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FOTO ARQUIVO Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5199 • Sexta-feira, 10 de Março de 2017 10 PATACAS 17 0 C/22 0 C • HOJE Fonte SMG Decidida a não esperar mais por uma iniciativa do Governo, Ella Lei fez chegar ao Chefe do Executivo um pedido para poder avan- çar com um projecto de alteração à Lei das Relações de Trabalho, estabelecendo a licença de paternidade remunerada por cinco dias. A deputada também quer ver devidamente regulada a ques- tão da compensação dos feriados “perdidos” e acredita que a sua proposta poderá acabar por vingar, eventualmente ainda durante este mandato legislativo. Pág. 5 Ella Lei propõe cinco dias de licença de paternidade IFT no “top 20” das escolas de hotelaria Última Dezenas de estudantes da Escola Internacional foram limpar Coloane FONTE LIMPA • Págs. 2 e 3 Morte do irmão na guerra colocou Abdulai Silá no caminho da literatura Centrais Jockey Club “activo” no trabalho para renovação do contrato O director executivo do Jockey Club de Macau, Thomas Li, sublinhou on- tem que está a preparar “activamente” o processo de renovação da conces- são para a exploração de corridas de cavalos, que expira em Agosto deste ano. Embora tenha acu- mulado prejuízos nos últimos anos, a empresa acredita que continua a haver espaço para a sua sobrevivência em Macau. Segundo o mesmo respon- sável, o Jockey Club tem actualmente cerca de 340 cavalos mas espera a che- gada de mais 100 nos pró- ximos dois meses. Apesar das perdas financeiras e das críticas sobre as condi- ções a que estão sujeitos os cavalos, em 2015, o Gover- no renovou o contrato de concessão pelo prazo de dois anos. EUA excluem Macau do relatório sobre crimes financeiros Pág. 4 Estilo interventivo marcou primeiro ano do mandato de Marcelo Pág. 13 IACM planeia criar mais três zonas de lazer nas Ilhas Pág. 6 Estação elevatória avança no segundo semestre em rotunda da Taipa Pág. 7 FOTO ARQUIVO

Administrador 5199 • Sexta-feira, 10 de Março de 2017 … · com recurso a estes “materiais” e seja bem sucedido. Uma equipa de Macau, ... Macau, Perry Yuen Kam hung e Tam

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5199 • Sexta-feira, 10 de Março de 2017 10 PATACAS

170C/220C• • • HOJE

Fonte SMG

Decidida a não esperar mais por uma iniciativa do Governo, Ella Lei fez chegar ao Chefe do Executivo um pedido para poder avan-çar com um projecto de alteração à Lei das Relações de Trabalho, estabelecendo a licença de paternidade remunerada por cinco

dias. A deputada também quer ver devidamente regulada a ques-tão da compensação dos feriados “perdidos” e acredita que a sua proposta poderá acabar por vingar, eventualmente ainda durante este mandato legislativo. Pág. 5

Ella Lei propõe cinco dias de licença de paternidade

IFT no “top 20”das escolas de hotelaria Última

Dezenas de estudantes da Escola Internacionalforam limpar Coloane

FONTE LIMPA • Págs. 2 e 3

Morte do irmão na guerracolocou Abdulai Siláno caminho da literatura

Centrais

Jockey Club “activo” no trabalho para renovação do contratoO director executivo do Jockey Club de Macau, Thomas Li, sublinhou on-tem que está a preparar “activamente” o processo de renovação da conces-são para a exploração de corridas de cavalos, que expira em Agosto deste ano. Embora tenha acu-mulado prejuízos nos últimos anos, a empresa acredita que continua a haver espaço para a sua sobrevivência em Macau. Segundo o mesmo respon-sável, o Jockey Club tem actualmente cerca de 340 cavalos mas espera a che-gada de mais 100 nos pró-ximos dois meses. Apesar das perdas financeiras e das críticas sobre as condi-ções a que estão sujeitos os cavalos, em 2015, o Gover-no renovou o contrato de concessão pelo prazo de dois anos.

EUA excluem Macau

do relatóriosobre crimes

financeirosPág. 4

Estilo interventivomarcou primeiro ano

do mandato de MarceloPág. 13

IACM planeia criarmais três zonas

de lazer nas IlhasPág. 6

Estação elevatóriaavança no segundo semestre

em rotunda da TaipaPág. 7

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JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Editora: Liane Ferreira • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Pedro André Santos, Rima Cui e Viviana Chan • Correspondentes: Ricardo Jorge (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Costa Santos Sr., Fátima Almeida, Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Fotógrafo: Alex Sampaio • Secretária de Redacção: Carmen Sou • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] • Fax: 28389886) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua • Exclusivos: Finantial Times, Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Vandalismo ou castigo? – IO estacionamento ilegal é um problema sem solução à vista em Macau, sobretudo tendo em conta que só em Janeiro foram detectados mais de 8.000 casos deste género. Por isso, foram implementadas medidas como o agravamento das multas e o recurso a aparelhos electrónicos para detectar infracções. Porém, as coimas não são o único castigo para quem não cumpre as regras.

Vandalismo ou castigo? – IIRecentemente, um estaleiro de construção “contribuiu” para que os condutores percebam que não devem estacionar em locais proibidos. Acidentalmente ou não, vários motociclos acabaram por ficar cobertos de tinta branca nas proximidades do estaleiro.

Vandalismo ou castigo? – IIIO episódio animou as redes sociais, com alguns cibernautas a criticarem os danos “não intencionais” causados pelas obras de construção, sector que tem sido alvo de algum rancor devido às perturbações que provoca um pouco por toda a cidade. No entanto, também não faltou quem apreciasse a “medida”, associando-a a uma espécie de “karma”.

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DO BAÚDE RECORDAÇÕES

Fomos hoje buscar ao nosso Baú de Recordações uma foto captada no final de Novembro de 1992 nas comemorações do 100º aniversário da Associação de Beneficência Tung

Sin Tong, na altura presidida por Chui Tak Kei, um dos carismáticos

líderes da comunidade chinesa local. A Tung Sin Tong foi a primeira insti-tuição de caridade chinesa fundada em Macau, e é a única a funcionar

ininterruptamente na China desde a sua criação.

A caderneta de imposto ambulante – IQuem tem veículos sabe que todos os anos necessita de pagar o imposto de circulação, o que, como qualquer despesa por mais pequena que seja, não constitui propriamente motivo para guardar boas recordações. Talvez por isso, quando chega a altura de cumprir esse dever fiscal muitos condutores optam por deitar no lixo o autocolante do imposto de circulação antigo.

A caderneta de imposto ambulante – IIDistinta é a postura de um residente, que decidiu coleccionar esses autocolantes e outros dos seguros, colocando-os em torno da matrícula da moto, como se de um lindo malmequer se tratasse. DE FONTE LIMPA não sabe quanto custou esta caderneta de impostos, porém, apurou que uma caderneta do Mundial de Futebol do México em 1977 está avaliada em cerca de 48.700 patacas e a do Mundial da Alemanha em 1974 custa 6.800 patacas.

Mais sinergiassino-lusófonas em Lisboa – IA passagem de representantes de Governos das províncias e regiões do Delta do Rio das Pérolas pela capital portuguesa vai motivar hoje mais um encontro empresarial sino-lusófono. De acordo com a Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC), a sessão é gratuita e decorrerá na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.

Mais sinergiassino-lusófonas em Lisboa – IIA agenda inclui uma apresentação da “Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa 2017” pela vogal do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Glória Batalha Ung, uma sessão de partilha de experiências

sobre a Feira Internacional de Macau (MIF), por Alberto Carvalho Neto, presidente executivo da AJEPC, e uma intervenção de um representante da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. O Tin Lin, chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, será a moderadora do evento.

Mais sinergiassino-lusófonas em Lisboa - IIICriada em 2012, a AJEPC é uma associação sem fins lucrativos que nasceu da congregação de esforços de vários empresários portugueses com interesse em fortalecer a sua posição no mercado chinês. A associação, que usa Macau como plataforma para organizar e promover eventos na China, oferece apoio à parte chinesa para os mesmos fins nos mercados europeu e lusófonos através de uma parceria com o IPIM.

Sexta-feira, 10 de Março de 2017 JTM | LOCAL 03

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Alunos da TIS limpam Coloane – IAs preocupações ambientais têm crescido em Macau, seja com os hotéis a apostarem na reciclagem de água ou em sistemas de iluminação que consumam menos energia, com a reciclagem de “lai sis”, depois da época do Ano Novo Lunar, ou até mesmo de pilhas. Porém, também há outras iniciativas que têm partido de entidades diferentes, como a Escola Internacional (TIS).

Alunos da TIS limpam Coloane – IIO que começou como uma forma de convencer os colegas de turma de que deviam ter a responsabilidade de manter o ambiente limpo, transformou-se num grande evento. Tudo partiu de uma ideia de cinco alunas que organizaram uma visita de estudo a Coloane com o objectivo de limpar o “pulmão” de Macau. Para isso, foram de porta em porta falar com várias turmas, para explicar o seu plano, apresentando as zonas que pareciam ser mais problemáticas, segundo uma pesquisa que fizeram.

Alunos da TIS limpam Coloane – IIIAs estudantes também fizeram cartazes e organizaram reuniões com a administração da escola para preparar tudo o que era necessário para o evento, que acabou por reunir algumas dezenas de alunos. A ideia da limpeza surgiu após uma actividade na aula de ciências que tinha por objectivo a formulação de questões relacionadas com as zonas pantanosas e a apresentação de soluções para os problemas detectados. As alunas promotoras da iniciativa também fizeram vídeos da actividade, escreveram histórias e até criaram um blogue.

Banho de sangriaà “macaense” – I Entre dezenas de atracções, Macau oferece algumas com potencial para causar espanto aos menos conhecedores, e que vão do “sublime” ao “ridículo”. O site “Culture Trip” enumerou 10 sugestões que englobam actividades para todos os gostos, apontando como “mais surpreendente” os banhos de sangria no “spa” do Grand Lapa.

Banho de sangriaà “macaense” – IISegundo o site, este método de banho “incomum” é conhecido como “Ritual Macaense de Sangria”. Por mais de duas horas, os interessados podem relaxar com uma esfoliação corporal, banho de sangria e massagem. A vinoterapia (usando a pele, sementes e caules de uvas em tratamentos de spa) é particularmente hidratante para a pele.

Banho de sangriaà “macaense” – IIIAlém do banho, os clientes podem ainda saborear um copo de sangria. “Os portugueses gostam de beber sangria e podem obter bons vinhos de Portugal. Da mesma forma, os chineses também gostam de álcool e, assim, a ideia nasceu desse amor partilhado”, refere o “Culture Trip”. A lista das sugestões integra ainda, entre outras, um salto da Torre, visita à “casa” de Michael Jackson no “Sofitel”, a roda gigante do “Studio City”, os pandas-gigantes e uma viagem no junco histórico proporcionada pela “Macau Sailing”.

“Chefs” são “reis” da escultura na neve – IApesar do clima de Macau não ser propício à neve ou gelo há quem se dedique às artes com recurso a estes “materiais” e seja bem sucedido. Uma equipa de Macau, composta por Patrick Li Hing Cheung, “chef” da Sands Macau, Perry Yuen Kam hung e Tam Kuong Wu, também membros da Associação Culinária de Macau, venceu o 44º Concurso Internacional de Escultura na Neve, integrado no 68º Festival de Neve de Sapporo, no Japão.

“Chefs” são “reis” da escultura na neve – IIA equipa local competiu com mais 10 equipas e, ao longo de quatro dias, esculpiu, sem assistência de qualquer equipamento eléctrico, durante aproximadamente 12 horas por dia. A escultura completa, “Crane Dance in Spring”, destacou-se entre as restantes e foi criada para desejar “Paz na Terra” para toda a gente.

“Chefs” são “reis” da escultura na neve – IIIO Festival em Sapporo é um dos maiores eventos de Inverno do Japão, atraindo cerca de dois milhões de visitantes, quer do país, quer do exterior. Este ano participaram na competição equipas da Austrália, Coreia do Sul, Finlândia, Hawaii e Portland (EUA), Indonésia, Letónia, Macau, Polónia, Singapura e Tailândia.

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Barcos-Dragão já agitam as águas - IAs águas do Lago Nam Van têm estado agitadas nestas últimas semanas, mas a “culpa” não é das gaivotas da zona de lazer “Anim’arte”. DE FONTE LIMPA constatou que as equipas que vão participar nas Regatas Internacionais de Barcos-Dragão têm intensificado a preparação para uma competição que exige boa capacidade física.

Barcos-Dragão já agitam as águas - IIAlém do esforço dos atletas, os treinos ao ritmo da música e a presença das claques de apoio contribuem para momentos

de animação acrescida na zona de Nam Van. Pelos sinais deixados dentro e fora da água, a emoção parece ter

novamente bilhete garantido para as Regatas, que este ano decorrerão nos dias 27, 28 e 30 de Maio.

Sexta-feira, 10 de Março de 201704 JTM | LOCAL

EUA tiram Macau do “radar” dos crimes financeiros

No recente relatório sobre os di-reitos humanos, Washington reiterou vários reparos a Macau,

nomeadamente em matéria de liberda-des de imprensa e académica, todavia, o Departamento de Estado norte-america-no deixou de referenciar o território nou-tra área sujeita às habituais avaliações anuais: os crimes financeiros.

Sem apresentar explicações, o Depar-tamento de Estado excluiu pura e sim-plesmente Macau do relatório de 2017, conforme se pode constatar na consulta ao documento publicado no seu site.

Curiosamente, a única menção à RAEM surge no capítulo dedicado a Por-tugal e de forma pouco clara. “Existem 11 casinos em Portugal geridos por oito cooperativas públicas licenciadas pelo Ministério da Economia”, sendo que “os interesses comerciais da China (Macau) têm envolvimento significativo nalgu-mas”, refere o documento, numa aparen-te referência ao facto do grupo Estoril--Sol, fundado por Stanley Ho, estar entre os concessionários com operações nas oito zonas de jogo.

O facto de Macau ter sido excluído de um relatório que, por exemplo, continua

Em contraste com as fortes críticas dirigidas nos últimos anos, o Departamento de Estado norte-americano não incluiu Macau no novo relatório de 2017 sobre crimes financeiros no mundo. No ano passado, Washington tinha mantido a RAEM na lista das jurisdições mais “preocupantes” em termos de lavagem de dinheiro, reforçando até os alertas sobre a realidade deste fenómeno no território

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a abarcar a China e Hong Kong, adqui-re contornos surpreendentes se tivermos em conta as críticas e recomendações dirigidas às autoridades locais nos anos anteriores. Em 2016, os Estados Unidos tinham apontado para “sérias deficiên-cias” no enquadramento legal de Macau,

defendendo nomeadamente melhorias no controlo da entrada e saída de capi-tais. “Macau ainda tem de implementar um sistema transfronteiriço eficaz de de-claração de dinheiro”, indica o relatório do ano transacto.

Face a essas lacunas, o Departamento

de Estado manteve a RAEM na lista de países e territórios mais “preocupantes” em termos de lavagem de dinheiro em 2016 e foi, inclusive, um pouco mais além do que era a sua postura normal, em ter-mos de denúncias sobre a “fuga de capi-tais chineses” e actividade das seitas.

Os promotores de jogo também fo-ram especialmente visados nos últimos anos, com Washington a exortar Macau a apertar as regras para os “junkets”, por entender que o “anonimato” desses intermediários do jogo contribui para au-mentar os riscos de lavagem de dinheiro, encorajar a fuga de capitais chineses e “fomentar sistemas financeiros paralelos como o ‘fei-chien’ ou ‘dinheiro voador’”.

A publicação dos dois novos relató-rios de 2017 surge numa altura em que o Departamento de Estado evidencia al-gum “apagamento”, sob a Administra-ção Trump, comparativamente ao papel preponderante desempenhado durante os dois mandatos do Presidente Obama. Recentemente, a agência EFE garantiu mesmo que a poderosa agência sente--se “ignorada” por uma Casa Branca decidida a assumir as rédeas da política externa.

O próprio relatório sobre os Direitos Humanos foi apresentado num evento discreto e sem a presença do Secretário de Estado, Rex Tillerson, rompendo as-sim uma tradição da diplomacia ameri-cana. O novo governo preferiu colocar discretamente o documento no seu site, convocou uma teleconferência com um funcionário não identificado e o papel de Tillerson limitou-se a um prefácio de pá-gina e meia no documento.

Catarina Almeida e Sérgio Terra

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativo Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados os donos das obras ou seu(s) mandatário(s) e os utentes dos locais acima indicados, cujas identidades se desconhecem, do seguinte:1. Processo n.º 22/BC/2010/F.

Local: Rua da Barra n.º 22, Edf. Hoi On, partes do terraço sobrejacentes às fracções 4.º andar I (CRP:I4) e 4.º andar J (CRP:J4), Macau.

Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que nos locais acima indicados realizaram-se as seguintes obras não autorizadas:

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

2. Processo n.º 124/BC/2010/F. Local: Rua da Barra n.º 22, Edf. Hoi On, escada comum entre os 3.º e 4.º andares, Macau.

Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizaram-se as seguintes obras não autorizadas:

EDITAL

Edital n.º : 24/E-BC/2017Processos n.ºs : 22/BC/2010/F e 124/BC/2010/FAssunto : Demolição de obras não autorizadas pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI)Local : Rua da Barra n.º 22, Edf. Hoi On, partes do terraço sobrejacentes às fracções 4.º andar I (CRP:I4) e 4.º andar J (CRP:J4), Macau. Rua da Barra n.º 22, Edf. Hoi On, escada comum entre os 3.º e 4.º andares, Macau.

3. De acordo com o n.º 1 do artigo 95.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 4 de Agosto de 2016, a audiência escrita dos interessados, mas estes não apresentaram qualquer resposta no prazo indicado e não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a demolição das obras não autorizadas acima indicadas.

ObraConstrução de suporte e gradeamento metálicos na parte do terraço sobrejacente à fracção 4.º andar I.Construção de suporte e gradeamento metálicos na parte do terraço sobrejacente à fracção 4.º andar J.

Infracção ao RSCI e motivo da demoliçãoInfracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

1.1

1.2

ObraInstalação de um portão metálico na escada comum entre os 3.º e 4.º andares.Instalação de chapa metálica na escada comum entre os 3.º e 4.º andares.

Infracção ao RSCI e motivo da demoliçãoInfracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

2.1

2.2

4. Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI. Assim, nos termos do n.º 1 do artigo 88.º do RSCI e no uso das competências delegadas pela alínea 6) do n.º 1 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, e por despacho de 06 de Março de 2017 exarado sobre a informação n.º 01674/DURDEP/2017 , ordena aos donos da obra ou seu(s) mandatário(s) que procedam, por sua iniciativa, no prazo de 8 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à demolição das obras acima indicadas e à reposição dos locais afectados, bem como aos interessados e aos utentes que procedam à remoção de todos os materiais e equipamentos nele existentes e à desocupação dos locais acima referidos, devendo, para o efeito e com antecedência, apresentar nesta DSSOPT o pedido da demolição das obras ilegais, cujos trabalhos só podem ser realizados depois da sua aprovação. A conclusão dos referidos trabalhos deverá ser comunicada à DSSOPT para efeitos de vistoria.

5. Findo o prazo estipulado, não será aceite qualquer pedido de demolição das obras acima mencionadas. De acordo com o n.º 2 do artigo 139.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se ainda que nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 89.º do RSCI, findo o prazo referido, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá à execução dos trabalhos acima referidos, sendo as despesas suportadas pelos infractores. Além disso, findo o prazo da demolição e da desocupação voluntárias, a DSSOPT dará início aos trabalhos de demolição e de desocupação, os quais, uma vez iniciados, não podem ser cancelados. Os materiais e equipamentos deixados no local acima indicado serão depositados num local a indicar à guarda de um depositário a nomear pela Administração. Findo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do depósito e caso os bens não tenham sido levantados, consideram-se os mesmos abandonados e perdidos a favor do governo da RAEM, por força da aplicação do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

6. Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração e/ou de segurança do edifício.

7. Nos termos do n.º 1 do artigo 97.º do RSCI e do n.º 4 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, da decisão referida no ponto 4 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data da publicação do presente edital.

RAEM, 06 de Março de 2017

Pelo Director dos ServiçosO Subdirector

Cheong Ion Man

JTM | LOCAL 05Sexta-feira, 10 de Março de 2017

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Ella Lei entregou um pedido ao Chefe do Executivo solicitando au-torização para usar o direito de ini-

ciativa dos deputados da RAEM com o intuito de propor uma alteração à Lei La-boral, visando nomeadamente a inclusão da licença de paternidade remunerada.

Em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, a deputada e membro da Federação das Associações dos Operá-rios de Macau (FAOM), salientou que to-mou a iniciativa de levar a proposta para a Assembleia Legislativa (AL), em vez de esperar pelo Governo, por ser uma ques-tão que tem preocupado a sociedade.

A proposta da FAOM sugere uma duração de cinco dias para a licença de paternidade, à semelhança do critério aplicado para os trabalhadores da função pública.

Por outro lado, sugere também a atri-buição de compensações obrigatórias para o trabalho em dias feriados que coincidam com fins-de-semana. Segundo insistiu a deputada, apesar do Gover-

Decidida a não esperar mais por uma iniciativa do Governo, Ella Lei fez chegar ao Chefe do Executivo um pedido para poder avançar com um projecto de alteração à Lei das Relações de Trabalho, para estabelecer a licença de paternidade remunerada em Macau, abrangendo cinco dias. A deputada também quer ver devidamente regulada a questão da compensação dos feriados “perdidos”

no ter prometido dar prioridade a essas questões, as autoridades ainda não entre-garam nenhuma proposta de lei nem de-finiram um calendário.

Ella Lei recordou ainda que a com-pensação dos feriados “perdidos” pelos trabalhadores da Função Pública enqua-dra-se em despachos do Chefe do Execu-tivo, o que já se tornou “permanente”. No entanto, a deputada considera que esse direito merece estar protegido na lei para evitar qualquer tipo de prejuízo nos inte-resses dos trabalhadores do sector priva-do.

Segundo explicou, antes de apresentar o pedido de alteração legislativa, Ella Lei falou com outros deputados para tentar conquistar suficiente apoio na AL. Contu-do, garante que ainda não tem um núme-ro concreto de apoiantes.

A deputada assegurou, porém, que o voto favorável está garantido entre o gru-

po de deputados do sector laboral e, por isso, acredita que esta alteração poderá acabar por vingar, eventualmente ainda durante este mandato legislativo. Além de contar com o apoio de dois deputados do sector laboral, Lam Heong Sam, Kwan Tsui Hang, Ella Lei acredita igualmente no parecer favorável de Wong Kit Cheng, Ho Ion Sang e Chan Hong, que já defen-deram publicamente a criação da licença de paternidade paga.

Angela Leong também deverá apoiar a medida, até porque já foi implementada pela própria Sociedade de Jogos de Ma-cau, empresa onde exerce funções de di-rectora executiva.

De acordo com relatos da impren-sa de língua chinesa, Au Kam San, Ng Kuok Cheong, Chan Meng Kam, Melinda Chan, Song Pek Kei e Si Ka Lon são ou-tros apoiantes desta política. Recorde-se que a lista liderada por Chan Meng Kam

nas eleições legislativas de 2013 chegou a apontar a licença de paternidade em Ma-cau como uma das suas promessas.

Em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, o deputado e empresário Chan Chak Mo salientou apenas que vai “ponderar a questão com cuidado”, pelo que prefere não assumir ainda uma posi-ção oficial.

Em 2015, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, comprometeu--se a avançar com a regulação da licença de paternidade, durante o processo de re-visão da Lei Laboral. Já o director dos Ser-viços para os Assuntos Laborais, Wong Chi Hong, explicou que, embora haja mais temas para alterar na actual Lei La-boral, o Conselho de Concertação Social sugeriu dar prioridade à licença de pater-nidade remunerada e à sobreposição do dia de descanso semanal com dias de fe-riados obrigatório.

Ella Lei propõe 5 dias de licença de paternidade

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Viviana Chan

Na sequência de um convite do Provedor da Santa Casa da Misericórdia, a Associação dos

Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) visitou o Lar da Nossa Senhora da Misericórdia e o Centro de Reabilitação de Cegos na quarta-feira. Durante o encontro, os elementos da associação conversaram com os idosos e invisuais para perceber as dificulda-des que enfrentam com o objectivo de “elevar a sua qualidade de vida”.

Para a ATFPM, “o envelhecimento tem estado a preocupar a sociedade” que, tal como o Governo, tem a respon-sabilidade de prestar cuidados e servi-ços adequados para garantir uma “ve-lhice tranquila”.

“Quer invisuais, quer deficientes devem ter os seus direitos e interesses salvaguardados”, referiu, advertindo que “em vários sectores mais vulnerá-veis tem existido uma insuficiência de recursos para integrá-los na socieda-de”.

Durante as visitas, segunda a ATFPM, várias pessoas indicaram que

ATFPM “auscultou” idosos e invisuaisA Associação dos Trabalhadores da Função Pública visitou o Lar da Nossa Senhora da Misericórdia e o Centro de Reabilitação de Cegos para perceber as principais necessidades dos utentes

Imobiliária alerta para possível burla A agência imobiliária “Hin Fai In-vestment & Property” publicou um anúncio no jornal “Ou Mun” a alertar para um caso suspeito de burla alega-damente praticada por outra empresa do sector. Segundo o anúncio no jor-nal “Ou Mun”, a “Hin Fai” assegurou ter pago mais de 16,3 milhões de dó-lares de Hong Kong como depósito para obtenção de autorização exclusi-va de venda de fracções num edifício habitacional, no Pátio do Mungo. Po-rém, a “Hin Fai” acusa agora a outra agência imobiliária, a “Ngai Xing”, de ter vendido algumas fracções daquele prédio sem autorização e com o intui-to de esconder a venda, podendo por isso estar a burlar os compradores. A empresa salientou que se não existir uma autorização por escrito, a venda pode ser inválida. A “Hin Fai” decla-rou que já alertou a Polícia Judiciária (PJ) para este possível caso de burla. Na segunda-feira, a PJ confirmou ter recebido a denúncia no dia 2 de Mar-ço, e assegurou que o caso está a ser investigado. A “Hin Fai” avisou ain-da os potenciais compradores para a possibilidade da disputa chegar à bar-ra dos tribunais.

V.C.

o Governo deve melhorar os apoios a idosos e invisuais. Foram também transmitidas várias opiniões sobre as questões “anti-discriminação”, a igual-dade de tratamento e o auxílio aos invi-suais na habitação.

Participaram na iniciativa o presi-dente da direcção da ATFPM, José Pe-reira Coutinho, o vice-presidente da direcção, Leong Veng Chai, a secretaria geral adjunta, Tam Leng I e a assistente do presidente da direcção Lam San Na.

Sexta-feira, 10 de Março de 201706 JTM | LOCAL

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Tendo em consideração que cada vez mais pessoas de todas as ida-des frequentam a zona de lazer

marginal da Taipa e a pista de bicicletas, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Mu-nicipais (IACM) pretende aproveitar um espaço próximo desta zona e da Ponte de Sai Van para construir uma nova zona re-creativa e desportiva.

Numa palestra destinada à comuni-dade das Ilhas, Mak Kim Meng, admi-nistrador do Conselho de Administração do IACM, adiantou, por outro lado, que um terreno desocupado junto à Fábrica de Panchões Iec Leong será transformado numa área de lazer.

Para além disso, devido às queixas dos moradores de Hac-Sá relacionadas com casos de erosão do solo, que tornam o piso cada vez mais irregular, o IACM garantiu que vai fazer obras de melhoria. Os residentes queixam-se ainda do núme-ro reduzido de instalações para crianças na zona, algo que o organismo também prometeu retificar.

Para tal, uma parte da areia do parque de crianças em Hac-Sá será substituída por areia que satisfaz os padrões interna-cionais e irá ainda ser construída uma ve-dação para diminuir o impacto do tufão, disse Mak Kim Meng.

Além disso, assegurou que a zona será transformada num local de actividades diversificadas para crianças, uma vez que as novas instalações de recreio vão ser divididas em três tipos de acordo com as faixas etárias: crianças entre os dois e cinco anos, dos cinco aos 12 anos e uma outra área para jovens até 17 anos.

Noutro campo, o IACM revelou ter plantado cerca de 600 árvores e 3.400

Ilhas terão mais três zonas de lazerO Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais pretende construir mais três zonas de lazer e instalações desportivas nas Ilhas: junto da zona marginal da Taipa, perto da antiga Fábrica de Panchões Iec Long e em Coloane. O organismo indicou ainda que este ano serão plantadas mais 500 árvores

Ex-advogado de Hoainda não decidiu sobre esclarecimento ao TUI

Leong Veng Pun, até esta sema-na advogado de Ho Chio Meng, está a decidir se vai ou não es-clarecer o Tribunal de Última Instância (TUI) sobre os moti-vos que o levaram a abandonar a defesa do antigo Procurador, noticiou ontem a Rádio Macau. Na notificação à defesa cessante do antigo Procurador, o TUI não indica prazos, mas aplicar-se-á a regra geral dos 10 dias. Ouvi-do pela Rádio, Leong Veng Pun disse que o pedido de esclareci-mento do tribunal é legítimo, no entanto, considerou que pode optar entre responder ou não. Cerca de três meses após o iní-cio do julgamento, o advogado deixou na quarta-feira o proces-so, alegando não estar em con-dições de continuar a defender o antigo Procurador, acusado de mais de 1500 crimes. A juíza titular do processo, Song Man Lei, pediu a Leong Veng Pun que justifique ao tribunal a recu-sa, ao abrigo do Código Deonto-lógico dos Advogados, que diz que só se pode deixar de defen-der um cliente com motivo jus-tificado. O Código é omisso em relação à forma de prestar este esclarecimento, o que suscita interpretações diferentes entre os juristas ouvidos pela Rádio. Uns concordam com Leong Veng Pun, ou seja, interpretam que não existe a obrigação de esclarecer o tribunal, mas outros entendem o contrário. Há ainda quem defenda que é ao cliente que cabe a levantar a questão, levando o caso à Associação dos Advogados de Macau (AAM). Jorge Neto Valente, presidente da AAM, já disse que é Leong Veng Pun e não o tribunal quem está em condições de saber se há motivos para abandonar o caso.

rebentos de mangais nas áreas costeiras em 2016. Para este ano, o plano prevê a plantação de mais 500 árvores em parques, zonas verdes, zonas de lazer e ruas e 3.000 rebentos de mangais na costa.

O organismo assegurou também que vai reforçar o projecto “verde tridimen-sional” nas praças, jardins municipais, depósitos de lixo fechados, parques de

estacionamentos e viadutos, que apresen-tem condições.

Entre 18 e 26 de Março, decorrerá na Praça Tap Seac a Semana Verde 2017, que tem como tema “Cidade verde, lar atraente” e vai contar com mais de 30 actividades, desde exposições de plantas e visitas de grupos a árvores antigas. O IACM prevê a adesão de 30 mil pessoas à iniciativa.

Rima Cui

2 Vez “JTM” - 10 de Março de 2017

Execução Ordinária nº CV1-16-0037-CEO 1º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Chan Io Chao

O Escrivão Judicial Adjunto,Lam Lok Kei Roque

2 Vez “JTM” - 10 de Março de 2017

Acção Ordinária nº CV1-16-0033-CAO 1º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Chan Io Chao

O Escrivão Judicial Adjunto,Lam Lok Kei Roque

2 Vez “JTM” - 10 de Março de 2017

Execução Ordinária nº CV1-16-0181-CEO 1º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Chan Io Chao

A Escrivã Judicial Principal,Ana Capelo

JTM | LOCAL 07Sexta-feira, 10 de Março de 2017

• • • BREVES

Procurados ocupantes de barco que naufragouAs autoridades locais continuavam ontem à noite as opera-ções de busca para tentar encontrar os ocupantes de uma em-barcação que naufragou ao largo de Macau, sendo que até ao fecho desta edição não tinha sido anunciada a descoberta de qualquer sobrevivente ou corpo. Segundo a Rádio Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) também não conseguiu identificar o proprietário do barco de pesca. No entanto, a embarcação foi encontrada e rebocada para junto da margem. O pesqueiro desapareceu numa zona situada entre a Ponte da Amizade e o Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa. Depois de ter sido dado o alerta, foram mobilizadas as equipas de busca e salvamento.

Declarações obrigatórias de doenças subiram 14%Os Serviços de Saúde registaram no ano passado 9.046 situa-ções em que foi efectuada a declaração obrigatória de doen-ças, o que equivale a uma subida de 14,4% face a 2015. Na lis-ta destacaram-se as declaração de enterovírus (3.777 casos), influenza (3.309), varicela (529), de escarlatina (393) e noroví-rus (323). Por outro lado, em Janeiro deste ano, o organismo contabilizou um total de 574 casos, notando “alterações evi-dentes” nalgumas doenças, como a influenza (190 casos) e a parotidite (12), cujos números subiram em termos mensais e anuais. Em alta estiveram ainda os casos de tuberculose pul-monar (32), num mês em que também se registaram três de-clarações de infecção pelo vírus da imunodeficiência huma-na (VIH) e uma de SIDA, o que significa um ligeiro acréscimo relativamente ao período homólogo de 2016. Actualmente, a obrigatoriedade de declaração abrange 44 tipos de doenças.

Pedro André Santos

Leong Heng Teng divulgou ontem o conteú-do do projecto de alteração ao regulamento Administrativo, relacionado com o Conse-

lho Consultivo do Trânsito, onde se destaca uma proposta de extinção da Comissão para o Desen-volvimento do Sector Logístico e da Comissão Consultiva das Pescas.

“É uma questão só de nível técnico. Às ve-zes, na revisão de um regulamento administra-tivo, há questões técnicas a ajustar, agora in-feriorizar a hierarquia de certeza que não. Em relação aos organismos de consulta tem-se fei-to um estudo, estes organismos têm sobretudo como objectivo recolher opiniões específicas no sentido de prestar apoio ao Governo para a tomada de decisões com base nas opiniões da população, e também para reunir as inteligên-cias de toda a sociedade”, referiu o porta-voz do Conselho Executivo.

Proposta extinção de Comissões de Pescas e Sector LogísticoO Conselho Executivo concluiu a apreciação das propostas de regulamentos que visam a extinção da Comissão para o Desenvolvimento do Sector Logístico e da Comissão Consultiva das Pescas, uma medida que não pretende “inferiorizar hierarquias”, segundo Leong Heng Teng. O Governo propõe também outras alterações em termos de desempenhos de funções, de acordo com o porta-voz do Conselho Executivo

As novidades não se ficaram por aqui, com o Executivo a propor que o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego desempenhe as fun-ções de presidente do Conselho Consultivo do Trânsito, e o vice-presidente seja designado por despacho do Chefe do Executivo.

Depois da revisão, o Conselho para a Renova-ção Urbana será presidido e coordenado pelo Se-cretário para os Transportes e Obras Públicas.

“Esta revisão é tal como outras que foram feitas. É um projecto que o Conselho Executivo estuda, e pretende recolher opiniões para melhor funciona-mento no futuro”, acrescentou Leong Heng Teng, em resposta aos jornalistas após a apresentação do regulamento administrativo.

De acordo com uma nota do Governo, as medidas foram propostas tendo em conta o que foi definido no Relatório das Linhas de Acção Governativa para o ano financeiro de 2017, no-meadamente o impulsionamento gradual da reorganização e da integração dos organismos consultivos das diversas áreas.

Obras em rotunda da Taipa prontas em Setembro

Começaram no início de 2016 e desde então tornaram-se um elemento constante para quem

passa e vive na Taipa. Entre gruas, ca-miões e movimentos de trabalhadores, as obras na Rotunda Ouvidor Arriaga pareciam não ter fim à vista, no entan-to, a empreitada já tem uma data de conclusão prevista: Setembro deste ano.

“A sua conclusão está prevista para fi-nal de Setembro”, avançou ao Jornal TRI-BUNA DE MACAU o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), ressalvando que o “prazo concreto” está “dependente de coordenação com a Di-recção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT), sobre os desvios no trá-fego durante a realização das obras”.

De acordo com a resposta do orga-nismo, será construída na rotunda uma estação elevatória e os trabalhos têm de-corrido de “forma contínua e sistemáti-ca”, desde o primeiro trimestre do ano passado. Ainda assim, o IACM frisa que a fase inicial envolveu “muitos trabalhos

Parecem não ter fim e a população desconhece o objectivo final, no entanto, as obras na Rotunda Ouvidor Arriaga na Taipa deverão estar concluídas em Setembro deste ano. Segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, será construída na rotunda uma estação elevatória

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preparatórios, como a coordenação com as diversas companhias concessionárias de exploração exclusiva de serviços pú-blicos na deslocação de cabos e canaliza-ções e o desvio das vias rodoviárias cir-cundantes para facilitar o tráfego”.

No ano passado, “devido à comple-xidade dos cabos e canalizações subter-râneos da referida rotunda, houve ne-cessidade de solicitar à Companhia de Electricidade de Macau e à Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau, a deslocação dos principais cabos eléc-tricos e tubagens existentes do sistema de abastecimento da Taipa”, clarificou o IACM, que a pedido da DSAT construiu uma rotunda perto da Avenida Padre

Tomás Pereira e da Rua dos Açores, “al-terando e demolindo parte dos passeios e áreas verdes, para o alargamento das faixas de rodagem”.

No último trimestre do ano transac-to, realizou-se uma obra de grande es-cala de fixação de estacas, que incluiu escavação e escoramento a cerca de 10 metros em profundidade.

Em Fevereiro deste ano, foram con-cluídas as obras da estrutura principal, indicou o IACM, prevendo que a insta-lação dos equipamentos electromecâni-cos ocorra entre Março e Junho.

O organismo referiu também que para atenuar o impacto no tráfego das várias empreitadas em curso na Taipa “é ne-

cessária a coordenação com a DSAT nos desvios do tráfego, pelo que a obra do sis-tema de drenagem das áreas circundan-tes da estação elevatória vai ser realizada a partir de meados de Março”, abarcando a Avenida Olímpica, da Estrada Coronel Nicolau de Mesquita, da Avenida Dr. Sun Yat Sen, da Rua Fernão Mendes Pinto e da Rua Direita Carlos Eugénio.

“As obras serão realizadas por fases, devido à situação do tráfego” e ao facto da “nova obra de canalização requerer uma escavação com mais de 8 metros de profundidade”, explicou o IACM, ad-mitindo que “surgem sempre algumas dificuldades” nas obras e respectiva coordenação.

Liane Ferreira

Sexta-feira, 10 de Março de 201708 JTM | LOCAL

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A Associação de Imprensa em Por-tuguês e Inglês de Macau (AIPIM) promove na Fundação Rui Cunha,

no próximo dia 16, uma sessão de debate sobre “Hong Kong, Macau e o futuro do princípio Um País, Dois Sistemas”.

O evento contará com o contributo de Sonny Lo, presidente da Associação de Ciência Política de Hong Kong, e integra uma série de palestras, debates e mesas re-dondas que a AIPIM pretende organizar. Desta forma, segundo explicou ao Jornal TRIBUNA DE MACAU o presidente da AIPIM, José Carlos Matias, a associação pretende “colocar em cima da mesa temas relevantes para nós, enquanto jornalistas, e às comunidades de forma a dar força ao debate no espaço público”.

A AIPIM optou pela questão do princí-pio “Um País, Dois Sistemas” numa altura em que se aproxima a eleição do Chefe do Executivo da região vizinha.

Sonny Lo é um especialista político de longa data que tem acompanhado desde meados de 1980, ao detalhe, as políticas de Macau e Hong Kong. O presidente da As-sociação de Ciência Política de Hong Kong

AIPIM promove debate sobre “Um País, Dois Sistemas”Sonny Lo, presidente da Associação de Ciência Política de Hong Kong, vai conduzir no próximo dia 16 uma sessão de debate sobre o futuro do princípio “Um País, Dois Sistemas” nas duas RAE. O evento é organizado pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau e enquadra-se numa série de encontros em que serão abordados “temas relevantes” para a classe jornalística e a comunidade em geral

Novo plano para apoiar cursos linguísticosno exterior

O Governo vai implementar, no final deste mês, uma estra-tégia que tem como objectivo apoiar os residentes licencia-dos a frequentar, no exterior, cursos de formação linguísti-ca, em Mandarim, Português ou Inglês. O plano é aplicável a empréstimos para estudos concedidos pelos bancos, in-cluindo propinas, custos de vida básicos e despesas de transporte de ida e volta. No mesmo documento é referido que o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) fica-rá responsável por apreciar a qualificação dos requerentes e conceder o apoio ao paga-mento daqueles que se qua-lificarem. Seis instituições bancárias associaram-se ao programa: Banco da China (Sucursal de Macau), OCBC Weng Hang, o Banco Nacio-nal Ultramarino, Banco Co-mercial de Macau, Banco de Guandfa da China (Sucursal de Macau) e Banco Industrial e Comercial da China (Ma-cau). Para que o plano “pos-sa ser iniciado com suces-so”, o GAES organizou uma reunião com representantes das seis entidades bancárias, durante a qual foi debatida a implementação e a execução da estratégia.

é também um analista político especializa-do no estudo da criminalidade transfrontei-riça, do policiamento e da política no Con-tinente chinês.

Actualmente, Sonny Lo é vice-director da Escola Profissional e de Educação Con-tínua da Universidade de Hong Kong. Do seu currículo constam ainda funções de do-

cência nas Universidades de Hong Kong, Waterloo (Canadá), Ciência e Tecnologia de Hong Kong, Murdoch (Austrália), entre ou-tras instituições.

A par disso, já realizou palestras para cursos de formação de alguns funcionários públicos em Hong Kong e Macau, e publi-cou 11 livros.

Catarina Almeida

Sonny Lo vai conduzir a sessão de debate

CURSO DE ADAPTAÇÃO E ACTUALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOSEM DIREITO DE MACAU

A Associação dos Advogados de Macau (AAM) vai realizar um Curso de Adaptação e Actualização de Conhecimentos em Direito de Macau, nos seguintes moldes:

Destinatários: O Curso destina-se a candidatos à admissão ao estágio, que sejam licenciados em Direito de Macau, ou cuja licenciatura foi adquirida em Universidades de países de matriz jurídica comum à de Macau, a advogados estagiários que o pretendam frequentar, e ainda a todos os residentes de Macau que tenham uma licenciatura em Direito de Macau, e que, exercendo, ou não, a advocacia, pretendam actualizar os seus conhecimentos relativamente ao Direito substantivo e processual ora vigente na RAEM.Objectivos: Adaptação e actualização de conhecimentos teóricos sobre o Direito de Macau, com vista à admissão ao estágio de advocacia, ou ao aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre o Direito de Macau.Língua veicular: Português e Chinês (mandarim e cantonense). Será providenciada tradução simultânea.Vagas: O número de vagas é limitado, cabendo à Associação dos Advogados de Macau a decisão sobre a admissão ao curso.Calendarização: Março a Junho de 2017.Horário: Pós-laboral e Sábados.Local: Instalações da sede da AAM, sitas na Avenida da Amizade, n.º 918, Edifício World Trade Center, 11.º andar, em Macau.Prazo e local de inscrição: A partir do primeiro dia útil seguinte à publicação deste anúncio até ao dia 18 de

Março de 2017, na sede da Associação dos Advogados de Macau, sita na morada acima indicada (tel: 2872 8121).

Preço da Inscrição: MOP 6.000,00 por cada uma das duas fases do curso, no total de MOP 12.000,00. Os titulares de BIR poderão eventualmente vir a beneficiar do subsídio da DSEJ para o programa de formação e desenvolvimento contínuo, se o mesmo for novamente aberto, e se o programa do curso vier a ser aprovado.Documentos: Certificado de licenciatura; programa curricular da licenciatura; fotocópia do BIRM ou de documento de identificação válido; uma fotografia a cores.

Os candidatos que obtenham aprovação neste Curso e pretendam ser admitidos ao estágio de advocacia, poderão sujeitar-se ao exame de admissão ao mesmo sem a restrição do art.º 16.º, n.º 1 do Regulamento do Acesso à Advocacia.

A Associação dos Advogados de Macau reserva-se o direito de não proceder à abertura do Curso caso não existam candidatos em número suficiente.

EDITAL

Edital n.º : 9/E-OI/2017Processo n.º : 371/OI/2010/FAssunto : Demolição de obra não autorizada pela infracção às disposições do Regulamento Geral de Construção Urbana (RGCU)Local : Rua da Barra n.º 22, Edf. Hoi On, escada comum entre o 3.º andar e o terraço, Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados os donos da obra ou seus mandatários e os utentes do local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, do seguinte:1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a obra não

autorizada abaixo indicada, a qual infringiu o disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que a mesma é considerada ilegal:

Obra1.1 Escavação das paredes da escada comum entre o 3.º andar e o terraço para modificar o acabamento das paredes.

2. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 4 de Agosto de 2016, a audiência escrita dos interessados, mas estes não apresentaram qualquer resposta no prazo indicado e não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a demolição da obra não autorizada acima indicada.

3. Assim, nos termos do artigo 52.º do RGCU e no uso das competências delegadas pela alínea 6) do n.º 1 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, por despacho de 02 de Março de 2017, exarado sobre a informação n.º 01647/DURDEP/2017, ordena aos donos das obras ou seus mandatários que procedam, por sua iniciativa, no prazo de 15 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à demolição da obra acima indicada e à reposição do local afectado, devendo, para o efeito e com antecedência, apresentar nesta DSSOPT o pedido da demolição da obra ilegal, cujos trabalhos só podem ser realizados depois da sua aprovação. A conclusão dos referidos trabalhos deverá ser comunicada à DSSOPT para efeitos de vistoria.

4. Findo o prazo da demolição e da desocupação, não será aceite qualquer pedido de demolição da obra acima mencionada. De acordo com o n.º 2 do artigo 139.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se ainda que nos termos do artigo 56.º do RGCU, findo o prazo referido, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá à execução dos trabalhos acima referidos, sendo as despesas suportadas pelos infractores. Além disso, findo o prazo da demolição e da desocupação voluntárias, a DSSOPT dará início aos trabalhos de demolição e de desocupação, os quais, uma vez iniciados, não podem ser cancelados. Os materiais e equipamentos deixados no local acima indicado serão depositados num local a indicar à guarda de um depositário a nomear pela Administração. Findo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do depósito e caso os bens não tenham sido levantados, consideram-se os mesmos abandonados e perdidos a favor do governo da RAEM, por força da aplicação do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

5. Nos termos do n.º 1 do artigo 65.º do RGCU, os infractores são sancionáveis com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas.6. Nos termos dos artigos 145.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados podem apresentar

reclamação para o signatário no prazo de 15 (quinze) dias contados a partir da data da notificação.7. Nos termos do n.º 1 do artigo 59.º do RGCU e das competências delegadas pelo n.º 4 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015,

publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, da decisão referida no ponto 3 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data da notificação.

RAEM, 02 de Março de 2017

Pelo Director dos ServiçosO Subdirector

Cheong Ion Man

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Sexta-feira, 10 de Março de 2017 JTM | LOCAL 09

• • • BREVESBilhetes para FAMà venda no domingoOs bilhetes para o Festival de Artes de Macau podem começar a ser comprados no domingo, na Bilheteira Online, a partir das 10:00. A distribuição de senhas para formar fila tem início às 9:00 do mesmo dia, sendo que as reservas de bilhetes por telefone (local e internacional) e online po-dem ser feitas a partir das 12:00. A edição deste ano terá lugar entre 28 de Abril e 31 de Maio, com o tema “Heterotopia”.

Abertas inscrições para “stands”de artesanato no Tap SeacA próxima Feira de Artesanato do Tap Seac vai realizar-se de 21 a 23 e de 28 a 30 de Abril, estando já abertas as inscrições para os “stands”. Segundo o Instituto Cultural, todas as entidades culturais e criativas e indivíduos estão convidados a inscrever-se para apresentar as suas mar-cas e vender produtos originais. O prazo para inscrição termina a 27 de Março. Esta edição vai contar com 200 “stands”.

Bibliotecas fomentamtrocas de livros até AbrilAs bibliotecas sob a égide do Instituto Cul-tural (IC) estão a realizar até 16 de Abril a actividade “Troca de Livros”, para pro-mover a leitura e a incentivar a criação de novas amizades, assim como a partilha de recursos entre os cidadãos amantes da lei-tura. Segundo o IC, nesta iniciativa enqua-drada na “Semana da Biblioteca de Macau 2017”, não podem ser trocados livros di-dácticos, cadernos de exercícios, dicioná-rios, enciclopédias, almanaques, revistas, publicações pornográficas, publicações religiosas, entre outros.

DSPA apela à reciclagem de pilhas e bateriasA Direcção dos Serviços de Protecção Am-biental (DSPA) renovou o apelo à partici-pação no plano de recolha de pilhas e bate-rias usadas, que abarca mais de 300 postos de recolha em diversas zonas do território. O organismo cooperou com mais de 60 escolas e instituições de ensino superior na disponibilização de pontos de recolha, existindo estruturas deste género em mais de 50 edifícios. Desde o lançamento do plano, foram recolhidos mais de 1.600 qui-los de pilhas e baterias usadas.

Docentes de engenharia biomédica vão a ChengduNuma iniciativa da Sociedade de Engenha-ria Biomédica de Macau, co-organizada pelo Museu das Comunicações, um gru-po de docentes irá realizar, entre 13 e 16 de Abril, uma viagem de intercâmbio a Chengdu, capital da província de Sichuan. A visita tem por objectivo aprofundar co-nhecimentos na área da Engenharia Biomé-dica. As inscrições são aceites por ordem de chegada e podem ser feitas no site do Mu-seu das Comunicações até 27 de Fevereiro.

Ingleses “brilham” em torneio de críqueteUma equipa representativa da Inglaterra venceu a da Austrália na edição inaugu-ral do torneio de críquete “Macau Ashes”, que decorreu no domingo, na Escola In-ternacional de Macau. Adnan Nasim, presidente da Associação de Críquete, assegurou que o evento será organizado anualmente.

Defendido “tecto” de um milhãopara apoios a “start-ups”

O montante máximo do subsí-dio concedido a cada jovem empreendedor situa-se, ac-

tualmente, em 300 mil patacas. Num espaço de três anos e meio, o Governo apoiou 922 jovens num total de 219 mi-lhões de patacas.

No entanto, para Ho King Lun, presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau, as verbas deve-riam ser “mais flexíveis”, envolven-do um valor mínimo de 100 mil pa-tacas e um máximo na ordem de um milhão. Esta flexibilidade nos apoios permitiria, defende Ho King Lun, às autoridades avaliarem os subsídios a conceder consoante a dimensão dos projectos e a qualidade das equipas envolvidas.

A intenção inicial do Governo obriga todos os candidatos ao plano de apoio a jovens empreendedores a sujeitarem-se a um curso completo de “start-up”. Para o Executivo essas acções de formação permitirão que recém-licenciados aprendam a elabo-rar planos de empreendedorismo e co-nheçam melhor o ambiente comercial. Numa fase posterior, a taxa de “sobre-vivência” das empresas de “start-up” pode também aumentar, comentou Ho King Lun ao jornal “Ou Mun”.

Questionado se as 42 horas obriga-tórias de aulas para esta formação são suficientes, o responsável preferiu não fazer qualquer avaliação. No entanto, apontou a necessidade de haver mais discussão em torno desta matéria.

De acordo com a Direcção dos Ser-viços de Economia, o respectivo curso abrange o plano e os preparativos para o empreendedorismo, modelo de ope-

Embora concorde com a obrigação dos empreendedores jovens serem sujeitos a cursos completos de “start-up”, Ho King Lun, presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau, considera que deve haver mais ponderação sobre os prazos para a conclusão dessas acções de formação. Para o mesmo responsável, o “tecto” do apoio concedido a jovens empreendedores também deve ser aumentado para um milhão de patacas

Rima Cui

ração e informações de como lançar uma empresa no mercado. Neste senti-do, o presidente da Associação Indus-trial e Comercial espera que os conteú-dos integrais sejam mais pragmáticos, focando áreas como a contabilidade, regulamentos, legislação e modelos de contratação de não-residentes.

Em funcionamento desde Agosto de 2013, o Plano de Apoio a Jovens Empreendedores tem provocado reac-ções distintas. Na perspectiva de Ho King Lun, o projecto tem ainda espa-ço para melhorar, nomeadamente em relação ao sistema de avaliação dos pedidos. Em jeito de sugestão, o líder

associativo considera que os promoto-res de “start-ups” devem começar pri-meiro por acumular experiências para mais tarde pensar no negócio propria-mente dito.

Já o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia, entidade responsável pela organização do curso de empreendedorismo, revelou que re-cebeu mais de 100 alunos no ano pas-sado. O Centro organiza acções de for-mação relacionadas com as “start-up” desde 2003 e adicionou o curso mais completo em 2009. Até Dezembro de 2016 foram desenvolvidas 26 edições daquele programa de formação.

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A “Europa, Refugiados e Terrorismo Islâmico” estará em debate amanhã, a partir das 19 horas, no Edifício do Antigo Tribunal. A sessão estará a cargo de Henri-

que Raposo e José Manuel Rosendo, num evento organizado no âmbito do Festival Literário - Rota das Letras.

O escritor Henrique Raposo colabora regularmente com a imprensa portuguesa, nomeadamente com o jornal “Expres-so” e “Rádio Renascença”. Além disso, colaborou com o “Pú-blico”, “Diário de Notícias”, “O Independente” e a revista “Doze”.

Licenciado em História Contemporânea e mestre em Ciên-cia Política, Henrique Raposo fez investigação académica no Instituto de Defesa Nacional e no Instituto Português de Rela-ções Internacionais. É ainda autor dos livros “Alentejo Prome-tido”, “História Politicamente Incorrecta do Portugal Contem-porâneo” e “Um Mundo sem Europeus”.

O debate, patrocinado pelo Programa Académico da União Europeia para Macau, terá também o contributo do jornalista

Terrorismo e refugiados em debate Henrique Raposo e José Manuel Rosendo vão falar amanhã sobre a “Europa, Refugiados e Terrorismo Islâmico” numa sessão enquadrada no Festival Literário Rota das Letras. O encontro do jornalista e do escritor português está agendado para as 19 horas

da Antena 1 desde 1993, José Manuel Rosendo. Licenciado e Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa, José Manuel Rosendo tem acompanhado a situação internacional, em particular o Médio Oriente, onde já esteve várias vezes em conflitos e crises desde 2003.

Do vasto percurso profissional destacam-se as várias co-berturas jornalísticas em países como o Afeganistão, Egip-to, Iraque, Israel, Líbano, Líbia, Paquistão, Turquia e Síria. É autor dos livros “De Istambul a Nassíria – Crónicas da Guerra no Iraque e Primavera Árabe”, “Ascensão e Que-da da Irmandade Muçulmana no Egipto”, e da exposição “Marcas da Guerra”.

Por outro lado, hoje, a Universidade de Macau acolhe um seminário sobre “Cidadania da União Europeia: Balanço dinâ-mico entre a União Europeia e os países-membros”. O encon-tro é conduzido pelo professor Roel De Meu, na Faculdade de Direito, a partir das 15:00. A sessão é também organizada pelo Programa Académico da União Europeia para Macau.

Sexta-feira, 10 de Março de 201710 JTM | LOCAL

A escrita esteve, desde cedo, nos horizontes de Abdulai Silá, que atribui a decisão de in-vestir nesta área a três pessoas muito impor-

tantes na sua vida: o pai, o irmão e uma professora de português dos tempos da escola primária.

“O meu pai era uma pessoa extraordinária e ensinou-me que a vida tem várias cores e que o problema é que as pessoas, muitas vezes, sentam--se a apreciar só uma esquecem as outras. A beleza da vida está no alargar do espectro e em procurar observar tudo”, sublinhou em declarações ao Jor-nal TRIBUNA DE MACAU. “Isso significava que, mesmo que gostasse de uma coisa, devia procurar descobrir o que estava ao lado”, acrescentou.

O segundo aspecto, menos teórico, apontou o autor guineense, tem a ver com a vivência da guerra “muito violenta” que assolou o seu país de origem quando ainda era pequeno. “Eu vivi a luta de liber-tação que, no sul da Guiné-Bissau, de onde sou, foi muito violenta. Houve muitas mortes e uma das ví-timas foi um irmão meu, o meu melhor amigo, com o qual conversava sobre tudo. Éramos verdadeira-mente cúmplices”, contou.

“Quando ele faleceu, senti-me só e tive neces-sidade de continuar as nossas conversas. Uma via que me pareceu boa foi escrever um diário. Fui escrevendo até chegar ao momento em que já não tinha muita coisa para relatar, por isso, comecei a

Anschlag Berlin - Desenho de Cartazes de Berlim” é o título da exposição que preencherá

a Galeria Tap Seac com 70 cartazes de 35 designers. Para a exposição foram seleccionados cartazes inspirados na Berlim contemporânea, com obras de designers provenientes de renomeados estúdios de Berlim, incluindo Cyan, LSD, HeSign, EPS51, Ruddigkeit, Aria-ne Spanier, Fons Hickmann m23, Surfa-

ce, entre outros. O conteúdo dos cartazes abrange ex-

posições artísticas, festivais, concertos, espectáculos e questões sociais, sendo que, através da exposição, o Institu-to Cultural (IC) espera “proporcionar uma fonte de inspiração e um intercâm-bio ambicioso ao âmbito profissional do design de Macau, partilhando com cidadãos essas obras que fundem a na-tureza artística e o design”.

Berlim “redescoberta” no Tap SeacO Instituto Cultural vai levar à Galeria Tap Seac uma exposição de cartazes de Berlim, para além de um seminário dedicado à mesma temática. A inauguração está marcada para a próxima terça-feira

Inês Almeida

fantasiar, falava de sonhos, do que gostaria de ver, do que poderíamos ter feito e aí desenvolvi o gosto pela escrita”, explicou Abdulai Silá.

Outro momento marcante, teve lugar em Junho de 1976. “Em 76 houve uma imagem que correu o mundo. Mostrava uma pessoa que tinha sido mas-sacrada numa manifestação em Soweto e, quando vi essa imagem, senti tudo o que tinha vivido antes”.

Assim surgiu a ideia de fazer um trabalho es-colar, que se materializou na forma de um jornal. “Empenhei-me e escrevi uma coisa que chamámos de editorial”.

“Depois disso a professora de Português felici-tou-me e disse, na presenta dos colegas, que eu tinha jeito para a escrita e que devia continuar a escrever. Aí, senti-me motivado para continuar a fazer aquilo que já vinha a fazer às escondidas”, explicou.

Para contextualizar as suas vivências, o autor

A identidade nacional é aquilo que junta todas as pessoas e que as faz entirem-se membros de uma Nação. Esse trabalho é muito baseado também

na criação do mito e a literatura é uma forma privilegiada de criar o mito,entendido como esse conjunto de sentimentos que nos identificam

“Conversas” com o irmão originaram livrosFoi para manter, em formato de diário, as conversas que tinha com o irmão que faleceu durante a guerra na Guiné-Bissau que Abdulai Silá começou a enveredar pelos caminhos que, eventualmente, o levaram à literatura. Por não ser formado “em letras”, o autor destaca a importância da vinda a Macau enquanto oportunidade para aprender e eventualmente “melhorar” o seu trabalho

“Hydra & Orpheu” na Casa do Mandarim

Hoje e sábado, pelas 20:00, vai ser possível assistir, na Casa do Mandarim, à actuação “Hydra & Or-pheu”, integrada também no programa do Festival Literário Rota das Letras. Os bilhetes são gratuitos e estão disponíveis no Edifício do Antigo Tribunal e na Livraria Portuguesa.

Com o patrocínio da Sands China, o Jornal Tribuna de Macau vai oferecer aos seus leitores oito bilhetes, com valor unitário de 480 patacas, atingindo um total de 3.840 patacas, para o espectáculo “Three Phantoms”, no Parisian Theatre, pelas 20:00 de 21 de Março. Os bilhetes serão distribuídos, por ordem de chegada e no máximo de dois por pessoa, aos leitores que se deslocarem no dia 14 de Março (terça-feira) às nossas instalações, na Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, 4-4A- 4B, nos períodos compreendidos entre as 11:30 e as 13:30 e as 14:30 e as 15:30.Para se habilitarem à oferta, que exclui funcionários deste jornal, os interessados apenas terão de apresentar esta página do JTM (não podem trazer fotocópia) e responder a uma questão muito simples:

Quantos artistas integram o elenco principalde “Three Phamtons”?

1-Dois • 2-Cinco • 3-Três

Espectáculo dia 21 de Março(terça-feira) 20:00

OFERTAbilhetes8de

“Three Phantoms”. Parisian Theatre 3 Março a 26 Março

Bilhetes a partir de 180 MOP no cotaiticketing.com ou 2882 8818

“THREE PHANTOMS”NO PARISIAN THEATRE

A NIGHT OF THE BIGGEST BROADWAYAND THE WEST END

JTM | LOCAL 11Sexta-feira, 10 de Março de 2017

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JTM

“Berlim, com o seu rico pano de fun-do histórico e singularidade cultural, proporciona um ambiente de grande abertura aos designers, despertando criatividade de design e permitindo a coexistência de múltiplas ideias relati-vas ao design”, sublinha o IC.

A fim de permitir um conhecimento mais aprofundado sobre a exposição e o design gráfico de Berlim, o IC irá ainda realizar um seminário intitulado “De

Berlim “redescoberta” no Tap SeacO Instituto Cultural vai levar à Galeria Tap Seac uma exposição de cartazes de Berlim, para além de um seminário dedicado à mesma temática. A inauguração está marcada para a próxima terça-feira

fantasiar, falava de sonhos, do que gostaria de ver, do que poderíamos ter feito e aí desenvolvi o gosto pela escrita”, explicou Abdulai Silá.

Outro momento marcante, teve lugar em Junho de 1976. “Em 76 houve uma imagem que correu o mundo. Mostrava uma pessoa que tinha sido mas-sacrada numa manifestação em Soweto e, quando vi essa imagem, senti tudo o que tinha vivido antes”.

Assim surgiu a ideia de fazer um trabalho es-colar, que se materializou na forma de um jornal. “Empenhei-me e escrevi uma coisa que chamámos de editorial”.

“Depois disso a professora de Português felici-tou-me e disse, na presenta dos colegas, que eu tinha jeito para a escrita e que devia continuar a escrever. Aí, senti-me motivado para continuar a fazer aquilo que já vinha a fazer às escondidas”, explicou.

Para contextualizar as suas vivências, o autor

indicou que, na altura em que viveu a sua infância, “acreditava-se muito na palavra do professor” pois era um “privilégio” estudar.

Apesar da aptidão para as letras, Abdulai Silá acabou por se licenciar em Engenharia Electrotécni-ca pela Universidade Técnica de Dresden. Tudo par-tiu de uma questão incrustada no seu cérebro desde que era pequeno.

“O meu pai era motorista e mecânico. Aos fins--de-semana, havia o hábito de os comerciantes e fun-cionários passearem com as famílias nos carros”, que lavávamos para depois devolver aos proprietários.

Um dia, o escritor disse ao pai que também eles deviam passear de carro e foi-lhe assegurado que não podiam, uma ideia que não convenceu Abdulai Silá. “Dava-me sempre desculpas e uma vez disse--me que não havia combustível. Para mim, combus-tível era um líquido igual à água, não sabia o que era

A identidade nacional é aquilo que junta todas as pessoas e que as faz entirem-se membros de uma Nação. Esse trabalho é muito baseado também

na criação do mito e a literatura é uma forma privilegiada de criar o mito,entendido como esse conjunto de sentimentos que nos identificam

Berlim a Macau: Palco de designers”, no dia 15 de Março, das 18:30 às 21:30 horas, igualmente na Galeria Tap Seac.

O evento está aberto à participação de todos os cidadão e terá como orado-res convidados os três curadores da ex-posição: Fons Hickmann, Jianping He e Sven Lindhorst-Emme - e a designer Laucke Siebein, que se propõem apre-sentar a mostra e partilhar as suas expe-riências criativas. O seminário será con-duzido em inglês, estando disponível tradução simultânea para cantonense.

Com entrada livre, a exposição fica-rá patente até 14 de Maio.

“Conversas” com o irmão originaram livros

gasóleo ou gasolina”.Assim, sugeriu que o pai colocasse água no de-

pósito para que o carro andasse. “Ele disse-me que não, que se pusesse água o carro não andava”. “Tive de saber porque é que com água os carros não an-davam”.

Foi então que rumou a Bissau, onde ficava o úni-co liceu do país, com cerca de 14 anos. “Uma vez perguntei a uma pessoa que curso deveria tirar se quisesse perceber de motores e de carros e falaram--me de ‘electrotecnia’. Decorei a palavra e, sem saber o que era, decidi que ia estudar. No segundo ano do curso, tive a resposta para a minha pergunta”.

A liberdade de publicarTendo começado a escrever muito cedo, Abdulai

Silá concluiu o primeiro livro em 1982 e o segundo dois anos depois. O passo a seguir era publicá-los, o que era quase uma missão impossível no contexto daquela época.

“Havia uma organização do partido, a união de artistas e escritores”, criada durante o período da luta de libertação para “conseguir a solidariedade de intelectuais, escritores e artistas”. “Essa organização continuou mesmo depois da independência, mas com o mesmo espírito de uma estrutura do partido e eu nunca pertenci a nenhum”.

Então, quando tentou publicar as suas obras,

entendeu que seria praticamente impossível. “Não reunia as condições para ser publicado, independen-temente da qualidade da obra porque o que contava era outro género de critérios”, mesmo depois da li-beralização do sistema político, pois, a organização manteve os mesmos moldes.

Nesse sentido, quando tal foi possível, a par de dois colegas, Abdulai Silá criou a primeira editora privada da Guiné-Bissau, “Ku Si Mon”. “Pensámos que tínhamos de ‘aproveitar a onda’, porque não sa-bíamos quanto tempo a liberdade ia durar e publi-cámos tudo quanto podíamos. Não achávamos que fosse uma conquista definitiva”.

O autor fundou também a Associação de Escrito-res Guineenses, que surgiu na necessidade de criar uma estrutura que permitisse que toda a gente parti-cipasse, independentemente da cor partidária.

Uma oportunidade para aprenderEstas experiências passadas deverão ficar de fora

das intervenções de Abdulai Silá que está em Macau pela primeira vez, para uma experiência que consi-dera muito positiva, no Festival Literário Rota das Letras.

“É uma experiência poder discutir com pessoas que sabem mais do que eu, que não tenho formação em letras. A escrita é um ‘hobby’ para mim e que-ro aprender, expondo as minhas ideias e debatendo acerca disso porque, assim, posso saber mais e, even-tualmente, melhorar o meu trabalho”, destacou em declarações ao Jornal TRIBUNA DE MACAU.

No âmbito do Rota das Letras, o autor vai falar sobre escrita para teatro e sobre o papel dos escrito-res na identidade nacional, uma questão que consi-dera “mais actual do que nunca”. A primeira sessão realiza-se amanhã, pelas 18:00, no Edifício do Antigo Tribunal, e a segunda está agendada para segunda--feira à mesma hora e no mesmo local.

“A identidade nacional é aquilo que junta todas as pessoas e que as faz sentirem-se membros de uma Nação. Esse trabalho é muito baseado também na criação do mito e a literatura é uma forma privilegia-da de criar o mito, entendido como esse conjunto de sentimentos que nos identificam”.

Esse trabalho torna-se particularmente impor-tante no contexto da Guiné-Bissau, um país “muito complexo” a vários níveis. “Somos um país que foi literalmente inventado a partir de estruturas que fo-ram destruídas”, portanto, “há uma série de situa-ções que põem a questão da identidade em causa”.

Por isso, qualquer autor “hoje é chamado a de-sempenhar um papel quase de missionário, no sen-tido de ser alguém que vai passar a ideia de alguma coisa que, não sendo tão aparente, pode ser aperce-bida como real”.

“A função do escritor é fazer com que se acredi-te que a Guiné-Bissau com que sonhámos existe e pode ser concretizada, mediante algumas condições. Se não fizermos isso, a questão da identidade nacio-nal começa a perder peso em detrimento de outras identidades, como a religiosa”

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IC António Júlio Duarte expõeem Abrantes síntese fotográficade 10 anos em MacauO fotógrafo António Júlio Duarte ex-põe pela primeira vez em Portugal, apresentando “o conjunto integral das fotografias que reflectem a síntese de 10 anos de trabalho em Macau, no am-biente luxuoso e exótico dos casinos”, anunciou a Câmara de Abrantes. A ex-posição “White Noise” está patente até 29 de Abril na galeria municipal, insta-lada no antigo quartel de bombeiros, e que “passa a acolher permanentemen-te a Colecção Figueiredo Ribeiro que pela primeira vez é apresentada ao pú-blico”, segundo o contrato de comoda-to celebrado pela autarquia em Junho do ano passado.

Sexta-feira, 10 de Março de 201712 JTM | LOCAL

Obras de Manuel Vicente retratam o “diálogo”

Manuel Vicente figura, se-gundo os seus pares, entre os maiores arquitectos da

segunda metade do século XX, em Portugal, mas o prisma que a escrito-ra pretendia explorar em “Manuel Vi-cente. A Desmontagem do Desconhe-cido” era completamente diferente.

“Queria captar a personalidade e sobretudo um pensador brilhante, com uma capacidade para pensar e interessar-se sobre as coisas mais ba-nais e comunicá-las de uma maneira sofisticada”, afirmou ontem a escrito-ra, em entrevista à agência Lusa, no dia em que se cumprem quatro anos do desaparecimento de Manuel Vi-cente (1934-2013), conhecido como o “arquitecto de Macau”.

Raquel Ochoa cedo percebeu o “desafio” que tinha em mãos, inicia-do em 2009, e que culminou no ensaio biográfico editado pela Docomomo Macau, lançado, esta semana, no âm-bito do Festival Literário Rota das Letras, e que vai ser apresentado em Portugal “nos próximos meses”.

Após uma primeira abordagem, seguiram-se longas conversas, princi-palmente ao almoço, em visitas a casa do arquitecto, recorda. Era para ser uma biografia, mas não chegaria a ser. Raquel Ochoa elaborou um primeiro manuscrito, e contava com o arquitec-to em particular para colmatar falhas e preencher o “todo cronológico” que não conseguira ainda alinhavar, mas Manuel Vicente seria internado dias depois.

Quando o arquitecto morreu, o manuscrito estava na sua mesinha de cabeceira. “Tenho a certeza de que não terá lido mais do que uma ou duas pá-

O nome de Manuel Vicente fez-se grande na arquitectura, mas foi a personalidade do criador que a escritora Raquel Ochoa capturou no ensaio biográfico “A Desmontagem do Desconhecido”, obra lançada em Macau, que estará disponível em breve em Portugal

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ginas”, conta a escritora, que teve de rever todo o texto, adaptando a forma do livro, acabando “por aproveitar muito o discurso directo e frases de-finidoras do seu carácter, da maneira como via o mundo, muitas das quais até com cariz filosófico a reter”.

“O meu fascínio residiu no facto de ter a companhia de alguém que via os outros como interlocutores maio-res, sempre, sem condescendências”, sublinhou Raquel Ochoa, para quem Manuel Vicente “era daquelas pessoas que todos gostam de ter para animar uma festa, porque de facto não sabia estar sem engajar toda a gente e tirar o melhor de cada um”.

“Ele tinha essa capacidade interes-sante de identificar rapidamente o que

fazíamos bem e o que fazíamos mal e focava-se no que fazíamos bem. Dava sempre a entender que apreciava pelo menos uma das nossas facetas e isto é um dos aspectos que acho muito in-teressante nele como homem”, descre-ve.

A obra nunca foi pensada em ter-mos de análise arquitectónica, como sublinha, mas a arquitectura afigura--se indissociável: “Ele respirava-a de uma forma tão sôfrega que trabalhar ou lidar com Manuel Vicente também altera muito a percepção que temos da arquitectura”.

“A arquitectura mete-se muito com as nossas vidas e era importante que o soubéssemos”, observa, exemplifi-cando: “Quando entramos num CCB

sentimos uma coisa e no Mosteiro dos Jerónimos sentimos outra… Sentimos os espaços que nos envolvem e vive-mos isto de forma subconsciente. Às vezes entramos em sítios que nos de-sagradam visceralmente e nem sequer sabemos e até ficamos irritados a falar com a pessoa com quem estamos ou com pressa para irmos embora…”

“Por mais trivial que seja uma vida, ninguém se deve sentir insigni-ficante, pois cada indivíduo pode sen-tir-se original e relevante num local arquitectónico com esta virtualida-de”, cita Raquel Ochoa que, na obra, acrescenta que o projecto da vida de Manuel Vicente “consistiu em melho-rar os espaços através da inclusão no meio ambiente e de forma a que as pessoas sintam aquele ambiente arti-ficial, o seu”.

Isto “é brilhante e ele transporta-va isso para os edifícios”. “Fazer com que uma pessoa se sinta especial num espaço arquitectónico é um talento – a ambição de um arquitecto”, afirma a escritora, para quem as obras de Manuel Vicente retratam o “diálogo” – ao contrário de monólogos dos dias de hoje. “Ele criava esse diálogo nas obras - e isto está estudadíssimo. Só chegava ao fim do projecto a dialogar com os outros e isso são as histórias épicas dos ateliês dele”, enfatiza.

No ensino também fugia a pa-drões: “Dava realmente espaço aos alunos para serem mais criativos e irem buscar o seu lado mais original”, contrariando a “estandardização”.

“Ele estimulava cada um a imagi-nar o seu projecto da forma mais bi-zarra e à sua imagem e semelhança. A forma, os desafios e os ‘nãos’ viam-se depois”, sublinha.

“Como referiu uma aluna: ‘Existia o Manuel Vicente e depois existiam os outros todos’”.

JTM/Lusa

Raquel Ochoa é autora de um ensaio biográfico sobre Manuel Vicente

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JOÃO ANTÓNIO FERREIRA LAMAS

Missa de 7º dia

A família de JOÃO ANTÓNIO FERREIRA LAMAS

informa que será celebrada a missa de 7º dia na 6ª feira,

dia 10 de Março, às 18h00 na Igreja da Sé.

Antecipadamente se agradece a todos quantos se queiram

associar a este acto.

Processo de Execução Ordinária nº CV1-16-0122-CEO 1º Juízo Cível

Exequente: Produção de Publicidade e Artes Perfomáticas de Allway, Lda., registada na Conservatório dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº 34004(SO), com sede em Macau, na Avenida de Marciano Baptista, Centro Comercial Chong Fok, 4º andar B. Executados: 1) Companhia de Grupo M&G, Limitada, registada na Conservatória dos Registos Comercial e Bens Móveis sob o nº 35737(SO), com sede em Macau, na Alameda do Dr. Carlos D’Assumpção, nºs 336-342, Centro Comercial Seng Fong, 8º andar, apartamento A, R.2) Lao Meng Tong, do sexo masculino, casado, de nacionalidade, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Macau, com última residente em Macau, Alameda do Dr. Carlos D’Assumpção, nºs 336-342, Centro Comercial Seng Fong, 8º andar, apartamento A.

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando os dois EXECUTADOS acima identificados, para, no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, pagar a dívida exequenda ao exequente no montante de MOP$563.145,92 (Quinhentas e Sessenta e Três Mil, Cento e Quarenta e Cinco Patacas e Noventa e Dois Avos), juros e custas, ou nomear bens à penhora, ou, querendo, deduzir oposição à execução no mesmo prazo, sob pena de se considerar devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, tudo como melhor consta da petição inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição do citando.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja deduzida oposição. (art. 74º do C.P.C.)

Aos 06 de Março de 2017.

A Juiz,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Especialista,Lei Ka Lou

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

2 Vez “JTM” - 10 de Março de 2017

Sexta-feira, 10 de Março de 2017 JTM | ACTUAL 13

PORTUGAL

Um ano de mandato “muito interventivo”

CHINA - IOs preços de fábrica na China subiram 7,8%, em Fevereiro, pelo sexto mês consecutivo, face ao mesmo período de 2016, com a segunda maior eco-nomia mundial a beneficiar de um aumento do consumo, indicam dados oficiais.

CHINA – IIA Assembleia Nacional Popular, conhe-cida por incorporar homens abastados, planeia agora atribuir mais lugares a mulheres, camponeses, trabalhadores e profissionais, avançou a agência noti-ciosa oficial Xinhua. Quando arrancou a actual legislatura, em 2013, o número de mulheres equivalia a 23% do total de delegados.

FILIPINASO Presidente das Filipinas nomeou En-rique Manalo como ministro dos Negó-cios Estrangeiros depois do seu ante-cessor, Perfecto Yasay, ter sido rejeitado pelo Congresso por mentir sobre a sua nacionalidade. Após vários desmenti-dos, Yasay acabou por admitir que em 1986 chegou a ter passaporte dos EUA.

TIMOR-LESTE - IO Governo timorense aprovou a cria-ção da Tatoli, a Agência Noticiosa de Timor-Leste, um Instituto Público que será “fonte de informação oficial” e que tem como ambição ser “centro de for-mação e pesquisa aplicada à comuni-cação”.

TIMOR-LESTE – IIA Fretilin, segundo partido timorense em representação parlamentar, lidera as intenções de voto para as legislativas de Julho com 29% de apoio, à frente do CNRT com 17%, num cenário em que um quarto se declara indeciso, segun-do uma sondagem ontem divulgada.

MOÇAMBIQUEQuase 100 mil metros cúbicos de madeira foram apreendidos em Mo-çambique nos últimos setes dias por exploração ilegal, originando multas superiores a 96 milhões de meticais (cerca de 11,2 milhões de patacas), dis-se o director de Florestas no Ministério da Terra, citado pelo diário Notícias.

ITÁLIAO fisco italiano instituiu um novo im-posto fixo anual de 100 mil euros direc-cionado sobretudo para cidadãos es-trangeiros e com património elevado que se mudam para o país. A medida visa atrair milionários, que têm preferi-do nações como o Reino Unido.

NORUEGA Metade dos veículos vendidos na No-ruega no primeiro bimestre de 2017 eram eléctricos ou híbridos, anunciou o Governo. A Noruega, exportadora de petróleo, pretende proibir em 2025 a comercialização de automóveis com motores que funcionem apenas à base de combustíveis fósseis.

BRASILA organização “Human Rights Watch” pediu aos legisladores brasileiros al-terações profundas ao Código Penal Militar por entender que restringe a liberdade de expressão aos agentes da polícia. A ONG denunciou casos de po-lícias presos por criticarem superiores hierárquicos ou decisões do governo.

VOLTA AOMUND

Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu ontem um ano de mandato que se caracterizou por um estilo “muito in-terventivo”, como o próprio descreveu, de proximida-

de em relação aos cidadãos, e de desdramatização e procura de convergências.

A ambição - enunciada desde a campanha para as presiden-ciais de 24 de Janeiro do ano passado - de estabelecer pontes e de promover consensos de regime, unindo os “dois países políti-cos” resultantes das legislativas de 2015, parece, contudo, ainda longe de se concretizar. Entre a actual solução de Governo do PS, com o apoio dos partidos à esquerda no parlamento, e a an-tiga coligação PSD/CDS-PP mantém-se um clima de crispação, que atingiu maiores proporções na polémica entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e a antiga administração da Caixa Geral de Depósitos, liderada por António Domingues.

Marcelo Rebelo de Sousa também se viu envolvido neste tema, que levou PSD e CDS-PP a constituírem uma nova co-missão de inquérito no parlamento, e foi visado directamente pelo porta-voz do PS, João Galamba, que o acusou de estar “pro-fundamente implicado” no caso. O Chefe de Estado recebeu o ministro das Finanças em Belém e acabou por emitir uma nota aceitando a posição do Primeiro-Ministro de manter a confiança em Centeno, “atendendo ao estrito interesse nacional, em ter-mos de estabilidade financeira”.

Na campanha para as presidenciais de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou-se como um moderador, situado na “es-querda da direita”. Defendeu acordos de regime em áreas como a educação, a saúde, a segurança social, a justiça e a política eu-ropeia - linha discursiva que manteve neste primeiro ano em funções como Presidente, com ênfase particular na importância da concertação social.

Eleito à primeira volta, aos 67 anos, com 52% dos votos, o ex-comentador político e professor universitário de direito elen-cou os seguintes princípios para o seu mandato presidencial: “Afectos, proximidade, simplicidade e estabilidade”.

Enfrentando um quadro de bipolarização resultante das le-gislativas, o antigo presidente do PSD considerou desde o início que o Governo minoritário do PS devia cumprir o seu mandato, e tem sido, no essencial, convergente com o executivo chefiado por António Costa. A sua relação com o PSD liderado por Pedro Passos Coelho tem registado, por isso, alguma tensão. Demar-cou-se da ideia de que faltava legitimidade ao actual Governo e do discurso negativo da oposição sobre a trajectória das contas públicas, embora com reparos sobre a necessidade de captação de investimento e de crescimento económico. Neste início de ano, tem insistido que a economia portuguesa precisa de crescer acima de 2%.

Apesar de vir da mesma área política, Marcelo Rebelo de

Com uma agenda intensa, presença mediática constante e contacto próximo com os cidadãos, Marcelo Rebelo de Sousa adoptou uma postura muito diferente do seu antecessor no primeiro ano de mandato, incluindo na relação com o Governo. Porém, a sua actuação interventiva também já suscitou algumas críticas

Sousa distinguiu-se do seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, no contacto próximo e informal com os cidadãos e na agenda in-tensa e presença mediática constante. Também mostrou diferen-ças na interpretação da função presidencial, com um acompa-nhamento permanente e activo da governação e da actividade parlamentar, ouvindo regularmente - pelo menos de três em três meses - os partidos, as confederações patronais e sindicais e o Conselho de Estado.

A sua actuação interventiva já motivou algumas críticas, e no início de Dezembro Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou uma visita a uma escola para justificar o seu entendimento do exer-cício do cargo e os contactos directos com outros membros do Governo que não o Primeiro-Ministro. “Depende muito do pri-meiro-ministro o ver com bons olhos ou não contactos directos entre o Presidente e membros do Governo, e às vezes até solici-tar. Isto pode ser útil. Por exemplo, há um problema financeiro, e o ministro das Finanças está em melhores condições para expli-car do que o Primeiro-Ministro, de imediato”, afirmou. “Eu acho que tem vantagens, porque o Presidente, sabendo quais são os limites dos seus poderes, está mais bem informado, e informado na hora”, argumentou.

O Presidente ainda não recorreu ao Tribunal Constitucional e utilizou três vezes o poder de veto político, em relação a dois diplomas do parlamento sobre a gestação de substituição e a estatização dos transportes do Porto - que acabariam promul-gados após serem alterados - e a um decreto do Governo sobre acesso a informação bancária. Marcelo Rebelo de Sousa definiu--se como um Presidente que não recorre frequentemente ao Tri-bunal Constitucional como “uma espécie de defesa”, mas que exerce “sem complexo nenhum” o veto político, perante fortes divergências.

O Presidente tem sugerido em várias ocasiões que não pen-sa fazer um segundo mandato, mas nunca assumiu claramente esse compromisso. No mês passado, em entrevista à SIC, pro-meteu anunciar a sua decisão aos portugueses “até ao mês de Setembro de 2020”.

No plano externo, realizou 21 deslocações ao estrangeiro, três das quais visitas de Estado, a primeira em Maio, a Moçambique, e as outras em Outubro, à Suíça e a Cuba - onde teve um encon-tro com Fidel Castro, um mês antes da morte do líder histórico cubano. Destacam-se ainda as inéditas comemorações do 10 de Junho em Paris com os portugueses residentes em França, jun-tamente com o primeiro-ministro, e a deslocação ao Brasil em Agosto para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As suas saídas foram quase todas de curta duração, para encon-tros institucionais ou cimeiras, e a maioria a capitais de países europeus: Vaticano, Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido. Esteve também no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Fran-ça, e foi recebido em Casablanca pelo rei de Marrocos.

Marcelo Rebelo de Sousa viajou ainda três vezes para assistir a jogos do Euro 2016, em França, incluindo a final, que Portugal venceu.

Em território nacional, realizou três edições de uma iniciati-va a que chamou “Portugal Próximo”, no Alentejo, em Trás-os--Montes e na Beira Interior, e visitou a Região Autónoma da Ma-deira, incluindo os subarquipélagos das Desertas e Selvagens.

Evitou os Açores em ano de eleições regionais, mas tem agen-dada para Junho uma visita a todas as ilhas desta região.

JTM com Lusa

Sexta-feira, 10 de Março de 201714 JTM | DESPORTO

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JTM

Mais um jogo entre o primei-ro e o segundo classificados, mas agora com o Benfica no

topo da tabela da Liga de Elite, depois da goleada surpreendente (apenas pe-los números), diante do anterior líder, Monte Carlo.

No caminho dos comandados de Henrique Nunes, equipa fortemente moralizada pelos últimos triunfos, to-dos eles com muitos golos marcados, surge desta feita o Chao Pak Kei, que se encontra a um ponto das “águias”.

Será difícil haver um desnível, em termos de resultado, tão grande como aquele que aconteceu na jornada an-terior, pelo que se antevê um bom es-pectáculo, provavelmente equilibra-do, no regresso ao relvado do Estádio de Macau.

São duas equipas que gostam de “pôr a bola no chão”, dispondo de jo-gadores de nível acima da média para o futebol do território e assim a expec-tativa é grande para a partida do pró-ximo domingo.

O Chao Pak Kei está avisado sobre o caudal ofensivo do Benfica e não poderá cometer erros, em especial no seu sector defensivo, que vai ter cer-

As “águias” da RAEM podem, em caso de vitória, começar a criar um fosso considerável sobre todos os restantes adversários. Para o Chao Pak Kei será quase o jogo da verdade, em termos de ambições na Liga de Elite. O campeonato regressa ao Estádio da Taipa

Vítor Rebelo*

tamente um jogo de intenso trabalho.Os pupilos de Leung Kuai Sang,

Ignacio Hui (que terá agora saído) e Steven Chow, trio técnico que tem provocado alguma controvérsia, pelo facto de na prática dividir as tarefas de orientação, pelo menos por aquilo que se vai observando no decorrer dos jogos, vêm de uma vitória sobre o Kei Lun, o que lhes permite estar na som-bra do Benfica.

Os “encarnados” são favoritos, por várias razões, e se confirmarem esse estatuto com uma vitória, então come-çam desde já a abrir um fosso para os restantes adversários, numa altura em que há três rondas por disputar até ao final da primeira volta.

Benfica e Chao Pak Kei estão prati-camente na máxima força e os “onzes” não deverão andar muito longe dos jogos do último fim-de-semana, ainda que o Chao Pak Kei possa ter neces-sidade de utilizar uma estrutura dife-rente, para uma abordagem diferente ao credenciado Benfica.

O Jornal TRIBUNA DE MACAU faz, como habitualmente, uma ante-visão da partida mais importante da jornada e este é de facto o “prato for-te” do fim-de-semana da Liga de Elite, com os restantes rivais, Monte Carlo e Kei Lun, à espreita de pontos perdi-dos do lado do Benfica (e) ou do Chao Pak Kei, para se chegarem mais à fren-

te na classificação.

Solidificar o comandoHenrique Nunes, o treinador dos

tricampeões, quer solidificar a lide-rança do campeonato: “Queremos os três pontos para solidificarmos o pri-meiro lugar, mas sabemos que não vai ser fácil, porque o Chao Pak Kei tem uma boa equipa, num plantel com bons jogadores locais e os quatro es-trangeiros têm qualidade para jogar em qualquer equipa em Macau.”

O técnico, que faz o segundo ano à frente da equipa gerida por Duarte Alves, tem a vontade de “dar conti-nuidade à forma de jogar dos seus jo-gadores, entrando em campo sempre com o pensamento na vitória e lutan-do por ela.”

O capitão Filipe Duarte considera que se trata de um jogo complicado, “porque o Benfica vai encontrar pela frente uma equipa que defende muito bem”.

O defesa central, há seis anos no futebol do território, reconhece que o Chao Pak Kei tem um bom plantel: “Eles têm bons jogadores, que jogam juntos há muito tempo, ainda que te-nham perdido a referência no ataque, com a saída de Roni, mas não é por isso que estão mais fracos.”

Filipe Duarte recorda entretanto o jogo com o Monte Carlo: “Fizemos um

Henrique Nunes continua “de olho” nas vitórias

grande jogo, mas este resultado é difí-cil de se repetir. O grupo está cada vez mais unido e mais forte, tendo sempre como objectivo a vitória.”

Um ponto de diferença

Do lado do Chao Pak Kei, a pa-lavra também de um defesa central, Vitor Almeida, principal reforço para esta temporada e que surge com mui-ta frequência na manobra atacante da equipa.

“Será certamente um bom jogo, equilibrado, no confronto entre duas equipas separadas por um ponto e aquelas que mais golos marcam e me-nos sofrem. Respeitamos o Benfica, que tem uma formação coesa, mas vamos tentar aproveitar as lacunas que possam ter. Nós temos as nossas armas para contrariar o jogo do Benfi-ca”, diz o ex-Sporting, que considera ter sido importante, mesmo sem jogar bem, a vitória sobre o Kei Lun: “O fu-tebol é feito de bons e maus jogos. O campo da UCTM também não ajudou, mas ganhámos e já não pensamos na exibição menos conseguida que fize-mos.”

Bruno Figueiredo é um jogador já bastante conhecedor do futebol de Macau e um elemento-referência do Chao Pak Kei, ao lado de companhei-ros como o compatriota Diego Patrio-ta e o paraguaio Ronald Cabrera.

O médio afirma que o Chao Pak Kei vai tentar surpreender: “Desde o início que os dirigentes têm vindo a dizer que querem ser campeões, en-tão este é um dos jogos da verdade. Contra o Monte Carlo perdemos, mas foi injusto na minha opinião e por isso temos de surpreender o Benfica para mantermos as ambições. Eles estão com a moral em cima, vêm de golea-das. Penso que o jogo vai ser decidido em detalhes e iremos tentar contrariar as bolas aéreas, por exemplo, ponto forte do Benfica e nas quais temos tido alguns problemas.”

O futebolista brasileiro, autor do centro, com “conta peso e medida”, para o segundo golo de Ronald Ca-brera, que virou o resultado desfa-vorável ao intervalo face ao Kei Lun, sublinha a necessidade da equipa ser humilde, aceitando que no Benfica há onze profissionais: “As condições não são as mesmas e, se ganharmos este jogo, isso acabaria por dar mais mo-tivação ao Chao Pak Kei e a outros clubes, para investirem como o Ben-fica tem feito. Acredito que possamos ganhar, mas é um jogo muito compli-cado. Cada desafio tem uma história e talvez este não seja o dia do Benfica e seja o nosso.”

Nos restantes desafios, tudo leva a crer que o Monte Carlo regresso aos triunfos, apesar de “ferido” pela der-rota pesada face ao Benfica.

Emotivo será entretanto o confron-to entre Sub-23 e Lai Chi, podendo já começar a clarificar-se as posições do fundo, uma vez que estas duas forma-ções estão a par na cauda da tabela, com apenas um ponto conquistado.

Ontem, no arranque da jornada, o Sporting foi goleado pelo Kei Lun, por 5-1, enquanto Ka I e Cheng Fung empataram a uma bola.

* Jornalista

FUTEBOL DE MACAU

Chao Pak Kei é mais um testepara o moralizado Benfica

CALENDÁRIO DOS JOGOSI Divisão • 7ª Jornada

HOJESub 23 - Lai Chi (21:00)

DOMINGOChao Pak Kei - Benfica (18:30)Monte Carlo - Polícia (20:30)

Jogos no Estádio de Macau

HOJEAlfândega - Casa de Portugal (20:30)

AMANHÃHong Lok - Chuac Lun (14:00)Tim Iec - Ieong Heng (16:00)

DOMINGOConsulado - Tong Kuok Kei Lam (14:00)Hang Sai - Chong Wa (16:00)

Jogos no Estádio Universidade de Ciênciae Tecnologia de Macau

II Divisão

JTM | DESPORTO 15Sexta-feira, 10 de Março de 2017

Aroucavs FC Porto

Chavesvs Sp. Braga

Tondelavs Sporting

0-3 0-1 0-1

0-2 1-1 1-3

0-3 0-1 1-2

0-1 0-1 0-1

1-3 1-1 0-2

0-3 1-2 0-3

0-2 0-1 1-2

1-4 1-2 0-2

1-3 1-2 1-1

EMPATE DO SPORTINGFEZ A DIFERENÇA

Ao apostarem no empate a uma bola no confronto Sporting--Vitória de Guimarães, Beatriz Conceição e Manuela Gor-

gueira amealharam três preciosos pontos. Beatriz Conceição conseguiu assim subir ao sexto lugar e Manuela Gorgueira passou a ter a possibilidade de deixar a “lanterna vermelha” na próxima ronda, já que apenas um ponto a separa de Vio-leta do Rosário, que ocupa a oitava posição. Na 25ª jornada, Chaves e Sp. Braga enfrentam-se no Estádio Municipal Engº. Manuel Branco Teixeira, num jogo que promete ser animado. Se no último confronto directo, os minhotos saíram vencedo-res (1-0), nesta segunda volta, Ana Cardoso e Helena Brandão

apostam no empate a uma bola. Outro empate é também vaticinado por Violeta do Rosário, no jogo que irá decorrer no próximo domingo às 04:30 (hora de Macau) e que vai colocar

frente-a-frente o Tondela e o Sporting. Para os restantes dois jogos seguidos pelo Barómetro do JTM, as vitórias são

atribuídas tanto ao FC Porto como ao Benfica.

AlessandraAraújo 84

AnaCardoso 86

HelenaBrandão 84

ManuelaGorgueira 65

SílviaFerrão 91

SusanaDiniz 87

VanessaDos Santos 83

Violetado Rosário 66

BeatrizConceição 83

Benficavs Belenenses

2-1

2-0

2-0

2-0

2-0

1-0

3-0

4-0

2-0

Costa Santos Sr.*

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ARQ

UIVO

Na primeira volta, o Benfica venceu em Belém por 2-0

Embora não haja vencedores antecipa-dos, pelo que foi feito até aqui, não será crível que o Belenenses vá “inco-

modar” o guia da classificação na segunda--feira, nem o Arouca, em “branco” de pontos com Manuel Machado ao “leme”, tenha co-ragem para bater o pé ao FC Porto no arran-que da 25ª jornada da liga portuguesa (04:30 da próxima madrugada em Macau).

Assim sendo, surge o Chaves-Sp. Braga como “cabeça de cartaz”. Por um lado, o Chaves vem de jornadas negativas e no seu reduto quer mandar, por outro, o técnico bra-carense - Jorge Simão - conhece bem a equipa flaviense, os seus pontos fracos e fortes, e po-derá “armar” o antídoto com melhor moral já que conseguiu na última ronda a tão dese-jada vitória. Um jogo a seguir com interesse.

Em Guimarães e Setúbal, as expectativas são outras. Na “cidade-berço”, vai aparecer um Estoril com outro “comandante”, o que poderá motivar mais os até aqui desmotiva-dos estorilistas. No Sado, o Feirense “apos-ta” em subir na tabela mas, para isso, terá de obrigar os sadinos a novo desaire. Sincera-mente, não acreditamos…

Na Choupana e em Tondela, os últimos da classificação têm de meter “mãos” à obra para se safarem do lugar “com espinhos”. Se

LIGA PORTUGUESA

Líder recebe BelenensesPara as equipas da frente na classificação da I Liga Portuguesa, a 25ª jornada não parece oferecer grandes problemas. O Benfica recebe o Belenenses e o FC Porto visita o Arouca

“Milagre” só houveem Barcelona

O FC Barcelona conseguiu o “impensável” nos oitavos de final da Liga dos Cam-peões e anulou a desvanta-gem de quatro golos ante o PSG, com um 6-1 em Camp Nou, que coloca os catalães nos “quartos” da prova. Em Dortmund é que não houve “milagre” e o Benfica, que ti-nha para defender um lison-jeiro 1-0 de Lisboa, acabou por ser goleado com justiça por 4-0. No Camp Nou, o Barcelona chegou ao 3-0 por Suarez (3 minutos), Kurza-wa na própria baliza (40) e Messi (50), mas viu a situa-ção piorar aos 62 minutos, quando Cavani fez um “go-lão” para o PSG, obrigando os catalães a marcar mais três golos. Neymar acabou por virar o jogo por comple-to, com um “bis” (88 e 90+1) e uma assistência para o golo da vitória, apontado pelo jo-vem Sergi Roberto na última jogada do encontro (90+5). Em Dortmund, a figura do jogo foi Aubameyang, com um “hat-trick” (04, 61 e 85), a que se somou um tento facturado pelo norte-ameri-cano Pulisic, aos 59. A Liga dos Campeões prossegue na terça-feira, com mais dois jogos e a passagem de duas equipas para os “quartos”.

o Nacional poderá contornar as dificulda-des que o Paços de Ferreira poderá criar, já o Tondela não nos parece que tenha capacida-de para obrigar o Sporting a novo “compas-so de espera”.

No Bessa, o Boavista recebe um Marítimo com “olho num lugar europeu”. Não há im-possíveis no futebol, mas não será fácil …

Já em Vila do Conde, o onze de Luís Cas-tro que vem de uma vitória importante no Estoril, quererá repetir o feito frente ao Mo-reirense, um dos aflitos desta Liga. É sabido que quanto mais tarde somarem pontos, mais dificuldades terão os cónegos em recu-perar terreno.*Jornalista profissional especializado em Desporto

Sexta-feira, 10 de Março de 201716 JTM | OPINIÃO

1. A sexta edição do Festival Lite-rário Rota das Letras está a ser um sucesso, como foram, aliás,

as anteriores e poderemos dizer, com toda a propriedade, que o evento atin-giu a idade adulta.

A brilhante ideia de Ricardo Pinto ganhou força e dimensão o que terá contribuído para a crescente interna-cionalização do Festival.

O que era uma pequena equipa or-ganizativa, com o decorrer dos anos, se transformou numa máquina bem oleada, excelentemente comandada, no terreno, por Helder Beja.

A Rota das Letras faz parte do ca-lendário dos festivais literários em língua portuguesa e, certamente, ga-nhou estatuto para entrar nas listas internacionais.

De ano para ano, de edição para edição, aumenta o número e a quali-dade dos autores e das matérias em debate. A Rota está no caminho certo e só resta dar os parabéns e incentivar toda a sua equipa, a começar por Ri-cardo Pinto e Helder Beja.

2. A última vez que vi Carlos Costa foi no aeroporto de Hong Kong há três anos. Acabado de

Rota de sucessoJORGE

SILVA*

UM OUTRO OLHAR

chegar de Portugal, ouço alguém a chamar pelo meu nome, de forma ca-rinhosa, dizendo Jorginho... Não o via há, seguramente doze ou treze anos...

Era o Carlos Costa, todo fardado, tal como o colega, acabadinhos de efectuar mais uma viagem na Qatar Ai-rways. Colocámos a conversa em dia, ele dizia que estava prestes a reformar--se e que combatia arreliadora doença.

Doença que se revelou fatal. O Carlos partiu, mas deixa para trás um

percurso de amizade, companheiris-mo, generosidade e alto profissiona-lismo na Rádio e Televisão de Macau, meios de comunicação social em que colaborou.

Recordo-me de ambos estarmos em estúdio, pouco antes do Telejornal, já que ele era locutor de continuidade e anunciava a programação nocturna.

Foram anos de trabalho e interven-ção no mesmo espaço, só interrompi-dos quando o Carlos abraçou a carrei-

ra de sempre- a aviação.Foi o primeiro piloto-aviador con-

tratado pela Air Macau, em meados da década de 90. Depois, escolheu o Qatar onde, brilhantemente, atingiria a posição de comandante.

Não éramos muitos, os portugue-ses em Macau na década de oitenta. O Carlos era um deles, uma pessoa dis-creta de fino trato e educação.

Fica a eterna saudade.* Jornalista

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EDU

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ACAU

Sexta-feira, 10 de Março de 2017 JTM | OPINIÃO 17

Dito“(...) no território, deve haver também um desenvolvimento em termos de infra-estruturas, com mais entretenimen-to. Não falo de mais hotéis, mas em ter-mos de espaços e eventos, para garantir o conforto de quem nos visita. Acho que ainda temos uma deficiência a esse nível. Se queremos atrair mais turistas, ainda há muito a melhorar”

Anthony Wong, docente na área do Turismoda Universidade Cidade de Macau, ao “Hoje Macau”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

10/03/1997

FORÇAS DE SEGURANÇAREFORÇAM DISCIPLINAAs Forças de Segurança de Macau já expulsaram “mais de uma dezena” de agentes prevaricadores desde o início do ano, disse o secretário-adjunto para a Segurança, brigadeiro Manuel Mon-ge. Sem especificar concretamente o número de agentes expulsos, Manuel Monge sublinhou, no entanto, que as Forças de Segurança “estão empenha-das no rigor e na disciplina” das polí-cias. “Objectivamente a existência des-tes casos não é bom, mas nós sabemos que eles existem e o importante é que as próprias Forças estejam atentas para poderem intervir, detectar e poderem expurgar depois os elementos que não são bons para as corporações”, disse Manuel Monge. Nos últimos três anos foram expulsos 76 agentes das corpo-rações das Forças de Segurança. Refe-rindo-se ao caso recente de um agente da Polícia Marítima e Fiscal (PMF) que auxiliava a emigração ilegal, Manuel Monge referiu que foi a própria PMF a detectar e a deter o agente “prevari-cador”, entregando-o posteriormente à Polícia Judiciária. “Foi isso que acon-teceu e acaba por ter um efeito dissua-sivo e disciplinador e um aumento da confiança da população no serviço que as hierarquias das corporações fazem para moralizar as suas unidades”, indi-cou. O secretário-adjunto assinalou que as Forças de Segurança têm adoptado medidas preventivas com o objectivo de evitar que os agentes policiais se envolvam em actividades ilícitas. Entre as medidas adoptadas, Manuel Monge salientou a educação cívica dos agentes e a recusa em incorporar pessoas que possuam antecedentes criminais. Ma-nuel Monge garantiu que, apesar de, à partida, todos os agentes merecerem confiança “quando for detectado qual-quer caso de fragilidade ou qualquer infracção (...) as hierarquias actuarão”.

MACAU VAI TER MAIS DEPUTADOS NA RPCO número de deputados de Macau no Congresso Nacional Popular da Repú-blica Popular da China, após 1999, nun-ca deverá ser inferior a 15, disse Ho Hau Wah ao jornal “Ou Mun”, em Pequim. “Actualmente somos cinco mas o núme-ro irá aumentando gradualmente nos próximos anos”, indicou Ho Hau Wah, vice-presidente da Assembleia Legislati-va de Macau e Presidente da Associação Promotora da Lei Básica de Macau. Ho Hau Wah referiu ainda que, no futuro, a presença de Macau será autónoma e não através do Congresso Popular de Guangdong como agora acontece.

ALBANOMARTINS*

OS DESATINADOS

1. Gosto imenso da ideia do Sector das Convenções e Exposições ser uma espécie de futuro líder da

nossa diversificação. Como aliás de muitas mais mani-

festações de criatividade, que se es-quecem do significado profundo e pragmático dos grandes números.

Vamos pegar na caneta e fazer uns simples cálculos à merceeiro.

Quanto teriam de crescer as recei-tas do Sector das Convenções e Expo-sições para que daqui a 30 anos, mais precisamente em 2047, produzissem o mesmo valor que o jogo produziu em finais de 2016, ou seja 223,21 mil mi-lhões de patacas?

Pois, qualquer coisa como uma mé-dia de 27,32 por cento ao ano, durante todos esses trinta anos!

Mas reparem que ao chegarmos a 2047, esse valor de 223,21 mil milhões de patacas não seria equivalente ao mesmo valor obtido em 2016!

Claro, o seu poder de compra esta-ria corroído pela depreciação do seu valor ao longo desses trinta anos.

Valeria quanto, então, a preços de 2016?

Equivaleria, a preços de 2016, a aproximadamente 91,9 mil milhões de patacas, se tomarmos uma taxa de in-flação média anual de três por cento.

Por outras palavras, o valor actual (em 2016) desses 223,21 mil milhões atingidos em 2047, seria de apenas 91,9 mil milhões, o que representa qualquer coisa como 41,2 por cento do valor das receitas da indústria do jogo no final do ano passado.

O que pode dar uma ideia do enor-me crescimento que teria de ter o Sec-tor das Convenções e Exposições para que o seu valor em 2047 pudesse ser de facto equivalente aos 223,21 mil mi-lhões de patacas de 2016.

Feitas as contas, de novo, seria pre-ciso que o sector atingisse 541,8 mil milhões de patacas em 2047 para equi-valer de facto aos 223,21 mil milhões de 2016!

Mas os cálculos, amigo leitor não se ficam por aí, porque o jogo vai natural-mente continuar a crescer anualmente, a não ser que se continue a dar mais tiros nos pés!

Ou seja, esse valor das receitas do Sector das Convenções e Exposições teria de ser ainda mais robusto!

Quanto?Desta vez deixo o amigo leitor fa-

zer esse muito simples cálculo de ma-temática financeira que se aprendia nos antigos quintos anos das escolas comerciais!

Finalmente, deixemo-nos de ser po-liticamente correctos.

Vamos ser um pouco mais espertos, como alguma malta que se aproveita de tudo para meter uns dinheiros nos bolsos, que não são trocos.

Neste raciocínio, de crescimento das receitas do Sector de Convenções e Exposições, há que notar que há qual-

quer coisa de errado nessa sua capaci-dade de poder ir mais longe.

É que o jogo não vive de subsídios.Antes pelo contrário, é ele que ali-

menta toda uma máquina de donativos e incentivos concedidos pelo Governo, incluindo os canalizados para essa in-dústria de Convenções e Exposições.

Só o ano passado, esse apoio do Go-verno a esse sector, atingiu a “peque-nez” de 66 milhões de patacas, mesmo assim representando 41,5 por cento das suas receitas totais, que atingiram 159 milhões!

Vejam os dados oficiais.Em 2015, o total das receitas dessa

indústria equivalia a apenas 0,1 por cento das receitas do jogo em casino.

Em 2016, apesar das receitas do jogo serem menores do que as de 2015, essa percentagem agravou-se ainda mais, passando a representar apenas 0,07 por cento das receitas dos casinos!

Ou seja, em linguagem simples, e para traumatizar ainda mais os sonha-dores da diversificação, o jogo produ-ziu em 2016, em 6 horas, 14 minutos e 24 segundos o que o Sector das Con-venções e Exposições produziu nesse ano inteiro!

2. Não posso deixar de dizer, o que muita gente já escreveu ao longo destes últimos dias.

Quando a pouca inteligência co-manda o homem, a brutalidade e a violência gratuitas vêm facilmente ao de cima.

A China está mal servida por esses homens do segundo sistema que dão constantemente tiros, eles também, nos seus próprios pés.

Esse tipo de atitude não a protege. Antes pelo contrário, irrita a popula-ção por coisa que não tem importância alguma.

Numa terra de razoável paz social, nenhumas movimentações políticas ou de menor importância política, onde ninguém põe em causa a sobe-rania Chinesa, até parece que há atitu-des que querem criar deliberadamente conflitos desnecessários!

Como há em Macau mais cidadãos chineses do que doutras nacionalida-des, pela teoria das probabilidades, o que aconteceu à Ana Isabel Dias, deve estar a acontecer, como se de um gran-de factor multiplicativo se tratasse, à própria população chinesa.

Por coisa nenhuma, põe-se uma pessoa de bem na cadeia.

Por coisa nenhuma, julga-se à re-velia quem nunca andou na clandes-tinidade nesta terra e é sobejamente conhecida por toda a gente, atrevo-me a afirmar!

Em vez de se atacar a raíz dessa fal-ta de entendimento, entre a gestão da justiça e o cidadão comum, ataca-se o elo mais fraco dessa cadeia, o cidadão desprevenido, mesmo que infractor.

O segundo sistema tem factores de enquadramento capazes de orientar o seu desempenho de forma qualitativa-mente melhor, no respeito pelas suas próprias regras e códigos, na liberdade e respeito para com os nossos direitos e deveres.

O que aconteceu à Ana Isabel Dias é ofensivo para com todas as nossas gentes, qualquer que seja a sua nacio-

nalidade!Este é o preço de uma terra que

tem muito dinheiro arrecadado mas que é incapaz de se modernizar e ac-tualizar o pensamento das suas gen-tes de acordo com regras do simples bom-senso.

Começando em quem julga e aca-bando em quem vela pelo cumpri-mento dessa decisões.

Uma simples mudança de mora-da, de uma pessoa singular ou co-lectiva, um coisa tão aparentemente insignificante na nossa vida, não fos-se estar constantemente a repetir-se neste mercado livre, dá no que deu.

E obriga os cidadãos a um esfor-ço brutal de actualização de novos dados em tudo o que seja repartição pública, como se ainda vivêssemos na pré-história das novas tecnolo-gias!

Quando à entrada ou à saída das nossas fronteiras, se trata uma pessoa de bem como um perigoso ladrão, bandido ou assassino, com direito a prisão, está-se a ultrapassar os limi-tes da razoabilidade e da lucidez. E a entrar-se numa zona perigosa onde a ignorância e a arrogância bestial se movem com impunidade!

Quando, à saída das nossas fron-teiras, não se deixa um cidadão em-barcar porque tem um cheque a rece-ber nas finanças ou tem jóias a reaver junto do Ministério Público, o siste-ma entra no ridículo, dando claros sinais de que quem nele se move não conhece códigos de ética.

Não queremos esse tipo de autó-matos e ignorantes nas nossas fron-teiras.

Para quem respeita a China, esse tipo de atitude representa uma pos-tura muito pouco patriota, e uma violência gratuita para com os seus cidadãos e para com ela própria, que só fica lesada com tamanha estupi-dez!

Não há que antecipar o que não é antecipável nem provavelmente o será, que a própria China parece evo-luir muito mais rapidamente do que esta pequena China.

Cada vez mais tacanha!Não queremos nesta terra mais

papistas do que o Papa!

3. Parece que a CAEAL (Comis-são para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa) pre-

cisa também de mais traquejo. Ou será que de cultura? É que a infantilidade da sua re-

comendação à imprensa, seguida de alguma ameaça mais calada à mistu-ra, pela boca do seu juiz presidente, deixa muito a desejar.

“Apesar de tudo a liberdade de imprensa não será restringida”, di-zem.

Era o que faltava.Mais uma manifestação que nos

deve preocupar e que avança tam-bém em sentido desnecessariamente perigoso.

Ensinar o Padre Nosso ao Vigário é, no mínimo, uma manifestação de ignorância!

* Economista.Escreve neste espaço às sextas-feiras

Fico-me pela ignorância, para ser simplesmente polido!

Sexta-feira, 10 de Março de 201718 JTM | LAZER

• • • ROTEIRO

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Di-ferido) 14:50 RTPi Directo 17:00 Mentes Criminosas Sr.8 17:40 Castle Sr.6 (Repetição) 18:20 Labirinto (Repetição) 19:10 TDM Talk Show (Repetição) 19:40 Os Nossos Dias Sr.1 20:30 Telejornal 21:15 Notícias do Meu País 22:10 Labirinto 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga Europa 23:50 Sombra dos Abutres 01:20 Telejornal (Repetição) 02:10 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Goals! 13:30 Bundesliga Weekly 14:00 Bundes-liga Mainz vs Wolfsburg 15:00 UFC Unleashed 16:00 Bundesliga Weekly Highlights 17:00 AFC Cup Ceres Negros FC vs Tampines Rovers 18:00 LIVE World Baseball Classic China vs Japan 21:00 LIVE FOX SPORTS Central 21:30 Friday Night Football 22:00 Total Combat 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 UFC 200 Greatest Fighters of All Time 00:00 Total Combat 00:30 Friday Night Footbal 31 FOX SPORTS 213:00 Inside Sailing 13:30 World Darts Championship 14:30 College Basketball 2016-17 Women’s Big East Tournament 16:00 HSBC World Rugby Seven Series 2016-17 17:00 (LIVE) World Baseball Classic 2017 20:00 Dream TV Package Salomon Glencoe Skyline 20:30 Hopman Cup 2017 Highlights Australia vs USA 21:30 LPGA 2017 HSBC Women’s Champions Day 3 22:30 LPGA 2017 HSBC Women’s Champions Day 4 23:30 Dream TV Package Salomon Glencoe Skyline 00:00 World Darts Championship

40 FOX MOVIES11:55 Legion 13:40 Triple 9 15:40 Garfield 17:05 Shutter Island 19:25 Standoff 21:00 Ghost Rider 22:55 Creed

41 HBO13:00 Ride Along 2 14:40 Shark Tale 16:10 Charlotte’S

Número de Socorro 999

Bombeiros 28 572 222

PJ (Linha aberta) 993

PJ (Piquete) 28 557 775

PSP 28 573 333

Serviços de Alfândega 28 559 944

Hospital Conde S. Januário 28 313 731

Hospital Kiang Wu 28 371 333

CCAC 28 326 300

IACM 28 387 333

DST 28 882 184

Aeroporto 88 982 873/74

Táxi 28 283 283

Táxi 28 939 939

Água - Avarias 28 990 992

Telecomunicações - Avarias 28 220 088

Electricidade - Avarias 28 339 922

Directel 28 517 520

Rádio Macau 28 568 333

Macau Cable 28 822 866

Clube Militar de Macau 28 714 000

ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNU

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

Web 17:45 The Spongebob Movie: Sponge Out Of Water 19:15 The Last Witch Hunter 21:00 The Gunman 22:55 In The Heart Of The Sea 00:55 Beowulf

42 CINEMAX12:10 Timeline 14:05 Highlander 16:00 The Gambler 17:45 Dad’S Army 19:20 Hollywood 19:45 Fury 22:00 The Boy 23:40 Lake Placid 3

50 DISCOVERY CHANNEL12:45 X-Ray Mega Airport 13:40 How Do They Do It? 14:05 How It’s Made 14:35 Fast N’ Loud 15:30 You Have Been Warned 16:25 Wheeler Dealers 17:20 How Do They Do It? 17:45 How It’s Made 18:15 Fast N’ Loud 19:10 You Have Been Warned With Ean Nasrun 20:05 X-Ray Mega Airport 21:00 River Monsters 21:55 How It’s Made 22:50 What On Earth? 23:45 Rise Of The Warrior Apes

51 NATIONAL GEOGRAPHIC12:30 Mine Kings Black Opal 13:25 Battleground Brothers Homeward Bound 14:20 Street Genius 15:15 Locked Up Abroad 16:10 The Border 17:05 Route Awake-ning 18:00 Genius By Stephen Hawking Where Are We? 19:00 Miracle Hospital 20:00 Crimes Against Nature Good Cop, Bad Cop 21:00 Locked Up Abroad 22:00 The Border 23:00 Taboo USA Secret Passions 00:00 A Brave Heart: The Lizzie Velasquez Story

54 HISTORY13:00 The Jesus Code 14:00 Forged In Fire 15:00 Navy Seals: America’s Secret Warriors 17:00 History Drama: Six 18:00 Storage Wars Canada 18:30 Storage Wars 19:00 Pawn Stars 19:30 Food Factory 20:00 Chasing Monsters 21:00 Mountain Men 22:00 History Drama: Six 23:00 The Jesus Code 00:00 Pawn Stars 00:30 Storage Wars

62 AXN13:00 Criminal Minds: Beyond Borders 13:55 Alias

14:50 12 Monkeys 15:40 Ncis: Los Angeles 16:30 Csi: Cyber 17:20 Criminal Minds: Beyond Borders 18:15 The Blacklist 19:10 Macgyver 20:05 Totally Insane Guinness World Records 21:05 Criminal Minds: Suspect Behavior 22:00 The Blacklist 22:55 The Amazing Race Asia 23:50 The Blacklist 00:45 Totally Insane Guinness World Records

63 STAR WORLD11:40 Masterchef US 13:30 Masterchef Junior US 14:25 Grey’s Anatomy 15:20 Desperate Housewives 16:15 Har-ry Harry, 19 17:10 Masterchef US 18:05 How I Met Your Mother 19:00 Harry Harry, 19 20:00 Masterchef Junior US 21:00 Scandal 22:00 The Catch 23:00 Harry Specials Actress Jada Pinkett Smith 23:55 Empire 00:50 Scandal

82 RTPI13:30 Notícias do Atlântico 14:30 Manchetes 3 15:01 Agora Nós 17:02 O Preço Certo 17:49 Hora dos Portu-gueses (Diário) 18:00 3 às 10 18:30 Network Negócios 19:15 A Cidade na Ponta dos Dedos 19:30 Faça Chuva Faça Sol 20:03 Água de Mar 20:48 Hora dos Portugueses (Diário) 21:00 Jornal da Tarde 22:06 Príncipes do Nada 22:43 O Sábio 23:25 A Essência 23:40 5 Para a Meia--Noite 01:03 Água de Mar 01:48 Hora dos Portugueses (Diário) 02:00 Portugal em Directo 03:09 O Preço Certo 03:59 Telejornal Directo

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Sexta-feira, 10 de Março de 2017 JTM | LAZER 19

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O “Walled Off Hotel” tem vista directa para a bar-reira de separação da

Cisjordânia, erguida por Israel, inclui um museu e um bar com um piano que toca sozinho, por controlo remoto, e que, de acor-do com informação no seu “site” oficial, transmitirá actuações pré-gravadas de vários artistas. Além dos Massive Attack e dos Nine Inch Nails, a série de con-certos exclusivos para o hotel contará ainda com o compositor Hans Zimmer e com o baixista Flea, dos Red Hot Chili Peppers.

Este projecto financiado pelo “graffiter” Banksy, cuja identidade continua anónima foi apresentado como o “hotel com a pior vista do mundo”. Os quartos estão decorados com

Os Massive Attack e os Nine Inch Nails são dois dos artistas que vão protagonizar uma série de concertos a transmitir no bar do hotel palestiniano do “graffiter” Banksy que será inaugurado amanhã, em Belém

obras de vários artistas, como Sami Musa, Dominique Petrin e o próprio Banksy.

O grande destaque é o quarto número três, conhecido como “o quarto de Banksy”, no qual os hóspedes dormem numa cama sob uma pintura do artista que ilustra um palestiniano e um is-raelita numa luta de almofadas.

Os trabalhos satíricos de Banksy - ratos, polícias a beija-rem-se, polícias de choque com caras de “smileys” amarelos - apareceram inicialmente em paredes de Bristol, antes de se espalharem por Londres e de-pois pelo resto do mundo. As suas obras reflectem temas como a guerra, a pobreza infantil e o

meio ambiente.A identidade do artista per-

manece um mistério, mas os tra-balhos têm alcançado valores da ordem dos 1,8 milhões de dóla-res em leilões.

Em 2015, Banksy criou em Weston-super-Mare, na zona costeira do oeste de Inglaterra, o parque de diversões “Disma-

land”, uma sátira à Disneylân-dia, que contou com a participa-ção mais de 40 artistas, incluindo a portuguesa Wasted Rita. Nesse parque havia concertos sema-nais, com bandas e artistas como DJ Yoda, Run The Jewels, Sava-ges, Pussy Riot e Massive Attack.

JTM com Lusa

Hotel com a “pior vista” abre amanhã em Belém

20 JTM | ÚLTIMA Sexta-feira, 10 de Março de 2017 • Fecho da Edição • 01:00 horas

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UIVOIFT ocupa 18º lugar em ranking

de escolas de hotelariaO Instituto de Formação Turística (IFT) ficou colocado no 18º lugar do ranking mundial de “hotelaria e entretenimento” da “QS World University”, e em segundo lugar na tabela asiática, atrás da “Hong Kong Polytechinic University” à sua fren-te. Esta instituição da RAEHK surge em terceiro lugar no top 20 mundial. No topo da tabela internacional está a Universida-de do Nevada, em Las Vegas, seguida da Escola de Hotelaria de Lausanne, na Suíça. O feito do IFT foi divulgado num email interno da instituição, com a presidente Fanny Vong a felicitar toda a comunidade académica, frisando que o resultado que “apenas foi possível graças à contribuição de todos e ao compromisso com a excelência”. Os rankin-gs da “QS World” baseiam-se em indicadores como a qualidade de ensino, a reputação académica e entre entidades empregadoras, a produção científica e a proporção de es-tudantes internacionais. Na segunda-feira, a instituição de ensino sediada em Mong-Há fez saber que recebeu o certificado de qualidade de ensino da Agência de Garantia de Qualidade do Ensino Superior do Reino Unido (QAA). Este processo de avaliação de qualidade iniciou-se em Dezembro de 2016 e no relatório final consta que o IFT respeita os 10 “standards” de uma das componentes do ensino superior europeu, tendo sido considerada como boa prática a inclusão de estudantes e membros da indústria nos pai-néis de entrevistas de potenciais alunos. Esta característica é vista como representativa da boa relação entre a escola, o sector hoteleiro e os estudantes. L.F.

Alexis Tam quer que Lai Chi Vun seja zona de lazer e turismoO Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse ontem estar “convicto” de que o planea-mento futuro da zona de Lai Chi Vun poderá permitir aos “estaleiros aban-donados desenvolverem melhor o seu papel”. Para além disso, afirmou que gostava de ver a zona “transfor-mada num local de lazer e de turis-mo frequentado tanto por residentes locais como por turistas”. De acordo com um comunicado do gabinete do Secretário, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) irá coordenar um estudo de planeamento, para o qual o Instituto Cultural e a Direcção dos Serviços de Tu-rismo foram convidados a participar, existindo um “contacto estreito entre os diversos serviços governamentais”. Alexis Tam rejeitou falhas de comunicação entre a sua pasta e a tutela dos Transporte e Obras Públicas e manifestou total respeito pela decisão de demolição por razões de segurança pública. Os trabalhos de demolição das três infra-estruturas de dois lotes dos estaleiros de Lai Chi Vun terminaram ontem. Depois do desmantelamento final e trabalhos de corte das chapas de metal, hoje deverá começar a ser removido o entulho da zona, seguin-do adiantou um residente de Lai Chi Vun ao Jornal TRIBUNA DE MACAU.

L.F.

Trabalhos de demolição em dois lotesdos estaleiros de Lai Chi Vun terminaram ontem

Comércio sino-lusófono cresceuum terço em JaneiroAs trocas comerciais entre a China e os países lusófonos recuperaram, em Janeiro, aumen-tando 33,47% em termos anuais para 8,21 mil milhões de dólares. Dados dos Serviços de Alfândega da China publicados no portal do Fórum Macau indicam que o Continente comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 5,26 mil milhões de dólares em Janeiro (mais 38,26%) e vendeu no valor de 2,95 mil milhões (mais 25,71%). Os dados relativos a Janeiro revelam uma recuperação depois de 2016 ter marcado o segundo ano consecutivo de declínio do comércio sino-lusófono (-7,72%), após uma diminuição de 25,73%, em 2015, naquele que foi o primeiro recuo desde 2009. O Brasil manteve-se em Janeiro como o principal parceiro económico da China, com o valor das trocas bilaterais a subir 42,12% para 5,59 mil milhões, seguido de Angola, com 2,02 mil milhões (mais 84,09%). Já com Portugal, o comércio bilateral foi de 407,1 milhões (menos 17,69%), numa balança comercial favorável a Pequim, que vendeu bens na ordem dos 259,8 milhões (menos 37,05%) e importou produtos avaliados em 147,2 milhões (mais 79,2%).

EUA rejeitam proposta chinesa sobre diálogo com Coreia do NorteOs Estados Unidos recusaram uma proposta da China para relançar as nego-ciações com a Coreia do Norte, afirmando que a “bola” está no campo de Pyon-gyang após os recentes disparos de mísseis balísticos. Na quarta-feira, a China, principal aliada e protectora do regime norte-coreano, tinha instado Pyongyang a suspender o seu programa nuclear em troca do fim das manobras militares lançadas pelo Estados Unidos e Coreia do Sul, com o objectivo de evitar “um choque frontal” entre as Coreias. No entanto, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, e o Departamento de Estado afastaram essa hipótese, frisando que o governo norte-coreano tem um comportamento irracional, incompatível com a diplomacia. O líder norte-coreano Kim Jong-Un “é uma pessoa que não age racionalmente, que não pensa claramente”, disse Haley. “O comportamento da Coreia do Norte não é racional”, destacou por sua vez o porta-voz do Departa-mento de Estado, Mark Toner.

RAEHK apreendecornos de rinoceronte provenientes de MoçambiqueOs serviços aduaneiros de Hong Kong apreenderam na quarta-feira, no Aeroporto Internacional de Hong Kong, sete quilos de cornos de rino-ceronte provenientes de Maputo e de-tiveram um suspeito, noticiou ontem a Agência de Informação de Moçam-bique (AIM). Citando um comuni-cado do governo da RAEHK, a AIM adianta que o produto confiscado está avaliado em cerca de 180 mil dólares de Hong Kong e estava embrulhado em folhas de alumínio e guardado na mala do viajante detido por suspeita de envolvimento no caso. Os servi-ços aduaneiros de Hong Kong vão entregar o caso ao Departamento da Agricultura, Pescas e Conservação da região, para dar seguimento às inves-tigações, acrescenta a AIM. Cornos de rinocerontes e pontas de marfim provenientes de Moçambique são frequentemente confiscados em ae-roportos e portos de países asiáticos, onde são vendidos pela crença das suas propriedades curativas.

Lourinhã tem ovos de crocodilo mais antigos do mundo A Lourinhã, conhecida pelos achados de fósseis e pegadas de dinossauros, tem os ovos de crocodilo mais antigos do mundo, com 150 milhões de anos, confirmaram paleontólo-gos num artigo científico. “Temos cascas e ovos completos de crocodilos mais antigos do mundo”, afirmou à agência Lusa João Russo, um dos quatro autores do estudo “o registo mais antigo de ovos de ‘crocodilomorfo’”, um grupo primitivo de répteis, do Jurássico Superior, de que são descendentes os actuais crocodilos. Os ovos, que medem cerca de sete centímetros, foram encontrados em meados dos anos 1990 na mesma jazida onde os inves-tigadores do Museu da Lourinhã descobriram um ninho de ovos de dinossauro, na praia de Paimogo. Os ovos encontrados nos cinco locais descritos no artigo, publicado na revista “Plos One”, foram sendo descobertos em sucessivas campanhas ao longo dos anos, a última das quais em 2012. Contudo, só com a análise laboratorial microscópica efectuada a partir de 2013 é que João Russo, Octávio Mateus, investigadores do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, Marco Marzola, da Universidade de Copenhaga (Dinamarca) e Ausenda Balbino, da Universidade de Évora, puderam confirmar que alguns ovos eram de facto de crocodilos. O achado vem enriquecer o espólio do Museu da Lourinhã, conhecida como “Capital dos Dinossauros” e um dos locais paleontológicos mais ricos do mundo após o achado, em 1993, do ninho de dinossauros, o maior e com os mais antigos embriões até então encontrados.

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Mar pode “engolir” Veneza neste séculoA cidade italiana de Veneza e outros municípios da costa do Mediterrâneo poderão ser “engolidos” pela água até ao fim deste século devido a uma brusca aceleração no aumento do nível do mar, concluiu um estudo coordenado pela Agência Nacional para as Novas Tecnologias, a Energia e o Desenvolvimento Económico Sustentável (ENEA) e realizado pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, em parceria com universidades de Roma, Bari, Lecce e Catânia (Itália), Marselha e Paris (França) e Haifa (Israel). Segundo a agência ANSA, o estudo adverte que, nos últimos mil anos, o nível do Mediterrâneo subiu entre seis e 33 centímetros, mas as estimativas para até 2100 prevêem um aumento três vezes maior. No Adriático Norte, onde fica Veneza, o crescimento pode chegar aos 140 centímetros.

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