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XVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

ADESTRAMENTO X EDUCAO CONTINUADA:DE PEDRO PEDREIRO AO HOMEM PARENTTICO

Victor Cludio Paradela FerreiraXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

RESUMO

Na sociedade do conhecimento, as organizaes no conseguem manter-se

competitivas sem realizar investimentos eficazes no desenvolvimento de seus funcionrios. Muitas vezes, no entanto, os programas de treinamento no contribuem para o crescimento efetivo dos trabalhadores. Seguindo modelos de

gesto que tm como base a alienao do trabalhador e sua reduo a simples engrenagem do processo produtivo, tais programas esto mais prximos do

adestramento do que da educao. O artigo destaca a diferena entre os esforos tradicionais de capacitao daqueles que adotam uma viso ampliada de educao corporativa. Como exemplos dessas distintas vises so destacados dois modelos

de trabalhador: Pedro Pedreiro, personagem da msica homnima de Chico Buarque, e o homem parenttico, definido por Alberto Guerreiro Ramos. Reflexes

sobre essas duas expresses antagnicas de ser humano so acompanhadas de destaques no pensamento de alguns autores que contribuem para o entendimento do conceito de educao continuada e sua aplicao nas organizaes de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE:

Treinamento; Educao continuada; Educao corporativa.

ABSTRACT

In the society of the knowledge, the organizations cannot maintain to remain

themselves competitive without carrying through efficient investments in the development of its employees. Many times, however, the training programs do not

contribute for the effective growth of the workers. Following management models that have as base the alienation of the worker and its reduction the simple gear of the productive process, such programs are next to the taming the education. The article

detaches the difference between the traditional efforts of qualification of that they adopt an extended vision of corporative education. As examples of these distinct

visions, two models of worker are detached: Peter Mason, character of music of Chico Buarque, and the parenthetic man, defined for Alberto Guerreiro Ramos. Reflections on these two antagonistic expressions of human being are in of

prominences in the thought of some authors who contribute for the agreement of the concept of continued education and its application in the work organizations.

KEY-WORDS

Training; Continued education; Corporative educationXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

Adestramento x Educao Continuada De Pedro Pedreiro ao Homem Parenttico

Introduo

Conforme destacado pelos mais diversos analistas da ambincia organizacional

contempornea, o contexto social e mercadolgico no qual as organizaes esto atualmente inseridas caracterizado por uma crescente complexidade. Dentre os

diversos fatores que podem ser apontados como indicadores dessa complexidade, destacam-se alguns diretamente relacionados com a crescente necessidade de se promover o aprendizado.

Questes como o processo de globalizao, a emergncia de novos valores pessoais, a redescoberta da qualidade de vida, tm contribudo para o surgimento

de novos paradigmas organizacionais (VERGARA, 2005). A difuso do conhecimento, a valorizao da educao e o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem revelam-se vitais tanto no nvel individual, para garantia da

empregabilidade, quanto no organizacional, para preservao da competitividade.

Na verdade, a busca de uma melhor capacitao para o bom desempenho das

atividades organizacionais no apenas uma preocupao dos dias atuais. Mesmo antes da revoluo industrial e do surgimento dos primeiros estudos cientficos da administrao, havia nas oficinas artesanais processos sistemticos da

aprendizagem pela prtica, envolvendo mestres e aprendizes. O que estamos observando agora o aprimoramento, a ampliao e o redirecionamento dos

esforos de educao corporativa.

A partir, principalmente, da dcada de 1980, esse tema passou a merecer uma maior ateno, com o surgimento de teorias administrativas relacionadas chamada

sociedade do conhecimento. O aprendizado organizacional e a busca de aquisio das competncias essenciais para a obteno de uma competitividade sustentvel

passaram, ento, a merecer uma maior ateno dos gestores. As pesquisas nessas reas tomaram um maior impulso, sendo desenvolvidas diversas ferramentas que auxiliam no aprimoramento da forma como as organizaes lidam com o

conhecimento. Passou a ser difundido um entendimento de que fundamental a criao de condies favorveis aquisio, difuso e incorporao de

conhecimentos, os quais vo favorecer o desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos e a adoo de arranjos organizacionais mais flexveis, caractersticas requeridas das organizaes contemporneas.

Essa mudana trouxe impactos significativos no apenas sobre os processos de educao corporativa, como tambm sobre os modelos de gesto. Nas

organizaes tpicas da sociedade contempornea, o conhecimento e a informao assumem uma realidade prpria, que pode ser dissociada do movimento fsico dos bens e servios. Com isso, os ativos que geram e difundem o conhecimento passam

a ter igual ou maior valor do que os de natureza fsica. O conhecimento passa a ser percebido como a maior fonte de riqueza e diferenciao dos indivduos, das

organizaes e dos pases. O domnio de formas eficazes de gerenciamento desseXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

novo ativo torna-se, portanto, uma enorme fonte de eficincia e lucros (STEWART, 1998).

As formas tradicionais de treinamento corporativo no so, no entanto, capazes de

oferecer respostas adequadas s necessidades de capacitao percebidas nas organizaes contemporneas. O perfil de trabalhador atualmente desejado: inteligente, compromissado, capaz de tomar iniciativas e participar de processos

decisrios, auto-motivado, dentre outras caractersticas, faz com que a simples aquisio de conhecimentos no seja mais suficiente.

Alm disso, os programas tradicionais de treinamento esto, muitas vezes, firmados em princpios e metodologias que estimulam no o crescimento efetivo do trabalhador em suas diversas dimenses, chegando, por vezes, prximo do mais

elementar adestramento. Acabam, com isso, estimulando os treinandos a agir de forma passiva, limitando-se a incorporar conhecimentos e habilidades sem

question-las.

Como pano de fundo da adoo de modelos limitados de capacitao, costumam estar modelos de gesto centrados na passividade dos trabalhadores, opostos,

portanto, s necessidades das organizaes contemporneas. Para analisar essa grave deficincia, o artigo lana mo de um recurso potico, destacando a letra da

msica Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, como exemplo do que ocorre com um trabalhador tpico quando submetido a um processo de alienao de sua capacidade de sonhar e de crescer.

Pedro Pedreiro: um exemplo de adestramento e represso

A conhecida obra Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, tem a seguinte letra:

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem Manh parece, carece de esperar tambm

Para o bem de quem tem bem de quem no tem vintm Pedro pedreiro fica assim pensando

Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando pra trs Esperando, esperando, esperando, esperando o solEsperando o trem, esperando aumento desde o ano passado para o ms que vem

Pedro pedreiro espera o carnaval

E a sorte grande do bilhete pela federal todo msEsperando, esperando, esperando, esperando o sol

Esperando o trem, esperando aumento para o ms que vemEsperando a festa, esperando a sorte

E a mulher de Pedro est esperando um filho pra esperar tambm

Pedro pedreiro est esperando a morte Ou esperando o dia de voltar pro Norte

Pedro no sabe mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda que o mundo Maior do que o mar, mas pra que sonhar se d o desespero de esperar demais Pedro pedreiro quer voltar atrs, quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar Esperando, esperando, esperando, esperando o sol

Esperando o trem, esperando aumento para o ms que vemXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

Esperando um filho pra esperar tambm

Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte,esperando o Norte Esperando o dia de esperar ningum, esperando enfim, nada mais alm Que a esperana aflita, bendita, infinita do apito de um trem

Pedro pedreiro pedreiro esperando

Pedro pedreiro pedreiro esperando

Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem

Que j vem, que j vem, que j vem, que j vem.

A letra da msica em foco apresenta, como se v, uma contundente crtica ao

sistema produtivo dominante. Pode-se perceber em seus versos o processo de desumanizao a que o trabalhador induzido em uma sociedade na qual o ser

humano tem sido reduzido a um simples fator de produo.

No primeiro verso, o personagem apresentado como sendo Pedro PedreiroPenseiro. A colocao de sua profisso como parte de seu nome sinaliza a

importncia fundamental que o desempenho de um ofcio representa em nossa sociedade, na qual o indivduo que no tenha uma ocupao produtiva

marginalizado. Esse no seria, portanto, o caso de Pedro, que se entregou sua profisso ao ponto de incorpor-la no prprio nome. Como tantos outros operrios, ele est, na madrugada de um dia qualquer, esperando o trem que o conduzir a

mais uma jornada de trabalho.

A passividade com que ele tem que ficar aguardando a conduo retrata sua

impotncia diante da vida que leva. A letra d a entender que o trem est atrasado, pois manh parece, carece de esperar tambm, para o bem de quem tem bem, de quem no tem vintm. Ou seja, como ele no pode intervir para resolver sua aflitiva

situao de aguardar uma conduo atrasada, com o risco de perder os vintns que ganharia em sua diria de trabalho, tem que torcer para uma soluo totalmente

sobrenatural, fantasiosa, que seria o tempo parar e a manh se atrasar a chegar. Afinal, apesar de no ter vintm ele ainda tem bem. Ainda que pobre, tem alguns bens, no um indigente e precisa preservar sua modesta renda para garantir uma

vida com alguma dignidade para si e sua famlia.

Pedro Pedreiro recebe tambm outro nome: Penseiro. Por que no seria Pensador?

A palavra empregada no existe nos dicionrios. Foi criada pelo compositor para representar algum que tem sua capacidade crtica reprimida a ponto de ser ridicularizado por tentar agir como um pensador. Seria muita pretenso desse

humilde operrio querer agir como um intelectual, desenvolvendo reflexes mais complexas. , por isso, tratado como um penseiro, um mero arremedo de pensador.

A impropriedade de sua atitude de tentar pensar evidenciada quando a letra diz que: Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando pra trs. Caso insista em ficar pensando, ele acabar se atrasando ou desviando a ateno do que

interessa, que sua capacidade de trabalho braal. Afinal, para o seu patro ele mo-de-obra expresso muito utilizada, que reflete o preconceito dominante

contra os trabalhadores, que no precisam pensar, pois emprestam apenas suaXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

fora fsica. Poder tambm ser colocado de lado, deixando de ser til ao sistema produtivo e, com isso, ficando pra trs.

A inutilidade de seus sonhos tambm retratada no fato de que o tal aumento para

o ms que vem est sendo esperado desde o ano passado. Pedro parece ser uma pessoa que mantm a esperana, apesar do tempo que passa e do aumento que no vem.

A estrofe seguinte apresenta os sonhos que o sistema permite a Pedro. Ele pode esperar o carnaval, momento mgico de fuga da realidade, de inverso de valores,

no qual os pobres desfilam fantasiados de reis e princesas e tm um feriado para se pensar em tudo, menos nos compromissos profissionais. Ele tambm pode esperar tirar a sorte grande, sendo premiado na loteria federal. Essa possibilidade,

embora totalmente remota em termos estatsticos, fundamental para aquietar a angstia dos que, como ele, no tem vintm. uma soluo que se apresenta

quase que to mgica e irreal quanto aquela da manh esperar para nascer para que ele no se atrase. Pensar nisso, todavia, renova suas esperanas a ponto de agora voltar a pensar no aumento para o ms que vem, esquecendo-se que est

desde o ano passado nessa v esperana. H ainda o sol, pelo qual ele pode esperar sem problemas, pois esse no distingue os pobres dos ricos e, como diz o

ditado nasce para todos.

Pedro tambm espera, junto com sua mulher, o nascimento de uma criana. Os filhos costumam ser percebidos como a possibilidade de concretizao de tudo

aquilo que uma pessoa no consegue realizar. Um pobre pedreiro pode ter a esperana de que seu filho vai conseguir estudar e vencer na vida, tornar-se um

doutor, alcanando uma profisso melhor, mais valorizada e menos desgastante. A chegada de uma criana certamente vai lhe trazer maiores alegrias na dimenso de vida que lhe resta para ser feliz, que a familiar. Afinal, como ensinam as antigas

(mas ainda praticadas) teorias de gesto, trabalho para ganhar dinheiro e no para ser feliz. Alegria, prazer, realizao e satisfao so coisas que os operrios devem

buscar fora das empresas, em seus momentos de folga. A gravidez de sua mulher , portanto, outro fator que serve como uma espcie de vlvula de escape, que ajuda a evitar a angstia daqueles que, como ele, nada mais tem a esperar de bom.

Em seguida, so revelados outros sonhos de Pedro: ele est esperando a morte ou esperando o dia de voltar para o norte. Embora muito diferentes, essas duas

possibilidades representam a libertao de seu ofcio de pedreiro. A volta para o norte o retorno s suas razes, terra onde passou a infncia, aquela poca da vida em que mais preservamos nossa humanidade, por que mantemos a capacidade

de sonhar e no temos ainda compromissos com o a sociedade centrada no mercado e na produo. A morte, no outro extremo da vida, o levar, certamente,

libertao de sua sina de operrio infeliz com seu trabalho. Se ele acreditar na existncia de um cu, de um paraso, melhor ainda.

A msica diz ainda que Pedro no sabe mas talvez, no fundo, espere alguma coisa

mais linda que o mundo, maior do que o mar. Por mais que seja coisificado pelo sistema, ele ainda humano e mantm a capacidade de sonhar alto, de

transcender. Esse sentimento, entretanto, logo reprimido: Mas pra que sonhar, se d, o desespero de esperar demais. Pedro Pedreiro quer voltar atrs, quer se pedreiro, pobre e nada mais sem ficar esperando.... Uma espera assim to distanteXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

da realidade miservel em que vive, torna-se opressiva e angustiante por sua

aparente inutilidade e por isso deve ser esquecida. O melhor para ele voltar a esperar nada mais alm que a esperana aflita, bendita, infinita do apito de um

trem. A chegada do trem vai se tornar para ele, portanto, algo bendito, que terminar com sua aflio. As esperanas mais lindas do que o mundo e maiores do que o mar sero, assim, miseravelmente reduzidas simples expectativa de que a

conduo chegue logo para que ele no se atrase.

No final da msica, o nome de Pedro j mudou, passando a ser Pedro Pedreiro,

Pedreiro e no mais Pedro Pedreiro, Penseiro. Sua tentativa de agir como um arremedo de pensador fracassou de vez. O bom senso, ou seja, o senso de responsabilidade com o servio, com o horrio a cumprir, lhe fez abrir mo dessa

intil pretenso e reforar seu compromisso com a profisso que abraou, sendo agora duplamente Pedreiro. O anncio da chegada do trem completa seu processo

de alienao, sendo anunciado de forma repetitiva com o prprio som de uma locomotiva: que j vem, que j vem, que j vem, que j vem. a mquina prevalecendo sobre o homem, impondo seu modo de trabalho impessoal,

padronizado e repetitivo.

Os processos de educao corporativa baseados na simples aquisio de

conhecimentos e habilidades necessrias reproduo de comportamentos padronizados, contribui diretamente para que Pedro Pedreiro e os trabalhadores que ele simboliza fiquem cada vez mais distantes da capacidade de pensar e de sonhar.

Certamente no deveria ser esse o objetivo das organizaes, que precisam cada vez mais de contar com funcionrios maduros, conscientes e criativos.

A idia de educao continuada, apresentada a seguir, representa uma abordagem mais avanada do que a adotada pelos treinamentos tradicionais, podendo romper com as limitaes geradoras de pedros pedreiros .

Bases da educao continuada

A complexidade que marca a sociedade atual tem levado as organizaes que adotam modelos de gesto mais avanados a investir em aes que contribuam para a formao de competncias de seus funcionrios. O progresso cientfico, que

gera constantes mudanas tecnolgicas; a adoo de novos modelos produtivos e a necessidade de sobrevivncia em mercados cada vez mais competitivos geram

novas necessidades educacionais. Alguns conhecimentos adquiridos na formao inicial, ou seja, os provenientes das escolas e faculdades e os incorporados nos cursos de formao profissional tornam-se rapidamente obsoletos, exigindo

investimentos permanentes na educao dos trabalhadores.

Os programas tradicionais de treinamento, ainda que sejam bem conduzidos

revelam-se limitados diante dessa demanda. Com isso, torna-se necessria a criao de uma cultura de aprendizagem contnua e com foco ampliado, que favorea o crescimento pessoal e profissional dos funcionrios. A chamada

educao continuada representa uma resposta mais eficaz a essa necessidade. Em muitos programas de treinamento tradicionais, ao contrrio, o objetivo almejado

limita-se a tornar os trabalhadores aptos a realizar de modo eficaz as tarefas que lhes so atribudas, adquirindo as habilidades especficas que necessitaro para execut-las. Tal foco, nos treinamentos tradicionais, repousa, em geral, naXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

modelagem de comportamentos, privilegiando-se a capacidade de observar e repetir e no o desenvolvimento da inteligncia. (MARIN, 2000).

O treinamento desenvolvido nessas bases manifesta uma forte influncia do

chamado modelo taylorista de produo. Para Taylor, o bom operrio era aquele que executa suas tarefas exatamente como lhe so ensinadas por seus supervisores, sem preocupar-se em entend-las ou, muito menos, question-las. Expresses

ainda hoje utilizadas por alguns gerentes como: voc no pago para pensar e sim para fazer ou manda quem pode, obedece quem tem juzo, revelam bem o sentido

dessa dissociao entre quem deve pensar (os ocupantes de cargos hierarquicamente superiores) e quem deve limitar-se a cumprir ordens (os trabalhadores menos qualificados). A medida em que foram surgindo modelos de

gesto alternativos ao taylorismo, com a emergncia da chamada sociedade ps-industrial, a busca de propostas como a da educao continuada foi fortalecida.

O prprio uso da expresso educao j revela a ampliao do foco de ateno aqui destacada. A finalidade comumente associada ao treinamento a aquisio ou aperfeioamento de um conjunto bem especfico de conhecimentos tcnicos,

habilidades motoras e comportamentais que possam ser imediatamente aplicveis na realizao das tarefas que precisam ser desempenhadas pelos trabalhadores. A

educao continuada rompe com esse imediatismo, procurando desenvolver o indivduo de uma forma ampliada, aumentando seu conhecimento geral, contribuindo para seu crescimento pessoal e profissional e focando tambm no

futuro.

A idia da educao continuada est baseada em uma interpretao da educao

como um processo que prolonga-se por toda a vida, tendo o conhecimento como eixo na formao humana permanente. A educao deve, portanto, ser vista como um processo infinito. Tanto para o indivduo como para as organizaes, ela uma

fonte inesgotvel que proporciona facilitao de mudanas, quebra de velhos padres, mudanas de ponto de vista e reorganizao de sistemas, desafios

bastante relevantes na sociedade atual (MARIOTTI, 1995).

Um bom exemplo desse tipo de proposta oferecido por uma indstria na qual os empregados podem se matricular, por iniciativa prpria, em qualquer curso e a

empresa paga metade do valor da inscrio. Os dirigentes da organizao em questo entendem que no existe conhecimento ou habilidade que o indivduo

deseje adquirir que possa ser considerado intil. Assim, cursos como capoeira, pintura em madeira, histria de antigas civilizaes, filosofia e dana, que no possuem relao direta com as necessidades de capacitao requeridas pelos

cargos que ocupam, podem ser feitos pelos funcionrios. Parte -se do pressuposto de que sempre que uma pessoa dedica-se a aprender algo ou desenvolver novas

habilidades estar crescendo, tornando-se mais madura. Uma postura bem distinta, portanto, da adotada pelas organizaes que somente investem em cursos diretamente relacionados s necessidades imediatas da produo.

Outro exemplo dado pelas diversas organizaes que do auxlio financeiro para que os funcionrios completem seus estudos na educao bsica ou cursem uma

faculdade. O pressuposto por trs dessas iniciativas o mesmo: todos os processos educativos, mesmo os que no so especificamente relacionados s necessidades imediatas de trabalho, contribuem para o crescimento do indivduo e, emXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

decorrncia, favorecem seu amadurecimento profissional, gerando, em decorrncia, uma maior produtividade.

Deve-se considerar, entretanto, que os investimentos que tm sido efetivados pelas

organizaes no devem ser entendidos como manifestaes de bondade empresarial, como se estivessem voltados principalmente para a satisfao dos funcionrios. O objetivo principal da adoo da educao continuada evitar a

desatualizao tcnica e cultural que, no mundo atual, leva perda da produtividade. Indivduos pouco preparados tendem a ter no apenas dificuldades

tcnicas na execuo de suas tarefas como tambm baixa auto-estima e sentimento de incapacidade profissional, com evidentes prejuzos para o seu desempenho no trabalho.

O prprio conceito de educao continuada fica em parte prejudicado pelas caractersticas do modo de produo capitalista. O sistema econmico vigente

caracteriza -se por estimular uma percepo de mundo muito pragmtica e exigir resultados a curto prazo. Com isso, tendem a ser limitados os investimentos em educao e em pesquisa e desenvolvimento, ainda que os mesmos possam

contribuir para o prprio sucesso futuro das organizaes (THUROW, 1998).

Esse problema fica claro na seguinte definio de educao continuada: Conjunto

de prticas educacionais planejadas para promover oportunidades de desenvolvimento do funcionrio, com a finalidade de ajud-lo a atuar mais efetiva e eficazmente em sua vida institucional (MUNDIM, 2002, p. 63-64).

No se deve, portanto, dar lugar a idias ingnuas de que os processos de educao continuada representam, acima de tudo, uma forma de valorizao do

indivduo. Na verdade, a formao profissional contribui para tornar os funcionrios mais rentveis e melhor adaptados s novas caractersticas do modelo produtivo vigente.

Isso no significa, no entanto, que no proporcione vantagens para os trabalhadores. So oferecidas a esses recompensas psicolgicas e financeiras, por

meio da elevao da auto-estima e da maior possibilidade de ascenso funcional. Tambm favorecida a recolocao no mercado de trabalho, que se faz necessria quando as condies encontradas em uma determinada organizao revelam-se

desfavorveis.

Diversos estudos tm demonstrado que o indivduo favorecido ao participar de

processos de educao continuada. Tais processos contribuem para que saiba conduzir melhor o seu destino, capacitando-se tambm para o melhor exerccio de uma cidadania ativa. Ao mesmo tempo em que vai adquirir saberes e capacitar-se

para o trabalho, a pessoa pode aumentar sua capacidade de discernir e agir, ampliando a conscincia de si prpria e do meio que a envolve e sentindo-se

estimulada a desempenhar um papel social mais ativo. Para tanto, deve ser buscada uma educao que caracterize-se por ser pluridimensional, reconhecendo e desenvolvendo a multidimensionalidade do ser humano (CHANLAT, 1996; DAVEL e

VERGARA, 2001).

Deve-se tambm considerar que a educao continuada no se faz apenas com a promoo de cursos, ainda que os esforos nessa rea sejam significativos a pontoXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

de se dizer que a empresa possui uma universidade corporativa. Embora vlidas, as

iniciativas direcionadas nesse sentido podem levar a uma certa acomodao, fazendo com que no sejam buscadas outras importantes alternativas. A reviso da

forma como o indivduo percebido na organizao e, conseqentemente, das relaes de trabalho e dos modelos de gesto, representa parte importante das estratgias que precisam ser adotadas. A indicao de leituras, filmes, peas de

teatro ou sites da internet e o oferecimento de programas de estgio so exemplos de formas alternativas de educao continuada.

A verdadeira educao continuada consiste em auxiliar o indivduo a participar ativamente do mundo que o cerca, a incorporar vivncias relevantes no apenas para o seu aprimoramento profissional como tambm para o seu desenvolvimento

pessoal, o qual precisa ser buscado com o entendimento da notvel complexidade que envolve cada pessoa.

O ser humano caracteriza-se por ser multidimensional, manifestando-se ao mesmo tempo como um ser biolgico, social, cultural, afetivo, econmico, tico e poltico.

Pode, ainda, a despeito de ser maduro, agir por vezes de modo infantil, neurtico ou

delirante, retomando, em seguida, uma postura racional. Edgar Morin, um dos grandes estudiosos da complexidade que caracteriza nossa sociedade, oferece uma

bela definio da multifacetada natureza humana:

O ser humano um ser racional e irracional, capaz de medida e desmedida; sujeito de afetividade intensa e instvel. Sorri, ri, chora, mas sabe tambm conhecer com objetividade; srio e calculista, mas tambm ansioso, angustiado, gozador, brio, exttico; um ser de violncia e ternura, de amor e de dio; um ser invadido pelo imaginrio e pode reconhecer o real, que consciente da morte, mas que no pode crer nela; que secreta o mito e magia, mas tambm a cincia e a filosofia; que possudo pelos deuses e pelas Idias, masque duvida dos deuses e critica as Idias; nutre-se dos conhecimentoscomprovados, mas tambm de iluses e de quimeras. (MORIN, 2000, p. 59)

Morin tambm destaca outra diferena fundamental entre os processos educativos

tradicionais e a educao libertadora que deve-se almejar. Ele denomina uma cabea bem cheia aquela em que o saber acumulado sem que lhe seja atribudo

sentido, sem que seja criticado. J uma cabea bem-feita aquela em que no lugar do simples acmulo do saber, sua seleo e interpretao feita de forma crtica. Com isso, desenvolvem-se as habilidades necessrias para solucionar os problemas

de natureza complexa que caracterizam nossa sociedade.

A cabea bem feita proporciona ao ser humano uma educao para a vida em

suas diversas dimenses e no apenas para as necessidades da produo. Prepara-o, em conseqncia, para desempenhar papis fundamentais nos mais avanados sistemas produtivos. Oferece ao indivduo melhores condies para

enfrentar os grandes desafios da globalidade e da complexidade, que se manifestam na vida quotidiana, social, poltica e profissional. A aptido para contextualizar e

globalizar os saberes torna-se, portanto, um imperativo da educao (MORIN, 2001).XVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

Os processos educativos, na perspectiva ampliada da educao continuada,

precisam compreender o indivduo em toda a sua complexidade, o que s possvel por meio de um enfoque multidisciplinar. Faz-se tambm necessria a existncia de

um ambiente adequado, que estimule os empregados a buscar suas prprias experincias de aprendizagem. As pessoas devem buscar oportunidades de aprendizado dentro e fora da organizao onde trabalham. Devem tambm assumir

pessoalmente a responsabilidade pela continuidade da prpria aprendizagem (MARIN, 1995).

Os modelos de gesto que predominam nas organizaes revelam-se, no entanto, desfavorveis a essa percepo, havendo vrias dimenses do ser humano que tm sido sistematicamente esquecidas ou pouco valorizadas. Os trabalhadores tm sido,

na maioria das organizaes, reduzidos a uma mera varivel produtiva, que precisa ser controlada. Um recurso cujo aprimoramento se faz necessrio para que seja

alcanada uma maior eficincia produtiva (CHANLAT, 1996).

A consolidao de um modelo de gesto mais favorvel implica na necessidade dos dirigentes, ao definirem as estratgias corporativas e os processos de trabalho,

levarem em conta a subjetividade humana, os significados que ela atribui s realidades e teia que tece nas decodificaes de mensagens recebidas

(VERGARA, 2005).

A incorporao pelas organizaes do conceito de educao continuada precisa, tambm, focar na aquisio, pelos indivduos, de uma maior autonomia, o que

somente pode ser vivel quando so superados os modelos autoritrios de relacionamento interpessoal. Deve-se considerar que a educao sempre se

apresenta como uma ao entre sujeitos, isto , como uma prtica social. Os modelos de gesto precisam incorporar, para que possam realmente favorecer a educao continuada, o favorecimento ao estabelecimento de dilogos maduros

entre os membros da organizao. Para que sejam alcanados os resultados desejveis importante, portanto, que, em paralelo aos esforos educativos, sejam

promovidas aes direcionadas para o aprimoramento dos modelos e prticas de gesto.

Para tanto, faz-se necessria a superao dos limites impostos pela racionalidade

instrumental, que aquela baseada apenas em aspectos racionais e pragmticos, voltada para a maximizao da produtividade de forma dissociada dos valores a ela

associados. O uso dessa nova forma de racionalidade, chamada por Habermas de racionalidade comunicativa, oferece inmeras possibilidades de entendimentos mtuos, orientados para a ao muito mais autnoma e independente dos

mecanismos de controle burocrtico (TENRIO, 2002).

Outra limitao que precisa ser superada a tendncia, encontrada na pedagogia

tradicional e reproduzida muitas vezes na educao corporativa, de buscar adaptar o ser humano realidade na qual est inserido. Paulo Freire denunciou o equvoco que est por trs dessa busca, afirmando que a educao deve levar

transformao e no acomodao. A educao que procura adaptar o homem mata suas possibilidades de ao consciente, de questionamento e superao,

reduzindo o ser humano a uma espcie de abelha, condicionado por comportamentos padronizados e pela forte disciplina (FREIRE, 1979).XVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

A proposta de Paulo Freire pode parecer, a princpio, muito distante da realidade das

organizaes de trabalho. Isso ocorre porque os modelos tradicionais de gesto costumam apresentar a organizao como sinnimo de ordem centralizada e

padronizada, de disciplina construda com base na renncia da individualidade e na submisso passiva autoridade.

A aplicao dessa proposta educao corporativa deve estar, portanto, vinculada

adoo de abordagens alternativas da teoria administrativa, que apresentem um conceito crtico das bases em que foram construdos os modelos gerenciais

predominantes. Guerreiro Ramos desenvolveu uma viso crtica que revela-se muito til na compreenso dessa questo. A prxima seo destaca a contribuio desse autor.

A viso crtica de Guerreiro Ramos: o homem parenttico

Na percepo de Guerreiro Ramos, as teorias administrativas esto assentadas em

uma viso de mundo utilitarista, na qual percebemos a hegemonia dos valores econmicos sobre os valores humanos. O trabalhador visto apenas como um meio para se alcanar resultados produtivos em uma sociedade centrada no mercado. ,

por isso, induzido a conformar-se ao modo de ser que lhe imposto pela organizao na qual trabalha, a qual deixa de ser uma das dimenses de sua vida,

passando a ser vista como a nica que interessa (RAMOS, 1984).

A crtica submisso passiva aos requisitos das organizaes no deve ser entendida como uma defesa da inadaptao do trabalhador, de sua total separao

da cultura e das normas institudas. Uma postura radical nesse sentido conduziria o indivduo que a adotasse a ser marginalizado, a tornar-se totalmente inadequado

aos requisitos para ingresso e permanncia nas organizaes. O modelo de homem proposto por Ramos foi por ele chamado de parenttico, expresso derivada da palavra parnteses. Assim como um texto que se coloca entre parnteses faz parte

da frase mas guarda sua identidade prpria, o ser humano deve, segundo essa proposta, integrar-se organizao onde trabalha sem, no entanto, anular-se e

perder sua individualidade.

O homem parenttico participa da organizao mantendo sua liberdade e sua percepo crtica diante da sociedade e do seu trabalho. Adquirindo um grau

avanado de conscincia sobre sua natureza humana, esse indivduo revela tambm um forte comprometimento tico, resgatando valores que transcendem a

viso utilitarista e centrada nos aspectos econmicos denunciada por Guerreiro Ramos.

Esse homem parenttico caracteriza-se tambm por buscar continuamente um

sentido para sua vida, bem alm do seu papel na engrenagem produtiva. Ele no aceita passivamente os padres de desempenho adotados, mas pode tornar-se um

grande realizador se lhe forem oferecidas condies mais humanas, se for respeitado como indivduo e profissional. A passividade diante das normas e processos produtivos institudos seria, para ele, inaceitvel, pois representaria no

um sinal de disciplina e cooperao e sim de renncia ao que tem de mais precioso: sua auto-estima e autonomia. Ele no se comporta como quem sabe o seu lugar,

frase usada normalmente por gerentes autoritrios para elogiar os trabalhadores servilmente obedientes, que se calam diante de sua autoridade, que falam baixo eXVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

nem mesmo costumam encarar seus superiores nos olhos, mantendo em relao a

eles uma postura de respeito servil, de subalterno. Ao contrrio, entende que digno de assumir uma postura ativa em relao prpria vida profissional e de

influenciar ativamente os grupos nos quais convive.

Os programas de educao corporativa deveriam adotar um modelo parecido com o homem parenttico, para que o ser humano possa ser compreendido em suas

mltiplas e complexas dimenses e tenha sua individualidade respeitada, a despeito de integrar-se organizao onde trabalha.

Concluso

A poca atual, conhecida como sociedade do conhecimento, tem, entre suas caractersticas, o fato de que a capacitao do corpo de funcionrios revela-se

fundamental para o sucesso de qualquer organizao. Os investimentos em educao corporativa tm, em decorrncia, no apenas aumentado, como tambm

comeam a ser direcionados a partir de novos pressupostos.

Muitas organizaes tm investido em atividades de treinamento para seus funcionrios. Tais atividades, no entanto, nem sempre so realizadas de modo

adequado. Diagnsticos de necessidades mal formulados, falta de critrios no estabelecimento de prioridades, erros na execuo dos cursos e a ausncia de

mecanismos avaliativos so alguns dos problemas comumente encontrados. Esforos de capacitao que apresentem essas deficincias acabam por se tornar simples custos e no investimentos com retorno significativo para a organizao ou

os indivduos que deles participam.

Mesmo os treinamentos que so bem planejados e conduzidos com eficincia

podem, no entanto, apresentar graves limitaes se forem baseados to somente na aquisio pelos funcionrios de uma srie de padres de comportamento e conhecimentos prontos, que no sejam passveis de questionamento. Esse tipo de

treinamento nem deveria ser chamado de educao corporativa, pois est muito mais prximo do adestramento do que do aprendizado.

As organizaes que mantm programas de capacitao baseados nessa perspectiva de adestramento esto contribuindo para a alienao de seus funcionrios, reduzindo-os a simples mo-de-obra e desconsiderando toda a

riqueza caracterstica do ser humano. Cooperam, com isso, para perpetuarem um modelo de sociedade injusto, no qual o personagem Pedro Pedreiro, da obra de

Chico Buarque, representa bem o trabalhador tpico, destitudo de seus sonhos e da capacidade de pensar de forma crtica.

A educao corporativa, para que seja merecedora do ttulo de educao

continuada, precisa incorporar, portanto, novos paradigmas. Deve respeitar o indivduo como um homem parenttico, na concepo de Guerreiro Ramos; ser

libertadora, como defendido por Paulo Freire; almejar a construo de relaes entre seres humanos maduros por meio de processos ativos de comunicao, como prope Habermas; articular-se com modelos de gesto nos quais o indivduo no

tenha tantas dimenses esquecidas, como denunciado por Chanlat e cooperar para que as pessoas tenham cabeas bem feitas e no cabeas cheias, como

proposto por Morin.XVII ENANGRADSo Lus, Maranho, 27 a 30 de agosto de 2006.

Sua aplicao bem sucedida depende, no entanto, da readequao dos modelos de

gesto adotados. No apenas as pessoas, mas tambm as organizaes precisam ser preparadas para aprender. Desenvolver modelos que facilitem o crescimento

pessoal e o desenvolvimento organizacional de grande importncia.

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