a 2015. Pode-se observar que a captura de Sépia spp de Outras frotas incluindo a China foi superior a da UE ao longo dos anos (2000 a 2015) com excepção do ano 2006 e 2008. Em 2015 registou-se uma diminuição clara das capturas de outras frotas com entrada da UE na actividade de pesca. Contudo, esta diminuição no se corresponde quantitativamente com o aumento de capturas de frota da EU.

A Ilustração 4 demonstra a evolução das capturas de O. vulgaris para a frota europeia e as restantes frotas (Outros) nas águas da Guiné-Bissau de 2000 a 2015.

Pode-se observar que as tendências o captura de O. vulgaris para a EU e para outras frotas são similares com excepção do período de interrupção do protocolo do acordo de pesca (Junho de 2012 a Dezembro de 2014) entre a Guiné-Bissau e a UE. Em 2015 registou-se uma diminuição clara das capturas de outras frotas com entrada da UE na atividade de pesca.

Ilustração 3 Evolução das Capturas de Sepia spp. da EU e Outras frotas de 2000 a 2015

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5.2.2 Esforço

Os dados apresentados na Tabela 4 representam o esforço (em dias de pesca) das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau, licenciadas respectivamente para os cefalópodes. Em relação a UE destacam-se os seguintes países: Espanha, Portugal, Itália e a Grécia. A Espanha é o único país que ao longo dos anos exerceu a actividade de pesca em águas da Guiné-Bissau de forma continua com excepção da interrupção registada a partir de Junho de 2012 a 31 de Dezembro de 2014.

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

ESPANHA 361 119 1031 241 498 197 946 2350 2134 1059 956 428 264 1591

PORTUGAL 540 900 96 36 84

ITALIA 178 59 128

GRECIA 482 165 357

Total UE 901 1019 1031 241 498 197 946 2350 2230 1095 1040 1088 488 2076

Otros Paises 3867 4629 1219 2765 1792 3158 417 2975 1280 3234 2614 2252 2997 966 10431 2355

TOTAL 4768 5648 2250 3006 2290 3355 1363 5325 3510 4329 3654 3340 3485 966 10431 4431

Os dados das capturas e esforço disponíveis de 2000 a 2015 permitiram calcular o CPUE (kg/dia pesca) dos navios que operam nas águas guineenses para as duas espécies principais de cefalópodes (O. vulgaris e Sepia spp.) mais capturadas pela frota da Espanha como se pode observar na Tabela 5. Os rendimentos sobre actividades da frota cefalopodeira foram determinados com base nos dados disponíveis no CIPA.

Ilustração 4 Evolução das Capturas de Octopus vulgaris da EU e Outras frotas de 2000 a 2015

Tabela 4 Esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau

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España 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Octopus vulgaris-Espanha 189.1 69.2 744.1 6857.6 1196.7 1435.0 528.8 591.5 485.6 933.6 702.1 617.0 693.2 400.7Sepia spp.-Espanha 683 136 275 561 465 337 817 310 306 363 200 224 1455 171C

PU

E

Os dados das capturas e esforço disponíveis de 2000 a 2015 permitiram calcular o CPUE (kg/dia pesca) dos navios que operam nas águas guineenses para as duas principais espécies de cefalópodes (O.vulgaris e Sepia spp.) mais capturadas para a todas as frotas como se pode observar na Tabela 6.

Otros Paises 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Octopus vulgaris 25.5 104.2 329.8 215.1 386.5 119.4 1095.8 476.3 284.4 516.3 332.4 309.8 288.7 794.4 601.2 311.5Sepia spp. 339.9 252.3 284.4 210.2 169.6 125.2 528.7 304.0 335.0 439.0 279.1 289.2 273.1 279.1 319.7 352.2C

PU

E

Evolução do rendimento (CPUE) das espécies (Sépia spp e O. vulgaris) das frotas cefalopodeiras

As figuras 5 e 6 demonstram a evolução do rendimento das espécies (Sepia spp e O. vulgaris, respectivamente) da frota espanhola e de outras frotas de 2000 a 2015 na actividade de pesca nas águas da Guiné-Bissau. Pode-se observar que a figura apresenta uma evolução típica de linhas quebradas do rendimento para espécies de vida corta. De uma maneira geral‚ o CPUE de O. vulgaris é superior ao da espécie Sepia spp, durante todo o período de actividade pesqueira na ZEE da Guiné-Bissau, e com o pico máximo em 2003. A evolução do rendimento (CPUE) de todas as frotas de cefalópodes que operam na ZEE da Guiné-Bissau, para as duas espécies é similar ao longo do tempo (2000 a 2011). Em 2012 o rendimento de sepia disparou-se para o valor mais alto relativamente aos restantes anos. O período que vai de 2013 a 2014 está em branco devido a interrupção do protocolo do acordo de pesca com a Guiné-Bissau.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

kg

/dp

Ano

CPUE Sepia spp.

Sepia spp.-Espanha Sepia spp.-Otro

Tabela 5 Captura por unidade de esforço das principais espécies de cefalópodes para a frota UE – Espanha.

Tabela 6 Captura por unidade de esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau

Ilustração 5 Evolução da CPUE para Sepia spp. de todas as frotas cefalopodeira na ZEE da Guiné-Bissau

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5.2.3 Composição da captura

União Europeia De acordo com os dados recolhidos pelos observadores abordo dos navios da frota industrial cefalopodeira espanhola constatou-se que a percentagem da composição da captura das otras espécies (nao cefalópodes) para 2015 foi de 92% igual ao registado em 2002 pela referida frota. Salienta-se que a percentagem da composição média ao longo dos anos fixou-se em 70% (Ilustração 7).

Ilustração 6 Evolução da CPUE para Octopus vulgaris de todas as frotas cefalopodeira ZEE da Guiné-Bissau

Ilustração 7 Evolução da percentagem por espécie da frota cefalopodeira da UE na ZEE da Guiné-Bissau

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Percentagem da composição das espécies capturadas na pesca de cefalópodes A composição de capturas das espécies demonstra que a pescada negra (Merluccius senegalensis) representa a espécie mais captura pela frota cefalopodeira com 44% seguido de carapau Trachurus spp. com 42%, polvo 10% e por último chocos com 4% (Ilustração 8).

China A composição das capturas de frota da China que faena com liceca de cefalopes se mostra en la Ilustracao 9. As capturas de outras species demersais, distintos os cefalópodes (outros) variam em média uma 85%, sendo que, a percentagem mais baixa, foi registada em 2009, correspondente a 75% e a mais alta foi de 95% em 2006 e 2015. No que se concerne a frota da China, esta é licenciada na pesca de cefalópodes e peixes.

Ilustração 8 Percentagem da composição das capturas da frota cefalopodeira da UE na ZEE da Guiné-Bissau

Ilustração 9 Evolução da percentagem por espécie da frota cefalopodeira da China na ZEE da Guiné-Bissau

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5.2.4 Distribuição espacial da pescaria de cefalópodes e principais espécies (O. vulgaris e Sépia spp.)

A figura 10 presenta a distribuição espacial do esforço de pesca da frota cefalopodeira a partir do sistema de localização satélite (VMS). Os dados sobre a distribuição do esforço de pesca estão compilados no relatório de consultoria realizada no âmbito do projeto PRAO juntamente com os do CIPA da frota espanhola, com vista permitir a análise da distribuição espaço temporal das espécies avariadas de forma indireta (stocks das pescarias industriais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau).

O. vulgaris foi capturado nas batimetrias que correspondem 10 a 100 metros de profundidade. A maior concentração do esforço se localiza na zona central para norte da zona de mudança da orografia da profundidade (11º 00' N). No caso de Sepia spp. o maior esforço de pesca concentra-se na zona norte do paralelo 11º 00' N. Posteriormente na zona sul, parece de pouco actividade pesqueira dirigida a mesma, ficando confinado entre 10 a 100 metros.

5.3 Problemas encontrados

1. Existem diferenças significativas entre os dados fornecidos pelas diversas fontes

disponíveis.Os dados registados nos diários de bordo da frota espanhola dos

cefalópodes relativamente as outras espécies não cefalópodes são muitos

Ilustração 10 Mapa de distribuição dos esforços da frota dos cefalópodes

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superiores aos registados pelo CIPA‚ com base nisso recomenda-se ao CIPA

para rever a base dos dados de 2015 da UE referente a pesca dos cefalópodes.

2. O CIPA deve continuar analisar os dias de pesca da frota de cefalópodes para o

ano 2012 tendo em consideração a diferença registada com os da Espanha.

3. Analisar e confirmar os dados das capturas da frota de outros países referente

ao ano 2014.

4. Fazer uma análise de verificação aos dados referentes a Espanha em 2003

quanto ao esforço de pesca (dias de pesca).

5.4 Recomendações

1. Revisão de base de dados para os anos 2003, 2012 e 2014 referente a UE e

outros países em seguintes aspectos:

Capturas

Esforço (Dias de pesca)

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6 Pescaria de Crustáceos 2015

6.1 Frota

A frota industrial de crustáceos ativa nas águas da Guiné-Bissau é composta por navios com comprimentos que variam de 12 a 50 metros, com tonelagem de arqueação bruta entre 74.21 TAB (de nacionalidade Espanhola) a 280 TAB (de nacionalidade Marroquina) e a potência de motor que varia de 365 a 2 500 CV. Em 2015 esta pescaria é dominada pelos navios da União Europeia (10 navios) e de Senegal (17 navios), tendo praticada esta pescaria os navios de Marrocos (5 navios). Em relação à utilização de artes de pesca o plano de gestão dos recursos pesqueiros‚ com base no regulamento da Pesca Industrial da Guiné-Bissau, prevê a utilização da malhagem de 50 mm para a licença de Crustáceos.

6.1.1 Frota da EU

As frotas europeias que operaram no período de 2000 – 2015, com exceção do junho de 2012 a Dezembro de 2014 (período de interrupção do acordo de pesca entre a Guiné-Bissau e a UE), foram as de bandeira de Espanha‚ de Grécia‚ de Itália e de Portugal, sendo a Espanha, o país com a frota mais importante, em termos de captura, a operar na ZEE da Guiné-Bissau e também o país que tenha operado de forma mais continua durante o período de vigência do acordo.

Frota Espanhola A frota espanhola dirigida a crustáceos é constituída por navios de arrasto congeladores com porte de registo em Huelva. Tradicionalmente, esta frota tem alternado as suas atividades na Guiné-Bissau com outras zonas de pesca vizinhas na África Ocidental, como, Senegal (até 2006), Guiné (até 2009) e da Mauritânia, embora atualmente os únicos acordos existentes que permitem este tipo de pesca são os da UE-Guiné-Bissau e EU-Mauritânia. Estes barcos utilizam tangones para a pesca de gamba e langostino, para pescas dirigidas à alistado e outras espécies de profundidades utilizam a arte clássica com portas traseiras (tipo “telhado”). A malhagem mínima estabelecida no protocolo de pesca passou de 40 mm, estabelecida no protocolo transacto, para 50 mm no protocolo vigente. As capturas de pesca são congeladas, pois as marés são de longa duração (por exemplo, em 2015 a duração média das marés foi de aproximadamente um mês e meio). As capturas eram tradicionalmente transportadas através de navios de carga até ao Porto Huelva, onde são comercializadas, mas atualmente as descargas se efectuam no Porto de Dakar (Senegal). Sem dúvida, a espécie, objetivo desta pescaria, é a gamba, Parapenaeus longirostris, que assume o valor promédio de 61% nas capturas anuais nos últimos 5 anos em que se efetuou a pesca (de 2009 a 2012 e 2015). Seguida em importância, de alistado Aristeus varidens (14%) e de langostinos Penaeus spp. (10%). Normalmente se considerava toda a captura de langostino da frota Espanhola como sendo Penaeus notialis, no entanto, os dados de observação científica a bordo tem permetido identificar três espécies distintas de langostino: langostino branco (P. notialis), langostino tigre (P.

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kerathurus) e langostino jumbo (P. monodon), sendo predominante a primeira espécie, conforme se pode constactar no Anexo 5 - relativo a captura acessória e descarte e/ou rejeição. Em observações científicas realizadas em 2015, a percentagem de cada espécie nas capturas de langostino foi de 74% (P. notialis), 14% (P. kerathurus) e 12% (P. monodon).

Frota Grega A frota da Grécia é composta de 1 navio de arrasto congelador de crustáceos. As capturas são congeladas o que permite uma maior autonomia (em media 50 a 60 dias de mar). A frota grega tem um TAB de 141.85

6.1.2 Outras frotas

A frota não Europeia com licença de camarão é composta de 22 navios dos quais 17 pertencem ao pavilhão do Senegal e 5 de Marrocos, com TAB médio de 170.7 e 200.7, respectivamente. Observou-se um aumento do número de frotas dos outros países (principalmente Senegal e Marrocos). As capturas são congeladas o que permite uma maior autonomia (em media 50 a 60 dias de mar). Abaixo é apresentado a tabela dos países que operaram com licenças de crustáceos nas águas da Guiné Bissau durante o ano 2015.

País TAB médio Nº Barcos

Espanha 119.97 9

Grecia 141.85 1

China Não disponível Não disponível

Marrocos 200.70 5

Senegal 176.60 17

6.1.3 Evolução da frota de crustáceos

A Ilustração 11 demonstra a evolução da frota de crustáceos ao longo dos anos (2000 a 2015). Análise da evolução demonstra uma diminuição da frota de crustáceos nas águas da Guiné-Bissau tanto para a UE assim como para as outras frotas, em relação o início da série. No entanto, de 2011 a 2015 observou-se um aumento do número de frotas dos outros países principalmente Senegal e Marrocos.

Tabela 7 Número de navios licenciados na pesca dos crustáceos em 2015 por TAB médio

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6.2 Estatísticas de pesca

As capturas das principais espécies das frotas licenciadas para os Crustáceos na Guiné-Bissau, tanto para a União Europeia como para as outras nacionalidades assim como esforço de pesca e os respetivos rendimentos estão indicados nas tabelas 8, 9, 11 e 12. As capturas de crustáceos de outras espécies conseguidas por outros tipos de licenças se muestran en la Tabela 10. A maior parte dos dados estatísticos analisados proveem do CIPA, a excepção dos dados da frota espanhola, fornecidos pelo IEO. A Guiné-Bissau criou uma base de dados em Excel para cada ano que permite fazer consultas estruturadas e fácil acesso aos dados de capturas realizadas pelos navios de todas as frotas que operam na ZEE da Guiné-Bissau. Esta informação é recolhida pelos observadores a bordo destos navios. Contudo, as informações estatísticas ainda continuam com os problemas relativos à nomenclatura e à confiança dos dados, sendo assim foi feita atualização estatística para todas as frotas. Também foram identificadas discrepâncias entre os dados disponíveis na base de dados mais recentes e aqueles fornecidos em reuniões anteriores do CCC, por alguns anos e frotas. Isto requer uma revisão urgente dos bancos de dados de CIPA. Os dados da frota espanhola são dos bancos de dados do IEO. Para o período 1999-2013, foram utilizados os dados fornecidos pela Associação Nacional de Armadores do navios congeladores de Pesca (ANAMAR). Estes dados são dados mensais da captura e de esforço das principais espécies (gamba, langostino, alistado, caranguejo), outros crustáceos agrupados e outras espécies (peixes e cefalópodes) para cada navio. A partir do ano 2015 foi encontrado uma melhor qualidade em relação aos anos anteriores, os dados dos diários de bordo são assegurados pela Secretaria Geral das Pescas, que têm a vantagem de fornecer dados de captura diária e muito mais informação das espécies capturadas. A partir do ano 2015 os bancos de dados foram apresentados com base nos dados de diários de bordo.

Ilustração 11 Evolução das frotas da U.E. e outros países de 2000 a 2015

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Os dados de 2015 para a Grecia foram fornecidos pela DG MARE (UE) por apresentarem maior captura, consequentemente, considerou-se mais fiável. As tabelas discriminam as principais espécies alvo de cada frota (gamba, alistado, langostino, carangueijo), outros crustáceos e outros (peixes e cefalópodes). O grupo de langostino compreende as três espécies de penaeus (P.notialis, P. kerathurus e P. monodon). Para a frota espanhola o caranguejo corresponde a uma só espécie de profundidade (Chaceon maritae), enquanto que, em resto de frotas em grupo de caranguejo se regista espécies de carangueijos que se encontram em diferentes profundidades.

6.2.1 Capturas

As capturas das principais espécies da frota licenciada para os crustáceos na Guiné-Bissau, tanto europeia como de outras nacionalidades estão indicadas na Tabela 8. Esta tabela tem toda a série histórica compilada de 1999 (frota espanhola) ou 2000 (outras frotas) a 2015.

Tabela 8 Captura global do arrastro de crustáceos (licencia camarão) na ZEE na Guiné-Bissau

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A Tabela 9 apresenta dados de captura de frotas com outras licença que pescaram crustáceos, seguida da Tabela 10 que representa o total de crustáceos, por espécies e grupo de espécies para todas as frotas que fainaram no período em causa.

A captura total das frotas com licença camarão é maior para as frotas não europeia, devido à elevada captura de espécies pertencentes à categoria de outros (não crustáceos). No entanto, a frota europeia é muito dirigida a captura de crustáceos de modo que os valores globais das espécies alvos são superiores para esta frota de 2004 a 2015 para gamba, de 2004 a 2012 para langostino e em toda a série histórica para alistado.

Evolução das capturas das principais espécies de crustáceos (P. longirostris e Penaeus spp.) de frota da UE‚ e Outros países de 2000 a 2015

As figuras 12 e 13 mostram, respectivamente, a evolução das capturas de gamba (P. longirostris) e langostino (Penaeus spp.), que são as espécies mais importantes de crustáceos capturados por todas as frotas industriais nas águas da Guiné-Bissau, tanto licenciados com tipo de camarão ou com outras licenças.

As capturas de gamba da frota da UE, durante os seus períodos de actividade, a partir de 2004 a 2012, têm sido maiores do que os de outras frotas, exceto para os primeiros anos da série analisada. Ainda, constatou-se um aumento importante das capturas efectuadas por frotas não Europeias no ano 2014, tanto das frotas com licença de camarão (especialmente de Senegal e Marrocos) como outros tipos de licenças.

Tabela 9 Captura global do arrastro de crustáceos (outras licencias) na ZEE na Guiné-Bissau

Tabela 10 Captura total do arrasto de crustáceos (licencia camarão e outras licencias) na ZEE na Guiné-Bissau.

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Para langostinos (Penaeus spp.), as capturas europeias foi mais elevada do que a captura do resto das outras frotas no período de 2004-2012. No entanto, em 2015 apesar da reincorporação desta frota à pescaria, registou-se maiores capturas com as frotas de outras nacionalidades (Senegal e Marrocos) com licença de camarão.

Ainda para a referida pescaria foi determinada as percentagens das capturas acessórias, no plano de gestão dos recursos haliêuticos para a pesca industrial de 2015, como se pode constatar na Tabela 11 abaixo:

Ilustração 12 Evolução das capturas de gamba Parapenaeus longoristris da EU e Outras frotas de 2000 a 2015.

Ilustração 13 Evolução das capturas de langostino Penaeus spp. da EU e Outras frotas de 2000 a 2015.

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Tipo de Pesca

UE CNFC SENEGAL AFRETAMENTO NACIONAL

pei. cef. cru. pei. cef. cru. pei. cef. cru. pei. cef. cru. pei. cef. cru.

Navios de pesca de camarão

50%

35% 50%

70% 15%

70% 15%

70% 15%

Plano de gestäo dos recursos pesqueiros da pesca industrial 2015

6.2.2 Esforço

Os dados na Tabela 12 representam o esforço (em dias de pesca) das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau com licencia para camarão, tanto da UE, como de outras nacionalidades. Os países europeus com licencia para camarão no período analisado foram Espanha, Portugal, Itália e Grécia, sendo Espanha o único país que tem realizado uma atividade de pesca continua nas águas da Guiné-Bissau, com excepção da interrupção de Junho de 2012 a finais de 2014.

A tabela 12 mostra as principais frotas não-europeias que tinham pescado com licença de camarão no período em questão, entre os quais a China, Senegal, Guiné-Bissau (até 2010) e Marrocos (desde 2013), juntamente com outros países que registarem menos esforço. Destaca-se o aumento do esforço de Senegal e Marrocos nos últimos anos.

Tabela 11 Percentagem de Captura Acessória para pescaria de crustáceos defenida no âmbito dos diferentes acordos de pesca.

Tabela 12 Esforço (em dias de pesca) das frotas que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau.

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Como mencionado acima, a disponibilidade de dados de qualidade a partir de diários de bordo pelo IEO tem proporcionado uma fonte de informação detalhada que permitiu, entre outras coisas, fazer estimativas dos esforços específicos da frota espanhola: esforço dirigido a gamba, langostino, alistado e outras espécies de profundidade (ver Tabela 13).

ESFORÇO ESPANHA (d.p.) 2015

Esforço para gamba 1822

Esforço para espécies profundas 956

Esforço para langostino 146

A CPUE estimado com esforço específico será um indicador mais preciso que a CPUE calculada com o esforço global. No entanto, na ausência de cadernos da pesca desta mesma qualidade nos mesmos anos, não poderá ser calculada a CPUE de esforço específico ao longo da série histórica. Através de fontes de dados do CIPA, se poderiam obter os dados de captura por espécie e por dia de pesca necessários para fazer uma estimativa dos esforços específicos, o que permitiria ter uma série histórica dos mesmos (e, portanto, melhores CPUEs para usar-se como indicador de abundância). No entanto, a falta de uma base de dados consistente, em que tenham sido refinados todos os tipos de erros identificados, impede de fazer estas estimativas por momento. Uma revisão e correção desta base de dados, portanto, permeteria, entre outras coisas, ter índice mais preciso da abundância.

Ilustração 14 Evolução del esforço pesqueiro (días de pesca) da EU e outras frotas de 2000 a 2015.

Tabela 13 Esforço específico (em dias de pesca) de gamba, especies de profundidade e langostino, da frota espanhola que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau.

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Evolução do rendimento (CPUE) das principais espécies das frotas de crustáceos

A partir de dados de captura e esforço global de principais frotas europeias (Espanha e Portugal) e outros países, foi estimado os rendimentos e esforço (CPUE) das principais espécies de crustáceos da frota industrial nas águas da Guiné-Bissau (Tabelas 14 e 15). A CPUE das frotas europeias, muito mais dirigida à captura de crustáceos que outras frotas, pode ser melhor indicador da abundância destas principais espécies. Mas mesmo dentro da frota europeia, existem diferentes estratégias: enquanto a frota espanhola é mais dirigida a espécies de profundidade (principalmente gamba e secundariamente alistado), a frota Portuguesa realiza pesca muito mais costeira, destinada a captura de langostino e com níveis mais elevados de espécies de captura acessória (peixes e cefalópodes). Esta última estratégia de pesca costeira parece ser tradicionalmente seguida por outras frotas não europeias. Tal como indicado, nas Ilustração 15 e 16 verifica-se variações claras nas tendências de CPUEs dependendo das frotas consideradas e, portanto, as diferentes estratégias de pesca seguidas por elas. A CPUE da frota espanhola pode ser um melhor indicador da abundância de gamba, porque a frota espanhola é mais direcionado para a captura desta espécie (Ilustração 15). Esta CPUE mostra as tendências típicas em um "dente de serra" (aumento-diminuição CPUE) de espécies de vida curta, com um valor mínimo em 2006, seguido por um aumento do recurso até o pico em 2008, seguido por uma nova redução até 2010. Após este ano, os rendimentos de gamba foram aumentando até a cessação desta pescaria em Abril de 2012. Após o retorno da frota a zonas de pesca em 2015, os rendimentos de gamba mantiveram-se estáveis em relação a 2012.

Tabela 14 Captura por unidade de esforço (kg/dia pesca) das principais espécies de crustáceos para a frota UE – Espanha e Portugal.

Tabela 15 Captura por unidade de esforço (kg/dia pesca) das principais espécies de crustáceos das Outras frotas com licencia camarão.

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A Ilustração 15 mostra as CPUE do langostino Penaeus spp. das frotas europeias (Espanha e Portugal) e não-europeias, licenciadas para crustáceos. Neste caso, a estratégia de pesca não é tão direcionada para a captura destas espécies, que é muitas vezes acompanhada por uma variedade de peixes e cefalópodes, portanto têm que ser cautelosos ao usar CPUE como um indicador da abundância de langostinos. Neste sentido, a tendência da frota espanhola (variação 2012-2015), como outras frotas não-europeias indicam uma diminuição de CPUE em 2015. Mas essa diminuição no rendimento (CPUE) não é consistente com o grande aumento da biomassa (mais de 200%), de langostino branco P. notialis, as principais espécies de camarão nas capturas, encontrado na última avaliação da campanha realizada no início de 2016 (Sobrino, 2016).

Ilustração 15 Evolução da CPUE de gamba Parapenaeus longirostris das frotas de crustáceos da UE (Espanha, Portugal) e de outros países na ZEE da Guiné-Bissau.

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Ademais das variedades de estratégias identificadas nas várias frotas dentro de uma mesma pesca também se observam diferentes estratégias associadas com a pesca a diferentes profundidades, dependendo da espécie objetivo. Um exemplo claro é a frota espanhola, que geralmente varia a sua estratégia de pesca de acordo com a abundância de espécies-alvo (gamba, langostino, alistado) e pode fazer capturas de diferente profundidade, ainda em um mesmo dia. Isto torna mais difícil de usar a CPUE estimada com o esforço global como um índice de abundância dessas espécies e forçado a fazer estimativas dos esforços específicos. A Tabela 16 mostra a CPUE das três espécies objetivo da frota espanhola estimada a partir de esforços específicos em 2015. Como explicado acima, as informações necessárias para fazer tais estimativas (captura por espécie, barco e dia do pesca) está disponível para o IEO apenas a partir deste ano. Portanto unicamente poderia ser estimado os esforços específicos da série histórica a partir de fontes CIPA, uma vez que suas bases de dados sejam corrigidas e bem organizadas.

CPUE ESPANHA (kg/d.p.) 2015

Gamba 475

Alistado 203

Langostino 261

Ilustração 16 Evolução da CPUE de Penaeus spp. das frotas de crustáceos da UE (Espanha, Portugal) e de outros países na ZEE da Guiné-Bissau.

Tabela 16 CPUE (em kg/dias de pesca) de gamba, espécies de profundidade e langostino, da frota espanhola que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau.

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6.2.3 Composição da captura

União Europeia Analisando a composição da captura das principais frotas da UE com licença de camarão (Espanha e Portugal), permite deduzir que existe duas estratégias de pesca distintas, como explicadas anteriormente. As figuras 17 e 18 mostram a composição das capturas de Espanha e de Portugal, respectivamente. Na maior parte da série de dados análisados, a gamba constitui a espécie mais capturada pela frota Espanhola, com percentagens que oscilam entre 49% a 79% do total da captura, seguida de alistado e do langostino. As capturas de "outras espécies", que inclui peixes e cefalópodes, são quase sempre inferiores a 10% do total da captura das frotas de Espanha com licença de crustáceos.

Nas capturas da frota Portuguesa (figura 18), a percentagem do grupo "outros" (peixes e cefalópodes) é muito elevado, apresentando valores variáveis que oscilam entre os 25% e os 83% no total das capturas. Os langostinos constituem o segundo grupo de espécies mais capturados. Estes dados indicam que a pesca realizada por esta frota ocorre, geralmente, em águas menos profundas do que a da frota Espanhola.

Ilustração 17 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies da frota de crustáceos da Espanha na ZEE da Guiné-Bissau

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Outras frotas com licença do camarão

A análise da composição das capturas de outras frotas (não europeias) que pescam com a licença de camarão na Guiné-Bissau exige uma correção de bases de dados disponíveis (CIPA), porque foram identificados erros na nomenclatura de espécies, não concordantes com as profundidades onde se encontram. Mesmo considerando esses erros, é evidente que essas frotas capturam mais peixes e cefalópodes (categoria "Outros") do que crustáceos, constituindo estas outras espécies entre 80% e quase 100% das capturas entre 2002 e 2010.

Deve ser destacado as elevadas capturas destas frotas em alguns anos neste período, que atingiram a mais de 31 000 e 22 000 toneladas em 2005 e 2008, respectivamente. A partir de 2011, as percentagens de outros variou entre 32 e 71%.

As espécies de crustáceos mais capturados são a Gamba e o Langostino, alternando a dominância dependendo do ano em causa.

Ilustração 18 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies da frota de crustáceos de Portugal na ZEE da Guiné-Bissau

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Composição específica da captura da frota espanhola de crustáceos en

2015 A partir das informações obtidas nos cuadernos de pesca de la flota española en Guinea Bissau, estimou-se a percentagem das diferentes espécies que fizeram parte da captura da frota de camarão espanhola em 2015 (Ilustração 20).

Ilustração 19 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies das outras frotas distintas das da UE, com licença de camarão, na ZEE da Guiné-Bissau.

Ilustração 20 Percentagem da composição das capturas da frota espanhola de crustáceos na ZEE da Guiné-Bissau em 2015.

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Como de costume, a espécie dominante foi a gamba P. longirostris, que constitue 65% do total. Gamba foi seguida, em ordem de abundância, pelas espécies de profundidade alistado A. varidens (14%), tamboril da família Lophiidae (4%), caranguejo vermelho C. maritae e Carabinero Aristaeopsis edwardsiana (4%). Em menor grau, foram capturadas as espécies costeiras, tais como langostinos Penaeus spp. (3%), Salmonete Pseudupeneus prayensis (2%), linguados de gênero Cynoglossus, polvo O. vulgaris e acedia Dicologlossa cuneata em percentagens inferiores a 1%.

Capturas de espécies objetivo, accesorias e descartes na frota espahola de crustáceos que faina nas àguas da Guiné-Bissau

No Anexo 4 são apresentadas informações detalhadas sobre as espécies-alvo e acessórias capturadas pela frota espanhola nos três tipos de lance que se efectuaram (dirigidos a gamba, langostino e alistado) assim como os primeiros dados disponíveis sobre os descartes produzidos por esta frota. Também os dados por tipo de lance provieram das primeiras observações científicas realizadas a bordo da frota marisqueira espanhola nas águas da Guiné-Bissau, em 2011, dentro do Programa de observações científicas realizadas pelo IEO no âmbito do Programa Nacional de Dados Básicos (PNDB), estabelecido pelo Regulamento do Conselho (CE) n.º 199/2008, que estabelece um quadro comunitário para a recolha, gestão e utilização de dados no sector das pescas e apoio à consultoria científica relacionada com a política comum das pescas (2008 / 949 / CE). Foi realizado um segundo ciclo anual a bordo desta frota (março 2015 a fevereiro de 2016) e os resultados destas observações estão sendo analisados. As observações de 2011 mostraram o caráter especifico dos lances feitos na pescaria do marisco pela frota espanhola nas águas da Guiné-Bissau, no sentido de que eles estão claramente destinados, principalmente, a captura da gamba e alistado como a espécie secundaria, tendo representado 97% e 63% nas capturas dos seus respectivos lances. As capturas de langostino, que eram raros nas observações, foram capturadas três espécies: langostino branco (P. notialis), langostino jumbo (P. monodon) e uma pequena percentagem de langostino tigre (P. kerathurus), constituindo-se em conjunto 76% do total realizado nos lances costeiros.

As principais capturas acessórias correspondem as outras espécies do marisco, com baixos níveis de capturas de peixes e cefalópodes. Apenas tamboril Africano Lophioides kempi foi relativamente importante nos lances de alistado, assumindo 26% do total dos rendimentos.

Os resultados da análise dos descartes mostraram que os lances costeiros destinados a langostino são aqueles que produzem níveis mais elevados de rejeitos (5.7: 1, ou seja, 5,7 kg de rejeitos por kg de capturas mantidas), seguidos dos de gamba (3.4:1) e dos de alistado (3.1:1). Os níveis de rejeitos estimados para Guiné-Bissau foram superiores aos estimados para a Mauritânia no mesmo Programa de Observação Científica (e, portanto, usando a mesma metodologia). Isto é em parte explicado pela malha mais pequena utilizada neste tipo de pesca (40 mm vs. 50 mm na Mauritânia) no protocolo anterior, em vigor durante a realização destas observações. Contudo também aumentou em 50 mm para o novo Protocolo. É notável a alta diversidade de espécies nas capturas de rejeitos da Guiné-Bissau. Por exemplo, na pesca da gamba foram identificados 163 táxones

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(incluindo peixes e invertebrados) contra 89 registrados na Mauritânia, no mesmo tipo de lances.

6.2.4 Distribuição espacial do esforço da frota de camarão espanhola no ano 2015

O tratamento dos dados VMS fornecidos pela Secretária-Geral das Pescas (Espanha) e analisados pelo IEO, permite conhecer a distribuição espacial do esforço de pesca da frota marisqueira espanhola em ano 2015. No mapa da Figura 21, observa-se como as principais áreas de pesca estão localizadas em três faixas de profundidade diferentes. Os lances direcionados para os langostino são feitos a menos de 50 m de profundidade, estando localizado na zona norte (a norte de 11º N). Segundo os dados de observadores científicos a bordo, os lances de gamba e alistado se realizam a profundidade aproximados de 150-400m e de 400-850m, respectivamente. Ambos os lances se realizam ao longo de todo o gradiente latitudinal da ZEE da Guiné-Bissau, no entanto, a distribuição dos esforços (dias de pesca), indica que as principais zonas de pesca para estas espécies se localizam na zona al sur de la latitud 11º N.

6.3 Problemas encontrados

1. Durante a análise dos dados de captura das frotas de arrasto de camarão, assim

como das frotas que praticam outros tipos de arrastos (cefalópodes e/ou

demersais, pelágicos), pode-se constatar problemas de nomenclatura das

principais espécies de crustáceos, em que se confunde muitas vezes o camarão

de profundidad A. varidens (denominada em Espanha de Alistado ou Listado)

com peixe de família dos atuns (denominado também em Espanha de Listado);

Ilustração 21 Mapa de distribuição dos esforços da frota espanhola dos crustáceos na ZEE de Guiné Bissau.

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assim como espécies de camarão, que se encontram em diferentes batimetrias

que são denominadas todas de camarão, estes factos influenciam muito os

resultados de captura em termos específicos. Ainda, se constatou diferenças na

série de valores das capturas da frota Portuguesa, para outras espécies que não

são crustáceos, calculada este ano com base nos dados estatísticos de GB, com

da série que consta no relatório do 4º comité científico realizado em 2015.

2. É de referir que o uso incorreto da denominação Listado ou Alistado afecta não

só a captura de A. varidens como também a captura da categoria denominada

por "Outros" (espécies não crustáceos). Assim como, designar um A. varidens

de camarão também efecta tanto a captura de Penaeus spp. como a de A.

varidens. Na tentativa de minimizar os erros que pareciam óbvios nos valores de

captura de A. varidens para algumas nacionalidades que não têm licenças de

crustáceos, caso concreto de China fez-se o filtro por profundidades dos valores

que pareciam aberrantes e constatou-se que as capturas em causa não eram de

A. varidens, agora tem que se considerar esse valor na captura da categoria

“Outros” do referido País. Esse trabalho de correcção tem que ser feito para os

outros Países.

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7 Pescaria de Demersais 2015

7.1 Frota

As frotas dirigidas aos peixes demersais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau são constituídas pelos navios da União Europeia (licenciados para cefalópodes e de peixes demersais e crustaceos), Coreia, China, e outras frotas africanas que operam no regime de afretamento e no âmbito de acordo bilateral.

7.2 Estatísticas de pesca

As informações utilizadas são referentes aos dados do Centro de Investigação Pesqueira Aplicada (CIPA), onde se observou a predominância de outras frotas nas pescarias de peixes demersais em relação as frotas europeias o que põe em evidência que esta pescaria é mais costeira.

7.2.1 Capturas

As capturas (em toneladas) das principais espécies das frotas licenciadas para os peixes demersais nas águas da Guiné-Bissau, tantas europeias como de outras nacionalidades estão indicadas respetivamente na Tabela 17.

Especie 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Arius sp. 16 7 41 0 2 5 1 0 0 0 0 12 0 0 0 5

Galeoides decadactylus 34 0 167 12 2 2 0 0 42 19 30 14 27 0 0 73

Pomadasys sp. 15 22 21 28 13 28 14 23 1 16 50 11 11 0 0 83

Argyrosnus sp. 34 9 23 38 8 15 2 13 2 27 46 18 22 0 0 199

Dentex sp. 25 28 7 19 25 29 32 161 102 41 20 11 23 0 0 261

Pseudotolithus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Dicologlossa sp. 543 332 528 959 588 395 622 880 761 454 601 493 210 0 0 260

Drepane africana 0 0 30 9 5 1 0 1 28 0 33 0 0 0 0 0

Merluccius sp. 592 162 185 919 1661 193 785 1235 1259 46 42 128 0 0 0 948

Pseudopeneus prayensis 82 183 37 223 132 93 321 258 220 256 85 158 150 0 0 291

Pegellus bellottii 128 46 152 569 211 48 36 169 89 54 109 5 6 0 0 582

Total UE 1468 789 1190 2777 2647 810 1813 2741 2504 914 1017 848 450 0 0 2702

Arius sp. 2725 1543 1042 3882 2692 2862 888 3591 4412 1828 2044 3504 3063 3758 4372 6291

Galeoides decadactylus 1344 779 1083 2839 1423 2995 1018 1533 2236 2447 2341 3641 3233 3505 5776 5366

Pomadasys sp. 819 413 685 1121 903 711 439 747 1206 1059 1192 1479 1731 777 1520 1893

Argyrosnus sp. 2362 3167 2545 4303 1733 2592 970 3269 3230 2155 2139 3411 1885 1251 2312 1585

Dentex sp. 16 41 50 73 62 214 160 138 307 358 202 172 485 1162 1213 410

Pseudotolithus sp. 189 372 921 1305 524 645 236 565 936 567 837 956 415 203 113 105

Dicologlossa sp. 1939 1592 2127 2889 1295 1663 515 2327 1102 1390 1314 2187 2091 2127 3978 1952

Drepane africana 1146 544 519 1101 1171 2698 1449 709 1140 786 905 411 1277 1206 1906 817

Merluccius sp. 0 62 8 1 3 0 0 0 47 11 1 0 1 0 1 2

Pseudopeneus prayensis 219 246 252 364 221 511 292 615 300 624 129 599 934 1249 2884 1960

Pegellus bellottii 538 293 422 705 525 1468 840 800 806 1007 960 427 1480 2391 2976 1595

Total 11298 9053 9655 18583 10553 16357 6806 14295 15722 12231 12062 16788 16595 17628 27052 21977

Arius sp. 2740 1550 1083 3882 2695 2867 889 3591 4412 1828 2044 3516 3063 3758 4372 6295

Galeoides decadactylus 1378 779 1250 2851 1425 2997 1018 1533 2278 2466 2371 3655 3260 3505 5776 5439

Pomadasys sp. 834 434 706 1149 916 738 453 771 1206 1075 1241 1490 1742 777 1520 1976

Argyrosnus sp. 2396 3176 2568 4341 1741 2607 971 3282 3232 2182 2185 3429 1907 1251 2312 1784

Dentex sp. 42 69 57 92 87 243 192 299 409 398 222 183 508 1162 1213 672

Pseudotolithus sp. 189 372 921 1305 524 645 236 565 936 567 837 956 415 203 113 105

Dicologlossa sp. 2482 1924 2655 3848 1883 2058 1137 3208 1863 1844 1915 2680 2301 2127 3978 2212

Drepane africana 1146 545 549 1110 1176 2699 1449 710 1167 786 938 411 1277 1206 1906 817

Merluccius sp. 592 224 193 919 1664 193 785 1235 1307 57 44 128 1 0 1 951

Pseudopeneus prayensis 301 429 289 587 353 604 612 873 520 880 214 757 1085 1249 2884 2252

Pegellus bellottii 666 339 574 1274 736 1516 876 970 895 1061 1068 431 1485 2391 2976 2177

Total 12766 9841 10845 21360 13200 17167 8618 17036 18226 13145 13079 17636 17045 17628 27052 24679

To

da

s a

s f

rota

sU

nia

o E

uro

pe

iaO

utr

as

Fro

tas

Estas tabelas têm toda a série histórica desde 2000 a 2015 para a frota europeia e para as restantes frotas que operam na ZEE da Guiné-Bissau. Neste componente, outras frotas apresentaram o maior volume de capturas globais na pesca de arrasto de peixes demersais (6 806 – 27 052 t), seguida pela União Europeia (450 – 2 777 t).

Tabela 17 Capturas das frotas de arrasto de peixe demersal a operar na Guiné-Bissau

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7.2.2 Esforço

Os dados de distribuição do esforço de pesca estão compilados no relatório da consultoria realizada no âmbito do projeto PRAO, através dos dados estatísticos do CIPA da frota Chinesa, sobre o estudo da distribuição espaço-temporal das espécies e avaliação indireta dos stocks capturados pelas pescarias industriais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau.

7.2.3 Composição da captura

Durante o período analisado as capturas mais importantes em termos percentuais na pescaria de peixes demersais foram: Bagre (Arius sp.) 19%, Barbinho (Galeoides decadactylus) 16%, Corvina (Argyrosomus regius) e Linguado (Dicologoglossa cuneata) 15%, Cor-cor (Pomadasys sp.), Machado (Drepane africana) e Sinapa (Pagellus bellottii) 7%, Djoto (Pseudotolithus spp.) e Pescada negra (Merluccius spp.) 3% e Dentão (Dentex spp.) com 2%. Na figura 22 abaixo estão representadas a evolução das capturas totais ao longo dos anos, de 2000 a 2015, onde podemos observar três resultados distintos:

1. As principais espécies demersais capturadas pelas outras frotas foram Bagre (Arius spp.), Barbinho (Galeoides decadactylus), Cor-cor (Pomadasys spp.), Corvina (Argyrosomus spp.), Djoto (Pseudotolithus spp.), Machado (Drepane africana), onde as suas capturas totais oscilaram entre 95% e 100%.

2. Outras espécies demersais capturadas pelas outras frotas cujas percentagens variam entre 80% e 95% são representadas por Dentão (Dentex spp.), Linguado (Dicologlossa spp.), Salmonete (Pseudopeneus prayensis) e Sinapa (Pagellus bellottii)

3. A dominância nas capturas europeias de Pescada negra (Merluccius spp.), em relação a outras frotas, demonstrando claramente preferência nesta pescaria de grande profundidade pela frota europeia.

Ilustração 22 Capturas pescarias peixes demersais

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7.2.4 Distribuição espacial da pescaria de peixes demersais na ZEE de Guiné-Bissau

Os dados de distribuição do esforço de pesca estão compilados no relatório da consultoria realizada no âmbito do projeto PRAO, através dos dados estatísticos do CIPA da frota Chinesa, sobre o estudo da distribuição espaço temporal das espécies e avaliação indireta dos stocks capturados pelas pescarias industriais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau.

A corvina o maior esforço exercido sobre esta espécie se concentra na zona norte entre os 12º e 11º de latitude norte numa franja batimétrica compreendida entre os 10 metros (limite das 12 milhas) e aos 100 metros.

O bagre encontra-se distribuído ao longo de toda a zona e sempre nos fundos inferiores aos 100 metros de profundidade, observou-se também uma menor densidade na zona central.

O barbinho está muito bem distribuído ao longo de toda zona e nos fundos inferiores aos 100 metros de profundidade, apresentando um padrão de distribuição muito similar ao de bagre.

O salmonete distribui-se nos fundos inferiores aos 200 metros de profundidade, sendo mais escassos a partir da isóbata dos 50 metros de profundidade. Do ponto de vista latitudinal, a pecaria desta espécie se desenvolve mais ao sul, sendo bastante escasso nas capturas no norte do paralelo 11º 30’ N.

A sinapa está distribuída fundamentalmente na zona sul e um pouco de esforço de pesca dirigida a esta espécie na zona central.

A representação espacial de atividade pesqueira dirigida a dentex tem lugar na zona sul próximo com a fronteira com a Guiné Conakry e nas águas pouco profundas.

7.3 Recomendações

1. Recompilar os dados referentes aos esforços de pesca dirigida ao arrasto de

peixes demersais, tendo em conta importância dessa pescaria na ZEE.

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41

8 Pescaria dos Pelágicos 2015

8.1 Frota

Na Guiné-Bissau a frota artesanal pelágica é composta, a grosso modo, de embarcações cujos tamanhos variam entre 5 a 20 metros de comprimento. Estas pirogas utilizam remo e motor fora de bordo e com potência que variam de 15 a 60 CV. Os três principais engenhos de pesca utilizados por pesca artesanal pelágica guineense são rede de tainha, rede de djafal e cerco de praia. O número de pirogas artesanais envolvidas na pesca foi de 1 495 em 2009 para 1 524 em 2011. A frota industrial pelágica é composta de navios industriais com comprimentos que variam entre 60 a 90 metros e com toneladas que compreendem de 1 898 a 2 300 TAB. A pesca industrial dos pequenos pelágicos foi dominada pelos navios Russos nos anos de 1990-1993, a partir desse período houve queda no número de navios Russos, sendo substituídos pelos navios de Panamá e de Belize, no entanto, a frota russa volta a surgir em 2012. Em 2015 foram concedidas para pescaria dos pelágicos dezásseis (16) navios sendo:

Quatro (4) para Associação dos Armadores Russos-AAR;

Um (1) para Zhongyu Global Seafood Conp - ZGSC;

Dez (10) em regime de afretamento e

Um (1) para Senegal.

8.1.1 Evolução da frota de Pequenos pelágicos

A figura 23 demonstra a evolução da frota de pesca pelágica ao longo dos anos (2000 a 2015). Análise a evolução demonstra uma diminuição clara a partir do ano 2000 a 2002 e estranhamente a ausência das frotas das pescas pelágicas durante os oito anos consecutivos. O facto que leva o grupo a supor que os dados em análise apresentam algumas incertezas pelo que é oportuno rever os dados de pequenos pelágicos.

Ilustração 23 Numero de barcos peixes pelágicos

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8.2 Estatísticas de pesca

8.2.1 Capturas

As capturas (em toneladas) das principais espécies pelágicas das frotas licenciadas para os pelágicos nas águas da Guiné-Bissau e as outras pescarias estão indicadas na Tabela n.°18. Esta tabela tem toda a série histórica compilada de 2000 a 2015. No período entre 1990 a 1997 e 2000 a 2007 pescaram mais de 30 países e sendo as capturas mais significativas foram das três nacionalidades (Rússia 43%, Panamá 33% e Belize com 11%). O que representou mais de 85% nas capturas, indicando assim que esse conjunto de países são mais importantes nas capturas dos pequenos pelágicos nas águas da Guiné-Bissau. Durante o período analisado, as capturas mais elevadas correspondem ao ano de 2014 (98 476 t) seguidas de 2015 com 38 451 t. Atualmente as capturas de sardinela são as mais importantes das frotas licenciadas para os pelágicos e representam mais de metade das capturas de pequenos pelágicos. Por outro lado, uma parte dos recursos dos pequenos pelágicos faz parte dos recursos partilhados entre os estados da sub-região (ex: Senegal, Guiné-Bissau, Guiné-Conakri e Serra Leoa, etc.). O grupo de cientistas de Subcomité Cientifico COPACE 20157, constatou que o estoque de Sardinella spp, é plenamente explorado e portanto os níveis das capturas não deveriam ser superiores à média das capturas dos três últimos anos. O carapau é a espécie mais importante dentro do grupo de outras licenças.

CAPT (t) L4 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

AFETERE 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 394.0 961.9 2,419.1 153.9 3,928.9

CACHURRETA 251.2 0.0 0.0 0.0 0.0 17.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 26.0 0.0 20.9 316.1

CARAPAU 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1,238.0 0.0 0.0 0.0 0.0 19.7 11,770.4 10,464.0 5,717.1 20,422.7 8,101.8 57,733.7

CAVALA 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 51.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 749.9 552.1 2,919.8 7,601.9 4,267.1 16,142.3

SARDINELA 0.0 0.0 1.9 0.0 0.0 1,520.1 0.0 0.0 0.0 0.0 27.2 24,496.6 25,113.0 6,285.5 67,747.5 20,735.3 145,927.1

SARDINHA 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 516.8 0.0 0.0 5,066.3 5,583.1

VOMER 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2.6 645.1 285.1 105.6 1,038.3

Total L4 251.2 0.0 1.9 0.0 0.0 2,827.5 0.0 0.0 0.0 0.0 46.8 37,017.0 37,042.4 16,555.4 98,476.2 38,451.0 230,669.5

CAPT (t) OSTROS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

AFETERE 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.6 19.2 0.0 0.0 0.0 1,220.8 0.0 254.8 1,912.8 989.9 1,376.5 5,775.6

CACHURRETA 0.0 54.0 11.8 117.9 64.6 1,914.4 137.8 3.0 11.0 43.8 0.0 8.1 0.1 0.0 21.1 360.9 2,748.5

CARAPAU 8,130.4 7,533.9 2,291.7 12,383.7 17,044.7 18,485.1 6,312.8 10,730.1 18,590.5 21,737.9 20,143.9 199.4 818.2 543.1 1,461.2 8,309.2 154,715.8

CAVALA 709.0 0.0 481.1 1,087.6 1,961.8 1,750.3 354.8 1,482.9 1,971.9 2,603.4 1,885.9 0.0 47.1 0.0 11.8 115.6 14,463.3

SARDINELA 2,987.0 805.4 3,206.1 4,553.0 1,852.0 3,852.1 2,291.6 3,441.3 11,235.3 13,376.7 18,526.8 291.9 748.8 626.4 3,480.3 1,098.8 72,373.7

SARDINHA 42.2 0.0 10.4 120.7 508.5 0.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 86.7 389.5 9.4 834.2 2,002.2

VOMER 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 268.9 0.0 3.4 22.8 295.1

Total Ostros L 11,868.5 8,393.4 6,001.2 18,262.9 21,431.7 26,004.2 9,116.1 15,657.3 31,808.8 37,761.8 41,777.5 499.3 2,224.6 3,471.7 5,977.1 12,118.0 252,374.2

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Total L4 251.2 0.0 1.9 0.0 0.0 2,827.5 0.0 0.0 0.0 0.0 46.8 37,017.0 37,042.4 16,555.4 98,476.2 38,451.0 230,669.5

Total ostros L 11,868.5 8,393.4 6,001.2 18,262.9 21,431.7 26,004.2 9,116.1 15,657.3 31,808.8 37,761.8 41,777.5 499.3 2,224.6 3,471.7 5,977.1 12,118.0 252,374.2

Total pelagics 12,119.7 8,393.4 6,003.1 18,262.9 21,431.7 28,831.7 9,116.1 15,657.3 31,808.8 37,761.8 41,824.3 37,516.3 39,267.0 20,027.2 104,453.3 50,569.0 483,043.7

7 Fishery Committee for the Eastern Central Atlantic, report of the sixth session of the Scientific Sub- Committee, Tenerife, Spain, 14–16 October 2015

/ Comité des pêches pour l’Atlantique Centre-Est Rapport de la sixième session du Sous-Comité scientifique. Tenerife, Espagne 14-16 octobre 2015. FAO Fisheries and Aquaculture Report / FAO Rapport sur les pêches et l’aquaculture No. 1128. Rome, Italy.

Tabela 18 Capturas totais de pequenos pelágicos em toneladas (L4 + Outras licenças)

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Evolução das capturas das frotas dos pelágicos (Licença 4) e outras frotas de 2000 a 2015.

A Figura n.° 24 demonstra a evolução das capturas de pequenos pelágicos para a frota licenciada para pescaria dos pelágicos e as restantes frotas (Outras) nas águas da Guiné-Bissau de 2000 a 2015.

8.2.2 Esforço

Os dados apresentados na Tabela n.° 19 representam o esforço (em dias de pesca) das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau, licenciadas respectivamente para os pelágicos e destacam-se os seguintes países: Belize, Bulgária, Camarões, China, Corea, Gambia, Guiné, Panamá, Rússia e União de Comores.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Belizensense 1 51 306 482 182 1022

Bulgaria 64 64

Camaronense 3 3

Chinês 1493 449 1942

Coreano 32 32

Gambiano 49 49

Guineense 120 322 13 278 733

Panamenho 146 82 285 8 521

Russia 98 1 1 359 235 694

Uniao Comores 556 593 678 1126 866 3819

Total 428 322 1 134 3 1147 1107 923 2986 1828 8879 A Figura n.° 25 demostra a evolução do esforço (em dias de pesca) das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau por tipo de frota. É evidente a falta de dados assim

Ilustração 24 Evolução das capturas de frota dos pelágicos e Outras frotas de 2000 a 2015

Tabela 19 Esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau

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como o máximo de esforço durante o ano 2014 e a posterior diminuição durante o ano 2015. As frotas Chineses, Comores e Russa representam os 73% do esforço pesqueiro.

8.3 Problemas encontrados

1. Falta dos dados dos anos 2003, 2004, 2006, 2007, 2008 e 2009 na pescaria

dirigida a pesca pelágica dificultou a análise aprofundada, contrariamente à

pescaria das outras espécies.

8.4 Recomendações

1. O grupo constatou que nas reuniões anteriores do comité científico para análise dos pequenos pelágicos foram considerados os dados das campanhas de investigação e das capturas do ano correspondente para estimar a MSY através da fórmula de Gulland (1971). Fazer as análises das séries temporais completas é impossível pela ausência de dados, portanto a 5.a reunião do CCC recomenda a correção dos dados.

2. O grupo recomenda a realização regular da campanha de investigação dos pequenos pelágicos, de preferência uma vez por ano e se possível a nível sub-regional tendo em conta a sua distribuição geográfica.

Ilustração 25 Evolução do esforço das frotas que operam mas águas de Guiné-Bissau por tipo de frota.

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9 Situação atual de avaliação dos recursos pesqueiros

9.1 Avaliação pelos métodos indiretos

As avaliações pelos métodos indiretos das espécies exploradas nas águas da Guiné-Bissau são feitas no âmbito do Comité das Pescas do Atlântico Central (CPACO/COPACE/CECAF). O quadro fornecido pelo CECAF é essencial, especialmente para o caso de stocks partilhados entre diferentes países costeiros da região, como nos grupos de trabalho os dados de recursos são apresentados e avaliados em conjunto. As espécies demersais são avaliadas no Grupo de Trabalho de Avaliação dos demersais do Subgrupo Sul y los pequeños pelágicos en el Grupo de Trabalho de Avaliação de pequeños pelágicos-Subgrupo Sul. Um dos principais problemas na avaliação de recursos é a falta de periodicidade nos grupos de trabalho, a que se junta o problema da qualidade e atualização dos dados utilizados nas avaliações. As últimas avaliações das espécies demersais foram feitas em 2011 (WG-demersais Sul, Accra) usando dados de 2009, de modo que seus resultados são considerados totalmente hoje obsoleto e não nos pode fornecer informações sobre o estado actual de recursos. Também, numa reunião anterior do comité científico conjunto considerou que estas avaliações eram inválidos porque ambos os dados e parâmetros de entrada utilizados nos modelos de avaliação eram incorretos. As últimas avaliações de pequenos pelágicos foram realizadas em 2014 (WG-pequenos pelágicos Pointe Noire), com série histórica até 2012, o que não refletem à situação desses recursos em 2016, quatro anos depois. Os resultados das avaliações foram inconclusivos neste grupo de trabalho dos stocks Norte (Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa e Libéria), bem como as recomendações emitidas nos grupos de trabalho e aprovado pela Subcomissão e Comissão de CECAF (2015) estão resumidos na Tabela 20. Os dados sobre o esforço e capturas anuais fornecidos sobre a Guiné-Bissau relativamente as espécies: Sardinella spp. (1990-2012), Ethmalosa fimbriata (1990-2012, apenas alguns anos), Trachurus trecae (1990-2012) e Caranx spp. (1990-2012) todos unicamente säo relativos a frota industrial. As previsões dos grupos de trabalho para os anos de 2016 e 2017, apresentadas na 7ª sessão do Subcomitê Científico da CECAF (Tenerife, Outubro de 2015) e no Comité (Dakar, em abril de 2016) foram:

Reunião do Grupo de Trabalho de espécies demersais (Subgrupo Sul) - prevista para o primeiro trimestre de 2016 no Gabão, enquanto se aguarda a confirmação sobre mecanismos de financiamento dos parceiros.

Reunião do Grupo de Trabalho de pequenos pelágicos (Subgrupo Sul) - está prevista para o quarto trimestre de 2016 ou início de 2017 no Gana, enquanto se confirme os mecanismos de financiamento.

Para evitar problemas que ocorreram no passado, recomenda-se que o pessoal do CIPA com bom conhecimento de estatísticas pesqueiras participe nestas reuniões. Também recomenda-se uma boa revisão de bancos de dados do CIPA antes da conclusão destes grupos de trabalho.

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Stock Capturas no

ano passado t (média 5 anos)

Bcur/B0.1 %

Fcur/F0.1 %

Evaluaçäo Recomendações de gestão

Sardinella spp.8

Nord G.Bissau, Guinée, S.Leone, Libéria (CPUE G. Bissau-industrial fishery)

44 090 (39 743)

157 48

Os resultados do modelo mostram que o estoque não é totalmente explotrado. No entanto, dadas as incertezas de dados e a falta de informação sobre a pesca da Serra Leoa e da pesca artesanal na Guiné-Bissau e Liberia, o Grupo de Trabalho decididas pela abordagem de precaução adotadas que o stock é plenamente explorado.

A informação atual é incerta, o grupo de trabalho não deu nenhuma recomendação sobre as capturas.

Ethmalosa fimbriata 1,9

Nord G.Bissau, Guinée, S.Leona, Libéria

(CPUE Guinea artisanal)

59 645 (44 638)

111 110

Este stock é considerado plenamente explorado. A CPUE da Guiné mostra uma tendência decrescente ao longo do período analisado, e as capturas diminuiram nos últimos quatro anos. Precaução tem de ser aplicado na gestão desta unidade.

Como medida de precaução, não aumentar as capturas acima da média dos últimos cinco anos (44 000 toneladas).

Trachurus trecae and other Carangidae

Nord G.Bissau, Guinée, Libéria10 (CPUE: Buques pelágicos de Guinée).

9 654 (17 382)

71 77

Os resultados do modelo indicam que o stock é sobre explorado. As capturas dos últimos anos são baixas em comparação com os últimos 10 anos.

Como medida de precaução, as capturas desta espécie não devem exceder o nível alcançado em 2012 (10 000 toneladas), para permitir que o stock se recupere.

8 Dados da frota artesanal de G. Bissau no disponível.

9 Solo dados de Guinée disponível.

10 No hubo capturas de Sierra Leona.

Tabela 20 Evaluacões de pequenos pelagicos Stock Norte- Subgrupo Sul- WG CECAF Pequenos Pelágicos Sul (Congo 2014)

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9.2 Avaliação pelos métodos diretos

9.2.1 Campanhas de investigação

As campanhas de investigação são consideradas geralmente como uma fonte de informação muito importante para a análise de aspectos biológicos e de abundância dos recursos marinhos. Em particular, para a análise da dinâmica populacional dos recursos explorados, as campanhas são consideradas como um componente fundamental, pois representam normalmente a única fonte de informação independente da pesca.

Campanha de investigação realizada em 2016 No quadro da cooperação de assistência técnica entre o Banco Mundial, através do PRAO GB e o CIPA (Guiné-Bissau), realizou-se de 18 de Janeiro ao 1 de Fevereiro de 2016 na ZEE da Guiné-Bissau, a campanha de avaliação dos stocks, dirigida as espécies demersais, com o navio oceanográfico AL-Awam (Figura 27). Objetivos principais

1. Descrição da composição específica das capturas dos recursos demersais 2. Seguimento das abundâncias e respectivo cálculo das biomassas; 3. Seguimento do estado da reprodução e da estrutura demográfica das principais

espécies; 4. Seguimento da distribuição espacial dos recursos;

A metodologia da campanha Com base nas informações obtidas nas campanhas anteriores nesta zona e tendo em conta a zona comum com Senegal, optou-se por fazer a seguinte estratificação da zona, sendo que no total foram amostradas 91 estações de pescas repartidas como se segue.

1. Zona costeira (10 à 50 m) – 28 estações 2. Zona intermédia (50 à 200 m) – 34 estações 3. Zona do largo (200 à 600 m) – 29 estações

Os principais resultados Durante a campanha de avaliação dirigida aos stocks demersais na ZEE da Guiné-Bissau, desde 12 milhas da linha da costa até aos 600 metros de profundidade, as estimações globais dos referidos recursos demersais alcançaram 153.319 toneladas: sendo o grupo dos peixes com 79%, seguida de crustáceos com 17% e cefalópodes 4% como mostra a Tabela 21. Do ponto de vista batimétrico, as maiores biomassas estiveram no estrato profundo (200 – 500 metros), com 57% das mesmas, seguida do estrato intermédio (50 – 200 metros) com 29% e o estrato costeiro (10 – 50 metros) com 14% da biomassa. Em relação aos grandes grupos taxonómicos foram dominados pelos peixes, fundamentalmente do grupo de peixes ósseos (osteictios), com uma estimativa da abundância de 108.336 toneladas. Destas abundâncias, aproximadamente a metade foi encontrada no estrato C (200 – 600 metros). Ocorreu igualmente para o grupo de peixes cartilaginosos (condrictios), que superou os 50% da abundância neste estrato e 80% dos crustáceos. Quanto aos cefalópodes obteve-se resultados similares da abundância entre os estratos intermédios (50-200) e profundo (200-600).

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Grupo Estrato A (10-50 m)

Estrato B (50-200 m)

Estrato C (200-600 m)

Total

Osteictios 14 042 38 048 56 246 108 336

Condroictios 2 625 2 922 7959 13 506

Crustáceos 3 901 1 081 20 222 25 204

Cefalópodes 998 2 805 2 669 6 473

Gastrópodes 632 839 296 1 767

Equinodermos 558 2 568 834 3 960

Outros 725 613 260 1 598

Em relação as espécies de peixes de maior interesse pesqueiro, o Bagre da guiné (Arius parkii) foi a mais abundante com 6.233 toneladas, seguida de carapau (Trachurus trecae), dentão (Dentex spp) e pescada negra (Merluccius polli).

Para o grupo dos crustáceos, a espécie comercial mais abundante foi a gamba (Parapenaeus longirostris), seguida do caranguejo de profundidade (Chaceon maritae) e de alistado (Aristeus varidens).

Por último, entre os cefalópodes de interesse comercial a espécie mais abundante foi o polvo (Octopus vulgaris), seguida de choco (Sepia officinalis) e lula (Illex coindetii).

Estes resultados são ligeiramente inferiores aos obtidos em 2014 pelo mesmo navio Al-Awan, com diferenças significativas em relação aos estratos batimétricos.

Nesta campanha a biomassa foi superior no estrato costeiro, alcançando um total de 21.566 toneladas em relação às 15.675 toneladas estimadas em 2014.

Enquanto no estrato intermédio a biomassa estimada foi de 44.856 toneladas, ou seja, inferiores as 75.720 toneladas obtidas em 2014.

E por último, a biomassa obtida no estrato de profundidade apresentou um valor de 87.097 toneladas em relação aos 69.398 obtidos em 2014.

Relativamente as abundâncias em biomassas das principais espécies comerciais nas duas últimas campanhas realizadas na Zona Económica Exclusiva da Guiné-Bissau, observamos:

uma grande diminuição da biomassa para as seguintes espécies de peixes: salmonete 76%, pescada negra 67%, corvina preta 59%, peixe-galo prateado 53%, dentão 51%, peixe-galo 50%, linguado 24% e sinapa 22%

um grande aumento em 2016 do bagre da guiné 1200%, corvina 75% e carapau 7%.

No que diz respeito aos crustáceos observamos um grande aumento em 2016 em relação a campanha de avaliação de 2014, onde a gamba teve um grande aumento de 235%, langostino branco 217%, alistado 32% e uma diminuição de 41% nas espécies de caranguejo real em 2016.

Para os cefalópodes constatou-se diminuições importantes para as espécies objetivo, onde as lulas diminuíram 93%, chocos 59% e polvo 29%.

Tabela 21 Abundancia (em toneladas) por estrato dos principais grupos

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Na Tabela n.° 22 estão representadas as estimativas da biomassa (em toneladas) das principais espécies comerciais nas campanhas de 2014 e 2016. Em amarelo são os resultados da comparação do aumento da biomassa em percentagem e em vermelho as diminuições observadas durante a campanha de 2016.

NOM COMMUN 2014 2016 %

Dentao 6624 3266 -50.7

Sinapa 1070 840 -21.5

Carapau 4517 4852 7.4

Salmonete 2861 699 -75.6

Pescada preta 6779 2237 -67.0

Bagre da Guiné 478 6233 1202.8

Barbinho 740 1017 37.3

Linguado 798 604 -24.4

Corvina 742 1300 75.2

Corvina preta 1254 520 -58.5

Peixe galo 1902 960 -49.5

Peixe galo pratiado 3709 1737 -53.2

Gamba 492 1646 234.9

Langostino branco 111 353 217.1

Alistado 462 609 31.9

Caranguejo real 1084 635 -41.4

Polvo 3575 2534 -29.1

Choco 1404 574 -59.1

Lula 2734 205 -92.5

TOTAL 43350 32836 -24.3

Ilustração 26 Biomasa estimada nas três últimas campañas.

Tabela 22 Variação das biomassas das principais espécies comerciais entre 2014 e 2016.

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Campanhas de investigação anteriores a 2016 Na ZEE da Guiné-Bissau realizaram-se, desde a década de 1980, um total de 23 campanhas de investigação dirigidas aos recursos demersais e utilizando o arrasto de fundo e também dirigida aos recursos pelágicos. Diferentes países foram responsáveis pela realização destas campanhas. Durante esta quinta reunião do CCC fixou-se um sumário das principais características e metodologias de cada campanha, que aqui se apresenta novamente na Tabela 27. Dado o interesse desta informação como única fonte independente da pesca, o CCC considera muito importante a recuperação desta informação a um nível de agregação o mais reduzido possível, para futura análise. Portugal e Espanha têm essa informação detalhada disponível e organizada. A Guiné-Bissau deverá procurar obter e organizar a informação para as restantes campanhas.

9.3 Biologia das espécies principais

Esta seção contém as informações mais recentes sobre os recursos biológicos explorados nas águas da Guiné-Bissau por frotas da UE, a partir da informação obtida na da última campanha desenvolvida em 2016 GUINÉ-BISSAU 01-2016 (Sobrino, 2016) e as observações científicas a bordo da frota de marisco espanhola apresentadas.

9.3.1 Resultados da campanha "GUINÉ-BISSAU 01-2016"

Um dos objetivos da campanha de investigação "GUINÉ-BISSAU 01-2016" realizada a bordo do Navio Oceanográfico N/O Al-AWAN foi estudar os parâmetros biológicos das principais espécies de peixes, crustáceos e cefalópodes de interesse comercial. Os resultados da análise das amostras biológicas estão detalhados em (Sobrino, 2016), para cada uma das espécies analisadas a partir dos três grupos.

Ilustração 27 Navio Oceanográfico N/O Al-AWAN

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Foram utilizados os dados de frequência de tamanho de todas as espécies e de parâmetros biológicos (tamanho ou peso, sexo e estado de maturação sexual) das espécies incluídas na Tabela n.º 23, para três grupos principais: peixes, cefalópodes e crustáceos. A Tabela demonstra as espécies que podem ser capturadas como espécie alvo ou acidental pelas frotas da UE.

GRUPO ESPÉCIE NOME VULGAR Exportado

por UE

PEIXES

Arius parkii Bagre da Guiné

Merluccius polli Pescada negra X

Pseudupeneus prayensis Salmonete X

Galeoides decadactylus Barbinho

Pseudotolithus typus Corvina tipo

Pseudotolithus senegalensis

Corvina tipo

Dentex maroccanus Dentão X

Dentex angolensis Dentão X

Pagellus bellottii Sinapa X

Zeus faber Peixe Galo X

CRUSTÁCEOS

Parapenaeus longirostris Gamba X

Penaeus notialis Langostino branco X

Aristeus varidens Alistado X

Aristaeopsis edwardsiana Carabinero X

CEPHALOPOD. Octopus vulgaris Polvo X

Classes de comprimentos: As figuras 28, 29 e 30 mostram as distribuições de tamanho ou o peso das principais espécies de peixes (comprimento total em cm), crustáceos (comprimento da carapaça em mm) e cefalópodes (peso em gramas) obtidos nesta campanha.

Tabela 23 Espécies com interesse comercial que foram alvo de estudo dos parâmetros biológicos na Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016, com indicação das espécies que são capturadas (como

objeto ou captura acessória) por frotas da UE

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Ilustração 28 Distribuição de frequência de comprimento (em cm) das principaes espécies de peixes exploradas pela EU em total da área da campanha “GUINÉ-BISSAU 0116”.

Ilustração 29 Distribuição de frequência de comprimento de cefalotórax (mm) das principais espécies de crustáceos explotadas pela EU em total da área da campanha “GUINÉ-BISSAU 0116”.

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Observou-se uma clara segregação batimétrica por tamanho em algumas das espécies analisadas, como o caso da pescada negra Merluccius polli, os espáridos Dentex angolensis, Dentex maroccanus, Pagellus bellottii bellottii e de gamba Parapenaeus longirostris.

Relação tamanho-peso Os parâmetros a e b dos rátios de tamanho peso em função exponencial que liga ou comprimento (L) em cm com ou peso em gr (W): W = a * Lb, assim como o coeficiente de regressão R2 de ambos parâmetros para algumas das espécies com um número significativo de amostras (n) estão indicados na Tabela n.º 24.

GRUPO Espécie a b R2 n

PEIXES

Merluccius polli 0.0001 2.486 0.861 364

Pseudopeneus prayensis 0.0013 2.1982 0.716 298

Pagellus bellottii 0.0003 2.4474 0.81 229

CRUSTACEOS

Parapenaeus logirostris 0.0062 2.2473 0.77 691

Penaeus notialis 0.0073 2.3345 0.88 115

Aristeus varidens 0.0044 2.2958 0.95 164

Aristaeopsis edwardsiana 0.0009 2.6918 0.96 110

CEFALOPOD. Octopus vulgaris 134.07 0.8877 0.94 194

Proporção sexual A Tabela n.° 25 demonstra a proporção sexual das fêmeas e dos machos das principais espécies capturadas pela frota europeia, a partir de amostras biológicas recolhidas na campanha.

Ilustração 30 Distribuição de frequência em peso total (em g) de Octopus vulgaris, total da área da campanha. “GUINÉ-BISSAU 0116”.

Tabela 24 Parâmetros relação tamanho peso

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GRUPO ESPÉCIE SEX RATIO (F:M)

PEIXES

Merluccius polli 1:1

Pseudupeneus prayensis 1:1

Dentex maroccanus 2:1

Dentex angolensis 2:1

Pagellus bellottii 0.7:1

CRUSTACEOS

Parapenaeus longirostris 1:1

Penaeus notialis 16:1

Aristeus varidens 1:1

Aristaeopsis edwardsiana 5:1

CEFALOPODOS Octopus vulgaris 0.8:1

Só nas principais espécies em que o período de campanha coincidiu com o período reprodutivo da espécie, os aspetos relacionados com o seu estado de maturação foram tratados. Maturação A análise da proporção dos estados de maturação da espécie ajudou a confirmar que o período reprodutivo de algumas espécies foi coincidente com o momento da campanha (18 Janeiro - 01 Fevereiro 2016). As espécies que constam na Tabela n.º 26 são aquelas espécies comerciais exploradas pela UE que estavam em época de desova (ou próxima) durante a realização da campanha. A partir dos especimens amostrados, tem sido capaz de estimar o tamanho de primera maturação de alguns deles (ver Tabela 26). As espécies com pequenos exemplares não foram determinadas o tamanho de primeira maturidade (ND= não disponível).

GRUPO ESPÉCIE TPM machos (cm) TPM fêmeas (cm)

PEIXES

Merluccius polli 30.8 35.4

Pseudupeneus prayensis ND ND

Pagellus bellottii 13.7 ND

CRUSTACEOS

Parapenaeus longirostris ND 2.44 LC

Penaeus notialis ND ND

Aristeus varidens ND ND

Aristaeopsis edwardsiana ND ND

Tabela 25 Proporção entre sexos das principais espécies demersais capturados pela frota europeia. Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016.

Tabela 26 Tamanho da primeira maturidade (TPM) de algumas espécies comerciais encontrados no período de reprodução, durante Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016.

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9.3.2 Biologia das principais espécies capturadas pela frota espanhola nas águas da Guiné-Bissau a partir de dados de observação a bordo

O atual Regulamento Europeu (CE) n.º 199/2008 (2008/949/CE), que estabelece um quadro comunitário para a recolha, gestão e utilização de dados no sector das pescas e o apoio ao aconselhamento científico relacionado com a política comum das pescas, requer para o cumprimento adequado de embarque de observadores científicos a bordo de frota comercial. O objetivo é obter informação direta sobre as espécies capturadas e descartadas no Atlântico Centro-Este (COPACE). Em conformidade com este regulamento, o Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO), responsável pela amostragem biológica do Programa Nacional de Informações Básicas (PNDB), começou em Fevereiro de 2010, um programa de observações a bordo da frota marisqueira espanhola na costa oeste africana. O programa de observações a bordo da frota de cefalópodes espanhola na costa Oeste Africano começou em 2015 nas águas da Guiné-Bissau. Observações a bordo da frota Espanhola de crustáceos As observações a bordo da frota marisqueira espanhola nas águas da Guiné-Bissau, realizadas pelo IEO em 2011 (Anexo 4) têm sido essenciais para estudar e compreender certos aspectos da biologia das espécies, especialmente a gamba e alistado, contudo não foi possível de terminar o estudo do ciclo de vida das referidas espécies, devido à falta de observações em certos meses. No entanto, é preciso ressaltar a importância do progresso registado no estudo, dada a falta de conhecimento sobre a biologia destas espécies nas águas da Guiné-Bissau.

O Anexo 4 detalha informações sobre a metodologia utilizada e os principais aspetos biológicos analisados (estrutura populacional, proporção entre sexos, reprodução e crescimento) das três espécies objetivo da frota marisqueira espanhola gamba (Parapenaeus longirostris), langostino branco (Penaus notialis) e alistado (Aristeus varidens).

A partir das informações obtidas foi identificado que a reprodução da gamba pode ocorrer ao longo do ano nessas águas, embora a provável existência de dois picos reprodutivos, que deve corresponder a duas coortes anuais claramente marcadas no caso de fêmeas. Assim, percebemos a existência de um pico reprodutivo em inverno (que foi verificado com os dados de campanha "GUINÉ-BISSAU 01-2016" (Sobrino, 2016). Da mesma forma, foi identificado um pico de recrutamento da gamba a final do ano, o que deve corresponder a um pico de postura no início dos meses de verão. Foram utilizados dados desses meses com a maior proporção de fêmeas maturas (março e abril) para estimar o tamanho da primeira maturação: 27 mm comprimento de cefalotórax (para as fêmeas) e 16,2 mm (para os machos). O tamanho de primeira maturação das fêmeas é consistente com os definidos em outras pescarias africanas do Noroeste (Garcia-Isarch, comm. pers; Sobrino e Garcia, 1994), mas entre 2-5 mm maior do que foi estimado em outras áreas do África Ocidental (Crosnier et al, 1970; Laghmari et al, 2001; Sobrino e Cardenas, 1996a; Sobrino e Fernandez, 1991) e a estimada por Sobrino (2016) na campanha realizada na Guiné-Bissau do janeiro de 2016. Estas discrepâncias, e o fato de que esta primeira estimativa não é baseada em

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um ciclo de vida completo faz com que estas primeiras estimativas sejam tomadas com precaução.

O alistado mostra uma clara segregação por tamanho e sexo nas capturas, de modo que os indivíduos menores são do sexo masculino e os de maior tamanho feminino. Isto ocorre porque a uma segregação batimetria no caso das fêmeas, as mais jovens e mais pequenas são distribuídas em águas menos profundas do que a pesca do camarão de profundidade é feito. Apesar da limitação temporal da amostragem (especificamente o alistado só pode ser amostrado 6 meses do ano), foi possível calcular um tamanho da primeira maturidade, usando os meses de setembro a dezembro em que um pico claro foi identificado. Foi definido o tamanho da primeira maturação de 35,9 mm comprimento de cefalotórax para as fêmeas e 23,7 mm para os machos, que são consideradas as primeiras estimativas válidas para esta espécie na Guiné-Bissau. Realizou-se uma segunda fase de observações a bordo, a partir de março de 2015 a fevereiro de 2016 e os dados ainda estão sendo analisados. Nessas observações cobriram-se mais meses de amostragem, mas devido à ausência de observações em julho, não conseguiu fechar um ciclo anual completo. Sem os dados da última missão, que não estão ainda disponíveis, foram realizados 183 dias de observação, de março a dezembro de 2015, a bordo de diferentes navios camaroneros. Neste período, 116 operações de amostragem biológica de gamba, 70 de langostino e 116 de alistado foram realizados, com o número total de indivíduos amostrados: 8431 gambas, 1384 langostinos e 2865 alistados. É de notar-se que durante as observações foram realizadas amostragem por tamanho de todas as espécies de capturas acessórias e rejeições, permitindo com isto conhecer a estrutura de tamanho de cada espécie que aparecem nesta pescaria (ver Anexo 5, García- Isarch et al, 2016A). Espera-se que a análise destes dados fornece nova informação sobre a biologia destas espécies. Observação a bordo da frota espanhola cefalopodeira Depois de muitos anos sem ser capaz de realizar observações a bordo desta frota, em maio de 2015 o sector pesqueiro concordou a colaborar com o IEO na realização dos embarques de observadores científicos a bordo da frota de arrastões congeladores de pesca na área da CECAF. Conseguiu-se iniciar este programa da observação com o embarque de um observador científico, ao longo de uma maré realizada de 24 de Agosto a 10 de Setembro. Este programa está a ter a sua continuidade ao longo de 2016. Durante esta maré de amostragem biológica foram amostradas mais de 300 pescadas, lulas, tamboril e polvo. Além disso, o tamanho da amostragem de um total de 1.500 exemplares de pescada, tamboril, areeiro pota prata e analisadas. Dados detalhados destas observações após o primeiro ciclo anual é completa será muito útil de ser fornecido.

9.4 Recomendações

O objetivo fundamental da avaliação de um manancial pesqueiro é fornecer recomendações para uma ótima exploração dos recursos aquáticos vivos, tais como peixes, camarão e cefalópodes. Os recursos vivos são renováveis, mas limitados, e a

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avaliação de mananciais pode ser descrita como a procura do nível de exploração que, a longo prazo, produza o máximo de captura em peso. Portanto, o comité científico conjunto, recomenda a continuidade das campanhas na ZEE da Guiné-Bissau e realça os resultados obtidos para as diferentes espécies nas distintas campanhas, sobretudo, nas estimativas das abundancias dos recursos, biologia das principais espécies comerciais e variações oceanográficas sazonal das mesmas. Neste sentido, a pesca sustentável exige decisões e medidas adotadas de melhores conhecimentos científicos.

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N/1 Nacionalid

ade Ano Més

N. Lanc

es

Estratos batimétrico

(m) Biomassa (t)

Informação por lance e por

espécie

Malhagem do saco

(mm)

Abertura (m) Roletes

Época Trimes

tre Vertical Horizontal

Noruega Portugal 1988 Abril/ Maio 31 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Sim 50 2.2 23 Não seca 2

Louis Sauger

Francês 1988 ND ND Disponível em base do SIAP

ND Pierre Chavance ND ND ND ND ND ND

Noruega Portugal 1989 Março/ Abril

83 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Sim 40 3.18 30.2 Não seca 2

Noruega Portugal 1990 Abril/ Junho

98 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Sim 20 4.0 14.0 Sim

transição

2

Noruega Portugal 1991 Maio/ Junho

30 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Sim 25 3.18 30.2 Não chuva 2

Nansen Noruega 1992 ND 43 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Programa Nansis ND ND ND ND ND ND

Nizery Francês 1993 ND ND Disponível em base do SIAP

ND Pierre Chavance ND ND ND ND ND ND

Capricórnio Portugal 1995 Maio/ Julho

77 Disponível em base do SIAP /

IPIMAR ND Sim 25 3.18 30.2 Não chuva 2

N’Diago Mauritânia 1995 Outubro 124 10 – 200 Camaräo: 800

Cefalopodos: 600 Sim 60 1.5 20 Não

transição

4

Vizconde de Eza

Espanha 2002 Outubro 66 15 – 1000 Peixe: 165 493

Crustaceos: 3 693 Cefalopodos: 12 144

Sim 25 1.3 20.1 Não transiç

ão 4

Al-Awam Mauritânia 2004 Junho/ Julho

105 10 – 600 Peixe: 325 720

Crustáceos: 23 950 Cefalopodos: 14 370

Sim

Demersais:45

Crustaceos:40

2

16.36 (<200m)

15.06 (>200m)

Demersal; 16.0

Crustáceos

Não chuva 3

Lansana Conté

Guiné-Conakry

2006 Setembro 113 20 – 500 Peixe: 402 312

Crustáceos: 4 055 Cefalopodes: 14 399

Sim 25 ND 18.50

(<200m); 15 (>200m)

ND chuva 3

Nansen Noruega 2005 Maio 17 20 – 200 ND Programa Nansis 10 5.7 18 Sim transiç

ão 2

Tabela 27 Características técnicas das campanhas de investigação realizadas na Guiné-Bissau desde 1988.

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Nansen Noruega 2006 Maio 19 20 – 200 Cefalopodos: 3 837 Programa Nansis 10 5.7 18 Sim transiç

ão 2

Nansen Noruega 2007 Maio 21 20 – 200 Cefalopodos: 1 250 Programa Nansis 10 5.7 18 Sim transiç

ão 2

Vizconde de Eza

Espanha 2008 Outubro/

Novembro 98 10 – 1000

Peixe: 139 211 Crustaceos: 2 789

Cefalopodos: 3 921 Sim 25 1.3 20.1 Não

transição

4

Itaf DEME Senegal 2009 Julho/ Agosto

36 0 – 200 Demersais: 20 056 Pelágicos: 90 300

Zona maritima comum Guiné-

Bissau / Sénégal 25 Não Não Não chuva 3

Itaf DEME Senegal 2010 Outubro 36 0 – 200 Demersais: 20 056 Pelágicos: 90 300

Zona maritima comum Guiné-

Bissau / Sénégal 25 Não Não Não

transição

4

Al-Awam Mauritânia 2011 Dezembro 130 10 – 50;

50 – 200; 200 – 600

Peixe: 90 932 Crustaceos:13 150 Cefalopodos: 8 308

ZEE da Guiné-Bissau

45 ND

16.36 (<200m)

15.06 (>200m)

Não transiç

ão 4

Atlantida Russia 2013 Abril/Maio 83 0 – 200 Pequenos Pelágicos:

340 000 ZEE da Guiné-

Bissau

sondador acústico

EK60 Não Não Não

transição

4

Al-Awam Mauritânia

/BM 2014 Dezembro 89

10 – 50; 50 – 200; 200 – 600

Peixe: 131 727 Crustaceos: 16 920 Cefalopodos 10 938

Sim 45 Não

16.36 (<200m)

15.06 (>200m)

Não transiç

ão 4

Itafdeme Senegal 2015 Abril 30 10 – 100 Peixe: 72 010

Crustaceos: 2 098 Cefalopodos 2 507

Sim 45 Não ND Não transiç

ão 2

Al-Awam Mauritânia

/BM 2016 Janeiro 91

10 – 50; 50 – 200; 200 – 600

Peixe: 121 842 Crustaceos: 25 204 Cefalopodos: 6 473

Sim 45 16,36

16.36 (<200m)

15.06 (>200m)

Não transiç

ão 4

ND= não disponível

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10 Primeiros ensaios de avaliação e estimativas de pontos de referência biológicos

10.1 Recursos demersais

As avaliações ao estado de exploração dos stocks demersais não foram analisadas pelo Comité Científico Conjunto. O Comité Científico Conjunto deverá fazer a revisão e comparação dos dados de entrada do modelo utilizados pela COPACE com os dados de captura compilados e validados durante a presente reunião do Comité Científico Conjunto.

10.2 Recursos pequenos pelágicos

Após análise dos relatórios da campanha científica (Atlantida 2013) realizada na ZEE na Guiné-Bissau, bem como as recomendações do grupo de trabalho da COPACE, o Comité Científico recomenda:

1. A captura máxima sustentável de pequenos pelágicos é estimada em 113 000 t/ano, para o conjunto de todas as espécies combinadas e para a área coberta pela campanha científica. Deduzindo 30 000 t/ano, para a atividade da frota industrial presentemente em atividade, obtém-se um total de 83 000 t/ano de excedente biológico;

2. Tendo em conta o estado atual do stock de S. aurita, que se estima como sobre explorado na sub-região, o Comité aconselha que a captura desta espécie não deve exceder 10% do excedente biológico indicado no ponto anterior;

3. Considerando o potencial impacto negativo da pesca industrial dirigida a pequenos pelágicos sobre ecossistemas demersais, em zonas pouco profundas, o CC recomenda que toda a atividade de pesca industrial dirigida a pequenos pelágicos, deve ser obrigatoriamente monitorizada por observadores científicos, com o objetivo de obter dados que possam quantificar melhor o impacto potencial;

4. Na base das informações recolhidas para esta pescaria, o Governo da Guiné-Bissau deverá ter em consideração adaptações necessárias em matéria de legislação para as zonas de pesca;

5. O Comité Científico considera que questões ligadas à exploração e conservação de pequenos pelágicos devem ser analisadas num contexto sub-regional a fim de adaptar medidas de gestão harmonizadas para estes recursos.

O Comité Científico salienta que existem incertezas consideráveis associadas:

Ao método adotado para estimar a captura potencial indicada no ponto 111, Aos valores assumidos para os parâmetros base (mortalidade natural) que

integram o referido modelo, Ao atual estado de exploração do stock de sardinela no seu todo12.

11

A fórmula de Gulland nunca foi destinado a fornecer qualquer coisa que não seja um guia simples de rendimento potencial. Seria necessário, utilizar modelos mais precisos de gestão pesqueira tendo em conta processos de crescimento para determinar história de ciclos de vida para a determinação de a mortalidade natural. 12

É necessário ainda considerar os dados de captura e de esforço, sobre as espécies pelágicas nas pescarias artesanal e industrial.

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Dado o potencial impacto negativo no ecossistema marinho e dado que a pesca industrial de pequenos pelágicos é uma atividade pouco desenvolvida na ZEE da Guiné-Bissau, o início desta atividade deve ser enquadrada através de uma abordagem precaucionaria. No quadro do projeto PRAO/GB prevê-se a conceção de um modelo biológico adequado as característica das diferentes pescarias na Guiné-Bissau. Numa segunda fase, desenvolver-se-á um modelo económico adaptado as gestão das pescarias e que será obrigatoriamente integrado com o modelo biológico.

11 Estratégias de gestão e conceito de excedente biológico

Considerando que a captura máxima sustentável de um recurso pode constituir um objetivo de gestão que se traduziria por uma estratégia de manter o nível de mortalidade por pesca ao nível correspondente a FMSY, que seria tido como ponto alvo de gestão. Por outro lado, o Comité Científico Conjunto salienta que MSY e FMSY não constituem por si só a única opção como objetivo de gestão. Outros objetivos podem ser definidos e traduzidos por estratégias baseadas noutros pontos de referência como F0.1 ou C0.1, por exemplo, sem comprometer as estratégias baseadas no rendimento económico máximo comum (MEY). A escolha dos objetivos, estratégias e pontos de referência de gestão pertence em primeiro lugar ao Estado Costeiro. Para quantificar o excedente biológico disponível para países terceiros é necessário que em primeiro lugar que estes elementos de gestão estejam definidos. Para os stocks da Guiné-Bissau, o Comité recomenda que estimativas do excedente biológico tenham por base o objetivo geral baseado na captura máxima sustentável (MSY), que deve ser completado por objetivos e estratégias de gestão mais específicas a definir pelo estado costeiro. Presentemente, não existe um objetivo ou uma estratégia de gestão específica que tenham sido definidos pelas autoridades da Guiné-Bissau. Por outro lado, mesmo que a atividade da frota artesanal da Guiné-Bissau pareça reduzida, o Comité recomenda que as capturas das frotas artesanais de outros estados costeiros em atividade na Guiné-Bissau sejam tidas em conta para o cálculo do excedente biológico.

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12 Conclusões sobre recursos explorados na ZEE da Guiné-Bissau

Conforme descrito nos capítulos anteriores, a actividade das frotas industriais na ZEE da Guiné-Bissau é composto de vários elementos, entre os quais a uma frota dirigida aos crustáceos; outra destinada a cefalópodes e de peixes, muito semelhante ao anterior a frota dirigida aos recursos demersais (principalmente peixes) e uma quarta segmentação da frota dos pequenos pelágicos. Neste CCC não tentámos as frotas de grandes atuns por causa de sua natureza migratória e que está sendo avaliado em reuniões da ICCAT. A análise das tendências das capturas por tipo de pesca foi feita nas secções relevantes anteriores, contudo por causa dos problemas próprios com os dados foi difícil de providenciar conclusões, especialmente aquelas relacionadas com as tendências das abundâncias (problemas cálculos de CPUE). No entanto a partir das informações obtidas na avaliação de campanhas de recursos demersais se houve uma diminuição significativa nos grupos de peixes comerciais em torno de 25% e cerca de 40% no caso dos cefalópodes, se bem estes última tal declínio é atribuível não só para a mortalidade por pesca, tendo os seus ciclos biológicos curtas tem grande influência sobre as mudanças nas abundâncias. Unicamente no caso dos crustáceos mostraram-se melhorias. Com base nestes resultados, podemos concluir que estas pescarias estão sob grande mortalidade por pesca, encontrá-los em uma situação delicada. Na Ilustração 31, apesar dos problemas com dados discutidos, podemos ver como nos últimos 10 anos tem havido um aumento constante das capturas totais (t), sendo este aumento mais acentuado nos últimos dois anos.

Com base nestes resultados e sempre sob o princípio da precaução, seria aconselhável reduzir os valores de mortalidade por pesca, e há duas ferramentas para isso:

1. Redução das unidades de pesca: A falta de avaliações analíticas e difícil determinar os valores de esforço ideal para nos fornecer a próxima captura de rendimento especialmente sustentável. Proximamente ser realizada um grupo de trabalho da avaliação dos recursos demersais em CECAF sul, onde se

Ilustração 31 Evolução das capturas totais

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encontram estas pescarias e os resultados pode ser obtido a este respeito. Enquanto, as eventuais recomendações que poderiam fazer-se a esse respeito seria de tipo mais qualitativa e sempre a partir de uma base de dados pormenorizada, corrigida e atualizada, tal como consta na seção 13 das recomendações.

2. Paragens espaciais: Outra ferramenta para reduzir a mortalidade por pesca é o fechamento do espaço da pesca. Cerramentos espaciais são muito importantes quando ai disponíveis informações sobre as áreas de recrutamento ou conjunto de espécies. Atualmente esta informação não está disponível nestes bancos de pesca e também está lidando com um grande número de espécies que complicaria ainda mais a sua determinação. Neste sentido, o trabalho que está sendo realizado no projeto Rias do Sul pode proporcionar uma informação de grande importância devido à função que exerçam rios e estuários.

3. Paragens temporais: Este tipo de parada, também conhecido como períodos de repouso biológico, são amplamente utilizados e, talvez, acho que uma das medidas mais adequadas no momento. Determinar o período mais adequado e considerando que esta envolvida diferente pescas, requer uma análise detalhada das estatísticas de pesca (pendente da disponibilidade de bancos de dados), bem como as informações biológicas disponíveis das espécies principais. Portanto o CCC não esta em disposição de identificar o espaço temporal do repouso biológico.

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13 Recomendações

O Comité Científico Conjunto recomenda:

1. A realização de uma atualização completa destinada a consolidar as diversas

áreas (dados numéricos erróneos, problemas de nomenclatura…) que compõem o banco de dados. Esta atualização deve ocorrer antes do final de 2016 através de uma reunião do CCC específico em Bissau. O objetivo principal do CCC será modificar e atualizar dados para que o novo banco de dados serve essencialmente como uma interface para garantir que os dados são organizados consistentemente e ser facilmente acessível. O projeto e o conteúdo do banco de dados devem seguir uma estrutura lógica para uso científico. O CCC mostro a sua disponibilidade para se reunir de novo antes de fim de 2016.

2. Com base em dados espaciais (posição geográfica) arquivados no banco de dados CIPA, estimar a proporção das capturas e esforço por espécie e profundidades na zona de pesca da Guiné-Bissau. Asi como uma nova estimativa do CPUE baseado em esforço específico ao longo da série histórica.

3. A fim de estimar de forma uniforme da capacidade de pesca nas águas de Guiné-Bissau e aplicada a Convenção Internacional sobre a arqueação dos navios da Organização Marítima Internacional de 1969. Assim, a descrição da capacidade de qualquer navio de pesca deve prever-se em arqueação bruta (GT), a fim de harmonizar as unidades.

4. Se implante a presença de observadores científicos em todas as frotas industriais (demersais e pequenos peixes pelágicos) que operam nas águas da Guiné-Bissau para garantir a recolha de informação biológica adicionais aos dados de capturas.

5. Melhorar a formação técnica de observadores de pesca abordo, a fim de melhorar a qualidade das informações coletadas pelo observador de pescas responsável pela coleta de dados abordo.

6. Guiné-Bissau e a UE devem levar a cabo todas as medidas necessárias para que todos os dados científicos e analises anual dos resultados do CCC ser fornecidos aos respetivos grupos de trabalho COPACE para sua consideração.

7. A continuação de coleta de dados na Rías Buba, Cacheu e Cacine para a continuação dos mesmos estudos e avaliação do plano de gestão, de modo que pode servir como um ponto de partida para um potencial assistência técnica sobre a avaliação de recursos naturais.

8. O CCC gostaria de receber um mandato conciso de Comité Misto respeito às matérias a serem discutidas pelo CCC.

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No sentido de melhorar a informação disponível sobre os recursos marinhos na Guiné-Bissau, atualizou-se ao longo da reunião do Comité Científico Conjunto uma lista de assuntos e tarefas que seriam necessário desenvolver (Tabela 28). As ações identificadas previamente não realizadas ou realizadas parcialmente continuam como prioridade. No entanto, seria necessário estabelecer um calendário viável para cada uma dessas ações.

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Domínio Acção Realização Comentários Tarefas a desenvolver em

2016/2017

Estatísticas de pesca

Melhoramento de dados actualmente disponíveis: Frota Europeia, Frota Chinesa e Outras frotas

Realizada parcialmente

Realizado o quinto CCC. Grupo de trabalho do CCC para:

Resolver as discrepâncias nas estatísticas de pesca.

A recuperação de dados.

Decompor as capturas acessórias agrupadas em "outros" para todas as frotas activas na Guiné-Bissau.

Recuperação de dados actualmente não disponíveis: Compilar informação sobre captura (espécies alvo e acessórias) e esforço de pesca das frotas activas na Guiné-Bissau: Frota Europeia, Frota Chinesa e outras frotas

Realizada parcialmente

Realizado o quinto CCC. Dados devem ser disponibilizados pela Guiné-Bissau.

Formação

Formação em diferentes componentes (biológico, pesqueiro, amostragem, taxonomia, etc) dos observadores científicos.

Não realizada

Meios devem ser disponibilizados pela Guiné-Bissau.

Formação estatística, análise de dados e amostragem dos técnicos e colaboradores do CIPA

Não realizada

Meios devem ser disponibilizados pela Guiné-Bissau.

Formação dos observadores a burdo (Resolver problemas de nomenclaturas)

Não realizada

O problema das diferentes nomenclaturas utilizadas pelos observadores ainda persiste.

Informação independente da pesca

Compilação da informação existente de campanhas de investigação anteriores a 2016.

Realizada parcialmente

Dados devem ser disponibilizados pela Guiné-Bissau.

Desenvolver programa de campanhas de investigação regulares.

Realizada parcialmente

A iniciativa de Guiné-Bissau.

Desenvolver pescarias pelágicas experimentais Não

realizada

Desenvolver documento para a avaliação das campanhas experimentais

Programa observadores

Iniciar um programa de amostragem biológica Realizada

parcialmente

Espanha iniciou um programa de observadores científicos para a frota de cefalópodes em 2015. O programa se continua em a frota marisqueira após o reinício desta pescaria.

Guiné-Bissau implementara um programa de amostragem biológica em coordenação com IEO.

Tabela 28 Análise sobre o progresso das tarefas a realizar ou monitorizar por Comité Científico Conjunto

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Estimar índices de rejeições Realizada

parcialmente

Espanha reiniciou um programa de observadores científicos para a frota de crustáceos em 2015.

EU - Espanha devo analisar os dados de rejeições do programa de observadores.

Biologia das principais espécies

Iniciar programa de amostragem para resolver ciclo reprodutivo das principais espécies (observadores científicos)

Realizada parcialmente

Espanha iniciou um programa de observadores científicos para a frota de cefalópodos en 2015 y reiniciou um programa de observadores científicos para a frota de crustáceos em 2015.

Avaliação estado de exploração e aconselhamento à gestão

Estimar estado de exploração dos principais recursos.

Estimar o excedente biológico ("Surplus") para os principais recursos.

Realizar experiências de selectividade para redução das capturas acessórias.

Analisar a actividade das frotas activas na Guiné-Bissau nas vertentes espaciais e sazonais.

Não realizada

A União Europeia desarrolho um estúdio para facilitar la estimação do surplus.

Reunião do Comité Científico Conjunto para analisar a actividade espacial e sazonal da frota e estimar a captura acessória.

Projeto de parceria para experiências de selectividade.

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14 Referências bibliográficas

García-Isarch, E., Z. Romero, Sobrino, I., Expósito, P. y de Santos, D., 2013. Información biológica y pesquera obtenida en las campañas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en la ZEE de Guinea-Bissau (Año 2011). Informe técnico del Instituto Español de Oceanografía. 75 pp.

Sobrino, I. 2015. Estudo da distribuição espaço temporal das espécies e avaliação

indirecta dos stocks capturados pelas pescarias industriais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau. Projecto regional de pesca na costa ocidental da África, a nível da Guiné-Bissau (PRAO-GB).

Comité des pêches pour l’Atlantique Centre-Est Rapport de la sixième session du

Sous-Comité scientifique. Tenerife, Espagne 14-16 octobre 2015. FAO Rapport sur les pêches et l’aquaculture No. 1128. Rome, Italia.

15 Documentos de Trabalho

CIPA, 2010. II Enquête sur les aspects socio-économiques de la Pêche Artisanale en Guinée Bissau. 91 pp.

CIPA, 2011. III Inquérito Socio económicos sobre os aspectos da pesca artesanal na Guiné Bissau. 101 pp.

CIPA, 2011. Rapport Scientifique des campagnes d'évaluation des ressources halieutiques (demersales et pélagique) de la ZEE Bissau Guinéenne (Septembre-Octobre 2011). 50 pp.

CIPA, 2012. Estatísticas de pesca industrial do ano 2012 (Maio 2012). 90 pp.

CIPA, 2013. Relatório sobre as investigações científicas realizadas pelo navio de investigação "Atlântida" na zona económica exclusiva da Republica da Guiné-Bissau (Janeiro 2013). 40pp.

CIPA, 2015. Estúdio da Distribuição espaço temporal das espécies e avaliação indirecta dos stocks capturados pelas pescarias industriais na zona económica exclusiva da Guiné-Bissau.

UICN, 2015. Project « Rias do Sul: Cogestion des Pêcheries dans les Rias (Cacheu, Buba et Cacine) de la Guinée-Bissau. Rapport annuel d'activités (Année 3/2015). 38 pp.

CIPA, 2015. Estatísticas de pesca industrial do ano 2013 (Janeiro 2015). 46 pp.

CIPA, 2016. Rapport Scientifique de la campagne d'évaluation des ressources demersales de la ZEE Bissau Guinéenne (janvier 2016). 118 pp.

CIPA, 2016. Estatísticas de pesca industrial do ano 2014 (Fevereiro 2016). 60 pp.

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16 Lista de Tabelas

Tabela 1 Numero de navios licenciados por nacionalidade e tipo de pesca. ................... 10

Tabela 2 Numero de navios licenciados (cefalópodes) por nacionalidade e tipo de pesca ............................................................................................................................................ 12

Tabela 3 Captura global do arrasto de cefalópodes na ZEE na Guiné-Bissau ................ 13

Tabela 4 Esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau ............................. 15

Tabela 5 Captura por unidade de esforço das principais espécies de cefalópodes para a frota UE – Espanha................................................................................................................. 16

Tabela 6 Captura por unidade de esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau ........................................................................................................................................... 16

Tabela 7 Número de navios licenciados na pesca dos crustáceos em 2015 por TAB médio ............................................................................................................................................ 22

Tabela 8 Captura global do arrastro de crustáceos (licencia camarão) na ZEE na Guiné-Bissau ............................................................................................................................... 24

Tabela 9 Captura global do arrastro de crustáceos (outras licencias) na ZEE na Guiné-Bissau ........................................................................................................................................... 25

Tabela 10 Captura total do arrasto de crustáceos (licencia camarão e outras licencias) na ZEE na Guiné-Bissau. .......................................................................................................... 25

Tabela 11 Percentagem de Captura Acessória para pescaria de crustáceos defenida no âmbito dos diferentes acordos de pesca. ............................................................................... 27

Tabela 12 Esforço (em dias de pesca) das frotas que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau. ..................................................................................................... 27

Tabela 13 Esforço específico (em dias de pesca) de gamba, especies de profundidade e langostino, da frota espanhola que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau. .............................................................................................................................. 28

Tabela 14 Captura por unidade de esforço (kg/dia pesca) das principais espécies de crustáceos para a frota UE – Espanha e Portugal. ............................................................... 29

Tabela 15 Captura por unidade de esforço (kg/dia pesca) das principais espécies de crustáceos das Outras frotas com licencia camarão. ........................................................... 29

Tabela 16 CPUE (em kg/dias de pesca) de gamba, espécies de profundidade e langostino, da frota espanhola que operam com licencia camarão nas águas da Guiné-Bissau. .......................................................................................................................................... 31

Tabela 17 Capturas das frotas de arrasto de peixe demersal a operar na Guiné-Bissau ....................................................................................................................................................... 38

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70

Tabela 18 Capturas totais de pequenos pelágicos em toneladas (L4 + Outras licenças) ....................................................................................................................................................... 42

Tabela 19 Esforço das frotas que operam nas águas da Guiné-Bissau ........................... 43

Tabela 20 Evaluacões de pequenos pelagicos Stock Norte- Subgrupo Sul- WG CECAF Pequenos Pelágicos Sul (Congo 2014) .................................................................................. 46

Tabela 21 Abundancia (em toneladas) por estrato dos principais grupos ........................ 48

Tabela 22 Variação das biomassas das principais espécies comerciais entre 2014 e 2016. ............................................................................................................................................. 49

Tabela 23 Espécies com interesse comercial que foram alvo de estudo dos parâmetros biológicos na Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016, com indicação das espécies que são capturadas (como objeto ou captura acessória) por frotas da UE ............................. 51

Tabela 24 Parâmetros relação tamanho peso ....................................................................... 53

Tabela 25 Proporção entre sexos das principais espécies demersais capturados pela frota europeia. Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016. .......................................................... 54

Tabela 26 Tamanho da primeira maturidade (TPM) de algumas espécies comerciais encontrados no período de reprodução, durante Campanha GUINÉ-BISSAU 01-2016. ....................................................................................................................................................... 54

Tabela 27 Características técnicas das campanhas de investigação realizadas na Guiné-Bissau desde 1988. ........................................................................................................ 58

Tabela 28 Análise sobre o progresso das tarefas a realizar ou monitorizar por Comité Científico Conjunto ..................................................................................................................... 66

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

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17 Lista de Ilustrações

Ilustração 1 Mapa ZEE Guiné-Bissau ....................................................................................... 8

Ilustração 2 Evolução das frotas da U.E. e outros países de 2000 a 2015 ...................... 12

Ilustração 3 Evolução das Captura de Sepia spp. da EU e Outras frotas de 2000 a 2015 ....................................................................................................................................................... 14

Ilustração 4 Evolução das Capturas de Octopus vulgaris da EU e Outras frotas de 2000 a 2015 ........................................................................................................................................... 15

Ilustração 5 Evolução da CPUE para Sepia spp. de todas as frotas cefalopodeira na ZEE da Guiné-Bissau ................................................................................................................ 16

Ilustração 6 Evolução da CPUE para Octopus vulgaris de todas as frotas cefalopodeira ZEE da Guiné-Bissau ................................................................................................................ 17

Ilustração 7 Evolução da percentagem da pesca acessória por espécie da frota cefalopodeira da UE na ZEE da Guiné-Bissau ..................................................................... 17

Ilustração 8 Percentagem da composição das capturas da frota cefalopodeira da UE na ZEE da Guiné-Bissau ................................................................................................................ 18

Ilustração 9 Evolução da percentagem da pesca acessória por espécie da frota cefalopodeira da China na ZEE da Guiné-Bissau ................................................................. 18

Ilustração 10 Mapa de distribuição dos esforços da frota dos cefalópodes ..................... 19

Ilustração 11 Evolução das frotas da U.E. e outros países de 2000 a 2015 .................... 23

Ilustração 12 Evolução das capturas de gamba Parapenaeus longoristris da EU e Outras frotas de 2000 a 2015. .................................................................................................. 26

Ilustração 13 Evolução das capturas de langostino Penaeus spp. da EU e Outras frotas de 2000 a 2015. .......................................................................................................................... 26

Ilustração 14 Evolução del esforço pesqueiro (días de pesca) da EU e outras frotas de 2000 a 2015................................................................................................................................. 28

Ilustração 15 Evolução da CPUE de gamba Parapenaeus longirostris das frotas de crustáceos da UE (Espanha, Portugal) e de outros países na ZEE da Guiné-Bissau. .. 30

Ilustração 16 Evolução da CPUE de Penaeus spp. das frotas de crustáceos da UE (Espanha, Portugal) e de outros países na ZEE da Guiné-Bissau. ................................... 31

Ilustração 17 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies da frota de crustáceos da Espanha na ZEE da Guiné-Bissau ................................................. 32

Ilustração 18 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies da frota de crustáceos de Portugal na ZEE da Guiné-Bissau .................................................. 33

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5ª Reunião do Comité Científico Conjunto entre a República da Guiné-Bissau e a União Europeia

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Ilustração 19 Evolução da percentagem das capturas por espécie/grupo de espécies das outras frotas distintas das da UE, com licença de camarão, na ZEE da Guiné-Bissau. .......................................................................................................................................... 34

Ilustração 20 Percentagem da composição das capturas da frota espanhola de crustáceos na ZEE da Guiné-Bissau em 2015. ..................................................................... 34

Ilustração 21 Mapa de distribuição dos esforços da frota espanhola dos crustáceos na ZEE de Guiné Bissau................................................................................................................. 36

Ilustração 22 Capturas pescarias peixes demersais ............................................................ 39

Ilustração 23 Numero de barcos peixes pelágicos ............................................................... 41

Ilustração 24 Evolução das capturas de frota dos pelágicos e Outras frotas de 2000 a 2015 .............................................................................................................................................. 43

Ilustração 25 Evolução do esforço das frotas que operam mas águas de Guiné-Bissau por tipo de frota. .......................................................................................................................... 44

Ilustração 26 Biomasa estimada nas três últimas campañas. ............................................ 49

Ilustração 27 Navio Oceanográfico N/O Al-AWAN ............................................................... 50

Ilustração 28 Distribuição de frequência de comprimento (em cm) das principaes espécies de peixes exploradas pela EU em total da área da campanha “GUINÉ-BISSAU 0116”. ............................................................................................................................ 52

Ilustração 29 Distribuição de frequência de comprimento de cefalotórax (mm) das principais espécies de crustáceos explotadas pela EU em total da área da campanha “GUINÉ-BISSAU 0116”. ............................................................................................................ 52

Ilustração 30 Distribuição de frequência em peso total (em g) de Octopus vulgaris, total da área da campanha. “GUINÉ-BISSAU 0116”. ................................................................... 53

Ilustração 31 Evolução das capturas totais ............................................................................ 62

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18 Lista de Acrónimos

AAR Associação dos Armadores Russos

CCC Comité Científico Conjunto

CCLME Grande Ecossistema Marino de Corrente das Canarias

CIPA Centro de Investigação Pesqueira Aplicada

CPUE Captura por Unidade de Esforço

CNFC China National Fisheries Corporation

COPACE Comité des Pêches pour l’Atlantique Centre-Est

CV Cavalos de Vapor

UE União Europeia

GLME Grande Ecossistema Marinho do Golfo de Guine

IEO Instituto Espanhol de Oceanografia

IRD L’Institut de Recherches pour le Développement

ND Não Disponível

PNDB Programa Nacional de Dados Básicos

PRAO Programme Régional des Pêches en Afrique de l'Ouest

SFPA Acordo de Parceria no domínio da pesca sustentável

t Tonelada

TAB Tonelagem de Arqueação Bruta

TPM Tamanho da Primeira Maturidade

VMS Vessel Monitoring System

ZEE Zona Económica Exclusiva

ZGSC Zhongyu Global Seafood Conp

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Cientistas da Guiné-Bissau

Victorino Assau NAHADA (Vice-Presidente) CIPA – Guiné-Bissau [email protected]

Iça BARRY CIPA – Guiné-Bissau [email protected]

Inluta INCOM CIPA – Guiné-Bissau [email protected]

Raul Joaquim JUMPE CIPA – Guiné-Bissau [email protected]

Josepha PINTO GOMES CIPA – Guiné-Bissau [email protected]

Cientistas da EU

Ignacio SOBRINO (Presidente) IEO – UE-Espanha [email protected]

Eva GARCÍA ISARCH IEO – UE-Espanha [email protected]

Didier JOUFFRE IRD – EU-Frância [email protected]

Observador

Sebastián RODRÍGUEZ ALFARO (Redactor)

DG MARE – Comissão Europeia

[email protected]

Anexo I - Lista de Presenças

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10 a 12 de Maio 2016

(IEO Cádiz – Puerto Pesquero, Muelle de Levante, s/n, 11006 Cádiz, Espanha)

10/Maio/2016 (10h00 – 18h00)

Estatísticas de Pesca:

Compilar todas as informações estatísticas existentes da Guiné-Bissau, UE e outras frotas.

Actualizar a estatística para crustáceos e cefalópodes com os dados anteriores a 2015.

Analisar a informação disponível para calcular o esforço específico por espécies

(Crustáceos e cefalópodes).

Analisar as capturas das outras frotas incluindo espécies pelágicas.

Analisar as capturas acessórias.

Analisar a distribuição espacial e sazonal do esforço pesca.

Analisar as capturas da pesca artesanal e costeira na Guiné-Bissau.

11/Maio/2016 (09h00 – 18h00)

Avaliação das espécies:

Providenciar aconselhamento científico.

Considerar gestão da capacidade de pesca.

Campanhas de investigação:

Compilar todas as informações das campanhas realizadas na ZEE da Guiné-Bissau.

Analisar os resultados da campanha de investigação realizada em Fevereiro de 2016.

Compilar as informações existentes sobre a biológica das principais espécies – Guiné-Bissau, Espanha e Portugal.

Indicadores sobre o estado de exploração.

Analise de proposta de gestão nas Rias Buba, Cacheu e Cacine.

12/Maio/2016 (09h00 – 18h00)

Análise sobre o progresso:

Considerar recomendações saídas na última reunião do Comité Científico realizado em Bissau.

Análise sobre o progresso das tarefas a realizar ou monitorizar por Comité Científico Conjunto

Formação: reforço das capacidades e identificar as e as possíveis formas de as financiar.

Diversos.

Relatório:

Apresentação do relatório Comité Científico Conjunto.

Anexo II - Programa de Reunião do 5º Comité Científico Conjunto para o acompanhamento do Acordo de Parceria no domínio da Pesca entre

a República da Guiné-Bissau e a União Europeia.

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Nome Guineense Nome Cientifico English Español

ALISTADO Aristeus varidens (Holthuis,1952) Striped red shrimp Gamba listada

ABROTEA Gadella maraldi (Risso, 1810) Gadella ND

BAGRE Arius heudelotti (Valenciennes, 1840) Smoothmouth Sea Catfish Bagre bocalisa

Arius parkii (Valenciennes, 1840) Guinean sea catfish Bagre de Guinea

BALISTE Balistes punctatus (Gmelin, 1789) Bluespotted triggerfish Cajo Canario

Balistes capriscus (Gmelin, 1789) Grey triggerfish Pez ballesta

BENTANA Lobotes surinamensis (Bloch, 1790) Tripletail Dormilona

BICA Lutjanus sp. Snappers nei. Pargos tropicales

LANGOSTINO BRANCO Farfantepenaeus notialis (Pérez-Farfante, 1967) Southern pink shrimp Camarón Rosado sureño

LANGOSTINO TIGRE Penaeus kerathurus (Forsskål, 1775) Tiger shrimp Langostino tigre

LANGOSTINO JUMBO Penaeus monodon (Fabricius, 1798) Giant tiger prawn Langostino jumbo

CARANGUEIJO

Calappa granulata (Linnaeus, 1767) Shamefaced crab Cangejo Real

Chaceon maritae (Manning & Holthuis, 1981) West African geryon Cangrejo de Guinea

Calappa rubroguttata (Herklots, 1851) Spotted box crab Calapa manchada

CARAPAU Decapterus punctatus (Cuvier, 1829) Round scad Jurela

COR-COR

Pomadasys jubelini (Cuvier, 1830) Sompat grunt Ronco sompat

Pomadasys rogeri (Cuvier, 1830) Pigsnout grunt Ronco trompudo

Pomadasys peroteti (Cuvier, 1830) Parrot grunt Ronco loro

Pomadasys incisus (Bowdich, 1825) Bastard grunt Ronco mestizo

ESCAMA RIJO Brachydeuterus auritus (Valenciennes, 1832) Bigeye grunt Burro ojón

GAMBA Parapenaeus longirostris (Lucas, 1846) Deep-water rose shrimp Gamba/Camarón de altura

LAGOSTA Palinura spp. Spiny lobster Langosta espinosa

LICHIA Lichia amia (Linnaeus, 1758) Leerfish Palometón

PAMPANO Trachinotus maxillosus (G. Cuvier, 1832) Guinean pompano Pámpano galonero

PEIXE GALO Zeus faber (Linnaeus, 1758) John dory Pez de San Pedro

PEIXE PRATA Gerres nigri (Günther, 1859) Guinean striped mojarra Mojarra Guineana

PEIXE PRATA Eucinostomus melanopterus (Bleeker, 1863) Flagfin mojarra Mojarrita de ley

PESCADA NEGRA Merluccius senegalensis (Cadenat, 1950) Senegalese hake Merluza negra/del Senegal

REBENTA CONTA Elops lacerta (Valenciennes, 1846) West African ladyfish Malacho de Africa occident.

SALMONETE Pseudupeneus prayensis (Cuvier, 1829) West African goatfish Salmonete barbudo

SAREIA Caranx senegallus (Cuvier, 1833) Senegal jack Jurel Senegalés

SARDINELA

Sardinella aurita (Valenciennes, 1847) Round sardinella Alacha

Sardinella maderensis (Lowe, 1839) Madeiran sardinella Machuelo

Sardinella rouxi (Poll, 1953) Yellowtail sardinella Alacha rabo amarillo

SARDINHA Sardina pilchardus (Walbaum, 1792) European pilchard Sardina Europea

SEPIAS/CHOCOS Sépia spp. Cuttlefish Sepia

TAMBORIL Lophiodes kempi (Norman, 1935) Longspine African angler Rape Africano

POLVO

Octopus vulgaris (Cuvier, 1797) Common octopus Pulpo común

Octopus defilippi (Verany, 1851) Atlantic long-arm octopus Pulpo patilargo

Eledone caparti (Adam, 1950) ND ND

VOMER Selene vomer (Linnaeus, 1758) Lookdown Jorobado de penacho

VELEIRO Istiophorus albicans (Latreille, 1804) Atlantic sailfish Pez vela del Atlántico

Fonte: Fishbase and Sealifebase

Anexo III – Lista dos nomes das espécies mais frequentes capturadas pela frota europeia na ZEE da Guiné-Bissau em diferentes linguajes

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Eva García-Isarch1, Zeneida Romero1, Pablo Expósito2 y Diego de Santos2

1Instituto Español de Oceanografía (IEO). Centro Oceanográfico de Cádiz. España

2Investigación, Planificación y Desarrollo S.A. (IPD). Madrid, España.

INTRODUCCIÓN

En cumplimiento con el programa comunitario plurianual de conformidad con el Reglamento (CE) nº 199/2008 del Consejo, que establece un marco comunitario para la recopilación, gestión y uso de los datos del sector pesquero y el apoyo al asesoramiento científico en relación con la política pesquera común (2008/949/CE), el Instituto Español de Oceanografía (IEO), responsable de los muestreos biológicos del Programa Nacional de Datos Básicos (PNDB), inició en febrero de 2010 un Programa de Observaciones a bordo de la flota marisquera española en la costa occidental africana. Estas observaciones deben alternarse anualmente entre los países con acuerdo pesquero con la UE, que incluya categoría de pesca para marisco, siendo estos Mauritania y Guinea-Bissau en el periodo 2010-2016. Las primeras campañas de observación en Guinea-Bissau tuvieron lugar en 2011. Un nuevo ciclo anual se muestreó de marzo de 2015 a febrero de 2016, tras el reinicio de la pesquería en el caladero, cerrado de abril de 2012 hasta inicios de 2015.

Los objetivos planteados en este estudio fueron:

1) Conocer la estrategia de pesca seguida por la flota a lo largo del año.

2) Identificar y cuantificar las principales especies de peces, crustáceos y cefalópodos de la captura retenida.

3) Identificar y cuantificar las principales especies de peces, crustáceos y cefalópodos del descarte.

4) Estimar los valores globales de descarte y sus variaciones temporales.

MATERIAL Y MÉTODOS

Las observaciones científicas se llevaron a cabo en el marco del PNDB, en cuatro mareas realizadas a bordo de la flota marisquera española operativa en la ZEE de Guinea-Bissau a lo largo de 2011. Se realizaron 184 días de observación desde marzo a diciembre de 2011. En la Tabla I se muestran las fechas y duración de cada marea (denominadas “LANGABISS”).

Las cuatro mareas se realizaron a bordo de tres barcos marisqueros de la Asociación Nacional de Armadores de Buques Congeladores (ANAMAR), todos ellos con puerto base en Huelva. Estos barcos realizan distintos tipos de lances u operaciones de pesca en función de la especie objetivo: langostino (principalmente langostino blanco Penaeus notialis), gamba Parapenaeus longirostris y alistado Aristeus varidens. Los distintos tipos de operaciones de pesca se denominaron LAN, GAM o ALI, en función de la especie objetivo (langostino, gamba o alistado, respectivamente).

El tamaño de la malla utilizado fue de 40 mm, según lo establecido por el Protocolo del Acuerdo de Pesca vigente en 2011 (DO L 342, 27.12.2007, p. 5-37).

Anexo IV – PESQUERÍAS ESPAÑOLAS DE MARISCO EN LA ZEE DE GUINEA-BISSAU: ANÁLISIS DE LA ACTIVIDAD PESQUERA, CAPTURAS Y DESCARTES A PARTIR DE OBSERVACIONES

CIENTÍFICAS A BORDO (AÑO 2011)

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Tabla I.- Mareas de pesca con observaciones científicas llevadas a cabo a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau en el año 2011.

MAREA DE OBSERVACIÓN CIENTÍFICA

FECHA DIAS PESCA

Marea 1 (LANGABISS_0111) 13 Marzo-27 Abril 44

Marea 2 (LANGABISS_0211) 2 Mayo-15 Junio 45

Marea 3 (LANGABISS_0311) 9 Septiembre-13 Noviembre 63

Marea 4 (LANGABISS_0411) 18 Noviembre-30 Diciembre 32

TOTAL 184

Los observadores tomaron la siguiente información pesquera de todos los lances de pesca realizados:

- Datos completos de cada operación de pesca (fecha, hora, posición y profundidad de largada y virada, rumbo, velocidad, cable largado, condiciones meteorológicas, etc.)

- Peso total de captura retenida por especies y lance.

- Peso total del descarte por lance.

En una serie de lances seleccionados al azar se realizaron:

- Muestreos de descarte: identificación de especies en una muestra del descarte, y estimación del peso y número de cada una de las especies.

- Muestreos de tallas de las especies de la captura (especies objetivo y accesorias) y del descarte.

A partir de la información pesquera y de los muestreos, se han realizado los siguientes análisis:

- Cálculos de rendimientos medios de las especies de la captura y del descarte, en kilogramos por hora y lance y estimaciones de valores mensuales y anual, por tipo de lance.

- Análisis del descarte: estimación de índices de descartes, composición y variaciones temporales, por tipo de lance.

Además, aunque no es objeto del presente trabajo, se han analizado las distribuciones de frecuencias de tallas de la captura retenida y descartada. Esta información está disponible en el IEO.

RESULTADOS

INFORMACIÓN PESQUERA

Operaciones de pesca Se ha analizado un total de 1011 lances de pesca realizados durante 184 días de observación a bordo de la flota marisquera española operativa en aguas de Guinea-Bissau en 2011. La mayoría de los lances (61%) estuvieron dirigidos a la captura de la gamba (GAM), mientras que el 31% fueron lances dirigidos al alistado (ALI). Sólo un 8% de los lances estuvieron dirigidos al langostino (LAN). Los rangos de profundidad en los que se realizaron cada tipo de pesca fueron 14 y 51 m (langostino), 167-430 m (gamba) y 374-823 m de profundidad (alistado) (Tabla II).

Las pescas se realizaron durante el día y la noche de forma ininterrumpida, variando su duración desde 30 minutos hasta casi 8 horas, con un valor medio de 3 h y 12 m, dependiendo de la especie objetivo (Tabla III). Los lances profundos dirigidos al alistado A. varidens fueron

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más largos, con una duración media de 4 h y 23 m.

Tabla II.- Tipos de lances de pesca, según su especie objetivo. Rango de profundidad (m), duración media (horas:minutos), número y porcentaje de los mismos.

TIPO DE LANCE ESPECIE OBJETIVO RANGO DE

PROFUNDIDAD (m)

DURACIÓN MEDIA

(horas:minutos)

NÚMERO Y %

LANCES

LAN LANGOSTINO

Penaeus notialis 14-51 03:20 84 (8%)

GAM GAMBA

Parapenaeus longirostris 167-430 03:03 615 (61%)

ALI ALISTADO

Aristeus varidens 374-823 04:23 312 (31%)

Estacionalidad

En la Figura 1 se observan los porcentajes de cada tipo de lance por meses, con una indicación del número de lances realizados durante las observaciones, lo que puede dar una idea de la estrategia seguida por la flota a lo largo del año. No se ha obtenido información de observaciones científicas en un año completo, ya que no se pudieron realizar embarques en cuatro meses en los que sin embargo, sí faenó la flota (enero-febrero y julio-agosto).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

112 129 182 98 85 163 130 112

ALI

GAM

LAN

Figura 1.- Número total de lances y porcentaje de lances dirigidos a langostino (LAN), gamba (GAM) y alistado (ALI) por meses, durante las mareas de pesca de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau en 2011. Las pescas estuvieron dirigidas principalmente a la captura de gamba durante el primer semestre del año y al alistado y a la gamba (en proporción variable, según el mes) durante el segundo semestre (Figura 1). La pesca del langostino comenzó en primavera (mayo y junio), pero la ausencia de pescas y observaciones en los meses siguientes, impiden conocer la evolución de la estrategia de pesca a partir de los datos de nuestras observaciones. Por otra parte, tras los meses estivales sin muestreo, sólo se pescaron langostinos en escasas ocasiones en el mes de septiembre.

Esta estrategia parece estar marcada en gran parte por la abundancia de los recursos. Los datos pesqueros del conjunto de la flota marisquera española operativa en Guinea-Bissau en el año 2011 indican que la gamba es el recurso más abundante, con picos de abundancia a

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finales de invierno-principio de primavera (febrero-mayo) y en otoño (octubre). La abundancia de langostino es máxima a finales de primavera-principios de verano (mayo-julio) y el alistado es especialmente abundante en los meses de otoño-invierno (septiembre-febrero) (García-Isarch, información no publicada).

Distribución espacial de los lances

Dentro de la ZEE de Guinea-Bissau, se pueden distinguir dos zonas, norte y sur, separadas por el paralelo 11ºN, que presentan diferencias respecto a la anchura de su plataforma y a la naturaleza de sus fondos. La localización de las zonas de pesca de la flota marisquera en Guinea-Bissau depende en gran medida de la naturaleza de los sedimentos y de la batimetría.

Los mapas de la Figura 2 muestran la posición final de cada tipo de lance de pesca (LAN, GAM y ALI) realizado durante las cuatro mareas de observación científica llevadas a cabo en aguas de Guinea-Bissau a lo largo del 2011.

GAMLAN

ALI

-17.5 -17 -16.5 -16 -15.5 -15 -14.5

10

10.5

11

11.5

12

20 m50 m200 m500 m1000 m

GUINEA-BISSAU_Lances ALI

10

10.5

11

11.5

12

Figura 2.- Distribución espacial de lances LAN dirigidos al langostino (●), lances GAM dirigidos a la gamba P. longirostris (●) (mapa superior) y lances ALI dirigidos al alistado (●) (mapa inferior), durante las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011).

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Las pescas de langostino se realizaron exclusivamente en la zona norte, dentro de una franja costera entre 14-51 m ocupada por fondos blandos de influencia fluvial. Dentro de esta zona norte, los lances de langostino se concentraron en el área entre 11.5º y 12ºN. Las distribuciones de los lances de gamba y alistado fueron mucho más extensas a lo largo del caladero guineano, ya que las profundidades a las que se pescan estas especies son principalmente de fondos blandos y por tanto, arrastrables. Se han detectado ciertas diferencias batimétricas en las pescas de gamba y alistado, según se realizaran en la zona norte o sur. En la zona sur, la gamba se ha pescado siempre a profundidades inferiores a los 300 m, mientras que en la zona norte se pesca hasta los 430 m. En el caso del alistado se puede hacer una distinción aún más clara entre las zonas de pesca norte y sur, separadas por el paralelo 11ºN, donde existe un cañón escarpado, que posiblemente imposibilita su pesca entre 11ºN y 10.5ºN. La zona norte de alistado se extiende septentrionalmente hasta la frontera con Senegal, a profundidades de entre 500 y 800 m. La zona sur se distribuye desde 10.5ºN hasta la frontera con Guinea y a profundidades algo más someras que en el norte (400-600 m).

CAPTURA RETENIDA

La Tabla III contiene los valores de los rendimientos medios de las especies objetivo de los lances dirigidos a langostino, gamba y alistado, así como los porcentajes que representan estas especies respecto al total retenido, en términos de rendimiento. Los mayores rendimientos de la especie objetivo se dieron en los lances dirigidos a la gamba P. longirostris (54 kg/h de arrastre), seguidos del alistado (13.1 kg/h de arrastre) y del langostino (5.2 kg/h de arrastre). En los lances costeros LAN se capturaron tres especies de langostino: langostino blanco (Penaeus notialis), langostino jumbo (Penaeus monodon) y langostino tigre (Penaeus kerathurus), con porcentajes en los rendimientos totales de langostino del 55% (langostino blanco), 40% (jumbo) y 4% (tigre).

Tabla III.- Número de lances analizados, rendimientos medios por lance de las especies objetivo (kg/ hora de arrastre) y porcentajes de las especies objetivo (langostinos, gamba y alistado) y otras especies retenidas (captura accesoria) en el rendimiento total, por tipo de lance (LAN, GAM, ALI) durante las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011).

2011 LAN* GAM ALI

Número de lances 84 615 312

Rendimiento medio de especie objetivo (kg/h de arrastre)

5.2 53.9 13.1

% Especie objetivo 76.4 97.2 63.4

% Especies accesorias 23.6 2.8 36.6

* 3 especies de langostino: Penaeus notialis, Penaeus monodon y Penaeus kerathurus.

La Figura 3 muestra los porcentajes de los rendimientos de las especies objetivo y de las otras especies retenidas a bordo (captura accesoria), por tipo de lance.

Dos especies de langostino constituyeron cerca del 75% de la captura retenida en los lances costeros tipo LAN: P. notialis (42%) y P. monodon (31%) (Fig. 3). Otras especies capturadas en este tipo de lances fueron la gamba guineana Parapenaeopsis atlantica (11%), el cangrejo satinado Portunus validus (9%), el langostino tigre P. kerathurus (3%), el pulpo Octopus vulgaris (2%), el choco Sepia hierredda y la acedía Dicologlossa cuneata (1% cada uno).

La gamba P. longirostris fue la especie predominante en los lances tipo GAM, constituyendo

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casi la totalidad del las capturas (97%). En mucho menor volumen se capturaron otras especies como el camarón narval Plesionika narval (2%), el cangrejo rojo Chaceon maritae, el pulpo O. vulgaris, el camarón soldado Plesionika edwardsii, el rape africano Lophiodes kempi y el camarón canguro Gliphus marsupialis (en porcentajes inferiores al 1%, cada uno).

El alistado A. varidens representó el 64% de las capturas en los lances profundos tipo ALI, seguido de otra especie de rape africano, el Lophius vaillanti (26%). También se capturaron cangrejos rojos C. maritae (6%), carabineros Aristaeopsis edwardsiana (4%) y, en pequeña proporción, camarones canguro G. marsupialis (0.01%).

42%

31%

3%

11%

9%

2%

1%

1%

24%

Captura retenida-Lances LAN

P. notialis

P. monodon

P. kerathurus

P. atlantica

P. validus

O. vulgaris

S. hierredda

D. cuneata

97%

2%

1%

<0.1%3%

Captura retenida-Lances GAM

P. longirostris

P. narval

C. maritae

O. vulgaris

P. edwardsii

L. kempi

G. marsupialis

64%26%

6%

4%<0.01%

36%

Captura retenida- Lances ALI

A. varidens

L. vaillanti

C. maritae

A. edwardsiana

G. marsupialis

Figura 3.- Porcentajes de rendimientos de las especies objetivo (langostinos, gamba y alistado) y de las especies accesorias que componen la captura total retenida, por tipo de lance (LAN, GAM y ALI) en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011).

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DESCARTES

Se ha estimado la abundancia del descarte en términos de rendimientos (Kg/hora de arrastre y lance), en relación al total de la captura total retenida, por mes y por tipo de lance. La Tabla IV muestra los valores promedios de los descartes por tipo de lance en las observaciones científicas llevadas a cabo en 2011. Los valores mensuales de los descartes en los lances dirigidos al langostino (LAN), a la gamba (GAM) y al alistado (ALI) están representados en la Figura 4.

Los mayores niveles de descartes en relación a la captura total (retenida+descartada) se produjeron en los lances costeros dirigidos al langostino (LAN), seguidos de los lances profundos de alistado (ALI) y de los de gamba (GAM). El índice de descartes, expresado como kg de descarte/kg de captura retenida fue igualmente mayor para los lances LAN, seguidos de GAM y ALI (Tabla V). Se observaron variaciones temporales en los índices de descartes estimados para cada tipo de lance (ver Figura 4).

Tabla IV.- Valores promedios de los descartes por tipo de lance (LAN, GAM y ALI), expresados en porcentaje de la captura total (% CT) y en kg de descarte/kg de captura retenida (kgD/kgCR).

TIPO DE LANCE % CT kg D/kg CR

LAN 81.7 5.7

GAM 67.2 3.4

ALI 69.9 3.1

0

2

4

6

8

10

Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

kg D

/kg

CR

GAM LAN ALI

Figura 4.- Valores mensuales de los descartes por tipo de lance (LAN, GAM, ALI) en Kg de descarte por kg de captura retenida.

Composición específica

Las figuras 5, 6 y 7 muestran los porcentajes de las especies descartadas por cada tipo de lance. La composición de los descartes varía en función de la especie objetivo del lance de pesca correspondiente y por tanto, de la profundidad a la que éstos se realizan. La lista completa de especies descartadas, con los valores de descarte estimados para cada una de ellas, para cada tipo de lance (LAN, GAM y ALI) está disponible en el IEO.

Se ha registrado un total de 90 especies en los lances dirigidos a langostino (LAN). De ellas, 54 fueron de peces, 24 de crustáceos, 3 de cefalópodos y 9 de otros grupos taxonómicos de invertebrados. Las especies más abundantes en valores medios de descarte por lance de langostino fueron la corvina reina Pseudotolithus senegallus (7%), el bagre bocalisa Arius

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heudeloti, el salmonete barbudo Pseudupeneus prayensis y la sardineta africana Ilisha africana (6% cada una). Otras especies registradas en estos descartes fueron la lengua Cynoglossus canariensis (5%), la cherna de ley Epinephelus aeneus, el tamboril mondeque Lagocephalus laevigatus, el pez sable Trichiurus lepturus y la mojarra bandera Eucinostomus melanopterus, representando cada una el 4% del descarte total. El resto de especies constituyeron menos del 4% de los descartes en los lances LAN (Fig. 5). Por otra parte, las especies o grupos taxonómicos con mayor frecuencia en los descartes de langostino fueron los asteroideos (estrellas de mar), el lenguado liso Citharichthys stampflii, el cangrejo Medorippe lanata y el salmonete barbudo P. prayensis, presentes, todas ellas, en el 75% de los lances muestreados.

7%6%

6%

6%

5%

4%

4%

4%4%

3%3%3%3%

2%

1%

1%

1%1%

1%

20%

DESCARTES-LANPseudotolithus senegallus

Arius heudeloti

Pseudupeneus prayensis

Ilisha africana

Cynoglossus canariensis

Epinephelus aeneus

Lagocephalus laevigatus

Trichiurus lepturus

Eucinostomus melanopterus

Pagellus bellotii

Chilomycterus spinosus

Asteroideo

Raja miraletus

Bothus podas

Solitas gruveli

Ophychtus ophis

Psettodes benetti

Brachydeuterus auritus

Sepia orbignyana

Cymbium sp.

Syacium micrurum

Cynoglossus senegalensis

Pseudotolithus typus

Citharichthys stampflii

Cymbium olla

Dicologoglossa cuneata

Otros

Figura 5.- Composición específica de los descartes, en valores medios por lance (Kg especies descartadas/Kg captura retenida por lance y hora) en los lances dirigidos al langostino (LAN) durante las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau (2011).

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7%7%

4%

4%

4%

4%

3%

2%

2%

2%

1%

30%

DESCARTES-GAMChlorophthalmus atlanticusDentex angolensisMunida rutllantiScomber coliasUmbrina canariensisMustelus mustelusSynagrops microlepisBrotula barbataArgyrosomus regiusAriomma melanumLophius vaillantiOctopus defilippiLiocarcinus corrugatusTrichiurus lepturusGephyroberyx darwiniiOphisurus serpensTrachurus trachurusPentheroscion mbiziTrachurus trecaeSynodus synodusAcanthocarpus brevispinisRaja miraletusOctopus vulgarisBembrops heterurusOctopus macropusIllex coindetiiScorpaena normaniIjimaia loppeiLepidotrigla cadmaniOtros

Figura 6.- Composición específica de los descartes, en valores medios por lance (Kg especies descartadas/Kg captura retenida por lance y hora) en los lances dirigidos a la gamba (GAM) durante las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau (2011).

5% 5%

4%

4%

4%

4%

3%

3%

3%

3%3%

2%

2%

2%1%1%

1%

30%

DESCARTES-ALIChlorophthalmus agassiziMerluccius polliLithodes feroxNematocarcinus africanusChaunax pictusTalismania longifilisLamprogrammus sp.Centrophorus squamosusCentrolophus nigerPsychrolutes spYarrella blackfordiChaceon maritaeLaemonema laureysiMItsukurina owstoniGephyroberyx darwiniiStomias boa boaEbinania costaecanariaeTorpedo nobilianaIjimaia loppeiAnemona spp.Todaropsis eblanaeMalacocephalus occidentalisHypoclidonia bellaOpisthoteuthis spPsenes cyanophrisBajacalifornia megalopsCentrophorus granulosusOtros

Figura 7.- Composición específica de los descartes, en valores medios por lance (Kg especies descartadas/Kg captura retenida por lance y hora) en los lances dirigidos al alistado (ALI) durante las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau (2011).

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Con 163 grupos taxonómicos identificados, los descartes de los lances dirigidos a la gamba (GAM) son los que registraron mayor diversidad de especies. Se identificaron un total de 112 especies de peces, 27 de crustáceos, 7 de cefalópodos y 17 de otros taxones de invertebrados. Las especies más abundantes fueron el ojiverde del Atlántico Chlorophthalmus atlanticus y el dentón angoleño Dentex angolensis, que constituyeron cada una el 7% en el total de los descartes. Otras especies relativamente abundantes fueron la chinche irisada Munida rutllanti, el estornino Scomber colias, el verrugato canario Umbrina canariensis, la musola Mustelus mustelus (4% cada una) y el dentiño Synagrops microlepis (3%). El resto de las especies representaron menos del 3% en peso (cada una) de los descartes (Fig. 7). Ciertas especies fueron además especialmente frecuentes en los descartes de gamba, como S. microlepis, C. atlanticus y M. rutllanti, capturadas y descartadas prácticamente en la totalidad de los lances muestreados. También fueron frecuentes el camarón flecha Plesionika heterocarpus, el rascacio de Accra Pontinus accraensis y la merluza negra Merluccius polli, con frecuencias de aparición del 79%, 78% y 70% de los lances, respectivamente.

En los lances de mayor profundidad, dirigidos al alistado (ALI) se cuantificó un total de 140 especies entre peces (105), crustáceos (22), cefalópodos (4) y otros invertebrados (9). Las especies de mayor abundancia fueron el ojiverde Chlorophthalmus agassizi y la merluza negra M. polli, representando cada una el 5% de los descartes en este tipo de lance. Les siguieron en abundancia la centolla Lithodes ferox, el camarón araña africano Nematocarcinus africanus, el bostezador rosado Chaunas pictus y la talismania Talismania longifilis (con un 4%, cada uno). El ofídido Lamprogrammus sp., el quelvacho negro Centrophorus squamosus, el romerillo Centrolophus niger, el cabeza gorda Psychrolutes sp. y la luciérnaga negra Yarrella blackfordi representaron, cada uno, el 3% de los descartes. Esta última especie, junto con la lemonema de Guinea Laemonema laureysi, fue capturada y descartada en la mayoría de los lances de alistado. Otras especies frecuentes en estos lances fueron el cangrejo nadador de fondo Bathynectes maravigna (en el 86% de los lances), el camarón araña N. africanus (83%), el granadero Malacocephalus occidentalis y el granadero liso Nezumia aequalis (en el 81% de los lances) y el reloj negro Hoplostethus cadenati (72%).

CONCLUSIONES

La pesquería de marisco y en especial la de arrastre, constituye una actividad muy especializada que produce una cantidad importante de captura accidental, que puede ser o bien descartada o bien retenida a bordo parcialmente (Gillet, 2008).

La pesquería de marisco realizada por la flota española en Guinea-Bissau es una pesquería monoespecífica, muy dirigida a la captura de gamba (principalmente) y de langostino y alistado (de modo secundario), de manera que estas especies supusieron el 97% (gamba), 64% (alistado) y 75% (langostino) de las capturas en sus lances respectivos, según la información de las observaciones científicas. Las pescas de langostino por parte de esta flota fueron menos frecuentes, aunque hay que destacar la ausencia de observaciones científicas en los meses estivales, cuando se producen las mayores capturas, según indican las estadísticas pesqueras del año 2011. Esta pesca costera está principalmente dirigida a dos especies de langostino: langostino blanco (P. notialis) y langostino jumbo (P. monodon), junto con un pequeño porcentaje de langostino tigre (P. kerathurus). La actividad de la flota marisquera española presenta una clara estacionalidad, de modo que en el primer semestre de 2011 estuvo principalmente dirigida a la gamba, al langostino durante los meses de verano y a las dos especies de profundidad (gamba y alistado) en los cuatro últimos meses del año.

Los rendimientos de gamba (53.9 kg/h de arrastre) fueron muy superiores a los de alistado (13.1 kg/h de arrastre) y langostino (5.2 kg/h de arrastre). Por otra parte, los rendimientos de gamba y langostino fueron muy inferiores a los obtenidos en el caladero mauritano, usando la misma metodología (ver García-Isarch et al., 2011). Estos bajos rendimientos de especies objetivo determinan que la proporción de otras especies comerciales retenidas a bordo sea mayor, sobre todo en el caso del langostino. Las principales capturas accesorias corresponden

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a otras especies de marisco, como la gamba guineana P. atlantica y el cangrejo P. validus (en las pescas de langostino), diversas especies de camarones P. narval, P. edwardsii, G. marsupialis (en los lances de gamba), el cangrejo rojo C. maritae (en los lances de gamba y alistado) y el carabinero A. edwardsiana (en la pesca de alistado). Se retienen pocas especies de peces o cefalópodos. Entre los primeros cabe citar al rape africano L. kempi, relativamente importante en los lances de alistado, en los que supone el 26% de los rendimientos totales y a la acedía D. cuneata, aunque solo representa el 1% de las capturas en los lances costeros dirigidos al langostino. Entre los cefalópodos, el pulpo O. vulgaris representa el 2% y el 0.07% en la captura retenida de los lances de langostino y gamba, respectivamente.

Los lances dirigidos al langostino son los que producen mayor nivel de descartes, con valores estimados de 5.7:1 (5.7 Kg de descarte por Kg de captura retenida). La diversidad del descarte registrada en este tipo de lances ha sido muy inferior a la obtenida en las observaciones científicas llevadas a cabo en Mauritania (García-Isarch et al., 2011), si bien las diferencias observadas deben estar relacionadas con el bajo número de lances de langostino muestreados en Guinea-Bissau, más que a diferencias de diversidad entre ambos caladeros. Las estimaciones de descarte para los lances dirigidos a la gamba P. longirostris han sido 3.4:1 (3.4 Kg de descarte por Kg de captura retenida), siendo en este caso la diversidad (163 especies) muy superior a la registrada en aguas de Mauritania en el mismo tipo de lances. Las pescas profundas dirigidas a la captura de alistado han producido unos niveles de descartes de 3.1:1 (3.1 Kg de descarte por Kg de captura retenida). No se estimaron descartes de alistado en las observaciones de Mauritania.

Los índices de descarte de gamba y langostino de Guinea-Bissau han sido superiores a los estimados en Mauritania (García-Isarch et al., 2011). El mayor nivel de descartes en Guinea-Bissau podría estar relacionado, entre otras cosas, con el menor tamaño de malla utilizado en este caladero en el año de las observaciones (40 mm frente a 50 mm en Mauritania). Aún así, estos valores de descarte son inferiores a las primeras estimaciones realizadas en aguas de Mauritania hace aproximadamente 20 años (Sobrino y García, 1997), a bordo de la misma flota y utilizando el mismo tamaño de malla (40 mm).

Los niveles de descartes estimados están en el rango habitual de este tipo de pesquerías, normalmente asociadas a altos niveles de bycatch y descartes, debido a que normalmente el marisco suele constituir menos del 20% de la biomasa demersal en sus caladeros de pesca (Kelleher, 2005). Por ejemplo, las tasas de descartes estimadas en pesquerías similares llevadas a cabo en caladeros de África occidental para la pesca de gamba, varían entre el 63% y el 83%. El aumento de malla a 50 mm en el nuevo protocolo (DO L 328, 13.11.2014, p. 3-32) es una medida que sin duda debe conllevar una disminución de los niveles de descartes producidos por esta flota.

La continuidad de los programas de observadores a bordo se considera esencial para conocer aspectos de la pesquería que de otro modo no podrían ser estudiados. Los programas de observadores científicos son esenciales para la cuantificación precisa de descartes, para poder conocer científicamente el efecto de este tipo de pesquería sobre el ecosistema, así como aspectos biológicos fundamentales de las especies objetivo que deban ser tenidos en cuenta para una explotación sostenible. Para ello es especialmente importante conseguir que las observaciones abarquen la mayor parte del periodo anual en el que la flota está operativa. Este conocimiento ayudará a establecer, si fuera necesario y siempre sobre una base científica sólida, las medidas de gestión adecuadas para la pesquería racional de los recursos.

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BIBLIOGRAFÍA

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Diario Oficial de la Unión Europea, 2007. Protocolo por el que se fijan las posibilidades de pesca y la contrapartida financiera previstas en el Acuerdo de Colaboración en el sector pesquero entre la Comunidad Europea y la República de Guinea-Bissau durante el período comprendido entre el 16 de junio de 2007 y el 15 de junio de 2011. DO UE L342, 10-37 de 27-12-2007.

Diario Oficial de la Unión Europea, 2014. Protocolo por el que se fijan las posibilidades de pesca y la contrapartida financiera previstas en el Acuerdo de Colaboración en el sector pesquero entre la Comunidad Europea y la República de Guinea-Bissau. DO UE L328, 3-32 de 13-11-2014.

García-Isarch, E., Romero, Z., Sobrino,I., Expósito, P., and S. Barro. Fishery and biological information obtained from scientific observations onboard Spanish shrimper vessels in the Mauritanian EEZ during 2010. Annex in: Rapport de la cinquième réunion du Comité Scientifique Conjoint RIM-UE. Nouakchott, 12-14 octobre 2011. 21 pp.

Gillett, R., 2008. Global study of shrimp fisheries. FAO Fisheries Technical Paper. No. 475. FAO, Rome, pp: 331.

Kelleher, K., 2005. Discards in the worlds marine fisheries. An update. FAO Fisheries Technical Paper. No. 470. Rome, FAO. 2005. 131p.

Sobrino, I. y T. García, 1997. Análisis de los descartes producidos por la flota española en la pesquería de crustáceos decápodos en aguas de la República Islámica de Mauritania. Inf. Téc. Inst. Esp. Oceanogr. 166: 24 pp.

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Eva García-Isarch1, Zeneida Romero1, Pablo Expósito2 y Diego de Santos2

1Instituto Español de Oceanografía (IEO). Centro Oceanográfico de Cádiz. España

2Investigación, Planificación y Desarrollo S.A. (IPD). Madrid, España.

INTRODUCCIÓN

El Instituto Español de Oceanografía (IEO) inició en 2010 un Programa de Observadores a bordo de la flota marisquera española en la costa occidental africana, para dar respuesta a los requerimientos del Programa Nacional de Datos Básicos (EU-Data Collection Framework) (ver Anexo IV, García-Isarch et al., 2016a). En el año 2011 se realizaron las primeras observaciones científicas a bordo de esta flota en la ZEE de Guinea-Bissau. Este programa, interrumpido al por el cese de la actividad pesquera de la UE en Guinea Bissau en abril de 2012, se ha reiniciado en 2015, tras la firma del nuevo protocolo.

El Programa de Observadores responde a una serie de objetivos, algunos específicamente dirigidos a la recolección de la información biológica requerida en el Programa Nacional de Datos Básicos. En el presente informe se presentan los resultados más importantes de los estudios biológicos de las especies objetivo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau: gamba Parapenaeus longirostris, langostino Penaeus notialis y alistado Aristeus varidens.

MATERIAL Y MÉTODOS

Las observaciones científicas se llevaron a cabo en cuatro mareas realizadas a bordo de la flota marisquera española operativa en la ZEE de Guinea-Bissau a lo largo de 2011, con un total de 184 días de observación a durante ocho meses, entre marzo y diciembre de 2011. La metodología seguida en los embarques se detalla en el Anexo IV (García-Isarch et al., 2016a).

Se realizaron muestreos biológicos y de tallas de gamba, langostino y alistado en un número representativo de los lances dirigido a cada especie (GAM, LAN y ALI, respectivamente). En los muestreos biológicos se registraron datos sobre la talla (longitud del cefalotórax, LCT en mm), sexo y grado de madurez sexual. Para la madurez de las hembras se empleó una escala de cuatro estados, considerado hembras inmaduras aquellas con estado de maduración I y II y maduras las que presentaron estado III y IV. Para los machos se consideraron dos estados, I y II, correspondientes a individuos inmaduros y maduros, respectivamente.

A partir de estos datos, se realizaron análisis sobre:

- Estructura poblacional de las especies objetivo y variación temporal de la misma, a partir del análisis de las distribuciones de frecuencias de tallas (longitud del cefalotórax, LCT en mm), para el total de la población y separadamente por sexos.

- Identificación de grupos de edad o cohortes aplicando un Análisis de Progresión Modal (APM), mediante el método de Bhattacharya a través del programa FiSAT II (Gayanilo et al., 2001).

- Características biológicas de estas especies: época de puesta, sex-ratio y talla de primera madurez. La talla de primera madurez se estimó, cuando fue posible, a través de la aplicación de un Modelo Linear Generalizado (GLM) con errores binomiales (regresión

Anexo V – INFORMACIÓN BIOLÓGICA SOBRE LAS ESPECIES DE CRUSTÁCEOS CAPTURADAS POR LA FLOTA MARISQUERA

ESPAÑOLA EN LA ZEE DE GUINEA-BISSAU

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logística) a través del software Inbio (Sampedro et al., 2005).

RESULTADOS

Los datos generales sobre las pescas realizadas se detallan en las Tablas I, II y III del Anexo IV. No se obtuvo información de observaciones científicas en un ciclo anual completo, ya que no se pudieron realizar embarques en cuatro meses en los que sin embargo, sí faenó la flota (enero-febrero y julio-agosto). Los datos de las observaciones indicaron una estrategia de pesca principalmente dirigida a la captura de gamba durante el primer semestre del año y al alistado y a la gamba (en proporción variable, según el mes) durante el segundo semestre (Figura 1 del Anexo IV). El langostino comenzó a pescarse en primavera (mayo y junio), pero la ausencia de observaciones en los meses siguientes, impidió conocer la evolución de este recurso.

A continuación se detalla la información biológica obtenida de las tres especies objetivo de la flota: gamba Parapenaeus longirostris, langostino Penaeus notialis y alistado Aristeus varidens.

Gamba Parapenaeus longirostris

Estructura poblacional

Se han analizado las distribuciones de frecuencias de tallas de un total de 25748 gambas medidas y sexadas a lo largo de los ocho meses de observación a bordo, tanto de la captura retenida como del descarte. La imposibilidad de realizar los embarques en los cuatro meses mencionados, ha impedido la obtención de información biológica de la especie a lo largo de un ciclo anual completo.

El rango de tallas de machos osciló entre 11 y 31 mm de LCT, mientras que el de las hembras, de mayor tamaño, estuvo entre 8 y 37 mm (Tabla I). Las tallas medias de machos y hembras fueron, respectivamente, 21.7 mm y 23.6 mm de LCT.

Tabla I.- Tallas máximas, mínimas y medias (longitud del cefalotórax LCT en mm) y número de gambas (Parapenaeus longirostris) por sexo, muestreadas en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011).

GAMBA P. longirostris

LCT min (mm)

LCT max (mm)

LCT media (mm)

Nº individuos

Machos 11 31 21.7 13110

Hembras 8 37 23.6 12638

La Figura 1 muestra la frecuencia de tallas de las capturas (incluidos los descartes), global y por sexos y del total de meses muestreados. Los histogramas de frecuencia de tallas de machos y hembras por meses están disponibles en el IEO. La evolución de las tallas medias mensuales de gamba a lo largo del año de muestreo y la variación temporal de la proporción de sexos de los individuos muestreados se muestran en las figuras 2 y 3, respectivamente. Se observa una disminución progresiva del tamaño de población desde el inicio de las observaciones, en el mes de marzo, cuando se capturaron las tallas más grandes, hasta los meses de verano (julio y agosto), en los que no hubo muestreos. Así, las tallas medias disminuyeron de 22,6 mm a 21,6 mm (en machos) y de 25 mm a 23 mm (en hembras), durante este periodo. Tras los meses de verano, en los que no hubo observaciones, se detectó un nuevo incremento del tamaño de gambas de septiembre a octubre, seguido de una nueva disminución, en noviembre y diciembre. El pequeño tamaño de las gambas en diciembre, con tallas medias de 19,4 mm y 20,2 mm de LCT para machos y hembras, respectivamente, parece

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indicar un periodo de reclutamiento en este mes.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

Po

rcen

taje

LCT (mm)

Total

0

2

4

6

8

10

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8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

Po

rce

nta

je

LCT (mm)

Machos Hembras

Figura 1.- Distribución anual de frecuencia de tallas de la captura (incluido descartes) de gamba P. longirostris durante las observaciones científicas a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011), para el total de la población (arriba) y por sexos (abajo).

18

20

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24

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Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Tall

a m

edia

(LC

T en

mm

)

Gamba Parapenaeus longirostris

Machos Hembras Total

n=25748

A

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10

20

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Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Po

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de

sexo

s

Gamba Parapenaeus longirostris

Machos HembrasB

Figura 2.- Evolución de tallas medias (longitud del cefalotórax, LCT en mm) (A) y de la proporción de machos y hembras (B) de gamba P. longirostris, en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau en 2011.

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92

Sex ratio

La sex ratio estimada para el total de la población de gamba muestreada en Guinea-Bissau en 2011 fue 1:1 (M:H), aunque esta proporción varía en función de los diferentes rangos de talla (Figura 3). Las hembras fueron predominantes tanto en los tamaños más pequeños (<15 mm) como en los más grandes (>26 mm), mientras que los machos fueron más abundantes que las hembras en tamaños intermedios (17-23 mm). Los machos alcanzaron una talla máxima de 31 mm, a partir de la cual el 100% de la población corresponde a hembras.

0

20

40

60

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100

8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

Porc

enta

je

LCT (mm)

Gamba Parapenaeus longirostris

Machos Hembras

Figura 3.- Proporción de machos y hembras por rango de talla (longitud del cefalotórax LCT en mm) en la población de gamba P. longirostris capturada en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau en 2011.

Ciclo reproductor y talla de primera madurez

Se realizaron muestreos biológicos a un total de 12241 gambas durante los ocho meses de observación. A efectos de poder conocer su ciclo biológico, se analizaron las variaciones de los porcentajes de maduración a lo largo del periodo de muestreo. La proporción de machos maduros fue muy elevada en todos los meses (80-100%), ya que los machos de esta especie maduran a edad temprana. Por ello, el ciclo biológico de la gamba se define en función de las proporciones de hembras maduras a lo largo del año. La presencia de hembras maduras (grados III y IV en la figura 4) en todos los meses muestreados, indica un proceso reproductivo más o menos continuo, aunque con probables picos de reproducción. La ausencia de muestreos durante los cuatro meses sin observaciones, impide detectar claramente los máximos de actividad reproductora, aunque los mayores porcentajes de hembras maduras en marzo-abril (en torno al 40-50% de la población femenina) parecen indicar el final de un pico reproductivo invernal.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Hembras de gamba Parapenaeus longirostris

I

II

III

IV

n=6277

Figura 4.- Proporción mensual de grados de maduración de hembras de gamba P. longirostris capturadas en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau en 2011.

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Considerando que marzo y abril son parte de un pico de puesta de la especie, se utilizaron los datos biológicos de estos dos meses para estimar las tallas de primera madurez (TPM) por sexos. Las TPM resultantes fueron 27 mm y 16.2 mm para hembras y machos, respectivamente (longitud de cefalotórax, LCT en mm) (ver Tabla II). La Figura 5 muestra las curvas de madurez para ambos sexos.

Figura 5.- Curvas de madurez de machos (superior) y hembras (inferior) de gamba Parapenaeus longirostris. Guinea-Bissau 2011.

Tabla II.- Tallas de primera madurez (TPM) y coeficiente de variación (cv) de machos y hembras de gamba (Parapenaeus longirostris). Guinea-Bissau, 2011.

Sexo TPM cv n

Macho 16.2 0.063 1750

Hembra 27.0 0.011 1521

Estas tallas de primera madurez son más o menos coincidentes con otras estimaciones realizadas en caladeros norteafricanos: 15 mm (machos) y 24.5-27.7 mm (hembras) en la costa atlántica marroquí (Sobrino y García, 1994), 12.9-14.8 mm (machos) y 25-28.5 mm en Mauritania (García-Isarch, datos no publicados) o 16.5 mm (machos) y 27-28.5 mm en Senegal (García-Isarch, datos no publicados). Sin embargo, la talla de primera madurez de las hembras resulta algo superior a estimaciones realizadas en otros caladeros de África occidental, que oscilan entre los 21.6-22 mm en Angola y Congo (Sobrino y de Cárdenas, 1996a; Crosnier et al., 1970) y 25-25.5 mm en Marruecos y Golfo de Guinea (Laghmari et al., 2001, Sobrino y Fernández, 1991). Por tanto, esta disparidad con resultados obtenidos en otras zonas de África occidental, sumada a la limitación que supone el no haber abarcado el ciclo biológico completo de la especie, exige tomar con cierta cautela los valores de las tallas de primera madurez estimados para Guinea-Bissau.

LCT (mm)

LCT (mm)

Machos

Hembras

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Crecimiento

A través del Análisis de Progresión Modal (método de Bhattacharya) se han identificado dos cohortes o grupos de edad para machos y tres para hembras de gamba de Guinea-Bissau (Figura 6 y Tabla III). Esto es consistente con la existencia de un periodo reproductivo amplio a lo largo del año y con al menos dos picos de puesta marcados.

Figura 6.- Distribución de frecuencias de tallas de gamba Parapenaeus longirostris (machos y hembras), con líneas superpuestas correspondientes a las cohortes identificadas usando el método de Bhattacharya. Guinea-Bissau, 2011.

Tabla III.- Talla media (longitud del cefalotórax, LCT en mm), desviación estándar (s.d.) y población (nº de individuos) por grupos de edad, para machos y hembras de gamba Parapenaeus longirostris capturados en Guinea-Bissau, 2011.

GAMBA P. longirostris

Grupos Media

(LCT en mm) s.d. Población

Machos 1 14.6 - 299

2 21.9 2.47 13481

Hembras

1 12.9 - 316

2 19.1 2.92 3076

3 25.1 2.27 10513

La clase de edad 1 de machos y hembras coincide con el reclutamiento detectado en diciembre. La existencia de una cohorte más para hembras es lógica teniendo en cuenta el mayor crecimiento de las mismas.

Langostino blanco Penaeus notialis

Estructura poblacional

Se muestreó la talla y el sexo de un total de 1217 langostinos, tanto capturados como descartados en los tres meses con observación a bordo con captura de langostino (mayo, junio

Machos P. longirostris

Hembras P. longirostris

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y septiembre). La talla de los machos osciló entre 10 y 36 mm de LCT, mientras que las hembras alcanzaron tallas de hasta 52 mm (Tabla IV). Las tallas medias fueron de 26.8 mm y 36.4 mm de LCT para machos y hembras, respectivamente.

Tabla IV.- Tallas máximas, mínimas y medias (longitud del cefalotórax LCT en mm) y número de langostino blanco P. notialis por sexo, muestreados en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau. Mayo, junio y septiembre de 2011.

LANGOSTINO BLANCO

P. notialis

LCT min (mm)

LCT max (mm)

LCT media (mm)

Nº individuos

Machos 10 36 26.8 542

Hembras 10 52 36.4 675

Los histogramas de frecuencias de tallas de langostino de los meses en los que se capturó y muestreó la especie (mayo, junio y septiembre) están disponibles en el IEO. La Figura 7 muestra la distribución global y por sexos del total de estos meses. Se observan dos modas claras, la primera (28 mm), correspondiente en su mayor parte a machos y la segunda (40 mm), de hembras.

0

2

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10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52

Po

rce

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LCT (mm)

Total

0

2

4

6

8

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18

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52

Po

rcen

taje

LCT (mm)

Machos Hembras

Figura 7.- Distribución anual de frecuencia de tallas de la captura (incluido descartes) de langostino blanco P. notialis durante las observaciones científicas a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011), para el total de la población (arriba) y por sexos (abajo).

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El análisis de la evolución de las tallas medias (total y por sexos), así como la proporción de sexos, respectivamente, (Figuras 8, A y B), no permite determinar épocas claras de reclutamiento, ya que solo fueron tres los meses en que se pudo muestrear la especie. Los individuos muestreados en septiembre fueron de tallas muy inferiores, lo que puede sugerir un reclutamiento en esta época. Se han descrito dos picos de reclutamiento para el langostino en aguas de caladeros cercanos como Senegal (Lhomme y Garcia, 1984) o Costa de Marfil (García, 1977), explicados por la existencia de un pico de puesta principal (en primavera) y de otros picos secundarios durante los periodos de lluvia. Las tallas pequeñas detectadas en septiembre pueden pertenecer a individuos del primer pico de reclutamiento, que se produce de verano a otoño, correspondiente al primer pico de puesta, que tiene lugar en primavera.

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Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Tall

a m

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(LC

T en

mm

)

Langostino Farfantepenaeus notialis

Machos Hembras Total

n=1217

A

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60

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100

Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov DicP

orc

enta

je d

e se

xos

Langostino Farfantepenaeus notialis

Machos HembrasB

Figura 8.- Evolución de tallas medias (longitud del cefalotórax, LCT en mm) (A) y de la proporción de machos y hembras (B) de gamba P.notialis, en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau en 2011.

Sex ratio

Las hembras predominaron en la población de langostino analizada, para la que se ha estimado una sex ratio (M:H) de 0.8:1. La Figura 9 muestra las proporciones de ambos sexos por rango de talla. De modo general, los machos fueron más abundantes en las tallas más pequeñas, inferiores a 32 mm de LCT. A partir de esta talla, la proporción de hembras en la población superó a la de machos. Con tallas superiores a 36 mm, los machos desaparecen y la totalidad de la población corresponde a hembras, que continúan el proceso de crecimiento.

0

20

40

60

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100

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52

Porc

enta

je

LCT (mm)

Langostino Farfantepenaeus notialis

Machos Hembras

Figura 9.- Proporción de machos y hembras por rango de talla (longitud del cefalotórax, LCT en mm) en la población de langostino blanco P. notialis de las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau. Mayo, junio y septiembre 2011.

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Ciclo reproductor

Se realizaron muestreos biológicos a un total de 1211 individuos, a lo largo de los tres meses con observaciones y capturas de langostino. Este periodo se considera insuficiente para poder analizar el ciclo reproductor de la especie y por tanto, poder realizar estimaciones fiables de su talla de primera madurez en este caladero.

Crecimiento

Se detectaron tres cohortes de machos y tres cohortes de hembras en la población de langostino blanco de Guinea-Bissau, analizada mediante el análisis de Progresión Modal (Figura 10 y Tabla IV). Las tallas medias de los grupos 1, 2 y 3 de las hembras fueron mayores que la de los machos, lo que evidencia el crecimiento más rápido en el caso de las primeras. La existencia de varias cohortes indica que varios picos de puesta tienen lugar a lo largo del año. Probablemente exista una cuarta cohorte de individuos de mayor tamaño, identificada en Mauritania en los meses estivales (García-Isarch et al., 2011), que no pudieron ser muestreados en Guinea-Bissau.

Figura 10.- Distribución de frecuencias de tallas de langostino Penaeus notialis (machos y hembras), con líneas superpuestas correspondientes a las cohortes identificadas usando el método de Bhattacharya. Guinea-Bissau. Mayo, junio y septiembre de 2011.

Tabla IV.- Talla media (longitud del cefalotórax, LCT en mm) y desviación estándar (s.d.), por grupos de edad, para machos y hembras de langostino blanco Penaeus notialis capturado en Guinea-Bissau en mayo, junio y septiembre de 2011.

LANGOSTINO BLANCO P. notialis

Grupos Media

(LCT en mm) s.d. Población

Machos

1 11.0 1.11 13

2 21.7 1.18 53

3 27.9 2.03 463

Hembras

1 15.0 - 40

2 26.9 2.82 69

3 38.6 2.36 566

Machos P. notialis

Hembras P. notialis

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Alistado Aristeus varidens

Estructura poblacional

Se analizaron las distribuciones de frecuencias de tallas de un total de 5284 alistados medidos y sexados durante los seis meses en que los que se realizaron lances dirigidos a la captura de esta especie, tanto de la captura retenida como del descarte. Los machos presentaron un rango de tallas entre 20 y 39 mm de LCT, mientras que el tamaño de las hembras osciló entre 18 y 55 mm (Tabla V). Las tallas medias por sexo fueron de 27.3 mm y 41.6 mm, para machos y hembras, respectivamente. Estos datos muestran marcadas diferencias en el crecimiento de esta especie en función del sexo, de modo que las hembras crecen más y alcanzan tallas muy superiores a las de los machos.

Tabla V.- Tallas máximas, mínimas y medias (longitud del cefalotórax, LCT en mm) y número de alistados (Aristeus varidens) por sexo, muestreados en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau en 2011.

ALISTADO A. varidens

LCT min (mm)

LCT max (mm)

LCT media (mm)

Nº individuos

Machos 20 39 27.3 1457

Hembras 18 55 41.6 3827

0

5

10

15

20

25

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18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56

Po

rcen

taje

LCT (mm)

Total

0

5

10

15

20

25

30

18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56

Po

rcen

taje

LCT (mm)

Machos Hembras

Figura 11.- Distribución anual de frecuencia de tallas de la captura (incluido descartes) de alistado A. varidens durante las observaciones científicas a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau (2011), para el total de la población (arriba) y por sexos (abajo).

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La distribución de frecuencia de tallas del total de las capturas (incluidos los descartes), del conjunto de meses muestreados en las observaciones, global y por sexos, se muestra en la Figura 11. Los histogramas de frecuencia de tallas mensuales están disponibles en el IEO. El análisis de las frecuencias de tallas y de la evolución de las tallas medias mensuales a lo largo de los meses analizados (Figura 12), muestra que las principales variaciones estacionales de los tamaños de alistado son explicadas por los procesos de crecimiento de las hembras, ya que los machos mantienen a lo largo del tiempo cierta estabilidad en sus tamaños medios mensuales (variaciones desde 26.4 a 28.3 mm), mientras que las tallas medias de las hembras varían de 38.3 mm (en abril) a 44.3 mm (en diciembre). Debido al importante sesgo temporal que supone la ausencia de muestreos durante seis meses, la información disponible no permitió detectar un pico claro de reclutamiento de la población.

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Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Tall

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T en

mm

)

Alistado Aristeus varidens

Machos Hembras Total

n=5284

A

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90

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Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Po

rcen

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de

sexo

s

Alistado Aristeus varidens

Machos HembrasB

Figura 12.- Evolución de tallas medias (longitud del cefalotórax, LCT en mm) (A) y de la proporción de machos y hembras (B) de alistado A. varidens, en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en aguas de Guinea-Bissau en 2011.

Sex ratio

La sex-ratio estimada para el total de la población de alistado de Guinea-Bissau fue 0.4:1 (M:H), aunque variable en función del rango de tallas. Existe una clara segregación del tamaño en función del sexo (Figura 13), de modo que la población masculina es claramente dominante en tallas pequeñas, (porcentajes superiores a 70% de machos en tallas entre 23 y 30 mm de LCT), mientras que la proporción aumenta a favor de las hembras a partir de 31 mm. Los machos no parecen crecer más de 36 mm, talla a partir de la cual prácticamente la totalidad de la población de alistado es femenina.

Las bajas proporciones de hembras de alistado en tallas pequeñas es explicada por la clara segregación batimétrica por tamaño y sexo que se da en esta especie, puesta de manifiesto en estudios derivados de campañas oceanográficas desarrolladas en estas aguas (García-Isarch et al., 2008) y en aguas de Angola (Sobrino y de Cárdenas, 1996b). Así, se ha observado que mientras los machos no muestran claras diferencias de tamaño por estrato batimétrico, la talla de las hembras aumenta con la profundidad. Por tanto, las hembras pequeñas de alistado no son capturadas en las pescas porque probablemente se localicen a profundidades inferiores a las de estos lances.

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20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 55

Porc

enta

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LCT (mm)

Alistado Aristeus varidens

Machos Hembras

Figura 13.- Proporción de machos y hembras por rango de talla (longitud del cefalotórax, LCT en mm) en la población de alistado A. varidens capturado en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau en 2011.

Ciclo reproductor y talla de primera madurez

Se realizaron muestreos biológicos a más de 4000 alistados capturados en los seis meses con observaciones y pescas de la especie. A pesar de la limitación temporal, se analizó la información disponible para avanzar en el estudio del ciclo biológico del alistado en el área, no estudiado hasta el momento. Para ello, se han analizado las proporciones de los distintos grados de maduración de los machos y hembras (Figura 14) en los meses muestreados.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Ene Feb Mar Abr May Jun Jul Ago Sep Oct Nov Dic

Hembras de alistado Aristeus varidens

I

II

III

IV

Figura 14.- Proporción mensual de grados de maduración de hembras de alistado A. varidens capturadas en las mareas de observación científica a bordo de la flota marisquera española en Guinea-Bissau en 2011.

Como en las especies anteriores, el ciclo biológico del alistado se define a través de las variaciones de las proporciones de hembras maduras. Los machos estaban maduros en todos los meses muestreados, con porcentajes entre el 90 y 100% del total. Aunque la ausencia de seis meses de muestreo impide conocer el ciclo biológico completo, los elevados porcentajes de hembras maduras en el periodo septiembre-diciembre (Figura 14), indican, que al menos en estos meses, la especie se encontraba en pleno periodo reproductivo. Por tanto, se ha considerado este periodo para los cálculos de las tallas de primera madurez. La Figura 15 presenta las curvas de madurez obtenidas para machos y hembras.

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Figura 15- Curvas de madurez de machos (superior) y hembras (inferior) de alistado Aristeus varidens. Guinea-Bissau, 2011.

La Tabla VI contiene las tallas de primera madurez estimadas para el alistado de Guinea-Bissau (23.7 mm y 35.9 mm de LCT, para machos y hembras respectivamente). Estos valores son relativamente acordes a otras estimaciones realizadas a partir de datos de campañas llevadas a cabo tanto en aguas de Guinea-Bissau (García-Isarch et al., 2009 y 2010) como de Angola (Sobrino y de Cárdenas, 1996), con el valor añadido de que mientras estas campañas se realizaron en un momento puntual del año, nuestras estimaciones están basadas en periodos más extensos.

Tabla VI.- Tallas de primera madurez (TPM) y coeficiente de variación (cv) de machos y hembras de alistado Aristeus varidens. Guinea-Bissau, 2011.

Sexo TPM cv n

Macho 23.7 0.007 971

Hembra 35.9 0.012 2416

Crecimiento

Los resultados del Análisis de Progresión Modal indican la existencia de una sola cohorte o clase de edad para los machos de alistado frente a las tres cohortes identificadas en el caso de las hembras (Figura 16 y Tabla VII). La clase de edad 1 de machos y hembras correspondería al mismo pico de puesta, mientras que las clases 2 y 3 de las hembras corresponden a individuos de puestas previas, dada la mayor longevidad y crecimiento que en el caso de los machos.

LCT (mm)

LCT (mm)

Machos

Hembras

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Figura 16.- Distribución de frecuencias de tallas de alistado Aristeus varidens (machos y hembras), con líneas superpuestas correspondientes a las cohortes identificadas usando el método de Bhattacharya. Guinea-Bissau, 2011.

Tabla VII.- Talla media (longitud del cefalotórax, LCT en mm), desviación estándar (s.d.) y población (nº de individuos) por grupos de edad, para machos y hembras de alistado Aristeus varidens capturados en Guinea-Bissau. 2011.

ALISTADO A. varidens

Grupos Media

(LCT en mm) s.d. Población

Machos 1 27.5 - 1280

Hembras

1 27.1 - 80

2 33.3 2.15 249

3 43.3 2.25 2376

CONCLUSIONES

Las observaciones a bordo realizadas en buques marisqueros españoles en el año 2011 han sido fundamentales para poder estudiar y conocer ciertos aspectos relativos a la biología de las especies objetivo, en especial de la gamba y el alistado, a pesar de no tener información de los ciclos biológicos completos.

Aunque parece que la reproducción de la gamba puede ocurrir a lo largo de todo el año en estas aguas, se sospecha la existencia de dos picos reproductivos. Los datos de maduración de las hembras indican la existencia de un pico reproductivo invernal, que no debe ser el único del año, ya que existen dos cohortes anuales bien marcadas, cada una correspondiente a un pico de puesta. Además se ha detectado un pico de reclutamiento de gamba a finales de año, posiblemente procedente de un pico de puesta estival. Se ha estimado la talla de primera madurez de la gamba de Guinea-Bissau, que con valores de 27 mm (para las hembras) y 16.2 mm (para los machos), es acorde a las definidas en otros caladeros del noroeste africano (García-Isarch, datos no publicados; Sobrino y García, 1994), pero entre 2-5 mm mayor que la

Machos A. varidens

Hembras A. varidens

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estimada en otras zonas de África occidental (Crosnier et al., 1970; Laghmari et al., 2001; Sobrino y de Cárdenas, 1996a; Sobrino y Fernández, 1991). Por tanto, conviene tomar con precaución esta primera estimación, sobre todo por no estar basada en un ciclo biológico completo.

Las capturas de alistado muestran una clara segregación por tamaño y sexo, de modo que los individuos pequeños son machos y los grandes son hembras. Esto ocurre por la segregación batimétrica en el caso de las hembras, de modo que las hembras más jóvenes y de menor tamaño se distribuyen en aguas de profundidad inferior a la que se realiza la pesca de alistado y no están presentes en las capturas. En este sentido, y teniendo en cuenta que los machos maduran a edades tempranas, parece que la pesca de alistado no debe alterar en absoluto el ciclo reproductivo de la especie. A pesar de la limitación temporal ya explicada (concretamente el alistado solo pudo ser muestreado seis meses del año), se ha podido calcular una talla de primera madurez, utilizando los meses de septiembre a diciembre, en los que se detecta un claro pico de puesta. Se han definido unas tallas de primera madurez de 35.9 mm para las hembras y de 23.7 mm para los machos, que se consideran de las primeras estimaciones válidas realizadas para esta especie en Guinea-Bissau.

La continuidad de los programas de observadores a bordo, siempre que la flota esté operativa en los caladeros africanos, se considera esencial para conocer científicamente el efecto de este tipo de pesquería sobre el ecosistema, así como aspectos biológicos fundamentales de las especies objetivo que deban ser tenidos en cuenta para una explotación sostenible. Para ello es especialmente importante conseguir que las observaciones abarquen la mayor parte del periodo anual en el que la flota está operativa, de modo que se pueda adquirir información sobre ciclos biológicos completos. Este conocimiento ayudará a establecer, si fuera necesario y siempre sobre una base científica sólida, las medidas de gestión adecuadas para la pesquería racional de los recursos.

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