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PUB Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4692 • Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 10 PATACAS Pág. 3 Centrais Sheldon Adelson compara campanha anti-corrupção a “caça às bruxas” Domingos Rosa Duque, músico numa família ligada à imprensa em “Perfis da Nossa Gente” Wynn descarta “junkets” “frágeis” Pelo menos quatro promotores de jogo financeiramente mais “frágeis” deixaram de trabalhar com a Wynn Macau, uma opção justificada pela política de cré- dito “muito conservadora” da empresa. Pág. 2 Queda de avião matou pelo menos 25 em Taiwan Pelo menos 25 pessoas morreram num acidente com o avião da TransAsia, na capital de Taiwan enquanto 18 passageiros conti- nuavam desaparecidos ao fecho desta edição. Última Arte de Mio Pang Fei chegou ao Albergue Mio Pang Fei “abriu as hostili- dades” de um protocolo entre o Albergue e a Delegação Econó- mica e Cultural de Macau em Taiwan, e que poderá vir a che- gar a Portugal. Pág. 9 Ópera sobre morte de Ferreira do Amaral é “lição de patriotismo” Susana Chou considera que a ópera “A Alma do Mar de Espe- lho”, que aborda o assassinato do governador português João Ferreira do Amaral, é uma lição sobre “patriotismo, nacionalismo e amor por Macau”. Pág. 4 Poluentes “muito acima” do limite na Central da CEM de Coloane FOTO ARQUIVO Fundação Macau atribui um milhão à AULP A Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) esperava receber três milhes de patacas da Fun- dação Macau, mas desta vez apenas lhes foi concedido um terço do requerido. Depois de analisar os projectos propostos pela AULP, a Fundação Macau decidiu atribuir um milhão de patacas associação para ajudar no desenvolvimento de seis projectos. O montante atribuído visa ajudar a cobrir des- pesas relacionadas com seis projectos da associação. Pág. 5 China quer Internet só com nomes reais e livre de perfis falsos A China vai banir a partir do dia 1 de Março contas na In- ternet que usem nomes de pessoas ou organizaçes que não existam. O objectivo é fa- zer com todos os utilizadores da Internet chinesa utilizem apenas os nomes reais ao fa- zerem o registo em contas online. Esse é um objectivo que já é perseguido há algum tempo pelas autoridades chi- nesas mas que ainda não foi completamente alcançado. A proibição em relação ao uso in- devido de nomes inclui contas de órgãos do governo, como a agência chinesa anti-corrup- ção e organizaçes de notícias, como o jornal estatal People’s Daily, assim como contas que personificam líderes estrangei- ros, como o Presidente norte- -americano, Barack Obama, o Presidente russo, Vladimir Pu- tin, ou a Administração Chi- nesa do Ciberespaço (CAC). Na China, muitos usuários de redes sociais criam contas para parodiar figuras e instituiçes proeminentes. A medida re- flecte o forte controlo chinês sobre a Internet, que foi acen- tuado desde que o Presidente Xi Jinping assumiu o poder no início de 2013. Pág. 7

Administrador 4692 10 PATACAS Fundação Macau …2015/02/05  · De acordo com os resultados anuncia-dos ontem, a Wynn Macau registou uma quebra de 49,36% dos lucros líquidos do

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Page 1: Administrador 4692 10 PATACAS Fundação Macau …2015/02/05  · De acordo com os resultados anuncia-dos ontem, a Wynn Macau registou uma quebra de 49,36% dos lucros líquidos do

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4692 • Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 10 PATACAS

Pág. 3 Centrais

Sheldon Adelson comparacampanha anti-corrupçãoa “caça às bruxas”

Domingos Rosa Duque, músico numa família ligada à imprensaem “Perfis da Nossa Gente”

Wynn descarta“junkets” “frágeis”Pelo menos quatro promotores de jogo financeiramente mais “frágeis” deixaram de trabalhar com a Wynn Macau, uma opção justificada pela política de cré-dito “muito conservadora” da empresa. Pág. 2

Queda de avião matoupelo menos 25 em TaiwanPelo menos 25 pessoas morreram num acidente com o avião da TransAsia, na capital de Taiwan enquanto 18 passageiros conti-nuavam desaparecidos ao fecho desta edição. Última

Arte de Mio Pang Feichegou ao AlbergueMio Pang Fei “abriu as hostili-dades” de um protocolo entre o Albergue e a Delegação Econó-mica e Cultural de Macau em Taiwan, e que poderá vir a che-gar a Portugal. Pág. 9

Ópera sobre mortede Ferreira do Amaralé “lição de patriotismo”Susana Chou considera que a ópera “A Alma do Mar de Espe-lho”, que aborda o assassinato do governador português João Ferreira do Amaral, é uma lição sobre “patriotismo, nacionalismo e amor por Macau”. Pág. 4

Poluentes “muito acima” do limitena Central da CEM de Coloane

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Fundação Macau atribuium milhão à AULPA Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) esperava receber três milhoes de patacas da Fun-dação Macau, mas desta vez apenas lhes foi concedido um terço do requerido. Depois de analisar os projectos propostos

pela AULP, a Fundação Macau decidiu atribuir um milhão de patacas a associação para ajudar no desenvolvimento de seis projectos. O montante atribuído visa ajudar a cobrir des-pesas relacionadas com seis projectos da associação.

Pág. 5

China quer Internet só com nomes reaise livre de perfis falsosA China vai banir a partir do dia 1 de Março contas na In-ternet que usem nomes de pessoas ou organizaçoes que não existam. O objectivo é fa-zer com todos os utilizadores da Internet chinesa utilizem apenas os nomes reais ao fa-zerem o registo em contas online. Esse é um objectivo que já é perseguido há algum tempo pelas autoridades chi-nesas mas que ainda não foi completamente alcançado. A proibição em relação ao uso in-devido de nomes inclui contas de órgãos do governo, como a agência chinesa anti-corrup-ção e organizaçoes de notícias, como o jornal estatal People’s Daily, assim como contas que personificam líderes estrangei-ros, como o Presidente norte--americano, Barack Obama, o Presidente russo, Vladimir Pu-tin, ou a Administração Chi-nesa do Ciberespaço (CAC). Na China, muitos usuários de redes sociais criam contas para parodiar figuras e instituiçoes proeminentes. A medida re-flecte o forte controlo chinês sobre a Internet, que foi acen-tuado desde que o Presidente Xi Jinping assumiu o poder no início de 2013.

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02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

André Jegundo

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EMPRESA ATRIBUI NOVAS SALAS VIP AOS GRUPOS SUN CITY E GUANGDONG

Wynn afasta junkets mais “frágeis”Pelos menos quatro promotores de jogo financeiramente mais “frágeis” deixaram de trabalhar com a Wynn Macau, uma opção que a empresa justifica pelo acto de ter uma política de crédito “muito conservadora”. A campanha anti-corrupção continua a ser a justificação para a tendência de queda nos resultados financeiros: no último trimestre de 2014, a empresa registou uma quebra de 49,36% nos lucros líquidos

A Wynn Macau cessou relaçoes com pelo menos quatro promo-tores de jogo financeiramente

mais “frágeis”, atribuindo as duas novas salas de jogo VIP, que espera inaugurar na próxima semana, aos grupos Sun City e Guangdong.

Numa conferência com analistas rela-tiva aos resultados da empresa no último trimestre de 2014, o presidente da Wynn Macau, Gamal Aziz, destacou que esta é a primeira colaboração da empresa com o grupo Sun City, o promotor de jogo de Macau “mais robusto do ponto de vista financeiro”. “Vamos passar de 12 ou 13 promotores de jogo para nove (...). Nós somos muito conservadores no que diz respeito ao crédito e queremos apenas trabalhar com os parceiros mais conser-vadores desta indústria”, afirmou.

De acordo com os resultados anuncia-dos ontem, a Wynn Macau registou uma quebra de 49,36% dos lucros líquidos do último trimestre de 2014, fixados em 139,7 milhoes de dólares. O presidente da Wynn Resorts, Steve Wynn, enalte-ceu o bom ano que a companhia teve ao longo de 2014 apesar do último trimestre “duro”, sobretudo a partir da Semana Dourada em Outubro. “Os efeitos das mudanças na China estão a ter um efeito negativo em todo o segmento VIP e de

luxo, quer estejamos a falar de marcas como a Rolex ou Louis Vuitton, quer es-tejamos a falar dos grandes apostadores no sector do jogo”, afirmou.

Steve Wynn adiantou que a empresa prevê abrir na próxima semana, a tempo do Ano Novo Chinês, duas novas salas dedicadas aos jogadores VIP, que vão ser geridas pelos grupos Sun City e Guang-dong. O presidente da Wynn Resorts pre-vê por isso que os números de Feverei-ro possam já reflectir “alguma melhoria nos resultados” quando comparado com anos anteriores.

Depois do Ano Novo Chinês, que se celebra a 19 de Fevereiro, a companhia espera ter mais 40 mesas de jogo, chegan-do as 485, excluindo o póquer. A campa-nha anti-corrupção do Presidente chinês Xi Jinping continua a ser apontada como o principal factor na origem da queda das receitas e Steve Wynn fala mesmo na “instabilidade que é sentida pelos mais ricos” na China. “Penso que o que está a acontecer, e isso é visível em toda a Chi-na Continental, é que as pessoas estão a ser cautelosas. (...) Esta campanha anti--corrupção foi um grande grito de alerta na China. O Presidente Chinês está deter-minado em assegurar que a percepção da corrupção é eliminada”, refere.

Classificou, no entanto, como “recon-fortantes” as declaraçoes do director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, Li Gang, que recentemente

referiu serem muitos raros os casos de responsáveis governamentais chineses a jogarem em Macau. Wynn disse ainda assim esperar com “expectativa” uma declaração explícita para perceber quais as percepçoes do Governo Central sobre Macau e “quais as medidas que serão se-guidas em função dessas percepçoes”.

Em relação aos apelos cada vez mais intensos de Pequim e do Governo da RAEM em relação a uma maior diver-sificação económica em relação ao jogo, Steve Wynn garante que é algo que a em-presa já faz desde que veio para Macau. “Estão a ensinar o padre a rezar a missa. Nós inventámos esse conceito, foi cer-tamente melhorado e tem sido levado a cabo por companhias como o Venetian e a Melco”, declarou.

No lançamento dos negócios em Ma-cau, Steve Wynn diz ter recebido conse-lhos do antigo Presidente norte-america-no George Bush sobre como se comportar e lidar com a cultura chinesa. “O que vejo é que eles procuram resolver os seus pro-blemas de uma forma ordeira a medida que os vão identificando. E isso tem im-pactos em Macau e Hong Kong. Não há nada a fazer a não ser ter paciência e fazer o nosso melhor, sendo cooperantes”, afir-mou. Sentindo-se na condição de “convi-dado” em Macau o presidente da Wynn

referiu que a melhor forma de estar na China é “ouvir muito atentamente” o que o Governo diz e “agir em conformidade”.

Segmento de massassofreu quebra de 39,9%

Para além da quebra nos lucros líqui-dos do último trimestre de 2014, as recei-tas líquidas atingiram 761,2 milhoes de dólares, menos 32% em relação ao perío-do homólogo de 2013.

O EBITDA ajustado (que diz respeito aos resultados antes de impostos, juros, e amortizaçoes) atingiu 241,2 milhoes de dólares, uma queda anual de 35,5%.

O volume de negócios nas mesas do segmento VIP da Wynn Macau caiu 39,9% para 20,7 mil milhoes de dólares entre Outubro e Dezembro.

Os ganhos no jogo de massas também caíram 15%, para 249 milhoes de dólares. Entre Outubro e Dezembro, as operaçoes globais da Wynn Resorts atingiram recei-tas líquidas de cerca de 1,14 mil milhoes de dólares, menos 25% face aos últimos três meses de 2013. A queda é atribuída pela companhia ao recuo de 32% nas re-ceitas líquidas na RAEM e a diminuição de 5,8% em Las Vegas. Em termos glo-bais, a Wynn Resorts registou receitas lí-quidas de 5,4 mil milhoes de dólares em 2014, menos 3,3% face a 2013.

Jimei acorda parceria para gerir salas VIP da Wynn

Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, o grupo “Jimei Internacional Entertainment” declara que está em vias de assinar um acordo com a companhia de junkets “Clube Internacional Novo” para explorar pelo menos 30 mesas de jogo em salas VIP do Wynn Macau. Segundo o jornal “Ou Mun”, o “Clube Internacional Novo” obteve licença de exploração para serviços de junkets em Dezembro do ano passado. Segundo o comunicado emitido pela Jimei, as duas companhias prevêem que o acordo possa ser assinado antes de Abril e as salas VIP comecem a ser exploradas antes de Outubro. A Jimei assinou também um acordo na área dos serviços de junkets com o Crown Perth, Austrália.

Secretários coordenam fiscalização de TNR’sLionel Leong e Raimundo do Rosário exigiram maior eficácia na fiscalização e controlo dos trabalhadores não residentes

Os Secretários para a Economia e Finanças e para os Transportes e Obras Públicas anun-ciaram ontem ter exigido o reforço da troca

de informaçoes interdepartamental para maior efi-cácia na fiscalização da contratação de trabalhado-res não residentes para empreitadas públicas.

A exigência foi transmitida aos serviços respon-sáveis pelos assuntos laborais e pela área das obras públicas durante uma reunião, que teve lugar há dias, presidida pelos titulares das duas pastas, res-pectivamente, Lionel Leong e Raimundo do Rosá-rio.

Em comunicado conjunto, divulgado ontem, as duas secretarias (Economia e Finanças e Transportes e Obras Públicas) indicam que exigiram o reforço do mecanismo de troca de informaçoes, “de modo a permitir uma maior eficácia na fiscalização e con-trolo dos trabalhadores não residentes, desde os processos de pedido, apreciação e autorização dos respetivos requerimentos até ao exercício dos traba-lhos dos mesmos nos recintos de obras”.

A nota oficial não especifica, porém, quantas pes-soas contratadas ao exterior trabalham em emprei-tadas públicas.

Segundo dados publicados no portal do Gabine-te para os Recursos Humanos, no final de Dezem-bro, existiam 45.755 trabalhadores importados a tra-balhar no sector da construção civil.

No final de 2014, Macau contava com 170.346 trabalhadores não residentes, a maioria dos quais oriundos do Interior da China (110.654), das Filipi-nas (21.549) e do Vietname (13.533).

O universo de mão-de-obra importada represen-ta 42% da população empregada de Macau, estima-da em 405.500 pessoas no final do ano passado.

JTM com Lusa

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 03

Liane Ferreira

Com 69 anos de carreira no mundo dos negócios, Sheldon Adelson aconselhou os alunos do IFT a arriscar e não terem medo de falhar nas suas carreiras. Considerando a quebra nas receitas do jogo como uma fase que irá melhorar, o presidente da Las Vegas Sands acredita que os jogadores VIP e do mercado de massas “premium” vão regressar quando o Governo Central terminar a “caça às bruxas” da campanha anti-corrupção

ADELSON REITERA QUE ABRANDAMENTO DO JOGO É “CÍCLICO”

“Caça às bruxas” obriga VIP’s a serem “discretos”

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Sands China atribui bónus aos funcionários a tempo inteiro

A Sands China anunciou ontem que vai pagar um bónus, no próximo dia 16, a todos os seus funcionários a tempo inteiro, como forma de premiar o seu contributo para o sucesso da empresa. Entre os trabalhadores elegíveis, mais de 27.000 concluíram pelo menos um ano de serviço completo, pelo que receberão pelo menos um bónus equivalente a um mês de salário.

Foi perante uma auditório repleto de alunos do Instituto de Formação Turística (IFT) que Sheldon Adelson

partilhou a sua experiência de vida como empreendedor que começou a trabalhar aos 12 anos de idade. Dando conselhos sobre a forma dos alunos se tornarem mão de obra atractiva, o presidente e CEO do grupo Las Vegas Sands asseve-rou que o abrandamento do sector de jogo no território não passa de uma fase e que, ao contrário do que se viu durante a crise financeira de 2008, as obras no CO-TAI não vão parar.

“A noite segue-se ao dia, a recessão segue-se a expansão e vice-versa. Tudo é cíclico e também esta fase irá passar”, su-blinhou Sheldon Adelson, fazendo uma análise da situação em Macau. “O abran-damento do jogo poderia estar ligado a uma diminuição no número de visitan-tes, mas na realidade, os visitantes su-biram cerca de 5% no ano passado, mas não quer dizer que todos fossem joga-dores VIP, que podem jogar uma grande quantidade de dinheiro em cada visita”, disse.

Indicando que muitas pessoas culpa-bilizam a campanha anti-corrupção do Governo Central por afastar jogadores VIP, o presidente da Las Vegas Sands considerou que esses apostadores apenas preferem ficar “fora do radar de visibili-dade”, porque também não gostam de ostentação.

“Vão ser discretos até a ‘caça as bru-xas’ acabar, até o Governo Central chi-nês dizer que não estão a procura de ninguém, potencialmente corrupto por causa dos seus gastos”, destacou.

Sheldon Adelson frisou que não são apenas os jogadores VIP que estão a ser discretos, mas também os do mercado de massas “premium”. “Não querem que o Governo os veja a gastar, aquilo que eles consideram ser uma grande quantia de dinheiro, que varia entre os 5.000 e os 100.000 dólares de Hong Kong”, indicou.

Questionado sobre o facto deste abrandamento no sector poder conduzir a uma suspensão das obras do empresa no COTAI, o magnata frisou que o que se viu no passado com a construção do San-ds Cotai Central deveu-se a crise finan-ceira de 2008 e a má gestão de um presi-dente do grupo, que ele próprio acabou por despedir. Sem mencionar o nome do executivo, Adelson acusou-o de não ter assegurado o devido financiamento do projecto, conduzindo a paragem.

No entanto, Adelson salientou que essa paragem nada significou, pois actualmente o complexo da Sands no COTAI “é o maior edifício do mundo com quase 14 milhoes de metros qua-

drados”, estando a quarta torre em fase de conclusão.

Respondendo a um aluno da licen-ciatura em marketing para retalho, que indagou sobre o futuro de Macau, Adel-son afirmou que “o único precedente é Las Vegas”. “Se este é um bom exemplo, tudo o que temos são 28.000 quartos em Macau e na minha visão para a COTAI Strip isto é relativamente pequeno, com-parado com os 150 mil quartos de Las Vegas”, destacou, acrescentando que o “problema é que não há terra suficiente e para expandir a indústria do turismo, a RPC entregou Hengqin a investidores para desenvolverem produtos turísticos, mas não vai permitir jogo”.

Considerando que este aspecto “é bom para quem já cá está, porque não tem mais concorrência”, defendeu que os benefícios dessa proibição são maximiza-dos pelo limite no crescimento do núme-ro de mesas, estabelecido pelo Governo de Macau.

O CEO recordou que, quando a Strip de Las Vegas começou a expandir-se, muitas pessoas diziam que já existiam hotéis e casinos a mais, no entanto, desde 1959 não parou de crescer contando ac-tualmente com 125 casinos no vale de Las Vegas e 25 mega-resorts na Strip.

No seguimento de uma pergunta rela-tivamente a contratação de funcionários locais, o presidente da Las Vegas Sands asseverou que sempre “quis empregar e promover os locais, sempre quis promo-

ver um ‘lar ocupacional’ aos colegas de equipa”.

“Queremos promover os locais, mas têm de ter o talento e conhecimento para gerir outras pessoas”, destacou, acrescen-tando que o grupo tem cerca de 35.000 empregados, dos quais 72% são locais.

Avançando que o problema é não “te-rem ninguém para contratar”, afirmou que a Sands procura “milhares de pes-soas para a construção e outros milhares para as operaçoes” do Parisian.

“O nosso projecto de desenvolvimen-to inclui as zonas de retalho, que preci-sam de vendedores, com conhecimentos na área do marketing”, declarou, adian-tando que as áreas comerciais irão ter en-tre 150 a 200 inquilinos e que, no total, a Las Vegas Sands emprega cerca de 50.000 pessoas em todo o mundo.

Garantindo aos estudantes que “estão na indústria certa”, porque é a maior do mundo, o presidente contradisse um pro-fessor do IFT, que tinha indagado sobre os motivos que o levaram a investir numa indústria que normalmente não é muito rentável. “De que indústria é que está a falar? Porque nós ainda agora reportá-mos ganhos de 5,5 mil milhoes de dólares americanos, mais do que o Marriot, Holi-day In e Starworld juntos”, afirmou.

Um empreendedor arrisca e sabe liderar“Sem risco, não há ganhos”, afirmou

Adelson, em resposta a um estudante que perguntou o que é necessário para ter su-cesso na carreira. “Em toda a minha vida como empreendedor posso dizer que a única coisa que me faz essa pessoa é a mi-nha vontade de arriscar e determinação para levantar e tentar novamente”, disse.

Destacando que uma pessoa bem su-cedida é aquela que diz “a vida não é per-feita”, o CEO da Las Vegas Sands apon-tou que também é preciso saber gerir outras pessoas. “Têm de dar o exemplo

ao fazer as coisas bem, por exemplo se es-tão a fazer um trabalho e acaba o horário de trabalho, ficam e acabam, não deixam para o outro dia”, declarou.

“Sou um empreendedor, participei em mais de 50 negócios durante a minha vida, provavelmente tenho um deficit de atenção porque me aborreço muito rapi-damente”, contou o empresário, revelan-do que no seu início de carreira organiza-va feiras e convençoes, na qual se inclui o COMDEX, a maior feira da indústria de computadores.

Relembrando que entrou na indústria hoteleira porque procurava expandir o negócio das feiras e convençoes, Adelson explicou que comprou o hotel Sands na Strip de Las Vegas porque tinha a área ne-cessária para construir um centro de con-vençoes. Porém, não estava satisfeito com os gerentes que contratou para operar a unidade e, depois de lidar com três exe-cutivos, decidiu demolir o hotel antigo e construir o “Venetian” com 3.000 quartos, ao quais adicionou outras duas unidades hoteleiras.

“Depois entrei no negócio de expandir, mas só quando cheguei a Singapura é que ouvi o termo ‘resorts integrados’ e adoptei o nome”, destacou, indicando que prefere este tipo de hotel aos considerados “hotéis urbanos”, dependentes dos visitantes em negócios e com taxas de ocupação meno-res, que rondam os 65 e 70%.

Segundo o empresário, os seus “re-sorts integrados” têm taxas de ocupação na ordem dos 98,2%, porque combinam diferentes tipos de visitantes e as feiras e convençoes podem ocorrer durante a semana ou fim de semana, pelo que não estão dependentes de um tipo de clientes.

“Sempre mudei o status quo da indús-tria. Se este indica que toda a gente quer ter a semana ocupada, então o sector da MICE era o que fazia desequilibrar a ba-lança”, referiu.

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201504 JTM | LOCAL

Vivana Chan

SUSANA CHOU ELOGIA OBRA QUE ABORDA ASSASSINATO DE EX-GOVERNADOR

Ópera sobre morte de Ferreira do Amaralencarada como “lição de patriotismo”Susana Chou considera que a ópera “A Alma do Mar de Espelho”, que aborda alguns períodos da história de Macau, e em particular o assassinato do governador português João Ferreira do Amaral, é uma lição sobre “patriotismo, nacionalismo e amor por Macau”

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A antiga presidente da Assembleia Legislati-va (AL), Susana Chou,

elogiou a ópera “A Alma do Mar de Espelho”, que percorre alguns episódios da história de Macau, incluindo o assassina-to do antigo governador João Ferreira do Amaral, como uma “aula de patriotismo para os ci-dadãos de Macau”.

“A Alma do Mar de Es-pelho” esteve em exibição durante o mês de Janeiro no Centro Cultural de Macau e contou com o apoio da Funda-ção Macau, fazendo parte das actividades comemorativas do aniversário da RAEM. Foi es-crita por um autor local, Mok Ian Ian, e interpretada pelo grupo de ópera de Pequim da província de Jiangsu.

Susana Chou revelou que ela própria foi convidada pelo autor da ópera para ver o espec-

táculo, dizendo ter “apreciado muito” uma vez que dá a co-nhecer a história de Macau an-tes de 1965. Apesar dos 400 anos de relaçoes harmoniosas entre a China e Portugal, há uma parte “amarga” que é realçada pela obra.

Num texto publicado no seu blogue pessoal, a antiga pre-sidente da AL refere que antes de chegar a Macau não tinha um conhecimento aprofundado sobre a história antiga do terri-tório, recordando-se no entanto da estátua do antigo Gover-nador que estava colocada em frente ao Hotel Lisboa.

Susana Chou diz ter pensa-do que se tratava de um “herói da história de Portugal” acres-centando que só mais tarde é que viria a conhecer a história de João Ferreira do Amaral.

No início da década de 90, um responsável chinês pelos assuntos de Hong Kong e Ma-cau afirmou que a China gos-taria que os símbolos coloniais

fossem retirados antes do final do período de transição. A está-tua de João Ferreira do Amaral acabaria mesmo por ser retirada em 1992 e enviada para Lisboa. “Foi aí que fiquei a saber que João Ferreira do Amaral não era uma grande pessoa na história portuguesa, nem herói. Era o 79º governador português em Macau”, refere Susana Chou.

A antiga presidente da AL diz que, após a chegada de João Ferreira do Amaral, nomeado governador de Macau em 1846, foram aplicadas várias medidas destinadas a consolidar a gover-nação portuguesa no território. Foram acçoes negativas que pressionaram a comunidade chinesa, acrescentou.

João Ferreira do Amaral aca-baria por ser assassinado em 1849 por um “cidadão da Vila de Mong Ha”, refere Susana Chou, considerando que embo-ra as pessoas de Macau odeiem o antigo governador “ele é con-siderado como um grande he-

rói” aos olhos dos portugueses. Susana Chou agradeceu ain-

da a muitas pessoas que fize-ram parte da história de Macau, incluindo o próprio cidadão

chinês que matou o governador português, por se terem “sacri-ficado em nome da harmonia e da estabilidade” que o território usufrui hoje em dia.

AL teme abuso do Canil por donos de animais O Governo quer cobrar uma taxa diária de 100 patacas a quem deixar os seus animais no Canil Municipal, um valor considerado baixo pelos deputados que receiam um uso excessivo destas instalações. Está ainda prevista a criação de uma lista negra para quem entregar de vez os seus cães

O Governo pretende co-brar uma taxa pela en-trega de animais no

Canil Municipal, mas os deputa-dos temem que um valor baixo provoque situaçoes de abuso no canil. A medida foi discutida no âmbito da análise da especiali-dade da proposta de lei de pro-tecção dos animais que ontem juntou deputados e Governo.

Citada pela Rádio Macau, a presidente da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Le-gislativa, que tem em mãos o diploma, deu conta que há preo-cupaçoes sobre o facto dos do-nos dos animais abusarem do uso do Canil, que já recebe por ano entre 250 a 300 cães. Contu-do, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) não prevê um aumento do nú-mero de animais abandonados

no Canil.“O Canil é muito pequeno.

Há a preocupação porque estes custos são baixos. Apenas 100 patacas por dia. Tenho medo que os donos abusem deste ar-tigo”, referiu Kwan Tsui Hang.

Com o objectivo de evi-tar abusos, prevê-se também a criação de uma lista negra com os nomes dos donos que en-treguem animais ao IACM. Da proposta de lei consta ainda que quem confiar ao IACM o seu animal perderá os respectivos direitos de propriedade.

Em discussão voltou também a estar a utilização de animais para fins científicos. As escolas terão que apresentar ao IACM todos os anos o projecto para o uso de animais em experiên-cias. Se não o fizerem, incorrem numa multa.

48% das interpelações sem resposta do GovernoMais de metade das interpelações escritas enviadas pelos deputados à Assembleia Legislativa (AL) continuam sem resposta por parte do Governo

Dados compilados pela agência Lusa, com recurso as informaçoes publi-cadas no portal da AL, indicam que

desde o início da actual sessão legislativa, a 16 de Outubro, até ao final de Dezembro, foram apresentadas 150 interpelaçoes escritas, das quais apenas 73 obtiveram resposta por parte do Governo, ou seja, 48,6% do total.

À luz da resolução que regulamenta o pro-cesso de interpelação sobre a acção governati-va, após a recepção da interpelação escrita, o presidente do Hemiciclo envia-a ao Chefe do Executivo para conhecimento e resposta. O Governo deve responder, por escrito, no pra-zo de 30 dias a contar da data de recepção do requerimento pelo Chefe do Executivo.

Das 150 interpelaçoes escritas, 129 foram assinadas por deputados eleitos por sufrágio universal, enquanto as restantes 21 por depu-tados escolhidos por sufrágio indireto. Não foram submetidas interpelaçoes escritas por parte de nenhum dos sete deputados nomea-dos durante o mesmo período.

Um terço das interpelaçoes escritas (50) diz respeito a Secretaria dos Transportes e Obras Públicas, seguindo-se a tutela dos As-suntos Sociais e Cultura (42), Administração e Justiça (23), Economia e Finanças (19), Segu-

rança (14) e duas endereçadas directamente ao Chefe do Executivo.

Já em Janeiro de 2015 deram entrada 60 interpelaçoes escritas, das quais nenhuma ob-teve resposta, de acordo com os dados cons-tantes no portal da AL.

A Assembleia Legislativa é composta por 33 deputados: 14 eleitos por sufrágio uni-versal, 12 por sufrágio indirecto (por via das associaçoes) e sete nomeados pelo Chefe do Executivo.

JTM/Lusa

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 05

SÓ FOI APROVADO UM TERÇO DO SUBSÍDIO REQUERIDO

Fundação Macau dá um milhão à AULPA Fundação Macau decidiu atribuir um milhão de patacas à Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), ou seja, um terço do que foi requerido. O montante concedido visa ajudar a suportar as despesas de projectos como as obras da sede da AULP e foi deliberado tendo em conta “a racionalidade do orçamento”

Fátima Almeida

A Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) esperava receber três milhoes

de patacas da Fundação Macau (FM), mas desta vez apenas lhes foi conce-dido um terço do requerido. Depois de analisar os projectos propostos pela AULP, a Fundação Macau deci-diu atribuir um milhão de patacas a associação para ajudar no desenvolvi-mento de seis projectos.

“O subsídio concedido por esta Fundação não cobre necessariamente a totalidade os projectos e dos mon-tantes requeridos”, recordou a FM em resposta ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. “Dos projectos propostos pela União a apoio financeiro solicita-do, depois de analisados os elementos necessários bem como a racionalidade do orçamento, a Fundação deliberou conceder um subsídio de um milhão de patacas para custear parte das des-pesas com seis projectos”, indicou a Fundação.

De acordo com a Fundação Macau, o montante atribuído visa ajudar a co-brir despesas relacionadas com obras de beneficência da sede da associação,

organização dos 24º, 25º e 26º Encon-tros anuais da AULP, lançamento de publicaçoes e atribuição do Prémio Fernão Mendes Pinto.

O apoio foi solicitado no ano pas-sado pela AULP, que realizou o seu 24º encontro em Macau. Quando este-ve na RAEM, o presidente cessante da

AULP, Jorge Ferrão, não só agradeceu o anterior apoio da Fundação Macau como disse aos jornalistas que tinha sido remetido outro pedido, envol-vendo cerca de três milhoes de pata-cas, com o intuito de dispor da verba para reforçar o programa de mobili-dade de professores e estudantes, por forma a poder alargá-lo com mais am-plitude a Macau e países como Timor--Leste.

Na altura Jorge Ferrão mostrava-se confiante na concessão deste apoio, uma vez que a FM já há cerca de sete anos tinha alocado uma verba de dois milhoes de patacas sobretudo para apoiar na parte administrativa, o que possibilitou a AULP continuar “tran-quilamente a produzir as suas actas, revistas especializadas e a oferecer o prémio Fernão Mendes Pinto bem como outro conjunto de actividades”.

O novo pedido de três milhoes a Fundação Macau foi efectuado no iní-cio do ano passado, visto que AULP gostaria de estender o seu programa de mobilidade o mais rápido possível. Actualmente, já há alunos e docentes de países lusófonos africanos nas uni-versidades de Macau, mas Jorge Fer-rão esperava que o reverso da moeda também fosse possível.

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UCTM recebeu16 milhões do GAESno quarto trimestredo ano passadoA Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) voltou a destacar-se na lista de apoios financeiros concedi-dos pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) no quarto trimestre do ano passado, ao receber 16,6 milhoes de patacas repartidos por oito subsídios. De acordo com a lista publicada ontem no Boletim Oficial, o valor mais elevado atribuído a instituição de ensino superior supera os 6,7 milhoes de patacas e desti-na-se a apoiar a compra da licença de uso da base de dados electrónicos e sistema electrónico. Aquisiçoes de material di-dáctico e equipamentos de cozinha para o ensino de educação turística também mereceram o apoio do GAES. Já a Univer-sidade Cidade de Macau recebeu, entre Outubro e Dezembro, um subsídio de 2,9 milhoes de patacas destinado a compra de livros e equipamentos. Por outro lado, a Universidade de São José beneficiou de três subsídios num total próximo de 1,5 milhoes de patacas, com vista a apoiar a compra de equipamentos auxiliares de ensino, a participação numa conferência internacional e publicação de tese, bem como em actividades de intercâmbio aca-démico e realização de seminário. Para o Instituto politécnico de Macau seguiram “apenas” 50 mil patacas, subsídio apli-cado na “realização de uma actividade”, pode ler-se no Boletim Oficial.

Pensionistas pedem apoio para compensar descida do euroA suspensão do subsídio de residência e a quebra do euro levaram a APOMAC a solicitar ao Governo da RAEM apoio financeiro para aposentados que recebem as pensões através de Portugal

A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensio-nistas de Macau (APOMAC) entregou ontem uma petição ao Governo, pedindo uma compensação

pelo “prejuízo dos aposentados” da administração portu-guesa, que temem ser prejudicados com a desvalorização do euro.

Cerca de 1.300 antigos trabalhadores da função pública recebem as suas pensoes através de Portugal e quando o câmbio fixa que 1 euro vale menos de 9 patacas, o valor das pensoes é alterado.

O pedido de apoio financeiro é também justificado com o que entendem ser outras perdas, como a suspensão do subsídio de residência para todos os trabalhadores que se aposentaram antes da transferência de administração, em 1999, e recebem as suas pensoes através da Caixa Geral de Aposentaçoes.

A petição foi entregue por Jorge Fão, presidente da As-sembleia Geral da APOMAC e membro da comissão elei-toral do Chefe do Executivo, depois de uma reunião da as-sociação, já prometida no fim de Janeiro para minimizar os impactos da desvalorização do euro.

O euro atingiu mínimos de 11 anos depois da vitória do Syriza na Grécia.

“Devido a queda brusca do câmbio e ao corte do Go-verno nos subsídios de residência, propomos que se arranje uma forma de compensar o prejuízo aos aposentados”, ex-plicou a agência Lusa o presidente da APOMAC, Francisco Manhão.

Não foi apresentada nenhuma sugestão concreta, ape-

nas que este apoio deve ser financeiro, mas não com que frequência ou em que moldes. O objectivo é conseguir um apoio permanente e não apenas durante a baixa do euro.

A APOMAC contactou também a Caixa Geral de Apo-sentaçoes em Portugal para pedir que as pensoes de Feve-reiro sejam pagas mais cedo que o habitual, no dia 17, de modo a antecederem os feriados do Ano Novo chinês, que começam a 19.

Actualmente, há cerca de 1.300 reformados da antiga ad-ministração a residir em Macau que recebem as suas pensoes através de Portugal. Segundo o presidente da APOMAC, as pensoes variam entre 300 euros (pensoes de sobrevivência) e 4.000 euros, sendo que a maioria oscila entre os 2.000 e os 3.500 euros. JTM com Lusa

Petição foi entregue por Jorge Fão

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201506 JTM | LOCAL

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Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCAÇÃO

Nos termos do Nº. 3 do artigo 17º. dos Estatutos do Clube de Ténis Civil de Macau, é convocada a Assembleia Geral dos sócios do referido clube para se reunirem ordinariamente no dia 15 de Fevereiro (domingo) às 18H00, na sede do Clube, com a seguinte:

ORDEM DO DIA

1. Discussão e votação do relatório e contas da Direcção, referente ao exercício de 2014 e do respectivo parecer do Conselho Fiscal.

2. Discussão e votação, por aclamação, de dois sócios honorário, pelas contribuições generosas prestadas ao nosso Clube.

3. Eleição dos corpos gerentes para o biénio 2015-2016.

Se à hora marcada não estiver presente a maioria dos sócios, a assembleia abrirá, em segunda convocatória, meia hora depois, de harmonia com o disposto no Nº.6 do artigo 17º. dos Estatutos.

Macau, aos 2 de Fevereiro de 2015.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Leong Heng Seong

MULHERES RECEBIAM APENAS 200 PATACAS

PSP investiga redede prostituiçãoUm jovem de 21 anos poderá ser o elo de ligação a uma rede de controlo de prostituição, que recorre à distribuição de cartões pornográficos. A PSP interceptou duas prostitutas, que ganhavam apenas 200 patacas em serviços de 1.500

A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve dois homens da China Continental de 21 e 41

anos de idade e interceptou duas prosti-tutas, de 21 e 29 anos, com a mesma ori-gem, havendo suspeitas de que se trate de uma rede de controlo de prostituição.

De acordo com as autoridades, o in-divíduo mais velho foi interceptado na Avenida da Amizade a distribuir cartoes pornográficos. Contou que tomou conhe-cimento desta função, através de um site na internet e recebia cerca de 650 renmin-bis, com refeiçoes e alojamento incluídos.

A partir de informaçoes fornecidas pelo suspeito, foi detido o jovem de 21 anos, que para além de fornecer os car-toes, estará alegadamente ligado a uma mulher, ainda não identificada, perten-cente a rede de controlo de prostituição.

Os agentes da PSP interceptaram duas mulheres, que trabalhavam como prostitutas no território, após marcarem um encontro, através do número de tele-fone indicados nos cartoes apreendidos.

Ambas as mulheres cobravam 1.500 patacas por cada encontro sexual, porém, apenas podiam ficar com 200 patacas, sendo o restante entregue a rede. Uma delas operava na RAEM desde Novem-bro e, dos 30.000 dólares de Hong Kong, que recebeu apenas reteve 3.000.

O detido mais jovem foi entregue ao Ministério Público, por suspeitas de con-

trolo de prostituição. A PSP continua a investigar o caso.

Fichas furtadas de cima da mesa Noutro caso, um jogador japonês

reportou o furto de 150.000 dólares de Hong Kong em fichas a Polícia Judiciária, que acabou por deter o suspeito.

Segundo dados policiais, o queixoso pousou 22 fichas de jogo, com valor facial de 10.000 dólares de Hong Kong cada, em cima de uma mesa de jogo e foi a casa de banho. O suspeito aproveitou a situa-ção para furtar 15 fichas e tentar sair do casino, no entanto, foi interceptado pela equipa de segurança a porta.

O detido, de 41 anos, oriundo do Con-tinente Chinês, já foi entregue ao Ministé-rio Público.

RECRUTAMENTO NÃO CONSEGUE REPOR SAÍDAS

Falta de pessoal agrava-se na PrisãoA primeira fase do novo Estabelecimento Prisional deverá ser concluída até Abril e o Governo está já preparado para iniciar o concurso para construção da próxima fase

A falta da mão-de-obra no Esta-belecimento Prisional de Ma-cau (EPM) continua a ser um

problema premente e segundo o chefe de Departamento de Assuntos Prisio-nais do EPM, Ng Loi On, a fuga dos trabalhadores tem-se verificado ano após ano e que mesmo após concursos de recrutamento não tem sido possível repor o número de trabalhadores que têm saído.

Em Janeiro, 50 alunos iniciaram a formação e Ng Loi On espera que pos-sam aliviar a pressão colocada nos ser-viços prisionais pela falta de recursos humanos. Segundo os dados estatísti-cos mais recentes, a Prisão de Macau tinha 1.211 presos até ao final do mês passado e uma taxa de ocupação pri-sional de 80%.

Entre os reclusos, 40% são origina-dos do Interior da China e 35% locais. Cerca de 20% dos presos estão envol-vidos em crimes ligados a droga. Foi também revelado que 48 presos resi-dentes permanentes de Hong Kong, que cumpriam pena na RAEM, foram transferidos para prisoes da região vi-zinha.

A primeira fase do Novo Esta-belecimento Prisional deverá estar terminada no primeiro trimestre do presente ano e o concurso público para a segunda fase deve ser lança-do ainda em 2015. O técnico supe-

rior do EPM, Lei Ka Nang, revelou que as obras da construção da pri-meira fase da nova prisão em Ka Ho estão concluídas em mais de 90%, seguindo as verificaçoes e inspec-çoes finais. O mesmo técnico expli-cou que os atrasos da obra ficaram a dever-se ao grau de dificuldade da intervenção, que está a ser feita numa colina com muita inclinação. Foi também revelado que a Direcção dos Serviços dos Solos, Obras Públi-cas e Transportes (DSSOPT) está a preparar-se para iniciar o concurso de construção da próxima fase.

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UIVOViviana Chan

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 07

USO DE GERADORES QUE ESTAVAM DESLIGADOS PODE ESTAR NA ORIGEM DO INCIDENTE

CEM emite poluentes seis vezes acima do limiteA Companhia de Electricidade de Macau reconheceu ontem que a utilização de geradores que estiveram desligados até Janeiro pode ter levado a uma emissão de gases poluentes seis vezes acima do limite recomendado. Para o director do Gabinete de Segurança, Saúde, Ambiente & Qualidade da CEM a situação é temporária, estando a ser preparada uma proposta de soluções que será enviada ao Governo

Após queixas recentes dos residen-tes nas proximidades da Central Térmica de Coloane que refe-

riram o aparecimento de fumo negro, a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) admitiu que os níveis de óxido de nitrogénio estavam muito acima do reco-mendado. Uma tabela exibida por Gar-rick Yuen, engenheiro sénior da Central Térmica de Coloane, mostra que foram atingidos 3.354 miligramas quando o va-lor máximo permitido para as emissoes da substância está fixado nos 500 miligra-mas por metro cúbico.

Habitualmente, a operação dos gera-dores produz “menos de 100”, garantiu Edmond Sassouvi Etchri, director do Ga-binete de Segurança, Saúde, Ambiente e Qualidade da CEM. Porém, durante a activação dos geradores, quando o fumo negro é visível, o valor ascende a cerca de 3.000.

Garrick Yuen frisou que está a ser preparada uma proposta de aquisição de máquinas para a produção de energia com recurso ao gás natural.

Ip Kam Veng, da Direcção de Geração, afirmou que a proposta vai ser “submeti-da brevemente a apreciação do Executi-vo”, não sendo ainda possível estimar o orçamento necessário para a compra dos novos equipamentos.

A CEM pretende adquirir duas turbi-nas de gás de ciclo combinado até 2019, sendo que uma delas deve entrar em fun-cionamento nesse ano. O ciclo completo deve estar pronto até 2020, dizem os res-ponsáveis da companhia.

Para Ip Kam Veng, com esta medida “o impacto ambiental vai ser reduzido porque [as turbinas] funcionarão a gás natural, que é um combustível muito limpo”.

Simultaneamente, a empresa vai pro-por ao Governo que as seis máquinas de que dispoe para a produção de energia funcionem durante 24 horas, o que de momento acontece com apenas quatro dos equipamentos. Edmond Etchri sa-lientou que a medida vai permitir uma maior “eficiência energética” e prevenir o aparecimento do fumo negro.

“O fumo preto que se vê acontece quando ligamos os equipamentos, por isso, uma solução óbvia para o problema é reduzir o número de vezes que desliga-mos e voltamos a ligar as máquinas, visto ser a causa do aumento da propagação dos gases”, explicou o responsável.

Porém, ressalva, “em termos de emis-são de óxido de nitrogénio, enxofre e dió-xido de carbono os valores que apresenta-mos continuam abaixo do nível máximo

recomendado”.O responsável destacou também que

em termos de saúde pública não há mo-tivo para preocupação dado que existem “o que se chama de aparelhos de controlo da qualidade do ar”, que “até agora não registaram quaisquer problemas”.

Para Edmond Etchri não é expectável ver a nuvem de fumo negro com uma frequência pré-definida. “Os aparelhos apenas são desligados quando é necessá-rio fazer alguma reparação ou devido as condiçoes atmosféricas. Por outro lado, só são ligados quando é preciso uma maior produção de energia. Não é possível pre-ver”.

A flutuação dos preços do combustí-vel é o critério que define, por norma, o volume de produção energética em Ma-cau, explicam os responsáveis da CEM.

“Em determinados período do ano os combustíveis têm um preço muito eleva-do, por isso, acabamos por importar mais energia a China. Quando o combustível está mais baixo podemos produzir local-mente e importar menos”, destacaram. Macau importa habitualmente 90% da electricidade, sendo que os restantes 10% são produzidos localmente, através de centrais térmicas e de incineração.

“É importante para Macau a produ-ção local de energia”, na eventualidade de existirem interrupçoes no processo de importação que, salientou Edmond Etchri, “podem acontecer por vários mo-tivos”.

As unidades da CEM funcionam com recurso a fuelóleo, combustível que a em-presa admitiu ser “menos amigo do am-biente”. Ainda assim, os responsáveis su-blinham que, na generalidade, os valores da emissão de gases poluentes registados em Macau encontram-se dentro dos pa-râmetros locais e da União Europeia.

O recurso ao gás natural é visto como uma forma de minorar o impacto da pro-dução de energia. “A CEM está muito comprometida a minimizar o impacto ambiental. Queremos introduzir um combustível muito mais limpo, o gás na-tural, que não tem enxofre”, disse o res-ponsável pela segurança, saúde e meio ambiente.

No entanto, o fornecimento de gás na-tural está suspenso desde que a empresa Sinosky, a principal exportadora, e o Exe-cutivo entraram em desacordo relativa-mente a definição de tarifas.

Ip Kam Veng esclareceu que a empre-sa está “a trabalhar com o Governo e te-mos confiança que se vai encontrar uma boa solução para Macau”.

I.A. com Lusa

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As quebras nas receitas do Jogo provocaram uma convulsão no nú-

mero de casas vendidas no ano passado, maior do que a veri-ficada no período da própria SARS ou da crise económica. As conclusoes são de uma agência imobiliária, a Rica-corp, que afirma que 2014 foi o pior ano da última década em relação ao número de transac-çoes efectuadas.

“As receitas do Jogo des-ceram no segundo semestre do ano, e o pior de tudo foi o decréscimo de Dezembro, que também afectou o sentimento

RICACORP DIZ QUE MERCADO FOI AFECTADO PELAS QUEBRAS NO JOGO

Imobiliário foi “do paraíso ao inferno” em 2014A agência imobiliária Ricacorp prevê que o preço das casas suba entre 8 a 10 por cento este ano. A companhia assinala que no ano passado acusou uma quebra nas vendas, já que o número de transacções diminuiu, e culpa as receitas de jogo pela instabilidade do mercado. Para 2015 perspectiva um aumento nas vendas de casas e uma nova subida dos preços, ainda assim mais baixa do que no ano passado

Fátima Almeida

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JTMem relação ao mercado, porque

grande parte do dinheiro vem desta indústria”, referiu Jane Liu, directora geral da compa-nhia.

Apesar de 2014 ter sido um ano que a empresa descreve como ir “do paraíso ao infer-no” – com um primeiro semes-tre positivo a dar lugar a um segundo de quebra - 2015 pa-rece trazer melhores auspícios para os vendedores. Já quem quiser comprar vai ter que en-frentar aumentos entre os 8 e os 10 por cento nos preços das casas.

As previsoes da Ricacorp para 2015 apontam ainda para um acréscimo das transacçoes de unidades até cerca de 8.500.

“No ano passado foram tran-saccionadas cerca de 7.200 uni-dades e este ano serão mais. E o preço das casas também vai subir de 8 a 10 por cento, não deverá ser mais, porque tam-bém se regista uma inflação entre 6 a 7 por cento e trabalha-mos em dólares cujo valor tem descido”, estimou Jane Liu.

No ano passado o período mais crítico para o mercado foi o segundo semestre acompa-nhando a descida das receitas do jogo. Contudo, segundo os números oficiais, no ano pas-sado, o preço geral das casas encareceu 21 por cento.

Segundo Jane Liu, o seg-mento mais afectado foi o das unidades para pré-venda, em

que o preço por metro quadra-do sofreu uma descida signifi-cativa no final do ano passado. “Nos imóveis para os quais já foi feito o empréstimo no que diz respeito a unidades de se-

gunda mão, o preço não desceu muito”, afirmou.

A mesma responsável acre-dita que quando abrirem os no-vos projectos no COTAI o mer-cado “vai voltar a aquecer”.

Garrick Yuen disse que a CEM pretende adquirir máquinas para produzir energia com recurso ao gás natural

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201508 JTM | LOCAL

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EXPOSIÇÃO NA FUNDAÇÃO RUI CUNHA

“Impressões de Macau” a óleoA Fundação Rui Cunha vai albergar até ao dia 3 de Março a exposição “Impressões de Macau”, de Guo Zhen, que inclui cerca de 30 pinturas a óleo de várias zonas da RAEM. Para o artista, o território tem conseguido manter traços tradicionais que lhe agradam, mesmo que esteja em mudança constante

Jardim de São Francisco, Casas Museu da Taipa e Farol da Guia são apenas alguns dos locais mais

conhecidos de Macau retratados nas pinturas a óleo de Guo Zhen, que se encontram em exposição na Fundação Rui Cunha.

O artista, que vem ao território com alguma frequência para visitar os pais, disse que lhe “agrada passear pela ci-dade quando tem tempo” para ver as mudanças urbanas. Ainda que a RAEM esteja em constante mutação, salientou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU “é bom ver que se mantém a mistura ma-ravilhosa entre a tradição portuguesa e a cultura chinesa”.

Caminhando ao longo da Galeria da Fundação Rui Cunha, Guo Zhen ex-

plicou que alguns locais que retratou já não existem. Como exemplo, apontou um campo verdejante que, segundo o artista, se encontrava nas traseiras do Venetian.

“Aqui podemos ver as antigas ca-sas que eram habitadas pelos portu-gueses, aliás, vê-se pela arquitectura característica. Hoje acho que são um museu”, disse referindo-se a gravu-ra onde estão representadas as Casas Museu da Taipa.

Na exposição podem ver-se tanto locais facilmente reconhecíveis como a deusa Kun Iam, junto a água como outros mais discretos. “A maioria dos meus trabalhos representa a Taipa antiga. A Taipa é linda”, esclareceu. As ruas tradicionais “tão pequenas e

• • • BREVES

Residência para portugueses aumentou 65% em 2014Em 2014, 250 portugueses consegui-ram obter a residência em Macau, o que equivale a um aumento anual de 65 por cento, avançou a Rádio Ma-cau. Os números da Polícia de Segu-rança Pública indicam que, em 2013, apenas 151 cidadãos portugueses tiveram os pedidos de autorização aprovados, sendo que tinham sido entregues mais de 300. A Polícia de Segurança Pública não especifica se as 250 autorizaçoes de residência de 2014 faziam parte dos processos pen-dentes. Em Março do ano passado, havia pelo menos 26 portugueses que estavam desde 2012 a espera de há cerca de um ano, eram 141 as pessoas que se encontravam a aguardar uma decisão das autoridades. Os dados fornecidos a Rádio indicam ainda que houve 19 cidadãos portugueses a quem foram indeferidos os pedidos de residência. A polícia não especifi-ca as razoes. Destaque também para o facto de haver 84 portugueses com blue card, uma situação que, há al-guns anos, não era comum. A lei em vigor em Macau faz com que os não residentes tenham fortes limitaçoes na mobilidade laboral.

Choi Lai Hang no Gabinete Coordenador de SegurançaO antigo director dos Serviços de Al-fândega, Choi Lai Hang foi nomeado, em comissão de serviço, para o cargo de coordenador do Gabinete Coor-denador de Segurança. A nomeação consta de um despacho do Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicado ontem em Boletim Oficial. O novo responsável substituiu no cargo Cheang Seng Chio, que refor-mou-se este mês.

Música pela Ilha do Fogono Hard Rock CaféA Associação de divulgação da Cul-tura de Cabo Verde (ADCC) vai or-ganizar uma sessão de solidariedade com a Ilha do Fogo de Cabo Verde. O evento “Djunta Mon” consiste num espectáculo de música com “Hum-berto e amigos”, que vão subir ao palco do Hard Rock Café na próxima sexta-feira as 23h00.

Paulo Maia e Carmo lança livro sobre pintura chinesaPaulo Maia e Carmo lançou ontem, no Consulado Geral de Portugal, o seu novo livro “O Pintor no seu La-birinto – Histórias da Pintura na Chi-na”, editado pela “Livros do Meio”. Trata-se de um livro que aborda os diferentes estilos de oito pintores chineses. Na sessão de apresentação marcaram presença o editor da obra, Carlos Morais José, e o cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno.

Macau conta, desde finais de Janeiro, com uma nova associação que pretende promover a gastronomia portuguesa e dos países lusófonos no território,

cujos estatutos foram ontem publicados em Boletim Oficial.A “Simbiose” visa promover a gastronomia portuguesa

e dos países de língua portuguesa e divulgar a sua cultura gastronómica, técnicas e tradiçoes alimentares, bem como fomentar a educação e equilíbrio alimentares em estabele-cimentos de ensino, em especial nas escolas portuguesas e luso-chinesas, nas empresas e em instituiçoes público-priva-das.

Nesse sentido, um dos objectivos da “Simbiose – Associa-ção para a Promoção da Gastronomia Portuguesa” passa por realizar iniciativas como acçoes de formação, colóquios ou mostras gastronómicas.

“Estamos a espera da confirmação de um local que servi-rá de palco a promoção da gastronomia portuguesa e lusófo-

na”, designadamente de “pratos que não estejam muito bem representados em Macau”, de que são exemplos a cachupa ou a moamba, diz o mentor da associação e chefe de cozinha, André Correia.

A associação, “ainda em fase embrionária”, procura concretizar o primeiro projecto na primeira metade do ano, adiantou André Correia.

Outros dos fins da “Simbiose”, a luz dos estatutos, pas-sam pela elaboração de estudos e consultadoria alimentar, bem como a concepção, produção, publicação, distribuição e divulgação de obras em suporte escrito, audiovisual e multimédia, nas áreas da gastronomia, educação alimentar e promoção dos produtos tradicionais dos países de língua portuguesa.

A educação alimentar é uma área em que André Correia tem experiência, uma vez que delineou um plano para as crianças do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes.

Nova associação promove gastronomia lusófonaA associação “Simbiose” visa promover a gastronomia portuguesa e dos países de língua portuguesa e divulgar a sua cultura gastronómica, técnicas e tradições alimentares

tão apertadas que nem os autocar-ros conseguem lá passar” são as que mais atraem o artista, que mostra nalgumas pinturas os becos antigos e as casas tradicionais, por vezes com roupa estendida a janela.

Esta é a primeira exposição do pin-tor no território, razão pela qual não é fácil para Guo Zhen prever a receptivi-dade das pessoas. “Não conheço mui-to bem os macaenses mas espero que reconheçam os lugares e que os meus trabalhos lhes agradem”, afirmou.

Relativamente as suas impressoes de Macau, referiu o facto de lhe agra-dar que a RAEM mantenha os seus “traços tradicionais nalgumas ruas”, como os candeeiros ou os pilares que impedem as pessoas de ir do passeio para a estrada.

O gosto pela pintura de Guo Zhen apareceu nos anos 1980, quando emi-grou para o Canadá, e onde procurou fontes de inspiração, mudando-se mais tarde para Macau, cidade pela qual se apaixonou.

I.A.

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EXPOSIÇÃO DO PINTOR CHINÊS FOI ONTEM INAUGURADA NO ALBERGUE

Mio Pang Fei no arranque de protocolo que pode chegar a PortugalFoi ontem aberta ao público a exposição “Além da Superfície”, da autoria do conceituado pintor chinês Mio Pang Fei. A mostra de trabalhos foi inaugurada em Taipé, em Outubro do ano passado, e faz parte de um protocolo entre o Albergue da Santa Casa de Misericórdia e a Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, que poderá vir a chegar a Lisboa “daqui a um ou dois anos”

Mio Pang Fei esteve muito activo a explicar algumas técnicas aos presentes

Pedro André Santos

Além da Superfície” está já patente no Albergue, com 15 trabalhos da

autoria de Mio Pang Fei. No entanto, apenas três obras são originais, uma vez que algumas foram já destruídas no tempo ou não cabem no local por mo-tivos de espaço.

Mio Pang Fei “abriu as hos-tilidades” de um protocolo en-tre o Albergue da Santa Casa de Misericórdia e a Delegação Económica e Cultural de Ma-cau em Taiwan, e que poderá vir a chegar a Portugal e a Pe-quim. “Começámos com Mio Pang Fei porque é um grande pintor de reconhecimento in-ternacional, o segundo vai ser Fortes Pakeong Sequeira, um jovem muito talentoso”, disse Carlos Marreiros, acrescentan-do ainda que o artista seguinte “eventualmente poderá ser um português”. Sobre a possibili-dade de chegar a Lisboa, o di-rector do Albergue aponta para “daqui a um ou dois anos”.

Várias personalidades liga-

das as artes - e não só - deslo-caram-se ontem a São Lázaro para a inauguração de “Além da Superfície”, aproveitando também a presença do artis-ta chinês, que, em breves pa-lavras, falou sobre a mostra. “Esta exposição não tinha um tema especifico porque é uma selecção de diversos trabalhos, do que fiz nos últimos anos”, referiu.

Mio Pang Fei, recorde-se, foi o artista escolhido por um comité do Museu de Arte de Macau para representar a re-gião na Bienal de Arte de Ve-neza, iniciativa que decorre de 9 de Maio a 22 de Novem-bro deste ano. “Estou a fazer a preparação para a Bienal, é um evento internacional muito im-portante. Estou muito feliz por ter tido esta oportunidade, mas seria melhor se tivesse menos 20 anos. Agora com 80 anos fico um pouco nervoso de viajar de avião”, disse o artista.

Carlos Marreiros mostrou-se também satisfeito por uma es-colha que “só peca por tardia”, considerando que foi merecida. “Ele vai ter um palco importan-

te para se revelar ao mundo, e sendo Macau uma terra conhe-cida, não especialmente como produtora de artes mas de ou-tros entretenimentos, acho que vai ser importante”. Marreiros referiu ainda que o Albergue irá

organizar um grupo de Macau “para estar a apoiar o Mio Pang Fei” aquando da sua ida para a Bienal de Veneza.

“Além da Superfície” foi inaugurada a 26 de Outubro, em Taipé, onde ficou patente até

13 de Novembro, tendo atraído “centenas de amantes de arte”, de acordo com o Albergue.

A exposição do artista chi-nês radicado em Macau irá fi-car patente no território até ao final do mês.

TAÇA PORSCHE CARRERA

Ávila reitera apostana competitividadeRodolfo Ávila irá participar na Taça Porsche Carrera Ásia em 2015, defendendo as cores da Team Jebsen pelo sexto ano consecutivo

Estou muito satisfeito por dar continui-dade a esta parceria com a Team Jebsen. Após uma temporada de aprendiza-

gem com o 911 GT3 Cup (Type 991), estamos confiantes que este ano seremos capazes de obter ainda melhores resultados. A concor-rência tem melhorado de ano para ano, mas acreditamos que esta época poderemos fazer a diferença”, disse Ávila.

A temporada 2015 da Taça Porsche Car-rera Ásia será constituída por sete eventos e doze corridas, arrancando com os dias ofi-ciais de testes, a 6, 7 e 8 de Março, no Circuito Internacional de Sepang, Malásia. A competi-ção, que fará novamente parte dos programas dos Grande Prémios de Fórmula 1 no sudeste asiático, passará ainda por Xangai, em duas ocasioes, Singapura, Coreia do Sul e Japão.

“Estou confiante que vamos para a pri-meira prova bastante competitivos. Conhe-ço todos os circuitos do calendário, com a excepção do traçado da Coreia do Sul. Será a primeira visita do campeonato ao circuito de Fórmula 1 de Yeongam, mas vamos to-dos partir no mesmo pé de igualdade. É uma

pena Zhuhai não fazer parte do calendário deste ano, porque era como uma segunda casa para a equipa, mas não vejo que isso será uma desvantagem maior para nós, pois o ano passado conseguimos resultados muito bons em Xangai, Sepang e Fuji”, acrescentou o pi-loto português.

Ávila correu pela primeira vez pela Team Jebsen em 2010 e em 2011 ficou a apenas dois pontos do título da Taça Porsche Carrera Ásia. O piloto que representa a RAEM nos palcos internacionais tem vindo a mostrar--se mais competitivo, terminando na terceira posição em 2012 e 2013. Em 2014, após um arranque de temporada difícil, Ávila foi o quarto classificado.

“O Rodolfo tem competido com a Team Jebsen na Taça Porsche Carrera Ásia nos últi-mos seis anos e esta parceria tem-se revelado poderosa, uma combinação de conhecimento da Porsche, com talento de condução, o que permitiu a Team Jebsen terminar no Top-5 em todos os anos. Queremos fazer do resultado deste ano um novo recorde”, afirmou Terence Walker, director desportivo do Team Jebsen.

MGM RECEBE TRABALHO DA ARTISTA PORTUGUESA

“Valquíria” de Vasconcelos a partir de 16 de MarçoA MGM Macau anunciou ontem que a peça da série “Valquíria”, de Joana Vasconcelos, concebida especialmente para a Grande Praça do hotel-casino vai estar em exposição entre os dias 16 de Março e 31 de Outubro

A peça “Valkyrie Octopus” é, segundo o ateliê da artista portuguesa, a “mais com-

plexa” peça da série “Valquíria” criada até ao momento e será ins-talada na Grande Praça do MGM Macau, uma área com nome e ré-plicas arquitectónicas portuguesas, como a Casa dos Bicos.

“Valkyrie Octopus”, com nove metros de altura, incorpora luz LED (Díodo Emissor de Luz) e os seus braços irão estender-se ao lon-go de 34 metros pela Grande Pra-ça. Esta mostra a estar patente em Macau será a primeira exposição a solo de Joana Vasconcelos na Chi-na, como releva a MGM Macau em comunicado.

Joana Vasconcelos, de 42 anos, nascida em Paris, mas a residir em Lisboa e com ateliê na capital por-tuguesa, tornou-se na primeira mu-

lher e criadora mais jovem a expor algumas das suas obras no Palácio de Versailles, em Paris, em 2012.

Representou oficialmente Por-tugal na Bienal de Arte de Veneza 2013, num projecto comissariado por Miguel Amado, que levou um cacilheiro transformado em obra de arte ao recinto principal da mostra internacional contemporânea.

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JTM | LOCAL 11

Helder Fernando

PERFIS DA NOSSA GENTE

Quando os trovões em Macau eram de músicaA Calçada do Tronco Velho foi o local macaense que assistiu aos primeiros passos de Lelé até aos quatro anos. O nome é Domingos, o apelido é Rosa Duque, família que entre outras facetas é herdeira de convicções republicanas e tradições no jornalismo. Um dos seus netos, Lélé, também Domingos, não deixa de ser irreverente, mas figura bem disposta, foi músico dos famosos The Thunders

Em determinada altura nóssó pensávamos em tocar, era

o que mais gostávamos. No meu caso, não me posso queixar

muito da família, minha mãe apoiava, o pai punha muitas

reservas, mandava-me pôr a viola de lado e estudar. Era natural

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JTM

Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015

Entre outras circunstân-cias da vida, a família Rosa Duque está histo-

ricamente ligada a imprensa de Macau em língua portu-guesa. Avô de Fernando, Al-berto e Lelé, o oficial superior Domingos Gregório, pionei-ro do nome de família Rosa Duque em Macau, combateu pela República em Portugal, esteve de arma na mão na Rotunda de Lisboa. Depois, já neste Oriente, fundou e di-rigiu jornais como A Voz de Macau e O Combate, onde se escreviam páginas republica-nas, maçónicas e contra tota-litarismos.

Curioso é que os primei-ros anos do neto Domingos, a figura deste “Perfil” - todos o tratam por Lélé - foram vivi-dos com a família, pai Raul e mãe Eva Lynn, com os irmãos já mencionados, na Calçada do Tronco Velho, artéria onde se escrevia o jornal Notícias de Macau, depois A Voz de Macau, e nos dias de hoje o Jornal Tribuna de Macau, este que o leitor tem nas mãos.

Apesar da pouca diferença de idades, chegado o tempo das brincadeiras de rua, Lelé recorda: “íamos cada um para seu lado, com um ano de di-ferença já existia diferença de gostos por divertimentos. Cla-ro que muitas vezes brincáva-mos juntos, tendo cada um os seus amigos, alguns comuns”.

Quando a família foi mo-rar na avenida Coronel Mes-quita as brincadeiras ganha-ram maior espaço – “por ali havia muitos terrenos sem nada, jogávamos muita coi-sa, por exemplo o ‘triol’ (ber-linde), o ‘tau lu’ (paulito), o ‘larga papagaio’, os famosos papagaios de papel lançados ao vento presos por um lon-go cordel untado com uma massa onde se misturava vi-dro em pó, para as lutas do corta-corta, sempre tentando, e as vezes conseguindo, cor-tar os papagaios dos nossos rivais”. As velhas histórias de momentos inesquecíveis de uma Macau tranquila, sem compromissos de maior para além de sonhos ainda modes-tos.

Da rapaziada de outros tempos, neste caso da segun-da metade dos anos 60 - “as meninas eram raras nas nos-sas brincadeiras, a Lolly era praticamente a única, quando aparecia” - Lelé recorda “o Pom-Pom (João Magalhães), muito pessoal do Tap Seac (um bairro da cidade), o Alou (Herculano Airosa, mais tar-de músico dos Thunders), o Api (Rigoberto Rosário Jr., que foi vocalista no mesmo conjunto), o Manuel Cos-ta (também músico daquele conjunto), o Armando Ri-tchie que vivia na Rua Nova a Guia, mas aparecia sempre no Tap Seac e também elemento dos Thunders... Vários ou-tros rapazes daquela mesma geração de Macau que muito se divertiam sem prejudicar ninguém”.

Chegada a idade dos “party’s”, 15, 16, 17 anos, em Macau, a comunidade macaense geralmente “dan-çava em casas de família ao som dos discos com música daqueles tempos. Em nossa casa, na casa do Pina, Quartel dos Bombeiros, o pai era o co-mandante, e em outras”.

Pela memória de Domin-gos Rosa Duque passam ain-da imagens de outros conjun-tos musicais para além dos Thunders que ele integrou. Estes, os mais famosos e ven-cedores de um concurso em Hong Kong, ex-colónia britâ-nica onde por várias ocasioes actuaram e foram convidados pela TVB, gravaram um disco para a EMI, foram contrata-dos por um clube nocturno, mas só três deles continuaram em Hong Kong, as famílias dos dois restantes não auto-rizaram para não prejudicar os estudos deles. Houve um reforço, o Armando Lopes, na viola ritmo.

A formação dos The Thunders era assim na época referenciada por Domingos: Lelé na viola ritmo (ou tecla-do), Manuel Costa na bateria, Herculano Airosa na viola ritmo, Rigoberto Rosário na viola solo, Armando Ritchie na viola-baixo. Outros músi-cos integraram os Thunders: Daniel Ferreira, vocalista e cantor famosíssimo, tal como Robert Petrovich e outros.

Outros grupos, um ou outro onde Lelé também actuou, foram Midnight Riders, Flip-siders, Young Ones, Gatos

Negros ou Black Cats, Tele-casters... e alguns mais. Em Hong Kong pontificava Mi-chael Remedios (Remidios)

and The Mystics. Michael Re-medios, vocalista, com algu-mas origens macaenses.

A juventude macaense dos anos 60 e 70 ouvia muito a rá-dio local, conhecia os Thun-ders e outros grupos. Os mú-sicos eram famosos, tinham fãs, animavam muitas festas. O mesmo em Hong Kong. Esta circunstância prejudicou os estudos, pergunto a Lelé: “em parte sim, em determina-da altura nós só pensávamos em tocar, era o que mais gos-távamos. No meu caso, não me posso queixar muito da família, minha mãe apoiava, o pai punha muitas reservas, mandava-me pôr a viola de lado e estudar. Era natural”.

A emoção salta pelos olhos de Domingos Rosa Du-que quando lembra a letra de “Macau” (“Macau Terra Mi-nha”) de autoria de Rigoberto Rosário Jr. Palavras que não contam qualquer história de amor, ciúme e traição. É uma canção datada que fala funda-mentalmente do sentimento macaense ligado a Portugal:

Macau, terra minha. Trazes a lembrança de uma quinta.És coberta de folhas e flores. São alegres as suas cores.Macau, terra de lendas. Os con-tos são as suas fazendas.Os monumentos históricos que tens, e o ambiente português que manténs.Macau, vivestes sempre longe da sua mãe.Macau, és a menor da sua família.És tranquila, e bonita, símbolo da paz, e da beleza.Macau, terra minha.

Sobre professores, na Es-cola Comercial onde estudou, Domingos Rosa Duque desta-ca “Henrique de Senna Fer-nandes, muito bom professor de História, as aulas dele não eram monótonas, e António Sapage, de português, um professor que atraía os alunos para o gosto da língua portu-guesa”.

As tertúlias daquela época entre a comunidade macaense eram quase somente frequen-tada pelos sino-portugueses locais: “eram reunioes mais propriamente típicas nossas, hoje não sei, estou aposenta-do e passo grande parte do dia em casa”. Essa juventude pensava no crescimento da sua terra, nas eventuais trans-formaçoes? “Sinceramente não pensávamos muito no futuro, vivíamos do presen-te, sabíamos que a nossa ter-ra era uma terra portuguesa na China, respeitávamos a Bandeira Portuguesa, agora pensar ou adivinhar o futuro, isso não, não se falava nisso, e os professores nas aulas, lo-gicamente que também não”.

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201512 JTM | ACTUAL

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Docentes da Academia de Música de Almada estão sem salários desde Novembro

CHINAWuhan, capital da Província chinesa de Hu-bei, (centro) vai conceder isenção de visto de trânsito de 72 horas aos estrangeiros a partir de Março. Os estrangeiros poderão visitar a ci-dade sem visto durante esse período quando estiverem a caminho de um terceiro país ou região via Aeroporto Internacional de Tianhe, em Wuhan, que actualmente permite isenção de visto de 24 horas numa área fechada do ter-minal. Wuhan será a nona cidade do Continen-te chinês a seguir esta política.

JAPÃO - IO foguete japonês H2A colocou em órbita um novo satélite radar espião para completar um dispositivo de vigilância e defesa do territó-rio, em particular face à ameaça da Coreia do Norte. O sistema de satélites espiões permite, entre outras coisas, localizar objectos de pelo menos um metro de comprimento no solo, à noite ou através das nuvens, de uma altitude de centenas de quilómetros. Também pode servir para recolher dados sobre danos causa-dos por catástrofes naturais.

JAPÃO – IIUm tribunal de Tóquio condenou a oito anos de prisão um homem que criou um vírus e enviou, através de computadores de terceiros, ameaças de homicídios sob diversas formas, incluindo em escolas e num avião. O indivíduo, de 32 anos e ex-funcionário de uma empresa de telecomunicações, atacou os computado-res de quatro pessoas, passando a controlá-los de forma remota, e a partir desses dispositivos electrónicos enviou as ameaças para a polícia e meios de comunicação.

FILIPINASA polícia das Filipinas deteve um australiano de 42 anos suspeito do homicídio de uma jovem de 17 anos que alegadamente conhe-ceu através da Internet, depois do corpo ter sido encontrado num quarto de um motel na cidade de Dipolog (sul), informaram as autori-dades. Segundo a polícia, o indivíduo confes-sou o homicídio alegando, contudo, legítima defesa, garantindo que a jovem mordeu o seu pénis quando lhe pediu para fazer sexo oral.

TIMOR-LESTEO secretário-geral da Fretilin confirmou ontem que Xanana Gusmão, presidente do maior partido timorense e actual chefe do Governo, convidou Rui Araújo para ser o novo primeiro--ministro de Timor-Leste. Mari Alkatiri falava depois de participar com o presidente da Fre-tilin, Lu’ Olo, num encontro com o presidente da República que fechou a ronda de consultas presidenciais com os partidos políticos sobre a reestruturação do Governo.

SÉRVIA/CROÁCIAAlegando “falta de provas”, o Tribunal Penal In-ternacional anunciou que nem a Sérvia nem a Croácia cometeram actos de genocídio duran-te a Guerra dos Balcãs, nos anos 1990. O Tribu-nal corte decidiu rejeitar as acusações mútuas, mas admitiu que “diversos outros crimes” fo-ram cometidos no conflito.

ESTADOS UNIDOSA Câmara dos Representantes dos EUA votou a favor da derrogação da reforma de saúde do Presidente Barack Obama, na primeira inicia-tiva do género desde que os republicanos to-maram o controlo absoluto do Congresso em Janeiro. A medida foi votada com 239 votos a favor e 186 contra. No entanto, a Casa Branca já tinha anunciado que Obama irá vetar qual-quer tentativa de rejeitar a lei.

VOLTA AOMUND

RÚSSIA

Políticos aconselham dietapara combater a criseA crise é uma boa oportunidade para fazer dieta, consideram vários políticos russos

PORTUGAL

Directora de escola hipoteca bens para pagar saláriosUma directora de uma escola que hipotecou os bens pessoais para pagar salários ou um professor que pediu alargamento do empréstimo para comprar medicamentos são algumas histórias de quem (des)espera pelas verbas prometidas pelo Ministério da Educação de Portugal

Em Portugal existem apenas seis escolas de ensino ar-tístico público e foi através de parcerias entre o Minis-tério da Educação e Ciência (MEC) e as escolas priva-

das que o ensino da música e da dança se tornou acessível aos jovens de todo o país.

No entanto, este ano, o MEC ainda não pagou os serviços prestados pelos professores destas escolas, que dão aulas a alunos do ensino público, e os efeitos desse atraso já se sen-tem na vida dos docentes e escolas.

A Academia de Música de Almada deixou recentemente de dar aulas e os professores estão sem salários desde No-vembro, apesar do esforço dos proprietários.

“Empenhámos os nossos bens pessoais para conseguir pagar ordenados, encargos a segurança social, finanças, alu-gueres e luz, necessários ao normal funcionamento de uma escola”, contou a Lusa Susana Batoca, directora administra-tiva e pedagógica da Academia de Música de Almada.

Entretanto, o dinheiro acabou e como não chegou a verba do Ministério, em Novembro deixaram de pagar contas e ordenados.

Susana Batoca estima que o valor das coimas por atra-sos a segurança social e finanças e os juros dos empréstimos ascendam já a 12 mil euros. A este problema acrescenta o desgaste de ver os professores trabalhar sem receber.

“Nos últimos quatro anos temos estado cerca de quatro meses sem salário mas chega a um ponto em que não dá mais para suportar esta situação”, criticou Rui Nabais, pro-fessor de guitarra clássica há mais de duas décadas e com o ordenado em atraso há vários meses.

Em Dezembro, quando contavam receber as verbas, as escolas foram informadas que os processos tinham sido en-viados pela tutela para o Tribunal de Contas: proprietários e professores começaram a fazer contas as dívidas e emprésti-mos que contavam saldar.

Duarte Lamas, professor na Academia Musical dos Ami-gos das Crianças, em Lisboa, disse a Lusa que recentemente ficou sem dinheiro para pagar uma conta na farmácia.

“Fui comprar medicamentos para a minha filha e quan-do ia pagar já não tinha plafond. Tive de ir ao banco pedir um alargamento do empréstimo e a situação resolveu-se mas conheço professores que tinham comprado casa há pouco tempo e por isso não podem pedir mais emprésti-mos estando numa situação muito complicada”, desabafou Duarte Lamas.

Marta Costa, professora de coro e formação musical, está sem ordenado desde Novembro e consegue sobreviver por-

que o marido “tem o ordenado em dia”. No entanto, com salários em atraso na ordem dos milhares de euros, “tem de gerir as contas até ao último cêntimo”.

Rui Paiva, professor que tem vivido os últimos meses sem ordenado, relatou histórias de colegas que já não conseguem pedir empréstimos e conhece mesmo o caso de um docente que perdeu a casa e, por isso, a custódia do filho.

No final de Janeiro, o Tribunal de Contas revelou que os processos tinham voltado a ser devolvidos ao Ministério por falta de documentos.

“Isto já não é sério. Entrámos numa situação em que já não se pode mais pactuar com uma coisa destas. Isto é insul-tuoso”, criticou Rui Nabais, lembrando que as escolas “estão sem um tostão desde Setembro”.

Pedro Galhoz é pai de uma aluna que frequenta o ensino articulado da música e lamenta o que se está a passar subli-nhando o empenhamento dos professores: “São profissionais que muitas vezes deixam de ganhar ordenado, não têm ho-ras, não há reformas, não há nada, apenas a paixão pela arte”.

O professor Rui Paiva lembrou a importância do ensino artístico para a última geração de músicos e bailarinos, recor-dando nomes sonantes como Samuel Bastos, Tiago Coimbra, Adriano Ferreira, João Soeiro ou Marcelino Sambé. No entan-to lamenta que esta geração de artísticas seja ensinada a custa “do sofrimento dos professores”. JTM/Lusa

Comam menos, pintem os lá-bios com beterraba, utilizem roupas interiores de algodão

russo. De acordo com a agência AFP, estes têm sido alguns conselhos dados aos russos pela classe política como forma de enfrentar a crise no país.

“Se o dinheiro não chegar, lembre--se que somos russos, que superamos a fome e o frio, que temos que pensar na nossa saúde e comer menos”, afir-mou Ilia Gaffner, deputado da região de Sverdlovsk, na Sibéria, a uma se-nhora que se queixou de não poder comprar açúcar para o filho doente.

No ano passado, os preços subi-ram mais de 11% na Rússia, sendo que no caso dos alimentos houve um aumento de aproximadamente 15%. Espera-se que a escalada aumente nos próximos meses.

Alguns produtos de primeira necessidade, como carne, pescado, açúcar, repolho, queijo, ovos e arroz encareceram entre 10% e 50% devido as sançoes impostas pelo Ocidente e a queda do preço do petróleo.

Neste contexto de inflação galo-pante, muitos russos reagiram com indignação as declaraçoes do deputa-

do, que se viu obrigado a pedir des-culpas publicamente.

Apesar da polémica, entre os pró-prios dirigentes do Kremlin também surgiram apelos para que os russos aproveitem a crise para fazer dieta.

“Vamos superar todos os obstácu-los no nosso país, vamos comer me-nos, gastar menos energia”, disse o vice-primeiro-ministro Igor Shuvalov no Fórum de Davos.

“O plano anti-crise visa fazer com que os cidadãos comuns e os empre-sários se adaptem a nova realidade”, explicou Shuvalov.

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Parceria luso-chinesa “deve ser acarinhada”O vice-primeiro ministro português e e o embaixador chinês em Lisboa destacaram solidariedade em tempos de crise

ITÁLIA

Presidente não vai dar tréguas à máfiaO novo Presidente italiano prometeu que a luta contra a máfia e a corrupção será uma das principais prioridades do seu mandato de sete anos. Mattarella viveu pessoalmente os horrores da máfia em 1980, quando o irmão foi assassinado

Paulo Portas e Huang Songfu na apresentação do “Diário de Todos”

Paulo Portas, vice-primeiro-ministro português, sublinhou que, “num período de reajustamentos em Por-

tugal, a China fez investimentos impor-tantes no país”, na sessão de lançamento do jornal bilingue luso-chinês Diário de Todos, em Lisboa.

No seu discurso durante a cerimónia, que ocorreu num hotel de Lisboa, o go-vernante lembrou que, “este ano, passa uma década sobre parceria estratégica entre Portugal e a China”, uma parceria que “deve ser acarinhada, dada a parti-lha de interesses comuns e convergentes” e tendo em conta a amizade que une os dois países e que tornou “a transição de Macau num caso exemplar”.

Enaltecendo o desenvolvimento eco-nómico da China no panorama inter-nacional, Paulo Portas assinalou ainda o facto daquele país asiático ser, actual-mente, “um dos mais importantes para as exportaçoes nacionais”, bem como “o maior emissor mundial de turistas, com uma classe média em ascensão e com a ambição de se internacionalizar”.

Neste contexto, o surgimento em Portugal “de um jornal que visa trans-mitir uma percepção diferente da China aos portugueses e uma visão diferente de Portugal aos chineses”, foi descrito pelo vice-primeiro-ministro como “uma consequência previsível da relação bem--sucedida entre Lisboa e Pequim”.

Também presente na sessão, o em-baixador da China em Portugal, Huang

Songfu, destacou igualmente a vertente solidária, afirmando que, “apesar da co-munidade chinesa em Portugal, compos-ta por cerca de 20.000 pessoas, não ter aumentado nos últimos anos, também não diminuiu, o que demonstra que os chineses optaram por suportar os tempos difíceis ao lado dos portugueses”.

Para Huang Songfu, que falou aos jor-

nalistas a margem da cerimónia, o jornal Diário de Todos é um meio eficaz “para os portugueses ficarem a conhecer a rea-lidade política, económica e cultural chi-nesa”, ao mesmo tempo que, ao divulgar mais a realidade portuguesa na China, “pode facilitar a tomada de decisoes dos empresários chineses e o aumento do seu investimento em Portugal”.

Descrevendo a publicação recém--nascida, em papel, como “uma boa surpresa” no início do ano e um sinal da “saudável relação sino-portuguesa”, o embaixador acrescentou que o jornal “certamente fortalecerá as relaçoes bila-terais e a cooperação e o entendimento mútuos”, além de ser um contributo im-portante para os “chineses de segunda e terceira geração que estão em Portugal e não falam chinês”.

Para Helena da Cruz Mouro, directo-ra da publicação bilingue, esta tem por objetivo “prestar um verdadeiro serviço público, facultando informação estraté-gica e acompanhando as tendências dos mercados”, ao mesmo tempo que “as-segura isenção e respeito por ambas as culturas” e “contribui para formar uma opinião pública esclarecida, participativa e responsável”.

O jornal quinzenal Diário de Todos, escrito em português e chinês e que de-dica 70% das suas páginas a componen-te económica, chegou ontem as bancas, sensivelmente um ano depois de o pro-jecto ter tido início ‘online’, sendo a sua tiragem inicial de 10.000 exemplares e o preço de capa de 2,5 euros (22 patacas).

Já com parcerias estabelecidas com outros meios de comunicação, como com a agência noticiosa macaense na área eco-nómica MacauHub, e com o presiden-te da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, o Diário de Todos tem nova edição prevista para dia 17. JTM/Lusa

O décimo segundo presidente da República Ita-liana recordou dois juízes assassinados em 1992 pela máfia e um bebé de dois anos que

morreu num atentado contra a sinagoga de Roma na década de 1980, para deixar um aviso público ao crime organizado.

“A luta contra a máfia e a corrupção são prioridades absolutas. A corrupção atingiu um nível inaceitável, devorando os recursos que se destinam aos cidadãos”, alertou Sergio Mattarella, de 73 anos, na cerimónia da sua tomada de posse.

Classificando a máfia como “um cancro penetrante que destrói as esperanças” e “espezinha os direitos”, o primeiro siciliano a assumir a Presidência da Itália exor-tou as instituiçoes a lutarem contra todas as formas de máfia, antigas e novas, bem como contra a corrupção.

Nascido em Palermo, o novo Chefe de Estado conta aliás com um importante passado de combate a máfia, sobretudo depois do irmão ter sido assassinado pelo crime organizado em Janeiro de 1980, quando Sergio Mattarella comandava os destinos da região da Sicília.

Nos últimos meses, as autoridades policiais têm apertado o cerco a máfia e, na semana passada, de-sencadearam mesmo uma mega operação que levou a detenção de cerca de 160 pessoas. Durante a operação, que mobilizou um milhar de agentes policiais e contou com a ajuda de helicópteros, foram detidos seis chefes da máfia calabresa, a temida ‘Ndrangheta, e desmante-lada uma rede criminosa que operava na industrializa-da região de Emilia Romaña. Só em Bolonha, capital da região, foram detidos 116 suspeitos, incluindo um ve-reador regional do “Forza Italia”, partido do magnata Silvio Berlusconi, um jornalista da televisão local e o pai

do futebolista italiano Vincenzo Iaquinta, empresário.“Foi uma operação que não hesito em classificar

como histórica, sem precedentes, imponente e decisiva para o combate judicial da máfia no norte do país”, de-clarou Franco Roberti, procurador nacional anti-máfia, ao frisar que se trata de uma organização criminosa “muito perigosa, que está profundamente enraizada no tecido económico e empresarial de Emilia Romaña”.

Os detidos foram acusados de associação mafiosa, extorsão, usura, uso de armas proibidas e de capitais de origem ilícita, emissão de notas falsas e outros crimes agravados para favorecer as actividades da ‘Ndranghe-ta.

A organização calabresa tornou-se na máfia mais poderosa da Itália desde os anos 90 graças ao tráfico ile-gal de drogas, ligaçoes com a América Latina e lavagem de dinheiro através de empresas aparentemente legais dedicadas a construção, restaurantes e supermercados.

Por um país “mais solidário”Num discurso que se prolongou por meia hora e foi

interrompido 42 vezes por aplausos, o sucessor de Gior-gio Napolitano na Presidência italiana evocou vários te-mas, desde a luta contra o impacto da crise, o combate ao terrorismo e a questão da imigração clandestina. “As guerras, os atentados, as perseguiçoes políticas, étnicas e religiosas, a miséria e a fome criam grandes vagas de refugiados que representam um desafio para uma Eu-ropa mais atenta, comprometida e solidária”, disse.

Mattarella prometeu também ser um “árbitro im-parcial”, para dar credibilidade a um país afectado pela crise e assegurou que vai lutar contra as desigualdades sociais e económicas. “A crise aumentou as injustiças”,

reconheceu o Presidente, que deseja um país “mais li-vre e solidário”.

Na sua primeira mensagem a nação, Mattarella, até há poucos dias juiz do Tribunal Constitucional, saudou os estrangeiros que vivem na Itália e reconheceu que é necessário aprovar com urgência várias reformas, como a eleitoral. “Devemos evitar o risco de que a crise económica afecte os valores nos quais se baseia o pacto social da Constituição”, afirmou, acrescentando que “a democracia não é uma conquista definitiva”.

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201514 JTM | ROTEIRO

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:10 Avenida Brasil (Repetição) 19:00 Montra do Lilau (Repetição) 19:30 O Teu Olhar 20:30 Telejornal 21:00 TDM Talk Show 21:30 Mentes Criminosas Sr.8 22:10 Avenida Brasil 23:00 TDM News 23:30 Lado B 00:20 Telejornal (Repetição) 00:50 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Ultimate Knockouts 14:00 UFC on FOX Sports 16:30 National Icons 17:00 AFC Asian Cup 2015 Quarter Final 3 - Iran vs Iraq 18:30 Rise As One Match For Peace 19:00 Perfection 19:30 Sport Confidential 20:00 FOX SPORTS Central 20:30 Dutch Eredivisie Highlights 21:30 Perfection 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 UFC on FOX Sports 00:30 Ultimate Knockouts

31 FOX SPORTS 213:00 PGA Tour Highlights 2015 Waste Management Phoenix Open 14:00 Asian Fishing Championships 14:30 AFF Suzuki Cup 2014 Singa-pore vs Thailand 16:00 Dutch Eredivisie Feyenoord vs ADO Den Haag 17:00 Inside Sailing 2015 17:30 MLB Postseason 2014 ALDS: Kansas City Royals vs Los Angeles Angels 19:00 Necker Cup 19:30 Challenge Laguna Phuket 20:30 Netball Nations Cup 2014 Highlights 21:00 Sport Confidential 21:30 PGA Tour Highlights 2015 Waste Management Phoe-nix Open 22:30 AFC Asian Cup 2015 Quarter Final 1 00:00 Badminton Unlimited 00:30 (LIVE) LPGA 2015 Pure Slik Bahamas LPGA Classic Day 1

40 FOX MOVIES12:15 Xxx: The Next Level 14:00 Scary Movie 5 15:30 A Bug’S Life 17:10 Love And Honor 18:50 The Host 21:00 Pompeii 22:50 Blood 00:25 Sexy Evil Genius

41 HBO11:30 The Assassination Of Jesse James By The Coward Robert Ford 14:10 G.I. Joe: Retaliation 16:00 The Spongebob Squarepants Movie 17:30 Mean Girls 19:05 E.T. 21:00 Mission: Impossible Iii 23:05 Insidious Chapter 2 00:50 Atonement

42 CINEMAX12:10 Vampire In Brooklyn 13:50 The Game 16:00 Out Of Sight 17:30 Breakin’ All The Rules 19:00 Encrypt 20:30 Blind Fury 22:00 Banshee 23:00 Space Cowboys

50 DISCOVERY13:00 What Happened Next? 13:30 Magic Of Science 14:00 Strip The City 15:00 Codes And Conspiracies 16:00 World’s Top 5 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Deadliest Catch 19:00 Ice Cold Gold 20:00 American Chopper 21:00 Off The Hook: Extreme Catches 22:00 A Haunting 23:00 Gold Rush 00:00 American Chopper

51 NGC12:30 Live Free Or Die 13:25 Family Guns 14:20 Mad Scientists 15:15 Laverstoke Mill 16:10 Ultimate Airport Dubai 17:05 Inside Cocaine Wars 18:00 Family Guns 19:00 Eat: The Story of Food 20:00 Mega Factories 21:00 Megastructures 22:00 Ultimate Airport Dubai 23:00 Inside Cocaine Wars 00:00 Mega Factories

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Cajun Pawn Stars 15:00 In Search Of Aliens 16:00 The Pickers 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars: New York

20:30 Storage Wars: Canada 21:00 10 Things You Don’t Know About 22:00 America’s Book Of Secrets 23:00 Pawn Stars 00:00 10 Things You Don’t Know About

55 FYI13:00 Flip This House 14:00 Hideous Houses 15:00 Picker Sisters 16:00 Bondi Vet 18:00 Flipping Boston 19:00 Food Factory 21:00 Epic Meal Empire 22:00 Far Flung With Gary Mehigan 23:00 Food Factory

63 STAR WORLD12:55 The Rachel Zoe Project 13:45 Cristela 14:10 Benched 14:35 Masterchef Junior US 15:25 America’s Next Top Model 16:15 Cougar Town 17:05 Styled to Rock 18:00 American Idol 19:00 Masterchef Junior US 20:00 American Idol 20:55 America’s Next Top Model 21:50 Glee 22:45 Revenge 23:40 Sex and The City 00:35 Cristela

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal-Directo 16:01 Os Nossos Dias 16:32 Cuidado Com a Língua! 16:46 Sabores das Ilhas 17:23 Pit Stop 18:11 Era uma vez 18:18 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia-Directo 19:30 Flash 7 Dias-Directo 20:06 Sabia Que? 20:29 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde-Directo 22:11 Além de Nós: Mudança na Paisagem 23:05 Tanto Para Conversar 23:46 Cuidado Com a Língua! 00:01 Os Nossos Dias 00:32 O Preço Certo 01:22 Sabores das Ilhas 02:00 Portugal em Directo-Directo 03:03 Sabia Que? 03:29 Água de Mar 04:00 Telejornal-Directo 04:50 A Opinião de Nuno Morais Sarmento-Directo 05:11 Agora Nós

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

110C/180C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 8.99 9.11YUAN (RPC) 1.270 1.290

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 06/01

• • • HOJE 05/01110C/170C

WWW.SMG.GOV.MO

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

20:30CINEMAX

Blind Fury

CINETEATROS1 Blackhat14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

S2 Nightcrawler14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUTaken 314:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)13:40 • 16:10 • 19:50 • 21:00 • 22:00 • 00:35

Taken 316:10 • 15:35 • 19:00 • 20:00 • 22:45 • 23:40

Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

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JTM | DESPORTO 15 Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015

LIEDSON SOBRE OS CONTACTOS COM O SPORTING DE MACAU

“Tive algumas conversas, mas jánão estou em condições de jogar”O Levezinho é personagem incontornável quando se fala de um Sporting-Benfica. O antigo avançado leonino lembra o ambiente no balneário antes de um “dérbi”, e revela o que diária aos “leões” se o chamassem a dar a palestra e desabafa: “Júlio César não joga? Isso é uma boa”. Liedson comentou ainda a possibilidade gorada de alinhar no Sporting de Macau, considerando que já não tem condições para jogar

• • • POLIDESPORTIVO

Gaitán continua longe do “dérbi” com o SportingNa contagem decrescente para a deslocação a Alvala-de, adensam-se as dúvidas quanto a recuperação de Nico Gaitán para o jogo com o Sporting. Segundo a imprensa portuguesa, o extremo argentino, a contas com lesão muscular na face anterior da coxa esquer-da, continua a trabalhar de forma condicionada, ape-sar de estar a evoluir favoravelmente do problema contraído no jogo com o Marítimo, a 18 de Janeiro. O camisola 10 só será utilizado em Alvalade com a certeza de que não correrá riscos de recidiva.

Árbitro da CAN foisuspenso por seis mesesO árbitro Rajindraparsad Seechurn, das Ilhas Maurí-

cias, foi suspenso por seis meses, depois da polémica arbitragem no Guiné Equatorial-Tunísia, dos quartos--de-final da Taça das Naçoes Africanas (CAN) de fu-tebol. A decisão foi tomada pela comissão disciplinar da Confederação Africana de Futebol (CAF), depois de uma exibição de Seechrun muito contestada pelos tunisinos, em especial devido a uma duvidosa gran-de penalidade, já nos descontos, que levou o encontro para prolongamento.

United vence e apura-separa os “oitavos” da TaçaO Manchester United garantiu o apuramento para os oitavos-de-final da Taça de Inglaterra ao vencer o Cambridge, do 4.º escalão do futebol inglês, por 3-0, em Old Trafford. Juan Mata abriu o marcador aos 25 minutos, com Marcos Rojo (32) e James Wilson a (74)

completarem o triunfo da equipa orientada por Louis Van Gaal. No que diz respeito as outras partidas da Taça de Inglaterra, o Sunderland, que venceu o Fu-lham por 3-1, e o Preston North End, que bateu o She-ffield United igualmente por 3-1, também garantiram a passagem aos “oitavos”.

Gastão Elias eliminado na primeira ronda em DallasO tenista Gastão Elias, número 126 do circuito mundial, foi eliminado na primeira ronda do tor-neio de Dallas, nos Estados Unidos. O número dois português perdeu com um jogador proveniente do torneio de qualificação, o francês Maxime Tchou-takian, no modesto lugar 774 da hierarquia mun-dial, em dois “sets”, pelos parciais de 6-4 e 6-3, ao fim de 1:03 horas

Antes de um Sporting-Benfica é impossível não nos lembrarmos de Liedson...

-Pois é... Ainda hoje fico muito feliz por isso. Eu adorava jogar contra o Benfica e marcar. Os “dérbis” foram inesquecíveis, memoráveis para mim. Pena que os golos nem sempre davam pontos. O clima no balneá-rio, a preparação do jogo, é especial e diferente. Não me lembro de viver uma sensação igual a de um Sporting--Benfica muitas vezes na carreira.

-E os duelos com Luisão?-Que saudades. Acho que ele também gostava dos

duelos comigo (risos).-Acha? Chegou a falar com ele sobre os “dérbies”?-Nós não éramos amigos íntimos, você sabe que os

clubes sempre nos separam um pouco, não interessa se somos os dois brasileiros, mas havia uma amizade e um respeito muito grande. Quando nos encontrávamos nos sítios falávamos e saía gargalhada sempre. Eu gosto muito do Luisão, ele é uma torre, é preciso manha para levar a melhor.

-Marcou 11 golos ao Benfica. Recorda algum em es-pecial?

-Foram muitos, né? (risos). É sempre difícil esco-lher, mas talvez aqueles dois golos na vitória por 3-2 (2008/09). Acho que o Derlei marcou o outro. Porque vencemos. É muito mais saboroso quando marcas um golo e esse golo vale para alguma coisa, não apenas para ti. Esse valeu.

-Depois disso o Sporting só venceu mais uma vez...-Olha, para o clube e para mim não é uma boa lem-

brança...-Lembra-se do que os treinadores diziam antes do

“dérbi”?-Nestes jogos não precisam dizer muito. Todos sabem

que o “dérbi” é uma responsabilidade muito grande, ga-nhar ao rival dá uma moral para o dia a seguir, toda a gente viu, toda a gente sabe e te elogia. Há sempre uma motivação muito grande, vives para estes jogos, queres é jogar e não ouvir palestra...

-E se o chamassem para falar ao balneário antes deste jogo, o que dizia aos jogadores?

-Como eu disse, não há muito para dizer. Pelo menos que entre na cabeça antes do jogo. Mas têm de ter con-fiança, aproveitar os erros do adversário e nunca deixar uma boa perdida no campo. Num “dérbi” há que espe-rar a hora certa e depois partir para cima. Os adeptos pe-dem sempre a um jogador para decidir, no meu tempo era a mim, agora pedem ao Nani ou ao Slimani. Mas eles

precisam de um minuto para marcar, o colectivo tinha de decidir nos outros 89.... por isso nem sempre fomos felizes. Eles que pensem nisso, todos vão ter de fazer a diferença em campo.

-Tem acompanhado o Sporting?-Sim, no campeonato acompanho. Sei que a equipa

está em terceiro, a um ponto do FC Porto, e esse jogo é importante para chegar ao segundo lugar. Essa é uma meta muito importante por causa da Champions. O Sporting precisa de estar na Liga dos Campeoes sempre. E depois é tentar o título. A equipa é jovem, mas está muito bem, estou a gostar de ver.

-Mas se o Sporting ganhar passa o FC Porto, onde também jogou...

-Eu respeito muito o FC Porto, fui lá campeão, o que infelizmente não consegui no Sporting, e não guardo mágoa da forma como saí do Dragão, mas não tem nada que ver... Eu dei sete anos da minha vida ao Sporting, mas o Sporting também me deu muito, fez de mim o que eu fui no futebol, vou estar sempre grato ao clube.

-É importante para o Sporting já ter o Slimani de volta?

-Muito. Dá mais opçoes ao Marco Silva. Sempre que me perguntam por ele ou pelo Montero só posso elogiar. É um artilheiro, sabe fazer golos. Só espero que continue a dar muitas alegrias aos adeptos. Slimani parece um

avançado com muito potencial.-E o que pensa do Benfica?-O Jonas é muito perigoso, a defesa do Sporting não

pode vacilar. Mas não é só o Jonas, o Lima também é um avançado muito forte. Além disso o Benfica tem lá o Jorge Jesus, um treinador que está lá há muito tempo e conhece bem o futebol português, e sabe como lidar com estes jogos. Mas eu aposto numa vitória do Sporting.

-O Júlio César não joga...-Sério? Isso já é uma boa para o Sporting. E fico con-

tente porque na outra baliza o Rui Patrício tem estado muito bem.

- O que anda a fazer o Liedson? Falou-se no Spor-ting de Macau...

-Tive algumas conversas, mas infelizmente não estou em condiçoes para continuar a jogar. Agora estou a go-zar um pouco a vida depois de tanto tempo de futebol. O futuro vai ser ligado ao futebol, de certeza, talvez como empresário e a ajudar outros Liedson a aparecerem. Agora estou ligado a uma escolinha do Corinthians. É um projecto bonito, a ajudar a criançada.

-Para quando o regresso a Portugal?-Quero ir antes de acabar a época. Talvez no último

jogo do campeonato ou no final da Taça... espero que o Sporting chegue lá ao Jamor.

JTM/DN

Liedson esteve para representar o Sporting de Macau esta temproada

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201516 JTM | OPINIÃO

MEMÓRIASVictor Neto*

Passeios por Macau

Macau, a fantástica ci-dade que esteve sob o domínio portu-

guês até 1999, situada na Chi-na, considerada a Pérola do Oriente, está presentemente muito modificada a diversos níveis, desde que se come-çaram a construir edifícios de grande altura e um vas-to conjunto de outras obras urbanas. Eu tenho tomado conhecimento disso, porque através de conversas com naturais desta terra e por li-vros que mostram a evolução verificada ao longo dos anos, tenho assim acompanhado o seu progresso.

Nos aterros que conquista-ram espaço ao mar, podem-se ver novas construçoes e até os que se fizeram para o novo Aeroporto Internacional de Macau.

Mas se agora é assim, há cinquenta anos, quando eu cheguei a Macau as coisas não eram, como são hoje. Ainda a bordo do barco “Fat Shan”, vi que estava aparentemente na presença de uma cidade com características semelhantes a muitas outras de Portugal.

Quando desembarquei é que vi as grandes e deslumbrantes diferenças.

Então interiorizei a ideia que assim que pudesse ia co-meçar a percorrer as ruas e praças para conhecer bem os novos espaços, que para mim eram francamente surpreen-dentes devido ao exotismo que presenciava.

Os locais onde quase reli-giosamente visitava nos pri-meiros dias, eram a rua do Campo, a avenida da Praia Grande e a avenida Almeida Ribeiro e as vias próximas, pois eram o caminho natural de ida e regresso, ao meu pri-meiro quartel onde me encon-trava alojado. Algum tempo

depois comecei a alargar os meus horizontes e passei a percorrer outros locais. Todo o traçado dos bairros histó-ricos, com ruas estreitas, vie-las, becos, travessas e os seus edifícios onde pontilhavam inúmeros templos chineses, foram vistos e revistos para tentar encontrar pontos de in-teresse histórico ou invulgar.

Intervalando as minhas caminhadas, também visitei por várias vezes, as ilhas, os jardins, os museus as igrejas e as fortificaçoes e a cada local onde ia, ficava admirado com o que encontrava. O Museu de Macau no jardim de Camoes, a célebre gruta com o busto do poeta e o admirar as várias

espécies de arbustos, árvores e flores, tudo isso era motivo para ficar satisfeito e feliz.

Quando tomava conheci-mento da sua existência, ia também visitar exposiçoes de arte, onde estavam aguarelas, óleos e desenhos de muitos talentosos artistas locais, e de outras origens, de quem ainda guardo alguns dos seus catá-logos e preçários. Tenho na minha posse um catálogo de uma exposição de pintura de obras de Herculano Estorni-nho, Tam Tsi Sang e Frederi-ck Joss, que esteve exposta no Leal Senado de 21 a 30 de Ja-neiro de 1963. Um outro catá-logo da 1ª exposição de pintu-ra e escultura do grupo Arco

Íris que esteve também no Leal Senado de 8 a 17 de Feve-reiro de 1964, com a presença de doze artistas. Infelizmente não podia comprar nenhuma destas obras, pois as pata-cas não chegavam para isso. Assim que podia, ia meter o nariz, em alguns restauran-tes e cafés experimentando a culinária chinesa e macaense, pois a comida ao gosto euro-peu, era parte da alimentação que nos era servida no quar-tel, mas eu gostava de experi-mentar outros sabores.

*Ex-soldado português em Macau. As suas crónicas

são publicadas neste espaço às quintas-feiras.

Nas cabinas de camião a foto de Angela

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

A Alemanha quer os camionistas portugueses a ganhar o salário mínimo alemão quando atravessam a Alemanha. A empresa pode ser

portuguesa e português o material transportado mas, durante o asfalto alemão, o salário será ale-mão.

A maioria dos camionistas portugueses ganham mais do que o salário mínimo nacional, 505 euros por mês, mas a diferença é grande até ao mínimo alemão, cerca de 1400 euros. Preocupadas com o acréscimo, as empresas rodoviárias portuguesas apelaram para as instâncias europeias.

Entretanto, rodemos um pouco pelo insólito pre-cedente. Desde já é de calcular que, nas cabinas dos

camioes, a foto de Angela Merkel vai disputar com as do calendário Pirelli.

Também entre os sindicatos rodoviários da CGTP a chanceler deve ter ganho uma populari-dade inesperada. E, claro, outros, como jornalistas portugueses a cobrir manifestaçoes em Dresden, so-nham exigir medida idêntica.

E o caixa de supermercado português a cami-nho da Polónia, retido duas horas no aeroporto de Frankfurt, vai querer cobrar pela tabela alemã. São só duas horas, mas é uma mais-valia de dez euros.

Tenho uma má notícia para os pretensos bene-ficiados: a Alemanha marimba-se para eles. Como, aliás, para os camionistas portugueses.

O alvo é a concorrência dos transportes portu-gueses e dos produtos portugueses. Encarecer estes dá-lhe jeito. Então, com a manobra de nivelar a Eu-ropa, sabota-a.

Mais uma vez, a Alemanha conduz-se mal, na estrada e fora dela.

JTM/DN

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

OS GREGOS QUEREMINDEXAR A DÍVIDA AO

CRESCIMENTO ECONÓMICO

OS ALEMÃES JÁ VIERAM SUGERIR QU SE COMECEPOR COBRAR IMPOSTOS

AOS MILIONÁRIOS GREGOS

TIPO...PÔR OS RICOS A PAGAR A CRISE...?

CARAMBA! COM ESTA CAPACIDADE PARA TER IDEIAS

ORIGINAIS, NÃO ADMIRAQUE OS ALEMÃES ESTEJAM

MUITO À FRENTE

AH!

BOM...SUPONHO

QUE SIM

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

PREÇOS SUBIRAM 6,21 POR CENTONão é só a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos a dizê-lo: to-dos nós o sentimos no nosso bolso de cada vez que fomos as compras em Macau. Diz-nos aquela fonte em nota distribuída aos órgãos da Comunicação Social, que nos últi-mos 12 meses terminados em No-vembro de 94 e relativamente ao período homólogo anterior, o ín-dice preços ao consumidor (geral, mas sem incluir as rendas da habi-tação), tiveram um crescimento de 6,21 por cento. Acrescenta ainda a DSEC que o referido índice com-provou que o aumento nos preços não foi harmonicamente “distri-buído” por todo o período atrás citado, pois de Janeiro a Novem-bro de 1994 apresentou um “esfo-lar” de 6,19 por cento, tomando-se evidentemente, como termo de comparação o período idêntico de 1993m ao passo que bastante su-perior foi o acréscimo registado em Novembro último, de 6,87 por cento, comparado com o ano ante-rior. Por outro lado, na óptica da evolução mensal, verificou-se que o índice subiu 0,51 por cento entre Outubro e Novembro do ano tran-sacto, atingindo o nível de 148,16. Para essa variação contribuíram, principalmente, os acréscimos dos preços registados nas secçoes de “Transportes e veículos”, “Vestuá-rio e calçado”, “Despesas de habi-tação” (excluindo, como já disse-mos, as rendas). Em contrapartida foi notada uma ligeira diminuição nos preços dos “Produtos alimen-tares e bebidas não-alcoólicas”.

MACAU FORNECEU À RPC ALGUNS MILHÕES DE TURISTASMacau, Hong Kong e Taiwan fo-ram os locais de origem dos 38,4 milhoes de visitantes da China, país que recebeu ainda um milhão e 150 mil turistas do Japão, 470 mil dos Estados Unidos e 340 mil da Coreia do Sul. Ao todo visitaram a República Popular da China cerca de 43 milhoes de pessoas. A noti-cia foi veiculada pela imprensa de expressão chinesa de Macau. O volume de negócios gerado pela indústria do turismo na RPC ron-dou, em 1994, os sete mil milhoes de dólares norte-americanos.

Europa: o efeito SyrizaNOTAS SOLTAS

Carlos Frota*

Em Atenas o novo governo de Alexis Tsipras diz não a troi-ka, falando de forma incisiva

aos representantes das instituiçoes financeiras. Mas pondera. E insiste num diálogo político, democrático, com os governos dos restantes 27 parceiros.

Nas ruas de Madrid grita-se Podemos! (sem saber bem o que se pode...), milhares unidos pela rejei-ção da austeridade e da sua fonte, as opçoes draconianas impostas pela primeira economia da União.

Nas ruas de Paris e Berlim re-corda-se que a opção anti-Islão não é a correcta, perante os que (e são numerosos) manifestam a sua opo-sição ao que interpretam como isla-mização da Europa.

Milhares de membros da comu-nidade judaica de França emigram para Israel, receosos de uma nova vaga de anti-semitismo na Europa.

Mais para norte, no leste da Ucrâ-nia, luta-se e morre-se em nome de duas visoes opostas da Europa esla-va: a de Moscovo como centro forte, novamente, de um projecto multi-nacional em torno do Kremlin; ou a dos Estados independentes que convalescem ainda da antiga estru-tura que os mantinha unidos.

Nos diversos centros do poder militar euro-atlântico - a começar pela sede da NATO, em Bruxelas - desperta-se das ilusoes do fim da Guerra Fria; e volta-se aos antigos mapas dessa geografia imutável da eterna, irrequieta Europa.

Amálgama? Estes factos não têm ligação entre si e por isso associá--los não passa de uma forma de deturpar a realidade? Com o risco inevitável de se chegar a conclusoes erradas?

A perda da inocênciaEstá hoje em todas as mentes, en-

tre europeus e não só, a percepção, ainda confusa embora, de que a Eu-ropa está a mudar. Não se conhece, por enquanto, a direcção da mudan-ça, mas consegue pelo menos ler-se, na conjugação de acontecimentos não necessariamente ligados, uma tendência forte para se ultrapassar o que se pode considerar um certo estado de inocência.

Inocência relativamente a quê? À ideia de uma vasta área do mun-do, apelidada de Velho Continente - em razão da sua longa História que estaria ao abrigo das incertezas que muitos conhecem, noutros con-tinentes, em que as sociedades e os Estados estão ainda em construção.

Durante sete décadas de paz e de progresso material quase inin-terruptos, foi-se criando nos espíri-tos a ideia de que a Europa se tor-nara invencível, no saber lidar com as suas próprias contradiçoes e de-safios. Como se a receita da integra-ção económica e política correspon-desse sempre as exigências de cada momento, de cada conflito a gerir, de cada solução a encontrar.

Quem passou a vida a frequen-tar as instituiçoes de Bruxelas (como tantos diplomatas o fizeram

e fazem) familiarizando-se com os mecanismos árduos da negociação e do compromisso, sabe que sob a aparência do “no fim, tudo vai dar cer-to” muitas rupturas se revelavam, muitos desacordos não eram de to-dos digeridos.

Mas dizia-se: - “é a lei da vida, ao menos no interior das nossas ins-tituiçoes podemos exprimir desa-cordos e tentar superá-los de forma transparente, a luz do dia”.

Claro que isto nunca foi rigorosa-mente assim porque, em termos de percepção pelas opinioes públicas, o universo de Bruxelas era percebido como uma realidade distante do ci-dadão comum e, como todas as bu-rocracias, com tendência a expandir o seu poder e a sua influência.

É conhecida a relutância de mui-tos países europeus de aceitarem o Diktat das decisoes comunitárias, tecnocratas, muitas vezes cegas as realidades locais, porque fundadas na ideologia dos grandes espaços e da sua rentabilidade económica. Dir-se-á que isso era inevitável, na construção de um mercado comum. Construção que a nível global de-monstrou as suas virtualidades, em-bora com um elevado preço a pagar, a nível local, pela descaracterização de tantas regioes e da respectiva vida comunitária.

O que era inevitável, também se pode ripostar, porque as promessas da liberdade de circulação implica-vam essa dinâmica de transforma-ção económica e social.

Houve sempre, como se sabe, quem reagisse , em tantos dossiers concretos, a muitas decisoes desti-tuídas do controlo democrático das instituiçoes nacionais. E a tensão persistente foi a de os Estados Mem-bros tentarem reter parcelas de so-berania concreta, quando a haviam cedido a Bruxelas, nos diferentes tratados constitucionais da União.

Mas se estes pequenos e grandes agravos se exprimiam - e exprimi-ram-se sempre desde os Tratados de Roma, fundadores do projecto - tal nunca sobrelevou o sentimento das vantagens indiscutíveis da constru-ção europeia.

Bem me recordo, como prova disto, do sentimento de júbilo dos líderes da antiga Europa de Les-te, representando os novos estados membros da UE, saídos da dissolu-ção do bloco soviético. Havia neles a confiança dupla de irem enfim par-tilhar valores comuns com o resto da Europa, e ao mesmo tempo usufruir dessa dinâmica de progresso mate-rial que tornou a Europa na primei-ra potência comercial do mundo.

E a Europa próspera no plano económico, andava de mãos dadas com a Europa “justa” no plano so-cial. E todos, de forma desigual em-

bora, dependente dos respectivos processos de evolução das econo-mias em transição, beneficiavam desse modelo europeu que fazia in-veja a tantos não europeus.

Uma crise indesejávelNenhuma crise é desejável, na-

turalmente, mas a que se iniciou nos Estados Unidos em 2008, com os reflexos conhecidos na zona Euro, foi uma espécie de acelera-dor das múltiplas preocupaçoes dos europeus em matéria de perda de competitividade das empresas e de emprego. A que se juntava, há já bastante tempo, a noção dos graves problemas de financiamento de sis-temas de segurança social e da te-merosa expectativa de redução, dos níveis de protecção, principalmente dos mais vulneráveis.

Se o movimento “Occupy Wall Street” traduziu a cólera popular pela impunidade do sistema finan-ceira internacional - cuja gestão fraudulenta se provou danosa para o maior número - foi a crise das dí-vidas soberanas na Europa que pôs a nu a extrema fragilidade dos Es-tados, o seu sobreendividamento e a sua total dependência do sistema bancário... que por sua vez dos pró-prios Estados dependia...

As operaçoes de ajuda financei-ra a bancos em estado de falência, “para evitar contaminações sistémi-cas”, como se disse então, represen-taram um grau de promiscuidade indesejável entre interesses públi-cos e privados em vários países. Demonstrando do mesmo passo o erro de políticas económicas, as-sentes numa procura interna sem sustentação, nem correspondência nos níveis de riqueza criada e da respectiva tradução nos salários.

Para o cidadão comum, o crédito fácil criou a ilusão do paraíso ali ao lado, manteve a superfície empre-sas dopadas pelo consumo artificial e, naturalmente, a aterragem teria de ser tudo, menos suave.

O efeito SyrizaNão se pode prever qual será o

chamado “efeito Syriza”, indo tal-vez do pequeno e circunscrito ab-cesso tratado a um doente a morrer de preocupaçoes pelos bolsos va-zios... até ao grande tremor de terra de uma Europa que não será jamais a mesma. Porventura, como quase sempre acontece na vida, a realida-de situar-se-á entre os extremos.

Mas disto estou certo: ou a Eu-ropa se reforça, de forma repensada e criativa, num quadro de integra-ção política e económica, ou não será Europa. Como dizia Churchill a propósito da democracia, não há sistema pior do que o da construção europeia. Só que não há melhor.

A União Europeia frustra, irrita e poucas vezes exalta. Mas, repen-sada, repito (pelo efeito Syriza?) - é nela que continuo a acreditar.

* Primeiro Cônsul-Geral de Portugal em Macau. Docente

da Universidade de S. José.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 05/02/1995

Dito

“No Inverno, por causa do vento, que traz mais fumo e poluentes, sentimos muita sede e tosse. Costumo fazer sopa e chá para me sentir saudável”

Chong, morador de Ka Ho, em declarações ao “Ponto Final”

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 201518 JTM | LAZER

Campanha publicitária junta Neymar e o filhoNeymar protagoniza mais uma campanha publicitária ao lado do filho, Davi Lucca, de três anos. O atacante do Barcelona posou em boxers para a marca “Lupo”, à qual a sua imagem está associada desde 2011. Devido a compromissos profissionais de Neymar, o futebolista foi fotografado em Espanha e o filho no Brasil. “Já tinha feito a primeira sessão com o Davi aqui, em Barcelona, e divertimo-nos muito. Desta vez não deu para fazermos juntos, mas vi o resultado das fotos e o meu filho saiu-se muito bem”, afirmou Neymar.

Viúva e filhos travam batalha por herança de Robin WilliamsSusan Schneider Williams, viúva de Robin Williams, e os três filhos adultos do actor e comediante estão envolvidos numa batalha judicial pela herança meses depois da sua morte, adiantou a agência Reuters. O conflito gira em torno de itens que Williams deixou para trás após cometer suicídio, em Agosto, desde vestuário e relógios a colecções, como bicicletas, bem como parte da sua fortuna. Num documento submetido ao Tribunal Superior de São Francisco, a 19 de Dezembro, a viúva alega que um documento deixado por Williams concede-lhe o direito de propriedade da casa em Tiburon, na Califórnia, e a maioria do seu conteúdo. Os filhos responderam com uma acção interposta a 21 de Janeiro, acusando Susan Williams de tentar “obscurecer” a linguagem dos documentos para garantir mais bens.

Ísis despertaimaginário masculino

Dona de uma beleza e silhueta invejáveis, Ísis Valverde não tem

problemas em posar de biquíni. Nas redes sociais, a actriz brasileira, de 27 anos, publica fotos que prometem despertar o

imaginário masculino e que já lhe valeram rasgados elogios. No entanto, o coração de Ísis já está

ocupado. A actriz garante estar mais apaixonada do

que nunca pelo namorado, o músico Uriel Del Toro.

Courtney admite ter-se drogado durante a gravidez da filhaVinte e três anos depois de um jornalista, Lynn Hirschberg da Vanity Fair, ter acusado Courtney Love de ter consumido heroína durante a gravidez, e de a cantora ter desmentido, a mulher do falecido Kurt Cobain confirma agora que é verdade. A confissão foi feita no novo documentário da HBO, “Kurt Cobain: Montage of Heck”.

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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Claire U

Além dos turistas que não param de entrar em Macau, os preços também estão muito elevados,

sobretudo das casas. Para as pessoas mais novas, cada vez é mais difícil

comprar uma casa e constituir família. Os nossos salá-

rios são baixos em comparação com os preços tão altos que pedem por uma casa. Nós, os chineses, gostamos de optar por comprar e não arrendar. Acho que a maio-ria prefere mesmo ficar na casa da família e esperar até ter dinheiro suficiente do que arrendar um apartamen-to. Quando a casa é nossa, temos uma maior sensação

de estabilidade e segurança. Por outro lado, em relação ao Metro Ligeiro, penso que vai ser um desperdício de dinheiro. Embora concorde que Macau tenha um sis-tema de Metro, todos estes atrasos estão a fazer com que se gaste mais dinheiro, tanto do Governo como do nosso.

Professora de “armas”Fátima Ramos foi professora de Português na Escola de Polícia. Na fotografia surge com

uma das suas turmas, no caso uma classe feminina que remonta a 2008.

Dois anjos no parque

Angélica avistou um anjo à sua medida, Castiel.

Encontraram-se no parque da Nova Taipa e

quase que juravam que se estavam a ver ao espelho, nem o cabelo aos caracóis

escapou.

Para sustentar o sonho

Luís Trabuco confessa ao GENTE GIRA o seu gosto pela história

americana, e mais recentemente sobre a guerra entre as famílias

Hatfield e McCoy, uma luta entre duas clãs na última metade do

séc. XIX. “Quando vim a saber dum evento chamado Hatfield McCoy GeoTrail, em que os participantes

viajam para zonas panorâmicas de Southern West Virgínia e de

Eastern Kentucky para exploração das terras onde se realizaram as batalhas, fiquei com entusiasmo em um dia poder participar ou

visitar. Mas até lá, ao menos gostava de ter algo para sustentar o meu sonho.” Luís revelou ainda

que o desejo foi concretizado quando a organizadora do evento, Wendy Hackneya, lhe enviou esta

moeda comemorativa.

Um verdadeiro “ratatouille”Num dos hotéis mais afamados do mundo, The Ritz Carlton, nos Estados Unidos,

podemos encontrar Carlos Miguel, na cozinha do restaurante SALT (premiado com cinco diamantes) por ter sido seleccionado a treinar e trabalhar lá.

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20 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2015 • Fecho da Edição • 01:20 horas

FOTO

GCS

Novo regulamento de energia solar em vigorJá entrou em vigor o Regulamento de Segurança e Instalação das Inter-ligaçoes de Energia Solar Fotovoltai-ca em Macau, que vai introduzir um sistema de tarifas “feed-in” destina-das a incentivarem os investidores a instalarem sistemas fotovoltaicos. “A entrada em vigor e a implementação do Regulamento e das tarifas ‘feed-in’ irão atrair os cidadãos e facilitar-lhes o pedido de instalação de sistemas foto-voltaicos e de interligaçoes de energia solar fotovoltaica e, ajudar a promo-ver a aplicação da geração de electri-cidade a partir da energia solar fotovoltaica em Macau”, refere o Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético em comunicado.

Ex-responsável do Banco Agrícola da Chinacondenado a perpétua por aceitar subornosUm tribunal chinês condenou ontem a prisão per-pétua o ex-vice-presidente do Banco Agrícola da China, uma das principais entidades financeiras do país, por aceitar subornos. De acordo com a sentença, Yang Kun “utilizou o cargo em seu pró-prio benefício” e recebeu subornos em dinheiro ou em espécie (como peças de arte ou lingotes de ouro), perfazendo um total de 30 milhoes de yuan. O tribunal referiu que o cunhado de Yang também estava envolvido no caso. A condenação foi anunciada dias depois de outro banqueiro, o jovem presidente do Banco Minsheng, o primeiro de propriedade privada, ter sido detido para ser investigado pelo organismo anti--corrupção do Governo chinês.

Acidente de aviação em Taiwan causou pelo menos 25 mortosPelo menos 25 pessoas morreram num acidente com o avião da TransAsia, na capital de Taiwan enquanto 18 passageiros continuavam desaparecidos ao fecho desta edição. As causas são ainda desconhecidas

No aparelho da companhia de Taiwan, que se despenhou no rio Jilong, em Tai-pé, viajavam 58 pessoas, entre as quais

duas crianças, e cinco tripulantes. Segundo os últimos dados oficiais, pelo menos 25 pessoas morreram, enquanto 18 continuavam desapa-recidas. As autoridades desconhecem ainda as causas do desastre, estando os investigadores a examinar a informação na caixa negra

O avião, um bimotor turbo-hélice ATR-72 de fabrico franco-italiano caiu no rio depois de fazer uma volta brusca acabando por tocar num viaduto, dez minutos após ter descolado para um voo com destino a ilha de Kinem, a poucos quilómetros da costa da República Po-pular da China.

Durante a queda, a ponta da asa esquerda bateu num táxi que seguia no viaduto antes do aparelho se precipitar, apesar de o piloto ter

tentado estabilizar o aparelho para evitar a co-lisão, segundo testemunhas no local. O condu-tor do táxi e a passageira que se encontrava no veículo foram transportados para um hospital perto da zona do acidente.

De acordo com testemunhas, o piloto tentou controlar o avião para evitar a colisão com a ponte acabando finalmente por fazer cair o apa-relho nas águas do rio, situado a apenas cinco quilómetros da pista de onde tinha descolado.

Segundo a agência de notícias oficial de Tai-wan, o piloto enviou três mensagens de emer-gência para a torre de controlo do aeroporto de Songshan, indicando situação de extremo perigo pouco depois da descolagem, referiu a Administração da Aviação Civil de Taiwan.

Na operação de resgate participaram cerca de 500 efectivos que utilizaram lanchas e heli-cópteros.

Reino Unido legaliza filhos de três progenitoresO Reino Unido tornou-se o primeiro país a autorizar a concepção “in vitro” de crianças de três progenitores para prevenir doenças hereditárias graves. A medida, que foi aprovada na Câmara dos Comuns com 382 vo-tos a favor e 128 contra, gerou uma grande polémica com os seus opositores, incluindo a Igreja da Inglaterra. Segundo a agência AFP, pesquisas demonstraram que a doação mitocondrial pode ajudar potencialmente quase 2.500 mulheres em idade reprodutiva no Reino Unido que correm riscos de transmissão de mutaçoes nocivas do DNA nas mitocôndrias, organelas celulares que for-necem a maior parte da energia necessária para a activi-dade nuclear. Ao abrigo do diploma, além do DNA normal das respectivas mães e pais, as crianças também receberão pequenas quantidades de DNA mitocondrial saudável de mulheres doadoras. As doenças mitocondriais podem ser devastadoras, afectando os principais órgãos e provocando desde cegueira a perda de massa muscular.

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Jordânia executa dois “jihadistas” em resposta ao Estado IslâmicoA Jordânia executou ontem dois “jihadistas” iraquianos, reivindi-cados pelo Estado Islâmico, em retaliação a execução de um piloto jordano, alegadamente queimado vivo pelo grupo extremista, infor-mou o porta-voz do governo. Sajida Al-Rishawi, condenada a mor-te pela sua participação nos ataques terroristas de 2005 em Amã, e Ziad Karbouli, responsável da Al-Qaida, foram executados pelas 4.00 (10:00 em Macau), disse a AFP o porta-voz, Mohammad Moma-ni. A televisão jordana anunciou também que o rei Abdalá II can-celou a sua visita aos Estados Unidos, onde se deveria reunir com o vice-Presidente norte-americano Joe Biden. A viagem tinha como objectivo discutir com as autoridades norte-americanas a luta contra o terrorismo e os esforços para libertar o piloto jordano detido em Dezembro pelos extremistas da Síria quando participava em ataques da coligação contra o Estado Islâmico.