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materiais de apoio
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CAROLINE BOLLMANN ZALESKI
MATERIAIS E CONFORTO:
UM ESTUDO SOBRE A PREFERÊNCIA POR ALGUNS MATERIAIS
DE ACABAMENTO E SUA RELAÇÃO COM O CONFORTO
PERCEBIDO EM INTERIORES RESIDENCIAIS DA CLASSE MÉDIA
DE CURITIBA
CURITIBA
2006
CAROLINE BOLLMANN ZALESKI
MATERIAIS E CONFORTO:
UM ESTUDO SOBRE A PREFERÊNCIA POR ALGUNS MATERIAIS
DE ACABAMENTO E SUA RELAÇÃO COM O CONFORTO
PERCEBIDO EM INTERIORES RESIDENCIAIS DA CLASSE MÉDIA
DE CURITIBA
Dissertação apresentada ao programa de
Pós-Graduação em Construção Civil da
Universidade Federal do Paraná, UFPR,
Como requisito parcial à obtenção do título
De Mestre em Construção Civil, área de
Concentração: Ambiente Construído.
Orientador: Prof. Dr. Aloísio Leoni Schmid
CURITIBA
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
ZALESKI, Caroline Bollmann. Materiais e conforto: Um estudo
sobre a preferência por alguns materiais de acabamento e sua
relação com o conforto percebido em interiores residenciais da
classe média de Curitiba. Curitiba, PR : 2006.
Orientador: Prof. Dr. Aloísio Leoni Schmid
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Paraná-
Programa de Pós Graduação em Construção Civil
1. Materiais. 2 Conforto ambiental. 3. Acabamentos de superfícies.
4. Espaço interno. 5 Arquitetura de interiores.
Ao meu marido, com todo meu
amor e carinho, pela paciência,
colaboração e incentivo em todos os
momentos.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Aloísio, pela orientação, dedicação, colaboração e paciência.
A meus pais, Hermes e Izolda, minhas Irmãs Thaís, Larissa e Camila , por
acreditarem em mim e sempre me encorajarem a enfrentar novos desafios.
À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Construção Civil, na pessoa
do Professor Dr. Ney Augusto Nascimento, pela dedicação e responsabilidade
com que coordena o curso.
A todos os professores do programa, pelas horas de dedicação, ensino e
amizade.
Aos colegas do curso, pelas trocas de experiência, pelos momentos de
descontração e de ajuda mútua.
Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPQ), pelo apoio e
incentivo à pesquisa.
E a todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização
deste trabalho, em especial àquelas que, em algum momento do seu dia
corrido, pararam suas atividades e preencheram os questionários da
pesquisa. Sem vocês este trabalho não teria sentido.
RESUMO
Zaleski, Caroline Bollmann. Materiais e Conforto: Um estudo sobre a preferência
por alguns materiais de acabamento e sua relação com o conforto percebido
em interiores residenciais da classe média de Curitiba. Programa de Pós
Graduação em Construção Civil, Universidade Federal do Paraná, 2006. Nº. de
páginas: 134. Dissertação de Mestrado.
Os materiais de acabamento têm influência sobre o espaço interno da edificação e
podem determinar, por meio de estímulos, as condições favoráveis ou não, às
pessoas para se habituarem a esse ambiente. Esta pesquisa faz uma análise da
preferência por determinados acabamentos de superfícies, relacionada diretamente
à percepção do conforto no ambiente. A hipótese principal a ser testada é que a
escolha de alguns revestimentos está condicionada à percepção do material no
ambiente e, por isso, somente as características físicas desses materiais tomados
individualmente não são suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou
não e, além disso, a escolha por determinados acabamentos sob o ponto de vista do
conforto difere entre diversos grupos humanos, sejam eles de diferentes sexo ou
faixa etária. Por meio da revisão bibliográfica e posterior utilização de um
levantamento exploratório foi feita uma análise estatística dos dados e informações
coletadas, cujos resultados comprovaram a hipótese testada, além de sugerirem um
novo paradigma sobre a importância da arquitetura de interiores e do processo de
especificação de materiais para o espaço interno da edificação.
Palavras-chave: Materiais; Conforto ambiental; Acabamentos de superfícies;
Espaço interno; Arquitetura de interiores.
ABSTRACT
Zaleski, Caroline Bollmann. Materials and Comfort: A study about the preference
for some finishing materials and how this is related to the comfort that are
realized inside a home to Curitiba middle class. Civil Construction Post-
Graduation Program, Universidade Federal do Paraná, 2006. Number of pages 134.
Master’s Degree Essay.
The finishing materials have influence on building interiors and can define, through
stimuli to the inhabitants, their adaptation to that environment. The present
investigation analyzes the preference for some surface materials that are directly
related to the perception of comfort in those interiors. The main hypothesis to be
tested is that the choice for some coverings is related to the perception of the material
in the interior, what defines that the individual physical characteristics of these
materials taken alone are not enough to characterize if the interior is comfortable or
not. Besides, the choice for some specific surface materials from the point of view of
comfort differs for different human groups, considering gender and age. After a
bibliographic review, an exploratory investigation was performed, with a statistical
analysis of and the gathered information. The hypothesis under appraisal is verified.
Besides, the results suggest a new understanding of the importance of interior design
and the process of materials specification to the indoor spaces of buildings.
Key-words: Materials; comfort; Surface finishing materials; Indoor space; Interior
design.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura1 - Quarto standard e quarto designed 49
Figura 2 - Diagrama do processo de seleção de materiais 55
Figura 3 - Estratégia da pesquisa 59
Figura 4 - Tabela de concordância 69
Figura 5 - Fórmula para o coeficiente Kappa 70
Figura 6 - Variação assintótica do coeficiente Kappa 70
Figura 7 - Foto 1 para cozinha 97
Figura 8 - Foto 2 para cozinha 97
Figura 9 - Foto 3 para cozinha 98
Figura 10 - Foto 4 para cozinha 98
Figura 11 - Foto 5 para cozinha 99
Figura 12 - Foto 1 para sala 100
Figura 13 - Foto 2 para sala 100
Figura 14 - Foto 3 para sala 101
Figura 15 - Foto 4 para sala 101
Figura 16 - Foto 5 para sala 102
Figura 17 - Foto 1 para dormitório 103
Figura 18 - Foto 2 para dormitório 103
Figura 19 - Foto 3 para dormitório 104
Figura 20 - Foto 4 para dormitório 104
Figura 21 - Foto 5 para dormitório 105
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 Preferência por algum ambiente residencial, em Curitiba – 2006
75
Tabela 4.2 Preferência por algum ambiente residencial separado por faixa etária, em Curitiba - 2006
75
Tabela 4.3 Preferência por algum ambiente residencial separado por sexo, em Curitiba – 2006
76
Tabela 4.4 Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente confortável, em Curitiba – 2006
77
Tabela 4.5 Resumo das definições dadas para ambiente confortável, em Curitiba – 2006
77
Tabela 4.6 Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente desconfortável, em Curitiba – 2006
78
Tabela 4.7 Resumo das definições dadas para ambiente desconfortável em Curitiba – 2006
79
Tabela 4.8 Indicação de um lugar confortável, em Curitiba – 2006
79
Tabela 4.9 Indicação de lugar confortável separado por faixa etária, em Curitiba – 2006
80
Tabela 4.10 Indicação de lugar confortável separado por sexo, em Curitiba – 2006
80
Tabela 4.11 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto
81
Tabela 4.12 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto separado por faixa etária
81
Tabela 4.13 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto separado por sexo
82
Tabela 4.14 Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista do conforto
83
Tabela 4.15 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação
83
Tabela 4.16 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação separado por faixa etária
84
Tabela 4.17 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação separado por sexo
84
Tabela 4.18 Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista uso e ocupação
85
Tabela 4.19 Materiais não encontrados nas residências dos respondentes
85
Tabela 4.20 Classificação dos materiais encontrados para pisos de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006
86
Tabela 4.21 Existência de material sobreposto para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006
87
Tabela 4.22 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006
87
Tabela 4.23 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006
87
Tabela 4.24 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de cozinha, em Curitiba - 2006
88
Tabela 4.25 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006
88
Tabela 4.26 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de cozinha, em Curitiba - 2006
89
Tabela 4.27 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006
89
Tabela 4.28 Existência de material sobreposto para pisos de sala, em Curitiba - 2006
90
Tabela 4.29 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de sala, em Curitiba - 2006
90
Tabela 4.30 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006
91
Tabela 4.31 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de sala, em Curitiba - 2006
91
Tabela 4.32 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006
92
Tabela 4.33 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de sala, em Curitiba - 2006
92
Tabela 4.34 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de dormitório (atual e ideal), em Curitiba - 2006
93
Tabela 4.35 Existência de material sobreposto para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006
93
Tabela 4.36 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006
93
Tabela 4.37 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de dormitórios (atual e ideal), em Curitiba - 2006
94
Tabela 4.38 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de dormitórios, em Curitiba - 2006
94
Tabela 4.39 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de dormitórios (atual e ideal), em Curitiba - 2006
95
Tabela 4.40 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de dormitórios, em Curitiba - 2006
95
Tabela 4.41 Resumo dos materiais preferidos na primeira etapa do questionário, em Curitiba – 2006
96
Tabela 4.42 Classificação da preferência dos materiais para cozinha, através das imagens da Etapa 2 , em Curitiba - 2006
99
Tabela 4.43 Classificação da preferência dos materiais para sala, através das imagens da etapa 2, em Curitiba - 2006
102
Tabela 4.44 Classificação da preferência dos materiais para dormitório, através das imagens da Etapa 2 , em Curitiba - 2006
105
Tabela 4.45 Resumo para o nível de concordância através da Estatística Kappa, em Curitiba – 2006
106
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 17
1.2 OBJETIVO DA PESQUISA 17
1.3 HIPÓTESE DA PESQUISA 17
1.4 JUSTIFICATIVAS 17
1.5 MÉTODO DE PESQUISA 18
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 19
1.7 VALIDAÇÃO DA PESQUISA 20
1.8 ESTRUTURA DA PESQUISA
20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21
2.1 O CONCEITO DO CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO
21
2.1.1 A idéia de conforto e seus contextos 22
2.1.2 Aspectos do contexto ambiental do conforto 24
2.1.3 A função simbólica e o contexto sócio-cultural e psico-espiritual do conforto
25
2.1.4 O vínculo entre os contextos ambiental e corporal do conforto
26
2.1.5 Síntese e discussão 27
2.2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DO CONFORTO AMBIENTAL 28
2.2.1 As variáveis do meio fisco e do usuário 28
2.2.2 As variáveis projetuais 30
2.2.3 Síntese e discussão 31
2.3 A HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MORADIA 32
2.3.1 Lar: O significado da casa 32
2.3.2 As funções habitacionais 34
2.3.3 Síntese e discussão 35
2.4 ARQUITETURA E COMPORTAMENTO HUMANO: A FENOMENOLOGIA
36
2.4.1 O espaço pessoal 37
2.4.2 A psicologia ambiental e a percepção do espaço arquitetônico
39
2.4.3 Síntese e discussão 40
2.5 O ESPAÇO INTERNO DA EDIFICAÇÃO 42
2.5.1 O espaço interno segundo os traços do caráter 43
2.5.2 Materiais e a qualidade do ar interno 44
2.5.3 Síntese e discussão
45
2.6 O PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES 46
2.6.1 A influência do projeto de interiores na percepção dos espaços
48
2.7 A IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
50
2.7.1 Características históricas e tecnológicas 50
2.7.2 Os acabamentos das superfícies 52
2.7.3 O processo de especificação dos materiais
53
2.7.4 Síntese e discussão 56
3 MÉTODO DE PESQUISA 57
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 57
3.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA 58
3.2.1 Delineamento da pesquisa 58
3.2.2 Pesquisa bibliográfica 60
3.2.3 Levantamento 60
3.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA 62
3.3.1 Definição do problema 62
3.3.2 Preparação do questionário para coleta de dados 62
3.3.3 Teste Piloto do questionário 64
3.3.4 Aplicação do questionário etapa 1 65
3.3.5 Aplicação do questionário etapa 2 66
3.3.6 Tabulação e análise dos dados obtidos 68
3.3.6.1 Estatística KAPPA 68
4 RESUTADOS E DISCUSSÃO 72
4.1 PESQUISA DE CAMPO 72
4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS 73
4.2.1 Estrutura da análise dos dados 73
4.2.2 Análise estatística das variáveis gerais 74
4.2.2.1 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais
75
4.2.2.2 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação
81
4.2.2.3 Composição da amostra sobre o materiais atuais e ideais para cozinha,dormitório e sala
85
4.2.2.4 Composição da amostra quanto aos materiais ideais para cozinha, sala e dormitório na segunda etapa da pesquisa e a relação de concordância entre a etapa 1 e 2
96
5 CONCLUSÃO 108
5.1 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS
111
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
113
APÊNDICES
120
1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
APÊNDICES
1 INTRODUÇÃO
[..] A arte da arquitetura não consiste apenas em fazer coisas belas – nem em
fazer coisas úteis, mas em fazer ambas ao mesmo tempo.
(Herman Hertzberg - Lições de Arquitetura, 1996, p.174)
Conforto, no sentido da palavra, é o ato ou efeito de confortar. Significa
comodidade material, aconchego (MICHAELIS, 1998). Está relacionado diretamente
com conveniência, eficiência, bem-estar físico, privacidade (RYBCZYNSKI, 1986). O
significado originário de conforto era consolo, e consolar está muito ligado ao sentido
de afagar. Tem forte conotação tátil, o que sugere a importância de estudar os
materiais da superfície e seus acabamentos.
Segundo Kolcaba e Wilson (2002), autoras que escrevem a importância do
conforto no contexto da enfermagem, pode-se dizer que existem quatro contextos
importantes em que o conforto está inserido. Seriam eles: físico (relacionado às
sensações corporais e mecanismos homeostáticos – do equilíbrio do corpo); psico-
espiritual (relacionado à consciência interna de si, em que se pode incluir estima,
conceito, sexualidade, significado na vida de alguém), sócio-cultural (pertencente a
relações interpessoais, familiares e sociais e também a tradições familiares, rituais e
práticas religiosas); e ambiental (pertencendo à base externa da experiência humana
– temperatura, luz, som, odor, cor, mobiliário, paisagem, etc).
A análise do ambiente construído sob o aspecto do conforto se desdobra
portanto, numa série de quesitos, tais como: ergonomia, iluminação, acústica,
contexto térmico, entre outros. Esses quesitos, por sua vez, não existem
autonomamente. Dependem da relação que o homem desenvolve com o ambiente
em que habita, que fica bem caracterizada quando considerados os outros três
contextos de conforto acima citados.
Neste trabalho, o ambiente em questão é o espaço interno da edificação
residencial e as condições de conforto ambiental desse espaço dependem
intimamente das suas características arquitetônicas. Conforme Zevi (1978, p.28),
[...] Arquitetura não é apenas arte nem só imagem de vida histórica ou de
vida vivida por nós e pelos outros, é também, e, sobretudo, o ambiente, para a
cena onde decorre a nossa vida.
Logo, a decisão dos arquitetos sobre a organização espacial, a forma, os
sistemas construtivos e enfim, sobre os materiais a serem utilizados em seus
projetos vão condicionar as características ambientais que, como estímulos,
determinam as condições favoráveis ou não favoráveis, às pessoas aceitarem o
ambiente (RAPOPORT, 1990).
Na apresentação dos quatro contextos de Kocalba e Wilson (2002), percebe-
se de diversas maneira a influência dos materiais na relação com o ambiente. Sendo
assim, a análise e a especificação dos materiais utilizados no espaço interno da
edificação são fatores importantes para o conforto. Tendo conhecimento das
características físicas dos materiais, bem como das necessidades do usuário, que se
dão por razões fisiológicas e também psicológicas, a escolha por determinados
acabamentos torna-se fator fundamental para que o propósito ao qual o edifício foi
construído seja atendido.
Da qualidade dos materiais empregados irá depender a solidez, a
durabilidade, o custo, a estética e o acabamento final da obra. Porém, interessa
primordialmente neste trabalho a maneira como os materiais influenciam o contexto
ambiental do conforto, diretamente, e também os outros contextos, indiretamente.
Por exemplo, gravuras na parede ou um tapete antigo podem conter referências
afetivas e culturais; assim também a madeira e a pedra dos revestimentos, pela
durabilidade que têm.
Diante dessas variáveis de implicações dos materiais, esta pesquisa procura
conhecer a percepção das pessoas sobre o conforto nos ambientes e ainda
esclarecer a relação entre a especificação de alguns materiais nos interiores
residenciais e o contexto ambiental do conforto proporcionado por eles. Ressalta-se
também que as propriedades físicas dos materiais dificilmente são suficientes para
caracterizar um ambiente em confortável ou não.
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
Considerando a influência dos materiais para a percepção do conforto no
ambiente, o problema da pesquisa pode receber a seguinte formulação:
Qual a relação entre a preferência dos usuários por determinados materiais
para os interiores residenciais e a contribuição fisicamente mensurável destes
materiais para a percepção do conforto nos ambientes?
1.2 OBJETIVO DA PESQUISA
Tendo em vista a importância do espaço interno da edificação e em particular,
dos seus materiais de acabamento, para o contexto ambiental do conforto, o objetivo
desse trabalho é verificar, por meio de um levantamento, a existência de uma
correlação entre a preferência dos usuários por determinados acabamentos e a
contribuição fisicamente mensurável desses materiais para a percepção do conforto
nos ambientes.
1.3 HIPÓTESE DA PESQUISA
A preferência por determinados revestimentos, sob o ponto de vista do
conforto, está relacionada à percepção do material no ambiente e, por isso, somente
as características físicas desses materiais tomados individualmente não são
suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou não. Além disso, a escolha
por determinados acabamentos difere entre diversos grupos humanos, sejam eles de
diferentes sexos ou faixa etária.
1.4 JUSTIFICATIVAS
O “bem-estar" é uma necessidade humana e o conforto uma condição para
alcançá-lo (RYBCZYNSKI, 1986). Sabendo que o conforto depende dos estímulos
que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos, a
postura do usuário, suas necessidades e modificações determinam requisitos
mínimos de conforto.
Um simples cálculo que considere, por dia, oito horas de sono, oito horas de
trabalho ou estudo e, ao menos duas horas para alimentação, higiene e outros
cuidados pessoais ou com seu ambiente, indica que a maior parte do tempo, 75% ao
menos, são passadas dentro das edificações.
Além disso, o homem parece se esforçar em fazer cada vez menos habitável
o meio urbano em que vive, contaminando-o com gases, lixo, ruídos, odores, além
de substituir as reservas verdes por superfícies construídas e impermeáveis e, por
isso, a cada dia, tem buscado ambientes onde possa trabalhar e descansar seguro e
isolado dos fatores indesejáveis do ambiente externo (PAULINO, 1999).
Homem e ambiente convivem num processo de interdependência, criando
uma ligação íntima entre os processos psicológicos de percepção do espaço e os
processos de criação desse espaço. Ainda, a maneira pela qual o homem modifica o
ambiente é hoje um tema de muita relevância, pois os espaços são expressões
culturais do homem ao mesmo tempo em que são suportes espaciais para a
construção de sua identidade. Assim, é de extrema importância que o arquiteto ou o
profissional que atua no ambiente compreenda como os materiais que participam
desse ambiente têm influência na percepção do conforto.
Já o desenvolvimento da tecnologia e dos materiais mostra uma tendência em
aumentar sua participação no setor à medida que o país se desenvolve e com isso,
surgem novos materiais e novas formas de pensar a arquitetura e os interiores
residenciais.
Por meio da análise da preferência de alguns materiais, este trabalho deverá
subsidiar uma especificação melhor fundamentada, que leve em consideração não
somente as características físicas e técnicas dos materiais mas também, considere a
existência de uma relação entre o material e o conforto percebido no ambiente.
1.5 MÉTODO DE PESQUISA
O método de pesquisa adotado consiste no desenvolvimento de uma
revisão bibliográfica e posterior utilização de um levantamento. Devido ao fato
da pesquisa apresentar um caráter exploratório, a principal finalidade a ser
atingida com a utilização do método citado é desenvolver, esclarecer e modificar
conceitos, idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores (GIL, 1999).
Como o tema escolhido é pouco explorado, e isso decorre da escassa
existência de bibliografia, nacional ou estrangeira, que dispense ao problema
tratamento equivalente ao acima formulado, torna-se difícil sobre ele desenvolver
hipóteses precisas e operacionalizáveis. Logo, como primeira etapa da pesquisa, o
levantamento bibliográfico perpassa diferentes disciplinas relacionadas à
arquitetura e psicologia ambiental, e tem como objetivo formular uma estrutura
teórica de embasamento com foco no espaço interno da edificação.
Na segunda etapa foi aplicado um questionário, que também desenvolvido
em duas etapas, proporcionou coletar dados e informações sobre o tema
pesquisado. Como ferramenta de análise quantitativa e qualitativa foi feita a
triangulação dos dados coletados que consiste no fundamento lógico para dar
validade e confiabilidade ao estudo (YIN, 2001).
1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO
A pesquisa limitou-se a estudar apenas espaços internos de edificações para
uso residencial em Curitiba. Essas edificações foram classificadas nas tipologias
“casa” ou “apartamento” e foram excluídos os demais tipos de moradias. O universo
da amostra consiste na população residente em Curitiba que têm acesso à internet,
uma vez que todo o levantamento utilizou a World Wide Web (web- teia mundial)
para divulgação e preenchimento. Os materiais analisados referem-se somente a
pisos, tetos e paredes e os ambientes selecionados da residência foram cozinhas,
dormitórios e salas. Os materiais que mais se destacaram na preferência das
pessoas que participaram da pesquisa é que foram analisados.
1.7 VALIDAÇÃO DA PESQUISA
Segundo YIN (2001), uma pesquisa constitui a lógica que une os dados a
serem coletados às questões iniciais de um estudo. Como forma de validação deste
trabalho, pôde-se considerar que a validade do constructo foi alcançada, uma vez
que a revisão bibliográfica e o teste-piloto deram fundamentação à escolha dos
dados que foram coletados com os questionários.
Já a validade interna da pesquisa pôde ser comprovada com a análise das
respostas dadas na primeira e segunda etapa do questionário.
Por fim, a validação externa, que estabelece o domínio ao qual as
descobertas do estudo podem ser generalizadas, poderá ser apresentada à medida
que outros estudos sobre o mesmo tema sejam realizados.
1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho está estruturado em cinco capítulos. Neste primeiro capítulo são
apresentados a introdução do trabalho, o problema da pesquisa, o objetivo, a
justificativa para escolha do tema, a hipótese, as limitações da pesquisa, uma breve
descrição do método de pesquisa adotado e a estrutura da dissertação.
O capítulo dois apresenta a fundamentação teórica da pesquisa e sua revisão
bibliográfica.
O capítulo três descreve o método de pesquisa e as ferramentas de coleta de
dados para a condução do trabalho.
Já o capítulo quatro descreve os resultados da pesquisa. E o capítulo cinco
apresenta as conclusões finais e sugestões para o desenvolvimento de futuros
trabalhos relacionados ao tema.
1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
APÊNDICES
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O capítulo anterior expôs uma pequena introdução sobre o tema pesquisado,
definiu a problemática da pesquisa, o objetivo principal, as justificativas para escolha
do tema, o método adotado, a limitação do trabalho, além de fazer considerações
sobre como foi estruturada a dissertação.
O capítulo presente tem como escopo uma revisão bibliográfica realizada com
o objetivo de buscar referenciais teóricos que dêem embasamento sobre os
seguintes temas: o conceito de conforto e suas principais variáveis no ambiente
construído e uma visão geral sobre os contextos em que ele pode estar inserido; a
relação entre o ser humano, meio ambiente e arquitetura por meio do estudo da
psicologia ambiental, do espaço pessoal e das necessidades do homem em relação
ao meio; a análise do espaço interno da edificação desde a história e evolução da
casa até os conceitos de arquitetura de interiores; o estudo de alguns materiais de
acabamento das superfícies e o processo de especificação de materiais.
2.1 O CONCEITO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO
Conforto é um conceito bastante abrangente e a idéia de conforto associado
ao ambiente construído reúne uma série de parâmetros de diferentes áreas do
conhecimento como: ergonomia, acústica, termodinâmica, luminotécnica, entre
outras (PAULINO, 1999). Sendo o ambiente um conceito daquilo que fisicamente
envolve, essas áreas do conhecimento tratam de duas manifestações físicas
principais; energia e materiais. E nesses, têm especial importância as superfícies.
Para Solano Vianna e Gonçalves (2001) as questões relacionadas à
habitabilidade dos espaços, especificadamente aquelas referentes às condições do
conforto luminoso, higrotérmico, acústico e de ventilação natural são fundamentais
para uma atividade que pretende colocar a satisfação do homem como o principal
objetivo. Mas será que o conforto pode ser equacionado somente por suas vertentes
físicas? Um indício de que isso não é verdade é apresentado por Hopkinson et al.
(1969), citado por Solanno Viana e Gonçalves (2001, p.3)
[...] O que nós vemos depende não somente da qualidade física da luz ou da
cor presente, mas também do estado de nossos olhos na hora da visão e da
quantidade de experiência visual que nós temos de lançar mão para nos
ajudar no nosso julgamento.
O conforto é, portanto, a interpretação por meio de sensações, inclusive as de
caráter subjetivo, de difícil avaliação (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001), pois
depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos,
experiências e juízos. Para Schmid (2005), o conforto disputa com a arte o poder de
satisfazer as pessoas, e parte dessa disputa se refere à eficácia emocional.
Segundo Graeff (1980), o edifício constitui o produto mais característico da
Arquitetura. É por meio dele que a Arquitetura se relaciona com a vida dos homens
em suas diversas manifestações. O edifício, portanto, não é apenas a construção em
si, nem os seus sistemas construtivos e componentes que definem suas qualidades
essenciais. Tais elementos são importantes na medida em que geram, delimitam,
organizam, ordenam o espaço arquitetônico, isto é, o lugar agenciado para a prática
das atividades humanas. Entende-se por espaço edificado aquele que está contido
pelo espaço interno.
Já para Rybczynski (1986) o bem-estar é uma necessidade humana, e os
espaços devem ser pensados e especificados de forma a cumprir os objetivos para o
qual eles foram projetados e, se o objetivo fundamental é torná-los habitáveis,
proporcionar conforto é a sua principal característica.
2.1.1 A idéia de conforto e seus contextos
Conforto, nos dicionários, assim como para o senso comum, é visto como
comodidade, apoio, consolo, alívio, bem-estar. Um conceito bastante amplo, que dá
margens a diferentes interpretações e percepções, muitas vezes subjetivas, como
nos romances e nas pinturas e, outras, objetivas, como nos livros de arquitetura e
engenharia, podendo ainda ser percebido, sentido, e até mesmo medido, classificado
e normatizado (FREITAS, 2005).
Num primeiro momento, o conceito de conforto parece muito natural, como se
sempre tivesse existido. Mas, pesquisadores que estudam o assunto afirmam que
isso não é verdade. Para Schmid (2005), o termo conforto quase não era utilizado
para a edificação em meados do século XVIII e, sim, no século XIX é que o assunto
passou a ser mais difundido. A partir do século XX, o movimento modernista da
época tinha verdadeira hostilidade ao conceito de conforto, como exemplo percebe-
se a idéia da casa como “máquina de morar” do arquiteto modernista Le Corbusier.
Mas, como se constatou a partir da década de 70, faltava ao Modernismo
entender que diferentes climas, paisagens e culturas, necessitavam de diferentes
propostas e conceitos novos para os edifícios (SCHMID, 2005).
Começam a surgir, então, termos como arquitetura bioclimática, sustentável, e
até a disciplina de física aplicada às edificações passar a ter o nome de conforto
ambiental no ambiente acadêmico de cursos como Arquitetura e Urbanismo. Ainda
para Schmid (2005), o conforto ambiental surge como esforço de se resgatar a
arquitetura enquanto abrigo diante de outras intenções como a monumental,
produtiva ou representativa.
Rybczynski (1986), em seu livro Casa, pequena história de uma idéia,
apresenta uma evolução no conceito de conforto, onde o autor identifica questões
como a domesticidade, privacidade e intimidade. Privacidade seria, segundo o autor,
uma das primeiras exigências do conforto visto que, na idade média, por exemplo, as
famílias dividiam os mesmos espaços. Outros valores como conveniência, encanto e
eficiência também estariam correlacionados à evolução do conceito de conforto do
século XVIII até século XX. A arte desses séculos deixou vários registros do que
seria conforto e bem-estar em tempos passados. Para Freitas (2005), exemplos
disso seriam amplos salões para circular; espaçosas poltronas para descansar; altas
janelas para fazer a iluminação chegar aos ambientes mais profundos. Esses
registros transmitem a idéia de conforto enquanto dimensão, forma e textura capazes
de proporcionar um estado de bem-estar.
E a importância dos materiais de revestimento vai se tornando evidente em
suas diferentes formas de interação com as pessoas: compartimentando, isolando,
recobrindo, amparando, refletindo seletivamente luz e som.
Já na formulação de Kolcaba e Wilson (2002), o conforto compreende quatro
contextos: corporal, ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural. Ao lado do conforto, a
arquitetura acontece segundo dimensões funcionais, construtivas, estéticas e
simbólicas.
Três contextos do conforto – ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural são
mencionados a seguir. Depois, será tratado o contexto corporal, normalmente
relacionado à saúde, que aparece como uma especialização do ambiental.
2.1.2 Aspectos do contexto ambiental do conforto
A avaliação do desempenho de uma edificação é uma abordagem complexa,
em que interagem diversos fatores. Consiste em prever o comportamento potencial
do edifício, seus elementos e instalações, quando submetidos a condições normais
de exposição e avaliar se tal comportamento satisfaz as exigências do usuário.
Souza e Mitidieri Filho (1986), analisando o desempenho de habitações
populares, citam a norma internacional ISO-DP 6241 (1970) que estabelece catorze
exigências dos usuários. Relativamente àquelas que classificam como
bioambientais, são citadas:
• Exigências de conforto higrotérmico: temperatura e umidade do ar e das
paredes.
• Exigências de conforto visual: iluminação, aspecto dos espaços, das paredes
e vista para o exterior.
• Exigências de conforto acústico: isolação acústica e níveis de ruído.
• Exigências de conforto tátil: eletricidade estática, rugosidade, umidade e
temperatura de superfície.
• Exigências atmosféricas: pureza do ar e limitação de odores.
Essa relação poderia ser ainda aprofundada nos diferentes grupos de exigência,
incluindo o condicionamento acústico dentro dos ambientes mediante absorção
seletiva; controle da velocidade do ar e dos campos radiantes; da condutividade
térmica e capacidade térmica das superfícies, que determina limites de tolerância
(inferior e superior) à temperatura para contato da pele desprotegida. Nota-se que
todos esses condicionamentos dependem de materiais e de suas superfícies.
2.1.3 A função simbólica e os contextos sócio-cultural e psico-espiritual do conforto
O espaço arquitetônico tem inúmeros significados além do utilitário. Dentre
eles existem aqueles relativos ao status, à estética e ao simbolismo. O ser humano é
o agente que diferencia e delimita os espaços, atribuindo-lhes essas funções
diversas.
Sommer (1974) critica o funcionalismo, defendido pela corrente modernista
ortodoxa, por não ser baseado no comportamento humano e na satisfação do
usuário. Ele diz que o arquiteto não pode ser formado para “ver os edifícios sem
pessoas dentro”. O autor explica os aspectos das funções da arquitetura, dizendo
que
[...] a arquitetura pode ser bela, mas deve ser mais do que isso; deve conter espaço
em que algumas atividades possam ser realizadas de maneira cômoda e eficiente.
Não apenas a forma deve seguir a função, mas deve acompanhá-la sob todos os
seus aspectos.
O desenvolvimento das potencialidades humanas depende, entre outras
coisas, da qualidade do ambiente onde são desenvolvidas as atividades humanas.
As diretrizes que embasaram a construção teórica da metodologia para
avaliação de ambientes construídos foram desenvolvidas por Malard (1992) que,
tomando o ser humano como referencial, considera as relações entre as
características espaciais humanas e existenciais do espaço, justificando a existência
humana como essencialmente espacial. Hoje, para qualquer processo de projeto, é
indispensável envolver o usuário nesse processo. A abordagem fenomenológica
surge como forma de compreensão das características espaciais que ultrapassam as
suas propriedades físicas (ALMEIDA, 1995) e é apresentada no item 2.3, adiante.
Essa estreita relação entre homem e espaço também é o enfoque principal de
Rapoport (1990) no texto “Origens culturais da Arquitetura”. O autor trata da questão
de como e por que surgiu a arquitetura, explicando o real significado e importância
que ela tem para o homem ao longo de sua história.
Rapoport (1990) diz que a arquitetura surgiu pela necessidade de abrigo, o
que evidencia que a função de habitação que a casa possui, pode ser considerada
como a primeira função atribuída à arquitetura. Uma casa é um espaço complexo,
que reúne as principais funções do homem, além de sua utilidade prática de abrigo.
A apropriação de seus ambientes dá-se em função da identidade daqueles que o
habitam. Ele fala das mesmas relações do homem com o meio ambiente construído
que Malard (1992) defende em seu relato sobre o tema.
Segundo Malard (1992), o homem e o espaço são existencialmente
conectados, visto que todas as ações humanas ocorrem no espaço. Ela define os
fenômenos subjetivos relacionados à atividade de habitar, que expressam as
chamadas dimensões fenomenológicas, características fundamentais da habitação,
que interferem na “habitabilidade”. Este termo é definido, conforme Korosec-Serfaty
(apud MALARD, 1992) como a qualidade maior dos edifícios, ou seja, a qualidade
que os torna habitáveis. A autora faz uma analogia entre a habitabilidade de um
edifício e a funcionalidade de um produto a qual chama de “equipamentabilidade”,
dizendo que se esta deve ser a maior qualidade de um equipamento, então a
“habitabilidade” deve ser a maior qualidade de um espaço arquitetônico.
Por fim, a habitabilidade ainda pode ser entendida como um sinônimo de
conforto, senão um valor que muito se assemelha a ele (BOLLNOW,1991).
2.1.4 O vínculo entre os contextos ambiental e corporal do conforto
A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua "saúde" como o "bem
estar físico, mental e social" dos indivíduos humanos. Estes têm como seu habitat
natural o ambiente urbano, ou seja, a cidade. Esta se apresenta historicamente como
sendo a antítese do ambiente natural, ou do campo (ambiente rural) e pode ser
definida como um espaço onde habitam e se organizam pessoas voltadas a
atividades não agrícolas. Em estudos sobre a relação da cidade com o ambiente
natural, percebe-se que a tradição colocou a primeira contra a segunda, e vice-versa.
(SPIRN, 1995).
Segundo Teixeira e Pereira (2001), analisar o ambiente construído segundo o
aspecto do conforto ambiental é uma abordagem segmentada e parcial, porque além
de confortável, o ambiente deve ser saudável. Nem todas as condições de conforto
correspondem a condições saudáveis. O homem, por meio dos sentidos, é levado a
conferir relevância às condições de conforto, quase sempre ignorando as demais.
Para Gianini (1997) “a saúde de qualquer indivíduo depende da saúde de
todos, e a saúde de todos depende da saúde do meio ambiente”. O autor refere-se,
nesta frase, ao meio ambiente urbano e aos componentes deste meio que interferem
na manutenção da saúde de uma comunidade: alimentação, educação, lazer,
segurança, trabalho, justiça, liberdade, cultura, transporte, saneamento, qualidade do
ar, e no meio urbano mede-se a qualidade do ar pelos índices de poluição, grau de
umidade e temperatura do ar. Na caracterização destes aspectos, interferem as
variáveis climáticas: movimento do ar (velocidade e direção dos ventos), fator de
radiação solar, precipitação, estação do ano, hora do dia, natureza das superfícies e
cobertura do solo. As modificações climáticas provocadas pela urbanização
constituem um dos aspectos que têm sido levantados por pesquisadores como
possíveis agentes causadores do aparecimento de problemas de saúde nos
habitantes urbanos.
2.1.5 Síntese e discussão
Conforto é visto enquanto suficiência, comodidade, apoio, consolo, alívio,
bem-estar. Um conceito um tanto quanto amplo, que dá margens a diferentes
interpretações. Os contextos em que ele pode estar inserido conforme mostrado por
Kocalba e Wilson (2001) sugerem que os materiais, sempre de alguma forma, têm
ligação com o conforto. Muitas vezes as condições sócio-econômicas ou até mesmo
culturais acabam por definir determinadas preferências. O espaço interno muitas
vezes é imperceptível, mas são percebidos seus limites, que são principalmente
superfícies materiais. Se não fazem parte rigorosamente do ambiente, elas
condicionam nele esta importância que tem para os contextos sócio-cultural e psico-
espiritual do conforto.
2.2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DO CONFORTO AMBIENTAL
[...]O controle do ambiente não é a totalidade da arquitetura, mas deve ser
parte da ordenação básica de qualquer projeto. O arquiteto deve fazer do
controle da luz, do som e do calor um problema seu.
(Solano Vianna e Gonçalves – Iluminação e Arquitetura,2001 p.3)
O ser humano é o elemento central de toda razão de ser da arquitetura. Esta é
fruto de todo um contexto social, econômico, cultural, político e até geo-climático por
que passa uma determinada sociedade (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001).
Vários fatores intervêm no conforto ambiental nas edificações, podendo ser
divididos em três níveis distintos: os fatores relativos ao clima e ao meio ambiente;
os relativos aos projetos e a construções dos edifícios e aqueles relativos ao próprio
usuário.
2.2.1 As variáveis do meio físico e do usuário
Especificadamente em relação ao clima, pode-se dizer que vários fatores
afetam o padrão e a percepção do conforto de um determinado ambiente. Para
Solano Viana e Gonçalves (2001) esses fatores seriam: a radiação solar, a
temperatura e movimento do ar, a umidade, a temperatura radiante das paredes e
tetos, a quantidade geral de luz e sua distribuição. Relacionadas a isso, zonas de
conforto são determinadas de acordo com a necessidade do ser humano em manter,
por exemplo, o conforto térmico, lumínico e acústico. A tolerância a cada uma dessas
faixas de conforto depende da aclimatação, de características humanas e de
atividades desenvolvidas.
O conforto térmico das pessoas, segundo Fanger (1972), depende de quatro
grandezas físicas principais: a temperatura do ar, as temperaturas das superfícies, a
umidade do ar e a velocidade do vento. Todas estariam inter-relacionadas e
diretamente influenciadas pela concepção arquitetônica: orientação, disposição,
dimensões, materiais, entre outros princípios da arquitetura. Já as trocas térmicas
entre o corpo e o ambiente podem acontecer por diversas situações: convecção, por
radiação e por condução Como o ser humano precisa manter a temperatura
corpórea constante, em torno de 37°C., o calor interno deve compensar as trocas
com o meio.
Nessa questão entre variáveis do meio físico e do usuário, também recebem
importante papel as vestimentas. Essas devem ser adequadas aos climas e às
atividades desempenhadas.
O isolamento térmico varia de acordo com a eficiência da permeabilidade da
roupa à passagem do vapor d’água. Ainda para Freitas (2005) a exemplo da
arquitetura vernacular, cada povo, sob diferentes climas, utilizam vestimentas
tradicionalmente diversas, como os mantos dos tuaregues, nos climas quentes e
secos, e os casacos de pele dos esquimós, nos climas frios.
A umidade, de um modo geral, exerce influência sobre a absorção de radiação
solar, sobre as precipitações, taxas de evaporação e transpiração, sobre a
temperatura e, conseqüentemente, sobre o conforto humano. Já o vento, ou a
movimentação da atmosfera, é influenciado pela temperatura, pela pressão, pela
chuva e pelos volumes naturais e construídos, interferindo também sobre cada um
desses elementos. As grandes circulações atmosféricas, em diferentes escalas de
tempo e espaço, podem ser sentidos pelos indivíduos também a partir dos ventos
locais, apresentando grande importância para a percepção do conforto (FREITAS,
2005).
Para representar as diversas combinações entre temperatura, umidade e
ventilação, sobre o organismo do homem, foi desenvolvido por Olgyay (1963) a Carta
Bioclimática que, segundo o autor, permite avaliar se os mais diversos ambientes
estão ou não em condições de comportar as atividades humanas. Nesse caso, os
patamares de conforto compreendem temperaturas entre 22°C. e 28°C., com
umidade entre 20% e 70%, valores esses que ainda podem ser analisados segundo
a ventilação da área e a adaptação dos habitantes de cada determinada região.
O conforto lumínico depende de dois quesitos básicos: a intensidade e a
qualidade da luz. É por meio da observação da luz natural, que se pode chegar à
determinação do tempo atmosférico, assim como à hora do dia e, até mesmo, à
satisfação visual, quanto às necessidades de luz para realização de suas tarefas ou
construção do sentido do lugar.
O conforto acústico, por sua vez, depende da qualidade do som nos
ambientes e do isolamento ou eliminação dos ruídos, que, por definição, seriam os
sons não desejados (FREITAS, 2005). O isolamento ocorre, sobretudo, no caso de
se ter ambientes com diversas atividades e necessidades sonoras opostas. Pode-se
isolar um ambiente através da massa construída, tanto quanto pelo distanciamento
de diferentes zonas acústicas.
Verifica-se, portanto, nos três casos descritos – térmicos, lumínico e acústico
– uma pronunciada discrepância entre o meio físico e o ser humano e é essa
discrepância a principal razão para o ser humano procurar um abrigo, descrito por
suas variáveis projetuais.
2.2.2 As variáveis projetuais
Para Solano Viana e Gonçalves (2001) antes de se elaborar qualquer projeto,
deve-se existir uma preocupação com a relação homem-função-espaço. O programa
a ser cumprido sempre é o início de todo projeto e a função é sempre analisada do
ponto de vista pragmático e, raramente, do ponto de vista físico-operativo.
Gropius (1977) já dizia que os componentes técnicos do projeto são apenas o
meio prático de tornar visíveis idéias de nosso espírito. Já para Silva (1983) o
projeto arquitetônico pode ser descrito como uma proposta de solução para um
específico problema de organização do entorno humano. O autor diz em seu livro,
Como se Faz Arquitetura,
[...] o edifício, cujas formas e características não são ainda definíveis, é a
solução para o problema, o projeto é uma proposta ou hipótese de solução para o
mesmo problema. Não é a solução em si, já que apenas a obra, e não o projeto, é
capaz de satisfazer as necessidades do usuário. Na realidade, o projeto pode ser
considerado como representação possível de um ente ainda imaginário que, quando
materializado, e se o for, poderá ser ou não uma forma apropriada de correção para o
problema constatado. (SILVA, 1983, p. 33).
Portanto, sendo o projeto um modelo de um objeto inexistente, mas que se
pretende fazer existir, ele equivale ao momento em que as decisões são tomadas,
levando-se em consideração todo o contexto de necessidades, aspirações e
expectativas para que seja definida uma proposta que seja satisfatória e adequada.
A arquitetura busca dar uma forma concreta aos espaços, sendo que as
pessoas que a vêem ou habitam, seja conscientemente ou não, respondem a estas
formas. Aberturas, vedações e revestimentos, tanto quanto as estruturas, merecem
preocupação por parte de arquitetos e projetistas, uma vez que, no caso de ondas
sonoras, por exemplo, são transmitidas no ar, assim como por condução, no caso, os
ruídos de impacto.
Portanto, as decisões dos arquitetos sobre a organização espacial, a forma,
os materiais a serem utilizados e os sistemas construtivos adotados em seus
projetos vão condicionar as características ambientais que, como estímulos,
determinam as condições favoráveis ou não a que as pessoas se adaptam ao seu
ambiente imediato (RAPOPORT, 1990). Essas decisões, por sua vez, estão ligadas
diretamente com a definição da implantação do projeto, dimensões de aberturas e de
elementos externos, cores, texturas, materiais, enfim, a todas as responsabilidades
do arquiteto projetista (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001)
2.2.3 Síntese e discussão
É por meio das variáveis projetuais ( homem – funçaão – espaço) que a
arquitetura organiza e expressa sua função, e nessa organização se torna
necessário um planejamento comprometido com o resultado do seu produto final.
Para o ambiente construído, isso equivale a harmonizar variáveis do meio físico
àquelas do usuário: e isso, freqüentemente, implica em interpor-lhes uma
materialidade.
2.3 A HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MORADIA
2.3.1 Lar: O significado da casa
Rapoport (1990) diz que “a arquitetura surgiu pela necessidade de abrigo”, o
que evidencia que a função de habitação que a casa possui, pode ser considerada
como a primeira função atribuída à arquitetura. Uma casa é um espaço complexo,
que reúne as principais funções do homem, além de sua utilidade prática de abrigo.
A apropriação de seu ambiente dá-se em função da identidade daqueles que o
habitam.
A Casa é o centro do homem no mundo. O lugar para onde se pode ir e vir, é
o lugar onde todas as suas relações no espaço estão referidas ( BOLLNOW,2000).
Para Kowaltowski e Pina (2004), o espaço do morar é resultado de um
processo criativo, orientado pelas necessidades sociais e culturais da integração
homem-casa, que transcende a forma geométrica. A habitação passa a ter uma
função maior que de um abrigo: é o local que proporciona segurança física,
satisfação de necessidades de subsistência, posição social, renda eventual, dentre
outros.
Segundo Schmid (2005), a casa e tudo o que está ligado a ela, é um poderoso
sistema de referência para cada pessoa e existe uma relação muito forte, que é
recíproca, entre o morador e a casa.
Rybczynski (1986), ao tratar das questões de privacidade, menciona como
eram constituídas as casas medievais, longas e estreitas, que serviam para o
ambiente do trabalho e de moradia. Ainda segundo o autor, a casa medieval “era
uma lugar público e não privado”. A partir do século XVIII, espalha-se por toda a
Europa a idéia de casa separada do ambiente de trabalho (MIGUEL, 2003). A casa
deixa de ser apenas um abrigo, e passa a ter uma função social nova: a família.
Como é comentado por Kowaltowski e Pina (2004), as mulheres perderam contato
com os negócios e os homens, por sua vez, perderam o contato com os afazeres
domésticos. Associado à família, aparece não só o isolamento, mas também o
convívio entre integrantes, a domesticidade e a noção de conforto. Os espaços
começam a ser mais segmentados e possuírem valores específicos; a casa urbana
passa a ser dividida em cômodos organizados em setores, os de prestígio, de
intimidade e de rejeição (KOWALTOWSKI e PINA, 2004). Isso, claro, para as classes
burguesas, pois para as classes populares, a realidade era bem diferente. Na
França, por exemplo, quanto mais alta a moradia, mais pobre era a sua condição.
A partir das duas guerras mundiais, o poder público passa a ter que rever
seus conceitos para a reconstrução das moradias. E isso se dá de maneiras
diferentes em todos os países. A Alemanha, por exemplo, se preocupava com a
construção de novos edifícios, enquanto na Inglaterra, o que se priorizava era a
construção de casas individuais (KOWALTOWSKI e PINA, 2004). Ainda segundo as
autoras, no Brasil e em boa parte da Europa, deram início à construção de vilas,
desde as vilas operárias até as mais sofisticadas para a classe média dominante.
É a partir da década de 40 que grandes centros urbanos começam a passar
por grandes transformações e é também a partir dessa época que as funções
habitacionais começam a ficar mais explícitas.
Miguel (2003) faz uma síntese do pensamento de dois grandes arquitetos que
vivenciaram e projetaram para as décadas de 40 a 70. Foram eles Rino Levi e
Vilanova Artigas. Para Rino Levi, o homem passa a querer ser considerado com
indivíduo, no seu espaço privado, e para Artigas, projetar uma casa passa pela
compreensão da estrutura social e cultural do espaço urbano onde ela está inserida.
Ainda para ele, as casas traduzem a mudança cultural de um período. Já para Levi,
existia uma diferença entre o sentido da casa e do lar. O lar é o abrigo para seres
com laços familiares, e a casa, uma edificação vazia, recém construída, faltando a
ela o hábito vital. Quanto à configuração formal para ambos, predominavam os
sobrados, entre os anos 1929 até 1939. A utilização de ornamentos, detalhes
decorativos e materiais de acabamento como reboco, blocos de pedra, telhas de
barro e platibandas. A partir de 1940 até final da década de 60, as casas passam a
ser também térreas, e outros materiais como a madeira e telhas cerâmicas começam
a aparecer.
Segundo Miguel (2003), nos três primeiros séculos de existência, não houve
uma grande alteração no quadro urbano de São Paulo, mostrando casas modestas
de um ou dois pavimentos e esse espaço residencial parecia ser feito para não ter
grande durabilidade, pois as maiorias das casas eram construídas de taipas.Com os
avanços tecnológicos, como a inauguração das estradas de ferro, e era do café,
muitas transformações passaram a ocorrer, principalmente a vinda de Europeus e
com eles, muitas transformações culturais. Ainda segundo Miguel (2003), a cidade
entrava no século XX com água encanada, esgoto, iluminação elétrica, com serviços
urbanos trazendo mais conforto aos seus habitantes e com isso, uma vida mais
social. Abandonou-se o uso da taipa para utilizar tijolos, segundo os moldes
europeus. Alterações significativas nos números de cômodos. Aparecem salas de
estar, saletas, salões, copas, quartos de vestir, escritórios, gabinetes, etc. O término
da Primeira Guerra Mundial marca o fim dessa época e início de uma outra fase, em
que os Estados Unidos passam a ser também referência, trazendo novas alterações
nos espaços residenciais.
2.3.2 As funções habitacionais
Lemos (1994), em seu livro “Alvenaria Burguesa”, descreve a casa urbana, em
São Paulo, no início do Século XIX, [...] ainda era de taipa, nos primórdios do café,
aquela com salas na frente, alcovas no miolo escuro e varanda com sua cozinha
anexa.
As funções habitacionais dessa época resumiam-se em setor íntimo
(alcovas), o serviço com varanda e cozinha, que tinham ligação direta com o quintal,
e o “estar” se relacionava de forma direta com a rua, pois nessa época não existia o
recuo frontal (MIGUEL, 2003).
No final do século XIX e início do século XX, as transformações advindas do
poder econômico do café são muitas, como, por exemplo, água encanada,
iluminação, telefonia, automóvel. A classe dominante passa a ter influência da
arquitetura francesa com os movimentos “art-noveau e neo-clássico”.
O programa de necessidades sofre grandes modificações, e as funções
habitacionais passam a ser bem definidas em ”estar”, “serviço” e “dormir”.
O “estar”, sempre posicionado na frente da casa, assume o papel de relação
com o espaço público. Geralmente definido por 3 cômodos: sala de visitas, escritório
ou gabinete e sala de jantar. A função “serviço” que no início do século XIX estava
diretamente ligada ao quintal, passa a ganhar um lugar dentro da casa, com água
canalizada, e no terreno agora o espaço é para guardar o veículo (MIGUEL, 2003).
Surge o espaço da copa, para refeições diárias e também espaços como despensa e
o “quarto da criada”, dentro da casa.
Já a função “dormir”, ainda segundo MIGUEL (2003), está sempre
intermediária entre o social e o serviço, nas casas térreas. Nos sobrados, isolava-se
no pavimento superior. Uma numerosa quantidade de quartos, servidos apenas por
um banheiro. Desaparecem definitivamente as alcovas, pois devido a posturas
municipais, os quartos passam a ter, obrigatoriamente, iluminação e ventilação
natural. Com eles, os conceitos de individualidade fazem surgir o quarto do casal,
das meninas e dos meninos. Essas três funções fortaleceram-se e permaneceram
distintas como funções habitacionais.
Refletindo sobre a evolução da habitação contemporânea fica claro que
fatores culturais e sócio-econômicos foram responsáveis pelas mudanças
verificadas, além de indicar tendências “globalizadoras” na ocupação dos espaços da
moradia e alteração do padrão familiar.
Baseado nessa evolução histórica, Albuquerque (2001) em um artigo sobre a
cozinha brasileira observa que esses espaços estão cada vez menores e mais
reduzidos e não apresentam condições ideais de conforto, desconsiderando o seu
usuário e as questões culturais que envolvem a sociedade. Segundo a autora, os
arquitetos tentam impor um modelo “moderno”, importado de grandes centros, e é
fácil verificar que a cozinha, mais do que preparo de alimento,congrega outras
atividades pertinentes à família, provavelmente como herança de formação histórica,
pois ao longo dos séculos, nela ocorreram momentos de integração familiar .
Pode-se concluir, portanto, que o tempo e a metodologia empregada pelos arquitetos
são fatores que determinam as mudanças espaciais das moradias em geral.
2.3.3 Síntese e discussão
A casa como significado de lar, de abrigo, e sendo o centro do homem no mundo, é
fundamental para a relação homem –espaço. A evolução da moradia é resultado de
um processo criativo conduzido pelas necessidades sociais e culturais. A casa é
percebida pelo homem por meio de sua distribuição espacial de seus diversos
setores funcionais, entendida sob pontos de vista de posições socioeconômicas,
faixas etárias, comportamento ético, preferências políticas e religiosas. Sendo assim,
a arquitetura de interiores expressa a sua importância de transformar ambientes em
verdadeiros lares, centros de referência para o homem no espaço.
2.4 ARQUITETURA E COMPORTAMENTO HUMANO: A FENOMENOLOGIA
Para procurar esclarecer melhor a relação entre materiais e conforto,
buscaram-se algumas noções da fenomenologia, considerada a ciência que estuda
os fenômenos humanos em suas inter-relações, estabelecendo eventos e
descrevendo-os.
Os fenômenos humanos são relacionados com as dimensões
fenomenológicas e com os elementos que eles representam na arquitetura. São
expressos por questões comportamentais como territorialidade, privacidade,
identidade e ambiência.
As dimensões fenomenológicas da arquitetura são relações que buscam
explicar como os usuários interagem com o espaço (SOMMER, 1974). São
expressas pelas seguintes características:
- “Interior X exterior”: trata da diferenciação e qualificação dos espaços através do
estabelecimento de fronteiras. A escolha, definição, marcação e construção de
espaços define esta relação. A qualificação se dá pelo desenvolvimento das
atividades humanas nos “lugares” criados, demarcados pela da distinção entre o que
é público e o que é privado. A autora relaciona o estabelecimento dessa dimensão
fenomenológica com os fenômenos de territorialidade, identidade e de privacidade.
- “Visibilidade”: relaciona-se com a possibilidade de as pessoas e suas coisas,
controlarem sua exposição. Esta dimensão permite o desenvolvimento tanto das
atividades íntimas quanto daquelas que podem ser expostas socialmente no espaço
estabelecido. O estabelecimento da visibilidade é relacionado com os fenômenos de
identidade (aquilo que deve ser exposto) e de privacidade (aquilo que deve ser
ocultado).
- “Apropriação”: processo de ordenação do espaço de acordo com a interação entre
ele e o usuário. Essa ordenação se dá através da apropriação dos espaços
arquitetônicos. A apropriação é relacionada com os fenômenos de identidade e de
ambiência.
2.4.1 O Espaço pessoal
O espaço pessoal refere-se a uma área com limites invisíveis que cercam o
corpo das pessoas, sendo um território portátil. Sommer (1974) menciona dois usos:
o primeiro refere-se à zona carregada emocionalmente ao redor de cada pessoa, a
chamada “bolha” que regula o espaçamento entre elas. O segundo uso refere-se aos
processos pelos quais as pessoas delimitam e personalizam os espaços que
habitam. Implica ainda a definição de distâncias ou mesmo zonas espaciais para a
interação social que preservam sua integridade. Essas distâncias, por sua vez, são
estabelecidas de forma inconsciente e nas relações usuais entre os indivíduos, e
podem ser chamadas de distâncias individuais. As distâncias adequadas às
situações de cada cultura são aprendidas ao longo do tempo, através da convivência
social entre seus membros. Hall (1978) define 4 distâncias ou zonas principais:
- Zona íntima: entre 0 e 50 cm, envolve contato íntimo, corporal e coordenação
mútua de movimentos.
- Zona pessoal: entre 50 a 150 cm, envolve uma conversa normal, por exemplo. As
pessoas se encontram em alcance imediato e podem olhar-se olhos nos olhos.
- Zona social: entre 150 a 350 cm, representa uma conversa curta, em voz alta,
porém ainda é difícil ignorar a presença das pessoas.
- Zona pública: entre 350 a 700 cm, envolve um reconhecimento da pessoa, mas é
possível ignorar as pessoas nessa faixa.
Ainda, segundo Hall (1978), as pessoas que pertencem a grupos étnicos
diversos respondem diferentemente às aglomerações, porque percebem o espaço
de forma diferente. A cultura é, portanto, uma das maneiras de perceber o espaço
humano e por meio dela, diferenciam-se espaços qualitativamente diversos como o
espaço visual, o auditivo, o olfativo, o térmico e o espaço equilibrado (LIPAL, 1976).
A invasão, por sua vez, do espaço pessoal pode gerar fuga, desconforto,
insegurança ou mesmo um comportamento agressivo (BONGESTABS, 1997).
Baseando-se na abordagem fenomenológica, Malard (1992) considera que os
fenômenos existenciais (que expressam as dimensões fenomenológicas)
correspondem às necessidades humanas. Essas necessidades precisam ser
consideradas quando se concebe um ambiente construído. Estes fenômenos:
- Territorialidade: fenômeno ligado à demarcação de limites, de forma concreta ou
simbólica. De acordo com Almeida (1995), o psicólogo Edneu Freitas, que estuda o
comportamento espacial dos seres humanos, explica que a função principal da
territorialidade humana está em seu aspecto de organizador e integrador da conduta
em diferentes níveis de interação. Dessa forma ela estaria relacionada ao
desempenho pessoal, além do controle do status e da privacidade desejada. Como
exemplo dos elementos arquitetônicos mais comumente utilizados para diferenciar
os espaços públicos dos privados, têm-se os muros e passeios públicos, definindo
recuos frontais, que substituem o contato direto entre o transeunte e o acesso à
edificação. Nos interiores residenciais pode-se considerar a diferenciação entre os
espaços característicos de cada membro da família e o zoneamento entre as
diversas áreas da casa como sinônimo de demarcação de território, por meio de
elementos como paredes, balcões, vigas aparentes, desníveis, biombos, portas,
divisórias, marcas em geral e até mesmo objetos de decoração, entre outros.
- Privacidade: este fenômeno se refere ao processo de controle dos eventos
interpessoais, relaciona-se com o que deve ser ocultado. Segundo Altmam (1995),
citado por Almeida (1995), o comportamento espacial é, junto ao comportamento
verbal e cultural, um mecanismo humano utilizado para implementar os níveis de
privacidade desejáveis.
A necessidade diferenciada de exposição das pessoas em suas práticas nos
ambiente, o direito de ocultar certas atividades, objetos, espaços da visão e a
restrição da interferência dos outros evidenciam que os padrões materiais e
comportamentais de cada ser humano são diferentes e se refletem na organização
espacial de uma casa.
Além da quantidade de espaço, os principais elementos arquitetônicos
relacionados com a privacidade são as vedações preferencialmente opacas e
aberturas em geral. As dimensões, o layout e o posicionamento dos ambientes
também caracterizam diferentes graus de privacidade.
- Identidade: este fenômeno envolve todas as qualidades, crenças e idéias que
fazem alguém se sentir ao mesmo tempo indivíduo e membro de um grupo
particular. A identidade pode ser expressa no nível individual, em que a pessoa se
distingue dos outros, e no nível grupal, em que se percebe integrada aos padrões do
grupo. Por exemplo, o simples uso de um determinado material ou textura pode
sugerir uma identidade: por exemplo, o “xadrez escocês”; “ divisória comercial”; a
“cadeira inglesa”, etc.
- Ambiência: este fenômeno envolve o conjunto de fatores necessários para tornar
um ambiente agradável. A ambiência seria o fenômeno que resulta do conjunto de
todas as qualidades do espaço, e que, de certa forma, engloba os demais
fenômenos. Inclui, portanto todos os contextos acima tratados.
A ambiência, como característica básica da qualidade arquitetônica, pode ser
relativa a aspectos subjetivos, ligados à cultura, à adequação de materiais, texturas e
cores utilizadas na concepção da arquitetura e aqueles mais objetivos, como os
cuidados com o conforto ambiental das edificações, térmico, visual e acústico e com
o conforto antropométrico.
2.4.2 A psicologia ambiental e a percepção do espaço arquitetônico
A psicologia ambiental é a ciência que estuda as relações do homem com o
ambiente que o envolve. Segundo Bernardi (2001), é esse envoltório que irá
determinar as associações físicas com o espaço, é por meio dele que irá
contextualizar o indivíduo na sociedade e irá qualificar o seu bem estar no ambiente.
Pesquisas divulgadas no livro “Psicologia Ambiental” de Heimstra & Mcfarling
(Apud ALMEIDA, 1995) abordam especificamente a relação entre o desempenho
humano em função dos ambientes onde desenvolvem suas atividades. Também
mencionam a complexidade envolvida na criação de espaços satisfatórios ao
conjunto de pessoas que habitam um local, em vista de elas possuírem diferentes
níveis de sensibilidade física e psicológica.
Kowaltowski, et. al (2005) em um estudo sobre conforto e psicologia
ambiental, identifica elementos arquitetônicos como nichos, rebaixos de forro e piso,
mobiliário entre outros que delimitam e personalizam os espaços habitados,
evidenciando sua apropriação pelo usuário.
Os elementos arquitetônicos relacionados com a identidade podem ser
exemplificados por meio do uso de cores, texturas, revestimentos, adornos, entre
outras características diversas que definem a personalização da aparência externa e
interna das edificações.
Para explicar essa diferenciação espacial é feita uma analogia do homem com
os animais em geral. Segundo Rapoport (1990), um dos primeiros autores a tratar do
tema, a partir do momento em que esses começaram a ocupar espaços abertos,
aprenderam também a demarcar seu território, de modo a criar lugares que
identificam aqueles que o habitam. Mais uma vez trata-se do conceito de identidade,
apresentado por Almeida (1995). Rapoport (1999), também faz a distinção entre
espaços públicos e privados, citando que, desde a pré-história, o homem instituiu
regras de passagem entre espaços, diferenciando-os. Apesar da ausência de
barreiras físicas, suas necessidades simbólicas eram afirmadas de maneiras
diversas. Um exemplo é o ato de varrer o terreno no entorno das tendas das antigas
civilizações. O mesmo autor ainda diz que quando o meio ambiente está sendo
organizado, o que está sendo organizado são esses quatro elementos: espaço,
significado, comunicação e tempo.
2.4.3 Síntese e discussão
A Fenomenologia da Percepção esclarece muita das questões envolvidas na
relação entre o homem e o seu espaço. Procura descrever os conceitos de
sensação, percepção, atenção e espacialidade além de definir várias zonas de
conforto em que o ser humano pode estar inserido. Partindo da idéia de que o valor
pessoal confere significado ao espaço, definido por Rapoport (1990), pode-se dizer
que o inverso também é verdadeiro, ou seja, os valores associados aos elementos
que compõem o espaço emprestam significado a quem o ocupa. O conceito
simbólico gerado pelos elementos do ambiente se estende, ou pelo menos influencia
a imagem de quem utiliza o espaço. Os elementos, nesse caso, podem ser
entendidos como os materiais que revestem esse espaço. As referências citadas
formam uma visão alternativa dos diferentes “contextos” de conforto de Kolcaba e
Wilson (2002). Entretanto, com nomes diferentes, identifica-se claramente os
contextos ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural do conforto.
2.5 O ESPAÇO INTERNO DA EDIFICAÇÃO
[...] O caráter essencial da arquitetura - o que a faz distingui-la das outras
atividades artísticas – está no fato de agir com um vocabulário tridimensional
que inclui o homem. A pintura funciona em duas dimensões, a despeito de
poder sugerirem três ou quatro. A escultura funciona em três dimensões, mas
o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as três dimensões. Por
sua vez a arquitetura é como uma grande escultura escavada, em cujo interior
o homem penetra e caminha.
(BRUNO ZEVI – Saber Ver a Arquitetura, 1978, p.17)
A arquitetura diferencia-se das outras maneiras de expressão artística por
servir não apenas para apreciação, mas principalmente para a sua utilização
cotidiana. Sendo que, não são somente, ou especificamente, os objetos
arquitetônicos que são utilizados, mas os espaços gerados por estes objetos.
É através da arquitetura que se consegue dar formas concretas aos espaços
sendo que as pessoas que habitam ou participam desse ambientes,
conscientemente ou não, respondem a estas formas.
A arquitetura trabalha com o espaço, que é algo de difícil concepção, pois
como dizem Solano Vianna e Gonçalves (2001), [...] o arquiteto é o único profissional que
trabalha com o vazio.
Esse vazio é descrito por Schmid (2005) como o espaço livre, bruto,matéria
prima essencial da arquitetura. Porém, o produto da arquitetura também é o espaço,
só que um espaço moldado, pensado para abrigar as pessoas e suas atividades.
Ao criar uma relação de contato com um determinado ambiente construído, as
pessoas recebem seus impactos primeiros a partir das sensações que geram nelas a
percepção, etapa inicial de todo um processo de conhecimento do lugar,
denominado com processo cognitivo. Para Del Rio (1996, p.3) a percepção é
[...] um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, que
se dá através de mecanismos perceptivos propriamente ditos e,
principalmente, cognitivo.
Segundo Schmid (2005), a percepção que se faz do espaço se dá pelos
sentidos, sejam eles vividos ou imaginados. Desde o primeiro contato com o
ambiente, há uma inter-relação muito dinâmica entre os sentidos, a percepção, a
memória, os valores culturais e o espaço em que se está imerso. A realidade dirige
ao homem estímulos sensoriais, que são captados pelos cinco sentidos. Após essa
captação, entra em ação a racionalidade, onde atuam os diversos filtros, a
motivação, a avaliação e a conduta do sujeito. Esse processo culmina numa
organização mental em que a realidade percebida é representada por esquemas e
imagens mentais (DUARTE ET AL, 2006)
Para o filósofo Merleau-Ponty (1999, p.298), a ligação entre a sensação
espacial e o objeto explica que
[...] Toda sensação é espacial, nós aderimos a essa tese não porque a
qualidade enquanto objeto só pode ser pensado no espaço, mas porque,
enquanto contato primordial com o ser, enquanto retomada, pelo sujeito que
sente, de uma forma de existência indicada pelo sensível, enquanto
coexistência entre aquele que sente e o sensível, ela própria é constitutiva de
um meio de experiência, quer dizer, de um espaço.
2.5.1 O espaço interno segundo os traços do caráter
Trevisan (2004), descreve em um artigo sobre a importância da decoração
relacionada aos traços do caráter, a interface existente entre Arquitetura e
Psicologia. Para a autora, o usuário quando se apropria de seu lugar procura
demarcar seu território através de objetos, símbolos e signos, dando-lhe identidade
própria.E esses seriam os aspectos subjetivos do ambiente. Já as variáveis objetivas
podem ser entendidas como as sensações térmicas, acústicas entre outras. E é essa
combinação de variáveis subjetivas e objetivas que serão determinantes na
característica, na funcionalidade e na personalidade exclusiva e particular de cada
residência (TREVISAN, 2004).
A autora defende ainda que a Leitura Reichiana do caráter da pessoa pode
ser um bom aliado nas decisões e definições dos projetos de arquitetura e interiores,
pois uma vez que se percebe que os indivíduos são movidos a estímulos internos e
externos e sabendo reconhecer o caráter do usuário de um determinado espaço
físico, pode-se interferir nesse espaço de forma que o estímulo externo contribua
para sua melhora do bem estar físico e mental.
A leitura reichiana, assim como outras formas e métodos de psicanálise,
procura descobrir, por meio de entrevistas e observações comportamentais, o
caráter da pessoa. Segundo Reich (1995) citado por Trevisan (2004), caráter
significa a postura habitual de agir de uma pessoa. Inclui-se aqui o modo de agir, o
tom de voz, postura, vestimenta. Tendo conhecimento dessas características
humanas, que definem o caráter da pessoa, fica mais fácil saber como cada
indivíduo irá se relacionar com o objetos e materiais que compõem o espaço que
habita.
2.5.2 Materiais e a qualidade do ar interno
Segundo Sterling et al. (1991),
[...] o meio interno dos edifícios modernos, especialmente aqueles destinados
para uso comercial e administrativo, constitui um nicho ecológico com seu
próprio meio bioquímico, fauna e flora.
Sofisticados métodos de construção e os novos materiais e equipamentos
necessários para manter o meio ambiente interno dessas estruturas fechadas
produzem grande número de subprodutos químicos, permitindo o surgimento de
diversos microorganismos que se desenvolvem em diferentes combinações de
umidade e temperatura. Se o meio ambiente interno dos edifícios fechados não for
mantido de forma adequada, pode se tornar nocivo para a saúde dos seus
ocupantes.
Para ilustrar o fato, uma pesquisa elaborada por Hedge (1986) In Sterling et
Al. (1991), em dois tipos de edifícios de escritório: um com ventilação natural e outro
fechado, condicionado artificialmente, pôde-se constatar que houve maior
prevalência de sintomas entre os ocupantes de edifícios fechados, sendo os mais
significativos aqueles relacionados a irritação da membrana mucosas (irritação
ocular, nasal e garganta, resfriado e dificuldade respiratória) e alguns gerais como
dores de cabeça, fadiga e sonolência.
Santos et al. (1992) desenvolveu um estudo para a cidade de São Paulo,
analisando dois edifícios bancários, ambos fechados, sendo um localizado no centro
e o outro, na região da Zona Norte. Em ambos a ventilação interna é mantida pelo
mesmo tipo de equipamento de troca e refrigeração do ar. Os resultados
apresentaram dados significativos quanto ao aparecimento de sintomas de irritação
das mucosas e absenteísmo, principalmente entre funcionários do sexo feminino.
2.5.3 Síntese e discussão
A arquitetura trabalha com algo de difícil concepção, ou seja, o espaço e
diferencia-se das outras maneiras de expressão artística por servir não apenas para
apreciação, mas principalmente para a sua utilização cotidiana. Os estímulos
ambientais, cujos sinais enviados ao cérebro resultam no contexto ambiental do
conforto, dependem de modo decisivo das superfícies. Estas, inicialmente, definem o
que é o ambiente interno, escopo deste trabalho. Influenciam em todos os modos de
transmissão de calor apontados pela literatura: condução, convecção, radiação e
mesmo nas trocas de calor latente. São responsáveis pela absorção do som e, junto
aos parâmetros geométricos, determinam o condicionamento acústico dos
ambientes, tornando-os adequados ao repouso, à audição de uma palestra ou à
audição da música de diferentes gêneros e estilos. Determinam que partículas, além
do ar quimicamente puro, irão sensibilizar o sistema olfativo. Estabelecem o
ambiente lumínico, pois quase tudo o que se vê são superfícies que refletem a luz de
forma difusa –fontes de luz chamadas “secundárias”. E enfim, são as superfícies
(não os volumes) que, através do tato, dão a medida real das coisas.
2.6 O PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES
O arquiteto suíço Mário Botta comentou, certa vez em entrevista, que o objeto
arquitetônico possui três tempos: o primeiro é quando ele é percebido dentro da
paisagem e quando o diálogo se estabelece entre ambos; o segundo momento é
aquele em que o telespectador entra na sombra do objeto, ou seja, é o instante em
que ele se relaciona com o edifício – altura, largura, peso, caráter, transparência e
solidez são aspectos então apreendidos, e o terceiro tempo é aquele em que o
observador adentra o objeto, que em última instância, é a própria razão de ser da
Arquitetura: criar o abrigo para o homem. Essa última é o tempo em que conforto,
acolhimento, aconchego, frieza, irritação são percebidos, e é o único momento em
que se podem exercitar outros dois sentidos além da visão, isto é, a audição e,
principalmente, o tato. Essa quase sinestesia do terceiro momento evidencia a
intensidade das percepções que então ali acontecem.
E é nesse terceiro momento que se insere a Arquitetura de Interiores
proveniente de conceitos tão subjetivos e movediços como conforto, acolhimento,
aconchego, frieza, irritação etc.
A Função da arquitetura de interiores é estabelecer uma direta interligação
entre os princípios conceituais do que é, para que serve e a quem se destina, um
determinado espaço e as condições estéticas e de bem-estar (como por exemplo: a
claridade e o ar) necessárias ao homem para sua confortável permanência no local.
E ainda possibilitar uma interação entre funcionalidade do espaço físico e o aspecto
estético.
Para ROWE (1991) o projeto funciona como um meio fundamental de
questionamento por meio do qual o homem realiza suas idéias de morar. O que se
deseja é um usuário apto a questionar, e é preciso investigar de que forma essa
atividade pode manter tal capacidade. Para Trevisan (2004), o usuário que se
apropria do “seu lugar”, busca, por meio de um conjunto de símbolos, marcar esses
território, imprimindo nele uma identidade própria. Segundo Almeida (1995) apud
Trevisan (2004), assim como os aspectos subjetivos, como exemplo, pequenos
objetos decorativos, também variáveis mais objetivas, como as sensações térmicas,
acústicas e lumínicas que os espaços constroem, fazem parte dessa harmonização
ambiental. É a combinação de variáveis subjetivas e objetivas, que determinam as
características, a funcionalidade e a personalidade única de cada residência.
Porém, a função da arquitetura de Interiores, de criar espaços pensados e
planejados para seus usuários, torna-se muito importante para que a apropriação do
espaço realmente aconteça pelo usuário. Segundo Duarte et. al (2006), quando um
indivíduo entra em contato com um determinado ambiente construído, ele recebe
seus impactos primeiro a partir das sensações que geram nele a percepção, etapa
inicial de todo um processo de conhecimento do lugar (processo cognitivo). Desse
primeiro contato com o ambiente, há uma inter-relação muito dinâmica entre os
sentidos, a percepção, a memória, os valores culturais. Após essa captação, entra
em ação a racionalidade, em que atuam os diversos filtros, a motivação, a avaliação
e a conduta do sujeito. Esse processo culmina numa organização mental onde a
realidade percebida é representada por esquemas e imagens mentais. Ao entrar
numa sala, por exemplo, é possível ver o mobiliário, as cores, as formas, os padrões
de luz, sentir os cheiros e a textura dos materiais. E é a partir dessa experiência que
se juntam todas as características que se identificam e constroem um espaço. Ainda,
os objetos constantes naquele espaço serão observados e até mesmo o
posicionamento (simétrico, não-simétrico etc.) dos elementos não ficará fora da
apreensão, mesmo que não se tome consciência imediata disso. (DUARTE ET AL,
2006). Sem esse mecanismo, ainda afirma a autora, não é possível reconhecer e
diferenciar salas comerciais de residenciais, por exemplo. E ainda, se diferentes
pessoas de uma mesma sociedade atribuem significados semelhantes a
determinados espaços construídos, é pelo fato de que essas pessoas compartilham
as mesmas bagagens culturais.
Em se tratando de produzir uma forma que gera um espaço a ser utilizado, a
simples contemplação não é suficiente. Por esse motivo o interesse em entender os
acontecimentos e os motivos que culminaram no modo de viver atual, afetando tão
negativamente a percepção dos fenômenos.
Para Nacif (2003), a situação constatada reflete a dificuldade de envolvimento
dos habitantes com o seu lugar. Para ele, produção e recepção são duas partes de
uma mesma experiência, e a dúvida é “como tornar o usuário reativo para
experimentar o produto da arquitetura? ”
O caminho escolhido perpassa a discussão em torno dos atributos da
arquitetura de interiores, de onde se investigou o papel do objeto como instrumento
mediador entre sujeito e espaço. Sendo a arquitetura uma manifestação artística, a
reflexão refere-se à arte como uma condição, entendida, sobretudo como fazer e
como transformação da realidade compartilhando a idéia de que os interiores como
essência, guia os processos produtivos de arquitetos, artistas e designers em geral.
2.6.1 A influência do projeto de interiores na percepção dos espaços
Para Rowe (1991), o projeto de interiores funciona como um meio
fundamental de questionamento pelo qual o homem realiza suas idéias de morar ou
estabelecer-se, e se o que se deseja é um usuário apto a questionar, é preciso
investigar de que forma essa atividade pode manter tal capacidade.
Um estudo realizado no Japão, por Tsunetsugu et al (2004) buscou descobrir
a real influência dos aspectos decorativos da madeira e do projeto de interiores nas
reações psicológicas das pessoas. Foram desenvolvidos dois quartos de tamanhos e
dimensões iguais, porém um continha apenas os acabamentos essenciais e o outro
apresentava traços de decoração e acabamentos mais diferenciados, ou seja, mais
elementos visuais podiam ser percebidos ( figura 1- quarto standard e quarto
design). A madeira foi escolhida, segundo os autores, por ser mundialmente aceita
na grande maioria de ambientes, porém pouco se conhece sobre o seu real efeito
fisiológico nas pessoas. Numa primeira análise subjetiva, os usuários não
aparentaram apresentar reações diferentes nos dois ambientes, porém através da
medição do fluxo sanguíneo, pulsos e pressão cerebral, num curto período de 90
segundos, houve alterações significativas na maneira de percepção do ambiente.
Ficou comprovado que os dois quartos causavam respostas psicológicas e
fisiológicas diferentes, pois no quarto de características simples o usuário apresentou
um caráter mais calmo e relaxado, e no quarto com mais elementos, o usuário
apresentou traços mais ativos, de caráter despertado.
Figura1- Quarto Standard e Quarto Designed- retirado de
Building&Enviroment. 40 (2005) 1341–1346
.
Outros estudiosos como, por exemplo, Kunishima et al. citado por Tsunetsugu
et al (2004) realizaram estudos sobre a influência das cores e texturas nos
ambientes e pode-se observar diferenças significativas nas reações psicológicas das
pessoas, principalmente com relação ao brilho e saturação de algumas tonalidades.
Muitos estudos também na área da iluminação já foram desenvolvidos,
principalmente sobre os efeitos diversos da luz natural e artificial e o que se sabe é
que o efeito do projeto de interiores nos ambientes afetam os seres humanos não
somente de forma psicológica, mas fisiológica também.
2.7 A IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Os materiais de construção são tão importantes que a história, nos seus
primórdios, foi dividida conforme a predominância do emprego de um ou de outro
material. É o caso, por exemplo, da idade da pedra ou idade do bronze. ( BAUER,
2000). Nas civilizações primitivas, o ser humano sempre empregou os materiais na
sua forma bruta. Não demorou muito tempo para que o homem passasse a modelar
e adaptar os materiais as suas necessidades. Até a época dos grandes
descobrimentos, a técnica se resumia em modelar os materiais encontrados, os
quais eram poucos, tendo quase que sempre o mesmo emprego. Predominavam a
pedra, o barro e a madeira. (WESTON,2003)
Ainda, segundo Bauer (2000), a demanda de materiais com melhor aparência,
maior durabilidade, maior resistência aconteceu de forma lenta na mesma proporção
que aumentaram as necessidades humanas. A partir de então, iniciou-se um ciclo:
“Melhores materiais possibilitavam melhores resultados e melhores técnicas, e estas,
por sua vez, demandavam materiais ainda melhores.”
Hoje, os materiais são subdivididos em diversas categorias, entre elas simples
e compostas; natural ou artificial e a evolução nesse campo avança com tanta
rapidez que torna-se fundamental por parte de engenheiros e arquitetos projetistas
estar atualizados com as técnicas mais avançadas que utilizam materiais com
melhor padrão e menor custo, por exemplo.
2.7.1 As características históricas e tecnológicas
A construção civil é um dos maiores setores da economia. No Brasil, por
exemplo, é responsável por 15% do PIB. Na América Latina, a atividade de
construção é responsável por até 11,4% dos empregos. Além disso, é o setor que
mais consome matérias primas de qualquer país, podendo, na América Latina,
consumir mais de 50% do total de recursos naturais extraídos. (ENTAC, 2004)
Considerando o atual estágio de desenvolvimento do país, existe uma
tendência a aumentar a participação do Macro-complexo da Construção Civil no PIB,
à medida que existe crescimento econômico (BON, 2001). No caso brasileiro, uma
melhoria na distribuição de renda deverá fomentar ainda mais o crescimento desse
setor.
À medida que o país se desenvolve, deve haver também mudanças nos tipos
de demanda. Os edifícios deixarão de ser produtos únicos, sendo compostos por
componentes e materiais relativamente independentes, de durabilidade variável,
cujas conexões permitem a substituição de alguns componentes com relativa
facilidade. Neste contexto, muitos materiais têm evoluído para tentar suprir essas
necessidades.
A indústria de revestimentos cerâmicos, por exemplo, têm disponibilizado ao
mercado muitas inovações nos padrões de cerâmicas, tanto relacionadas ao efeito
estético com físico e funcional. A aceitação da cerâmica com um revestimento de
interiores parecem estar culturalmente definida e as empresas têm evoluído muito
com o objetivo de ganhar cada vez mais o mercado com novos produtos, cores,
texturas e formatos.
No Brasil, por exemplo, a indústria cerâmica tem um papel cada vez maior na
economia brasileira, sendo que o setor já responde por cerca de 1% do PIB (
Aassociação Brasileira de Cerâmica – ABC, 2006). O país tem um representativo
parque fabril, que gera produtos de alta qualidade para o competitivo mercado
mundial. Além disso, o Brasil conta com uma grande infra-estrutura de pesquisa e
abundância de todas as matérias-primas minerais argilosas. A demanda por
produtos cerâmicos está diretamente ligada às necessidades básicas habitacionais e
os produtos cerâmicos brasileiros atingiram um alto nível de qualidade em muito
pouco tempo, consolidando-se rapidamente no mercado exportador.
Entre os produtos mais inovadores e que assumiu importante lugar no
mercado de acabamentos, atualmente, estão os porcelanatos.
O porcelanato é um tipo de cerâmica que difere da cerâmica comum
esmaltada, pelo seu processo de queima e as matérias primas que compõem a sua
massa, com baixíssima absorção de água (menor do que 0,05%), segundo
determina o ISO13006, o que provoca uma baixíssima expansão por umidade. Este
tipo de revestimento, que teve origem na Europa, em países como a Itália e Espanha
começou a ganhar destaque no Brasil no começo da década de 90. Um dos seus
grandes atrativos é que além da enorme variedade de cores e formatos, o produto
reproduz a beleza das pedras naturais, mas com características técnicas muito
melhores. (ABC, 2006)
Já os mármores e granitos, que são utilizados pela arquitetura a muitos anos,
como revestimentos, seja para pisos, paredes ou fachadas possuem valor estético e
durabilidade incontestáveis ( NAKAMURA, 2004). Hoje, existe uma diversidade muito
grande de produtos, de origem nacional ou importada, de diferentes tonalidades e
para diversos orçamentos. Esses materiais continuam sendo muito requisitados, mas
segundo Nakamura (2004) tão importante quanto à adequação estética do produto
ao ambiente, é o conhecimento das características físicas e mecânicas desse
material.
O piso de madeira, por sua vez, considerado material nobre e de fácil
manutenção ganha cada vez maior lugar de destaque entre as opções de
acabamentos para pisos.
Segundo Benvengo (2001), duas opções dominam o mercado; a madeira
maciça e o piso laminado. A grande diferença entre os dois produtos ainda está no
efeito estético proporcionado por eles e nas facilidades de manutenção, por exemplo
do piso laminado. Observa-se atualmente, que as indústrias brasileiras de piso
laminado como a Duratex e a Eucatex, por exemplo, têm buscado inovações de
padronagens de material mais próximos aos efeitos proporcionados pela madeira
maciça. Isso porque os consumidores têm exigido materiais de melhor qualidade e
acabamento e com características que levem em consideração a manutenção e
também preservação da natureza.
2.7.2 Os acabamentos das superfícies
[…] Cada material tem sua própria mensagem e cada artista criativo,
sua própria música.
( Frank Lloyd Wright,1975,p.171)
Como aspecto de influência sobre o conforto nos interiores, no contexto
ambiental principalmente, mas também nos outros contextos, as especificações de
superfícies são tão importantes quanto os materiais.
São os acabamentos das superfícies que dão forma e impressão ao espaço.
As características de qualquer material são expressas pela sua cor, textura, por
exemplo, e essas propriedades podem influenciar não somente a imagem do
ambiente, mas também a utilidade e durabilidade que se pretende dar ao espaço (
MARTIN, 2004).
Um mesmo material pode apresentar texturas diferentes e usos diversos e a
tecnologia tem avançado muito no sentido de possibilitar novos efeitos e novas
texturas para acabamentos até então consagrados como o vidro, a pedra e a
madeira. Segundo Martin (2004), a tecnologia digital tem influenciado na concepção
de novos acabamentos além de produzir muitas imitações de materiais naturais.
Com tantas opções disponíveis no mercado, o conhecimento dos efeitos
proporcionados por esses materiais pode ajudar muito na definição e escolha, uma
vez que o apelo visual e tátil dos acabamentos tem sido o grande diferencial.
Martin (2004), em seu livro The Surface Texture Bible, procura classificar as
muitas variedades de acabamentos disponíveis no mercado. O autor separa os
acabamentos em dez classificações, que seriam: carpetes e tapetes, pinturas,
papéis, tecidos, peles, madeira, pedra, cerâmica, vidro e metais. E dentro dessas
classificações, o autor ainda subdivide em diversas possibilidades de uso e aplicação
que cada acabamento pode apresentar.
2.7.3 O processo de especificação de materiais e acabamentos
A especificação dos materiais contribui a cada parte do processo do projeto e
da obra como um todo. Isto porque é difícil prosseguir com um projeto ou ir muito
adiante sem fazer uma análise das necessidades do cliente e de todos os materiais
que estão disponíveis para o uso. Segundo Chiner (1988) selecionar o material mais
apropriado para um produto envolve dois conceitos importantes; primeiro, a seleção
dos materiais deve ser uma parte integral do processo do projeto, e, a Segunda, a
seleção dos materiais deve ser o mais quantitativa possível. Conseqüentemente, é
necessário examinar a natureza do processo do projeto e da maneira em que ele é
realizado. Além disso, é importante ter conhecimento das propriedades individuais
dos materiais para que então eles possam ser escolhidos e especificados. A pouco
tempo, a seleção dos materiais era considerada uma parte menor do processo do
projeto. Os materiais eram selecionados através de manuais com escolha limitada e
na base de dados limitados sobre suas características. Hoje, entretanto, esse seria
um procedimento não muito comum. A seleção de materiais muitas vezes pode estar
relacionada com experiências passadas. Materiais que uma vez bem especificados,
tendem a se repetir em demais empreendimentos. Há uma vasta quantidade de
materiais disponíveis para o arquiteto projetista escolher e estes correspondem a
uma larga escala de propriedades. O mesmo autor ainda enfatiza que embora um
material possa ser escolhido principalmente porque pode satisfazer sua exigência
predominante, devem sempre existir propriedades suplementares. Isto é, cada
material útil deve possuir uma combinação das suas propriedades. O conjunto
desejado das propriedades não será necessariamente a combinação exata
requerida, mas sim dependerá da aplicação dada. Para fazer uma seleção prévia
dos materiais pode-se estabelecer limites para cada tipo de projeto. O conhecimento
e a experiência, nesse caso, são considerados requisitos para rejeitar um material,
porque as propriedades dos materiais podem ser variadas. Um material não seria
rejeitado necessariamente porque é insatisfatório no que diz respeito a uma única
exigência secundária do projeto, ou mesmo preliminar. Em épocas modernas o
desenvolvimento do computador permitiu o uso de uma teoria mais sofisticada no
processo do projeto. Isto trouxe ao projetista mais confiança e conseqüentemente o
transformou num profissional mais preparado para introduzir idéias novas ou para
trabalhar mais perto da margem da falha. A especificação dos materiais de uma
forma puramente racional também não é uma tarefa fácil. O problema
freqüentemente se dá pela falta de dados sobre as propriedades dos materiais.
Além disso, a seleção dos materiais, como qualquer outro aspecto do projeto da
engenharia, é um processo que está em desenvolvimento. Entretanto, o
desenvolvimento de uma metodologia de especificação de materiais pode contribuir
nesse processo.
Essa metodologia , segundo Chiner (1988), pode ser subdividida em 7 ( etapas)
etapas:
• definição do projeto;
• identificação das necessidades.
• análise de propriedades materiais requeridas.
• seleção de materiais com uma base de dados.
• avaliação e decisão do material por métodos de vários critérios
• testes da verificação para obter medidas de confiança do material no serviço.
• Utilização do prduto
A figura 2 exemplifica essas etapas sugeridas pelo autor.
Figura 2 - Diagrama do processo de seleção de materiais , adaptado de
MATERIALS & DESIGN- Vol.9 N º4 - Julho/Agosto, 1998
Antes de se iniciar o procedimento de especificação de materiais para
qualquer empreendimento, Bauer ( 2000) cita alguns critérios que o projetista poderia
levar em consideração durante todo o processo. São eles:
Definição do projeto
Análise das propriedades
dos
Seleção dos materiais
Banco de dados
Escolha do material
Teste de confiança
Utilização do produto
• Ao especificar materiais, é necessário que se use da maior exatidão possível,
definindo os elementos que possam variar de procedência;
• Procurar sempre citar dados técnicos do material desejado. Mesmo que eles
pareçam evidentes ao projetista, podem não ser para o construtor, assim
como este poderá vir a aproveitar-se de uma omissão para agir de má fé.
• Procurar não esquecer nenhum material. A experiência demonstra que o
projetista esquece, geralmente, os materiais de menor custo ou volume, e é
justamente em relação a eles que surgem as maiores dúvidas de
interpretação.
• Convém não somente nomear o material, mas também a classificação, o tipo,
a dimensão desejada e eventualmente, a marca (procedência)
• É sempre conveniente rever os catálogos dos materiais que estão sendo
especificados, para atualizar quanto a pormenores de diferenciação.
• Ter um guia de especificação, a fim de não esquecer nenhum detalhe.
2.7.4 Síntese e discussão
A grande diversidade de materiais e acabamentos sugere que os profissionais
envolvidos no processo de especificação de materiais mantenham – se atualizados
com as novas tecnologias e opções oferecidas pelo mercado.
As possibilidades de efeitos e acabamentos que se pode imprimir a um
ambiente é que vão determinar a utilização ou não, de um determinado revestimento
e, conseqüentemente, a aceitação ao não do ambiente, pelo usuário.
Atualmente, o processo de especificação dos materiais considera, na grande
maioria, somente as características físicas dos materiais, além, é claro, do preço e
durabilidade do produto. Como foi demonstrado nesse capítulo, o efeito estético
também é considerado, porém quase não se houve falar na real preocupação do
especificador em considerar o caráter subjetivo do material, que por meio do
conforto, estabelece as bases da relação entre o Homem e o ambiente. Apesar da
qrande importância que tem o conforto para os interiores residenciais, conclui-se que
muito pouca atenção tem sido dada a relação entre à percepção e as exigências
humanas em relação as materiais de acabamentos.
1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MÉTODO DE PESQUISA
APÊNDICES
3 MÉTODO DE PESQUISA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
O bem-estar é uma necessidade humana e o conforto, uma condição para
alcançá-lo. A maioria das pessoas pode não saber porque gosta, mas sabe do que
gosta quando reconhece o conforto presente no ambiente (RYBCZYNSKI,1986).
Sabendo que o conforto depende dos estímulos que o indivíduo recebe do
ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos, o ser humano tem aprimorado a
construção dos edifícios onde mora e trabalha, na busca de um conforto que não
encontra no meio externo, ou seja, busca ambientes onde possa trabalhar e
descansar seguro e isolado dos fatores indesejáveis do ambiente externo
(PAULINO,1999).
Dessa forma, esta pesquisa buscou diagnosticar a existência de uma
correlação entre a preferência das pessoas por alguns materiais e a sua contribuição
fisicamente mensurável, e conhecida da literatura, para o conforto nos ambientes.
Como o tema escolhido é pouco explorado, e isto decorre da escassa bibliografia
que dispense ao problema tratamento equivalente ao acima formulado, buscou-
se conhecer a relação entre as superfícies dos acabamentos internos e suas
características sob os mais diversos aspectos entre eles, a relação, entre a
especificação dos materiais nos interiores residenciais e a percepção do
conforto nos ambientes, uma vez que as propriedades físicas desses materiais
dificilmente são suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou não
confortável.
3.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA
Em razão do problema de pesquisa e de tratar-se de um tema exploratório
que requer um estudo em contexto real, o método de pesquisa adotado consiste
numa pesquisa bibliográfica e na utilização de um levantamento. Segundo GIL
(1999), os levantamentos apresentam hoje grande popularidade em pesquisas
sociais e muitos consideram pesquisa e levantamento social a mesma coisa.
A pesquisa social pode ser entendida como o processo que, utilizando a
metodologia científica, permite obter novos conhecimentos no campo da
realidade social e entre os vários níveis de pesquisa social, encontram-se os
estudos exploratórios (GIL,1999).
As pesquisas exploratórias, ainda segundo o mesmo autor, têm como principal
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos, idéias, tendo em vista a
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores. São as que apresentam menor rigidez no planejamento e podem, por
exemplo, envolver um levantamento bibliográfico e documental como no caso desse
trabalho.
São desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma visão geral, do tipo
aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado
especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre
ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.( GIL,1999).
O produto final desse processo passa a ser um problema mais esclarecido,
passível de investigação mediante procedimentos, mas sistematizados.
3.2.1 Delineamento da pesquisa
O delineamento de uma pesquisa refere-se ao planejamento da pesquisa em
sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto sua diagramação quanto a previsão de
análise e interpretação de dados (GIL,1999). Entre outros aspectos, o delineamento
considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as formas de
controle das variáveis envolvidas. O elemento mais importante para reconhecer um
delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados e, ainda segundo
GIL (1999), eles podem ser divididos em dois grupos: o grupo dos que se valem das
chamadas fontes de papel, e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No
primeiro grupo, encontram-se as pesquisas bibliográficas e documentais. E, no
segundo, podem-se encontrar as pesquisas do tipo experimental, levantamento,
estudo de campo e estudo de caso.
Nessa pesquisa, foram utilizados os dois grupos de coleta de dados: a
pesquisa bibliográfica e o levantamento. A estratégia da pesquisa é apresentada na
figura 3 e segundo Yin (2001), todo pesquisador deve iniciar seu trabalho com uma
estratégia analítica geral, estabelecendo prioridades do que deve ser analisado e por
quê. No projeto em questão, foi realizada primeiramente um revisão bibliográfica. Na
seqüência, foi desenvolvido um questionário, que aplicado em duas etapas,
proporcionou coletar outros dados e as informações mais relevantes sobre o
tema pesquisado. Como ferramenta de análise quantitativa e qualitativa, foram
feitas análises estatísticas e a triangulação dos dados coletados.
Figura 3 – Estratégia da Pesquisa
1 Pesquisa
Bibliográfica
2 Questionário
Etapa I
3 Questionário
Etapa II
4 Análise dos Resultados
3.2.2 Pesquisa bibliográfica
Toda pesquisa bibliográfica varia em função de seus objetivos. Esses devem
estar o mais claramente definidos para que as fases posteriores da pesquisa se
processem de maneira satisfatória (GIL,1996).
A revisão bibliográfica sobre o tema em questão permitiu analisar com mais
critério o objeto de estudo sob vários aspectos. Foram analisados textos, livros e
autores de diferentes linhas de pesquisa e disciplinas relacionadas à Arquitetura.
Inicialmente, na área de Conforto Ambiental, foram abordados os temas relacionados
ao conforto no ambiente construído, seus contextos e suas principais variáveis. Em
acréscimo, tendo em vista principalmente o entendimento mecanicista do conforto na
referida literatura, a pesquisa bibliográfica incluiu textos de Psicologia Ambiental e
Fenomenologia, Teoria e História da Arquitetura, mais especificamente, Antropologia
da Arquitetura. Ainda, em Projeto de Arquitetura, foram consultados textos de
Arquitetura de Interiores. Por fim, buscou-se conhecer também sobre as
características de alguns materiais, os processos de especificação e escolha de
determinados acabamentos e a existência de uma relação com a percepção do
conforto. Vale salientar que muitos dos autores consultados são, há muito tempo,
consagrados pela literatura, como por exemplo Bachelard (1957), Hall (1977),
Merleau-Ponty (1999), Rapoport (1990), Rybczynski (1986), e que, praticamente, não
existe literatura, nacional e estrangeira especificadamente sobre o tema em questão.
Além disso, poucos journals caracterizam-se por apresentar artigos relacionados ao
tema, podendo destacar algumas publicações no Building & Environment e no
Materials & Design. Dissertações de mestrado com área de concentração similiar ao
tema pesquisado foram também consultadas com o objetivo de buscar novas
informações e assuntos atualizados. Por fim, publicações em eventos da Área de
Conforto no Ambiente Construído embasaram muitos dos conceitos descritos.
3.2.3 Levantamento
As pesquisas desse tipo se caracterizam pela interrogação direta às pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente procede-se à solicitação de
informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para,
em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos
dados coletados(GIL, 1999). Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados
todos os integrantes da população estudada.
Dentre as principais vantagens dos levantamentos, ainda segundo Gil (1999)
estão o conhecimento direto da realidade, economia, rapidez e a quantificação dos
dados. São muito úteis para estudos de comportamento de consumidor e para
estudo de opiniões e atitudes.
Entre os instrumentos para coleta de dados em levantamentos, foi aplicado,
nesse trabalho, um questionário, que pode ser definido com um conjunto de
questões respondidas por escrito pelo pesquisado (GIL,1996). Independente do
instrumento adotado para esse tipo de pesquisa, é importante lembrar que qualquer
técnica de interrogação possibilita a obtenção de dados a partir de um ponto de vista.
Logo, qualquer estudo desse tipo sempre apresentará limitações no que diz respeito
ao estudo das relações sociais mais amplas. No entanto, essa técnica mostra-se
bastante assertiva na obtenção de informações acerca do que a pessoa imagina,
espera, deseja ou sabe, sobre determinado assunto.
3.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA
O procedimento prático de aplicação do método, depois de realizada a pesquisa
bibliográfica, seguiu as seguintes etapas:
1) Definição do problema de escolha a ser analisado.
2) Preparação dos formulários para coleta de dados.
3) Teste piloto do questionário.
4) Aplicação do questionário etapa 1 .
5) Aplicação do questionário etapa 2.
6) Tabulação e análise dos dados obtidos.
3.3.1 Definição do problema
Analisou-se a preferência e importância de determinados materiais na
especificação dos interiores residenciais, sob o ponto de vista do conforto ambiental.
O objetivo centrava-se na obtenção de informações sobre a preferência por
determinados revestimentos que estivessem relacionados com a percepção do
conforto nos ambientes.
3.3.2 Preparação dos formulários para coleta de dados
Devido à ausência de uma teoria científica ou modelo padrão para a
elaboração das perguntas, estudos sobre pesquisas sociais recomendam o
pesquisador utilizar o seu bom senso, e se possível, basear-se em pesquisas
anteriores realizadas por outros autores.
Nesse trabalho, como não foram encontradas pesquisas similares, utilizou-se
como referência as sugestões descritas por Gil (1999) para a elaboração de
questionários, sendo que as perguntas inseridas foram elaboradas com o intuito de
comprovar ou reprovar a hipótese apresentada no capítulo 1.
Na elaboração do questionário, foram levados em consideração o tipo de
questões (abertas e fechadas), o conteúdo, número e ordenação das perguntas de
forma a elaborar um questionário baseado nas dez principais descrições a seguir,
citadas por Gil (1999):
1) As perguntas devem ser precisas, claras, concretas.
2) As perguntas não devem sugerir respostas.
3) Deve-se levar em consideração o sistema de referência do pesquisado,
bem como seu nível de informação.
4) Não utilizar palavras ou termos estereotipados.
5) Não oferecer um número muito grande de alternativas.
6) Em questões fechadas, garantir que o respondente possa se enquadrar
em alguma alternativa.
7) Incluir apenas questões referentes ao problema pesquisado.
8) Deve-se levar em conta as implicações da questão com os procedimentos
de tabulação e análise dos dados.
9) Devem ser evitadas questões que penetrem na intimidade do respondente.
10) Ordenar as perguntas do ponto mais generalizado para o mais específico.
Além disso, deve-se considerar que a apresentação gráfica do questionário é
muito importante na obtenção e estimulação das respostas, e isso envolve o cuidado
desde o tipo do papel ou forma de apresentação adotada até instruções de
preenchimento e introdução ao questionário como fonte explicativa do assunto que
está sendo pesquisado.
O questionário elaborado para esse trabalho foi desenvolvido totalmente em
ambiente virtual, sendo disponibilizado em um site de pesquisa. Foi criada uma web
page para acessar o questionário – www.espacoa.com.br/pesquisa - com o intuito
de estimular e de facilitar a divulgação e preenchimento. Sabendo que algumas das
maiores limitações desse tipo de instrumento de coleta de dados é a falta da
devolução do questionário devidamente preenchido (GIL,1999), acreditava-se que as
facilidades de comunicação disponibilizadas atualmente pela Internet, viabilizassem
um retorno maior na devolução desses questionários bem como um melhor alcance
na divulgação da pesquisa.
Como já foi comentado no capítulo 1, o questionário limitou-se a analisar os
ambientes de cozinha, dormitórios e salas e os acabamentos relacionados ao piso
teto e parede desses ambientes.
É importante salientar que a opção por disponibilizar o questionário na internet
surgiu por meio da análise do resultado do teste piloto, acatando assim as
recomendações de vários autores sobre a importância deste pré-teste antes de
efetivamente dar início à pesquisa de campo.
3.3.3 O Teste piloto do questionário
A principal finalidade de testar o questionário, antes de aplicá-lo
definitivamente é verificar a necessidade das perguntas para as hipóteses
levantadas no trabalho, além de evidenciar a complexidade das questões, falhas na
redação, questões desnecessárias, possíveis constrangimentos e a possibilidade da
tabulação dos dados. O seu principal objetivo é assegurar a validade e precisão
(GIL, 1999). Além disso, para que ele seja válido, é necessário que os elementos
selecionados, sejam típicos em relação ao universo, sendo aplicado entre 10 a 20
elementos que tenham características semelhantes aos dos elementos amostrais. O
teste piloto do questionário previa o preenchimento em uma etapa somente. Por
meio dele, eram obtidos dados informativos referentes ao perfil dos indivíduos, suas
considerações sobre ambientes confortáveis e desconfortáveis e foram-lhes
questionados quais seriam os materiais atuais existentes em suas respectivas
residências e os materiais considerados ideais sob o ponto de vista do conforto. As
perguntas eram de múltipla escolha ou abertas.
O teste-piloto foi aplicado a um universo de 20 respondentes e o modelo
utilizado encontra-se no Apêndice 1 desse trabalho.
Pôde-se concluir, pela análise e interpretação das respostas dadas, que seria
possível, num número maior de respondentes, encontrar subsídios para testar a
hipótese do trabalho, porém as respostas dadas pelos indivíduos poderiam não
representar a verdadeira preferência pelo material uma vez que a escolha dos
revestimentos era feita de forma individual e sem a visualização do material no
ambiente. Em conversa com alguns respondentes do questionário piloto e também
pela análise dos resultados obtidos observou-se que poderia existir uma certa
dificuldade dos indivíduos em responder quais seriam os materiais ideais para os
ambientes sem a visualização dos mesmos.
Logo, para validar a hipótese do trabalho, de que existe uma preferência por
determinados acabamentos que afeta a percepção do conforto, só poderia ser
verdadeiramente mensurada se os indivíduos tivessem contato com os materiais no
ambiente visitando espaço projetados ou visualizando por meio de imagens as
possíveis especificações de materiais. A principal estratégia a ser tomada após a
aplicação do teste piloto, foi, então, a inclusão de uma segunda etapa de pesquisa
,ou melhor, a aplicação de um segundo questionário. Esse surgiu da necessidade de
validar as respostas dadas na primeira etapa e de obter maiores condições para
testar a hipótese do trabalho. Essa segunda etapa do questionário previu a
simulação dos ambientes de cozinha, sala e dormitório por meio de imagens que
demonstrassem especificações diferentes de materiais para que então, pudessem
ser escolhidos os materiais considerados ideais sob o ponto de vista do conforto.
3.3.4 Aplicação do questionário etapa 1
Após a realização do teste piloto e definição do formulário final, a primeira
etapa do questionário foi disponibilizada na internet. Um e-mail apresentando a
pesquisa,foi direcionado a todas as pessoas de contato direto e indireto da
pequisadora. Esse e-mail explicava, de forma resumida, os objetivos da pesquisa e
convidava a todos a participarem por meio de um link de acesso.Também solicitava
aos participantes que, caso fosse possível, encaminhassem o e-mail a outros
conhecidos, familiares e colegas, no intuito de ajudar na divulgação do trabalho.
Dessa forma, a amostra apresentou um caráter não aleatório, por direcionar à
pesquisa somente a pessoas que possuem acesso à Internet, mas também, não se
restringiu à um grupo limitado de pessoas, uma vez que muitos participantes
divulgaram o trabalho de forma aleatória.
Ao acessar o link da pesquisa, o participante necessariamente precisava fazer
um cadastro, como forma já de filtrar algumas informações como idade, sexo, cidade
residente, etc. Também nessa etapa o participante criava um login e uma senha,
para garantir que ele poderia retornar ao site na segunda etapa. Uma breve
introdução sobre a pesquisa era apresentada ao participante e a partir de então, ele
iniciava o preenchimento do formulário. A apresentação inicial da pesquisa e o
formulário que foi desenvolvido para essa primeira etapa do questionário, encontra-
se disponível no apêndice 2 desse trabalho.
Nessa primeira etapa, foram obtidos dados informativos referentes ao perfil
dos indivíduos e foram-lhes questionado o conceito e as preferências quanto a
conforto, uso e ocupação dos ambientes residenciais. Além disso, os participantes
eram solicitados a responder quais os materiais encontrados em suas residências
para os ambientes de cozinha, sala e dormitório e para as superfícies do piso,
parede e forro. Após responderem os materiais atuais, eram-lhes solicitado que
fossem escolhidos os materiais considerados ideais para os mesmo ambientes e
superfícies e ainda era necessário justificar a escolha dada.
O objetivo principal dessa primeira etapa do questionário era tornar conhecido
o material preferido pelos participantes por meio desse método utilizado.
Por fim, ao término do preenchimento do formulário o participante era
informado que a pesquisa não encerrava naquele momento e que, oportunamente,
por meio de um e-mail ,ele seria solicitado a retornar ao site e finalizar o estudo.
A opção por aplicar o questionário em duas etapas foi escolhida para não
cansar o participante com um formulário muito extenso, mas também tinha o objetivo
principal de proporcionar um intervalo entre as respostas dadas na primeira etapa
em relação à segunda. Isso porque, acreditava-se que o preenchimento do
questionário de forma consecutiva poderia induzir o participante a responder os
mesmo materiais já escolhidos, uma vez que ele lembraria, com maior facilidade, das
respostas dadas na primeira etapa.
3.3.5 Aplicação do questionário etapa 2
A segunda etapa da pesquisa foi toda desenvolvida com base nos dados
coletados na primeira etapa. Um banco de dados foi criado para facilitar os
cadastramentos das respostas, para posterior análise. Num primeiro momento, era
importante analisar os conceitos de ambiente confortável que estavam sendo
fornecidos pelos participantes, assim como, a relação dos materiais atuais e ideais
que mais se destacaram. Com base nessas informações, é que foram selecionadas
as fotos que ilustraram o segundo questionário. Houve uma preocupação em
selecionar imagens de ambientes que pudessem, de alguma maneira, representar de
forma bem visível a aplicação dos materiais. Também, para a escolha dessas
imagens, foi levado em consideração as definições dadas pelos participantes sobre o
conceito de um ambiente confortável, uma vez que essas imagens, antes mesmo de
serem disponibilizadas para à pesquisa, deveriam representar em grande maioria, os
conceitos encontrados.
Um estudo inicial tentou criar ambientes por meio de modelagem virtual,
porém a tentativa foi descartada, já que mesmo utilizando recursos de um bom
programa de modelagem de interiores, não foi possível expressar a realidade
necessária ao estudo.
Portanto, três fotos de ambientes reais foram selecionadas. Cada foto original
serviu de base para tratar as novas combinações de materiais.Por meio de
programas especializados, o tratamento das imagens alcançou um resultado bem
satisfatório no sentido de garantir a melhor visualização dos materiais no ambiente.
O objetivo dessa segunda etapa do questionário era poder validar as
respostas dadas na primeira etapa e testar a hipótese principal do trabalho.
Levando em consideração todas as possibilidades de combinações de
materiais para piso, parede e forro, seria necessário disponibilizar ao participante
cerca de vinte e uma imagens de cada ambiente. Além de cansativo e extenso, esse
número muito grande de fotos repetitivas, poderia até prejudicar a escolha dos
participantes. Logo, optou-se em disponibilizar cinco opções de imagens sendo que
uma delas, representava a opção com os materiais atuais mais encontrados; a
segunda e a terceira, ilustravam os materiais mais votados como ideais; e a quarta e
quinta imagem formavam situações hipotéticas de combinações de materiais,
criadas pela pesquisadora, com o intuito de verificar possíveis alterações na
especificação. Uma sexta opção era fornecida também ao participante, caso
nenhuma das imagens representasse para ele o ambiente ideal sob o ponto de vista
do conforto. Nessa opção 6, o participante poderia escolher entre todas as opções
de materiais fornecidas na etapa 1, a combinação que melhor representasse o seu
ambiente ideal. É importante citar, que o participante só poderia escolher uma
imagem por ambiente.
Cerca de quinze a vinte dias após o preenchimento do formulário da etapa 1,
o participante que concluiu a primeira etapa da pesquisa recebeu um e-mail
solicitando para que ele retornasse ao site e acessasse novamente a pesquisa para
finalizá-la. Nesse e-mail eles eram informados que essa segunda etapa era bem
mais rápida e interativa, pois a escolha dos materiais seria feita por meio de
imagens de ambientes. Considerou-se importante enfatizar o uso de fotos e
imagens, com o objetivo de motivar o participante a retornar à pesquisa. O formulário
com as fotos desta segunda etapa do questionário, encontram-se no apêndice 3
deste trabalho.
3.3.6 Tabulação e Análise dos dados Obtidos
Para tabulação dos dados obtidos na primeira etapa da pesquisa, utilizou-se
uma análise descritiva exploratória dos dados coletados de maneira a poder
diagnosticar e classificar as preferências dos indivíduos por determinados ambientes,
as percepções relativas ao conforto, os materiais mais utilizados e os menos
encontrados bem como os materiais considerados ideais pelos respondentes,
tomados individualmente sobre o ambiente. Essas informações foram separadas
também por sexo e faixa etária. Os resultados obtidos resumem as características de
interesse e embasaram a formulação da segunda etapa da pesquisa. A qualidade
dos dados dessa primeira etapa permitiu uma ampla gama de enfoques e linhas de
análise.
Para tabular os dados da segunda etapa, utilizou-se também a estatística
Kappa, a fim de verificar as concordâncias das respostas dadas na primeira etapa
para os materiais considerados ideais em relação às imagens escolhidas na segunda
etapa. O objetivo dessa etapa era verificar se as imagens fariam ou não que
houvesse mudanças de opinião na segunda etapa.
3.3.6.1 Estatística KAPPA
A estatística KAPPA é uma medida de associação entre variáveis discretas,
propostas por Cohen (1960), que quantifica a concordância entre avaliadores, nesse
caso, estudando o nível de concordância entre as duas fases da pesquisa e
quantificando a concordância entre a primeira e a segunda fase, onde houve
condições diferentes (presença de imagens na segunda fase).
O Kappa é uma medida de concordância interobservadora que mede o grau
de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso. Essa medida
de concordância tem como valor máximo o 1, onde este valor 1 representa total
concordância e os valores próximos e até abaixo de 0, indicam nenhuma
concordância, ou a concordância foi exatamente a esperada pelo acaso. Um
eventual valor de Kappa menor que zero, negativo, sugere que a concordância
encontrada foi menor que aquela esperada por acaso. Sugere, portanto,
discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de
discordância.
Para avaliar se a concordância é razoável, faz-se um teste estatístico para
avaliar a significância do Kappa. Nesse caso, a hipótese testada é se o Kappa é
igual a 0, o que indicaria concordância nula, ou se ele é maior do que zero,
concordância maior do que o acaso (teste monocaudal: H0: K = 0; H1: K > 0). Um
Kappa com valor negativo, que não tem interpretação cabível, pode resultar num
paradoxal nível crítico (valor de p) maior do que um.
No caso de rejeição da hipótese (Kappa=0) tem-se a indicação de que a
medida de concordância é significantemente maior do que zero, o que indicaria que
existe alguma concordância. Isto não significa necessariamente que a concordância
seja alta, cabe ao pesquisador avaliar se a medida obtida é satisfatória ou não, isso
baseado, por exemplo, em dados de literatura ou pesquisas anteriores. Landis e
Koch (1977) sugerem na figura 4, a seguinte interpretação:
VALORES DE KAPPA INTERPRETAÇÃO
<0 Sem corcondância
0-0.19 Pouca Concordância
0.20-0.39 Fraca Concordância
0.40-0.59 Moderada Concordância
0.60-0.79 Substancial Concordância
0.80-1.00 Concordância Forte
Figura 4 – Tabela de concordância. Adaptado de : Landis JR, Koch GG. the measurement of observer agreement for categorical data Biometrics 1977; 33: 159-174
Essa avaliação de concordância através do Kappa é utilizada quando as
escalas são categóricas e sempre que é avaliado dois ou mais juizes. Os dados, em
um estudo desse tipo, produzem, em geral, uma tabela de contingência sxs em que
os níveis nas colunas representam as respostas de um observador e os níveis nas
linhas as respostas do outro observador ( no caso as respostas dadas nas 1ª e 2ª
etapas são tratadas como se fossem observadores). As caselas na diagonal
representam os casos em que os observadores concordam.
O coeficiente Kappa, proposto por Cohen (1960), é definido na figura 5
abaixo:
Figura 5 – formula para o coeficiente Kappa.
A variância assintótica do coeficiente Kappa é definida na figura 6 como
Figura 6 – variação assintótica do coeficiente Kappa.
A interpretação da estatística Kappa é de que quanto mais próximo de 1 for o
valor de k , maior concordância existirá entre os observadores; k<0,4 como
concordância fraca ; k entre 0,4 e 0,8 como concordância moderada; k > 0,8 como
concordância forte.
Certamente outras medidas estatísticas para testar a associação, ou não,
entre as respostas dos observadores, poderiam ser usadas. Com os resultados
obtidos não se poderia, contudo, quantificar a concordância dos observadores.
1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANÁLISE DOS RESULTADOS
APÊNDICES
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados encontrados
durante a execução da pesquisa de campo e os resultados oriundos da análise
estatística dos dados coletados através dos questionários.
4.1 PESQUISA DE CAMPO
Conforme já foi explicado no capítulo 3, foi realizado um pré-teste do
questionário. O teste piloto mostrou-se muito eficaz, pois foi através dele que surgiu
a necessidade de alterar e reformular os procedimentos de aplicação do questionário
bem como os padrões gráficos e de distribuição. Além disso, orientou as alterações
no formulário com o objetivo de contemplar as respostas à hipótese do trabalho e
também pôde servir para a verificação do verdadeiro entendimento das questões.
Esperava-se, porém, que um número maior de respostas fossem coletadas,
uma vez que um dos objetivos de disponibilizar o questionário através da Internet era
para atingir um maior número de respondentes.
No total, 168 indivíduos participaram da pesquisa de campo. Destes, 123
puderam participar da análise da primeira etapa da pesquisa sendo que os demais
ou estavam com os questionários incompletos ou pertenciam a pessoas que
residiam fora de Curitiba e, portanto, foram eliminados.
Na segunda etapa da pesquisa, das 123 pessoas que participaram da primeira
etapa, 77 preencheram a segunda etapa e puderam ter suas respostas comparadas
e analisadas. Dos 123 participantes, 46 não puderam ter suas respostas analisadas
e comparadas, pois acabaram não concluindo à pesquisa e, portanto, foram
excluídos da análise de concordância.
4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS
Nesse trabalho, o parâmetro principal a ser analisado é a preferência das
pessoas por alguns materiais de acabamentos, para salas, cozinhas e dormitórios
sob o ponto de vista da percepção do conforto. A hipótese principal a ser provada é
que a preferência por determinados materiais de acabamentos está relacionada à
visualização do material no ambiente e por isso somente as características físicas
desses materiais tomados individualmente não são suficientes para definir a
preferência dos indivíduos e caracterizar um ambiente confortável ou não. Além
disso, acreditava-se que a escolha desses acabamentos poderia diferir entre
diversos grupos humanos, sejam eles de diferentes sexos ou faixa etária. Porém,
para que fosse possível coletar esses dados e informações, alguns outros conceitos
relacionados ao conforto puderam ser também analisados. Entre eles, a preferência
por determinados ambientes residenciais, o significado de ambiente confortável e
desconfortável, os materiais menos encontrados nos ambientes residenciais assim
como os mais utilizados e preferidos para os ambientes de cozinha, sala e
dormitório.
Os dados coletados proporcionaram várias linhas de análise e enfoques, e, portanto,
outras possíveis segmentações e análises mais profundas podem ser exploradas em
trabalhos futuros.
4.2.1 Estrutura da análise dos dados
A análise dos dados foi estruturada em quatro etapas. Primeiramente realizou-
se uma análise das questões abertas e mais amplas da primeira etapa da pesquisa,
classificando-as através de suas variáveis gerais (sexo, idade, preferência por
determinados ambientes, definições de ambientes confortáveis e desconfortáveis).
Na segunda etapa foram analisadas as variáveis de preferências por
determinados ambientes sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação. Essas
variáveis também foram subdivididas em faixa etária e sexo e também foram
classificadas às justificativas para a escolha desses ambientes. Numa terceira etapa,
que ainda compreendia a análise dos dados do primeiro questionário, foram
diagnosticados os materiais menos encontrados nas residências e a relação dos
materiais atuais e ideais respondidos na primeira etapa do questionário, definido
assim, a preferência dos participantes na primeira etapa.
Por fim, a quarta e última etapa destinou-se a avaliar a preferência dos
materiais através das imagens que compunham a segunda etapa do questionário e
também verificou se existiria concordância das respostas dadas na primeira com a
segunda etapa do questionário.
4.2.2 Análise estatística das variáveis gerais
A amostra deste estudo foi constituída de 168 indivíduos que acessaram o site
da Internet Espaço A – www.espacoa.com.br/pesquisa - e responderam a uma
pesquisa espontânea em duas fases. Todos os entrevistados eram residentes em
Curitiba, e foram classificados com sendo da casse média de Curitiba, por terem
acesso à Internet. Na primeira fase, foram obtidos dados informativos referentes ao
perfil dos indivíduos e foi-lhes questionado referente à preferências quanto ao
conforto e adequação de materiais, onde as perguntas eram de múltipla escolha ou
abertas. Foram considerados para esta etapa 123 questionários, uma vez que foram
excluídos do estudo os formulários incompletos, e aqueles de indivíduos que não
residiam em Curitiba e Região. É importante salientar que não foi possível identificar
possíveis indivíduos que teriam um conhecimento mais aprimorado sobre os
revestimentos.
Estes 123 indivíduos são 72 mulheres com 33,6 anos em média com desvio
padrão de 11,42 anos, e 51 homens com 36,02 anos em média com desvio padrão
de 9,9 anos e os imóveis atuais destes indivíduos dividem-se em 60 casas, 59
apartamentos, e 4 outros imóveis (sobrados).
Com o intuito de comprovar a hipótese apresentada no capítulo 1 anterior e de
se obter outras possíveis segmentações para o estudo das preferências por
determinados materiais sob o ponto de vista do conforto, foram desenvolvidas
tabelas com o objetivo de mostrar um panorama geral dos indivíduos que
participaram da pesquisa. As respostas referentes à definição de ambiente
confortável e desconfortável, lugar considerado confortável visitado e as justificativas
para as escolhas de ambiente mais importante do ponto de vista do conforto e do
ponto de vista de ocupação foram agrupadas pos similaridade.
4.2.2.1 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes
residenciais
A Tabela 4.1 apresenta a classificação dos ambientes residenciais por
preferência.
Observou-se que o quarto apareceu como o ambiente preferido da residência
nesse primeiro momento, porém quando os indivíduos foram separados por sexo e
faixa etária, essa classificação sofreu algumas modificações. As tabelas 4.2 e 4.3
classificam essas preferências separadas por idade e sexo e pôde-se notar, por
exemplo, que os participantes acima de trinta anos e homens, preferem a sala de
estar.
Abaixo seguem as tabelas que demonstram essa situação.
Tabela 4.2 – Preferência por algum ambiente residencial separado por faixa etária, em Curitiba - 2006
Menor que 30 anos Ambiente Total %
quarto 16 27,6%
nenhuma preferência 13 22,4%
sala de estar 10 17,2%
sala de tv 9 15,5%
sala de jantar 4 6,9%
mais de um ambiente 3 5,2%
outros 2 3,4%
cozinha 1 1,7%
Total geral 58 100,0%
Tabela 4.1 – Preferência por algum ambiente residencial, em Curitiba - 2006
Ambiente Total %
Quarto 29 23,6%
Nenhuma preferência 26 21,1%
Sala de estar 24 19,5%
Sala de tv 13 10,6%
Sala de jantar 11 8,9%
Outros 10 8,1%
Mais de um ambiente 8 6,5%
Cozinha 2 1,6%
Total geral 123 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros.
Maior que 30 anos Ambiente Total %
sala de estar 14 21,5%
quarto 13 20,0%
nenhuma preferência 13 20,0%
outros 8 12,3%
sala de jantar 7 10,8%
mais de um ambiente 5 7,7%
sala de tv 4 6,2%
cozinha 1 1,5%
Total geral 65 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros.
Tabela 4.3 – Preferência por algum ambiente residencial separado por sexo, em Curitiba - 2006
Feminino Ambiente Total %
quarto 21 29,2%
nenhuma preferência 17 23,6%
sala de estar 14 19,4%
sala de tv 7 9,7%
outros 4 5,6%
mais de um ambiente 4 5,6%
sala de jantar 3 4,2%
cozinha 2 2,8%
Total geral 72 100,0%
Masculino Ambiente Total %
sala de estar 10 19,6%
nenhuma preferência 9 17,6%
sala de jantar 8 15,7%
quarto 8 15,7%
sala de tv 6 11,8%
outros 6 11,8%
mais de um ambiente 4 7,8%
Total geral 51 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros.
Para as questões que procuraram conhecer o conceito de ambiente
confortável e desconfortável dos participantes, foi possível fazer uma classificação
dos termos e palavras mais utilizados. A tabela 4.4 apresenta termos ou palavras
mais utilizadas para definição de ambiente confortável.
Tabela 4.4 - Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente confortável, em Curitiba - 2006
Termos ou palavras Relacionados à Total % iluminação adequada Conforto ambiental 38 23,0% aconchegante Emoções 20 12,1% espaçoso Espaço 18 10,9% arejado Conforto ambiental 18 10,9% organizado Espaço 10 6,1% agradável Emoções 10 6,1% decoração e materiais adequados Materiais 10 6,1% silencioso Conforto ambiental 9 5,5% temperatura agradável Conforto ambiental 7 4,2% limpo Espaço 7 4,2% relaxante Emoções 5 3,0% cores agradáveis Materiais 5 3,0% bonito Emoções 3 1,8% privacidade Espaço 1 0,6% próximo a áreas verdes Espaço 1 0,6% que tenha plantas Espaço 1 0,6% perfumado Emoções 1 0,6% salubre Conforto ambiental 1 0,6% Total geral 165 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo
Palavras relacionadas à iluminação foram as que mais definiram o conceito de
ambiente confortável, totalizando cerca de 23%. Na seqüência, os termos
aconchegante, espaçoso e arejado somaram juntos cerca de 35%. Para que fosse
possível verificar se os materiais teriam alguma influência nessa definição foi
possível agrupar os termos citados em quatro categorias: relacionados ao conforto
ambiental; relacionados ao espaço; relacionados às emoções e por fim, os termos
relacionados aos materiais. A tabela 4.5 mostra essa classificação, deixando claro
que os termos ou palavras relacionadas ao conforto ambiental, como por
exemplo,iluminação adequada, temperatura agradável, silencioso, predominam na
definição do que seria um ambiental confortável, e os termos relacionados
diretamente aos materiais parecem não ter tanta representatividade.
Tabela 4.5 - Resumo das definições dadas para ambiente confortável, em Curitiba - 2006
Ambiente confortável Total %
Relacionados ao conforto ambiental 81 49,1%
Relacionados ao espaço 38 23,0%
Relacionados às emoções 36 21,8%
Relacionados aos materiais 10 6,1%
Total geral 165 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
O mesmo ocorre para as definições de ambientes desconfortáveis. É
interessante notar, na tabela 4.6, que os termos relacionados à iluminação também
foram os mais representativos, totalizando cerca de 22% da amostra, assim como
foi mostrado na tabela 4.4 para ambientes confortáveis.
Tabela 4.6 - Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente desconfortável, em Curitiba - 2006
Termos ou palavras Relacionados à Total %
iluminação inadequada Conforto ambiental 32 22,1%
pouco espaço Espaço 22 15,2%
decoração e materiais inadequados Materiais 18 12,4%
barulhento Conforto ambiental 13 9,0%
temperatura desagradável Conforto ambiental 12 8,3%
mal ventilado Conforto ambiental 12 8,3%
desorganizado Espaço 11 7,6%
desagradável Emoções 11 7,6%
sujo Espaço 8 5,5%
insalubre Conforto ambiental 4 2,8%
ambientes formais Espaço 1 0,7%
sem privacidade Espaço 1 0,7%
Total geral 145 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Novamente, agrupando os termos citados, foi possível verificar que 55% deles
estão relacionados ao contexto ambiental do conforto o que demonstrou a
importância já conhecida da relação entre conforto ambiental e arquitetura. A tabela
4.7 mostra a classificação;
Tabela 4.7 - Resumo das definições dadas para ambiente desconfortável, em Curitiba - 2006
Ambiente desconfortável Total %
Relacionados ao conforto ambiental 81 55,9%
Relacionados ao ambiente 33 22,8%
Relacionados às emoções 13 9,0%
Relacionados aos materiais 18 12,4%
Total geral 145 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Já as tabelas 4.8, 4.9 e 4.10 mostram que independente da idade,e sexo do
respondente, a própria casa é o ambiente mais lembrado quando o assunto é
conforto. Na tabela 4.8, que analisa as respostas de todos os participantes, a própria
casa é reconhecida como um lugar confortável, correspondendo a 23,2% do
percentual analisado.
Tabela 4.8 - Indicação de um lugar confortável, em Curitiba - 2006
Lugar confortável Total %
própria casa 13 23,2%
outros 11 19,6%
casa de amigos ou parentes 10 17,9%
restaurante 9 16,1%
hotel 9 16,1%
teatro/cinema 4 7,1%
Total geral 56 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Quando essa mesma pergunta é dividida em sexo e idades diferentes,
observa-se que a própria casa continuam sendo o lugar mais lembrado quando os
participantes foram questionados a citar um lugar confortável conhecido por eles.
Tabela 4.9 - Indicação de lugar confortável separado por faixa etária, em Curitiba - 2006
Menor que 30 anos Lugar Total %
própria casa 7 23,3%
restaurante 7 23,3%
outros 5 16,7%
casa de amigos ou parentes 4 13,3%
teatro/cinema 4 13,3%
hotel 3 10,0%
Total geral 30 100,0%
Maior que 30 anos Lugar Total %
própria casa 6 23,1%
casa de amigos ou parentes 6 23,1%
outros 6 23,1%
hotel 6 23,1%
restaurante 2 7,7%
Total geral 26 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Tabela 4.10 - Indicação de lugar confortável separado por sexo, em Curitiba - 2006
Feminino Lugar Total %
própria casa 10 25,0%
casa de amigos ou parentes 7 17,5%
restaurante 6 15,0%
outros 8 20,0%
hotel 6 15,0%
teatro/cinema 3 7,5%
Total geral 40 100,0%
Masculino Lugar Total %
própria casa 3 18,8%
casa de amigos ou parentes 3 18,8%
restaurante 3 18,8%
outros 3 18,8%
hotel 3 18,8%
teatro/cinema 1 6,3%
Total geral 16 100,0%
Fonte: Pesquisa de Campo
4.2.2.2 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes
residenciais sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação.
Quando os participantes foram questionados sobre a preferência por um
determinado ambiente, agora sob os pontos de vista do conforto e uso e ocupação
especificamente, pôde-se observar que o quarto ainda predomina nas preferências
gerais. Na tabela 4.11 abaixo, a opção mais de um ambiente, aparece com 43,9% , o
que inclui, a escolha do quarto. Se analisados individualmente, o quarto aparece com
35% do percentual.
Tabela 4.11 – Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, em Curitiba - 2006
Ambiente preferido %
Mais de 1 ambiente 54 43.9%
Quarto 43 35.0%
Sala de TV 15 12.2%
Sala de Estar 7 5.7%
Sala de Jantar 2 1.6%
Cozinha 1 0.8%
Outro 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Porém, quando os participantes passaram a ser classificados em faixas
etárias, verificou-se que a sala de estar aparece com o ambiente preferido para o
grupo de maiores de 30 anos. Já, para o grupo menores de 30 anos, o quarto ainda
é o preferido, com 16 votos, totalizando 27,6%.
Tabela 4.12 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, Separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Menor que 30 anos Ambiente Total %
quarto 16 27.6%
nenhuma preferência 13 22.4%
sala de estar 10 17.2%
sala de tv 9 15.5%
sala de jantar 4 6.9%
mais de um ambiente 3 5.2%
outros 2 3.4%
cozinha 1 1.7%
Total geral 58 100.0
%
Maior que 30 anos Ambiente Total %
sala de estar 14 21.5%
quarto 13 20.0%
nenhuma preferência 13 20.0%
outros 8 12.3%
sala de jantar 7 10.8%
mais de um ambiente 5 7.7%
sala de tv 4 6.2%
cozinha 1 1.5%
Total geral 65 100.0
%
Fonte: Pesquisa de Campo
Na separação feita por sexo do entrevistado, o quarto ainda permaneceu
como o ambiente mais importante sob o ponto de vista do conforto, perdendo apenas
para a classificação em mais de um ambiente. É o que mostra a tabela 4.13 abaixo.
Tabela 4.13 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, Separado por sexo , em Curitiba - 2006 Feminino Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 29 40.3% Quarto 28 38.9% Sala de TV 8 11.1% Sala de Estar 4 5.6% Sala de Jantar 1 1.4% Cozinha 1 1.4% Outro 1 1.4% Total geral 72 100.0%
Masculino Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 25 49.0% Quarto 15 29.4% Sala de TV 7 13.7% Sala de Estar 3 5.9% Cozinha 1 2.0% Total geral 51 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
A justificativa para a escolha desse ambiente é apresentada na tabela 4.14,
onde foram relacionados e agrupados por similaridade, as descrições dadas pelos
participantes sobre o motivo da escolha. Com 37,4% , a justificativa de que o quarto
é o ambiente mais utilizado da residência liderou a classificação seguido pela
justificativa de ser um local de descanso, com 36,6% e um local de convivência, com
13,8%.
Tabela 4.14 – Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista do conforto, em Curitiba - 2006
Justificativa Total %
Espaço mais utilizado 46 37.4%
local de descanso 45 36.6%
local de convivência 17 13.8%
outros 7 5.7%
sem justificativa 4 3.3%
local privativo 2 1.6%
todos são importantes 2 1.6%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Quando essa mesma classificação foi feita sobre a preferência por um
determinado ambiente, só que agora sob o ponto de vista uso e ocupação, o quarto
novamente foi o ambiente mais votado da residência e a cozinha passar a ter mais
importância que sala nessa categoria de classificação, pois apareceu logo abaixo,
com 18,7% contra 22% das escolhas do quarto. A tabela 4.15 resumiu essa
classificação.
Tabela 4.15 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação, Em Curitiba - 2006
Ambiente preferido %
Mais de 1 ambiente 40 32.5% Quarto 27 22.0% Cozinha 23 18.7% Sala de Estar 13 10.6% Sala de TV 12 9.8% Banheiro 3 2.4% Outro 3 2.4% Sala de Jantar 2 1.6% Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Ficou claro que a cozinha passa a disputar com o quarto essa preferência,
pois na tabela 4.16, quando os indivíduos foram separados por idades, ela chega a
liderar a classificação para menores de 30 anos.
Tabela 4.16 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação,
separado por faixa etária, em Curitiba - 2006
Menor que 30 anos Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 20 34.5%
Cozinha 12 20.7%
Quarto 12 20.7%
Sala de Estar 7 12.1%
Sala de TV 3 5.2%
Outro 2 3.4%
Sala de Jantar 1 1.7%
Banheiro 1 1.7%
Total geral 58 100.0%
Maior que 30 anos Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 20 30.8%
Quarto 15 23.1%
Cozinha 11 16.9%
Sala de TV 9 13.8%
Sala de Estar 6 9.2%
Banheiro 2 3.1%
Sala de Jantar 1 1.5%
Outro 1 1.5%
Total geral 65 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
A divisão por sexo, porém, mostrou novamente que o quarto permanece como
o ambiente mais votado, tanto para homens (25,5%) quanto para mulheres (19,45%).
Essa diferença no percentual demonstrou que a escolha da cozinha é uma
preferência que está mais relacionada a escolha feminina.
Tabela 4.17- Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação, Separado por sexo, em Curitiba - 2006
Feminino Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 24 33.3%
Quarto 14 19.4%
Cozinha 11 15.3%
Sala de Estar 9 12.5%
Sala de TV 8 11.1% Outro 3 4.2%
Banheiro 2 2.8%
Sala de Jantar 1 1.4% Total geral 72 100.0%
Masculino Ambiente Total %
Mais de 1 ambiente 16 31.4%
Quarto 13 25.5%
Cozinha 12 23.5%
Sala de Estar 4 7.8%
Sala de TV 4 7.8%
Sala de Jantar 1 2.0%
Banheiro 1 2.0% Total geral 51 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Novamente a justificativa para a preferência do ambiente está condicionada
ao fato de o quarto ser o local mais utilizado na residência. A tabela 4.18, mostra que
essa justificativa lidera com quase 50% do percentual.
Tabela 4.18 - Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista uso e ocupação, em Curitiba – 2006
Justificativa Total %
espaco mais utilizado 58 47.2% local de convivência 25 20.3% local de descanso 16 13.0% sem justificativa 6 4.9% outros 5 4.1% local de trabalho 4 3.3% local funcional 3 2.4% local privativo 3 2.4% todos são importantes 2 1.6% local agradavel 1 0.8% Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
4.2.2.3 Composição da amostra quanto aos materiais não encontrados nas
residências e aos materiais atuais e ideais para cozinha, sala e dormitório da
primeira etapa da pesquisa.
A tabela 4.19 abaixo classificou a relação dos materiais menos encontrados
nas residências dos participantes e entre os mais votados estão o forro em PVC, cm
quase 20%, seguidos pelo porcelanatto (15%) e textura e carpete com cerca de 12%
dos votos.
Tabela 4.19 – Materiais não encontrados nas residências dos respondentes, em Curitiba – 2006
Materiais Total %
Forro PVC 96 19.2%
Porcelanato 75 15.0%
Textura 63 12.6%
Carpete 62 12.4%
Forro em Madeira 60 12.0%
Granito 40 8.0%
Forro em Gesso 38 7.6%
Piso Laminado 37 7.4%
Madeira 20 4.0%
Cerâmica 8 1.6%
Total geral 499 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
A partir daqui, as tabelas classificaram os materiais existentes nas residências
dos participantes bem como as preferências por determinados materiais para
cozinha, sala e dormitório e suas justificativas para escolha.
A tabela 4.20 abaixo classificou o piso atual e ideal para cozinha. Pôde-se
observar que a cerâmica foi o material atual e ideal mais votado ( 64% para piso
atual e 41% como piso ideal), seguido pelo granito ( 17,9% atual e 33,3% para ideal)
e porcelanatto ( 6,5% como atual e 16,3% como ideal). O porcelanatto aparece como
sendo o material mas desejado se comparado com a pequena representação dele
como material atual.
Tabela 4.20 – Classificação dos materiais encontrados para pisos de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Piso Atual Material Total % Cerâmica 78 63.4% Granito 22 17.9% Porcelanato 8 6.5% Lajota Rústica 7 5.7% Borracha 3 2.4% Madeira Maciça 3 2.4% Carpete 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Piso Ideal Material Total % Cerâmica 51 41.5% Granito 41 33.3% Porcelanato 20 16.3% Lajota Rústica 5 4.1% Madeira Maciça 3 2.4% Borracha 2 1.6% Carpete 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo
Também como complementação da escolha do material para piso de
cozinha,foi questionado ao participante s existia material sobreposto nesse piso e a
tabela 4.21 classificou que a grande maioria, 80,5% do participantes, não possuem
nenhum tipo de tapete sobre esses pisos.
Tabela 4.21 – Existência de material sobreposto para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006
Material sobreposto (tapetes) Total %
Não 99 80.5%
Sim 24 19.5%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Já a justificativa dada para a escolha do material cerâmico como ideal para
piso de cozinha mostrou que a grande preferência está no efeito estético que ele
proporciona, seguido pela praticidade de lipeza e higiene. A tabela 4.22 abaixo
relacionou essa classificação.
Tabela 4.22 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de cozinha, em Curitiba – 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 58 47.2%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 36 29.3%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 2 1.6%
Mais seguro para caminhar 2 1.6%
Isola melhor termicamente 2 1.6%
Isola melhor acusticamente 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Assim como para o piso de cozinha, a parede também teve a cerâmica como
material mais votado, tanto como sendo o material atual ou ideal.
Para 78% dos participantes a cerâmica é o material mais encontrado atualmente nas
paredes de cozinha dos participantes e também o material ideal.
A tabela 4.23 apresenta essa classificação.
Tabela 4.23 – Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de cozinha (atual e Ideal) em Curitiba - 2006
Parede Atual Material Total %
Cerâmica 96 78.0%
Pintura Lisa 21 17.1%
Madeira (painéis ou lambris) 4 3.3%
Papel de Parede 1 0.8%
Outro 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Parede Ideal Material Total %
Cerâmica 96 78.0%
Pintura Lisa 21 17.1%
Pedras 2 1.6%
Textura 2 1.6%
Madeira (painéis ou lambris) 1 0.8%
Outro 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
E a justificativa predominante mostrou que a higiene e limpeza é o motivo que
faz as pessoas escolherem a cerâmica como material ideal para parede de cozinha.
Tabela 4.24 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de cozinha, em Curitiba – 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 53 43.1%
Mais bonito 38 30.9%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 19 15.4%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 6 4.9%
Outra razão 5 4.1%
Isola melhor termicamente 2 1.6%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Sobre os forros de cozinha mais encontrados nas residências dos
participantes, houve uma predominância tanto para material atual como ideal a
escolha da laje pintada. E o motivo para tal escolha, que é apresentada na tabela
4.26, é que o material é considerado mais bonito por cerca de 39% dos participantes.
Tabela 4.25 – Classificação dos materiais mais encontrados para forros de cozinha (atual e Ideal) em Curitiba - 2006
Forro Atual Material Total %
Laje Pintada 66 53.7%
Forro em Gesso Liso 24 19.5%
Forro em Gesso com Detalhes 18 14.6%
Forro em Madeira 13 10.6%
Forro em PVC 1 0.8%
Outro 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Forro Ideal Material Total %
Laje Pintada 66 53.7%
Forro em Gesso Liso 28 22.8%
Forro em Gesso com Detalhes 22 17.9%
Forro em PVC 4 3.3%
Forro em Madeira 3 2.4%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Tabela 4.26- Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de cozinha, em Curitiba – 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 48 39.0%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 34 27.6%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 27 22.0%
Outra razão 7 5.7%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 4 3.3%
Isola melhor acusticamente 3 2.4%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
O próximo ambiente questionado foi a sala. A tabela 4.27 classificou o
material atual e o considerado ideal para pisos de sala. Observou-se que cerca de
40% dos participantes possuem piso laminado de madeira e que praticamente essa
mesma porcentagem prefere, na verdade, a madeira maciça como o material ideal.
Esses dados podem ser observados na tabela 4.27 a qual apresenta essa
classificação entre o material atual e ideal para piso de sala.
Tabela 4.27 – Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006
Piso Atual Material Total %
Piso Laminado 49 39.8%
Madeira Maciça 36 29.3%
Carpete 16 13.0%
Cerâmica 10 8.1%
Porcelanato 9 7.3%
Lajota Rústica 2 1.6%
Granito 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Piso Ideal Material Total %
Madeira Maciça 47 38.2%
Piso Laminado 40 32.5%
Porcelanato 12 9.8%
Carpete 10 8.1%
Granito 9 7.3%
Cerâmica 2 1.6%
Borracha 1 0.8%
Cimento Alisado 1 0.8%
Lajota Rústica 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Da mesma forma como foi questionado para o piso da cozinha, foi perguntada
aos participantes a existência de material sobreposto no piso de sala. 66,7%
responderam que existe material sobreposto, como tapetes, por exemplo.
Tabela 4.28 – Existência de material sobreposto para pisos de sala, em Curitiba - 2006
Material sobreposto (tapetes) Total %
Sim 82 66.7%
Não 41 33.3%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
A justificativa para a escolha da madeira maciça, como sendo o piso ideal
para sala foi relacionada na tabela 4.29, onde foi possível observar que o efeito
estético predomina a escolha com 50% dos votos, seguido pela importância do
material ser mais aconchegante tanto para olhar como para tocar (17,9%)
Tabela 4.29 – Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de sala, em Curitiba – 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 62 50.4%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 22 17.9%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 12 9.8%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 10 8.1%
Isola melhor termicamente 9 7.3%
Mais seguro para caminhar 5 4.1%
Isola melhor acusticamente 3 2.4%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Para as paredes da sala, a pintura lisa predomina como material atual e ideal
mais encontrado sendo seguida por textura como material ideal. Essa classificação
pode ser analisada na tabela 4.30 abaixo. É importante lembrar, que a textura foi um
dos materiais menos encontrados nas residências dos participantes, como foi
apresentado na tabela 4.19
Tabela 4.30 – Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Parede Atual Material Total % Pintura Lisa 110 89.4% Madeira (painéis ou lambris) 7 5.7% Alvenaria aparente 4 3.3% Papel de Parede 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Parede Ideal Material Total % Pintura Lisa 45 36.6% Textura 41 33.3% Madeira (painéis ou lambris) 24 19.5% Alvenaria aparente 6 4.9% Papel de Parede 4 3.3% Outro 2 1.6% Pedras 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo
O motivo para a escolha da pintura como material ideal é o fato de ser mais
bonito que a textura, por exemplo. A escolha predomina com 60% dos votos.
Menor preço e maior durabilidade foram classificados com sendo o segundo motivo
mais importante na escolha da textura e apareceram com 17,9% do percentual. A
tabela 4.31 apresenta essa classificação.
Tabela 4.31- Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de sala, em Curitiba - 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 74 60.2%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 10 8.1%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 6 4.9%
Outra razão 6 4.9%
Isola melhor acusticamente 3 2.4%
Isola melhor termicamente 2 1.6%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Já para a classificação do forro atual e ideal para sala, observou que cerca de
40% dos participantes possuem laje pintada, porém, a preferência é por forro em
gesso com destaque sendo que a escolha foi justificada por 68% dos participantes
como sendo um material mais bonito. É o que apresentam as tabelas 4.32 e 4.33.
Tabela 4.32 – Classificação dos materiais mais encontrados para forros de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006
Forro Atual Material Total %
Laje Pintada 50 40.7% Forro em Gesso com Detalhes 42 34.1% Forro em Madeira 19 15.4% Forro em Gesso Liso 11 8.9% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0%
Forro Ideal Material Total %
Forro em Gesso com Detalhes 72 58.5% Forro em Gesso Liso 18 14.6% Laje Pintada 17 13.8% Forro em Madeira 16 13.0% Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Tabela 4.33 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de sala, em Curitiba - 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 84 68.3%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 13 10.6%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 12 9.8%
Outra razão 7 5.7%
Isola melhor acusticamente 5 4.1%
Isola melhor termicamente 1 0.8%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Na classificação dos materiais para dormitório, a tabela 4.34 apresenta a
relação dos materiais atual e ideal para piso de dormitório. Observou-se que carpete
e piso laminado são os materiais mais encontrados nas residências dos participantes
atualmente. Apareceram empatados com 37,4% dos votos cada. Porém, o material
considerado atual é o piso laminado, com 40,7% dos votos seguido pela madeira
maciça com 33,3% e pelo carpete com 20,3%.
Tabela 4.34 – Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de dormitório (atual e ideal), em Curitiba - 2006
Piso Atual Material Total %
Carpete 46 37.4%
Piso Laminado 46 37.4%
Madeira Maciça 24 19.5%
Cerâmica 6 4.9%
Cimento Alisado 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Piso Ideal Material Total %
Piso Laminado 50 40.7%
Madeira Maciça 41 33.3%
Carpete 25 20.3%
Porcelanato 4 3.3%
Cerâmica 2 1.6%
Granito 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Sobre a existência de material sobreposto na piso dos dormitórios, cerca de
55% dos participantes responderam que não possuem.
Tabela 4.35 – Existência de material sobreposto para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006
Material sobreposto (tapetes) Total %
Não 68 55.3%
Sim 55 44.7%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
O motivo para a escolha do piso laminado como material ideal para piso de
dormitório também está relacionado com o efeito estético do produto. Esperava-se
que essa escolha estivesse relacionada com a facilidade de limpeza e manutenção,
porém essa justificativa apareceu apenas com 9,8% dos votos.
Tabela 4.36 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de dormitório, em Curitiba 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 60 48.8%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 18 14.6%
Isola melhor termicamente 12 9.8%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 12 9.8%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 11 8.9%
Isola melhor acusticamente 7 5.7%
Mais seguro para caminhar 3 2.4% Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Já a classificação dos materiais mais encontrados para parede de dormitório,
tanto atual como ideal está relacionada na tabela 4.37 abaixo.
Tabela 4.37 – Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de dormitórios (atual e Ideal, em Curitiba - 2006
Parede Atual Material Total %
Pintura Lisa 107 87.0%
Madeira (painéis ou lambris) 6 4.9%
Alvenaria aparente 5 4.1%
Cerâmica 2 1.6%
Textura 2 1.6%
Papel de Parede 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Parede Ideal Material Total %
Pintura Lisa 54 43.9%
Madeira (painéis ou lambris) 32 26.0%
Textura 26 21.1%
Papel de Parede 6 4.9%
Cerâmica 3 2.4%
Alvenaria aparente 2 1.6%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Observou-se que a grande maioria dos participantes, cerca de 87% deles
possuem a pintura lisa e 43% também preferem a pintura lisa. Mais uma vez a
justificativa para escolha do material ideal está relacionada ao efeito estético do
produto, como é apresentado na tabela 4.38 abaixo.
Tabela 4.38 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de dormitórios, em Curitiba - 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 68 55.3%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 25 20.3%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 16 13.0%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 6 4.9%
Isola melhor acusticamente 3 2.4%
Isola melhor termicamente 3 2.4%
Outra razão 2 1.6%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
Assim como aconteceu com o forro da sala, o material atual e ideal para forro
de dormitório foi a laje pintada e o gesso com detalhes, respectivamente, os mais
votados.
Tabela 4.39 – Classificação dos materiais mais encontrados para forros de dormitórios (atual e ideal), Em Curitiba - 2006
Forro Atual Material Total %
Laje Pintada 71 57.7%
Forro em Gesso com Detalhes 26 21.1%
Forro em Madeira 16 13.0%
Forro em Gesso Liso 9 7.3%
Forro em PVC 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Forro Ideal Material Total %
Forro em Gesso com Detalhes 51 41.5%
Laje Pintada 35 28.5%
Forro em Madeira 18 14.6%
Forro em Gesso Liso 18 14.6%
Forro em PVC 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
A justificativa para a escolha desse material mais uma vez esteve atrelada à beleza
do produto, pois cerca de 58,5% dos participantes escolheram o fato do gesso com
detalhes ser mais bonito que os demais materiais. Isso é apresentado na tabela 4.40
abaixo.
Tabela 4.40 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de dormitórios, em Em Curitiba - 2006
Justificativa para escolha de material ideal Total %
Mais bonito 72 58.5%
Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9%
Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 11 8.9%
Isola melhor acusticamente 9 7.3%
Mais higiênico ou mais fácil de limpar 4 3.3%
Outra razão 4 3.3%
Isola melhor termicamente 1 0.8%
Total geral 123 100.0%
Fonte: Pesquisa de Campo
De forma geral, a análise dos materiais preferidos nessa primeira etapa do
questionário puderam ser resumidos na tabela 4.41 abaixo.
Tabela 4.41 - Resumo dos materiais preferidos na primeira etapa do questionário, em Curitiba – 2006
Cozinha Material %
Piso Cerâmica 41,5%
Parede Cerâmica 78,0%
Forro Laje pintada 53,7%
Sala Material
Piso Madeira maciça 38,2%
Parede Pintura lisa 36,6%
Forro Forro em gesso com detalhes 58,5%
Dormitório Material
Piso Piso laminado de madeira 40,7%
Parede Pintura lisa 43,9%
Forro Forro em gesso com detalhes 41,5%
Fonte: Pesquisa de Campo
4.2.2.4 Composição da amostra quanto aos materiais ideais para cozinha, sala e
dormitório na segunda etapa da pesquisa e a relação de concordância entre a etapa
1 e 2
Após analisadas as respostas dadas na etapa 2 do questionário, foi possível
verificar que a escolha dos materiais nessa etapa difere, na grande maioria, da
escolha feita na etapa 1. Isso se deve, em grande parte, porque nessa etapa, como
foi explicado no capítulo 3 , os materiais eram analisados através de fotos de
ambientes e não tomados individualmente como ocorreu na etapa 1. O objetivo
dessa análise era validar as respostas dadas pelos participantes na primeira etapa e
também o de testar a hipótese principal do trabalho.
Para facilitar o entendimento do leitor sobre as preferências dos materiais
encontrados nessa etapa do questionário, abaixo foram colocadas as imagens
utilizadas para verificar a escolha e conseqüentemente o material preferido.
Essas imagens foram classificadas como fotos de 1 a 5, sendo que a opção 6,
que aparece nas tabelas de classificação representa a opção montada pelos
participantes para escolher a combinação dos materiais ideais.
As figuras 7,8,9,10 e 11 representam as imagens utilizadas no questionário da
etapa 2 para o ambiente da cozinha.
Figura 7– foto 1 para Cozinha
Piso em Cerâmica , parede em cerâmica e forro em laje pintada
Figura 8 – foto 2 para Cozinha
Piso em Porcelanatto, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
Figura 9 – foto 3 para Cozinha
Piso em Madeira, parede em cerâmica e forro em gesso liso.
Figura 10 – foto 4 para Cozinha
Piso em Granito/ mármore, Parede em pintura Lisa e forro em laje pintada.
Figura 11 – foto 5 para Cozinha
Piso em Lajota Rústica, Parede em textura e forro em gesso liso.
Quando submetidos à escolha através das imagens os resultados puderam
ser classificados de acordo com a tabela 4.432abaixo.
Tabela 4.42 - Classificação da preferência dos materiais para cozinha, através das imagens da Etapa 2 , em Curitiba - 2006
Foto Opção Cozinha Votos %
4 Piso em Granito/ mármore, Parede em pintura Lisa e forro em laje pintada. 21 26%
2 Piso em Porcelanatto, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 18 22%
1 Piso em Cerâmica , parede em cerâmica e forro em laje pintada 13 16%
3 Piso em Madeira, parede em cerâmica e forro em gesso liso. 10 12%
5 Piso em Lajota Rústica, Parede em textura e forro em gesso liso. 4 5%
6 Outras combinações 15 19%
Total 81 100%
Fonte: Pesquisa de Campo
A foto 4 foi a mais votada, com 26% dos votos, seguida pela foto 2 com 22%,
diferindo da preferência da etapa 1 do questionário, a qual deveria apontar a foto 1
como a mais votada.
Já as figuras 12,13,14,15 e 16 ilustram as fotos utilizadas para verificar a
preferência dos materiais para sala, na etapa 2 do questionário
Figura 12 – foto 1 para sala
Piso Laminado de madeira, parede em pintura lisa e laje pintada.
Figura 13 – foto 2 para sala
Piso Laminado de madeira, parede em Pintura Lisa e forro em gesso com detalhes.
Figura 14 – foto 3 para sala
Piso em Madeira Maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
Figura 15 – foto 4 para sala
Piso em porcelanatto, parede em painel de madeira e forro em gesso liso.
Figura 16 – foto 5 para sala
Piso em carpete, parede em textura e forro em gesso com detalhes.
Analisando as escolhas através das imagens mostradas acima, a maioria dos
participantes escolheram a foto 3, como a que representa a melhor combinação de
materiais ideais. Essa classificação é apresentada na tabela 4.43
Tabela 4.43 - Classificação da preferência dos materiais para sala, através das imagens da etapa 2, em Curitiba - 2006
Foto Opção Sala Votos %
3 Piso em Madeira Maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 26 32%
2 Piso Laminado de madeira, parede em Pintura Lisa e forro em gesso com detalhes. 19 23%
1 Piso Laminado de madeira, parede em pintura lisa e laje pintada. 12 15%
4 Piso em porcelanatto, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. 10 12%
5 Piso em carpete, parede em textura e forro em gesso com detalhes. 5 6%
6 Outras combinações 9 11%
Total 81 100%
Fonte: Pesquisa de Campo
Observou-se que a preferência para o ambiente da sala coincidiu com a
escolha dos materiais na etapa 1 do questionário. Em ambas as respostas, sendo
tomados individualmente ou no conjunto, os materiais escolhidos para sala foram, o
piso de madeira maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
Abaixo, seguem as figuras 17,18,19,20 e 21, que ilustraram o questionário na
etapa 2 para o ambiente de dormitório.
Figura 17 – foto 1 para dormitório
Piso laminado de madeira, parede em pintura liso e forro em laje pintada.
Figura 18 – foto 2 para dormitório
Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
Figura 19 – foto 3 para dormitório
Piso em Madeira maciça, parede em papel de parede e forro em gesso liso.
Figura 20 – foto 4 para dormitório
Piso em Carpete, parede em painel de madeira e forro em gesso liso.
Figura 21 – foto 5 para dormitório
Piso em Madeira maciça , parede em textura e forro em gesso com detalhes.
Observou-se que a foto que melhor representa a escolha dos materiais idéias
para o ambiente de dormitório foi a foto 4, liderando com 43% dos votos e
discordando, portanto, da escolha dos materiais tomados individualmente na etapa 1.
A foto que deveria aparecer como sendo a mais votada seria a de número 2. A
tabela 4.44 apresenta a classificação encontrada .
Tabela 4.44 - Classificação da preferência dos materiais para dormitório, através das imagens da Etapa 2 , em Curitiba - 2006 Foto Opção Dormitório Votos %
4 Piso em Carpete, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. 35 43%
5 Piso em Madeira maciça , parede em textura e forro em gesso com detalhes. 15 19%
2 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 9 11%
1 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em laje pintada. 7 9%
3 Piso em Madeira maciça , parede em papel de parede e forro em gesso liso. 6 7% 6 Outras combinações 9 11%
Total 81 100%
Fonte: Pesquisa de Campo
Após feita essa análise por foto da combinação dos materiais
escolhidos através das imagens, as respostas dadas pelos participantes na etapa 1 e
2 foram submetidas à análise estatística utilizando o método KAPPA, que como
explicado no capítulo 3 desse trabalho, é uma medida de associação entre variáveis
discretas, proposto por Cohen (1960), que quantifica a concordância entre
avaliadores, neste caso, estudando o nível de concordância entre as duas fazes da
pesquisa quantificando a concordância entre os materiais escolhidos na primeira e
segunda fase.
O resultado da aplicação da estatística KAPPA é demonstrado na tabela 4.45
que apresenta o nível de concordância para todos os materiais escolhidos para
cozinha, sala e dormitório, entre piso, parede e forro.
Tabela 4.45 - Resumo para o nivel de concordância através da Estatística Kappa, em Curitiba – 2006
COZINHA SALA DORMITÓRIO
Piso Parede Forro Piso Parede Forro Piso Parede Forro
s 11 9 7 11 9 7 11 9 7
n 81 81 81 81 81 81 81 81 81
Po 0,346 0,358 0,284 0,407 0,333 0,062 0,358 0,333 0,062
Pe 0,201 0,365 0,326 0,268 0,312 0,414 0,245 0,24 0,235
Kappa 0,182 -0,012 -0,062 0,191 0,031 -0,602 0,15 0,123 -0,226
Var(kappa) 0,0044 0,0179 0,0061 0,0052 0,0099 0,0067 0,0066 0,0066 0,0074
Fonte: Pesquisa de Campo
kappa = (Po - Pe) / (1 - Pe) Po = Soma (pii) ou Soma (nii / n) Pe = Soma (pmarginal i linha * pmarginal i coluna) ou 1/n2 * Soma ( n marginal linha * n marginal coluna)
s Colunas/Linhas que tem a matriz que é quadrada (i=j)
n Total de respostas.
Po Valor do Po que é soma das probabilidades de concordância.
Pe Valor do Pe que é soma das probabilidades gerais de concordância sobre Ho, discordância.
kappa Estatistica kappa que testa o nivel de concordância entre os observadores.
Observando a tabela verifica-se que para todas as opções, não foi possível
rejeitar a hipótese inicial, pois houve um nível de concordância muito baixo variando
de -0,602(mínimo) a 0,31(máximo) indicando desse modo que entre as observações
não há concordância. Os p-valores obtidos para a estatística kappa não foram
suficientemente significativos para rejeitar H0 de que não há concordância entre as
respostas dadas nas duas etapas pelos entrevistados. Dessa forma pôde-se concluir
que o impacto das imagens utilizadas na segunda etapa provocaram uma mudança
de opinião nos participante em relação à primeira etapa.
As matrizes utilizadas para a análise desses dados podem ser verificadas no
apêndice 4 desse trabalho.
1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CONCLUSÃO
APÊNDICES
5 CONCLUSÃO
Independentemente da escolha ou preferência, os materiais de acabamento
das superfícies dão forma e significado ao espaço e é difícil não perceber o impacto
e a importância deles no ambiente. As inúmeras características de qualquer material,
entre elas a expressada pela sua cor, textura, acabamento, calor e respostas
inerentes à luz, por exemplo, fazem muitas vezes com que a percepção do conforto
seja mais intensa, e esse fato, associado também a outros fatores fisiológicos e
psicológicos, acaba por determinar as verdadeiras preferências dos usuários.
Não foi possível, nesse trabalho, quantificar essa diferença e nem mesmo é
possível generalizar os dados obtidos, uma vez que a amostra da pesquisa é
bastante limitada. Os percentuais demonstrados apenas ilustram os dados
encontrados com o objetivo de fornecer argumentos para outras pesquisas. O
caráter exploratório de todo o trabalho não permitiria outra interpretação.
O método de pesquisa adotado mostrou-se adequado aos objetivos do
trabalho. A utilização da revisão bibliográfica, combinada com um levantamento de
caráter exploratório, possibilitou chegar a resultados e conclusões que, mesmo com
uma amostra limitada, não passível de generalização, proporcionou uma visão geral,
mas aproximativa sobre o tema pesquisado e com isso possibilitou a formulação de
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
Outros métodos, porém, poderiam também ser adequados, como por exemplo
a utilização de uma entrevista estruturada, a qual possibilitaria um contato direto com
o entrevistado. Com isso, seria possível fazer uma interpretação subjetiva de seu
comportamento. Uma vez que o questionário foi utilizado como formulário para coleta
de dados com o objetivo de atingir um número bastante grande de participantes e
isso não ocorreu, a aplicação de uma entrevista, mesmo num número menor de
participantes, poderia fornecer resultados até mais significativos, pois seria possível
obter um controle maior da qualidade das respostas dadas.
Um estudo de caso poderia ser também adotado, por se tratar de um estudo
dentro de um contexto real de acontecimentos, porém ele poderia apresentar um
caráter mais de tentativa do que apresentar efetivamente evidências mais
convincentes de forma a proporcionar ao leitor fazer um julgamento independente
em relação ao mérito da análise (YIN,2002).
O experimento foi descartado por exigir que o problema fosse apresentado de
maneira clara e objetiva sendo que a hipótese deveria apresentar uma relação
causal entre variáveis (GIL,1996). O tema escolhido não permitiu tal interpretação,
pois não foram analisados somente um material e um ambiente.
Por meio da revisão bibliográfica pode-se concluir que a falta de publicações e
de outros trabalhos voltados ao tema da pesquisa dificultou uma análise mais
profunda sobre a relação estudada. Foi necessário partir de temas bastante
abrangentes que, de certa forma, tiveram relação com a pesquisa, porém,
contribuíram mais no sentido de reforçar a importância de estudar o espaço interno
da edificação e o conforto no ambiente construído, do que propriamente para
comprovar a relação entre conforto e preferência por determinados materiais de
acabamento.
Já a análise da interpretação dos dados obtidos na primeira etapa do
questionário, demonstrou uma certa segmentação de opinião, entre homens e
mulheres, de idades diferentes, sobre suas preferências relacionadas aos ambientes
residenciais. As mulheres, por exemplo, escolheram o ambiente do dormitório como
o mais importante sob o ponto de vista do conforto e do uso e ocupação, enquanto
os homens parecem preferir a sala, fato que enfatiza a divergência, já comprovada
em muitas literaturas, de que homens e mulheres pensam, agem e interpretam de
forma diversas. As mulheres ainda aparecem muito ligadas à privacidade e vida
íntima da moradia, e os homens relacionados com o ambiente público, dos afazeres
sociais, características culturais de uma evolução que ainda perdura.
Nas definições de ambientes confortáveis e desconfortáveis, quase uma
unanimidade. Pôde-se concluir, que a iluminação é um dos fatores de maior
importância para esses ambientes, seja a iluminação adequada, agradável, para a
descrição de ambiente confortável e mal iluminado, escuro, por exemplo, para a
definição de ambiente desconfortável. Isso sugere, portanto, uma atenção especial
para a questão da iluminação em interiores residenciais.
Outra questão importante é que a pesquisa demonstrou, tanto para homens,
como para mulheres, que a própria casa ainda é o ambiente mais lembrado quando
o assunto é conforto e isso justifica, mais uma vez, a importância desse trabalho;
aprimorar o conforto nesses ambientes.
Ainda referente aos resultados da primeira etapa do questionário, pôde-se
perceber que alguns revestimentos como textura e porcelanatto, apesar de hoje
consagrados como boas opções de acabamento, ainda estão longe de serem
revestimentos comuns nas residências, pois apareceram como uns dos mais votados
na relação de materiais não encontrados atualmente. Porém, são citados como
materiais ideais para salas, pelo efeito estético e por isso demonstram um certo
modismo e a volatilidade desses materiais devido à inúmeras opções de
revestimentos oferecidas pelo mercado.
A maior contribuição da pesquisa, porém, foi poder verificar que existe uma
relação entre a preferência por determinados acabamentos, sob o ponto de vista do
conforto, relacionada com a percepção do material aplicado nos interiores
residenciais e que ela realmente difere da escolha do material se tomado de forma
individual sobre o ambiente.
Para a cozinha, uma certa preferência já culturalmente consagrada manteve a
cerâmica como o material atual e ideal mais votado para pisos e paredes na primeira
etapa da pesquisa. Porém, na segunda etapa, onde os materiais passaram a serem
visualizados no ambiente, granito e pintura são os realmente preferidos. Se num
primeiro momento, a cerâmica era o material ideal por ser mais higiênico e mais
bonito, na segunda etapa, talvez, tenha sido substituído por materiais de mesmas
características só que com capacidades de percepção mais intensas.
Já para as salas, o piso laminado de madeira, a pintura lisa e a laje pintada
apareceram como os materiais atuais mais encontrados nas residências dos
participantes, porém, somente a pintura lisa foi considerado ideal no primeiro
momento. Quando submetidos à escolha das imagens, os materiais de piso, parede
e forro ideais apareceram como sendo os mesmos existentes na situação ideal da
segunda etapa, demonstrando que pelo menos no ambiente sala houve
concordância das respostas .
E para o ambiente de dormitório, o carpete, material mais encontrado nas
residências, é também o material mais preferido na percepção do conforto através
das imagens, apesar de o piso laminado de madeira ter sido escolhido como ideal na
primeira etapa. Isso demonstra, de certa forma, que mesmo com a grande evolução
das linhas de pisos laminados, o carpete, sendo mais antigo que o piso laminado,
ainda apresenta o seu diferencial na percepção do conforto, mesmo sendo muito
criticado pela sua dificuldade de limpeza e manutenção. As divergências também
apareceram para os materiais de parede e forro, comprovando mais uma vez que a
visualização dos ambientes provocou uma mudança de opinião dos participantes
demonstrando com isso, que apesar de não ser possível quantificar e justificar
exatamente o motivo dessa alteração, ela existiu.
Nesse sentido, foi possível mostrar que existe uma relação entre o material
preferido, o conforto percebido e a visualização dele no ambiente. E com isso,
mesmo sabendo da dificuldade de selecionar a amostra, sem a intenção de
generalizar as informações descobertas, a pesquisa sugere um novo olhar sobre a
importância da arquitetura de interiores e seus materiais de acabamento. Mais do
que isso, mostrar aos profissionais que atuam na área de interiores residenciais e de
especificação de materiais o quanto, certas decisões, muitas vezes tomadas por
eles, pode afetar a relação entre o conforto e o ambiente.
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como foi previsto na descrição do método de pesquisa, o presente trabalho
iria proporcionar, como produto final dessa dissertação, um problema mais
esclarecido, passível de investigação mediante outros procedimentos. Portanto, o
resultado dessa pesquisa sugere a necessidade de outros estudos relacionados ao
tema:
a) A extrapolação da pesquisa dessa dissertação para outros materiais de
revestimento;
b) Complementar a pesquisa, porém utilizando o método de estudo de caso onde
seria possível levar às pessoas até o ambiente real a ser analisado;
c) Através de uma amostra aleatória, discutir os materiais e efeitos percebido em
vários ambientes visitados;
d) Aplicar o estudo a uma amostra específica e delimitada, como por exemplo, a um
grupo de arquitetos especificadores;
e) Aplicar a pesquisa a outras classes sociais e a cidades com condições climáticas
diferentes;
f) Aprimorar a pesquisa utilizando uma escala semântica para classificar, por
exemplo, materiais de rústico à elegantes;
g) Utilizar APO - Avaliação Pós Ocupação - contrapondo a casa dos entrevistados
com as respostas dadas ao questinoário.
O resultado desses estudos poderia contribuir para um conhecimento mais
aprofundado sobre a preferência por determinados materiais além de garantir uma
validade externa maior, uma vez que para que seja possível generalizar os
resultados seria necessário, primeiramente, realizar outros estudos e comparar os
resultados alcançados.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE , G. L.A. de. Para que servem nossas cozinhas? - Uma análise funcional e comportamental de cozinhas de apartamentos de médio porte em natal/rn. In: VI Encontro Nacional e III Encontro Latino Americano sobre coforto no Ambiente Construído, 2001, São Paulo. Para que servem nossas cozinhas? - uma análise funcional e comportamental de cozinhas de apartamentos de médio porte em Natal/RN. ALMEIDA, M. M. de. Análise das Interações entre o Homem e o Ambiente- Estudo de Caso em Agência Bancária. Florianópolis- UFSC. 1991. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção- Área de Ergonomia). Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. AKUTSU, M.; SATO, N. M. N.; PEDROSO, N. G. Desempenho térmico de edificações habitacionais e escolares: manual de procedimentos para avaliação. Publicação do IPT, São Paulo, 1987 ,74p. ANONYMOUS .The future of sustainable development. Building Design & Construction; Nov 2003; ABI/INFORM Global, 38p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação – trabalhos acadêmicos- apresentação. Rio de Janeiro, 2002. BACHELARD, G. A poética do Espaço. 1º Edição. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1993. BADAGLIACCA A. “Bonum ”:the degree of a universal scale for the comfort metric. Building and Environment V37 NOV 2002, p. 969 –973 BARROS, R.R.M.P; PINA, S.M.; KOWALTOWSKI, D.C.C.K.; FUNARI, T.B.; ALVES, S.; TEIXEIRA, C.; COSTA, A. Conforto e psicologia ambiental: a questão do espaço pessoal no projeto arquitetônico. In Encontro Nacional de Conforto no Ambiente construído e Encontro Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído,2005, Maceió. Conforto e psicologia ambiental: a questão do espaço pessoal no projeto arquitetônico.
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1
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
3 MÉTODO DE PESQUISA
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
GERAL
APÊNDICES
APÊNDICES
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Apêndice 1 – Teste piloto do questionário
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL – PGCC
MESTRADO EM CONSTRUÇÃO CIVIL - UFPR
QUESTIONÁRIO SOBRE MATERIAIS DO ESPAÇO INTERNO DA
EDIFICAÇÃO O questionário elaborado a seguir é parte integrante da coleta de dados para
uma dissertação de mestrado do programa de Pós Graduação em Construção Civil, da Universidade Federal do Paraná.
Tendo como linha de pesquisa o conforto no ambiente construído e, como tema, a especificação de materiais para o espaço interno da edificação sob o contexto ambiental do conforto, o objetivo dessa pesquisa é aprimorar a qualidade interna das edificações no que diz respeito à correta especificação dos materiais. Portanto, seu preenchimento cuidadoso e sincero será muito apreciado. Nome (opcional): ____________________________________________________ Masculino Feminino
Idade: _________________________ 1) Qual é a Tipologia da sua moradia? 1( ) Casa 2( ) Apartamento 3( ) Hotel / Flat 4( )Outro. ________________
2) Caso você more em casa ou apartamento, a quem pertence? 1( ) aos pais 2( ) residência própria 3( ) a um parente/ familiar 4( ) É alugada 3) Em quantos cômodos ou ambientes é divida a sua residência?
4) Você tem preferência por algum ambiente em específico? 1( ) Sim. Qual? ______________________ 2( ) Não 5) Para você, o que significa a palavra conforto? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6) Como você descreveria um ambiente confortável? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7) Você poderia citar um ambiente, que sob o seu ponto de vista, é confortável? (se possível, citar o lugar, local, tipo de ambiente, descreve-lo) __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 7) Dos ambientes relacionados abaixo, qual deles você considera mais importante sob o ponto de vista do conforto? 1. Sala de estar 2. Sala de jantar 3. Sala de TV 4.quarto 5. Cozinha 6. Banheiro 7. Outro. _________________ Por quê?
8) E sob o ponto de vista uso / ocupação, qual deles é mais importante? 1. Sala de estar 2. Sala de jantar 3. Sala de TV 4. quarto 5. Cozinha 6.Banheiro 7. Outro. _________________ Por quê?
9) Qual ou quais dos materiais relacionados abaixo você Não possui em nenhum ambiente de sua residência considerando somente pisos, paredes e tetos? 1 ( ) Madeira 2 ( ) Piso Laminado de madeira 3 ( ) Granito / Mármore 4 ( ) Cerâmica 5 ( ) Porcelanato 6 ( ) Carpete 7 ( ) Textura 8 ( ) Forro em gesso 9 ( ) Forro em PVC
10( ) Forro em madeira
SALA DE ESTAR/JANTAR 1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
piso laminado de madeira
madeira maciça (tábuas)
carpete
borracha
cimento alisado
mármore / Granito
cerâmica
porcellanato
lajotas rústicas
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
mais seguro para caminhar
outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
não
sim
2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
madeira (painéis ou lambris)
pintura lisa
texturas
alvenaria aparente
pedras
papel de parede
cerâmicas
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada
forro em gesso com sancas e detalhes
forro em gesso liso em placas ou acartonado
forro de PVC
forro de madeira
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
COZINHA/LAVANDERIA
1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
piso laminado de madeira
madeira maciça (tábuas)
carpete
borracha
cimento alisado
mármore / Granito
cerâmica
porcellanato
lajotas rústicas
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
mais seguro para caminhar
outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
não
sim
2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
madeira (painéis ou lambris)
pintura lisa
texturas
alvenaria aparente
pedras
papel de parede
cerâmicas
outro:
Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada
forro em gesso com sancas e detalhes
forro em gesso liso em placas ou acartonado
forro de PVC
forro de madeira
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
DORMITÓRIOS
1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
piso laminado de madeira
madeira maciça (tábuas)
carpete
borracha
cimento alisado
mármore / Granito
cerâmica
porcellanato
lajotas rústicas
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
mais seguro para caminhar
outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
não
sim
2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
madeira (painéis ou lambris)
pintura lisa
texturas
alvenaria aparente
pedras
papel de parede
cerâmicas
outro:
Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência?
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada
forro em gesso com sancas e detalhes
forro em gesso liso em placas ou acartonado
forro de PVC
forro de madeira
outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão)
menor preço ou maior durabilidade, ou ambos
mais bonito
mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar
isola melhor acusticamente
isola melhor termicamente
mais higiênico ou mais fácil de limpar
outro:
Apêndice 2 – Formulário questionário etapa 1 - Ambiente
1) Qual é a Tipologia da sua moradia?
Casa Apartamento Hotel / Flat
Outros Qual?
2) Em quantos cômodos / Ambientes, é dividida a sua residência? 6
3) Você tem preferência por algum ambiente em específico?
Não Sim Qual?
4) Para você, o que significa um ambiente confortável?
signif ica um ambiente aconchegante com
5) E um ambiente desconfortável?
signif ica desarmonia entre iluminação,
6) Você poderia citar algum lugar visitado, ou ambiente que você considera confortável?
quarto da minha casa
7) Dos ambientes relacionados abaixo, qual deles você considera mais importante sob o ponto de vista conforto?
Sala de Estar Sala de Jantar Sala de TV
Quarto Cozinhas Banheiro
Outro.
Por quê?
São os lugares onde eu passo a maior p
8) E sob o ponto de vista uso / ocupação, qual deles é mais importante?
Sala de Estar Sala de Jantar Sala de TV
Quarto Cozinhas Banheiro
Outro.
Por quê?
Por que necessita ser bem funcional
9) Qual ou quais dos materiais relacionados abaixo você NÃO possui especificado em nenhum ambiente de sua residência considerando somente pisos, paredes e tetos:
Madeira Granito / Mármore Piso Laminado de madeira
Cerâmica Porcelanatto Carpete
Textura Forro em Madeira Forro em PVC
Forro em Gesso
Apêndice 2 – Formulário questionário etapa 1 - Sala 1) De que material é revestido o piso da sua sala de estar?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Mais seguro para caminhar
Outra razão: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
Não Sim:
2) Quais materiais se encontram nas paredes de sua sala de estar?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão: 3) De que material é feito o forro / teto da sua sala de estar?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Qual seria (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão:
Apêndice 2 – Formulário questionário etapa 1 - Cozinha 1) De que material é revestido o piso da sua cozinha?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Mais seguro para caminhar
Outra razão: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
Não Sim:
2) Quais materiais se encontram nas paredes de sua cozinha?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão: 3) De que material é feito o forro / teto da sua cozinha?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Qual seria (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão:
Apêndice 2 – Formulário questionário etapa 1 - Dormitórios ) De que material é revestido o piso do seu dormitório?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Carpete Madeira Maciça (Tábuas) Piso Laminado de Madeira
Borracha Cimento Alisado Granito / Mármore
Cerâmica Porcelanatto Lajotas Rústicas
Outros:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Mais seguro para caminhar
Outra razão: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)?
Não Sim:
2) Quais materiais se encontram nas paredes de seu dormitório?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Madeira (painéis ou lambris) Pintura Lisa Textura
Alvenaria aparente Pedras Papel de parede
Cerâmicas
Outro:
Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão: 3) De que material é feito o forro / teto da seu dormitório?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Qual seria (este mesmo, ou outro) o material ideal?
Laje pintada Forro em gesso com sancas e detalhes
Forro em gesso liso em placas ou acartonado
Forro em PVC Forro em madeira
Outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção)
Menor Preço ou maior durabilidade, ou ambos Mais bonito
Isola melhor acusticamente Isola melhor termicamente
Mais Aconchegante tanto para olhar, como para tocar Mais higiênico ou mais fácil de limpar
Outra razão:
Apêndice 3 – Formulário questionário etapa 2 - Sala
Escolha a imagem que melhor representa para você, um ambiente confortável. Lembre-se, você poderá escolher somente uma foto por ambiente.
SALA 01 Piso Laminado de madeira, parede em pintura lisa e laje pintada.
SALA 02 Piso Laminado de madeira, parede em Pintura Lisa e forro em gesso com detalhes.
SALA 03 Piso em Madeira Maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
SALA 04 Piso em porcelanatto, parede em painel de madeira e forro em gesso liso.
SALA 05 Piso em carpete, parede em textura e forro em gesso com detalhes.
SALA 06 Caso não encontre nenhuma foto ideal você poderá escrever, a sua sugestão ideal sob o
ponto de vista do conforto.
PISO IDEAL:
PAREDE IDEAL:
FORRO IDEAL:
Apêndice 3 – Formulário questionário etapa 2 - Dormitório
Escolha a imagem que melhor representa para você, um ambiente confortável. Lembre-se, você poderá escolher somente uma foto por ambiente.
DORMITÓRIO 01 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em laje pintada.
DORMITÓRIO 02 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.
DORMITÓRIO 03 Piso em Madeira maciça , parede em papel de parede e forro em gesso liso.
DORMITÓRIO 04 Piso em Carpete, parede em painel de madeira e forro em gesso liso.
DORMITÓRIO 05 Piso em Madeira maciça , parede em textura e forro em gesso com detalhes.
DORMITÓRIO 06 Caso não encontre nenhuma foto ideal você poderá escrever, a sua sugestão ideal sob o
ponto de vista do conforto.
PISO IDEAL:
PAREDE IDEAL:
FORRO IDEAL:
Apêndice 3 – Formulário questionário etapa 2 - Cozinha
Escolha a imagem que melhor representa para você, um ambiente confortável. Lembre-se, você poderá escolher somente uma foto por ambiente.
COZINHA 01 Piso em Cerâmica , parede em cerâmica e forro em laje pintada
COZINHA 02 Piso em Porcelanatto, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes
COZINHA 03 Piso em Madeira Maciça, parede em cerâmica e forro em gesso liso.
COZINHA 04 Piso em Granito/Mármore, Parede em pintura Lisa e forro e laje pintada.
COZINHA 05 Piso em Lajota Rústica, Parede em textura e forro em gesso liso.
COZINHA 06 Caso não encontre nenhuma foto ideal você poderá escrever, a sua sugestão ideal sob o
ponto de vista do conforto.
PISO IDEAL:
PAREDE IDEAL:
FORRO IDEAL: