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O presente trabalho irá tratar sobre a Administração da Falência,
quem são seus agentes e órgãos e suas funções, a função do Ministério Público,
Assembléia de Credores e comitê de credores.
Após a decretação da falência, por meio de uma sentença
declaratória de falência inicia-se o processo falimentar, assim existem três agentes
que possuem a função de administrar a massa falida, ou seja, o Juiz, o
representante do Ministério Público e os órgãos de falência. O Juiz é quem decreta a
falência conforme art. 3° da Lei de Falências.
O MP agirá como fiscal da lei, cumprindo com sua função
constitucional e os órgãos de falência vão presidir e administrar a massa falida com
acompanhamento do Juiz, pois compete a este presidir a administração da falência,
autorizar a venda antecipada de bens, conforme artigo 113 da LF, o pagamento dos
salários dos auxiliadores do administrador judicial,assim como art. 22, III, h, pois é o
Juiz que faz a última análise das ações do administrador judicial.
O Ministério Público intervirá no feito no exercício de suas funções
constitucionais, agindo como fiscal da lei. E um dos casos de intervenção do MP é
em Ação Revocatória que pode ser proposta pelo MP, no prazo de três dias contado
da decretação da falência, art. 132 da LF. Lembrando que, o Juiz e o representante
do MP, mesmo sendo agentes públicos inespecíficos do processo falimentar, têm
nesse processo funções de cunho administrativo e exercem ao lado de suas funções
próprias, institucionais.
Os órgãos da falência são três: o administrador judicial, assembléia
dos credores e o comitê de credores, atuam em conjunto para a administração da
massa falida e cada um tem a sua função.
O administrador judicial é agente auxiliar do juiz, conforme art. 21 da
LF. A assembléia de credores são os que vão aprovar a constituição do comitê de
credores e eleger os seus membros e adotar modalidades extraordinárias de
realização do ativo do falido e deliberar sobre assuntos de interesse geral dos
credores, art. 35, II da LF. Já o comitê de credores é composto por um representante
dos credores trabalhistas, um dos titulares de direitos reais de garantias e privilégios
especiais e um dos demais eleitos pela assembléia. Sua função mais importante é
administrar o administrador judicial, assim como dispõe o art. 27, I, a.
A escolha do administrador judicial na falência cabe ao Juiz, de
forma que o seu escolhido seja pessoa idônea, preferencialmente advogado,
economista, administrador de empresas ou contador ou, ainda, pessoa jurídica
especializada, assim descreve artigo 21 da LF.
O administrador judicial no exercício de sua funções não poderá
delegar as suas funções, as poderá contratar profissionais para auxiliá-lo, solicitando
previamente autorização do Juiz, inclusive quanto aos seus salários. Para que não
reste dúvidas a este respeito, delegar que dizer, transferir a outrem suas funções
específicas e auxiliar é ajudar ao outro a exercer certa função.
O administrador judicial poderá deixar as suas funções por
substituição ou por destituição. Na primeira não há sanção infligida, acontece nos
casos de renúncia motivada, morte, incapacidade civil ou falência. Já na segunda, é
uma sanção ao administrador judicial que não cumpriu a contento com suas
obrigações ou tem interesses conflitantes com os da massa falida. Um administrador
judicial substituído pode voltar a ser nomeado administrador judicial em outra
falência, já o destituído não poderá exercer a mesma função em qualquer outra
falência nos 5 anos seguintes.
Existem quatro importantíssimos atos processuais de
responsabilidade do administrador judicial, são eles:
1. Verificação dos créditos: descrita nos arts. 7° a 20° da LF. È
feita pelo administrador judicial, cabendo ao Juiz decidir
apenas as impugnações apresentadas pelos credores ou
interessados.
2. Relatório inicial: disposto no art. 22,III, e, da LF. Este ato deve
examinar as causas e circunstâncias que acarretaram a
falência, bem como apresentar uma analise do
comportamento do falido com vistas a eventual caracterização
de crime falimentar, por ele ou por outra pessoa, antes ou
depois da decretação da quebra. O relatório é apresentado
nos 40 dias seguintes à assinatura do termo de compromisso.
3. Contas mensais: contido no artigo 22, III, p. O administrador
judicial deverá até o décimo dia de cada mês, apresentar ao
juiz para juntar aos autos a prestação de contas relativa ao
período mensal anterior. Nela deve estar especificada com
clareza a receita e despesa da massa falida.
4. Relatório final: dito no art. 155 da LF. Deve ser elaborado
pelo administrador judicial no prazo de 10 dias contados do
termino da liquidação e julgamento de suas contas. Contém o
valor do ativo e do produto de sua realização, bem como o do
passivo e dos pagamentos feitos, e, se não foram totalmente
extintas as obrigações do falido, o saldo cabível a cada
credor, especificando justificadamente as responsabilidades
com que continua o falido. Este relatório final é o documento
básico para a extração das certidões judiciais representativas
do crédito remanescente perante o empresário falido.
Welrika Beatriz Silva Moreira.