ADIN OAB LEI CARTÓRIOS PIAUÍ

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS

    ADVOGADOS DO BRASIL CFOAB, servio pblico dotado de personalidade jurdica e regulamentado pela Lei n 8.906/94, inscrito

    no CNPJ sob o n 33.205.451/0001-14, por seu Presidente, Marcus

    Vinicius Furtado Colho, vem, presena de Vossa Excelncia, por

    intermdio de seu advogado infra-assinado, com instrumento

    procuratrio especfico incluso e endereo para intimaes na SAUS

    Qd. 05, Lote 01, Bloco M, Braslia-DF, com base no art. 103, inciso

    VII e art. 102, inciso I, alnea a da Constituio Federal e no art. 2, inciso VII da Lei n 9.868/99, propor

    AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO

    CAUTELAR

    contra a) ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO

    ESTADO DO PIAU ALEPI, com endereo para comunicaes na Av. Mal. Castelo Branco, 201, Cabral, Teresinha/PI, rgo

    responsvel pela rejeio do veto realizado pelo Exmo. Sr.

    Governador de Estado ao art. 4 da Lei Complementar Estadual

    n 184, de 30 de maio de 2012, , pelos seguintes fundamentos:

  • 2

    1 - DO DISPOSITIVO LEGAL IMPUGNADO:

    Com efeito, a conhecida Lei dos Cartrios --- Lei Complementar n 184/2012, do Estado do Piau ---, resulta de projeto

    de lei encaminhado pelo Poder Judicirio objetivando alterao na Lei

    Estadual n 3.716/1979.

    Referida Lei Complementar criou novas serventias

    notariais de registro, correspondente s 7, 8 e 9 Ofcios de Registro

    de Imveis; 1 Ofcio de registro de protesto e ttulos; 4, 5 e 6

    Ofcios de registro civil de pessoas naturais e de interdio e tutela; 1,

    2 e 3 Ofcios de registro de ttulos e documentos e civil das pessoas

    jurdicas.

    A mesma lei estabeleceu obrigaes aos futuros

    ocupantes das atuais e futuras serventias (arts. 2 e 5), bem como

    regra de transio concernente ao exerccio das funes dos atuais

    oficiais de registro at a instalao das novas serventias cartorrias

    (art. 3).

    Porm, seu art. 4 condicionou a incluso das

    serventias existentes e vagas ao regime do concurso pblico

    apenas e to somente aps o trnsito em julgado de aes

    judiciais.

    Embora tenha recebido parecer favorvel na Comisso

    de Constituio e Justia da Assemblia Legislativa do Estado do

    Piau, na oportunidade o Deputado Estadual Ccero Magalhes

    apresentou substitutivo que estabelecia em seu art. 4, anexo, o

    seguinte:

    (...) A abertura de concurso para a delegao de Ofcio, que

    esteja submetido apreciao do Pode Judicirio, depender

    do trnsito em julgado da correspondente ao.

    (...)

    Aprovado o substitutivo por unanimidade na CCJ o

    processo foi remetido Comisso de Administrao Pblica e Poltica

    Social, tendo sido mantido tal substitutivo.

  • 3

    A OAB/PI, entendendo que a proposta de Sua

    Excelncia em condicionar o certame inexistncia de discusso

    judicial sobre a vacncia da serventia revelava-se inconstitucional,

    remeteu o Ofcio n 101/2012-GP, de 20 de maro de 2012.

    Levado a deliberao em 19 de abril de 2012

    entenderam os membros da Comisso de Administrao Pblica e

    Poltica Social da Assembleia Legislativa do Estado do Piau,

    unanimidade, em ignorar as advertncias sobre a inconstitucionalidade

    do substitutivo e mantiveram a redao acima mencionada.

    Isso motivou o encaminhamento de ofcio por parte da

    OAB/PI (Ofcio n 150/2012, de 18 de maio de 2012) ao Chefe do

    Executivo estadual requerendo fosse vetado o art. 4 do Projeto de Lei

    Complementar n 10/2011, ante sua patente inconstitucionalidade.

    Acatando o pleito da OAB/PI Sua Excelncia o

    Governador do Estado vetou o dispositivo, sendo publicado no Dirio

    Oficial n. 101, de 30 de 2012 o texto da agora Lei Complementar n.

    184/2012 (razes do veto em anexo).

    Ocorre, entretanto, que o Plenrio da Assembleia

    Legislativa do Estado do Piau rejeitou o veto, fazendo ingressar no

    ordenamento jurdico o malsinado art. 4.

    Destarte, a norma impugnada ofende a literalidade

    dos artigos 5, caput, 37, II, e 236, 3, da Carta da Repblica,

    especialmente por condicionar a incluso das serventias existentes

    e vagas ao regime do concurso pblico apenas e to somente aps

    o trnsito em julgado de aes judiciais.

    Eis a razo pela qual o Conselho Federal da Ordem dos

    Advogados do Brasil, como legitimado universal para a propositura de

    ao direta de inconstitucionalidade e, portanto, defensor da cidadania

    e da Constituio, no exerccio de sua competncia legal (Art. 44,

    inciso I da Lei n 8.906/94), comparece ao guardio da Carta Magna,

    para impugnar a integralidade do referido art. 4, da Lei

    Complementar Estadual n 184/2012, do Piau, como se justificar

  • 4

    abaixo, pleiteando a declarao de sua inconstitucionalidade e

    consequente afastamento do sistema jurdico.

    Feitas essas consideraes, passa-se a demonstrar a

    inconstitucionalidade do dispositivo legal contestado.

    2 FUNDAMENTOS JURDICOS:

    2.1 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL PROJETO DE LEI DE INICIATIVA DO PODER JUDICIRIO APRESENTAO DE SUBSTITUTIVO NO MBITO DA

    ASSEMBLIA LEGISLATIVA:

    Como dito, o Presidente do Tribunal de Justia do

    Estado do Piau encaminhou Assemblia Legislativa proposta de

    alterao da Lei Estadual n 3.716/1979 criando novos cartrios no municpio de Teresina, modificando as circunscries territoriais dos

    cartrios do mesmo municpio e dando outras providncias.

    A instaurao do Projeto de Lei Complementar n 10,

    de agosto de 2011, atendeu a iniciativa do Tribunal de Justia, mas

    distribudo o feito na Comisso de Constituio e Justia da

    Assemblia Legislativa o Deputado Estadual Ccero Magalhes,

    embora tenha apresentado parecer favorvel, formulou substitutivo

    que trazia em seu art. 4 o seguinte:

    (...) A abertura de concurso para a delegao de Ofcio, que

    esteja submetido apreciao do Poder Judicirio,

    depender do trnsito em julgado da correspondente ao.

    (...)

    Referido substitutivo foi aprovado na CCJ e remetido

    Comisso de Administrao Pblica e Poltica Social que,

    desconsiderando por completo ponderaes defendidas pela OAB/PI

    sobre a inconstitucionalidade do dispositivo, aprovou o substitutivo e

    o encaminhou ao Plenrio da Assemblia Legislativa do Estado do

    Piau.

  • 5

    Aps trmites legais o Projeto de Lei foi aprovado e

    submetido sano do Governador do Estado, o qual acatou

    proposio da OAB/PI e vetou referido art. 4.

    No entanto, em Sesso Plenria o Legislativo Estadual

    rejeitou o veto e fez ingressar no ordenamento jurdico o malsinado

    art. 4, cuja inconstitucionalidade formal patente em razo da

    ausncia de competncia da Assemblia Legislativa para legislar sobre

    o ingresso e remoo nos servios notariais.

    Com efeito, a Constituio Federal atribui Unio a

    competncia para legislar sobre registros pblicos, ex vi do seu art. 22,

    XXV1, tendo j exercido sua competncia conforme se deduz da

    leitura da Lei Federal n 8.935/94, que disciplina o artigo 2362, CF.

    Mencionada lei federal limita a competncia dos

    Estados apenas para a fixao das circunscries territoriais dos

    servios notariais e de registro pblico. Alis, este o teor da Lei

    Complementar Estadual n 184/12, exceto pelo seu artigo 4, que

    versa sobre o ingresso no servio de notas ou de registro.

    Convm ressaltar que para que os Estados tenham

    competncia para legislar sobre o ingresso ou a remoo no servio

    notarial ou de registros pblicos necessria lei complementar federal

    que os autorize. esta a lio que nos ensina o e. Ministro Gilmar

    Mendes, seno vejamos:

    O pargrafo nico do art. 22 prev a possibilidade de lei complementar federal vir a autorizar que os Estados-

    membros legislem sobre questes especficas de matrias

    1 Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    (...)

    XXV - registros pblicos; 2 Art. 236. Os servios notariais e de registro so exercidos em carter privado, por delegao do

    Poder Pblico.

    1 - Lei regular as atividades, disciplinar a responsabilidade civil e criminal dos notrios, dos

    oficiais de registro e de seus prepostos, e definir a fiscalizao de seus atos pelo Poder Judicirio.

    2 - Lei federal estabelecer normas gerais para fixao de emolumentos relativos aos atos

    praticados pelos servios notariais e de registro.

    3 - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso pblico de provas e

    ttulos, no se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de

    provimento ou de remoo, por mais de seis meses.

  • 6

    relacionadas no artigo. Trata-se de mera faculdade aberta ao

    legislador complementar federal. Se for utilizada, a lei

    complementar no poder transferir a regulao integral de

    toda uma matria da competncia privativa da Unio, j que

    a delegao haver de referir-se a questes especficas. 3.

    Na ausncia da lei complementar federal autorizadora,

    com todo respeito, os Estados no podero legislar sobre a matria,

    sob pena de incorrerem em vcio formal de constitucionalidade.

    No caso, alm do Projeto de Lei Complementar ser

    alvo de substitutivo de Parlamentar Estadual o art. 4 ofende

    frontalmente o art. 236 da Constituio, bem como o art. 50 da

    Lei n 8.935/94, os quais no estabelecem qualquer limite realizao

    do concurso pblico para provimento da vaga definitiva.

    A rigor, todas as serventias judiciais devem ser objeto

    de concurso pblico, eis que se trata do meio de seleo objetiva,

    historicamente construdo com o fim de evitar relaes pessoais no

    mbito da administrao pblica4.

    O artigo 4 encontra-se eivado de vcio formal de

    constitucionalidade, por ter sido aprovado por rgo que no tinha

    competncia para tal.

    Pede-se, portanto, o reconhecimento da

    inconstitucionalidade formal e o imediato expurgo do mencionado

    dispositivo do ordenamento jurdico.

    2.2 INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL OFENSA AOS PRINCPIOS DA ISONOMIA, DO CONCURSO PBLICO

    E DA IMPESSOALIDADE:

    De outro lado, referido art. 4 tambm incide em vcio

    material de inconstitucionalidade. que os servios notariais e de

    registro so exercidos em carter privado, por delegao do poder

    3 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncia Mrtires; BRANCO, Gustavo

    Gonet. Curso de Direito Constitucional. 4. Ed. So Paulo: Saraiva, 2010. p. 818. 4 ROSANVALLON, Pierre. La legitimidad democrtica. Imparcialidad, reflexividad y

    proximidad. Paids Ibrica. 1 edio, Madrid: 2010

  • 7

    pblico, mediante o ingresso atravs de aprovao em concurso

    pblico de provas e ttulo, na forma do art. 236, 3, da Carta da

    Repblica.

    O artigo 37, II5, CF, tambm estabelece que os cargos

    pblicos devem ser providos atravs de concurso pblico, e no h

    dvidas de que os ocupantes dessas serventias so servidores pblicos

    em sentido amplo, como j decidiu esse Eg. Tribunal:

    EMENTA: Aposentadoria dos titulares das serventias de notas

    e registros. Aplicao a eles da aposentadoria compulsria

    prevista no artigo 40, II, da Constituio Federal. - H pouco,

    o Plenrio desta Corte, por maioria de votos, ao julgar o RE

    178.236, relator o Sr. Ministro Octavio Gallotti, decidiu que os

    titulares das serventias de notas e registros esto sujeitos

    aposentadoria compulsria prevista no artigo 40, II, da

    Constituio Federal. Entendeu a maioria deste Tribunal, em

    sntese, que o sentido do artigo 236 da Carta Magna foi o de

    tolher, sem mesmo reverter, a oficializao dos cartrios de

    notas e registros, em contraste com a estatizao estabelecida

    para as serventias do foro judicial pelo art. 31 do ADCT;

    ademais, pelas caractersticas desses servios (inclusive pelo

    pagamento por emolumentos que so taxas) e pelas exigncias

    feitas pelo artigo 236 da Carta Magna (assim, o concurso

    pblico de provas e ttulos para provimento e o concurso de

    remoo), os titulares dessas serventias so servidores pblicos

    em sentido amplo, aplicando-se-lhes o preceito constitucional

    relativo aposentadoria compulsria determinada pelo citado

    artigo 40, II, da Constituio Federal. - Dessa deciso no

    diverge o acrdo recorrido. Recurso extraordinrio conhecido

    pela letra "c" do inciso III do artigo 102 da Constituio, mas

    no provido.

    (RE 189736, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Primeira

    Turma, julgado em 26/03/1996, DJ 27-09-1996 PP-36168

    5 Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados,

    do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade,

    moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: (Redao dada pela Emenda

    Constitucional n 19, de 1998)

    (...)

    II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico

    de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,

    na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de

    livre nomeao e exonerao; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

  • 8

    EMENT VOL-01843-06 PP-01141)

    Trata-se de normas constitucionais primordiais para o

    bom funcionamento do aparelho estatal como um todo, e tambm para

    a consolidao e o engrandecimento do Estado de Direito.

    A partir da matriz constitucional apresentada percebe-

    se que o art. 4, ora impugnado, afronta diretamente a Constituio, na

    medida em que inverte a regra segundo a qual todo cargo ser provido

    por meio de concurso pblico.

    Os servios notariais e de registro foram

    regulamentados pela Lei Federal n 8.935, de 18 de novembro de

    1994, a qual estabeleceu regras no s para a atividade notarial, como

    tambm regras para a seleo de notrios e regra de transio referente

    s serventias existentes antes de 1988 e j ocupadas.

    o que dispem os artigos 49 e 506, mas a Lei

    Complementar do Estado do Piau n 184/2012 --- que altera a Lei

    3.716/79 e a organizao judiciria --- ofende o regime

    constitucional/legal vigente, apesar da tentativa de melhorar os

    servios cartorrios.

    Veja-se uma vez mais a redao do j mencionado art.

    4: (...) A abertura de concurso para a delegao de oficio, que esteja submetido apreciao do Poder Judicirio, depender do

    trnsito em julgado da correspondente ao. (...)

    O dispositivo impugnado tenciona flexibilizar

    comando constitucional, traduzindo a resistncia dos atuais

    ocupantes das serventias judiciais j vagas, seja pela aposentadoria

    compulsria, seja pelo falecimento do titular, realizao de concurso

    pblico para provimento destas.

    No h dvidas, no entanto, que o regime geral vigente

    no Brasil a partir de 1988 e regulamentado em 1994 prev a retomada 6 Art. 49. Quando da primeira vacncia da titularidade de servio notarial ou de registro, ser

    procedida a desacumulao, nos termos do art. 26.

    Art. 50. Em caso de vacncia, os servios notariais e de registro estatizados passaro

    automaticamente ao regime desta lei.

  • 9

    das serventias no caso de vacncia, devendo todas --- absolutamente

    todas ---, serem providas mediante concurso pblico, sendo defesa a

    transmisso perptua da titularidade.

    Os motivos, neste caso, no interessam: o fato que

    h necessidade de realizao de concurso para todas as serventias

    notariais existentes, sejam novas, sejam antigas (neste caso,

    vacantes sem titularidade ou ocupadas por substitutos).

    Em outras palavras, o texto impugnado ofende a

    Constituio Federal --- art. 37, II, e 236, 3 --- porque afasta a

    possibilidade de concurso a partir do mero ajuizamento de uma

    ao judicial.

    Isto , basta haver ao judicial em curso questionando

    a vaga, ainda que desprovida de providncia de carter

    liminar/cautelar, que, pelo texto ora impugnado, h necessidade de se

    aguardar o trnsito em julgado.

    Data venia, o comando questionado est em total descompasso com precedentes desse e. Supremo Tribunal Federal

    sobre a exigncia de concurso pblico sem qualquer tipo de

    condicionamento, vejamos:

    EMENTA: AO DIRETA DE

    INCONSTITUCIONALIDADE. IMPUGNAO DO

    DISPOSTO NOS ARTIGOS 19, 20 E 21 DA LEI N. 14.083

    DO ESTADO DE SANTA CATARINA. REGRAS GERAIS

    CONCERNENTES AOS CONCURSOS PBLICOS PARA

    INGRESSO E REMOO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE

    REGISTRO. VIOLAO DO DISPOSTO NO ARTIGO 37,

    INCISO II, E NO ARTIGO 236, 3, DA CONSTITUIO

    DO BRASIL.

    1. Os preceitos da Lei n. 14.083 de Santa Catarina violam o

    disposto no artigo 236 da Constituio de 1988, que

    estabelece que o ingresso nas atividades notarial e de

    registro ser efetuado por meio de concurso pblico de

    provas e ttulos.

    2. O artigo 21 da Lei n. 14.083 permitiria que os substitutos

    das serventias extrajudiciais nomeados at 21 de novembro

    de 1994 fossem elevados condio de titular, sem

    aprovao em concurso.

  • 10

    3. Esta Corte tem entendido que atos normativos

    concernentes ao provimento de cargos mediante a elevao

    de substitutos titularidade dos cartrios, sem a devida

    aprovao em concurso pblico afrontam a Constituio do

    Brasil. Precedentes --- artigo 37, inciso II, e artigo 236, 3,

    da Constituio do Brasil.

    4. Os artigos 20 e 21 da Lei n. 14.083 violam o texto da

    Constituio de 1.988. Ato normativo estadual no pode

    subverter o procedimento de acesso aos cargos notariais,

    que, nos termos do disposto na Constituio do Brasil, dar-

    se- por meio de concurso pblico.

    5. A inconstitucionalidade dos artigos 20 e 21 impe a

    procedncia do pedido no tocante ao artigo 19.

    6. O provimento de cargos pblicos mediante concursos

    visa a materializar princpios constitucionais aos quais est

    sujeita a Administrao, qual o da legalidade, da moralidade,

    da impessoalidade.

    7. Pedido julgado procedente para declarar

    inconstitucionais os artigos 19, 20 e 21 da Lei n. 14.083 do

    Estado de Santa Catarina.

    (ADI 3978, Rel. Min. Eros Grau, DATA DE PUBLICAO

    DJE 11/12/2009 - ATA N 40/2009. DJE n 232, divulgado

    em 10/12/2009)

    No mesmo sentido:

    EMENTA: AO DIRETA DE

    INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 33 E 34 DO ADCT DA

    CONSTITUIO DO ESTADO DO ESPRITO SANTO.

    SERVIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. DIREITO

    ESTATIZAO. TITULARIDADE ASSEGURADA AOS

    ATUAIS SUBSTITUTOS, DESDE QUE CONTEM CINCO

    ANOS DE EXERCCIO NESSA CONDIO E NA MESMA

    SERVENTIA, NA DATA DA PROMULGAO DA

    CONSTITUIO FEDERAL. VULNERAO DO

    DISPOSTO NO ART. 236, "CAPUT", 3 DA CF, E NO

    ART. 32 DO ADCT-CF/88. 1. Ofende o preceito do 3 do

    art. 236 da Constituio Federal o disposto no art. 33 da

    Constituio do Estado do Esprito Santo, que assegura aos

    substitutos o direito de ascender titularidade dos servios

    notariais e de registro, independentemente de concurso

    pblico de provas e ttulos, desde que contem cinco anos de

    exerccio nessa condio e na mesma serventia, na data da

    promulgao da Carta Federal. 2. Art. 34 da Constituio do

  • 11

    Estado do Esprito Santo. Estatizao dos Cartrios de Notas

    e Registro Civil. Faculdade conferida aos atuais titulares.

    Contrariedade ao art. 236, "caput" da Carta Federal que

    prescreve serem os servios notariais e de registro exercidos

    em carter privado. Ao Direta de Inconstitucionalidade

    julgada procedente.

    (ADI 417, Relator(a): Min. MAURCIO CORRA, Tribunal

    Pleno, julgado em 05/03/1998, DJ 08-05-1998 PP-00001

    EMENT VOL-01909-01 PP-00001)

    Ora, o que se verifica que o art. 4 da Lei

    Complementar n 184/2012, do Estado do Piau, cria um bice

    inadequado concretizao do art. 236, 3, da Constituio

    Federal, padecendo de flagrante inconstitucionalidade por criar um

    requisito inexistente na regra constitucional, bem como na sua

    regulamentao.

    A questo j tinha sido pacificada com a Resoluo n

    80/2009, expedida pelo Conselho Nacional de Justia - CNJ, a qual

    declara a vacncia dos servios notariais ocupados em desacordo com

    as normas constitucionais pertinentes matria, seno vejamos:

    (...) Art. 8 No esto sujeitas aos efeitos desta resoluo:

    a) as unidades do servio de notas e de registro cuja

    declarao de vacncia, desconstituio de delegao,

    insero ou manuteno em concurso pblico esteja sub

    judice junto ao C. Supremo Tribunal Federal na data da

    publicao desta Resoluo em sesso plenria pblica,

    enquanto persistir essa situao;

    b) as unidades do servio de notas e de registro cuja

    declarao de vacncia, desconstituio de delegao,

    insero ou manuteno em concurso pblico seja objeto, na

    data da publicao desta Resoluo em sesso plenria

    pblica, de deciso definitiva em sentido diverso na esfera

    judicial, de deciso definitiva em sentido diverso junto ao

    CNJ ou de procedimento administrativo em curso perante

    este Conselho, desde que j notificado o responsvel atual

    da respectiva unidade. (grifos nossos)

  • 12

    A Resoluo do CNJ, em respeito segurana jurdica

    e ao devido processo legal, estabelece que os cartrios que possuem

    ao tramitando no Supremo Tribunal Federal, e tambm aqueles com

    decises definitivas garantindo a sua ocupao, no sero declarados

    vagos enquanto no houver provimento jurisdicional que solucione o

    conflito.

    O mesmo CNJ, recentemente, proferiu deciso na qual

    determina a realizao de concurso at mesmo para as serventias que

    esto sub judice, esclarecendo-se, no edital, tal condio. Neste

    sentido, a seguinte ementa:

    PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO E

    PEDIDO DE PROVIDNCIAS. CONCURSO PBLICO

    PARA A OUTORGA DE DELEGAES DE NOTAS E DE

    REGISTRO. SERVENTIA VAGAS NO OFERTADAS EM

    EDITAL. INCLUSO, REPUBLICAO E REABERTURA

    DO PRAZO DE INSCRIO. RESERVA DE VAGAS S

    PESSOAS COM DEFICINCIA. RESOLUO CNJ No

    81/2009. APLICABILIDADE DA LEI ESTADUAL MAIS

    BENFICA.

    1. Pretenso de incluso de todas as serventias vagas no

    concurso pblico de provas e ttulos para a outorga de

    delegaes de notas e de registro do Estado de Minas Gerais,

    regido pelo edital no 2/2011, e reserva de 10% das vagas em

    favor das pessoas com deficincia.

    2. Revela-se inquestionvel a necessidade de republicar o

    edital, com a incluso de todas as serventias vagas, exceo

    das submetidas a diligncia na Corregedoria Nacional de

    Justia. Com a finalidade de assegurar a observncia dos

    princpios constitucionais pertinentes aos concursos pblicos,

    sobretudo os da finalidade, da impessoalidade e da isonomia,

    faz-se indispensvel a reabertura do prazo de inscries.

    3. As serventias sub judice devem ser includas no certame

    com expressa advertncia de que eventual escolha destas

    serventias ser por conta e risco do(a) candidato(a)

    aprovado(a), sem direito a reclamao posterior caso o

    resultado da ao judicial correspondente frustre sua escolha

    e afete seu exerccio na delegao.

    4. Devem reservar-se 10% das vagas ofertadas em favor das

    pessoas com deficincia, nos termos da Lei Estadual no

    11.867/95, de Minas Gerais, mais benfica do que dispe a

    Resoluo CNJ no 81/2009. Procedncia dos pedidos.

  • 13

    (Processo de controle administrativo n 0002-

    77.2012.2.00.0000, Rel. Conselheiro Wellington Cabral

    Saraiva)

    De fato, o confronto entre os textos da Resoluo n

    80/2009, do CNJ, e o da ementa do Processo de Controle

    Administrativo n 0002-77.2012.2.00.0000, acima transcrita,

    demonstra que o artigo 4 da Lei Complementar Estadual n

    184/12 vai de encontro norma constitucional destacada. Isso

    porque estabelece a condio de ausncia de qualquer ao judicial

    para que sejam abertas vagas para ingresso no servio notarial e de

    registros pblicos.

    A condio estabelecida pelo art. 4, ora impugnado,

    no viola apenas o art. 236, 3, da Carta Maior, posto que a m

    qualidade na prestao de servios cartoriais afeta toda a sociedade do

    Estado do Piau, mitigando, inclusive, o princpio do acesso

    jurisdio (art. 5, XXXV).

    Como se sabe, referido postulado de acesso justia ---

    tido como um ponto comum de onde irradiam feixes de princpios e

    direitos fundamentais --- no se resume ao mero acesso do Judicirio,

    mas a um verdadeiro conjunto de valores fundamentais para o

    desenvolvimento de um indivduo integrado sociedade.

    Kazuo Watanabe7 bem explica a questo ao defender

    que ... no se trata apenas de possibilitar o acesso justia enquanto instituio estatal, e sim de viabilizar o acesso ordem jurdica

    justa., donde se observa que a condio prevista no art. 4 impede a realizao de concursos pblicos para ingresso nos servios notariais

    devido ao simples ajuizamento de ao judicial, o que, na prtica,

    revela-se um bice melhoria na prestao desses servios.

    dizer, a no realizao de concursos pblicos e

    provimento das vagas impede o cidado de exercer seus direitos, de

    obter suas documentaes e de exercer a sua cidadania.

    7 WATANABE, Kazuo. Acesso justia no direito processual brasileiro. In: GRINOVER, Ada

    Pellegrini; DINAMARCO, Cndido Rangel e WATANABE, Kazuo. Participao e processo. So

    Paulo: Revista dos Tribunais, 1998, p. 128.

  • 14

    E mais, o bice criado por referido art. 4 desnatura o

    meio de seleo objetivo e historicamente construdo com o fim de

    evitar relaes pessoais no mbito da administrao pblica, violando

    a um s tempo o princpio da isonomia --- art. 5, caput --- como, igualmente, o postulado da impessoalidade (art. 37, caput).

    Pela redao do 3 do art. 236, da Carta Maios, os

    servios notariais no podem ficar vagos por mais de 06 (seis) meses

    mas, em contrapartida, o art. 4, ora impugnado, probe na prtica a

    abertura de concursos para ingresso nos servios notariais caso haja

    ao judicial em curso.

    Ou seja, a lei estadual d a entender que o mero

    ajuizamento de uma ao judicial capaz de sustar o ingresso nos

    servios notariais e de registro pblico, no podendo a serventia vaga

    e questionada integrar a realizao de concurso pblico.

    patente, pois, a inconstitucionalidade do art. 4 da lei

    ora impugnada, eis que cria bice inadequado concretizao do

    inciso II, do art. 37, e do 3 do art. 236, da Carta da Repblica.

    Diante do exposto, torna-se imperiosa a declarao de

    inconstitucionalidade do art. 4 da Lei Complementar Estadual n

    184/2012, por inequvoca violao aos artigos 5, caput, e art. 37, caput inciso II, e 236, 3, da Constituio Federal.

    3 - DO PEDIDO CAUTELAR:

    A suspenso liminar da eficcia de leis em sede de

    controle de constitucionalidade tem sido deferida por essa Corte

    Constitucional quando se mostre conveniente a providncia em face

    da plausibilidade do direito invocado ou quando presente o periculum

    in mora.

    Ambos mostram-se existentes no caso concreto,

    vejamos:

    A plausibilidade do direito invocado restou

    amplamente demonstrada, visto que o art. 4, ora impugnado,

    formal e materialmente inconstitucional por ofender os artigos 5,

  • 15

    caput, 22, XXV, e 37, caput e inciso II, e 3 do art. 236, da Constituio Federal.

    Outrossim, evidente a existncia do fumus boni juris,

    que, in casu, translcido e pode ser observado e provado por meio

    de toda a argumentao e fundamentao acima expostas.

    O tema versado na presente ao, sob outro aspecto,

    por demais relevante j que se est diante de matria que envolve a

    prpria ossatura institucional do Estado do Piau no que tange ao

    preenchimento das serventias vagas e na melhoria dos servios

    populao.

    Mostra-se patente, ademais, a convenincia de que

    ante a manifesta inconstitucionalidade do dispositivo impugnado, e

    independentemente da existncia ou no do periculum in mora (que

    tambm existe), suspenda o Supremo Tribunal Federal liminarmente a

    eficcia do art. 4 da Lei Complementar Estadual n 184/2012, ante o

    grau de importncia da matria em debate.

    O requisito do periculum in mora, por outro lado,

    resta presente, visto que os prejuzos cidadania com a no

    realizao de concursos pblicos e preenchimento das serventias

    vagas j se alongam e tornar-se-o maiores com a delonga na anlise

    do pleito cautelar.

    A urgncia qualificada, pois, diante de tal quadro

    ftico, enseja a imediata apreciao e concesso da medica

    cautelar ad referendum do Plenrio. Assim, a concesso de medida cautelar determinando a

    suspenso da eficcia do ato impugnado vital minimizao dos

    prejuzos suportados pela populao diante da vacncia das serventias

    vagas existentes.

    Ora, o Conselho Nacional de Justia CNJ, ao editar a Resoluo n 80/2009, identificou que:

    ... durante as inspees realizadas pela Corregedoria Nacional de Justia junto aos servios extrajudiciais (e cujos

  • 16

    relatrios j aprovados pelo plenrio esto publicados no

    stio do CNJ na internet) foram verificadas graves falhas nos

    servios notariais e de registro, a exemplo de livros em

    pssimo estado de conservao e inservveis, grande nmero

    de atos praticados de forma incorreta, inexistncia de

    definio das competncias territoriais at mesmo em relao

    aos cartrios imobilirios, descontrole quanto ao

    recolhimento das custas, falta de fiscalizao sobre o regime

    de trabalho dos empregados contratados pelos responsveis,

    livros notariais com folhas intermedirias em branco,

    escrituras faltando assinaturas, firma reconhecidas sem os

    necessrios cuidados com os cartes de assinatura (tanto na

    colheita do material grfico, como no armazenamento dos

    cartes), ttulos pendentes de protesto muito tempo aps o

    decurso do trduo legal para o pagamento, inexistncia de

    normas mnimas de servio editadas pelos Tribunais de

    Justia, desconhecimento de regras legais sobre registros

    pblicos e das regras do Cdigo Civil de 2002 sobre as

    pessoas jurdicas, cartrios de registro civil que enfrentam

    falta de crdito at para a aquisio do papel necessrio

    para a emisso de certides de nascimento e de bito, tudo a

    demonstrar a necessidade urgente de regulamentao dos

    trabalhos, de maneira uniforme.

    (...)

    Especialmente no Estado do Piau, a situao mostrou-

    se mais grave, conforme Relatrio final das serventias extrajudiciais

    divulgado pela Corregedoria Nacional de Justia no final do ano de

    2012, isto :

    (...) afrontosa no somente dignidade dos registros pblicos,

    como atentatria s instituies notariais e de registro, e

    prpria cidadania, na medida em que afeta a f pblica

    registral, que indispensvel segurana dos negcios

    jurdicos e estabilidade fundiria requerida pelas relaes

    jurdicas de direito real.

    (...)

    A imprensa, h muito tempo, j repercute a carncia de

    pessoal, de materiais, a centralizao dos cartrios na regio central de

    Teresina, a precariedade do atendimento, os valores das custas e,

    principalmente, a delegao graciosa de ofcio.

  • 17

    Em expediente endereado OAB/PI a Deputada

    Estadual Rejane Dias bem elucida a precariedade dos servios, a

    saber:

    (...) Ora, Exmo. Sr. Presidente, em uma simples anlise do

    contedo do art. 4 v-se que o mesmo consegue, a um s

    tempo, ser contrrio ao interesse pblico do Estado do Piau

    e afrontar os princpios constitucionais da isonomia,

    legalidade e do concurso pblico.

    Entende-se que h contrariedade ao interesse pblico na

    medida em que o mesmo inviabiliza a realizao de

    concurso pblico para tabelio em Teresina, sendo que

    quase a totalidade das serventias cartorrias da capital tem

    aes judiciais questionando a titularidade e/ou

    manuteno dos servios cartorrios. Assim, como o texto

    legal condiciona a abertura de concurso ao trnsito em

    julgado dessas aes, conclui-se que o esperado concurso

    pblico demorar significativos anos ou at mesmo dcadas

    para se realizar.

    Alm disso, importante esclarecer que o texto da Lei no

    fala em obteno de medida liminar no mbito do Poder

    Judicirio, bastando a simples protocolizao de petio

    inicial para que os atuais donos de cartrios permaneam

    por longas dcadas frente dessas serventias que, diga-se de

    passagem, foram concedidas ainda na dcada de 70.

    (...) (negrito no constante do original)

    Esse o quadro, indispensvel a concesso de

    medida cautelar de modo a suspender a eficcia do dispositivo

    impugnado e, ato contnuo, admitir que as serventias declaradas

    vagas mas objeto de questionamento judicial sejam afetas realizao

    de concursos pblicos, porquanto o bice criado pelo art. 4 da Lei

    Complementar Estadual n 184/2012 impede sejam tais serventias

    objeto de participao em certames.

    Neste contexto ftico, alm de presente a convenincia

    da suspenso liminar da eficcia do ato normativo impugnado -

    relevncia qualificada e profiltica -, atrelado plausibilidade jurdica

    do direito invocado, faz-se presente o periculum in mora.

  • 18

    Impe-se, assim, a concesso de liminar ao final

    requerida ad referendum do Plenrio, na trilha da orientao desta Egrgia Corte

    8.

    4 - DOS PEDIDOS:

    Pelo exposto, o Conselho Federal da Ordem dos

    Advogados do Brasil requer:

    a) a notificao da ASSEMBLIA LEGISLATIVA

    DO ESTADO DO PIAU, por intermdio de seu Presidente, para que,

    como rgo/autoridade responsvel pela rejeio do veto realizado

    pelo Exmo. Sr. Governador de Estado ao art. 4, da Lei Complementar

    Estadual n 184/2012, manifeste-se, querendo, no prazo de 5 (cinco)

    dias, sobre o pedido de concesso de medida cautelar, com base no

    art. 10 da Lei n 9.868/99;

    b) a concesso de medida cautelar, com base no art. 10

    da Lei n 9.868/99, para suspender a eficcia do art. 4 da Lei

    Complementar Estadual n 184/2012, que adveio ao ordenamento

    jurdico aps a rejeio, pela Assemblia Legislativa do Estado do

    Piau, ao veto ento realizado pelo Exmo. Sr. Governador de Estado;

    c) a notificao da ASSEMBLIA LEGISLATIVA

    DO ESTADO DO PIAU, por intermdio de seu Presidente, para que,

    como rgo/autoridade responsvel, manifeste-se, querendo, sobre o

    mrito da presente ao, no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do

    art. 6, pargrafo nico da Lei n 9.868/99;

    d) a notificao do Exmo. Sr. Advogado-Geral da

    Unio para se manifestar sobre o mrito da presente ao, no prazo de

    8 Ao Direta de Inconstitucionalidade.1 do artigo 29 da Constituio do Estado do Rio

    Grande do Norte. relevncia da fundamentao jurdica da argio de inconstitucionalidade

    (ofensa iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo quanto a projeto de lei sobre regime

    jurdico e aposentadoria de servidor pblico civil), bem como ocorrncia do requisito de

    convenincia para a concesso da liminar. Pedido e liminar deferido para suspender, ex nunc, a eficcia do 1 do artigo 29 da Constituio do Rio Grande do Norte at a deciso final da presente ao. (STF ADIMC 1730/RN, rel. Min. Moreira Alves, J. em 18/06/98, unnime tribunal pleno, DJ de 18/09/98, pagina 002)

  • 19

    quinze dias, nos termos do Art. 8 da Lei n 9.868/99 e da exigncia

    constitucional do Art. 103, 3;

    e) a notificao do Exmo. Sr. Procurador Geral da

    Repblica para que emita o seu parecer, nos termos do art. 103, 1

    da Carta Poltica;

    f) a procedncia do pedido, ao final, para que seja

    declarada a inconstitucionalidade do art. 4 da Lei Complementar

    Estadual n 184/2012, do Piau;

    Deixa-se de atribuir valor causa, em face da

    impossibilidade de aferi-lo.

    Nesses termos, pede deferimento.

    Braslia/DF, 19 de abril de 2013.

    Marcus Vinicius Furtado Colho

    Presidente do Conselho Federal da OAB

    Oswaldo Pinheiro Ribeiro Jnior Rafael Barbosa de Castilho

    OAB/DF 16.275 OAB/DF 19.979

    2013-04-19T11:04:11-0300STFOSWALDO PINHEIRO RIBEIRO JUNIORpeticionamento