2
Postal do Algarve Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Quinzenal Âmbito: Regional Pág: 14 Cores: Cor Área: 26,00 x 37,00 cm² Corte: 1 de 2 ID: 78022510 07-12-2018 7 de Dezembro de 2018 14 Em cada edição do jornal POSTAL, damos a conhecer o lado mais pessoal e intimista de uma Personalidade que faz mais e melhor na Região do Algarve. Na primeira entrevista da série “As dez respostas de...”, ouvimos Saúl Neves de Jesus, vice-reitor da Universidade do Algarve. Ter sido o professor doutorado mais jovem da universidade do algarve fez de si um professor diferente? Penso que não. Consegui chegar ao topo da car- reira universitária com 36 anos de idade, mas acredito que tenho mantido sempre as principais características que me costumam ser atribuídas por quem me conhece, como sejam a humildade, o respeito pelos outros e o esforço para fazer sempre o melhor que sei e que posso. Aliás, desde criança que uma das minhas carac- terísticas é fazer desde logo o que tem que ser feito, não deixando para mais tarde. Por exem- plo, na escola primária fazia durante a primeira semana de férias todos os “trabalhos de casa” (TPC) que a professora indicava para serem fei- tos durante todo o Verão. A psicologia é uma ciência de reconhecida utilidade nas sociedades modernas. Ainda é uma profissão à procura de identidade? Penso que a Psicologia conseguiu já o reconheci- mento dos seus benefícios por parte da maioria das pessoas na nossa sociedade. Em todo o caso, por vezes ainda se pensa que a Psicologia só serve quando as pessoas estão em situação de doença mental ou em situações negativas da sua vida, mas atualmente predo- mina a Psicologia Positiva, podendo ser sempre otimizado o funcionamento de qualquer pessoa em relação a qualquer competência, desde que o próprio esteja motivado nesse sentido. É quase como correr 100 metros. Todos conseguimos fa- ze-lo, mas mesmo os que correm mais depressa poderão vir a correr ainda mais rapidamente se treinarem adequadamente nesse sentido. Que conselho do seu pai lhe alicerçou a vida? Destacaria dois conselhos: nada se consegue sem esforço e também saber valorizar a ami- zade, quase no sentido de que se queremos fazer depressa podemos fazer sozinhos, mas se queremos chegar mais longe, temos que fazer com os outros. Das homenagens e distinções que rece- beu, qual foi a que mais o sensibilizou? Felizmente já tive muitas manifestações for- mais e informais de reconhecimento ao longo do meu percurso. Mas talvez aquela que mais me sensibilizou tenha sido ter ganho o Prémio Rui Grácio em 1996. Este Prémio era atribuí- do anualmente pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, com o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, e traduziu o re- conhecimento do livro intitulado “A motivação dos professores”, escrito com base na minha tese de doutoramento. Saúl Neves de Jesus: De que forma é que a Universidade do Algarve e o Cultura.Sul poderiam colaborar mais para a promoção da cultura na região? Henrique Dias Freire: Pelo papel intrínseco de cada um, parece-me um passo natural estabele- cer parcerias entre ambas as entidades de forma a potenciar e criar “pontes” para a promoção da cultura na região. Acredito que a vontade seja recíproca. Como primeiro passo, parece-me recomendável iden- tificar e nomear o interlocutor directo de ambas as partes e prosseguir com um plano de acção. Da parte do Cultura.Sul estou pessoalmente disponível. l A Pergunta ao entrevistador Escolhas da Minha Vida! O Filme: “O Clube dos Poetas Mortos” A Obra de arte: Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes de acordar(Salvador Dali, 1944) O Prato: Sushi A Localidade: Ilha da Armona A Frase: O caminho faz-se caminhando”, do poeta espanhol António Caetano, à qual acrescentaria “Onde há vontade há um caminho”, de Albert Einstein. A paixão: Animais de estimação Político(a): Barack Obama AS DEZ RESPOSTAS DE SAÚL NEVES DE JESUS ••• Como se cativa o estudante para a cultu- ra quando as necessidades são de outra ordem? Parece-me que os jovens apreciam cultura, pois gostam de música e de espetáculos de uma for- ma geral; podem é os produtos culturais que eles apreciam não coincidir com aqueles que a minha geração aprecia. O importante é sabemos aproximar-nos daquilo que os jovens gostam e depois fazer as pontes, estabelecer as relações com aquilo que gostávamos que eles também apreciassem. Esta parece-me ser a abordagem mais adequada e que até permite resolver muitas das situações do designado “conflito de gerações”. Em todo o caso, nunca há apenas uma forma de motivar, pois a motivação é sempre muito pessoal e aquilo que resulta com uns pode não resultar com outros. A arte não tem necessariamente de ques- tionar? Nas artes visuais, eu aprecio a arte que questiona ou que nos ajuda a questionar, fazendo uso do poder da imagem. No entanto, a arte pode ser apreciada e fruída sem ter necessariamente que questionar. Tudo depende se é mais dirigida à di- mensão cognitiva ou à dimensão emocional de quem a aprecia. Um artista é a soma das suas circunstân- cias ou a arte pode ser uma mentira? Entendo a arte sobretudo como uma forma de comunicação, não tendo as obras de arte que ser esteticamente belas, ou emocionalmente profundas. Nesta perspetiva, a arte deve ser apreciada, não só olhando, mas procurando compreender o sentido e o contexto da sua rea- lização. É a história ou o percurso de cada artista, a persistência e a consistência do seu trabalho, que pode permitir inferir a sua identidade e a dimensão artística daquilo que realiza. Encontra saciedade na criação? O homem é orientado para o futuro, pelo que a criação de algo, seja nas artes visuais, seja na ciência, seja noutras facetas da vida, é um pro- cesso em constante emergência. A satisfação com as realizações concretizadas costuma ser apenas de curto prazo, sendo a curiosidade e a criatividade sustentadas pela motivação intrín- seca, que podem permitir uma satisfação mais consistente e duradoura. Que balanço faz do seu primeiro ano como Vice-Reitor para a Educação e Cultura? Faço um balanço bastante positivo pois, não obstante o elevado volume de trabalho que te- nho tido, tem sido uma experiência muito rica. Além disso, sinto que estou a contribuir para o desenvolvimento da Universidade do Algarve, em particular ao nível das relações com a comu- nidade, da inovação pedagógica dos professores, da integração e do sucesso académico dos es- tudantes, bem como na construção duma UAlg cada vez mais saudável. Quais são as suas perspetivas durante o seu mandato? Há e haverá sempre muito para fazer, novos objetivos para concretizar, mas com elevada motivação, espírito de missão, otimismo realis- ta e empenho constante, procurarei continuar a trabalhar e a servir a UAlg, tentando fazer sem- pre cada vez mais e melhor, ouvindo os colegas, os estudantes e a comunidade. Com a liderança do atual Reitor e com a equipa reitoral coesa, acredito que, em conjunto, iremos conseguir “deixar obra”. Acredito que, em conjunto, iremos conseguir “deixar obra” Por Henrique Dias Freire D.R.

Acredito que, em conjunto, iremos conseguir deixar obra · acredito que tenho mantido sempre as principais características que me costumam ser atribuídas por quem me conhece, como

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Acredito que, em conjunto, iremos conseguir deixar obra · acredito que tenho mantido sempre as principais características que me costumam ser atribuídas por quem me conhece, como

Postal do Algarve Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Quinzenal

Âmbito: Regional

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 26,00 x 37,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 78022510 07-12-20187 de Dezembro de 201814

Em cada edição do jornal POSTAL, damos a conhecer o lado mais pessoal e intimista de uma Personalidade que faz mais e melhor na Região do Algarve. Na primeira entrevista da série “As dez respostas de...”,

ouvimos Saúl Neves de Jesus, vice-reitor da Universidade do Algarve.

Ter sido o professor doutorado mais jovem da universidade do algarve fez de si um professor diferente?Penso que não. Consegui chegar ao topo da car-reira universitária com 36 anos de idade, mas acredito que tenho mantido sempre as principais características que me costumam ser atribuídas por quem me conhece, como sejam a humildade, o respeito pelos outros e o esforço para fazer sempre o melhor que sei e que posso. Aliás, desde criança que uma das minhas carac-terísticas é fazer desde logo o que tem que ser feito, não deixando para mais tarde. Por exem-plo, na escola primária fazia durante a primeira semana de férias todos os “trabalhos de casa” (TPC) que a professora indicava para serem fei-tos durante todo o Verão.

A psicologia é uma ciência de reconhecida utilidade nas sociedades modernas. Ainda é uma profissão à procura de identidade?Penso que a Psicologia conseguiu já o reconheci-mento dos seus benefícios por parte da maioria das pessoas na nossa sociedade. Em todo o caso, por vezes ainda se pensa que a Psicologia só serve quando as pessoas estão em situação de doença mental ou em situações negativas da sua vida, mas atualmente predo-mina a Psicologia Positiva, podendo ser sempre otimizado o funcionamento de qualquer pessoa em relação a qualquer competência, desde que o próprio esteja motivado nesse sentido. É quase como correr 100 metros. Todos conseguimos fa-ze-lo, mas mesmo os que correm mais depressa poderão vir a correr ainda mais rapidamente se treinarem adequadamente nesse sentido.

Que conselho do seu pai lhe alicerçou a vida?Destacaria dois conselhos: nada se consegue sem esforço e também saber valorizar a ami-zade, quase no sentido de que se queremos fazer depressa podemos fazer sozinhos, mas se queremos chegar mais longe, temos que fazer com os outros.

Das homenagens e distinções que rece-beu, qual foi a que mais o sensibilizou?Felizmente já tive muitas manifestações for-mais e informais de reconhecimento ao longo do meu percurso. Mas talvez aquela que mais me sensibilizou tenha sido ter ganho o Prémio Rui Grácio em 1996. Este Prémio era atribuí-do anualmente pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, com o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, e traduziu o re-conhecimento do livro intitulado “A motivação dos professores”, escrito com base na minha tese de doutoramento.

Saúl Neves de Jesus: De que forma é que a Universidade do Algarve e o Cultura.Sul poderiam colaborar mais para a promoção da cultura na região?Henrique Dias Freire: Pelo papel intrínseco de cada um, parece-me um passo natural estabele-cer parcerias entre ambas as entidades de forma a potenciar e criar “pontes” para a promoção da cultura na região. Acredito que a vontade seja recíproca. Como primeiro passo, parece-me recomendável iden-tificar e nomear o interlocutor directo de ambas as partes e prosseguir com um plano de acção. Da parte do Cultura.Sul estou pessoalmente disponível. l

A Pergunta ao entrevistador

Escolhas da Minha Vida!

O Filme: “O Clube dos Poetas Mortos”A Obra de arte: “Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes de acordar” (Salvador Dali, 1944)O Prato: SushiA Localidade: Ilha da ArmonaA Frase: “O caminho faz-se caminhando”, do poeta espanhol António Caetano, à qual acrescentaria “Onde há vontade há um caminho”, de Albert Einstein.A paixão: Animais de estimaçãoPolítico(a): Barack Obama

AS DEZ RESPOSTAS DE SAÚL NEVES DE JESUS •••

Como se cativa o estudante para a cultu-ra quando as necessidades são de outra ordem?Parece-me que os jovens apreciam cultura, pois gostam de música e de espetáculos de uma for-ma geral; podem é os produtos culturais que eles apreciam não coincidir com aqueles que a minha geração aprecia. O importante é sabemos aproximar-nos daquilo que os jovens gostam e depois fazer as pontes, estabelecer as relações com aquilo que gostávamos que eles também apreciassem.Esta parece-me ser a abordagem mais adequada e que até permite resolver muitas das situações do designado “conflito de gerações”.Em todo o caso, nunca há apenas uma forma de motivar, pois a motivação é sempre muito pessoal e aquilo que resulta com uns pode não resultar com outros.

A arte não tem necessariamente de ques-tionar?Nas artes visuais, eu aprecio a arte que questiona ou que nos ajuda a questionar, fazendo uso do poder da imagem. No entanto, a arte pode ser apreciada e fruída sem ter necessariamente que questionar. Tudo depende se é mais dirigida à di-mensão cognitiva ou à dimensão emocional de quem a aprecia.

Um artista é a soma das suas circunstân-cias ou a arte pode ser uma mentira?Entendo a arte sobretudo como uma forma de comunicação, não tendo as obras de arte que

ser esteticamente belas, ou emocionalmente profundas. Nesta perspetiva, a arte deve ser apreciada, não só olhando, mas procurando compreender o sentido e o contexto da sua rea-lização. É a história ou o percurso de cada artista, a persistência e a consistência do seu trabalho, que pode permitir inferir a sua identidade e a dimensão artística daquilo que realiza.

Encontra saciedade na criação?O homem é orientado para o futuro, pelo que a criação de algo, seja nas artes visuais, seja na ciência, seja noutras facetas da vida, é um pro-cesso em constante emergência. A satisfação com as realizações concretizadas costuma ser apenas de curto prazo, sendo a curiosidade e a criatividade sustentadas pela motivação intrín-seca, que podem permitir uma satisfação mais consistente e duradoura.

Que balanço faz do seu primeiro ano como Vice-Reitor para a Educação e Cultura?Faço um balanço bastante positivo pois, não obstante o elevado volume de trabalho que te-nho tido, tem sido uma experiência muito rica. Além disso, sinto que estou a contribuir para o desenvolvimento da Universidade do Algarve, em particular ao nível das relações com a comu-nidade, da inovação pedagógica dos professores, da integração e do sucesso académico dos es-tudantes, bem como na construção duma UAlg cada vez mais saudável.

Quais são as suas perspetivas durante o seu mandato?Há e haverá sempre muito para fazer, novos objetivos para concretizar, mas com elevada motivação, espírito de missão, otimismo realis-ta e empenho constante, procurarei continuar a trabalhar e a servir a UAlg, tentando fazer sem-pre cada vez mais e melhor, ouvindo os colegas, os estudantes e a comunidade. Com a liderança do atual Reitor e com a equipa reitoral coesa, acredito que, em conjunto, iremos conseguir “deixar obra”.

Acredito que, em conjunto, iremos conseguir “deixar obra”

Por Henrique Dias Freire

d.r.

Page 2: Acredito que, em conjunto, iremos conseguir deixar obra · acredito que tenho mantido sempre as principais características que me costumam ser atribuídas por quem me conhece, como

Postal do Algarve Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Quinzenal

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 9,18 x 2,83 cm²

Corte: 2 de 2ID: 78022510 07-12-2018

AS DEZ RESPOSTAS DE SAÚL NEVES DE JESUS FORA-DE-HORAS Há quanto tempo não joga golfe?

ROTEIRO GASTRONÓMICO Restaurantes Avenida, Ramires e Sem Espinhas

DISTRIBUÍDO COM O EXPRESSOVENDA INTERDITA

Director Henrique Dias Freire • Ano XXXI Edição 1214 • Quinzenário à sexta-feira 7 de Dezembro de 2018 • Preço 1,50€

postaldoalgarve

123.981

è 14

Loulé: demolido edifício ilegal

na Quinta do Lago

Odeleite transforma-se

em Aldeia Presépio

Reinaldo Teixeira eleito o Melhor

Mediador Imobiliário

••• REGIÃO

••• REGIÃO

••• REGIÃO

è 5

è 6

è 10

è 18 e 19

è 17

pub

d.r.

d.r.

d.r.

NESTA EDIÇÃO: LEIA O CADERNO DO CULTURA.SUL

DEZEMBRO 2018 � n.º 122

0.000 EXEMPLARES

Mensalmente

com o POSTAL

em conjunto

com o www.issuu.com/postaldoalgarve

Museus para quem?

A pergunta hoje já não é um museu

para quê? Posicionando-nos do lado

de lá, perguntamos – museus para

quem? Resposta fácil: Para todos!

Quer isto dizer que nos preocupa-

mos com as audiências dos nossos

museus? Conhecemos aqueles que

nos visitam? E os que não nos visitam?

Sabemos porquê?

Quantas vezes nos detivemos a

pensar se há espaço para todos nos

nossos museus?

Porque quereria alguém ir a um es-

paço ou lugar que não se importa com

as suas origens, as suas motivações ou

limitações?Os museus devem refletir a socieda-

de e são hoje assumidos publicamente

como instrumentos principais de

desenvolvimento. Uma ideia repe-

tidamente afirmada, mas como está

isso a acontecer? É interlocutor das

preocupações da comunidade? É

um disseminador de práticas? Entre

muitas outras questões, podemos

questionar por exemplo, se o multi-

culturalismo do nosso Algarve está

refletido nas nossas ações?

É de facto muito relevante termos

II Jornadas da Rede de Museus do Algarve,

Auditório do Parque Natural da Ria Formosa, Olhão

Direção Regional

de Cultura do Algarve

Ficha técnica

Direcção: GORDA

Associação Sócio-CulturalEditor:

Henrique Dias Freire

Paginação e gestão de conteúdos:

Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:

• Artes visuais:

Saúl de Jesus

• Espaço ALFA:

Raúl Grade |Coelho

• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz

• Espaço ao Património:

Isabel Soares

• Filosofia dia-a-dia:

Maria João Neves

• Letras e literatura:

Paulo Serra

• Missão Cultura:

Direcção Regional

de Cultura do Algarve

• Reflexões sobre urbanismo:

Teresa Correia

Colaboradores desta edição:

Carlos Alberto Osório

Parceiros:

Direcção Regional

de Cultura do Algarve

e-mail redacção:

[email protected]

e-mail publicidade:

[email protected]

online em: www.postal.pt

e-paper em: www.issuu.com/

postaldoalgarve

FB: www.facebook.com/

postaldoalgarve/

Tiragem: 0.000 exemplares

MISSÃO CULTURA •••

d.r.

estas oportunidades de partilha e re-

flexão. Cabe-nos a cada um de nós

colocar questões sobre as verdades

instituídas, chamar a atenção para os

actuais desafios societais, evocar as

vozes esquecidas.

Há na actualidade um trabalho

muito próximo das comunidades lo-

cais e tem sido crescente o diálogo

com os públicos.

Nestes processos gostava de cha-

mar a atenção para a comunicação

e para a educação como elementos

críticos. É muito importante que todo

o material utilizado e

recolhido seja avalia-

do e bem trabalhado.

Há muitas questões

que surgem nesta

abordagem – quais

são os benefícios

gerados pela cole-

ção, pela exposição

e pelo museu para as

suas comunidades?

Como promover a

interação?Sabemos como

falta tempo para

avaliar o que se faz,

mas é hoje também

fundamental inte-

grar a investigação

no dia a dia do mu-

seu. A operação

diária dificulta esta

integração, mas há

que a inserir nas prio-

ridades.

Os museus não devem ser só

espaços onde nos sentimos bem

Tal como refiro num texto acadé-

mico em vias de publicação, numa

referência a Theresa McNichol de

2005 - cada museu tem que estabe-

lecer a sua comunidade (em sentido

lato) e tomar as decisões baseadas em

reciprocidade, convidando a um en-

volvimento participativo e construindo

assim o seu museu memorável1.

Francesco Manacorda, Diretor Artís-

tico da Tate Liverpool, por exemplo,

defende uma abordagem de co-auto-

ria com as audiências da sua galeria e

procura um aumento deliberado da

cooperação com o público, desenhan-

do e “escrevendo” exposições que

encorajem os seus próprios públicos

para uma relação de co-criação ou

co-produção das exposições. Clara-

mente diferenciadora esta abordagem

daquela do autor e do intérprete, e

apontando para uma pedagogia

emancipatória, que recoloca o mu-

seu numa abordagem conduzida pela

missão educativa.

A produção do conhecimento faz-

-se assim ativamente com o público.

Será que estamos neste postulado?

Será que desejamos esta interação?

Que estratégias se podem prosseguir

neste sentido?

Estas são algumas das discussões

que foram agendadas nas II Jornadas

dos Museus do Algarve. Verifica-se

uma enorme abertura ao exterior, mas

os museus não devem só ser espa-

ços onde todos nos sentimos bem e

devem assumir o seu papel, de prota-

gonistas e agentes da mudança social,

e de justiça. l

1 McNichol, T. (2005) “Creative marketing

strategies in small museums: up close and

innovative”. International Journal of Nonprofi-

t&Voluntary sector, 10, pp-239-247.

Alexandra Rodrigues Gonçalves

Diretora Regional de Cultura do Algarve

Os museus devem refletir a sociedade •

Comércio de automóveis, Lda

A EQUIPA DESEJA BOAS FESTAS

A TODOS OS CLIENTES

AO SEU DISPOR HÁ 24 ANOS

SEDE E OFICINA • Sítio de S. Pedro • Cx Postal 117 G Tavira • Tel. 281 326 628 • 917 100 678 • [email protected]

STAND USADOS • Sítio de S. Pedro • E.N 125 • Tel. 281 325 628 MECÂNICA • PNEUS • PINTURA • BATE-CHAPAS

pub

SAIBA QUEM FORAM OS PREMIADOS DA EC TRAVEL AWARDSHá quem lhe chame os Óscares do Turismo do Algarve. Quem esteve presente garante que a noite foi memorável. Saiba tudo na reportagem exclusiva do Postalè 3

Acredito que, em conjunto, iremos conseguir “deixar obra”