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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
ADOLESCÊNCIA E DROGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO
REBECA CASAGRANDE
Itajaí, (SC) 2008.
10
REBECA CASAGRANDE
ADOLESCÊNCIA E DROGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do título de
Bacharel em Psicologia Da
Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora: MSc. Profª Cláudia Silva
Schead dos Santos Schiessl
Itajaí, (SC) 2008.
11
Por terem me guiado sempre...
Por confiarem e acreditarem em mim...
Pelo esforço para que eu pudesse chegar até aqui...
Por me ensinarem a ter persistência e garra...
Por me confortarem com palavras e gestos...
Por apesar de estarem longe, sempre estarem por perto...
Por saber que vocês sempre estarão ao meu lado...
Por eu amar vocês incondicionalmente...
Pai e Mãe...
Dedico essa conquista inteiramente a vocês!
Muito Obrigada por tudo!!!
12
Agradeço...
...A Deus, pela vida, meu guia e minha fé.
...Ao meu pai, minha mãe e meu irmão, por me fazerem seguir em frente quando
me faltavam forças.
...Ao meu namorado pelo incentivo, ajuda, carinho e dedicação e por estar sempre
ao meu lado, fazendo tudo ficar melhor.
... A minha super orientadora, por a cada orientação renovar minhas energias com
palavras de incentivo que me fizeram tentar, me esforçar e dar o melhor de mim,
pelo esforço que fizestes para que meu sucesso fosse alcançado, por ter
acreditado e confiado em mim, por toda a dedicação e paciência, por me ajudar a
fazer desse limão uma limonada: Professora Claudia! Muito obrigada! Serei
sempre grata por tudo!!
... A Tania, minha eterna dupla, pelo companheirismo, pela compreensão e por
poder contar com você, sempre!
... As minhas colegas, que cada uma de sua maneira, me ajudou e contribuiu para
que eu sobrevivesse ao TCC, compartilhando minhas angústias, rindo comigo no
desespero, me ajudando a superar as dificuldades e vibrando comigo a cada
passo avançado!
... A toda minha família, que de longe sempre torceu por mim!
A todos muito obrigada!!
13
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS E QUADROS...................................................................pg 06
RESUMO........................................................................................................pg 08
1.INTRODUÇÃO.............................................................................................pg 09
2.EMBASAMENTO TEÓRICO........................................................................pg 12
2.1 Adolescência.............................................................................................pg 12
2.2 Drogas: Definição, Dependência e Consumo...........................................pg 18
3.ASPECTOS METODOLÓGICOS................................................................pg 23
3.1 Tipo de Pesquisa......................................................................................pg 23
3.2 Amostra da Pesquisa................................................................................pg 24
3.3 Instrumento...............................................................................................pg 24
3.4 Coleta de Dados.......................................................................................pg 24
3.5 Análise dos Dados....................................................................................pg 25
3.6 Aspectos Éticos........................................................................................pg 25
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS....................................................pg 26
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................................pg 45
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................pg 54
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................pg 57
8. APÊNDICES...............................................................................................pg 59
8.1Termo de Consentimento Livre e Esclarecido à escola.............................pg 59
8.2Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos Pais............................pg 61
8.3 Instrumento para Coleta de Dados...........................................................pg 63
14
LISTA DE TABELAS E QUADROS:
1. Aspectos relativos à caracterização da amostra............................pg 27
Tabela 01 - Distribuição de frequência e porcentagens da amostra por idade.............................................................................................................pg 27
Tabela 02 - Distribuição de frequência e porcentagens da amostra por sexo................................................................................................................pg 28
Tabela 03 - Distribuição de frequência e porcentagens da amostra por tipo de escola..............................................................................................................pg 28
2. Aspectos referentes às respostas obtidas pelo instrumento...... pg 29
Tabela 01 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Você já fumou cigarro?.......................................pg 29
Tabela 02 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Você já experimentou maconha ou outros tipos de drogas?......................................................................................................pg 30
Tabela 03 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Você já tomou alguma bebida alcoólica? (cerveja, chopp, vinho, pinga, caipirinha, aperitivo, outros...)...................................pg 31
Tabela 04 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: você já usou algum remédio, medicamento para emagrecer ou ficar acordado (ligado) sem receita médica?......................pg 32
Tabela 05 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Você já fez uso de alguma dessas substâncias?..............................................................................................pg 33
Tabela 06 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Quantas vezes você já fez uso de algum tipo de droga, substância química ou bebida alcoólica? ......................................pg 34
Tabela 07 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez algum tipo de droga, bebida ou substância química?....................................................................................................pg 35
Tabela 08 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Como você adquiriu a droga, substância química ou bebida alcoólica? ......................................................................................pg 36
15
Tabela 09 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Onde você estava quando experimentou bebida alcoólica, substância química ou drogas pela primeira vez?.....................pg 37
Tabela 10 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Quem lhe ofereceu bebida alcoólica, drogas ou substância química pela primeira vez?......................................................pg 38
Tabela 11 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Depois de beber, usar drogas ou substância química, você...........................................................................................................pg 39
Tabela 12 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Você acha que alguém na sua família bebe demais ou consome drogas? ................................................................................pg 40
Tabela 13 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Indique quais são os motivos que o levaram ou levam você a experimentar algum tipo de droga.......................................pg 41
Tabela 14 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada à pergunta: Quais os meios utilizados por você, para obter informações sobre as drogas?.........................................................................................................pg 42
Quadro 01 – Análise qualitativa da questão 15: Descreva quais sensações, você acha que as drogas e bebidas alcoólicas e substâncias químicas proporcionam?..............................................................................................pg 43
Quadro 02 – Análise qualitativa da questão 16: Caso queira, utilize o espaço abaixo, para fazer algum comentário...........................................................pg 44
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ADOLESCÊNCIA E DROGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO
Orientadora: MSc. Cláudia Silva Schead dos Santos Schiessl
Defesa: Junho de 2008.
Resumo: A adolescência, fase do desenvolvimento marcada por transformações biopsicossociais, é também a fase que proporciona condições para um primeiro contato com as drogas. Os motivos são vários como a contestação, auto-afirmação e curiosidade. Poucos fenômenos sociais geram mais preocupações entre pais, professores e notícias na mídia do que o uso de drogas. Dessa forma a pesquisa analisa e compara o nível de informação sobre as drogas entre adolescentes de uma escola pública e uma particular, bem como identifica os meios de obtenção destas informações, levanta os aspectos que influenciam o uso de drogas, verifica os tipos de drogas mais conhecidas e consumidas e as sensações que elas proporcionam. A amostra foi composta por 123 alunos de 3°ano do Ensino Médio, sendo 72 de uma escola particular e 51 de uma pública, da cidade de Itajaí – SC. O instrumento utilizado para coletar os dados foi um questionário com perguntas fechadas e abertas, dando ao adolescente maior liberdade de expressão. Os resultados foram analisados por meio de freqüência e percentuais, buscando comparar de maneira geral, as diferenças significativas entre os alunos das diferentes escolas. Os resultados encontrados neste estudo demonstram que o assunto drogas é conhecido superficialmente pelos alunos de ambas as escolas, onde a falta de informação ficou evidente quando os alunos se mostraram confusos e omitiram à informações importantes. A diferença apresentadas entre as escolas não se mostrou significativa quanto relacionadas ao conhecimento geral sobre drogas o que mostra que as informações sobre drogas entre os adolescentes da amostra em geral é insuficiente, mostrando a necessidade de maior atenção de pais professores e demais responsáveis na realização e reflexão de projetos sobre o assunto. Outro dado importante foi a diferença entre o uso de drogas entre a escola onde mostra que a escola particular apresentou maior uso de drogas, substâncias químicas e bebidas alcoólicas.
Palavras-Chaves: Adolescência, Nível de Informação, Drogas, Escola Pública
e Particular.
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1. INTRODUÇÃO
O consumo de drogas entre os adolescentes tem sido alvo de muitas
pesquisas. “O uso abusivo de substâncias psicoativas aumentou
significativamente nas últimas décadas do século XX, constituindo-se agora
uma questão de saúde pública, passando a ser encarada como um dos
problemas mais sérios nesta área, na maioria dos países” (PRATTA, 2006).
A literatura aponta que o primeiro contato com as drogas geralmente
ocorre na fase da adolescência, uma vez que esta fase é marcada por
profundas mudanças que deixam o adolescente vulnerável. Ou seja, por
viverem um corpo, e uma mente em constante transformação, os adolescentes
constituem um grupo de risco em relação ao consumo de drogas ( 2006 apud
PRATTA; REBOLLEDO; SUÁREZ e GALERA; TAVARES,2001).
Os jovens costumam buscar uma série de justificativas para o uso de
drogas, acreditando que possuem o controle da situação e que podem parar no
momento em que desejarem (PRATTA, 2006).
Pesquisa realizada em 1998, na cidade de Campinas, São Paulo
(SOLDERA, 2004), com uma amostra de 2.278 estudantes do Ensino Médio de
escolas públicas e particulares, mostrou que o consumo de drogas lícitas e
ilícitas foi de: álcool (11,9%), tabaco (11,7%), maconha (4,4%), solventes
(1,8%), cocaína (1,4%), medicamentos (1,1%), ecstasy (0,7%).
Um levantamento nacional (GALDURÓZ, 2005), sobre o consumo de
“Drogas Psicotrópicas” entre estudantes do Ensino Fundamental e Médio da
rede pública e privada de ensino, realizado nas 27 capitais brasileiras mostrou
uma discrepância na relação de 8:1 na região norte do país e também mostrou,
que a defasagem escolar afeta 45,9% dos adolescentes que consomem algum
tipo de droga.
O consumo de drogas é, sem dúvida, um dos maiores dilemas
enfrentados por pais de adolescentes, tendo em vista que estes se preocupam
com a saúde geral de seus filhos.
18
O adolescente apresenta, afirma Aberastury e Knobel (1981), uma
vulnerabilidade especial para assimilar os impactos projetivos de pais, irmãos,
amigos e de toda a sociedade. Ou seja, é um receptáculo propício para
encarregar-se dos conflitos dos outros e assumir os aspectos mais doentios do
meio em que vive. Isto é o que atualmente presenciamos em nossa sociedade,
que projeta suas próprias falhas nos assim chamados excessos da juventude,
responsabilizando-os pela delinqüência, pela aderência às drogas, pela
prostituição, etc.
Nessa fase de transição, é normal que os adolescentes questionem, duvidem
de verdades prontas e se rebelem. Afinal, querem ser diferentes dos adultos e, ao
mesmo tempo, pertencer a um grupo. Assim, expressam toda sua energia e
criatividade característica no estilo de vida, nas roupas, nas gírias, nas artes ou
nos esportes. Mas tamanha energia pode também ser devida para atividades de
risco ou lesivas ao seu próprio bem-estar. As drogas, particularmente, incluindo
substâncias ilícitas quanto lícitas, têm a perversa capacidade de desviar o curso
de vida dos jovens, às vezes, de modo irreversível (BESSA, PINSKY, 2004).
Diante dos dados apresentados, o presente estudo teve como objetivo
geral analisar e comparar o nível de informação sobre drogas entre os
adolescentes, estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola
pública e um particular. Os objetivos específicos foram: identificar quais os
meios utilizados para obter informação sobre drogas; levantar os aspectos que
influenciam o uso de drogas; verificar os tipos de drogas mais consumidas e
conhecidas entre os adolescentes e conhecer as sensações provocadas pelo
uso de drogas.
A informação sempre foi a melhor aliada para qualquer tipo de problema
e com a drogadição não é diferente. Escolas, tanto públicas como privadas,
deveriam expor com mais clareza e facilidade aos seus alunos, qual é a
conseqüência e o tipo de dependência que as drogas podem trazer para a
saúde do adolescente.
19
Acredita-se na relevância da presente pesquisa para esclarecer, informar,
comparar e embasar futuras discussões acerca das drogas na adolescência.
Por meio dos resultados obtidos e da devolutiva aos alunos e professores, será
possível sugerir ações de prevenção às escolas participantes.
Esta pesquisa está estruturada em oito capítulos, incluindo a introdução.
O capítulo dois apresenta o embasamento teórico sobre o tema. O capítulo três
aborda os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da
pesquisa. O capítulo quatro apresenta os resultados obtidos. O capítulo é
composto pela discussão dos dados. As considerações finais constam no
capítulo seis e as referências bibliográficas são descritas no capítulo sete, no
oitavo capítulo encontram-se os apêndices: do termo de consentimento livre e
esclarecido e o instrumento (questionário) utilizado na pesquisa.
20
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Este capítulo está dividido em dois (2) subtítulos no qual objetiva explanar
diferentes autores sobre a adolescência e as drogas sua definição, dependência
e consumo especificadamente.
2.1 ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma etapa evolutiva peculiar do ser humano. Nela
culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do indivíduo. Por isto, não
pode ser compreendida se forem estudados separadamente os aspectos
biológicos, psicológicos, sociais ou culturais. Eles são indissociáveis e é
justamente o conjunto de suas características que confere a unidade ao fenômeno
dessa fase da vida. Esta etapa da vida vem sendo considerada o momento crucial
do desenvolvimento do indivíduo, aquele que marca não só a aquisição da
imagem corporal definitiva como também a estruturação final da personalidade
(OSÓRIO, 1992).
Neste contexto, a adolescência é uma fase de metamorfoses. Época de
grandes transformações, descobertas, rupturas e de aprendizado. É por isso
mesmo, uma fase da vida que envolve riscos, medos, amadurecimento e
instabilidades. As mudanças orgânicas e hormonais, típicas dessa faixa etária,
podem deixar os jovens agitados, agressivos, cheios de energia e de disposição
em um determinado momento. Mas, no momento seguinte, eles podem ser
acometidos de sonolência, tédio e de uma profunda insatisfação com seu próprio
corpo, com a escola, com a família, com o mundo e com a própria vida (BESSA,
PINSKY, 2004).
O desenvolvimento é essencialmente um processo descontínuo, que segue
uma direção orientada para a maturidade. É também um processo de transição,
de interação entre o organismo e o ambiente, portanto, modificável pela
experiência (PERREIRA, 2005).
Segundo Outeiral (2003), a palavra adolescência, tem dupla origem
etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela
vem do latim ad (a, para) e olecer (crescer), significando a condição ou processo
21
de crescimento, ou seja, o indivíduo apto a crescer. Adolescência também deriva
de adolecer, origem da palavra adoecer. Temos assim, nessa dupla origem
etimológica, um elemento para pensar esta etapa da vida: aptidão para crescer
(não apenas no sentido físico, mas também psíquico) e para adoecer (em termos
de sofrimento emocional, com as transformações biológicas e mentais que operam
nesta faixa da vida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo Outeiral (2003),
considera a adolescência como constituída em duas fases: a primeira, dos 10 aos
16 anos, e, a segunda, dos 16 aos 20 anos. O Estatuto da Criança e do
Adolescente situa esta etapa entre 12 e 18 anos.
É um período da vida que propicia o surgimento de uma crise psicológica,
decorrente de uma situação pessoal que surge quando estruturas de adaptação e
de defesa bem experimentadas deixam de ser adequadas á assimilação de novas
exigências. Estas podem provir tanto da interioridade quanto da exterioridade,
cruzando conflitos psicológicos individuais e uma série de circunstâncias externas
que favorecem a ocorrência de tal crise (PERREIRA, 2005).
Na nossa cultura o adolescente experimenta desde o ensinamento e a
audácia, até a timidez, o desinteresse e a apatia, concomitantemente com
conflitos afetivos, crises religiosas, intelectualização, postulação filosófica,
condutas sexuais orientadas para o heterossexualismo e mesmo para o
homossexualismo ocasional. Tudo isso constituiu uma identidade semipatológica,
que Maurício Knobel denomina de Síndrome Normal da Adolescência (CAMPOS,
1998).
A maior parte ou menos anormalidade dessa síndrome normal dependerá,
em grande parte, dos processos de identificação e da luta que tenha desenvolvido
o adolescente para conseguir um mundo interior mais fortalecido e menos
conflitivo (CAMPOS, 1998).
É interessante referir que esta síndrome implica entidade clínica, portanto é
contrária a normalidade, que exclui a patologia. Entretanto, as normas de conduta
estabelecidas, manejadas e regidas pelos adultos, criam problemas na geração
22
jovem, fazendo com que síndrome normal apareça como algo recorrente, lógico e
normal, do ponto de vista evolutivo e da psicopatologia (CAMPOS, 1998).
Segundo Outeiral (2003), Maurício Knobel descreve as características da
adolescência normal por meio de uma série de condutas que constituem a
Síndrome Normal da Adolescência:
• �Busca de si mesmo e da identidade: a busca da identidade adulta é a
principal tarefa da adolescência. Considera-se que cada idade da vida tem
sua própria identidade, e, portanto o adolescente tem a sua, mas é uma
identidade em crise, na qual o sujeito procura discriminar-se do mundo e ter
seu próprio self, ser e saber quem é ele mesmo.
• Tendência Grupal: a procura de outras identidades similares que, unidas
transmitem ao ego uma vivência de poder pelo grupo.
• �Necessidade de intelectualização e fantasias: o adolescente compensa e
elabora suas perdas infantis (corpo e pais), com uma intensa atividade de
fantasias conscientes, sonhos diurnos e atividades intelectuais diversas.
• �Crises religiosas: oscilam do ateísmo mais absoluto ao misticismo mais
fervoroso. Em ambos os termos, existe sempre um “entusiasmo formal” que
choca os adultos, os quais não poucas vezes, adotam posição religiosa
alternativa e muito distante da ética e da transcendência.
• �Deslocalização temporal: as noções “conceituais” de presente, passado e
futuro se elaboram durante a adolescência e se estruturam no final deste
período. O adolescente é imediatista por angústia de distemporalidade ou
atemporalidade, por temor de perder sua infância (passado) e mais ainda,
por temor ao futuro (no qual primeiro está à morte dos pais e depois a
própria morte).
• �Evolução sexual manifesta: desde o auto-erotismo até a
heterossexualidade adulta. Desde a masturbação lúdica infantil,
preparatória para o exercício genital, chega-se a uma masturbação imposta
pela cultura, que impede ao adolescente o exercício de sua genitalidade.
Esta atividade é agora vivida com culpa, porque existe a possibilidade
anatômica e fisiológica do exercício da genitalidade e, portanto, da
23
consumação do incesto. O problema do adolescente gira em torno do
reaparecimento da problemática edipiana, que tem uma verdadeira
genitalidade madura e responsável.
• �Atitude social reivindicatória: os intensos conflitos emocionais, as perdas
de aspectos infantis de dependência parental. O “novo corpo”, os “lutos” em
elaboração e as ainda obscuras perspectivas para o futuro obrigam a um
queixa sistemática e a uma reivindicação permanente. O “protesto” juvenil é
necessário e inevitável.
• �Contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta: o que é
bom hoje pode ser horrível amanhã e vice – versa. A insatisfação com o
próprio ego, que se desestrutura com facilidade e se rearma com dor e
pena, obriga a um acionar corporal quase permanente, que também não
chega a satisfazer.
• �Separação progressiva dos pais: a identidade, que é individualidade e
subjetividade pessoal, somente pode ser obtida pela renúncia a
dependência da infância para alcançar a dependência adulta da inter-
relação com o outro em um vínculo criativo.
• �Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo: não pode haver
uma depressão permanente, nem tem porque existir uma reação maníaca.
A viabilidade interna - externa é enorme e o interjogo fantasia – realidade é
excitante, triste ou exultante. Tudo acontece com um ritmo muito intenso de
ação, e não é fácil “entender” tais flutuações anímicas, escapando, às
vezes, às compreensão do próprio adolescente que as vive com
intensidade e, em alguns casos, com perplexidade.
A desorganização emocional, o baixo nível intelectual, o não encontro do
eu, nem do significado da vida, a dificuldade em separar a fantasia da realidade,
preferindo fazer da fantasia a realidade, a sexualidade não desenvolvida ou com
base em falsos conceitos, a dificuldade de afirmação profissional, o mau
relacionamento com a família ou com os mais velhos, a timidez, que leva a falta de
sociabilidade, a falta de confiança e segurança, tudo isso pode levar o jovem à
fuga e a procura das drogas. Qualquer etapa de desenvolvimento não atingida ou
24
não ultrapassada pode levar o adolescente á toxicomania, desde que ele não seja
bem orientado ou compreendido (CAMPOS, 1998).
Além disso, existem também os fatores constitucionais e que são
representados pelos aspectos inatos do sujeito. Assim, alguns indivíduos terão,
como algo próprio, uma impulsividade mais intensa, uma maior sensibilidade para
as vivências afetivas, uma voracidade mais abrumadora, uma dificuldade em
postergar as satisfações que passarão a requerer uma gratificação imediata,
dificuldade com frustrações, etc (OUTEIRAL, 2003).
A curiosidade, segundo Cunha (2006), associada com algumas
características de personalidade, como timidez e baixa auto-estima, pode facilitar
corromper a dignidade do individuo e a base do seu caráter, que ainda em
formação, conduz o adolescente a longa estrada de sofrimento e segregação que
a droga evidencia.
Todos esses aspectos, isoladamente ou em conjunto, somados a
influências sociais, familiares e do grupo no qual o adolescente está inserido,
poderá representar uma maior facilidade ou predisposição para o uso de drogas
(OUTEIRAL, 2003).
A experimentação por si só dessas substâncias não deve ser considerada
como indício afirma Pereira (2005), de futuros problemas, mas como dificuldades
de um jovem em aprender a lidar com o estresse e a frustração ao enfrentar as
tarefas da adolescência, bem como a falta de um suporte familiar adequado pode
levá-lo a refugiar-se no mundo das drogas, tornando-se usuário compulsivo.
Os aspectos vinculados com a sociedade são variados, além dos estímulos
que são dados ás drogas oficiais como o álcool e o tabaco, que como sabemos,
causa grandes males a saúde do indivíduo. A imagem dessas drogas (oficiais
porque são lícitas, pagam impostos, etc.), transita pelos meios de comunicação
não só por propaganda, mas também pelo merchandising em novelas e filmes,
associando o seu uso com beleza e força, sedução do sexo oposto, sucesso
profissional, riqueza, etc. O adolescente em busca de valores para construir sua
identidade e meios para atingir o sucesso não tem, por vezes, um senso crítico
25
suficiente para não ser presa fácil da manipulação da mídia e da sociedade
(OUTEIRAL, 2003).
A família tem uma participação fundamental. Não é incomum encontrarmos
adolescentes que foram, desde criança,s medicadas compulsivamente por seus
pais. Ao primeiro choro, eram prontamente tratados com antiespasmódicos,
analgésicos, etc. Assim, pela vida afora, foram ensinados que, a qualquer sinal de
dor física ou psíquica, deveriam lançar mão de alguma substância química que
lhes dessem alivio. Se seus pais, muitas vezes, praticaram generosamente a
automedicação.Tal hábito reflete Outeiral (2003), nos faz entender porque, ao
surgirem às tensões da adolescência, eles passam a buscar algo que alivie o
sofrimento.
Segundo Zagury (2004), um lar que predomine o equilíbrio, a justiça, a
igualdade de tratamento, a harmonia e o respeito entre os cônjuges e entre pais e
filhos, além da disponibilidade de tempo para ouvir com atenção, carinho e sem
animosidade uns aos outros é a mais poderosa arma para o desenvolvimento
harmônico da personalidade. Por outro lado, uma família em que a tônica seja
composta só sentimentos como a raiva, a desarmonia, a falta de compreensão, de
amor, respeito e afeto, além da falta de interesse e tempo para ouvir, ver e
entender os filhos pode ser um grave fator de desagregação e desequilíbrio,
facilitando o encaminhamento ao uso de drogas.
Pais que usam drogas (seja elas cigarro, álcool, remédios, maconha ou
outras) estão educando pelo exemplo. Se o pai vive embriagado ou semi-
embriagado, se a mãe fuma sem parar, provavelmente os filhos utilizarão também
essas drogas. É bem verdade que também pode ocorrer o contrário, um estímulo
aversivo, ou seja, por ver os pais beberem ou fumarem, os filhos desejarem evitar
a todo custo repetir o modelo. O mais comum, no entanto, é a imitação. O que
costuma ocorrer é que os filhos, vendo que os pais não reprovam e até as
utilizam, passam a encarar a droga como de uso normal, algo que pode ser
utilizado sem maiores problemas (ZAGURY, 2004).
Segundo Outeiral (2003), o grupo de iguais também poderá induzir o uso de
drogas por vários motivos:
26
• �Para pertencer a um grupo em um ritual comum, provocando experiências e
possibilitando a identificação com a turma;
• �Como um rito de identificação e de introdução no grupo;
• �Como uma bravata e exibicionismo, mostrando o adolescente para o grupo
como sendo corajoso e não tendo medo de nada.
• �Para realizar uma transgressão e, assim, poder se sentir como alguém que
faz o que quiser, independente da opinião dos pais, enfim, uma pessoa que
começa a se tornar mais independente.
“O grupo de referência tem uma coesão muito forte durante a
formulação de estrutura de personalidade do adolescente, que busca, além de
se auto-afirmar perante o grupo, também para interagir com o sexo oposto, já
que nesta fase da vida, esse tipo de interação é hiper valorizada” (CUNHA,
2006, pg. 30).
2.2 Drogas: definição, dependência e consumo.
“As drogas são substâncias, naturais ou sintéticas, que ao serem
introduzidas no organismo vivo, provocam nele uma ou mais modificações, ou
alterações, nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional”
(MUNIZ, 2003, pg. 11). As alterações causadas por essas substâncias variam de
acordo com as características da pessoa que as usa, da droga e da quantidade
que é utilizada. As drogas atuam no cérebro, afetando a atividade mental, sendo
que por essa razão são denominadas psicoativas. Elas agem afetando os
processos mentais motores e emocionais, modificando a atividade psíquica e o
comportamento, excitando, deprimindo, perturbando, provocando algum tipo de
alteração no Sistema Nervoso Central (MUNIZ, 2003).
Segundo Muniz (2003), as drogas psicoativas são de três tipos:
• �Drogas que diminuem a atividade mental: também chamadas de
depressoras, afetam o cérebro, fazendo com que esse funcione de maneira
mais lenta. Essas drogas diminuem a atenção, concentração, a tensão
emocional e a capacidade intelectual. Exemplo disso são os ansiolíticos
(tranqüilizantes), álcool, inalantes (cola), narcóticos (morfina, heroína);
27
• �Drogas que aumentam a atividade mental: chamadas de estimulantes afetam
o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais acelerada. Como exemplo
pode-se citar a cafeína, o tabaco, a anfetamina, a cocaína, o crack, etc.
• �Drogas que alteram a percepção: são chamadas de substâncias
alucinógenas, provocam distúrbios no funcionamento do cérebro, fazendo com
que ele passe a trabalhar de forma desordenada, numa espécie de delírio. São
exemplos o LSD, ecstasy, maconha e ouras substâncias derivadas de plantas.
Existem fases inerentes ao uso de entorpecentes que seguem certo padrão e
quase sempre acontecem em uma determinada ordem, afirma Cunha (2006):
• �Experimentação: acontece quando o indivíduo tem contato pela primeira
vez com a droga. Isso ocorre de diferentes modos e por diferentes motivos;
• �Usuário eventual: ocorre quando há uso recreativo da droga, de maneiras
esporádicas, sem que as atividades ou os compromissos sociais do usuário
fiquem prejudicados. São comuns que se desenvolvam algumas
características da personalidade adicta nesta fase, como a auto-suficiência
e onipotência. Isso acontece pelo fato de o uso ocasional da substância
entorpecente não acarretar nenhuma conseqüência danosa. È nesta fase
também que se apresenta uma predisposição para a experimentação de
outros tipos de drogas.
• �Usuário dependente: o usuário busca sistematicamente satisfazer a sua
necessidade cada vez mais crescente de usar a substância entorpecente,
negligenciando de maneira sistemática seus compromissos e as atividades
produtivas até então estabelecidas. Nesta fase, se inicia o processo de
degradação social e descaso com qualquer atividade que não esteja de
alguma forma relacionada com o uso da droga.
• �Usuário crônico: o usuário crônico perde a capacidade de discernimento,
e, apesar de saber que o seu comportamento em nada é produtivo e que
invariavelmente irá se deparar com atitudes nefastas para a sua saúde
física e emocional, ele não pára de consumir drogas. Nesta fase há um
aumento acentuado no desvio de conduta, o usuário vive em função da
28
droga e em seus esforços são todos direcionados ao consumo, mesmo que
para isso ele cometa atividades ilícitas.
As características de personalidade do dependente químico estão
diretamente relacionadas com alguns transtornos de personalidade que são
desenvolvidos durante a dependência química. Segundo Cunha (2006), o padrão
de comportamento do dependente químico está ligado a vários aspectos, os mais
comuns são:
• �Onipotência: O dependente químico tem a impressão de que tem o controle
sobre a situação em que se envolve, sobre as pessoas e crê também ter o
domínio sobre a droga;
• �Megalomania: ocorre após a manifestação da onipotência, assim, podemos
dizer que é a maneira pela qual o adicto encara a realidade (de forma
distorcida), com ânsia de realizar sonhos destituídos de possibilidades dentro
do seu universo existencial.
• �Manipulação: tudo o que for necessário para a realização dos seus desejos
imediatistas, principalmente no que se refere ao uso de substâncias
entorpecentes, o adicto irá utilizar, sem a menor cerimônia e sem o menor
constrangimento.
• �Obsessão: a obsessão pelo desejo de usar drogas se reflete nas atitudes
insanas que o adicto adota a fim de realizar seu objetivo. Isso compromete o
seu trabalho e compromissos sociais. Na maior parte dos casos, o dependente
apresenta ou se predispõem a desenvolver atitudes impulsivas, imprudentes,
na maioria por estar obcecado pelo uso da droga.
• �Compulsão: a compulsão produz no dependente químico uma necessidade
continua de consumir a substância, o que faz com que ele apresente atitudes
incoerentes, desconexas com a realidade social que está inserido. Isso
compromete sua integridade social e psíquica, o que pode até mesmo culminar
em atos de extrema violência.
• �Ansiedade: as atitudes e a necessidade da satisfação dos seus desejos
podem gerar ansiedades diversas quando eles estão prestes a realizar seu
objetivo último que é o uso de drogas.
29
• Apatia: a inaptidão para realizar uma tarefa ou falta de empenho na realização
de objetivos e metas são características muito comuns em quase todos os
casos de dependência química. O dependente químico quase sempre deixa
inacabadas as tarefas que iniciou o que culmina com uma sensação de
angústia e frustração em diversos níveis.
• Auto-suficiência: é um mecanismo de defesa que visa manter afastadas da
consciência os sentimentos de inadequação social, o que gera uma sensação
de falso domínio das situações e conforto psicológico.
• Autopiedade: pode ser resultado direto de frustrações que o dependente vive
ou parte estratégica do seu repertório comportamental que visa conseguir
realizar algum propósito através de um tipo especifico de manipulação.
• �Comportamento anti-social: são gerados como resultados da instabilidade
emocional que o adicto desenvolve em reflexo aos complexos esquemas de
vínculo com a atividade delituosa e de como sua imagem e percebida pelo
meio social.
• �Paranóia: padrão de comportamento com base na desconfiança e suspeita
sobre pessoas e objetos, de modo que qualquer manifestação comportamental
das outras pessoas, verbal ou não-verbal, lingüística ou paralingüística, é
interpretada como intencional ou malévola.
“Conhecer as drogas, seus efeitos, os comportamentos desadaptativos que
se seguem no curso do seu uso, a maneira como ocorre o desvio de conduta por
parte do adicto são condições extremamente importantes para enfrentar a
patologia da dependência química” (CUNHA, 2006, pg 47).
Na idade moderna, ou pós-moderna, entretanto, e particularmente nas
últimas décadas, as drogas têm sido utilizadas de uma maneira indiscriminada e
não ritualizada, muitas vezes ligadas à criminalidade, e de uma forma
extremamente abusiva. Até a primeira década do século passado, todas as drogas
conhecidas se encontravam disponíveis em farmácias e drogarias, podendo
também ser compradas pelo correio. A propaganda era livre e anunciava o efeito
benéfico dessas substâncias. Nos anos seguintes, na década de 20, a ação das
drogas sobre a saúde começou a ser melhor estruturada e ter os primeiros anos
30
de proibição legal, com a Lei Seca (1920) que prescrevia o uso de bebidas
alcoólicas nos Estados Unidos, por exemplo, começaram a ser estabelecidas
(OUTEIRAL, 2003).
31
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
3.1 TIPO DE PESQUISA
Tendo em vista o objetivo geral da presente trabalho, foi utilizada para a
investigação a pesquisa do tipo quantitativa, baseada em questionário para as
perguntas fechadas.
Conforme o próprio nome indica, a pesquisa quantitativa quantifica
opiniões e dados, nas formas de coleta de informações, assim como também
com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples,
como percentagem, média, mediana e desvio padrão, até as de uso mais
complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão (OLIVEIRA,
1998).
A abordagem quantitativa foi escolhida pela capacidade de propiciar a
ampliação do objeto de estudo, possibilitando que um maior número de alunos
participassem da referida pesquisa.
O método quantitativo também é empregado no desenvolvimento das
pesquisas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de
opinião, de administração, representando, em linhas gerais, uma forma de
garantir a precisão, e evitando com isso distorção de análise e interpretações
(OLIVEIRA, 1998).
Para a análise das perguntas abertas foi utilizado o método qualitativo,
pela facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada
hipótese ou problema, analisando a interação de certas variáveis,
compreendendo e classificando os processos dinâmicos experimentados por
grupos sociais, apresentando assim contribuições no processo de mudança,
criação ou formações de opiniões e permitir, em maior grau de profundidade, a
interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos
indivíduos (OLIVEIRA, 1998).
32
3.2 AMOSTRA
A amostra foi composta por cento e vinte e três (123) adolescentes do 3°
ano do Ensino Médio, sendo 51 de uma escola pública e 72 de uma escola
particular, da cidade de Itajaí - SC. Forão convidados a participar da pesquisa
60 alunos de cada escola, porém no dia da pesquisa na escola pública alguns
alunos faltaram e na escola particular todos quiseram participar da pesquisa.
Para amostragem, o critério utilizado para a seleção dos alunos foi
intencional: tipo de escola (pública e particular com maior número de alunos),
ano escolar (3º ano do ensino médio) e participação voluntária.
Será mantido o anonimato da identidade dos sujeitos, sendo estes
convidados voluntariamente a participar da pesquisa.
3.3 INSTRUMENTO
Para realizar a coleta de dados, o instrumento utilizado foi um questionário
elaborado a partir dos objetivos da pesquisa (apêndice 03).
O questionário foi constituído, por quatorze perguntas fechadas e duas
perguntas abertas, que permitiu o adolescente responder livremente,
possibilitando uma investigação mais profunda sobre o tema.
3.4 COLETA DE DADOS
Foi previamente esclarecido à escola e aos participantes, os objetivos e a
finalidade da pesquisa, por meio de uma carta de apresentação (apêndice 01),
no qual constavam informações sobre a pesquisa, fornecendo assim
conhecimento aos participantes sobre a mesma bem como autorização da
escola. Os alunos que aceitaram a participar da pesquisa assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido, sendo que aos menores de dezoito anos
solicitando a assinatura dos pais e ou responsáveis (apêndice 02), no qual
foram elucidadas as condições e os objetivos da pesquisa, que implicam na
não remuneração dos participantes, no direito de desistência nominal dos
participantes, fazendo uso de códigos ou pseudônimos, assim como na
33
garantia de que os resultados seriam utilizados somente com finalidades
acadêmicas.
A aplicação do instrumento foi previamente agendada com as escolas,
juntamente com as orientadoras pedagógicas de cada Unidade Escolar, sendo
realizada dentro das instituições de ensino, durante o horário de aula dos
alunos.
Para a relalização da pesquisa foi utilizado um questionário de auto
preenchimento aplicado em sala de aula, que foi bem aceito entre a amostra da
pesquisa por garantir o anonimato.
Deve-se salientar que o questionário utilizado na presente pesquisa teve
como objetivo coletar informações referentes aos objetivos da mesma e não medir
o consumo de drogas em si entre os adolescentes das diferentes escolas.
Durante a aplicação dos questionários a amostra em ambas as escolas se
mostrou cooperativa com a pesquisa, fazendo indagações quando sentiam
necessidades. O trabalho foi realizado contando com o total apoio de ambas as
escolas, bem como com o opoio dos professores, que permaneceram em sala de
aula durante a aplicação do questionário.
3.5 ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise quantitativa dos dados obtidos pelo questionário (questões
fechadas), foram processados e tabulados por meio de distribuição e
freqüência simples de resposta, e agrupadas a partir dos objetivos da
pesquisa.
Para a análise qualitativa dos dados obtidos por meio das perguntas
abertas, foi realizada a análise de conteúdo, que teve as seguintes etapas,
segundo Bardin (2004):
• Leitura de dados;
• Estabelecimento de categoria;
• Interpretação dos dados.
34
3.6 ASPECTOS ÉTICOS
Por se tratar de uma pesquisa com seres humanos, algumas medidas
asseguradas pela resolução da lei 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde e
pela resolução 016/2001 do Conselho Federal de Psicologia, foram tomadas no
que se refere à coleta de dados:
• Respeito em relação á recusa de alguns participantes;
• Assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por parte
de cada participante da pesquisa antes de iniciar a coleta de dados
(apêndice 02);
• Os dados pessoais dos participantes serão mantidos em sigilo, sendo
garantido seu anonimato;
• Garantia de não ocorrência de danos ou prejuízos pela participação na
pesquisa;
• Os resultados desta pesquisa serão utilizados somente para finalidade
acadêmica, podendo ser publicada em revistas especializadas.
4 RESULTADOS
Este capítulo apresenta a caracterização da amostra e a apresentação de
analise de resultados da pesquisa.
A descrição dos resultados encontrados será delineada a partir das
respostas obtidas no questionário aplicado aos alunos do 3º Ensino Médio de
uma escola pública e uma particular da cidade de Itajaí - SC.
Utilizou-se freqüência e percentuais para as respostas, buscando verificar
e comparar de maneira geral, as diferenças significativas entre os alunos das
diferentes escolas.
35
4.1 ASPECTOS RELATIVOS A CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA:
4.1.1 IDADE
Tabela 1 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra por idade.
Idade Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
15 1 1.96% 0 0
16 26 50,98% 36 50%
17 18 35,29% 33 45,83%
18 4 7,84% 3 4.17%
19 2 3,92% 0 0%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Observa-se através desta tabela que a idade da amostra varia de forma
geral entre 15 e 19 anos, no entanto, tanto na escola pública quanto na escola
particular a maioria dos alunos tem 16 anos.
36
4.1.2 SEXO
Tabela 02 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra por sexo.
Sexo Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Feminino 27 52,94% 42 58,33%
Masculino 24 47,06% 30 41,67%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Observa-se nesta tabela a distribuição da amostra entre gênero, que tanto
na escola pública quanto na escola particular a amostra se constitui pela
maioria do sexo feminino.
4.1.3 TIPO DE ESCOLA
Tabela 03 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra por tipo de
escola.
Tipo de Escola Número de Alunos
Publica 51
Particular 72
Total 123
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública e
uma particular.
Percebe-se nesta tabela o total da amostra distribuída em 51 alunos da
escola pública, e 72 alunos enquanto na escola particular, ou seja, a amostra
foi composta por 123 alunos, todos concluintes do 3º ano do Ensino Médio
ambos do turno matutino.
37
4. 2 Aspectos referentes as respostas obtidas pelo instrumento aplicado:
Tabela 01 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra relacionada
à pergunta: Você já fumou cigarro?
Você já fumou cigarro? Escola Pública Escola Particular
F % F %
Sim 27 52,94% 23 31,94%
Não 24 47,06% 49 68,06%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Identificou-se nesta tabela que 68,06% da amostra na escola particular
indicou ter nunca ter fumado, enquanto que na escola pública 52,94 % da
amostra afirma terem experimentado cigarro.
38
Tabela 02 Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Você já experimentou maconha ou outros tipos de
drogas?
Você já experimentou
maconha ou outros tipos
de drogas?
Escola Pública Escola Particular
F % F %
Sim 7 13,72% 17 23,61%
Não 44 86,27% 55 76,39%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Verifica-se nesta tabela que tanto os alunos da escola pública (86,27%)
quanto da escola particular (76,39%) responderam na sua maioria não ter
experimentado nenhum tipo de droga ou maconha.
39
Tabela 03 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Você já tomou alguma bebida alcoólica? (cerveja,
chopp, vinho, pinga, caipirinha, aperitivo, outros...).
Você já tomou alguma
bebida alcoólica?
(cerveja, chopp, vinho,
pinga, caipirinha,
aperitivo, outros...)
Escola Pública Escola Particular
F % F %
Sim 49 96,08% 68 97,14%
Não 2 3,92% 4 5,55%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Percebe-se que um número muito significativo da amostra, ou seja,
97,14% da escola particular 96,08% da escola pública indicam já ter
experimentado algum tipo de bebida alcoólica.
40
Tabela 04 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: você já usou algum remédio, medicamento para
emagrecer ou ficar acordado (ligado) sem receita médica?
Você já usou algum
remédio, medicamento
para emagrecer ou ficar
acordado (ligado) sem
receita médica?
Escola Pública Escola Particular
F % F %
Sim 10 19,61% 10 13,89%
Não 41 80,39% 62 86,11%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Observa-se nesta tabela que tanto na escola particular (86,11%) quanto
na escola pública (80,39%) a amostra indica nunca ter utilizado medicamento
para emagrecer ou para ficar ligado sem receita médica.
41
Tabela 05 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Você já fez uso de alguma dessas substâncias?
Você já fez uso de alguma
dessas substâncias? (O
aluno poderia assinalar
mais de uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
F % F %
Cocaína 2 3,64% 2 2,27%
Solventes (lança perfume,
benzina, cola, etc)
3 5,45% 4 4,55%
Ecstasy 2 3,64% 5 5,68%
Raxixe 2 3,64% 4 4,55%
LSD 0 0 7 7,95%
Crack 0 0 2 2,27%
Anfetamina 0 0 0 0
Heroína 0 0 2 2,27%
Outras 0 0 6 6,82
Não Responderam 46 83,63% 56 63,64%
Total 55 100% 88 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública e
uma Particular.
Verifica-se nesta tabela que de forma geral a amostra não respondeu a
pergunta 05. Parte da amostra correspondente a escola particular, 6,82%,
afirma que já fizeram uso de algum tipo de substância e indicam com “outros”.
Percebe-se que 5,45% da amostra da escola pública afirma ter feito uso de
solventes, enquanto que 7,95% da amostra da escola particular fez uso de
LSD.
42
Tabela 06 – Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Quantas vezes você já fez uso de algum tipo de droga,
substância química ou bebida alcoólica?
Quantas vezes você já
fez uso de algum tipo de
droga, substância
química ou bebida
alcoólica?
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
1 a 3 vezes 6 11,76% 17 23,61%
4 a 6 vezes 5 9,80% 4 5,55%
6 a 10 vezes 3 5,88% 3 4,17%
Mais de 10 vezes 23 45,1% 38 52,78%
Não responderam 14 27,45% 10 13,89%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Verifica-se nesta tabela que 52,78% da amostra da escola particular fez
uso de algum tipo de droga, substancia química ou bebida alcoólica mais de 10
vezes, enquanto que na escola pública este número é de 45,1%. Obseva-se
também que 27,45% da amostra da escola pública e 13,89% da amostra da
escola particular não respondeu a pergunta.
43
Tabela 07 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Quantos anos você tinha quando experimentou pela
primeira vez algum tipo de droga, bebida ou substância química?
Quantos anos você tinha
quando experimentou pela
primeira vez algum tipo de
droga, bebida ou substância
química?
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
10 a 12 anos 6 11,76% 9 12,5%
13 a 15 anos 17 33,33% 34 47,22%
16 a 17 anos 16 31,37% 23 31,94%
18 a 20 anos 0 0 0 0
Acima de 21 anos 0 0 0 0
Não responderam 12 23,53% 6 8,33%
Total 51 100% 72 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Identifica-se nesta tabela que a idade do primeiro contato com algum tipo
de droga, substância química ou bebida alcoólica varia entre 13 e 17 anos, no
entanto é significativo o percentual maior entre 13 e 15 anos, onde 47,22% da
amostra escola particular e 33,33% da amostra da escola pública tinha apenas
entre 13 a 15 anos quando experimentou pela primeira vez qualquer das
substâncias indicadas.
44
Tabela 08 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Como você adquiriu a droga, substância química ou
bebida alcoólica?
Como você adquiriu a droga,
substância química ou
bebida alcoólica? (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa).
Escola Pública Escola
Particular
Nº % Nº %
Trabalho e tenho meu próprio
dinheiro
9 16,98% 9 12,33%
Vendo alguma coisa para
conseguir
0 0 1 1,37%
Nunca comprei, sempre ganhei 15 28,3% 19 26,03%
Peço dinheiro aos meu pais,
dizendo que é para outra coisa
3 5,66% 5 6,85%
Compro com o dinheiro da
minha mesada
3 5,66% 20 27,40%
Outros 14 26,41% 13 17,80%
Não responderam 9 16,98% 6 8,22%
Total 53 100% 73 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Observa-se nesta tabela que, amostra da escola pública 28,3% nunca
comprou, pois sempre ganhou a droga, substância química ou bebida alcoólica
que fez uso, e 26,41% respondeu adquirir de outras maneiras, assinalando
“outros”, não indicando as outras formas. Na escola particular, 27,40% da
amostra afirma adquirir drogas, substância química ou bebida alcoólica com o
dinheiro da mesada, e 26,03% da amostra respondeu que nunca comprou, pois
sempre ganhou.
45
Tabela 09 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Onde você estava quando experimentou bebida
alcoólica, substância química ou drogas pela primeira vez?
Onde você estava quando
experimentou bebida
alcoólica, substância
química ou drogas pela
primeira vez? (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Nunca bebi nem usei 3 5,17% 5 6,41%
Em casa 8 13,79% 21 26,92%
Bar/ danceteria/ boate 17 29,31% 21 26,92%
Casa de amigos/ conhecidos 9 15,52% 18 23,08%
Na rua 9 15,52% 5 6,41%
Não lembro 7 12,07% 6 7,69%
Outros 4 6,9% 2 2,56%
Não responderam 1 1,72% 0 0
Total 58 100 78 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública e
uma Particular.
Observa-se nesta tabela que 29,31% da amostra da escola pública estava
em bar/danceteria/boate quando experimentou bebidas alcoólicas, substância
química ou drogas pela primeira vez, 15,52% da amostra estava na casa de
amigos e 15,52% na rua, enquanto 26,92% da amostra da escola particular
afirma estar em casa e 26,92% afirma estar em algum bar/danceteria/boate.
46
Tabela 10 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Quem lhe ofereceu bebida alcoólica, drogas ou
substância química pela primeira vez?
Quem lhe ofereceu bebida
alcoólica, drogas ou
substância química pela
primeira vez? (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Nunca bebi nem usei 3 5,88% 5 6,33%
Familiares 5 9,8% 22 27,84%
Amigos 23 45,1% 29 36,71%
Sozinho 9 17,65% 8 10,13%
Não lembro 7 13,72% 12 15,19%
Outros 2 3,92% 3 3,80%
Não responderam 2 3,92% 0 0
Total 51 100% 79 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Verifica-se nesta tabela um dado bem significativo, onde 45,1% da
amostra da escola pública afirma que bebida alcoólica, drogas ou substâncias
químicas foram oferecidas pela primeira vez por amigos, enquanto que na
escola particular este número é de 36,71%.
47
Tabela 11 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Depois de beber, usar drogas ou substância química,
você:
Depois de beber, usar
drogas ou substância
química, você: (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Brigou 0 0 1 1,33%
Dirigiu 0 0 0 0
Sofreu acidente 0 0 0 0
Faltou trabalho 0 0 0 0
Faltou escola 2 3,85% 1 1,33%
Nada aconteceu 23 44,23% 43 57,33%
Sentiu-se bem 11 21,15% 11 14,67%
Sentiu-se mal 3 5,77% 7 9,33%
Não lembro 5 9,61% 8 10,67%
Não responderam 8 15,38% 4 5,33%
Total 52 100% 75 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Observa-se nesta tabela que 44,23% da amostra da escola pública, afirma
que nada aconteceu depois de beber, usar drogas ou substâncias químicas,
enquanto 21,15% da amostra respondeu que se sentiu bem. Na escola
particular, 57,33% da amostra respondeu que nada aconteceu depois de
beber, usar drogas ou substâncias químicas, enquanto que 14,67% afirmou ter
se sentido bem.
48
Tabela 12 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Você acha que alguém na sua família bebe demais ou
consome drogas?
Você acha que alguém na sua
família bebe demais ou
consome drogas? (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Não 25 42,37% 42 51,22%
Pai 8 13,56% 9 10,97%
Mãe 0 0 4 4,88%
Irmão 5 8,47% 7 8,54%
Amigos 7 11,86% 11 13,41%
Outros 11 18,64% 9 10,97
Não responderam 3 5,08% 0 0
Total 59 100% 82 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola
Pública e uma Particular.
Através desta tabela verificamos que 51,22% da amostra da escola
particular não acha que alguém na sua família bebe demais, enquanto que na
escola pública esse número é de 42,37%.
49
Tabela 13 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Indique quais são os motivos que o levaram ou levam
você a experimentar algum tipo de droga:
Indique quais são os
motivos que o levaram ou
levam você a experimentar
algum tipo de droga (O aluno
poderia assinalar mais de
uma alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Curiosidade 20 32,26% 37 39,78%
Amigos me ofereceram 10 16,12% 14 15,05%
Uso/ usei para relaxar 5 8,06% 7 7,53%
Fugir dos meus problemas 3 4,84% 1 1,07%
Para me sentir bem 6 9,68% 9 9,68%
Usei para não sentir ansiedade 1 1,61% 1 1,07%
Usei para me sentir mais
seguro
0 0 1 1,07%
Para ser aceito no meu grupo 0 0 1 1,07%
Outros 14 22,58% 16 17,20%
Não responderam 3 4,84% 6 6,45%
Total 62 100% 93 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola
Pública e uma Particular.
Nesta tabela verifica-se que a curiosidade levou 39,78% da amostra da
escola particular a experimentar algum tipo de droga, enquanto que na escola
pública este número é de 32,26%. Também se observa que 16,12% da
amostra da escola pública experimentou algum tipo de droga porque amigos
ofereceram, enquanto que na escola particular este número é de 15,05%.
50
Tabela 14 - Distribuição de freqüência e porcentagens da amostra
relacionada à pergunta: Quais os meios utilizados por você, para obter
informações sobre as drogas
Quais os meios utilizados
por você, para obter
informações sobre as
drogas (O aluno poderia
assinalar mais de uma
alternativa)
Escola Pública Escola Particular
Nº % Nº %
Midia ( TV, internet, revistas,
etc)
28 31,11% 48 36,92%
Escola 21 23,33% 25 19,23%
Família 20 22,22% 25 19,23%
Amigos 10 11,11% 22 16,92%
Outros 7 7,78% 4 3,08%
Não responderam 4 4,4% 6 4,61%
Total 90 100% 130 100%
Fonte: Questionário aplicado ao 3º ano do Ensino Médio de uma escola Pública
e uma Particular.
Conclui-se nesta tabela que 36,92% da amostra da escola particular
utilizam a mídia como meio de obter informações sobre drogas, enquanto que
31,11% da amostra da escola pública faz uso desse mesmo meio para obter
informações.
51
Categorias:
1-Bem Estar e Mal Estar Físico 2-Bem Estar e Mal Estar Psíquico
Escola Pública Escola Particular
Bem Estar
Físico
• Prazer
• Relaxamento
• Brincadeira
• Delírio
Mal estar
Físico
• Dor de
Cabeça
• Falta de
apetite
• Vômito
Bem Estar
Físico
• Prazer
• Relaxamento
• Alucinações
Mal estar
Físico
• Dor de
cabeça
• Sono
• Tontura
• Prejuízos
no corpo
• Ressaca
Bem Estar
Psíquico
• Fuga de
Maus tratos
• Fuga da
Depressão
• Confiança
• Felicidade
• Coragem
Mal Estar
Psíquico
• Vício
• Tristeza
• Ansiedade
• Raiva
• Negação
Bem Estar
Psíquico
• Fuga dos pais
• Fuga da
realidade
• Confiança
• Euforia
• Liberdade
• Tranqüilidade
• Onipotência
Mal Estar
Psíquico
• Vício
• Tristeza
Quadro 01: Descreva quais sensações, você acha que as drogas e
bebidas alcoólicas e substâncias químicas proporcionam?
52
Categorias
Escola Pública Escola Particular
Achei a pesquisa interessante, pois
deve ajudar muitos adolescentes
A pesquisa é interessante, pois é
voltada para o publico que será o
futuro
Gostei do trabalho, pois ajuda a
refletir
Usar drogas é o fim elas só
causam prejuízos
Só bebo quando estou com meus
amigos
Não uso mais drogas porque
estraga a vida
Não uso drogas, e não vou à onda
dos outros
Bebidas devem ser utilizadas com
limite
As drogas não levam a lugar nenhum Já utilizei drogas ilícitas algumas
vezes e tinha consciência dos
riscos que corria.
A pior droga é a proibição Bebi por um tempo, mas não foi
uma experiência boa.
Quem usa algum tipo de droga não
sabe o que está fazendo da sua vida
Acho errado quando amigos
oferecerem e não respeitarem o
fato de você não usar drogas.
Os jovens devem ter mais limites
da família
Não uso nenhum tipo de droga e
trago isso da minha família
Quadro 02 - Caso queira, utilize o espaço abaixo para fazer algum
comentário.
53
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
5.1 ASPECTOS RELATIVOS À CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Com base nos dados apresentados, pode-se analisar que a amostra foi
constituída por 123 alunos, sendo 51 da escola pública e 72 da escola particular
da cidade de Itajaí-SC. A idade dos adolescentes participantes da pesquisa variou
entre 15 a 19 anos, no entanto, de forma geral a maioria da amostra de ambas as
escolas têm 16 anos de idade. Mais de 50% da amostra é composta por alunos do
sexo feminino, não apresentando diferenças significativas entre as escolas.
5.2 ASPECTOS RELATIVOS AS RESPOSTAS OBTIDAS PELO INSTRUMENTO
Por meio da análise os dados obtidos no questionário, verifica-se que
52,94% dos alunos da escola pública afirmam já ter fumado cigarro, diferente da
escola particular que apresentou 68,06% dos adolescentes afirmando nunca terem
fumado.
Esses dados indicam uma contradição entre as escolas, que pode ser
compreendida pelo fato do cigarro ser uma droga lícita, presente em todas as
classes sociais e de fácil acesso aos adolescentes com menor poder aquisitivo.
O consumo de tabaco é um comportamento relativamente comum entre os
adolescentes. O fato do cigarro causar danos à saúde não é um fator relevante
para os adolescentes ao acenderem um cigarro, pois esses danos tendem
aparecer ao longo dos anos, e nesta fase peculiar os jovens estão centrados nos
resultados imediatos de suas escolhas sem se preocupar com conseqüências
futuras.
Segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer, dos 90% dos fumantes
adultos, começaram a fumar na adolescência, e de cada três adultos vivos que
começaram a fumar durante a adolescência ou juventude e não pararam até hoje,
um irá morrer precocemente por doenças causadas pelo cigarro, enquanto os
outros dois irão frequentar o sistema único de saúde com muito mais freqüência
que os não fumantes (ABRAMO e BRANCO, 2005).
A legalidade para venda e consumo do cigarro também tem forte influência,
pois mascara o fato de o cigarro ser uma droga, palavra pesada que não é
54
pronunciada em propagandas publicitárias que tem por objetivo atrair novos
consumidores.
Essa questão é bem representada nas respostas obtidas na tabela 02,
quando perguntado aos adolescentes se já haviam experimentado maconha ou
outros tipos de drogas e 86,27% da escola pública e 76,39% da amostra da escola
particular, respectivamente respondeu que não.
Essa contradição pode ser analisada como uma falta de informação dos
adolescentes de ambas as escolas sobre o que de fato é considerado uma droga.
Por se lícita e consumida em grande escala , o cigarro juntamente com o alcóol,
se confundem com produtos destinados ao público adultos e passa ao
adolescente uma imagem de poder, maturidade e onipotência, comuns nesta fase.
Outra possível análise seria a negação do adolescente ao fato de estar
consumindo algum tipo de droga, mesmo esta tendo seu consumo legalizado, mas
proibido a menores de 18 anos.
Também pode-se observar na tabela 3, que a maiorio da amostra, cerca de
97,08% dos adolescentes da escola particular e 96,08% dos adolescentes da
escola pública, afirmam já ter consumido algum tipo de bebida alcóolica,
contradizendo fortemente a questão respondida anteriormente. O álcool é um
droga lícita de fácil aquisição e tem seu consumo reforçado pela mídia e pela
aceitação social.
Os jovens são o principal alvo das indústrias de bebidas alcóolicas por
serem a população que tem o maior potencial de consumo e pela sensibilidade
emocional influênciada pelas mensagens que associam esses produtos a uma
identidade geracional (BESSA e PINSKY, 2004).
Isso fica claro quando observa-se nas prateleiras dos supermercados, em
propagandas publicitárias e em bares produtos destinados ao jovem trabalhador,
ao jovem universitário, ao público feminino, ao jovem sexualmente agressivo, ao
jovem sexualmente conflituoso, etc.
Em um estudo realizado na cidade de Pelotas, RS, (Tavares, 2001), o
álcool apareceu como a substância mais utilizada entre a amostra de 2.410
estudantes com idade entre 10 e 19 anos, totalizando um percentual de 86,8%.
55
Existe um outro fator que exerce forte influência sobre o consumo de álcool
por adolescentes: muitos têm o primeiro contato com a droga dentro de casa, no
ambiente familiar, oferecido pelos próprios pais ou parentes.
Em relação ao consumo de remédios, medicamentos para emagrecer e/ou
ficar acordado, percebe-se de acordo com a tabela 04 que 80,39% a amostra
pertencente a escola pública e 86,11% da amostra da escola particular, respondeu
que não fez uso de tais substâncias.
Ao contrário do que mostra uma pesquisa realizada em Ribeirão Preto, SP,
(MUSA, 1997), com uma amostra de 1.025 adolescentes que indicou que 10,5%
dos adolescentes fazem uso de algum tipo de medicamento, e também verificou-
se que essas subtâncias são mais consumidas pelo sexo feminino do que entre o
sexo masculino.
O fácil acesso a medicamentos, mesmo estes sendo controlados e
vendidos perante apresentação de receita médica, torna essas substâncias
perigosas pelo seu uso incontrolado, indevido e pelo forte efeito que exercem no
organismo .
Um estudo realizado em Londrina, Paraná, (FILHO, 2002), com 70
participantes entre 12 e 24 anos de ambos os sexos, que já haviam tentado o
suicídio demostrou que as tentativas ocorreram com maior frequêcia na população
do sexo feminino, em suas residências e com o uso de medicamentos, o que
demostra a facilidade ao acesso e a agressividade dessas substâncias.
Por meio das respostas expostas na tabela 05, pode-se identificar quais as
substâncias conhecidas e já utilizadas pelos adolescentes. Entre as substâncias
consumidas pela amostra da escola particular estão o LSD, cocaína, solventes,
raxixe, crack, heroína e o ecstasy, enquanto que na escola pública as substâncias
já utilizadas são: solventes, seguido pela cocaína, raxixe e o ecstasy.
Os adolescentes da escola particular apresentaram um número superior de
consumo e de substâncias utilizadas e indicadas no questionário, neste sentido é
plausível pensar que a disponibilidade financeira exerce uma influência
significativa na compra e no consumo de drogas.
56
Uma pesquisa feita por Soldera e colaboradores (2004) realizada na cidade
de Campinas, SP, com alunos de escolas periféricas e particulares concluiu que a
maior disponibilidade financeira e padrões específicos de socialização foram
identificados como fatores facilitadores associados ao uso de drogas em
estudantes.
“Existe pouca informação sobre o uso de drogas entre adolescentes de
escolas particulares, uma vez que os levantamentos brasileiros, por questão de
acessibilidade, incluem predominantemente escolas da rede pública. No entanto
os poucos dados disponíveis sugerem um consumo consideravelmente maior
entre os estudantes das escolas particulares” (BESSA, PINSKY, 2004, pg 52).
Na tabela 06 pode-se perceber que, 45,1% da amostra da escola pública e
52,78% da amostra da escola particular, já fez uso de drogas, bebidas alcoólicas e
substâncias químicas pelo menos mais de dez vezes.
Outro dado significativo é o fato de que se somarmos em ambas as escolas
o número de alunos que responderam as alternativas da tabela 06, é bem superior
ao número de alunos que respondeu que nunca utilizaram drogas da tabela 02,
86.27% da escola pública e 76,39% da escola particular.
Verifica-se na tabela 07 a idade em que os adolescentes tiveram o primeiro
contato com drogas, substâncias químicas, ou bebidas alcoólicas aconteceu entre
os 13 e 15 anos de idade em ambas as escolas, 47,22% da escola particular e
33,33% da amostra da escola pública
Segundo Outeiral (2003), a idade de iniciação do uso de drogas está ao
redor dos 13 anos, enquanto que há duas décadas atrás era ao redor de 18 a 20
anos.
Observa-se nas respostas da tabela 8, observa-se 28,3% dos adolescentes
da escola pública indicou nunca ter comprado e sim sempre ter ganhado a droga
que fez uso, embora 16,98% da amostra afirmou trabalhar e ter seu próprio
dinheiro. Na escola particular, 27,40% dos adolescentes, disseram comprar
drogas com o dinheiro que recebe da mesada, e 26,03% responderam que não
compram, pois sempre ganham. Também é significativo o número no item “Outro”,
que indicam outras formas de aquisição da droga, no entanto não indicaram quais.
57
Essa questão nos remete a análise já comentada anteriormente, que reflete
a questão de que os estudantes de escolas particulares terem maior poder
aquisitivo e com isso maior facilidade em adquirir diferentes tipos de droga.
A tabela 9 demonstra que 26,92% da amostra da escola particular e 13,79%
da amostra da escola pública estava em casa, bar ou boate quando experimentou
bebida alcóolica, substância química ou droga pela primeira vez, seguido de
23,08% os alunos da escola particular responderam estar na casa de amigos. Já
na escola pública observa-se que 29,31% dos adolescentes estavam em bar e
boate, sendo 15,52% estavam na casa de amigos na rua.
Na tabela 10, percebe-se que quando perguntado quem ofereceu algum
tipo de droga 36,71% responderam amigos, no entanto os familiares apareceram
com 27,84% das respostas obtidas na escola particular. Na escola pública 45,1%
indicaram os amigos como alternativa mais significativa.
O consumo de bebidas alcoólicas é também visto como símbolo de
masculinidade e por isso é comum os pais darem um gole da bebida que estão
tomando para seus filhos ainda bem pequenos e, orgulhosos, aplaudirem em
seguida, e exibirem o “filho que saiu ao pai” para os amigos (ZAGURY, 2004).
O estímulo e o consentimento dos pais e familiares demostrados pela
amostra da pesquisa de ambas as escolas, faz com que o uso indevido de
bebidas alcóolicas se torne algo comum e rotineiro na vida do adolescente, que
pode não ter maturidade o suficiente para arcar com as consequências do uso do
álcool.
Ainda relacionado as respostas apresentadas na tabela 10, percebe-se
maioria dos adolescentes, ou seja 45,1% da amostra da escola pública e 36,71%
da amostra da escola particular, afirmam que vem dos amigos a maioria da oferta
da uso de drogas.
A resposta dos adolescentes é confirmada por Outeiral (2003), que diz que
o grupo de iguais poderá induzir o uso de drogas por vários motivos, entre eles o
ritual comum, que provoca experiências e possibilita a identificação com a turma, o
exibicionismo, ou o fato de estar cometendo uma transgressão.
58
A tabela 11 nos mostra as conseqüência do uso de droga, onde observa-se
que para 44,23% dos alunos da escola pública nada aconteceu e 21,15%
indicaram ter se se sentido bem após o uso de alguma substância. Já na escola
particular esse número é ainda maior, 57,33% indicaram que nada aconteceu
após o uso de drogas, no entanto14,67% afim ter se sentido bem.
Essa resposta é um dado preocupante, pois reforça a onipotência vivida
nesta fase do desenvolvimento onde os jovens se expõem mais as diferentes
experiências e são mais vulnerável a influências externas e não percebem de
imediato as consequências, pensando que as drogas não viciam e nem
prejudicam sua saúde.
Através da tabela 12, verifica-se que a amostra em sua maioria, ou seja,
51,22% da amostra da escola particular e 42,37% da amostra da escola pública,
respondeu não quando perguntado se achava que alguém de sua família bebia
demais.
O fato de algum familiar não beber demais não diminue o incentivo ao
adolescente de consumir qualquer tipo de bebida alcoólica, sendo que o consumo
em si já é entendido como um incentivo ao jovem que, com personalidade muitas
vezes perturbada e em formação, não consegue discernir entre o certo e o errado
Na tabela 13, pode-se perceber quais os motivos que o levaram ou levam a
experimentar algum tipo de droga, 32,26% da amostra da escola pública e 39,78%
da amostra da escola particular afirma que a curiosidade os levou a experimentar
algum tipo de droga. A oferta vinda de amigos é motivo para 16,12% dos
estudantes da escola pública e para 15,05% dos estudantes da escola particular
experimentar alguma substância. Também pode-se analisar que o fato das drogas
fazerem com que se sintam bem os motiva para o uso, pois 9,68% de ambas as
escolas usam isso para justificar o consumo.
Durante a adolescência, a curiosidade pelo desconhecido, neste caso
pensamos no suposto prazer causado pelo uso droga, somado a oferta dos
amigos, que poder ser entendida também como pressão para ser aceito em um
grupo, acaba sendo uma grande fonte de motivaçao para o uso de drogas pelo
adolescente inseguro que tem sua identidade em formação.
59
“Não há como negar que as drogas dão prazer, pelo menos para algumas
pessoas. Esse prazer pode ser entendido como sensação boa ou como alívio das
sensações ruins” (MARLATT, 2005, pg 2005).
O grupo é para o adolescente uma fortaleza, um lugar para refugiar-se do
mundo externo e de encontrar força e outros iguais. Representa a possibilidade de
encontrar pessoas com quem se identificar, para compartilhar experiências e
descobrir os limites entre o eu e o outro. Também um lugar para aprender a
relacionar-se em sociedade, desempenhando e identificando os mais variados
papéis (NORONHA, 2006).
Percebe-se na tabela 14 que, 31,11% dos adolescentes da escola pública e
36,92% dos adolescentes da escola particular, obtem informações sobre drogas
através mídia (TV, internet, revistas, etc). Outros meios indicados como
significativos pelos adolescentes de forma geral em ambas as escola, são a
escola e a família.
A mídia pode influênciar, de maneira direta ou indireta, o comportamento de
crianças e adolescentes, positiva ou negativamente. Infelizmente a carga maior
dessa influência parece ser negativa e os programas educativos podem ser um
caminho para ajudar a evitar programas de má qualidade e, na mesma medida,
ajudar a reduzir a propagação indiscriminada de substâncias psicoativas pelos
meios de comunicação em massa.
A internet, grande meio de divulgação indispensável nos dias atuais, é
muitas vezes aliada as más informações. O conteúdo do que é divulgado na
internet é pouco monitorado trazendo, muitas vezes apologia e incentivo ao uso
de drogas, além de ser um meio de compra e venda dessas substâncias.
As informações que provém da família muitas vezes pode não ser
suficientes, justamente pela falta de informações dos pais. Deve-se ter em mente
que o assunto drogas pode ser visto como um tabu sendo evitado com a
justificativa e o pensamento mágico de afastá-las dos filhos.
“Atitudes descabidas e exageradas denotam insegurança, e certamente não
é disso que o jovem precisa. È muito importante que os pais tenham
conhecimentos sobre drogas para que não incorram em atitudes desesperadas e
60
apavoradas. A calma e o bom senso devem sempre estar presentes na relação
com os filhos” (ZAGURY, 1996, pg 108 e 109).
A análise qualitativa da questão 15, mostra que as pricipais sensações
causadas pelas drogas aos adolescentes da amostra podem ser divididas em
duas categorias: O bem/mal estar físico e Bem/mal estar psicológico.
Observa-se no quadro 01, que o bem estar físico que adolescentes de
ambas as escola relatam. Ambas as amostras da pesquisa dizem sentir-se
relaxados após o consumo de drogas, substâncias químicas ou bebidas
alcoólicas. Também percebe-se que parte da amostra de ambas as escolas
relataram o uso das substâncias indicadas causam prazer. Outras sensações
também relatas estão relacionadas ao delirio, alucinação e brincadeira
(curiosidade).
Como mal estar físico, tanto a amostra da escola pública quanto da escola
particular, indicou que o uso de drogas, substâncias químicas ou bebidas
alcoólicas causam mal estar geral incluindo dores de cabeça.
Percebe-se através da quadro 15, que a amostra da escola particular, que
apresentou maior uso de drogas, apresenta maior sensações de mal estar físico
do que a amostra da escola pública.
O bem estar psíquico foi relatado de forma geral em ambas as escolas pelo
sentimento de fuga e pela sensação de confiança. O sentimento de fuga pode ser
analisado como uma intolerância a frustrações que os adolescentes de ambas as
escolas demostram em relação aos lutos enfrentados (pais, corpo e identidade),
aos seus problemas como depressão e a fuga da realidade. A onipotência,
percebida na amostra da escola particular, reforça a idéia dos riscos que os
adolescentes se expõem ao consumirem algum tipo de droga, sendo que durante
a adolescência o sentimento de onipotência comum.
O mal estar psíquico foi descrito pelos adolescentes da escola pública e
particular associado ao vício e a tristeza. Percebe-se que os adolescentes da
escola pública relatam sentir o mal estar psíquico causado pelas drogas com
diferentes sensações como:ansiedade, negação e raiva. A amostra da escola
particular associou o mal estar psíquico ao vício e tristeza.
61
Percebe-se que os alunos de ambas as escolas responderam que as
drogas podem causar vício. Pela carência de sensações descritas pela escola
particular e pela unânimidade de tal resposta, pode-se analisar essa resposta
como um relato do que os adolescentes ouvem, vêem ou lêem na mídia em geral
sobre o consumo de drogas, pois o vício sempre aparece relacionado ao consumo
de drogas, negando outras possíveis consequências a saúde.
No quadro 02, verifica-se por meio da análise qualitativa os comentários
deixados pelos adolescentes de ambas as escolas sobre o tema da pesquisa.
Nota-se que em ambas as escolas a pesquisa foi bem aceita pelos adolescentes
que relataram que a pesquisa ajudou a refletir sobre o assunto.
Nos comentários feitos pelos alunos da escola pública, percebe-se que, de
forma geral, os adolescentes relacionam o uso de drogas a coisas ruins, como
mostra um dos relatos: “Quem usa algum tipo de droga não sabe o que está
fazendo da sua vida”.
Nos comentários feitos pelos alunos da escola particular, percebe-se que o
aprendizado obtido com a experiência ao terem feito uso de alguma substância
química, drogas e bebidas alcoólicas, como mostra o relato: “Não uso mais drogas
porque estraga a vida “.
62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados encontrados neste estudo, demostram a importância de
repensar sobre assunto e suas implicações pessoais e sociais, apesar das
campanhas existentes e da abragência do tema, este é conhecido
superficialmente pelos alunos de ambas as escolas.
Os estudantes evidenciaram a falta de informação sobre as drogas, onde
muitos alunos se mostraram confusos ou omitiram dados ao responderem as
questões apresentadas no questionário. Também ficou evidente o precoce contato
que os adolescentes tem com as drogas, tanto na escola pública quanto na escola
particular.
As diferenças apresentadas entre a escola pública e a escola particular não
se mostrou significativa relacionadas ao conhecimento e informação geral sobre
as drogas. O que mostrou que tanto na rede pública quanto na rede particular de
ensino, as informações passadas aos adolescentes são insuficientes e ineficaz.
Os dados obtidos na pesquisas mostram que a diferença entre o nível
sócio-econômico dos adolescentes é relevante, pois observou-se que os
adolescentes da escola particular, por terem maior poder aquisitivo, já tiveram
mais contato e indicaram o uso de diferentes tipos de substâncias.
Verificou-se através da pesquisa que a curiosidade sobre as drogas leva
muitos adolescentes a consumirem ou experimentarem algum tipo de drogas. A
curiosidade apresentada pela amostra, o querer conhecer o que é desconhecido,
o enfrentar o proibido e o perigoso, mostra que a falta de informação e a
onipotência atrai os jovens as drogas, talvez não por querer fazer uso alguma
substância mas por quererem simplesmente conhecer o que para eles
representam e provocam.
Pode-se observar que os amigos e a turma, exercem influências
significativas em relação ao consumo de substâncias intorpecentes, em ambas as
escolas. O grupo, exerce na adolescência forte influência pois nessa fase o jovem
busca novos modelos a serem seguidos, onde irá adquirir novas formas de
pensar, sentir e agir. O confronto de experiências durante esta fase permite ao
adolescente melhor identificação entre o eu e o outro.
63
O fato do adolescente estar mais vulnerável as influências, tanto dos
meios de comunicação quanto dos amigos e familiares, deve ser considerada
para a realização de ações preventivas e informativas contra as drogas.
A escola, pela participação ativa na vida do adolescente e por ser nela onde
o jovem cria grupos de amizade, deve auxiliar os mesmos na formação de
opiniões e no desenvolvimento pessoal de cada um de seus alunos, os apoiando e
os orientando para a formação de cidadões conscientes.
Após a análise dos resultados, propõem-se que as escolas reflitam sobre a
importância da concientização sobre drogas, tratando do assunto com os
adolescentes de maneira clara e objetiva, envolvendo-os neste processo de busca
de informações.
Um trabalho realizado junto aos pais também é uma alternativa preventiva,
pois conscientizará a família sobre o incentivo camuflado feito ao filho adolescente
ao consumir alguma substância,como orientar os mesmos a agir com os filhos
adolescentes, perante ao uso de drogas.
A atitude mais ou menos crítica dos pais em relação ao consumo de
drogas, pricipalmente ao uso de bebidas alcoólicas e o tabaco, podem atenuar ou
reforçar a influência, agindo como agentes desencadeadores do processo na
experimentação (ABRAMOVAY e CASTRO, 2005.)
Também fica a sugestão, pela acessibilidade da amostra de forma geral e
pelo apoio recebido pelas escolas para a realização da pesquisa, de novos
assuntos a serem pesquisados, como quais são as maneiras que os professores
abordam o assunto drogas dentro da escola e quais são as condutas tomadas
pelos mesmo e pela direção da escola frente ao uso de drogas pelos alunos.
Acredita-se na relevância da pesquisa e na possibilidade de que os alunos
reflitam frente ao tema exposto, que será reforçada pela devolutiva a ser feita em
ambas as escolas, aproximando os alunos as respostas obtidas.
Outra reflexão importante que a pesquisa possibilitou é que autras explorem
o porque que alguns adolescentes não utilizam drogas. O que esse adolescente
tem ou não tem que faz com que o uso de tais substâncias tão atrativas para
64
alguns não o atraia? Qual é a estrutura familiar desse adolescente? O que esse
jovem pensa?
A adolescência é a idade da certeza. Os adolescentes não desconfiam de
suas idéias e opiniões. Acreditam fielmente naquilo que seus pensamentos lhe
dizem. A certeza sobre os pensamentos se faz sempre acompanhar por um
sentimento de onipotência. Assim, eles não têm medo de fazer as coisas mais
perigosas, como usar drogas, pois nada pode lhes acontecer.
Por isso que muitos programas que buscam alertar os adolescentes sobre
os perigos das drogas estão fadados ao fracasso. Eles são elaborados sobre o
pressuposto de que, se os adolescentes conhecessem os perigos, eles fugiriam
deles. Mas os adolescentes gostam de desafiar o perigo e correr riscos, e,
evidentemente tem a certeza de que nada lhe acontecerá.
São diversos os meios que propagam informações sobre drogas dizendo
que causam diversos danos a saúde, mas são poucos ou quase nenhuma
informação sobre característica de o que faz um adolescente não utilizar tais
substâncias.
A informação sempre foi a melhor aliada para qualquer tipo de problema
e com a drogadição não é diferente. Escolas, tanto públicas como privadas,
deveriam expor com mais clareza e facilidade aos seus alunos, envolvendo-os
nas campanhas como multiplicadores da informação a outros jovens,
investindo na construção de valores de vida.
65
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66
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67
APÊNDICE 01
Termo De Consentimento Livre e Esclarecido Á Escola
Prezado Senhor (a),
Sou acadêmica do 6º período de Psicologia da Universidade do Vale do
Itajaí – Univali. Estou realizando meu trabalho de conclusão de curso,
intitulado “Adolescência e Drogas: um estudo comparativo”.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar e comparar a relação dos
níveis de informação sobre drogas entre adolescentes, de escolas públicas e
particulares do Ensino Médio de Itajaí – SC.
Pretende-se com a pesquisa, identificar os meios utilizados para obter
informações sobre as drogas, levantar os aspectos que influenciam o uso de
drogas, verificar os tipos de drogas mais consumidas e conhecidas entre os
adolescentes de diferentes escolas, bem como conhecer as sensações
provocadas pelo uso das drogas.
Será procedida uma devolutiva aos participantes da pesquisa (alunos da
3ª série do Ensino Médio), para que estes tomem contato com os resultados
alcançados pela investigação, favorecendo a ampliação e socialização do
conhecimento e a compreensão sobre o tema da pesquisa.
Tendo conhecimento que a instituição oferece Ensino Médio, solicito o
consentimento para a realização desta pesquisa com os alunos do 3º ano do
Ensino Médio.
A coleta de dados será prevista para ser realizada durante o início do
mês de março de 2008, sendo previamente agendados o horário e o local,
através de contato telefônico ou correio eletrônico, com a Orientadora
Pedagógica, responsável pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio e prévia
autorização dos pais. Para coleta de dados, será utilizado um questionário,
contendo 16 perguntas sendo 14 fechadas, onde o adolescente responderá as
perguntas apenas assinalando a resposta que desejar, e 2 abertas, que darão
ao adolescente liberdade para expor sua opinião. As questões que serão
pesquisadas foram elaboradas pela pesquisadora, com base nos objetivos da
investigação.
68
A participação nesta pesquisa é voluntária. Os participantes não serão
remunerados, tendo direito de retirar o consentimento a qualquer momento.
Garante-se a sigilosidade da identificação nominal, assim como a segurança
de que os resultados serão utilizados somente para finalidades acadêmicas.
Cabe ressaltar que esta pesquisa será orientada e acompanhada pela
MSc. Profª Cláudia Silva Schead dos Santos Schiessl, sendo ela a
pesquisadora responsável.
Solicito, portanto, vossa contribuição para a realização desta pesquisa
cientifica, e para tanto, necessito a autorização desta instituição.
Agradeço a atenção e fico no aguardo de um retorno.
Atenciosamente
_________________________
Rebeca Casagrande
Nome da Escola____________________________________
Assinatura do Responsável___________________________
69
APÊNDICE 02
Termo de consentimento livre e esclarecido aos Pais
Você está convidado (a), para participar, como voluntário (a), em uma
pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de
aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, juntamente com
a assinatura dos pais ou responsável, que está em duas vias. Uma delas é sua e
a outra é do pesquisador responsável.
Título do projeto: Adolescência e Drogas: um estudo comparativo.
Pesquisador responsável: MSc. Profª Cláudia Silva Schead dos Santos Schiessl
Telefone para contato: (47) 3341-7737
Pesquisador participante: Rebeca Casagrande
Telefone para contato: (47) 3367-2786
Esta pesquisa constitui um trabalho de conclusão de curso de psicologia
da Universidade do Vale do Itajaí – Univali, intitulada “Adolescência e Drogas:
um estudo comparativo”. Esta pesquisa tem como objetivo analisar e comparar a
relação dos níveis de informações sobre drogas entre adolescentes, de escolas
públicas e particulares do Ensino Médio de Itajaí – SC. Pretende-se com a
pesquisa, identificar os meios utilizados para obter informações sobre as drogas,
levantar os aspectos que influenciam o uso de drogas, verificar os tipos de
drogas mais consumidas e conhecidas entre os adolescentes de diferentes
escolas, bem como conhecer as sensações provocadas pelo uso das drogas.
Será agendado com o participante, o local e horário apropriado para a realização
dos procedimentos acima.
Será procedida uma devolutiva aos participantes da pesquisa (alunos da
3ª série do Ensino Médio), para que estes tomem contato com os resultados
alcançados pela investigação, favorecendo a aplicação e socialização do
conhecimento e a compreensão sobre o tema da pesquisa.
A coleta de dados está prevista para ser realizada durante o início do mês
de março de 2008, sendo previamente agendados o horário e o local, através de
contato telefônico ou correio eletrônico, com a Orientadora Pedagógica,
70
responsável pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio e prévia autorização dos
pais. Para coleta de dados, será utilizado um questionário, contendo 16
perguntas sendo 14 fechadas, onde o adolescente responderá a pergunta
apenas assinalando a resposta que desejar, e 2 abertas, que darão ao
adolescente liberdade para expor sua opinião. As questões que serão discutidas
foram elaboradas pela pesquisadora, com base nos objetivos da investigação.
A participação nesta pesquisa é voluntária. Os participantes não serão
remunerados, tendo direito de retirar o consentimento a qualquer momento.
Garante-se a sigilosidade da identificação nominal, assim como a segurança de
que os resultados serão utilizados somente para finalidades acadêmicas.
MSc. Profª Cláudia Silva Schead dos Santos Schiessl
Assinatura:
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO E OU RESPONSÁVEL
Eu, ___________________________________, RG _____________________
CPF _______________________________. Abaixo assinado, concordo em
participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e
esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, e as condições
decorrentes da minha participação. Foi me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto acarrete qualquer penalidade.
Local e data:___________________________________________________
Nome____________________________________________________________
Assinatura do Sujeito ou Responsável:__________________________________
Telefone para contato:_______________________________________________
71
APÊNDICE 03
Instrumento Para Coleta de Dados
Gostaria de poder contar com sua colaboração, respondendo as
questões deste questionário que dispensa sua assinatura.
É importante que você seja sincero e só responda depois de ler com
bastante atenção as perguntas e as alternativas dadas. Basta marcar
com um “X” na resposta que você achar mais certa.
Dados de Identificação:
• Idade: ______ anos
• Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )
• Escola: Pública ( ) Particular ( )
1. Você já fumou cigarro?
Sim
Não
2. Você já experimentou maconha ou outros tipos de drogas?
Sim
Não
3. Você já tomou alguma bebida alcoólica? (cerveja, chopp, vinho, pinga, caipirinha, aperitivo, outros...):
Sim
Não
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4. Você já usou algum remédio, medicamento para emagrecer ou ficar acordado (ligado) sem receita médica?
Sim
Não
5. Você já fez uso de alguma dessas substâncias? (Você poderá assinalar mais de uma alternativa):
1. Cocaína
2. Solventes (lança perfume, benzina, cola, etc)
3. Ecstasy
4. Raxixe
5. LSD
6. Crack
7. Anfetamina
8. Heroína
9. Outros:
6. Quantas vezes você já fez uso de algum tipo de droga, substância química ou bebida alcoólica?
1 a 3 vezes
4 a 6 vezes
6 a 10 vezes
Mais de 10 vezes
7. Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez algum tipo de droga, bebida ou substância química?
10 a 12 anos
13 a 15 anos
16 a 17 anos
18 a 20 anos
Acima de 21 anos
73
8. Como você adquiriu a droga, substância química ou bebida alcoólica?
Trabalho e tenho meu próprio dinheiro
Vendo alguma coisa para conseguir
Nunca comprei, sempre ganhei
Peço dinheiro aos meus pais, dizendo que é para outra coisa
Compro com o dinheiro da minha mesada
Outros:
9. Onde você estava quando experimentou bebida alcoólica, substância química ou drogas pela primeira vez?
Nunca bebi nem usei
Em casa
Bar / danceteria / boate
Casa de amigos / conhecidos
Na rua
Não lembro
Outros:
74
10. Quem lhe ofereceu bebida alcoólica, drogas ou substância química pela primeira vez?
Nunca bebi nem usei
Familiares
Amigos
Sozinho
Não lembro
Outros
11. Depois de beber, usar drogas ou substância química, você:
Brigou
Dirigiu
Sofreu acidente
Faltou trabalho
Faltou escola
Nada aconteceu
Sentiu-se mal
Sentiu-se bem
Não lembro
Outros:
75
12. Você acha que alguém na sua família bebe demais ou consome drogas?
( Pode assinalar mais de uma alternativa):
Não
Pai
Mãe
Irmão
Amigos
Outros:
13. Indique quais são os motivos que o levaram ou levam você a
experimentar algum tipo de droga, bebida alcoólica ou substância
química (pode assinalar mais de uma alternativa):
Curiosidade
Amigos me ofereceram
Uso / usei para relaxar
Fugir dos meus problemas
Para me sentir bem
Usei para não sentir ansiedade
Usei para me sentir mais seguro
Para ser aceito no meu grupo
Outros:
76
14. Quais os meios utilizados por você, para obter informações sobre as drogas:
Mídia ( TV, internet, revistas, etc)
Escola
Família
Amigos
Outros:
15 . Descreva quais sensações, você acha que as drogas e bebidas alcoólicas
e substâncias químicas proporcionam?
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16 . Caso queira, utilize o espaço abaixo, para fazer algum comentário.
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Muito Obrigada!!!!