Administrativo Direito - Concurseria · Lei 8.429/1992: Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,

ImprobidadeAdministrativa

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● Agir com probidade é o que se espera do agente público.

● Probidade é um conceito ligado à honestidade, honradez, retidão de conduta, lealdade, moral.

● Quando se fala em probidade na Administração Pública, fala-se também em observância de princípios.

Noção de probidade

Art. 37, §4º, da CF: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Outras menções na CF: Arts. 14, § 9º; 15, V; e 85, V.

Previsão legal

Lei 8.429/1992: Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

● Norma de caráter nacional● Disposições de direito material e processual

Previsão legal

1. Sujeito Passivo:

É aquele que sofre o ato de improbidade. É a vítima.

Elementos do ato de improbidade

Art. 1º. Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, [...]


[...] de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.


Art. 1º [...]Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público [...]


[...] bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.


2. Sujeito Ativo:

É aquele que pratica o ato de improbidade administrativa. Pode ser o agente público com qualquer tipo de vínculo e também o terceiro (particular) que venha a induzir, concorrer ou se beneficiar do ato.


Art. 2°. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.


Art. 3°. As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.


3. Ato de improbidade administrativa:

● O ato de improbidade administrativa tem natureza civil.

● Para configuração de improbidade administrativa, o ato não precisa ser, necessariamente, um ato administrativo.


● Não precisa ocorrer dano patrimonial ao erário (art. 21, I, da LIA).

● Independe da aprovação ou rejeição de contas por órgão de controle interno ou Tribunal de Contas (art. 21, II, da LIA).


● Ato de improbidade pode ter repercussão em esferas distintas, sendo que essas são independentes (art. 12, caput, da LIA).


3.1. Modalidades de atos de improbidade: a) Atos que geram enriquecimento ilícito (art. 9º) - dolob) Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) - culpa ou doloc) Atos que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11) - dolo


d) Atos decorrentes da concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A) - vigência a partir de 30/12/2017 - fixação de ISS em patamar inferior a 2% ou concessão de benefícios que resultem em tributação inferior a esse patamar


● Rol exemplificativo de condutas

● Subsidiariedade

● Enquadramento da conduta de acordo com ação cometida pelo agente público

● Elemento subjetivo


4. Sanções

● Constituição Federal

● Lei n° 8.429/1992


Sanções previstas no art.37, §4º, da Constituição Federal:

a) suspensão dos direitos políticosb) perda da função públicac) indisponibilidade de bensd) ressarcimento ao erário


Sanções previstas na Lei n. 8.429/1992, além daquelas da Constituição Federal:

a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente (para o enriquecimento ilícito)b) multa civilc) proibição de contratar com o Poder Público


Atos de enriqueci-

mento ilícito(Art. 9º)

Atos de prejuízo ao

erário(Art. 10)

Atos contraos princípios

da AP (Art. 11)

Atos de concessão de

benefícios tributários (Art. 10-A)

Perda dos bens ou valores acrescidos

X X (figura do 3º) não tem não tem

Ressarcimento do dano X (quando

houver) X não tem não tem

Perda da função pública X X X X

Atos de enriqueci-

mento ilícito (Art. 9º)

Atos de prejuízo ao

erário(Art. 10)

Atos contraos princípios

da AP(Art. 11)

Atos de concessão de

benefícios tributários (Art. 10-A)

Suspensão dos direitos políticos

8 a 10 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos 5 a 8 anos

Multa civil até 3x o valor do acréscimo patrimonial

até 2x o valor do dano

até 100x a remuneração

do agente

até 3x o benefício

concedido

Proibição de contratar ou receber benefícios

pelo prazo de 10 anos

pelo prazo de 05 anos

pelo prazo de 03 anos ---------

● Perda da função e suspensão de direitos políticos: somente com o trânsito em julgado

● O juiz não precisa aplicar todas as penas (art. 12, caput, da LIA)


● Rito: procedimento especial previsto na Lei n. 8.429/1992, com aplicação subsidiária do CPC, mas os depoimentos seguem a regra do CPP.

● É vedado qualquer tipo de acordo / transação (art. 17, § 1º).

Ação judicial

● Ajuizada a petição inicial, os requeridos são notificados para oferecer manifestação por escrito, no prazo de 15 dias.

● Depois dessa resposta, o juiz rejeitará a ação ou receberá a petição inicial. Da decisão que recebe a petição inicial, cabe agravo de instrumento (art. 17, § 9º).

Ação judicial

O Ministério Público e a pessoa jurídica lesada são legitimados para ajuizar ação por ato de improbidade administrativa.

Ação judicial

● Quando o MP ajuíza, o ente lesado tem de ser intimado e pode vir a integrar o pólo ativo (art. 17, § 3º)

● Quando o ente lesado ajuíza, o MP deve ser intimado para atuar como fiscal da lei, sob pena de nulidade (art. 17, § 4º)

Ação judicial

Medidas cautelares possíveis:● Indisponibilidade de bens / bloqueio de contas

bancárias● Sequestro de bens● Afastamento do servidorAo final, o que for arrecadado, reverterá em prol da pessoa jurídica lesada.

Ação judicial

Prazo prescricional

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

Ação judicial

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego;

Ação judicial

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

Ação judicial

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